essentials: a poesia nos objetos do dia a dia de verena smit — pág. 15
do afrikaburn ao coachella, o que fazer pelo mundo neste mês — pág. 10
um roteiro das feiras mais famosas de são paulo — pág. 19
the biggest smallest cultural platform
mecajournal Distribuição g ratuita
Número #009 — Abril, 2017
olhe para o outro lado
A escritora Alexa Clay conta como hackers, piratas e mafiosos podem salvar a economia em crise pág. 14
[a]
verdade nua
reflexão
cool people — Como o StyleLikeU dominou o YouTube com vídeos em que as pessoas tiram a roupa para revelar suas histórias mais íntimas — pág. 17 [c]
— “Não precisamos apenas respeitar e conviver com as diferenças. Precisamos dar aos diferentes o protagonismo” pág. 05
arte para quem quer
family & friends
trends — Ateliês e residências artísticas se proliferam por São Paulo e estimulam cada vez mais pessoas a criar — pág. 09
Em SP, comunidades urbanas ganham força e tendem a crescer pág. 12
www.meca.love
minimeca [b]
agenda cultural suzana apelbaum
mECAgroup
MECACafe
MECAFestival
MECARoom
MECAGames
MECAInhotim
MECAShop
MiniMECAs
MECAPresents
MECAEvents
MECASpot
Arte, Conhecimento, Cinema, Esportes, Gastronomia, Moda & Música
Café, Coworking, Mini Eventos, Locação de Espaço & Loja
MECAPlatform the biggest smallest cultural platform
MECAMedia
MECAWorks
Audiência Proprietária, Canais de Mídia, Geração de Conteúdo & Informação
Plataforma de Influenciadores, Pesquisa, Planejamento, Produção de Conteúdo & Vídeos
MECAFuture
MECAJournal
MECASite
MECASocial
Cidade Planejada, Members Club, Publicação científica, Serviço de Curadoria
MECABox
MECAHouse
MECAPaper
MECATown
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MECAFilm
MECAIdea
MECALink
MECAType
foto: [capa] : Nathalie Thery/divulgação; [b] Mares e males submersos/Gizo Nomura/reprodução; [D] divulgação
MECACities
welcome
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MECAGoods Para equilibrar as emoções, fortalecer o espírito ou apenas deixar um ambiente mais bonito e cheiroso, criamos uma linha de produtos que gostaríamos de ter em casa. São cristais, incensos, velas, canecas, isqueiros, cadernos e tote bags, além de uma seleção de achados incríveis feita durante nossas viagens pelo mundo. Uma boa pedida se está na busca por mimos pra você ou pra alguém especial. Você encontra tudo no MECASpot. Quem quer? 1
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1 – Canecas para tomar café ou o que você preferir bem quentinho 2 – Vasos de plantas em cerâmica e cristais como os de ametista e turmalina negra para deixar a casa energizada ou mais simpática 3 – Velas feitas com cera de soja e aromas como o de sândalo 4 – Isqueiros pretos ou brancos customizados com a nossa carinha 5 – Tote bags para você carregar o que for para onde quiser 6 – Cadernos feitos em parceria com a marca Chocolate Notebooks 7 – Sálvia branca e outras plantas em forma de incensos
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fotos: mari caldas
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MECACrew
MECASpot
Ana de Souza Dantas, Brett Kincaid, Carol Althaller, Claudia Schneider, Diogo Narita, Eduardo Aga, Eloá Orazem, Fernanda Grahl, Gabriela Valdanha, Guil Salles, Igor Cavalera, Juli Baldi, Kiko Hein, Laima Leyton, Luisa Martini, Maíra Miranda, Manuela Rahal, Marcela Zanon, Mariana Caldas, Matheus Barros, Matthew Rowean, Max Pollack, Natália Albertoni, Paula Englert, Pedro Valério, Peèle Lemos, Ricardo Moreno, Roberto Martini, Rodrigo Santanna, Rony Rodrigues, Seth Kallen, Taty Oliveira, Thiago Bordi, Yentl Delanhesi
Rua Artur de Azevedo, 499 – Pinheiros – São Paulo – Brasil, CEP 05404-011 +55 (11) 2538-3516
3
Assine o MECAJournal e receba, mensalmente, um exemplar em sua casa. Envie um e-mail para: contato@meca.love
Taste the city (SÃO PAULO)
Arte em couro
decor - Marca
aposta em grafismos
Projeto da arquiteta Maraí Valente, a Pelle é uma marca
de tapetes estampados com grafismos que remetem a pinturas indígenas. Produzidos em couro descartado por curtumes, eles são pintados à mão pela própria Maraí com tintas à base de água. A arte final
é sempre diferente, já que os desenhos acompanham o formato das peças. Fica tão bonito que, às vezes, combina mais na parede do que no chão. Fica a dica. @pelle_ bymaraivalente
Pedro Granato,
diretor do espetáculo “11 Selvagens”, em cartaz no teatro Pequeno Ato.
Vegano para levar
comida - Novo restaurante faz
[B]
marmitas sem carne e com sabor rinhas como o escondidinho de legumes (R$ 20). As porções bem servidas e os pratos são vendidos em marmitinhas, que podem ser consumidas num balcão e numa mesa comunitária ou levadas direto para casa. R. João Moura, 901.
Drink it Priscila Passos e seu mix favorito
turn the music on
by Russo Passapusso
— A voz do Baiana System, uma das bandas mais elogiadas de 2016.
[d]
Yoga with a view
saúde - Projeto leva prática oriental para topos de prédios
[A]
Como sugere o nome, o Rooftop Yoga promove a prática oriental no topo de prédios. A ideia é proporcionar um respiro profundo em meio ao caos da cidade e, de quebra, com uma bela vista. No dia 8/4, o encontro
Esse Mundo É Meu – Sergio Ricardo
“Priorizo músicas que têm imagens de fé. Sentimento de renovação!”
Janela de Ouro – Egberto Gismonti
[c]
“Essa música me salvou de todos os momentos difíceis da minha vida. Música cura!”
Fruta estranha
Esperança – Curumin
revê obra de Yoko Ono
“Está num dos cinco discos que eu levaria se fosse morar na Lua. Tem tudo: mensagem forte, suavidade, contemplação e uma voz amiga.”
expo - Mostra
De 1º/4 a 28/5, o Instituto Tomie Ohtake abriga a mostra O Céu
Ainda É Azul, Você Sabe... A retrospectiva da artista plástica Yoko Ono é composta de 65 obras de “Instruções”, que evocam a participação do espectador para a realização. São trabalhos criados a partir de 1955, mar-
Concerto íntimo
Leonor – Itamar e Naná Vasconcelos
teatro - Ator
faz tributo à mãe no palco
“É uma obra-prima da música popular brasileira. Ouço semanalmente.” [e]
Em “Processo de Conscerto do Desejo”, Matheus
ca de “Lighting Piece” (acenda um fósforo e assista até que se apague). Dois filmes com colaboração de John Lennon também são exibidos. Ingressos de R$ 6 a R$ 12. R. dos Coropés, 88.
no edifício Tower Bridge terá uma sessão de jazz meditativo e um brunch saudável, além de um batepapo sobre mindfulness. Os valores variam de R$ 165 a R$ 195. Av. Jor. Roberto Marinho, 85.
Pequenos vizinhos
bar - Donos do Pitico abrem minicasas na mesma rua A rua Guaicuí ganhou duas casas no início do ano, ambas crias do Pitico, vizinho de quadra. O Mica serve sanduíches e porções com tempero asiático num disputado balcão. Já o Buraco Quente é restaurante de um prato só — o mesmo que lhe empresta nome. Há quatro variações da receita, incluindo uma à base de berinjela.
Nachtergaele recita poesias da mãe, que se matou aos 22 anos, e entoa canções de que ela gostava. De 1º a 30/4, no Teatro Raul Cortez. A partir de R$ 40. R. Dr. Plínio Barreto, 285.
4
Como os espaços são pequeninos, clientes são convidados a ganhar as calçadas. R. Guaicuí, 26 (Buraco) e 33 (Mica).
“Adoro drinks refrescantes, mais leves. O meu favorito é o Sbrodaccio, do Barouche. Leva Tanqueray, Amaro Lucano, Citrus e limãosiciliano.” Receita • 30 ml gim • 30 ml de Amaro Lucano • 10 ml de suco de limão-siciliano • Schweppes Citrus • Zest longo de limao-siciliano • Gelo Preparo Em um copo grande, insira oito cubos de gelo. Coloque gim, amaro e suco de limão. Mexa e complete com Citrus. Zest para finalizar.
De que tipo de histórias fala o “11 Selvagens”? Situações em que conflitos explodem inesperadamente. Nem tudo caminha para a violência, e sim para uma exacerbação dos ânimos, como um grupo de amigos cantando no karaokê ou torcendo em um estádio de futebol. A peça se pretende hiper-realista, mas as cenas terminam em coreografias. Por que esses desfechos lúdicos? Não são lúdicos, são catárticos. Dos musicais aos cabarés de Brecht, a música tem um papel de atingir lugares que o jogo de cena não consegue. As coreografias são selvagens, não têm nada de fofinhas. E servem como conexão entre diferentes cenas, criando uma relação orgânica entre quadros independentes. Suas peças partem de um contexto político. Provocar o público vem de uma vontade de que isso aconteça fora do teatro? Claro. Vejo o palco como espaço privilegiado para refletir sobre nossos conflitos. Não é um território de descanso. Aqui o espectador é convidado ao envolvimento.
fotos: divulgação; [a] fábio bitão; [b] bob sousa; [c] Stephan Crasneanscki/divulgação; [d] Carol Thusek; [e] leo aversa/divulgação; [f] lucas terribili/divulgação
De um projeto que revitaliza áreas verdes à prática de ioga em rooftops, eis nossas dicas para curtir o início do outono
Dono de um misto de barraquinha e food truck no Urbanoide, no Centro, o Vegano achou um espaço para chamar de seu e mudou de mala e leguminosas para Pinheiros. Perto de outro endereço vegano, o Barão Natural, a nova casa cria receitas casei-
Taste the city (SÃO PAULO)
Com eles eu danço
música - Dupla alemã toca na Audio
Reflexão —
Formada por Sophie HawleyWeld e por Tucker Halpern, ex-jogador de basquete, a Sofi Tukker mistura música eletrônica a ritmos latinos e africanos. A dupla ficou conhecida pelo hit “Drinkee”, do EP “Soft Animals”. A faixa dançante é uma adaptação de um poema brasileiro escrito por Chacal e é cantada em português. O show único está marcado para o dia 8/4. Os ingressos custam de R$ 40 a R$ 140. Av. Francisco Matarazzo, 694.
Viva a diversidade —
Décor com assinatura
design - Loja reúne ilustrações, toys e peças para enfeitar a casa A Bang Bang é loja, galeria, ateliê e até bar (aos sábados). No cantinho charmoso, Débora Veloso e Daniel Vasco vendem peças que eles próprios projetam e produzem ali mesmo, como as luminárias com base de madeiras nobres e maciças de demolição. Para compor o
catálogo, convidam artistas que dialoguem com eles. Chamam atenção as cabeças evocativas de cerâmica de Kaka Delleva. Não estranhe a porta fechada pela manhã. O local abre das 13h às 19h. Aos sábados, das 14h em diante. R. Artur de Azevedo, 493.
Pintaram de verde
cidade - Dupla
cria jardins sustentáveis
Beatriz de Campos e Mariana Ferreira trabalham na restauração de áreas verdes nos centros urbanos, mais especificamente em São Paulo. O objetivo das amigas é que esses espaços, que podem ser de praças a condomínios fechados, consigam atingir seu maior potencial ecológico. Para isso colocam as mãos na terra para, por exemplo, auxiliar que uma área tenha maior infiltração de água da chuva e melhor abasteça os lençóis freáticos. Quer contratar o serviço para sua casinha, seu local de trabalho ou até para os arredores de uma farmácia? Só entrar em contato com as meninas. terravivape. com
[F]
Sanduícheiche-iche
comida - Lanche é protagonista nos Jardins O chef Gustavo Rozzino nunca gostou de jantar antes
de começar os turnos. Para matar a fome, improvisava sanduíches com o que tinha na cozinha. O ritual deu resultado. No seu Sandoui, lanches com ingredientes como polvo e terrine de porco
são a base do menu. São 12 opções de receita, além de saladas, porções e um menu executivo. Os milk-shakes (R$ 22) são um caso à parte. Teste o de pêssego! Al. Joaquim Eugênio de Lima, 1.537.
[F]
5
Demorei a conhecer o sentido da palavra diversidade. Sou de família branca. Classe média-alta. Estudei em escolas particulares. Fui para a Disney com 11 anos. Ouvi piadas racistas na escola e nos encontros familiares de Natal. Aprendi cedo o que é ser deficiente físico e que seria para sempre o primeiro na fila da escola por ordem de tamanho. Colou no meu vocabulário junto com preconceito, antes mesmo de eu saber ler e escrever. Um garoto prodígio, que chegou com nota 10 na matéria de diferentão. Mais tarde aprendi a palavra “gay”. Acho que sempre fui íntimo dessa palavra. Mas tenho certeza de que não me sentia bem em andar com ela e somar na minha diferença, apesar da expertise. Há tempos tentam tirar a diversidade do dicionário. Mas negros vão continuar se misturando com brancos, brasileiros com japoneses ou árabes, homem com homem, mulher com mulher e qualquer gênero binário ou não com cis, trans e afins. O que faz a gente ver e conviver menos com isso é a inimiga da diversidade, sua espécie de antítese: a hipocrisia. Deveríamos nós desejar a essa inimiga vida longa, para que ela veja cada dia mais nossa vitória? Ou beijinho no ombro e adeus? Fico com a segunda: não à intolerância dos intolerantes. Se a diversidade existe há tanto tempo, por onde andava a palavra “representatividade”? Parece que estava presa num bunker. Mas ela se soltou. E, ainda que tímida — talvez pelo processo póstraumático —, tem feito valer. O feminismo voltou com tudo, os LGBTs meteram o pé na porta do armário e os negros fincaram bandeira no território conquistado. Mesmo tendo tantos representantes morrendo literalmente por serem apenas o que são. O melhor amigo da representatividade é o lugar de fala. São sinônimos nessa luta de significados do dicionário da vida. Não precisamos apenas respeitar e conviver com as diferenças. Precisamos dar aos diferentes o protagonismo. E entender que quando uma mulher fala sobre machismo, o homem se cala. Quando um LGBT fala sobre LGBTfobia, o hétero fica no armário. E quando um negro fala sobre racismo ou apropriação cultural, é o branquinho que tem de se colocar no seu lugar. É necessário resistir pela sobrevivência de palavras como diversidade, representatividade e liberdade. São elas que fazem existir a vida em progresso, mesmo tendo quem queira manter o mundo em coma induzido. Não passarão. by Pedro Henrique França
Taste the cities (brasil) rio de janeiro
Casa de vó
COMIDA -
Novidade no centro carioca Lilia é o nome da avó dos primos Lucio Vieira, chef, e Mateus Siqueira,
economista e empreendedor, que se uniram para abrir em janeiro deste ano um restaurante em homenagem à matriarca da família. O cardápio é pautado pela disponilidade dos hortifútris que os produtores par-
ceiros da casa produzem. O menu (de almoço, exclusivamente) inclui uma entrada, um prato principal e uma sobremesa, e custa R$ 50. Para beber, suco do dia ou vinhos biodinâmicos. R. do Senado, 45.
Infinito particular
MÚSICA - Silva interpreta Marisa Monte Sucessos como “Beija Eu” e canções como “Pecado é Lhe Deixar de Molho”, dos Tribalistas, ganharam novos arranjos do cantor e compositor capixaba Silva. Eles serão interpretados por ele no dia 6/4, às 21h30, no Vivo Rio. Ingressos a partir de R$ 60. Av. Infante Dom Henrique, 85.
Mostra do Filme Livre
CINEMA - Lado B nas telas
[a]
Duzentos filmes — a maioria deles inédita na cidade — estão programados para serem exibidos na 16ª edição da MFL. A homenageada será a cineasta Paula Gaitán (foto), que ministrará um curso e também terá alguns de seus filmes na grade do evento, a exemplo de “A Mulher do Fim do Mundo”. O foco da mostra é o cinema independente. Até 24/4, no CCBB. Grátis. R. Primeiro de Março, 66.
[b]
Que tragédia!
TEATRO - Andréa Beltrão
interpreta texto de Sófocles
A peça “Antígona”, de Sófocles, terá curta temporada no Imperator: de 14 a 23/4. Dirigida por Amir Haddad, Andréa leva ao palco a história da mulher que entra em conflito familiar
por querer dar um enterro digno ao seu irmão, que, assim como ela, é fruto de uma relação incestuosa. Ingressos a partir de R$ 60. R. Dias da Cruz, 170.
belo horizonte
COMIDA -
Juramento 202 abre no Pompeia Não é mercearia, nem boteco, tampouco microcervejaria, muito menos armazém. O Juramento 202, novidade no bairro Pompeia, é, na verdade, de tudo um pouco. O que é vendido lá é produzido por pessoas do bairro
e dos arredores, caso dos embutidos da Curamágoa. Os próprios donos do espaço, Samuel Viterbo, Marcelo Machado e Rafael Quick, fabricam cerveja a poucos metros do local. R. Juramento, 202.
Carta renovada
NOITE - Novos
drinks no bar DUB
[C]
musgo e espécies aquáticas. Elas são ideais, segundo a paisagista Luiza Soares, que aposta nessas espécies, para amadores ou quem não possui muito tempo para se dedicar à jardinagem. O único cuidado a ser tomado é com o crescimento das plantas, mesmo dentro de vasos. Av. Prefeito Gil Diniz, 580.
Praga amiga
LIFESTYLE - Vasos com plantas inusitadas Quem chega ao Ateliê de Cerâmica, em Contagem (região metropolitana de BH), pode nem se dar conta de que as plantinhas graciosas em vasos de cerâmica são nada mais que
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No segundo andar do edifício Maletta, um dos principais bares de coquetéis da cidade, o DUB, irá proporcionar aos clientes novas experiências à base de negroni, spritz e cachaça. O Boulevardier, negroni à base de bourbon, e o Macunaíma, com cachaça, Fernet e limão (receita do bar Boca de Ouro), são novidades. Para matar a fome, prove um dos hambúrgueres artesanais. R. da Bahia, 1.148.
[D]
[D]
Agora a moda é...
LIFESTYLE - Amigas criam troca-troca de roupas Para afastar o consumismo, as amigas Clara Garcia, Lina Formoso, Maria Clara Cheib e Isabela Viana inauguraram, no mês passado, a Mudaria na Casa Imaginária. Funciona assim: paga-se uma assinatura mensal (R$ 60),
que dá direito ao aluguel de quantas peças a cliente quiser — sempre uma por vez. Quem está a fim de desengavetar recebe uma porcentagem sobre o número de empréstimos por mês. Simples e necessário. R. Cristina, 1.261.
fotos: divulgação; [a] tavares duayer; [b] Guga Melgar/divulgação; [c] daniel romeiro; [d] maria clara cheib
Cantim bom, sô
Taste the cities (brasil) porto alegre
Alerta: Spoiler
NOITE - Bar
inaugura na Cidade Baixa
Recém-aberto, o Spoiler não vai revelar aos clientes
o que acontece no último episódio das temporadas de “Dexter” ou “Stranger Things” para quem ainda não assistiu. Mas tem esse nome por ser inspirado no universo de séries como essas. No
clima de “Dexter”, prove o drink com morangos e pimenta rosa. Comida preferida de Eleven em “Stranger Things”, o waffle faz parte do cardápio. R. Gen. Lima e Silva, 1.058.
Hora do Cucko
NOITE - Hip-hop
e funk na Downtown
Breja gaúcha
NOITE - Perro
Libre abre espaço físico
Criada em 2014, a Perro Libre nasceu como uma cervejaria cigana no sítio da família de Alberto e Thiago Galbeno, pai e filho. Três anos depois, a marca celebra a
abertura do primeiro espaço físico, o Tap Room. E não é só. O bar possui um sistema novo de consumir: o cliente se serve na torneira e paga apenas o volume que colocou no copo. Ou seja, dá para experimentar todas as cervejas. Já os pratos terão inspiração andina. Praça Maurício Cardoso, 71.
Noite histórica
MÚSICA - Elton
John e James Taylor no BR
Dois gigantes da música se apresentam no Estádio do Beira Rio, no dia 4/4. James Taylor abre a noite às 20h. Na sequência, Sir Elton John repassa sua
carreira e mostra temas inéditos presentes em a “Wonderful Crazy Night”. A partir de
R$ 260. Curitiba, SP e RJ também recebem a turnê. Av. Pedra Cacique, 891.
Uma das festas mais disputadas da balada Cucko, na Cidade Baixa, a Downtown vai rolar no dia 28/4 (R$ 25 a R$ 35). As igualmente concorridas Baile do Favorável e a Popzuda também ocorrem neste mês, em edições nos dias 7 e 22/4, respectivamente. A primeira é um mix de funk, hiphop e rap. A segunda, como o nome sugere, tem a raiz no pop. R. Olavo Barreto Viana, 18.
mais cidades
Novos horizontes
MÚSICA - Blog estreia festival em Brasília O Tenho Mais Discos que Amigos! foi criado oito anos atrás por Tony Aiex como um blog sobre discos de vinil. Em abril, depois de ter se tornado um dos principais sites de música do Brasil, vai voar ainda mais longe. No dia 8/4, o Estádio Nacional
sedia a primeira edição do festival homônimo. Eclético, vai reunir dez bandas brasileiras e contemporâneas: Baiana System, Scalene, Supercombo, Braza, Muntchako, Francisco, el Hombre, BRVNKS, Lista de Lily, Alarme e MDNGHT MDNGHT. Os ingressos custam a partir de R$ 100 e os shows estão marcados a partir das 18h. SDN Asa Norte. Brasília, DF
Acabou Chorare
MÚSICA - Turnê dos Novos
Baianos chega a Florianópolis Pepeu Gomes, Luiz Galvão, Baby do Brasil, Paulinho Boca de Cantor e Moraes Moreira continuam pelo Brasil com a turnê “Acabou Chorare e os Novos Baianos se Encontram”. Eles desembarcam em Floripa para um show no dia 15/4, às
22h, no Centrosul. Ingressos custam a partir de R$ 132. Naturalmente a turma também vai entoar o sucesso de todos os sucessos do grupo: “Mistério do Planeta”. Av. Gov. Gustavo Richard, 850. Florianópolis, SC
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Sente a pauleira
MÚSICA - Abril
Pro Rock nos dias 28 e 29/4
Um dos maiores festivais independentes do Norte/ Nordeste chega à 25ª edição. Neste ano, o Abril Pro Rock vai reunir, no Classic Hall, em Olinda (PE), grupos brasileiros e de
mais quatro países. Entre eles estão Suicidal Angels, da Grécia, e Nocturnal, da Alemanha. Das bandas brasileiras, destaque para
Matanza (foto), Saga HC e Evocati. Ingressos a partir de R$ 70. Av. Agamenon Magalhães, 680. Olinda, PE
fantastic man
Mexe a cadeira
Break
Os grandes corredores livres do Centro Cultural São Paulo, principalmente próximos à Sala Adoniran Barbosa e ao foyer, são ocupados todas as tardes espontaneamente por dançarinos de break.
comportamento — Movimentos dignos de clipe da Beyoncé
são feitos do alto de saltos agulha. E passinhos coordenados funcionam sob o embalo de house music dentro de estúdios. Saiba quais são as danças urbanas que fazem a cena atual Está a fim de dançar hoje? Tem de tudo um pouco na cidade. Tem jogada de cabelo e carão das divas que você respeita e quer copiar. E tem também rodopios com o corpo no alto e as mãos no chão. E, quem sabe, steps para seguir o “putz-putz-putz”. São Paulo está dançante, e não é de hoje. Renovando modalidades que fazem sucesso desde anos 1980, casas promovem encontros focados em coreografias e até inauguram festas temáticas como o Baile do Leão, de funk, que acabou de estrear na Lions Nightclub. Já no CCSP, os encontros são espontâneos e diários: dançarinos de break se encontram nos corredores para ensaiar e serem vistos. Veja aqui quais são os estilos de dança urbana que mais representam a cidade hoje e onde aprender e praticar.
axe
[a]
Hip-hop
Toda terça, os apreciadores de discos de vinil e de hip-hop, soul e rap se encontram na Trackers para curtir a Discopédia, criada pelos DJs Dandan, Marco e Nyack. É freestyle:
pelo salão, rodas entre amigos e desconhecidos. Quem se arrisca fica no meio, fazendo os próprios passos: é o hip-hop, que se dá no improviso e nas batalhas. R. Dom José de Barros, 337.
[a]
Stiletto
É a dança das divas que você respeita e quer copiar. De salto alto, dançarinos fazem movimentos leves, porém marcantes, com braços e pernas. Com jogada de
Primeiro carioca e, desde os anos 2000, também paulista, o funk é, sobretudo, bem brasileiro. Nasceu numa mistura de jazz, soul e rhythm and blues, nos anos 1960, na gringa. No Brasil, ganhou fôlego nas periferias, mas se espalhou: já passou pelas fases proi-
bidão, melody e ostentação e chegou a todos os tipos de festa. Quem não viu a edição paulistana da Heavy Baile monopolizar o stories do Instagram em fevereiro? O pancadão carioca não tem data próxima para ser realizado em São Paulo novamente. Mas as batidas
entre moradores da periferia e continua (muito) vivo até hoje. Parte do universo do hiphop, é reconhecido até pelos mais leigos pelo corpo no ar (com as mãos apoiadas no chão), saltos e rodopios. R. Vergueiro, 1.000.
que convidam ao rebolado têm residência fixa na Lions Nightclub, no Centro. Em março, o clube inaugurou o Baile do Leão, dedicado ao gênero. Semanal, o encontro terá atrações como MC Carol (“100% Feminista”), no dia 6/4. Av. Brigadeiro Luís Antônio, 277.
Matheus Santos,
DJ, compositor, beatmaker e, quase mais importante que isso tudo, fã de rap.
Você curte dançar? Já cheguei a fazer dança contemporânea, me ajudava na concentração e a manter mente, espírito e corpo em harmonia.
[a]
Funk
Espécies de aulas abertas/ apresentações públicas, os grupos estão lá para praticar sem medo de serem observados. O movimento que surgiu nos anos 1970 em Nova York se disseminou pelo Brasil na década seguinte
[a]
cabelo e carão, as coreografias poderiam estar num clipe da Beyoncé. Mistura de hip-hop e jazz, o stiletto trabalha equilíbrio, postura, autoestima e segurança. No Estúdio Anacã (foto pequena), a modalidade é chamada de Heels Class. Na Casa da Dança, é destinada às mulheres e também tem a ver com empoderamento feminino. R. Apinajés, 253.
House dance
É caracterizada pelos movimentos rápidos dos pés em steps conhecidos como crazy legs e skate. A origem desse estilo remete aos anos 1980, quando surgiram nos EUA os clubes de house — a grosso modo, o “putzputz-putz”. A modalidade também tem influências de danças latinas, samba e capoeira. No Estúdio Anacã (unidade Pinheiros), é possível ingressar nas aulas do professor Picolé durante o ano todo. R. Henrique Schaumann, 693.
O que você gosta de ouvir e onde? Minha pegada é mesmo um rap. Agora eu estou ouvindo Terrace Martin, Little Brother e Gang Starr. Gosto da Discopédia e da Matilha Cultural. Qual ritmo está em alta? O que reina aqui onde moro (Jardim São Luiz, zona sul) é o funk. Vejo a molecada curtindo de outra forma, com passos sincronizados, bem diferente do que pessoas acham do funk.
Há muitas maneiras de ser homem hoje em dia. E a AXE procura entender todas. É por isso que, juntos, criamos esta página, com o objetivo de trazer novidades desse universo: novas tendências de grooming, moda, consumo, comportamento e música.
hiper-realista O artista australiano Joshua Smith construiu um mundo minúsculo que mostra, em uma escala fascinante, ambientes urbanos em detalhes, como o lixo nas ruas e as roupas no varal. iknowjoshuasmith. com
divas divinas O longa “Divinas Divas”, dirigido por Leandra Leal, foi eleito o melhor documentário do festival SXSW, no mês passado, em Austin, nos EUA. O filme retrata a primeira geração de travestis do Brasil.
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luz nas vielas O coletivo espanhol BoaMistura levou tintas e palavras positivas aos moradores da Vila Brasilândia, em SP. Um efeito tridimensional de pintura estampou paredes e escadas com palavras doces.
FOTOS: divulgação; [a] reprodução facebook
UPDATE OR DIE! — Uma comunidade de criativos decididos a inspirar você
mecaTRENDS
Casa dos artistas cultura — Ateliês e residências artísticas firmam-se, cada vez mais, como espaços de troca não só entre artistas, mas também entre eles e quem nunca se arriscou pintando o 7. Fizemos uma seleção do que está rolando de mais legal em São Paulo
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Raio X Mais sobre os eventos em cada uma das residências e ateliês Condô Cultural 3
fotos: reprodução facebook; [a] ulli nalin/reprodução facebook
1 A rua Mundo Novo, no bairro paulistano da Vila Anglo, abriga um espaço inusitado em uma região esquecida no tempo. O endereço atende por Condomínio Cultural. A tinta descascada, algumas infiltrações e tijolos aparentes compõem o visual meio cenário de filme de suspense, o que ajuda a alimentar o boato de que o prédio é mal -assombrado. Mas não são fantasmas que ali convivem. Maternidade e hospital geriátrico entre as décadas de 1950 e 1990, o Condô é ocupado desde 2010 por gente das artes cênicas e plásticas que usa as dependências da casa para criar, ensaiar e — por que não? — interagir com o entorno. Opções há muito tempo para artistas em trânsito ou que desejam trocar experiências, os ateliês compartilhados e as residências artísticas têm se consolidado, ainda que devagar, como espaços de entretenimento e formação em São Paulo. Isso porque festas, cursos, oficinas e até a locação de salas para eventos ajudam a sustentar a manutenção das casas. Só em abril, rolam no Condô uma oficina de bike para mulheres, trans e nãobinários (dia 2/4); o cabaret insólito, noite de circo e marionetes (dia 5/4); e um workshop sobre produção cultural colaborativa com Jonaya de Castro e Lorena Vicini (25 a 27/4). Com uma agenda igualmente dinâmica e independente, o Estúdio Lâmina nasceu em 2011. Numa mesma noite, é possível ver um show, uma apresentação de esgrima e uma mostra fotográfica feminista no prédio do centro. As atividades abertas ajudam a arrecadar verba para a verdadeira vocação do espaço. Nas salas e no ateliê compartilhado rolam residên-
cias de dois meses até um ano. Os cômodos também servem de morada para projetos como o estúdio de fotografia e moda E03 do artista Allyson Alapont e da Cia. Bambolística. Não muito longe dali, em um imóvel ocupado em 2014, a Casa Amarela Quilombo Afroguarany foca, atualmente, no resgate da ancestralidade por meio das culturas afro e indígena. Cerca de 20 artistas residentes e 200 coletivos utilizam o espaço. São músicos, artesãos, dançarinos e atores autônomos. A casa se mantém com doações, mas também realiza uma série de eventos, como aulas de capoeira e sessões de reiki. “Vejo como uma oportunidade de gerar outras oportunidades, onde artistas podem trabalhar de forma independente e não burocrática”, afirma Alex Assunção, produtor cultural e morador do espaço. Mesmo a Residência Artística da Red Bull Station, que tem o patrocínio de uma marca, tem incorporado novas dinâmicas para aproximar artistas e não artistas. É o caso da abertura dos ateliês, grupos de estudo, palestras e debates. O resultado? Todo mundo sai ganhando.
1 – Ateliê de Raphael Escobar na última edição da Residência da Red Bull Station 2 – Festa no Estúdio Lâmina, no Centro 3 e 4 – Uma das salas do Condô Cultural e o público durante um evento no espaçoso jardim da casa, na Vila Anglo 5 e 6 – Fachada da Casa Amarela, na R. da Consolação. Doações mantêm o espaço
Oferece oficinas e cursos variados. Uma das novidades da programação é a estreia da Matinê, encontro no qual artistas apresentam o lado B de seus repertórios. Peri Pane abre os trabalhos dia 23/4, às 16h30.
Estúdio Lâmina O prédio da década de 1930 sedia mostras, shows e festas, além de projetos como o Selo Demônio Negro, editora independente. A ideia é ocupar os três andares do prédio com espaços culturais.
Casa Amarela Quilombo Afroguarany
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Definem-se como um quilombo urbano. A ideia da gestão atual é resgatar a cultura afro e indígena. Para isso, são realizadas sessões de contação de histórias de origem africana e rodas de medicina da floresta.
Residência Artística da Red Bull Station
Seleciona brasileiros e estrangeiros. Neste ano, as inscrições vão do dia 2/5 a 30/6. No fim do processo, rola uma mostra aberta ao público.
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around the world
chilli beans
Arte que vem da África paris – Olhos para uma cultura
que nem todo mundo quer ver
A Fundação Louis Vuitton mantém sua tradição de abrir espaço para cenas artísticas
pouco exploradas. Desta vez o foco é a África com a mostra Art/Afrique, Le Nouvel Atelier.
Artistas de diferentes partes do continente, como o congolês Chéri Samba (foto), terão suas obras expostas entre os dias 26/4 e 28/8. fondationlouisvuitton.fr
Ode à lentidão canggu –
Hotel estimula a desaceleração
Para quê contar horas se podemos cantar músicas? O tempo passa em harmonia nesse novo hotel na ilha Canggu, na Indonésia. Aqui, os hóspedes desfrutam de um design repleto de peças de madeira e plantas e uma vibe boho chic. theslow.id
Há mais coisas extraordinárias acontecendo entre o céu e a terra do que supõem nossas timelines. Eis onde fincaremos os pés neste mês
ny – Mostra
reúne 150 fotos de Irving Penn
Homens do Ártico
Uma vida em capítulos: o começo, o meio e a eternidade das fotografias de Irving Penn (19172009) estarão expostos no MET, em Nova York, de 24/4 a 30/6. Com mais de 150 chapas, a exemplo deste retrato de Truman Capote em 1948, trata-se da maior exposição do artista que celebraria 100 anos em 2017.
alasca – Existe vida e (muita) festa abaixo de zero
Deserto dominado
Work hard, play harder tankwa –
Burning Man sul-africano Arte é fogo que arde e bem se vê; é um espaço que se constrói e que se sente. Toda poesia ganha vida no meio do Parque Nacional de Tankwa Karoo, na África do Sul, entre os dias 24 e 30/4. Versão tribal
do Burning Man, que queima anualmente no estado de Nevada, nos Estados Unidos, o AfrikaBurn incendeia sua edição atual com o tema “lPay”. Artistas, nômades, voluntários e exploradores desembarcam no evento africano para mostrar que quem brinca com fogo acaba queimando… a alma também. afrikaburn.com
As areias de Palm Springs, no sul da Califórnia, são o habitat natural do Coachella, que este ano estremece ao som do The XX, Radiohead, Lady Gaga e grandes artistas entre os dias 14 e 16/4 e 21 e 23/4. Simultaneamente, na mesma região, o Desert X pulveriza instalações artísticas por uma área quilométrica — fundamental ter um carro. coachella.com desertx.org
palm springs – Coachella e mostra de arte contemporânea na Califa
Arroz de festa
tóquio – Uma
semana para celebrar o saquê
Se faltar motivo a gente inventa, porque o impor-
MECARadar — Bandas para você ficar de olho Crooked Colours (Austrália) “Flow”, début do trio australiano, deve sair no 2º semestre e promete unir o melhor do indie rock e do eletrônico mais sombrio. Se você é fã de Alt-J e Crystal Castles não pode perder esse lançamento.
Entrar numa fria pode ser bem divertido. Há mais de 30 anos, as gélidas montanhas do Alasca são palco de um caloroso evento que mescla esporte, música e bons drinks. Neste ano, o Arctic Man ocorre entre os dias 3 e 8/4, na região de Summit Lake, e tem atrações para todas as idades. arcticman.com tante mesmo é comemorar todos os dez dias da Craft Sake Week, que rola em Roppongi Hills, de 7 a 17/4. Opções artesanais de nihonshu e shochu (tipos de bebidas de arroz) são harmonizadas com petiscos tradicionais assinados pelo chef Shinobu Namae, dono de duas estrelas Michelin com seu concorrido restaurante L’Effervescence. craftsakeweek. com/
—Karina Oliani, Budapeste Médica, atleta e apresentadora, Karina viaja o mundo praticando esportes radicais, mas deixou um pedaço de seu coração na Hungria.
Maior caverna subaquática do mundo, a Molnár János Cave corre sob o lado Buda da cidade e se estende por 5 km. A entrada se dá por uma escadinha bem despretensiosa. Aberta ao público, a área é protegida desde 1982.
O Krak’n Town é o único restaurante steampunk da cidade. A seleção de cervejas muda constantemente e o cardápio reverencia os clássicos ingleses. krakn.hu
Jamais cair na rotina. Esse é um dos valores da Chilli Beans, presente em mil cidades no Brasil e em outros nove países. A gente concorda. Tanto que nos unimos a eles para produzir esta página com as dicas mais bacanas do que acontece no mundo agora!
por Bananas Music Branding
sinkane (Sudão) Ele já foi do Of Montreal, tocou ao lado de David Byrne, Damon Albarn e Money Mark e tem seis álbuns no currículo. “Life & Livin’ It” é o seu novo trabalho e está só esperando o seu play.
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anne jezini (Brasil) A manauara provou em “Cinética” que dá para misturar referências pop com conceitos da modernidade líquida e mesmo assim fazer um álbum super up beat e democrático, em três línguas.
HER (França) Batidas lentas, guitarras provocantes e vozes sussurradas. O duo faz juz à onda de bandas que estão levando o conceito de “sex song” a outro nível. Se você curte Jungle e Rhye, vai amar o Her.
fotos: divulgação
A alma do artista
INSIDEr TIPs
#quemteinspira
a vida dos outros
Suzana Apelbaum está nos eventos mais bacanas do mundo, mas o que a instiga mesmo são as conversas no metrô
Diretora criativa do Google em Nova York, onde trabalha desde 2014, a carioca Suzana Apelbaum faz invencionices para o celular e YouTube. Também cria produtos legais para você se divertir, como um bebedouro falante que incentiva o consumo de água. Antes de chegar ao Google ela acumulou experiência na área de criação digital com marcas como Coca-Cola, Red Bull e Converse. Para colocar a mão na massa, Suzana procrastina como todos nós. E para buscar inspiração fica de olho (ou melhor, de ouvidos) nas conversar dos outros no metrô.
“mergulho primeiro na minha cabeça. a juda a trazer uma visão mais autêntica para o trabalho”
O que te inspira? Busco inspiração em vários lugares. Ouvir a conversa dos outros no metrô, num parque ou num restaurante é inspirador — além de muito divertido. A arte também sempre me leva para caminhos interessantes. Mas, desde que me tornei mãe, meu filho se tornou minha maior fonte de inspiração. A alegria dele com coisas simples me abre novas perspectivas. E, na prática, observar como ele se comporta desperta ideias de novas dinâmicas para pais e filhos. Não por acaso já criei três brinquedos que envolvem tecnologia. Como é trabalhar diariamente com a criatividade? É divertido, intenso e difícil. O processo criativo pode ser exaustivo mentalmente e emocionalmente. Há uma pressão gigante para se superar sempre, e a sensação de que o trabalho que você entregou sempre podia ter sido melhor. E é um desafio se manter atualizada, especialmente porque trabalho não só com tecnologia, mas dentro do Google, onde inovações acontecem a todo momento. Você tem um ritual para criar? Uma coisa engraçada que acontece, que não é um ritual consciente, é que eu “enrolo” muito antes de começar. Quando sei que tenho que iniciar o trabalho parece que vem uma resistência gigantesca. Sem querer eu me desvio da tarefa e começo a resolver umas coisinhas pequenas, desde arrumar objetos fora do lugar ou lavar uma louça. Lá pelas tantas me dá um clique de responsabilidade e eu sento para me concentrar. E depois? Como é o processo? Livre de referências externas, eu pego um caderninho e começo a rabiscar ideias. Mergulho primeiro na minha cabeça, no meu repertório de vivências, na bagunça dos meus pensamentos. Ajuda a trazer uma visão autêntica para o trabalho. Quando vêm as primeiras ideias com consistência, vou para a internet “googlar” palavras ligadas ao tema em questão. Leio reportagens, assisto a vídeos, busco imagens no
Instagram e no Pinterest. Isso me dá uma temperatura de como a sociedade está se relacionando com o tema. Você já foi atriz de TV e teatro. Isso influencia o seu trabalho hoje? A bagagem do teatro me ajuda muito. Não só pelo lado óbvio de ter me ensinado a improvisar e a estar confortável diante de qualquer audiência. Mas principalmente porque teatro é storytelling, assim como a propaganda. Para escrever textos publicitários é preciso
pensar a marca como um personagem: saber qual é a sua voz e a sua maneira de se comportar. E então falar de uma forma convincente. Falta frescor na publicidade? Há vários filmes de TV nos seus tradicionais 30 segundos que são superfrescos, enquanto há uma série de experiências de realidade virtual repetitiva, por exemplo. O frescor tem a ver com a qualidade das ideias. Talvez esteja faltando inspiração.
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Já sofreu preconceito por ser mulher e brasileira? Um pouco por ser brasileira. Existe uma visão estereotipada de que somos calorosos demais e pensamos de forma tão diferente que beira a maluquice. Uma vez, numa das agências em que trabalhei aqui, eu dei boas-vindas a um cliente que tinha acabado de chegar de viagem dandolhe um abraço. Imediatamente o meu diretor de atendimento pediu desculpas: “Sorry about that, Brazilians are huggers...”
especial
aldeias urbanas Estamos em transição para uma nova forma de habitar o planeta. Para questionar velhos hábitos ou repensar formas de se relacionar, comunidades geradas dentro de centros urbanos têm ganhado força em São Paulo e tendem a crescer. Natália Albertoni e Gabriela Valdanha mostram o que elas buscam e como se mantêm
1 “Não há nada de revolucionário nesse pensamento se você tirar ele do espaço urbano”
fotos: divulgação; [a] mari caldas
“Instruções para o uso desta aeronave: • pode usar a cozinha avonts, mas dá aquele tapa depois; • ao sair, feche as janelas e apague a luz; • o jardim não é cinzeiro; • sujou? só limpar que tá tudo bem; • dúvidas, sugestões, críticas e doações: falar com a tripulação da nave. Seja bem-vindx e sinta-se em casa.” As orientações acima estão numa folha sulfite sustentada por ímãs na geladeira da casa da empresária Verônica Gunther. O simpático minimanual de convivência foi feito para facilitar a coexistência com os hóspedes que passam pela sua morada. Anfitriã fiel do Airbnb, ela abre as portas para desconhecidos desde 2013. No entanto, ao se mudar para uma casa ampla na Vila Romana no fim de 2016, teve vontade de intensificar a experiência e tornar o local um ponto de encontro. A partir de fevereiro deste ano, quando passou a dividir a residência com outras duas moradoras, o sonho da casa compartilhada começou a se materializar. “Nossa ideia é que este seja um espaço de troca em que mulheres sejam protagonistas”, conta. O début foi a oficina Cartazes e Vozes, realizada no dia 7 de março, uma preparação de faixas para a marcha do Dia Internacional da Mulher. Nesse mês e meio de convivência com as novas roommates, Verônica sente que a casa está a caminho de encontrar sua função. “Tenho a sensação de viver em uma espécie de aldeia moderna. Toda hora existem pessoas dentro da oca trocando alguma coisa: informações, comida, carinho, projetos... Tudo se compartilha. Isso deixa a rotina mais leve, inclusive os problemas. É muito especial, algo que a cidade dificilmente nos oferece”, explica. Estamos em transição para uma nova forma de habitar o planeta. E as motivações são várias: conectar pessoas com valores semelhantes, repensar as formas de relacionamento, questionar hábitos, encontrar equilíbrio pessoal e viver de maneira mais sustentável. Em comum, há um desejo de transformar o atual sistema, criando vínculos comunitários que envolvem a forma como lidamos com a mente, o espírito e o corpo, trazendo mais fluidez para as relações. Para a analista cultural Carol Althaller, as comunidades urbanas têm ganhado força e tendem a crescer, principalmente entre representantes de uma geração que enfrenta uma crise econômica desde 2008. Segundo ela, o movimento é tam-
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bém resposta ao processo de gentrificação. “O modo de vida da população como a gente conhecia passa a se tornar insustentável e começa a se pensar em uma economia compartilhada. E parte disso é disponibilizar o que naquele momento não é útil para você, por exemplo”, diz. Na Casa 360º, no Alto da Lapa, Gisele Penafieri e Paulo Federal dividem as dependências com as duas filhas de 9 e 14 anos e seis grupos de teatro, dança e gastronomia. Os coletivos alugam o quintal, a sala de ensaios ou o ateliê para montar espetáculos e eventos, ambientes que os donos originais também usam para saraus. “A casa só existe por conta dessa família de coração que trabalha com a mesma linguagem. Para nós, a arte, assim como a convivência, é um instrumento para sensibilizar a sociedade, deixá-la mais criativa e tolerante”, diz Paulo.
Crescer de mãos dadas Dividir o espaço também tem a vantagem óbvia de economizar. O que é luxo num contexto em que aluguéis seguem nas alturas e millennials continuam morando com os pais por muito mais tempo. Ainda assim, essa não é a motivação principal desse movimento. Carina Caiê mora com o namorado na Casa Japuanga, na Vila Romana, e além da sua parcela do aluguel, paga também pela edícula, onde funciona seu estúdio de tatuagem. Somando os valores com o parceiro, eles conseguiriam viver em outro endereço. Mas a escolha veio do desejo de repensar os relacionamentos atuais. “A gente só mora junto porque mora numa casa coletiva. A proposta ao vir foi se desenvolver como casal e ser humano no mundo. Teve até momentos em que uma terceira pessoa disse coisas que nenhum dos dois soube dizer. É um crescer de mãos dadas”, explica. Repensar o próprio papel no planeta acompanha outras reflexões, como a forma de ver o consumo e o trabalho. Ainda que cada morador contribua com valores fixos, a ideia é que as casas sejam autossustentáveis. Para isso, normalmente são promovidas atividades que combinam as habilidades de cada um. Na Japuanga, o uso do espaço funciona de modo produtivo e cooperativo. Há, por exemplo, encontros de flash day tattoo e um almoço aberto ao público, esse servido diariamente no quintal e elaborado por um dos residentes, chef de cozinha. Já a Casa de Trocas, no Pacaembu, é mantida com a doação mensal dos sete “guardiões da casa”. Mas eventos pontuais e fixos, como prática de ioga e terapia holística, complementam a renda. “Não há nada de revolucionário nesse pensamento se você tirar ele do espaço urbano”, avalia Carol Althaller. Isso porque, nas cidades, estávamos acostumados a morar em apartamentos maiores, ter o sonho de alugar ou até mesmo comprar um apartamento por família. Segundo a analista, essa realidade é inviável para as novas gerações, que resolvem abdicar dos bens principalmente porque têm outras prioridades. E finaliza: “A cultura colaborativa desperta um espírito de que, juntos, podemos mudar o curso das coisas. É um momento de mundo em que acreditamos no poder da mudança a partir do ‘nós’”.
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Sonho da casa compartilhada
Comunidades urbanas ao redor do mundo Na década de 1970, na Dinamarca, surgiu um sistema posteriormente batizado de co-housing, comunidades criadas e dirigidas por moradores que compartilham espaços e experiências. Cada família vive com privacidade em sua própria casa e convive com a comunidade em ambientes coletivos como cozinhas. Traçando um paralelo entre aquela geração e a da primeira década do ano 2000, hoje existe uma retomada da busca por uma vida mais simples e um espírito de comunidade, características abraçadas pelos jovens frente aos embates da revolução digital, às mudanças no mercado de trabalho e ao colapso do capitalismo.
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Em Londres, uma das cidades mais caras do mundo, jovens têm transformado warehouses em espaços híbridos de trabalho e moradia, para tornar possível o aluguel, caso do The Peanut Factory.
a criação de comunidades urbanas tem outras motivações, como viver de forma mais sustentável
3 1 – Casa de Trocas, no Pacaembu 2 – A Casa Japuanga serve almoços abertos ao público diariamente, das 13h às 15h 3 – Verônica (centro) e as amigas fazem da residência um espaço focado na mulher 4 – Atividades fixas como ioga ajudam a abater os custos da Casa de Trocas 5 – Os moradores da Japuanga propõem encontros abertos ao público em torno da música e da gastronomia 6 – Pães e receitas da Casa Japuanga [A]
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ponto de vista
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educação
“Nosso sistema educacional foi moldado para uma sociedade industrial, a tal da ideia da ‘disciplina de fábrica’: as pessoas operam sob a lógica ‘comando e controle’, um sistema de disciplina, punição e hierarquia. Para os jovens, é mais importante começar a dominar habilidades empreendedoras, como a capacidade de lidar com um futuro incerto, cultivar relacionamentos interpessoais e ter maturidade emocional.” crise: terreno fÉRTIL
“tempos de crise são bons para criarmos alternativas e questionarmos regras e mitos”
“Incertezas, riscos e ambiguidades são certamente um bom clima para os misfits, que estão muito focados em procurar alternativas para fazer as coisas ‘de sempre’, questionando regras e mitos, e apostando em abordagens não convencionais. Os tempos apocalípticos que vivemos são bons para esses ‘desajustados’. Por outro lado, a incerteza e a angústia também são um clima fértil para os interesses conservadores, porque colocam as pessoas em uma nostalgia por um ‘tempo anterior’. E assim estamos vendo esse jogo dentro da política global, em que as pessoas estão querendo um líder forte e decisivo para tirar suas preocupações e pressões. Assim, em diferentes países, temos um retorno ao populismo e aos tipos neofascistas de liderança.”
o avesso do avesso
Autora do livro “A Economia dos Desajustados”, a americana Alexa Clay é entusiasta do empreendedorismo “informal”, nascido e criado na contracultura
Enquanto a gente se orienta pela etiqueta, Alexa Clay olha a costura — e a prefere exposta, ao contrário. Autora do livro “A Economia dos Desajustados” (“The Misfit Economy”, em inglês) — que tem seu perfume autobiográfico —, ela nos conta que esse “talento” de olhar para o outro (lado) é herdado: o pai era um fazendeiro pobretão, enquanto a mãe, antropóloga, entrevistava pessoas que acreditavam ter sido abduzidas por ETs. Todos esses temperos exóticos aguçaram, desde jovem, seu paladar para tudo que fugia ao convencional, ao mainstream, e isso acabou por ser o prato principal de seus estudos — e de seu trabalho. Para escrever o livro que foi seu passaporte para grandes palestras e para os
palcos dos principais eventos de economia, empreendedorismo e sociologia do mundo, a norte-americana natural de Boston viajou o planeta colhendo histórias e conversando com os misfits, esses “desajustados” que criam um sistema econômico ou social próprio. Um exemplo disso são as gangues, os hackers e os piratas: empreendedores brilhantes que fogem à grande rede social de Zuckerberg e aos padrões do Vale do Silício. Embora todo empreendedor seja um misfit por essência, o contrário nem sempre é verdadeiro. Para a escritora, pesquisadora e palestrante de 33 anos, alguns ativistas, artistas e provocadores também o são — porque ser “desajustado” não é ser contraventor, é ser contracorrente. E isso é bem diferente.
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ooops!
“Quando comecei a escrever meu livro, achava que os misfits eram pessoas sub-reconhecidas, que deveriam ser celebradas por sua criatividade. Nós pegamos uma palavra que tem tradicionalmente uma conotação negativa e demos a ela cores mais atraentes, com contornos de rebeldia e excentricidade. Mas cada vez mais reconheço que a ‘agenda’ misfit foi cooptada por interesses conservadores. Trump explorou uma plataforma totalmente misfit.”
“Um monte de misfits, especialmente os que fazem parte da economia do mercado negro — piratas, gângsters etc. — são movidos pelo dinheiro. Aqueles que não têm acesso a oportunidades econômicas tradicionais têm que ser criativos. Não acho que ser movido pelo dinheiro seja errado — especialmente quando se trata de sobrevivência. Mas há quem encontre motivação em muitas outras coisas também: a reputação, por exemplo, ou o impulso de resolver um problema. Muitos misfits também são motivados (ironicamente) pela ânsia de pertencer — mesmo que muitos não gostem de se encaixar nos ‘padrões’, eles ainda carecem de respeito e admiração. A maioria das pessoas se junta a gangues, por exemplo, para ter um sentimento de família e comunidade.”
foto: divulgação
me dê motivos
essentials
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Verena Smit
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Fotógrafa e artista plástica
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Dona de uma conta no Instagram que instiga pelo afiado jogo de palavras, a artista paulistana foi buscar poesia também nos seus objetos do dia a dia.
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fotos: diogo narita; [a] victor affaro
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1. Óculos escuros: “Moscot, NY, 2011. Não consigo usar nenhum outro.” 2. Livro Leonilson: “Inspiração para quando estou encrencada nas ideias.” 3. Máquina de
escrever antiga: “Quanto mais história ela têm, mais eu tenho histórias para contar.” 4. Banana: “Pura, com mel, na farofa, com peixe, no bolo, no iogurte…
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De manhã, de tarde, de noite.” 5. Câmera Contax: “Como estava fotografando pouco, procurei uma câmera pequena que eu usasse tanto para trabalhos quanto
para viajar.” 6. Anel: “Já comprei vários, tive muitos, mas, no final das contas, só uso esse.” 7. Café: “Meu único vício. Gosto de todos os tipos: coado, expresso, prensa francesa...”
8. Folha sulfite: “Rascunhos, esboços, escritas... Onde tudo começa.” 9. Grampos de cabelo: “É tipo isqueiro para fumantes.” 10. Letras de carimbo:
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“A textura é bonita e você nunca sabe o quanto de tinta vai sair no papel.” 11. Shampoo seco: “Melhor invenção do mundo da cosmética.” 12. iPhone: “É de fato a câmera
que eu levo para cima e para baixo no dia a dia.” 13. Canetas Sharpie: “Pretinho básico.” 14. Varinha: “Para poder fazer umas mágicas de vez em quando.”
15. Fitas: “Mil e uma utilidades. Tenho de todos os tipos.” 16. Régua: “Essencial para qualquer trabalho. Não dá para imaginar um mundo sem medidas.”
True Characters
Budweiser
new bossa romance
apresentadora do “Anota Aí”
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Qual seria o seu top 10 da noite paulistana? 1 - Minha cama; 2 - Paramount; 3 - Espaço 13; 4 - Ramona; 5 - Festa Cover Girl; 6 - Ipo Bar; 7 - Karaokê na Liberdade; 8 - Poke no CityLights; 9 - Festa na minha casa; 10 - Qualquer lugar com drags e pista anos 1990. Qual o lugar mais inusitado que conheceu? A casa de uma tia-avó que estocava xixi para jogar no Diabo no dia em que ele voltasse à Terra. E para onde você ainda gostaria de ir? Para um lugar em que eu me sentisse 100% segura andando sozinha de minissaia na rua à noite. Um sonho. Qual a melhor resposta para a pior cantada que já recebeu numa noite? Responder em português: “Desculpa, eu não falo português”.
Novo projeto de Geanine Marques, o G T’Aime faz baladinhas-folk para madrugadas românticas com guitarra e letras sobre desilusões amorosas. Dor de cotovelo mode on MÚSICA –
À primeira “escutada”, as músicas do G T’Aime soam meigas e do tipo que você coloca como trilha sonora enquanto prepara um café da manhã para aquela pessoa que reapareceu na sua vida para ficar. Mas eis que... ops, você percebe que a maioria fala de rompimentos, desilusões e fossa. “Afinal, quem nunca, né?”, brinca Geanine Marques, que compõe o duo com o parceiro Rodrigo Belloto. Bem diferente do som de pista que faz no Stop Play Moon, a eterna musa de Alexandre Herchcovitch conta que a sonoridade nova é resultado do encontro descompromissado do casal. “Nós costumamos brincar que fazemos folk-new-bossa-romance”, diz. As composições, sempre feitas a quatro mãos, foram todas geradas a partir da combinação do violão do Rodrigo e do tecladinho “meio de brinquedo” que Geanine leva nos shows — o que torna a apresentação ao vivo bem próxima do que se escuta no streaming, por exemplo. Ela conta também que as faixas nasceram aos poucos, na intimidade da dupla. “Muitas músicas vieram do quarto, do banheiro, em momentos que o Rodrigo pegava o violão para dedilhar”, lembra. Foi só depois de muito tempo, quando já tinham algumas músicas prontas, que eles decidiram compartilhar a produção com o amigo Ricardo Athayde, que os encorajou a levar adiante. Bom para nós.
as músicas do duo nasceram da intimidade do casal ,que está junto há sete anos [A]
meca estreia projeto mensal EVENTO –
MiniMECA é lançado com gêmeas Okereke e papo sobre empoderamento financeiro
Entramos na Era de Saturno. Quais os planos para os 36 anos a seguir? Continuar viva e com as contas em dia.
Assim como a cerveja, que há mais de um século tem sua receita inalterada, a Bud acredita em pessoas autênticas, genuínas e que fazem as coisas do seu próprio jeito. Alguns desses exemplos estão nesta página!
Com a proposta de ser um radar da cena independente, reunindo shows, DJ-sets e atividades culturais, o
MECA lançou um encontro mensal gratuito focado em música e arte no dia 4/3. De olho no Dia Internacional da Mulher, o
MiniMECA estreou todo girl power. A programação musical incluiu uma seleção indie do Big in Japan, de Michi
Provensi e Jess Pauletto, e show do G T’Aime, de Geanine Marques (leia acima). O fim da festa no maior clima “não acaba
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nunca” ficou por conta das irmãs Tracie e Tasha Okereke, do Expensive $hit. As gêmeas fizeram um set que
destacou dancehall e outros ritmos. A agenda também incluiu um market com produtos autorais e um batepapo com curadoria
do Garotas no Poder. Maisa Diniz e Gabriela Melo, da consultoria Pink Bullish, falaram sobre empoderamento financeiro, o que incluiu um panorama sobre a disparidade salarial entre homens e mulheres e até em dicas de como pedir um aumento. O MiniMECA é realizado sempre no primeiro sábado do mês no MECASpot — QG do MECA, em Pinheiros —, e marca o início de circulação deste MECAJournal. O próximo está marcado para o dia 1º/4.
fotos: anna mascarenhas; [a] CLAUDIA GUIMARÃES/divulgação
Titi Müller,
cool people behind cool projects
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faça um strip e se encontre
foto: divulgação
Somando mais de 35 milhões de views em virais no YouTube, o StyleLikeU convida famosos e anônimos a se despirem para mostrar o que é ter estilo de verdade Estilo é o que está por baixo do seu look, propaga o projeto nova-iorquino StyleLikeU. Para provar o ponto, a plataforma multimídia de Elisa Goodkind e Lily Mandelbaum — que são mãe e filha — convida famosos e anônimos que não seguem a cartilha da indústria fashion a se despirem em frente a uma câmera. Enquanto os personagens fazem o striptease e tiram até o batom vermelho, também contam histórias de como aprendem diariamente a se abraçar como são. Ao fim de uma hora (editada para cerca de 15 minutos) sobram as roupas de
baixo e a personalidade de cada um. O resultado pode ser visto no canal homônimo no YouTube, em versões curtas no Instagram do duo e, a partir deste mês, no livro “True Style Is What’s Underneath: The Self-Acceptance Revolution”, que reúne mais de 250 perfisretratos feitos ao longo dos oito anos de vida do projeto. “Temos uma curadoria cuidadosa. Procuramos pessoas que exalam uma liberdade e que também têm a disposição de ficarem vulneráveis. Estamos atrás da beleza de cada jornada”, conta Elisa.
E o casting, responsabilidade do terceiro elemento, Ramona Canino, tem dado certo. Os vídeos virais somam mais de 35 milhões de visualizações. O cenário é minimal e a produção idem. Além do entrevistado, há apenas uma parede de tijolinhos ao fundo e um banco alto e sem encosto sobre o qual nenhum convidado consegue alcançar o chão (por mais alto que seja). Ainda que todos os personagens sejam estilosíssimos — e aparentemente bem resolvidos —, em algum momento deixam escapar alguma insegurança.
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Lea DeLaria, a Big Boo de “Orange Is the New Black”, contou que nunca se sentiu bonita. A primeira comediante assumidamente lésbica a aparecer no horário nobre nos EUA disse ainda que já tinha saído do armário no meio artístico havia anos até ter coragem de falar com os pais sobre sua homossexualidade. Já Jemima Kirke, a Jessa de “Girls”, principiou um choro ao revelar que se deu conta de que não estava pronta para ser mãe enquanto esperava para segurar a filha no colo já no hospital. E que tinha se preparado para a maternidade como quem vai fazer um corte de cabelo. Para Elisa, a beleza do projeto está justamente nas contradições. “A batalha pela autoaceitação é uma prática diária”, explica. E ver alguém que você admira se questionando também cria empatia. Tem dúvida se o seu corpo é um bom lugar para estar? Assista.
family & friends [A]
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OUTRAS PALAVRAS 1. Raphael Dias,
empresário — “Toda a tempestade tem um fim. A mente é resiliente. Passada a escuridão, o tempo desperta!”
2. Juli Baldi,
3. Laura Vicente,
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atriz e apresentadora — “A gente se reinventa tanto na vida, que o dia em que descobri que podia fazer o que eu quisesse, como quisesse, não tive vontade de ser mais ninguém!”
4. Fernando Dotta,
produtor cultural e músico — “I maintain that chaos is the future and beyond it is freedom. Confusion is next and next after that is the truth. You gotta cultivate what you need to need.”
fotos: acervo pessoal/divulgação; [a] gabi mo
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pesquisadora musical e empresária — “Somos os únicos e totalmente responsáveis por nos colocarmos no lugar em que queremos estar. Temos o poder de criar a realidade em que estamos ou desejamos viver.”
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De orgânicos a vinis, nossa lista com as oito feiras que mais amamos em SP. Se você ainda não foi, está esperando o quê? BENEDITO CALIXTO – As barracas de antiguidades fazem a felicidade do público desde os anos 1980. Aos sábados, a partir das 9h, discos, fotos, louças, bijuterias e objetos de decoração ficam à disposição. Deu fome? Não deixe de comer um pastel, vendido no centro da praça.
VÃO-LIVRE DO MASP – É um parque de diversões para adultos aos domingos, dia em que a Av. Paulista está fechada para os carros. Cerca de cem barracas de antiguidades são montadas das 9h às 17h. Curiosos encontram câmeras fotográficas, porcelanas e joias.
PARQUE DA ÁGUA BRANCA – A Feira do Produtor Orgânico existe há mais de 25 anos. Ocorre às terças, sábados e domingos, das 7h às 12h, neste parque com cara de fazenda na Barra Funda. Os produtores fazem questão de explicar de onde vêm as hortaliças e os laticínios vendidos.
PARQUE CERET – O Festival um Dia nas Arábias ocorre nos dias 22 e 23/4. Promove uma imersão árabe por meio da gastronomia, da moda, da música e dos costumes, como as tatuagens de henna. A ideia é que o projeto seja mensal e realizado em endereços diferentes.
kANTUTA – No Canindé, a feira boliviana ocorre todos os domingos. Passeando pela Praça Kantuta, o visitante encontra não só quitutes, como as suculentas empanadas e o chá feito com folha de coca, mas também bolsas e carteiras com os típicos tecidos coloridos do país.
MIS – Vinis de rock, soul, jazz, MBP e metal misturam-se no encontro que acontece bimestralmente ou na R. Teodoro Sampaio 763 ou no MIS. Neste mês, rola no dia 22, das 12h às 19h, no museu. Dá para garimpar discos novos e usados e ainda trocar LPs em bom estado.
PARQUE IBIRAPUERA – No Modelódromo, reúne agricultores que vendem aos clientes legumes, verduras e frutas orgânicas: farm to table. Ocorre todos os sábados, das 7h às 13h. Vá com fome para desfrutar também do café da manhã.
LIBERDADE – Sinta-se no Japão (exceto, talvez, pela quantidade significativa de não japoneses) aos fins de semana, no bairro da Liberdade. Lá, expositores vendem yakissoba, origamis e móveis de bambu. E não deixe de provar o sorvete frito, tão gostoso quanto calórico.
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Produzimos os eventos que a gente gostaria de ir. Geramos o conteĂşdo que a gente gostaria de consumir. ConstruĂmos os lugares que a gente gostaria de frequentar. Criamos os produtos que a gente gostaria de comprar. Investimos nos negĂłcios que a gente gostaria de participar. Aproximamos as pessoas com quem a gente gostaria de conviver. Conectamos as marcas que a gente gostaria de trabalhar. Simples assim. Shaping the culture of a new generation, since 2011
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