13 minute read

VEDAÇÃO TÉCNICA É SOLUÇÃO PROVISÓRIA PARA BARREIRAS RUA DO LICEU Pág

Vedação técnica é solução provisória para rua do Liceu

Há duas barreiras na cidade de Abrantes que causam alguma apreensão aos cidadãos pela constante queda de pedras ou aluimentos de terras, nos períodos mais chuvosos. Haverá outros pontos do concelho, mas estes dois, em locais movimentados da cidade causam uma maior preocupação.

Advertisement

Um dos casos é na rua General Humberto Delgado, a meio da rua de acesso à Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes. Há muitos anos que de conhece aquela “barreira” com queda de pedras de uma zona de xisto que, de vez em quando, solta uns pedaços. Há dois anos a Proteção Civil Municipal colocou umas barreiras de proteção entre a base do morro e o passeio. Sendo a rua de acesso à escola, para além dos automóveis, há sempre muitos jovens a circular a pé. E mesmo com as barreiras e as pedras caída alguns não ligam e em vez de passar para o outro lado da rua mantêm-se no seu caminho.

A situação é conhecida de há muitos anos de tal forma que um cidadão que por ali deve passar foi colocar um boneco numa das pedras da encosta que alguns moradores logo batizaram como “o espera sentado” pela demora numa resolução dos perigos que apresentam aquele troço de 150 metros.

A Antena Livre contactou o vice-presidente da Câmara Municipal de Abrantes e responsável pelo pelouro das obras municipais para perceber se vai, finalmente, haver solução para este local. E foi feita também a abordagem às barreiras da encosta do Tribunal, na Avenida Francisco Sá Carneiro.

João Gomes acedeu explicar o que é que está a ser feito para solucionar o perigo eminente destes deslizamentos.

Na rua General Humberto Delgado há duas questões a ter em conta. Como é uma propriedade privada têm de ser contactados os proprietários e depois no topo da barreira existem as habitações conhecidas como Bairro do Lazareto que transportam uma resolução definitiva para a Estratégia Local de Habitação, em curso no Município. “Fizemos as notificações aos proprietários para a consolidação das barreiras, mas como não houve nenhuma intervenção, vamos criar uma vedação técnica”, explicou o vereador.

Se a solução definitiva passará pela eventual aquisição daquela propriedade para resolver o problema das famílias que ali residem e, no seguimento, fazer uma intervenção profunda nas barreiras.

No imediato, já na primeira ou segunda semana do ano, o vereador disse que vai ser colocada uma vedação técnica, com pilares e painéis metálicos que possam suportar a queda de pedras e terra para permitir a normal circulação de pessoas no passeio em segurança. Com esta vedação podem, finalmente, ser retiradas as barreiras que a Proteção Civil ali colocou.

“Esta é uma solução temporária para garantir a segurança das pessoas”, vincou o vereador.

Já sobre a avenida Francisco Sá Carneiro, ou as barreiras da encosta do Tribunal que têm todos os anos, e com as chuvas de inverno, deslizamento de terras e, nalguns locais, autênticas cascatas de água, João Gomes diz que é diferente. Há uma solução, já apresentada publicamente, mas que ainda não tem programação. A intervenção naquelas barreiras acontecerá quando for lançada a empreitada para a construção de uma grande rotunda no acesso ao Hospital que irá redefinir todas as ligações rodoviárias naquele local, onde se inclui esta avenida.

“Está prevista a construção de um muro ao longo de toda essa avenida para evitar derrocadas ou que as terras venham para a via pública”, explicou o vereador, mas adiantou que ainda não foi lançado e só deverá ser quando existirem condições financeiras ou financiamento. Neste momento, garantiu, os serviços técnicos estão a avaliar a situação por forma a poder encontrar também uma solução provisória, uma vez que ali são situações pontuais, quando há registo de muita chuva.

Há projeto para a resolução definitiva, mas estamos a avaliar uma solução intermédia e mais rápida. Não passará pela mesma solução da rua General Humberto Delgado, mas “estamos, neste momento, a analisar.”

// O “Espera Sentado”

Ninguém sabe como apareceu colocado numa espécie de pedestal nas barreiras xistosas da rua General Humberto Delgado, mas rapidamente os moradores ou cidadãos que passam diariamente pela rua o batizaram. “Espera Sentado” porque são muitos anos de pedras a cair nesta barreira e são “uns dois anos” de barreiras de segurança colocadas pela Proteção Civil para salvaguardar quem ali passe. E há muitos, principalmente jovens, que circulam a pé rua abaixo ou rua acima. João Gomes não conhecia esta mascote, mas revelou que percebendo que é uma situação preocupante para as pessoas, há todo um processo administrativo e burocrático junto dos proprietários, mas que antes de uma solução definitiva há a colocação da vedação técnica para criar as condições de segurança dos cidadãos. O “Espera Sentado” vai ter de “se levantar” no início deste 2023, quando, de acordo com o vereador, o Município avançar com a colocação da vedação de proteção.

Jerónimo Belo Jorge

Perspetivando 2023

// O ano 2022 já pertence ao passado, é hora de olhar em frente e tentar perceber o que nos poderá trazer 2023. Para isso, o Jornal de Abrantes ouviu os autarcas dos concelhos da sua área de abrangência, bem como entidades dos diversos setores. O mundo, o país, mas também as expetativas locais foram o mote.

MANUEL JORGE VALAMATOS

presidente da Câmara Municipal de Abrantes

Fechamos 2022 e olhamos para um 2023 que se espera complexo. Se as questões da saúde estiveram no centro da nossa atenção no último ano, agora temos as questões relacionadas com a energia, com o preço dos combustíveis, com a inflação em termos gerais. No fundo, com a economia global. São assuntos que nos preocupam imenso e aos quais teremos que estar muito atentos para fazer face às dificuldades que vamos enfrentar. Ao nível do concelho, a atenção vai estar virada para as nossas empresas, as nossas zonas industriais, o seu crescimento e valorização, e a dinâmica das empresas que para nós é um elemento central. Há ainda questões que se prendem com o encerramento da Central a carvão no Pego e esta oportunidade relativamente às energias renováveis. Desde logo, este grande investimento da Endesa, resultado de um concurso para o ponto de injeção, e que são cerca de 600 milhões de euros e que vai criar umas dezenas largas de postos de trabalho, também para fazer face aos que perdemos com o encerramento do carvão. E há ainda o Fundo de Transição Justa, mecanismo criado para impulsionar o surgir de novas empresas no nosso concelho e na nossa região. Relembro que há uma candidatura de quatro empresas para cerca de 50 milhões de euros e isso é muito relevante para a nossa economia local. Vamos ainda estar muito atentos ao PRR. Diria que vamos estar preocupados com a implementação de novas empresas e, simultaneamente, com aquelas que já existem e já cá estão.

SÉRGIO OLIVEIRA

presidente da Câmara Municipal de Constância

2023 vai ser um ano desafiante, tendo em conta o momento que vivemos. Obviamente, a situação económica e o consequente agravamento no que diz respeito à área social, à qual não é imune a vida das instituições e, neste caso, ao que vai ser a atividade da Câmara Municipal. Preconizo um ano exigente, desafiante e que no caso de Constância ficará marcado - esperamos nós e estamos a fazer para que isso aconteça - pelo início das obras com vista à instalação da Loja do Cidadão no concelho. Os outros objetivos passam por dar continuidade a esse conjunto de investimentos e estar atentos a oportunidades que surjam, quer no Quadro Comunitário de Apoio que há-de entrar em vigor, quer no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

ADELINO CARDOSO

arcipreste de Abrantes

Perspetivo umas melhoras relativamente a 2022. Sei que não vai ser fácil, não se perspetivam tempos de muitas mudanças. Contudo, espero que possa ser um pouco melhor. E uma pessoa de fé deve acreditar nisso mesmo. Mas vamos ter os pés bem assentes no chão e sabemos que as coisas não estão fáceis a nível da conjuntura internacional e mesmo nacional, naquilo que vamos vendo. Também acho que vai ser um ano desafiante, até pela vivência das Jornadas Mundiais da Juventude que se vão realizar em Lisboa e não só. Vão passar pelas nossas dioceses e também aqui, nas nossas comunidades. E isso, localmente, vai ser um bom desafio ao nível da Igreja. Toda a preparação para o que vai acontecer de 26 a 31 de julho no nosso Arciprestado. Virão centenas, se não milhares de jovens para esta zona, o que será um desafio para o acolhimento e para a vivência na partilha da fé com estes jovens que vêm de outras comunidades e de outros países. É algo que nos deve encher interiormente mas que, ao mesmo tempo, nos deve desafiar a não ficarmos parados, a olhar, e a acolher. Deixo ainda um desafio aos jovens, que estão um bocadinho acomodados e precisam de se desinstalar do sofá. É preciso sair e partir ao encontro dos outros.

FRANCISCO JERÓNIMO

presidente da Associação de Futebol de Santarém (AFS)

O ano de 2022 foi marcado pela recuperação da atividade desportiva. Na AFS voltámos a crescer no número de praticantes. Um trabalho de muitos onde destaco naturalmente os clubes e a força e resiliência dos nossos dirigentes que foi determinante. Para 2023, em termos globais, gostava que a paz voltasse à Europa para que as nossas vidas pudessem estabilizar. Em termos desportivos nacionais, gostaria que as seleções nacionais garantissem os apuramentos para as grandes competições internacionais, como vem sendo hábito. É decisivo para a projeção do nosso desporto, concretamente do futebol e do futsal. No fundo, é isso que é importante para que sejam criadas melhores condições para uma maior massificação do desporto. Ao nível da AFS, acredito que 2023 vai ser um ano de grande importância e diria mesmo decisivo para um futebol distrital mais forte. Os projetos que já estão em desenvolvimento vão permitir criar condições para um futebol mais sustentado, com mais atletas. Temos como objetivo próximo chegar aos 10 mil atletas inscritos, mais árbitros, um futebol feminino com mais praticantes e um futsal a crescer de vez.

VASCO ESTRELA

presidente da Câmara Municipal de Mação

Todos os cenários apontam para que as coisas não corram muito bem mas acho que não vale a pena dramatizar muito esta questão. Temos que ter esperança que as coisas se resolvam. Apesar de haver uma possibilidade de melhores notícias no que se refere à guerra nos próximos meses, por outro lado, e infelizmente, as perspetivas económicas e financeiras parecem não ser as melhores para o país. O governo também está prisioneiro de algumas questões dentro do próprio Governo e, na parte política, há a necessidade de algum agitar de águas. Em Mação, aprovámos um orçamento e um plano de atividades que não sendo demasiado ambicioso, é suficiente para conseguirmos fazer aquilo que achamos mais necessário. Obras estruturantes que gostaria de deixar feitas, por necessidade do concelho, nomeadamente a requalificação urbana em Cardigos, que é hoje uma sede de freguesia, a segunda maior do concelho e que está num estado muito degradado. Também a entrada norte da vila de Mação e, ainda neste mandato, gostaria de requalificar parte do núcleo histórico da vila, onde já temos um projeto elaborado e aguardamos possibilidades de financiamento. Também o Núcleo Museológico de Envendos com projeto quase concluído e que também gostaria de iniciar este ano e mais um conjunto de pequenas obras que vão sendo feitas. Para além da obra material, há muito trabalho a fazer na área social.

MIGUEL BORGES

presidente da Câmara Municipal de Sardoal

Depois da pandemia e da guerra o 2023 vai ser muito difícil. É muito importante que as Câmaras estejam muito atentas o apoio aos mais carenciados, aos mais necessitados e mesmo aqueles que momentaneamente possam ter necessidades frutos dos tempos que aí vêm. Há um trabalho na área social muito ativo, voltámos a receber o galardão de “Autarquia Mais Familiarmente Responsável”, mas há um conjunto de situações que são prioritárias no apoio às famílias. Um dos exemplos é a creche municipal, que está a funcionar de forma provisória. Temos outro tipo de intervenções muito importantes para a população, por exemplo, a requalificação do edifício da Tapada da Torre e outros edifícios. A instalação de um parque empresarial para a fixação de novas empresas, como a consolidação da nossa estratégia na área do turismo, no âmbito da Fé e da Religiosidade, com o Centro de Interpretação

LUÍS DAMAS

presidente Associação de Agricultores e Federação de Produtores Florestais

A grande expetativa seria o fim da guerra e que apesar da inflação que as famílias portuguesas tenham um ano de abundância. Na agricultura esperamos que o PEPAC (Plano Estratégico da Política Agrícola Comum) possa dar alguma ajuda aos agricultores, tanto no investimento como na ajuda direta. A pandemia e a guerra veio fazer olhar para agricultura de uma outra forma e que apesar de tudo alguém tem de produzir os bens alimentares. Lembrar que a Comunidade Europeia foi criada para fazer face à fome. Por isso esperamos que os agricultores tenham condições para produzir e para ter ganhos. Na fileira florestal o grande problema são os incêndios pelo que espero que sejam aplicados os planos que estão na órbita do governo. As Áreas Integradas de Gestão da Paisagem (AIGP) e as respetivas Operações Integradas de Gestão da Paisagem (OIGP) assim como a outra ferramenta que são os condomínios de aldeia. Há muitas medidas criadas depois dos incêndios de 2017 e que ainda não chegaram ao terreno. É preciso lembrar que os ciclos da floresta são mais longos do que na agricultura. Esperamos que continue a haver apoios aos produtores florestais porque há bens que a sociedade ainda não para como o oxigénio, a retenção de carbono ou a qualidade da água. São reconhecidos, mas ainda não são pagos. Que olhem para os produtores florestais de outra maneira, pois produzem bens para la da madeira ou da cortiça.

RUI SERRAS

presidente Associação Comercial e Empresarial (ACE)

Há um conjunto de temáticas que vão transitar de ano como a energia, inflação, taxas de juro, a falta de matéria-prima, a falta de mão de obra e, acima de tudo, a imprevisibilidade. Mas haverá oportunidades que têm de ser aproveitadas e rentabilizadas ao máximo. Mas temos de ser positivos e olhar para o copo meio cheio. Vai ser difícil, mas acredito que todos vão estar preparados. Do ponto de vista da ACE queremos em 2023 fazer um debate amplo com os nossos parceiros sobre o papel da associação no território e perceber as mais-valias que pode gerar. Ou seja, o que é que podemos fazer mais pela região, pela economia e pelos associados. Depois, com o final do quadro comunitário vão terminar os programas de formação que são uma das bases de sustentabilidade para o funcionamento da associação. Por outro lado, estamos envolvidos em vários projetos como os aceleradores digitais, numa parceria com outras associações, e no programa “Bairros Digitais”, numa parceria com a Câmara de Abrantes. São projetos com alguma dimensão, temos muita expetativa porque este tipo de projetos pode trazer uma mais-valia muito grande para a região e para os associados. E vamos continuar a desenvolver ações de apoio aos associados como temos feito ao longo dos anos. da Semana Santa a funcionar em pleno. E depois as transferências de competências, que assumimos desde o início porque é bom para a população quando os decisores intermédios podem estar mais próximos da população. Continuar a aposta na cultura, mas sempre com o olhar atento às questões sociais.

This article is from: