Revista Paróquia São Pedro

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Maio

Patrimônio Imagens e pinturas sacras da Igreja Matriz são restauradas desde 2010

edificados na fé Entrevista ‘Não podemos ter medo diante dos desafios’, diz Monsenhor José Boteon

Tradição Festa de São Pedro chega à 123ª edição e conta com apoio da comunidade

Coral Laudamus leva música às celebrações

litúrgicas e eventos especiais

História Instalação da Paróquia São Pedro se funde ao desenvolvimento da cidade

Foto: Pauléo

150anos

Vozes para louvar




Editorial

150 ANOS EDIFICADOS NA FÉ

É essa realidade que a Paróquia São Pedro está celebrando neste ano de 2014. Começou com uma pequena capela dedicada a São Sebastião. Posteriormente, por meio de um plebiscito, o povo escolheu como padroeiro São Pedro. Depois houve o esforço para que a capela se transformasse em freguesia (paróquia), o que aconteceu no dia 12 de abril de 1864. O Povo depois trabalhou para que tivesse um padre permanente. Assim, no dia 31 de maio de 1867 chegou o primeiro vigário, Padre Aurélio Votta. A partir dele seguiram-se 23 párocos. O paroquianos sempre foram atuantes: irmandades, congregações, apostolado da oração, vicentinos, Congregação Mariana, Filhos de Maria, Cruzada Eucarística, sempre foram atuantes e participativas. As visitas pastorais dos bispos se transformavam em grandes manifestações de fé. Enfim, a cidade de São Pedro cresceu em torno da Igreja Católica. As famílias vinham das fazendas distantes para cumprir seus deveres cristãos, manifestando sua fé.Os párocos e as mulheres e homens cristãos que por aqui passaram souberam evangelizar

conforme a visão pastoral da época em que viveram. O Papa Francisco no documento “A alegria do Evangelho” nº 28 diz: “A Paróquia não é uma estrutura caduca: precisamente porque possui uma grande praticidade, pode assumir formas muito diferentes, que referem à docilidade e à criatividade do Pastor (Jesus Cristo) e da comunidade”.Esta revista quer comemorar os 150 anos da Paróquia São Pedro, retratando em textos e fotos, um pouco do passado, construído com o trabalho árduo dos paroquianos conscientes de sua fé e com a dedicação de cada um dos párocos e religiosos que aqui trabalharam.Nesta revista não foi possível enumerar e nomear todas as pessoas que construíram e ainda constroem nossa Paróquia. Para isso seria necessário um livro com centenas de páginas.Que Deus pelos méritos de São Pedro e São Sebastião receba na morada eterna os que partiram e abençoe os que continuam edificando na Fé.

Monsenhor José Boteon

Paróquia São Pedro Praça São Pedro, 616 - Centro São Pedro/SP - 13520-000 Fones: 19 3481.1223 - 3481.1196 www.paroquiasaopedrosp.com.br Horário das Missas: 2ª feira - 19h30 - Celebração da Palavra 3ª feira à 6ª feira - 19h30 Sábado - 19h30 Domingo - 7h / 9h30 / 19h

Projeto editorial do MBM Escritório de Ideias desenvolvido especialmente para as comemorações do sesquicentenário da Paróquia São Pedro.

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Pároco Monsenhor José Boteon Conselho editorial Célia Nicolette Bilia Celi Maria Gasparoto Rodrigues Cristina Baltiere Momesso Genival da Silva Maria do Carmo Mendes de Andrade e Souza Sandra Momesso Cardoso Teresa Bragaia Moraes Vilma B. T. Ramos Equipe MBM Escritório de Ideias Diretor Bruno Fernandes Chamochumbi Editora Cristiane Sanches (MTb 21.937)

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Ă?ndice

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Histórias que se fundem Município de São Pedro surge a partir da Paróquia, que completa 150 anos Fotos: Pauléo e Acervo da Paróquia São Pedro

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história da Paróquia São Pedro se funde à trajetória da cidade que ajudou a construir. Se São Pedro, município paulista onde vivem cerca de 33 mil habitantes, atualmente ocupa lugar de destaque na economia regional e como atração turística reconhecida nacionalmente, muito se deve às pessoas que no passado lutaram pelo desenvolvimento do lugar que escolheram para viver.

Maria do Carmo Mendes

de Andrade e Souza é uma Em meados do século 19, chedas autoras de livro sobre garam os irmãos Joaquim, José a história de São Pedro e Luiz Teixeira de Barros vindos de Itu. A família, em busca de terras férteis e água, provavelmente em 1844 cilitava a vida dos viajantes. O tropeiro Floriano chegou a então Sesmaria do Pinheiro, por onde da Costa Pereira, o Florianão, cuidava do pouso, desde 1725 passava uma trilha conhecida como que anos mais tarde viveria o progresso”, conta Picadão. Por este caminho, caravanas de São a advogada Maria do Carmo Mendes de AndraPaulo chegavam às minas de Cuiabá. O local de e Souza, conhecedora da história do muniatravessava a selva virgem, colocando à própria cípio e descendente do Povoador. sorte os primeiros desbravadores, que precisaAssim que se tornaram responsáveis pela vam enfrentar índios paiaguás e animais ferosesmaria, os Teixeira de Barros deram início zes para seguir rumo ao interior. ao povoado, pois se instalaram por aqui com “Em razão dos perigos, o governo da Provín- suas famílias, agregados e escravos. Joaquim, o cia determinou que se providenciassem pousos mais velho dos irmãos, tratou de erguer uma pela trilha do Picadão, em distâncias que per- capela, que tinha São Sebastião como padromitissem o pernoite e o descanso dos viajan- eiro. Com anuência do tropeiro Florianão, em tes. Nos pousos, havia mantimentos, animais de 1856, o Povoador deu início às obras em área carga e água para toda a tropa. No local onde contígua ao pouso. A construção era de paredes se situa o Centro histórico de São Pedro fica- de barro e cobertura com folhas de coqueiro, va um pouso. Era conhecido como o Pouso do como descrevem documentos históricos: “Um Picadão. Posicionava-se numa colina entre dois tipo de barracão, simplesmente denunciando a ribeirões: o Pinheiro e o Samambaia, o que fa- sua natureza sagrada pela meia torre, onde ful-


Origem

gura o emblema cristão, sobre dois pequenos campanários. À sua frente um negro cruzeiro, sobre amplo e rústico pedestal; dele saíam para os lados, envolvendo a igreja, duas alas de coqueiros”.

e molhados da freguesia, elevada a Vila em 1879 sob influência do Capitão Veríssimo Antônio da Silva Prado, o Barão de Iguape. Em 22 de fevereiro de 1881, por decreto provincial, veio a emancipação político-administrativa: São Pedro se desligou de Piracicaba e virou um município.

Com a vinda do padre e o aumento da população, decidiu-se pela construção de São Sebastião era muito invocado um templo mais digno. A maior conna época como protetor em casos tribuição foi de 22 contos e 500 mil de epidemias e doenças, tanto em Capela era o 1º réis por parte de Joaquim Teixeira animais quanto em pessoas. Apedegrau na evolução de Toledo, seguido de perto por sar disso, pouco tempo depois, Caetano José da Silva, com 17 por meio de uma votação, os haadministrativa de contos e 500 mil réis. A adminisbitantes do pequeno povoado uma comunidade tração ficou a cargo de João Baptisdecidiram mudar de padroeiro e ta da Cruz Leite e o empreiteiro foi escolheram São Pedro. Em 1860, o Carlos Francisco Dias. Em 29 de junho núcleo passou a ser chamado de Cade 1896, foi lançada a pedra fundamental da pela de São Pedro – capela era o primeiro degrau na evolução administrativa de uma igreja, cuja planta veio do escritório Ramos de comunidade. A partir daí, a povoação cresceu Azevedo, de São Paulo. e progrediu sua produção agrícola. Foi quanEm 29 de junho de 1898, a Igreja Matriz de do se elevou à categoria de freguesia. Em 12 de abril de 1864, por meio de decreto da Assem- São Pedro foi inaugurada com grande festivibleia da Província de São Paulo, a Freguesia de dade. O vigário da época era o padre Faustino São Pedro ganhou o direito de ter um pároco e Gottardini. Além da nave e do coro, havia na matriz uma tribuna de onde os fiéis também um juiz de paz. assistiam às cerimônias religiosas. Ela ficava A mesma data de elevação a freguesia é a num plano superior, nas laterais, ligada ao coro, que marca o início da paróquia, que comple- como uma espécie de mezanino, conforme relata 150 anos de atividades em 2014. O primeiro ta o livro “São Pedro, Educação Cultura e Turispadre do povoado foi Aurélio Votta, de origem mo”, organizado pelo historiador Rodrigo Luiz italiana. Ele chegou à localidade em 31 de maio dos Santos com pesquisa de Maria Aparecida de 1867. Veio acompanhado do irmão, Emílio Fracasse de Barros e Maria do Carmo Mendes Votta, que abriu o primeiro armazém de secos de Andrade e Souza.

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IGREJA MATRIZ Com o passar dos anos, a Igreja Matriz de São Pedro ganhou duas alas laterais e dois altares de madeira e três de mármore, além de imagens trazidas da Europa. O relógio da torre e o sino foram instalados em 1917. Em março de 1950, a Matriz recebeu o vitral da porta principal: Jesus Cristo como o Bom Pastor e Pedro, de joelhos, ao receber a missão de apascentar as ovelhas. O vitral custou 14.500 cruzeiros, doados pela população. A pintura interna, de acordo com resgate histórico que integra o livro “São Pedro, Educação Cultura e Turismo”, teve três etapas. Benedito Coelho pintou o estampadinho do estuque em 1937. O pintor piracicabano Mário Thomazzi ornamentou as paredes e o teto da capela-mor e das duas capelas laterais, em 1942, com quadros inspirados no apóstolo Pedro, no Rosário e em São José. Caetano Miani, artista italiano expressionista reconhecido internacionalmente, decorou a nave central com afrescos.

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“São dez quadros no teto simbolizando a vida de São Pedro e outras cenas do Evangelho. Nas paredes laterais, o Juízo Final e a Igreja Triunfante, Padecente e Militante. No coro, San-

ta Cecília com a corte de anjos. Na frente do altar-mor, anjos adoradores.” A descrição é do vigário da época, padre Luís Perroni. O artista usou uma técnica medieval chamada encáustica, com cera quente, para as obras. Pessoas da comunidade foram usadas como modelos para santos e anjos. O trabalho de Miani terminou em fevereiro de 1950 e custou 90 mil cruzeiros. Com o passar dos anos surgiram rachaduras, cupins, trincas e infiltrações nas paredes e no teto da Matriz. Em 1995, às vésperas do seu centenário, formou-se uma comissão para restaurar a igreja. Durante um ano, o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo) fez o monitoramento da obra e, em laudo, emitiu parecer de que não havia perigo de desabamento. Entretanto, por decisão do pároco da época e de autoridades do Poder Executivo, a igreja foi demolida sob o argumento de que era preciso ampliá-la. Restou do projeto original a torre do relógio e o painel de Miani no coro, que representa Santa Cecília, padroeira dos músicos. O antigo altar-mor de madeira está exposto atualmente no Museu Gustavo Teixeira.

Imagem histórica registra etapa de construção da Igreja Matriz

Igreja Matriz abriga jazigo do povoador Joaquim Teixeira de Barros e da esposa Joaquina Brandina de Escobar

JAZIGO DO POVOADOR O Povoador Joaquim Teixeira de Barros morreu com 104 anos de idade, em 3 de outubro de 1897, e teve o corpo sepultado no subsolo da Igreja Matriz por determinação da Câmara Municipal. Os restos mortais dele estão até hoje sob o coro, ao lado dos da esposa Joaquina Brandina de Escobar, falecida em 1871. Joaquim Teixeira de Barros, um dos principais incentivadores da obra da matriz, faleceu durante a construção. Não chegou a ver o projeto finalizado, mas o enterro no local foi uma forma de a comunidade homenagear sua trajetória e seu trabalho pela Igreja Católica na cidade.


Origem BRASÃO E LOGOTIPO DOS 150 ANOS Para marcar os 150 anos de fundação da Paróquia São Pedro, que é ligada à Diocese de Piracicaba, um selo e um brasão comemorativo foram lançados em 2013. O selo traz a representação gráfica do projeto arquitetônico da fachada da Igreja Matriz em fundo verde e branco com portas e janelas em detalhes coloridos. A logomarca foi criada pelo são-pedrense Danilo Eduardo Stocco, que é graduado em ciência da computação, pós-graduado em gestão estratégica de negócios e trabalha com design gráfico desde 2003 (danilo.stocco@hotmail.com).

Já os elementos inseridos no brasão representam as chaves e a barca de São Pedro, que trabalhava como pescador antes de se tornar apóstolo. Há ainda as flechas de São Sebastião, considerado co-padroeiro da paróquia, e uma estrela de seis pontas na cor prata que representa Maria, a mãe de Jesus Cristo. Em alusão ao município de São Pedro, há o desenho de uma cachoeira em ambiente natural. Logo abaixo, em uma faixa amarela, aparecem os anos de instalação da paróquia (1864) e do sesquicentenário (2014) e, ao lado, a inscrição “150 anos edificados na fé”.

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HINO 150 ANOS O sesquicentenário da Paróquia São Pedro está traduzido no hino “Nesta terra verdejante, a Igreja do Senhor!”. A letra é do Frei José Moacyr Cadenassi, e a música de Genival da Silva.

Nesta terra verdejante, extensão do Reino novo, O Senhor ressuscitado congregou o nosso povo! Sob a luz do Evangelho, nosso sesquicentenário: Celebremos a riqueza do convívio solidário! Ó Deus Uno e Trino, Acolhei os nossos hinos, O louvor da vossa Igreja, Deste povo que almeja, Cultivar por todo o sempre O amor resplandecente! Revivemos o chamado que nos fez o Deus da vida: Caminhemos, construindo a cidade tão querida! Não temamos a Aliança que ilumina o nosso tempo,

E confirma a Igreja na missão e seguimento. Sebastião, o grande mártir, no princípio o padroeiro, Continua a indicar-nos a presença do Cordeiro! Titular, agora, Pedro: pescador de muitos mares, Rocha viva, testemunho, o destaque dos pilares! Recordando atitudes de São Pedro, o timoneiro, Professemos, no Messias, nossa fé e amor primeiro! Irmanados, comunguemos da Palavra que liberta E conduz os nossos passos pelo Cristo – porta aberta! Paraíso refletido na beleza da cidade, Nos conclama a vivermos o florir da caridade! A Trindade vivifica o labor de toda a Igreja; Jubilosos, entoamos: o Senhor bendito seja!


‘ Não podemos ter medo diante dos desafios’

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m 1º de agosto de 1939, nascia na Fazenda Morro Azul, em Iracemápolis, José Boteon, único homem entre os dez filhos do casal de agricultores Ângelo Boteon e Lúcia Denadai Boteon. Logo na infância despertou para a religião e, ao completar 12 anos de idade, decidiu que queria se formar padre e servir a Deus e à comunidade por meio da vivência cristã. Após dedicar sete anos ao estudo de teologia e filosofia em Aparecida, São Paulo e Curitiba, foi ordenado sacerdote em 6 de janeiro de 1966, na Matriz de Santo Antônio, em Cordeirópolis.

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No mesmo ano, assumiu a Paróquia Senhor Bom Jesus, em Rio das Pedras, onde ficou até 1972. Em seguida, até 1975, atuou em Rio Claro, sendo transferido para Piracicaba, onde atuou nas paróquias Santa Cruz e São Dimas e São Pedro por um período de 11 anos. Em 1987, iniciou o trabalho pastoral na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Santa Bárbara d’Oeste, ficando 19 anos no cargo. Em março de 2006, tomou posse na Paróquia São Pedro, onde permanece até agora. Tornou-se monsenhor em 1994, título honorífico que recebeu com grata surpresa. “Trata-se de um reconhecimento ao trabalho desenvolvido, e nada mais”, afirma o religioso, com sua simplicidade característica. Ele também foi membro do Conselho Diocesano de Presbíteros e do Colégio de Consultores, além de articulador da Pastoral Social, Vigário Episcopal e ecônomo da Diocese de Piracicaba. Aos 74 anos de idade, a poucos meses de se tornar emérito, o monsenhor José Boteon se prepara para comemorar, juntamente com a comunidade, os 150 anos de fundação da Paróquia São Pedro. Ele chegou à cidade não muito bem de saúde, já que em 2006 precisou se submeter a uma cirurgia no tendão de Aquiles. “Tomei posse apoiado a um andador. Sofri durante um ano com dificuldades de locomoção, mas assumi a paróquia com a intenção de dar continuidade às boas ideias e de colocar ideias novas em prática.

E fui muito bem recebido pelos fiéis”, relembra. O fato de São Pedro ser uma cidade turística, que chega a receber 15 mil visitantes em apenas um fim de semana, se mostrou como uma característica atípica em relação às cidades onde já havia trabalhado. A condição, no entanto, em nenhum momento prejudicou ou barrou a ação pastoral. “Temos aqui gente de muita fé, mas nem sempre com muito tempo disponível para se envolver com as ações da Igreja Católica. É uma paróquia diferente das outras, mas nos adaptamos e tocamos o trabalho adiante”, relata o religioso. A Paróquia São Pedro desenvolve projetos que beneficiam centenas de famílias e também entidades sociais do município. Todos os meses, por exemplo, 10% do valor arrecadado com o dízimo é destinado a instituições como a Casa dos Velhinhos, a Casa da Criança, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), o Instituto Dona Alice e também à Sociedade São Vicente de Paulo. A Santa Casa de São Pedro vez ou outra também é auxiliada por meio de rifas e doações. A paróquia desenvolve ainda projetos comunitários como a Pastoral da Saúde e a Pastoral da Criança, que leva orientação nutricional a famílias de baixa renda. No período em que está na cidade, o monsenhor destaca como realizações, além da ampliação dos projetos de abrangência social, o término das obras de reforma da Igreja Matriz, a confirmação de que a relíquia de Santo Antônio exposta na capela dedicada ao santo veio da Itália e a construção da Capela Mãe Rainha, no bairro Novo Horizonte, toda em madeira, além da construção da Capela Nossa Senhora de Fátima (CDHU). O monsenhor Boteon elenca ainda os investimentos na reforma do salão paroquial, a instalação da nova sede da secretaria da paróquia e também a construção de uma nova casa paroquial, cujo projeto está em execução. Confira na entrevista.


Entrevista

Foto: Pauléo

Monsenhor Boteon está na Paróquia São Pedro desde 2006

Qual a importância de se comemorar os 150 anos da Paróquia São Pedro? Monsenhor José Boteon - A comunidade cristã, a paróquia, que realmente quer crescer na vivência da fé que professa, necessita conhecer o seu passado e lembrar-se das pessoas que vieram semeando a fé e o plano de Deus até hoje. Uma comunidade cristã que não olha o exemplo de fé dos antepassados tende a se enfraquecer na própria fé. Os 150 anos foram edificados na fé por todos os que, em meio a alguns sofrimentos, trabalharam nesta paróquia. Nos tempos atuais, a tendência é só viver o momento presente. Assim, é importante celebrar os 150 anos da nossa comunidade para que a experiência dos antepassados sirva de exemplo para o presente e a base para se construir o futuro. Quais foram os desafios encontrados na paróquia quando o senhor chegou em 2006? Em primeiro lugar, entender o ‘jeito de ser’ da paróquia em meio a uma cidade de cunho turístico. Depois, o fato de ter assumido a paróquia com a saúde física abalada, sem poder, por dez meses, me locomover livremente. E ainda

por ter um temperamento diferente do pároco anterior. Quais as principais características do fiel católico da Paróquia São Pedro? São pessoas que têm fé, mas muitos não gostam de se comprometer, de assumir compromissos pastorais. É claro que existem alguns que assumem compromissos e participam de fato, mas um número grande de famílias não se preocupa com a educação religiosa dos filhos pequenos. Em 2014 o senhor completa 75 anos e se torna emérito. O que isso representa para o senhor como religioso? Em 2014, completo 75 anos de vida e 48 anos como presbítero. Graças a Deus, tive uma infância tranquila e bem vivida. Vida simples na Zona Rural, com pai, mãe e irmãs que lutaram no trabalho árduo para tirar da terra o próprio sustento, o que nos ensinou desde pequenos o valor do trabalho. Foram 13 anos de formação para o presbiterado, durante os quais, com esforço, fui aprendendo as condições para dar a resposta ao chamado de Deus. Durante esses 48 anos como presbítero, tive muitas lutas e ten-

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tações. Boa parte eu venci com a graça de Deus, mas em algumas eu perdi feio, mas Deus foi misericordioso e, com a compreensão dos colegas e de dom Aníger (Melillo, bispo emérito de Piracicaba, falecido em 1985) e dom Eduardo (Koaik, bispo emérito de Piracicaba, falecido em 2013), consegui seguir em frente. As alegrias foram grandes e as tristezas, as alegrias superaram. Agora é preciso reconhecer que outros mais novos têm mais força e conseguem acompanhar com mais facilidade e adaptar-se à realidade atual. Ficando emérito, poderei ajudar no ministério sem ter as preocupações administrativas. O gerenciamento paroquial é o que mais ocupa e o mais exigido, infelizmente. Só espero não ser um peso a mais para os outros. ‘Tudo é possível para aqueles que acreditam’ (Marcos 9, 23). Quais os principais desafios da paróquia daqui para frente? ‘Uma comunidade cristã Despertar o ânimo missionário e evangelizador nos católicos, que não olha o exemplo levando-os a se entusiasmar pela de fé dos antepassados própria fé que professam. Imtende a se enfraquecer plantar a Escola de Fé para um estudo sistemático da Palavra de na própria fé’ Deus e da Doutrina Católica. Levar adiante a Pastoral Familiar a fim de fortalecer a consciência do valor cristão da família. Ajudar os cristãos católicos a fazerem a experiência real de Deus, levando-os a uma conversão consciente e profunda. Os desafios são enormes. Para superá-los, será necessário ter fé e não ter medo. Qual a mensagem que o senhor deixa para os fiéis? Não ter medo diante dos desafios para tornar este mundo menos relativista, menos violento e menos injusto. Ter fé em Deus, aceitando o Evangelho que Jesus Cristo nos trouxe. A Paróquia São Pedro, durante esses 150 anos, foi edificada na fé. De agora em diante, é preciso coragem e fé para tornar a paróquia mais missionária, mais acolhedora, mais comprometida com a Boa Nova de Jesus Cristo. Não perder a esperança, mas ‘guardar o mistério da fé com a consciência pura’ (Timóteo 3, 9).

Com os pais, no dia de sua ordenação


Vocação

Atuação pastoral inspiradora

É o caso da trajetória do padre Claudemir da Silva, de 38 anos, reitor do Seminário de Filosofia da Diocese de Piracicaba, que funciona em Campinas. Ordenado em janeiro de 2009, ele resolveu entrar para a vida religiosa após conhecer e participar dos projetos da Igreja em São Pedro, cidade para onde se mudou em 1989, aos 13 anos, vindo do Paraná. “Sou de uma família católica, mas foram o trabalho nas pastorais e a convivência com os religiosos da paróquia que avivaram o chamado e eu decidi entrar para o seminário em 2001. Há uma passagem bíblica que diz o seguinte: ‘A messe é grande e os operários são poucos’. A partir do momento em que eu entendi a essência e a importância da atuação pastoral, não havia mais dúvidas do que deveria fazer na vida: ajudar os outros”, diz. O frei José Moacyr Cadenassi, de 45 anos, também encontrou em São Pedro, sua cidade natal, a experiência que o levou a trilhar o caminho da fé. No final da década de 1980, na juventude, ele acompanhou de perto o trabalho de

Padre Claudemir é reitor do Seminário de Filosofia Victor Valdo

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atuação de vigários e de religiosos da Paróquia São Pedro contribuiu para que muitas pessoas decidissem dedicar tempo e trabalho às causas da Igreja Católica, seja em projetos sociais, em doações, na organização de eventos ou na divulgação da Palavra. Para outros fiéis, no entanto, a atuação pastoral foi determinante para consolidar o propósito de servir a Deus.

Acervo/Paróquia São Pedro

Padre Claudemir e frei José Moacyr falam do despertar de sua vocação na Paróquia de São Pedro

frades carmelitas descalços realizado no município e, a partir daí, teve o despertar definitivo para a vida religiosa e entrou para a Ordem dos Frades Capuchinhos, cujo carisma é a vivência da fraternidade. Frei Moacyr foi

“Desde criança eu tinha ordenado em maio um sentimento muito forte de 2009 de pertencimento à Igreja Católica, mas foi nesta época da presença dos frades em São Pedro que a experiência religiosa se tornou prioridade em minha vida. Sempre que posso participo de celebrações e eventos na Paróquia São Pedro, com a qual ainda tenho um vínculo de fé muito forte e presente”, afirma o frei, que atualmente trabalha em São Paulo. Sua ordenação ocorreu na Igreja Matriz de São Pedro em maio de 2009.


Tradição centenária Festa de São Pedro acontece há mais de 120 anos e conta com envolvimento da comunidade

Acervo Paróquia São Pedro

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Bolo é uma das atrações das comemorações

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festa em comemoração ao Dia do Padroeiro (29 de junho) é a mais tradicional da paróquia e da cidade de São Pedro. O evento é realizado há 122 anos consecutivos e sua arrecadação financeira é responsável pela manutenção dos projetos sociais e pelo custeio das despesas cotidianas da paróquia. Nos primeiros anos da comunidade, a festa em louvor a São Pedro era acompanhada

pela devoção a São Sebastião e também ao Espírito Santo. Naquela época, sempre no final de junho, as famílias se empenhavam na preparação da festa, que também reunia padres e pessoas de toda a região. Relatos históricos apontam que São Pedro ‘parava’ em razão da festa. Na clareira em frente à então pequena igreja, eram instaladas as barracas de prendas decoradas com folhas, flores e fitas coloridas, bem como os


Comemoração

balcões onde ficavam os quitutes típicos preparados pelas mulheres. Havia também atrações artísticas, como músicos e até um circo com animais, palhaços e mágicos. A decoração do recinto da festa era simples, mas especial: em frente à capela, a iluminação era feita por pequenas lanternas em papel postas em fileiras em meio à poeira do chão batido, além das fogueiras que iluminavam a mesa dos quitutes e o palanque das apresentações.

Foto: Pauléo

O tempo passou, a festa cresceu, evoluiu e ganhou novos contornos, mas continua como o principal símbolo da dedicação da comunidade à paróquia e ao santo padroeiro,

que cativa os devotos por meio de sua trajetória. De simples pescador de origem humilde, Pedro se tornou o apóstolo encarregado por Jesus Cristo de fundar a Igreja Católica.

‘Participar da festa e se envolver em ações voluntárias que vão beneficiar toda a comunidade são formas simples de agradecer a Deus’

Organização Em 2014, acontecerá a 123ª edição da Festa de São Pedro e São Sebastião, que virá acompanhada de extensa programação religiosa, como manda a tradição. Durante muitos anos, a organização do evento ficou a cargo dos festeiros, comissão escolhida pelo vigário para acertar todos os detalhes e atribuições de cada um. Há oito anos, para que tudo não ficasse concentrado nas mãos de poucas pessoas e para agregar mais a comunidade, decidiu-se descentralizar a realização do evento, que passou a contar com coordenadores para cada área específica que, por sua vez, gerenciam o trabalho dos voluntários alocados em determinada função – desde o preparo da comida, venda dos tíquetes, montagem das barracas até a contabilidade etc.

Nair Stocco era responsável pela Barraca das Tabuinhas

Desde então, cabe ao empresário Cláudio Otaviano Sobrinho e ao fazendeiro Lázaro Boschiero administrar a organização da festa, que em dois finais de semana chega a receber mais de 60 mil visitantes, ou seja, quase o dobro da população atual de São Pedro. Para dar conta de tudo e atender a todos, há um batalhão de voluntários nos ‘bastidores’ da festa. De acordo com Sobrinho,

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“Como cristãos, recebemos bênçãos todos os dias em nossas vidas. Participar da festa e se envolver em ações voluntárias que vão beneficiar toda a comunidade são formas simples de agradecer a Deus”, diz o empresário. A programação também inclui celebrações especiais, procissões e novena.

Quitutes e leilões

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No ano passado, foram consumidos na festa mais de 8 mil copinhos do famoso e tradicional cuscuz produzido em São Pedro, cerca de 17 mil espetos de carne assada em churrasqueira e mais de 3.000 frangos, além de bebidas e doces. O bolo de São Pedro, que chega a medir 12 metros de comprimento e a pesar mais de 200 quilos, é outra tradição. “Nunca abrimos mão da qualidade dos produtos vendidos na festa. Nós mesmos acionamos a Vigilância Sanitária para conferir nossas instalações e as das barracas alugadas a entidades e empresas dentro do recinto. Além disso, os preços praticados são compatíveis aos do mercado, já que o foco é celebrar o padroeiro e garantir recursos para que a paróquia toque seus projetos sociais”, afirmam os coordenadores. Outra tradição sempre esperada pelos sãopedrenses e pelos turistas que participam da festa são os leilões. Por meio do certame público, realizado sempre aos domingos, são vendidas as doações da comunidade, que vão

Acervo Paróquia São Pedro

ao menos 250 membros da paróquia se dedicam ao evento e não apenas com trabalho, mas também com doações.

Procissão faz parte das celebrações da festa

de joias e móveis de madeira a animais como porcos, cavalos e até bois. A exemplo dos pratos vendidos durante a festa, o dinheiro dos leilões também é destinado às ações da Igreja e à realização de obras, como a construção e reformas nas capelas dos bairros. Nair Bissoli Stocco, de 70 anos, proprietária de um hotel em São Pedro, esteve à frente da chamada Barraca das Tabuinhas, responsável pelo sorteio de prendas, por pelo menos 15 anos. Segundo ela, a Festa do Padroeiro se tornou tão conhecida no decorrer dos anos que formou público cativo. “Todos os anos vemos famílias inteiras que viajam de São Paulo, de Araçatuba e de outros municípios fora da nossa região para aproveitar a festa e participar da programação religiosa. Para nós, isso é muito importante, pois mostra o reconhecimento do trabalho dos voluntários da paróquia. É bastante cansativo, mas nos dedicamos com prazer. Quando a festa acaba, a gente fica até triste, mas sabe que no ano seguinte tem mais”, diz Nair.


Inspiração

Música homenageia voluntários

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m 2009, o comerciante Benedito Braganholo, de 71 anos, decidiu compor uma música para homenagear seus amigos que, como ele, participavam da organização da Festa de São Pedro, a mais tradicional na cidade. A letra cita todos que, de alguma forma, dedicaram tempo, trabalho e recursos ao evento. A música “Aos Meus Queridos Amigos” foi gravada em janeiro de 2009 pelo cantor Juninho, filho do Nhô Chico, famoso cururueiro de Piracicaba. Dito Braganholo, autor da música

Aos Meus Queridos Amigos Vamos falar do passado Dos nossos queridos irmãos Da Festa dos Padroeiros São Pedro e São Sebastião Querido Padre Floriano Guardamos no coração Nesses versos eu revelo O nosso amigo Belo Um homem de religião Com o amigo Binato Montava o barracão O velho Chico Fracassi Um encanador dos bão Senhor Inácio Momesso Que fazia a instalação Bem ligeiro e bonitinho Deixava tudo prontinho Pra quermesse do Picadão A equipe do churrasco Pessoas bem competentes Comandante Ini Zanzim Trabalhando diariamente Junto com Nésio Mariano O hominho do pé quente Também com Lazinho Franco

Eles aguentavam o tranco Atendendo toda a gente Até o Chico Raimundo Que era bom no repente Com seus versos agradecia Nosso Deus Onipotente Tinha a bandinha furiosa Que alegrava muita gente O pau-de-sebo divertia Quem lá no topo subia Ganhava o seu presente O Seo Gusto Manfrinato E sua esposa Mariquinha Cuidavam bem do fogão E da turma da cozinha Iam temperando o frango E assando a leitoinha Que pra festa eram mandados Para serem sorteados No sorteio da Tabuinha Tô escrevendo essas linhas Mas não pensem que estou louco Tinha o Serginho Superte E o João Domingos Siloto

Fazia o Leilão de Gado Sempre na hora do almoço E pra animar a festinha Serviam uma caipirinha Que era pra tirar o gosto Tenho isso guardado No fundo do coração Jaú e Sebastião Aranha Dois grandes ‘companheirão’ O Guerino na sanfona Fazendo o nosso bailão Que festa maravilhosa Era a coisa mais gostosa Ver aquela união Paro de escrever agora As mãos estão a tremer Se ficou alguém de fora Tentem me compreender Minha emoção é grande É de tanto bem querer O pranto dos olhos rola A saudade me devora O peito começa a doer

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Homem de fé e ação Alexandre Longhi dedicou sua vida à Igreja e à comunidade Fotos: Pauléo e Acervo da Casa dos Velhinhos

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ma vida dedicada à Igreja Católica e ao próximo. Assim pode ser resumida a trajetória de Alexandre José Longhi, que participou ativamente das atividades da Paróquia São Pedro e ajudou a implantar projetos sociais na cidade. Nascido em família católica, Xande, como era chamado pelos parentes e amigos, desde a infância demonstrou apreço pela comunidade. “Ele dedicou a vida à Igreja. Ainda pequeno fazia questão de enfeitar andores, limpar altares, participar das proAlexandre Longhi cissões e se envolver em ações pas(de camisa listrada) torais. Mais tarde, além de tocar o negócio da família, foi um dos principais responsáveis pela instalação da Casa dos Congregação de Nossa SeVelhinhos de São Pedro, instituição que dirigiu nhora do Monte Calvário Enérgico em por muitos anos com amor”, conta Maria Eleny que, entre 1980 e 1992, Longhi Esquerro, de 87 anos, que se emocio- enviou irmãs para getudo que fazia, na toda vez que fala do irmão, que morreu em renciar a instituição. Alexandre era 2006, aos 76 anos. vicentino Em 29 de setembro O lar, construído no início da década de de 2007, a Casa dos Velhi1960 em área na região central do município, nhos ganhou nova ala com atendeu a uma necessidade percebida por au- mais seis quartos e uma sala para toridades políticas e integrantes de movimen- atendimento médico. A ala leva o nome de tos religiosos católicos na época: a existência Alexandre José Longhi, homenageado por ser de um grande número de idosos na cidade sem um dos diretores que sempre esteve ao lado condições de prover sua própria subsistência. da entidade desde sua fundação. Em 2008, ele Em 1980, foi inaugurado no local o regime de também passou a nomear a Sala de Arte Sacra internato. Além de beneméritos da comunida- do Museu Gustavo Teixeira, dada sua preocude, o trabalho contou com a participação da pação com as peças e artefatos que preservam a


Dedicação

‘Sua história serve de exemplo para muitas pessoas’ diz irmã

denassi, amigo da família. Xande serviu ao Exército em Itu, trabalhou como escriturário no Grande Hotel São Pedro e continuou exercendo a profissão de comerciante no armazém do finado pai até se aposentar.

Ala da Casa dos Velhinhos foi batizada com o nome de Alexandre Longhi

história da Paróquia São Pedro e sua intrínseca ligação com o desenvolvimento do município. Alexandre José Longhi nasceu em São Pedro, em 16 de março de 1930, filho de Vitório e Amália Contador Longhi. Teve sete irmãos: Rosa, Eleonora, Tercila, Leonila, Leolinda, Maria Eleny e o padre Ângelo Pedro Longhi. Todo ano, ele armava na sala principal de sua casa um presépio artístico, criado com capricho e esmero, e doado anos depois ao frei José Moacyr Ca-

Ao lado de religiosos como o cônego Luiz Perroni e o padre Floriano Colombi, teve um grande envolvimento com a Paróquia São Pedro. Participou do Coro Mariano, cuidou da ornamentação dos altares ao lado das senhoras Mariana Perroni e Amélia Delicio, e ainda regeu o Coral Santa Cecília, tendo como instrumentistas as pianistas Maria do Carmo Marques e Joana d’Arc Carreta. Sempre conduzia e dirigia, entre cantos e orações, as procissões pelas ruas da cidade.

Enérgico em tudo que fazia, Alexandre era vicentino e, como um dos fundadores da Casa dos Velhinhos, trabalhou por muitos anos voluntariamente para que a instituição saísse do papel. Em duas ocasiões foi atendido na Casa dos Velhinhos, onde morreu em novembro de 2006. “Ele não teve filhos e nem se casou. Viveu em função do próximo e da Igreja. Sua história serve de exemplo para muitas pessoas, que veem na fé e no trabalho voluntário uma maneira de ficar cada vez mais perto de Deus”, afirma Maria Eleny.

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Irene, um exemplo a ser seguido

Ainda criança, ela ajudava na limpeza do altar e das imagens dos santos da igreja

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“A comunidade é muito acolhedora. Eu sempre tive uma alegria muito grande de servir à Igreja, que nunca deixou de contar com a benemerência dos moradores e dos sacerdotes que por aqui passaram. Posso dizer que vivi e ainda vivo uma experiência plena dentro da religião”, afirma Irene. Fotos: Pauléo

A

dedicação da professora de corte e costura Irene Beluca Fávaro às causas e aos trabalhos da Paróquia São Pedro é um exemplo a ser seguido pelos fiéis católicos da cidade. Atualmente com 85 anos, ela começou cedo a servir à Igreja. Quando criança, com um banquinho a tiracolo, ajudava na limpeza do altar e das imagens dos santos da matriz. Quando completou 12 anos de idade, já atuava como catequista, ensinando a Palavra de Deus a crianças e jovens. “Minha vivência na Igreja sempre foi bastante intensa. Por mais de 15 anos preparei a juventude para a Crisma e, por cerca de 18 anos, atuei como ministra da Eucaristia. Neste período, levei comunhão às casas de muitos doentes e fiz o que pude na tentativa de amenizar o sofrimento deles na reta final da vida. Também iniciei vários grupos de evangelização, que foram se multiplicando nas residências de outras famílias”, conta. Dona Irene nasceu e cresceu em imóvel localizado em frente à antiga Matriz de São Pedro. Foi batizada, crismada e se casou, em 1952, na mesma igreja. Também atuou na Ação Católica, na Renovação Carismática e no Cursilho da Cristandade. Por alguns anos, viveu fora de São Pedro, mas quando voltou à terra natal era como se não tivesse saído de perto dela.

Irene Beluca Fávaro


Irene

Em reconhecimento à sua dedicação, em setembro de 1991 a professora de corte e costura foi chamada para dar um testemunho durante a ordenação do diácono Tadeu Miranda. “Eu me senti bastante honrada com o convite e até hoje não me esqueço daquela ocasião”, diz.

Acervo pessoal

Atualmente, apesar de enfrentar dificuldades para se locomover em razão de uma cirurgia no quadril, ela faz questão de participar de mis-

sas e celebrações especiais. “Posso dizer, com muito orgulho, que ‘Posso dizer que vivi acompanhei algumas décadas desta históe ainda vivo uma ria maravilhosa da experiência plena dentro Paróquia São Pedro. da religião’ Que venham muitos outros 150 anos pela frente”, afirma.

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As irmãs Delício, em cerimônia realizada em 2004

Vida dedicada à Igreja Por mais de 50 anos, as irmãs Maria Amélia e Maria da Glória Delício se dedicaram à Igreja Católica na Paróquia São Pedro. Desde meninas, elas ajudavam na limpeza da Igreja Matriz e no preparo dos paramentos do pároco. Na fase adulta, atuaram como catequistas. “A tia Amélia dava aula para as meninas e a tia Glória para os meninos”, relembra a sobrinha delas, Maria Auxiliadora Esteves Vacari.

Como não se casaram e não tiveram filhos, as irmãs foram exemplos de doação e devoção às causas da paróquia e à formação de fiéis cristãos durante toda a vida. Maria da Glória faleceu em agosto de 2005, aos 79 anos, e Maria Amélia, em fevereiro, de 2006, aos 81 anos. “Até hoje a dedicação delas à paróquia é lembrada. A igreja foi a vida delas”, diz a sobrinha.


Dedicação

Aos 91 anos, Fioravante Feltrin é o vicentino mais antigo da paróquia

aospobres

A

missão dos vicentinos é aliviar a misé- liar o próximo, de levar ao pé da letra o ensinaria espiritual e material dos que vivem mento de Jesus Cristo. Não há coisa mais imporem situação de risco social e colocar em tante para um fiel católico do que ajudar os que prática os verdadeiros ensinamentos de Jesus mais precisam. A fé se fortalece. Quando a gente Cristo e da Igreja Católica, tarefa levada a sério vê que uma família que foi auxiliada consegue pelo aposentado Fioravante Feltrin ao longo das se estabilizar e evoluir, se sente realizado e vê últimas décadas. Atualmente com 91 anos, o vi- que o trabalho valeu a pena”, diz Fioravante. centino mais idoso da Paróquia São Pedro é tido A Sociedade de São Vicente de Paulo une os 22 como exemplo para os integrantes da Sociedade de São Vicente de Paulo que estão na ativa na católicos em um único ideal: praticar o amor ao cidade. Por conta de problemas agravados pela próximo. Em São Pedro, a instituição foi fundada há 109 anos, em 8 de dezembro de 1904. idade, Fioravante deixou de fazer as viDurante todo este período, também sitas às casas e de participar das reuajudou a manter e gerenciar entiniões de organização de trabalho, dades filantrópicas, como a Santa mas relembra com carinho e fé ‘Não há coisa mais Casa de São Pedro, por exemplo. da época em que dedicava parte importante para um fiel Atualmente, cerca de 70 pessoas do dia a colaborar com os mais participam e levam dignidade e necessitados. “Visitei muitos católico do que ajudar os atenção, em média, a 50 famílias doentes. Visitei muitos pobres. que mais precisam’ por mês. Fazia questão de ir à moradia deles para perguntar se estavam “A sociedade vive das doações de precisando de alguma coisa e sembenfeitores e o trabalho não se restringe pre auxiliava. Às vezes, queriam apenas um ouvido ou uma palavra de carinho. Quando apenas à entrega de alimentos. Também ajudatinham dificuldades financeiras, também leváva- mos em pequenas reformas, com medicamentos mos alimentos e outros itens de primeira neces- e em necessidades do dia a dia das famílias”, afirma Valdir Sepúlvida, que coordena a atuação sidade”, afirma. dos vicentinos na paróquia. “Serei vicentino até Para o vicentino, não havia agradecimento morrer. Ao contrário do restante do mundo, nós melhor que o fato de ajudar. “As pessoas me di- damos importância aos mais pobres. Levamos a ziam: ‘Deus lhe pague, Deus lhe ajude’. Eu saía sério a palavra de Cristo: amai-vos uns aos ouda casa com ainda mais força e vontade de auxi- tros, como eu vos amei.”


Fotos: Pauléo

Vicentinos

Valdir Sepúlvida: ‘Serei vicentino até morrer’

Fioravante Feltrin: fé fortalecida com a ajuda ao próximo 23

Sociedade surgiu na França A Sociedade de São Vicente de Paulo teve início em Paris, na França, em meados do século 19, pelas mãos de Frederico Ozanam. Em 1833, ao lado de companheiros fiéis, ele disseminou a obra que desde então tem ajudado milhões de famílias em todo o mundo. Ozanam foi beatificado em agosto de 1997 pelo Papa João Paulo 2º. São Vicente de Paulo é considerado o patrono por ter trilhado um caminho de dedicação radical aos pobres e às missões populares. Atualmente, a Sociedade de São Vicente de Paulo está presente em 143 países e tem mais de 700 mil membros. O Brasil, onde a instituição começou a funcionar em 1872, é o maior país vicentino do planeta com 250 mil voluntários organizados em 20 mil conferências e 33 Conselhos Metropolitanos. As Conferências Vicentinas são formadas por

homens, mulheres, crianças e adolescentes que se reúnem semanalmente para debater e sugerir maneiras de atender às famílias carentes, cadastradas após avaliação socioeconômica. Os vicentinos põem em prática o ideal de Ozanam, que é formar uma grande rede de caridade de ajuda ao próximo e aliviar o sofrimento dos pobres, além de incentivar a promoção da dignidade humana. A Sociedade de São Vicente de Paulo conta com a colaboração de benfeitores, que contribuem financeiramente com a instituição, e as visitas domiciliares são a principal atividade dos vicentinos. Desde 2005, a instituição coopera com o Ministério do Desenvolvimento Social no sentido de beneficiar famílias carentes não atendidas por programas sociais do governo federal.


Linha, agulha e fé Fotos: Pauléo

Paróquia estimula formação de grupo de bordadeiras para compartilhar conhecimento e histórias de vida

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Bordadeiras criaram almofada comemorativa aos 150 anos da Paróquia

O

bordado produzido em São Pedro é conhecido nacionalmente e até fora do Brasil. Foi introduzido nos primórdios da comunidade por meio das mãos calejadas das mulheres das colônias italianas das fazendas das redondezas. O artesanato em ponto-cruz em roupas e peças decorativas fez com que São Pedro se tornasse a Capital do Bordado na década de 1980 devido à indústria rentável que se desenvolveu a partir da reprodução da técnica, que estima-se ter surgido por volta de 500 anos d.C.

E pelo trançar das linhas coloridas também são realizadas ações sociais no âmbito da Paróquia São Pedro. O Grupo Solidário, por exemplo, reúne mulheres de diferentes faixas etárias no aprendizado do ofício, que funciona inicialmente como terapia e pode, inclusive, se tornar uma fonte de renda extra para a família. Teresa Bragaia de Moraes é quem coordena a iniciativa. Todas as semanas, 32 alunas – cujas idades variam de 40 a 89 anos – se reúnem para aprender a bordar e aproveitam para


Bordado

trocar experiências de vida. No início eram apenas dez aprendizes, mas o número cresceu conforme foram aparecendo os resultados positivos. ‘Se colocamos amor

no que fazemos, o

“Todas que participam do grupo saem ganhando de alguma maneira. As alupositivo para nós’ nas adquirem experiência na técnica de bordar, e nós, que ajudamos a levar o projeto adiante, ganhamos carinho e reconhecimento pelo trabalho desenvolvido. Se colocamos amor no que fazemos, o resultado é sempre positivo para todos. Se a gente não vem para servir, não serve para viver”, afirma Teresa, que nasceu em São Pedro, viveu em outras cidades, mas voltou à terra-natal e atualmente se dedica ao Grupo Solidário e a outros projetos sociais.

resultado é sempre

Grupo reúne 32 bordadeiras

Teresa Bragaia de Moraes

Para marcar os 150 anos da Paróquia São Pedro, as aprendizes das aulas de bordado criaram uma toalhinha e uma almofada porta-agulhas alusivas ao aniversário. Também estão sendo projetadas outras peças comemorativas. “Não é sempre que uma paróquia completa um século e meio de existência. Nós vamos produzir diferentes trabalhos de artesanato para a celebração. Sempre pensando no amor ao próximo e na participação da comunidade na paróquia”, diz Teresa.

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Foto: Pauléo

Vozes para louvar

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F

ormado em 2009, o Coral Laudamus é o responsável por levar a música sacra às celebrações litúrgicas e eventos especiais da Paróquia São Pedro. O coro, formado atualmente por 30 pessoas, é regido por Genival da Silva, de 31 anos. Ele é professor de técnica vocal na Escola de Música São Pedro e estudante de canto lírico do Conservatório Dr. Carlos de Campos, em Tatuí. Em latim, ‘laudamos’ significa ‘louvemos’. O nome foi escolhido pelo monsenhor José Boteon, que viu no coral uma possibilidade de ampliar a participação dos fiéis no dia a dia da comunidade cristã. Na entrevista ao lado, o regente conta detalhes do projeto.


Coral

Há quanto tempo existe o coral e quantas pessoas participam? Genival da Silva - O Coral Laudamus, que em latim significa ‘louvemos’, teve início em setembro de 2009 a pedido do monsenhor José Boteon, que sentiu o desejo de formar na paróquia um coro a quatro vozes mistas. Ele me chamou para uma conversa após eu trazer um coral formado por missionários leigos, de Piracicaba, para servir na liturgia da Sexta-Feira Santa daquele ano, cantando música sacra-litúrgica à capela. Logo após aconteceram as Missões, quando fui convidado a reger o coral formado por participantes das Missões e, principalmente, por cantores dos grupos musicais da paróquia. Foi quando me reuni com o monsenhor e com a Célia Bilia, coordenadora da música na paróquia, e logo acertamos a data para o início do coral. Fizemos a escolha do repertório, a divisão e a classificação vocal dos participantes e, no dia 12 de outubro de 2009, iniciamos nosso coral na Festa da Padroeira do Brasil. Por este motivo, consideramos o dia 12 de outubro como a data oficial de aniversário do coral. Passado algum tempo, o próprio monsenhor deu ao coral o nome ‘Laudamus’, que significa ‘louvemos’ em latim e, para nós, tem o sentido de ‘cantemos’. A princípio éramos 50 vozes. Devido à preferência por outros estilos musicais, alguns cantores foram nos deixando, mas o coral nunca parou. O grupo se renova a cada tempo, mas ainda mantém alguns integrantes que entraram na fundação e participam até os dias de hoje. Atualmente são 30 vozes, cantando em quatro naipes: soprano, contralto, tenor e baixo.

entre nós, inclusive, descendentes dos primeiros cantores do referido coral e até mesmo pessoas que, quando crianças, chegaram a conhecer e até a participar do coro. Recentemente tive acesso a antigas publicações jornalísticas que descrevem com louvor os feitos do Coro Santa Cecília: a forma como cantavam tornava cada celebração especial. Há também relatos de outro coro, formado na Igreja da Santa Cruz. E são estes relatos, estas histórias e memórias que hoje contribuem para a formação do Coral Laudamus.

De que forma a comunidade se envolve com o coral? São muitas formas: há aqueles que vêm participar conosco, fazem um teste vocal e, se aprovados, ingressam; e há os que não cantam, mas nos apoiam em cada celebração, fazendo comentários que nos ajudam a entender nosso papel dentro da liturgia. Mesmo alguns que, no começo, diziam que o coral não era necessário, hoje acabaram por se render à beleza da polifonia e dos vários estilos do canto coral. Nossa caminhada, no entanto, tem sido sempre iluminada pelos testemunhos também dos que formaram o primeiro coral paroquial e que, mesmo não cantando mais, nos incentivam com suas histórias sobre o Coro Santa Cecília. Há

Como os participantes se sentem servindo à Paróquia São Pedro por meio do coral? Há uma alegria em servir a comunidade por meio da música. Cada coralista se sente feliz em participar. Todos se dedicam como voluntários. A resposta positiva das pessoas ao nosso trabalho incentiva e alegra cada participante do coral. Este é o melhor pagamento. Todos os integrantes merecem destaque, pois a grande maioria não lê partituras e nunca fez aula de canto, mas se dedica a cada ensaio aproveitando a técnica vocal dada. Superação, para nós, é cantar uma obra musical que sem uma leitura seria impossível. É quando vencemos cada desafio que a música nos oferece. Temos verdadeiros cantores compondo o elenco do nosso coral.

Em quais ocasiões o coral se apresenta? Não chamamos de ‘apresentação’, mas sim de atuação quando nos referimos à nossa participação nas missas. O coral canta sempre nas principais solenidades e festas do ano litúrgico, uma vez que a cada missa aos finais de semana temos um grupo de cantores. No entanto, há no final do ano uma apresentação natalina que consideramos especial. Em 2012, por uma série de razões e compromissos, não pudemos fazer. Mas, em 2013, retomamos por ocasião do Encontro de Corais Natalinos, realizado em parceria com a Secretaria de Cultura em nossa matriz como parte das comemorações do sesquicentenário. Quais as idades mínima e máxima dos integrantes? Para participar do coral o ideal é ter 18 anos, pois a voz já estará melhor definida, mas não temos uma idade máxima, desde que os participantes tenham condições de cantar a quatro vozes.

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História preservada Imagens e pinturas sacras da Igreja Matriz de São Pedro são restauradas desde 2010

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O

interior da Igreja Matriz de São Pedro guarda um vasto patrimônio formado por imagens e pinturas sacras históricas e de grande valor sentimental aos fiéis católicos. Neste sentido, preservar o material e protegê-lo da ação do tempo é importante para a história da Igreja na cidade. Desde 2010, a artista plástica e restauradora Adriana d’Alessio trabalha na conservação e recuperação das obras. Já passaram por suas mãos imagens como a de São Pedro, que dá as boas-vindas aos fiéis na entrada principal da Matriz, bem como a que retrata Jesus Cristo Ressuscitado, entre outras. O mural de Santa Cecília, pintado na parede do mezanino central da Matriz, também ganhou ‘nova cara’. O trabalho é minucioso. Cada imagem ou pintura requer um tratamento diferenciado e detalhista, conforme os problemas ou danos estruturais identificados. “Na maioria das vezes, em razão das condições encontradas, o restauro exige tempo e muita dedicação. Mas o resultado final compensa o esforço”, relata Adriana.

A maior parte das imagens que adornam a matriz é das décadas de 1940 e 1950. No caso da imagem de São Pedro, pintada originalmente por Joaquim Estevão, as camadas de tinta estavam desbotadas e com fissuras. Havia ainda sujeiras e pontos de acidez, além de partes com a pintura descolada e o gesso lascado. A imagem,


Matriz Mural da Santa CecĂ­lia adorna mezanino da Matriz

Fotos: PaulĂŠo

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Adriana d’Alessio, restauradora

de acordo com Adriana, recebeu tratamento preventivo contra pragas e foi higienizada com limpeza química. As áreas com danos foram preenchidas, niveladas e repintadas. Por fim, a obra passou por hidratação e pulverização de verniz acetinado, composto de fungicida e filtro solar. ‘O trabalho de

restauração é de extrema

Já o mural Santa Cecília ao Órgão com Dois Anjos, pintado imagens representam a pelo artista italiano fé e a cultura religiosa da Caetano Miani no mecomunidade’ zanino que abriga o coro da Igreja Matriz, estava bastante deteriorado e com grandes trechos da cena original quase apagados. Além da exposição ao tempo, foram identificadas pela restauradora agressões de origem humana como arranhões, buracos, manchas, respingos de reboco e pichações a lápis. “Havia até um buraco aberto para fixação de andaime que atravessava a imagem e havia sido coberto por cimento chapiscado e fora de nível”, relata Adriana.

importância porque as

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O tratamento consistiu na higienização a seco do mural e limpeza química para remoção de manchas e mofo, além do preenchimento das áreas desgastadas pelo descolamento da pintura, assim como falhas, trincas e rachaduras. A revitalização da pintura exigiu pesquisa das cores originais e reconstrução dos desenhos com base em fotografias antigas. Para o acabamento, verniz fixador com fungicida.


Matriz

Esta é a via Sacra da Santa Cruz

Adriana também recuperou os quadros da Via Sacra e várias das imagens que ficam na sacristia da Matriz. “O trabalho de restauração é de extrema importância porque as imagens representam a fé e a cultura religiosa da comunidade. Muitas das peças que estão aqui foram doadas décadas atrás por famílias católicas, que querem vê-las conservadas e expostas ao público. Felizmente, a Paróquia São Pedro investe neste tipo de trabalho e se preocupa em manter seu patrimônio preservado para as futuras gerações”, argumenta a restauradora, que se mudou para São Pedro, em 2009, após viver em São Paulo. 31

Fotos: Pauléo

Adriana restaura imagem de Santa Luzia


Sete capelas oficiais A

lém da Igreja Matriz, a Paróquia São Pedro gerencia sete capelas oficiais, onde são realizadas missas normalmente nos finais de semana e celebrações em datas especiais. A paróquia engloba ainda outras quatro capelas particulares, nos bairros Mirante, Nova Aurora e Engenho São Pedro. Em 1889, houve o desmembramento da Paróquia Santa Maria da Serra e, em 1954, da Paróquia Imaculada Conceição, da cidade de Águas de São Pedro. Em 2008, a Paróquia São José foi desmembrada da Paróquia São Pedro.

CAPELA SANTO ANTÔNIO

Missas todos os segundos e quartos sábados do mês às 20h. Trezena de Santo Antônio acontece todos os anos em junho.

Fotos: Pauléo

A Capela Santo Antônio fica no bairro Alto da Serra. Construída no final do século 19 por imigrantes italianos, a igreja é reconhecida como Santuário de Santo Antônio de Pádua por abrigar, desde junho de 1994, uma relíquia do religioso. O material foi trazido da Itália por dom Eduardo Koaik, bispo emérito da Diocese de Piracicaba, falecido em 2013. O relicário contém fragmentos de restos mortais do santo e está exposto no altar. A comunidade também realiza anualmente, em 13 de junho, a tradicional Festa de Santo Antônio com missa solene, procissão e quermesse.


Capelas

CAPELA NOSSA SENHORA APARECIDA A Capela Nossa Senhora Aparecida fica no bairro Samambaia. O terreno da igreja também abriga um salão onde são realizados eventos e encontros religiosos. O prédio da capela foi reformado em fevereiro de 1999. A reinauguração ocorreu em outubro de 2000. Missas aos sábados às 16h30. Novena em louvor à Nossa Senhora Aparecida é realizada todos os anos em outubro.

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CAPELA MÃE RAINHA 34

Localizada no bairro Novo Horizonte, a Capela Mãe Rainha é construída toda em madeira e foi inaugurada em 28 de julho de 2009. Pelas janelas, é possível avistar a Serra de São Pedro. Missa toda quarta terça-feira do mês às 20h. Diácono responsável: Mário Morete.


Capelas

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CAPELA SANTO EXPEDITO A Capela Santo Expedito, o intercessor das causas urgentes, fica localizada no bairro Alpes das Águas.

Fotos: Pauléo

A comunidade desenvolve várias atividades, destacando a catequese, batismo e Pastoral da Criança. Celebra todos os anos, em abril, a Novena de Santo Expedito e em 2014 acontece a quarta edição da festa. Missas todos os domingos às 9h.


CAPELA SÃO BENTO 36

A Capela São Bento funciona em imóvel localizado no condomínio Serra Verde. Missa todo terceiro sábado do mês às 20h.

Reprodução


Capelas

CAPELA SÃO BENEDITO A Capela São Benedito fica localizada no bairro de mesmo nome na cidade de São Pedro. As obras começaram em agosto de 1952 e a inauguração ocorreu em 13 de novembro de 1955. Missa todo domingo às 8h.

Fotos: Pauléo

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CAPELA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA A Capela Nossa Senhora de Fátima foi construída no bairro Bela São Pedro e inaugurada em 13 de maio de 2009.

Fotos: Pauléo

Missa todo segundo domingo do mês às 9h e celebração aos domingos às 9h. Diácono responsável: José Roberto Cury Ferreira.


Santa Cruz

Condepac autoriza demolição da Igreja da Santa Cruz

O

Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de São Pedro (Condepac) autorizou a demolição da igreja localizada na Praça Santa Cruz. O prédio, interditado desde 2000, está com a estrutura condenada e corre o risco de desabar, conforme apontam laudos técnicos. Uma nova igreja deve ser construída no local, segundo informou o monsenhor José Boteon.

Nova igreja, mais ampla e com as principais características da fachada da original, será erguida no local

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“A polêmica da igreja da Praça Santa Cruz é antiga, mas agora temos a autorização que faltava para resolver a questão de uma vez por todas. O imóvel não tem valor histórico e arquitetônico, como muitos apregoam, e ainda por cima pode cair a qualquer momento. Trata-se de uma decisão acertada e que tem o aval da Prefeitura de São Pedro e da Diocese de Piracicaba”, disse. Uma nova igreja, mais ampla e com as principais características da fachada da original, será erguida no local, mas desta vez com elaboração de projeto executivo e acompanhamento de engenheiros e arquitetos especializados. O relógio da torre e os sinos serão preservados para que sejam restaurados e instalados na nova construção, de acordo com o monsenhor. “Estamos felizes, pois no ano em que comemoramos 150 anos de fundação teremos uma solução definitiva para este impasse, que se arrasta há mais de uma década”, relatou o religioso. Em 2012 o caso foi parar na Justiça, uma vez que a administração municipal à época tentou aprovar o tombamento do prédio, mesmo com

laudos confirmando que não havia segurança para os fiéis. A iniciativa, no entanto, não prosperou em razão do comprometimento estrutural da edificação.

Foto: Pauléo

Prédio interditado desde 2000 está com a estrutura condenada e corre o risco de desabar, conforme laudos técnicos


Cristo

Cristo está aí dentro’ Artesão transformou tora de madeira em escultura em tamanho natural do Filho de Deus após ser ‘provocado’ e aceitar missão

Expressão do rosto e contorno do corpo impressionam pelos detalhes

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“Eu encontrei a madeira em um sítio em Brotas. A árvore havia sido derrubada por uma tempestade. Seria a primeira grande escultura do artesão, especializado em criar móveis. Por isso, ele ficou um pouco apreensivo. Mas um dia eu cheguei e disse: ‘Cristo está dentro desta tora e você é capaz de tirá-lo daí’. Três meses depois, a imagem estava esculGilberto Bertazzi pida. E detalhe: o artista a fez sem fez a escultura sem consultar nenhuma consultar nenhuma outra imagem ou outra imagem ou fotografia”, relembra o monsenhor.

Trabalho atrai atenção por combinar simplicidade, perfeição e beleza

Acervo da Paróquia São Pedro

E

m 2008, o artesão Gilberto Bertazzi, de Pirassununga, recebeu uma missão do monsenhor José Boteon, pároco da Paróquia São Pedro: transformar uma tora de cedro em uma imagem em tamanho natural de Jesus Cristo.

fotografia

A escultura tem 1,80 metro de altura e pesa 103 quilos. A expressão do rosto e o contorno do corpo impressionam pelos detalhes. O trabalho artístico adorna o altar da Igreja Matriz da Paróquia São Pedro e atrai a atenção das pessoas por combinar simplicidade, perfeição e beleza. Bertazzi também fez o entalhe da porta principal da matriz, onde São Pedro e São Paulo dão as boas-vindas aos fiéis nas celebrações.

Escultura tem 1,80 metro de altura e pesa 103 quilos


Vocação

Trabalho abrangente Ações em diferentes áreas atendem milhares de fiéis católicos na Paróquia São Pedro

A

As atividades desenvolvidas atualmente pela paróquia são as seguintes: liturgia, cântico litúrgico, preparação para o batismo, preparação para o matrimônio, Pastoral da Saúde, Pastoral do Dízimo, catequese (1ª Eucaristia, Perseverança e Crisma), grupo de jovens, Pastoral da Criança, Movimento Mãe Rainha, Grupo da Renovação Carismática Católica, Pastoral das Exéquias e Apostolado da Oração. Fotos Pauléo

atuação pastoral da Paróquia São Pedro é digna de uma instituição que completa 150 anos de história em 2014. São trabalhos em várias frentes que atendem milhares de fiéis católicos, segundo explica o monsenhor José Boteon. “A Igreja precisa estar conectada à comunidade e atender a todas as suas necessidades. Por isso o nosso trabalho pastoral é abrangente e ajuda muitas famílias”, afirma.

Crianças que concluíram a Primeira Eucaristia

Gentileza de Foto Dema

Funcionários da Paróquia São Pedro: Luís Roberto Cadenassi, Tânia Maria Bertoche Teixeira Lages, Luís Galante (com a esposa Santa), Célia Maria Nicolette Bilia e Nisvaldo Sola

Catequistas da Paróquia: Maria de Lourdes, Iara, Rosinei, Trinidad, Maria José Isaura, Valdete, Rita de Cássia, Fátima, Benedita, Maria Bettoni, Angela, Neide, Jane, Anélis, Josilma, Benedita de Lourdes, Wilma, Marli, Sandra, Joana Colombo, Joana Carvalho, Isaura, Tânia, Cristina, Leila, Kelly Cristina, Renê, Elisa, Maria Helena e Vanderlea


Social Coral infantil da Paróquia São Pedro, com crianças de 8 a 12 anos, e as professoras Célia, Marlene, Juliana e Jamile

Maria Helena de Salvi e Teresa Bragaia de Morais enfeitam a Matriz

Organizadores da Festa de São Pedro, que em 2014 chega à 123ª edição

Parte do grupo de ministros da Eucarístia, que soma 65 pessoas


A Paróquia São Pedro tem 13 grupos musicais, que animam os cânticos litúrgicos

Coordenadores das diversas barracas da Festa de São Pedro, a mais tradicional da cidade

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Coordenadores de algumas capelas da Paróquia São Pedro

Nascido em 24 de dezembro de 1922, padre Orlando Nogueira de Andrade atuou durante vários anos na Paróquia São Pedro, se tornando querido por toda a comunidade. Atualmente, o missionário claretiano reside em Rio Claro.


Prefeito

Papel da Paróquia Em entrevista, prefeito Hélio Zanatta comenta a importância da comunidade no desenvolvimento do município

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prefeito de São Pedro, Hélio Zanatta (PPS), comenta na entrevista abaixo a importância de se comemorar os 150 anos da Paróquia, bem como a participação da comunidade na formação e no desenvolvimento da cidade, que atualmente atrai milhares de visitantes pelas suas belezas e atrativos naturais e também pela Festa de São Pedro, o mais tradicional evento da estância turística.

A história da cidade se funde à história da Paróquia São Pedro. Qual importância de se comemorar o marco dos 150 anos? Hélio Zanatta - Assim como o descobrimento do Brasil, com a primeira missa na Terra de Santa Cruz, a história de São Pedro não começou diferente. Na sua tradição, que começou como vila, o povoado da comunidade católica foi fundamental para existência do nosso município de hoje. O papel da Paróquia nesses 150 anos é ímpar para nossa comunidade, independente da religião de cada um. Sua história vem somar com as ações políticas, sociais e de reivindicações pela busca de novos caminhos e forças para que a sociedade possa viver com liberdade e democracia. Quais ações sociais são realizadas em prol da comunidade em parceria entre a Prefeitura e a Paróquia? Hélio Zanatta - A Igreja por si só, além do fator espiritual religioso, complementa e apoia de várias formas o município com ações em diversas

Hélio Zanatta, prefeito de São Pedro

áreas. Assim como as Pastorais, que focam a saúde e o bem estar social, a parceria sempre existiu, independente da formalidade. Qual a importância da Festa de São Pedro, a mais tradicional do município, para o turismo da estância e também para a própria comunidade local? Hélio Zanatta - A Festa de São Pedro e São Sebastião, que em 2014 chega à 123ª edição, faz parte da tradição da estância. Embora seja uma festa realizada pela comunidade católica, recebemos milhares de turistas, de várias religiões, para participar das atividades. Há anos incluída no calendário oficial de eventos da estância, a Festa de São Pedro é a maior programação religiosa e gastronômica da cidade.


Bispo

150 anos do anúncio da Palavra de Deus

Mensagem do bispo diocesano Dom Fernando Masson destaca o trabalho de evangelização da Paróquia São Pedro

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bispo diocesano de Piracicaba, Dom Fernando Mason, enviou uma mensagem comemorativa em homenagem ao sesquicentenário da Paróquia São Pedro: “Nosso Senhor Jesus Cristo nos pede para anunciarmos o seu Evangelho a todos. Esse anúncio tem sido realizado há 150 anos na Paróquia São Pedro e isso é belo. Quero agradecer e parabenizar todos os padres e leigos que neste período trabalharam na Paróquia São Pedro e também agradeço e parabenizo os paroquianos e em especial o monsenhor José Boteon pelo importante trabalho de evangelização que atualmente realizam na Paróquia São Pedro, em São Pedro. Que Deus e o Apóstolo Pedro abençoem a todos”. Ernesto Ferdinando Mason, filho de Florindo Mason e Ângela Piccolo Mason, nasceu em 21 de janeiro de 1945 em Loreggia, região de Pádua, na Itália. Adotou o nome de Fernando ao tornar-se frade. Em 26 de setembro de 1962, fez sua primeira profissão religiosa ingressando na Ordem dos Frades Menores Conventuais. Na Basílica de Santo Antônio, em Pádua, aconteceram sua profissão solene em 4 de outubro de 1966 e sua ordenação sacerdotal em 3 de abril de 1971. Escolheu ser missionário, deixou a terra natal e veio para o Brasil, desembarcado no porto de Santos em 4 de julho de 1972. Em 25 de maio de 2005, foi nomeado o quinto bispo da Diocese de Piracicaba pelo Papa Bento 16, tomando posse no dia 24 de julho. Seu lema episcopal é “Christus factus obediens”, que significa “Seguir Cristo feito obediente”, que lembra que Jesus foi “buscador, ouvinte e fazedor” da vontade de Deus.

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Dom Fernando Masson, bispo da Diocese de Piracicaba

A Diocese de Piracicaba foi criada em 26 de fevereiro de 1944, pela bula “Vigil Campinensis Ecclesiae”, do Papa Pio 12, com território integralmente desmembrado da então Diocese de Campinas. O Núncio Apostólico, Dom Bento Aloisi Masella, assinou, em 6 de junho de 1944, o decreto de instalação. A cerimônia solene de instalação da diocese ocorreu no dia 11 de junho do mesmo ano, no encerramento do Congresso Eucarístico Regional de Piracicaba, pelo Núncio Apostólico. O Congresso Eucarístico foi realizado de 4 a 11 de junho de 1944. Foi o primeiro de uma série de quatro encontros promovidos pela Diocese de Campinas como preparação ao Congresso Eucarístico Provincial, de âmbito estadual, que aconteceu em Campinas em 1946.


Papa

Os ensinamentos de Francisco Celebração dos 150 anos da Paróquia São Pedro coincide com o primeiro ano do pontificado do argentino jesuíta Jorge Mario Bergoglio, o primeiro Papa latino-americano da história

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Entre os dias 22 e 29 de julho de 2013, fez uma viagem apostólica ao Brasil por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro, com passagem pelo Santuário de Aparecida, no Estado de São Paulo, e reuniu mais de 3,5 milhões de católicos nas celebrações. No final de 2013, o Papa Francisco foi escolhido como personalidade do ano pela revista Times e, entre mensagens de afeto e esperança, se posicionou de maneira contundente em relação a diferentes assuntos. A “revolução” proposta pelo Papa se baseia no principal mandamento do cristianismo, que é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Para Francisco, a Igreja tem o papel de evangelizar, confortar e levar Jesus Cristo aos que mais sofrem e aos que estão mais distantes dele. "Quais são os deveres do cristão? Eventualmente me direis: ir à missa nos domingos; fazer

Papa, que esteve no Brasil para a JMJ, disseminou a simplicidade e a humildade como exemplos Felipe Rodrigues/CNBB

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comemoração dos 150 anos da Paróquia São Pedro coincide com uma nova fase da Igreja Católica, que pela primeira vez na história escolheu um religioso latino americano como o Papa sucessor de Bento 16. O cardeal argentino jesuíta Jorge Mario Bergoglio, de 77 anos, é o 266º a ocupar o trono de Pedro. O pontífice, que adotou o nome de Francisco, completou um ano de atuação à frente da Igreja no dia 13 de março de 2014. Neste período, orientou as paróquias a se aproximarem ainda mais dos fiéis e se dedicarem às causas humanitárias. Disseminou a simplicidade e a humildade como exemplos e atraiu a atenção e o respeito até mesmo dos que estavam mais distantes da Igreja.

o jejum e a abstinência na Semana Santa; fazer isso… Mas o primeiro dever do cristão é escutar a Palavra de Deus, escutar Jesus, porque Ele nos fala e nos salva com a sua Palavra. E Ele faz também mais robusta e mais forte a nossa fé, com aquela Palavra”, disse Papa Francisco em uma das suas homilias. “Eu não poderia viver sozinho no palácio. Preciso de gente, encontrar pessoas, falar com as pessoas… Enquanto não se eliminar a exclusão e a desigualdade dentro da sociedade e entre os vários povos, será impossível desarraigar a violência. Desejo uma Igreja pobre para os pobres”, ensina o pontífice. "Para ser misericordiosos são necessárias duas atitudes: 1- O conhecimento de si mesmos; reconhecer que se fez algo contra o Senhor e envergonhar-se diante de Deus é uma graça: a graça de ser pecador! 2- Alargar o coração; coração grande não se intromete na vida dos outros, não condena, mas perdoa e esquece, exatamente como Deus esqueceu e perdoou os meus pecados. Se todos nós, os povos, as pessoas, as famílias, os bairros, tivéssemos esta atitude, quanta paz haveria no mundo, quanta paz nos nossos corações, porque a misericórdia nos traz a paz!”



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24 párocos em 150anos Em um período de 150 anos, 24 sacerdotes coordenaram a Paróquia São Pedro, cuja administração está vinculada à Diocese de Piracicaba. O primeiro vigário, Aurélio Votta, veio da Itália. Ele chegou à cidade três anos depois da fundação oficial da paróquia. Padre Floriano Colombi foi o que permaneceu mais tempo à frente da Igreja, de 1957 a 1994, totalizando 37 anos de atuação pastoral. O monsenhor José Boteon, empossado em março de 2006, é o pároco atual.

Confira a lista dos sacerdotes: AURÉLIO VOTTA – 31 de maio de 1867 a 4 de dezembro de 1870 ÂNGELO ORDINI – 23 de fevereiro de 1873 a 10 de fevereiro de 1879 DOMINGOS PERRONI – 15 de fevereiro de 1879 a 20 de setembro de 1895 52

FAUSTINO COTTARDINI – 20 de setembro 1895 a 2 de junho de 1904 VIRGILIO MORATO ANDRADE – Outubro de 1904 a novembro de 1905 BRAZ JOAQUIM MERCADANTE – 2 de junho de 1904 a 13 de maio de 1906 ALBERTO STUPENENGO – 5 de maio de 1906 a 28 de novembro de 1908 FRANCISCO MAORATTA SCHETTINI – 28 de novembro de 1908 a 12 de janeiro de 1912 CÔNEGO JULIÃO PIRES FIGUEIRA – 12 de janeiro de 1912 a 17 de fevereiro de 1914 ÁLVARO REBELLO MONIZ – 2 de março de 1914 a 7 de julho de 1918

FRANCISCO CRUZ – 7 de julho de 1918 a 7 de agosto de 1932

JOÃO BATISTA LISBOA – 7 de agosto de 1932 a 29 de janeiro de 1934 RAFAEL ROLDAN – 6 de fevereiro de 1934 a 17 de setembro de 1934 HENRIQUE MORAES MATTOS – 22 de setembro de 1934 a 8 de dezembro de 1934 WALDEMAR RESENDE – 28 de dezembro de 1934 a 5 de dezembro de 1935 MANOEL SIMÕES DE LIMA – 5 de maio de 1935 a 1 de janeiro de 1938


JOSÉ BONIFÁCIO CARRETA – 1 de janeiro de 1938 a 22 de agosto de 1942

EUCLIDES DO AMARAL – 23 de agosto de 1942 a 18 de outubro de 1943

CÔNEGO LUIZ DE ABREU – 20 de setembro de 1943 a 4 de dezembro de 1944

CECÍLIO CURY – 17 de dezembro de 1944 a 25 de agosto de 1947

LUIZ PERRONI – 28 de setembro de 1947 a outubro de 1956

FLORIANO COLOMBI – 27 de janeiro de 1957 a 11 de março de 1994

MONSENHOR ORIVALDO CASINI – 24 de junho de 1994 a 26 de fevereiro de 2006

MONSENHOR JOSÉ BOTEON – 5 de março de 2006 até os dias atuais


Aniversário

Programação de aniversário

Comemorações dos 150 anos da Paróquia São Pedro vão até agosto de 2014

Tela da artista Niuza Palu Alcarde, de 2004, retrata a Igreja Matriz

Celi Maria Gasparoto Rodrigues é uma das coordenadoras dos eventos

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s comemorações dos 150 anos de fundação da Paróquia São Pedro tiveram início no final de 2013 e vão até agosto de 2014. “A ideia de criar uma extensa programação tem como objetivo integrar toda a comunidade e marcar a data, já que poucas paróquias da região alcançaram tanto tempo de história e dedicação à Igreja Católica”, diz Celi Maria Gasparoto Rodrigues, uma das coordenadoras dos eventos. Em outubro de 2013, foi realizada uma novena especial na Capela Nossa Senhora Aparecida e, no encerramento, foi apresentado o hino composto em homenagem ao sesquicentenário. Em novembro de 2013, no Dia de Finados, foi celebrada missa em memória dos fundadores de São Pedro, que estão sepultados na Igreja Matriz. Em fevereiro deste ano ocorreram celebrações especiais para São Sebastião, que foi o primeiro padroeiro da cidade. A publicação desta revista, com 10 mil exemplares, também integra as comemorações. “Será um marco na nossa história e para toda a comunidade”, afirma Celi.

Fotos: Pauléo

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Em abril foram realizadas celebrações especiais na Igreja Matriz e nas capelas. Souvenirs comemorativos, como velas, vinhos, toalhas e oratórios, serão comercializados. “Em maio vamos aproveitar o mês de Maria e homenagear todas as mulheres que marcaram época e fizeram parte da história da paróquia”, conta Celi. Para junho, a atração será a tradicional Festa de São Pedro e São Sebastião, com missa especial e venda de pedaços do bolo dos 150 anos no dia 29. A programação termina em agosto com exposição de arte sacra e peças históricas da paróquia, como o altar da antiga Matriz e imagens restauradas, no Museu Gustavo Teixeira.




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