Caderno Mazup, de 15.11.12, ed 117

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O“cara” do café 15 de novembro de 2012 - #117

foto Luca Lunardi


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Vivam os bigodes! por Kátia Eckert

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André Schenkartczuk

01. Sabe aquela história de combinar a cor do cinto com a cor do sapato? Pois então, como vocês podem ver, não é necessário e fica bem interessante. André apostou no cinto marrom e no sapato de camurça cinza-chumbo. Porém, em ocasiões formais, combinar o cinto com o sapato e a calça com o paletó é imprescindível, pois faz parte do dress code. 02. A pasta de couro na cor camel ganhou destaque no look de cores neutras.

Tatiane Mafissoni

01. A renda é feminina, romântica e sexy. Aproveite para deixar a pele bem à mostra para valorizá-la ou ainda usar um tecido de cor contrastante. O Brasil está fazendo muito sucesso no exterior com as rendas feitas à mão. 02. Os cap toes (sapatos com textura ou cor diferenciada na ponta) vieram para substituir os peep toes (sapatos com abertura na ponta) e prometem ficar. 03. Detalhes com madeira estarão presentes em bolsas, sapatos, acessórios e roupas.

Hoje meu papo é com os meninos, e é muito sério! Lembra que no mês passado falei do Outubro Rosa? Que alertava a mulherada para a necessidade de exames preventivos do câncer de mama? Novembro é azul! Não, nada a ver com o Grêmio - o Novembro Azul serve para chamar a atenção do público masculino para um assunto que infelizmente ainda é visto como tabu: a importância do exame que pode detectar o câncer de próstata. Longe de ser uma ”frescura”, esse exame é uma necessidade, uma vez que os casos aumentam a cada ano. Esse tipo de tumor é mais comum em homens acima de 50 anos. Que tal abordar esse assunto em casa? Muitos casos que poderiam ser curados no início, acabam não sendo detectados por uma sim-

Machete: ditando tendência no cinema, lá em 2010, um dos meus personagens favoritos

ples e triste realidade: machismo aliado ao preconceito. Poxa! Nem parece que estamos em 2012. Ainda existe esse tipo de comportamento. Até porque velho é “quase tudo” cabeça-dura, mudar algo que se passou a vida acreditando não é fácil, mas precisamos tentar. Frescura é não fazer o exame! Com uma linguagem jovem, surgiu em Melbourne, na Austrália, em 2003, uma campanha para estimular o cuidado com a saúde masculina, o Moustaches Make a Difference (Bigodes Fazem a Diferença). Em lugar do laço corde-rosa usado pelas mulheres em outubro, o azul e os bigodes lembram aos homens a importância dos exames preventivos. O bigode foi escolhido como símbolo da masculinidade e acabou virando item fashion/decorativo/cool. Provavelmente vocês já devem ter visto por aí vários acessórios femininos que remetem ao bigode. Tudo a ver com novembro! Aproveite o clima e deixe o bigode crescer. =D Vamos cuidar da saúde e vivam os bigodudos!



foto Luca Lunardi

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De gerente a don

♫ leia ouvindo Acendam as Luzes

Momento oportuno O café surgiu na vida de Tiago quando ele estava desapontado, com os faróis de seu Fusca bege ano 1977 baixos. Recém-separado, ele não encontrava sentido para muita coisa, a não ser, enterrar a cara no trabalho e se virar. O relacionamento de Tiago com a ex, segundo ele, já começou errado. Portanto, fadado ao insucesso. “Não dá para insistir no que não anda.” Focado no serviço, ficou mais fácil aprender a lida. Foi fácil

sair da zona de conforto onde tantos se escondem -, foi fácil esquecer do relógio e mergulhar no negócio. São profissionais desse calibre que vingam no café de Tiago. “Se eu tivesse algum poder mágico, eu colocaria 30 horas em um dia”, salta de trás do balcão. A pergunta quase se responde sozinha - para trabalhar seis horas a mais. Tiago é um workaholic no terceiro Vale mais fértil do mundo.

Ele nasceu em Bom Retiro do Sul em 1985. O último ano

em que o Balão Mágico entrava no ar nas manhãs infantis da TV Globo. Ele pertence à geração X, mas é Y ou talvez alguma outra letra que os estudiosos venham atribuir ao comportamento humano. Tiago Huve nunca teve muito tempo para pensar. Decidir. Ele resolve os problemas em uma fração de segundo. Quase mais rápido do que um moderno processador de computador (ou mais). Foi assim que ele saiu do cargo de gerência no café em que trabalhava e hoje ocupa a cadeira de dono. Tiago já entrou na empresa sabendo que ela seria vendida. A dor de esperar pela morte do trabalho ao qual se dedicava com fervor, liderando o time que servia sorrisos e cafés, o incomodava. Um ano e meio separam o jovem patrão do posto de empregado. Nesse tempo, a dúvida deu lugar à certeza: fazer o melhor, com dedicação para o sucesso como consequência. “É assim. Não existe obstáculos para quem decide empreender. Existem desafios. Eles instigam, fazem o ser humano ir mais longe.” Como tantos de sua idade, Tiago podia estar na balada, na vibe multicor. No bate-estaca do sintetizador eletrônico, o alívio para as angústias da alma. Tiago curte música de dançar, mas faz tempo que não amanhece numa pista de dança. “Faz uns quatro anos que eu não sei o que é ir a uma festa. Mas não me culpo por isso. Eu sou feliz com o que faço.” Ele

descarrega a tensão canaliz Mas como se mede a felic fórmula fechada para o cálc hoje tem namorada, dirige patrão na Expovale e faz fa diz que vai na contramão d suja as mãos; quero desfaze pegajosas de vez em quando pre gostei de fazer muitas c Enquanto conversa com peratura do freezer e dá pita go o adoram. “Eu sou um b É que sob a direção de Ti semana, lançou um novo pr do mundo, reinventada por Sai pé ante pé para não ac pronta - uma hora e 15 min quando o pessoal chega par o pão era para manter o con a freguesia. Tiago não cen em seu café e cobra. “Na fa


A história de Tiago Huve podia ser contada como tantas outras. Estudante, 26 anos e um monte de sonhos na cabeça que nunca para. Mas o que o torna especial, em meio aos 400 expositores da Expovale, é a determinação: ser o patrão de si mesmo sem perder a humildade. No seu negócio, ele amassa o pão, mói o café e controla o fluxo de caixa em cada vez que o sol aparece no horizonte

no

s, Rashid ♪

zando energia para seu empreendimento. cidade de Tiago? A matemática não tem uma culo. Ele é pai de duas meninas, já foi casado, um café no Centro de Lajeado, estreia como aculdade a distância. Estuda contabilidade, e do senso comum. “Dizem que contador não er esse mito.” Ele molha, seca, deixa as mãos o. Tudo para aumentar o faturamento. “Semcoisas ao mesmo tempo. Sou feliz assim.” a reportagem, confere e-mail, controla a temacos no atendimento. Os funcionários de Tiabom chefe” (muitos risos no balcão). iago, o café tem a missão de inovar. Na última roduto - o pão, uma das comidas mais antigas r ele. Agora, religiosamente, ele levanta às 3h. cordar a namorada e sova a massa. Quando nutos depois -, ele volta para a cama. Às 6h, ra assar o pão, ele está lá de novo. No início, nsumo da cafeteria, agora virou atração para ntraliza, delega, mas sabe de tudo que se faz alta de alguém ou até mesmo com a escassez

Texto Rodrigo Nascimento conteudo@mazup.com.br locação Expovale

Tiago está com a maioria A coordenadora regional do Sebrae, Liane Klein, fica entusiasmada com a trajetória de Tiago. Para ela, o empreendedorismo está ligado à juventude. “O jovem tem muito mais oportunidade, pode tentar mais que uma vez.” Um estudo mostra que uma grande parcela dos empresários troca de negócio ao longo de uma vida. Então, quanto mais cedo for patrão, maior é a chance de obter sucesso - com café ou sem ele. Outra característica vital para o empreendedor é a facilidade de adaptação à tecnologia e aos meios não convencionais de informação. “O mundo é mais acessível aos jovens. Mas isso não desqualifica o empreendedor que tem 50 anos, por exemplo. É que eles (os jovens) já nasceram com a tecnologia.” O relógio biológico também ajuda. Quem é mais moço, tem a oportunidade de

viver mais, por isso aprende mais, incorpora experiência ao negócio e amadurece com ele. Tiago está em meio à maioria. Uma pesquisa feita pela Global Entrepreneuriship Monitor (GEM) mostra que no Brasil, 52,5% dos empreendedores têm entre 18 e 34 anos de idade. A pesquisa é coordenada internacionalmente por institutos como o London Business School e o BabsonCollege. Já nos países desenvolvidos ocorre o inverso. “A idade média dos empreendedores em países ricos está na faixa dos 35 anos. Atraídos por carreiras promissoras e grandes salários, os jovens nessa situação optam pelo trabalho como empregado”, conclui Liane. Não há salário que afaste Tiago de seu café. “Ele vai continuar e vamos fazer história”, promete.

de mão de obra, tenho que ser o reserva.” Tiago é titular. Prega em seus mandamentos que assim como ele, todos que os rodeiam devem saber de tudo. Ele trabalha com a governança corporativa, mesmo que os stakeholders sejam “ele” e seus colaboradores. Tiago gere com a modernidade e no tempo de um cafezinho expresso, que ele aprendeu a fazer e a gostar atrás do balcão. “Eu não gostava de café expresso. Também aprendi.”

Eu, empreendedor

Tiago sentiu o frio na barriga quando assinou os papéis para assumir oficialmente o cargo de proprietário. O investimento era alto, o capital de giro era zero, e nada podia dar errado. Nem sequer a venda do dia poderia ficar abaixo da meta. “Temos metas diárias. Elas precisam ser alcançadas para que nunca fiquemos esperando por uma salvação na última semana do mês. É o que muitos fazem, deixar para atingir os objetivos no final da partida. Nosso jogo começa e acaba a cada 24 horas.” Para tocar o trabalho com sucesso, o patrão une criatividade e inovação. Só assim diz que o negócio sobrevive. Ensinamento de chefe.


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Inveja: mal esparramado

Se depender do povo, a inve-

ja está na mesa para ser comida com feijão, arroz e queijo parmesão. Parcimônia no sal, mas aposte na inveja do outro para colocar no seu pescoço. Faça par com seu brinco. Coloca aí uma dose bem grande de olho-grande para dizer que esse pessoal está com “inveja bem grande de mim”. Não de mim, esse texto é só uma forma metafórica de brincar com o que eu escuto por aí. Ouço pessoas o tempo todo dizer que estão rodeadas de “inveja”. Sei que a inveja existe, mas só eu que não sinto as pessoas terem inveja de mim de uma forma tão flagrante assim? E se eu não sinto as pessoas terem inveja de mim, eu sou um nada? As pessoas se chocam não com o que veem, mas com o que imaginam ver. Elas querem que as pessoas tenham inveja delas para poder ter a sensação de importância. “O mundo é a minha representação”, como disse o filósofo Arthur Schopenhauer. Então, seja feita a minha vontade. Logo, se eu acho que é inveja, então será. Estará cego que a cidade cresça, que os arranhacéus se esparramem, que a concorrência

ilustração Joana Heck

A partir desta semana, irei fazer uma série de Pitônicas sobre os sete pecados capitais. Hoje será a vez da inveja. Leia e comente.

s a c i n ô t i p

por Andréia Rabaiolli conteudo@mazup.com.br

concorra, tudo sempre será invídia. Há 14 anos, o escritor Zuenir Ventura lançou a obra Inveja, Mal Secreto. Nele, relata que entre os sete pecados capitais, a inveja é o que menos a gente quer expor, o pecado mais vergonhoso. “O ódio espuma, a preguiça se derrama, a avareza se acumula, a luxúria se oferece, o orgulho brilha. Só a inveja se esconde.” Tu consegues controlar a cobiça, acalmar a gula, mas a inveja é inegociável. A inveja é um sentimento universal e democrático. Todos têm, mesmo aqueles que dizem que não têm. Mas não é só porque tu abriu (sic) um bar na esquina que teu amigo vai te acusar de invídia. Afinal, ainda bem que existe a Pepsi para a Coca-Cola não se achar a última Cola do deserto. No fundo, as pessoas adoram dizer que se sentem invejadas porque ao dizerem isso, estão reafirmando o próprio sentimento de importância para elas mesmas e não para o outro. Bolshit! Me ocorreu um diálogo agora: Posto Ipiranga abrindo uma filial em Sarandi, e o concorrente enfurecido batendo em cima da mesma: “Pura inveja, precisamos conter isso. Vamos bolar uma estratégia”. Que tal se tudo fosse criado em cima da inveja? Zeus o livre. A explicação para a inveja é muito simples: é sofrer com o sucesso do outro. Engraçado. O brasileiro se acha vítima da inveja, mas jamais julga que ele é o dono do olho-gordo. O invejoso sempre é o próximo. É como diz Sartre, o inferno é sempre o outro. Depois que eu li o livro do Zuenir Ventura, comecei a prestar mais atenção na minha inveja e a admitir para mim mesma que eu a tinha em excesso e a falar alto e a reconhecer esse meu infame pecadito. Eu até brincava que minha inveja era um pit bull, e eu queria levá-la para a Sibéria. Outros deveriam fazer o mesmo. Mas também não vamos exagerar. Nem tudo é invídia, quem acha que é, é porque está cometendo um outro pecado capital: o da soberba.

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curtimos

Cássio Bonfandini

Alegria para a saúde Nesta semana, na Expovale, tivemos o prazer de conhecer os artistas do grupo Doutores P. Eles encantam crianças e adultos que estão em hospitais que, além de saúde, precisam de muita alegria. O grupo é divertidíssimo e não tem hora ruim com eles. Além de trabalhos em feiras, eles levam muito divertimento ao Hospital São Sebastião Mártir, de Venâncio Aires.

fotos divulgação

Mãos do Vale nas ilustrações do BBB13 O Vale está com tudo no Big Brother Brasil. No ano passado, Jonas Sulzbach já brilhou nas telas do BBB12. Agora, quem tá se destacando é Daniel Wallerius, de Arroio do Meio. Desde o início do ano, ele trabalha na Rede Globo, no Rio de Janeiro, e recentemente foi escalado para fazer as ilustrações do Big Brother Brasil 13. O cara manda muito bem em design e nos contou que está aproveitando de todas as formas a oportunidade que a Globo deu pra ele. Quem tem talento, sempre se destaca! Parabéns, Dani!

Talento brazuca nos States Leonardo Schmidt, de Arroio do Meio, está há um ano nos Estados Unidos, em Dakota do Sul, e está com um projeto de apresentação de música em um restaurante/churrascaria. Ele toca solo com violão enquanto as pessoas fazem a refeição na quinta-feira à noite. No repertório tem músicas americana e brasileira, deixando, assim bos americanos mais por dentro da nossa cultura. Baita iniciativa, e nós curtimos muito.



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