Risos ao ultraje

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Leia ouvindo ♫ Don’t worry, be happy - Bob Marley ♪

8 de agosto de 2014 - #207

“Não sou turca,mas sou mulher. E rio quando quero, hahaha.”

Risos ao ultraje Alguma manchete sobre a declaração do vice-primeiro-ministro da Turquia, Bulent Arinc, deve ter chegado até você desde a última segunda-feira de julho. Era aquele machista e infeliz comentário “para proteger os valores morais, mulheres turcas não devem sorrir em público” -, lembra? Sério, “bugamos” aqui: qual a relação de culpa que, como dizia o pai do reggae, Bob Marley, a curva mais bonita do corpo de uma mulher teria com o declínio moral da sociedade turca, comandada por um Estado laico? Poxa, Arinc, senta lá, vai! Indignadas, as turcas não se inibiram. Transformaram suas risadas em protesto, e suas redes sociais em vitrine de alegria, afinal, se sorrir é imoral, o mesmo discurso conservador de que “uma mulher não deve rir de forma forte em público” deveria valer para os homens do país.

Teve kahkaha brasileira, sim!

As três gerações que riram da declaração.

O movimento, acompanhado da #kahkaha (risada na língua turca), rasgou o país e viralizou entre internautas do mundo inteiro, que também gargalharam em frente das câmeras. Políticos da oposição também embarcaram na crista da onda, e Ekmeleddin Ihsanoglu respondeu: “Nosso país precisa, mais do que nunca, de que nossas mulheres riam e que escutemos a gargalhada alegre de todos”. Aproveite a iniciativa dessas mulheres, imersas em uma sociedade em que a religião muçulmana predomina e há pouca voz ativa feminina na política, e faça como elas: gargalhe, logo, exista! O que impede você de sorrir? textoKelly Raquel Scheid

“Hahaha,comece o seu dia com uma risada.”

fotosdivulgação


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