AS ONDULAÇÕES DA ESPLANADA
_fau unb _proau | 2021.1 _mariana damasceno batista | 170026078 _natália menezes vasconcelos | 170067424
_o espaço interministerial
MARQUISES E MINISTÉRIOS | MEMORIAL JUSTIFICATIVO Nascido já nos desenhos iniciais de Lucio Costa para Brasília, o projeto das marquises interministeriais acabou sendo esquecido e nunca executado. No entanto, é cada vez mais evidente a necessidade de se explorar um projeto que promova a interação entre os ministérios e entre as vias S1 e S2, já que esses espaços são cheios de vida e possuem um papel no dia a dia dos trabalhadores da Esplanada dos Ministérios, além de possuírem grande potencial turístico. Para a proposta do projeto, foi escolhido o espaço entre os blocos ministeriais B e C; a estrutura e infraestrutura das marquises e do programa de necessidades é no entanto de fácil replicação e poderá se transformar em um traçado que segue toda a Esplanada, apenas com eventuais mudanças para melhor se adequar ao espaços interministeriais específicos. O projeto foi concebido levando em consideração todas as questões que o desenho em espaços patrimoniais traz, respeitando a arquitetura modernista local; todas decisões tomadas buscaram encontrar o equilíbrio entre respeitar a história da arquitetura existente e proporcionar espaços de maior qualidade para o convívio humano, atualizando-os sempre para os conceitos atuais. Foram então criadas estruturas leves e de fácil reversibilidade para as marquises, que encostam no solo local apenas nos pontos de contato dos [poucos] pilares existentes. Além disso, a questão de conectar os dois edifícios ministeriais foi sempre vista através da lente do respeito pela visual dos mesmos, deixando sempre as fachadas cegas em evidência e livres - e as marquises só se estendem até o outro lado da rua quando munidas da motivação de proteger o pedestre e garantir uma travessia confortável até a entrada do ministério. O desafio de garantir a interação entre as vias S1 e S2 ao mesmo tempo em que a concepção do projeto tenta se ater aos desenhos originais de Lucio Costa foi solucionado através da repetição das fitas da marquise por toda a extensão da calçada do espaço entre-blocos, aumentando ou diminuindo o comprimento delas quando necessário. Todos os edifícios que compõe o programa de necessidades do projeto se encontram com entradas protegidas pelas marquises (exceto o espaço de apoio às atividades culturais), garantindo a discrição do programa e voltando a atenção do pedestre aos ministérios e as próprias marquises que agora compõe o espaço. Por fim, cabe ressaltar que as decisões de estender as ciclovias apenas pelas faces ministeriais e interministeriais norte e de reformular o espaço que anteriormente era do estacionamento sul foram cuidadosamente escolhidas quando foi definido que o foco do projeto são os pedestres, e tudo que é possível fazer no espaço caminhável que foi concebido.
_planta de situação | escala 1:2500
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_o projeto
O conceito do projeto era desde o princípio criar a conexão de dois eixos paralelos (S1-S2 e bloco B-bloco C) de maneira uniforme e com uma estrutura coerente. Partindo desse ponto, foi escolhida a criação de marquises distribuídas como fitas com comprimentos ligando os edifícios do Ministério; essas fitas teriam largura suficiente entre seus pontos de apoio para que fosse criado um espaço de passagem semelhante a um grande corredor - aberto o suficiente para não gerar sensação de enclausuramento, mas sem perder o senso de direcionamento do fluxo para o sentido das vias S1 e S2. Dessa maneira, foi adotada uma malha quadriculada (grid) de 5 metros x 5 metros. No princípio o ponto de início da malha se alinhava os os ministérios; porém, ela foi deslocada em direção à via S2 de modo a alinhar melhor com as entradas do Bloco B e garantir a integridade visual da fachada norte dos ministérios. Há um pequeno rompimento do grid entre as duas entradas do edifício ministerial, afim de garantir o alinhamento ideal entre as fitas das marquises com as mesmas.
1
2
A
B
3
VIA S1 _esquema da evolução do perfil das marquises | sem escala B a marquise se estenderia [2], reservando as curvas apenas aos locais providos de pontos de apoio. O projeto foi desenvolvido então até chegar ao perfil atual [3], com coberturas onduladas de uma ponta até outra, tendo sempre seus vales nos pontos de contato com pilares. Além disso, foi adotado um desenho mais esbelto para os apoios, além de uma espessura menor para a cobertura. As marquises também se estendem de maneira racional, buscando sempre criar áreas cobertas em locais do programa de necessidade e em locais de permanência.
BLOCO C
BLOCO B
_o projeto
CONCEPÇÃO E EXECUÇÃO | MEMORIAL DESCRITIVO
VIA S2 _esquema do grid adotado | sem escala Foram então distribuídas as fitas. Inicialmente [1] as marquises possuíam tamanhos aleatórios, escolhidos de acordo com o melhor posicionamento para a criação do efeito de movimento das ondulações. Em seguida, houve uma tentativa de racionalizar o processo e a estrutura através da adoção de segmentos de reta nas partes em que
A
Também é parte do processo de racionalização da estrutura a adoção de fitas de tamanho padrão que se repetem em diferentes locais do espaço interministerial. As fitas adotadas possuem sempre 10 metros de distância entre os pilares principais (as maiores possuem pilares de apoio localizados a 15 metros dos principais). Entre os pilares de duas fitas há um espaço de 5 metros, suficiente para a circulação confortável de várias pessoas. Já em relação ao comprimento das fitas, foram adotados os valores de: 15 (comprimento mínimo), 25, 35, 45, 55, 70 e 75 metros. As fitas alcançam em seus vales e cristas alturas entre 3,0 e 7,0 metros de altura.
A
B
_planta de implantação | escala 1:1000
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_as marquises
_as marquises
_fachada A | escala 1:500
_fachada B | escala 1:500
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_as marquises
_corte AA | escala 1:500
_corte BB | escala 1:500
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_as marquises
OS MATERIAIS
policarbonato + forro de madeira laminada aço inoxidável
concreto pintado
_estudo esquemático de materiais da marquise e do programa de necessidades | sem escala A questão dos materiais utilizados para a construção da marquise e do seu programa de necessidades é delicada, já que é necessário ter o cuidado de não se criar um falso histórico com a obra que será inserida no local que é patrimônio histórico. Em relação ao patrimônio modernista os fatores ficam ainda mais complicados, já que grande parte das obras contemporâneas usam os mesmos materiais que o modernismo introduziu e registrou como “marca” do estilo. Portanto, a solução encontrada foi, no caso das marquises, criar uma linguagem de ondulações que diferem visualmente até mesmo das curvas usadas em obras modernistas; em relação aos materiais, foram utilizados aço inoxidável para os pilares e estrutura. placas de policarbonato na parte superior da marquise e forro de madeira laminada na parte inferior. Já em relação aos edifícios do programa de necessidades, foi utilizado o concreto; para diferenciá-lo dos edifícios ministeriais e criar uma identidade visual única para cada um com o uso de cores suaves; o café, por exemplo, é todo em tons de rosa. Além disso, foram utilizados elementos em aço em componentes como a porta pivotante da banca de jornal.
Foram também explorados em diversos edifícios dos programas os cobogós, garantindo permeabilidade visual tanto para as pessoas que caminham pela marquise, quanto para aquelas que utilziam os ambientes edificados. Grandes aberturas - como as janelas no café e as portas pivotantes no restaurante - também possuem o objetivo de integração visual. Alguns espaços, como a área para refeições autônomas, foram demarcados apenas pela paginação dos pisos, usando azulejos hidráulicos hexagonais para maior associação com o desenho existente no piso da praça. Os espaços de permanência entre os ministérios que são delimitados por calçadas possuem áreas de diferentes cores e texturas, sendo o piso sempre fisicamente uniforme e no mesmo nível, garantindo a acessibilidade universal. A intenção das marquises e dos edifícios do programa de necessidades é passar uma unidade visual que seja harmônica com a dos edifícios ministeriais, sem no entanto serem confundidos historicamente. Justamente por essa intenção os materiais recebem os tratamentos escolhidos e são distribuídos de tal maneira.
detalhamento _planta de cobertura | escala 1:750
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_as marquises
PERFIL ESTRUTURAL PC 5512
PERFIL ESTRUTURAL
CHAPA DE POLICARBONATO ESCOAMENTO POR DENTRO DO PILAR CALHA CENTRAL
CORTE 01
COBERTURA EM POLICARBONATO
PLANTA BAIXA _detalhamento de cobertura | planta baixa | escala 1:50 ESC.: 1:50
PERFIL ESTRUTURAL PC 5512
COBERTURA EM POLICARBONATO CALHA CENTRAL ESTRUTURA METÁLICA
PERFIL DE APOIO PERFIL ESTRUTURAL
FORRO
CANO PARA ESCOAMENTO
PILAR
CORTE 01
CORTE _detalhamento de cobertura | corte | escala 1:25 ESC.: 1:25
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_o programa de necessidades
_o programa
LEGENDA: 1 Apoio ao turista 2 Apoio ao ciclista 3 Banca de jornal/ caixa 24 horas/ engraxate 4 Restaurante + área de refeição autônoma 1
5 Sanitários
2
6 Café 7 Apoio ao espaço cultural
3
ATIVIDADES PROPOSTAS O projeto levou em consideração as atividades já existentes na área e também os aspectos que podem ser fortalecidos para propor seus espaços. Os itens do programa de necessidades relacionados à refeições [4 e 6] visam proporcionar espaços adequados para que as pessoas realizem suas refeições; o espaço do restaurante propõe um espaço formal de preparo de alimentos, com área interna e externa para utilização. A área externa do restaurante se integra à área destinada às pessoas que consumirão refeições autônomas, com mesas espalhadas por um piso com paginação diferenciada do restante da calçada. Essa área também serve como apoio aos foodtrucks que continuarão tendo acesso ao pequeno estacionamento. Além disso, o café introduz um ambiente com ar casual para encontros ou consumo individual, próximo ao espaço cultural.
4
5
O uso cultural proposto [a] visa trazer usos diversificados em horários fora do expediente de trabalho dos Ministérios, como cinemas urbanos (com projeção nas empenas cegas dos edifícios), shows e apresentações, eventos culturais relacionados aos ministérios, piqueniques, etc. Todas as atividades propostas pelo programa de necessidades e pelos espaços complementares pretendem intensificar o fluxo de pedestres entre as vias S1 e S2; portanto, foram garantidos meios de acessos universais [rampa - b, escada - c].
a 6
7 b
c
Além disso, a reformulação da banca de jornal [3], com integração com área para engraxates e caixas 24h e a adição de espaços de apoio [1 e 2] e sanitários [5] visa o fortalecimento dos usos do local, fornecendo condições de uso mais adequadas e que convidem as pessoas a permanecer no espaço. O projeto visa trazer uma nova percepção do espaço interministerial como local de convívio e lazer.
_planta de pavimento | escala 1:750
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_o programa
APOIO AO TURISTA PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
A1
_planta de layout | apoio ao turista | escala 1:75 A3
PLANTA DE LAYOUT PLANTA BAIXA ESC.: 1:75
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A2
A4
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_o programa
APOIO AO CICLISTA
A1
A4
A2 APOIO AO CICLISTA 34,5 m²
_planta de layout | apoio ao ciclista | escala 1:100
PLANTA DE LAYOUT PLANTA BAIXA ESC.: 1:100
A3
VISTA A1 FACHADA ESC.: 1:100
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_o programa
BANCA DE JORNAL
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A2
A4
_planta de layout | banca de jornal/caixa 24h/engraxate | escala 1:75 A3
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A1
PLANTA DE LAYOUT PLANTA BAIXA ESC.: 1:75
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PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
_o programa
RESTAURANTE
A2
VISTA A2 FACHADA ESC.: 1:100
A1
A3
RESTAURANTE 132,9 m²
_planta de layout | restaurante | escala 1:100
PLANTA DE LAYOUT
A4
PLANTA BAIXA ESC.: 1:100
VISTA A4 FACHADA ESC.: 1:10
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_o programa
SANITÁRIOS
A2
VISTA A1 FACHADA ESC.: 1:100
A1
BANHEIROS
A3
55,1 m²
VISTA A3
FACHADA ESC.: 1:100
_planta de layout | sanitáriosDE | escala 1:100 PLANTA LAYOUT PLANTA BAIXA ESC.: 1:100
A4
VISTA A4 FACHADA ESC.: 1:100
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_mariana damasceno batista | 170026078 VISTA A2 _natália menezes vasconcelos | 170067424 FACHADA ESC.: 1:100
_o programa
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
CAFÉ
A1
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
A2
A4
_planta de layout | café | escala 1:100 PLANTA DE LAYOUT
A3
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
PLANTA BAIXA ESC.: 1:100
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_o programa
APOIO AO ESPAÇO CULTURAL
A3
A2
A4
APOIO CULTURAL 25 m²
VISTA A1
FACHADA ESC.: 1:100
VISTA A3
FACHADA ESC.: 1:100
_planta de layout | apoio ao espaço cultural | escala 1:75
PLANTA DE LAYOUT PLANTA BAIXA ESC.: 1:50
A1
VISTA A2 FACHADA ESC.: 1:100
VISTA A4 _mariana damasceno batista | 170026078
18/23
FACHADA ESC.: 1:100
_natália menezes vasconcelos | 170067424
_construir no construído
_construir no construído
LEGENDA: PLANTA BAIXA | A DEMOLIR Área de estacionamento a ser removida Demolir banca Área de calçada a ser alterada PLANTA BAIXA | A CONSTRUIR Nova área de praça/ calçada Nova área de gramado Construção do programa Área de construção do espelho d’água
_planta baixa | a demolir | escala 1:1200
_planta baixa | a construir | escala 1:1200
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_construir no construído
MANEJO DE VEGETAÇÃO ORIGINAL Dentre as questões que foram analisadas para execução do projeto estava a situação da vegetação original. A distribuição de marquises e novas calçadas em áreas anteriormente dedicadas exclusivamente a jardins e estacionamentos acarretou na necessidade de remoção de algumas árvores de seus locais. No entanto, como é uma grande preocupação a conservação dos aspectos locais, foi escolhida a opção de adequar alguns dos espaços de jardins para que abrigassem árvores já existentes e, nos casos em que essa escolha seria inviável, foi decidido pelo remanejamento das árvores restantes para as novas áreas de jardim definidas pelo projeto.
LEGENDA: Árvores originais Árvores remanejadas Árvores que permanecem em suas origens
_planta baixa | vegetação original | escala 1:1200
_planta baixa | remanejo da vegetação | escala 1:1200
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_o espaço _perspectiva da área norte
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_mariana damasceno batista | 170026078 _natália menezes vasconcelos | 170067424
_o espaço _perspectiva da área central
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_o espaço _perspectiva da área sul
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