Devaneios de um "planeta" qualquer

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07 de fevereiro de 2014 - #180 Leia ouvindo ♫ Volta pra mim - Zangaia ♪

Devaneios de um ‘‘planeta qualquer... ‘‘

Esta está na ponta da língua da galera: hoje é dia de...? Ah, claro, Planeta Atlântida! Pode gritar à vontade, pois a edição de 2014 começa nesta sexta-feira em solo gaúcho. É vale-tudo! Alguém duvida das loucuras que muitos já fizeram e fazem para estar nesse “mundo à parte”? E se um Planeta já endoidece muita gente, imagine quando você acumula histórias de oito edições e se prepara para mais uma. Pois é. Fãs de carteirinha do festival podem ter inveja do planetário Eduardo Lopes. É totalmente compreensível.

Dudu, como é conhecido pelos amigos, garante que, nesse meio-tempo, já passou por todo o tipo de sufoco: dos mais clichês, como banho de chuva, ir embora sozinho - depois de perder o restante da galera - e comer os famosos “xis tudo”, até as situações mais inusitadas, como uma das edições em que ele e mais dois amigos decidiram ir de última hora para o evento, faltando apenas uma semana. “Foi em 2007, já era o meu quarto Planeta, mas esse foi, também, o melhor que já vivi!”, afirma Lopes.


Bom, mas naquele ano, o início dos perrengues começou antes mesmo de chegarem lá, e como eles não tinham lugar para ficar, o jeito era correr contra o tempo e procurar locais que ainda estavam disponíveis para aluguel. Demorou um pouco, mas encontraram uma pousada com a diária custando a bagatela de R$ 30. “Nem acreditamos quando vimos o valor, mas, também, como cada real economizado já era motivo de comemoração, nem nos preocupamos como seria o lugar. O importante, naquele momento, era garantir onde dormir e poupar grana.” E lá se foram os três mosqueteiros, que na época possuíam de 18 a 19 anos de idade. Até aí, tudo aparentemente normal. Eles já tinham entrado em Capão da Canoa e estavam tentando encontrar o endereço da pousada. “Paramos em frente de uma construção a fim de pedir informações do local para um cara que estava pela rua. Para nossa surpresa, ele respondeu que o lugar era li mesmo. Puuutz, pensa no pavor!”, relembrou Dudu. Sem falar que, para ajudar, a tal “pousada” era mais longe do que o esperado da Saba. “Como a pousada estava em obras, tivemos que aturar, de sexta a domingo, o cheiro terrível de cimento! Era reboco para todo lado, e a única coisa pronta ali era a porta! Eram dois cômodos, onde um era o banheiro que, pelo menos, era 'utilizável'. O quarto tinha uma cama de casal e outra de solteiro. Ventilador? Era lenda! Havia também uma pia, um fogão e uma geladeira. No entanto, nada funcionava”, recordou. Completando a lista de “antimordomias”, como grana não era o forte dessa galera, era omelete, queijo e presunto o tempo todo. “E toda vez que precisávamos usar uma geladeira, não tinha jeito, era a do dono da pousada. Ele era bem gente boa, mas nas últimas vezes que batíamos na porta dele, já ouvíamos um 'vocês de novo?'. Enchemos o saco, isso é certo!”

Este ano, o que moveu Dudu a enfrentar todos esses sufocos, mas também alegrias que só quem vai, sabe, foi a vinda da Banda The Offspring. “Pirei quando descobri que eles iriam estar no Planeta 2014! Mas em si, o festival é demais! Se (sic) curte muita música boa por todo o lado, e muita gente nova acaba se conhecendo”, indicou. Ah, e para ele, que irá repetir a experiência pela nona vez, o Planeta é muito mais do que um evento de música. “As experiências que vivi durante esses anos contribuíram muito para o que sou hoje. Curtir Planetas me motivou a aprender a tocar guitarra, e hoje eu tenho uma banda de reggae, a Zangaia”, disse Eduardo.

Para quem quiser conhecer o trabalho da banda, está mais do que convidado a acessar o www.zangaia.com.br

A recompensa - guardada até hoje! “E como a gente cansou caminhando! Curtimos vários shows na pista principal, mas como o que eu mais esperava era a apresentação do NXZero, fomos também para outros ambientes. Eles fizeram show em um dos palcos alternativos naquele ano, e o espaço era bem bacana, pois dava para trocar uma ideia com os integrantes”, recordou Lopes. E é daí que vem uma das melhores lembranças de Eduardo. “Eu estava falando com o baixista do Seu Cuca, o Pedro Sol, e pedi uma palheta, mas ele não tinha nenhuma para me dar. Sem mais, nem menos, ele foi para o camarim e, na volta, trouxe uma pele de bateria autografada por todos os integrantes da banda para mim! Foi demais! E, de quebra, ainda consegui autógrafo dos caras da NX nela! Bom, não larguei aquele 'negócio' o resto do Planeta e tenho, até hoje, guardado comigo”, contou.

textoKelly

Raquel Scheid Kerber

fotosDouglas


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