Caderno Mazup, de 26.10.12, #ed 114

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Seu lugar ĂŠ o

mundo 26 de outubro de 2012 - #114


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Que bola fora

por Kátia Eckert

Dona Marisa! 2

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Pedro Wolfart

1. O colete é uma ótima peça para o vestuário masculino, ele passa um ar de chique despojado. Aqui, o colete está combinado de maneira bem informal, pois o Pedro usou-o com camiseta e jeans. Além disso, o colete possui um capuz, e o tecido é de moletom. 2. As calças jeans de uma cor só estarão bem presentes no verão no guardaroupas de todo mundo. O legal é que dá pra fazer combinações bem fortes, deixando o look bem imponente.

Luana Nied

1. A cor branca e o off-white são fortes apostas para o verão 2013, pois nos conduzem à paz e à reflexão interior. Tanto na decoração de interiores quanto na moda, essas nuanças estão sendo muito requisitadas. 2. Para quebrar esse visual monocromático de Carminha, vale apostar em acessórios e outras peças coloridas, como os neons e as candy colors. Aqui, a Lu usou este blazer feminino pink, deixando o look vibrante e muito bonito.

O comercial “Homenagem” das lojas Marisa que vem sendo veiculado em rede nacional está causando um buzz (comentário) negativo - para a marca - nas mídias sociais. Para quem ainda não viu o comercial, ele mostra uma modelo linda e magra, enquanto o seguinte texto é narrado: “Essa é uma homenagem a todos vocês que me ajudaram a chegar aqui, a todos os chuchus que eu comi este ano, aos pepinos fatiados, baby cenouras, quinoas que acalmaram meus momentos de ansiedade. Uma justa homenagem às leguminosas e sopas ralas que fizeram minhas refeições menos alegres, mas que farão o meu verão mais feliz.” No final do comercial, ela desfila a caminho da praia enquanto alguns rapazes a observam. Na segunda-feira, o grupo feminista realizou um ato contra a veiculação dessa propaganda, por considerar de conteúdo machista e por disseminar a di-

tadura da beleza e da magreza. As meninas foram para frente de uma das lojas, foi uma manifestação silenciosa, mas que está dando o que falar. Bom, ninguém precisa ser magra ou gorda para ser bonita. Isso nós sabemos. Mas também sabemos que a maioria das mulheres gostaria de eliminar peso, nem que sejam aquelas graminhas que ganhou nas férias, então acho hipocrisia detonar totalmente o comercial, eu detonaria só uns 95%. Rá! Como a parte em que ela fala das quinoas e refeições menos alegres! Poxa gente! Menos alegre? Precisamos de alegria! Mulheres mais felizes são naturalmente mais bonitas. E como a parte em que os caras ficam babando pela modelo... Meio comercial de cerveja, mulher objeto, bagaceiro. E você, o que achou do comercial? Passa lá no blog e me conta! Ainda não viu? Vai lá que tem vídeo - se não tirarem do ar.


Um até logo da

5ª Gincana Ules/DCE Univates O sábado foi um dia muito especial. Um dia de comemorar, integrar e se divertir. E também de dizer adeus à 5ª gincana Ules/DCE Univates. Veja o recado que a galera da organização deixou para todos que indiretamente ou diretamente participaram da gincana. fotos Cássio Bonfandini

RESULTADO

Foram dez meses

de muito trabalho voltado a fazê-los se divertir, a formar líderes, proporcionar uma válvula de escape dos problemas, um lazer, uma alegria, uma família. Trabalho que valeu a pena só de olhar o sorriso e as lágrimas na cara de cada um. Para construir algo bom e transparente, papel fundamental assumiram as equipes. Sem vocês, nada disso seria possível. Este ano é visível a união construída em cada uma. Todas deram a vida por essa gincana. Vimos vocês fazerem coisas incríveis. Desde procurar fotos a pé, ensaiar noite e dia, dançar com o pé literalmente quebrado, encarar noites mal dormidas atrás de tesouros, enigmas, fotos, gatos pretos, bíblias e etc. Gravar vídeos em situações meio tensas. Comer alho, mortadela, goiabada entre outros e não vomitar. Correr embaixo de sol, nadar em riachos, rios, resistir. Aceitar uma nova partida de vôlei. Conseguir dançar mesmo algumas coisas dando errado. Enfim, doar-se de corpo e alma. Quantos aqui não faziam ideia do que era ficar um tempo em casa com a família ou ficar com os amigos que não fazem parte desse ciclo gincaneiro? Alguns ainda não sabem. Quantos seguraram a dor física e emocional? Quantos enfrentaram desafios que jamais pensaram ser capazes? Quantos se deram a oportuni-

1º - Vikings 2º - Hunters 3º - Pardais 4º - Ghostbusters 5º - Woodstock 6º - Rocket

dade de se conhecer melhor. De evoluir. Quantas amizades novas, quantas velhas reforçadas. Quantos amores, quanta cumplicidade. Quanta oportunidade, empenho e dedicação. Juntos construímos uma grande família e realizamos uma das melhores gincanas dos últimos tempos! Melhor não por ser perfeita e sim por seus acertos terem sido maiores do que os erros. Agradecemos a cada um de vocês pelo respeito, pela compreensão, por nos divertirem tanto e nos arrepiarem com tanta demonstração de carinho, motivação, dedicação, garra e espírito gincaneiro. Vocês fizeram da 5ª Gincana Ules/DCE Univates, um espetáculo digno dos melhores elogios. Por isso, todos são verdadeiros campeões! Parabéns, equipes e comissão! Não há medos que limitem nossa coragem. Vocês são demais! Um agradecimento também aos nossos apoiadores que fazem o evento possível a cada ano: Univates, DCE/Univates, Ules, Vonpar Alimentos, Subway, Mazup, Aplle Club, Cometa papelaria, Decisão Pré-Vestibular, Galera’s Rock Bar, Diretório Acadêmico Jusvale, Suiça, Scooby-Doo Lanches, Posto Faleiro, Seara e Oxigênio Soluções em TI.


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Entre Lajeado e o resto do

mundo

Há cinco anos, ela resolveu juntar duas malas e embarcar para a Nova Zelândia sem perspectivas de voltar. Fernanda Soares tinha então 22 anos. Mas como o planeta é redondo, ela voltou e se tornou especialista em intercâmbio. O mundo virou o seu lugar. Ela o gerencia de Lajeado


“Você só consegue ficar fluente e ‘pegar’ segurança em falar um outro idioma quando faz o intercâmbio. Quando se está fora, você vive isso o tempo todo, no pub, no trabalho, com as pessoas na rua. Não tem como não aprender.”

♫ leia ouvindo Born To Be Wild, Steppenwolf ♪

Mesmo sem dominar

o inglês, juntou toda a vontade do mundo e como numa versão mais curta de Júlio Verne, em A Volta ao Mundo em 80 Dias que girou por esse planeta redondo, Fernanda morou dois anos no Oceano Pacífico. Hoje, aos 27, coleciona histórias, se tornou proprietária da Experience e se diz empresária por opção e viajante por vocação. “Divido meu tempo entre Lajeado e o resto do mundo.” Viajar sempre foi algo inerente à vida de Fernanda, e ela hoje compartilha suas experiências como colunista no Mazup. Escreveu sobre Londres, Irlanda e tantos outros locais tentadores. Gosta de ler. Embora viajar seja sua maior viagem. De riso solto e inglês fluente, não sobrou nada da garota inexperiente que embarcou para o Pacífico contrariando os pais. O crescimento veio a galope, porque o intercâmbio o forja. E é essa história de vida que ela conta aqui, para que muitos se identifiquem com ela, afinal, muita gente planeja fazer intercâmbio e vivenciar culturas, línguas e países. Em um planeta sem fronteiras, é preciso derrubar todas as linhas imaginárias, ultrapassar todos os oceanos e conhecer todos os continentes.

O intercâmbio como fuga

Fernanda era estudante de Comércio Exterior, tentava vários empregos e sempre perdia vaga por não dominar o inglês. Esse foi um dos motivos que a fez deixar o Brasil aos 22 anos. Contra a vontade dos seus pais, embarcou cheia de sonhos para a Nova Zelândia, deixando para trás amores, amigos, família e a promessa de retorno com sucesso. “Costumo dizer que o intercâmbio para muitos é uma fuga. E eu vi naquele momento - aos 22 anos - que era a hora da minha fuga.” Lembra, como se fosse hoje, do pai dizendo: “Fernanda, se você quiser vá, mas não volte chorando dizendo que deu errado”. Naquele momento, a garota recebeu a sentença e um fardo. Percebeu que a jornada seria longa. Fernanda não foi somente em busca do idioma. A liberdade apontava no horizonte. Independência, maturidade. Eis um tripé que somente um intercâmbio lhe daria. “Na época, eu tinha pouca grana, pois meus pais não conseguiam bancar uma viagem para mim. Então juntei o pouco que eu tinha e me mandei.”

Faxineira, fascinante Ela sabia que seria difícil pelo fato de não dominar o inglês. Teria de trabalhar em empregos informais. Mas seu sonho era maior do que o medo. Nunca havia feito uma faxina na vida. E foi este seu primeiro emprego: cleaner. “Naquele dia limpei uns 30 banheiros. No final do dia, meu corpo doía muito, parecia que eu tinha levado uma surra. Fui faceira para casa com os meus 50 dólares no bolso e o corpo dolorido.” Fernanda trabalhou em restaurante grego, japonês, indiano, brasileiro, em asilo, balada e pub. “Posso afirmar que de fome eu não morro.” Durante esse tempo consegui juntar dinheiro e estudar inglês. Assim que juntava a grana, investia tudo em curso. Com o dinheiro que ela trouxe, veio parar em Lajeado com as duas únicas malas. “Era única coisa que eu tinha.” Seu novo sonho era abrir a agência de intercâmbio. Como sagitariana, Fernanda é determinada, costuma dizer para a pessoas que por mais impossível que sejam os sonhos, deve-se acreditar neles. Ela acredita que fazer um intercâmbio não é somente ir em busca de um novo idioma. Uma viagem proporciona maturidade, uma outra visão de mundo.

Texto Andréia Rabaiolli conteudo@mazup.com.br foto Luca Lunardi locação Sonhar Sleep Center


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Download para o amor

s a c i n ô t i p

por Andréia Rabaiolli conteudo@mazup.com.br

Cena 1

Navego por esses mares virtuais. Na lua cheia, no quadrado minguante, no quarto crescente vejo as marés refletidas nos rostos vincados açoitados pela solidão. No outro lado da tela, pessoas que vivem em frações. Meia dúzia de ovos, um quarto de bolo, dois tomates a serem dispostos no canto de uma mesa da família de uma só pessoa. Gente que cerceia o próprio eu em companhia de vultos cibernéticos. Todos deslocados de si mesmos. Ímpares. Que vivem a vida no singular e na primeira pessoa. O som da televisão quebra a monotonia do tec tec do teclado, notas únicas de um ambiente amorfo. Tem si, sem sol. Muito dó, alguns em ré. Outros em lá. Mas falta o fá, de fazer acontecer. Uma casa farta de pessoas pianinhas, envoltas em uma sinfonia particular. Sem melodia. Desafinam da alma. Evocam sons guturais. Sangram e singram para aportar em outro cais. Lançar âncora em algum porto seguro, com o foco de vencer a calmaria de dias híbridos. Transeuntes do ciberespaço que buscam um destino a quatro mãos, um link real, casa cheia de vozes vívidas. Um download para o amor.

Cena 2

As portas batem dentro de mim. Sinto os ventos chegando pelos pés, atucanam meu calcanhar de aquiles, causam chiado na espinha dorsal e vão parar no córtex cerebral. Vêm me dizer coisas que o coração pediu. Querem ajudá-lo a me convencer de coisas que há muito tempo sussura e eu não escuto. Os ventos me xingam, ceifam minhas justificativas rasas. E eu penso que sou compensado. Uma ripa fina. Eles sopram forte e me desabonam de qualidades. Bradam que eu não sei ser madeira nobre. Nem parece que nasci pau-brasil. Pegam no cós das minhas geleiras. Mandam eu me livrar de minhas paranoias já rançosas e mofadas. Escuto um barulho surdo. É a ventania indo embora. Agora sobra a mim de novo. Impregnada de paranoia. Eu não me deixo em paz.

Cena 3

A vida é mesmo uma pista de via rápida. Passamos por ela velozmente, muitas vezes sem nos depararmos para olhar as placas impressas com as nossas sensações. Cento e dez, cento e vinte, cento e sessenta. O coração turbinado indica um horizonte cheio de possibilidades. Talvez mais azul ou trêmulo, não interessa. Não precisamos saber pra onde vamos, só precisamos ir. O mote é esse. E eu amo cantar essa ideia com os Engenheiros do Hawaii. É muito bom permitir ao vento de nossas emoções corar o rosto. “Estamos vivos e isto é tudo/É sobretudo a lei da infinita highway.”

ilustração Joana Heck


curtimos

A estudante de Farmácia Bruna Monteiro, de 23 anos, chegou, mês passado, à Espanha para fazer intercâmbio de um ano em Santiago de Compostela. Além de estudar muito, Bruna está prestes a fazer o Caminho de Santiago. Ela vai passar entre cinco e sete dias caminhando cem quilômetros. Esse caminho é mundialmente conhecido como a busca do autoconhecimento. Será que a Bruna voltará outra guria de lá?

fotos divulgação

Caminho de Santiago

#100face Quem tentar interagir com Luiz Pedro Marin no Facebook não vai conseguir. Ele decidiu participar de um projeto chamado 100face, no qual a galera vai ficar cem dias sem entrar na rede social. Luiz Pedro entrou na vibe por ver que desperdiçava horas olhando a timeline do Face. Ele já completou 33 dias sem logar na rede e no começo se sentiu estranho, mas agora consegue administrar o sentimento e distribui melhor seu tempo. Inclusive está conseguindo terminar um livro que antes não tinha tempo para ler. Curtiu ou não curtiu?

Skate Downhill Em novembro ocorre o campeonato mundial de Skate Downhill, que é dividido em várias etapas, são disputadas em países como EUA, Alemanha, França, Itália, entre outros. Aqui no Brasil será em Teutônia e Guaíba. Em Teutônia rola no dia 9 de novembro, na descida da Lagoa da Harmonia. A galera que vai representar a região é Tiago Lorenzoni e Fernando Agnoletto.



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