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fIgUrA DO MÊs
Chegámos a um ponto de maior ConsistênCia na nossa intervenção”
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a vodacom é, como se sabe,
líder de segmento das comunicações móveis no país mas, nos últimos anos, também tem feito aumentar a sua contribuição na área da responsabilidade social, estando já anunciado que 1% da receita da empresa irá passar a ser dedicada precisamente a esta vertente. É nesse sentido, de resto, que, à imagem do que acontece noutros mercados, a partir do próximo ano, será lançada a Fundação Vodacom que se irá ocupar de um investimento social que é indissociável do valor que a marca quer agregar ao mercado nacional.
A Vodacom tem aumentado os recursos adjudicados à responsabilidade social. Quais são as guidelines deste investimento?
A responsabilidade corporativa da Vodacom não se esgota no campo social e a empresa esforça-se por ser responsável em todas as suas áreas de intervenção. É também uma questão de sustentabilidade: garantir que na nossa actuação protegemos as pessoas e o planeta, mas também que conduzimos o negócio de forma a gerarmos a riqueza necessária para conseguirmos garantir o nosso propósito e alcançar o impacto positivo que desejamos. Nesse sentido, o foco do nosso investimento social é no sector de Educação, através do ‘Vodacom Faz Crescer’ porque acreditamos que a educação é a base da transformação social e do desenvolvimento inclusivo. Investimos em inovação, juventude e capital humano através de uma parceria com a Embaixada da Holanda para apoiar o Orange Corners Maputo, também através da qual os nossos executivos leccionam Masterclasses e fazem mentoria a jovens empreendedores. Outro exemplo é o Code Like a Girl, uma iniciativa que traz jovens raparigas do ensino secundário à Vodacom para aprenderem a programar. Além disso, a Vodacom
cv
curriculum vitae
Lara Narcy é advogada de formação e directora de relações Corporativas da Vodacom Moçambique.
VODACOM
faz algumas doações (sementes para camponeses desfavorecidos e combate à malária) e tem memorandos de entendimento com o INATTER, (através do qual promovemos a educação cívica para a segurança rodoviário), ou com o INGC, (que nos permite ajudar imediatamente em caso de resposta a emergências). Finalmente, realço a Iniciativa de Impacto Social dos colaboradores, que busca promover o voluntariado e o engajamento dos nossos colegas com causas sociais.
O ‘Faz Crescer’ é um marco na vossa actuação e tem tido impacto nacional. É para continuar e, eventualmente, alargar o âmbito do programa?
É aquilo a que chamamos o Hero Project (cada mercado do grupo Vodafone tem um). O programa tem como principal objectivo levar a inclusão digital às escolas, através do apetrechamento de salas de informática, formação de professores, fornecimento de internet gratuita e de um acervo de livros e conteúdos digitais. O programa está a ser ampliado para incluir hortas escolares, com o envolvimento de professores, alunos e suas famílias e já a ser equacionadas outras componentes. Até meados de 2019, em cerca de um ano e meio, interviemos em 23 escolas, entregando 390 computadores, 8 000 livros e 1 150 GB de Internet. Só em 2018, a Vodacom alcançou quase 38 000 alunos.
Em que ponto está, nesta altura, a Fundação Vodacom?
Chegámos a um ponto em que era preciso dar mais consistência à nossa intervenção, para a tornar mais sustentável e ampliar o seu impacto, aumentando também a nossa capacidade para monitorar e avaliar os resultados que alcançámos. Consideramos que a melhor forma de o fazer seria através de uma entidade legalmente independente e com autonomia, que assegure estrategicamente os objectivos de investimento social e de impacto da empresa, de forma descomprometida e independente das decisões de negócio. A actuação da Fundação é enquadrada pelos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e pela agenda nacional de desenvolvimento. As suas principais áreas de intervenção vão ser a educação, a inovação e o “empoderamento” de jovens e mulheres.
A título pessoal, e sendo alguém com formação noutra área, o que leva de tudo isto? É extremamente gratificante. Nós vivemos num país em que falta fazer quase tudo... Poder trabalhar na área de investimento social é um desafio para mim. Como digo, estou um bocadinho fora do meu meio, mas todos os dias redescubro como ajudar mais e o que se pode melhorar. Um dia, vou sair daqui uma profissional melhor, com mais experiência, mais exposição e, sem dúvida, uma noção muito maior do que é o nosso Moçambique.
texto Pedro Cativelos fotografia Jay Garrido