Caderno Mazup, de 26.10.12, ed 115

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Sem hipocrisia:

vamos falar de maconha? 2 de novembro de 2012 - #115

foto Luca Lunardi


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Doces, rugas ou travessuras?

por Kátia Eckert

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Ede Avila

1 - A camisa listrada ou lisa veio para tomar conta no lugar da xadrez. Apesar de que o xadrez continua a vir de maneira mais minimalista com o estilo vichy (toalha de piquenique) ou em detalhes como este do punho, feito para aparecer quando a camisa é usada remangada. 2 - A calça pode ter mais detalhes ou até uma estampa se a camisa for lisa. Esta do Ede é listrada, porém as listras são bem fininhas e parecem ser de uma cor só.

Milena Fernandes

1. As franjas mais finas e leves que lembram as melindrosas são um dos elementos de estilo mais requisitados da primavera-verão, pois a moda está sendo muito influenciada pelos anos 1920. Já vimos, no inverno, as franjas de couro, mas estas tem a ver com o estilo folk dos anos 1970. As franjas ficam ótimas em blusas, saias e vestidos; as mais finas ficam bem em ocasiões mais requintadas. Combine-as com um salto e alongue a silhueta.

Em tempos de festas de Halloween na gringa, a tradição do Dia das Bruxas se estende ao nosso país, e aos poucos vemos alguns hábitos americanos invadirem até mesmo Lajeado. Há alguns anos, crianças fantasiadas batem à minha porta pedindo doces. Como não costumo ter estoque de doces e como aqui não se faz muito alarde com essa história de “doces ou travessuras”, acabo esquecendo e tenho que negociar um pacote de bolachas ou outras coisas com as criaturinhas barulhentas. Bom, desta vez estou preparada. Mas não vim falar de Halloween, vim falar de doces, mas de doces que podem ser bonzinhos e não os vilões ou monstros da nossa dieta. Sem adição de gorduras e açúcares, um bom exemplo de amigo da nossa beleza é a bala de goma à base de colágeno hidrolisado. O colágeno é uma proteína que tem como função principal

dar sustentação às células. As balinhas de colágeno, também conhecidas como balas de gelatina, desempenham no organismo um papel bem semelhante ao das fibras, e o melhor é que têm poucas calorias. Mas não é só a pele que lucra com essas balas. Seu consumo ajuda a controlar o apetite exagerado, o que pode ajudá-la a manter o peso ou mandar embora alguns quilos indesejados, claro que isso aliado à reeducação alimentar. Além do mais, outros princípios ativos podem ser adicionados à formulação, resultando em novos benefícios. Já existem diversas marcas de balas de colágeno no mercado que são facilmente encontradas em farmácias e em lojas de suplementos. Antes de começar a ingestão, o ideal é que se busque a orientação médica, para que a dosagem seja estipulada de acordo com as necessidades de cada paciente. E nada de travessuras, viu? :P Beijo.

Caderno produzido pela empresa Mazup Entretenimento Ltda. e encartado semanalmente no jornal O Informativo.

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foto Luca Lunardi

Maconha pivô de discussão

♫ leia ouvindo Snoop Dogg & Wiz Khalifa - Young, Wild and Free ♪

Estudante que fuma maconha há cinco anos defende legalização em cafés c autorizados. au Mas psiquiatra a alega que erva pode levar à psicose


A erva no centro de uma discussão

cada vez mais acirrada e moderna. Em maio, quando ocorreu a marcha da maconha em Porto Alegre, quem participou da manifestação na capital conseguiu espantar os passantes do Brique da Redenção com frases fortes como “Dilma Rousseff, legalize o beck”. Fininho, baseado, Maria Joana. Da boca do usuário de maconha saem apelidos carinhosos para a parceria de viagem mental. É cada vez mais comum as mobilizações para descriminalizar a droga. Zeca - um jovem de Lajeado que tem 20 anos e fuma há cinco - acredita que a erva deveria ser legalizada. Nesta entrevista, ele vai explicar os motivos. Zeca não é seu nome verdadeiro. Estará aqui sob nome fictício. Contaremos sua história, sua idade e suas justificativas. Ele nunca foi à Marcha da Maconha, mas a acompanha pela imprensa e internet e vê que ela ganha adeptos. De um lado, a marcha, de outro, psiquiatras que alertam que a maconha pode causar psicose.

O início do vício

Zeca começou a usar maconha com 15 anos. Ele queria fumar para sentir a “sensação de paz” que a planta proporciona. Reconhece também que a influência de personalidades, artistas e cantores que fumam maconha foi fundamental para que enveredasse por esse caminho. “Sempre me identifiquei com esse estilo de ser.” Sendo assim, Zeca foi se tornando “amante cativo” da marijuana. “Em dias de semana, eu fumo pouco, no máximo quatro baseados.” Mas nos fins de semana, quando está com os amigos, a quantidade aumenta: “Em compensação, o uso de álcool diminui muito.” Com isso, ele quer defender a maconha. Ele narra a sensação e o prazer da erva. “Eu sinto uma sensação de paz que passa pelo meu corpo e vai pra mente. Sinto vontade de rir, sinto muita fome, que é a famosa ‘larica’ e sono no final do efeito da erva.”

As razões

O jovem de 20 anos acredita que a maconha deveria ser legalizada pela Justiça. Ele não gosta da palavra “liberada”. “A expressão ‘liberada’ dá a impressão de liberou geral e, isso, principalmente no Brasil, pode se tornar perigoso.” O uso deveria ser autorizado em cafés e dentro de residências. Zeca defende que a legalização traria benefícios, pois diminuiria a força do crime organizado, reduziria o contato do usuário com o traficante, geraria cobrança de impostos para investimentos em saúde, educação e segurança. “Também sou a favor do plantio caseiro. O usuário planta uma quantidade para consumo próprio e não depende de terceiros para conseguir a planta.” As pessoas estão fumando cada vez mais, provando que a lei

que está em vigor hoje só contempla o traficante. Ele diz que muitos fumam pela adrenalina de ser proibido e estar fazendo algo ilícito; outros por moda; e outros gostam mesmo da planta. Zeca não é o único. Tem muita gente a favor da Maria Joana. Há um movimento social que luta pela legalização no Brasil. A Marcha da Maconha reúne milhares todos os anos. Mas eles relutam em mostrar os rostos, principalmente em cidades pequenas como Lajeado. Os manifestantes lutam para ter o direito de cultivar a erva em casa. Eles acreditam que a descriminalização acabaria com a violência da máfia organizada.

Psiquiatra é contra

A maconha teve uma trajetória oscilante ao longo do tempo. Ora considerada inócua, ora bandida, ora mocinha, ela viveu perseguida ou incentivada nas mãos de uma humanidade bipolar. No início do século 20, era liberada no Brasil, mas o hábito de fumá-la era relegado aos marginalizados. Décadas mais tarde, o país embarcou na onda proibicionista, e a maconha entrou na ilegalidade, baseada na premissa de que ela é prejudicial à saúde. O psiquiatra Alexsandro Bennemann - que lida com dependentes químicos na região - é contrário ao uso. Ele enfatiza que cada vez há mais indícios de que a maconha está associada aos riscos de causar esquizofrenia “em indivíduos que sejam predispostos”. O profissional diz que hoje há uma certeza: a canábis altera a percepção de sons e cores e pode levar à psicose. “O seu uso frequente causa lentificação do pensamento, gera falta de iniciativa, a pessoa fica paradona.” Bennemann é contra o uso da erva mesmo para fim medicinal. Na medicina, a maconha seria indicada para espasmos e dores decorrentes de esclerose múltipla, lesão medular ou câncer, náuseas e perda de peso causadas por câncer ou Aids, algumas formas severas de artrite e alguns tipos de epilepsia. No Brasil, assim como em boa parte do mundo, o uso médico da canábis é proibido, e milhares de pessoas usam o remédio ilegalmente. Ela serviria ainda como calmante. Para Bennemann, há outras substâncias para resolver esses problemas: “Temos outras medicações para servir de calmante. Os prejuízos a longo prazo da maconha não justificam seu benefício”. Justificar que o álcool causa tanto estrago quanto a maconha não dobra o psiquiatra, que contrapõe: “A discussão então não deveria ser legalizar a maconha, mas restringir o álcool. Senão, daqui a algum tempo estaremos arrumando justificativas para liberarmos o crack”. Texto Andréia Rabaiolli conteudo@mazup.com.br make Luana Rohr modelos Danielle Kilpp e César Krunitzky

E você, o que pensa sobre a galera que consome a planta? Tá de boa pra você ou não há jeito de entender o uso disso? Pra que falar sobre maconha, né? É tão mais fácil deixar esse assunto para os outros debaterem. Afinal, são tantas opiniões diversas, tantos pontos de vista. É polêmica na certa. Lançamos a pergunta em nossa fan page. Confira as respostas.

Marco Aurélio Monteiro Há dois lados da mesma moeda. Pessoas capazes de consumir maconha diariamente e manter nível decente de produtividade; e aqueles que deixam de lado toda responsabilidade e passam o dia “chapados”; e ainda os que resolvem experimentar outras drogas e, por fim, os que chegam ao fundo do poço. Como tudo na vida, é uma questão de equilíbrio no consumo. O que não dá pra admitir é a hipocrisia com que o assunto é tratado. O filho chega em casa bêbado, e o pai morre de rir, mas se encontra um baseado no armário, está instaurado o caos. Precisamos é de honestidade no debate.

Bruno Boesche Neto A cidade onde moro, Floripa, é conhecida por ter muitos usuários de canábis, mas sabemos que a erva é consumida em todos os recantos do mundo. Minha opinião é de que se criou uma cultura fantasiosa sobre esse consumo, taxando todos os usuários de drogados, vagabundos, criminosos até. A verdade é que, como para tudo na vida, o mais importante é a medida e os porquês. Conheço pessoas que usam moderadamente, inclusive para ter maior rendimento no trabalho, como ansiolítico ou buscando seu efeito introspectivo. Também tem uso social, e este pode ser positivo, já que não é uma substância que estimula a agressividade ou outras atitudes descontroladas. O maior problema que vejo no assunto drogas, principalmente com a canábis, que é natural, é o caso que se cria com a proibição e os preconceitos, fatos que geram mais interesse nela e, pior, só beneficiam criminosos ao se oferecer a eles o mercado negro - e exclusivo - de consumo.


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Um zero Ă esquerda Nunca fui boa

em matemĂĄtica, mas adoro histĂłrias de vida dos matemĂĄticos. Tenho um amigo, Roberto StĂŞnio, que ĂŠ craque em matemĂĄtica. Minha filha Marianna virou sua “seguidoraâ€?. Todas as sextas-feiras, Beto vem aqui em casa e eles riem e se divertem porque ele conta sobre como os “gĂŞniosâ€? fizeram para chegar Ă s fĂłrmulas que hoje se faz nas escolas. Ele fala de PitĂĄgoras e de Euler e nĂŁo ĂŠ nada enfadonho. A gente adora ouvir a forma como ele conta, porque ensina a “matemĂĄgicaâ€?. O nĂşmero 7 ĂŠ considerado “sagradoâ€?. A semana tem sete dias; o arco-Ă­ris tem sete cores; sete sĂŁo as maravilhas do mundo antigo; sete sĂŁo os mares; a escala musical tem sete notas; sete sĂŁo as sagradas cidades da Ă?ndia. “Nossa, ĂŠ tanto sete que jĂĄ nĂŁo aguento maisâ€?, cantou Raul Seixas em sua mĂşsica NĂşmeros. Seixas era um alquimista. Roberto ensina mĂŠtodo que tu diminuis somando. É algo surreal para a minha cabeça, mas atĂŠ eu, uma tosca dos algarismos, consegui captar a “matemĂĄgicaâ€? da equação. É muito bacana. DĂĄ para brincar com os nĂşmeros. O matemĂĄtico StĂŞnio veio de Recife para fazer mestrado na Univates. É um cidadĂŁo do mundo, como Tales de Mileto. EstĂĄ aĂ­ uma maneira fascinante de estudar matemĂĄtica. É a filosofia dos nĂşmeros. Com isso, eu quero dizer que os professores podem revolucionar a nota do Ideb se usarem bem o raciocĂ­nio e humanizar a matemĂĄtica para apaixonar os alunos como Roberto faz - os estudantes adoram e ficam hipnotizados. Eu

s a c i n Ă´ t i p

por AndrĂŠia Rabaiolli conteudo@mazup.com.br

sou testemunha disso. Na matemĂĄtica hĂĄ filosofia, e isso me fascina. E hĂĄ muito humor, e isso fascina os alunos. Com o Roberto eu aprendi, por exemplo, que o zero Ă esquerda tem um baita valor. Ele guarda o lugar de um valor que pode vir a ser preenchido. Pensa em uma pessoa na fila do SUS de madrugada, que estĂĄ ali sentada durante horas. Essa pessoa seria o zero Ă esquerda, que guarda lugar para uma mĂŁe que vai chegar Ă s 10h. NĂŁo ĂŠ muito certo isso de “guardar lugarâ€?, mas enfim, se vĂŞ de tudo na fila do SUS, nĂŠ? “O zero marca e dĂĄ sentido ao vazio, o zero torna o vazio tĂŁo importante quanto o nĂşmero 1â€?, assim me explicou o Roberto. O zero ĂŠ tĂŁo fascinante que tem um livro sĂł para ele. O zero marca a ausĂŞncia; o 1 marca a existĂŞncia. E apesar de tudo isso, quando tu queres desprezar uma pessoa, a chama de zero Ă esquerda. O zero tem plenitude. Se quiserem me xingar, podem me chamar de zero Ă esquerda. Muito obrigada!

ilustração Joana Heck

Dica

O Beto tem um blog chamado Calculeira. Adoro o nome, porque tem ação, força e remete ao caos. Nada Ê tudo tão cerebral. Nem a matemåtica. Lógico que não. Pergunta para o Roberto. www.matematicastenio.com.br

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curtimos

fotos Luca Lunardi

A balada de lançamento dos novos sabores de Bib’s (Yogurte de Morango e Sensation) não só deu o que falar como também fez a Sprits lotar! A casa bateu recorde de público do ano no último sábado em uma balada totalmente tematizada com os novos sabores.



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