Intervenção Urbana na Av. Marquês do Paraná TCC | EAU | UFF Mayra Duarte Lima
Proposta para espaço residual potencial
Mayra Duarte Lima
Intervenção urbana na Av. Marquês do Paraná: Proposta para espaço potencial
Trabalho de Conclusão de Curso apresentada a Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense
Orientadora: Profª Drª Cristina Lontra Nacif Co-orientadora: Profª Drª Adriana Mattos de Caúla e Silva Co-orientadora: Profª Drª Flavia Teixeira Braga
Niterói, RJ Julho de 2018
índice
07
Agradecimentos
08
Introdução e localização
11
Objetivo e Justificativa
13
Apreensão do objeto
18
Análises [espaço potencial]
33
Conceituação [passagem e permanência]
36
Partido
37
Diretrizes e Referências
41
Proposta [estudo de massas 01]
50
Proposta [final]
70
Bibliografia
6
agradecimentos
Não teria como começar de outra maneira a não ser agradecendo e dedicando primeiramente a Deus. Esse trabalho é mais uma prova do Seu abundante amor em me capacitar a superar cada desafio enfrentado até aqui, com a sua misericórdia que se renova a cada manhã. Agradeço também a minha família e amigos que sempre me incentivaram a concluir essa etapa, em especial meus pais, que sem eles eu não teria conseguido. Agradeço ao Jessé por ter estado ao meu lado durante toda a caminhada sendo meu maior incentivador. Obrigada também aos professores incríveis que foram fundamental para a minha formação. À professora Cristina Nacif, quem admiro grandemente e embarcou nesse trabalho com incrível disposição. À professora Adriana Caúla, que no meio da correria me deu suporte para que esse trabalho fosse concluído da melhor maneira e dividiu comigo seu conhecimento e atenção. À professora Flavia Braga, por sua importante participação ao longo do trabalho com suas construibuições que agregaram tanto ao trabalho sempre com muita dedicação. À professora Sonia Maria Taddei Ferraz que me recebeu com todo carinho no grupo de pesquisa Arquitetura da Violência e mudou os rumos da minha formação. Por fim, agradeço a escola EAU-UFF, que me permitiu ter uma formação sensível à arquitetura, a cidade e principalmente sensível às pessoas. Pude me tornar uma pessoa melhor ao ter contato com essa escola tão singular. Agradeço a todos que pude conhecer e aprender por meio de tantas trocas. 7
Introdução O contexto do presente trabalho dá-se na Avenida Marquês do Paraná no município de Niterói, localizado na região metropolitana do Rio de Janeiro. A avenida é uma das principais vias de acesso ao município, principalmente para aqueles que vem da ponte Rio-Niterói. A mesma foi palco de intensas obras urbanas no ano de 2013 quando se inaugurou a construção do mergulhão, nomeado túnel Ângela Fernandes, que liga a região central ao bairro de Icaraí com o intuito de melhorar o tráfego na região. Após a conclusão da construção, o mergulhão teve frequentes relatos de inundações e foram necessários ajustes e consertos estruturais. Como consequência, os reflexos da construção do mergulhão inviabilizaram trecho da rua que passa por cima do mergulhão no sentido Icaraí-Centro, dando lugar a um espaço residual. Outro aspecto importante que caracteriza a avenida é o fato de ela estar englobada dentro das delimitações do projeto da OUC (operação urbana consorciada) de Niterói. A OUC de Niterói, também lançada em 2013 é um modelo de Parceria Público Privada (PPP) utilizado para revitalizar áreas do Centro sem que seja necessário usar dinheiro dos cofres municipais. No ano de 2017, a prefeitura deu início ao processo de desapropriação do primeiro prédio para o alargamento da Avenida. E no mesmo ano foi anunciado pela Prefeitura um Projeto de shopping na Avenida Marquês do Paraná.
8
Localização e implantação
ICARAÍ
Localização do espaço residual analisado no raio de 1km a partir do meio do mergulhão.
9
10
Túnel Ângela Fernandes e espaço residual - Av. Marquês do Paraná Foto: Douglas Macedo, 17.06.2017 (OFLUMINENSE Online)
Objetivo
Justificativa
O trabalho tem como objetivo desenvolver uma proposta urbanística projetual de intervenção no espaço residual potencial, da Avenida Marquês do Paraná, Niterói - RJ.
A justificativa para a escolha do tema parte da constatação de espaços vazios por experiência pessoal pela área. Devido à necessidade de passar pelo terreno no dia a dia, foi despertado o interesse de observar e compreender melhor o que se passava nesse espaço, que a princípio foi interpretado como uma sobra urbana. Espaços residuais configuram uma dimensão subestimada da cidade que frequentemente é esquecida.
O intuito do trabalho é criticar analiticamente a maneira como o espaço residual se deu na Avenida Marques do Paraná, analisando o contexto que está inserido e a forma que a cidade vem sendo transformados pelas obras de urbanas de mobilidade com foco no automóvel. Assim como discutir como o uso do espaço público tem-se distorcido ao longo da instituição da sociedade de consumo (BAUMAN, 2010), onde o objetivo inicial de promover o convívio social, exercício da cidadania e construção da democracia passa a não ser mais o foco e objetivo primordial. O cidadão passa então a vivenciar as atividades de lazer numa lógica do consumo. Então mais do que propor ações projetuais determinantemente funcionais, procura-se a melhoria da qualidade da ambiência assim como preenchê-la de sentido. Abrindo espaço para o ócio, para a improvisação e para o inesperado.
A Avenida foi escolhida por ser uma via importante para a mobilidade da cidade de Niterói e pelo espaço vazio ocupar destaque em contraste com o alto volume de fluxos de carros, pedestres e bicicletas. Outro aspecto para justificar a escolha pelo terreno é a discussão sobre a produção de espaço público de maneira a atingir resultados de projeto bem-sucedidos vinculados ao âmbito democrático do uso do espaço. Além de entender que é papel e dever do urbanista pensar a cidade de maneira à contribuir na construção das mesmas de modo a criar espaços mais democráticos, acessíveis e de qualidade.
11
12
ApreensĂŁo do Objeto
13
O Fato e Seus Processos Identificados
Nesse trabalho busca-se identificar então os processos que implicam e explicam o surgimento do mergulhão e segundo o Prof. José Paulo Netto em trecho do Curso “O Método em Marx”, ministrado em 2002 para o Pós-graduação em Serviço Social da Universidade Federal de Pernambuco, os processos nos levam ao entendimento mais claro das determinações do fato, e aplicando nesse caso, a factualidade em análise é o mergulhão oficialmente nomeado “Túnel Ângela Fernandes”. A fim de chegar-se a uma proposta de intervenção adequada para o espaço residual presente na Av. Marquês do Paraná, aproprio-me das palavras segundo Gupta e Ferguson1 — ambos antropólogos americanos —, de que
é necessária uma disposição para interrogar, política e historicamente o aparente “dado” de um mundo dividido em primeiro lugar entre “nós” e “outros”. Ir além das concepções naturalizadas de “culturas” espacializadas e explorar a produção da diferença dentro de espaços comuns, compartilhados e conectados (...)2 No início do século XIX, Niterói recebeu relevantes obras que geraram importantes alterações na parte urbanizada da cidade. Feliciano Sodré, prefeito de Niterói em 1910 e posteriormente presidente do Rio de Janeiro na década de 20, viabilizou a obra do porto de São Lourenço e entre as obras de natureza portuária, estava previsto o aterro da enseada, a abertura de ruas e a conexão com a malha existente.3
Do ponto de vista espacial, o aterrado proporcionado pela construção do porto teve 1 - Gupta e Ferguson in ARANTES, Antonio A. O espaço da diferença. 2000. p. 43 2- Gupta e Ferguson in ARANTES, Antonio A. O espaço da diferença. 2000. p. 43 3 - COSTA, Milena Sampaio da. A Área Portuária de Niterói: histórico de sua construção e perspectivas atuais. In: ENANPARQ, 2010, Rio de Janeiro. Simpósio. p. 1 - 22. Disponível em: <http://www.anparq.org.br/dvd-enanparq/ simposios/129/129-640-1-SP.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2018.
14
importante significado no traçado da cidade, como um novo espaço, elemento de ligação interurbana, já que permitiu a ligação do Centro com os bairros da zona norte através da abertura da Av. Feliciano Sodré. (COSTA, 2010 p.4) Sabe-se que o corpo de Bombeiros na Rua Marques do Paraná, 134 foi construído por intermédio de Feliciano Sodré e inaugurado em 1917.4 Portanto, assume-se a abertura da Avenida Marquês do Paraná vinculada ao período de mandato de Feliciano Sodré como prefeito de Niterói, onde intensas obras de urbanização e aberturas de vias se concretizaram.
por Zukin (2000 p.105-115).6 A proposta de construção de shopping center reafirma a prática já observada por Zukin (2000 p.105) presente nas normas do mercado global que apresentam programas de reestruturação urbana similares em diferentes localidades, onde os espaços públicos são “domesticados” por shopping centers e cafés. E percebe-se, como afirma Bauman (2008, p.38 e 39) a passagem da sociedade do consumo para sociedade consumista, quando nossas capacidades de ‘querer’, ‘desejar’, ‘ansiar por’ e particular6- ZUKIN, Sharon. in ARANTES, Antonio A. O espaço da diferença. 2000. p.105-115.
Logo, observando o espaço residual na Av. Marquês de Paraná, esta caracteriza-se pelo atual estado de resíduo e exemplo prático da sedimentação dos diferentes tempos e planos urbanos levantando o questionamento de como explorar espaços públicos em oposição à lógica de shopping centers A região central de Niterói, teve seu auge de desenvolvimento e atualmente passa pelo esvaziamento do centro e proposta de requalificação dos espaços públicos através da já aprovada OUC (Operação Urbana Consorciada) Niterói5. A área de abrangência da OUC engloba a Av. Marquês do Paraná e essa abrangência justifica os recentes altos investimentos da Prefeitura na região, como a construção do mergulhão que deu lugar ao espaço residual na avenida. Analisando historicamente, é um fenômeno comum os centros urbanos experienciar o declínio do crescimento e influência econômica, convertendo-se por consequência em áreas degradadas e abandonadas, como observado 4 - NITERÓI, Cultura. CORPO DE BOMBEIROS. 2013. Disponível em: <http:// www.culturaniteroi.com.br/blog/?id=459>. Acesso em: 30 mar. 2018. 5 PREFEITURA DE NITERÓI, 2018.
Fig. 4 - Mapa de 1940 da cidade de Niterói, obtdido por consulta a Secretária Municipal de Urbanismo de Niterói.
O Fato e Seus Processos Identificados mente de ‘experienciar’ tais emoções repetidas passaram a sustentar a economia do convívio humano. A região da Av. Marquês do Paraná, brevemente receberá os próximos investimentos para a construção de um Shopping center. E é valido ressaltar que este será o 4º Shopping da cidade. Segundo Sennett (1992 apud DEL RIO, 1995) o aumento no número de shopping centers como principal meio de recuperação de áreas deterioradas são uma solução sem graça, e ainda segundo ele, neutros e destituídos do que representa verdadeiros contatos sociais, já que o contato entre os diferentes são tomadas como ameaças e não como estímulos. Del Rio diz ainda que a cultura pós-moderna de classe média espera uma urbanidade sem ameaça, com sensações previsíveis. E segundo Jane Jacobs, mesmo sob o aparente caos urbano, os diferentes grupos da cidade se reforçam e compõem um todo ordenado.
Sob a aparente desordem da cidade tradicional, existe, nos lugares em que ela funciona a contento, uma ordem surpreendente que garante a manutenção da segurança e a liberdade. É uma ordem complexa…Essa ordem compõe-se de movimento e mudança, e, embora se trate de vida, não de arte, podemos chamá-la, na fantasia, de forma artística da cidade e compará-la com a dança – não a uma dança mecânica, com os figurantes erguendo a perna ao mesmo tempo, rodopiando em sincronia, curvando-se juntos, mas a uma balé complexo, em que cada indivíduo e grupos têm todos papéis distintos, que por milagre se reforçam mutuamente e compõem
um todo ordenado. (JACOBS, 2011) O intuito do mergulhão, segundo o site da prefeitura7, é reduzir em 30% o tempo de percurso da Ponte em direção à zona sul de Niterói, Pendotiba e Região Oceânica, e melhorar a circulação viária do Centro da cidade. Em reportagem publicada pelo O GLOBO8, que na ocasião da inauguração do mesmo a prefeitura faria um concurso público entre arquitetos de Niterói com o objetivo de escolher o melhor projeto urbanístico para a construção de uma praça, que ocuparia o espaço de cerca de 3 mil metros quadrados, entretanto nada foi concretizado sobre o assunto. Há uma propostas de praça para a área sendo desenvolvida vinculada com as obras de alargamento da via que será financiada por meio de modelo de outorga onerosa9. Entende-se então que o projeto de urbanização será feito por consequência do projeto de shopping com o intuito de trazer beneficios em primeiro lugar para o mesmo. Também segundo reportagem publicada no site da prefeitura10, O chefe do Executivo municipal disse acreditar que o mergulhão não vai resolver, sozinho, o problema de mobilidade urbana de Niterói e destacou a implantação da Transoceânica —projeto de mobilidade proposto pela prefeitura que visa integrar bairros da região oceânica— levando-nos a entender que o mergulhão faz parte de “um plano maior” de mobilidade de Niterói. Possívelmente, esse plano maior é referente ao plano de urbanização do Urbanista curitibano Jaime Lerner, que em 2009 realizou um estudo de mobilidade para a cidade de Niterói. Nesse estudo estava previsto tanto o mergulhão na Av. Marquês do Paraná quando as obras da transocêanicas na região oceânica, assim como outras propostas como a implementação de um sistema de BRT 7 8 9 10
PREFEITURA DE NITERÓI, 2018. OGLOBO, 2015. O GLOBO, 2018. PREFEITURA DE NITERÓI, 2018.
na cidade.11 Bem próximo dali, a região recebeu nos últimos 10 anos novos empreendimentos residenciais que se assemelham no seu público àqueles ofertados em Icaraí. O jornal O GLOBO12 denunciou em uma reportagem a incidência de acidentes envolvendo ciclistas nesse trecho em análise na Av. Marquês do Paraná devido a ausência de ciclovias e ciclofaixas que conectem o centro a Icaraí. Segundo integrante do Coletivo pedal sonoro a Avenida é o ponto mais crítico da cidade quando se trata de mobilidade das biciletas e em relação pedestres. As demolições dos edificios na esquina da Rua Dr. Celestino com a Av. Marquês do Paraná deram início às obra de urbanização de alargamento da mesma. Entretanto a obra foi embargada pois o projeto urbanístico na região central provoca alterações das normas relativas à autorização de construções e de uso e ocupação do solo, além de alterações no sistema viário e nos demais equipamentos públicos. Essas alterações trarão reflexos no adensamento da região e na mobilidade urbana.13 Quando voltamos ao contexto de recuperação de áreas degradadas, destaco o apontamento feito por Zukin (2000) onde ele ressalta três paisagens fazem parte da paisagem da cidade global, sendo elas: a paisagem da recuperação da memória e do espaço, a cultura da natureza e a transformação da diversão em mercadoria citando o exemplo de como a Disney World contrasta seus espaços “limpos” com a “desordem” e a sujeira das cidades e cita como o fato de as pessoas comprarem um bilhete para um divertimento público legitima as exclusões sociais.
Através desse apontamento é possível fazer uma
11 BLOG FOPUR. Planos de Transporte: Relatório final Jaime Lerner. Disponível em: <https://fopurniteroi.wordpress.com/legislacao/planos-de-transportes/> Acesso em: 23 de junho de 2018 12 O GLOBO, 2018 15 13 O GLOBO, 2018.
O Fato e Seus Processos Identificados relação com o que se pode esperar de uma cidade que pauta sua reestruturação urbana no lançamento do mais um shopping center. Outra situação comum dentro da lógica de transformação do divertimento em mercadoria é a reestruturação da paisagem numa perspectiva de criação de novas formas de consumo cultural, como galerias de arte, bistrôs e cafés. Portanto para concluir a análise dos fatos apresentados, replico as palavras de David Harvey, onde ele afirma que a resposta do urbanismo frente aos desafios apresentados deve ser uma coerência entre arquitetura e significados culturais. (apud Zukin, 2000 p.106):
É tarefa do urbanismo crítico desvendar a “coerência estruturada” entre as formas construídas e os significados culturais das localidades e das pressões globais subjacentes.
16
ALZER, Luiz André. Como será o novo shopping de Niterói. 2017. Coluna No Globo-Niterói Aos Domingos. Disponível em: <https:// oglobo.globo.com/rio/bairros/como-sera-novo-shopping-de-niteroi-22112199>. Acesso em: 05 fev. 2018.
17
Anรกlises [espaรงo potencial]
18
Anรกlise [Contexto] esc.:1/5.000
Contexto analisado no raio de 500m a partir do meio do mergulhรฃo.
19
Análise [praças]
área em análise
4.546,03 m2
9.715,00 m2
16.920,00 m2
3.409,05 m2
2.092,00 m2 4.330,08 m2
PRAÇA JUSCELINO KUBITSCHEK
20
PRAÇA DO RINK
JARDIM SÃO JOÃO
PRAÇA DA REPÚBLICA
PRAÇA Pr. MANOEL AVELINO
raios caminháveis 500m
Análise [Linha do tempo]
8 DigitalGlobe
Image © 2018 DigitalGlobe
8 DigitalGlobe
Image © 2018 DigitalGlobe
2005 A imagem mostra a presença do posto de gasolina dentro da área de análise e o Hospital Icaraí ainda não havia sido construído
➤
2009
➤
Início das obras do Mergulhão e desativação do posto de gasolina
Obras do Hospital Icaraí foram iniciadas
2012
N
400 ft
N 400 ft
Image © 2018 DigitalGlobe
400 ft
Image © 2018 DigitalGlobe
2011
2014
Obras do Hospital Icaraí foram concluídas
Mergulhão já consolidado e a área residual aparente
21
N
➤
➤
Imagens fonte: Google Earth
N
Análise [Contexto]
a população total do centro é de 19.349 hab1 a média de moradores por domicílio é de 3.2 pessoas1 70,9% tem entre 15 e 64 anos1 valor do metro quadrado R$ 8.285/m2
ru
a
pontos de acesso à area
Dr .C el
es tin
atividades observadas:
o
caminhada esportes (corrida, crossfit, patins) bicicleta passeio com cachorro
á
Localizada em uma área praticamente plana, o espaço analisado situa-se como espaço de conexão entre o bairros sendo bem articulado com o tecido urbano local próximo aos bairros residenciais do Centro, de Fátima e Icaraí.
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Av .A
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Pe ixo to
co tra rte ns ve rs
al
fonte: elaborada pelo autor
Acesso ao espaço se dá de maneira natural e conta com 6 entradas atualmente, todas elas sendo acessíveis apenas a pé. A superfície do local é ausente de obstáculos e com boa superfície. O terreno referente ao posto de gasolina atualmente atua como estacionamento para carros, desde que o trecho da Av. Marquês do Paraná fora desativado, caracterizando-se como abandonado. O espaço é paralelo as faixas de carros da Av. Marquês do Paraná que podem chegar a uma velocidade de até 70km/h, gerando ruídos proveniente dos automóveis que trafegam na via.
22
corte transversal - esc.: 1/500
fonte: elaborada pelo autor
Análise [Insolação]
A área analisada recebe incidência frequente de luz solar a maior parte do dia, sendo sombreada apenas na parte da manhã. Área é extremamente ensolarada e sem espaços suficientes com sombreamento que gerem conforto o que faz com que chegue a altas temperaturas durante os dias, principalmente durante o verão. De acordo com dados do INMET, mesmo no inverno a temperatura máxima em Niterói fica acima dos 260C. E a ausência de vegetação, somada ao fluxo dos carros e a laje de concreto, criam condições favoráveis para a presença de ilhas de calor no local.
8:00h
10:00h
A frequência dos ventos predominantes é no sentido sul e sudeste, chegando a velocidades de até 6m/s no sentido sul, entretanto os edifícios ao longo da Av. marquês do Paraná e na Av. Amaral Peixoto criam barreiras para o fluxo do vento.
15:00h
12:00h
17:00h fonte: elaborada pelo autor fonte: gerado a partir do software SOL-AR 5.0
23
Análise [Contexto] fluxo de pedestres: alto médio orthofoto gerada a partir do Google Maps
baixo parada de pedestres
legenda mobilidade: ônibus sentido zona norte e ponte Rio-Niterói ônibus sentido terminal ônibus sentido ícarai e região oceânica Mapa de Topografia
legenda uso do solo: comercial misto institucional
ponto de ônibus
legenda fluxo de veículos: alto (60-70 km/h) médio (40-50 km/h) baixo (20-30 km/h)
residencial unifamiliar residencial multifamiliar áreas verdes estacionamento sem uso
24
demolição
Mapas fonte: elaborada pelo autor
Análise [permanência]
Legenda dos fluxos de pedestres: alto médio-alto médio - baixo baixo eventual pontos de parada de pedestres
[dias úteis] - 9:00h
[dias úteis] - 15:00h
[dias úteis] - 19:00h
25
Análise [permanência]
Legenda dos fluxos de pedestres: alto médio-alto médio - baixo baixo eventual pontos de parada de pedestres
[sáb/dom/feriados] - 9:00h
26
[sáb/dom/feriados] - 15:00h
[sáb/dom/feriados] - 19:00h
Entorno [Conclusões]
A área, inicialmente identificada como residual tomou uma nova denotação — a de espaço potencial — onde o espaço deixa de ser enxergado como uma sobra, um espaço remanescente e passa a ser enxergada como lugar potencializador de possibilidades. O local está localizado dentro da região de planejamento, Praias da Baía, definidas no plano diretor de 1992. E não se encontra protegida por nenhum instrumento de preservação ambiental ou patrimonial. Como mencionado anteriormente, o bairro encontrase dentro das delimitações da OUC prevista para Niterói, onde intende-se requalificar os espaços públicos e ampliar a infra-estrutura. E o mesmo tem como diretriz, dentro da revisão do plano diretor de Niterói, o aumento da densidade demográfica e da oferta habitacional, além da otimização da oferta de infra-estrutura existente, o aproveitamento dos vazios urbanos ou terrenos subutilizados ou ociosos, tendo em vista a melhoria do quadro de vida da população. O centro é caracterizado por sua ambiência urbana majoritariamente comercial e residencial. As margens da avenida Marquês do Paraná e Dr. Celestino existem edifícios de até 14 pavimentos e existe ainda uma área de casas de até 2 pavimentos, muitas delas com referências art-deco, apresentando ambiência de bairro de menor porte, onde os moradores têm um ritmo de vida mais isolado e calmo.
Os hospitais Antônio Pedro e Hospital icaraí, atuam como pontos âncora de concentração e destino de pessoas. A travessia de pedestres se dá a partir de dois pontos: um em frente ao edifício religioso e outro próximo ao HUAP. De acordo com informações presentes no Mapa de Renda e densidade populacional por setor censitário de 2010, presente no Diagnóstico Técnico para a Revisão do Plano Diretor de desenvolvimento Urbano de Niterói, a região em análise, localizado na região de planejamento praias da baia, tem densidade que varia de 3.000,01 - 9.000,00 hab/km2 e renda média domiciliar de 3,001 9,000 reais. Sendo a maioria na faixa de 3,001 - 5,000 reais. As pessoas que transitam pelo objeto de estudo têm faixa etária majoritária de 18-50 anos. E os percursos têm como partida/destino a Av. Amaral Peixoto, avenida com alta densidade comercial, além de ser parada de múltiplas linhas de ônibus e principal via de acesso aos terminal rodoviário e barcas. Em relação à laje que cobre a área do mergulhão, os técnicos da EMUSA explicaram, em reunião no Gabinete da Presidência da Câmara com o conjunto de vereadores, que a mesma foi construída para suportar até 45 toneladas por metro quadrado.1
As principais vias perimetrais são a Av. Amaral Peixoto, a Av. Marquês do Paraná e a rua Dr. Celestino (rota da maioria dos ônibus que saem do terminal rodoviário municipal com destino a região oceânica e zona sul de Niterói).
Principais Problemáticas Da Área Por fim, o que se pode constatar é que o terreno em análise nasceu de uma conformação de avenida e deu lugar ao espaço que se caracteriza como uma interrupção nessa mesma avenida. O estado atual desse espaço é uma interrupção na sua essência inicial de via urbana. Por não ter recebido nenhum uso pelo estado, tornou-se um espaço subutilizado que apresenta aspectos que inibem a permanência de pessoas na área como:
A rua Dr. Celestino também caracteriza-se como partida/destino dos pedestres por ser uma via importante no percurso das linhas que saem do terminal rodoviário com destino aos bairros da zona sul de Niterói e região oceânica. A área é naturalmente movimentada por ser caminho para pedestres e ciclistas que vem e vão do centro, e estar próxima de pontos de ônibus e a edifícios institucionais como hospitais e igrejas. E apresenta uso por atividades de pedestres, ciclistas, pessoas que praticam esportes e vendedores ambulantes.
1 Redação O São Gonçalo. acesso em 02/02/2018 < http://www. osaogoncalo.com.br/geral/24711/emusa-esclarece-reparos-do-mergulhao-damarques-do-parana>
- Proximidade do terreno à via com alto fluxo de carros; - Barulho proveniente dos veículos; - Ausência de sombras; - Ausência de mobiliários urbanos; - Espaço que atua como conexão/passagem;
27
A Aproximação do Estudo de Caso
1
1
2
8
2 3
6
4
5
4 7 5
6
3
7
28
8 fonte das imagens: arquivo pessoal
colagem produzida a partir de imagens do Google Maps
29
Análise [ruídos]
dia útil (22/05/18) 17:15h duração de cada medição: 5:00min
4
3 média:
2 1
final de semana (20/05/18) 15:30h duração de cada medição: 5:00min
média:
1 dba tempo (seg) 72.5 0 72.6 15 71.3 30 74.1 45 72.7 60 71.6 75 67.4 90 68.9 105 73.6 120 66.9 135 68.1 150 75.3 165 72.5 180 70 195 70.5 210 74.7 225 75.1 240 74.5 255 75.6 270 72.1 285 69.1 300
2 dba tempo (seg) 67 0 66.3 15 64.9 30 63.4 45 66.4 60 66.2 75 65.4 90 66.4 105 68 120 71.3 135 67.9 150 67.3 165 52.7 180 72.4 195 65.4 210 68.2 225 67.7 240 65.4 255 67.6 270 66.5 285 65.7 300
3 dba tempo (seg) 66 0 59.5 15 64.3 30 63.7 45 62.5 60 68.4 75 63.7 90 64.2 105 62.3 120 62 135 66.1 150 66.9 165 66 180 70.3 195 58.8 210 60.7 225 67.4 240 63.9 255 65.9 270 65.7 285 63.4 300
4 dba tempo (seg) 72.1 0 68.7 15 70.1 30 66.2 45 71.3 60 66 75 76 90 71.6 105 71.3 120 70.7 135 73 150 72.3 165 72.5 180 68.4 195 71 210 64.5 225 69.2 240 77.2 255 75.1 270 77.7 285 73.5 300
71.86190476
66.29047619
64.36666667
71.35238095
1 dba tempo (seg) 69.9 0 67.6 15 69.9 30 67.8 45 72.4 60 72.8 75 71.2 90 67.6 105 72.3 120 65.2 135 63.6 150 75.9 165 74 180 66 195 64.3 210 75.1 225 70.7 240 70.5 255 70.4 270 71.1 285 69.4 300 69.89047619
2 dba tempo (seg) 67.1 0 61.1 15 60.3 30 65.4 45 63.8 60 63.4 75 70 90 66.1 105 63.9 120 61.9 135 67.6 150 66.6 165 67.9 180 67.6 195 63.3 210 60.6 225 62.1 240 59.8 255 60.8 270 65.5 285 66.5 300 64.34761905
3 dba tempo (seg) 65.1 0 65 15 63.9 30 64.8 45 57.9 60 55.9 75 63.5 90 60.8 105 62.3 120 61.8 135 62.2 150 64.3 165 64.7 180 62.9 195 65.1 210 67.7 225 65.2 240 64.2 255 56.8 270 54.7 285 68.9 300 62.74761905
4 dba tempo (seg) 69.3 0 70.1 15 72.4 30 70.4 45 73.9 60 69.3 75 69.9 90 66.2 105 70.8 120 69.7 135 61.5 150 56.4 165 56.1 180 67.9 195 72.5 210 69.2 225 67.4 240 64.7 255 62.6 270 71.7 285 70.5 300 67.73809524
*medições feitas com decibelímetro calibrado em dBA e level automático
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fonte: NBR 10151
Análises [de campo] Feitas as reflexões a partir do distanciamento do objeto para compreensão do fato, partiu-se para análise empírica e afim verificar de que forma é utilizada para identificação das necessidades dos frequentadores e então marcar os pontos positivos e negativos do espaço potencial para melhor prever os efeitos dos resultados e compor o partido da proposta.
da manhã e final da tarde. Em frente ao HUAP, em média, 15 pessoas de cada lado da via fazem a travessia ao longo do dia.
Em visita a campo, foi realizada uma abordagem dos pedestres da região onde tentou-se identificar como o espaço era apreendido por eles, quais atividades costumam exercer no espaço analisado e quais críticas possuíam sobre o mesmo. Segundo as entrevistas, a área é caracterizada como “feia”, as principais reclamações se voltavam para a demora do sinal de trânsito que resultava em longa espera e que faltavam lugar para “estabelecerse”. Os usuários que praticam esportes relataram achar o espaço bom para as práticas esportivas por ser livre de obstáculos e amplo. Muitas pessoas não demonstraram ter opinião sobre o espaço.
Os moradores do bairro, cruzam área principalmente devido aos pontos de ônibus localizados na rua Dr. Celestino e também tem como destino estabelecimentos comercias de supermercado (Hortifruti e Guanabara), Academias esportivas, localizados na Av. Marquês de Paraná e na rua Miguel de Frias.
Na frente do outro hospital, o Hospital Icaraí, também notou-se a permanência de pessoas na calçada que esperam por suas caronas e serviços de entrega de comida sendo feitos a pé ao hospital Antônio Pedro, de lanchonetes que localizam-se na Amaral Peixoto.
Com base em relatório1 produzido pelo programa Niterói de Bicicleta da Prefeitura Municipal de Niterói juntamente com a ONG Transporte Ativo foi-se feito um mapa com os dados relativos ao fluxo de ciclistas nas Av. Ernani do Amaral Peixoto e Av. Roberto Silveira em Niterói, obtidos através de contagem automática realizada nos dias 13 e 14 de dezembro de 2017.
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Foi observado que moradores do bairro caminham com seus animais de estimação pelas calçadas nos turnos
Biciletas em frente ao HUAP fonte das imagens: arquivo pessoal
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Foi percebido durante vista a campo que o principal destino dos pedestres que cruzam a área é em direção ao Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP). A maioria das pessoas que acessam o local tem como origem a Av. Amaral Peixoto.
Foram contabilizadaS 2489 bicicletas totais no dia 14/12/17 e 56,4% das pessoas que passaram pela Av. Amaral Peixoto foram em direção a Av. Marquês do Paraná, principalmente no turno da manhã de 7h às 9h. E no dia 13/12/17 foram contabilizadas 2914 bicicletas totais, onde 54,8% que passaram da Av. Roberto Silveira foram em direção a Av. Marquês do Paraná, também majoritariamente no turno da manhã.
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As visitas a campo ocorreram em diferentes dias da semana (segunda, quinta e sábado) em horários variados com duração de observação de 20 minutos a cada visita.
Do lado externo do hospital foi verificado a permanência de pessoas, que aparentemente aguardavam atendimento. As pessoas usavam os degraus das escadas, e muretas que tinham sombra para sentar. Na calçada do HUAP, há uma banca de jornal que vende bebias e oferece serviço de xerox. Foi improvisado um bicicletário nas estruturas de um painel informativo.
Av. Amaral Peixoto
Legenda:
Tarde: Fluxo baixo Tarde: Fluxo alto
1 DE BICILETA, Niterói. Relátorios e pesquisas. disponível em: <http://www.niteroidebicicleta.rj.gov.br/index.php/biblioteca/relatorios-e-pesquisas> acessado em 28/04/2018
Manhã: Fluxo alto Manhã: Fluxo baixo
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Conceituação [passagem & permanênica]
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fonte: Geoff Mcfrietge
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Não se trata apenas de uma somatória de espaços residuais à espera de serem preenchidos por coisas, mas se tanto, por significados. Não se trata de uma não cidade a ser transformada em cidade, uma área desprovida de sentido à qual atribuí-lo graças a um qualquer tipo de colonização, mas de uma cidade paralela com dinâmicas e estruturas próprias, com uma identidade formal própria, inquieta e palpitante de pluralidades, dotada de redes de relações, de habitantes, de lugares, de monumentos, e que deve ser compreendida antes de ser saturada ou, no melhor dos casos, requalificada. (CARERI, 2017. p.23)
A pausa em um percurso
Pode-se dizer que o espaço em análise encaixa-se na definição dada por Francesco Careri — arquiteto, professor e pesquisador do Departamento de Arquitetura da Università degli Studi Roma Tre — a respeito dos “Territórios Atuais” Aquelas áreas esquecidas que formam o negativo da cidade contemporânea, que contêm em si mesmas a dupla essência de refugo e de recurso. Lugares difíceis de serem compreendidos e, consequentemente, de serem projetados. Isso pelo fato de eles não possuírem uma localização no presente, de não conhecerem as linguagens do contemporâneo. (...) cuja única forma de cuidado é o abandono. (CARERI, 2017 p.15) Careri diz que esses espaços que muitas vezes são chamados de “não lugares”, espaços difusos e “vazios”, não são tão vazios como podem parecer, e tratam-se na verdade de espaços esquecidos e apagados por nossos mapas mentais, no qual chama de amnésias urbanas.1 Ele propõe a atuação no espaço por meio de ações poéticas e não ações apenas funcionais, mas uma modalidade lúdica capaz de dar voz a toda aquela complexidade da qual o espaço é portador. Essas áreas são, segundo Careri, zonas onde a cidade tira sua máscara e se mostra nua devido àquilo que ainda não se sabe que ela é. São zonas que recusam os projetos homologantes e que, a cada dia, acham a energia e a inteligência para se autodefinir, inventando regras para suas convivências e para suas relações espaciais.2 1 CARERI, Francesco. Caminhar e Parar. 2017. p.21 2 p.29 3 p.30 4 p.56
E defende o nascimento de uma disciplina híbrida entre a arquitetura e a public art, inventando instrumentos de atuar sem produzir necessariamente objetos, nem projetos, mas procurando produzir percursos, relações.3
relacionadas aos fluxos com as atividades referentes à permanência e apropriação dos espaços.
Pretende-se então, usar o espaço analisado, para se valer de sua energia potencial que seu fenômeno oferece para cultivar novas apropriações e atividades, onde possa-se mostrar a sua capacidade criativa e relacional, a ser projetada —como Careri descreve — de forma lúdica, interdisciplinar e participante. O espaço de integração não se produz, apenas, pelos mobiliários e funcionalidades do projeto mas sim por meio de um ato de criação coletiva e principalmente pela identificação que a população possa estabelecer com o plano. A relação com o espaço se dá envolvendo o contexto de cada indivíduo que ali habita. A forma como ele se relaciona, reflete como enxergam o lugar, seu espírito de vizinhança e zelo. Portanto, a partir das possibilidades reais do espaço, almeja-se “liberar o possível” e “produzir o inesperado”4, abrindo espaço para os acontecimentos, deslocamentos, e misturas culturais presentes na complexidade do entorno. Careri defende que a arte, induz a participação e construção no espaço e na cidadania, e que tem a capacidade de produzir curiosidade, entender valores simbólicos e produzir ações imateriais. Então mais do que propor ações projetuais determinantemente funcionais, procura-se melhorar a qualidade da ambiência e preenchê-lo de sentido. Abrindo espaço para o ócio, para improvisações, para o inesperado, para os fluxos existentes e criação de relações. A partir de todas as reflexões quanto a apropriação dos vazios e da observação das práticas e atividades presentes no local, procurou-se associar as práticas
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Partido Duas vertentes emergem como principais linhas de partido:
[
]
Melhorar a ambiência e qualidade do espaço, gerando oportunidades de permanência, explorando os sentidos durante o percurso de quem passa. E para aqueles que param e estabelecem-se — os moradores do bairro, famílias, crianças, adolescentes, namorados, etc — propõe-se lugares de ócio, estar, interação e recreação lúdica criativa.
Despertar o olhar Despertar a curiosidade Provocar a interação com o espaço
o ato de passagem: de todos aqueles que cruzam o espaço como caminho para chegar ao destino que legitimam a requalificação da ambiência sensorial; caminhar perder-se o ato de deter-se: dos curiosos e daqueles que residem no entorno legitimam a criação de espaços de convívio, permanência, recreação e ócio;
descobrir interagir parar
Em oposição ao uso do tempo não produtivo ao sistema de consumo capitalista, onde as experiências recreativas estão diretamente relacionadas ao processo de espetacularização do espaço e o tempo de espairecimento torna-se tempo de consumo passivo3, busca-se a criação de ambientes que possam dar suporte aos acontecimentos de sociabilização e liberdade fora da lógica do consumo. A intenção é, a partir da criação de espaços lúdicos criativos, despertar o olhar, da curiosidade como um convite a interação a cidade.
manter-se sentir f r u i r
pela exploração dos sentidos
visual sonoro tátil olfativo
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A proposta deseja dar oportunidade ao inesperado, à apropriação espontânea e a fruição pela sensibilização dos sentidos. E entende-se que o sucesso, ou não, do projeto pauta-se principalmente no alcance da atribuição —de mais do que funções, mas— estabelecimento de significado e identificação com seu público. A intenção seria a criação de espaços outros que não são nem a proposição ambientalista de uma falsa natureza rústica, nem a exploração consumista do tempo livre4 mas um espaço que se possa interagir e brincar, como as crianças5 através da sobreposição de atividades e usos, que também permitam a geração de novos usos, com disponibilidade à indeterminação.
3 CARERI, Francesco. Walkscapes. 2013. p.98 4 CARERI, Francesco, Walkscapes. p .159 5 171
Jogar com o acaso e o imprevisível é, com efeito, a única maneira de surpreender a cidade, de modo indireto, lateral, lúdico, não funcional, de acabar se encontrando em territórios inexplorados em que nascem novos questionamentos. A exploração não necessita tanto de lugares a serem alcançados quanto de tempo a ser gasto, tempo não funcional, tempo de recreação lúdico-construtiva. (CARERI, 2017. p.104)
Diretrizes e Referências
#referência 01
A partir da definição do conceito e partido, buscou-se através de pesquisa encontrar referências projetuais que expressassem os conceitos referentes à abordagem projetual da apropriação espontânea, o despertar da curiosidade, tratamento da ambiência e oportunidades de permanência.
Projeto tem como conceito a espontaneidade e dinamismo utilizando um elemento que forma parte da vida cotidiana da cultura que é o “Jianzi” (peteca) item que exige a integração social e o uso espontâneo do espaço público. Pode transformar um espaço residual num emocionante pátio de jogos durante o transcurso do jogo.
diretrizes: apropriação espontânea
espaços abertos propícios a coletividade e interação
despertar da curiosidade
pelas cores, texturas, exploração dos sentidos
tratamento da ambiência
oportunidade de permanência
projeto: Janzi Box autores: Sparks Architects localização: Pequim, China data: 2015 fonte: archdaily
criação de marcos visuais, sombras e tratamento das visadas numa escala do pedestre*
oportunidade de ócio, repouso e recreação lúdica proposta mobiliários urbanos
*Escala do Pedestre: Jan Gehl afirma que a visão é como registramos aquilo que está a nossa volta e que dependendo da distância, a experiência se torna mais ou menos interessante e emocionanete. Uma distância de 22 a 25m permite que haja a interação, comunicação pois pode-se ler corretamente expressões faciais e emoções dominantes.
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#referência 02 projeto: Superkilen autores: Topotek 1, Superflex, BIG Architects localização: Copenhagen, Dinamarca data: 2012 fonte: archdaily
Superkilen é um parque que suporta diversidade. Uma coleção surrealista de diversidade urbana global que, reflete a verdadeira natureza da vizinhança local, tendo como ponto de partida conceitual uma divisão em três zonas e cores - verde, preto e vermelho. As diferentes superfícies e cores são integradas para formar um ambiente novo e dinâmico para os objetos do dia a dia. Como uma extensão das atividades esportivas e culturais a Praça Vermelha é concebida como uma extensão urbana da vida interna do salão. Uma variedade recreativa e a grande praça central permitem que os moradores locais se encontrem por meio de atividades físicas e jogos.
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#referência 03 projeto: Sky Spotting Stop autores: SO? Architecture and Ideas localização: Istanbul, Turquia data: 2013 fonte: http://www.soistanbul.com
É uma instalação temporária que protege o pátio do Istanbul Modern (MoMA) enquanto flutua suavemente sobre as águas escondidas do Bósforo. Esta adição efêmera e deslizante à silhueta da cidade serve como um ponto intrigante para o pátio, parcialmente isolado do fluxo urbano, apesar de sua localização central. Enquanto as placas de espelho iluminadas criam um plano de fundo invariavelmente mutável para eventos noturnos, elas proporcionam sombras constantemente oscilantes durante o dia.
#referência 04 projeto: More London autores: Foster + Partners localização: Londres, Inglaterra data: 2003 fonte: geograph.org.uk e arquivo pessoal
More London integra uma ampla mistura de usos dentro de uma nova rede de ruas e espaços públicos. O paisagismo nas ruas e praças inclui plantio de árvores, tratamento da pavimentação com texturas e recursos hídricos e mobiliário urbano. O projeto permite a apropriação pelo público pela presença de um anfiteatro, assim como pelos recursos hídricos interativos.
#referência 05
#referência 06
projeto: Coberturas tensionadas e metálicas autores: localização: Irlanda, Espanha, Austrália fonte: pessoal, Archdaily, Pinterest
projetos: MoMA PS1 YAP 2016 - Weaving the Courtyard autores: Escobedo Soliz localização: Nova York, Estados Unidos data: 2016 fonte: Archdaily
Seleção coberturas tensionadas com foco em melhoria da ambiência.
Cork, Irlanda. 2015.
Instalação na Espanha por Anna & Eugeni Bach
Intervenção criada por artista chamada “Echo Orbit” em Brisbane, Austrália.
Autor do projeto desconhecido
Foi construída uma instalação temporal do MOMA PS1 Young Architects Program, durante a temporada de verão em 2016, onde a proposta cria uma série de intervenções pontuais nos diferentes espaços do pátio afim de gerar atmosferas trabalhando com os muros préexistente.
39
40
Proposta estudo de massas 01
41
Área atual
Área de intervenção
área= 4.189m
42
Fluxos Existentes
Fluxos existente de pedestres
Divisão dos perfis da área
Fluxos existente de pedestres parada/permanência caminhada/fluxo
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Demarcação dos eixos
Principais eixos Fluxos existente de pedestres parada/permanência caminhada/fluxo
44
Demarcação de pontos focais
Principais eixos pontos focais
Inserção malha 10x10 Principais eixos pontos focais
Inserção de pontos de desvio de percurso em um raio de 10m Principais eixos pontos focais raio 10m (diâmetro proporcional a escala do pedestre)
45
Novos pontos de desvio em análise com fluxo existente
Fluxos existente de pedestres
Novo fluxo proposto com possibilidades de caminhos e acesso à área de parada/ permanêcia parada/permanência
Principais eixos caminhada/fluxo pontos focais
Novo fluxo possível de pedestres
raio 10m
Principais eixos pontos focais
raio 10m
46
Definição de massa vegetal de amortecimento entre fluxo de automóveis e de pedestres parada/permanência
Inserção de texturas por meio de topografia nas extremidades e criação de oportunidade de recreação parada/permanência
caminhada/fluxo Novo fluxo possível Principais eixos
topografia
pontos focais
pontos focais massa vegetal raio 10m
massa vegetal
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Mancha de uso das atividades recreativas e de permanência a partir das fachadas existentes
Prosposta de intervenção para a área
Novo fluxo possível parada/permanência
topografia
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parada/permanência
topografia
pontos focais
pontos focais
massa vegetal
massa vegetal
espaços para permanência e recreação
espaços para permanência e recreação
49
Proposta Final
50
A Proposta O estudo de massas anterior serviu como base para algumas reflexões e compreensão do espaço objeto de intervenção. A forma da área foi conformada como consequência da sedimentação dos tempos. Assim, o espaço que inicialmente apresentava-se como área residual e ao longo do trabalho se mostrou na verdade como área potencial para a proposta.
3 apropriação social
Assim como essa sedimentação ocorreu de maneira gradativa e de tempos em tempos desenhou o espaço, a intervenção a ser proposta se desenvolverá sob a perspectiva de diferentes tempos de implementação.
vegetação consolidada + consumação da apropriação ideal e seus deslocamentos, atividades mistas e acontecimentos inesperados
Com isso em mente, o projeto terá 3 etapas de implantação:
2 elementos construtivos + mobiliários
1 instalação urbana
implantação do projeto de praça: ciclovia, elementos de paginação de piso, mobiliários urbanos e iluminação
com o intuito de chamar atenção para o espaço que ainda não é nada, mas a intervenção atua para o despertar visual do espaço que vai acontecer
51
#1 ETAPA: intervenção urbana
A primeira fase, denominada de fase de instalação urbana tem como papel anunciar o projeto que virá, despertando o interesse do público para o projeto. A instalação será implantada no terreno do jeito que esse se encontra hoje. Durante entrevistas com transeuntes e moradores da área quando foi-se perguntado o que os mesmos acham da área ou o que sentiam que faltava ali, a grande maioria demonstrou não ter opinião sobre a mesma e só pareciam se despertar a olhar área com algum interesse e curiosidade após a pergunta. A partir desse contato, notou-se que o público que transita pela área no geral, presta pouca ou nenhuma atenção naquele espaço. A intervenção tem como conceito atrair a atenção e despertar o olhar para o espaço. Para isso, utilizou-se elementos lúdicos na área a fim de captar o público. Essa fase é composta por 3 intervenções que se desenvolvem ao longo do terreno e serão aproveitadas na próxima etapa que virá.
1.a - intervenção de hastes flexíveis balançantes Como um dos principais pontos de acesso a área é através da calçada da rua Amaral Peixoto e tomando como referência as árvores existentes na Pr. Manoel Avelino de Souza na rua Amaral Peixoto, “árvores flexíveis” são propostas como ponto focal marcando a vista de maneira a chamar atenção para uma das “entradas” da área. 1.b - intervenção de estrutura tensionada + vegetação
a
O centro do terreno é o coração das atividades. É onde entende-se que há um espaço mais susceptível para a prática das mesmas. Sendo assim, a intervenção aqui tem como intuito despertar o envolvimento dos que passam. Por isso, estruturas metálicas sustentam a intervenção que permite que o usuário interaja e altere a conformação suspensa das esferas espelhadas e terrários. 1.c - intervenção estrutura metálica e cabos atirantados Assim como o espaço 1.a, nesse trecho do terreno também pode ser identificado como um dos principais acessos dos pedestres que circulam na área, apesar de sua estética estreita. A intervenção aqui tem como proposta convidar o transeunte a olhar para cima e reconhecer o espaço. É proposto um caminho coberto por cabos atirantados a fim de obter sombras com diferentes texturas no piso que mudam de acordo com o movimento do sol durante o dia. E também explorar os sentidos ao atravessar a região sombreada pelos cabos que juntamente com os aspersores de água, criam um microclima local.
52 Image © 2018 DigitalGlobe Image © 2018 DigitalGlobe
b
c
#1 ETAPA: intervenção urbana
a
São propostas hastes metálicas flexíveis, soldadas abaixo do piso, que permitem um leve deslocamento quando forças são aplicadas, com discos reflexivos soldados na extremidade, que produzem sombras que se movimentam.
53
#1 ETAPA: intervenção urbana
01
b
54
Pórticos metálicos criam uma ambiência que através de roldanas e cordas sustentam esferas espelhadas e terrários, onde o indivíduo é convidado a interagir e alterar as alturas, criando um novas formas.
#1 ETAPA: intervenção urbana
01
c
01
Estruturas metálicas sustentam a instalação de cabos coloridos atirantados.
55
#2 ETAPA: elementos construtivos + mobiliário A segunda etapa da implementação do projeto se caracteriza pela concretização dos elementos da praça em si. A proposta tem como intuito ser um convite para a vida urbana. E ser um ponto de encontro multifuncional capaz de acomodar uma ampla variedade de atividades, com espaço cotidiano dinâmico criado tanto para os grandes eventos quanto para as pequenas atividades cotidianas. A fim de melhorar-se a ambiência é dado tratamento à pavimentação sendo revestida com novo material e a cor vermelha é aplicada para atrair o olhar. O uso de topografia é aplicado com o intuito de criar espaços recreativos e ambiências mais interessantes brincando com alturas e criando novos espaços. Apropriando-se das fachadas cegas dos muros, foi proposto uma arquibancada que convida o usuário a subir e instalar-se. Árvores foram propostas tanto ao longo da arquibancada, quanto ao longo caminho, para melhoria do bem-estar e gerar sombras. Recursos de água são propostos no piso com a finalidade de criar situações recreativas, principalmente para crianças. Outro aspecto que se tentou melhorar na área foi a ausência de sombras, por isso, foi criado coberturas tensionadas ao longo do passeio para amenizar o desconforto do calor e ofuscamento visual. O projeto visa integrar o fluxo tanto de pedestres quanto de ciclistas, e por isso foram alocadas bicicletários para estimular a parada e desfrute do espaço pelos mesmos.
56
17,63
29,34
4
18,27
22,6
44,90 2,90
7,60 2,98
50,55
detalhe 05
44,79
A= 4.330,08m2 16,85
ada
7,00 calç
8,40
a de Saíd ulos veíc
3,00 via Ciclo
57 30,9 1
10,00 10,00
10,00
7,00
8,40
3,00
58
13,57 10,87
27,93
3,44 7,39
,70 9,95
9,46
,81
6,12
6,11
,25 ,25
22,89
,00
20,81
20,77
5,55
7,48
5,55
16
,25 ,25
5,55
3
25,5
7,48
16,60
6
26,3 6
7,48
10,7
4
26,3
4,00
4,00
4,00
4,00
4,00
4,00
4,00
4,00
4,00
4,00
4,00
4,00
59
2,98
1,00
7,60
2,90
44,90
1,00
8,71 ,70
3,26
1,00
1,00
9,06
7,61
1,9
6
1,00
18,27
1,7
1,00
,72
1
1,00
45,41
21
,53
1,00
50,55
6,18
,50
4 22,6
30,9
1
4,00
4,00
4,00
4,00
2,20
3,54
,50
1,00
7,00 8,40 3,00
60
,50 1,00
3,85
1,00
2,20
16,85
2
58,1
9,18 8,17
8,76 5,53 7,68
9,81 8,60
4
11,9 8
10,8
8,24 6,35
4
3,54
8,86
5,69 1,99 2,96 2,26
9,89 10,68 12,21 7,43
4,86 1
1
7,53 2 11,0 9,37 54,8
2,08 1,71 1,90
30,9
14,75 10,29
7 12,8 0 14,5 4 16,2 3 18,1 1
21,2
2,48
1,92 1,79 2,35 1,58
2,91 2,35
3,22
2,86 3,76
2,19 3,26
,80 50,55
5,25
18,27
16,85
4,33 44,90 2,90
7,60 2,98
3,23
22,6
5,34
45,41
17,2
0
61
Cortes
detalhe 03
detalhe 04
praรงa
praรงa
62
mergulhรฃo
ciclovia
ciclovia
via
calรงada
via
calรงada
Detalhes
63
2,98
2, 7,98 60
7, 2,60 90
2,90
Detalhes
64
55,14 55,14
#3 ETAPA: apropriação social E por fim, a terceira etapa se caracteriza pela consumação das atividades de interação, passagem e fruição, assim como a consolidação da vegetação que terá atingido seu crescimento desenvolvido. Baseando-se nesta ideia, a proposta é que seja um local onde a população esteja integrada com o meio e utilize-o de maneira a melhor atender suas necessidades diárias e demandas. Um lugar para os cidadãos se reunirem nas arquibancadas para aproveitar os dias, realizarem feiras, ou para experimentarem pequenos shows e apresentações ou atuar como espaço para as crianças brincarem. Entende-se que o projeto deve funcionar como um espaço de oportunidades. O projeto atua como um todo visual onde os elementos individuais se complementam em uma composição coerente reforçando as atividades do dia a dia e também desenvolvendo novos usos ao longo dos horários do dia e ano. Portanto, entende-se como local para liberar o possível e produzir o inesperado, onde o espaço é aberto para os acontecimentos, deslocamentos, e misturas culturais presentes na complexidade do entorno. Através de representações foram criadas simulações de possíveis maneiras de apropriação.
65
Simulando Situações
66
67
68
69
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