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se começa a mudar o rumo da profissão
Falamos com...
Célia Coutinho Alves presidente da comissão organizadora do Congresso Virtual Imersivo da OMD
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O conceito do 29º congresso da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), agendado para os dias 27 e 28 deste mês, “será completamente disruptivo” com o modelo presencial a que nos habituamos. Quem o afirma é Célia Coutinho Alves, presidente da comissão organizadora do agora denominado Congresso Virtual Imersivo, cujo programa científico juntará cerca de 35 conferencistas nacionais e quatro estrangeiros de língua oficial portuguesa. Para a médica dentista que encabeça o complexo (e inédito) desafio virtual da OMD, o facto de estar à distância de um clique, poderá ser uma oportunidade para fazer chegar o evento a mais público nacional e além-fronteiras.
Por outro lado, os conteúdos de cada expositor estarão disponíveis para visualização até ao final de janeiro próximo, o que dá aos médicos dentistas a oportunidade de visitar a Expodentária durante dois meses após a celebração do congresso.
A OMD realiza em novembro um congresso em moldes muito distintos às edições anteriores. Como encara o desafio de organizar a primeira edição virtual do maior encontro da classe dos médicos dentistas?
O conceito do 29º congresso da OMD será completamente disruptivo com o modelo a que já nos habituamos, o presencial. Não porque houvesse algo de errado com este modelo tradicional, bem pelo contrário, mas porque a pandemia e as regras sanitárias impostas não nos permitem assegurar um evento presencial com todas as garantias de segurança. Assim, vamos apostar num formato totalmente online, numa plataforma virtual onde o participante pode assistir a conferências em direto ou gravadas, explorar a Expodentária e os vários stands comerciais, bem como relaxar num meeting room onde estarão disponíveis várias experiências, como o concurso de fotografia ou a possibilidade de partilhas em formato vídeo. Esta edição será concentrada em dois dias (27 e 28 deste mês) e proporcionará uma experiência totalmente nova e imersiva. É um desafio para erguer em tempo recorde!
Quais são os principais desafios que o formato digital tem vindo a impor à organização do congresso?
Não sei se consigo destacar os principais desafios. O formato digital é totalmente novo para todos e, por isso, estamos a descobrir como organizar e pensar esta nova forma de aprender e mostrar a medicina dentária. Adaptar um programa de três dias para dois, mantendo conferências em direto, tornar interativa uma Expodentária, que sempre foi um ponto de encontro e de negócios entre a indústria e os médicos dentistas, e fazê-lo num contrarrelógio são desafios gigantes. Mas, sobretudo, o maior desafio é o de acreditar e fazer acreditar que tudo isto é possível de ser concretizado em benefício da classe.
Considera que a OMD dispõe das (novas) tecnologias e ferramentas online suficientes para assegurar o sucesso desta inédita versão do encontro?
A versão online do 29º congresso da OMD decorrerá numa plataforma virtual e imersiva, totalmente criada de raíz para disponibilizar este projeto aos congressistas, patrocinadores e expositores. Uma empresa externa, nesta área, foi contratada para criar, albergar e disponibilizar o produto final. A OMD será responsável pela gestão de inscrições e dos conteúdos e funcionará em sincronia para que esta versão inovadora do congresso da OMD possa ser um sucesso.
Que alterações ou ajustamentos estão a ser aplicados ao programa científico? Grosso modo, mantém-se o “cartaz” que estava previsto para a edição convencional de 2020?
Para que todo o trabalho previamente feito até março deste ano, aquando do cancelamento do congresso no molde presencial, não fosse perdido, optou-se por manter a maioria dos palestrantes já alinhados, sendo que a Comissão Científica selecionou apenas palestrantes internacionais de língua
portuguesa, para além dos nacionais. Como tivemos que condensar os três dias de congresso em apenas dois, alguns temas não puderam ser mantidos no alinhamento.
Quais são os principais contornos das sessões científicas, nomeadamente as temáticas mais relevantes e o número de (vídeo) oradores?
Teremos três salas a funcionar em simultâneo. Duas salas em direto com o programa científico, onde teremos a decorrer conferências sobre temas como reabilitação e estética, implantologia, ortodontia, laser e periodontologia, entre outros. Teremos outra sala com temas e conferências gravadas, nomeadamente com os temas socioprofissionais, na sexta-feira, dia 27, e com o curso para assistente dentário, no sábado, dia 28. Contamos com cerca de 35 conferencistas nacionais e quatro estrangeiros de língua oficial portuguesa.
Que cursos merecem particular destaque ao abrigo da vertente formativa do congresso?
Com tanta informação nova e formatos a adaptar, a vertente hands-on não terá lugar neste formato virtual do 29º congresso. Deixaremos estes cursos para a programação da Formação Contínua da OMD, que terá lugar durante 2021 e que está a ser planeada para poder ser apresentada durante os dois dias de congresso. Manteremos o curso para assistentes dentários, porque no contexto da COVID-19 há muita informação importante para ser atualizada junto deste grupo profissional essencial para a boa prática clínica.
Quais são as suas expectativas quanto ao número de inscrições?
Cerca de três semanas após a abertura das inscrições, já atingimos o número emblemático de mais de 1.000 inscritos, pelo que posso dizer que estão a decorrer a um ritmo muito
positivo. Se é verdade que, entretanto, alguma formação online tem sido disponibilizada na área da Medicina Dentária, nomeadamente internacional, a nível nacional este congresso continuará a marcar uma oferta generalista e inclusiva para os médicos dentistas. A possibilidade de aproximar médicos dentistas que, pela distância física, participam menos vezes no formato presencial dos congressos anteriores, inclusive aqueles que trabalham e vivem nas ilhas, ou que estão mais distantes de Lisboa ou do Porto, dá-nos uma enorme esperança de que o número de inscritos possa ser
Célia Coutinho Alves esclarece que a versão online do 29º congresso da OMD decorrerá numa plataforma virtual e imersiva, totalmente criada de raíz. histórico. Também a divulgação em países de língua oficial portuguesa, e estando o congresso à distância de um clique poderá ser uma oportunidade para fazer chegar este evento nacional a fronteiras internacionais, de uma forma nunca antes possível.
No que respeita à Expodentária, também se anuncia um formato totalmente novo, em que os stands ganham vida num showroom virtual. Que pormenores pode adiantar sobre os moldes desta (reinventada) vertente comercial?
Teremos uma oportunidade verdadeiramente interativa de visitar stands virtuais que, dependendo do seu “tamanho”, oferecerão ao visitante a descoberta dos seus produtos/ofertas e têm a possibilidade de disponibilizar sessões de vídeo formativas, como já faziam anteriormente nos seus stands presenciais. Também podem incluir chats em direto com atendimento e perguntas/respostas ao cliente em tempo real, proporcionando uma interação one-to-one verdadeiramente imersiva. Os conteúdos, informação e promoções de cada expositor estarão disponíveis para visualização na plataforma até 31 de janeiro próximo, o que é uma mais-valia para o médico dentista, que tem a oportunidade de visitar a Expodentária durante mais dois meses após o congresso. Consideramos ser, igualmente, uma vantagem para a indústria que vê, assim, a possibilidade de apresentar essa informação de uma forma muito estruturada e apelativa, podendo inclusive atualizar os seus conteúdos nesse período de dois meses.
Qual o nível de adesão que esta inusitada Expodentária está a ter por parte dos representantes da indústria?
A adesão da indústria tem sido muito positiva. A notícia de que o congresso está de volta apanhou todos de surpresa e a verdade é que, com o anterior cancelamento, muitas das empresas já teriam alocado a verba normalmente destinada a este evento para outros fins. Portanto, o feedback que temos tido e a adesão registada têm sido uma boa surpresa, um verdadeiro voto de confiança nesta organização, que nos responsabiliza, mas também que muito nos orgulha.