4ª Revista Mazup - Gêneros envolvidos

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Não recomendada < 18 anos.

EDIÇÃO 4 Ano 1 - Jul-Ago/13 DISTRIBUIÇÃO FREE

GÊNEROS ENVOLVIDOS




#publieditorial

CHEGOU A HORA DE BRILHAR Fabiano Biazon desenvolve um trabalho de assessoria e orientação a modelos, um trabalho que consiste desde a descoberta, passa à preparação, construção de imagem e orientação de mercado, assim como a pesquisa e estudo do perfil do artista em busca de representações em mercados como São Paulo e Rio de Janeiro. O objetivo é preparar, orientar e incentivar ao estudo e a qualificação profissional, bem como proporcionar ao artista um contato direto de avaliação com empresários artísticos, bookers, diretores de agências e profissionais que desenvolvem carreiras e projetam artistas. A equipe desenvolve oportunidades de aprendizado, informação e orientação com os mais conceituados agentes do Brasil, consolidando assim a carreira de centenas de jovens que trabalham nas diversas agências do país.

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Sidney Sampaio, ator da Rede Globo

Inovar e priorizar o conhecimento são as metas do trabalho de coach de Fabiano Biazon. Estar com pessoas certas em um momento certo e ter a certeza que estar “pronto” pode fazer toda a diferença. PREMIER MODELS É assim, também, que Fabiano Biazon e Mateus Ahlert comandam a Premier Models de Porto Alegre, referência nacional na exportação de modelos e projeção de carreiras internacionais, responsáveis por mais de 70 modelos gaúchos lançados no circuito internacional nos últimos dois anos. Entre eles, assinam carreira de modelos como Daniela Sulzbacher, Léo Bruno, Nathana Schilling e Ysa Horst. O Vale do Taquari, por sua vez, é representado por Vanessa Prass, de Marques de Souza, que está realizando uma temporada no México.

João Fernandes, ator da novela Avenida Brasil

FÓRUM E CONVENÇÃO INTERNACIONAL DE MODELOS Em junho ocorreu o Fórum e Convenção Internacional de Modelos, em Porto Alegre, idealizado pela empresa FB Assessoria e Eventos. Por lá passaram celebridades globais, como Sidney Sampaio e as crianças da novela Carrossel. No Fórum, os modelos e artistas puderem ter contato e treinamento com os mais renomados empresários artísticos, bookers e diretores de agências.


CARREIRA INTERNACIONAL Fabiano Biazon e Premier Models espalham pelo mundo mais de 70 modelos. Entre os destaques estĂŁo Ysa Horst, Nathana Schilling e Daniela Sulzbacher

Hylka Maria, atuou em sete novelas da Rede Globo Guilherma Seta, da novela Carrossel

Ysa Horst

Nathana Schilling

Daniela Sulzbacher

Viny Zanetti, diretor da VZN

(51) 8282.9895 e (51) 8282.9894

Alberto Soares, diretor da Casa AgĂŞncia

Kyane Porfirio, da novela Carrossel Ieda Ribeiro, da Ieda Ribeiro Casting

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Gincana ULES/DCE Univates

A MAIOR GINCANA DE LAJEADO TE ESPERA! O mundo das telinhas irá mexer com os participantes em grandes desaaos, tarefas, enigmas, ações de cunho social, história de Lajeado, atividades inéditas e momentos inesquecíveis que rolam desde o dia 02 de agosto até os dias oociais. Nesta edição a gincana promete deixar “Todo Mundo em Pânico” com as atividades pensadas que são de tirar o fôlego, envolvendo sempre muita diversão e conhecimento. Você não vai querer car de fora dessa, vai? Então chega mais e participa! Como? Visite o espaço destinado às equipes da 6ª Gincana ULES DCE Univates nas redes sócias da gincana e também na sala do DCE Univates. O espaço é movimentado pelas equipes, que apresentam à sua maneira seu espírito gincaneiro, objetivos, história, integrantes etc. Lá encontrarás amigos, familiares e conhecidos que aguardam por tua participação e com certeza te recepcionarão com muita alegria. Quando? 21, 22 e 23 de setembro.

DIVULGAÇÃO

Inscrições até 01/08/2013. Mais informações acesse: www.facebook.com/GincanaUlesdceUnivates



Nossa Capa RolÉ pela Edição 10 Trash Net 12 Preciso Disso 14 Cor dos carros 16 Palavrões são foda 18 Maçanetas do mal 22 Doença ou pecado? 26 IMPACTOS DE GÊNERO 32 Posições de dormir 34 Editorial de moda 40 Infiéis e burros 42 Tímidos 44 Rock gaúcho 46 Protestos pelo mundo 48 Verdades sobre a mentira 50 Desabafo Ficou na dúvida, tem sugestões ou quer dar letrinha? revista@mazup.com.br

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Um é pouco, dois é bom, três é demais. E quatro? Bom, a revista Mazup chegou lá, e quem vai definir a “intensidade do fato” é você. Esta edição promete (e cumpre!) chacoalhar ainda mais a estrutura do seu comportamento e inflar informações e entretenimento na sua cachola. A matéria principal veio de uma pergunta-clichê quais as diferenças entre meninos e meninas? Sem papas no “papel”, mostramos um mundo além

do tiquinho vestido de azul e da pepeca trajada de rosa. No mais, bora cutucar a ferida da cura gay, falar sobre a psicologia das cores dos carros, mostrar o lado “simpático” dos palavrões, decifrar como você é com base na posição em que conta carneirinhos. E por falar nisso, a nossa Carneiro - Raquel volta com tudo em um texto sobre a repercussão das manifestações dos brasileiros pelo mundo. E o resto, só passando pelas páginas!

Expediente Direção geral Maico Eckert / maico@mazup.com.br Gerente Geral César Krunitzky / cesar@mazup.com.br Coordenação editorial Ed Gomes / ed@mazup.com.br Redação Ed Gomes / ed@mazup.com.br Raquel Carneiro / conteudo@mazup.com.br Fotografia Luca Lunardi, Cássio Bonfandini e divulgação Ilustração Jéssica Bagatini

LETRA DE QUEM LEU

Projeto gráfico Pedro Augusto Carlessi Editoração eletrônica Felipe Rockenback Johann

DJ Cristiano Neguer A revista Mazup é #afudê! Já fico na expectativa a cada edição. Sou um apoiador incondicional do trabalho criativo, ainda mais desenvolvido por pessoas da nossa região. A sacada está no ser diferente, entende?

Ana Caroline Kautzmann A matéria que mais me identifiquei foi a “E eu com isso”, da terceira edição, que me levou a refletir sobre o comodismo em que, às vezes, me encontro perante os desafios da vida.

Matheus da Rosa A terceira edição tirou o fôlego. Uma revista que é a cara da gente. Dicas de Larica Express e tantas outras coisas que nos encantam desde sempre. Um trabalho benfeito que só tem a ganhar admiradores e leitores. Nossos medos jamais limitarão nossa coragem. Espero ansioso pela quarta edição!

Comercial Diogo Bertussi / diogo@mazup.com.br Douglas Kerber / douglas@mazup.com.br Maico Eckert / maico@mazup.com.br Conteúdo on-line e relacionamento Luana Rohr / luana@mazup.com.br Projetos e eventos Cássio Bonfandini / cassio@mazup.com.br Leitura experimental Adriana Mellos Tiragem : 6 mil exemplares Impressão e CTP: Grafocem Mazup é um veículo multiplataforma de comunicação jovem. Empresa integrante do Grupo RVC. revista@mazup.com.br @tonomazup fb.com/tonomazup 51 3726 6741


DES COLADA

Chegou a loja que faltava no Shopping Lajeado. A melhor e a mais criativa em presentes e decoração.

#‎Imaginarium‬ ‪#L ‎ udi‬ ‪#‎Uatt‬ ‪#‎RomeroBritto‬ ‪ ‬ ‪#‎GoodsBr‬ #‎Zippo‬ ‪#‎Lamy‬ ‪#‎Victorinox‬ ‪#‎Celestron‬ ‪#‎Sog‬ ‪#L ‎ eatherman‬

3709-0577


trash net

musa da copa

PERDENDO A CUCA

cat & tie

BARATA ROBÔ

Cada país tem a diva que merece! Nada de Shakira. Aqui, a musa da Copa é Inês Brasil! O ícone trash do último ano lançou uma música em homenagem à Copa de 2014, que acontece na República das Bananasl. A intenção do vídeo é pretensiosa: “música-tema do evento”. Tenso! E na temática, muito chromakey estranho, coreografias e dancinhas bem (só que não) pensadas. Tudo um luxo. Fora o refrão, que vai grudar na sua cabeça. Trash até dizer CHEGA!

Vamos explodir a cabeça de ícones dos desenhos animados e personagens de filmes de famosos? Pois é a intenção. Tem Branca de Neve, Uma Linda Mulher e muito mais. Tudo com “cotoco” de pescoço! Um cara no YouTube, chamado Simone Rovellini, fez vários vídeos com “cucas” explodindo de brincadeirinha. Imagine só… Encontro marcado com uma garota de programa estilo Julia Roberts e... PLOFT. Vídeo hilário, vale o clique da diversão! Jogue o nome do autor no YouTube e não perca a cabeça!

A cantoria do Justin Timberlake ganhou uma segunda voz inusitada. Quem curte Suit & Tie, hit de sucesso do gringo? O que era bom, ficou, no mínimo, bizarro. É a vez de um gato fazer participação em músicas internacionais! Com um miado característico, diga-se de passagem. O bichano cantou fininho e agradou geral! O vídeo foi criado pelo perfil Rob Bliss, no YouTube, e é uma homenagem ao tom estridente do cantor no primeiro single do seu CD mais recente - The 20/20 Experience. Miau!

Até onde vai a tecnologia? Agora é possível controlar insetos usando apenas o seu celular. Quer brincar? É só instalar, nas costas de uma barata, um aparelho chamado RoboRoach, que se conecta via bluetooth com o seu iPhone e te dá controle do bicho! É instalado nas costas e envia estímulos nervosos às suas antenas, fazendo com que ela ande para onde você quiser. O RoboRoach engana as antenas do inseto enviando sinais de falsos obstáculos, fazendo com que ele siga os comandos dados pelo celular. Mas não dura muito! Um exército de baratas não vai ser possível. Depois de alguns minutos, elas se adaptam ao aparelho, e ele não surte mais efeito.

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1 · Jogando com a caneca Ah, olha só que show. Para quem curte futebol é uma baita distração. Entre uma xícara de café e outra, que tal bater uma bolinha com os dedos usando a caneca “Tá na Área”? Esse ítem de cerâmica vem com uma bolinha à tiracolo, possibilitando diversão nas horas de ócio. Dá até pra fazer uns passes com a galera e disputar partidas na mesa de trabalho. Nos horários de intervalo, por favor. R$ 37, na Atributo Divino, em Lajeado.

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Guardar sacos e sacolas pode ser divertido! Quem não tem paciência de Jó para ficar revirando gavetas, sente só (literalmente) este modelo de puxa-saco. É muito humor, não? Vendido na Atributo Divino, em Lajeado, mede 62,5 centímetros de altura, é feito com prolipropileno e deixa a área de serviço 2 hilária. Só não sei se o macharedo vai curtir. Para a alma masculina, deve dar agonia só de olhar. Custa R$ 26,50.

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COR DE QUÊ? O carango tá na garagem ou ali no estacionamento rotativo, dando uma pausa nos seus quilômetros. Ele é lindo, um xodó. Vontade de dar um abraço!

BRANCO 24%

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Mas além de uma mecânica boa, o amigão tem humor. E este é representado pela cor da lataria. Entramos na onda da Dupont, multinacional conhecida por sua grande variedade de produtos e referência em pesquisas sobre ciência e tecnologia, e analisamos seu último estudo - as cores de carro mais vendidas no mundo. Para fugir do óbvio, fomos direto à fonte: trocamos ideias com vendedores de automóveis. Quem entende mais de lábia nesse segmento? Tiramos deles, também, o que escondem a sete chaves - as desvantagens de cada cor para o carango. Sem mimimi, preto no branco! Curta a psicologia das cores aplicada ao perfil do consumidor jovem. Descubra que não é só um motorzinho bom de arranque que garante sucesso sobre quatro rodas. preto 19%

1º LUGAR - BRANCO É, pelo segundo ano consecutivo, a cor mais procurada no mundo todo. Dá a impressão de que o carro é maior. E importante: absorve menos calor. A maioria dos compradores tem em comum a discrição e o costume de seguir as tendências do mercado. É a cor do “não tem erro”. Desvantagem: Em cidades onde a frota de táxi é branca, podem pará-lo com uns trocados na mão, pedindo uma corrida até o mercado mais próximo. 2º LUGAR - preto “Fuscão preto” foi o hino de uma geração, quando ter um modelo desses na garagem conquistava qualquer “brotinho”. A cor valoriza as linhas do veículo e, nos modelos que apresentam detalhes cromados, fica uma beleza. Representa austeridade e elegância. Carro preto é chique, imponente. Desvantagem: Os riscos ficam BEM mais aparentes. E você vai se arrepender amargamente se deixá-lo parado muito tempo no sol. A cor retém um horror de calor e transforma o interior do automóvel em uma estufa. prATA 16% CINZA 15% VERMELHO 10%

3º LUGAR - prata Essa cor é associada à tecnologia, fora que nunca sai de mercado. Disfarça bem os riscos, mas, para formar a cor, é utilizado um pigmento especial que encarece um pouco o carro. Repintar significa trocados a menos no bolso. Aqui o público é 8 ou 80: conservadores, por ser uma cor “curinga”, e antenados em tecnologia. 4º LUGAR - cinza No cinza, o nicho de mercado são pessoas discretas, porém, independentes. Aqui, os riscos ficam bem visíveis, mas, para esconder, não é necessário gastar tanto quanto no prata, já que aquele pigmentozinho hard usado lá não tem vez aqui. Costuma ser bom para venda. 5º LUGAR - vermelho Ter um vermelhão é a certeza de atrair olhares. Mas cuidado: cor “carro de Chapolin Colorado” pode cansar os olhos. Na hora do repasse, empaca um pouco. Para quem gosta de esportividade, é um “tanque cheio”. 6º LUGAR - azul Quem tem um carango azul pode ser mais tímido e introspectivo. Se for um azulãoescuro, mostrará os riscos com mais facilidade. Quem quer ir na contramão das tendências, pode investir num azulão. É uma mão na roda multiplicada por quatro. AZUL 7%

OUTRAS 9%


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palavrões são foda

a ciência da boca suja Os palavrões têm história, sabia? Pois é... Xingamentos mostram, além do nosso descontrole, uma evolução drástica da linguagem e da sociedade, e em alguns casos, problemas no nosso cérebro. Lembramos que o texto a seguir não tem o objetivo de ofender, nem menosprezar ninguém. A gente escreve sobre o que acontece e, queridos ou não, os palavrões são uma realidade. Fodam-se os pudorentos. Esbravejar “caralho” é dizer um palavrão? E como não gritar, após topar o dedo mindinho com a quina do bidê, em alto e bom som, um “filha da puta”! Bidê tem mãe? Galera, há enigmas no universo dos palavrões que a gente nem imagina. Leia aí, boquinha suja, e descubra quanto o palavrão faz parte da sua vida. As ditas “palavras feias” podem ter diversas explicações: má educação, bagaceirice, descontrole... Uma arma poderosa que desvenda isso é a ciência. Pesquisas dão conta de que os palavrões têm um cantinho só seu no nosso cérebro. No de todo mundo, tá!

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Toca dos palavrões A linguagem comum, praticada no dia a dia, assim como os pensamentos, fica na parte mais sofisticada da massa cinzenta - o neocórtex. Os palavrões moram em outro espaço, como se fosse na “garagem” de casa. Mais exatamente no sistema límbico. Isso fica bem no fundo do cérebro, em uma região que comanda nossas emoções. Esse “esconderijo” é uma zona primitiva, bem parecida, inclusive, com a de outros mamíferos. É onde fica nosso lado animal, bem ao estilo “fundão de sala de aula”, entende? Doença do palavrão Nem sempre lavar a boca com sabão ajuda a freá-lo. A medicina mostra, por meio da síndrome de Tourette. Essa doença é típica de pessoas que sofreram danos no gânglio basal, a parte do cérebro cuja função é manter o sistema límbico comportado. O resultado são tiques nervosos constantes e, em alguns casos, mais do que isso: esbravejar palavrões o tempo todo! Por

quê? Fácil - sem o gânglio basal para tomar conta, o sistema límbico fica todo soltinho. E os xingamentos saem sem nem mesmo percebermos. Que bosta! Sadio, mas DESCONTROLADO Se todo mundo que fala palavrão por aí tivesse lesão no cérebro, o mundo estaria perdido. Não é bem assim. O descontrole é um prato cheio para desabafar um desaforo. Com certeza, ninguém ofenderia uma mesa após uma topada se dependêssemos somente do pensamento consciente. Diferentemente de você, o sistema límbico é BURRO. E mais do que isso - pra lá de sincero. Essa é a justificativa do “puta que pariu” após um acontecimento chato. O límbico não pensa, e quando essa parte animal do cérebro se manifesta através da fala, traduz as emoções como só ela sabe. Palavrões são poesia Pense em uma palavra forte, cheia de emoção. Amor, por exemplo. Ela fala por si só, mas está longe de transmitir toda a


carga emocional desse sentimento, incapaz de tradução por meio de palavras. Aí entra o “vai tomar no cu”. Com ele, a história é diferente. Vai direto ao ponto, notou? Mostra toda a emoção que se sente no momento e impõe a sensibilidade invertida do sistema límbico. Entendeu a sofisticação do palavrão? Não. Ok, mas o psicólogo cognitivo Steven Pinker, da Universidade Harvard, entendeu. Escreveu o livro Stuff of Thought - “Coisas do Pensamento” - sem tradução para o português -, em que é categórico: “Mais do que qualquer outra forma de linguagem, xingar recruta nossas faculdades de expressão ao máximo: a força evocativa da metáfora e a carga emocional das nossas atitudes, tanto as pensadas quanto as impensadas”. Ou seja: palavrão é do caralho. Xingamento social Outra polêmica é o fato de que, inegavelmente, os palavrões costumam estreitar laços sociais. Basta fazer o teste: se você xingar alguém gratuitamente e essa pessoa não ficar louca da vida, é seu amigo. Aliás, entre os homens, isso é muito comum. Adoram ofensas “doces” de todos os tipos, com um sorriso de contentamento. Pensa em uma torcida de futebol. Eita coro indecente! Mas cada um cuida do seu límbico. Culpa de quem? Para alguns psicólogos, cada indivíduo aprende aquilo a que está exposto na sociedade. Palavrão poderia ser, então, uma mazela social. Desde criança, ouvimos, ao nosso redor, pessoas pronunciando palavrões. Essas palavras vão sendo impressas em nosso registro cerebral e se

aprimorando com o passar dos anos. No entanto, não podemos afirmar que todos são culpa da cultura ou da atitude que temos em relação ao mundo. Além do mais, eles podem ofender quando pronunciados com imprudência. Se liga! Guarde o “puta que pariu” cheio de emoção para momentos específicos.

Palavrão em português A língua portuguesa é a que mais possui palavrões em razão do número grande de palavras que compõem nosso vocabulário. Nos países de língua inglesa, quase todos derivam de “shit” ou “fuck”. Aqui, somos bem mais criativos.

MAIS USADOS O Lista 10, site especializado em pesquisas de web, fez uma relação dos xingamentos mais usados pelos brasileiros. O estudo contabilizou um total de 10.959 votos e elencou os “top hits” boca suja! Confira os sete primeiros, em ordem, mesmo que, na maioria das vezes, seja comum usar uma COMBINAÇÃO DE VÁRIOS: 1º Caralho: 12,41% (1.882 votos) 2º Porra: 11,63% (1.763 votos) 3º Puta que pariu: 11,55% (1.751 votos) 4º Filho da puta: 11,29% (1.711 votos) 5º Merda: 8,92% (1.352 votos) 6º Vai tomar no cu: 8,88% (1.347 votos) 7º Vai se foder: 7,61% (1.153 votos)


maçanetas do mal

por que levamos choque do nada? O comentário está grande. Geral quer saber, de uma vez por todas, porque levamos choque em objetos aparentemente inofensivos - monitores de computador, maçanetas, canetas. Ou está tudo CARREGADO ou há algo estranho aí. Desvendando Você não é um X-MEN. A descarga elétrica em objetos acontece porque o corpo humano está supereletrizado e precisa descarregar de alguma maneira. A energia acumulada, que pode ser definida como energia estática, sai que nem louca no primeiro objeto em que você tocar. Na BR-386 Imagine um carro vindo de Porto Alegre a Lajeado, pela BR-386. Ele fica o tempo inteiro em atrito com o ar, com o pó. O carro é, em boa parte, uma estrutura metálica. O ar “arranca” elétrons da superfície, deixando-o positivamente carregado. Como a tendência das coisas é, em situação de repouso, manter uma carga neutra, o veículo irá tentar roubar de volta os elétrons que perdeu na viagem, rapidamente. Esse é o choque! É o carro tomando, de você, os elétrons que perdeu pela estrada.

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Culpa dos elétrons Tudo o que existe é formado por pequenas partículas chamadas átomos. Os prótons e nêutrons ficam presos no núcleo do átomo, orbitados pelos elétrons, que “moram” ao redor do núcleo. Os prótons têm carga elétrica positiva; os nêutrons, nenhuma carga; e os elétrons, carga negativa. Como só os elétrons têm mobilidade, são eles os responsáveis por tudo o que conhecemos por eletricidade, suas utilidades e causas, como o choque. Contudo, não há por que ter medo. A sensação é bem rápida, e ainda que as tensões envolvidas sejam da ordem de centenas a milhares de volts (bem mais do que enfiar o dedo em uma tomada), a duração e a intensidade são muito pequenas mesmo. Só na orelha! Mas isso também pode ser divertido! No inverno, com o tempo seco e ensolarado, quanto mais roupa de tecidos variados você usar, mais vai gerar atrito e eletricidade. Movimente-se bastante no inverno e, de leve, encoste o dedo na orelha daquele colega que está sentado quietinho. Na orelha é legal porque o amigo vai ouvir o estalo da descarga e, além do choque, o susto será maior. Claro, evite fazer isso com pessoas que tenham problemas cardíacos!





a incrível doença que faz pecar Ciência e religião, desde sempre, não se misturam. Mas, a partir do momento em que crenças são justificadas por meio de uma “pseudociência”, aí o bicho pega. Estamos todos confusos. Já cansamos de ouvir que a homossexualidade é pecado, segundo a interpretação de alguns para os textos da Bíblia. Nada contra o livro sagrado, até porque existem várias passagens estimulantes. O problema não é o que está registrado, mas sim como é decifrado. Na época desses escritos, a mulher era um objeto. Ainda é, hoje? No mesmo livro sagrado, fazer a barba é igualmente errado. Olhe para o lado. Todos que estão com cara de “bunda de nenê” teriam carimbado o passaporte para os mais profundos calabouços do inferno? Responda você mesmo. E caso ache que sim, não leia mais nada, nem bula de remédio, porque pode achar que os medicamentos vão matar em vez de curar. Falando em cura, manipuladores da opinião alheia e cerceadores do direito de livrearbítrio hastearam uma bandeira nova. A antiga não surte o mesmo efeito em tempos

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modernos. Agora, ser GAY É UMA DOENÇA (oh, my God!). Aqui é o ápice do desespero. O insipiente “pecado” está desgastado, então passa por uma metamorfose e se traduz em “mazela”. Para deixar claro o absurdo, vamos ilustrar um pouco as coisas. Uma doença não pode ser, ao mesmo tempo, um pecado. Para pecar é preciso agir. A doença, ao contrário, não é uma ação; é uma condição do corpo, um estado que pode ser transitório ou contínuo. O homem que peca, não é portador do ato pecaminoso. Supondo-se que a homossexualidade, bissexualidade e a transgeneridade sejam patologias, elas perdem o status de pecado. Tudo o que era defendido antes, então, é mentira? Se não pode uma doença ser um pecado, tampouco pode ser a causa de um pecado. Ela não conduz a uma ação, em si. E outra: a tentação incita, mas não impõe o pecado. Seriam, então, os gays “doentes de desejo”.

ilustração Jéssica Bagatinni

É isso, produção? Sabe ao que se resume toda essa pataquada da autodenominada psicologia cristã de uma minoria? É um subterfúgio. Estão tentando misturar ciência com religião para justificar suas crenças. Tudo porque leram dessa maneira a Bíblia. É justo? Ao sobrepor o “conhecimento científico” à crença religiosa, o resultado é um só: atestar o próprio fracasso. Eles mesmos admitem que a fé não é suficiente para garantir a obediência às “leis divinas”. “Para evitar ‘ser gay’, trate-se”. É um caminho mais fácil. Quantos psiquiatras ganharão grana de pais desinformados que submeterão seus filhos, à força ou por meio de lavagem cerebral, a um tratamento para a “doença que lhe faz pecar”? Mazela mais grave é a ignorância. E esta está na alma. No “céu” de quem defende que a homossexualidade é uma DOENÇA, há de ter um tratamento para isso. Aguardem.


PREPARA!

o pr贸ximo ensaio

pode ser o seu!

| Ensaio noturno | editoriais noturnos | sensual | nu art铆stico 51 9137.9565 | 51 9421.2929 | 51 9635.6864

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IMPACTOS DO GÊNERO 26

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Não é o que veio de “surpresa” no meio das suas pernas que deve distinguir a sua sexualidade. Para DIFERENCIAR HOMEM DE MULHER, temos o gênero. Porém, ambos são construídos por meio de inúmeras aprendizagens e práticas graças ao mergulho individual em um conjunto incontável de parâmetros sociais e culturais. Isso acontece de qualquer forma, seja de maneira explícita ou escondida. Nos dias de hoje, essas instâncias estão em plena multiplicação, aí é normal que fulano se sinta meio perdido.

Embate cultural Para falarmos de gênero e sexualidade, é preciso dar atenção aos modos como são construídas a dita “normalidade” e a famigerada “diferença”. E também os significados que lhes são atribuídos, não se esqueça!

Beber cerveja, ser solteira e estar na pista para negócio, sair sozinha, ser dona do seu próprio nariz... Isso é novidade. E olha que nem faz tanto tempo! Pode parecer MALUQUICE, mas as gurias estão podendo fazer muito mais do que podiam antes. E menos do que merecem.

Bomba Há mais de 50 anos (sua mãe deve lembrar), Simone de Beauvoir causou burburinho nos meios intelectuais quando proferiu a frase “ninguém nasce mulher: torna-se mulher”. Hum, ok. A expressão gerou um grande impacto e ganhou o UNIVERSO. Foi aí que mulheres das mais diferentes posições e classes sociais passaram a utilizar o “bordão” como indicativo de sua ótica de vida, para se expressar sobre como se sentiam em relação ao mundo, às pessoas que as cercavam e suas obrigações como fêmeas. Naquele tempo - e muitas vezes hoje, infelizmente -, condicionam mulheres àquelas que conseguem reforçar as marcas intrínsecas do sexo feminino, incluindo gestos leves, comportamentos muitas vezes submisso e preferências e desgostos que aprenderam a respeitar desde pequenas. Em uma época que usavam rosa, é claro.

Existem homens e existem mulheres. Existem meninos e existem meninas. Para milhões de pessoas, essas categorias básicas de gênero não lhes dizem muita coisa. “Ok, sou macho, vou ser “ALFA”, ou ainda, “certo, nasci guria, vou ser sensível”. Até onde o gênero deve definir como somos? O que devemos fazer com quem desafia as convenções? Um dos pressupostos biológicos mais básicos não é, de fato, tão básico assim.

Comportamentos culturais Hoje, vemos essa ligação de mulher-fêmea com relutância. Muita coisa mudou desde o final da década de 1940, possibilitando que a mulher não tenha sua honra de sexo ferida ao não se comportar como uma “donzela”.

Para começar Vamos lá. O que determina o sexo de uma pessoa? Características do corpo ou da mente? Até que ponto o que muitas pessoas consideram anomalia é apenas uma diferença que deveria ser respeitada em sua especificidade? Mergulhe agora em um dos debates mais quentes da ciência atual: tanto faz o que se tem no meio das pernas. Antes de qualquer sentença, vamos pensar um pouco. A espécie humana possui, naturalmente, dois gêneros biológicos. Mas, quanto ao comportamental, quantos gêneros podemos assumir?

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fotos Luca Lunardi

Desde pequenos Antes de perguntar pela saúde do recém-nascido, pula da boca da mãe o questionamento: é menino ou menina? Por que é tão importante saber o sexo? Temos ideias de como devem ser pessoas de cada sexo, do que são capazes, como devem ser tratadas, o que é melhor para elas e até o seu valor para a sociedade. Básico, básico. Meninas de rosa, meninos de azul. A questão é que essas resoluções se tornam um referencial para nossa percepção das pessoas, do nascimento à vida adulta. Aí complica.

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Viu como começamos esta matéria? Cheia de perguntas. Tenho certeza de que muitas das perguntas ficaram sem resposta. Mas é natural. Você é visto pelos seus pais, desde seu nascimento, como “do gênero tal”. Criaram-no com base nos ensinamentos que receberam sobre como tudo deve acontecer. O fato é que essas mesmas convicções podem ser encaradas de maneiras diferentes das que eles julgam acertadas. Bom, questão deles, quanto a isso, não podemos lutar. Vamos garantir que pelo menos você vá pensar melhor antes de optar por um conceito. Os pais veem os filhos de maneiras diferentes desde o primeiro dia de nascimento. As meninas são fofas, bonitas e delicadas; e os meninos, ah... Os varões são fortes e alertas. Difícil uma certeza dessas quando ambos têm a mesma cara de joelho. Acho “brabo”. As diferenças entre os bebês estão nos genes, hormônios e órgão sexuais, a grosso modo. Essa categorização de sexo nos dirige a ambientes sociais e psicológicos muito diversos, diga-se de passagem. Definições culturais de masculinidade e feminilidade e as expectativas e experiências diferenciadas marcadas na mente de quem vai criar a criança são ligadas às categorias de homem e mulher preestabelecidas pela sociedade. Esses são os aspectos que incluímos no termo “gênero”. O sexo biológico é uma coisa, e o que aprendemos como “consequências” disso, é outra. Homens masculinizados e mulheres feminilizadas aprendem a ser assim. A ideia de gênero é mais aprendida do que inata.


PapÉis dos gêneros Definimos as mulheres e homens não só pelos órgão sexuais, mas também pelo modo como se comportam, que aparência possuem e como se vestem. Também levamos em consideração as regras que seguem para serem aceitados e apropriados e que papéis se permitem que desempenhem e são encorajados a realizar. Essas são características sujeitas a fortes influências sociais. Quando falamos de uma coisa corriqueira como feminilidade e masculinidade, na verdade, entramos no assunto dos papéis dos gêneros. São dois conjuntos de traços e de comportamentos que supostamente definem macho e fêmea. Assim como outras questões, são fortemente baseados em expectativas sociais. Mas ser o que se espera que sejamos não é a mesma coisa que ser o que realmente somos. Aceita que dói menos! Papéis de cada um Homens e mulheres são considerados polos opostos. Inclusive, mutuamente exclusivos. A mulher é mulher porque NÃO TEM um pênis. Porém, pesquisas recentes descobriram que é possível que o homem seja feminino e uma mulher masculina. Por que não? Masculinidade e feminilidade não são opostos, gente! Por favor! As pessoas podem ter características masculinas e femininas. Existem varões fortes e emotivos, gentis e decididos. E nem por isso são gays. Arrisco-me a dizer que uma mistura entre os gêneros resulta em indivíduos mais bem preparados para conviver em sociedade. Isso é adaptabilidade.

Biológico x Gênero Homem é mais forte, mimimi. Bobagem! Saiba que eles são mais vulneráveis às doenças, distúrbios físicos e até a morte. Têm maior risco de apresentar deficiência física e doenças de origem genética, incluindo desordens recessivas, a hemofilia e o daltonismo. São mais “sensíveis” em todos os estágios da vida. Seus hábitos são mais perigosos - fumam mais, bebem mais, é mais comum que se arrisquem em atividades mais perigosas, coisa que vem daquela ideia de que ele é “forte e possante”. Se “ser homem” se restringe a isso, você conhece algum? Diferença comportamental Engula esse choro, guri! Oh, ela está em lágrimas, “tadinha”... Coisa mais fofa!

Desde sempre os meninos, após uma certa idade, são ensinados que chorar não é bacana e condicionados a segurar a todo o custo suas emoções. Já para as meninas, é mostrado que ser emotiva é normal e que isso pode até ser um recurso a favor delas para conseguirem o que querem. Algumas ficam até mal-acostumadas, pronto, FALEI! Isso porque a sociedade espera que meninos sejam fortes e firmes, não chorões. Mas e se for da personalidade do rapaz se sensibilizar fácil? Isso quer dizer que é menos homem? Claro que não! Entenda: Nunca seremos exatamente como os outros querem que sejamos. Por isso, relaxe e chore, tendo pepeca ou tendo tiquinho.


assim. É justamente essa dúvida que tem atormentado o meio médico, gerando debates acalorados e pilhas de estudos em alguns dos maiores centros de pesquisa do mundo. O senso comum diz que o sexo masculino acontece quando a pessoa tem um pênis e um par de testículos. E o feminino, quando há vagina e ovários. E não se fala mais nisso, certo? Errado. Há pessoas que têm absoluta certeza de que fazem jus ao sexo que seus genitais indicam, mas o desejo sexual é por iguais. O que fazer, Feliciano?

Dois gêneros, uma certeza Existem meninos e meninas. Uns usam rosa, outros azul. E há quem misture cores e faça uma palheta diferente de nuanças para a sua vida. Mas duas coisas definem, na sociedade, “onde” cada qual deve ser comportar: OS ÓRGÃOS GENITAIS. O tiquinho, quando ganhar status de superlativo, procurará uma vagina para chamar de sua, reproduzir a espécie e toda aquela coisa. Mas, e quando as “rãs” nasceram para brigar, e as “espadas” para guerrear entre si? Não PODE ser tão estranho assim... para quem vê e para quem vive. Gêneros são dois - masculino e feminino; desejos, são vários. Homens e mulheres que se prezem, fazem suas escolhas independentemente se o “equipamento” de nascença encaixa na fechadura que a sociedade espera. Qual seu gênero? A pergunta parece óbvia. O que determina o sexo de uma pessoa? Mas a resposta pode não ser tão simples

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Parece natural que mulheres sejam mulheres e homens sejam homens. Mas algumas condições subjetivas revelam toda a complexidade que é essa apropriação sempre singular da masculinidade e feminilidade. Sexo anatômico é diferente de identidade sexual. Não há natureza envolvida no modo como nos constituímos em relação à representação que fazemos de nós mesmos e em relação aos nossos desejos. Isso é uma construção humana imersa em um universo simbólico, determinada por experiências do indivíduo. Qual a garantia? Na teoria psicanalítica, o desejo não tem um caminho predeterminado. Não somos pura representação. Além disso, tem um corpo orgânico na jogada, e sua condição sexuada impacta na forma como se vê o sujeito. Não há uma certeza definitiva de que ter nascido em determinado sexo biológico define linearmente a expressão de gênero - como se apresenta socialmente, como se reconhece, e não garante nada em relação ao enlace erótico.


Tenso! Teoria da Bissexualidade? Freud propôs o conceito de bissexualidade psíquica ou originária para justificar uma abertura radical indicada por ele. De início, nada garante que naturalmente o sujeito seja heterossexual. Nada garante que você corresponda aos estereótipos do que representa o homem e a mulher na sociedade. Freud diz que, originariamente, a disposição psíquica é bissexual - todas as pessoas independentemente da marca sexuada no seu corpo, quando nascem, se identificarão com traços de masculinidade e feminilidade. O desejo pode alcançar tanto objetos masculinos quanto femininos. Ele não diz que todo mundo deseja homens e mulheres ao mesmo tempo. Ele diz que a subjetividade humana é aberta a uma multiplicidade de formas e, evidentemente, a história do sujeito vai determinar uma representação para o desejo, uma representação para si próprio posicionamento em relação à diferença sexual. Aprendendo a ser Quem nos diz como ser? Escola, igreja? Somos o que somos por causa de exemplos? A criação tem a ver com isso? Tradição? Costumes da família? As perguntas são muitas. Partimos do princípio de que a sociedade trabalha com controle. Atualmente, dizem que não estamos mais numa sociedade de disciplinamento como outrora. Não nos ensinam, e sim nos punem por fazer diferente do esperado. Meninos para lá, meninas para cá, quem não se comportar assim, está errado. Mas culpá-la por TUDO também não é certo. Somos únicos, estruturas complexas, com bombas de hormônios, forças internas, enigmas de atração e seduções. Ninguém garante ou define um padrão. Às vezes, a pessoa é muito seduzida por um

corpo masculino, por exemplo, e por isso quer ter um corpo masculino. São elementos do ambiente físico. No caso dos homens, o que definiria a heterossexualidade é a ginefilia desejo por mulher; gosta do corpo feminino no outro. Mas, e se o cara gostar TANTO a ponto de querer estar em um corpo assim? E permanecer tendo desejo por mulheres? Isso pode acontecer. Chama-se autoginefilia. “Odeio homem, quero ser é mulher, que é bonito.” O corpo masculino é tão insuportável que não é possível nem viver em um. E isso é um comportamento heterossexual que nem é tão difícil de acontecer, viu? O cara “mimetiza” tanto o pai, segue à risca o que ele gosta “mulher” - que acaba querendo se tornar uma. Gêneros pela negação A mulher é o outro do homem, o que ele não é. Diferença sexual não é pensada positivamente, muitas vezes. As mulheres desaparecem porque passam a ser definidas a partir do homem. Quem é mulher? Quem não é homem. Na estrutura de aprendizado de gênero-padrão costuma acontecer por negação. Negamos o que não somos em vez de afirmar o que somos. Se eu não tenho pênis, por inferência lógica, sou menina e preciso usar rosa, vestido. Não se trata de ter ou não ter pênis. Inclusive, não enterre essa discussão após encerrar a leitura. Pense a respeito. Cada pessoa é uma ilha, cheia de singularidades. O segredo é RESPEITO. É justo apontar diferenças sabendo que você mesmo não tem semelhança com todo mundo? .............................................................................. Ed Gomes ed@mazup.com.br

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fotos Cássio Bonfandini

QUAL A SUA POSIÇÃO?

Barriga para cima e mãos entrelaçadas atrás da cabeça Pessoa tranquila, disposta e sem receios. Quem costuma dormir assim​,​gosta de contatos informais e de fazer amizades, tem alto nível de autoconfiança e tendência a ser folgado. É alguém que gosta de liderar e manter o domínio sobre tudo que ocorre ao seu redor.

Algumas emoções você evita expor durante o dia. E consegue. Mas elas são reveladas à noite! A posição que você dorme, conta segredos sobre sua personalidade e seu momento de vida. Descubra o que você não vê sobre si mesmo. Posição fetal Postura mais frequente. Pode ser tímida quando conhece alguém, mas logo relaxa. Como sinaliza proteção, a posição também pode ser reflexo de uma preocupação com o momento em que vive ou a necessidade de ser apoiada pelos demais. Pode significar um conflito pontual sem resolução. Busca por afeto e segurança.

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Barriga para cima com os braços cruzados Deitar-se com o abdômen para cima, com as pernas próximas umas às outras, e os braços em cima do peito e cruzados são sinais de proteção. Quanto mais cruzados estiverem os braços, mais defensiva é a pessoa. Se, além disso, as mãos estiverem fechadas, a pessoa passa por tensão.

De lado com as mãos para a frente Pessoas abertas, mas que podem ser desconfiadas e cínicas. Costumam demorar para tomar decisões, mas, quando tomam, dificilmente mudam de ideia. Pode ser alguém com bom controle das emoções e que sabe manter a distância dos demais.

Barriga para cima e braços ao longo do corpo Geralmente quietas e reservadas, que fogem da agitação e impõem a si e aos outros padrões elevados. Essas pessoas acabam sofrendo muito com a realidade bagunçada que têm de enfrentar todos os dias. Geralmente são muito caladas, pois temem se expor.

Dormir agarrado ao travesseiro Pode ser sinal de que a pessoa vive um momento em que necessita de apoio e carinho e se sente insegura. Abraçar o próprio corpo ao dormir ou até mesmo bicho de pelúcia também tem o mesmo significado. Essa pessoa se sente sozinha no mundo e, mesmo tendo alguém ao seu lado, não se julga compreendida e aceita.

Cobrindo todo o corpo Pode estar fazendo quase 40°C, mas a pessoa não consegue dormir sem estar coberta até a cabeça, levando o lençol até o próprio rosto e deixando apenas o nariz de fora. Isso é sinal de uma busca extrema por proteção. Trata-se de alguém que vive um misto de medo e carência em excesso na vida.

Esparramado pela cama na diagonal Sozinho ou acompanhado, é alguém que faz questão de ocupar o maior espaço possível da cama. Pessoa extrovertida e confiante. Em alguns casos, pode ser sinal de alguém que não tem noção de limites e sente dificuldade de respeitar o espaço dos demais.

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EDITORIAL DE MODA

A essência do bom gosto Quando chega a hora de escolher o look, normal bater um frio na barriga. Acertar não é tão difícil assim. Aliás, é super fácil quando se tem as peças certas para combinações cheias de vida. Tanto para o dia quanto para a noite! E como a gente não é bobo nem nada, dá o nosso pitaco. Prontos para arrasar?

Referência na medida

Camisa Espaço Fashion (R$ 132,00 na Abuse) Calça jeans Forum (R$ 411,90 na Abuse) Melissa UltraGirl Gliter (R$ 109,90 na loja Tribo) Colar Flora Darde (R$ 129,00 na Abuse).

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Acerte no tom

Camiseta Doc Dog (R$ 138,00 na loja Tribo) Calça jeans Coca-Cola Clothing (R$ 328,90 na Abuse) Tênis All Star (acervo produção).

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Conjunto irresistível

Ele: Camisa Tevah (R$ 169,00 nas lojas Tevah) Calça jeans Tevah (R$ 199,00 nas lojas Tevah) Cinto Beagle (R$ 146,50 na Abuse) Relógio Nixon (R$ 1.759,00 nas lojas Kauai) Tênis Coca-Cola Shoes (R$ 257,00 na Abuse). Ela: Blusa Gatabakana (R$ 229,00 nas lojas Kauai) Calça Coca-Cola Clothing (R$ 266,90 na Abuse) Sapato Shutz (R$ 340,00 na Abuse) Colar Flora Darde (R$ 120,00 na Abuse) Brinco Flora Darde (R$ 77,00 na Abuse).

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Sem perigo de erro

Ela: Vestido Coca-Cola Clothing (R$ 280,00 na Abuse) Colar Flora Darde (R$ 113,00 na Abuse) Bota Barth (R$ 237,00 nas lojas Kauai) Ele: Camiseta Doc Dog (R$ 159,00 na loja Tribo) Jaqueta Tevah (R$ 669,00 nas lojas Tevah) Calça DC Shoes (R$ 186,00 nas lojas Kauai) Tênis Coca-Cola Shoes (R$ 245,00 na Abuse).

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Papisa descolada

Ela: Vestido Coca-Cola Clothing (R$ 220,90 na Abuse) Casaco Espaรงo Fashin (R$ 525,00 na Abuse) Bolsa Schutz (R$ 369,00 na Abuse) Brinco Flora Darde (R$ 118,90 na Abuse) Sapato Schutz (R$ 300,00 na Abuse) Ele: Camisa Tevah (R$ 159,00 nas lojas Tevah) Traje Tevah (R$ 539,00 nas lojas Tevah) Cinto Tevah (R$ 59,00 nas lojas Tevah) Sapato Tevah (R$ 259,00 nas lojas Tevah).

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Arejado e casual

Ele: Camiseta Doc Dog (R$ 82,80 na loja Tribo) Calça Doc Dog (R$ 360,00 na loja Tribo) Tênis Nike (R$ 199,00 nas lojas Kauai) Ela: Regata Feminina Doc Dog (R$ 248,56 na loja Tribo) Short Doc Dog (R$ 227,00 na loja Tribo) Sapato Schutz (R$ 320,00 na Abuse) Bolsa Isabella Piu (R$ 314,00 nas lojas Kauai) Brinco Flora Darde (R$ 58,00 na Abuse)

Looks: Abuse, Kauai, Tevah e Tribo Fotografia: Lucas de Mello Assistência de Fotografia: Denis Brum Modelos: Brenda Rocha e Eduardo Riffel (Premier Models Mgt) Beleza: Fernanda Balbinotti Coordenação, moda e casting: Vanessa Fernandes Estúdio Área Coletiva

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PULADA DE CERCA

Homens fiéis pODEM TER QI mais alto Taí uma coisa que a gente já imaginava. Trair é burrice. Qualquer um pode achar isso, mas o fato é que, agora, temos um estudo para comprovar a teoria. A badalada revista Social Psychology Quarterly divulgou um estudo controverso. Como resultado, confirmou que homens fiéis às suas “respectivas” possuem níveis mais altos de quociente de inteligência (QI) do que os que traem suas mulheres e namoradas. A pesquisa foi conduzida pelo psicólogo especializado em comportamento de gênero, casamento e poligamia Satoshi Kanazawa, da London School of Economics and Political Science. O cara entende muito! Kanazawa afirmou que homens inteligentes estão mais propensos a valorizar a exclusividade sexual do que homens menos inteligentes. Esta conclusão foi aceita após o cientista comparar o QI de milhares de adultos e adolescentes dos Estados Unidos a suas atitudes. Ok, o estudo foi feito lá fora, mas dá para ter ideia de como

seria aqui. Depois de analisar os dados da National Longitudinal Study of Adolescent Health e da General Social Surveys, Kanazawa encontrou também ligações entre o QI e o posicionamento político e a religião. O ateísmo e o liberalismo político foram apontados, na pesquisa, como atitudes de homens mais inteligentes. Em entrevista a uma poderosa rede de televisão americana, o cientista falou que a fidelidade é um sinal de evolução da espécie. O homem fiel é diferente do padrão “relativamente polígamo” que o gênero teve ao longo da História. Segundo a teoria de Kanazawa, “ser exclusivo” é uma novidade evolucionária a que os mais inteligentes estão aderindo. Entre as mulheres, no entanto, essa conexão entre QI mais elevado e exclusividade sexual não acontece, segundo o estudo. Ponto para eles!


A Realidade ainda é dura O estudo não aborda a fidelidade no sentido estrito, e segundo dados da pesquisa, 81% dos entrevistados nunca foram casados, o que muda a novela. Há quem defenda que estabelecer o nível de QI como um fator determinante em relação à fidelidade é um exagero. Esse coro defende que outras questões referentes à personalidade são tão - ou mais importantes do que isso. Impulsividade, tendência à busca pela novidade, capacidade de assumir riscos seriam alguns fatores. Seria papinho de infiel?


TIMIDEZ QUE VALE OURO

TÍMIDO, EU? S

omos seres sociais por nascimento. Mesmo que alguns não sejam tão sociáveis assim. Ser tímido nos dias de hoje pode soar pejorativo. Mas, muitas vezes, o tímido não é um “bicho diferente”, arredio porque quer. Esse entendimento errado causa uma ideia de que esses indivíduos são menos capazes do que os extrovertidos. Baita viagem! É certo que eles têm mais dificuldades em se manifestar para os outros ou mesmo de se inserir em grupos sociais. Inevitável. Carolina Sofia, psicóloga, é categórica quando aborda o assunto: “Nesta sociedade moderna, a personalidade tímida pode tornar-se acentuada ou até surgir durante os anos escolares, uma vez que é muito mais comum que crianças diferentes sofram críticas de seus colegas, sejam apontadas por suas diferenças ou até mesmo excluídas por causa delas”. Difícil pensar, mas o bullying é um dos fatores que podem deixar a criança mais fechada e transformá-la em um futuro adulto inseguro. Claro que traços da própria personalidade contam, mas as chacotas potencializam a construção do “casulo” do tímido.

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Julgamento Você tem receio de manifestar seus pensamentos e seu jeito de ser por causa da aprovação dos outros? Querido acanhado, não faça assim. Primeiro, quem tem que se sentir confortável com os demais é você, e não o contrário. Sabemos que é difícil imaginar ser mais aberto, pode soar forçado. Ou mesmo nem é seu interesse que isso aconteça. Ok, a escolha é sua. Só não se bitole achando ser um “monstrinho”. Estranho é não entender e não respeitar as pessoas como elas são, e se a timidez faz parte da sua personalidade, conviva com ela. Caso a caso Há o tímido que possui dificuldades de falar em público. Aquele que não tem facilidade de convivência. E também os casos mais extremos, que preferem o isolamento ao enfrentar seus medos e ter que se socializar ou dividir qualquer espaço com outras pessoas. Daí é fácil entender: não importa o grau de timidez, quem tem esse traço costuma se afastar do convívio social e buscar outras formas de se comunicar ou ocupar seu tempo esta é a receita de grandes estudiosos, músicos, artistas, artesãos e outros. Poder dos tímidos Assim como cada ser humano possui características e habilidades específicas, o mesmo acontece com os embaraçados. Cada um é único em sua composição e seu desenvolvimento como pessoa; estudos e experiências moldam qualidades e capacidades

foto Cássio Bonfandini

CULTURALMENTE “ANORMAIS”


específicas. Os tímidos são o máximo dentro de suas vidas mais introspectivas. Carolina vai mais além: “Determinadas pessoas que possuem algum tipo de dificuldade maior de lidar ou se comunicar com os demais podem ter uma inteligência ou entendimento de mundo mais rápido, mais complexo. Esta seria uma explicação da dificuldade de entender os demais ou de se fazerem entender”. Que show, né?

Determinadas pessoas que possuem algum tipo de dificuldade maior de lidar ou se comunicar com os demais podem possuir uma inteligência ou entendimento de mundo mais rápido, mais complexo. Essa seria uma explicação da dificuldade de entender os demais ou de se fazerem entender

Postura restrita Tem uma galera que é mais reservada e acaba rotulada como tímida. O fato de se relacionar com pessoas que possuem o mesmo tipo de capacidade de entendimento ou então um grupo restrito de indivíduos dá um alívio, pois podem desenvolver um diálogo com mais facilidade. Isso não é timidez, é mais uma preguiça social. Então... cada um é único e mostra qualidades e capacidades diferentes. Que bom que é assim. Com isso, mais ou menos dedicação em certas áreas garante sucesso. É assim com os tímidos. “Carol” confirma que, a partir dos estudos de personalidade que faz, o inibido tem uma capacidade maior de ser ouvinte, possivelmente de prestar mais atenção no que o cerca. “Uma pessoa mais reservada pensa com mais calma e clareza, já que, por ser menos falante, torna-se mais observadora e possivelmente consiga entender melhor o ambiente ao seu redor.” Timidez não é doença, mas, dependendo do seu grau, pode dificultar muito a vida das pessoas em relacionamentos de todos os níveis, sejam amizades, trabalho

Carolina Sofia

ou amores. Nesse aspecto, a internet e redes sociais podem ter auxiliado muito o contato do tímido com outras pessoas, uma vez que, no computador, a tela impede o contato face a face, tornando-se mais fácil desenvolver um diálogo. Apesar disso, há muitos retraídos que não se importam em ficar focados em estudos ou em atividades que ocupem seu tempo de forma prazerosa e não necessariamente envolvam outras pessoas. Pelas suas características, o encabulado não é alguém que desempenhará, em seu trabalho, funções de liderança ou que envolvam muitas pessoas às quais seja necessário emitir ordens ou se relacionar, mas sim desempenhará funções de maior exigência de concentração ou de nível mais intelectualizado e de menor contato com outros. Se você conhece pessoas tímidas que sentem dificuldades com isso ou se você enfrenta esse problema, procure o auxílio de um profissional. Se não atrapalha, respeite e seja respeitado. Fácil assim!

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EIS AQUI UM MUITO OBRIGADO, UM PARABÉNS, UM ALÍVIO. UMA VONTADE DE VOLTAR E FAZER MAIS UMA VEZ.

Comissão do Quarto Rali Antônio Fialho de Vargas

FACEBOOK.COM/ANTONIOFIALHODEVARGAS

INTERPRETAÇÃOROCK GAÚCHO A gente ouviu, ouviu... E decidiu traduzir. Quando se escuta uma canção, é natural, depois de toda a letra cantada, pensar um pouco sobre isso. Personificar personagens. Foi o que a gente fez! Sinta só o entendimento do Mazup sobre o significado de músicas clássicas do nosso Rock Gaúcho. É uma piração. se concordar, que ótimo; CASO não, manda pra gente a sua “interpretação” dos sons, e a gente publica em nossas redes sociais!

Hey, Amigo / Cachorro Grande

“Hey, eu quero ser seu amigo de novo. Porque a gente sabe que a gente sabe demais sobre nós dois. Conte comigo se você precisar de um amigo para desabafar noite e dia, toda hora pela madrugada” Essa é de quebrar tudo quando toca. O garoto, recém-separado, quer ser “amigo de novo” da gata. Pelo desabafo, é sincero. Por

quê? Ah, eles já se entendiam. Ela desabafava todas as bobagens típicas de mulher, inclusive pela madrugada, e ele ouvia tudo. Isso sim que é namoro. Aliás, ele garante: ambos sabem demais do outro. Então, o que custa voltar? Ele parece estar um pouco revoltado por ter feito de tudo pela garota e, no final, ter levado um pé na bunda. Se não levou, se arrependeu pelo término. A letra repete bastante, mas é aquilo ali mesmo que tem pra ser dito. “Guria, eu tive muita paciência contigo, vem ni mim que eu quero te namorar de novo.” Se for amor, volta. Se for conveniência, volta também. Ah, quer saber? Falar toda hora, pela madrugada, é um pé no saco. Nem com uma pílula da felicidade dá pra aguentar.

Eu tenho uma camiseta escrita eu te amo / Wander Wildner “Eu tenho uma camiseta escrito ‘eu te amo’. Parece uma grande bobagem, mas é o que eu sinto quando estou voando e eu tô voando. Eu fico pelado no quarto vendo a sua foto. Parece uma grande bobagem, mas é o que eu faço quando estou de porre e eu tô de porre” Um hino para quem voa quando está apaixonado. Aquele tipo de tesão que aperta quando estamos de porre, sabe? Parece que o garoto


Cuidado Ana / Vera Loca

“Ele sabe tudo que vai acontecer, assistiu a todos os filmes que você quer ver. Cuidado que ele pode entrar na tua mente, te dar um beijo e te puxar o tapete, éééé! Te puxar o tapete, éééé! Conhece todo mundo. Te chama pelo nome pra não perder a pose, estudou o caso” É um conselho de amigo. O guri é amigo da Ana, mas isso tá parecendo uma paixonite aguda típica de pré-adolescência. Ele alerta a desavisada: “Cuidado, o cara pode ser um cafajeste”. Na visão masculina, o “concorrente”

não tem muita noção, pois diz que, se pudesse, ficaria sempre perto da garota. Ninguém fica SEMPRE perto de outra pessoa; é um porre. Falando em porre, o álcool faz pensar assim, algumas vezes. Levante a mão quem concorda. Além de apaixonado, o garoto é brega. Tem uma camiseta escrito “eu te amo”. Entendemos que pode ser uma “figura de linguagem”, obviamente. Mas, mesmo assim, é brega. Ele acha que parece uma

Melissa / Bidê ou Balde sempre será um cafajeste, até aí nada demais. Parece ciúme porque o “outro” tem jeito de boa-pinta, deixa a Ana de quatro e ainda por cima é estrangeiro. Ana, ele vende ilusões a prazo. E ela com isso? Comprar a prazo é melhor do que não ter, certo? Bom, parece que ela tá cagando pra isso. E deveria, mesmo. Se fosse comigo, preferiria isso do que nenhuma ilusão. Ainda mais se forem ilusões com sotaque estrangeiro. No cangote, sussurrando um português misturado com italiano ou francês. Ana, sua sortuda. Engate uma chave de coxa no gringo e vê o que rola. Depois, conte pra gente! Se bem que se o cara tá estranhando o fuso horário, não é bagual. Mas, como a letra diz, cada um tem o que merece” Ana, se eu fosse você, investia. Até porque, se não der certo, parece que tem gente apaixonada por ti. Ou, pelo menos, com ciúmes. Ficadika.

grande bobagem, e está certo. É! Pelado na sala batendo punheta é o que ele faz quando está amando. Coitada dessa garota se ele estivesse sempre perto dela, aliás. Para fechar, se ele pudesse, não faria nada além dessa canção. Então faça assim: vista a camiseta “eu te amo”, sente-se sem cueca no sofá da sala e mostre seu amor por ela, rapaz! Mas de longe, porque se for diferente, ela corre.

“Te fiz um rock, Melissa, pode crer que é sobre amor. Mas eu não sou publicitário, e a minha vó é de Bagé. Eu te escrevi uma carta cheia de frases de impacto. E se precisa de alguma coisa é só pedir que eu faço. Se tu quiser que eu te leve, eu aprendo a dirigir” Um amor... Todo mundo teve, tem ou ainda vai ter. No caso, aqui, o garoto fez um rock para sua japa, Melissa. Olhos puxadinhos e talz. Ele não é publicitário, e a vó dele é de Bagé, isso já explica muita coisa. Coitado, deve ser um dedo destroncado de tão grosso. Mas nada contra, tem quem goste. E ainda por cima, não tem carteira de motorista. Assim, para conquistar uma gata, só fazendo um rock, mambo, qualquer som. Pela descrição de “pele branquinha”, a garota parece não ir muito à praia. Talvez seja um pouco gordinha, mas isso é pouco provável. Mesmo assim, o garoto se oferece para levá-la. Muito amor. Alguém se arriscaria a se tocar na BR com um guri que mal tirou a primeira habilitação? Ou que talvez nem tenha? Não, gato! Sugestão: se ofereça para pagar a passagem de ônibus dela. Pode ser mais negócio. A não ser que ela seja uma maria-gasolina. Aí fudeu, playboy, porque mina desse tipo não tá valendo nem o pedágio até Mariluz.

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sou brasileira... em qualquer lugar do mundo

O

relógio desperta, 7h. Hora de pular da cama com aquele café forte, passar os olhos rapidamente nos e-mails e no Facebook. E então, a surpresa: uma grande repercussão sobre o protesto contra o aumento da passagem de ônibus em São Paulo, principalmente a violência da polícia para conter a população, sobrando até para a imprensa. Imediatamente, um amigo me chama no Skype e diz: “A coisa é séria, e em Porto Alegre, também”. Disse a ele que logo tudo seria engolido pela memória volátil do povo, mas com meu coração doendo. Não há como negar: conhecer uma nova cultura e língua são fascinantes, mas jamais suficientes para te fazer fechar as malas e romper fronteiras, sem data para voltar. Há dez anos, eu estava desiludida com meu país, sim! Após meses à procura de um emprego e, por fim, o trabalho em um call center a partir das 5h, para ganhar R$ 400 por mês, fez com que eu me jogasse num avião! Auf Wiedersehen, Brasil! Em junho, diferentes cidades do mundo aderiram à manifestação do movimento Democracia Não Tem Fronteiras, inclusive Munique. Cansada de sofrer com o descaso do transporte público na capital gaúcha e Região Metropolitana e com a falta de

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respeito com aquela que é a base de uma cultura, a educação, escrevi meu cartaz e me reuni a mais de 300 brasileiros que se concentraram na Marienplatz. Com bandeiras, faixas e rostos pintados, o grupo leu um manifesto em português e alemão que ecoou nos quatro cantos da praça mais turística e bonita da cidade. No texto, a real situação no país, o tratamento dado à população e às suas reivindicações que, históricas, vinham aos montes. Ao erguer meus dizeres sobre a cabeça, um casal turco se aproxima e me pergunta o que estava escrito. Expliquei as condições do nosso principal meio de transporte, o monopólio, o preço da passagem, a falta de respeito com o usuário e também trabalhador, que dirige carros em más condições. Com sorrisos abertos, os dois fizeram questão de tirar uma foto comigo, segurando o meu cartaz, se dizendo profundamente solidários ao meu relato, que nosso idioma é diferente, mas que passam pelo mesmo e que podemos contar com eles. Naquele dia, as redes sociais na Turquia estavam mobilizadas em apoio ao Brasil. Hoje, há quatro meses em Munique, além de brasileiros, conheci chineses, russos, croatas, franceses, poloneses, espanhóis, romenos, italianos de diversas idades, profissões e histórias. De origens tão distintas, trazem consigo um único desejo, que não precisa de tradução: o sonho de uma vida digna, uma boa oportunidade de trabalho, educação, mais segurança e saúde. São corajosos que aqui chegam sem pronunciar sequer uma palavra do idioma, mas com os olhos cheios de esperança, estudam, trabalham, recomeçam do zero, com famílias inteiras

foto Vinicius Padula

ou, simplesmente, sozinhos. Por outro lado, também trouxeram o pensamento quase unânime: o de voltar para casa um dia, podendo viver de sua profissão, andando despreocupado na rua, sem medo da violência, tendo direito a uma boa escola pública, com o otimismo estampado no futuro.

Cantora, jornalista e radialista, Raquel Carneiro tem 30 anos, foi produtora da Rádio Gaúcha e escreve no blog www. mundonumanotaso.blogspot.com Atualmente, mora em Munique e ama retratar o dia a dia da cidade alemã pela lente maluca dos seus óculos. Certo dia, pegou livros e discos preferidos e saiu decidida por aí, a contar histórias, com muita salsicha bock e cuca!



Ein Kartoffel, bitte! Uma batata, por favor!

me engana que eu gosto

VERDADES SOBRE A Mentira Nós contamos, em média, três mentiras a cada dez minutos. É o que indica um estudo realizado pelo professor de Psicologia da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, Robert Feldman. O cara manda bem no quesito desvendar “farsantes” e escreveu o livro Quem É o Mentiroso da Sua Vida?. Confira abaixo um pouco sobre a mentira e como desvendá-la!

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NOVIDADE NO SHOPPING LAJEADO

HÁBITO Maquiar a verdade não tem só o objetivo de enganar os outros. Muitas vezes, a negação é para nós mesmos, já que mentir não faz parte do “processo natural” da nossa mente. Mesmo assim, segundo a pesquisa de Feldman, recorrer a esse recurso é um hábito de todos os seres humanos. Outra autoridade no assunto é o especialista em segurança eletrônica e escritor Wanderson Castilho. Ele concorda com Feldman. De acordo com sua obra Mentira - um Rosto de Muitas Faces, é praticamente impossível um ser nunca pecar com a verdade em algum momento da vida. Amor faz mentir Sabia que você dorme com a pessoa que mais mente para você no mundo?

Isso porque mentir não significa somente inverter a realidade, e sim camuflar aspectos que julgamos negativos. Medo de magoar. Quanto mais desconfiado e possessivo for o namorado, mais mentiroso se torna seu par. Engraçado, né? Quanto menos mentira queremos, mais provocamos. Entre o que mais se esconde dos amados estão flertes e atração por outras pessoas, contatos e amizades, nível de comprometimento, fantasias e satisfação sexual e aparência. O corpo denuncia Nosso cérebro não aceita a negação. Quando maquiamos a verdade, alguma parte da sua expressão facial ou do seu corpo vai te dedurar. Existem sinais simples de serem observados que podem indicar uma lorota das boas. Sinta só quando ligar o alerta do “acho que estão me enganando...” RECONHEÇA UMA MENTIRA Ninguém está preparado para identificar com 100% de certeza quando o outro mente. Para reconhecer simples traços de inverdades, é necessário conhecer o comportamento-padrão da pessoa para identificar mudanças.


Eu

- Voz: Mentir estica as cordas vocais, deixando a voz um pouco mais fina e fraca. Para compensar, a pessoa tenta falar mais alto. Ou seja: não é falar baixo, e sim em tom mais agudo. - Olhar: Desviar o olhar é o recurso mais utilizado em paralelo à mentira. Mas depois, o olhar fuzila. Isso porque o mentiroso quer ter certeza da reação da outra pessoa e verificar se a mentira “pegou”.

foto Cássio Bonfandini

- Lábios: Comprimir os lábios, tanto o inferior quanto o superior, com os dentes, pode ser um forte indício de mentira. Lamber os lábios também conta!

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- SecurA: A adrenalina causa uma reação de garganta e boca secas. Alguns podem se engasgar ou engolir seco. - Encobrir a boca: Traduz uma vontade de amordaçar-se. Tende a ser um gesto rápido, porque exprime um conflito - uma parte do mentiroso não quer calar-se, e sim continuar com a sua mentira.

Festas e eventos

Se ainda assim não conseguiu identificar uma mentira, experimente fazer o contrário: estimule o interlocutor a falar a verdade. A dica é estabelecer proximidade na conversa. Segundo Castilho, quanto mais próximo você estiver fisicamente, mais dificuldade a pessoa terá de mentir.

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DESABAFO Esta seção da revista Mazup nunca foi tão necessária quanto agora. É notório o aumento do número de páginas de nossa publicação. Atingimos 52! Isso é real e cada vez mais gostoso para nós. Gratificante pacas! Mas não é só isso, aumenta também a nossa responsabilidade contigo. Desabafar é contar o que se passa de bom e ruim, e esta página é dedicada a isso. Um “making of” dos nossos prazeres e dificuldades. Não seria Mazup se não fosse desta maneira. E na produção deste material, como em tudo na vida, é normal se deparar com percalços. Contudo, as agruras que enfrentamos nesta edição estão de acordo com o que sempre almejamos. Ou com o espírito da revista, que nasceu ácida e foi se moldando à resposta dos leitores. Estamos sacando, aos poucos, o que a galera quer e fazendo um conteúdo cada vez mais parecido com as suas expectativas. Na matéria de capa desta edição, entrou a questão de gênero, um tema polêmico e controverso. Dedo na ferida é com a gente mesmo. Curativos só cuidam do resultado do processo infeccioso dos ferimentos. Nós queremos acabar com algumas chagas da sociedade e, para

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isso, é necessário “operar”. O bisturi está na sua mão, e a cirurgia para “sarar” algumas ideias equivocadas terá que ser feita por você. Mãos à obra! Bora sair do leito da hipocrisia. Você merece mais do que ideias preconcebidas. E nós não vamos defender nada menos do que isso. Delicinha, delicinha! Nossas seções fixas estão mais certas do que nunca. Miramos no seu âmago, e isso é bom. Coisas novas virão, talvez outras ideias. O projeto Revista Mazup foi concebido para trazer, de maneira tônica, o que é sutil. E quando não for mais assim, não será nossa querida. Por enquanto, manter o caráter provocativo é o nosso norte, até que o objetivo de mudança comportamental seja atingido. Juventude é crítica, é construção. E desconstrução. Voe com a gente, com asas de anjo, até onde der para ir. Depois, a gente para e vai mais um pouco. Voe em círculos, perca algumas penas, mas vá. Se Ícaro tentou, a gente vai conseguir. Venha com a gente nesta e nas próximas. Barco sem tripulação navega, mas perde o rumo. Aumentamos nossa capacidade de absorver tripulantes. Estamos maiores e mais fortes. E você também. A gente tem convicção disso.


O MAZUP QUER COMPARTILHAR SEUS MOMENTOS. FORMATURA CASAMENTO FESTA DE 15 ANOS ANIVERSÁRIO CONTRATE O MAZUP PARA FOTOGRAFAR E COMPARTILHAR SUA COMEMORAÇÃO. UM JEITO BEM MAIS FÁCIL DE TODOS PODEREM VER SUA FELICIDADE. (51) 3726-6741 / CONTATO@MAZUP.COM.BR / MAZUP.COM.BR


EU PROTESTO!

Muita gente se mobilizou pelo país mostrando indignação com o que julga errado em nossa administração federal. Você ainda tem motivos para protestar? Então, este espaço é seu! Escreva o que lhe angustia (seja lá o que for), faça uma foto segurando a revista e envie para o Mazup! Faremos algo legal com o seu protesto, pode contar.


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