Revista Monte Alegre

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Março/Abril 2013 | Ano 3 | Edição n° 13

Centro Comunitário

Jean William Pereira fala dos planos para o bairro

Unidos pela arte

Moradores criam o Coletivo Monte Alegre

Sementes do Amanhã Oji patrocina projeto social

Turismo

Distribuição gratuita

Conheça os encantos do Veneto, na Itália

Gustavo Dias O designer que cria móveis únicos com madeira de redescobrimento



mbmideias

O sol brilhou e o bom menino cresceu. Hoje ele e um grande homem!

Casa do Bom Menino 50 Anos: comemore conosco esta alegria!

Vem aí o

Café Cultural do Bom Menino! 14 de abril de 2013, domingo, a partir das 9h No salão de eventos da Società Italiana (Rua Dom Pedro I, 781 – Centro – Piracicaba).

Adquira o seu convite na Casa do Bom Menino (Rua Machado de Assis, 593 - B. Nova América) ou na Società Italiana. Valor: R$ 30,00. Crianças até 12 anos pagam R$ 15,00. Informações: 19 3401.2199


Jovens talentos

É

sempre bom poder reverenciar o passado, lembrar com saudade dos bons tempos e valorizar os grandes feitos daqueles que já estiveram entre nós. É até com certa frequência que a revista Monte Alegre faz isso em suas reportagens, já que o bairro ‘transpira’ história por todos os seus poros. Nesta edição – confesso que foi coincidência --, o foco acabou se voltando para os jovens que estão começando a contribuir, direta ou indiretamente, com a nova história do bairro. É o caso de Raphael Esteves Farto, morador do Monte Alegre, que está trabalhando na restauração de portas e janelas da antiga Vila Heloísa, tombada pelo patrimônio historio local. Pa Moreno, Zé Rubens, Paulo Heise e Marina Henrique não são montealegrinos da gema, mas estão tão apaixonados pelo bairro que decidiram criar o Coletivo Monte Alegre para levar mais arte à comunidade. Tema da nossa matéria de capa, o designer Gustavo Dias transforma madeira de redescobrimento em móveis incríveis, únicos, cheios de estilo, que estão fazendo a cabeça de parte dos moradores do Condomínio Monte Alegre. E tudo com foco na sustentabilidade do planeta. São jovens talentos que começam a traçar novos rumos para o bairro e para a cidade. Isso se chama evolução. Não dá pra viver sem isso. Boa leitura!

Cristiane Sanches Editora

Entre algumas de suas criações em madeira de redescobrimento, o designer de móveis piracicabano Gustavo Dias posa para a câmera do fotógrafo Alessandro Maschio.

Projeto editorial voltado à valorização da cultura, da história, dos moradores e admiradores do bairro Monte Alegre, desenvolvido por Plataform@ MBM, núcleo de gestão de conteúdo do MBM Escritório de Ideias.

plataform

gestão de conteúdo

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CNPJ 09461319/0001-99 Publicação bimestral Diretor Bruno Fernandes Chamochumbi bruno@mbmideias.com.br Editora Cristiane Sanches MTb 21.937 cristiane@mbmideias.com.br Reportagens e textos Ronaldo Victoria ronaldo@mbmideias.com.br

Cristiane Bonin crisbonin@mbmideias.com.br Colaboram nesta edição Giovanna Baccarin Rê Fernandes Marcelo Gimenes Alessandra Nalin Michele Novembre Maria de Fátima Rodrigues

Anúncios e informes publicitários são espaços adquiridos pelos anunciantes e seu conteúdo é de inteira responsabilidade de cada um deles, cabendo à Revista Monte Alegre apenas reproduzi-los nos espaços comercializados. A opinião de colaboradores não é necessariamente a opinião da revista. Matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores. Rua Regente Feijó, 2387 – Vila Monteiro – Piracicaba – SP – CEP 13418-560 – Fone: 19 3371-5944

Projeto gráfico e paginação: MBM Escritório de Ideias Allan Felipe Dalla Villa Lívia Telles

Tiragem 1.200 exemplares Distribuição gratuita, exclusiva e dirigida

Equipe MBM Débora Ferneda Fabrício Coral Susane Trevizan Teresa Blasco Thais Alves

A Revista Monte Alegre é impressa em papel couche Gloss (brilho), 660x960mm – 115g/m2, produzido pela Oji Papéis Especiais, localizada no bairro Monte Alegre.

Anuncie na Monte Alegre: 19 3371.5944 atendimento@mbmideias.com.br www.mbmideias.com.br

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9 6- ACONTECE 8- NOVO PRESIDENTE 9- UNIDOS PELA ARTE 12- SEMENTES DO AMANHÃ 14- POESIA EM MADEIRA 16- TRIBUTO À CAPELA DE SÃO PEDRO 18- ASFALTO: O VILÃO DO CALOR 20- UNIVERSO DIGITAL 21- CINEMANIA

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22- DESIGN SOB MEDIDA 25- DE ASTERÓIDES, COMETAS E SONHOS 26- CORPORATIVO ARROJADO

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30- BRASIL 1 X 1 SUÉCIA 34- BENVENUTI IN VENETO! 38- TALENTO DA ‘TERRINHA’ 39- SEM MANCHAS 40- DELÍCIA DE ARROZ 42- BELÉM: A CIDADE DAS MANGUEIRAS


Monte Alegre

A CON TE CE CASA DO MARQUÊS

(Foto Alessandro Maschio)

A Casa do Marquês, antiga sede do Grupo Escolar Marquês de Monte Alegre, foi palco entre os dias 8 e 10 de março de uma apresentação teatral especial. O espetáculo Sopro, escrito e dirigido por Marina Henrique, teve Marina em cena ao lado da bailarina Luiza Vanov. O texto, segundo a autora, fala sobre as dificuldades da vida e o renascimento. Como Luiza estava no sétimo mês de gravidez durante a breve temporada, as apresentações também tocaram na questão do parto humanizado, importante num país em que nove entre dez mulheres passam por cesariana. Agora as artistas estudam convites para apresentação em Campinas, mas não sabem ainda se o espetáculo será interrompido com o nascimento do filho de Luiza, ou se retorna modificado.

(Foto: divulgação)

CORAL EM PORTUGAL

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O Grupo Vocal Luiz de Queiroz, da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), participou do 13º. Encontro de Corais Universitários de Coimbra, em Portugal, que aconteceu de 14 a 17 de março. Foi a primeira excursão internacional do grupo composto por 18 integrantes, sob a regência da maestrina Cíntia Pinotti.


Seu condomínio em boas mãos!

ÁGUAS DO MIRANTE

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EVENTO NO CTC O CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) realizou, em Piracicaba, a 7ª. edição das Reuniões Técnicas Regionais. O evento aconteceu no dia 28 de fevereiro, quando foram apresentados resultados da safra, as perspectivas do centro, os destaques regionais das variedades comerciais de cana CTC, o futuro da cana sob o ponto de vista da biotecnologia, além de uma visita a campo. O CTC atua há mais de 40 anos no desenvolvimento de tecnologias inovadoras para o setor canavieiro. As pesquisas abrangem os elos da cadeia produtiva de cana-de-açúcar, álcool, açúcar e bioenergia, permitindo agregar valor às diversas etapas do processo e contribuindo com a evolução equilibrada do setor.

CENÁRIO PARA A MODA Mais uma vez o Monte Alegre foi escolhido como cenário para um editorial de moda. Desta vez, a paisagem do bairro estampará a primeira edição da revista Farrawi, que circulará em maio próximo. A publicação está sendo elaborada pelo MBM Escritório de Ideias e a produção de moda está a cargo da consultora Marina Torrezan, moradora do bairro.

(Foto: divulgação)

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A jornalista e gestora de projetos da empresa Águas do Mirante, Daniele Ricci, esteve no Centro Comunitário do Monte Alegre, no dia 12 de março, para abordar o tema saneamento. O evento reuniu vários moradores do bairro, interessados em conhecer o tema de forma mais aprofundada, e faz parte do Afluentes (Programa de Integração entre Lideranças Comunitárias e Águas do Mirante).

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A serviço do viver coletivo

R. Campos Salles, 2225 Fone: 19 3301 6298 Piracicaba . SP


Monte Alegre

MUDANÇAS

Novo presidente No comando do Centro Comunitário até o ano que vem, Jean William Pereira quer motivar moradores a usarem mais o espaço Por Ronaldo Victoria Fotos: Alessandro Maschio

Fortunato Suniga está auxiliando Jean na gestão do Centro Comunitário

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le é jovem, tem 28 anos e mora a vida quase toda no Monte Alegre. Jean William Pereira, o novo presidente do Centro Comunitário, garante por isso que conhece a fundo a vida do bairro. “Eu sei dos problemas e das vantagens de morar aqui. Para mim, o melhor de tudo é a tranquilidade que a gente tem. Mas ao mesmo tempo, isso dá uma tendência à acomodação”, conta. Sem querer ser polêmico, Jean lembra que o Monte Alegre, por ter surgido diretamente ligado à usina, parece ter-se acostumado a essa dependência. “No tempo em que funcionava a usina, diante de qualquer problema as pessoas ligavam à administração para que fosse resolvido. Não estou criticando ninguém, entendo que essa é uma herança cultural que não se perde de uma hora para outra”, destaca. 8

Jean vem contando com o apoio de Fortunato Fleury Suniga, o Renato, que já foi presidente em outras gestões (“estou ensinando para ele o caminho das pedras”, conta) e diz que seu primeiro desafio é fazer com que o Centro seja mais frequentado pelos moradores. “Estamos com problemas de caixa, não há verba suficiente. A princípio pensamos em pedir auxílio público, mas antes precisamos melhorar a estrutura”, revela. O Centro, que fica na avenida principal do bairro (Comendador Pedro Morganti), trabalha com aluguel de espaço, que fica em R$ 150 para moradores locais e R$ 300 em outros casos. “Eu sinto que o pessoal ainda está um pouco afastado e queremos essa reaproximação”, declara Renato. Hoje funcionam no espaço um posto de saúde que atende gratuitamente a população às terças e


Monte Alegre

quintas-feiras, além de ter aulas de ginástica para a Terceira Idade, também duas vezes por semana. Além disso, um dentista voluntário atende a cada 15 dias. Outra atividade quinzenal é um bingo que acontece aos domingos. Há também um grupo de católicos que cuida para que seja realizada no local a missa todos os domingos, às 7h30. De acordo com o novo presidente, o primeiro projeto desde que assumiu, nos primeiros dias deste ano, o Sementes do Amanhã, com aulas de futebol para adolescentes (leia mais nas páginas 12 e 13 desta edição), já está contribuindo para trazer novo ânimo. Ele vai estar à frente do Centro até julho de 2014, cumprindo o que chama de “mandato-tampão”, após a renúncia de Zacarias Cândido da Silva. “Eu era o 2º secretário e, depois de uma reunião, me convidaram para assumir a presidência.”

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Jean cumprirá o mandato até julho de 2014

A atual diretoria também conta com Vanessa Rando, Peter Luis Moraes, Adriana Tobaldini da Silva, Mabel Capeleti, Ismael Pelegrin, Wilson Guidotti Junior, Edevaldo Jacinto, Antonio Rodrigues de Oliveira, Maria Lúcia Furlan Rando, Antonio Gilberto e Teresa Alves Michelon.


Monte Alegre

INICIATIVA

Unidos pela arte O

Coletivo Monte Alegre foi criado para deixar o bairro com ar mais cult. É o que esclarece a atriz Marina Henrique, que faz parte do grupo ao lado do marido, o editor Paulo Heise, e de outro casal, formado pela cantora Pa Moreno e o músico Zé Rubens. “Não é que a gente queira trazer agito para o Monte Alegre. Nós moramos aqui, amamos este lugar. No dia em que essas ruas de paralelepípedos virarem uma cópia da (avenida) Carlos Botelho, com carros passando e fazendo barulho, pode acreditar que eu já me mudei”, afirma Marina. O objetivo do grupo não é o agito pelo agito. “O que desejamos é promover eventos culturais que tenham uma referência de qualidade, que acrescentem ao público”, explica. Marina e o marido já residem no Monte Alegre há três anos e a ideia de montar um grupo surgiu quando Pa e Zé Rubens também se mudaram para o bairro, no ano passado. “Foi quando o Paulo dirigiu o clipe da Pa, da música Saudade, gravado no trailer da

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Vandeca, que a proposta começou a ficar mais clara”, conta. Primeiro os laços entre os dois casais, que já eram amigos há algum tempo, se estreitaram com a convivência quase diária, e a proximidade. “Nós temos a visão de que vivemos num lugar especial, por tudo o que representa, pelo lado histórico, a arquitetura, o astral que se vive por aqui”, detalha Marina, sem esconder a paixão. Por isso, as primeiras conversas sobre um espetáculo a ser apresentado, no Casarão do Marquês, ou a antiga sede do Grupo Escolar Marquês de Monte Alegre, passaram por esse lado. “Em conversa com a Pa, chegamos à conclusão de que o nosso ‘bode’ contra o sertanejo é apenas uma resposta a esse modismo que se convencionou chamar de sertanejo universitário e que, na verdade, pouco ou nada tem de sertanejo. Aí começamos a pesquisar e vimos o riquíssimo material que existe na chamada música de raiz”, afirma.


Monte Alegre

Paulo, Marina, Pa e Zé Rubens

Moradores querem levar mais cultura para o bairro Por Ronaldo Victoria Foto: Paulo Heise

História do Vento Assim nasceu o espetáculo História do Vento, que vem sendo ensaiado no local todos os finais de semana e que tem data provável de estréia no dia 3 de maio. A união entre teatro e música está representada por uma dupla (Pa e Zé Rubens) cantando antigas músicas (sucessos eternos de Tonico e Tinoco, Pena Branca e Xavantinho, Cascatinha e Inhana), enquanto uma velha senhora, interpretada por Marina, vai

desfiando histórias ligadas às canções e convidando o público a interagir. Existe até a ideia de que os espectadores sejam recebidos com um café ‘passadinho na hora’ ou um bolo de fubá preparado pela velha senhora. “Nós percebemos que para conseguir a adesão dos moradores do bairro, teríamos de passar também pela memória afetiva. E essas canções representam exatamente isso”, completa Marina.


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SOCIAL

Sementes do Amanhã Os atletas participam das atividades todos os sábados

Oji Papeis Especiais patrocina projeto esportivo voltado para adolescentes de 14 a 20 anos Por Ronaldo Victoria Fotos: Carlos Mendes

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nome do projeto é poético: Sementes do Amanhã. Título, aliás, de uma canção de Gonzaguinha gravada por Erasmo Carlos e que fala justamente da esperança numa nova geração. Por isso foi escolhido para batizar um projeto especial da Oji Papéis Especiais voltado para a comunidade do Monte Alegre, bairro onde a empresa está instalada. O projeto teve início no primeiro sábado de março no estádio Comendador Pedro Morganti, no Monte Alegre. “O Sementes do Amanhã está voltado para os adolescentes, da faixa dos 14 aos 20 anos, que

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não têm oportunidade de se dedicar ao futebol de maneira mais efetiva. Além de oferecer esporte nos horários de lazer, permite um melhor aproveitamento do potencial desses jovens”, explica o analista de sustentabilidade da Oji, José Sérgio de Fávari. Na verdade, o Sementes do Amanhã está sendo desenvolvido por meio de uma parceria com o Centro Comunitário do Monte Alegre e com agentes comunitários do bairro Parque dos Eucaliptos, na região da Vila Cristina, além do Panorama Futebol Clube. “Neste bairro, o projeto já existe, mas eles


Monte Alegre

Fávari estima o custo do projeto em R$ 74 mil

estavam precisando de espaço. Aqui no Monte Alegre temos poucos jovens, mas estamos contando com a estrutura do espaço”, detalha Fávari. Assim, os adolescentes do Eucaliptos são levados de ônibus todo sábado até o Monte Alegre para participar das atividades, que acontecem das 8h às 11h30, com direito a intervalo com lanche. O primeiro encontro, no dia 2, foi para os jovens se conhecerem, se entrosarem e serem formados os times. A coordenação esportiva fica a cargo de João Braga, e o representante do Parque dos Eucaliptos é José Carlos de Oliveira. Fávari estima o orçamento anual do projeto em R$ 74 mil, referente a recursos para transporte, alimentação,

recursos

humanos

(monitores),

uniformes e material esportivo.

OUTROS PROJETOS A Oji Papéis Especiais está desenvolvendo neste ano vários outros projetos ligados à área de sustentabilidade. Quebrando Recordes, também ligado ao esporte, é uma parceria com o Espaço Pipa, voltado para pessoas com síndrome de Down. Tem como objetivo a implementação de atividade esportiva como forma de promover o desenvolvimento global e a autonomia das crianças. O Voo Livre, que tem como eixo de atuação a cultura, viabilizado pela ONG Avistar, visa à inserção de crianças e jovens com deficiência visual no convívio escolar, além do aumento de sua independência. Projetos que começaram em 2012 serão mantidos: Caminho Ecológico (preservação do meio ambiente), Orquestra Filarmônica (profissionalização musical de jovens entre 15 e 19 anos), Quick-Massage (geração de renda e autonomia de deficientes visuais) e O projeto está sendo desenvolvido em parceria com o Centro Comunitário do Monte Alegre

Caminhos para o Mercado de Trabalho (palestras nas escolas da região sobre a importância da qualificação profissional, em parceria com a Secretaria Municipal de Trabalho e Renda).

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Patrimônio

Poesia em madeira Profissional trabalha na restauração de portas e janelas das casas da antiga Vila Heloísa Por Ronaldo Victoria Foto: Alessandro Maschio

Raphael mora no Monte alegre há cinco anos

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Monte Alegre

R

aphael Esteves Farto, 33, tem uma definição muito interessante sobre seu trabalho. “Para mim é uma terapia. Eu faço o que gosto, então não me canso nem um pouco porque só me dá prazer. Eu não trabalho, eu venho aqui pra me divertir”, ele conta na marcenaria que fica onde antes funcionava a sede do Clube União Monte Alegre Esporte Clube, no coração do bairro. Ele concorda que é a mais perfeita tradução de uma frase do sábio chinês Confúcio: “Escolha um trabalho que você ame e não terá de trabalhar um só dia da sua vida.” Raphael ama trabalhar com madeira, ofício que teve transmissão genética, pois aprendeu com o pai, João Esteves. Hoje, Raphael trabalha com Wilson Guidotti Junior, o Balu, empresário que vem promovendo a reconstrução do Monte Alegre, mantendo os imóveis tombados com o estilo original. É aí que entra a arte de Raphael. A sua missão atual é fazer portas e janelas de amostra, em madeiras como peroba e canela, para as casas da antiga Vila Heloísa, onde ficavam as casas dos operários da usina. “Eu já fiz até agora umas 20 janelas, e a gente tem o cuidado de deixar no tom que era antes, um tom de vermelho-terra”, conta. No futuro, a antiga Vila Heloísa abrigará cafés e bares, como parte de um pólo turístico do bairro. “Todas essas janelas não são feitas ‘a olho’. Ao contrário, são analisadas fotos antigas, que o Balu tem do bairro. Como todo o conjunto é tombado pelo patrimônio histórico, não podemos mudar nada do estilo original, nem mesmo a cor”, explica o marceneiro.

BOM É AQUI Nascido em Piracicaba, Raphael foi morar em São Paulo, com a mãe, quando os pais se separaram. “Eu fui para o Jaguaré, na Zona Oeste, e naquele tempo, há mais de 20 anos, o bairro era meio barra-pesada, transformou-se com o tempo. Mas não gosto muito de morar em São Paulo. Para mim, São Paulo é para passear, só”. Com isso, logo voltou para Piracicaba e, naquele tempo, na adolescência, já havia aprendido os segredos da marcenaria com o pai, numa oficina localizada na rua Bom Jesus, no Bairro Alto. Foi aí que conheceu Balu Guidotti e tudo mudou. “Ele encontrou com a gente num sítio em Tupi, logo meu pai começou a trabalhar com ele e então viemos morar no Monte Alegre”, lembra. Ele já está há cinco anos no bairro e tem poucas coisas do que reclamar. “Adoro viver aqui, nessa tranquilidade. Só acho que poderia ter mais oportunidades, porque não temos farmácia, nem supermercado, por exemplo”, explica. Orgulho mesmo ele tem da profissão, e já teve uma mesa feita à base de um tonel de carvalho, fotografada com destaque na revista Casa Vogue. “É muito bom ser reconhecido pelo que a gente gosta de fazer.”

A restauração das portas e janelas obedece fielmente aos modelos originais

Fora este trabalho, que considera fascinante, Raphael trabalha com móveis de todo tipo: cadeiras, mesas, banquinhos, poltronas... “Mas prefiro madeira antiga, não gosto de madeira nova. A vida toda trabalhei com material de demolição”, conta.

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Monte Alegre

CAPELA

Tributo à Capela de São Pedro Maria de Fátima Rodrigues rodriguesmariadefatima30@yahoo.com.br

A

realização do sonho de um grande empreendedor, que sentia saudade de sua terra. O comendador Pedro Morganti, quando mandou construir na Usina Monte Alegre, em Piracicaba, uma capelinha no mesmo estilo da capela de São Frediano, em Lucca, na Itália, não poderia imaginar que um dia ela seria tão reverenciada. A Capela de São Pedro ainda está lá, imponente, respeitada e amada! É, e sempre será, o símbolo não apenas de um bairro, mas de toda uma cidade. A capelinha de Monte Alegre, fotografada, copiada, citada, musa de pincéis ansiosos por reproduzirem emoções, estética e estilo, nas telas, paredes, e até em um simples papel... “Com cinco ou seis retas é fácil fazer”... a capela! Cantada em versos, em prosa, por poetas e escritores que nela foram batizados, tiveram suas primeiras lições sobre a criação, confessaram seus segredos, coroaram a Senhora das Graças, juraram fidelidade, disseram suas secretas mágoas. “... a Virgem parece sorrir, sinto-a pertinho de mim, solto a voz, parece que não vou alcançar... Termino o canto, deslizo os dedinhos, coloco a coroa... ... a igreja fica vazia, mas um canto ao longe ecoa, rainha, formosa e boa, é Monte Alegre quem vos coroa!” (MARILDA DE LUCCAS SAMPRONHA- trecho do poema “Coroação”) 16

Vitral da Capela de São Pedro do Monte Alegre


Alessandro Maschio

Monte Alegre

“Lembro-me ainda menino, quando minha mãe colocou uma fita branca em meu braço, e me mandou para a Igrejinha, onde ainda hoje tenho laços...” (VINÍCIUS CARLOS RODRIGUES - trecho do poema “Mãe”) Quantas melodias foram nela entoadas, principalmente por um de seus mais diletos tenores, Venésio Clemente Rodrigues: Ave Maria (Gounod ou de Somma), os noivos podiam escolher! Tatuada por um jovem artista plástico, o qual lhe deu abrigo, espaço e tempo, para assim delinear, expressar e descobrir seu verdadeiro talento: Alfredo Volpi. Ela chama a atenção, tem luz própria. O que muitas pessoas não sabem é quem se preocupou com sua preservação como patrimônio histórico. Um jovem que, vindo trabalhar na usina, na empresa Monte Belo S/A - Açúcar e Álcool, de propriedade do Grupo Ometto na época, mais ou menos entre 1976 e 1977, se apaixonou por ela, pela sua arquitetura e, notando a exuberância de seus afrescos, teve uma surpresa: eram de Alfredo Volpi. Que fascinante descoberta para ele, Eduardo Pacheco Giannetti, um grande amigo de trabalho, que já tinha essa preocupação maior com o coletivo. Não era de muito falar, mas agir, e o fez. Ávido por preservar sua memória, foi em busca de sua mais remota história. Escalou montanhas de burocracias, procurou comprovar sua originalidade com outros artistas plásticos ou críticos de arte, tendo como álibi a marca registrada do artista: as figuras geométricas dos barrados de suas obras. E, já muito distante dessa ‘terrinha’, conseguiu seu objetivo: o tombamento deste ícone remanescente de um

tempo que não volta, mas que será preservado para sempre! Ela, a capela, está lá, sempre estará, mas só, completamente só. Sua aura ainda resplandece. As vozes em preces emudeceram, mas ninguém dela se esquece. Seus moradores, os antigos ou os novos, querem acordar aos domingos e ouvir o ressoar dos sinos. Não querem relembrar apenas passados, e sim ouvir os sinos no presente! Querem cantar as Ave Marias novamente! Monte Alegre quer renascer! Seu passado glorioso pode ser transmutado, e tem que ser reiniciado por ela, a capelinha quem sabe! E, gostaria de terminar este tributo, citando um texto que vi e gostei do que li na revista Monte Alegre, em sua primeira edição, escreveu seu diretor Bruno Fernandes Chamochumbi. Justamente o neto de Eduardo Fernandes Filho, que também fez sua parte dessa história, e que surpresa agradável, pois percebi o empenho de seu neto, em desejar reconstruir esse pedacinho de paraíso: “... nossas páginas falam de um Monte Alegre que cresce sem precisar aumentar de tamanho, que se desenvolve sem agredir a vida, que harmoniza tecnologia com meio ambiente, e história com futuro...” Que assim seja feito. Ave Capela de São Pedro... Ave! Maria de Fátima Rodrigues é secretária-executiva, nasceu no bairro Monte Alegre e mudou-se aos 19 anos de idade, mas trabalhou na Monte Belo S/A - Açúcar e Álcool de 1975 a 1982 neste bairro. Escreve crônicas e poemas, publicadas nos jornais da cidade desde 1989.


naESALQ na ESALQ

Monte Alegre

Asfalto: o vilão do calor Pesquisa mostra que a pavimentação asfática retém as altas temperaturas até a noite

Por Cristiane Bonin Fotos: Alessandro Maschio

S

abe aquele calor insuportável que, mesmo depois do sol se por, continua a incomodar os piracicabanos? Pois é, a origem desse desconforto todo está, em grande parte, no asfalto. É o que mostra pesquisa realizada pelo Departamento de Ciências Florestais da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), divulgado recentemente.

A arborização pode impedir que os raios solares incidam diretamente sobre o asfalto

Com a ajuda de uma câmera termal, os pesquisadores constataram que a pavimentação asfáltica é a grande responsável por reter e propagar o calor, que é sentido pela população até as 20h30, em média. “Descobrimos que as áreas urbanas mais quentes no horário noturno eram as ruas da cidade. Elas ganharam de outras superfícies como prédios, muros e telhados que estão mais distantes das pessoas”, afirma o professor doutor Demóstenes Ferreira da Silva Filho, que desenvolveu o estudo em parceria com Jefferson Polizel, doutor do Centro de Métodos Quantitativos da Esalq. O estudo, feito no final de 2012, é inédito porque as imagens de satélite, até então, não conseguiam identificar tais características. Portanto, a dica é ficar longe do asfalto, pois, quanto mais próximo da superfície que possui a maior concentração de temperatura, obviamente, mais calor você sentirá. “O asfalto é o mais quente e corresponde à área mais baixa da cidade, responsável por transmitir o calor para todas as camadas de ar, o que causa desconforto térmico a toda população”, diz Silva Filho.

LUZ VERMELHA

A melhor forma de combater o calorão é arborizar as ruas para impedir que o sol chegue diretamente ao asfalto. “Este trabalho justifica a arborização viária no município”, afirmou o professor da Esalq. A notícia ruim é que os índices de arborização dos bairros piracicabanos giram entre 5% e 20% e o pior deles está na região do Bairro Alto, relata o departamento da universidade local. Bairros como Nova Piracicaba, Santa Rita e Cidade Jardim têm melhor cobertura arbórea, também informa a Esalq. Desta forma, a pesquisa aponta

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urgência do plantio de árvores de grande porte nas margens das ruas.

DISCUSSÕES

Mas se a solução para as ondas de calor é bem conhecida, por que o problema não é solucionado? O engenheiro florestal e paisagista Thiago André lembra que a receita de plantar árvores nem sempre é compatível


com a realidade. “Na prática, temos a realidade da estrutura da cidade que não permite o plantio de indivíduos grandes em todos os lugares. Tradicionalmente, o que se vê quanto ao calçamento são espaços que nem sempre permitem o uso de árvores de grande porte.”

Pode chamar assim, você já é de casa.

André se refere aos espremidos passeios públicos e a entraves físicos, como fiação aérea de energia ou telefonia e redes de drenagem ou esgoto. Acima ou abaixo, as grandes árvores ´brigam` com a infraestrutura da cidade e os prejudicados, muitas vezes, são os proprietários das casas defronte à calçada, bem como os pedestres. “É muito comum de se ver árvores de grande porte estourarem calçadas estreitas porque não conseguem desenvolver suas raízes na sua forma estrutural. Ao ganhar altura, a raiz mal formada não cresceu proporcionalmente para sustentar seu peso e pode tornar-se um risco quanto à sustentação da sua massa.” A saída, segundo o especialista, é investir em espaços como parques e canteiros alargados. “Nessas áreas podemos e devemos ter o capricho quanto à arborização porque, apesar da lógica da Esalq estar corretíssima, a realidade da urbanização brasileira é bem outra.” Outros caminhos propostos por André para reduzir os efeitos das ilhas de calor são as coberturas verdes para telhados e topos de prédios, e jardins verticais para paredes. Uma ideia de estruturas como túneis revestidos de trepadeiras para cobrir as ruas também é discutida na área do paisagismo e uma opção para driblar os problemas quanto à falta de espaço urbano. “Temos espécies de trepadeiras que crescem e ficam enormes. A cobertura verde é uma solução que não só faria sombra nas ruas, mas também cobriria as paredes refletoras de calor. Amenizaríamos, por exemplo, o efeito das ilhas de calor até mesmo no período diurno, como num final de tarde, quando as altas temperaturas geralmente implicam na formação das tempestades violentas”, destaca o engenheiro florestal.

EVENTO

O assunto arborização urbana é foco da Conferência Internacional Protected Areas and Place Making, coordenada pelo professor da Esalq/USP, Demóstenes Silva Filho. O evento ocorre de 21 a 26 de abril, em Foz do Iguaçu (PR). “Vamos pensar em novos métodos e alternativas de pesquisa para planejar o verde urbano”, acrescentou Silva Filho. O engenheiro florestal e paisagista Thiago André observa que a contribuição da academia tem grande peso no sentido da colaboração do melhor uso de coberturas verdes urbanas. “Temos muito que evoluir e, principalmente, muito que observar. A natureza nos entrega tudo de bandeja para copiarmos.”

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Monte Alegre

Você sabe por que faz o que faz? (e quem se importa com isso) Giovanna Baccarin gibaccarin@gmail.com

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xistem pessoas que se importam com o seu negócio, com o seu produto, e pessoas que não estão nem aí. Geralmente as empresas querem vender mais e mais e mais, e acabam desenvolvendo sua comunicação com o mundo focando todos, ou seja, sem foco algum. Mas não se engane. Quando um consultor, seu departamento de marketing ou mesmo uma agência de publicidade perguntar quem é seu cliente ideal, eles estão te perguntando quem é que se importa. E é para essa pessoa que você deve vender, é com ela que você deve se comunicar. E não tem desculpa, porque hoje o universo digital torna mais fácil a comunicação direta e focada no seu nicho específico, esteja o seu consumidor ideal onde estiver. Isso funciona no marketing em geral, seja ele on ou off-line. Mas é justamente o universo digital e o aumento da conectividade, da informação e da relação direta entre consumidores que está mudando de forma fundamental a ‘jeito de ser’ do mercado. E, mais que isso, a forma dos consumidores se relacionarem e interagirem com as marcas. Porque ‘todo negócio’ começa com pessoas que se importam fazendo produtos para outras pessoas que se importam. É claro que com o tempo você acaba ficando bom na coisa toda e pode acabar

vendendo para pessoas que não se importam. Elas agora conhecem seu produto e viram que ele já foi testado e aprovado... Por quem se importava. Essa é a famosa curva da difusão da inovação. E quando eu digo ‘todo negócio’, na verdade falo daquelas empresas que começam com um por quê. Falo de empresas que entram no mercado sabendo o que querem da vida, que estão entrando naquele mercado porque têm algo a dizer e seus produtos são a reflexão do que acreditam ser importante no mundo. Essa é forma ideal de começar um negócio. Porque se você começa simplesmente pelo dinheiro, no final do processo, provavelmente vai vender algo com o que ninguém está nem aí, afinal nem mesmo você se importa. E aí tudo o que resta é competir com outros produtos em preço, características, promoções e todas as outras metodologias de manipulação já bem conhecidas do velho marketing. O custo dessa competição pode acabar sendo alto demais para sua sobrevivência. E não se engane. Não há nada de velho no mundo. Ele é novo, recém-nascido e está se desenvolvendo e mudando exponencialmente. Se você quer ter sucesso e fazer alguma diferença, está na hora de voltar a se importar. Giovanna Baccarin é comunicadora, estrategista e palestrante. Especializada em marketing online e presença digital.

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Monte Alegre

Som & Emoção

Por Ronaldo Vitoria ronaldo@mbmideias.com.br

M

usical sempre desperta polêmica. Os fãs adoram, e quem não está acostumado com o gênero quase sempre reclama da ‘cantoria exagerada’. Mas há filmes que conseguem aliar a trilha sonora com um enredo atraente.

MOULIN ROUGE – Amor em Vermelho – Dirigido pelo australiano Baz Luhrmann, foi o responsável pela retomada do gênero na última década. Conta a paixão de uma cortesã por um aspirante a poeta num cabaré parisiense, em 1899. Nicole Kidman e Ewan McGregor estrelam.

HAIRSPRAY – Em Busca da Fama – A produção é ambientada nos anos 60, época da segregação racial americana e do estouro do rock como trilha sonora da rebeldia. Mas o enredo é bem leve, falando das disputas num programa de rádio. John Travolta está de drag, como a obesa Edna.

ACROSS THE UNIVERSE – O título é o mesmo de uma canção dos Beatles. E o roteiro faz um apanhado das canções da mais famosa (e amada) banda de rock de todos os tempos. Tudo bem que a história pareça um pretexto para amarrar as canções, o prazer de ouvi-las vale a pena.

CHICAGO – Teve novamente destaque na última entrega do Oscar, com a participação ao vivo de seus astros (Renée Zellweger, Richard Gere, Catherine Zeta-Jones e Queen Latifah) lembrando os 10 anos de sua premiação. É a história de duas mulheres boas de briga na cidade do crime.

MAMMA MIA! – O musical é baseado nas canções do grupo Abba, que marcou a vida de muita gente. E conta com a presença exuberante da estrela Meryl Streep. Ela interpreta a mulher que, pressionada pela filha, precisa dizer qual dos três ex-namorados é o pai da moça.

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MATÉRIA DA CAPA

Design sob medida

Gustavo Dias usa madeiras de redescobrimento para criar móveis bonitos, modernos e duráveis Por Ronaldo Victoria Fotos: Alessandro Maschio e Gustavo Dias

O

talento de Gustavo Dias tem sido muito requisitado por moradores do condomínio Monte Alegre. Piracicabano de 34 anos, formado em publicidade e propaganda, mas apaixonado pela marcenaria desde menino (a paixão do pai, o administrador Paulo, influenciou muito), Gustavo tem notado uma boa repercussão para seu trabalho. “No condomínio, eu atuo com o que chamo de customização da necessidade do cliente. O meu

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trabalho é identificar essa necessidade”, conta. Hoje ele já percebe, em casas como as do condomínio, o que chama de movimento diferente. “As casas, todas elas têm o que se chama de espaço gourmet, com uma cozinha mais aconchegante, onde as pessoas ficam à vontade. É uma questão de valores, não de futilidade. As pessoas parecem estar recuperando o prazer de ficar em casa, porque as cidades, principalmente as maiores, andam muito complicadas. Mas, para ficar em casa, você precisa de conforto, precisa de um bom sofá, que tenha uma boa ergonomia”, detalha.


Monte Alegre

Os trabalhos de Gustavo misturam a madeira a outros materiais

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Monte Alegre

Revisteiro Cocho, feita em madeira faveiro

E aí que entra o design, que Gustavo define como uma arma poderosa de transformação. Mas ele ainda sente que o Brasil engatinha nessa área. Ainda não é muito marcante a cultura de adquirir design. Muitas vezes a pessoa compra um carro caríssimo, mas decora a casa com móveis baratos, que não durarão mais de duas estações. “Um móvel feito por mim pode até ser considerado caro, mas ele dura até o tempo dos seus netos”, garante.

Sustentabilidade A propósito, Gustavo trabalha com movéis de linha e outros exclusivos (peça única) que, dependendo do tamanho, ficam na faixa dos R$ 500 aos R$ 5.000. E tudo dentro de um conceito importante: sustentabilidade. O designer só trabalha com as chamadas madeiras de redescobrimento (árvores caídas, madeira de demolição ou encontradas em mares e rios), recolhidas por ele em caçambas ou principalmente na fazenda onde mantém uma oficina, em Agudos. “Eu vou muito a sítios e fazendas vizinhas e recolho

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Mesa de centro leva o nome Monte Alegre

cercas desativadas ou mourões, por exemplo. Às vezes, eu olho para um material e já imagino o móvel resultando. Foi o que aconteceu quando olhei uma galhada e já ‘vi’ uma luminária”, lembra. Gustavo trabalha muito com mistura de materiais, unindo a madeira a materiais como ferro ou vidro. Apesar de utilizar material bruto como a madeira e técnicas tradicionais, os móveis idealizados por ele não podem ser incluídos na categoria vintage. Muito ao contrário. Gustavo usa essa base para desenvolver um design apurado e modernista. É o que se comprova em seu catálogo de produtos. A luminária, citada por ele, tem galhos retorcidos na base e três lâmpadas vermelhas. Na mesa de centro que tem o nome de Monte Alegre há dois troncos e um tampo de vidro. O mancebo Araucária, outro destaque, conta com base em ferro, e a fruteira é toda feita em madeira. O trabalho de Gustavo Dias pode ser conferido pelo site woodesign.com.br, em que ele expõe as peças e as diferencia entre exclusivas e seriadas.


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ARTIGO

DE ASTEROIDES, COMETAS E SONHOS

O que dizer sobre a queda de meteoritos que se desfizeram em estrondosos rastros de luz e em infinitos pedacinhos que feriram e assustaram tanta gente, embora não tenham matado ninguém? Há bem pouco tempo, na fria e distante Rússia, país que ocupa tanto parte da Europa quanto da Ásia, muita gente registrou esse fenômeno que, quase simultaneamente, pôde ser observado em todo o mundo por meio da mídia eletrônica com suas redes sociais.

reis magos até uma manjedoura onde dormia um menininho recém-nascido, que foi responsável, no mínimo, por zerar a contagem dos anos e reiniciar uma nova eram era do cristianismo, com sua revelação sobre a possível ressurreição do homem e sua vida eterna em outra dimensão deste fascinante universo. Ressuscitar, renascer, reviver, sobrevoar com olhos mais potentes capazes de captar outras realidades sutis e toda a grandeza desse universo infinito onde nada acontece por acaso. Nessa perspectiva, existe um fenômeno mais denso do que qualquer asteroide e de cuja matéria são feitos nossos sonhos. Esses, sim, são realmente capazes de modificar nossas vidas e até mesmo transformar esse imenso e aparentemente insondável universo.

Seriam aquilo fragmentos do tal asteroide (massa composta de material rochoso e metálico), cuja trajetória estava perigosamente se aproximando da órbita da Terra?

As sondas dos nossos sonhos podem ir além ou até onde nenhum artefato humano jamais chegou. Somente por meio dos sonhos a humanidade é capaz de vislumbrar as reais dimensões do infinito e desfazer os limites do tempo.

Medo, ansiedade, curiosidade e até excitação são sentimentos que tomaram de assalto grande parte da humanidade naqueles dias. A outra parte estava muito ocupada, às voltas com seus infinitos problemas e tarefas ou distraídas e alienadas simplesmente da informação.

Entre asteroides, cometas e sonhos, os últimos são os únicos fenômenos capazes de confrontar e remodelar a realidade do imenso e maravilhoso universo que mal conhecemos.

Muita especulação e busca por explicações plausíveis fizeram de alguns cientistas os eleitos para seus efêmeros 15 minutos de fama. Eles nos informaram também das possíveis efemérides futuras, capazes de transformar, em instantes, os rumos do nosso pequeno planeta.

Sonhos vãos, sonhos maus, sonhos bons, precisamos ter muito cuidado com eles que são os mais potentes agentes de transformação, capazes de explodir cidades, deslocar montanhas, implodir planetas e até construir verdadeiros universos paralelos em desalinho com o nosso universo original.

A análise dos materiais que compõem tais fenômenos nos esclarece sua natureza. Os cometas, por exemplo, nada mais são do que aglomerados de gelo que, ao se desintegrar, deixam aquele lindo rastro luminoso a que chamamos de cauda de cometa. Vale lembrar o significado que esses eventos assumem pelas mudanças que eles promovem. Difícil não pensar naquele cometa, a estrela-guia que há 2013 anos levou três

Ilustração: stock.xchg.com

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estes tempos mutantes, nada mais passível de alvoroço que a aproximação de um corpo celeste, ou fragmentos dele, da órbita de nosso planeta. Os meteoros, popularmente conhecidos como estrelas cadentes, sempre povoaram o imaginário humano, sendo relacionados à sorte de quem é brindado com sua visão.

Rê Fernandes refernandescor@uol.com.br

Somente nossos melhores sonhos serão capazes de equilibrar diferentes forças de natureza e garantir a nós, seres sonhantes, a possibilidade de um mundo bem melhor. Re Fernandes é piracicabana, mora no Rio, é artista multimídia, designer, professora e pesquisadora das linguagens artísticas. É autora do livro Da Cor Magenta – Um Tratado Sobre o Fenômeno da Cor e Suas Aplicações, pela editora Synergia, RJ.

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DECORAÇÃO

Corporativo arrojado O vermelho também está presente na área gourmet da empresa de planejamento imobiliário

Contemporaneidade marca o projeto de Valéria Romani

Empresas apostam em novo projeto de design de interior para ganhar mais praticidade e requinte Por Cristiane Bonin Fotos: Alessandro Maschio

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mpactar e otimizar. Estas foram as palavras de ordem para os projetos arquitetônico e de design de interiores que, apesar de distintos, puseram fim aos problemas comuns quanto á estética estrutural e rotinas de trabalho nos escritórios comerciais do empresário de gestão e planejamento do setor imobiliário, Marcos Frias, e dos publicitários Léa Fabris e Antonio Rodrigues Coelho Neto. Um delírio. Foi isso que pediu Marcos Frias à designer de interiores Valéria Romani, da equipe da Concept. Inovações na decoração, mobiliário

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de marcenaria e cores fortes formaram a receita indicada e executada para o espaço de um homem de negócios que recebe profissionais do alto escalão da construção civil, um público acostumado às novidades do seu próprio mercado e das capitais brasileiras. “A empresa é fisicamente pequena, com cinco funcionários. Quis tudo do bom e do melhor”, conta Marcos Frias. Entre os destaques estão o painel de bolha, multicolorido, inspirado num dos cenários da novela global Cheias de Charme; outro painel, um


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Moveis de marcenaria e cores fortes na recepção da Marcos Frias

Marcos Frias: ‘Pedi tudo do bom e do melhor’

Luminárias coloridas na cozinha dão toque divertido ao espaço

teca em madeira de mangue; o mobiliário em laca; o vermelho Ferrari na pia; uma sala de conferência equipada com multimídia, TV 3D e lousa de vidro; os lustres multifocais que conferem movimento à iluminação; o paisagismo de Cibele Schumann para um jardim íntimo; um café art déco; e um terceiro painel, com cada pedra colocada à mão pela refinada marca Pietra, abre o espaço e convida às descobertas. Com dois anos num prédio no bairro Cidade Jardim e reforma finalizada15:32:51 em novembro passado, RUMO_mar2013.pdf 1 19/03/2013 a temporada de visitação foi aberta na Marcos Frias

Consultoria Imobiliária. “Todo mundo adora, e não é porque é meu. Tem gente que chama o amigo para vir conhecer”, diz o proprietário sobre o resultado do projeto proposto pela Concept. A designer de interiores Valéria reafirma que as ideias de Frias foram, no mínimo, reflexivas e trabalhosas. “Para o pedido bastante exigente, foi desenvolvido um projeto moderno, arrojado e, ao mesmo tempo, clean. Usamos o que havia de mais contemporâneo e compatível.”


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Ousadia no uso das cores confere modernidade ao ambiente

Neto é diretor da NPP!

Léa Fabris: ‘A reforma foi um presente para todos’ 28


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DESAFIO A semelhança elementar entre os projetos de ambos os escritórios – um impasse comum à maioria desses modelos de estruturas comerciais – é a necessidade de adaptar aquele local pequeno, com limitações de mudança em sua infraestrutura, para um ambiente corporativo. A designer de interiores Valéria conta que, no caso da empresa de planejamento imobiliário, a casa ocupada hoje era, no passado, um salão de beleza. “O imóvel precisou ser desmembrado e somente a parte térrea foi destinada à empresa. Foram criadas duas entradas independentes. Mas o maior desafio foi adaptar todos os ambientes em um local que era estreito e comprido. Tivemos que fazer esforço para tirar essa impressão de corredor.”

NPP A repaginada na agência de publicidade e propaganda NPP! ressaltou o caráter corporativo do negócio, alocado também num prédio da Cidade Jardim. “A agência tinha cara de casa, com portas nos quartos”, conta a publicitária Léa Fabris. Com

20 anos de mercado, Léa clamou por um ambiente agressivo e moderno, traduzido em uma sala com tons beterraba e laranja. “Além de tudo, da iluminação, do paisagismo, em quatro meses de reformulações, conseguimos abrir mais cinco estações de trabalho. E mais do que a otimização e o incremento da funcionalidade, a reforma foi um presente para todos que trabalham aqui e para os clientes”, diz a publicitária. Para não errar em um projeto corporativo, a designer Valéria salienta que a decoração desses espaços deve atender a cada tipo de empresa e seu segmento. “A arquitetura e o design têm que passar aos clientes a segurança, seriedade e modernidade da empresa.” Mais conforto e acessibilidade nas instalações acessadas por clientes e uma atenção especial à legislação definida ou fiscalizada pelo Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária, também estão entre as dicas de Valéria Romani no momento de decidir um projeto de interiores.

Poltrona é destaque na recepção da agência de propaganda

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DESIGN DE INTERIORES

O desafio de conciliar num projeto os gostos tão distintos de um casal formado por um sueco e uma brasileira

Texto e fotos: Marcelo Gimenes marcelo@gimenes.eu

A cadeira Egg, do dinamarquês Arne Jacobsen, define a área de leitura; destaque para o tapete em couro de vaca

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O tapete feito à mão define as regras do jogo no ambiente

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la é brasileira, ele sueco. A diferença e o contraste entre os países não se limitam à geografia, clima ou cultura. Já no primeiro jogo, a lista de desejos de cada um era tão diferente que quase não aceitei a partida. Ele é minimalista, tem medo de cores e prefere o estilo mais calmo, tranquilo, que lembra o silêncio sueco que é característico daquele país. Gosta de um jogo simples. Ela... bem, ela é brasileira. Apesar de todo o contraste, uma paixão por quadros, fotos e gravuras une os dois times com um esportivo ponto de partida. Depois de uma seleção rigorosa das obras, o próximo passo foi a escolha do tapete que vem da

Moldávia (pequeno país da Europa Oriental), onde foi tecido à mão. Com um fundo claro e cores vibrantes, o tapete funciona como árbitro e define as regras do interior. O sofá da dinamarquesa Hay, em tecido de lã, oferece o aconchego necessário para as horas de intervalo; as mesas de centro da Muuto, também da Dinamarca, garantem e reforçam o estilo escandinavo. Os móveis são todos feitos sob medida e têm um caráter multifuncional a pedido do casal. O da televisão abriga todos os aparelhos eletrônicos, mas, na falta de espaço pode servir como mesa de

Espaço Nutriz

PROGRAMAÇÃO: Dia 09 á 10 / 04 Especial de Noivas

Dia 23 / 04 Culinária Mexicana

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Os móveis têm caráter multifuncional


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apoio ou mesmo como banco de reserva. A sala de jantar é composta de duas mesas e dois bancos com estofamento em couro azul-bebê e são usadas como local de trabalho. Com duas portas de correr, os bancos ainda servem como armários. Uma vez acoplados, as mesas e os bancos formam uma sala de jantar para oito pessoas. O posicionamento dos quadros foi fundamental na criação de espaços íntimos e delineados. Na parte central, entre a sala de televisão e as mesas, uma pele de vaca abriga a cadeira Egg do dinamarquês Arne Jacobsen e define a área de leitura. As cores suaves predominam não só na poltrona como em toda a coleção de almofadas e no acabamento dos móveis,

criando um ambiente agradável, colorido, porém de muita serenidade. Foi um jogo difícil, porém amistoso. O empate, uma vitória! Para mais informações: www.hay.dk www.muuto.com Marcelo Gimenes é piracicabano, artista plástico pela Academia de Artes Willem de Kooning em Roterdã, colecionador e consultor de decoração, assina os projetos da Depot Rotterdam (www.depotrotterdam.nl), diretor criativo da Snijder & CO (www.snijder-co.nl), co-fundador da Barce Foundation (www. barcefoundation.org) e reside há 26 anos na Europa.

O móvel da TV pode ser vir como mesa ou banco na eventual falta de espaço

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Turismo

Benvenuti in Veneto! Montanhas, cidades históricas e praias são os destaques da região mais visitada da Itália

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ormada por sete províncias e localizada no nordeste da Itália, a região do Veneto reúne em uma área de mais de 18 mil quilômetros quadrados atrações para todos os gostos e tipos de viajantes. Montanhas, águas termais, cidades históricas e praias integram o universo de belezas naturais e paisagens cinematográficas que fazem da região a mais visitada do país.

O Veneto é formado pelas províncias de Veneza (cidade única no mundo e admirada por todos), Belluno (porta de entrada do mundo mágico das Dolomitas), Padova (reconhecida pela basílica de Santo Antonio), Rovigo (famosa pelo delta do Pó), Treviso (local das colinas do Prosecco), Verona (palco da Arena de Verona e de Romeu e Julieta) e Vicenza (onde é imperdível visitar o Teatro Olímpico). 35


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Todos os anos a região recebe cerca de 15 milhões de visitantes, sendo o quarto destino europeu na preferência dos viajantes. Já as empresas do setor de turismo faturam cerca de 15 bilhões de euros por ano. As cidades do Veneto se fixam nos pilares da singularidade e preservação da história, além de paisagens de tirar o fôlego. A arquitetura heterogênea contém uma herança histórica significativa para seus cidadãos, e também para aqueles que as visitam. O turismo religioso também é bastante presente no Veneto, ainda mais com a inclusão do ‘Ano da Fé’, atribuído pelo papa emérito Bento 16, de 11 de outubro de 2012 a 24 de novembro de 2013. Os lagos e as paisagens magníficas fazem com que o turista escape da sua rotina, aproveitando momentos de serenidade, além da possibilidade de praticar diversos esportes de aventura. A região dispõe ainda

Anuncio Geografica rodape mar_2013 02.pdf

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de praias concorridas, com direito a águas cristalinas, areias finíssimas e resorts luxuosos. Em 2010, o litoral do Veneto foi certificado com seis ‘Bandeiras Azuis’, comprovando a qualidade das águas e de suas praias.

Sabor & Arte A gastronomia da região remete aos produtos típicos e às receitas tradicionais com um toque de modernidade. Vale ressaltar o acompanhamento de muitos vinhos excelentes, entre eles, os mais conhecidos no mundo: o Prosecco e o Amarone. A fascinante mistura de arte, memória e cenários paradisíacos faz com que a região do Veneto seja um ícone italiano, recebendo turistas do mundo inteiro, em seus hotéis, resorts e spas, com muito conforto e excelência. A região remete à uma atmosfera de bemestar, ideal para as próximas férias dos brasileiros.

11:35

mbmideias

EUROTUR Geográfica

Junho a Agosto 2013

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MÚSICA

Talento da

‘terrinha’

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ma seleção de clássicos que marcaram a vida e embalaram os romances de uma geração. Essa é a base do repertório do novo CD da cantora e compositora piracicabana Amanda Kell que, em um único álbum, conseguiu reunir grandes músicas das décadas de 80 e 90 como Ando Meio Desligado, Como Eu Quero, Depois, Garotos, Nada Sei, Uma Noite e ½ e Clima de Rodeio. Outros destaques desse novo trabalho são as inéditas Amor Virtual e Me Aceite Como Eu Sou, canção que dá nome a esse que é o segundo CD da carreira da artista. “Esse CD é uma produção independente, que gravei no Estúdio Mosh, com a produção do Oscar Maias. Nele, estão músicas que adoro e que acredito que trazem boas lembranças a muita gente, assim como trazem para mim. São canções que demonstram ideias, pensamentos, sonhos e sentimentos de toda uma geração”, diz Amanda. Neste começo de ano, a artista segue com os shows de sua turnê, intitulada Uma Noite e ½, realizando apresentações pelo interior de São Paulo. “Estamos traçando um plano de divulgação para 2013 e a expansão da turnê está na minha meta. A música Uma Noite e ½ já está tocando nas rádios de Indaiatuba, São Carlos, Piracicaba, Ribeirão Preto, Franca, Rio Claro e Capivari, alcançando mais de 75 cidades”, destaca a cantora. Nascida em Piracicaba, Amanda Kell tem conquistado seu espaço no cenário da música com sua voz doce, beleza e musicalidade. Com um público cativo nas redes sociais, a jovem artista também tem formação no teatro e já fez apresentações no Tom Jazz. Para mais informações acesse www.amandakell.com

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Amanda Kell faz turnê pelo interior paulista para divulgar o novo álbum Me Aceite Como Eu Sou Foto: Divulgação


BELEZA

Sem manchas

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Alessandra Nalin alessnalin@terra.com.br

ação clareadora . Hoje existem ativos que, além de inibir a produção da enzima responsável pelo pigmento, inibem a formação de radicais livres e protegem a pele da ação danosa dos raios solares. Em maior concentração, essas substancias devem ser manipuladas e usadas com acompanhamento de um profissional médico. Além disso, o tradicional peeling superficial seriado, mais leve e realizado em várias sessões ainda continua sendo uma opção boa e segura.

C

hega de esconder seu rosto! É tempo de pele sem manchas. O tempo certo para tratar as manchas é agora. Não importa se é Inverno ou Verão, pois novas tecnologias em laser e cremes despigmentantes permitem manter uma pele bonita e saudável o ano inteiro. De todos os problemas de pele, nenhum é tão desafiador para os médicos como as manchas. Para combater um inimigo tão resistente, o ataque precisa ser feito em diversas frentes. Peeling e laser são associados a cremes despigmentantes de uso diário, acompanhado, é claro, de filtro solar. Os tratamentos conhecidos até agora eram um tanto invasivos, pois deixavam a pele cada vez mais frágil e , consequentemente, mais suscetível à formação de manchas ainda mais profundas e difíceis de eliminar. Mesmo que você faça tratamentos potentes em consultório, vai precisar usar um creme com

Uma das novidades é o Spectra, laser que acaba de chegar ao Brasil, que é o tratamento indicado para o melasma. O melasma são aquelas manchas acastanhadas na face, comum em mulheres, principalmente naquelas que engravidaram ou fazem uso de anticoncepcional. Possui uma tecnologia exclusiva, que foi especialmente desenvolvida para a remoção gradual e eficaz de lesões pigmentares, sem irritar a pele, evitando os efeitos adversos, como o escurecimento de manchas já existentes. ‘O Spectra Laser Toning é aprovado e certificado pelas mais rígidas normas nacionais e internacionais — FDA (EUA), Inmetro (Instituto Brasileiro de Metrologia) e Anvisa (Agência Nacional de Vigilência Sanitária) aprovam seu uso. Além disso, é líder de vendas em sua categoria e o único equipamento a apresentar um estudo científico com resultados clínicos comprovados por tomografia computadorizada, com seis anos de acompanhamento dos casos. A aplicação é indolor. O paciente sente apenas um leve desconforto no local. Após a sessão, a área fica inchada e sente-se ardência, em alguns casos, mas que desaparece após alguns minutos. A pele leva alguns dias para se recuperar, período em que é necessário proteger a área. Com esta gama de tratamentos você consegue resultados eficientes. Alessandra Nalin (CRM 86055) é médica especializada em medicina estética. Contato: (19) 3432-8136. 39


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SABOR

Delícia de arroz T

em alimento mais versátil e saboroso do que o arroz? Selecionamos duas receitas que, apesar da sua simplicidade, vão brindar seu paladar, seja no dia a dia ou em ocasiões especiais. Bom apetite!

Arroz doce de forno Ingredientes: 1 litro de leite

horas e 15 minutos, mexendo de vez em quando (na última meia hora não é preciso mais mexer).

1 lata de leite condensado

Desligue o fogo e deixe-o mais 15 minutos no forno.

1 xícara (chá) de creme de leite fresco

Sirva quente ou frio salpicado de canela.

1 xícara (chá) de Arroz Camil canela em pó a gosto

Rendimento: 6 porções

3 a 4 cravos da Índia

Tempo de Preparo: 20 minutos Tempo de Cozimento: 2 horas e 30 minutos

Modo de Preparo: Numa panela junte o leite, o leite condensado, o creme de leite e leve ao fogo até ferver. Distribua o Arroz Camil no fundo de um refratário espesso, alto (25 cm de lado x 10 cm de altura). . Despeje o leite fervente sobre o arroz e acrescente a canela em pó e os cravos. Misture bem. Leve o refratário ao forno baixo (160ºC), preaquecido, por cerca de 2

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Dicas: O refratário deve ser alto e grande (pode ser quadrado ou redondo) porque o leite sobe quando o doce está assando. Conforme ele vai espessando e cozinhando o arroz ele vai abaixando. No final do cozimento o doce só ocupa metade da altura do refratário. O doce está pronto quando formar uma película dourada na superfície Variação: Substitua metade do leite por suco de laranja. Neste caso não use os cravos-da-índia.


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Anel de abobrinha com risoto de palmito e refogado de camarão Ingredientes: Abobrinha: 1 abobrinha italiana comprida sal a gosto manjericão fresco picado, a gosto 2 colheres (sopa) de azeite Camarão: 1 colher (sopa) de azeite 1 cebola picada 1 tomate maduro, sem pele, picado 300g de camarão médio limpo sal e molho de pimenta a gosto Risoto de Palmito: 1 colher (sopa) de manteiga 1 cebola picada meio vidro de palmito picado (200g) 1 xícara (chá) de Arroz Camil 1 tablete de caldo de galinha dissolvido em 3 xícaras (chá) de água fervente meia xícara (chá) de creme de leite fresco Modo de Preparo: Corte as abobrinhas em fatias finas, no sentido do comprimento. Polvilhe com sal e manjericão e frite-as no azeite quente. Reserve. Camarão: Aqueça o azeite e doure a cebola. Junte o tomate e cozinhe até desmanchar.

Acrescente os camarões, tempere com sal e molho de pimenta e refogue rapidamente até mudarem de cor. Reserve. Risoto de Palmito: Aqueça a manteiga e doure levemente a cebola. Junte metade do palmito, refogue e acrescente o Arroz Camil refogando demoradamente. Junte o caldo de galinha aos poucos; a medida em que o caldo secar, acrescente mais caldo e cozinhe até o arroz ficar cozido (use fogo brando, panela destampada, misturando de vez em quando).Junte o creme de leite e tempere com sal, se for necessário. Montagem: Faça um anel com 1 ou 2 fatias de abobrinha usando como molde um aro ou forminha redonda média (cerca de 10cm de diâmetro). Recheie com o risoto de palmito (proceda da mesma maneira e monte 6 anéis). Desenforme os anéis e sirva cada um com o refogado de camarão. Sirva quente. Rendimento: 6 porções Tempo de Preparo: 20 minutos Tempo de Cozimento: 30 minutos Dica: Para dar um toque ainda mais especial ao prato, sirva cada anel com uma saladinha de cubos de tomate temperados com azeite, sal e orégano. Variação: Acrescente ao refogado de camarão, anéis de lula.

Fonte: Camil Alimentos 41


Foto: Jean Barbosa/Paratur

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BELÉM:

A CIDADE DAS MANGUEIRAS Michele Coelho Novembre michele.cnovembre@sp.senac.br

A

cidade de Belém (PA) já foi denominada de Paris das Américas. Conhecida também como ‘a cidade das mangueiras’, a capital paraense tem uma beleza ímpar. É banhada pelos rios Amazonas, Guamá e Maguari, de águas escuras que se perdem no horizonte e nos fazem refletir o quanto é belo e extenso o nosso país. O mercado Ver-o-Peso, que tem esse nome devido às taxas que eram cobradas de acordo com o peso do produto, é uma das maiores feiras ao ar livre da América Latina, fato que justifica a ampla variedade de frutos, ervas, plantas, peixes e carnes. Referindo-se às carnes, é no Estado do Pará onde está a maior ilha do mundo que é banhada por rios, a Ilha de Marajó, onde são criados búfalos, cuja carne é muito apreciada. A visita à cidade é um passeio agradável e o roteiro pode ser variado como, por exemplo, o histórico e cultural que inclui a Praça da República e o Teatro da Paz, que é uma réplica do teatro La Scala de Milão, na Itália. As construções são de estilo europeu e contemplam a bela arquitetura, que pode ser observada pela cidade e que foi parte do ciclo da borracha. No quesito religioso destaca-se a bela Basílica de Nossa Senhora de Nazaré. Ao entardecer, na praça em frente à Igreja, surpreende a revoada de pássaros, que cantam em alto e bom som. No mês de outubro, a tradicional Festa do Círio de Nazaré mobiliza milhares de seguidores que, após a caminhada, têm o hábito de comer o tradicional pato no tucupi. O pato no tucupi é um dos pratos típicos da gastronomia paraense, além do tacacá, do peixe frito acompanhado do açaí, da farinha de mandioca, a maniçoba, do bolinho de piracuí e do chibé que, dentre outros, são patrimônios culinários paraenses. 42

O tradicional pato no Tucupi Assim, no aspecto gastronômico, a cidade de Belém surpreende também. Tem a terceira maior comunidade nipônica do Brasil, após São Paulo e Paraná, justificando o número significativo de restaurantes japoneses dessa cidade. O mercado Ver-o-Peso, a sorveteria Cairu, os restaurantes Lá em Casa, Remanso do Peixe e, agora, a casa mais nova o Remanso do Bosque, dos chefes e irmãos Thiago e Felipe Castanho, que são profissionais criativos e que valorizam os produtos locais. Aliás, quando o assunto é restaurante, o Lá em Casa é referência para a gastronomia da região Norte do país e, imediatamente, permite lembrar de Paulo Martins, que foi um ícone e representa a gastronomia do Pará. Paulo Martins, que morreu em 2011, foi o primeiro chefe de cozinha que percebeu a importância da valorização dos produtos brasileiros. Ele criou o festival Ver-o-Peso da Cozinha Paraense, cuja 10a edição foi em 2012. O festival é um evento realizado anualmente. Sua programação inclui aulas com chefes renomados, debates e jantares promovidos por uma comitiva de chefes brasileiros de renomados restaurantes. O evento é um exemplo de valorização da cultura alimentar do Brasil, que poderia ser reproduzido em outras regiões do país. Michele Coelho Novembre é formada em hotelaria pelo Centro Universitário Senac – Águas de São Pedro e pós-graduada em administração e organização de eventos e cozinheiro chefe internacional pela mesma instituição. Atualmente, a profissional dá aulas de gastronomia na Unimerp (Universidade Metodista de Piracicaba) e no Centro Universitário Senac, e trabalha como personal chefe.



O nosso

papel é estar

com você!

Uma das capacidades que diferenciam o ser humano é a capacidade de produção de cultura, pois, através dela, são expressadas manifestações e atividades. A OJI preza a promoção da cultura, por meio de apoio a projetos como da Orquestra Filarmônica Jovem de Piracicaba, que busca a profissionalização de jovens entre 15 a 29 anos.

Orquestra Filarmônica Jovem de Piracicaba


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