6 minute read

OBSERVAÇÃO

Rússia e Ucrânia 2021 Mundo Teme Nova Crise Global

As grandes potências mundiais e económicas estão em alerta face à escalada da tensão político-militar entre a Ucrânia e a Rússia, que nos últimos dias se caracteriza pelo medo gerado pela presença de tropas russas junto à fronteira comum, e sem fim à vista.

Advertisement

Especialistas em todo o mundo falam da possibilidade de o agravamento da tensão poder elevar o preço do barril do petróleo ao patamar dos 100 dólares e pressionar, ainda mais, os preços da gasolina, do diesel e do etanol no mercado internacional. A confirmar-se, a situação teria um impacto negativo também sobre a economia moçambicana, por via da inflação importada.

Além disso, as grandes praças financeiras do mundo, como a S&P500, já relatam o avanço do preço das commodities e uma corrida ao dólar que leva a uma acelerada valorização, acrescentando o risco de instabilidade da economia global, com peso adicional sobre as que estão em vias de desenvolvimento como Moçambique.

Pior ainda, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já veio a público avisar que um eventual conflito entre as forças norte-americanas e russas (lembrar que os EUA se desdobram em apelos para que a Rússia não invada a Ucrânia) resultará em mais uma guerra mundial.

FOTOGRAFIA D.R.

Macroeconomia

Oxford Economics prevê subida das taxas de juro em Moçambique este ano

A consultora Oxford Economics Africa prevê que o Banco de Moçambique venha a aumentar a principal taxa directora em 75 pontos percentuais para 14% este ano, impulsionado pelas condições globais de crédito e subida da inflação. “Dado que, recentemente, aumentámos a nossa previsão para a inflação em Moçambique de forma significativa, de 5,4%, para 7,3%, e considerando a previsível política monetária mais restritiva este ano, antevemos que o Banco de Moçambique vá aumentar a taxa de juro directora em 75 pontos, para 14%, em 2022”, lê-se num comentário sobre política monetária moçambicana.

O aumento da taxa directora principal – a taxa MIMO - resultaria no agravamento das taxas de juro praticadas pelo sistema financeiro no mercado, o que acabaria por reduzir investimentos e o emprego.

Recentemente, o Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu manter a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 13,25%.

“Esta decisão é sustentada pela ligeira melhoria das perspectivas de inflação doméstica no curto e médio prazo, não obstante o agravamento dos riscos e incertezas”, justificou o Banco Central em comunicado, apresentando como principais riscos a pressão fiscal, choques climáticos no País e o aumento dos preços do petróleo e dos bens alimentares no mercado internacional.

Ajuda externa

Moçambique pode ter novo programa financeiro do FMI até meados de 2022

Moçambique poderá ter um novo programa com o Fundo Monetário Internacional (FMI) até final de Junho se as reuniões em curso desde segunda-feira tiverem sucesso. “Se as negociações forem concluídas com êxito nas próximas semanas, acreditamos que possa haver uma aprovação pelo Conselho Executivo do FMI antes do meio do ano”, disse à Lusa uma fonte oficial do Governo. Na mesa das discussões com Moçambique está “uma série de reformas previstas nas áreas de gestão dos recursos naturais, governação e melhorias na gestão das finanças públicas”, adiantou a fonte.

O FMI foi um dos parceiros a suspender o apoio directo a Moçambique em 2016 na sequência da descoberta das dívidas que não tinham sido declaradas. Mais tarde, as injecções financeiras para os cofres do Governo seriam retomadas em forma de ajuda pós-ciclones em 2019 e para enfrentar a pandemia provocada pelo novo coronavírus em 2020.

Clima

Bruxelas reitera apoio a Moçambique

A Comissão Europeia reiterou o compromisso de continuar a ajudar Moçambique em diversas áreas. Segundo o comissário responsável pela Gestão de Crises daquele organismo, Janez Lenarcic, “garantimos apoio humanitário contínuo da UE aos moçambicanos mais vulneráveis, especialmente em Cabo Delgado, e sublinhamos a nossa disponibilidade para apoiar a construção da resiliência da população”.

Estas promessas foram feitas no quadro da recente visita do Presidente da República, Filipe Nyusi, à Bélgica, numa ocasião em que manteve também contacto com a comissária que dirige a pasta das Parcerias Internacionais, Jutta Urpilainen.

Do encontro resultou também a perspectiva de ampliação da cooperação noutros domínios: “Trocámos pontos de vista sobre uma série de prioridades comuns, que incluem a resposta à pandemia, cooperação em matéria de segurança e oportunidades para uma parceria reforçada”, adiantou a comissária.

Energia

EDM quer estender rede para a Tanzânia

A empresa pública Electricidade de Moçambique (EDM) está a elaborar um estudo de viabilidade para expandir a sua rede eléctrica para a Tanzânia, país vizinho. “A nossa intenção é fazer a ligação regional com a Tanzânia, que vai estar também associada a outras fontes de produção além da rede nacional”, declarou Daniel Guambe, director de Electrificação e Projectos da EDM.

Embora os custos e as datas sejam ainda desconhecidos, Daniel Guambe disse que o estudo de viabilidade está em curso, frisando que o projecto se enquadra na ambição de continuar a fazer a “expansão da espinha dorsal” da rede eléctrica em resposta aos novos desafios económicos que o país atravessa com a exploração dos recursos minerais.

“A nossa posição geográfica permite-nos usar os nossos corredores para a integração regional e este projecto vai contribuir para o nosso objectivo: transformar Moçambique num pólo de produção de energia”, esclareceu.

Comércio

Governo dissemina mecanismos de apoio às exportações

O Ministério da Indústria e Comércio (MIC), em coordenação com os Governos provinciais e o sector privado, e em parceria com a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), está a formar formadores para a disseminação das ferramentas de apoio às exportações e comércio regional, nas cidades da Beira, Nampula e Maputo.

Segundo o MIC, esta acção tem como objectivo garantir que Moçambique tire maior proveito das vantagens de acesso ao mercado regional, visando o aumento e diversificação das exportações com impacto na balança comercial. “Esta formação enquadra-se nos esforços do Governo em promover o acesso aos mercados (Regional e AGOA), para exportação de cadeias de valor nacionais, criando e fortalecendo a capacidade institucional das Direcções Provinciais de Indústria e Comércio e os Serviços Provinciais de Actividades Económicas em literacia e inteligência de mercado”, refere o MIC.

AGOA ou Lei de Oportunidades e Crescimento de África é uma lei norte-americana que oferece aos países elegíveis da África Subsaariana tratamento preferencial em termos de direitos aduaneiros e quotas no acesso ao mercado dos EUA.

Gás

Total vai formar mais de 2500 jovens no âmbito do projecto Mozambique LNG

Mais de 2500 moçambicanos, com destaque para jovens da província de Cabo Delgado, vão beneficiar de formação em várias especialidades, com vista a garantir empregabilidade no sector energético, no âmbito da implementação do projecto Mozambique LNG, na Bacia do Rovuma.

Para o efeito, o Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME) e a TotalEnergies, concessionária do projecto, assinaram, recentemente, um memorando de entendimento, que formaliza a colaboração entre as duas partes para o desenvolvimento de iniciativas no âmbito da implementação do Programa Único de Conteúdo Local. Com o documento ora assinado, a Total procurará empregar moçambicanos que possuam qualificações adequadas, a todos os níveis da sua organização, incluindo especialistas em cargos de complexidade técnica e de gestão.

This article is from: