Revista ABAV 2015

Page 1



Índice

Fotos: Shutterstock

50

30

150 MEIOS DE HOSPEDAGEM

ASSISTÊNCIA AO VIAJANTE

4 Editorial

42 44 46 48

ABAV

AVIAÇÃO

6 Antonio Azevedo – Abav Nacional 8 Edmar Bull – Abav Nacional 10 Leonel Rossi – Abav Nacional

50 52 54 55 56 58 60 62 63 64 66 67 68 69 70 71

AGÊNCIAS DE VIAGENS OPERADORAS CONSOLIDADORAS 12 13 14 16 17 18 20 22 24 25 26 28 29

Adaptação às novas necessidades Magda Nassar – Braztoa Ilya Hirsch – Sindetur-SP Michel Tuma Ness – Fenactur Evandro Oliveira – Avirrp Marcelo Matera – Aviesp Luis Paulo Luppa – Trend Luiz Eduardo Falco – CVC Carlos Eduardo Pereira – Bancorbrás Juarez Cintra Neto – Grupo Ancoradouro Michael Barkoczy – Flytour Adonai Arruda Filho – BWT / Serra Verde Afonso Louro – Visual Turismo

OTAS 30 31 32 33 34 36 37 38 39

Mudança de comportamento Samantha Hebling e Fernando Tanaka – Decolar.com Rafael Castillo – Expedia José Eduardo Mendes – Hotel Urbano Claudia Martinelli – TripAdvisor Samuel Soares – Airbnb Mônica Carvalho – Google Ana Araujo – Mundi Gráficos do setor

As oportunidades estão na mudança Roberto Roman – Travel Ace Gelson Popazoglo – GTA Agnaldo Abrahão – April

Voos turbulentos e câmbio volátil Eduardo Sanovicz – Abear Carlos Ebner – Iata Igor Miranda – Latam Fábio Mader – Gol Tarcísio Gargioni – Avianca Antonoaldo Neves – Azul Mario Carvalho – Tap Gonzalo Romero – Aerolíneas Argentinas Diógenes Toloni – Copa Airlines Twee Min Wang – Singapore Dilson Verçosa – American Airlines Luciano Macagno – Delta Annette Taeuber – Lufthansa Henrique Ambrósio – Air Europa Gráficos do Setor

CRUZEIROS MARÍTIMOS E FLUVIAIS 72 74 76 78 80 81 82 84 85 86 88 89

Driblando a ressaca Marco Ferraz – Clia Abremar Ricardo Amaral – Royal Caribbean Renê Hermann – Costa Cruzeiros Adrian Ursilli – MSC Alexandre Zachello – Pullmantur Orlando Giglio – Iberostar Estela Farina – NCL Thiago Vasconcelos – Pier 1 João Araujo – Australis Mario Trojman – Blue Sea Justin French – Carnival

73 90 Viviane Souza – Silversea 91 Gráficos do setor

REPORTAGEM DE CAPA 94 No balanço da crise, um mar de oportunidades

EVENTOS / FEIRAS 101 102 104 106 108 109 110

Na contramão da crise Ana Claudia Bitencourt – Abeoc David Scowsill – WTTC Geninho Goes – BNT Mercosul Marta Rossi – Festuris Lawrence Reinisch – WTM-LA Cláudia Miranda – Promove

EXTERIOR 111 112 114 115 116 118 120 121 122 123

As oportunidades do dólar alto Tom Garzilli – Brand USA Alfredo González – Visit Florida Jay Santos – Visit Orlando Elvira Salazar – ETC Jaime Rios – Argentina Antônio Castilho – PromPerú Jean-Philipp Pérol – Atout France Margaret Grantham – DZT Diana Pomar – CPTM

124 Especial BRAND USA 134 Especial Visit Florida LOCADORAS 144 146 147 148 149

Inovação e Tecnologia Paulo Henrique Pires – Localiza Ana Kuba – Hertz Fernando Cavalcanti – Shift Gráficos do setor

150 152 153 154 156 157 158

Contra a guerra tarifária Nérleo Souza – ABIH Nacional Manuel Gama – Fohb Daniel Guijarro – Resorts Brasil Guilherme Paulus – GJP Gráficos do setor Enquete

MICE 161 162 164 165

Ano de reflexão e adaptações Toni Sando – SPCVB Alfredo Lopes – RIO CVB Wellington Costa – GBTA

PARQUES 166 167 168 169 170 171

Custo atrapalha ampliações Kenneth Svendsen – Disney Marcos Barros – Universal Orlando Resort Maurício Alexandre – SeaWorld Alain Baldacci – Sindepat Jorge Santos – Beto Carrero World

POLÍTICA 172 174 176 178 179 180 181 182 183 184 185

Turismo como saída para a crise Henrique Alves – MTur Vinicius Lummertz – Embratur Junior Coimbra – MTur Marco Lomanto – Embratur Alexandre Sampaio – CNC/FBHA André Spínola – Sebrae Nacional Cristiano Rodrigues – Anseditur Jeanine Pires – CTI Nordeste Jaime Recena – Fornatur Enquete

Turismo LGBT 187 188 189 190

Potencial pouco explorado Marta Dalla Chiesa – Abrat GLS John Tanzella - IGLTA Luiz Fernando Moraes - Porto Alegre

Suplementos 191 Caribe

Setembro Abav 2015 225 Rio de Janeiro 237 Santa Catarina

3


editorial

FOLHA DO TURISMO

Oportunidade de ouro

N

Não há como negar que a crise chegou e, inclusive, fez estragos no Turismo - bem como em outros setores da economia. Ninguém está ileso aos efeitos de uma retração econômica que já teve início (já sabemos). O consumo das famílias diminui e as vendas, consequentemente, estão em queda. O que, no entanto, também não há como negar é que existem SIM oportunidades, basta olhar com atenção, trabalhar muito e não ter medo de arriscar. É em momentos como este que os verdadeiros empreendedores decolam para o sucesso e se destoam da multidão. Se a variação cambial revela que o mercado está mais direcionado para o turismo doméstico, então há que se estar atento as ofertas e novidades. Por outro lado, nunca as passagens aéreas internacionais estiveram tão atraentes. O desafio está em ser criativo, buscar novas parcerias, sair em campo e oferecer o algo a mais. Se quando há vento, basta levantar a vela, quando o vento está escasso, é necessário conhecimento e muito trabalho para sair do lugar. Seja para encontrar a direção do vento ou mesmo para remar. Saindo do campo das metáforas, isso é totalmente aplicável ao momento que vive o país atualmente. Em uma era em que o consumidor recebe, via internet, um verdadeiro “bombardeio” de ofertas tentadoras, não basta enviar um simples e-mail para convencê-lo a optar pelo seu produto e serviço. E justamente são os pequenos detalhes, diferenciais, inovações e, acima de tudo, a garantia de uma viagem tranquila, com o aval da sua credibilidade, que acabam fazendo sim a diferença. Buscar o aprimoramento é essencial em momentos como este. Procurar por nichos e produtos mais atrativos também, e não há 4

Abav 2015

Setembro

palco mais apropriado do que a Abav Expo para isso. Além das mais de 40 palestras e apresentações na Vila do Saber, os principais fornecedores do setor apresentam aqui as suas novidades e lançamentos. E para vender é preciso conhecer, ser antes de tudo um especialista e não um mero repassador de folhetos. São necessários argumentos e serviços. O agente moderno deve agregar valor, ter argumentos e ir além da venda pela venda. Quem conseguir isso, alcançará não apenas mais um cliente para seu banco de dados, mas um cliente fidelizado, que certamente irá procurá-lo em sua próxima viagem. É hora de se armar contra a crise e de se proteger contra a tempestade que se avizinha. Encher as prateleiras de novidades e de produtos que se encaixam no perfil do novo consumir. Antes, sobretudo, é preciso entender as necessidades e atender as demandas deste consumidor moderno. Conectado, informado, disposto a pagar bem menos e que valoriza uma boa consultoria. É, portanto, a hora dos bons agentes de viagens. Vender muito enquanto as coisas vão bem é fácil, mas conseguir sobreviver em tempos difíceis é apenas para os melhores. A crise é uma oportunidade de ouro para que os melhores se destaquem, passem ilesos pelos obstáculos e fiquem ainda mais fortes quando a crise passar. Em um grande esforço de reportagem, a equipe do M&E ouviu os principais líderes do setor e, nas próximas páginas você encontra um verdadeiro Raio X do Turismo com abordagem os mais diversos segmentos que integram a cadeia produtiva do Turismo. Além de apresentar as novidades, os executivos dão dicas e opiniões de como e onde encontrar as oportunidades que se apresentam neste momento. Boa feira , boa leitura e bons negócios!

Presidente Adolfo Martins Vice-presidente Executivo Roy Taylor (roytaylor@mercadoeeventos.com.br) (55-21) 3233-6319 Diretora de Marketing Internacional Rosa Masgrau (rosamasgrau@mercadoeeventos.com.br) (55-21) 3233-6316 Diretor Comercial João Taylor (joao.taylor@mercadoeeventos.com.br) (55-11) 3123-2243 Diretora de São Paulo Mari Masgrau (mari.masgrau@mercadoeeventos.com.br) (55-11) 3123-2249 Diretor de Novos Negócios Fernando Martins (fernando.martins@mercadoeeventos.com.br) (55-21) 3233-6207 Editora-chefe Natália Strucchi (natalia.strucchi@mercadoeeventos.com.br) (55-21) 3233-6263 Chefe de Reportagem Luiz Marcos Fernandes (luiz.fernandes@mercadoeeventos.com.br) (55-21) 3233-6262 Chefe de Reportagem SP Anderson Masetto (anderson.masetto@mercadoeeventos.com.br) (55-21) 3123-2236 Diretora de Planejamento Andréa Martins Diretor Jurídico José Manuel Duarte Correia Gerência de Tecnologia GRM Fotógrafo Eric Ribeiro Designers Alexandre Souza e Viviana Assunção Reportagem Rio (55-21) 3233-6353 Reportagem São Paulo (55-11) 3123-2239/2240 Jane Barreto (jane.barreto@mercadoeeventos.com.br) Kristhiany Teixeira (kristhiany.teixeira@mercadoeeventos.com.br) Lisia Minelli (lisia.minelli@mercadoeeventos.com.br) Nathália Marques (nathalia.marques@mercadoeeventos.com.br) Pedro Menezes (pedro.menezes@mercadoeeventos.com.br) Rafael Massadar (rafael.massadar@mercadoeeventos.com.br) Samantha Chuva (samantha.chuva@mercadoeeventos.com.br) Atendimento ao leitor (55-21) 3233-6353 Departamento Comercial Rio de Janeiro (55-21) 3233-6319 São Paulo (55-11) 3123-2222 Rio de Janeiro Rua Riachuelo, 114 - Centro Cep 20.230-014 - Telefone e Fax (55-21) 3233-6201 São Paulo Rua Barão de Itapetininga, 151 Térreo - Centro - Cep 01042-001 - Tels (55-11) 3123-2222 - Fax (55-11) 3129-9095 Representante Comercial em Brasília CPM Consultoria Planejamento Mídia Ltda. (márcio@marketingcpm.com.br) (55-61) 3034-7448 / SHN Quadra 2 - 15º Andar - Salas 1514/1515 / Executive Office Tower Brasília/DF - CEP 70702-905 Representante Comercial nos Estados Unidos Brazil Travel Media - Claudio Dasilva (www.braziltm.com - claudio@braziltm.com) +1 (954) 647-6464 / 401 E Las Olas Blvd # 130 Fort Lauderdale - Florida - 33301 - USA

Os artigos e opiniões de terceiros publicados na edição não necessariamente refletem a posição do jornal.


Setembro Abav 2015

5


Abav Nacional

Abav Expo Internacional de Turismo Entrevista com Antonio Azevedo

“Regulamentação da atividade foi maior conquista”

A

ntonio Azevedo deixará a presidência da Abav Nacional no final deste ano. À frente da entidade por dois mandatos, o dirigente destaca que a principal conquista neste período foi a regulamentação da atividade por meio de Lei 12.974, que foi aprovada e sancionada em 2014. O projeto tramitava no Congresso Nacional há 13 anos e era um dos principais pleitos da categoria. Azevedo citou ainda a internacionalização da associação com a participação em entidades como a WTAAA e a afiliação à OMT.

promoção e divulgação, tanto institucional, na interlocução com nossas Abavs estaduais e associados, quanto comercial – no caso da Abav Expo, o que demandou uma reorganização na gestão dessa área. Voltamos a contar com uma assessoria interna de comunicação e passamos a contar com o atendimento de empresas especializadas em estratégias de marketing e mídias sociais.

M&E - Este é o último ano do senhor frente à Abav. Qual o legado que o acredita que deixará para a categoria? Antonio Azevedo – Meu balanço desses quatro anos, felizmente, é bastante positivo. O legado mais representativo para a categoria como um todo foi, sem dúvida, a regulamentação da atividade das agências de viagens, após 13 anos de espera. Fico muito satisfeito de ter esse marco na minha gestão, pois fui eu que encaminhei esse projeto ao deputado Alex Canziani. Para a associação, mais particularmente, uma conquista importante foi a internacionalização da Abav com a sua admissão em alianças globais, como a World Travel Agents Association Alliance (WTAAA) há três anos, onde somos a única representante sulamericana, e o Foro Latinoamericano de Turismo (Folatur), a que nos juntamos no início deste ano. Esse era um objetivo que tracei ainda na minha primeira gestão porque amplia nossa visibilidade na medida em que nos insere em mercados globais. O intercâmbio com essas entidades tem sido de grande valia porque, em maior ou menor intensidade, temos muitos desafios em comum. Mais recentemente, outra conquista de que nos orgulhamos muito foi nossa admissão como associação afiliada à Organização Mundial de Turismo (OMT), deferência só concedida após análise acurada entre as entidades mais representativas do setor em todo o mundo. Ainda no âmbito da associação, destaco a ampliação do escopo do ICCABAV, com o recém-lançado Programa de Certificação em Destinos, que tem sido muito bem recebido pelo mercado e foi iniciado com dez destinos nacionais e internacionais. Esse programa contribuirá muito em nossa missão de capacitar o transformar o agente de viagens em especialista nos produtos que vendem. No futuro, devemos ampliar a certificação para outros segmentos. Tam-

M&E - Em relação a feira, o senhor fez uma mudança importante trazendo o evento para São Paulo. Quais outras inovações a sua gestão trouxe para a Abav Expo, ao longo desses anos, que vieram para ficar? Antonio Azevedo – Essa mudança, aliás, eu também contabilizaria como um marco positivo da minha gestão, complementando a questão anterior. A feira cresceu muito com a transferência para São Paulo, em público, número de expositores e em visibilidade. Tanto o Anhembi quanto a logística do seu entorno é muito favorável, diferentemente do Rio de Janeiro, onde o acesso ao Riocentro sempre foi o principal entrave. Como mudanças que vieram para ficar, eu destaco a introdução das caravanas – aéreas e rodoviárias – que tem viabilizado a presença de agentes de viagens do interior de São Paulo e de várias outras localidades do país, que são um público bastante importante para a feira; a criação da Vila do Saber, espaço da feira dedicado à área do conhecimento e que tem como âncora o Congresso Abav de Turismo; e o estabelecimento de parcerias com Abeta, Abracorp e Braztoa, que há três anos reforçam a programação da Abav Expo com seus eventos e atividades paralelas. Cresce também, ano após ano, a confiança do Ministério do Turismo, que elegeu a Abav Expo a grande vitrine para a divulgação institucional do Brasil. Na edição passada, o então ministro Vinícius Lages transferiu seu gabinete de Brasília para a feira, onde permaneceu do início ao fim. Do atual ministro, Henrique Alves, também temos recebido demonstrações de apoio ao nosso evento. Ele está acompanhando de perto os preparativos e se mostrou bastante entusiasmado com o projeto apresentado para a participação do MTur este ano.

6

Abav 2015

Setembro

bém diversificamos a plataforma de cursos, inserindo temas fundamentais, como os ligados à tecnologia. Exemplo disso é o workshop “Turismo 3.0: A inclusão digital das agências de viagens através do Google Meu Negócio”, que estamos ministrando em várias localidades do Brasil. Cito ainda a formação do grupo de associadas congêneres, hoje formado pela Abeta, Abracorp, AirTkt, Aviesp, Avirrp, Belta, Bito, que compõem o Conselho Consultivo da Abav, que embora já tivesse a sua constituição prevista ainda não havia sido ativado. Essa união fortalece muito a categoria, na medida em que agregamos novos segmentos e com isso ampliamos nossa voz e poder de atuação junto a outros players de mercado e até mesmo junto ao governo. Temos hoje uma interlocução muito maior com a iniciativa privada e o poder público. Outros dois eixos que estabeleci para meu último mandato foram a modernização do estatuto, que conseguimos concluir este ano, e a ampliação do alcance de nossas ações de


Abav Nacional

Entrevista com Antonio Azevedo

Abav Expo Internacional de Turismo M&E - Como o senhor avalia a experiência do feirão de viagens na feira do ano passado? Não foi obtido o resultado esperado, por isso ela não será repetida? Antonio Azevedo - A receptividade por parte do público foi muito boa, tivemos muitos consumidores durante o fim de semana e os agentes de viagens que se prepararam para atendê-los também obtiveram sucesso. A iniciativa, entretanto, não obteve consenso entre todos os expositores, o que pudemos constatar em pesquisa realizada ao término da edição. Esse é um modelo já amplamente adotado pelas grandes feiras internacionais, mas entendemos que nosso mercado ainda não está preparado para atuar nesse formato. Quem sabe no futuro, o projeto possa ser restabelecido, mas no momento a opção foi por retomar a configuração de evento exclusivamente B2B. M&E - Antes de assumir a presidência da Abav, o senhor foi responsável pelo Iccabav e, desde então, fez da capacitação dos agentes de viagens uma das suas principais bandeiras. Acredita que os agentes já se conscientizaram da necessidade de se atualizar e capacitar? Antonio Azevedo – Tendo por base o interesse crescente que os cursos que realizamos por meio do ICCABAV tem despertado, eu posso afirmar que sim, o agente de viagens está mais consciente de que só com treinamento e capacitação ele poderá sobreviver em um mercado em que a concorrência está cada vez mais acirrada. Mudanças acontecem a todo instante e quem não estiver preparado e adaptado a elas ficará pelo caminho.

pleitos para a categoria do agenciamento. A Responsabilidade Solidária do agente de viagens na intermediação da venda de produtos e serviços foi pontuada como item prioritário. Esse é um item da lei que regulamentou a nossa atividade que ainda carece de ajustes. Outra iniciativa que pode nos auxiliar nesse sentido é a recente aproximação que tivemos com a Escola Nacional de Magistratura da AMB (Associação dos Magistrados do Brasil), por intermédio do Desembargador Cláudio dell’Orto. Como resultado da parceria firmada com a Abav, a Escola vai formatar cursos voltados para a área jurídica interna do turismo, com o objetivo de apresentar aos magistrados brasileiros as normas nacionais e internacionais reguladoras dos segmentos de agenciamento e distribuição de viagens. O piloto do projeto será realizado na cidade de Brasília, na sede a AMB, e deverá acontecer em outubro deste ano – seguido por cursos realizados nas cidades de Salvador, São Paulo, Curitiba e Belém, com a gestão conjunta da Abav Nacional, da AMB e das ABAVs estaduais. Os cursos serão ministrados por instrutores destacados pelos presidentes de ambas as entidades, entre eles a nossa conselheira de Ética, Rose Larrat, e nosso assessor jurídico, Marcelo Oliveira.

M&E - Até o momento, este foi um ano complicado para o mercado. Que avaliação o senhor faz sobre este primeiro semestre com o fechamento de algumas operadoras e das dificuldades encontradas pelas agências de viagens devido a situação da economia do país? Antonio Azevedo – Desde o início de 2015, vimos sinalizando que este seria um ano que pediria cautela. Fatores como níveis de emprego e renda impactam diretamente no desempenho da atividade, tanto na composição da cadeia que faz o turismo girar, quanto na formação do mercado necessário ao seu sustento. Setores com essa interdependência são mais suscetíveis a cenários instáveis. Entretanto, esta não é a primeira crise que enfrentamos, nem o cenário do mercado ou do turismo brasileiro, o mundo todo tem enfrentado dificuldades que impactam em todos os setores econômicos, em maior ou menor escala. Vamos ultrapassar esta, como ultrapassamos as anteriores. Infelizmente, entretanto, alguns já ficaram e outros ainda ficarão pelo caminho, mas isso é normal em qualquer setor. No ano passado, a entidade e toda categoria comemoraram a aprovação da Lei 12.974, mas a questão da responsabilidade solidária foi vetada. A entidade tem atuado para rever esta questão? Antonio Azevedo – Temos trabalhado ativamente nessa questão, tanto em fóruns internos quando externos, junto à iniciativa privada e o poder público. Exemplo disso, foi o documento entregue em abril deste ano ao deputado Alex Manente, presidente da Comissão de Turismo da Câmara, que tem sido um dos nossos interlocutores em Brasília. No documento elencamos alguns dos nossos principais

Setembro Abav 2015

7


Abav Nacional

Abav Expo Internacional de Turismo Entrevista com Edmar Bull

“Temos competência para avançar mais”

V

ice-presidente nas últimas duas gestões, Edmar Bull é publicamente candidato a assumir a entidade a partir de 2016. Sua agência, a Copastur, é especializada em viagens corporativas, mas o executivo é conhecido pela sua capacidade de gestão e entusiasmo por novas ferramentas e tecnologia. Ele acredita que a Abav mudou bastante nos últimos anos, tendo passado por uma modernização interna, com investimentos em tecnologia e na área administrativa. “Nas próximas gestões teremos grandes desafios, mas temos competência para chegar onde queremos daqui em diante”, disse. “Isso não significa que as gestões anteriores não tenham sido boas, mas as ferramentas que vieram nessas duas últimas auxiliaram muito a entidade a se profissionalizar e ganhar maior visibilidade no mercado e perante as agências de viagens”, complementou.

M&E - Neste momento de crise econômica, quais são as oportunidades no turismo, especialmente para os agentes de viagens? O que fazer para conseguir superar este período? Edmar Bull - Em toda a crise existe uma oportunidade, essa máxima é fundamental, basta você enxergá-la. O turismo envolve 52 segmentos de mercado, é o setor que mais agrega para toda a indústria. Quem enxergar uma oportunidade no turismo terá muitos ganhos daqui para frente. Tanto é, que várias agências e operadoras registraram crescimento, mesmo diante da recessão, basta acompanhar o noticiário e as mídias sociais.

M&E - Qual balanço você faz dessas duas últimas gestões como vice-presidente da Abav? Edmar Bull - Eu vejo que nessas últimas duas gestões a Abav mudou bastante, se modernizou internamente e abriu canais que geraram uma melhor comunicação entre todos. Introduziu gestão eletrônica, investiu em tecnologia e avançou muito, principalmente na área administrativa. Conseguimos ganhar produtividade, mas ainda há muito a ser feito. Isso não significa que as gestões anteriores não tenham sido boas, mas as ferramentas que vieram nessas duas últimas auxiliaram muito a entidade a se profissionalizar e ganhar maior visibilidade no mercado e perante as agências de viagens. M&E - A partir dos avanços alcançados, quais são os próximos pontos de interesse da categoria que a próxima gestão terá que trabalhar? Edmar Bull - Temos que trabalhar muito rápido, do contrário a gente fica para trás. Estão vindo novas ferramentas, mas também novos desafios e o agente de viagens tem que cada vez mais se capacitar, treinar e usar a tecnologia a seu favor. Nas próximas gestões teremos grandes desafios, mas temos competência para chegar onde queremos daqui em diante. M&E - Qual avaliação você faz da vinda da feira para São Paulo. O que o fato de estar no maior mercado emissor do país agregou ao evento ? Edmar Bull - Não tenho nada contra a realização da Abav Expo em outros estados, mas

8

Abav 2015

Setembro

alguns problemas por conta da preparação da Rio 2016. Hoje, são necessárias algumas horas para se chegar do centro à Barra, dificultando ainda mais uma logística que antes já era complicada. Penso que com a transferência para São Paulo, a feira só veio a ganhar em termos de malha aérea e oferta hoteleira, minimizando custos tanto para os expositores quanto para os visitantes. Esta é uma realidade que deve mudar depois da Rio 2016, mas temos contrato com o Anhembi até 2017, assim essa é uma decisão que ficará mesmo para a próxima gestão.

acho que a mudança foi positiva, na época, principalmente com o Riocentro sendo privatizado. As últimas duas feiras promovidas no Rio de Janeiro deixaram muito a desejar em atendimento. Este ano, por exemplo, se ainda estivéssemos no Rio certamente teríamos

M&E - Você é candidato para a próxima gestão da Abav Nacional. Já é possível falar de planos? Edmar Bull - Eu sou candidato desde que tenha o apoio da ABAV Nacional e de todo o Conselho, mas vamos primeiro terminar essa administração para depois pensar na outra. Já tenho meu plano de trabalho todo desenhado e, se eu for eleito, ele será colocado em prática na próxima gestão.

“Temos que trabalhar muito rápido, do contrário a gente fica para trás. Estão vindo novas ferramentas, mas também novos desafios”


Setembro Abav 2015

9


Abav Nacional

Abav Expo Internacional de Turismo Entrevista com Leonel Rossi

Proatividade é essencial em momentos de crise

P

ara o vice-presidente de Relações Institucionais da Abav, Leonel Rossi, a atual crise econômica pela qual o país está passando só deve arrefecer em meados de 2016. No entanto, ele acredita que para sobreviver aos seus efeitos é necessário ser proativo. Rossi afirma que os agentes de viagens devem ir em busca de novos negócios e estar atentos às oportunidades do mercado. Segundo ele, quem quiser sobreviver aos momentos de crise não pode ficar apenas atrelado a acordos com um operador ou consolidador. “O agente de viagens da atualidade tem que buscar soluções alternativas para os seus negócios e trabalhar para o seu cliente e não o fornecedor”, disse.

M&E - Qual é o papel do agente de viagens neste novo cenário? Há oportunidades criadas pela crise? Leonel Rossi - O que precisamos é ter sempre uma ponte para atravessarmos as crises – já passamos por muitas, somos experts em crise e sempre sobrevivemos. Existem mudanças que têm que ser feitas, não por conta da crise, mas porque são inexoráveis para a sustentabilidade dos seus negócios. M&E - Como o senhor acredita que a atual situação econômica do país tem mudado a maneira dos agentes de viagens atuarem? Leonel Rossi - Quem quiser sobreviver aos momentos de crise tem que ser proativo e não ficar sentado na cadeira atrelado a acordos com um operador ou consolidador e simplesmente viver disso. O agente de viagens da atualidade tem que buscar soluções alternativas para os seus negócios e trabalhar para o seu cliente e não para o fornecedor. M&E – Há três anos, a Abav passou a fazer parte da WTAAA, uma rede internacional de associações representativas dos agentes de viagens. Nos encontros e conversas com outras associações, é possível perceber problemas e soluções que se aplicam ao mercado brasileiro? Como a Abav tem aproveitado este benchmark? Leonel Rossi - Foi muito importante para a ABAV ingressar na WTAAA, mas por incrível que pareça nós temos demonstrado coisas muito importantes para os outros países. Veja, por exemplo, o caso da Lufthansa, que por uma iniciativa rapidamente encampada pela Abav voltou atrás e como resultado o Brasil está inserido entre os poucos países que não terão 10

Abav 2015

Setembro

a aplicação da taxa de 16 euros por reserva a partir de setembro. Lembro ainda, que na época de 2000 a 2002, quando nossas comissões foram cortadas, o único país que entrou com ações contra as companhias aéreas foi o Brasil. Eu mesmo cheguei a fazer explanações em reuniões da UFTA – a associação mundial das agências de viagens, na época, sobre as liminares impetradas e ganhas em 21 dos 27 estados brasileiros. Por conta dessas liminares, seguimos recebendo comissões por mais dez anos, o que representou aproximadamente R$ 700 milhões. M&E - Como o senhor observa a evolução da Abav Expo nos últimos anos e o crescente interesse dos mercados internacionais na feira? O senhor acredita que mesmo com o brasileiro viajando menos para fora, os expositores internacionais devem aumentar?

Leonel Rossi - Com uma crise com extensão já anunciada para até meados de 2016, é evidente que ocorram cortes de verba em todos os setores, tanto no governo quanto na iniciativa privada e essas contensões impactam no investimento reservado para promoções e participações em feiras. Apesar das dificuldades, a Abav Expo tem tido sucesso em conseguir manter os seus expositores, mas este não é um momento propício para se pensar em ampliação de espaços. A prioridade no momento deve ser a qualidade em detrimento da quantidade. Apesar de nossa feira ser a principal das Américas e do Hemisfério Sul, estamos distantes dos grandes polos emissores - diferentemente das grandes feiras da Europa, por exemplo, que estão a uma hora de voo ou três horas de trem e isso tem um impacto no custo da logística. Entretanto, o turismo no Brasil, seja no doméstico ou no internacional, é uma realidade irreversível. Somos um país com mais de 200 milhões de habitantes em que apenas 7 milhões viajam ao exterior e esse número vai crescer, não tenho dúvida nenhuma. Somente nos últimos quatro anos, 13 novas companhias aéreas internacionais começaram a voar para o Brasil. Isso certamente só aconteceu porque houve investimento em pesquisas que demonstraram que havia demanda de mercado, tanto no mercado deles quanto no nosso. M&E - O senhor acredita que a feira já está consolidada em São Paulo? Como o senhor avalia esta terceira edição consecutiva na capital paulista? Há chance da Abav Expo optar por experiências em outras cidades nos próximos anos? Leonel Rossi - Quando nós deixamos de ser uma feira itinerante foi basicamente por um único motivo, não havia mais espaço para abrigar a nossa feira, que cresceu bastante. Assim, ou ela acontecia no Rio de Janeiro ou em São Paulo. No Rio de Janeiro ficamos muito bem durante dez anos. Por alguns interesses comerciais, que envolveram custos, mudamos para São Paulo. No momento não existe nenhuma ideia de trocar São Paulo por outro lugar, mas isso não significa que não podemos mudar. Se em determinado momento houver interesse ou surgir alguma dificuldade, podemos sim considerar uma nova troca.


Setembro Abav 2015

11


AGÊNCIAS de viagens / OPERADORAS / CONSOLIDADORAS

Adaptação às novas necessidades Agências e operadoras buscam novos produtos para atender ao novo perfil do consumidor brasileiro Lisia Minelli

A

pesar de ser um ano difícil em virtude do quadro econômico atual do Brasil, é fato que a vontade de viajar permanece viva dentro dos brasileiros. Isso se reflete em especial nas vendas, que até o momento não registraram queda, mas sofreram uma adaptação à necessidade dos consumidores. Estes optam hoje por pacotes de menor duração, custos mais baixos, destinos alternativos e, em especial, nacionais. A opinião quase unânime dos operadores entrevistados nessa seção é que o turismo doméstico foi o responsável, em sua grande parte, pela manutenção dos resultados das empresas. A alta do dólar fez surgir um novo conceito de viagem, priorizando pacotes nacionais. Apesar das grandes ofertas provenientes das companhias aéreas e da hotelaria internacional, muitos consumidores assustados com a variação cambial preferem apostar suas fichas no nacional. Com isso, a maioria das agências e operadoras registrou um aumento do segmento. Segundo Magda Nassar, presidente da Braztoa, diante do cenário atual, os associados da entidade trabalham para manter os números. “Esperamos ter um aumento, em reais, entre 20 e 30%, muito por conta da variação cambial”, disse. Para Luiz Eduardo Falco, presidente da CVC, o turismo é um setor resiliente. “Os consumidores querem viajar, por isso o que temos feito, desde o início do ano, é adaptar a viagem ao bolso do consumidor, com mais promoções, diversificando o portfólio com roteiros mais curtos, negociação constante com os fornecedores, reforçando a venda agregada de produtos, planos de pagamentos diferenciados, entre outras ações”, explicou. Já a Flytour Viagens registrou no primeiro semestre de 2015 um volume 25% maior nos embarques para temporada de férias. E a previsão é fechar o ano com um crescimento de 40% acima do ano anterior. “Entendemos que a crise é real, mas percebemos que as viagens de lazer continuam tendo uma boa procura. É importante nos adaptarmos a este momento e ter produtos que atendam a expectativa de um público que não quer gastar tanto, mas que viajar”, disse. Para Michel Tuma Ness, presidente da Fenactur, esta não é a primeira vez que o turismo sofre um revés por causa da econo12

Abav 2015

Setembro

mia. Porém, ele acredita que, “por experiência”, se a crise for administrada corretamente, o segmento retornará ainda mais forte do que já foi um dia. “Para que isto aconteça, é necessária uma enorme cooperação entre todos aqueles do setor. A história demonstra que as crises também trazem oportunidades, pois exigem um esforço maior e um alto nível de atitude na busca e inovação em áreas como marketing, capacitação, treinamento, recursos humanos e principalmente planejamento”, declarou. Segundo Marcelo Matera, presidente da Aviesp, a crise política interfere diretamente e gera uma crise econômica, com incertezas e desconfiança por parte das empresas e consumidores. “Além desta situação, vivemos um momento de mudança de comportamento na compra de viagens. Todo o mercado sofre com a crise, porém, esta mesma crise faz surgir oportunidades para o mercado e as empresas. Será preciso rever e reavaliar novos tipos e modelos de empresas, mais adequadas a realidade, com foco, usando a tecnologia a seu favor”, comentou. Para os executivos, é neste momento que o agente de viagens deve se diferenciar e buscar novas opções para se manter ativo e relevante no mercado. De uma forma geral, o profissional precisa ser criativo, rápido e oferecer segurança ao cliente. Luis Paulo Luppa, presidente da Trend Operadora, disse que é importante os agentes compreenderem que, mais do que nunca, é essencial que seu serviço seja o de prestação de consultoria, deixando para trás a ideia de que são “apenas” vendedores. Desempenho em 2015 - Pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas, Estudos, e Capacitação em Turismo (Ipeturis) aponta que a maioria das agências e operadoras acreditam em uma retomada do desempenho no 1º trimestre de 2015, em comparação ao 4º trimestre de 2014. Para potencializar o desempenho em 2015, as empresas consultadas no estudo do Ipeturis citaram como estratégias: ações de marketing e divulgação, prospecção de novos clientes, venda de novos serviços turísticos, incentivos variáveis na remuneração dos colaboradores. A maior parte das empresas consultadas são Agências de Viagens (82%), seguidas pelas Operadoras Turísticas (15,6%) e Consolidadoras (2,4%).


Braztoa

AGÊNCIAS de viagens / OPERADORAS / CONSOLIDADORAS Entrevista com Magda Nassar

Operadoras esperam crescimento para 2015

A

tualmente, a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo congrega 91 associados, responsáveis por estimados 90% dos pacotes turísticos comercializados no Brasil. Em seu Anuário lançado neste ano, dados mostram que os associados aumentaram seu volume de negócios em 6,65% em 2014, faturando R$ 11,87 bilhões. Apesar do período da Copa do Mundo e das eleições, o número de viajantes se manteve estável e obteve um aumento de 1,86% com relação ao período anterior, resultando em 6,01 milhões de passageiros embarcados em 2014. O mercado doméstico representou 68,40% da demanda, faturando R$ 6.017,92 milhões. Por outro lado, o emissivo internacional recebeu 31,6% da demanda e faturou R$ 5.434,67 milhões. Segundo Magda Nassar, presidente da Braztoa, diante do cenário atual, os associados trabalham para manter os números. “Esperamos ter um aumento, em reais, entre 20 e 30%, muito por conta da variação cambial”, disse.

M&E - Mesmo com a retração da economia, o Turismo continua apresentando boas perspectivas. Como os agentes de viagens podem se beneficiar deste momento? Magda Nassar - Esse é um momento de grandes promoções no turismo. O agente de viagens precisa fazer uma ampla pesquisa sobre o que está sendo oferecido, principalmente nos operadores que já estão negociando com os fornecedores. Além disso, o agente de viagens precisa divulgar esses valores promocionais para os seus clientes e mostrar a diferença de valores, em reais, com relação ao ano passado. Resumindo, ele precisa usar todas as boas ferramentas de que dispõe para e negociar bem com seus clientes. M&E - Qual o papel deste profissional neste novo cenário do turismo brasileiro? Como o profissional pode se diferenciar neste momento? Magda Nassar - O papel continua fundamental, como sempre foi. O agente é um grande consultor, um especialista em viagem. Este é o momento dele mostrar seu conhecimento e deixar o cliente seguro na sua compra. O agente de viagens é um profundo conhecedor do destino. Ele sabe que tem que agregar o maior número de produtos no pacote, para que a o cliente fique livre da variação cambial, o que traz mais segurança e garantia de uma viagem tranquila. M&E - Onde estão as oportunidades nesse período de crise econômica, alta do dólar e queda nos preços como das passagens aéreas?

Encontro com Mercados, o Passaporte Braztoa e a Turismo Week. E quais os principais desafios do Novo Conselho de Administração para o biênio 2015/17? Magda Nassar – Pretendemos em 2015 trazer muitas novidades para o Passaporte Braztoa, que é um produto de sucesso da nova direção da entidade. Estamos planejando encontros regionais que acontecerão, pela primeira vez, no segundo semestre deste ano. Temos um mercado carente de bons produtos e entendemos que é nosso papel suprir esse quesito. Em 2016, faremos um Encontro Comercial mais robusto no Rio de Janeiro. Teremos grandes novidades.

Programa Passaporte Braztoa

Magda Nassar - É importante salientar que as oportunidades não estão só no aéreo, mas em todos os produtos comercializados por eles. É com a união da cadeia turística que se chega às melhores oportunidades. M&E - Quais são os perigos da crise para o setor de Turismo? Magda Nassar – Os perigos são de conhecimento público. Qualquer país em crise gera mais desafios, não perigos. Esse é o grande momento para os bons profissionais mostrarem sua cara. O perigo vem pra quem não trabalha. Quem trabalha tem desafios constantes e esse é o grande combustível. M&E - Fale um pouco das ações que a Braztoa está trabalhando, como o

Criado em abril, o programa é a primeira campanha de incentivo e relacionamento de uma entidade turística, que visa promover interação diferenciada entre agentes de viagens, associados Braztoa e destinos. O programa foi idealizado com o intuito de ampliar o volume e a qualidade dos negócios entre as operadoras e os agentes. A campanha vem ganhando cada vez mais adeptos, que já usufruem de benefícios como capacitações e treinamentos, além de concorrerem a prêmios ao final do programa, entre eles uma viagem de volta ao mundo. Para participar do Passaporte Braztoa, o agente de viagens se cadastra no site www.passaportebraztoa.com.br. Ação na Abav – Durante o 44º Encontro Comercial Braztoa - que acontece junto com a 43ª Abav Expo - será trabalhada a última grande ativação promocional da campanha: os agentes de viagens que visitarem, no mínimo, 35 dos 44 estandes de associados Braztoa, ganharão 500 pontos. Serão aplicados outros 200 pontos se os agentes marcarem presença em todos os 44 estandes. Esse controle se dará por meio do “Passaporte Braztoa”, cartão que deverá ser retirado no estande da Braztoa e carimbado por cada operadora visitada. Outra maneira de pontuar será participar das palestras da entidade realizadas na Vila do Saber. Serão 300 pontos por palestra. Para completar, os associados Abav inscritos no programa também ganharão 500 pontos extras.

Setembro Abav 2015

13


Sindetur-SP

AGÊNCIAS de viagens / OPERADORAS / CONSOLIDADORAS Entrevista com Ilya Hirsch

“Agentes devem se adaptar”

A

pesar de um ano difícil para previsões, em virtude do quadro econômico atual do Brasil, a vontade de viajar permanece viva dentro dos brasileiros. Para Ilya Hirsch, presidente do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo, o que mudará será o tempo de permanência nos destinos e a preferência por programas nacionais aos internacionais. Segundo Hirsch, o importante é que os agentes se adaptem a situação e continuem a estimular seus clientes a viajarem. “O brasileiro em geral se destaca pela criatividade e empreendedorismo e é isto que é preciso fazer valer em tempos de crise”, disse. Para ele, a alta do dólar não chega a ser um problema e sim a sua flutuação, a incerteza do valor total a ser pago no final da viagem. Porém, o momento é propício, já que muitos fornecedores oferecem diversas ofertas e promoções para estimular as vendas. Esse trabalho reflete no resultado das agências, que conseguem manter sua receita mesmo em tempos difíceis. Na entrevista abaixo, entre outras coisas, ele fala da atuação do Sindetur-SP junto ao trade. M&E - O Turismo, mesmo diante da crise que o país está enfrentando, continua apresentando boas perspectivas. Como o Sindetur-SP avalia este cenário? Ilya Hirsch - Cada segmento específico do agenciamento turístico apresenta suas próprias características e deve atentar para alternativas. Não há como fazer previsões sequer para os próximos seis meses, diante das incertezas do quadro econômico e principalmente político. A vontade de viajar, em geral, permanece perene, mas é certo que o consumidor deve alterar destinos, época e duração da viagem, optando talvez por programas mais baratos em moeda estrangeira, ou dando preferência aos programas no Brasil. Importante é o agente de viagens manter sua estrutura adaptada à atual situação de mercado. M&E - Como o profissional de turismo pode se diferenciar neste momento? Há oportunidades na crise? Ilya Hirsch - Cabe aos empresários de agenciamento atuar de forma proativa buscando as melhores alternativas de viagem, sejam programas no Brasil ou exterior, contemplando o orçamento previsto pelos clientes para sua viagem de férias. O brasileiro em geral se destaca pela criatividade e empreendedorismo e é preciso fazer isso valer em tempos de crise. Parafraseando um importante empresário. Tire o “S” da crise e crie. M&E - A alta do dólar e a queda nos preços podem comprometer os resultados das agências e operadoras? Ilya Hirsch - A alta da taxa de câmbio inibe sim as viagens internacionais, principalmente pela flutuação diária que traz dúvida, incerteza 14

Abav 2015

Setembro

no momento da compra de uma viagem. O consumidor tem receio de ver suas despesas de viagem no exterior afetadas por eventual alta de câmbio na fatura do seu cartão de crédito. O momento, no entanto, é muito propício para viajar, pois a cadeia de fornecedores de serviços turísticos, as empresas aéreas, hotéis, locadoras, receptivos e outros prestadores lançam promoções, oferecem descontos e praticam as melhores tarifas para

estimular as viagens. Quanto aos resultados das agências de viagens – as que vendem programas para destinos no exterior em dólares ou euros – a taxa de câmbio mais alta representa maior rentabilidade em reais, o que beneficia os seus resultados. M&E - Quais são os principais desafios do Turismo para este ano? Ilya Hirsch - Foco em vendas de programas com melhor relação custo/benefício para manter seus clientes ativos. E eventualmente buscar novos segmentos no amplo mercado de consumidores, que estão cientes de que viagem de lazer é um remédio recomendado e provado para situações de crise, que requerem um esforço maior no trabalho de todos nós. M&E - Quais são as ações do Sindetur-SP junto ao trade? As principais reivindicações? Ilya Hirsch - Sempre é importante lembrar que o Sindetur-SP é o representante legal da categoria econômica, em sua base territorial, conforme determina a Constituição Federal, cabendo ao sindicato, além das relações trabalhistas, a defesa dos direitos e interesses, coletivos ou individuais da categoria econômica. O sindicato tem se constituído em um foro permanente de estudos e debates visando o desenvolvimento da atividade econômica de distribuição de serviços turísticos. Representamos, atualmente, cerca de 8.300 empresas de turismo e, em nome e interesse delas, realizamos as Convenções Coletivas, cujos resultados tem influência direta para as empresas, empregados e seus dependentes, um universo de cerca de 200 mil pessoas. Diante do atual cenário político e econômico, temos procurado estimular novas parcerias no trade e estamos desenvolvendo programas de capacitação e oferecendo um maior apoio ao agente de viagens com assessoria específica para estes tempos de crise.

“O brasileiro em geral se destaca pela criatividade e empreendedorismo e é preciso fazer isso valer em tempos de crise”


Setembro Abav 2015

15


Fenactur

AGÊNCIAS de viagens / OPERADORAS / CONSOLIDADORAS Entrevista com Michel Tuma Ness

“Turismo retornará mais forte do que nunca”

L

utar pelos direitos dos agentes de viagens. Essa é a principal missão da Federação Nacional de Turismo. E dentre as ações da entidade, estão a constante conversa com as companhias aéreas sobre a remuneração justa para os agentes e a eterna briga tarifária. Para o presidente da Fenactur, Michel Tuma Ness, essas questões não são benéficas para nenhum dos lados. Na entrevista abaixo, o presidente fala mais da relação do setor aéreo com os agentes, além analisar as oportunidades para o Turismo durante momentos de instabilidade econômica. “Esta não é a primeira vez que o Turismo sofre revés, mas, por experiências vividas, se administrado corretamente, retornará mais forte do que nunca”, afirmou.

M&E - A Fenactur está constantemente em defesa dos agentes contra as companhias aéreas que a cada dia diminuem comissões e implementam taxas. Como o senhor acredita que esta “guerra” entre aéreas e agentes pode ser resolvida? Michel Tuma Ness – A relação da Fenactur e dos agentes de viagens com as empresas aéreas não é de guerra e sim de reivindicação por remuneração justa sobre os serviços a elas prestados. Esta é uma questão mundial. Nossos argumentos, apesar de fortes, são pequenos perante os das empresas multinacionais organizadas em mega-associações. Vamos continuar lutando por nossos sagrados direitos e vamos mostrar que temos 60 anos de tradição, onde milhares de clientes necessitam da nossa ajuda para escolher o melhor caminho e melhores alternativas para seus destinos. Vamos continuar lutando para que os valores de venda das passagens, independente do canal de vendas, sejam únicos, sem a prática de canibalismo. M&E - O Brasil está passando por um período de crise. Ainda assim, há indícios de que o Turismo terá um ano bom. Como o senhor avalia esse cenário? Michel Tuma Ness - Novamente estamos vivendo um período de crise com seus efeitos conhecidos e reconhecidos, em especial, a queda dos volumes de negócios e a terrível e temível diminuição dos postos de trabalho. O nosso setor, como tantos outros, tem sido afetado negativamente por ela e, com toda a certeza, continuará assim, a curto e médio prazo. Entretanto, esta não é a primeira vez que o Turismo sofre revés, mas, por experiências vividas, se administrado corretamente, retornará mais forte do que nunca. Porém, 16

Abav 2015

Setembro

para que isto aconteça é necessário uma enorme cooperação entre todo o setor. A história demonstra que as crises também trazem oportunidades, pois exigem um esforço maior e um alto nível de atitude na busca e inovação em áreas como marketing, capacitação, treinamento, recursos humanos e principalmente planejamento. Apesar do cenário pessimista, existem providências que podem e devem ser tomadas para superar o momento negativo. Manter o foco nas reduções de custos; dar mais atenção aos clientes regulares; implantar promoções criativas; criar e introduzir programas de fidelidade; pesquisar novos nichos e oportunidades do mercado; e renegociar valores com os parceiros de negócios são algumas dicas que podem fazer a diferença. O momento é de cuidado, responsabilidade e criatividade. Esta crise passará. O mais importante agora é a sobrevivência dos nossos negócios neste

momento tão delicado. Não devemos nos esquecer. Mais turistas, mais negócios, mais empregos e mais renda. Uma simples receita para minimizar os efeitos da crise. M&E - A alta do dólar e a queda nos preços podem comprometer os resultados das agências e operadoras? Michel Tuma Ness - A alta do dólar e a queda dos negócios, sem dúvida, impactam os resultados das agências de viagens. É necessário que todos os participantes do setor e da cadeia produtiva se unam e façam a lição de casa. Cabe, principalmente, às grandes operadoras, criar alternativas de pacotes com apelos promocionais e preços que motivem os turistas nacionais e internacionais a visitar e conhecer o Brasil. As operadoras precisam ser ainda mais criativas e oferecer pacotes turísticos com baixo custo. Para os agentes de viagens esta será uma oportunidade única para nos consolidarmos como excelentes prestadores de serviços; termos mais produtos na prateleira e, com isso, aumentarmos o volume de vendas. Estas medidas vão provar que o setor de viagens e turismo contribui forte e persistentemente para o PIB brasileiro. M&E - Quais são as principais ações da Fenactur junto ao trade? Michel Tuma Ness - Ao logo deste ano, assim como para o próximo, a Fenactur tem como principais objetivos continuar a reivindicar o pagamento de comissão sobre as vendas de passagens aéreas em patamares justos; acordar com as companhias nacionais e internacionais para que sejam praticadas as mesmas tarifas na internet e nas agências e conscientizá-las que guerra tarifária gera prejuízo para ambas; lutar pela flexibilização e liberação de vistos aos cidadãos americanos e canadenses, entre outros; apoiar o desenvolvimento profissional, visando a capacitação e a profissionalização; incentivar a união entre as entidades representativas do Turismo, visando o fortalecimento da categoria. Para que o Turismo possa continuar crescendo temos que acreditar mais nas potencialidades do setor, investir no seu crescimento e é necessário que tenhamos entidades fortes, unidas e que realmente representem o setor e suas categorias.


Avirrp

AGÊNCIAS de viagens / OPERADORAS / CONSOLIDADORAS Entrevista com Evandro Oliveira

Eventos no Brasil trarão novas oportunidades

O

país passa por um momento de dificuldades econômicas, mas ao mesmo tempo receberá diversos eventos que movimentarão grandes investimentos. Para Evandro Oliveira, presidente da Associação das Agências de Viagens de Ribeirão Preto e Região (Avirrp), agenciamento de viagens segue as mesmas dificuldades dos demais setores da economia. Sofrerá com as turbulências exigindo ainda mais dos profissionais, a fim de otimizar sua gestão e investir em diferenciais para fidelizar seus clientes. A partir disso, oportunidades surgem. Na entrevista abaixo ele fala mais dessas oportunidades e também da última edição da feira da Avirrp, ocorrida em agosto. M&E - O atual cenário econômico brasileiro esta cheio de incertezas. Ainda assim, o Turismo vem se mostrando contrario a estagnação do PIB. O senhor acredita que há oportunidades nessa crise? Quais seriam elas? Evandro Oliveira - Sempre acredito no surgimento de oportunidades em épocas de crise, pois é quando todas as cabeças se voltam em busca de soluções. Apesar da crise, estamos com grandes eventos que irão movimentar investimentos no país e o Turismo, de modo geral, terá grandes oportunidades nos locais de suas realizações. Como exemplo, cito as Olimpíadas e o Rock in Rio. Além disto, a exposição na mídia internacional e os relatos de experiências vividas por turistas estrangeiros, somados ao nosso povo acolhedor, deverão gerar ainda mais interesse pelo Brasil. A alta do dólar contribui para que o nosso país seja ainda mais viável para esse turista internacional e aumenta o interesse dos brasileiros pelo turismo interno.

um momento difícil de ajustes e desafios e o atual momento econômico e político apenas gerou mais variáveis a serem administradas.

M&E - Um estudo do Ipeturis mostra que as agências de viagem tiveram uma queda nas vendas neste ano em comparação a 2014. Como o senhor avalia o cenário para o Turismo neste ano de 2015? Evandro Oliveira - O agenciamento de viagens segue as mesmas dificuldades dos demais setores da economia. Em um ano com desemprego recorde, alta da taxa cambial e outros fatores, não podemos esperar um “céu de brigadeiro”. O setor irá sofrer com as turbulências exigindo ainda mais das agências no sentido de otimizar sua gestão e investir em diferenciais para fidelizar seus clientes. Esse tipo de ação gera mais segurança e confiança do cliente que pensa em investir, seja em uma viagem de lazer ou negócios. Já estávamos vivendo

M&E - Os serviços turísticos mais comercializados nas agências ainda são as passagens aéreas, que tiveram uma queda no preço para compensar a alta do dólar. Como isso pode refletir no resultado das agências? Evandro Oliveira – De forma direta. É por esta razão que buscamos uma maior união entre as entidades representativas de forma a nos posicionarmos contra determinadas posturas por parte de companhias aéreas que apenas prejudicam nossa relação com o consumidor. Essa união pode gerar o desenvolvimento de campanhas que esclareçam para o consumidor, de forma detalhada, quais os serviços que uma agência está apta a prestar aos seus clientes, minimizando o estresse do preparativo de uma viagem. Ao não valorizar o trabalho prestado

pelas agências, as companhias aéreas geram desinformação e compras por impulso por parte do consumidor. A consequência imediata é um aumento na demanda do suporte de pós-venda. É grande a procura que as agências têm de clientes que sucumbiram a erros motivados por falta de entendimento no momento da escolha de suas passagens em compras online. Se a Avirrp, bem como as demais entidades, não buscarem o reconhecimento e a valorização dos serviços que as agências prestam, a situação pode vir a ficar ainda pior. As agências ainda são responsáveis por grande parte do volume de passagens, precisamos apenas achar uma forma de mostrar o quanto de esforço extra das companhias seria demandado caso deixarmos de realizar este atendimento, bem como o chamado “re-serviço” numa forma de forçar este reconhecimento da interdependência e as deficiências que o sistema possui. M&E - Quais foram os resultados e as novidades da Avirrp 2015? Evandro Oliveira - Por consequência do momento econômico que o país enfrenta, não tínhamos uma expectativa de crescimento na edição de 2015, apesar do alto número de inscrições e um bom número de empresas no evento. No total, foram 6 mil participantes, sendo que desses tivemos mais de 2 mil inscritos antecipadamente. Um dos fatores que contribuiu para isso foi a parceria com a Gol, nossa transportadora oficial, que gerou adesões de agentes de 17 estados brasileiros. Coisa inédita na história do evento, que recebeu ainda 28 caravanas de 47 cidades em oito estados, sendo 20% deles de Minas e 9% do Rio de Janeiro. Nossa nova gestão está focada nos agentes de viagem, em especial em nossos associados. Nessa edição da feira os prestigiamos com vantagens especiais, que pretendemos estender aos demais agentes em um futuro bem próximo. Um exemplo de benefício para nosso associado foi o Avirrp Express, um serviço diferenciado que garante embalar e despachar o material captado na feira direto para a sua agência, uma Área Vip no estacionamento do centro de convenções e um Lounge Exclusivo, entre outros diferenciais. Lançamos ainda uma nova logomarca da feira, para representar o nosso novo momento, com a nova diretoria e gestão da entidade. Setembro Abav 2015

17


Aviesp

AGÊNCIAS de viagens / OPERADORAS / CONSOLIDADORAS Entrevista com Marcelo Matera

“Temos que nos adaptar a este novo modelo”

P

ara Marcelo Matera, presidente da Associação das Agências de Viagens do Interior de São Paulo (Aviesp), os turistas brasileiros não deixarão de viajar em 2015. Apesar do momento de incertezas da economia, as viagens, em especial de lazer, continuarão a ocorrer. Segundo Matera, a preferência será por destinos nacionais, já que a alta do dólar implica em maiores gastos para destinos no exterior. “As viagens internacionais foram mais afetadas, mas o mercado respondeu com ofertas e promoções. E deu resultado. Porém, o dólar em alta assusta aos turistas, pois durante sua viagem o cliente tem que gastar em dólar ou euro no destino”, assinalou o executivo. Na entrevista abaixo, o presidente fala do cenário do país, das expectativas de vendas para as agências e como os agentes podem criar oportunidades no atual período instável da economia brasileira. Além disso, Matera ainda fala um pouco sobre as novidades que devem ser anunciadas para a próxima edição da feira da Aviesp.

M&E - Uma pesquisa realizada pelo Ipeturis aponta que 82,1% das agências vêm sofrendo com a crise. Como o senhor avalia o cenário do Brasil neste ano de incertezas econômicas? Marcelo Matera - Nós vivemos a crise política, que interfere diretamente e gera uma crise econômica, com incertezas e desconfianças por parte das empresas e consumidores. Além desta situação, vivemos um momento de mudança de comportamento na compra de viagens. Sempre digo que temos que nos adaptar a este novo modelo e conceito, onde a tecnologia atua diretamente na relação das pessoas. E na compra de uma viagem, esse efeito tem sido muito forte. Hoje, os agentes de viagens têm que ser rápidos, ter condições especiais, além de oferecer segurança e garantia. Todo o mercado sofre com a crise, porém, esta mesma crise faz surgir oportunidades para o mercado e para as empresas. Será preciso rever e reavaliar novos tipos e modelos de empresas, mais adequadas à realidade, com foco, usando a tecnologia a seu favor. As pessoas não vão deixar de viajar, pelo contrário, teremos cada vez mais pessoas querendo viajar. Precisamos entender e fazer com que os viajantes queiram comprar com a gente. O profissional deve ser criativo e rápido, e oferecer segurança ao cliente. De que forma? Oferecendo ao cliente o que ele não consegue ter na internet. Informações e experiências que só o agente tem. Assim, reforço que o agente tem que viajar muito e ter um excelente feedback de seu cliente. M&E - Neste ano o dólar aumentou e as passagens aéreas tiveram queda nos preços. Com isso, quem será beneficia18

Abav 2015

Setembro

M&E - O internacional foi o mais afetado com a alta do dólar. O senhor acredita que isso seja uma oportunidade dos destinos nacionais se destacarem nas vendas? Marcelo Matera - As viagens internacionais foram mais afetadas, porém, o mercado respondeu com ofertas e promoções. E deu resultado. Veja o valor das passagens aéreas hoje. Porém, o dólar em alta assusta turistas, pois durante sua viagem o cliente tem que gastar em dólar ou euro no destino. Em virtude disso, claro que o mercado nacional deve crescer, porém, ainda está muito caro em função da alta da inflação interna, dos preços dos alimentos, combustíveis e energia elétrica. Tudo isso contribui para os preços mais caros das viagens domésticas. M&E - Qual segmento é mais afetado na crise, o de lazer ou o corporativo? Por quê? Marcelo Matera - Acredito que o segmento corporativo seja mais afetado, pois as empresas estão demitindo, revendo orçamentos e esperando um sinal de melhora da economia brasileira. Claro que o corporativo afeta diretamente o turismo de lazer, mas este ainda apresenta resultados melhores.

do? As viagens tendem a continuar ou haverá queda na procura? Marcelo Matera - As pessoas não deixarão de viajar. O que acontecerá é um ajuste dessas viagens, com serviços mais econômicos e menos tempo no destino. De certo modo haverá uma queda na procura, porém, espero que em breve possamos retomar o nível de anos anteriores.

M&E - Em 2016, a Aviesp permanecerá em Campinas. Quais as novidades para a próxima edição da feira e o que já pode ser adiantado em relação à organização? Há perspectiva de crescimento? Marcelo Matera - Sim, permanece em Campinas. O que posso adiantar é que nós da atual diretoria, assim como a futura, apresentaremos muitas novidades para a feira. Tanto no modelo quanto a organização. O mercado pede isso. Nosso objetivo sempre foi oferecer um evento com público de qualidade. Não adianta quantidade. Se conseguirmos manter o público, já estaremos satisfeitos.

“Todo mercado sofre com a crise, porém esta mesma crise faz surgir oportunidades”


Setembro Abav 2015

19


Trend Operadora

AGÊNCIAS de viagens / OPERADORAS / CONSOLIDADORAS Entrevista com Luis Paulo Luppa

Grupo apresenta nova empresa para vender aéreo

A

Trend surpreendeu o mercado com o anuncio de uma nova empresa. Trata-se de uma consolidadora de bilhetes aéreos para atender os agentes de viagens. Segundo Luis Paulo Luppa, presidente do Grupo Trend, a nova empresa foi pensada em atender às necessidades dos agentes. “Será uma inovação tecnológica que facilitará e muito o dia a dia das agências”, disse. A TC World é fruto de uma sociedade com a consolidadora CNT e vai oferecer, dentro dos portais da operadora (NaTrend, Lazer e Shop Hotel) a opção de compra de bilhetes aéreos. Além disso, Luppa falou na entrevista abaixo sobre o novo sistema de reservas, o Natrend; no aumento das reservas de locação de casas; no crescimento das vendas até o momento; e ainda das expectativas para o ano. M&E – A Trend apresentou ao mercado uma nova empresa, a TC World. Como surgiu este projeto e como ela está posicionada dentro da Trend? Luis Paulo Luppa - Já estávamos há algum tempo batendo na tecla do aéreo. Os clientes [agentes de viagens] sempre nos questionavam sobre isso, porque compram o hotel com a gente e depois tinham que ir a outro sistema para comprar o aéreo. Na verdade, víamos a venda de bilhetes como pouco atrativa, uma vez que as margens são menores. Isso ficou claro quando lançamos o Lazer. Logo percebemos que não tínhamos o conhecimento para vender para isso e os resultados foram pouco expressivos. No entanto, as vendas foram crescendo e nos empolgamos. Já havíamos feito uma parceria com a RexturAdvance, que acabou não dando certo. Conversamos com outras e há dois estamos desenhando este projeto junto com o André Khouri da CNT. Colocamos o aéreo deles no Vitrine Hotéis e percebemos valores muito importantes neles. O primeiro é entender da operação de aéreo, algo que estávamos procurando. O outro é o perfil focado em vendas, o que combina muito com a Trend. M&E – E como vocês chegaram a formatação desta nova empresa e como será a atuação dela? Luis Paulo Luppa - Primeiro, tentamos comprar a CNT, mas o André resolveu que queria manter a empresa. Então, resolvemos tê-la como sócia neste nova empresa, que é a TC World. Com o ‘T’ de Trend e “C” de CNT. A empresa fica dentro da Trend, no nosso sexto andar e tem uma central própria de atendimento.

20

Abav 2015

Setembro

M&E – Como os agentes de viagens terão acesso a este novo produto da Trend? Luis Paulo Luppa - O aéreo estará disponível nos nosso três portais: NaTrend, Lazer e Shop Hotel. Toda a nossa força de vendas estará também voltada para isso. Neste processo, fui pessoalmente a diversas companhias aéreas e só resolvemos entrar neste negócio porque vamos competir de igual para igual com os demais players. Estamos com uma expectativa muito grande porque vamos facilitar a vida dos agentes de viagens. Ele não precisará mais pular de site em site. Terá tudo em um só lugar e com complexidade zero. A empresa já nasce com 14,4 mil agências com crédito e 70 mil emissores cadastrados, que é a base da Trend. Todos eles já terão na TC World o mesmo crédito que já têm conosco.

M&E – A Trend ampliou recentemente seu portfólio internacional com locações de casas. Quais são as expectativas para esta nova modalidade? Luis Paulo Luppa - Alugar casas no exterior está se tornando uma opção muito bem aceita pelos brasileiros. Um dos motivos é o preço acessível, principalmente para quem viaja com a família. Outra razão é a segurança, uma vez que as casas estão localizadas em condomínios e, por si só, oferecem privacidade e mais comodidade. Tendo em vista esta demanda crescente, estamos investindo na ampliação do nosso portfólio, que hoje já compreende mais de 15 mil casas em 500 cidades, distribuídas em diversos países. A procura por locação de casas aumentou 30% no primeiro semestre deste ano se comparada com o mesmo período de 2014. E é importante ressaltar também que o portal NaTrend colabora para o incremento deste número, pois permite que os agentes de viagens tenham acesso de forma rápida à disponibilidade de cada uma dessas acomodações, promoções e tarifas competitivas, além de oferecer confirmação imediata e uma série de facilidades, tais como flexibilidade no pagamento e atendimento 24 horas trilíngue. M&E – Neste ano a Trend comemorou 23 anos de atuação. Qual é o balanço que a empresa faz nesse período e quais as expectativas para os próximos anos? Há ainda mais o que explorar nesse segmento de Turismo? Luis Paulo Luppa - Em comemoração aos nossos 23 anos, lançamos uma série de novidades. Entre os destaques está a inauguração do Boteco Amigos da Trend, espaço exclusivo para promover encontros descontraídos com parceiros e agentes de viagens que resultem em mais negócios. Embora a situação do mercado possa ser considerada delicada, nosso volume de vendas registrou incremento de 13% no primeiro semestre deste ano em relação a 2014 – e sem dúvida a área de Lazer Internacional foi a que mais contribuiu para este crescimento, o que nos ajudou a ser a operadora brasileira que mais cresceu, de acordo com nossos os parceiros


Trend Operadora

Entrevista com Luis Paulo Luppa

AGÊNCIAS de viagens / OPERADORAS / CONSOLIDADORAS americanos. Para este segundo semestre, nossa expectativa é positiva. Pretendemos alcançar resultados ainda melhores do que os obtidos nos primeiros seis meses do ano. Em termo de volume de vendas, afirmo que o nosso crescimento será de dois dígitos. Sem contar a nova empresa que lançaremos. M&E – A economia brasileira está passando por um período de incertezas e o Turismo está remando contra a maré, apresentando boas perspectivas para o ano. Como o presidente avalia o cenário hoje? Luis Paulo Luppa - A crise econômica do Brasil é, na verdade, um problema político. E no que diz respeito ao Turismo, o setor

não precisa de crise para ser instável. Profissionalização e criatividade são características cada vez mais necessárias, visto que ajudam as empresas a superar possíveis obstáculos. Também vale realçar a importância dos agentes compreenderem que, mais do que nunca, é essencial que seu serviço seja o de prestação de consultoria, deixando para trás a ideia de que são “apenas” vendedores. Continuamos focados em atender às necessidades do agente, disponibilizando facilidades que garantam agilidade e praticidade durante todo o processo de venda, como a Shop Hotel. Em paralelo, temos planos, ainda, de investir em produtos que contemplem todas as etapas da viagem e, assim, expandir cada vez mais os nossos horizontes. A certeza

é de que ainda há muito a ser feito, mas cabe a nós o aprimoramento deste mercado que tem tudo para dar certo no nosso país. M&E – A alta do dólar e os preços das passagens aéreas em queda podem ajudar ou prejudicar o Turismo? Luis Paulo Luppa - Independente do câmbio é preciso vender com inteligência e a preços justos. O cliente não vai reclamar de pagar mais, desde que você mostre os benefícios que ele terá ao adquirir esse produto. Existe uma diferença muito grande entre negociar e leiloar. É fundamental tomar cuidado também em relação à redução do câmbio para ganhar o mercado. Lidamos com grandes operações em dólar e, no longo prazo, o estrago pode ser catastrófico.

Setembro Abav 2015

21


CVC

AGÊNCIAS de viagens / OPERADORAS / CONSOLIDADORAS Entrevista com Luiz Eduardo Falco

Crescimento de dois dígitos no primeiro semestre

U

ma empresa de 43 anos de mercado e que já enfrentou adversidades da política e da economia. Por isso, a CVC esta tirando de letra o atual momento do Brasil. Neste ano, a expectativa é fechar os resultados com pelo menos dois dígitos de crescimento, média que se confirma pelos seus dados históricos. Para tanto, a CVC esta adaptando produtos ao consumidor e investindo em novos nichos, como eventos e incentivo. Além disso, a companhia tem meta de abrir novas lojas e chegar ao final de 2015 com mais de mil franqueadas. Veja abaixo a entrevista completa com Luiz Eduardo Falco, presidente da operadora.

M&E - Crise. Dólar. Inflação. Nada disso abala o crescimento da CVC, que registrou um total de R$ 1,2 milhão em reservas confirmadas no segundo trimestre de 2015. Qual é o segredo da operadora em se manter crescendo mesmo em período de crise? Luiz Eduardo Falco - Por ter 43 anos de mercado, a companhia já passou por inúmeras adversidades da economia, com trocas e mudanças de planos econômicos. As dificuldades sempre existirão e no atual momento não é diferente. Estamos na chuva como todo mundo e trabalhando duro para buscar os resultados. O turismo é um setor resiliente: os consumidores querem viajar, por isso o que temos feito, desde o início do ano, é adaptar a viagem ao bolso do consumidor, com mais promoções, diversificando o portfólio com roteiros mais curtos, negociação constante com os fornecedores, reforçando a venda agregada de produtos, planos de pagamentos diferenciados, entre outras ações. M&E - No primeiro semestre de 2015, as reservas embarcadas avançaram 12% de crescimento e o volume de passageiros foi 17% maior. A que se deve esse crescimento? Luiz Eduardo Falco - O brasileiro já incorporou o hábito da viagem em seu orçamento e, independente do momento econômico, em geral, ele não deixa de realizar a viagem de férias, nem que seja uma vez ao ano. É notável que as promoções deram a tônica neste 1º semestre e para buscar o crescimento nos principais indicadores fizemos diversas ações, e que os consumidores responderam muito bem. Para embarcar mais passageiros, o tíquete médio

22

Abav 2015

Setembro

promoções de passagens aéreas realizadas neste 1º semestre, por exemplo, vimos que as viagens para destinos como Orlando, Nova York e Las Vegas estão em média, 30% mais baratos do que em 2014. Não por acaso, somente neste 1º semestre de 2015, as vendas de pacotes para os Estados Unidos, na CVC, tiveram alta de 12%, comparado com o mesmo período do ano anterior. M&E - A CVC anunciou a entrada no segmento de eventos e incentivo. Quais as expectativas para esse mercado? Luiz Eduardo Falco - A novidade faz parte das estratégias de diversificação e de crescimento da CVC, por meio do incremento de receitas adicionais advindas de nichos complementares dentro do setor de turismo. O Turismo é amplo e tem potencial de crescimento em todas as frentes, tanto no universo de lazer quanto no corporativo. Essa é nossa primeira iniciativa com modelo de franquia especializada. Vemos que muitos agentes estão se especializando em nichos e queremos incentivá-los, pois pretendemos criar outras lojas especializadas. Essa novidade agrega expertise à CVC, que é o que faltava para atuarmos mais fortemente neste segmento.

da viagem recuou 3,2% no 2º trimestre, o que faz parte do processo de crescimento. M&E - Com a alta do dólar, como ficou a participação do nacional e internacional nas vendas da operadora? Houve diminuição na procura pelo internacional? Ou a queda no preço das passagens estimulou as vendas? Luiz Eduardo Falco - Considerando a movimentação geral e anual de vendas e embarques da CVC, tradicionalmente os destinos domésticos correspondem a 60% das vendas e os internacionais, 40%. Neste primeiro semestre, devido à alta do dólar, os destinos nacionais tiveram uma ligeira alta em relação aos internacionais, tendo a proporção ficado em torno de 68% (nacionais) e 32% (internacionais). No entanto, devido à grande quantidade de

M&E - Além disso, a CVC ainda comprou a Rextur Advance e a Submarino, e fechou parceria com a Expedia. Qual o objetivo de todas essas aquisições e parcerias? Luiz Eduardo Falco - A aquisição da Rextur reforça a atuação no turismo de negócios, a da Submarino Viagens impulsiona a presença da CVC no canal online. Já o acordo comercial com a Expedia® Affiliate Network permitirá ampliar o portfólio internacional de hotéis, já que esse fornecedor conta com mais de 200 mil hotéis ao redor do mundo, o que contribuirá para o aumento de nossa competitividade no segmento internacional. Todas essas novidades estão em linha com a nossa estratégia de diversificação de produtos e serviços, com o intuito de gerar novas receitas e oportunidades de vendas aos agentes de viagens.


Setembro Abav 2015

23


Bancorbrás

AGÊNCIAS de viagens / OPERADORAS / CONSOLIDADORAS Entrevista com Carlos Eduardo Pereira

Empresa estima crescimento de 14% para 2015

O

ano de 2015 não esta fácil pra ninguém. O pessimismo impera na maioria dos setores, mas tem um deles que está sabendo lidar muito bem com a atual situação econômica do Brasil: o Turismo. Pesquisas apontam que mesmo diante de um cenário instável, o setor apresenta boas perspectivas para o ano. Quem faz parte desse grupo de felizardos é a Bancorbrás que, no primeiro semestre de 2015, já registrou um aumento de 10% em suas vendas. A estimativa para o fechamento do ano é crescer 14% em relação ao ano passado. Segundo Carlos Eduardo Pereira, diretor da Agência e Operadora Bancorbrás, o ano não será bom, mas as oportunidades existem para àqueles que souberem aproveitá-las. Ele cita como diferencial a assessoria dos agentes com seus clientes e a oferta de produtos específicos com preços atrativos. Para uma empresa que tem em seu portfólio destinos nacionais na frente das vendas dos internacionais, as expectativas melhoram consideravelmente. Neste caso, o share está em 60% e 40% respectivamente, tendo como principais destinos domésticos Fortaleza, Natal e Maceió; e no internacional: Orlando, Miami, Paris, Santiago e Buenos Aires. M&E - O Brasil está passando por um período de instabilidade econômica. Ainda assim, há indícios de que o Turismo terá um ano bom. Como o senhor avalia esse cenário? Há oportunidades na crise? Como o profissional pode se diferenciar? Carlos Eduardo Pereira - Eu acho muito difícil o Brasil ter um ano bom no Turismo. Embora a nossa empresa tenha registrado um acréscimo de quase 10% neste primeiro semestre, as operadoras em geral, estão amargando, em média, quedas nas vendas de 20%. As oportunidades existem sim, mesmo com crise. Hoje temos que ter produtos com valores mais atrativos, com parcelamentos mais dilatados e devemos explorar nichos específicos e diferenciados. O diferencial do grande profissional está na sua lista de clientes, na organização e na assessoria que deverá prestar a ele, oferecendo sempre um produto justo e que encante. O mercado de turismo é muito carente de bons profissionais. Ainda existem espaços para eles crescerem.

tam 40% do volume das vendas. O turismo doméstico terá um pequeno aumento na demanda neste ano.

M&E - Neste ano o dólar aumentou e as passagens aéreas tiveram queda. Com isso, quem será beneficiado? As viagens tendem a continuar ou haverá queda na procura? Carlos Eduardo Pereira - As companhias aéreas estão ajustando promocionalmente seus valores em dólar, isso tem deixado as passagens com valores interessantes. O que está caindo são as viagens para compras no exterior, devido à alta do dólar. Mesmo com toda queda, essas viagens ainda represen-

M&E - A alta do dólar e a queda nos preços de pacotes e passagens, por exemplo, podem comprometer os resultados das agências e operadoras? Quais são os principais desafios do Turismo para este ano? Carlos Eduardo Pereira - A alta do dólar e a queda nos preços comprometem sim os resultados. Assim como os fornecedores estão fazendo promoções, nós também estamos diminuindo nossas margens para continuar a vender, o que afeta diretamente o nosso resultado final.

24

Abav 2015

Setembro

M&E – O senhor falou que neste primeiro semestre a Bancorbrás teve um crescimento de 10% nas vendas. Quais as expectativas para o fechamento do ano? Quais são os produtos mais vendidos pela agência? Carlos Eduardo Pereira - Mesmo com a crise anunciada nós tivemos um crescimento nas vendas de quase 10%, neste primeiro semestre. A nossa expectativa é fecharmos 2015 com 14% de crescimento. De todo nosso volume, vendemos 60% de produtos nacionais como: Fortaleza, Natal e Maceió; e 40% no internacional: Orlando, Miami, Paris, Santiago, Buenos Aires. M&E - Atualmente no Brasil, a Bancorbrás conta com oito filiais, quatro lojas em Brasília, 14 representações comerciais e nove agências credenciadas. Há intenção de ampliar a atuação no país e quem sabe no mercado internacional? Carlos Eduardo Pereira - Sim, temos intenções de ampliar nossa presença no Brasil e quem sabe no futuro próximo, expandir para mercados internacionais.

História Com mais de 30 anos de atuação no mercado brasileiro, a Bancorbrás ganhou visibilidade nos ramos de consórcio, seguro e turismo ao oferecer a milhares de pessoas facilidades para realizarem alguns de seus projetos de vida. Atualmente, seis empresas compõem o grupo - duas delas, sociedades anônimas, responsáveis por direcionar e administrar as atividades de todo o conglomerado - e uma entidade: Bancorbrás Empreendimentos e Participações S.A.; Companhia Bancorbrás de Administração e Negócios; Associação Bancorbrás de Responsabilidade Social – Instituto Bancorbrás. Outras quatro, com finalidades comerciais, atuam nos segmentos de consórcio, seguro e turismo: Bancorbrás Corretora de Seguros Ltda.; Bancorbrás Administradora de Consórcios Ltda.; Bancorbrás - Hotéis, Lazer e Turismo Ltda.; Bancorbrás Viagens e Turismo Ltda. Presente em todas as regiões do país, a Bancorbrás conta com oito filiais, quatro lojas em Brasília, 14 representações comerciais e nove agências credenciadas, espalhadas pelo Brasil.


Grupo Ancoradouro

AGÊNCIAS de viagens / OPERADORAS / CONSOLIDADORAS Entrevista com Juarez Cintra Neto

Novo portal impulsiona crescimento

D

e acordo com Juarez Cintra Neto, vice-presidente do Grupo Ancoradouro, o lançamento do novo portal do grupo ajudou a incrementar o volume das vendas do nacional na consolidadora. No primeiro semestre foram 9% de crescimento e a meta até o final do ano é chegar a 15%. Novidades e novas funcionalidades ainda serão lançadas em breve na ferramenta. Na entrevista abaixo, o vice-presidente fala operadora e ainda destaca o papel do agente de viagens no atual momento do país. Segundo ele, hoje esta mais barato viajar do que há cerca de um. E para que as vendas se mantenham, o agente precisa mostrar aos seus clientes as oportunidades que o mercado oferece, com preços e promoções.

M&E - A principal novidade da Ancoradouro nesse ano é o novo portal e suas funcionalidades. Como tem sido a aceitação dele e como ele ajudou a melhorar a operação da empresa? Juarez Cintra Neto - Em julho tivemos um resultado interessante, principalmente em relação ao doméstico. Com a crise o mercado que mais sofre é o internacional e, com a instabilidade do dólar, temos dias bons e ruins na emissão para esse segmento. Já o nacional sente menos essa questão da crise. O que percebemos foi um incremento nas vendas do doméstico, mas obviamente proporcionada pelas novas funcionalidades do portal. O site esta bem mais rápido, leve e ágil, com telas bem mais fáceis de operar e trabalhar. Estamos muito satisfeitos. Temos ainda muitas melhorias a fazer. Mesmo porque, a tecnologia não para e temos que acompanhar e nos adaptar ao seu desenvolvimento. Nunca está terminado, temos sempre algo a evoluir e é isso que estamos fazendo. M&E - De quanto foi esse incremento no volume de vendas do nacional? Juarez Cintra Neto - Fechamos o primeiro semestre do ano com um crescimento de 9% na consolidação. Isso em relação ao ano passado e em valores reais. Isso para um ano complicado é um resultado bastante bom e estamos satisfeitos. Historicamente o segundo semestre sempre é melhor que o primeiro. Então apostamos que o mercado comece a melhorar em relação ao primeiro semestre. E desse total de 9% de crescimento, o que impulsionou bastante foi mesmo o mercado doméstico com a ajuda do novo portal. A meta da consolidação é de 15% para o ano. M&E - Quais serão as novas funciona-

empresas, as agências de viagens buscando maior segurança. Vale lembrar que a Ancoradouro Operadora não vende B2C, somente para os agentes. Percebemos um aumento do número de agências buscando nossos produtos. O que podemos dizer é que começamos uma reestruturação na operadora há dois anos e já prevíamos anos complicados (2014-2015). Por isso, posso dizer que estamos satisfeitos com os resultados. O primeiro semestre foi muito bom e esperamos um segundo semestre melhor. M&E - Há intenção de incluir produtos domésticos na operadora? Inclusive para não ficar tão suscetível a questão do dólar. Juarez Cintra Neto - Sempre tivemos essa ideia, mas o domestico não é prioridade. Na verdade temos nossos produtos, como EUA e Europa, que são os carros-chefes. E mesmo com a alta do dólar e do euro, que também teve elevação, sentimos que as pessoas estão buscando mais destinos europeus. Aqueles clientes que faziam diversas viagens aos Estados Unidos estão aproveitando e indo para a Europa também, já que o câmbio está muito parecido.

lidades do portal? Durante o Encontro Ancoradouro foram anunciada diversas melhorias para ele ao longo do ano. Juarez Cintra Neto - Como falei anteriormente, na tecnologia nunca podemos parar. Essa é uma situação que já percebemos. Nosso portal já esta pronto, mas ainda temos vários incrementos para adicionar e funcionalidades que iremos melhorar. Novidades virão. E continuaremos investindo bastante no portal. M&E - Como foi o primeiro semestre da operadora? Juarez Cintra Neto - A operadora é um pouco mais suscetível a essa questão da crise e do câmbio. Eu diria que hoje 100% do que vendemos na operadora, exceto o marítimo, é dolarizado; quer dizer que o doméstico quase não existe. Porém, sentimos nos últimos meses, infelizmente com o fechamento de algumas

M&E - Com toda essa situação de alta do dólar, vimos muitos fornecedores derrubando os preços. Você acha que isso pode ser prejudicial aos negócios em algum momento? Juarez Cintra Neto - Eu acho que tudo é cíclico. É a lei da oferta e da procura. O que as companhias aéreas estão fazendo é necessário nesse momento. Cada um está tentando defender o seu market share. O produto deles é perecível, a partir do momento que o avião levantou voo ele não consegue recuperar aquele assento que ficou vazio. Não vou julgar o que é certo ou errado, eles estão tentando colocar o passageiro dentro dos aviões. Quando há promoções mais pesadas, acaba fomentando o mercado. Mas isso é momentâneo, já vimos no passado, quando as tarifas são jogadas lá embaixo e depois acabam voltando ao seu valor. Na consolidação estamos fazendo nosso papel junto às companhias ajudando um pouco a distribuir melhor o seu produto. Já na operadora sim, estamos fazendo promoções e campanhas de incentivo para fomentar as vendas.

Setembro Abav 2015

25


Flytour

AGÊNCIAS de viagens / OPERADORAS / CONSOLIDADORAS Entrevista com Michael Barkoczy

“Há muitos negócios a buscar”

A

inda que a crise seja real e que não se pode escondê-la com a peneira, a Flytour Viagens comemora crescimentos consideráveis para um ano cheio de incertezas. De acordo com Michael Barkoczy, vice-presidente da Flytour, para a operadora é mais fácil atingir um crescimento por ser ainda uma startup. No primeiro semestre de 2015 já foram 25% de crescimento nos embarques para temporada de férias. E a previsão é fechar o ano com um crescimento de 40% acima do ano anterior. “Entendemos que a crise é real, mas percebemos que as viagens de lazer continuam tendo uma boa procura. É importante nos adaptarmos a esse momento e ter produtos que atendam a expectativa de um público que não quer gastar tanto, mas que quer viajar”, disse. M&E - A Flytour tem um portfólio grande, mas ainda não trabalha com cruzeiros. Recentemente, o senhor disse que tem vontade de trabalhar esse produto para o próximo ano. Há possibilidade disso acontecer já para a temporada 2015/16? E por que até hoje a operadora nunca vendeu cruzeiros? Michael Barkoczy - Já está muito forte em nosso radar. É um segmento muito importante e estamos desenvolvendo um sistema competente para poder oferecer esse produto aos agentes de viagens. Já estamos no desenvolvimento desta ferramenta e acreditamos que no primeiro semestre do próximo ele será lançado. Alguns produtos já vendemos hoje, como por exemplo, o Cruceros Australis. Fizemos um belo acordo com a empresa e estamos comercializando. Mas a ideia é trabalharmos com toda cadeira marítima com cruzeiros nacionais e internacionais, só falta mesmo terminarmos nosso sistema, que será uma área dedicada dentro de nosso portal para o segmento. Nunca tínhamos antes trabalhado com cruzeiros porque nosso sistema foi desenvolvido para pacotes, e para os navios há mais especificidades e precisa de algo mais complexo para reservas. O agente de viagens precisa da tecnologia pra que cada vez mais ele possa ter agilidade em suas vendas, por isso, até então não tínhamos os cruzeiros. Nossa expectativa é muito boa para o lançamento, afinal, é um segmento que cresce muito e os brasileiros adoram viajar em navios. M&E - A operadora confirmou um incremento de 25% nos embarques para a temporada de férias, em comparação ao mesmo período do ano passado. A expectativa para o ano de 2015 é crescer 40%. Quais as ações para atingir essa meta? Michael Barkoczy - São vários itens que formam 26

Abav 2015

Setembro

esse montante de crescimento. Primeiro como a operadora tem só três anos de existência, temos muita oportunidade de mercado. Somos ainda uma startup, por isso conseguimos fazer resultados grandes em cada mercado que chegamos. Temos preços atrativos, condições de pagamento interessantes e com o mercado conhecendo mais a operadora, cada vez compram de nós. Isso é muito bom para a empresa porque há muitos negócios a buscar. Isso é uma das coisas que fazem a operadora crescer com números e cifras respeitáveis. Outra coisa que temos feito é trabalhar muito próximo aos fornecedores para ter preços competitivos e a cada negociação conseguimos repassar aos agentes, que terão ótimos preços para oferecer ao seu consumidor. Essa relação com os fornecedores é muito boa e eles entendem a nossa necessidade e nos ajudam. Isso transforma a Flytour em uma oportunidade para os agentes que têm conosco preços mais competitivos. Esses ingredientes

fazem com que a Flytour tenha resultados diferentes de empresas já consolidadas há muitos anos no mercado. Por tudo isso, nossa previsão é termos um crescimento de 40% em relação ao ano anterior. M&E - A alta do dólar e a queda nos preços podem comprometer os resultados das agências e operadoras? Michael Barkoczy - Eu diria que a operadora é um grande supermercado e é importante que ela tenha todo tipo de produto, nacional e internacional. Não podemos ter somente alguns nichos de mercado com o volume que fazemos na Flytour. Operamos hoje o mundo inteiro. É claro que alguns destinos são mais queridos pelos brasileiros, como Argentina e Chile na América do Sul; Punta Cana, Aruba, Curaçao e Cancun no Caribe; Orlando, Miami, Nova Iorque, Las Vegas, Los Angeles e São Francisco nos EUA. E na Europa são nossos circuitos, temos Portugal, Espanha, Itália e França. Esses são os destinos que se destacam no mundo. E quando pegamos a prateleira de produtos da Flytour temos toda essa gama a oferecer. O normal da operadora é 60% (nacional) e 40% (internacional), mas esse ano temos 75% e 25%, respectivamente. Isso em função da alta do dólar. O consumidor se assusta e começa a procurar mais o nacional. Mas vale lembrar que mesmo com a alta do dólar, temos tido grandes promoções de companhias aéreas e hotelaria internacional, que quando convertidos em real fica ainda muito competitivo nos preços. M&E - O que a Flytour ainda guarda para apresentar esse ano de novidades para o mercado? Michael Barkoczy - A cada dia inventamos alguma coisa. Em momentos de crise o mais importante é a inovação. Como todos já devem saber, nossa grande novidade do ano é o 1º Hiper Feirão Flytour de Viagens, uma modalidade de negócio nunca antes praticada no Brasil, que acontece de 2 a 4 de outubro, em Santos (SP). O evento reunirá toda cadeia produtiva do turismo em um único lugar para apresentar ao publico final seus produtos com a intenção exclusiva de venda em promoção. A adesão esta sendo muito boa, temos praticamente o pavilhão já todo lotado de expositores de todo o mundo. Serão mais de 200 expositores, 78 agentes de viagens espalhados em 94 mesas de vendas e um público final estimado em até 14 mil pessoas.


Setembro Abav 2015

27


BWT

AGÊNCIAS de viagens / OPERADORAS / CONSOLIDADORAS Entrevista com Adonai Arruda Filho

Crescimento mesmo com mercado desfavorável

A

se assustam e ficam com receio de serem surpreendidos por uma alta repentina após a compra do pacote. O que torna o momento de lazer em transtorno, com preocupações.

M&E - Quais foram os resultados do primeiro semestre do ano e quais as expectativas para o fechamento de 2015? Adonai Arruda Filho - Com relação ao mesmo período de 2014, registramos um aumento de 88% no faturamento e nossa expectativa para o segundo semestre é de crescimento. Sabemos que o mercado está vivendo um momento delicado, de retração, mas estamos implantando um sistema novo, com novas ferramentas de apoio ao agente e estamos dando início a novas parcerias. Acreditamos no incremento, mesmo com o mercado desfavorável.

M&E - Há intenção de expandir a operadora para outros mercados? Caso sim, quais seriam eles? Adonai Arruda Filho - Sim, há intenção. Os projetos estão em fase de análise estratégica e, neste momento, é prematuro apresentar detalhes.

inda que muitos digam que a crise afeta os resultados e que não há expectativa de melhora para este ano, há quem esteja na contramão de todo esse cenário. É o caso da BWT Operadora. Segundo Adonai Aires Arruda Filho, diretor da empresa, até o momento a BWT já registrou 88% de crescimento em seu faturamento. E a expectativa é de crescimento também para o segundo semestre. Para ele, os resultados são consequências dos investimentos que estão sendo feitos, como a implementação de um novo sistema – ainda a ser lançado e por enquanto segredo de estado, novas ferramentas e parcerias, além de diversificação de produtos. Com o foco sempre voltado ao atendimento dos agentes. Outro motivo para o contínuo crescimento esta em Portugal, na nova unidade da operadora. Em menos de um ano o balanço das operações são positivos e a gama de serviços foi ampliada com inserção de representações de destinos e hotéis.

M&E - De acordo com uma pesquisa do Ipeturis, com a crise econômica brasileira, muitas agências sentiram retração nas vendas. Como a BWT esta lidando com esse cenário? Houve também queda nas vendas da operadora? Adonai Arruda Filho - Mesmo com a crise, não houve queda. Houve crescimento. O mês de julho de 2015 foi o melhor mês na história da BWT. Estamos inovando e investindo no aperfeiçoamento interno, realizando capacitação para os colaboradores, implementando um novo sistema e ferramentas de apoio aos agentes que ainda é confidencial, mas será apresentado em breve, e, diversificando os produtos. Além disso, atribuímos esse resultado ao bom desempenho do escritório de Portugal que tem gerado um impacto muito positivo na empresa.

28

Abav 2015

Setembro

M&E - A alta do dólar ajuda ou atrapalha o turismo? Adonai Arruda Filho - O que atrapalha não é alta do dólar, mas sim sua variação. Com a instabilidade da moeda os turistas

M&E - Há cerca de um ano a BWT abriu um escritório em Lisboa. Já se consegue fazer um balanço das atividades no país? Adonai Arruda Filho - Sim, já é possível fazer um balanço das atividades e temos tido resultados muito positivos. Não estamos atuando exclusivamente como operadora. Nosso papel é mais amplo. Acertamos importantes ações de representação de destinos e hotéis brasileiros no exterior. Este trabalho já nos deu, inclusive, o reconhecimento como um embaixador do destino Brasil em Portugal, o que muito nos orgulha.

M&E - No Brasil, a BWT tem maior atuação nos mercados do sul do país. Tem como fazer um ranking das vendas por mercado e quais são as preferências de cada um? Adonai Arruda Filho - A matriz está em Curitiba (PR), mas observamos hoje uma equiparação de desempenho em todas as regiões em que atuamos. São mercados com potenciais e tamanhos diferentes e por isso, não é possível fazer uma comparação real entre eles. Contudo, temos hoje um nivelamento positivo de resultados em todas as bases onde operamos.

“Mesmo com a crise, não houve queda. Houve crescimento. O mês de julho de 2015 foi o melhor da história da BWT”


Visual Turismo

AGÊNCIAS de viagens / OPERADORAS / CONSOLIDADORAS Entrevista com Afonso Louro

Meta é crescer no internacional

D

e acordo com Afonso Louro, presidente da Visual Turismo, a operadora não pode reclamar do ano. Segundo ele, o principal motivo são as vendas do nacional, que tem se mostrado constantes e cada vez mais antecipadas no mercado. Tanto que a Visual já vendeu praticamente todos os voos fretados que anunciou para as férias de verão. “Com esses resultados conseguimos trabalhar melhor os riscos e buscar oferta extra”, disse Louro. Inclusive, a operadora já esta em busca de voos extras para a demanda, em especial para o Nordeste. Segundo o presidente, o nacional sempre foi o carro chefe da operadora, representando cerca de 70% da receita. O objetivo agora é incrementar o internacional. Para isso um novo portal foi lançado com foco nas vendas de produtos internacionais. A meta é passar de 28% para 35% do resultado total das vendas. “Apesar do impacto da alta do dólar, o internacional tem boas ofertas e promoções que estimulam os passageiros a viajarem”, comentou. Além disso, a Visual tem trabalhado novas ações para incrementar as vendas. Uma delas é a captação de novas agências, que só no mês de junho já venderam mais de R$ 2 milhões. M&E - 2015 é um ano desafiador. Ainda assim, a Visual espera um crescimento de 12% em relação ao ano anterior. Quais serão as ações para atingir essa meta? Afonso Louro - Realmente 2015 é um ano desafiador, mas que ao mesmo tempo oferece oportunidades. Realizamos um trabalho de prospecção de novos clientes, com resultados bem positivos. Durante o primeiro semestre, trabalhamos muito com ofertas e promoções visando estimular o passageiro a viajar. Criamos uma campanha de incentivo ao agente de viagens, o Visual Ma+s Club Tur, pela qual vendas da Visual são convertidas em pontos que podem ser trocados por prêmios. Um sucesso absoluto. Outra ação que estamos desenvolvendo é a captação de novos clientes. Todos nossos executivos têm uma meta de trazer novas agências para trabalharmos. Com isso, em junho deste ano já conseguimos 104 novos clientes, que geraram mais de R$ 2 milhões em vendas. E tudo aponta para que os próximos meses o resultado continue positivo. Além disso, historicamente, entre 60 e 65% das nossas vendas acontecem no segundo semestre, estamos otimistas em atingir a meta de crescimento projetada de 12%. M&E - A Visual lançou durante o seu workshop o novo portal. Quais são as principais facilidades e novidades dessa nova ferramenta? Afonso Louro - Durante a realização do

nosso workshop, anunciamos o novo portal para produtos internacionais, que foi lançado aos agentes de viagem no dia 27 de julho. As principais funcionalidades são motores de busca online de aéreo, hotéis, locação de carro, atividades e pacotes, ademais

orçamentos e vendas online. Estamos muito confiantes de que vamos alavancar nossas vendas internacionais e atingir nossos objetivos com a nova ferramenta, aumentando de 28% para 35% a representatividade do segmento internacional no nosso faturamento até o fim do ano. M&E - Com a alta do dólar, o senhor acredita que os destinos nacionais terão mais destaques nas vendas do que os internacionais? Ainda que o preço das passagens aéreas tenha caído? Afonso Louro - Com a oscilação e a alta do dólar, notamos um aumento nas vendas do segmento de viagens nacionais, principalmente para o fim de ano (férias de verão), visto que já lançamos uma série de voos fretados para o Nordeste, saindo de Guarulhos (SP) e Confins (MG), cuja operação terá início no Natal. Como o segmento internacional conta com boas ofertas e promoções, tanto no que se refere a passagens aéreas como circuitos e hotéis, elas acabam estimulando os passageiros a viajar também para o exterior. É evidente que oscilação e aumento do dólar impacta na nossa indústria. M&E - O Brasil passa por um período de instabilidade. Como o senhor avalia esse cenário? O Turismo pode compensar o mau desempenho de outros setores da economia e ajudar a manter o PIB do país? Afonso Louro - O Brasil vive um momento de instabilidade política e econômica grande, mas o nosso segmento já superou outros modelos de crise, e com muito trabalho, confiança e otimismo vamos superar este também. Tenho um sentimento positivo de que o brasileiro se acostumou a viajar, vai deixar de trocar o automóvel, mas não vai deixar de viajar. De alguma forma, acho que podemos sim colaborar em manter o PIB do país.

“A Visual Turismo sempre teve no nacional o maior volume de seu faturamento. A ideia agora é crescer no internacional e chegar a 35% do total das vendas” Setembro Abav 2015

29


OTAs

Mudança de comportamento Agências, buscadores e outras plataformas interferem na forma do brasileiro consumir viagens Nathalia Marques

A

s Online Travel Agencies (OTAs) não chegam a ser uma novidade para o mercado. Há anos elas ganham escala e geram polêmica no Turismo. O fato é que elas trouxeram inovações e facilidades que mudaram o comportamento de uma parte dos consumidores de viagens no mundo todo. Antes de efetuar uma compra, seja ela online ou em uma agência convencional, o cliente quer saber tudo sobre o destino e preços. De acordo com o Google, de 2014 para cá, a busca por temas relacionados a turismo cresceu 112%. O mundo online não movimenta apenas as OTA’s, mas também sites de classificação como o TripAdisor e buscadores como o Mundi. Eles e as agências online estão, cada vez mais, disponibilizando ferramentas para o trade que ajudam no monitoramento da demanda, aponta tendências e ajuda na tomada de decisões. Alguns desses dados, por exemplo, mostram para onde está indo a demanda devido a alta do dólar. Claudia Martinelli, porta-voz do TripAdvisor no Brasil, revelou que mesmo com o câmbio atual os brasileiros pretendem continuar viajando para destinos internacionais. “De acordo com o TripBarometer, pesquisa feita com 44 mil viajantes e hoteleiros em todo o mundo entre janeiro e fevereiro de 2015, os brasileiros pretendem continuar viajando para destinos internacionais. Enquanto a média global é de 15%, o número de viagens feitas por brasileiros para outros países neste ano deve crescer 37% se comparado a 2014. Apesar desse crescimento, os destinos nacionais continuam sendo os favoritos dos brasileiros, já que aproximadamente 66% dos entrevistados disseram que pretendem realizar uma viagem doméstica em 2015”, complementou. Bom, se os brasileiros ainda querem viajar é importante ficar de olho em quando vão fazer isso. Samantha Hebling, gerente da Decolar.com, explica que os passageiros de internacional compram com pouca antecedência. “Sentimos uma movimentação diferente nas vendas de passagens aéreas e pacotes, pois há uma migração de produtos. Então, o passageiro não deixa de viajar, mas com essa inconstância do dólar ele escolhe destinos nacionais e se ele viajar para algum destino internacional, não compra com tanta antecipação. 30

Abav 2015

Setembro

Desta forma, essa antecedência de compra está ficando menor porque o passageiro tem medo de comprar para daqui a três meses, pois ele não sabe como vai estar o câmbio. No ano passado tínhamos um comportamento de compra com vendas antecipadas em quatro meses, por exemplo. Hoje isso já não é um comportamento”, destacou. E os destinos? Para onde está indo o brasileiro? De acordo com o buscador Mundi, entre os nacionais, Recife foi o preferido, desbancando a liderança de Salvador nos dois anos anteriores. Já no internacional, Miami, Buenos Aires e Orlando são os donos da preferência dos brasileiros. Mas o destaque é Santiago, que saiu da sétima posição em 2014 para a quinta nos primeiros seis meses de 2015. “Temos acompanhado a mudança do comportamento de busca ao longo dos últimos meses. Inicialmente percebemos uma redução de buscas na ponte aérea Rio-São Paulo. No cenário internacional, apesar de Miami continuar liderando a primeira posição no ranking, o volume de buscas para esse destino hoje é mais competitiva com Buenos Aires e Orlando”, explicou a CEO da empresa, Ana Araujo. Há ainda novos players chegando e mexendo com todo o mercado. A Airbnb, por exemplo, já tem no Brasil o seu mercado mais importante na América Latina. “Com mais de 20 mil anúncios, o Rio de Janeiro é a 4ª maior comunidade de anfitriões do Airbnb no mundo, depois de Paris, Nova York e Londres. A Copa do Mundo e as Olimpíadas do próximo ano tornaram o país um destino especial para os viajantes estrangeiros - durante a Copa, por exemplo, mais de 100 mil visitantes ficaram no Airbnb nas 12 cidades sede dos jogos”, destacou Samuel Soares, diretor de marketing do empresa. Esta parece ser uma tendência que veio para ficar. O próprio Hotel Urbano, segundo o seu CEO, José Eduardo Mendes, já está traçando uma estratégia para entrar neste mercado. Além disso, ele garante que as OTA’s não são inimigas das agências convencionais e podem, inclusive, colaborar com elas. “Acredito que OTA’s e agente físico não são excludentes, pelo contrário, podemos e já trabalhamos muito bem juntos. Oferecemos a tecnologia e excelentes preços, e o agente a especialização e o profundo conhecimento de turismo para um atendimento personalizado”.


Decolar

OTAS Entrevista com Samantha Hebling

“Consumidor mudou comportamento de compra”

A

s mudanças econômicas já atingem o comportamento de compra dos viajantes. Segundo Samantha Hebling e Fernando Tanaka, gerentes da Decolar.com, os passageiros estão buscando mais por viagens nacionais e quando buscam por internacional compram com pouca antecedência. “O passageiro tem medo de comprar para daqui a três meses, pois ele não sabe como estará o câmbio”, explicou Hebling. M&E - O Brasil enfrenta um cenário que dispõe de alta do dólar, juros altos e desemprego. Estes fatos podem impactar diretamente no consumidor, que fica menos confiante. Diante de toda esta conjuntura, a Decolar já sente os impactos da crise? Samantha Hebling - Sentimos uma movimentação diferente nas vendas de passagens aéreas e pacotes, pois há uma migração de produtos. Então, o passageiro não deixa de viajar, mas com essa inconstância do dólar, escolhe destinos nacionais. Se viajar para algum destino internacional, não compra com tanta antecipação. Desta forma, essa antecedência de compra está ficando menor porque o passageiro tem medo de comprar para daqui a três meses, pois ele não sabe como estará o câmbio. No ano passado tínhamos um comportamento de compra com vendas antecipadas em quatro meses, por exemplo. Hoje isso já não é um comportamento. M&E - O governo brasileiro colocou em curso ajustes fiscais visando melhorar o cenário econômico. Caso estas medidas demorem a gerar resultados, como a Decolar planeja se posicionar para enfrentar os futuros problemas? Samantha Hebling – Costumamos trabalhar muito ativando uma demanda que hoje não existe. Estimulamos o passageiro a viajar através de promoções. Estamos sempre em busca de oportunidade para rotas onde enxergamos potencial turístico para estimular o passageiro a viajar. Fazemos também combinação de, por exemplo, promoções de aéreo mais hotel. Sempre oferecendo um beneficio em termos de tarifas. Desta forma, estamos competitivos e trazemos para o passageiro não só preço, mas também produto. Fernando Tanaka – Temos as condições de pagamento. Estamos buscando fazer oferta com pagamento em até dez ou 12 vezes durante alguns períodos. Isso acaba se ajustando e adequando mais ao bolso do nosso

estimular qualquer tipo de venda e produto muito rápido. Sendo que, por exemplo, em uma agência tradicional há um time diferente para divulgação e comunicação, então se atinge o passageiro de uma forma menor. No site você está no ar 24 horas, sete dias nas semanas. Agora uma agência tradicional no shopping, por exemplo, acaba ficando limitada pelos horários comerciais. Não ter esses fatores, em um momento de crise, no mundo online para qualquer produto é uma oportunidade. M&E – Como está o momento econômico para as OTAs? Samantha Hebling – A massa de pessoas com acesso a internet e computadores cresce significativamente ao ano e temos acompanhado isso. O consumidor brasileiro está cada vez mais familiarizado com este tipo de venda. Hoje ele tem mais confiança em colocar os dados do cartão de crédito no nosso site. Já existe uma cultura muito mais enraizada de venda online do que cinco anos atrás.

consumidor. São diversas combinações que estamos ofertando para que o cliente encontre uma solução real que se adeque a condição financeira dele no momento. M&E - As OTAs possuem diversas vantagens diante das agências de viagens convencionais e o preço é uma dessas. As agências online devem ser mais bem exploradas pelo setor neste momento? Caso sim, por quê? Samantha Hebling – As agências online possuem uma velocidade que facilita no momento de crise. Na ferramenta online há como

M&E – A Decolar possui um programa de afiliação para as agências de viagens. Como funciona e quais são os benefícios? Fernando Tanaka – O programa de agências filiadas vem para possibilitar o agente que ainda não tinha acesso e conhecimento de como buscar tarifa especial. Temos alguns acordos para que este agente possa realizar as vendas dos produtos que oferecemos. Era muito comum antigamente escutar as pessoas relatando que o passageiro chegava com um preço que somente a Decolar tinha. Então a Decolar lançou uma ferramenta que auxilia os agentes de viagens convencionais a terem o mesmo produto que oferecemos. Assim aumentamos o nosso canal de distribuição e remuneramos esses agentes.

“O passageiro não deixa de viajar, mas com essa inconsistência do dólar, escolhe destinos nacionais”

Setembro Abav 2015

31


Expedia

otas Entrevista com Rafael del Castillo

“Não somos concorrentes das agências”

A

tecnologia está dominando o mundo e não há como fugir. No turismo isso não é diferente. Na rede, as OTAs (Online Travel Agencies) crescem e aparecem. No entanto, causam muita polêmica no setor. Mas a grande verdade é que as OTAs estão trabalhando duro e o resultado pode surpreender mesmo em cenário econômico crítico. O diretor da Expedia para a América do Sul, Rafael del Castillo, conta que desde janeiro de 2014 a empresa obteve um crescimento de 70% na oferta de produtos. Ele ainda ressalta que a alta do dólar é um fator que movimenta o segmento de viagens nacionais. Sobre a polêmica ‘agentes X OTAs’, Castillo é categórico “não somos concorrentes”, declara. M&E - O Brasil representa 4% no mercado global da Expedia. Recentemente, Greg Schulze, vice-presidente Sênior de Transporte, comentou que a empresa deseja duplicar sua representatividade no Brasil até 2018. Diante da crise econômica, como a Expedia pretende alcançar essa meta? Rafael del Castillo - O ano está sendo muito positivo para a Expedia. É possível afirmar que, relativo à perspectiva do produto, o crescimento está duplicando desde o ano passado, atingindo 70% desde o primeiro semestre de 2014. A Expedia abrange consumidores brasileiros que viajam para o exterior, mas os que viajam internamente também. Viajar se torna cada vez mais um hábito dos brasileiros e, diante da alta do dólar e da crise, as pessoas têm se voltado para os destinos domésticos, explorando lugares dentro do próprio país, o que para a Expedia é positivo. M&E- As OTAs são conhecidas por oferecer aos clientes as melhores ofertas. O preço pode ser um aliado das agências de viagens online para enfrentar a recessão econômica? Rafael del Castillo - A Expedia é uma ferramenta que põe à disposição do cliente mais de 510 mil hotéis em todo o mundo, seja via computador, telefone ou smartphones. Muito do que oferecemos é a tecnologia, a facilidade para efetuar a compra. A empresa conta ainda com muitas ferramentas que visam o maior controle por parte hoteleiros, como, por exemplo, no oferecimento e gerenciamento de informações e promoções dos hotéis dentro das plataformas de vendas

32

Abav 2015

Setembro

da Expedia - web site e aplicativos móveis. A empresa reúne mais de 4 mil hospedagens no Brasil, mas também possui aplicativos que oferecem promoções de último minuto, possibilitando ao hoteleiro lançar promoções de última hora e vender noites de estadias que seriam perdidas. Vendas opacas também são possíveis quando o cliente opta por itens e condições prioritárias para a acomodação que deseja e é direcionado para os hotéis que melhor oferecem o que ele procura. M&E - Mesmo com o cenário atual, muitos executivos do trade veem na crise um momento de oportunidade. As OTAs são a oportunidade do turismo? Por quê? Rafael del Castillo - Estamos fazendo um grande esforço de contratação e na captação

de novos parceiros. Pode ser uma oportunidade porque o real, em baixa, faz o país mais atrativo para alguns países, por exemplo, para o público americano vir para o Brasil está muito mais econômico do que há três anos. Então, na verdade, é uma oportunidade para os EUA em geral. M&E - Apesar do crescimento e das vantagens, as OTAs ainda são vistas pelos agentes de viagens com certo receio. O que é necessário para que o setor e os agentes de viagens se unam? Rafael del Castillo - Não somos concorrentes. O agente de viagens tem que pensar que está agregando valor ao seu cliente. Na verdade, temos vários produtos focados em agentes de viagens. Por exemplo, o TAAP, que é do Grupo Expedia direcionado para agentes de viagens, comissiona os agentes que fecham negócios e viagens pela Expedia. Imagine que um agente de viagem que está especializado em destinos domésticos e, de repente, o seu cliente está querendo ir para Argentina, para Bariloche. Eles podem fazer uma parceria conosco, pela nossa página, para que eles consigam fechar pacotes para esses clientes e ganhar uma comissão em cima da venda. Dessa forma, passam a oferecer serviços aos clientes que não conseguiriam de outro jeito. M&E - Para muitos agentes de viagens, a qualidade dos produtos de fornecedores ofertados pelas OTAs é preocupante. Isso é algo real? Rafael del Castillo - A Expedia oferece um espaço de avaliação ao consumidor ou hóspede no website da empresa. É um diferencial que permite que apenas os consumidores que se hospedaram avaliem as instalações e deixem as impressões sobre os produtos e serviços oferecidos pelos hotéis em que se hospedaram. Outras empresas mantêm comentários abertos a pessoas aleatórias, que não necessariamente compraram pela plataforma ou não se hospedaram nos nossos hotéis.


Hotel Urbano

OTAs Entrevista com José Eduardo Mendes

Estratégias para crescer

A

crise que assola o país e o setor de turismo parece não assustar os executivos do Hotel Urbano. A empresa segue anunciando, mês após mês, novas estratégias para garantir um crescimento consolidado e espantar qualquer “fantasma” que possa estragar os planos de expansão. É isso que garante José Eduardo Mendes, cofundador e CEO da agência online de viagens. Em julho, o HU revelou detalhes de uma parceria comercial com o Grupo Priceline e ainda no primeiro semestre deste ano investiu em tecnologia e marketing no Voltem.com (uma plataforma online de aluguel de quartos com a mesma proposta do Airbnb) com a intenção de ganhar mercado principalmente com as Olimpíadas de 2016. Há ainda a intenção de abrir capital na bolsa e expandir as operações para outros países da América Latina.

MERCADO & EVENTOS - Quais as vantagens que o Hotel Urbano terá com o acordo comercial firmado com o Grupo Priceline? José Eduardo Mendes - A Booking.com passa a ser nosso fornecedor exclusivo de inventário localizado fora da América Latina e também parceiro preferencial de hospedagem para os pacotes internacionais oferecidos pelo Hotel Urbano. Na prática, nossos hotéis no Brasil continuarão a ser vistos como nosso primeiro cliente, trabalhamos 24 horas e sete dias por semana para a criação de demanda pro turismo acontecer durante todo o ano e nossos viajantes ganharão mais e melhores opções de destinos e hospedagem para viajar mundo afora. M&E – Com a Voltem.com. vai ser possível concorrer diretamente no Brasil com a gigante norte-americana Airbnb durante as Olimpíadas de 2016? José Eduardo Mendes - Com certeza. Estamos confiantes de que o Voltem.com é a plataforma de aluguel por temporada melhor adaptada ao mercado nacional. Fomos a primeira plataforma do gênero no mundo a permitir ao hóspede parcelar sua estadia em até 10 vezes. O Voltem.com nasceu para atender a uma carência por hospedagens que existe principalmente nos polos turísticos do Brasil e em cidades que sediam grandes eventos. O site permite ao viajante reservar imóveis online por todo o país, em processo semelhante a reserva de hotéis. As pessoas já estão acostumadas a reservar hotéis pela internet. Agora, poderão reservar imóveis com a mesma facilidade. Acreditamos que este é um negócio que vai crescer exponencialmente no Brasil já nos próximos anos.

M&E - O foco agora é a expansão para outros países das América Latina? José Eduardo Mendes - Temos interesse em expandir nossa atuação futuramente, mas queremos fazer tudo com muito planejamento e segurança. Neste momento, enxergamos ainda muitas oportunidades no Brasil. Acreditamos muito que podemos levar para outros países na América Latina o nosso DNA de geração de demanda que possuímos no Brasil. Temos estudado mercados como Colômbia, Chile, Argentina e México. Possivelmente será algo para depois dos Jogos Olímpicos do Rio de 2016. M&E - Como o HU avalia o papel do agente no cenário atual do Turismo? José Eduardo Mendes - Acredito que OTA e agente físico não são excludentes, pelo con-

trário, podemos e já trabalhamos muito bem juntos! Oferecemos a tecnologia e excelentes preços, e o agente a especialização e o profundo conhecimento de turismo para um atendimento personalizado. Lançamos recentemente um programa exclusivo para os agentes de viagens, que podem comercializar todo o portfólio próprio de hotéis e pacotes do Hotel Urbano, além de produtos exclusivos como o Rock in Rio Brasil 2015 - e, tudo isso, com comissão de até 15%. Esta nova plataforma, que já conta com mais de 800 agentes cadastrados, surgiu de uma demanda de muitos agentes e agências que nos procuravam interessados em trabalhar com o nosso portfólio e assim oferecer uma experiência diferenciada aos seus clientes. Oferecemos todo o suporte e capacitação necessários às agências, com fins de incrementar as suas vendas, utilizando a tecnologia de ponta desenvolvida internamente pela equipe de TI do Hotel Urbano. M&E - A expansão de pontos de venda faz parte da estratégia do HU? José Eduardo Mendes - Não. Em 2012, quebramos paradigmas ao sermos a primeira ponto com brasileira a abrir uma loja própria, marcando presença também no ambiente offline. Continuamos com nossa unidade no Barra Shopping, no Rio de Janeiro, contudo, o Hotel Urbano está em um momento de franca expansão e entende que deve focar os seus esforços e investimentos em sua operação online. Onde, aliás, está o nosso DNA e também as maiores oportunidades de crescimento. M&E - Como está a preparação para abertura de capital na Nasdaq? José Eduardo Mendes - Em abril anunciamos a formação do nosso conselho de administração com membros independentes. Essa movimentação veio se somar a uma série de ações que temos tomado e ainda vamos tomar nos próximos meses no processo de estruturação da companhia para estarmos aptos a uma possível abertura de capital no médio-prazo. Somos hoje a empresa de tecnologia líder nacional no segmento de turismo. Temos um claro planejamento estratégico e um sólido pipeline de crescimento seja no curto, médio ou longo prazo. A abertura de capital é uma possibilidade, que vemos com bons olhos e que nos daria a condição de voar ainda mais alto, mas não é uma prioridade para nós no momento. Setembro Abav 2015

33


TripAdvisor

oTAS Entrevista com Claudia Martinelli

Agentes já utilizam o site para auxiliar vendas

O

TripAdvisor se denomina como o maior site de viagens do mundo. A plataforma possui 250 milhões de opiniões de viajantes sobre serviços turísticos. Com um banco de dados desta magnitude, o site consegue realizar diversas pesquisas sobre o comportamento do consumidor. Segundo Claudia Martinelli, porta-voz do TripAdvisor no Brasil, mesmo com a alta do dólar os brasileiros pretendem continuar viajando para destinos internacionais. Por isso, a crise econômica no Brasil não abala o site, que afirma ter uma estratégia global de negócios e continua na América Latina. M&E - O TripAdvisor analisa o perfil do consumidor e esporadicamente divulga pesquisas. Com a alta do dólar, houve alguma mudança no comportamento dos viajantes brasileiros? Claudia Martinelli - De acordo com o TripBarometer, pesquisa feita com 44 mil viajantes e hoteleiros em todo o mundo entre janeiro e fevereiro de 2015, os brasileiros pretendem continuar viajando para destinos internacionais. Enquanto a média global é de 15%, o número de viagens feitas por brasileiros para outros países neste ano deve crescer 37% se comparado a 2014. Apesar deste crescimento, os destinos nacionais continuam sendo os favoritos dos brasileiros, já que aproximadamente 66% dos entrevistados disseram que pretendem realizar uma viagem doméstica em 2015. Já segundo a nossa pesquisa sobre Viagens de Férias em julho feita em maio deste ano, 45% dos entrevistados tinham a intenção de viajar em julho deste ano - 32% disseram que não iriam viajar, enquanto 23% ainda não tinham tomado uma decisão. Metade dos pesquisados (52%) respondeu que iria gastar mais com a viagem deste ano do que em 2014. Um terço dos entrevistados (32%) disse que reservou um orçamento de cerca de R$ 3 mil por pessoa. M&E - A recessão econômica está de alguma forma impactando nas operações do TripAdvisor no Brasil? O site possui alguma estratégia para caso a economia continue em baixa? Claudia Martinelli - O TripAdvisor possui

34

Abav 2015

Setembro

caminhos para se tornarem visíveis e acessíveis por meio de dispositivos móveis a fim de atrair esse perfil de viajante altamente engajado. Independente das decisões das companhias a partir das informações sobre os Viajantes Conectados, uma coisa é certa – mais e mais viajantes estão utilizando seus smartphones para planejar e reservar suas viagens. E os estabelecimentos que encontrarem os melhores caminhos para atrair e engajar esses viajantes terão uma grande vantagem sobre as outras.

uma estratégia global de negócios e continua crescendo na América Latina.

M&E - Há como o TripAdvisor ser uma plataforma de auxílio nas vendas dos agentes de viagens? Claudia Martinelli - Muitos agentes de viagens já utilizam o TripAdvisor como plataforma de auxílio de vendas. Por meio do TripAdvisor é possível encontrar todas as informações necessárias para o planejamento de uma viagem perfeita, desde as melhores opções de hospedagens e passagens aéreas até atividades e restaurantes locais, além das dicas de viajantes postadas em nossos fóruns. E o que alguns ainda não sabem é que é possível reservar não só hotéis e passagens aéreas no site, mas também atrações e alguns restaurantes. No total, são 250 milhões de opiniões, 950 mil hotéis e pousadas, 3 milhões de restaurantes, 560 mil atrações, 123 mil destinos e 38 milhões de fotos de usuários.

M&E - O TripAdvisor divulgou uma pesquisa do TripBarometer “Viajante Conectado” que aponta o Brasil como terceiro país no mundo com mais turistas que utilizam o smartphone para planejar viagem. Como os agentes de viagens podem utilizar as tecnologias e interagir com esses consumidores? Claudia Martinelli - O setor tem a grande oportunidade de atrair um segmento crescente de Viajantes Conectados, para quem os smartphones estão se tornando rapidamente a principal ferramenta de planejamento e reservas. As empresas devem identificar os melhores

M&E - No ano passado, o TripAdvisor em parceria com o Sabre lançou o SeatGuru. Como funciona o aplicativo? Quais são as vantagens para os agentes? Claudia Martinelli - SeatGuru é o melhor guia para o transporte aéreo, dando aos viajantes acesso a mais de 700 mapas (codificados por cores) de assentos de aeronaves cores, dicas sobre voos, detalhes sobre amenidades de avião, fotos enviadas de usuários de cadeiras e camarotes, alertas de status de voo e muito mais. Com essa ferramenta, os agentes podem oferecer as melhores opções de voos para diferentes perfis de clientes.


Setembro Abav 2015

35


Airbnb

Otas Entrevista com Samuel Soares

Plataforma já é utilizada pelas agências de viagens

P

ara a hotelaria convencional uma ameaça, para os viajantes uma alternativa mais econômica. O Airbnb cresce cada vez mais no Brasil e se destaca como uma possível alternativa para alavancar o turismo em um momento de crise. Para Samuel Soares, diretor de marketing do Airbnb, a plataforma é interessante neste momento, pois além de aumentar a renda das pessoas que compartilham suas casas, oferece aos viajantes acomodações 40% mais econômicas. Para o Airbnb, o Brasil já é mercado mais importante na América Latina. Somente no Rio de Janeiro, o site possui 20 mil anúncios disponíveis o que torna a cidade a 4ª maior comunidade de anfitriões do Airbnb no mundo, depois de Paris, Nova York e Londres. Presente em mais de 190 países, o site já é usado pelas agências de viagens que estão auxiliando seus clientes que procuram por uma imersão cultural ou estão viajando com familiares e crianças.

M&E - A crise econômica afetou de alguma forma o setor de aluguel de temporada? Samuel Soares - Assim como outras indústrias, o turismo em geral é afetado quando os brasileiros estão receosos em gastar. Temos notado que o turismo doméstico tem se tornado mais popular entre os brasileiros, isso ocorre devido aos grandes eventos que o país tem recebido e também à desvalorização do real, que faz com que viagens internacionais fiquem mais caras para os brasileiros. M&E - Você acredita que a Airbnb pode ser uma alternativa neste momento de crise para os turistas devido aos valores menores? Samuel Soares - O Airbnb e o compartilhamento de casas se tornam especialmente interessante nos tempos de crise econômica, porque permite que as pessoas consigam aumentar sua renda compartilhando espaços não utilizados e ajudando os viajantes a encontrarem acomodações mais econômicas em seus destinos, em média 40% mais baratas que as opções tradicionais. M&E - Quais são as perspectivas para o segundo semestre? Samuel Soares - Historicamente, o segundo semestre é sempre mais movimentado para a nossa comunidade por que os viajantes estão reservando suas viagens para o ano

36

Abav 2015

Setembro

novo, verão e Carnaval. Este ano, estamos presenciando um aumento de reservas no Rio de Janeiro por conta da proximidade com os Jogos Olímpicos Rio 2016.

M&E - Em vendas o Brasil representa quanto no cenário global da Airbnb? Quais são os destinos mais procurados pelos brasileiros? Samuel Soares - O Brasil é o principal mercado do Airbnb na América Latina tanto em número de anfitriões como de viajantes. Com mais de 20 mil anúncios, o Rio de Janeiro é a quarta maior comunidade de anfitriões do Airbnb no mundo, depois de Paris, Nova York e Londres. A Copa do Mundo e as Olimpíadas do próximo ano tornaram o país um destino especial para os viajantes estrangeiros. Durante a Copa, por exemplo, mais de 100 mil visitantes ficaram no Airbnb nas 12 cidades sede dos jogos. Como parceiro oficial de acomodação dos Jogos Rio 2016, estamos esperando um pico de reservas para o ano que vem. Rio de Janeiro, Buenos Aires, Florida, Nova York e as capitais europeias são os principais destinos dos viajantes brasileiros. M&E - A Airbnb se afirma como um modelo de negócio de turismo. Existe a possibilidade dos agentes de viagens participarem e ganharem como a plataforma? Samuel Soares - Nós temos ouvido de algumas agências de viagens que eles já estão recomendando e ajudando os seus clientes a reservarem acomodações pelo Airbnb, especialmente àqueles que procuram por uma imersão cultural ou estão viajando com familiares e crianças, precisando de grandes espaços e com a conveniência de uma cozinha. Entretanto, a maioria das interações na plataforma acontece diretamente entre hospedes e anfitriões.

“O Brasil é o principal mercado do Airbnb na América Latina. Tanto em número de anfitriões como de viajantes”


Google

OTAS Entrevista com Mônica Carvalho

Consumidor quer se informar antes da compra

A

internet é um recurso importante para os brasileiros que querem viajar, segundo Consumer Barometer, pesquisa do Google que mapeia o papel da busca na jornada de compra do consumidor. O estudo aponta que a internet é usada em toda etapa desde a inspiração para viajar até a finalização da compra. No Google as buscas por destinos turísticos subiram 112% desde 2014. Para Mônica Carvalho, diretora de Negócios de Turismo, do Google Brasil, o trade turístico já consegue entender a importância do buscador neste processo. “As empresas entendem que é preciso estar presente nesta importante etapa da jornada do consumidor, que é a pesquisa”.

M&E - Segundo o Google, as buscas por destinos turísticos subiram 112% desde 2014. Como o Turismo vem se tornando relevante nas buscas da plataforma? Mônica Carvalho - O Turismo sempre foi muito relevante em nossa plataforma, até porque, segundo dados da SPC Brasil, viajar é o maior sonho de consumo dos brasileiros.

M&E - Quais são as buscas mais procuradas voltadas para o Turismo? O que isso diz sobre o consumidor? Mônica Carvalho - Quando olhamos para produtos de Turismo, passagens aéreas e hotéis são os mais buscados. Mas, se dermos um olhar mais amplo, o turismo engloba temas diversos: clima, atrações turísticas, roteiros, dicas, moeda local, passaporte e muito mais. Isto mostra que o consumidor quer se informar cada vez mais para que sua viagem seja aproveitada ao máximo. M&E - Quais ferramentas o Google oferece para este mercado? Mônica Carvalho - Uma ferramenta muito boa para ver tendências de destinos e consumo é o Google Trends. Temos também o Consumer Barometer, pesquisa do Google que mapeia o papel da busca na jornada de compra do consumidor. Também temos o portal Google Think, que traz diversos estudos de caso e artigos sobre internet e marketing. M&E - Diante da crescente busca, as empresas do setor têm investido e identificado o valor de ser relevante na plataforma? Mônica Carvalho - As empresas entendem que é preciso estar presente nesta importante etapa da jornada do consumidor, que é a pesquisa.

Setembro Abav 2015

37


Mundi

oTAS Entrevista com Ana Araujo

Viajante conectado muda forma de viajar

A

tecnologia viabilizou e fomentou o comportamento do viajante por meio da acessibilidade às informações de viagens, destinos e preços. Desta forma, o processo de pesquisa, planejamento e compra de uma viagem passou a ser menos linear e mais social e multitelas. Para Ana Araujo, CEO do Mundi – metabuscador de passagens aéreas e diárias de hotel -, em uma sociedade altamente conectada e imediatista, a sondagem inicial de preços e possibilidades está a apenas alguns cliques do futuro viajante. Quanto mais fluido e integrado for esse caminho entre diferentes dispositivos, melhor será a experiência do usuário e a performance das empresas do mercado de turismo.

M&E - A busca por promoções e pacotes na internet ganhou força entre os novos consumidores. Como o Mundi se diferencia entre tantas opções que a internet oferece? Ana Araujo - O grande benefício oferecido pelo Mundi é justamente consolidar em um único site essa ampla variedade de opções de preços, datas promocionais e destinos nacionais e internacionais, para que o viajante possa comparar e comprar diretamente na companhia, agência ou hotel de sua preferência. É um serviço totalmente gratuito e isento para os viajantes, pois o Mundi não vende passagens nem reservas em hotéis. M&E - Quais as principais buscas dos consumidores brasileiros no site do Mundi? Há possibilidade fazer um ranking dessas pesquisas? Ana Araujo - Sim, o Mundi realiza, regularmente, diversos rankings e análises sobre o interesse por destinos e oscilações nos valores de passagens e hotéis, considerando menores preços ou a melhor relação custo-benefício. Nos destinos domésticos, as cidades do Nordeste continuam sendo as preferidas de paulistas e cariocas tendo Recife, Salvador e Fortaleza como líderes absolutos nos últimos anos. Os destinos internacionais estão em uma corrida mais acirrada no ranking e o interesse varia de acordo com a cidade de origem da viagem. Para os paulistas, por exemplo, Miami é líder absoluta nos últimos três anos. Buenos Aires e Orlando estão confortáveis nas segunda e terceira posições, respectivamente, enquanto que Nova York e Santiago disputam o quarto lugar, desde o final de 2014, quando Santiago começou a ganhar relevância. Já para os cariocas, Miami e Buenos Aires competem 38

Abav 2015

Setembro

pela primeira posição com volumes de busca muito similares. O terceiro lugar fica para Nova York, enquanto que Santiago e Orlando disputam o quarto. As diferenças de perfil entre paulistas e cariocas ficam mais claras a partir da quinta posição. No ranking dos paulistas aparecem cidades européias como Paris, Lisboa e Londres, enquanto que os cariocas preferem viajar para Cancun. M&E - As buscas no Mundi tiveram algum impacto com a alta do dólar ou com o momento econômico do país? Ana Araujo - Temos acompanhado a mudança do comportamento de busca ao longo dos últimos meses. Inicialmente percebemos uma redução de buscas na ponte aérea Rio-São Paulo. No cenário internacional, apesar de Miami continuar liderando a primeira posição no ranking, o volume de buscas para esse destino hoje é mais competitiva com Buenos Aires

e Orlando. Paris perdeu muitas posições de 2014 para 2015. Outra mudança interessante que destacamos, é a disputa entre Nova York e Santiago pela quinta posição. Nos últimos meses, Santiago vem ganhando relevância como destino de férias, se tornando mais uma opção para os brasileiros. M&E - Alguns sites de busca com o tempo evoluíram e hoje já possuem ferramentas de reservas e pagamentos. Essa é uma tendência que o Mundi seguirá? Ana Araujo - Temos acompanhado o amadurecimento do viajante brasileiro no uso de novas tecnologias e conectividade para trazer agilidade e confiança nas suas escolhas. Reparamos que os usuários mais engajados do Mundi são aqueles que compreendem a proposta do serviço de comparação de preços e se sentem confortáveis com as opções oferecidas, pois confiam na isenção do resultado de busca. Sob uma perspectiva B2B ainda existe muito espaço para agregarmos ao mix de mídia de nossos clientes trabalhando em conjunto para deixar o caminho do usuário mais fluido, desde a busca no Mundi até a venda em seus respectivos sites e apps. M&E - Hoje a Mundi oferece comparação para hotéis e passagens aéreas. Há intenção de ampliar o portfólio? Ana Araujo - Sim, temos a intenção de testar uma oferta mais completa do portfólio. Em agosto lançamos uma parceria com a RentalCars para avaliar o engajamento dos usuários com a oferta de aluguel de carros e teremos mais novidades nos próximos meses. M&E - A Mundi tem intenção de fazer parcerias e se aproximar do trade de turismo? Ana Araujo - Sim. O Mundi recebe uma quantidade robusta de visitantes no site, todos os meses, gerando um volume consistente de informação, que nos ajuda a entender o comportamento dos viajantes e as tendências de mercado. Iniciamos algumas conversas com possíveis parceiros com os quais poderemos desenvolver um projeto conjunto para compartilhar com o trade um conhecimento maior sobre o comportamento desse novo viajante, mais independente, mais arrojado e, principalmente, mais conectado.


Gráficos do Setor

OTAS

Top 10 Destinos - 2014 e 2015, segundo a Mundi Pesquisas realizadas entre janeiro e março dos respectivos anos, para voos com ida entre 1/jan a 31/dez do respectivo ano Ano/Nac-Int

Origem

Destino

Média dos menores preços

2014

Média dos preços médios R$ 1.065,09 R$ 1.329,00 R$ 1.235,25 R$ 710,44 R$ 1.531,12 R$ 1.514,14 R$ 1.412,87 R$ 1.315,61 R$ 1.191,28 R$ 807,12

Ano/Nac-Int

Média dos preços médios

Internacionais

Nacionais

São Paulo Salvador R$ 471,46 São Paulo Recife R$ 656,18 São Paulo Fortaleza R$ 616,98 São Paulo Rio de Janeiro R$ 269,67 São Paulo Maceió R$ 770,29 São Paulo Natal R$ 727,58 São Paulo Teresina R$ 765,67 São Paulo João Pessoa R$ 683,05 São Paulo Aracaju R$ 594,40 São Paulo Porto Alegre R$ 330,46 São Paulo Miami R$ 1.866,77 São Paulo Buenos Aires R$ 536,22 São Paulo Nova York R$ 1.892,08 São Paulo Orlando R$ 2.281,93 São Paulo Paris R$ 1.964,17 São Paulo Lisboa R$ 2.137,14 São Paulo Santiago R$ 739,07 São Paulo Londres R$ 2.137,68 São Paulo Madri R$ 2.012,44 São Paulo Roma R$ 2.137,34 Origem

Destino

Média dos menores preços

Internacionais

Nacionais

2015 São Paulo Recife R$ 668,27 São Paulo Salvador R$ 450,25 São Paulo Fortaleza R$ 687,40 São Paulo Rio de Janeiro R$ 284,78 São Paulo Maceió R$ 742,32 São Paulo Natal R$ 732,83 São Paulo João Pessoa R$ 785,93 São Paulo Teresina R$ 839,22 São Paulo Aracaju R$ 781,54 São Paulo Porto Alegre R$ 302,13 São Paulo Miami R$ 1.579,95 São Paulo Buenos Aires R$ 633,20 São Paulo Orlando R$ 1.845,05 São Paulo Nova York R$ 1.783,94 São Paulo Santiago R$ 762,00 São Paulo Londres R$ 2.513,55 São Paulo Lisboa R$ 3.107,00 São Paulo Paris R$ 2.722,40 São Paulo Los Angeles R$ 2.196,82 São Paulo Las Vegas R$ 1.941,47

R$ 4.474,66 R$ 1.155,15 R$ 5.393,97 R$ 6.652,41 R$ 7.643,21 R$ 9.342,51 R$ 1.643,36 R$ 5.647,59 R$ 4.976,39 R$ 5.827,50

R$ 1.547,74 R$ 1.175,84 R$ 1.542,85 R$ 817,70 R$ 1.644,88 R$ 1.571,35 R$ 1.582,20 R$ 1.651,36 R$ 1.680,30 R$ 921,98 R$ 4.376,15 R$ 1.506,49 R$ 4.957,35 R$ 4.668,26 R$ 1.671,30 R$ 6.029,33 R$ 7.683,16 R$ 6.427,55 R$ 5.014,62 R$ 6.153,04 Fonte: Mundi

Setembro Abav 2015

39


Publieditorial

Brazil Travel University, a nova plataforma online de para agentes de viagens Conhecimento para os agentes de viagens e vendas mais eficientes para empresas e destinos. Isso é o que a Brazil Travel University (BTU), primeira e única plataforma de treinamento e educação voltada aos agentes de viagens brasileiros, está trazendo para o mercado. Por meio de uma nova plataforma, a BTU irá revolucionar a maneira de capacitar profissionais no país. A BTU oferece ao trade uma plataforma de e-learning centralizada e integrada para treinamento de agentes de viagens e operadores turísticos brasileiros. O principal objetivo é formar, por meio de cursos online de alta qualidade, agentes e operadores que geram grandes resultados e façam a diferença nas instituições para as quais trabalham. 40

Abav 2015

Setembro

treinamentos

A plataforma foi concebida por profissionais com larga experiência em educação corporativa e no trade de turismo brasileiro. Todos os cursos são desenvolvidos com altíssima qualidade e possuem conteúdos e exercícios interativos que auxiliam na absorção dos conhecimentos com a flexibilidade do aprendizado online. A participação dos profissionais será gratuita e eles terão acesso à plataforma de cursos com vídeos, fotos, slides, arquivos de áudio, textos e muita interatividade. Ao término das capacitações os participantes receberão certificado de conclusão concedendo o status de especialista naquele destino ou produto. Além disso, o agente poderá ter o link de sua empresa exposto no buscador de especialistas,

que ficará disponível no site da BTU e do patrocinador. Para as empresas, a BTU é uma nova forma de se conectar com os agentes de viagens. A plataforma permitirá que os diversos players do mercado tenham um canal de interação com a principal ponta da cadeia: os agentes de viagens. Além de garantir a venda dos seus produtos de uma forma mais eficiente, com profissionais mais qualificados e engajados, elas terão acesso ao banco de dados de alunos e diversos canais de comunicação. A iniciativa tem o apoio do Grupo Folha Dirigida. A BTU é mais uma ferramenta gratuita oferecida pelo MERCADO & EVENTOS – maior jornal do trade de turismo do Brasil – para os agentes de viagens de todo o país.


Setembro Abav 2015

41


Assistência ao viajante

As oportunidades estão na mudança Novas regras para o seguro viagem trazem, além de necessidade de adequação, uma série de oportunidades Nathalia Marques

N

este mês de setembro, as empresas de seguro viagens brasileiras tiveram que se adequar a nova legislação propostas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) através da resolução 315, que determina que as seguradoras tenham que oferecer em viagens internacionais as coberturas de despesas médicas, hospitalares e odontológicas, além das já contempladas, morte e invalidez, e no caso do cliente ser constatado como passageiro irregular a empresa terá que arcar com as despesas da volta. Em viagens nacionais, as coberturas serão opcionais. No entanto é necessário ter ao menos uma básica. Além disso, a proposta fixa que as seguradoras terão como obrigação prestar todas as informações necessárias sobre o produto ideal para o roteiro do cliente. Para o setor, a resolução é importante, pois se adéqua ao novo padrão de mercado e deve gerar novas demandas. Agnaldo Abrahão, diretor Comercial da April, explicou que o brasileiro culturalmente não tem o hábito da contratação de seguro viagem e ainda desconhece os riscos de se fazer uma viagem sem um seguro. “De acordo com pesquisas recentes, no Brasil somente 45% de passageiros com viagem internacional contratam o seguro viagem. Temos ainda um horizonte de 55% para crescimento, somente nesse cenário, sem contar com as viagens domésticas, em que a maior parte do público ainda não contrata o seguro”, frisou. Para o executivo, a mudança irá influenciar o mercado de seguro viagem. “A April está atuando desde já de acordo com os novos padrões do mercado, que trarão mais segurança ao

42

Abav 2015

Setembro

consumidor e maior regulamentação ao setor”, disse. A busca por conquistar novas demandas faz com que muitas empresas apostem no Brasil como um mercado promissor. O país é alvo estratégico para a o ambicioso plano de expansão da April, que prevê um crescimento de 25% nas vendas. Já a GTA pretende aumentar em 15% suas vendas e para isso aposta nos treinamentos dos agentes de viagens. Em 2014, a empresa treinou 6.600 profissionais e em 2015 a meta é capacitar 7.000. Isso porque, a estratégia comercial da GTA é voltada 100% para o relacionamento B2B onde as vendas são efetuadas somente via agente de viagem. “Um dos pilares de sustentação da organização é investir no agente de viagem por meio de capacitações, campanhas de incentivo, ações de relacionamento e apoio às ações comerciais. Uma vez que temos 100% de nosso faturamento nas mãos desses profissionais, eles acabam se tornando nossos principais parceiros”, comentou. A Travel Ace Assistance afirmou já colher bons resultados. Segundo Roberto Roman, vice-presidente, a empresa obteve no primeiro semestre um crescimento de 9% em receita líquida e de 20% na margem operacional, em relação ao mesmo período de 2014. “Acreditamos que a chave para esse crescimento, mesmo em um cenário de crise, é a melhoria contínua dos nossos procedimentos internos e a capacitação dos nossos executivos em todo Brasil e com nossos clientes em todas as partes. Uma vez aplicada essa teoria, os resultados aparecem”, declarou.


Setembro Abav 2015

43


Travel Ace

Assistência ao viajante Entrevista com Roberto Roman

Novos produtos para atingir novos públicos

A

Travel Ace Assistance colocou em prática estratégias para enfrentar o cenário econômico do país que geraram bons resultados. Segundo Roberto Roman, vice-presidente da empresa, o crescimento no primeiro semestre foi de 9% em receita líquida e de 20% na margem operacional, em relação ao mesmo período de 2014. Ainda de acordo com o executivo, o resultado veio através da melhoria dos procedimentos internos e a capacitação dos executivos em todo Brasil. E, o plano não para por aí. A empresa ainda aposta em lançamentos de serviços, apoio ao agente de viagens e em promoções para continuar crescendo.

M&E - A Travel Ace lançou novos produtos este ano como o Special Holiday e maior variedade para o receptivo internacional, além de outros serviços. Fale sobre os novos produtos e qual é a importância deles. Roberto Roman - Assim como o Special Holiday, a Travel Ace vê nos novos produtos uma grande oportunidade para atingir novas e antigas demandas do mercado. Para atingirmos o objetivo de crescermos e ampliarmos nossa atuação nós alinhamos a estratégia de diversificar e melhorar a oferta de produtos disponíveis. Como exemplo dessa ampliação no mix, disponibilizamos o Pet Assistance, um serviço inédito e exclusivo, que oferece uma rede de auxílio para cães e gatos, com cobertura de transporte para veterinários, hotel, atendimento de emergência e urgência, entre outros benefícios. M&E - A empresa já fechou o balanço do primeiro semestre? Quais foram os resultados? Roberto Roman - Após análise no final do primeiro semestre deste ano, apuramos um crescimento de 9% em nossa receita líquida e de 20% na nossa margem operacional em relação ao mesmo período de 2014. Acreditamos que a chave para este crescimento, mesmo em um cenário de crise, é a melhoria contínua dos nossos procedimentos internos e a capacitação dos nossos executivos em todo Brasil e com nossos clientes em todas as partes. Uma vez aplicada essa teoria, os resultados aparecem. M&E - Qual a importância dos agentes de viagens para a Travel Ace? Quanto eles representam nas vendas?

44

Abav 2015

Setembro

Roberto Roman - Os agentes de viagens são a razão de a Travel Ace existir, atuar no mercado e assumir uma posição de liderança por 35 anos. O nosso trabalho é apoiá-los nas demandas do dia-a-dia, apresentando novas soluções para suas empresas e seus clientes. Investimos pesado em tecnologia de ponta para que nossos clientes sejam cada vez mais competitivos. Exemplo disso é o nosso sistema de emissão e nosso recém

-lançado aplicativo para assistência, que já é um sucesso entre os usuários. M&E - O Brasil passa por um cenário de alta do dólar e dificuldades econômicas. Qual a estratégia da Travel Ace para lidar com este cenário? Roberto Roman - A estratégia adotada passar por alguns pontos que consideramos importantes para qualquer empresa que busca manter-se em um cenário tão complicado e ainda ter como objetivo crescimento. Melhoria contínua dos processos internos; o lançamento de aplicativo para facilitar a comunicação dos passageiros com a nossa central; apoio incondicional aos agentes de viagem e operadores com lançamentos de promoções tais quais as já testadas e aprovadas como 2 por 1, 50% de desconto para os acompanhantes e acompanhantes free; lançamento de novos produtos tais como: Pet Assistance, Bagagem Garantida e Seguro Lap Top entre outros e desenvolvimento de um aplicativo que oferece serviço viagem para o público em geral. M&E - Como a Travel Ace analisa a situação atual do setor de seguro viagem? Roberto Roman - A Travel Ace enxerga o segmento com bastante otimismo. Passamos por um ano complicado no cenário nacional, mas também buscamos uma mudança na forma de como lidamos com este mercado. Implantamos novas didáticas e tudo resulta na direção de produtos e métodos que protejam ainda mais nosso cliente final e os agentes de viagens. De um modo geral, em pouco tempo este setor estará mais preparado para dar respostas mais eficientes, agregando mais valor para a viagem do nosso cliente, seja ele de lazer ou corporativo/incentivo.

“Os agentes de viagens são a razão da Travel Ace existir, atuar no mercado e assumir uma posição de liderança por 35 anos”


Setembro Abav 2015

45


GTA

Assistência ao viajante Entrevista com Gelson Popazoglo

Capacitações ampliam vendas em 15%

O

s agentes de viagens são de extrema importância para a Global Travel Assistance (GTA), uma vez que suas vendas são realizadas diretamente por esses profissionais. Por este motivo, a empresa investe muito em capacitações. Para este ano, a meta é treinar sete mil agentes pelo Brasil. “Compartilhar conhecimento é algo que reflete nas vendas, pois um agente munido de informações pode agregar valor às transações comerciais. A GTA vem crescendo nas vendas na casa de 15% com esta ação”, revelou Gelson Popazoglo, diretor-comercial da empresa. M&E - A GTA investe forte em capacitação para os agentes de viagens. Qual a importância dos agentes? Gelson Popazoglo - A GTA tem sua estratégia comercial voltada 100% para o relacionamento B2B onde as vendas são efetuadas somente via agente de viagens. Um dos pilares de sustentação da organização é investir no agente por meio de capacitações, campanhas de incentivo, ações de relacionamento e apoio às ações comerciais voltadas para esses profissionais. Uma vez que temos 100% de nosso faturamento nas mãos dos agentes de viagem, eles acabam se tornando nossos principais parceiros. M&E - Já é possível identificar os resultados dos investimentos? Gelson Popazoglo - Sim, uma das ações que estamos fazendo ao longo do ano são os treinamentos voltados para o agente. Temos módulos, seja in house, no auditório da GTA e também fechamos parcerias com os principais resorts do Brasil, como o Portobello Resorts & Safari, entre outros. Em 2014 realizamos treinamento para 6.600 agentes de viagens e em 2015 nossa meta é capacitar 7 mil agentes. Compartilhar conhecimento é algo que reflete nas vendas, pois um agente munido de informações pode agregar valor às transações comerciais. A GTA vem crescendo nas vendas na casa de 15% com esta ação. M&E - Como foi o primeiro semestre para a GTA? Gelson Popazoglo - A GTA tem alguns indicadores de performance e um deles é o numero de vouchers emitidos. Quando comparamos o primeiro semestre deste ano com o ano anterior, conseguimos manter o numero de emissões que é um grande feito.

46

Abav 2015

Setembro

e já faz parte de seu planejamento viajar e conhecer novos lugares. Registramos um aumento na comercialização de planos para viagens nacionais. M&E - Os brasileiros sabem da importância do seguro viagem? Gelson Popazoglo - Ainda não. Sabemos que todo brasileiro faz seguro para tirar seu carro zero de uma concessionária, mas apenas 35% dos brasileiros compram uma assistência de viagem para viajar para o exterior. Quando avaliamos a compra do produto para viagens nacionais este percentual é ainda menor. M&E - Como a GTA pretende aumentar seu share no Brasil? Gelson Popazoglo - A GTA completa este ano 25 anos de atuação no segmento do turismo e nossa missão é garantir a nossos clientes o melhor atendimento em qualquer parte do planeta pela excelência e qualidade dos serviços prestados, gerando confiabilidade no relacionamento. Baseado nesta missão e no relacionamento comercial da equipe, pretendemos aumentar nossa participação no mercado brasileiro.

M&E - A alta do dólar pode incentivar o mercado de viagem nacional. A GTA sentiu um aumento do seguro viagem para destinos nacionais? Gelson Popazoglo - Sim, com certeza. O brasileiro já pegou o gosto pelas viagens

M&E - Qual a opinião da empresa sobre as mudanças na legislação de seguro viagem? Gelson Popazoglo - Entendemos que a nova regulamentação vai adequar a atuação das empresas de seguro viagem. Ou seja, todas passam a ter seus produtos garantidos por uma seguradora estabelecida no Brasil, o que é ótimo tanto para o cliente final como para o agente de viagens. Uma vez que nosso negócio é cuidar de pessoas, precisamos garantir a excelência de atendimento do cliente no Brasil e no exterior.

“Uma vez que nosso negócio é cuidar de pessoas, precisamos garantir a excelência de atendimento no Brasil e no exterior”


Setembro Abav 2015

47


April

Assistência ao viajante Entrevista com Agnaldo Abrahão

“Brasil é mercado estratégico”

U

m plano de expansão está em curso na April Coris, que até 2018 pretende igualar as vendas no mercado internacional com as do mercado francês, país de origem da empresa. O Brasil é alvo estratégico para este ambicioso plano, que prevê um crescimento nas vendas do país em 25%. Segundo Agnaldo Abrahão, diretor Comercial da April, a alta do dólar não teve atingir as vendas em geral, apenas para os Estados Unidos. Desta forma, o investimento em terras brasileiras deve continuar, uma vez que 55% dos brasileiros que realizam viagens internacionais ainda não contratam seguro viagem. “O brasileiro culturalmente não tem o hábito da contratação de seguro viagem e ainda desconhece os riscos de se fazer uma viagem sem um seguro”. Abrahão ainda destaca a importância da nova lei relacionada ao segmento de seguros viagens que foi recentemente aprovada. Segundo ele, a nova legislação deve beneficiar tanto o consumidor quanto o setor.

M&E - Segundo Philip Namiech, CEO para as Américas da April, o mercado internacional representa uma fatia de 5% a 10% e a April pretende atingir o patamar de 50% com um plano que será executado até 2018. Qual a importância do Brasil para a empresa? Agnaldo Abrahão - O plano da April é que, até 2018, os mercados internacionais, incluindo o Brasil, se igualem em vendas ao mercado francês, passando a representar 50% do total global comercializado pela April. O Brasil tem grande importância para a April nessa meta, sendo um dos países prioritários para o crescimento da empresa. Visando o crescimento da atuação da empresa no mercado interno, a linha de produtos da April recebeu um upgrade que inclui um incremento de cerca de 10% no valor das coberturas dos planos de seguro viagem e até 30% em redução das tarifas. Com isso, a April projeta um crescimento de vendas no Brasil de até 25%. M&E- A alta do dólar atingiu de alguma forma as vendas da April no primeiro semestre? Agnaldo Abrahão - A alta do dólar teve impacto principalmente para viajantes que elegeram como destino os EUA. Mesmo assim, a redução foi menor do que o previsto, pois as companhias aéreas reduziram as tarifas em dólares para esse destino, o que compensou de alguma forma a alta da moeda norte-americana frente ao real, tornando os preços mais acessíveis. Uma vez que o desejo da

48

Abav 2015

Setembro

companhia ofereceu ao mercado de Seguro Viagem. São 25 motivos cobertos pela companhia em caso de cancelamento de viagem, bem acima do que costumava ser oferecido pelo mercado. Além disso, neste ano lançamos a campanha ‘Coris dá um UP em sua vida’, que já sorteou três prêmios, incluindo um carro Volkswagen UP. Com essa promoção, garantimos uma maior proximidade e parceria com agentes de viagem, que se sentiram ainda mais incentivados em trabalhar com nossos produtos para participar da promoção, gerando um incremento de cerca de 20% nas nossas vendas desde o início da campanha. M&E- A April pretende lançar novos serviços ainda este ano? Agnaldo Abrahão - A April está planejando o lançamento de novos serviços atrelados à assistência ao viajante. Queremos fornecer soluções que englobem todos os aspectos e etapas da viagem dos nossos clientes, assim como disponibilizar também novas facilidades na área de tecnologia para os nossos parceiros, os agentes de viagem.

viagem está mantido, o viajante deve eleger um seguro viagem para poder viajar tranquilo. Outro fato que colaborou para manutenção dos números no primeiro semestre do ano foram às viagens com destino à Europa, que foram mantidas. M&E- A April Coris realizou o lançamento de um novo produto e uma nova ação de incentivo para os agentes de viagens brasileiros. Qual a importância destes investimentos? Agnaldo Abrahão - O Plus Reason, que hoje faz parte de todos os planos ofertados pela April, foi uma grande inovação que a

M&E- Como a empresa analisa o cenário de seguro viagem atualmente no Brasil? Agnaldo Abrahão - O brasileiro culturalmente não tem o hábito da contratação de seguro viagem e ainda desconhece os riscos de se fazer uma viagem sem um seguro. De acordo com pesquisas recentes, no Brasil somente 45% de passageiros com viagem internacional contratam o seguro viagem. Temos ainda um horizonte de 55% para crescimento, somente nesse cenário, sem contar com as viagens domésticas, em que a maior parte do público ainda não contrata o seguro. Além disso, há outro aspecto que irá influenciar o mercado de seguro viagem. A partir do próximo mês, todas as empresas atuantes nesse setor deverão estar adequadas às novas regras da Susep, seguindo a Resolução 315, publicada em setembro de 2014. A April está atuando desde já de acordo com os novos padrões do mercado, que trarão mais segurança ao consumidor e maior regulamentação ao setor.


Setembro Abav 2015

49


aviação

Voos turbulentos e câmbio volátil Após superar críticas pós-Copa, aviação vive momento de instabilidade com alta do dólar Rafael Massadar

O

cenário macroeconômico negativo, o câmbio volátil e a perspectiva de uma maior concorrência levam as aéreas a enfrentar um ano mais turbulento em 2015. O alento vem dos preços mais baixos do combustível, em particular se permanecerem no atual patamar ao longo do ano. Ainda assim, após terem passado os últimos dois anos buscando cortar custos e ganhar eficiência, as empresas se estruturam para garantir um bom posicionamento com o aguardado desenvolvimento da aviação regional, que pode garantir novos passageiros e crescimento futuro. A demanda total consolidada por viagens aéreas domésticas, na medida em passageiros-quilômetros transportados, cresceu 3,8% nos primeiros seis meses de 2015, em relação a 2014. O comportamento revela uma queda no ritmo de evolução da atividade de transporte aéreo dentro do país, que até maio registrava alta acumulada de demanda de 4,2%. É um crescimento menor, mas o setor segue avançando e trazendo inúmeras inovações, mesmo com a atual situação econômica. Para o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, o cenário atual da economia merece uma maior atenção, especialmente por conta da queda de viagens corporativas. Por este motivo, ele acredita que o crescimento neste ano será menor do que nos anteriores. “Ele não será repetido. O ambiente econômico fez com que aproximadamente 40% do mercado corporativo parasse de viajar. Outro fator é o valor do bilhete aéreo, em média, 20% abaixo do ano passado. Além disso, no início de agosto, o dólar bateu na casa dos R$ 3,50, o que impacta em 60% os nossos custos. Isso compromete diretamente o nosso resultado”, diz Sanovicz. Do lado da oferta, as companhias têm sinalizado com a manutenção da capacidade atual. As companhias aéreas brasileiras confirmaram reajustes na malha aérea, porém com o objetivo de manter estável o número de assentos ofertados no mercado doméstico. Para o diretor da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) no Brasil, Carlos Ebner, as concessões de cinco ae50

Abav 2015

Setembro

roportos para a iniciativa privada foram primordiais para dar maior sustentação ao crescimento do transporte aéreo no Brasil, tanto do ponto de vista de voos domésticos, como internacionais foram fundamentais e prepararam as companhias para enfrentar 2015. “Por outro lado, temos um dever de casa a fazer quanto as questões regulatórias, alinhando-as às práticas mundiais para dar maior eficiência e sustentabilidade ao transporte aéreo”, alerta. Ele acrescenta que a recente redução do preço do petróleo, que influência diretamente o querosene de aviação (QAV), dá um alívio adicional. O preço internacional do QAV caiu 42% em um ano, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA). Como o combustível responde por cerca de 40% dos custos de uma aérea brasileira, qualquer redução tende a permitir aumento na rentabilidade. Mas, com cerca de 55% dos custos denominados em dólar, inclusive o QVA, os ganhos para as empresas aéreas não devem ser tão fortes como no exterior, e a moeda norte-americana mais cara deve elevar custos de manutenção e reposição de peças, além do leasing de aeronaves. “Hoje temos duas questões que nos impedem que os preços continuem abaixando, são elas: o preço do querosene, que é maior que a média mundial, representando 40% do preço das tarifas (na média mundial são 33%), e os custos ligados a tributos em infraestrutura, o que impacta diretamente o nosso resultado”, resumiu Sanovicz.

Aviação regional - Apesar do momento exigir cautela, as empresas devem se comprometer como novos investimentos, acertando a compra de novas aeronaves, em preparação para a esperada expansão do mercado regional, que deve ser impulsionado a partir da efetivação do programa federal de Desenvolvimento da Aviação Regional. O programa, que inclui investimentos em 270 aeroportos e subsídio para as aéreas realizarem voos ao interior, foi objeto de Medida Provisória encaminhada ao Congresso em julho de 2014. A matéria, entretanto, não foi votada dentro do prazo e perdeu validade.


Setembro Abav 2015

51


Abear

aviação Entrevista com Eduardo Sanovicz

Setor crescerá menos em 2015

A

demanda total consolidada por viagens aéreas domésticas, na medida em passageiros-quilômetros transportados, cresceu 3,8% nos primeiros seis meses de 2015 em relação a 2014. O comportamento revela uma queda no ritmo de evolução da atividade de transporte aéreo dentro do país, que até maio registrava alta acumulada de demanda de 4,2%. É um crescimento menor. Mas o setor segue avançando e trazendo inúmeras inovações, mesmo com a atual situação econômica. “Temos um cenário que inspira maior atenção desde meados do ano passado, quando o mercado, no segmento corporativo, em especial, começou a dar sinais de uma menor disposição de consumo. As companhias aéreas reagiram oferecendo produtos mais atrativos, destinos, tarifas, aumentando os esforços de vendas, o que garantiu ainda o desempenho bom de dezembro e janeiro. Mas desde então nossas taxas mensais de demanda tem mostrado tendência de redução”, avalia o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz. MERCADO & EVENTOS - A Copa do Mundo melhorou efetivamente a infraestrutura dos nossos aeroportos? Eduardo Sanovicz - Sim. A entrega dos aeroportos para o evento esportivo melhorou a experiência do viajante. Os que chamam mais atenção são: o terminal 3 de Guarulhos, Brasília e Natal. Os demais que passaram por concessão (Confins e Galeão) ainda estão em um estágio um pouco inferior. A nossa expectativa é que eles também caminhem e melhorem no quesito atendimento. E essa percepção não é só minha, no início de agosto deste ano foi divulgada uma pesquisa de satisfação dos usuários dos aeroportos, onde os passageiros, em geral, aumentaram em 20% após a Copa do Mundo.

M&E – Quando efetivamente o acordo de céus abertos (“Open skies”no jargão do setor) assinado em 2011 pelos governos dos EUA e Brasil entrará em ação? Eduardo Sanovicz – A cada ano o número de voo das companhias aéreas norte-americanas aumenta consideravelmente. Atualmente, são mais de 160 frequências semanais para o Brasil. O cenário dos números aumentará ano que vem e em 2017. Em 2018, ele será ratificado de vez.

M&E – O aeroporto RIOgaleão, que será o principal aeroporto das Olimpíadas, caiu nesse ranking divulgado pela Secretaria de Aviação Civil. Isso preocupa? Eduardo Sanovicz – Não. A concessionária ainda não conseguiu colocar ele numa forma satisfatória de funcionamento, como Guarulhos e Brasília, mas espero que isso ocorra como planejado.

demais. Logo, diria que as empresas possuem uma qualidade serviço igual ou melhor do que as dos outros países. Porém, esperamos que os outros agentes econômicos cheguem no mesmo nível que o nosso.

M&E – O que falta para chegarmos ao “primeiro mundo” da aviação? Eduardo Sanovicz – Acho que falta pouco. O que precisamos, de verdade, é fazer com que todos os nossos aeroportos tenham uma qualidade de atendimento que deixem os passageiros satisfeitos. Acredito que temos de ter qualidade de serviços em todos os nossos aeroportos. No ponto de vista dos serviços oferecidos pelas companhias aéreas brasileiras, de acordo com a pesquisa de satisfação, eles são muito superiores aos

M&E – Por que dificilmente repetiremos o resultado de 2014, de crescimento anual da ordem de quase 6%? Eduardo Sanovicz – Ele não será repetido. O ambiente econômico fez com que aproximadamente 40% do mercado corporativo parasse de viajar. Outro fator é o valor do bilhete aéreo, em média, 20% abaixo do ano passado. Além disso, no início de agosto, o dólar bateu na casa dos R$ 3,50, o que impacta em 60% os nossos custos. Isso compromete diretamente no nosso resultado.

52

Abav 2015

Setembro

M&E – Muito se fala que a crise continua em 2016. Você acredita que mesmo com os Jogos Olímpicos será um ano ruim para a aviação no país? Eduardo Sanovicz – As Olimpíadas serão positivas para a imagem do Rio de Janeiro e consequentemente do Brasil. Ela vai ser para melhorar o posicionamento do país em relação a realização de grandes eventos. Na verdade, para as companhias aéreas, a competição esportiva será como a Copa do Mundo, o tráfego de lazer aumenta um pouco. Em relação a números, nos Jogos de Pequim, em 2008, o tráfego aéreo, no período, caiu 3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em 2012, em Londres, caiu 1,51%. Isso porque naturalmente em um evento esportivo dessa magnitude, o segmento corporativo, que é regular, cai e o lazer sobe um pouco.

M&E – Em relação aos preços dos bilhetes aéreos. O valor médio vem caindo nos últimos meses. Você acredita que eles diminuíram mais? Eduardo Sanovicz – Nossos preços não são altos. Atualmente, mais de um terço dos passageiros pagam menos de R$ 300 para voar. A tarifa média caiu 50% ao longo dos dez anos, o que fez da aviação um transporte de massa no Brasil. E ele não cai mais ainda porque batemos no piso do preço mínimo como as nossas próprias ações. Hoje, temos duas questões que nos impedem que os preços continuem abaixando, são elas: o preço do querosene, que é maior que a média mundial, representando 40% do preço das tarifas (na média mundial são 33%), e os custos ligados a tributos em infraestrutura, o que impacta diretamente no nosso resultado. Nossa Agenda 2020 aponta caminhos para mercado do transporte aéreo brasileiro ultrapassar 200 milhões de passageiros.


Setembro Abav 2015

53


Iata

aviação Entrevista com Carlos Ebner

Aéreas terão maior lucro da história

A

s companhias aéreas deverão registrar neste ano o maior lucro desde os anos 60, resultado impulsionado pela queda esperada de 35% no preço do petróleo, taxas recorde de ocupação e pela recuperação das aéreas norte-americanas. O lucro somado deve atingir US$ 29,3 bilhões, uma alta de 78,65% sobre o resultado de 2014, de acordo com projeções divulgadas na durante a conferência anual da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), em Miami. Apesar das boas perspectivas anunciadas, o diretor da Iata no Brasil, Carlos Ebner, diz que “temos um dever de casa a fazer quanto a questões regulatórias alinhando-as às práticas mundiais” O executivo, porém, destaca que nos últimos dez anos, o Brasil alcançou conquistas muito importantes em na sua história da aviação, proporcionando acesso de mais classes sociais às viagens aéreas. “Esperamos que esse momento econômico seja transitório para que a modernização do transporte aéreo continue firme e forte”, aponta Carlos Ebner. M&E - Como a Iata vê esse momento de crise no Brasil? Carlos Ebner - Com bastante preocupação no curto e médio prazo. Nos últimos dez anos, o Brasil alcançou conquistas muito importantes em na sua história da aviação. Desde o crescimento do transporte aéreo no País que proporcionou o acesso de mais classes sociais a viagens aéreas à melhorias da conectividade entre cidades e regiões promovendo, claramente, o crescimento econômico e seus benefícios como renda e emprego. Sendo o quarto mercado doméstico mundial na movimentação de passageiros, as concessões de cinco aeroportos para a iniciativa privada foram primordiais para dar maior sustentação ao crescimento do transporte aéreo no Brasil, tanto do ponto de vista de voos domésticos como internacionais. Por outro lado, temos um dever de casa a fazer quanto as questões regulatórias alinhando-as às práticas mundiais para dar maior eficiência e sustentabilidade ao transporte aéreo. M&E - Recentemente, a Comissão do Senado recomendou abertura total do setor aéreo ao capital estrangeiro. O que a Iata acha sobre isso? Carlos Ebner - A aviação brasileira se encontra em “fase crescente, ainda não madura”. O limite é de 25% nos Estados Unidos, e de 49%, na Europa. O Brasil é o quarto maior mercado doméstico do mundo. Os Estados Unidos, grande defensor dos céus abertos, requer hoje competição justa. As empresas do Oriente Médio se estabeleceram e não têm custo social, greve, impostos. Isso cria grande diferença na competição.

54

Abav 2015

Setembro

M&E - Estudos da Boeing mostram que até 2034 o mundo precisará de 39 mil novos aviões, três mil dos quais serão destinados à América Latina. O Brasil representa, aproximadamente, 40% de todo o mercado latino americano. Estamos preparados? Carlos Ebner - O transporte aéreo é uma das indústrias que transformaram o mundo, promovendo conexões rápidas e frequentes entre cidades ao redor do globo e proporcionando a globalização ao dar novos contornos ao mundo dos negócios e à integração dos cidadãos do mundo. Nos últimos quarenta anos, a indústria do transporte de passageiros cresceu 10 vezes e a de cargas 14 vezes, comparadas ao crescimento de quatro vezes do PIB mundial. Neste período, as empresas aéreas foram capazes de gerar receitas suficientes e lucros para cumprir com os

compromissos com fornecedores e pagar suas dívidas. Infelizmente, nada ou muito pouco, em raras ocasiões, foi deixado para os investidores que provêem o capital para as empresas aéreas. O que queremos dizer com isso é que depois da onda de privatização das empresas aéreas (hoje 75% das empresas são privadas ou têm a maioria do capital junto ao setor privado), este investidor demandará um retorno adequado ao seu capital para continuar investindo na indústria. Estimamos que as novas aquisições em termos mundiais exigirão investimentos de quatro a cinco trilhões de dólares e, portanto, a indústria terá que atrair novos investidores. Isto significa melhorar o nível de rentabilidade. Parceria entre as empresas aéreas e seus provedores fazem todo sentido para a busca de maior eficiência, principalmente com os operadores aeroportuários. Os governos também terão que contribuir. Cobranças de taxas altas, sem contrapartida nos serviços, e regulações malfeitas prejudicam as empresas e os consumidores em vários países. Uma parceria para regulação inteligente é necessária por parte dos governantes, para maximizar os benefícios que o transporte aéreo traz para a economia. M&E - Como está evoluindo a implantação do New Distribution Capability (NDC)? Carlos Ebner - O NDC é uma iniciativa IATA para adoção de um padrão comum de transmissão de dados na indústria aérea. NDC não é um sistema, é uma linguagem moderna, baseada em xml, para troca de informações. Durante o ano de 2014, IATA efetivou pilotos com oito empresas aéreas, entre elas: Air Canada, British Airways, United Air Lines Qatar Airways e Virgin Atlantic, incluindo processos de voos codeshare, seguro viagem e compra via telefone celular. A United disponibilizou transações reais, com possibilidade de compra do assento conforto através sistema de distribuição (GDS) Amadeus. British Airways disponibiliza documentação API (Application Program Interface) para integração com seus parceiros. Em 2015, são oito empresas aéreas desenvolvendo projetos pilotos, sendo elas: Lufthansa, Qantas, InselAir, Swiss, Hongkong Airlines UIA, Avianca e Gol. A Gol Linhas Aéreas será a primeira aérea brasileira a ter um piloto no NDC (New Distribution Capability) em parceria com seu provedor, Navitaire. O projeto piloto foi anunciado no AGM 2015 (Annual General Meeting) e tem data de lançamento prevista para setembro 2015.


Latam

aviação Entrevista com Igor Miranda

Nova marca e investimentos de R$ 13 bi no Brasil

O

Grupo Latam Airlines anunciou a unificação de suas marcas Lan e Tam em uma única identidade, que será conhecida como Latam. A marca unificada começará a ser fisicamente visível em aviões e outras áreas a partir do ano que vem, e o processo inteiro deve demorar cerca de três anos para ser concluído. “A decisão de criar uma marca global e unificada em vez de suas marcas domésticas fortes ressalta o crescente foco da indústria em turismo internacional para compensar a demanda doméstica mais fraca na região”, disse o diretor de Vendas Indiretas da Tam Linhas Aéreas, Igor Miranda. Em relação ao mercado brasileiro, a Tam anunciou que reduzirá a capacidade doméstica. Porém estima um aumento na margem operacional. M&E - A Latam anunciou que investirá R$ 13 bilhões no Brasil nos próximos três anos. O que será feito? Igor Miranda - A maior fatia dos R$ 13 bilhões destinados ao Brasil nos próximos três anos se refere aos investimentos de renovação de frota. Uma parcela menor desse montante tem relação com investimentos necessários em tecnologia, infraestrutura e melhorias de produtos e serviços. M&E - A Tam planeja reduzir malha aérea de 8% a 10% neste ano. O plano de investimentos na aviação regional no Brasil será revisto? Igor Miranda - Os ajustes programados para o mercado doméstico brasileiro são necessários para a Tam se adequar ao atual cenário macroeconômico. Mas a companhia teve o cuidado de não deixar de atender nenhum mercado onde opera atualmente no país, além de não modificar seus planos de investimentos a longo prazo. No caso da aviação regional, importante lembrar que a empresa já inaugurou quatro novos destinos no Brasil este ano, com o início dos voos em Jaguaruna, em Santa Catarina, Juazeiro do Norte, no Ceará, e São José dos Campos e Bauru, em São Paulo. M&E – Quando serão perceptíveis as primeiras mudanças com a criação da marca Latam? Igor Miranda – A chegada da Latam, de forma unificada, exige uma série de adaptações no mercado de negócio que praticamos hoje. Estamos falando desde unificação de sistemas a pinturas de aeronaves e novos uniformes de tripulação. Estamos estimando que essa exibição da nova marca deva custar cerca de US$ 40 milhões.

Igor Miranda - A Tam está agindo com muita cautela no planejamento dos voos para identificar os mercados mais promissores. É extremamente importante ter uma capacidade adequada ao atual ritmo de crescimento ou de retração da economia no Brasil. Além disso, a empresa está investindo em processos para ser a companhia aérea líder em eficiência operacional no que se refere a pontualidade e regularidade dos voos, e trabalhando de forma intensa para reconhecer e premiar a lealdade do passageiro frequente no Tam Fidelidade. Outra frente importante é o cuidado em gerar conectividade, planejando a malha aérea de forma estratégica, com fortalecimento dos hubs de Brasília e São Paulo. M&E – Qual a sua opinião sobre a cobrança do DCC? Igor Miranda - Não vamos aderir a esta taxa, é um tipo de prática que não apoiamos. Não queremos sobretaxar nossos parceiros distribuidores. Queremos ser cada vez menos burocráticos e mais convenientes para nossos parceiros e clientes.

M&E - Esses serão os únicos efeitos da crise para a companhia aérea? Igor Miranda - Além do ajuste de capacidade que a companhia já anunciou para o mercado doméstico brasileiro, acaba de ser anunciado um novo guidance para a margem operacional do Grupo Latam Airlines neste ano. Agora, estima-se uma margem operacional anual entre 3,5% e 5%, aproximadamente. Anteriormente, a estimativa estava entre 6% e 8%. Todas essas medidas e revisões refletem o cenário desafiador enfrentado no mercado brasileiro. Por isso, a companhia continua muito atenta, sobretudo à queda da demanda dos passageiros corporativos, para planejar com muita cautela os novos investimentos, e preservando os planos de longo prazo do Grupo Latam. M&E - O que a Tam planeja para reverter a atual conjuntura econômica?

M&E - A Tam é a parceira dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O evento deverá gerar um impacto menor que o observado durante a Copa de 2014? Por quê? Igor Miranda - A companhia ainda aguarda definições importantes para mapear de forma satisfatória todos os impactos e necessidades operacionais. É preciso saber, por exemplo, como será a restrição do espaço aéreo no Rio de Janeiro no período dos jogos, entre outros fatores importantes. M&E - Quais são as estimativas da companhia aérea para o evento esportivo? Igor Miranda - Ainda aguardamos definições importantes para mapear de forma satisfatória todos os impactos e necessidades operacionais, mas vale lembrar que a empresa se prepara e está consciente da sua responsabilidade de conectar as pessoas aos Jogos com qualidade e segurança, trabalhando com muito cuidado e excelência no atendimento nos aeroportos, na prestação de serviço 24 horas e de informação precisa e ágil para o passageiro. Setembro Abav 2015

55


Gol

aviação Entrevista com Fabio Mader

Novo visual e mais tecnologia a bordo

A

Gol Linhas Aéreas surpreendeu ao lançar seu novo logotipo. A identidade visual da companhia, utilizada por mais de 14 anos, foi substituída por uma figura com elos nitidamente entrelaçados, porém as cores laranja e cinza foram preservadas. Foram preservados a cor laranja e o uso do nome da empresa como logomarca. A palavra, no entanto, ganhou a figura de elos entrelaçados. “Este elo representa ainda a união, afinal, a Gol aproxima as pessoas a seus sonhos e destinos”, disse o diretor Comercial da aérea, Fabio Mader. Outra operação importante anunciada no primeiro semestre foi o aumento da participação da norte-americana Delta Air Lines no capital da empresa. O negócio prevê que a Delta eleve sua fatia na Gol dos atuais cerca de 3% para próximo de 10% por meio de uma operação de aumento de capital da companhia aérea brasileira. M&E - Recentemente, a Gol divulgou a sua nova logomarca. O que representa? Fabio Mader - A nova marca Gol celebra o atual momento da companhia de importantes conquistas e investimentos em produtos, serviços, tecnologia e atendimento. Ainda mais forte e moderna, esta nova identidade visual representa tudo o que conquistamos até aqui e também uma nova fase da nossa trajetória, marcada pela tecnologia de ponta para atender as necessidades dos nossos clientes, unindo mais conforto, comodidade e foco no atendimento de excelência. Além disso, os elos reforçam a missão da empresa, que é diminuir distâncias e unir as pessoas com segurança e inteligência. M&E - E a crise, qual é o tamanho desse efeito cambial para a companhia? A Gol vai reestruturar a sua oferta? Caso sim, como e quando? Fabio Mader - Em agosto, foi anunciada uma nova projeção para este ano, com intervalo de 2 até redução de 4% no número de assentos no mercado doméstico. A companhia continuará acompanhando a evolução do cenário ao longo dos próximos meses e, se for necessário, esse índice será revisado. Desde 2011, a Gol é a companhia aérea que mais reduziu a oferta de assentos entre as empresas que servem o mercado doméstico, com objetivo de adequar o tamanho da operação. Como resultado deste ajuste, a empresa apresentou um aumento de eficiência operacional que, medido pela taxa de ocupação, evoluiu de 69% em 2011 para 78,5% no acumulado de 2015, uma expansão de 9,5 pontos percentuais.

56

Abav 2015

Setembro

M&E - Investir no transporte de cargas e voos internacionais, e fazer acordos de compartilhamento de voos com outras companhias foram as soluções encontradas? Fabio Mader - É uma tendência mundial do mercado de aviação, diversificar seus produtos e serviços, gerando outras fontes de receita para a companhia. Atualmente, a Gol tem acordo de codeshare (compartilhamento de voos) com 12 companhias aéreas. Essas parcerias trazem, além da facilidade aos passageiros que desejam chegar aos mais diversos destinos, a possibilidade de compartilharem milhas nos programas de todas as companhias. No caso do Smiles, da Gol, é permitido que os participantes resgatem bilhetes para mais de 700 localidades em todo o mundo, por meio de voos realizados

por essas parcerias. No caso do transporte de cargas, com a Gollog, a empresa transportou 73,6 mil toneladas de cargas em 2014, e a estimativa para o próximo ano é de crescimento. M&E - A Delta ampliou capital na Gol e facilitou empréstimo. O que representa essa medida? Fabio Mader - Em julho deste ano, a Gol realizou uma ação com a Delta Air Lines e demais acionistas que prevê um aumento de capital de US$ 146 milhões, além de um empréstimo garantido pela companhia americana de até US$ 300 milhões. A operação, que deve ser concluída no terceiro trimestre, tem a intenção de garantir a continuidade dos atuais projetos e a execução do nosso planejamento estratégico. M&E - O senhor acredita numa melhora em 2016? Por quê? Fabio Mader - A Gol continuará investindo para oferecer aos clientes a melhor experiência em voar. O foco da empresa é aliar segurança e eficiência, possibilitando uma operação de baixo custo, e, por consequência, oferecer as melhores tarifas. Conquistas importantes exemplificam esse posicionamento, como a liderança em pontualidade, sendo que em agosto a companhia bateu recorde na indústria da aviação brasileira, alcançando 98,24% dos voos no horário previsto. Além disso, a empresa é a primeira em número de passageiros transportados há dois anos seguidos, e oferecer mais conforto disponibilizando a maior oferta de assentos com a classificação “A” da Anac. Após 100% da frota ter sido reconfigurada para ampliar o espaço entre as poltronas, a companhia ainda acrescentou em todos os seus voos nacionais a opção de snack gratuito, como complemento do serviço de venda a bordo. Mais novidades serão entregues aos clientes, como duas novas salas VIP em Guarulhos até o final desse ano. E para o ano que vem, os aviões terão os assentos renovados e receberão acabamento em couro ecológico, que além de um novo visual, terão ainda mais conforto. Outra grande novidade para 2016 será o lançamento da mais completa plataforma de entretenimento a bordo da América Latina com acesso Wi-Fi via satelite, TV ao vivo, vídeos, mapa de voo etc.


Setembro Abav 2015

57


Avianca

aviação Entrevista com Tarcísio Gargioni

O Brasil novamente no mapa da Star Alliance

C

om entrada na Star Alliance e a modernização da frota, a Avianca aumenta ainda mais a oferta de voos e espera crescer mesmo em ano de crise. Segundo Tarcísio Gargioni, vice-presidente Comercial e de Marketing da companhia, a entrada da companhia na aliança é “importante para o mercado de aviação brasileiro, pois vai contribuir para o ambiente competitivo do país”, o mais significativo do continente. Os passageiros da empresa poderão voar pelas outras empresas com mais conforto, como, por exemplo, o despacho de bagagem a ser feito apenas uma vez até o destino final. Participantes do programa de fidelidade Amigo também poderão usar o Frequent Flyer Program da aliança. A aérea prevê um crescimento de 15% neste ano, mesmo com a situação adversa da economia. Isso porque a oferta foi ampliada pela substituição de oito aeronaves de 100 lugares por modelos Airbus A320 com 162 assentos.

M&E- A Avianca Brasil ingressou na Star Alliance. O que isso representa na estratégia da companhia? Tarcísio Gargioni - Representa um importante avanço para a Avianca Brasil, afinal entramos para a maior aliança internacional de companhias aéreas com inúmeros requisitos de melhores serviços, processos e comunicação, que tornaram a nossa empresa mais madura e melhor estruturada. Estamos muito felizes com essa aliança e aptos para atender a demanda, que coloca o Brasil de volta ao mapa da Star Alliance. Sentimos orgulho em fazer parte do maior grupo de companhias aéreas do mundo. Foram dois anos dedicados a este desafio. Alteramos nossa plataforma tecnológica, treinamos os profissionais e aperfeiçoamos os processos internos para garantir os melhores serviços para os nossos clientes. Além disso, pela rede doméstica da Avianca Brasil, os clientes podem embarcar internacionalmente em 88 voos semanais, em 12 aeroportos no Brasil, para destinos da América do Norte e do Sul, da Europa, Ásia e África. M&E- Qual será o benefício para o viajante? Tarcísio Gargioni - Ao conectarem-se por meio dos hubs da Star Alliance nestas regiões, os passageiros conquistam acesso à rede mundial através das 28 companhias aéreas associadas, oferecendo mais de 1,5 mil voos diários para 1.330 aeroportos em 192 países. E também, os mais de 2,7 milhões de participantes do programa de fidelidade Amigo, agora, já podem fazer uso de todos os benefícios do FFP (Frequent Flyer Program) da Star Alliance. Eles poderão acumular e resgatar milhas em todos os voos das companhias parceiras, garantindo mais benefícios para todos. 58

Abav 2015

Setembro

tado, mas acabou sendo está descartado. A cidade aparece com boas chances de ser escolhida quando a empresa optar pela instalação? Tarcísio Gargioni – A Avianca Brasil já conta com três hubs principais, em São Paulo/ Guarulhos, Rio de Janeiro/Galeão e Brasília. Por enquanto, não temos planos de implementar um novo hub no Nordeste. Estamos sempre atentos e dispostos a estudar novas oportunidades. M&E - Recentemente, a Avianca associou-se ao UATP para investir no corporativo. Porém na crise, esse segmento entrou em retração. Como recuperar esse tipo de viajante? Tarcísio Gargioni - Este cliente tem relação mais direta com o desempenho da economia. Esperamos voltar a crescer o mais rápido possível. Estamos permanentemente trabalhando para cativar e reter todos os clientes, independentemente do motivo de sua viagem. M&E - O senhor acredita na retomada da economia em 2016? O plano da Avianca é trazer para o Brasil novos aviões e fazer frente ao mercado? Tarcísio Gargioni - Acreditamos em alguma retomada da economia em 2016, e ainda não definimos o plano de crescimento.

M&E - Com as novas parcerias, é possível afirmar que a companhia mantém seu plano de ampliar em 15% a oferta de passagens aéreas este ano? Tarcísio Gargioni - Mantemos a expectativa de crescer 15% este ano pela substituição de oito aeronaves de 100 lugares por modelos Airbus A320 com 162 assentos. M&E - Um novo hub da Avianca em Fortaleza, ainda em 2015, chegou a ser cogi-

M&E - Avianca Brasil e Internacional ainda podem virar uma só empresa? Qual seria o benefício para o mercado brasileiro? Tarcísio Gargioni - Por enquanto as empresas operarão separadamente. O futuro ainda está indefinido. M&E - Depois da Tap, a Avianca estará de olho em outras companhias? Tarcísio Gargioni - Estamos sempre atentos às oportunidades de mercado que possam trazer benefícios comerciais para a Avianca ou de serviços para nossos clientes.

“Mantemos a expectativa de crescer 15% este ano pela substituição de oito aeronaves de 100 lugares por Airbus A320 com 162 assentos”


Setembro Abav 2015

59


Azul

aviação Entrevista com Antonoaldo Neves

Estados Unidos e Europa no radar

F

oi um ano agitado para a Azul. A companhia firmou uma aliança estratégica com a United Airlines, que adquiriu 5% da aérea brasileira. A parceria vai além de um acordo de codeshare, pois envolve todas as éreas do negócio. Além disso, o seu fundador, David Neleeman – em parceria com um sócio português – venceu o processo de licitação da TAP. Neste contexto, a companhia brasileira vive um momento de expectativa e expansão. De acordo com o seu presidente, Antonoaldo Neves, os passageiros serão os grandes beneficiados, pois passarão a contar com uma maior conectividade e comodidade. Sobre a crise, o executivo afirmou que a fraca demanda atual não fez a companhia reduzir sua oferta. Por enquanto, a empresa está operando com receitas menores, com um menor rendimento. “Fizemos alguns ajustes em nossa malha aérea, reduzindo frequências em algumas localidades e aumentando em outras, mas o saldo não foi negativo”, disse. M&E - O atual cenário econômico leva a Azul a reduzir preços. Foi uma estratégia de marketing ou uma ferramenta comercial? Antonoaldo Neves - As promoções fazem parte do negócio. Desde sempre oferecemos tarifas promocionais, sobretudo para aquele cliente que pode se programar e comprar bilhetes com antecedência. Temos que nos manter competitivos.

M&E - A Azul vai manter a compra dos aviões Embraer, modelo 195E2? Qual foi o pedido? Antonoaldo Neves - A gente tinha uma carta de intenções. Agora é contrato. O plano de aviação regional influenciou nossa decisão de manter a compra, especialmente porque o texto sancionado manteve aquilo que defendemos, dando subsídio dentro de um limite de 60 assentos ou até 50% da ocupação da 60

Abav 2015

Setembro

M&E - O que representa a United Airlines comprar 5% da Azul para o mercado brasileiro? Antonoaldo Neves - A parceira entre as companhias aéreas facilita o acesso dos clientes brasileiros a mais de 350 destinos em todo o mundo servidos pela United. A aérea norte-americana é uma das maiores e melhores do mundo e o Brasil é um mercado muito forte. Ofereceremos ainda mais conectividade e conveniência aos nossos passageiros. M&E - Como a privatização da TAP pode beneficiar a Azul? Antonoaldo Neves - Uma aliança comercial com a Azul é o caminho natural e vai ser muito importante para dar conectividade dentro do Brasil para os clientes da TAP, e na Europa para os clientes da Azul.

M&E - Revisar a malha aérea será uma estratégia nesse período? Antonoaldo Neves - A companhia está sempre estudando a performance de suas operações. Fizemos alguns ajustes em nossa malha aérea ao reduzir frequências em algumas localidades e aumentando em outras, mas o saldo não foi negativo. Não reduzimos oferta. M&E - A retração da econômica pode prejudicar o Programa de Aviação Regional? Como pode afetar a Azul? Antonoaldo Neves - Nós acreditamos que o Plano de Desenvolvimento da Aviação Regional (PDAR) é importante para o Brasil, mas ainda precisa ser regulamentado. Continuamos aguardando a regulamentação.

M&E - O senhor acredita que em 2016 o cenário econômico vai melhorar? Antonoaldo Neves - Estamos confiantes na retomada do crescimento do Brasil e no desenvolvimento contínuo do setor. Vamos dar continuidade ao trabalho que vem sendo feito e seguir investindo e apostando no mercado. Estamos aqui para o longo prazo.

aeronave. Ao todo, foram 30 pedidos firmes e outros 20 em opção de compra, em um negócio estimado em US$ 3,2 bilhões pelo valor de tabela dos aviões.

M&E - Quais estratégias a Azul tem para as Olimpíadas de 2016? Antonoaldo Neves - Assim como já realizado em outros eventos no Brasil, a companhia deverá contar com voos extras para transportar ainda mais passageiros ao Rio de Janeiro durante o período do evento esportivo, entre outras ações a serem definidas futuramente.

Azul lança passe para norte-americanos viajarem pelo Brasil A Azul lançou um produto para norte-americanos e residentes brasileiros nos Estados Unidos: o Azul Brazil Air Pass. Trata-se de um passe que garante viagens ilimitadas pelas mais de 100 cidades servidas pela companhia ao valor de US$ 299 por um período de dez dias ou US$ 399 por 21 dias. A novidade já está disponível por meio de agências de viagens e pelo callcenter da Azul nos Estados Unidos (1 844 499 2985). O passe pode ser adquirido por clientes com passagens de ida e volta em voos da Azul ou bilhetes que combinem voos da Azul e United Airlines. O novo produto ficará disponível até 30 de novembro de 2015. O período de viagens vai até 15 de dezembro


Setembro Abav 2015

61


Tap

aviação Entrevista com Mario Carvalho

Brasil continuará sendo o nosso maior mercado

A

pós a sua privatização, a Tap adotou uma política de promoções que difere das demais companhias aéreas que operam no Brasil, com passagens até 30% mais baratas. A medida tem como objetivo driblar a crise econômica brasileira e a elevação do câmbio que arrefeceu as vendas de passagens e inibiu receitas. De acordo com o diretor-geral da Tap para América do Sul, Mario Carvalho, a taxa de ocupação das aeronaves da companhia se mantém em torno de 80% nos voos para o Brasil, mas teriam que chegar a 90% para compensar as alterações do câmbio, que elevou o dólar e o euro. “Nosso objetivo é trazer o maior número de operadores europeus para que conheçam os destinos e os produtos turísticos que o Brasil tem a oferecer”, disse. M&E – A venda de 61% da companhia para David Neeleman pode ser benéfica para o Brasil? Mario Carvalho – Ele conhece o mercado brasileiro. Sabe do seu potencial. Acredito que por isso, o país pode ser ainda mais estratégico para a companhia aérea. M&E – A Tap oferece diversas promoções este ano, essa é a principal estratégia para fugir da crise? Mario Carvalho - A taxa de ocupação das aeronaves da companhia se mantém em torno de 80% nos voos para o Brasil, mas teriam que chegar a 90% para compensar as alterações do câmbio, que elevou o dólar a R$ 3,50 colocou o Euro perto dos R$ 4. M&E - Para estimular o mercado turístico, a Tap vai patrocinar cada vez mais a vinda de operadores portugueses par ao Brasil? Mario Carvalho - Nosso objetivo é trazer o maior número de operadores europeus para que conheçam os destinos e os produtos turísticos que o Brasil tem a oferecer. M&E – Em 2014, a Tap ampliou sua operação no Brasil com novas frequências em rotas já consolidadas. A rota que liga Porto Alegre a Lisboa, por exemplo, ganhou mais um voo. Esse é o caminho para que ele possa se tornar diário? Mario Carvalho – A nossa intenção é essa, mas ainda não temos como afirmar isso. Tudo sempre vai depender da demanda existente. Nosso voo de Salvador se tornou diário neste ano, por exemplo. A taxa de ocupação nesses voos saindo da capital gaúcha é boa, em torno de 80%, o que já é um bom indício.

62

Abav 2015

Setembro

M&E – Em junho, a Tap começou a operar nas cidades de Manaus e Belém. Passados quase um ano, qual a avaliação que a companhia faz? Foi uma aposta certeira? Mario Carvalho – Sim. Esta nova operação está indo bem, dentro das nossas expectativas. Por enquanto vamos manter esse mesmo número de voos e continuar avaliando. M&E – Como o senhor avalia a infraestrutura aeroportuária do país atualmente e como vê os investimentos e privatizações que vem sendo feitos? Mario Carvalho - Vejo com bons olhos as melhorias e investimentos que vem sendo feitos na estrutura da aviação nacional. Mas ainda sim estamos aguardando um pouco mais para avaliar o real impacto disso tudo. A infraestrutura atual está bem melhor em

relação ao passado, mas falta, por exemplo, maior atenção a determinados aeroportos importantíssimos para o país. Estamos acompanhando de perto tudo que vem sendo feito porque os passageiros têm muito a ganhar com isso, assim como as companhias. M&E – A Tap já opera em Viracopos há alguns anos. No entanto, recentemente, temos visto a grande procura de outras companhias para operar voos neste aeroporto. Como classificar esse recente interesse e o que mudou desde que a Tap começou a operar lá? Mario Carvalho - Esse interesse é consequência natural de ter infraestrutura adequada. Havendo demanda, obviamente as companhias se animarão para lançar novas rotas. Estamos lá há três anos e a coisa tem andado bem. Numa avaliação geral, posso dizer que perdemos um pouco, que os resultados poderiam ter sido melhores, caso houvesse melhor infraestrutura desde o começo. O fato é que pagamos o preço por sermos pioneiros lá. M&E - A Tap foi a primeira companhia internacional a se associar a Abear. Qual a motivação dessa decisão? Mario Carvalho – Nós somos um grande player do Brasil e acreditamos ser importante estarmos juntos com mercado nacional. Essa é uma forma de todos contribuírem para debater os entraves e tentar garantir uma melhoria nas condições existentes atualmente na aviação do Brasil. M&E – Independente da privatização, a Tap havia anunciado um Plano de Expansão para 2020? Mario Carvalho - Independente do processo de privatização da empresa, nós definimos um plano de expansão para os próximos cinco anos que inclui a contratação de aeronaves, pelo sistema de leasing com até 100 lugares para substituir os atuais modelos da Portugalia que não tem grande autonomia de voo. Temos negociações com a Embraer para o E-195 e outras fabricantes. Para os voos de longa distância, a ideia é receber até 2017 os A350s e poder realizar um sonho antigo com a adoção da Classe Econômica Premium nos novos Airbus, que serão incorporados a nossa frota até lá.


Aerolíneas Argentinas

aviação Entrevista com Gonzalo Romero

Consolidar rotas e seguir crescendo no Brasil

O

s resultados obtidos pela Aerolíneas Argentinas até o momento sugerem que a companhia atingirá sua meta de transportar 11 milhões de passageiros em 2015. De 2009 a 2015, o crescimento no número de frequências semanais da companhia para o Brasil foi de 119%. Segundo Gonzalo Romero, diretor da companhia para o país, a aérea está em franco crescimento com novas rotas e melhores frequências. “Temos o desafio de consolidar nossas novas rotas no Brasil e seguir crescendo nos próximos anos”, disse Romero, lembrando que a companhia opera voos para sete cidades brasileiras de forma regular, totalizando 103 frequências semanais. O número coloca o país como o maior mercado internacional da Aerolíneas Argentinas. M&E - A meta da Aerolíneas é transportar 11 milhões de passageiros em 2015. Quais serão as ações para atingir essa meta? E no Brasil, qual a expectativa de passageiros transportados? Gonzalo Romero - A empresa atualmente está em franco crescimento com novas rotas e melhores frequências operadas com uma frota renovada. Conseguindo através de nossos hubs em Buenos Aires (AEP e EZE) oferecer a melhor conectividade para todo o interior da Argentina e capitais da América do Sul, além de destinos internacionais como Europa, Estados Unidos e Caribe. Recentemente, iniciamos operações desde Buenos Aires a três novos destinos no Caribe, Havana, Punta Cana e Cancun, com uma excelente taxa de ocupação média. Esta quantidade de opções em nossa malha nos permitirá cumprir com as metas estabelecidas pela companhia. M&E - O trade é um importante canal de distribuição da companhia. Quanto esses profissionais representam no total das vendas da Aerolíneas no Brasil? Há intenção de uma maior aproximação com o setor? Gonzalo Romero – Atualmente, o trade é um importante canal para Aerolíneas Argentinas no Brasil, representando praticamente 70% de nossa venda em todo o país. Nossa intenção é seguir fortalecendo o relacionamento com esse time de profissionais, dado que estamos convencidos que eles são os principais responsáveis pelo nosso crescimento como companhia aérea no Brasil. M&E - Quais são os programas que a companhia tem junto ao trade, como

capacitações, sales mission, workshops e campanhas? Gonzalo Romero - Estamos trabalhando de forma permanente nos sete estados, onde temos operações regulares e non-stop para Buenos Aires. Realizamos as ações mencionadas sempre em parceria e apoiadas pelas agências de viagens locais. Podemos citar algumas das principais ações, como sales blitz, apresentações, capacitações, ações cooperadas de marketing, incentivo de vendas, etc. M&E – Qual é a importância do mercado brasileiro para a Aerolíneas atualmente? Há ideia de expandir a atuação no país? Gonzalo Romero - O Brasil é um dos principais mercados para a companhia e demonstramos isso através de nossa ampla

programação de voos entre Argentina e Brasil. Hoje estamos operando de forma non-stop e diária aproximadamente 100 voos semanais. As origens de nossos voos são de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e Salvador. Lembramos que temos uma forte parceria com Gol e Azul, companhias que nos permite atender praticamente todo o Brasil em conexões com os nossos voos. Também temos uma importante parceria com os programas de fidelidade ARPLUS e Smiles, aumentando significativamente os benefícios aos nossos clientes. É importante mencionar que nosso crescimento de frequências entre Brasil e Argentina, a partir de 2009, quando começamos o atual plano de negócios, foi de 119%. M&E - Com a crise econômica que o Brasil enfrenta, acredita que há espaço para oportunidades? Gonzalo Romero - Pensamos que as crises sempre oferecem oportunidades e nossa ideia é não só manter as operações atuais como seguir apostando em nosso crescimento no Brasil. Recentemente, com muito êxito, cumprimos três anos como parte da aliança internacional SkyTeam, o que nos permite seguir crescendo em quantidade de passageiros. A maioria de nossas operações no Brasil apresenta bons resultados - nossa rota SSA-BUE-SSA, recém-inaugurada, apresenta excelente crescimento. A frota renovada, com certeza, nos permite otimizar custos, além de proporcionar um maior conforto ao cliente. Utilizamos os B737s e Embraer 190s, aeronaves muito bem-aceitas no mercado. M&E - A alta do dólar fez com que as companhias aéreas reduzissem o preço das passagens para continuarem competitivas. Qual foi o posicionamento da Aerolíneas para se manter competitiva no mercado brasileiro? Gonzalo Romero - Nossa finalidade sempre é manter a rentabilidade para seguir crescendo no Brasil. Realizamos ações pontuais e investimento em marketing sempre em parceria com os agentes de viagens.

Setembro Abav 2015

63


Copa Airlines

aviação Entrevista com Diógenes Toloni

Oferta ajustada para manter tarifas competitivas

N

este ano, a Copa Airlines comemora 15 anos de operações no Brasil. Ao longo deste período, muitos são os motivos de celebração para a companhia. Atualmente, o país é o terceiro mercado mais importante da aérea, que possui 92 frequências em oito cidades. A aérea pretende continuar sua trajetória de crescimento no mercado brasileiro, mesmo estando diante de um cenário econômico adverso. Para isso, a estratégia é reduzir a oferta para não desvalorizar a tarifa e adquirir novas aeronaves. De acordo com o gerente-geral da companhia no Brasil, Diogenes Toloni, o cenário atual obrigou a Copa Airlines ajustar a oferta e a readequar momentaneamente a operação, porém, ressaltou: “É bom frisar que estamos oferecendo aos brasileiros novos destinos nas Américas. Recentemente iniciamos operações em Puebla e Villahermosa, no México, e para New Orleans, nos Estados Unidos. Além disso, já anunciamos novas operações em San Francisco e, em dezembro, será a vez de Belize entrar no nosso mapa de rotas”.

mudança, o programa se torna mais flexível e passa a agregar mais empresas.

M&E - Recentemente, o presidente da Copa Airlines, Pedro Heibron, disse que a redução de voos reflete a demanda de mercado no Brasil. Isso deve se agravar até o fim do ano? O que será feito para poder reverter essa situação? Diógenes Toloni - Obviamente, o cenário econômico nos levou a ajustar a oferta e a readequar momentaneamente a operação, mas mantivemos presença nas oito cidades onde já operávamos e apostamos na recuperação do país. O Brasil, inclusive, continua fazendo parte de nossa lista de prioridades, sendo, inclusive, o terceiro maior mercado para a companhia aérea.

M&E - O patrocínio do São Paulo Futebol Clube atingiu a meta traçada? Diógenes Toloni - Estamos muito felizes com o patrocínio ao SPFC, pois projeta uma imagem positiva da companhia e eleva a marca a um novo patamar no mercado brasileiro. A Copa Airlines vem crescendo ano após ano no Brasil e hoje já ocupa lugar de destaque entre as principais empresas aéreas internacionais que operam no país. Muito além da camisa, essa parceria nos possibilitou o desenvolvimento de uma estratégia coordenada de ações de comunicação e marketing, que beneficia amplamente as duas marcas, haja vista que ambas entregam pacotes de mídia e visibilidade, além de ações de vendas e relacionamento para fortalecer ainda mais a parceria. Destaco também a estratégia digital de comunicação, que considero inédita no futebol brasileiro e que foi muito bem construída em conjunto com a equipe do SPFC, que nos proporciona acesso aos milhões de torcedores do clube em suas respectivas redes sociais e demais bases de dados. E teremos novidades em breve, que ativarão ainda mais a parceria.

M&E -A meta de aumentar frequências fica para o futuro ou ainda este ano? Diógenes Toloni - O aumento de frequências é proporcional às oportunidades de cada mercado, uma estratégia que está sempre em nosso radar. Mas é bom frisar que estamos oferecendo aos brasileiros novos destinos nas Américas. Recentemente, iniciamos operações em Puebla e Villahermosa, no México e New Orleans nos Estados Unidos. Além disso, já anunciamos novas operações em San Francisco em setembro e, em dezembro, será a vez de Belize entrar no nosso mapa de rotas. Vamos terminar o ano com presença em 74 destinos de 31 países. M&E - Algumas companhias aéreas apostam em Cuba. A Copa vai fortalecer ainda mais esse destino no Brasil? Diógenes Toloni - Sem dúvida, trata-se de um destino promissor, tanto que iniciamos no 64

Abav 2015

Setembro

ano passado os voos para Santa Clara, uma região belíssima e que se soma a larga oferta de voos que já oferecemos hoje para Havana, com rápidas e eficientes conexões no Panamá. M&E – O programa Copa Vacations mudou? Explique. Diógenes Toloni - Com a mudança, o programa se torna Operadoras Copa Airlines e passa a contar com 39 operadoras de viagens. A alteração ocorre apenas no Brasil e acontece no momento em que a Copa busca uma padronização do seu programa. Antes tínhamos um pool fechado e cada operadora tinha um segmento. Algumas vendiam mais para B2C, outras com foco mais em um determinado destino. Com esta

M&E - O Cade aprovou divisão de voos entre Gol e Copa Airlines. O que isso vai representar para a companhia aérea? Diógenes Toloni - Esse acordo com a Gol contribui substancialmente para ampliar nossa oferta de produtos e serviços em todo o território nacional, além de facilitar ainda mais o acesso à nossa rede de rotas aos passageiros onde a Copa não possui operações atualmente, mas que são mercados importantes, como Vitória, Fortaleza, Curitiba, Belém, Campo Grande e inúmeras outras cidades de médio e grande porte.

M&E - Em relação aos jogos Rio 2016, o que a Copa já definiu em relação a voos? Diógenes Toloni - Estamos estudando possibilidades, mas seguramente a competição será um atrativo e tanto para levar passageiros de toda a América ao Brasil. Lembrando que, além do Rio de Janeiro, teremos disputas também em cidades onde mantemos operações – Brasília, Belo Horizonte, Manaus e São Paulo.


Setembro Abav 2015

65


Singapore Airlines

aviação Entrevista com Twee Min Wang

Companhia irá operar o A350 no Brasil

A

Singapore Airlines, que possui voos entre São Paulo e Cingapura com escala em Barcelona, trará um novo modelo de aeronave para realizar as operações no Brasil. A companhia encomendou 70 aviões do modelo A350, da Airbus, e as primeiras têm chegada prevista para dezembro. De acordo com o gerente-geral da companhia no país, TM Wang, uma delas irá operar a rota brasileira. As novas aeronaves terão três tipos de assentos, a Business Class, a econômica e a Premium Economy. O executivo aposta, principalmente, na Premium Economy, que, segundo ele, foi muito bem aceita no Brasil. “A configuração interna da aeronave foi toda desenhada pela BMW e possui um conforto ideal para os viajantes brasileiros”, destacou. Wang disse ainda que seu principal desafio é garantir que os voos estejam o mais ocupados possível. Na ocasião, o executivo não revela o índice médio de ocupação, dizendo apenas estar “acima do inicialmente esperado”. M&E - A Singapore Airlines trará o A350 para voos do Brasil? Qual a importância dessa aeronave para o mercado brasileiro? Twee Min Wang - A SIA opera uma das mais novas e mais eficientes frotas aéreas do mundo. A companhia está sempre pensando no futuro para oferecer a melhor experiência de voo para os nossos passageiros. A SIA tem um pedido firmado de 63 A350s e mais 20 unidades em contrato opcional, com alta possibilidade dessa aeronave operar no Brasil em um futuro próximo. O A350 é uma boa aeronave para voos de longo alcance e será equipado com a classe Premium Economy, para fornecer outra opção para os nossos exigentes clientes brasileiros. M&E - A Premium Economy da aeronave pode ser considerada um diferencial para o mercado brasileiro? Twee Min Wang - Sim. No início de fevereiro de 2015, a companhia anunciou o lançamento de uma nova classe de viagem, a Premium Economy. Esta é uma classe intermediária entre a Econômica e a Executiva. A Premium Economy oferece mais espaço e conforto, e, além disso, nossos clientes podem desfrutar de vantagens, tais como check-in prioritário, franquia de bagagem extra e uma extensa lista de opções de refeições e bebidas. Estou certo de que os nossos clientes brasileiros terão o prazer de experimentar o produto, quando este chegar ao país. M&E - Essas novidades fazem parte da comemoração dos 50 anos de Cingapura. O que mais o mercado brasileiro será presenteado com a data comemorativa? 66

Abav 2015

Setembro

muitos eventos e atividades relacionados aos 50 anos da independência planejadas até o final do ano, por isso, ainda há tempo para que os brasileiros visitem Cingapura e desfrutem destas atividades. Em março de 2016, comemoraremos nosso 5º aniversário de operação no Brasil, mais um momento de celebração para o mercado brasileiro. M&E A alta do dólar prejudicou a companhia aérea neste ano? Por quê? Twee Min Wang - As condições de mercado permanecem desafiadoras em meio a um cenário econômico global de incertezas. A desvalorização das principais moedas de geração de receita, como o dólar australiano, o yen japonês, o Euro e o Yuan chinês, deve colocar ainda mais pressão sobre o rendimento e afetar a demanda. O dólar mais forte dos EUA também vai aumentar os custos operacionais para todas as companhias aéreas, especialmente as companhias não baseadas em território norte-americano. M&E - O que a Singapore Airlines já planejou para os jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro? Twee Min Wang - A empresa está sempre estudando novos mercados e oportunidades, e os Jogos Olímpicos no Rio, como a Copa do Mundo no ano passado, são uma grande oportunidade para o Brasil mostrar-se. Estamos sempre acompanhando a evolução do país e procurando introduzir mais serviços quando não há demanda suficiente.

Twee Min Wang - As inovações de produto são uma constante na SIA e este é um dos principais pilares de oferta da Singapore Airlines para nossos clientes. Este pedido de aeronaves A350s está entre os maiores na história da Singapore Airlines, e isso vai ajudar a garantir a nossa posição de liderança no mercado. Estas novas aeronaves também possibilitarão o crescimento, renovação e melhoria da nossa rede. Nossos clientes serão beneficiados com mais opções de viagem e com as últimas novidades de cabine. Ao longo dos últimos cinco meses, lançamos uma série de tarifas “SG50 Celebration” (para Cingapura e outros destinos) como forma de agradecimento aos nossos passageiros brasileiros pelo seu apoio ao longo dos últimos quatro anos. Existem

M&E - Existem planos para trazer o A380 ao Brasil? O Aeroporto do Galeão, por exemplo, já pode receber a aeronave. Twee Min Wang - A SIA opera uma das frotas mais jovens e mais eficientes do mundo. Nós fomos os primeiros a voar a aeronave A380 superjumbo e estamos constantemente pensando em novos planos para a América do Sul, mas ainda não temos planos de operar o A380 no Brasil. M&E - Como está a operação no Brasil? Twee Min Wang - A operação brasileira está com um bom desempenho, como era esperado. Há um forte interesse e procura por nossos voos de e para São Paulo. Vemos um potencial neste mercado e estamos ansiosos para fornecer mais serviços para o mercado brasileiro.


American Airlines

aviação Entrevista com Dilson Verçosa Jr

Companhia comemora 25 anos de Brasil

A

American Airlines celebra com orgulho os seus 25 anos de operação no Brasil este ano. A companhia iniciou suas operações em 1990, com um voo entre Miami e o Rio de Janeiro, com conexão em São Paulo. Atualmente, o panorama é bem diferente já que a American opera 103 voos semanais em dez destinos no país: Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Manaus, Porto Alegre e Recife. O Grupo AA tem mais de 500 funcionários no país, trabalhando com reservas, vendas, carga, atendimento a passageiros, contabilidade, operações e manutenção das aeronaves. “A comemoração de nosso 25º aniversário demonstra o forte compromisso com os nossos clientes brasileiros e com todo o país”, declarou Dilson Vercosa Jr., diretor Regional de Vendas da American Airlines no Brasil. “Após adquirir as rotas da Eastern Airlines em 1989, a American começou a expandir sua rede na América Latina e iniciou as operações no Brasil em 1º de julho de 1990. Atualmente, oferecemos mais voos entre o Brasil e os Estados Unidos que qualquer outra companhia aérea”, complementou. M&E - Este ano, a American Airlines completa 25 anos de operação no Brasil. O que mudou ao longo dos anos? Quantos passageiros já foram transportados? Dilson Verçosa Jr - Celebrar o nosso 25º aniversário no Brasil demonstra o nosso forte e de longo prazo comprometimento com os clientes brasileiros e com o país. Desde 1990, quando iniciamos nossas operações, expandimos nossa malha aérea por todo o Brasil. Hoje, operamos em 10 destinos brasileiros, oferecendo mais voos do que qualquer outra companhia aérea. Não temos permissão para informar o número de passageiros por destino, mas nossas operações têm apresentado fortes resultados ao longo do ano. M&E - Apesar dos bons resultados da companhia aérea, o dólar na “casa dos R$3,50” prejudicou alguma ação da AA no Brasil? Dilson Verçosa Jr - Entendemos que a situação econômica do país é um desafio. No entanto, continuamos com excelentes taxas de ocupação em nossos voos e temos praticado promoções para estimular o mercado. Adicionalmente, temos uma ótima taxa de ocupação de passageiros que viajam dos Estados Unidos ao Brasil. M&E - A Embraer já entregou quantos E175 para American Airlines? Como eles serão configurados? O mercado brasileiro será atendido pelo avião? Dilson Verçosa Jr - Ao encomendar mais de 500 novas aeronaves – com aproximadamente dois aviões chegando a cada semana em 2016 – a American vai oferecer aos clientes uma frota mais jovem do que qualquer outra companhia

aérea baseada nos Estados Unidos. As novas entregas de aeronaves incluem 90 grandes jatos regionais como o Embraer 175. Estes modernos e eficientes jatos com 76 assentos oferecem aos clientes um produto de primeira linha em operações regionais, com assentos na Primeira Classe, Main Cabin Extra e Classe Econômica, grandes compartimentos de bagagens, lavatórios mais espaçosos e assentos em couro com encosto de cabeça ajustáveis. A maioria das aeronaves utilizadas no Brasil são wide body e a American Airlines tem investido para oferecer sempre um produto renovado. Nossos voos entre São Paulo e Miami, Nova Iorque e Dallas são operados com a nossa aeronave top de linha, o Boeing 777-300ER, com três classes de serviço. Em novembro,

iniciaremos operações entre São Paulo e Los Angeles, com o Boeing 787 Dreamliner. M&E - O que pode mudar para o mercado brasileiro com a união total da American e US Airways que acontece em outubro? Dilson Verçosa Jr - Em abril de 2015, a American Airlines recebeu o certificado único de operação da Federal Aviation Administration (FAA) para American e US Airways, o marco principal da integração das duas companhias. A aprovação da FAA para que American e US Airways operem sob um único certificado foi o ápice de um processo de mais de 18 meses de um trabalho, para o alinhamento das politicas operacionais e processos das duas companhias. Desde que a American e a US Airways se fundiram, em dezembro de 2013, a companhia tem realizado um processo de integração estável, incluindo a introdução da US Airways na aliança oneworld, integração dos programas de milhagens no AAdvantage, entre outras iniciativas. M&E - No dia 18 de agosto, entrou em cena o B777-200 retrofit para operar as rotas a partir do Rio de Janeiro. Ainda este ano, o 787-9 Dreamliner começa a operar rotas a partir de SP. Existe algum planejamento de trazer novas aeronaves e modelos para atuar no mercado brasileiro, pelo menos durante as semanas das Olimpíadas? Dilson Verçosa Jr - Na verdade, o Boeing 777200R já estava em operação no Rio de Janeiro, na rota para Miami. Desde 18 de agosto, os voos entre o Rio de Janeiro e Nova York também são operados com o mesmo equipamento, que foi remodelado e agora oferece 44 assentos totalmente reclináveis na classe executiva, todos com acesso ao corredor. As atualizações incluem uma configuração de cabine com duas classes, com os novos assentos Business Suite, que oferecem um espaço individual líder na indústria e uma experiência de voo exclusiva. E os clientes da Classe Executiva também têm acesso livre a um bar a bordo, com uma seleção de lanches e bebidas. A partir de novembro, o Boeing 787 Dreamliner iniciará as operações entre São Paulo e Los Angeles. Além disso, todas as aeronaves da American Airlines em operação no Brasil estão passando por um processo gradual de reconfiguração (retrofit) para oferecer as melhores opções de conforto, conectividade e experiência de voo. Setembro Abav 2015

67


Delta

aviação Entrevista com Luciano Macagno

“Não mudamos nossa visão sobre o Brasil”

E

ste será um ano desafiador para a aviação. Esta é a definição do diretor da Delta para o Brasil, Luciano Macagno. Mesmo com um ajuste de oferta – que ocorrerá no decorrer de 2015 - o executivo ressaltou que a empresa não mudou a visão de longo prazo sobre o Brasil, seu principal mercado na América Latina.“É um ano para estar presente. O mais importante neste momento é estar perto do mercado e dos parceiros, acompanhando os agentes de viagens e dando suporte”, destacou Macagno. “Precisamos ter muita criatividade e estar alinhados na gestão do dia-a-dia, pois o curto prazo será muito valioso”, complementou. O executivo ressaltou, no entanto, que isso não significa uma desvalorização do mercado brasileiro e classificou a oferta menor como uma acomodação natural à demanda, também por conta da queda dos preços das tarifas. “Isso não muda a nossa visão de longo prazo para o Brasil, que é ser a melhor companhia norte-americana presente no país. Acreditamos muito no mercado brasileiro e este foi apenas um ajuste tático de curto prazo, que será quase imperceptível para os passageiros”, afirmou. M&E - Como foi a aceitação do mercado dos voos Brasília-Orlando da Delta? A ocupação encontra-se em que porcentagem? Luciano Macagno - Os voos de São Paulo e Brasília estão disponíveis para venda há pouco tempo, mas já estão mostrando uma boa aceitação do público. O destino Orlando é o mais procurado e visitado pelos brasileiros, e o fato de nossa operação em Orlando oferecer ótimas conexões para Atlanta, Boston, Los Angeles, Miami e Nova York faz com que ela seja uma opção ainda mais procurada. M&E - Com fim de GSAs, o que mudou para a Delta em relação ao trade? Luciano Macagno - Acho que o que mudou foi mais interno do que externo. Os nossos GSAs faziam um trabalho maravilhoso no mercado e foram eles que levaram a marca Delta até o que é hoje. O fato da gente ter contato direto com o mercado faz sentido para nós, pelo tamanho que temos e pelo projeto de longo prazo que estamos construindo no Brasil e na região. M&E - Recentemente, o senhor disse que pretende reduzir a capacidade no Brasil em cerca 15% no quarto trimestre. Quais serão? A crise econômica é um dos motivos? Luciano Macagno - Em qualquer mercado que servimos, analisamos continuamente as suas necessidades e ajustamos a oferta para melhor servir nossos clientes e manter o negócio forte. Embora estejamos implementando reduções de Atlanta para Brasília e de Detroit para São Paulo, a Delta continua a voar diariamente em todos os seus outros 68

Abav 2015

Setembro

mercados do Brasil, incluindo Rio de Janeiro para Atlanta e São Paulo para Nova York. A Delta está bem posicionada para navegar pelos desafios atuais da indústria, incluindo o fortalecimento do dólar em relação a outras moedas. Enquanto que o fortalecimento do dólar está criando turbulência nas receitas internacionais, também está contribuindo com uma baixa nos preços de combustível. A Delta avalia as demandas do mercado e faz ajustes de modo a atendê-las. Lideramos a indústria em capacidade de disciplina e produtividade de custo, oferecendo à Delta mais flexibilidade e reduzindo os riscos financeiros. Estamos constantemente nos adaptando para nos alinhar com as necessidades do mercado,

fato pelo qual estamos também lançando voos diretos para Orlando a partir do final do ano. M&E - Apesar disso, a meta de alterar as aeronaves no Rio de Janeiro permanece? Quais serão os novos aviões? Luciano Macagno - A Delta irá substituir o seu Boeing 767-400 por um Airbus A330-300 na rota Rio de Janeiro-Atlanta. A troca por aviões de maior capacidade deve levar a um acréscimo de 20% na oferta perto do fim do ano. Acreditamos realmente no Brasil a médio e longo prazo. M&E- A Delta passará também a operar a rota Guarulhos-Orlando. Com quais aviões ele será operado? Luciano Macagno - Sim, esta operação está confirmada e iniciará no dia 19 de Dezembro. Voaremos um 767 com cabine tri-classe (DeltaOne, Confort+ e Economy). Nossa cabine executiva Delta One tem poltronas-cama que reclinam 180 graus e um serviço premium de bordo. As vendas já começaram e a aceitação do voo tem sido muito boa. Essa nova rota não só oferece aos viajantes brasileiros uma opção de voo direto para um dos destinos de férias familiares mais populares, mas também representa a adição de uma nova porta de entrada para outros destinos importantes nos Estados Unidos. Serão quatro voos semanais. M&E - A parceria com a Gol vai aumentar? Luciano Macagno - A Delta investirá até US$ 56 milhões em ações preferenciais e garantirá até US$ 300 milhões em empréstimos para a Gol, de acordo com um termo de empréstimo a prazo com credores terceiros. Isso aprofundará a já existente parceria com a Gol Linhas Aéreas Inteligentes para melhorar a situação financeira e liquidez da transportadora latino-americana. A Delta e a Gol também concordaram em estender os termos de seus acordos operacionais estratégicos e comerciais. M&E- Existe a possibilidade de iniciar uma “joint venture” ou um “empreendimento em conjunto” futuro? Luciano Macagno - Trabalhamos juntos em um Plano de Voos 2015 para a Delta e Gol, delineando as estratégias principais das empresas para o ano com objetivos comuns de construção de uma companhia aérea melhor para os nossos clientes, nossos funcionários e para os nossos investidores.


Lufthansa

aviação Entrevista com Annette Taeuber

Companhia adia cobrança do DCC no Brasil

A

pós o Grupo Lufthansa anunciar que cobraria, a partir de 1º de setembro deste ano, o Distribution Cost Charge (DCC), no valor de 16 euros, para cada emissão de passagem aérea do grupo que fosse realizada por intermédio de um GDS, a companhia anunciou que voltou atrás na decisão, pelo menos para o mercado brasileiro. De acordo com a diretora da Lufthansa e da SWISS para o Brasil, Annette Taeuber, a situação fica assim até que a mesma possa ser cobrada como OB fee. Ainda de acordo com a executiva, a companhia aérea alemã Lufthansa não pretende reduzir a capacidade ou os voos para o Brasil neste ano, apesar da desaceleração econômica. A diretora defendeu o Brasil como mercado estratégico e disse que a empresa pode aumentar a capacidade nos próximos anos, mas vai esperar as oportunidades certas e avaliar a situação econômica. M&E - O que representa para a Lufthansa reverter a implementação do DCC para o mercado brasileiro? Annette Taeuber - A implementação da DCC foi a nível mundial desde o último dia 1º de setembro. O Grupo Lufthansa no Brasil postergou a implementação da DCC, até que a mesma possa ser cobrada como OB fee. M&E - Futuramente, a senhora acredita que esse processo será uma tendência? Não pode prejudicar as vendas no Brasil? Annette Taeuber - Os investimentos em produtos e serviços do Grupo Lufthansa, tais como 370 milhões de euros na nova Premium Economy e na nova Classe Executiva, novos aviões, novos lounges e um serviço ainda mais personalizado também beneficiam o passageiro brasileiro. Operamos com as mais modernas aeronaves nos Aeroportos de São Paulo e do Rio de Janeiro, o Boeing 747-8, oferecendo voos noturnos em ambas direções, quatro novíssimas classes de serviço, internet de banda larga a bordo, serviço e tripulação premiados internacionalmente. Estas vantagens competitivas nos diferenciam e são muito apreciadas por nossos passageiros, assim como pelos agentes de viagens. M&E - A companhia mantém o comprometimento com o mercado brasileiro apesar da instabilidade econômica? Annette Taeuber - Sim, o Brasil é e se mantém o país na América Latina com o maior número de voos do grupo LH e líder em vários aspectos. Em recente visita de nosso CCO ao Brasil, Jens Bischof, o comprometimento com o mercado foi claramente reforçado, afinal já operamos no Brasil há quase 60 anos e mantemos uma sólida e crescente presença no país.

oferta, tanto em número de assentos, quanto em qualidade do produto. Um claro sinal de investimento no Brasil. M&E - Em 2016, o Grupo Lufthansa trocará a aeronave utilizada pela Swiss entre São Paulo e Zurique. Sai O A340 e entra o 777, que oferecerá mais assentos. O que isso representa? Annette Taeuber - A introdução do Boeing 777 na rota São Paulo-Zurique e conexões reforça a estratégia de crescimento e importância do mercado brasileiro para o grupo Lufthansa. M&E - Em relação os jogos Olímpicos de 2016. O que a empresa planeja para voos no Rio de Janeiro? Annette Taeuber - Os jogos Olímpicos no Rio de Janeiro já movimentam o fluxo de passageiros da Europa, Ásia e Oriente Médio para o Rio de Janeiro. Os eventos testes, chamados de “esquenta Rio”, assim como organizadores, delegações e equipes já começam a desembarcar na Cidade Maravilhosa e muitos deles com a Lufthansa. Com uma ampla malha aérea, 258 destinos em 80 países e o maior avião operando de/para o Rio de Janeiro, estamos muito animados quanto ao fluxo de passageiros e delegações até o fim das Olimpíadas e Paralimpíadas no Rio de Janeiro.

M&E - A Lufthansa não cortará voos no Brasil? Annette Taeuber - Não há planos para redução de oferta no Brasil. Ao contrário, com os novos Boeing 747-8 aumentamos nossa

M&E - O A380 pode ser uma novidade no próximo ano? Annette Taeuber - O A380 é o maior avião da frota da Lufthansa. Estamos constantemente avaliando oportunidades, porém neste momento não temos planos para operar o A380 em São Paulo ou no Rio de Janeiro.

Mesmo em crise, Brasil continua sendo estratégico Mesmo com um cenário de incertezas para a economia do Brasil, a Lufthansa continua investindo e acreditando no mercado. Segundo Jens Bischof, diretor Comercial e membro da presidência da Deutsche Lufthansa, o Brasil é estratégico na América Latina. “O país é nosso mercado internacional mais importante para a companhia”, afirmou. Ele reafirma o compromisso da Lufthansa com o país garantindo que não haverá redução de voos e aumento de tarifas nesse período. “Pelo contrário, estamos com uma maior procura do nosso produto e por isso estamos aumentando a oferta de assentos nos voos de São Paulo e Rio de Janeiro com o Boeing 747-8”, declarou. Para Bischof, os investimentos no Brasil continuarão. “Vemos um pouco de lentidão nesse momento, mas temos confiança na economia brasileira. É um país que mantém seu crescimento e desenvolvimento ao longo do tempo e isso é um investimento de longo prazo. Setembro Abav 2015

69


Air Europa

aviação Entrevista com Henrique Ambrosio

Aumento de oferta e Brasil como prioridade

A

pesar de ter cancelado, em março, o trecho Salvador-Santiago de um dos seus voos para Madri, a Air Europa tem o Brasil como uma das suas prioridades. O diretor-geral da companhia no país, Enrique Martín-Ambrosio, lembrou da ampliação de oferta e ressaltou que , embora não descarte novas rotas, a prioridade é consolidar as atuais frequências. “Os estudos de novos destinos são permanentes, se bem que estamos consolidando a operação de São Paulo onde neste ano crescemos 40% a oferta em comparação ao ano passado”, disse. O executivo ressaltou que mesmo com a crise, a aérea não deixará de investir no país, pois embora o número de passageiros indo para a Europa possa cair, os europeus estão começando a viajar mais para o Brasil. M&E - Qual o motivo do fim do voo Salvador-Santiago? Existe a possibilidade dele voltar? Henrique Ambrosio - O voo a Santiago esteve operando durante um ano e os resultados econômicos e de ocupação não foram os esperados, apesar das constantes campanhas de lançamento tanto no Brasil como no Chile. Com a valorização do dólar ficou difícil seguir com esta frequência, embora, ela possa ser retomada. M&E - Como fica o escritório na capital da Bahia? Ele continuará como base no Brasil? Henrique Ambrosio - A Bahia foi o lugar onde a Air Europa começou no Brasil há 12 anos e onde nos sentimos em casa. É onde eu vivo e onde nos permite manter todos os serviços centrais para o Brasil em uma magnífica sede. Da mesma forma, é o ponto do Brasil de onde voamos mais próximo da Europa. M&E - Além de São Paulo, existe a possibilidade de outra capital receber algum voo da Air Europa? Henrique Ambrosio - Os estudos de novos destinos são permanentes, se bem que estamos consolidando a operação de São Paulo onde este ano crescemos 40% a oferta em comparação ao ano passado. M&E - O Brasil continua como prioridade para a Air Europa mesmo com a atual crise econômica pela qual o país está passando? Henrique Ambrosio - O Brasil é uma prioridade da Air Europa e apesar do tráfego aéreo Brasil-Europa ficar estável, também é certo que está aumentando muito o tráfego Europa-Brasil. 70

Abav 2015

Setembro

grande diferencial, que é a redução de 117 assentos ofertados, com o intuito de tornar a viagem mais cômoda, além de dispor de uma classe única com poltronas mais largas, maior espaço entre os assentos e apoiadores para os pés. Isso significa que a aeronave possui uma configuração para 271 passageiros em lugar do padrão de 388 assentos. O novo modelo reduz em até 5% o consumo de combustível, proporcionando um alcance de 10,5 mil quilômetros. No Brasil, a aeronave irá operar a rota de Salvador, com tarifas de classe turística. M&E - Air Europa lançou tarifa Prime, uma business mais barata. O objetivo era dobrar o número de passageiros do segmento. Esta meta foi atingida? Henrique Ambrosio - Com o incremento do tráfego corporativo entre a Europa e o Brasil, estimamos que uma boa maneira de nossos clientes conhecerem e desfrutarem de nossa magnífica classe Business era um preço mais acessível. O resultado desta ação tem sido um imediato crescimento de passageiros que podem voar em business com uma tarifa espetacular.

M&E - A Air Europa acaba de incorporar à frota a aeronave A330-300, com motor Rolls Royce Trent, recém-saída da fábrica da Airbus. Qual será o seu diferencial? Henrique Ambrosio - O modelo traz como

M&E - Em relação aos jogos Olímpicos, como a companhia aérea planeja captar mais passageiros com o evento esportivo? Henrique Ambrosio - Os jogos Olímpicos estão muito centralizados no Rio de Janeiro, cidade-sede, ainda assim, esperamos um incremento do tráfego para Salvador e São Paulo que será uma das subsedes do futebol e de outros esportes.

Salvador receberá novo A330-300 da Air Europa A Air Europa comemorou a chegada do Airbus A330-300, nova aeronave com o motor Rolls Royce Trend que será capaz de reduzir o consumo de combustível em até 5%. O modelo de 271 assentos, teve redução de 177 para proporcionar maior comodidade ao cliente, será operado no Brasil a partir de Salvador e leva o nome de Francisca Acera. “Batizá-la com o nome Francisca Acera foi uma maneira de homenagear a minha mãe que acaba de completar 96 anos e se encontra estupendamente”, explicou o presidente da Air Europa Jua José Hidalgo. “Quem, se não ela, para dar nome ao melhor avião da frota da Air Europa”, concluiu.


Gráficos do Setor

aviação

DADOS COMPARATIVOS - JANEIRO A JULHO/2015 VOOS REGULARES E NÃO REGULARES DE PASSAGEIROS MERCADO DOMÉSTICO

JANEIRO A JULHO DE 2014

JANEIRO A JULHO DE 2015

ASK (000) RPK (000) LF (%)

PAX PAGOS ASK (000) RPK (000) LF (%) TRANSPORTADOS

PAX PAGOS TRANSPORTADOS

AVIANCA AZUL GOL TAM

3.857.938 11.481.477 20.212.724 18.313.496 53.865.635

4.445.505 11.796.674 20.897.892 18.560.151 55.700.222

5.231.476 11.237.671 24.998.855 24.955.348 66.423.350

4.400.731 8.984.518 19.223.920 20.298.273 52.907.443

84,12 79,95 76,90 81,34 79,65

6.042.842 11.729.200 25.614.400 25.236.136 68.622.578

4.994.784 9.438.001 20.324.093 20.517.431 55.274.309

82,66 80,47 79,35 81,30 80,55

Fonte: Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR)

Setembro Abav 2015

71


Cruzeiros marítimos e fluviais

Driblando a ressaca Com temporada menor no Brasil, armadoras apostam em roteiros no exterior Pedro Menezes

M

ais uma temporada de cruzeiros marítimos e fluviais por todo o Brasil e América do Sul se aproxima. A partir de novembro, grandes armadoras trazem seus cruzeiros para a costa brasileira e iniciam uma série de viagens e minicruzeiros que pretendem agitar grandes destinos do Nordeste, Sudeste e da própria América do Sul. Diferente dos anos de ouro para o turismo nacional, quando o Brasil recebia até 22 embarcações por season, para a temporada 2015/2016, embora a oferta seja convincente, a realidade é outra. De ano em ano outros destinos surgem, tendências são criadas e o custo Brasil fica cada vez mais elevado. A fuga das embarcações para o Caribe, Mediterrâneo e belas partes da Ásia, os novos points dos turistas internacionais quando o assunto é cruzeiro, acontece no mesmo momento em que a infraestrutura portuária brasileira não ajuda. A burocracia, o custo Brasil e a falta de roteiros alternativos também são pilares que se tornam insustentáveis na hora de uma armadora decidir trazer uma embarcação para o continente. A “sorte” é que a economia mais enxuta derrubou o poder aquisitivo do brasileiro nos últimos anos, mas nunca a volúpia por viajar. A facilidade em pagamentos parcelados, preço de cabine interna por externa, pacotes de bebidas grátis e a fuga da conversão Dólar-Real são estratégias e alternativas que devem ser tomada e podem ser responsáveis por fomentar o turismo interno do setor. Os minicruzeiros, que nesta temporada representarão 54% da oferta na costa brasileira, poderão ser considerados os carros-chefes da movimentação milionária dos negócios aqui na América do Sul. A Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Abremar) sabe bem das dificuldades que o setor enfrenta atualmente. “Estamos perdendo competitividade para locais onde há uma melhor compreensão da importância deste setor, tanto para o turismo quanto para a economia”, disse o presidente da associação, Marco Ferraz. Dificuldades que o resto do mundo consegue driblar bem. Tanto é que o impacto econômico da indústria de Cruzeiros

72

Abav 2015

Setembro

Marítimos já chega a US$ 117 bilhões em todo o mundo, gerando mais de 900 mil empregos. A oferta e a demanda casam tão bem, que é hora de se destacar e trazer as melhores opções a bordo e visitar os melhores destinos. É por isso que mais de US$ 4 bilhões foram investidos em 22 novas embarcações dentre todas as principais armadoras do planeta. “O investimento das quatro maiores empresas do ramo será na casa de US$ 5 bilhões anuais”, disse o presidente da Clia Abremar. A realidade do Brasil, neste ponto de vista, é outra. Tanto é que a previsão para esta temporada 20152016 é de embarcar os mesmo 600 mil cruzeiristas da temporada anterior, sem aquela expectativa de crescimento que todo o setor sempre espera. A movimentação nos negócios pode chegar a US$ 1,5 bilhão em um setor que sustenta, atualmente, cerca e 25 mil postos de trabalho direta e indiretamente. A oferta de cruzeiros para esta temporada no Brasil será a mesma da temporada anterior: 10 embarcações, embora haja uma pequena redução no número de leitos, de 614 mil para 600 mil leitos. Dados do setor em todo mundo mostram que 70% dos pacotes fechados, das viagens realizadas, são comercializados por estes profissionais. Somente no Brasil, durante a temporada passada, R$ 90 milhões foram pagos em comissões. É um número poderoso que coloca o segmento definitivamente na mão dos agentes e faz as armadoras gastarem seus recursos em grandes ações de capacitação, workshops e roadshows. São essas estratégias que têm a capacidade de continuar fomentando o setor, embora a crise possa atrapalhar os planos do público final. Neste mar brasileiro de ressaca onde os cruzeiros marítimos irão navegar, ainda será responsável pela movimentação na casa dos bilhões durante esta temporada. Embora a situação econômica e política do país não seja a mais propícia para viajar, o desejo do turista brasileiro ultrapassa as dificuldades. Tanto é que grandes armadoras continuam apostando suas fichas neste mercado que, mal ou bem, tem potencial.


Setembro Abav 2015

73


CLIA ABREMAR

Cruzeiros marítimos e fluviais Entrevista com Marco Ferraz

Regulação e infraestrutura dos portos são entraves

A

pesar da redução no número de leitos, a temporada de cruzeiros 2015/2016 na costa brasileira promete. Ao todo, 10 navios estarão por aqui a partir de novembro com a responsabilidade de movimentar R$ 1,5 bilhão e sustentar 25 mil postos de trabalho direta e indiretamente. Os problemas de infraestrutura e burocráticos ainda persistem, mas nada que atrapalhe a temporada que está por vir. Para Marco Ferraz, presidente da Clia Abremar, o segmento ainda tem um grande mercado a ser explorado pelo agente de viagem: “Existem mil condições para melhorar a viagem de um cliente, aprendendo e se especializando no segmento”. Quando a hora é de sonhar, Marco Ferraz fala sobre um possível cruzeiro pelo Nordeste no futuro e, quem sabe, durante o ano inteiro: “Clima nós temos, beleza natural nós temos. Falta regulação e infraestrutura dos portos”.

M&E - Durante o 8º Seminário Aviesp, realizado em abril deste ano, o senhor afirmou que o segmento de cruzeiros é o que mais cresce no mundo quando o assunto é turismo. Afirmou, também, que no Brasil este número deve ser ainda maior, com as armadoras desembolsando R$ 90 milhões de comissões para as agências no país. Quais seriam as estratégias e investimentos infraestruturais necessários para alavancar ainda mais o segmento no Brasil e os ganhos em comissão por parte das agências? Marco Ferraz - O segmento de cruzeiros é realmente o setor de turismo que mais cresce no mundo. O investimento das quatro maiores empresas do ramo será na casa de US$ 5 bilhões anuais. No Brasil, temos constatado uma redução no número de navios e passageiros, devido a diversos fatores, entre eles a falta de infraestrutura dos portos e o alto custo. De fato, precisamos de terminais de passageiros nos portos. É por isso que sempre procuramos investir nos destinos onde mais trabalhamos no momento. Estamos em contato direto com Governo Federal e estadual para buscar recursos e uma melhora dos terminais. Nas cidades de Fortaleza, Natal, Recife e Salvador, foram usados recursos do PAC da Copa 2015 e os terminais de passageiros nestes portos acabaram sendo finalizados. E já utilizamos essa infraestrutura na entrada e saída de navios. Não são tão usados durante a temporada, por causa da distância do nosso principal mercado, que é o sudeste. No entanto, nosso sonho é ter uma embarcação navegando pelo Nordeste. Clima nós temos, beleza natural nós temos. Falta regulação e infraestrutura dos portos. Em relação às agências, temos participado bastante dos eventos do setor, tentando fazer 74

Abav 2015

Setembro

chegar essa informação aos agentes de viagens. Têm muitos profissionais que ainda não vendem cruzeiros e não se especializam. Eles precisam se especializar ler bastante sobre o setor e participar dos treinamentos dos nossos associados para, assim, conseguir participar do “jogo”. Hoje o agente faz a diferença, logo precisa se especializar, escolher o cruzeiro certo. Tendo acesso, ele sabe fazer a leitura dos mapas dos navios, colocando o seu cliente na melhor opção, com upgrade, uma carta de crédito, entre outras possibilidades. Existem mil condições para melhorar a viagem de um cliente, aprendendo e se especializando. M&E - Em maio, a Clia Abremar Brasil iniciou uma série de visitas aos portos do Nordeste com o objetivo de colher dados, discutir a viabilidade técnica dos portos e a criação de novas opções de

roteiros pelo país. Quais foram ou serão os resultados alcançados em relação a todas essas visitas? Já é possível mapear os portos e constatar o que precisa ser feito para, de fato, ampliar a oferta de cruzeiros pela costa brasileira? Marco Ferraz - Visitamos ao todo cinco cidades. Cada uma tem uma característica diferente. Todas já têm um terminal de passageiros, exceto Maceió, cidade que já tem um projeto sendo analisado pela Clia Abremar Brasil. E é como falei antes: queremos ter um navio no Nordeste, fazendo um roteiro regional, com um cruzeiro durante o ano inteiro para o futuro. Se as condições forem favoráveis, já existe sim interesse de algumas empresas. Podemos aproveitar ainda mais e fazer destas cidades uma ligação com o mercado internacional. M&E - Na temporada 14/15, o Brasil recebeu um número menor de embarcações em relação a outras temporadas, mas acabou ganhando uma oferta maior no quesito mini-cruzeiros, considerado uma porta de entrada para aqueles turistas de “primeira viagem”, o que balanceou o número de passageiros embarcados na costa brasileira. Os mini-cruzeiros ainda serão o carro-chefe para as operações no Brasil nesta temporada 15/16? Marco Ferraz - O foco da MSC e Pullmantur no mercado brasileiro ainda são os mini-cruzeiros. E o mini-cruzeiro é uma facilidade para quem nunca viajou de navio, uma forma de degustação. A média mundial de dias a bordo é de 7,9 dias atualmente. Temos de tratar os mini-cruzeiros, por tanto, como uma porta de entrada para o turista brasileiro um dia alcançar essa média. Além do experimento, o mini-cruzeiro tem a sua importância, já que serve eventos, lançamento de produtos, convenções e cruzeiros temáticos. De fato, é um facilitador da entrada do turista neste mercado/segmento. M&E - Na temporada 2013/2014, o segmento sofreu uma queda de 17%. A temporada 2014/2015 foi considerada ainda menor com uma embarcação a menos na costa brasileira. A Clia Abremar previa uma queda de até 10% na receita e entre 1 e 2% de queda no volume de passageiros. Este ano, as armadoras voltam com 10 navios ao todo. O que


CLIA ABREMAR

Entrevista com Marco Ferraz

Cruzeiros marítimos e fluviais podemos esperar, portanto, da temporada 2015/2016? Marco Ferraz - A gente terá uma oferta total de 600 mil leitos, o que é um pouco menor do que a oferta total da ultima temporada: 614 mil leitos. Trata-se d uma temporada menor para alguns navios. A tendência na busca de destinos que tenham melhor competitividade sempre existiu. Por isso, estamos trabalhando para retomar essa alta competitividade. A China cresce muito e as empresas que têm os navios na mão, não podem deixar de enviar as embarcações para lá. Na média, 2,8 milhões chineses navegam por ano. Já no caso do Brasil, vamos trabalhar com o que temos. M&E - Diante de uma indústria com um impacto econômico que atinge os US$ 117 bilhões em todo o mundo, capaz de gerar cerca de 900 mil postos de trabalho, nos deparamos com o Brasil e toda a sua

burocracia e infraestrutura prejudicada pela falta de interesse do país em investir no segmento. Quais são os entraves que ainda vamos encontrar no segmento de cruzeiros para os próximos anos e quais seriam as soluções? Marco Ferraz – Para começar, a infraestrutura. Podemos querer trazer um navio para cá, mas a primeira porta que se fecha é a infraestrutura. Depois vêm os custos. Quanto custa vir para o Brasil? Custos portuários, atracação entre outros são bem altos, comparados com o redor do mundo. Impostos e burocracia: ambos são altos no Brasil. Temos discutido bastante com o Legislativo, para criar um PL para a extensão da isenção do imposto de renda para remessas, além de outros impostos sobre combustível e fretamento. Apesar disso, o impacto econômico para esta temporada 2015/2016 será de R$ 1,5 bilhão, com 25 mil empregos diretos e indiretos, mesmo com dez navios. Queríamos,

sim, que o governo olhasse para gente com outros olhos, até com mais prioridade. M&E - Que mudanças podemos esperar na Clia Abremar durante sua gestão? Quais são as suas prioridades? Marco Ferraz - O tema principal é trazer competitividade para que o Brasil atraia os armadores. Entre as principais atividades, a Clia Abremar Brasil quer debater com o Governo, Legislativo, Judiciário e fornecedores sobre a busca de um ambiente com segurança jurídica, custos e impostos similares aos encontrados em outros países, e sem surpresas. Imagine um armador multinacional, que sabe exatamente quanto custa cada operação nos diferentes destinos, e que tem em sua mesa um mapa-mundi para decidir onde enviar um navio daqui a dois anos. Será que o Brasil pode ser um dos escolhidos? Essa é a pergunta. Queremos o Brasil voltando a subir no ranking dos cruzeiros.

Setembro Abav 2015

75


ROYAL CARIBBEAN

Cruzeiros marítimos e fluviais Entrevista com Ricardo Amaral

Procura por cruzeiros no exterior aumenta

A

Royal Caribbean chega ao Brasil para a temporada 2015-2016 com o Rhapsody of The Seas, embarcação maior, mais moderna e que substitui o já conhecido e queridinho dos brasileiros, Splendour of the Seas. Para Ricardo Amaral, vicepresidente da Royal Caribbean para a América Latina, o mercado sulamericano merecia uma nova embarcação. “Após nove anos com o Splendour, achamos que o mercado sul americano estava ansioso por um novo navio e decidimos pelo Rhapsody”. Ainda de acordo com o executivo, o grande destaque são os novos roteiros de 14 noites entre Brasil, Chile, Uruguai e Argentina. Em relação às particularidades do mercado brasileiro, Amaral começa a visualizar uma procura maior por cruzeiros internacionais, o que difere dos roteiros já praticados por toda a América do Sul. “O brasileiro ainda tem muito a conhecer e o potencial de crescimento é enorme, por isso a Royal Caribbean tem investido cada vez mais em levar o turista brasileiro para desfrutar férias em seus navios no exterior”. M&E- O Splendour of the Seas era o queridinho da Royal Caribbean no Brasil. No entanto, para esta temporada 15/16 a armadora decidiu trazer à América do Sul o Rhapsody of the Seas, que começa a viajar pelo continente no dia 5 de dezembro. O Rhapsody tem um número maior de cabines, é mais novo e capaz de receber até 586 pessoas a mais do que o Splendour. Por que a Royal Caribbean optou por trazer o Rhapsody nesta temporada? Ricardo Amaral - O Splendour of the Seas foi reconhecido pelo público brasileiro por seu serviço impecável, gastronomia, entretenimento para todas as idades e qualidade das acomodações. Temos certeza que isso não será diferente com qualquer outro navio que a companhia decida trazer para o Brasil. Após nove anos com o Splendour, achamos que o mercado sulamericano estava ansioso por um novo navio e decidimos pelo Rhapsody. Dentre as novidades a bordo do navio, estão os restaurantes de especialidades. O grande destaque são os novos roteiros de 14 noites entre Brasil, Chile, Uruguai e Argentina. Com quatro saídas marcadas para os meses de fevereiro e março de 2016 os cruzeiros visitam destinos como Valparaíso, Chile; Fiordes chilenos; Estreito de Magalhães; Punta Arenas, Chile; Ushuaia, Argentina; Cabo Horn, Chile; Puerto Madryn, Argentina; Buenos Aires, Argentina; Montevidéu, Uruguai; Punta del Este, Uruguai e Santos, Brasil.

armadora para mais esta temporada no continente sul-americano em relação ao número de passageiros transportados? Ricardo Amaral - A expectativa da companhia para a temporada é bastante positiva. Estamos com um navio inédito em águas brasileiras e apostando em datas importantes como o Natal, Réveillon, Carnaval e em nossas saídas temáticas que serão três: o Royal Life, focado em lifestyle e bem estar, o Royal Gourmet, para os amantes da gastronomia e o Royal Dance, para prática de ritmos durante a viagem de travessia Brasil/Europa.

M&E - Um número maior de cabines nesta temporada 2015-2016 na América do Sul é sinal de que a Royal conseguirá melhores resultados? Qual é a expectativa da

M&E - Em junho, a Royal Caribbean reconheceu o escritório no Brasil como que mais ultrapassou as metas de vendas no ano passado em números absolutos. Ao

76

Abav 2015

Setembro

todo, a equipe brasileira foi responsável por ganhar dois prêmios durante o evento anual da armadora. A que se devem esses pontos tão positivos e quais são as estratégias da Royal Caribbean Brasil junto ao profissional de turismo e o público brasileiro para alcançar este reconhecimento? Ricardo Amaral - Esses prêmios só reforçam que estamos no caminho certo, oferecendo um serviço e uma experiência de viagem reconhecidamente superior. A companhia tem no Brasil um mercado considerado Premium e que tem crescido a cada ano, de forma que a empresa tem focado seus esforços na venda e capacitação de agentes de viagens para comercialização de cruzeiros no exterior e hoje temos mais brasileiros viajando fora do Brasil do que na América do Sul. M&E - Embora os mini-cruzeiros sejam o novo queridinho dos brasileiros, a burocracia e o alto custo enfrentado pelas armadoras no país acabam fazendo muitas mudarem o foco para roteiros internacionais, a fim de levar o brasileiro para ir além da América do Sul. Qual é e será a estratégia adotada pela Royal neste sentido para esta e próximas temporadas? Ricardo Amaral - A cultura de cruzeiros no Brasil tem amadurecido muito nos últimos dez anos por conta da grande movimentação e opção de navios na nossa temporada. Agora, os turistas estão prontos para explorar outros países. O brasileiro ainda tem muito a conhecer e o potencial de crescimento é enorme, por isso a Royal Caribbean tem investido cada vez mais em levar o turista brasileiro para desfrutar férias em seus navios no exterior, em especial no Caribe e Europa. A estratégia tem se mostrado acertada vide o crescente número de hóspedes brasileiros a bordo dos Oasis e Allure of the Seas, os maiores navios de cruzeiros do mundo. M&E - Com os resultados obtidos pelas armadoras nas últimas temporadas, é possível projetar como serão os próximos anos? Ricardo Amaral - Acreditamos que o público brasileiro após uma experiência local busque naturalmente os destinos internacionais, porém isso não afeta o enorme potencial do brasileiro pelo produto.


Setembro Abav 2015

77


COSTA

Cruzeiros marítimos e fluviais Entrevista com Renê Hermann

Tarifas em reais e mais brasileiros no Caribe

E

mbora o número de leitos ofertados pela Costa Cruzeiros na temporada brasileira 2015/2016 seja o mesmo da temporada 2014/2015, o número de pessoas embarcadas tende a ser menor. Isto porque, este ano a armadora estará com uma temporada mais curta de navegação no continente sul-americano, fator que fez o presidente do Grupo Costa Cruzeiros para a América do Sul, Renê Hermann, estimar até 82 mil passageiros embarcados. A supervalorização do dólar e o enfraquecimento do real é um obstáculo “driblável” para a Costa, já que, segundo o presidente, a armadora tem uma forte política de estímulo para o brasileiro viajar pelo país. “Há mais de três anos, passamos a comercializar os roteiros que navegam pela costa sul-americana com tarifas em reais. Nossos cruzeiros no país não sofrem mais com a oscilação do dólar”. O presidente ainda abordou os resultados do mercado brasileiro para o Caribe. “Aumento exponencial de brasileiros viajando com a Costa. No primeiro semestre deste ano, o crescimento foi de mais de 400% em comparação ao mesmo período do ano passado.” M&E - A Costa Cruzeiros mais uma vez trará duas embarcações para o Brasil. Nesta temporada, o Costa Fascinosa e o Pacífica farão os passeios já a partir de dezembro por toda a América do Sul. Na temporada anterior 14/15, o senhor estimava embarcar até 128 mil passageiros com o Fascinosa e Favolosa. Agora, com o Fascinosa e Pacífica, a Costa Cruzeiros pretende embarcar quantos passageiros na América do Sul durante esta temporada? O que muda na comparação entre as temporadas 14/15 e 15/16? Renê Hermann – A Costa Cruzeiros mantém a mesma capacidade de leitos a bordo dos navios Costa Fascinosa e Costa Pacifica em comparação com a temporada 2014/2015. No entanto, a companhia terá uma temporada mais curta na América do Sul, com os navios operando de dezembro deste ano até o início de março de 2016. Por isso, a estimativa é transportar pouco mais de 82 mil passageiros sul-americanos durante o verão 2015/2016. Somente para complementar, a Costa embarcou, de fato, 102 mil passageiros durante a temporada passada em seus roteiros pela América do Sul. M&E - A supervalorização do dólar e o enfraquecimento do real também podem ser considerados fatores importantes na estagnação do segmento, ao lado da burocracia e da falta de infraestrutura e investimentos no Brasil? Renê Hermann – A difícil situação econômica no país é um fator que influencia o segmento de cruzeiros assim como os altos tributos e a estrutura portuária deficitária. No entanto, a Costa 78

Abav 2015

Setembro

Cruzeiros procura driblar essas condições com uma forte política de estímulo para o brasileiro viajar pelo país. Há mais de três anos, passamos a comercializar os roteiros que navegam pela costa sul-americana com tarifas em Reais. Nossos cruzeiros no país não sofrem mais com a oscilação do Dólar. Além disso, facilitamos o pagamento da viagem, com o parcelamento em até 10 vezes sem juros no cartão de crédito. M&E - Ao longo do tempo, o mercado de mini-cruzeiros acabou caindo no gosto do público brasileiro, principalmente daqueles que querem planejar uma viagem pela primeira vez. A Costa pretende investir mais neste tipo de viagem já para as próximas temporadas na costa brasileira? Renê Hermann – A Costa sempre mantém uma

oferta de mini-cruzeiros em suas temporadas na América do Sul, justamente para atender aqueles que querem experimentar uma viagem de navio pela primeira vez ou mesmo para aquele hóspede que tem pouco tempo para as férias. Em até quatro noites, o passageiro tem condição para percorrer destinos brasileiros requisitados como Ilhabela e Angra dos Reis e ainda vivenciar a gastronomia e atrações diferentes a bordo como o Simulador de Grand Prix, o cinema 4D e o centro de bem-estar Samsara Spa, com serviços de talassoterapia e massagens terapêuticas. M&E - Em junho, a Costa lançou quatro pacotes de bebidas. Todos, inclusive, já estarão presentes nas embarcações (Fascinosa e Pacífica) que estarão na América do Sul já para esta temporada 15/16. O que muda para o agente na hora da venda e para o público final que embarcará nos navios da Costa? Renê Hermann – Com os novos pacotes de bebidas, os agentes de viagens têm mais opções de serviços para oferecer aos hóspedes da Costa e assim garantir uma comissão de 8% sobre o pacote comercializado. O passageiro, por sua vez, só tem a ganhar com essa seleção de bebidas mais segmentada e que busca atender a sua necessidade a bordo. Essa mudança é resultado de nossas pesquisas de satisfação que realizamos periodicamente. Observamos que, dessa maneira, o passageiro passará a consumir a bordo do navio o que realmente deseja como beber somente cervejas ou simplesmente uma seleção de coquetéis. M&E - Em relação ao mercado internacional, o que os brasileiros podem esperar e quais produtos devem mais interessar a esse público durante a próxima temporada longe da América do Sul? Renê Hermann – A Costa Cruzeiros tem uma ampla oferta de roteiros para o Mediterrâneo e o Caribe, regiões bastante procuradas pelos brasileiros para viagens de navio ao exterior. Para você ter uma ideia, a Costa registrou um crescimento de 58% no número de brasileiros embarcados em seus navios no primeiro semestre deste ano. Nesse período, mantemos 11 navios visitando grandes destinos na Europa e que partem de cidades como Veneza, Barcelona, Grécia e Croácia. Também estamos operando no Mediterrâneo com nosso mais novo mega navio, o Costa Diadema.


Setembro Abav 2015

79


MSC

Cruzeiros marítimos e fluviais Entrevista com Adrian Ursilli

A maior oferta da história

“E

ssa será uma de nossas maiores ofertas desde que começamos a atuar no país”. Isto é o que afirmou Adrian Ursilli, diretor Comercial da MSC, em entrevista exclusiva ao M&E. Embora o cenário econômico não seja dos melhores, pelo visto a MSC Cruzeiros está apostando todas as suas fichas na temporada 2015/2016 pela América do Sul. Tanto é que a armadora traz ao país um navio a mais, em relação a última temporada, com uma capacidade para transportar até 275 mil turistas durante toda a próxima temporada. “A MSC vêm investindo e crescendo muito nos últimos anos e o Brasil representa o segundo maior mercado da companhia”. Já em relação a mais nova plataforma amiga do agente, o MSC Book, Adrian é claro: “com a nova plataforma, os usuários podem comparar as melhores opções de cruzeiros disponíveis aos seus clientes, enviar confirmações de reservas e, ainda, consultar o nível de comissão para a venda de cada um dos serviços e pacotes”. M&E - Para a temporada 2015-2016, a MSC Cruzeiros prometia 85 roteiros e uma previsão de 269 mil leitos. No ano passado, o senhor já esperava embarcar um total de 315 mil hóspedes na região já para esta temporada, o que significaria um aumento de 17% sobre o total da oferta na América do Sul em relação a temporada 2015-2016. Agora, a poucos meses para o início da temporada, qual é a real expectativa? Adrian Ursilli - Continuamos com nossa expectativa otimista e perseguindo nossas metas. Aumentamos a oferta de leitos para a próxima temporada com a vinda de mais um transatlântico, o MSC Armonia, que realizará minicruzeiros de três a quatro noites, de novembro a março de 2016, oferecendo um amplo leque de opções para o mercado de lazer e também corporativo. Com isso, teremos cinco navios na América do Sul, sendo quatro só para o Brasil, onde ultrapassamos o índice de 51% de market share em 2015 no mercado de cruzeiros. Temos o mais completo e abrangente portfolio de cruzeiros para a temporada 2015-2016 no Brasil e América do Sul, desde mini-cruzeiros, passando por roteiros de seis e sete noites para o Nordeste e sete e oito para Argentina e Uruguai, com os navios mais modernos do continente e a mais ampla cobertura de serviços do mercado. M&E - A MSC lançou o MSC Book, plataforma multimídia voltada para os agentes de viagens com o objetivo de simplificar o processo de reservas. Qual a diferença para o método anterior utilizado pelos agentes? 80

Abav 2015

Setembro

Adrian Ursilli - O MSC Book foi desenvolvido em parceria com o trade, com a participação dos agentes de viagens que tiveram a oportunidade de fazer comentários e sugestões. Após aproximadamente dois anos, o resultado é uma ferramenta personalizada para esse público. Além de proporcionar uma melhor experiência aos usuários, o principal diferencial da plataforma é simplificar o processo de reservas, que agora poderá ser realizado em apenas quatro passos rápidos. Para isso, recursos foram aperfeiçoados e novas funcionalidades implementadas. Com a nova plataforma, os usuários podem comparar as melhores opções de cruzeiros disponíveis aos seus clientes, enviar confirmações de reservas e, ainda, consultar o nível de comissão para a venda de cada um dos serviços e pacotes.

Por meio de uma funcionalidade interativa e inteligente, a plataforma permite também a consulta da localização exata de cada cabine num navio. O MSC Book funciona também como uma ferramenta de busca completa, já que incluirá informações detalhadas sobre a companhia, navios, itinerários, portos de embarque, excursões, últimas promoções e todos os documentos necessários para reservas e grupos. Além disso, oferece um ambiente multimídia para o agente de viagens, que poderá fazer o download de catálogos, folhetos, newsletters, acessar o banco de imagens, além de vídeos e outros materiais de comunicação. Nos próximos meses intensificaremos a realização de eventos, Road Shows e treinamentos aos agentes de viagens para divulgação e promoção de nossa nova plataforma e sistema de reserva, o MSC Book, e ao mesmo tempo aumentaremos a frequência de treinamentos e capacitação para os agentes de Viagens, já que o novo sistema é uma excelente ferramenta de apoio e suporte as vendas dos agentes. M&E - Em 2014, a MSC contabilizou 1,6 milhão de hóspedes em todos os seus navios. Qual a importância do mercado brasileiro neste número? Adrian Ursilli - A MSC vêm investindo e crescendo muito nos últimos anos e o Brasil representa o segundo maior mercado da companhia, o que se traduz em uma das maiores representatividades em termos percentuais dentre os países em que atua. Neste ano, concluiremos o processo de revitalização de quatro, dos doze navios da frota, o que nos permitiu aumentar a oferta em aproximadamente 800 cabines. O Brasil receberá dois destes quatro navios renovados, o que contribui para o nosso crescimento no que se refere ao número de hóspedes. M&E - Com a presença de cinco embarcações na América do Sul para esta temporada, a oferta e o número de passageiros transportados tende a ser maior em relação à temporada passada no continente? Adrian Ursilli - Com certeza. Com a vinda de quatro transatlânticos para o país neste ano, um a mais do que na temporada passada, a companhia tem capacidade para transportar 275 mil turistas durante a temporada no Brasil. Essa será uma de nossas maiores ofertas desde que começamos a atuar no país.


PULLMANTUR

Cruzeiros marítimos e fluviais Entrevista com Alexandre Zachello

Foco no Caribe, mas sem esquecer do Brasil

E

mbora a Pullmantur chegue para a temporada 2015-2016 na América do Sul com um número menor de leitos ofertados, o novo point é o Caribe. Os resultados da armadora no destino foram tão empolgantes durante a temporada 2014-2015, que a armadora decidiu remanejar uma das embarcações que viria para América do Sul e enviou às Ilhas Caribenhas. Só no mercado brasileiro, a Pullmantur pretende embarcar até 22 mil pessoas para os roteiros pelo Caribe. Já em relação a presença no Brasil, Alexandre Zachello, diretor-geral da empresa no país, afirmou que para não diminuir tanto a oferta para a América do Sul, a companhia decidiu antecipar a chegada das embarcações e adiar a volta para a Europa. “Para a temporada, acredito que embarcaremos aproximadamente 150 mil passageiros”. E essa redução da oferta para o Brasil, Alexandre, como explicar? “Você tem toda a parte de infraestrutura operacional, taxas, burocracia, alto custo e até falta de outras opções para você levar o navio. Hoje temos dez navios na temporada ao todo. Já tivemos 22. Logo, concluímos que tem alguma coisa errada mandando as embarcações embora do Brasil. O país não ajuda os navios que vêm. Os outros destinos, por outro lado, incentivam essa presença”. M&E - A Pullmantur resolveu investir no agente de viagens para esta temporada. Após a edição do primeiro roadshow #VemProCaribe, a armadora já anunciou uma nova rodada por mercados estratégicos. Qual é a importância deste investimento e qual retorno esperado dos agentes? Alexandre Zachello - Ficamos bem contentes e satisfeitos com os resultados obtidos através dos investimentos em roadshows pelo país. Ao todo, capacitamos cerca de 1,3 mil agentes de viagens em todas as cidades que passamos. Vamos estender, ainda, essas ações por 25 diferentes mercados, entre Nordeste, interior de São Paulo, Região Sul e Vale do Paraíba. Ao todo, mais de 2,1 mil profissionais serão capacitados nesta ação, que visa, também, fortalecer a marca Pullmantur em todo o território nacional. M&E - A temporada 2015-2016 da Pullmantur no Brasil sofrerá uma redução da oferta, já que a armadora só virá com duas embarcações para a América do Sul. A que se deve esta redução na oferta É possível prever quantos passageiros serão embarcados nesta temporada? Alexandre Zachello – Buscamos sempre mercados cada vez mais atrativos para atuarmos. E não é só a Pullmantur, todas as armadoras fazem isso. O sucesso no Caribe foi tão grande, que resolvemos enviar um dos navios daqui para lá. Com isso, teremos mais uma embarcação na temporada 2015/2016 no Caribe no período de dezembro a março. Com

isso, teremos sim uma redução de oferta no Brasil. Para não diminuir tanto a oferta para a América do Sul, decidimos antecipar a chegada de nossas embarcações e adiar a volta para a Europa. Para a temporada, acredito que embarcaremos aproximadamente 150 mil passageiros. Uma das estratégias que estamos focando para esta temporada em continente sul-americano é a quantidade de minicruzeiros. Diminuímos a oferta de sete, oito noites, mas aumentamos a oferta de cruzeiros de três a quatro noites. Uma forma de focar no segmento Mice e estar dentro das atuais possibilidades econômicas do país.

M&E - Ao mesmo tempo em que a América do Sul vai constatar uma queda na oferta Pullmantur para a temporada, o Caribe pode ser considerado um dos carros-chefes com a expectativa de receber até 25 mil brasileiros na temporada? Estratégias como o pacote de bebidas grátis fazem parte do impulso que a armadora quer dar a uma das regiões que mais cresce nos roteiros da Pullmantur? Alexandre Zachello - Refizemos esta meta devido à supervalorização do dólar, com isso estamos prevendo embarcar até 22 mil brasileiros nos cruzeiros Pullmantur durante a temporada no Caribe. Já em relação às estratégias como o pacote de bebidas grátis, esse é um tipo de tática que utilizamos para atingirmos nossos objetivos e metas. Essas promoções variam muito, como crianças grátis, parcelamento, cabine externa com preço de interna, entre outras estratégias criadas para nos adequarmos ao momento e estarmos de acordo com as nossas necessidades. É possível pagar em até 12 vezes, por exemplo, além de toda a compra a bordo ser feita em reais e com a isenção do IOF. São as estratégias que criarmos neste momento de crise. M&E - O dólar supervalorizado, o enfraquecimento do real, a burocracia, a infraestrutura dos portos no Brasil, o alto custo e a falta de roteiros alternativos são os grandes responsáveis por impedir uma oferta de cruzeiros maior no país. Na sua visão, o que poderia ser feito para, ao menos, amenizar essa situação e alavancar o crescimento das armadoras que por aqui atuam? Alexandre Zachello - Sou vice-presidente da Clia Abremar Brasil e posso dizer que estamos falando com todas as autoridades do governo e andamos recebendo bastante apoio no sentido de fortalecer e melhorar a infraestrutura de alguns portos no Brasil, como Santa Catarina, Ubatuba, Ilhabela, Ilhéus e Salvador, para que seja possível termos outras opções e possibilidades. Como você disse, o custo Brasil é muito alto, como os próprios impostos por exemplo. Então você tem toda a parte de infraestrutura operacional, taxas, burocracia, alto custo e até falta de outras opções para você levar o navio. Hoje temos 10 navios na temporada ao todo. Já tivemos 22. Logo, concluímos que tem alguma coisa errada mandando as embarcações embora do Brasil. Setembro Abav 2015

81


IBEROSTAR

Cruzeiros marítimos e fluviais Entrevista com Orlando Giglio

Grand Amazon completa dez anos de navegação

O

rlando Giglio, diretor executivo do Iberostar Brasil, comemora a marca de dez anos do Iberostar Grand Amazon. Para ele, trata-se de um produto muito atrativo para os estrangeiros, mas também para os brasileiros e, segundo ele, a ocupação média da embarcação ainda deve ficar abaixo do ideal em 2015, mas é otimista quanto a 2016. Já em relação ao mercado internacional para o Iberostar Grand Amazon, Orlando Giglio afirmou que a presença de estrangeiros provenientes do continente europeu avançou mais de 80%. O grande produto da Iberostar, que cresce ano a ano e navega pelos rios do Estado do Amazonas, completa uma década de navegação. Para os próximos 10 anos, Orlando afirma que “se tivermos apoio de venda do destino Amazonas, tanto nacional quanto internacional, será bastante promissor, pois estamos crescendo”.

M&E - No começo do ano, o senhor cravou 64% a média de ocupação para o Grand Amazon em 2014 e ainda falou do reforço por conta dos voos da Tap, o que aumentou a média estrangeira para 32%. De fato, este público tende a aumentar ainda mais com o enfraquecimento do real e supervalorização do dólar? O que esperar para os próximos anos quando o assunto é presença internacional? Orlando Giglio - O Grand Amazon evoluiu na ocupação, mas não tanto como o esperado. Acredito em fechar o ano entre 58 e 60% de média. Quanto à ocupação de estrangeiros, a Europa avançou mais de 80%, mas como o número de reservas de 2014 não era tão bom ainda, não chegamos a ocupação que consideramos a desejada. Acredito que, com a taxa de câmbio favorecendo os Europeus e Americanos, alcançaremos os nossos objetivos traçados em 2016. Para os anos vindouros, depende muito da estabilidade do câmbio e da política do país para passar tranquilidade ao turista, pois, na realidade, o único mal que espanta o turista é a insegurança. M&E - Para a Iberostar, as OTAs são grandes parceiras. Como o senhor classificaria esta relação com as agências de viagens e OTAs atualmente no Brasil. Existem estratégias para uma aproximação ainda maior dos profissionais de viagem?

82

Abav 2015

Setembro

Orlando Giglio - Quando estabelecemos nossa grade tarifária, procuramos manter a paridade e criar uma concorrência justa entre todos. As OTAS crescem rapidamente, em virtude da agressividade da publicidade online. Enquanto isso, os agentes de viagens independentes sofrem mais pelo pouco poder de fogo de falar com seus clientes tradicionais, além da própria captação de novos. Investimos sempre no contato direto com lojas de grandes operadoras e, também, com agentes de viagens que tenha uma certa capacidade de produção. Sempre recomendamos que procurem seu agente de viagens em nossas

publicidades e estamos sempre atendendo as lojas para fazer capacitações do nosso produto. Semanalmente, nossa equipe faz em média de oito a 10 capacitações, além de treinamentos periódicos junto às grandes operadoras, pois o grande turnover de pessoal nos faz repetir sempre este investimento. Hoje em dia, a comissão do agente de viagens é absolutamente grande, variando de 8% até as raias de 15%. Estes valores são irreais e trazem os preços ao público final bem mais elevados. M&E - Este ano o Iberostar Grand Amazon comemora uma década de atividades. Desde 2005, a embarcação já recebeu mais de 40 mil hóspedes e navegou mais de 436 mil quilômetros. É possível fazer um balanço especial sobre essa década? E os próximos 10 anos, já é possível imaginar? Orlando Giglio - Sim. Posso traçar um perfil do IGA, como um produto espetacular e “uma experiência única” nos rios brasileiros. É um produto que tem como perfil ser também um ícone neste segmento. O princípio foi duro, pois de cara tivemos que encarar uma seca que foi a pior em 68 anos na abertura e tivemos de parar por três meses até a água do rio subir. Passamos por dificuldades para adequar nossa imagem no mercado local e nacional que até hoje ainda tem desconfiança para vender, mas estamos superando aos poucos, com a formação que estamos sempre focando no IGA. Nos próximos 10 anos, acredito que, se tivermos apoio de venda do destino Amazonas, tanto nacional quanto internacionalmente, será bastante promissor, pois estamos crescendo. M&E - Existem lançamentos de novos produtos ou parcerias com agências e operadoras no país já programas para os próximos meses de atuação da Iberostar no mercado nacional? Orlando Giglio - Sempre temos novidades, tanto que já lotamos para o Réveillon, parte do Carnaval e estamos trabalhando forte o Natal, que é lindo, assim como o mês de janeiro com promoções também. Haverá promoções aéreas para Janeiro.


Setembro Abav 2015

83


NCL

Cruzeiros marítimos e fluviais Entrevista com Estela Farina

Escritório próprio e navio no Brasil

O

Brasil estará nas rotas da Norwegian Cruise Line a partir da temporada 2016-2017. De acordo com a diretora geral do escritório da Norwegian para o Brasil, Estela Farina, esta é a grande chance do mercado brasileiro conhecer as características e experiência de um cruzeiro com a bandeira Norwegian. “Essas viagens serão a oportunidade perfeita para muitos brasileiros conhecerem o estilo Norwegian de navegar e também importante para atrair estrangeiros ao Brasil.” Ainda de acordo com a diretora, mal ou bem, cerca de 14 mil brasileiros devem embarcar em cruzeiros da NCL até 2016. “Os destinos internacionais mais procurados pelos brasileiros são o Caribe, onde a Norwegian tem dois de seus mais modernos navios dedicados exclusivamente à região. A Europa também merece destaque na preferência dos brasileiros que estão mais e mais considerando este tipo de viagem pelo Velho Mundo.” M&E - Na edição da revista Abav 2014, a senhora afirmou que a Firstar como um todo tem um ótimo relacionamento com o agente de viagem em termos de proximidade e suporte. Este ano, quais ações e estratégias que foram e serão realizadas para aproximar ainda mais a representação no Brasil dos profissionais? Estela Farina - Hoje falo como Norwegian, que em 1º de fevereiro de 2015 oficialmente inaugurou seu escritório no Brasil, substituindo a Firstar. O novo escritório veio para atender em vendas e suporte aos profissionais de turismo não apenas a marca Norwegian Cruise Line como também a Oceania Cruises e a Regent Seven Seas. Com isso, o mercado – operadores e agentes de viagens – ganhou ainda maior agilidade, com o estabelecimento do sistema de parcelamento nas vendas em até 10 vezes para a Norwegian, que também tem preços em Reais, e em até 6 vezes para a Oceania e Regent, fator importante no nosso mercado. Também estão não apenas mantidas, mas ampliadas as ações de treinamento e capacitação dos profissionais para as três marcas. M&E - Embora estivéssemos em ano de Copa do Mundo e eleições, o poder aquisitivo da população há um ano era outro. Tanto é que em 2014, a senhora constatou um aumento na presença de brasileiros em cruzeiros internacionais. Com essa “mudança de maré”, qual é a expectativa em relação ao público brasileiro para a temporada? Estela Farina - De maneira geral, durante uma crise, o importante é se antecipar às drásticas quedas de vendas. Assim, algumas ações da NCL, como o parcelamento dos cruzeiras e diversas ações promocionais (descontos) 84

Abav 2015

Setembro

implementados esse ano já contribuíram para a manutenção das vendas. M&E - Agora, falta menos de um ano para o início das Olimpíadas Rio 2016. É possível tirar proveito de um megaevento como esse? Como as Olimpíadas podem beneficiar (ou prejudicar) o setor e a temporada 2016/17? Estela Farina - Aqui cabe falar da maior novidade da Norwegian no que toca ao mercado do Brasil. Este mês foi oficialmente anunciada a nova programação da Norwegian para 20162017 e que inclui o Brasil em suas rotas. Não será navegação de cabotagem, mas uma série de cruzeiros do Norwegian Sun na América do Sul, de 7 a 14 dias de duração, que terão na sua rota, Rio de Janeiro, Santos, Búzios, Ilha Grande, Montevidéu e Buenos Aires. Essas viagens serão a oportunidade perfeita para muitos

brasileiros conhecerem o estilo Norwegian de navegar e também importante para atrair estrangeiros ao Brasil. M&E - A NCL deve embarcar quantos brasileiros nesta temporada? Dada esta previsão, qual seria a porcentagem de aumento em relação à temporada anterior? Quais são ou serão os destinos e embarcações mais procurados pelo público para 2015-2016? Estela Farina - Nossa expectativa é a de embarcarmos mais de 14 mil brasileiros até 2016, antes de se iniciar a temporada do Norwegian Sun na América do Sul. Os destinos internacionais mais procurados pelos brasileiros são o Caribe onde a Norwegian tem dois de seus mais modernos navios dedicados exclusivamente à região, tendo Miami como porto-base de onde navegam em roteiros de 7 noites, o ano todo. Outros navios da companhia também realizam rotas no Caribe, alternando com outros destinos. Outro sucesso da Norwegian são os cruzeiros no Havaí com o Pride of America, único navio a fazer cruzeiros semanais, partindo de Honolulu e aportando nas principais ilhas do arquipélago e ainda com quase cem horas em terra, para que os hóspedes possam usufruir mais e melhor da região. A Europa também merece destaque na preferência dos brasileiros que estão mais e mais considerando este tipo de viagem pelo Velho Mundo já que estas permitem visitar vários países em poucos dias, muitos lugares que tem difícil logística de transporte. A Norwegian tem navios em todo o Mediterrâneo, Mar Báltico, no Adriático e Ilhas Gregas.A inclusão de portos exóticos, do Golfo Pérsico à Austrália e Nova Zelândia - recentemente anunciados também serão importantes fatores na conquista de passageiros do Brasil, especialmente daqueles que já conhecem o estilo de navegar da Norwegian. M&E – Desde o início do ano, a Norwegian Cruise Line Holdings tem um escritório em São Paulo. De lá pra cá, é possível avaliar a importância de ficar mais perto do mercado brasileiro? Estela Farina - Sem dúvida a presença oficial da Norwegian no Brasil permitiu a criação de várias ações de aproximação com o mercado. A companhia está firmemente interessada em ampliar esses laços e aberta a entender como funciona o nosso mercado, beneficiando suas três marcas.


PIER 1

Cruzeiros marítimos e fluviais Entrevista com Thiago Vasconcelos

“Aproximação com agentes é fundamental”

Q

uem souber se reinventar, se renovar e criar estratégias para não deixar o volume de negócios cair, pode ser o grande “herói” desta temporada de cruzeiros marítimos que se aproxima. A atual situação econômica do país atrapalha sim, e a Pier 1 também está ciente disso. Tanto é que o grande objetivo para este ano é manter o mesmo faturamento alcançado em 2014. Apesar disso, de acordo com Thiago Vasconcelos, diretor da Pier 1, “quando falamos de cruzeiros temáticos de luxo, com certeza ainda há um grande potencial a ser explorado. Um dos nossos desafios é como podemos melhorarmos a comunicação com os agentes para que ofereçam essas opções na hora da venda”. É nesta hora que grandes ações e investimentos em capacitação entram em ação. A aproximação dos agentes de viagens pode ser fundamental para os objetivos da Pier 1 em 2015, que é manter o mesmo faturamento do ano passado. “Lançamos diversas ações de vendas para os agentes de viagem como o “Dia das Mães Irresistível”, onde presenteamos os agentes que comprassem um cruzeiro conosco com uma máquina de café Nespresso, e a “Conquiste Um Coração”, na qual na venda de uma cabine o agente ganhava um pingente da Tiffany”. Para Thiago, a grande tendência mundial no segmento de Cruzeiros Marítimos tem sido destinos como Antártida e Ilhas Galápagos, diferente do modo de pensar do brasileiro. “Na minha opinião os brasileiros ainda estão em uma fase de descobrimento dos cruzeiros internacionais, então os destinos mais procurados continuam sendo Caribe e Mediterrâneo”. M&E - Com o enfraquecimento do real e supervalorização do dólar, o que esperar da presença do público brasileiro em cruzeiros internacionais em mais esta temporada 15/16 que se aproxima? O impulso do turismo doméstico devido ao momento econômico do país pode atrapalhar os planos da Pier 1? Thiago Vasconcelos - Imagino que de modo geral haverá uma queda no número de passageiros para cruzeiros internacionais, porém no nosso segmento de cruzeiros de luxo essa diminuição será muito baixa, quase imperceptível. O Brasil carece de opções de turismo de luxo e cobra muito caro por isso, portanto não vejo como isso pode nos atrapalhar. Eu acredito que neste difícil momento econômico não tenha nenhuma empresa de turismo que não esteja sofrendo com essa crise, que precise de uma mudança de curso, de um novo planejamento. A crise afeta o planejamento, afeta a criatividade e inovação do setor, o que exige de todo o trade o aperfeiçoamento para melhorar cada vez mais. Eu torço para que a temporada, no geral, seja boa e como diz o ditado: “mar de almirante, não faz bom marinheiro”. E é exatamente isso que vai acontecer: os bons marinheiros vão se destacar. O nosso objetivo para este ano é fechar o ano como terminou 2013, com o mesmo faturamento em dólar.

M&E - Qual será a tendência dos cruzeiros internacionais nesta temporada em relação aos destinos que estão em alta? E para o brasileiro, o que mais pode interessar? Cruzeiros temáticos e de luxo ainda são mercados a serem explorados pelos agentes na hora da venda? Quais dicas você daria ao profissional para esta temporada? Thiago Vasconcelos - Nos últimos dois anos, temos observado um aumento considerável

na oferta de cruzeiros em novos destinos por regiões mais remotas do planeta, como pela Antártida e Ilhas Galápagos. Em minha opinião, os brasileiros ainda estão em uma fase de descobrimento dos cruzeiros internacionais, então os destinos mais procurados continuam sendo Caribe e Mediterrâneo. Quando falamos de cruzeiros temáticos de luxo, com certeza ainda há um grande potencial a ser explorado. Um dos nossos desafios é como podemos melhorar a comunicação com os agentes para que ofereçam essas opções na hora da venda. Eu recomendo aos agentes de viagens que sigam os perfis nas mídias sociais das companhias de cruzeiros e representantes, uma vez que através desses canais é muito fácil se manter atualizado sobre as principais novidades e promoções das companhias. M&E - Quais são as ações que a Pier 1 promove durante o ano para incrementar as vendas no país e se aproximar ainda mais dos agentes de viagens? Thiago Vasconcelos - Lançamos diversas ações de vendas para os agentes de viagens como o “Dia das Mães Irresistível”, onde presenteamos os agentes que comprassem um cruzeiro conosco com uma máquina de café Nespresso, e a “Conquiste Um Coração”, na qual na venda de uma cabine o agente ganhava um pingente da Tiffany. Além dessas ações, desenvolvemos parcerias com as redes de hotéis Belmond, Kempinski, e com a companhia área BA | Ibéria, oferecendo benefícios exclusivos aos clientes das agências que compram cruzeiros através da Pier 1. M&E - A criação de um site voltado somente para os acessos em celulares e tablets pode contribuir para os números da Pier 1 no mercado brasileiro? Logo de cara, quais vantagens os profissionais poderão tirar da interface para os gadgets? Thiago Vasconcelos - Com certeza, inclusive lançamos recentemente nosso novo site, que foi desenvolvido desde o início para navegação mobile. Em relação às vantagens que os profissionais terão com o aplicativo, considero a facilidade e comodidade de acesso sem a necessidade de estar à frente de um computador. Estamos atentos a essa nova tendência, o que, mal ou bem, é uma ferramenta a mais para o trade. Setembro Abav 2015

85


AUSTRALIS

Cruzeiros marítimos e fluviais Entrevista com João Araujo

Cresce procura por viagens de experiência

A

Australis completa 25 anos de operação no Brasil em 2015. Embora, o principal público sejam os europeus e norte-americanos, México, Austrália e Brasil também são considerados importantes mercados para a empresa. Em entrevista ao M&E, João Araujo, representante da Australis no Brasil, diz estar feliz com a data e animado com uma possível maior presença do público brasileiro para esta temporada. “Com o aumento do dólar, os brasileiros poderão olhar para outros destinos além dos Estados Unidos. É neste momento, no qual um produto como o Australis, de ótima relação custo benefício, e com all-inclusive integral, constitui uma excelente opção”, disse. M&E- A Australis oferece sete opções de roteiros para apreciar as paisagens da Patagônia argentina e chilena a bordo do Stella Australis e Via Australis. Qual seria o principal público para este tipo de passeio? Os brasileiros são um grande mercado para a armadora? João Araujo - O principal público da Australis são os europeus e americanos e estas nacionalidades se complementam com outras como México, Austrália e Brasil. O público brasileiro está despertando para as viagens de experiência e contato com a natureza, e o ciclo de destinos está começando a ficar em nosso favor. Certamente já atingem quase 10% de participação de mercado. Com a diversificação dos destinos preferidos pelos brasileiros e o conhecimento dos turistas em relação ao diferencial dos cruzeiros de expedição, a Australis está apostando forte no crescimento no Brasil. M&E - O que esperar de mais esta temporada na América do Sul? A crise no principal país latino americano pode atrapalhar os planos? João Araujo - Acreditamos que os turistas venham preferir destinos mais próximos e neste ponto a Australis tem uma grande vantagem já que opera na vizinhança. É só ir um pouco além de Santiago e Buenos Aires e os passageiros irão descobrir um universo maravilhoso de atrações naturais e uma experiência de viagem que combina aventura suave com aconchego, requinte e alto padrão de serviço. Em relação à crise, pode atrapalhar mas por outro lado, com o aumento do dólar os brasileiros poderão olhar para outros destinos além dos Estados Unidos. É neste momento, no qual um produto como o Australis, de ótima relação custo benefício e com características de all-inclusive integral, constitui uma excelente 86

Abav 2015

Setembro

opção. Estamos apostando também na procura por viagens mais curtas. M&E - Em junho, a Australis completou 25 anos de operação. O gerente de marketing Brasil afirmou que roadshows e eventos pontuais seriam realizados por todo o país. O que falar desses 25 anos de operação e a relação com o mercado turístico brasileiro? João Araujo - Estes 25 anos de trabalho no mercado brasileiro têm sido de crescimento constante junto aos operadores do trade. Muitas companhias do canal já conhecem bem e apreciam a qualidade e principalmente a experiência de viagem mágica que a Australis oferece. Os roadshows já estão acontecendo em pareceria com alguns operadores e já fizemos um ótimo trabalho no Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e interior. No final de agosto, pela primeira vez realizamos um Roadshow da Patagônia Chilena junto com os

hotéis e operadores da região, fortalecendo o elo entre Torres del Paine e os roteiros da Australis que são destinos que se complementam. A capacitação é fundamental para um produto como este que oferece uma proposta fora do comum. M&E - Em 2014, a Australis pretendia atingir um volume recorde de embarque de brasileiros em seus dois navios, muito por conta do aumento da oferta de voos entre os países. Com o enfraquecimento do real a atual situação política e econômica do país, o panorama pode ser diferente para esta temporada 15/16? Quantos brasileiros embarcaram em cruzeiros Australis na última temporada? Qual é a expectativa para esta temporada? João Araujo - O momento é complexo para falar em crescimento, mas temos confiança em manter o volume de passageiros brasileiros. Existe ainda uma oportunidade enorme de negócios, de incentivos e grupos onde a Australis conta com incríveis vantagens. Os passageiros da Australis em geral são turistas com um forte histórico de viagens. Vemos que cada vez têm mais brasileiros procurando a experiência Australis. Ou seja, existe uma evolução nas preferências e destinos e acreditamos que haverá procura natural por viagens de experiência, encontro com a natureza e desconexão da agitada vida urbana. Gosto de falar que a Australis vem para refrescar a prateleira dos agentes de viagens. Na última temporada embarcamos cerca de mil passageiros brasileiros. M&E - Existe a possibilidade da Australis criar novos roteiros e/ou anunciar embarcações novas ou revitalizadas? João Araujo - Na realidade já estamos com roteiros novos que são as nossas rotas round trip de três noites (sexta a segunda), que oram lançadas na temporada passada. O que fazemos constantemente é procurar novos lugares de desembarque dentro das rotas existentes. Um exemplo maravilhoso foi a inclusão do Fiorde Parry onde é possível a avistar leopardos marinhos. O mesmo acontece com as nossas saídas temáticas para ver as baleias jubarte. Em relação aos nossos barcos estamos com uma frota jovem. O nosso barco Stella Australis foi construído em 2010. Já o Via Australis, do ano 2005, passará por uma renovação do mobiliário e outros detalhes internos.


Setembro Abav 2015

87


CARNIVAL

Cruzeiros marítimos e fluviais Entrevista com Justin French

“Parceria com as operadoras é fundamental”

A

Carnival Cruise Line, embora não tenha uma grande participação na costa brasileira durante a temporada de cruzeiros, é responsável por embarcar uma quantidade significativa de brasileiros em seus cruzeiros internacionais. “Com inúmeros voos diretos entre Miami e Brasil, os cruzeiros a partir de todos os portos da Flórida são altamente procurados pelos viajantes brasileiros”, disse o diretor administrativo e Internacional de Vendas da Carnival Cruise Line, Justin French, em entrevista ao M&E. Para o executivo, a parceria entre a armadora e as grandes operadoras brasileiras pode ser fundamental. “Nossos produtos oferecidos a bordo satisfazem os clientes que procuram uma experiência de cruzeiro divertida e com excelente valor”. Só no último mês, a Carnival investiu mais de US$ 100 milhões na República Dominicana e Barcelona, e o executivo explica o motivo. “Amber Cove será um porto de destaque para alguns cruzeiros da Carnival. É um brilhante destino localizado no coração da Costa Norte da República Dominicana”, disse o executivo. M&E - Somente no último mês, a Carnival investiu mais de US$ 100 milhões nos portos de Barcelona e da República Dominicana. Qual é a importância dos destinos e desta injeção de capital para a Carnival? Justin French – Acredito que é extremamente importante. Em particular, para a Carnival Cruise Line, a abertura do Amber Cove ainda este ano é extremamente animadora. Amber Cove é um brilhante destino localizado no coração da Costa Norte da República Dominicana, conhecida como Amber Coast, que irá receber nosso primeiro cruzeiro, o Carnival Victory, no dia 6 de outubro. A visita do Carnival Victory é a primeira das 37 que a Carnival fará com oito diferentes embarcações entre Outubro de 2015 e Abril de 2016, transportando mais de 100 mil passageiros no período. M&E – O Amber Cove, portanto, é um dos carros-chefes da Carnival Cruise Line para esta temporada. O que o hóspede pode encontrar na República Dominicana a partir do desembarque? Justin French – Amber Cove será um porto de destaque para alguns cruzeiros da Carnival, como o Breeze, o Glory, o Splendor e o Carnival Victory que partem de Miami, o Carnival Conquest, que sai de Fort Lauderdale, o Carnival Sunshine e Carnival Valor, que partem de Porto Canaveral, também na Flórida, e o Carnival Fantasy que sai de Charleston, Carolina do Sul. Projetado para servir como porta de entrada para uma das regiões de cruzeiros mais bonitas do mundo, a Amber Cove apresenta elementos arquitetônicos que ecoam o passado colonial. O porto está situado em uma enseada que 88

Abav 2015

Setembro

serve de papel de parede por suas montanhas e exuberante paisagem tropical. As praças de paralelepípedo contém uma grande variedade de ofertas, como restaurantes temáticos, bares e um mercado de artesanato de origem local. A área portuária de Ambar Cove contará com um dos mais amplos programas de excursão em terra disponíveis no Caribe, oferecendo uma ampla gama de experiências, incluindo belas praias, esportes aquáticos e uma culinária especial, além de opções culturais e de aventura. É possível ainda ter uma grande interação com os animais marinhos no Ocean World, um dos maiores parques de aventura marinha da região. Além disso, entre as dezenas de excursões em terra, é possível partir para aventuras de buggy 4x4, passeios á cavalo, mergulho em águas

cristalinas, snorkeling, visita as plantações de café, degustação de rum e frutas da estação. Para uma experiência de luxo, os hóspedes ainda podem reservar seu próprio bangalô à beira-mar privado com serviços personalizados. M&E - Em 2014, a Carnival expandia sua parceria com as operadoras no Brasil. Como está a relação com os operadores e agentes brasileiros para esta temporada? Existe algum incentivo ou investimento em ações junto ao trade e turismo brasileiro? Justin French – Certamente. Estamos muito interessados em desenvolver longas parcerias e fortes relacionamentos com todo o mercado turístico brasileiro. A Carnival Cruise Line é uma excelente escolha para os viajantes brasileiros. Nossos produtos oferecidos a bordo satisfazem os clientes que procuram uma experiência de cruzeiro divertida e com excelente valor. Pelo o que estamos ouvindo de nossos parceiros de viagens no Brasil, é exatamente isso que seus clientes estão procurando também. M&E - Quais são os itinerários mais procurados pelos brasileiros? No ponto de vista da Carnival, quais seriam os itinerários que mais interessariam aos brasileiros? Justin French – Com inúmeros voos diretos entre Miami e Brasil, os cruzeiros a partir de todos os portos da Flórida são altamente procurados pelos viajantes brasileiros. Atualmente, oferecemos cruzeiros de seis e oito noites de Miami a bordo do nosso mais novo navio, o Carnival Breeze. Já a partir de maio de 2016, o Carnival Splendor inicia suas viagens pelo Caribe de seis e oito noites, com saídas alternadas entre sábado e domingo. A programação, que vai até dezembro de 2016, inclui oito dias de cruzeiro no sul do Caribe, passando por destinos como Grand Turk, La Romana, Curaçao e Aruba. O Carnival Splendor também oferecerá uma opção de três portos e seis dias, que percorrerá Grand Cayman, Cozumel e Ocho Rios. O navio também contará com uma viagem de nove dias de ida e volta de Miami com partida no dia 26 de maio de 2016, com uma pernoite no King’s Wharf, Bermudas, bem como visitas ao Amber Cove (República Dominicana) e Grand Turk. Este é um itinerário especialmente atraente para os viajantes brasileiros, dado o cruzeiro mais longo em questão de comprimento e o maior no quesito programação.


Setembro Abav 2015

89


SILVERSEA

Cruzeiros marítimos e fluviais Entrevista com Viviane Souza

Alto luxo e navios conectados

Q

uando o assunto é cruzeiro de luxo, não se pode esquecer da Silversea. Presente nos principais mercados mundiais, a armadora prepara uma série de novidades para a temporada 2015-2016 que pode despertar, também, o interesse do público brasileiro. O M&E conversou com Viviane Souza, gerente de Marketing da Silversea para América Latina & Canadá. De acordo com a executiva, “Caribe, Mediterrâneo, Norte Europeu são destinos muito procurados por brasileiros”. Por falar em viagens que deixam o cotidiano e a rotina fora da mala, destaque para as quatro viagens a bordo do Silver Explorer pela Antártida. De acordo com a gerente, todos os hóspedes embarcados terão encontros com a vida selvagem como em nenhum outro lugar do mundo, acompanhados por uma equipe de especialistas que inclui naturalistas, geólogos, biólogos, historiadores, e ornitólogos. Da Antártida ao Caribe, todos os navios Silversea terão Wi-Fi gratuito em 2016. “Pelo menos uma hora de Wi-Fi de graça por hóspede por dia a partir de Janeiro”. M&E - A Silversea divulgou que a partir de janeiro de 2016 todos os passageiros poderão desfrutar de um novo pacote de Wi-Fi. Como você classificaria mais este passo para a armadora? Viviane Souza - Nós sabemos o quanto é importante para o viajante de hoje permanecer conectado, mesmo quando se desconecta do mundo. Afinal, como vamos compartilhar as nossas experiências incríveis com os nossos amigos e familiares? Comprometida em sempre oferecer a melhor e mais completa experiência all-inclusive de luxo em alto mar, a Silversea terá pelo menos uma hora de Wi-Fi de graça por hóspede por dia a partir de Janeiro de 2016. Suítes superiores receberão serviço de Wi-Fi ilimitado. Este com certeza é um avanço no serviço oferecido pelas companhias de cruzeiro de luxo – que muito provavelmente outras companhias terão que reagir e adaptar. M&E - A linha de cruzeiros da Silversea preparou uma série de quatro viagens a bordo do Silver Explorer. O roteiro é inspirado no aniversário de 100 anos do explorador Ernest Henry Shackleton, com uma expedição pela Antártida. Qual é a expectativa para as expedições na Antártida? Viviane Souza - Nossos hóspedes poderão descobrir como seis homens viajaram pelo Oceano Antártico em um pequeno barco salva-vidas para buscar ajuda para seus colegas de tripulação feridos e ouvir como o resto da tripulação conseguiu sobreviver por 138 dias em um dos lugares mais inóspitos da terra. Nestas viagens especiais programadas para 2015 e 2016, os hóspedes não só seguirão os 90

Abav 2015

Setembro

passos do grande explorador Shackleton mas também terão encontros com a vida selvagem como em nenhum outro lugar do mundo. M&E - A Silversea conta, desde a última temporada, com cruzeiros de até quatro noites. A que se deve esta mudança? Viviane Souza - Na Silversea tudo é uma questão de escolha pessoal e conveniência. Como resultado, nós planejamos essas viagens mais curtas que são mais acessíveis e oferecem aos marinheiros de primeira viagem a oportunidade de experimentar a Silversea. É uma ótima maneira de introduzir novos clientes à nossa marca e conquistá-los para um cruzeiro mais longo. Além disso, para os nossos clientes regulares que procuram uma fuga rápida , estas viagens mais curtas são ideais. E por oferecemos um

serviço personalizado sob medida para cada um de nossos hóspedes e muitos portos exclusivos onde navios maiores não chegam, nossos clientes não têm que sacrificar em qualidade para ter um descanso rápido. M&E - Quais são os itinerários mais procurados pelos brasileiros? Quais seriam os itinerários que os brasileiros mais devem aproveitar no ponto de vista da Silversea? Viviane Souza - Caribe, Mediterrâneo, Norte Europeu são destinos muito procurados por brasileiros. Mas nós também gostamos de aventura. É por isso que as nossas viagens Silversea Expeditions são muito populares entre os brasileiros. Nossos três navios da expedição (Silver Explorer, Silver Galápagos, Silver Discoverer ) transportam os nossos hóspedes para os dois extremos do planeta e destinos exóticos como as Ilhas Galápagos e os arquipélagos do Pacífico. O mercado de viagens de aventura e ecoturismo está crescendo e os nossos cruzeiros de expedição são uma combinação dessa experiência com o luxo e a comodidade do serviço personalizado da Silversea. Nós somos mais do que uma linha de cruzeiro de luxo que oferece expedições, nós somos líderes em cruzeiros de expedição. E isto é algo que nós temos muito orgulho. M&E - Existem itinerários já planejados para a costa brasileira na temporada 2016/2017? Viviane Souza - Nós temos duas viagens tradicionais que fazemos todos os anos e que ancoram em portos brasileiros. A primeira é a nossa Circle South América a bordo do Silver Spirit, que parte de Barbados em 25 de janeiro de 2016 e faz a circum-navegação do continente Sul Americano. No Brasil, os portos visitados são Fortaleza, Natal, Recife, Salvador, Búzios, Rio de Janeiro, e Santos. O outro itinerário também sai de Barbados a bordo do Silver Spirit e visita a Amazônia, passando por Macapá, Santarém, Boca da Valéria, Manaus, Parintins e Alter do Chão. Essa viagem de 17 dias começa dia 21 de novembro de 2016. Para o ano de 2017, as mesmas viagens estão programadas. O Circle South America 2017 também será a bordo do Silver Spirit e visitará portos diferentes como Ilhabela em São Paulo e Paraty no Rio de Janeiro. A viagem à Amazonia em 2017 será a bordo do Silver Whisper. Mas ainda temos outras novidades para 2017 que anunciaremos em breve.


GrĂĄficos do Setor

Cruzeiros marĂ­timos e fluviais

Setembro Abav 2015

91


Gráficos do Setor

Continuação

Cruzeiros marítimos e fluviais

92

Abav 2015

Setembro


Setembro Abav 2015

93


Matéria de capa

No balanço da crise, um mar de oportunidades No momento econômico e político mais conturbado do século 21, o Turismo se inova e agentes e operadores se desdobram para não deixar a “peteca cair”

A

crise traz oportunidades. Por mais que possa parecer clichê, a expressão faz todo o sentido em tempos de instabilidade econômica e política no Brasil. O que o Turismo tem feito, no entanto, é não esperar que a crise traga essas oportunidades, mas sim ir atrás delas. Embora a alta do dólar e a queda do consumo tenha impactado negativamente o setor, muitas empresas – mesmo aquelas que não se prepararam com antecedência – estão inovando, apostando em nichos, adaptando produtos e investindo em um melhor e mais amplo relacionamento com os agentes de viagens. Existe ainda a guerra tarifária entre as companhias aéreas, especialmente as internacionais, e por toda a hotelaria. Embora todos digam que isso é prejudicial para a cadeia, é fato que os preços estão menores. Com isso, o que se constata é que o número de pessoas viajando não caiu, mas o tíquete médio despencou.

94

Abav 2015

Setembro


reportagem de capa

Um termômetro disso são os números da CVC – a maior operadora do país. Embora ela tenha avançado dois dígitos em todos os indicadores neste primeiro semestre, o tíquete médio caiu 3,2%. A conclusão é de que mais pessoas viajaram, mas acabaram pagando bem menos por isso. Ainda sobre a CVC, outro dado que demonstra uma tendência no setor é o aumento nas vendas via agentes de viagens multimarca, que avançaram 11,5% entre abril e junho. Além de querer pagar menos, o consumidor tem valorizado, cada vez mais, a consultoria especializada de um agente. O papel do agente de viagens muda com a crise? Na opinião da presidente da Braztoa, Magda Nassar, não. Ele apenas passa a ser mais valorizado. “O papel (do agente de viagens) continua fundamental, como sempre foi. O agente é um grande consultor, um especialista em viagem. Este é o momento dele mostrar seu conhecimento e deixar o cliente seguro na sua compra”, acredita. “O agente de viagens é um profundo conhecedor do destino. Ele sabe que tem que agregar o maior número de produtos no pacote para que a o cliente fique livre da variação cambial, o que traz mais segurança e garantia de uma

viagem tranquila”, complementou. O ambiente econômico e político faz com que o pessimismo sobre o futuro se generalize. Mas a frieza dos números, porém, demonstra que não há motivo para pânico, e sim para muito trabalho. Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas, Estudos e Capacitação em Turismo (Ipeturis) para o Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo (Sindetur-SP) mostrou que a fase negativa está afetando as vendas de 82,1% das empresas do agenciamento turístico do Brasil em 2015. Entre as empresas que indicaram influência negativa na movimentação, a queda superior a 20% foi apontada tanto nas vendas para pessoas físicas (71,6% das empresas consultadas), quanto nas vendas para o público corporativo privado (45,1% das empresas). Por sua vez, o setor público apontou menor redução nas vendas, com 59,4% das empresas consultadas indicando uma queda de até 10%. Números nada animadores. Mas é possível enxergar o copo cheio pela metade olhando para outro dado da pesquisa: as viagens para os destinos internacionais sofreram um impacto maior, com queda média de 44,2% nas vendas, enquanto as viagens

para os destinos nacionais apresentaram retração média de 27%, sem esquecer de que, de acordo com pesquisa do MTur, 72% dos brasileiros manifestaram intenção de viajar pelo país nas próximas férias. Então as oportunidades estão no turismo nacional? A resposta não é nem sim nem não. E não há saída simples para driblar a crise. Companhias internacionais derrubaram os preços de suas passagens para destinos como os Estados Unidos, por exemplo. Hoje, elas estão mais baratas em reais do que há um ano. “É importante salientar que as oportunidades não estão só no aéreo, mas em todos os produtos comercializados por eles [agentes de viagens]. É com a união da cadeia turística que se chega às melhores oportunidades”, lembrou Magda Nassar. “O consumidor se assusta e começa a procurar mais o nacional. Mas vale lembrar que mesmo com a alta do dólar, temos tido grandes promoções de companhias aéreas e hotelaria internacional, que quando convertidos em real fica ainda muito competitivo nos preços. Em momentos de crise o mais importante é a inovação”, complementou o presidente da Flytour Viagens, Michael Barkoczy. Shutterstock

Setembro Abav 2015

95


reportagem de capa

Esta mudança de perfil ocorre, principalmente, porque o brasileiro já inseriu a viagem na sua “cesta de consumo”, conforme lembra o presidente da CVC, Luiz Eduardo Falco. “O brasileiro já incorporou o hábito da viagem em seu orçamento e, independente do momento econômico, em geral, ele não deixa de realizar a viagem de férias, nem que seja uma vez ao ano”, afirma. O fato, entretanto, é que o brasileiro está disposto a pagar menos por isso. “É notável que as promoções deram a tônica neste 1º semestre e para buscar o crescimento nos principais indicadores fizemos diversas ações, e que os consumidores responderam muito bem. Para embarcar mais passageiros, o tíquete médio da viagem recuou 3,2% no 2º trimestre, o que faz parte do processo de crescimento”, completou. Mais e novos produtos – Já ficou claro que para sobreviver aos tempos de turbulência é essencial prover alternativas que caibam no bolso do consumidor. Quem conseguiu este feito tem sofrido menos com a crise. Para Falco, a novidade faz parte das estratégias de diversificação e de crescimento. O incremento de receitas adicionais, de acordo com o exe-

cutivo, é essencial neste momento. Por isso, inovação se tornou uma das palavras-chave para este momento. Muitos players do mercado investiram em novos produtos ou em nova roupagem para produtos tradicionais. Não se trata de enganar o consumidor, mas de agregar valor e de demonstrar as vantagens da compra. O que é muito diferente do que simplesmente baixar os preços. “Independente do câmbio, é preciso vender com inteligência e a preços justos. O cliente não vai reclamar de pagar mais, desde que você mostre os benefícios que ele terá ao adquirir tal produto. Existe uma diferença muito grande entre negociar e leiloar. É fundamental tomar cuidado também em relação à redução do câmbio para ganhar o mercado. Lidamos com grandes operações em dólar e, no longo prazo, o estrago pode ser catastrófico”, advertiu o presidente do Grupo Trend, Luis Paulo Luppa. Luppa acredita que o Turismo não precisa de crise para ser instável. Justamente por este motivo, o executivo afirma que não há espaço para sustos, mas sim para mais foco e trabalho. “Profissionalização e criatividade são características cada vez mais necessárias,

visto que ajudam as empresas a superar possíveis obstáculos. Também vale realçar a importância dos agentes compreenderem que, mais do que nunca, é essencial que seu serviço seja o de prestação de consultoria, deixando para trás a ideia de que são ‘apenas’ vendedores”, disse. Juarez Cintra Neto, vice-presidente do Grupo Ancoradouro, lembrou que mesmo com a atual instabilidade, a Ancoradouro Viagens não pretende investir em uma maior oferta de produtos nacionais. Na opinião do executivo, o momento é também de aproveitar a queda de preços das passagens internacionais e buscar alternativas. “É a lei da oferta e da procura. O que as companhias aéreas estão fazendo é necessário nesse momento. Para ele, o setor está acostumado á instabilidade. Cada um está tentando defender o seu market share. O produto deles é perecível, a partir do momento que o avião levantou voo ele não consegue recuperar aquele assento que ficou vazio. Quando há promoções mais pesadas, acaba fomentando o mercado. Mas isso é momentâneo, já vimos no passado, quando as tarifas são jogadas lá embaixo e depois acabam voltando ao seu valor”, destacou.

Momento de fazer mais Para o diretor-geral da Capacitar Soluções Educacionais, Lúcio Oliveira – especializado em consultoria para agências de viagens -, o primeiro passo para reverter a situação econômica é dividir o profissional do Turismo em dois grandes grupos; os empreendedores (donos de agências) e os colaboradores (funcionários das agências). Segundo ele, os empreendedores devem investir mais tempo em três pontoschave da empresa: pessoas, clientes e gestão. Abaixo algumas dicas do consultor:

1- Pessoas

A) Criar internamente na agência um ambiente vendedor, ou seja, lançar desafios e metas para todos os colaboradores criando o engajamento geral a partir de um objetivo comum. Ele deve comunicar os resultados do ano e buscar o compromisso de todos no novo momento da empresa. B) Motivar e Recompensar todos os colaboradores pela meritocracia. Para cada equipe

96

Abav 2015

Setembro

interna um tipo de indicador e recompensa, e montar ainda mais uma premiação para toda a empresa, como por exemplo, um jantar, happy hour ou algo neste sentido. Cabe ainda, para os mais arrojados, um plano de divisão dos lucros.

do o contato e a compra dos clientes que já não compram com muita frequência na agência. Os que denominamos de inativos. Com isso o empreendedor poderá aumentar em quase 20 a 25% de suas vendas se fizer o trabalho correto e contínuo.

2- Clientes

3- Gestão e Governança

A) Buscar 10% de novos clientes através da prospecção, que pode ser realizada com indicações de clientes da empresa e dos colaboradores. B) Buscar mais 10% de vendas de mix de produtos que já são vendidos aos clientes atuais da empresa, como por exemplo, aumentar as vendas de hotéis, locação de carros e seguro viagem, para todos aqueles que compraram passagens aéreas. Na grande maioria do mercado esta proporção é de cada quatro bilhetes para um hotel. Existem muitas oportunidades. C) Buscar mais 10% de vendas restabelecen-

Gerir de forma mais eficiente a agência nos seguintes pontos A) Produtividade por colaborador B) Atendimento com alta qualidade aos clientes C) Oportunidades de vendas das equipes de lazer, corporativo, eventos ou incentivos da agência de forma muito próxima conduzindo reuniões semanais com a equipe. D) Acompanhar as vendas diariamente através dos relatórios de compras dos clientes e agir com rapidez nas situações fora da linha geral de compras média dos clientes da empresa.


Setembro Abav 2015

97


reportagem de capa

Qual o papel do agente de viagens nesta crise? “Foco em vendas de programas com melhor relação custo/benefício, para manter seus clientes ativos. E eventualmente buscar novos segmentos no amplo mercado de consumidores, que estão cientes de que viagem de lazer é um remédio recomendado e provado para situações de crise, que requerem um esforço maior no trabalho de todos nós”, Ilia Hirsch, presidente do Sindetur SP

“Os agentes podem usar seus conhecimentos e áreas específicas de atuação para entender a demanda dos clientes e explorar ao máximo o potencial dos destinos. Outro ponto fundamental é oferecer facilidades que estimulem o turista a comprar sua viagem em uma agência, mostrando vantagens comparativas, experiências inovadoras e dicas que somente os profissionais do setor podem dar”, Jeanine Pires, presidente da CTI Nordeste

“Nesse momento econômico, estamos passando também por mudanças profundas em todas as intermediações do trade turístico. Para aqueles que têm criatividade e competência, os tempos são de oportunidades para desenvolver não somente novos destinos ou novos tipos de produtos, mas também novos tipos de serviços e de modelos de negócios”, Jean-Phillipe Pérol, diretor do Atout France para o Brasil

Intenção de viagem em Julho / 2015

“Eles [agentes de viagens] precisam se especializar ler bastante sobre o setor e participar dos treinamentos dos nossos associados para, assim, conseguir participar do “jogo”. Hoje o agente faz a diferença, logo precisa se especializar, escolher o cruzeiro certo. Tendo acesso, ele sabe fazer a leitura dos mapas dos navios, colocando o seu cliente na melhor opção, com upgrade, uma carta de crédito, entre outras possibilidades. Existem mil condições para melhorar a viagem de um cliente, aprendendo e se especializando”, Marco Ferraz, presidente da Clia Abremar.

“Temos uma realidade onde cada vez mais o uso da internet facilita o acesso e a compra direta do consumidor de uma reserva hoteleira. Isso reduz o custo do hoteleiro já que não existe a cadeia intermediária. Por outro lado os agentes de viagens e consolidradores devem procurar também atuar como consultores de viagens e usar também as ferramentas tecnológicas disponíveis para aumentar suas vendas. Há uma tendência de concentração e o pequeno agente tem que ter uma gestão eficiente procurando orientar seu cliente e buscar junto ao mercado oportunidades que acontecem mesmo em tempos de crise”, Alexandre Sampaio, presidente da FBHA Fonte: MTur/FGV

98

Abav 2015

Setembro


Setembro Abav 2015

99


reportagem de capa

O tamanho da crise

100 Abav 2015

Setembro

Shutterstock

O dólar vem batendo sucessivos recordes de alta. Somente nos primeiros oito meses do ano, a moeda norte-americana subiu mais de 35% e não perdeu o fôlego. A previsão do mercado é que ele ultrapasse a casa dos R$ 4 até o final ano. Do mesmo modo, a inflação pode chegar perto do índice de10%, ao mesmo tempo que o Produto Interno Bruto (PIB) deve cair pelo menos 2%. “Desde o início de 2015, vínhamos sinalizando que este seria um ano que pediria cautela. Fatores como níveis de emprego e renda impactam diretamente no desempenho da atividade, tanto na composição da cadeia que faz o turismo girar, quanto na formação do mercado necessário ao seu sustento. Setores com essa interdependência são mais suscetíveis a cenários instáveis. Entretanto, esta não é a primeira crise que enfrentamos, nem o cenário prerrogativo do mercado ou do Turismo brasileiro, o mundo todo tem enfrentado dificuldades que impactam em todos os setores econômicos, em maior ou menor escala. Vamos ultrapassar esta, como ultrapassamos as anteriores. Infelizmente, entretanto, alguns já ficaram e outros ainda ficarão pelo caminho, mas isso é normal em qualquer setor”, afirmou o presidente da Abav, Antonio Azevedo. O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, embora não negue o momento difícil, é otimista quanto ao futuro. Ele se baseia no potencial não explorado e no exemplo de países com o mesmo perfil do Brasil. Para o político, o setor pode, inclusive, contribuir para que o país saia da crise e volte a crescer. Ele pretende formular polícas de estado para que o Turismo entre na pauta da equipe econômica do Governo Federal e seja reconhecida como uma atividade que gera emprego e renda. “Não há como negar o impacto da crise econômica. Mesmo assim, eu diria que para o Brasil aproveitar todo o seu potencial turístico, a atividade precisa ser encarada com seriedade e os investimentos públicos devem ser ampliados. A comparação com os nossos concorrentes diretos mostra que

precisamos de reforço orçamentário. O México tem um investimento de US$ 485 milhões para promoção turística previsto para este ano. O Equador, US$ 95 milhões. A Argentina, US$ 58 milhões, enquanto o Brasil conta com pouco menos de US$ 20 milhões”, comparou. “O Turismo é um setor capaz de responder aos desafios atuais da economia. O Brasil é muito maior que esse momento ruim que estamos atravessando e a prova disso é que realizamos vários eventos com sucesso nos últimos três anos, e a Olimpíada é mais uma oportunidade para avançarmos ainda mais”, adicionou. Entre os planos de Alves estão o de promover a variedade de destinos e roteiros dos 26 estados e do Distrito Federal, assim como a diversidade de atividades turísticas como Aventura, Sol & Praia, Gastronomia e Diversão. “Para isso, estamos muito ali-

nhados com o trade turístico, que tem nos apoiado e ajudado a tornar os resultados mais eficazes no mercado doméstico. Temos desenvolvido também uma campanha nacional e internacional que terá seu foco no verão”, garantiu. O Turismo contribui de forma direta, indireta e induzida com 9,6% do PIB, emprega mais de três milhões de pessoas, e é o quinto item da pauta de exportações do país. Além disso, só em 2014, o setor registrou 206 milhões de viagens domésticas. Além disso, o Brasil figura no terceiro lugar no ranking da aviação civil mundial. “Não há indústria que, no atual cenário de ajustes fiscais e incertezas, esteja mais credenciada para ajudar o Brasil a enfrentar a crise. Mas, para isso, é fundamental que o governo coloque o Turismo como prioridade em sua agenda econômica, social e financeira”, definiu.


feiras e eventos

Na contramão da crise Mesmo com recursos menores, número de eventos não diminuiu Luiz Marcos Fernandes

A

exemplo do turismo de lazer, o segmento corporativo de congressos, convenções e feiras também foi afetado. Com menos recursos, as empresas reduziram seus gastos afetando diretamente os organizadores de eventos. Até mesmo a reserva de espaços mudou e, além das confirmações de última hora, o tamanho dos estandes sofreu reduções significativas. As empresas por sua vez decidiram rever o volume de participação em feiras e congressos. Mesmo assim, o setor tem se mantido aquecido e espera manter pelo menos os números do ano passado. A saída segundo a presidente da Abeoc, Ana Claudia Bitencourt, tem sido usar mais a criatividade e as inovações. “Não tenho dúvidas de que o caminho está em investir mais em qualidade, busca de novos mercados e novas ferramentas, entre elas o projeto da criação da Escola de Eventos Abeoc Brasil, que tem por objetivo atender as demandas de qualificação das empresas associadas e do mercado em geral. Outro caminho é a renovação, junto ao Sebrae, do Programa de Qualificação em Gestão e Certificação de Micro e Pequenas Empresas de Eventos”, explicou. De olho na maior visibilidade do país como destino capaz de sediar grandes eventos, a Abeoc também aposta na redução do chamado Custo Brasil. “Para as empresas que estão em dificuldades, aconselhamos que busquem novos mercados que estão surgindo em todos os segmentos, invistam em ações de sustentabilidade e usem a tecnologia ao seu favor. Além disso, o planejamento, acrescido de uma dose maior na arte das negociações tem sido fundamental para as empresas conseguirem bons resultados. Por outro lado, a valorização do dólar frente ao real gera uma grande oportunidade. Os investimentos para a realização de um congresso no Brasil, por exemplo, ficaram mais acessíveis para os estrangeiros e precisamos aproveitar esta conjuntura para ganhar espaço no mercado internacional”, destaca ela. Entre os organizadores de eventos, a expectativa para novos negócios é compartilhada por Lawrence Reinisch, diretor da WTM-LA. “O mercado corporativo e de eventos segue forte e aquecido. Mesmo no atual cenário, o turismo segue como vetor

de desenvolvimento das economias brasileiras e internacionais. Lembro que no último ranking da ICCA o Brasil realizou 291 eventos padrão ICCA, o que é muito positivo”. Segundo ele não basta só o governo se esforçar mas a iniciativa privada também tem que se empenhar. “Os Jogos Olímpicos – Rio 2016, assim como aconteceu com a Copa do Mundo, colocarão o Brasil em posição de destaque, mostrando ao mundo todo o seu potencial turístico. É também natural a oscilação de posição na ICCA, ninguém está parado, estão todos procurando elevar sua posição. Temos um novo player importante no mercado, a China, que entrou com todos os recursos. E o Japão voltou a se interessar pelo turismo inbound. Temos que estar atentos e ser cada vez mais competitivos”, reconhece. No dia-a-dia dos organizadores de eventos a receita para manter em evidência seu evento no calendário turístico passa por soluções criativas. Exemplo disso é a BNT Mercosul. Segundo os coordenadores do evento, Geninho Góes e Jair Pasquini, os desafios são imensos mas é preciso buscar alternativas. “Ser criativo, profissional e buscar aprimorar o conhecimento por meio de atualizações, participações em feiras de modo a promover uma permanente capacitação. Esta é a nossa receita para os agentes de viagens diante de um cenário de crise onde a receita tem registrado quedas, bem como a demanda”. Na sua opinião, para fidelizar o cliente é necessário oferecer diferenciais e aprimorar os serviços, sempre com novidades. “Na edição de 2016 as Rodadas de Negócios com agendamentos prévios serão uma das novidades da BNT Mercosul em Itajaí”, adianta. Há quem esteja no mercado há mais de duas décadas promovendo eventos de sucesso e, mesmo diante da crise, mantenha o planejamento . É o caso do Festuris, que sob o comando de Marta Rossi, Marcus Rossi e Eduardo Zorzanello, conseguiram manter o interesse de expositores e participantes com uma receita baseada em profissionalismo e negócios. “Não queremos crescer em quantidade, mas em qualidade”, repete Marta sistematicamente quando indagada sobre as razões do sucesso do evento. Setembro Abav 2015

101


Abeoc

feiras e eventos Entrevista com Ana Claudia Bitencourt

Crise mudou perfil dos eventos

C

riatividade e inovações. Essa tem sido a receita para que as empresas organizadoras de eventos possam enfrentar “os tempos difíceis” de crise econômica, que afetou também de modo significativo o mercado corporativo. A estrutura também acabou sendo readequada a nova realidade. Neste cenário, a presidente da Abeoc Brasil, Ana Claudia Bitencourt não tem dúvidas de que o caminho está em investir mais em qualidade, busca de novos mercados e novas ferramentas, entre elas o projeto da criação da Escola de Eventos Abeoc Brasil, que tem por objetivo atender as demandas de qualificação das empresas associadas e do mercado em geral. Outro caminho é a renovação, junto ao Sebrae, do Programa de Qualificação em Gestão e Certificação de Micro e Pequenas Empresas de Eventos. São medidas que, para ela, podem amenizar os impactos da crise.

M&E - Como a crise afetou o segmento de eventos e quais as alternativas para os organizadores de eventos para manter aquecido seus negócios? Ana Claudia Bitencourt - O envolvimento de entidades sérias e representativas fez com que o setor de eventos se posicionasse, em meio à crise, como um segmento organizado, mesmo envolvendo mais de 50 ramos da economia, desde organizadores de eventos até montadoras, empresas de alimentação, audiovisual, transporte e tantos outros. Quando se começou a desenhar um cenário brasileiro de crescimento econômico menor e uma taxa de inflação maior que nos anos anteriores, nós já começamos a nos preparar, buscamos reduzir custos entre outras medidas. Os associados da Abeoc Brasil não foram pegos de surpresa. Como entidade de classe sabíamos das chances de recessão para esse ano e nós trabalhamos isso e as empresas se prepararam para a crise. Considero mais um mérito do Programa de Qualidade, que nos mostrou o caminho para os próximos dois anos. Isto reforça a importância de fazer parte de uma entidade como a Abeoc. É claro que, com a redução do orçamento por parte do governo, que é um dos maiores contratantes de eventos do país, as empresas estão tendo que realizar eventos com verbas menores. Em tempos de crise, se sobressaem aquelas que usam de criatividade e inovações buscando transformar problemas em oportunidades com resultados positivos. A nossa associação incentiva as entidades associativas e as empresas em geral a continuarem acreditando e usando os eventos como importante ferramenta de comunicação, disseminação de conhecimento, marketing e networking.Para as empresas que 102 Abav 2015

Setembro

estão em dificuldades, aconselhamos que busquem novos mercados que estão surgindo em todos os segmentos, invistam em ações de sustentabilidade e usem a tecnologia ao seu favor. Além disso, o planejamento, acrescido de uma dose maior na arte das negociações tem sido fundamental para as empresas conseguirem bons resultados. Por outro lado, a valorização do dólar frente ao Real gera uma grande oportunidade. Os investimentos para a realização de um Congresso no Brasil, por exemplo, ficam mais acessíveis para os estrangeiros e precisamos aproveitar esta conjuntura para ganhar espaço no mercado internacional. M&E - Como vai funcionar a Escola de Eventos Abeoc Brasil? Ana Claudia Bitencourt - A Abeoc está se-

lecionando, por meio de edital, empresas e instituições para a realização de uma parceria estratégica para o oferecimento dos cursos da Escola de Eventos. Planejamos aulas para todas as regiões, em pelo menos 11 estados, sendo no mínimo dois por região. A temática dos cursos está sendo definida a partir das demandas de qualificação das empresas associadas e do mercado em geral. O mercado de eventos é muito competitivo, o profissional precisa estar atualizado e em constante aperfeiçoamento, por isso as opções de cursos devem incluir desde comercial de eventos, gestão em eventos, licitações para eventos, captação de recursos, organização de eventos sociais, de luxo, técnicocientíficos, recepção em eventos, contratos e promoter. Também estamos articulando parceria com a Federação de Entidades Organizadoras de Congressos e Afins da América Latina – Cocal, da qual a Abeoc é a entidade filiada no Brasil, para trazer ao país as certificações internacionais para profissionais de eventos, uma tendência mundial. M&E - Existe ideia de padronizar os eventos com algum modelo de classificação como o Selo de Qualidade ? Ana Claudia Bitencourt - Estamos com processo em andamento para renovação, junto ao Sebrae, do Programa de Qualificação em Gestão e Certificação de Micro e Pequenas Empresas de Eventos. Entre 2013 e 2014, esta ação realizou a qualificação de mais de 200 empresas de 12 Estados, das quais 100 foram certificadas com o Selo de Qualidade Abeoc Brasil, com auditoria da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Para o próximo ciclo do Programa, devemos ter muitas novidades, como a oferta de um MBA e campanha de divulgação do Selo de Qualidade. Para o próximo ciclo do Programa de Qualidade pretendemos elevar os níveis de qualidade e competitividade do setor de eventos no Brasil com o Fortalecimento do Selo de Qualidade através de forte divulgação do que isto representa para o cliente contratante. Novas empresas poderão também buscar a certificação, além de participarem de novas ações que o Programa pretende incorporar, tais como benchmarking com missões técnicas nacionais e internacionais, seminários de disseminação de metodologias de Sustentabilidade Empresarial apropriadas ao segmento, ações de Acesso ao Mercado com rodadas de negócios e facilidades


Abeoc

Entrevista com Ana Claudia Bitencourt

feiras e eventos para participações em feiras do segmento, dentre outras diversas ações. Esperamos iniciar a implantação desta nova fase do Convênio neste segundo semestre de 2015, após análises e adequações junto com o corpo técnico do Sebrae Nacional. A Associação também participa da Comissão de Estudos Especial de Gestão para Eventos que está construindo normas técnicas de terminologia para eventos, sistema de gestão da segurança para eventos, definição das competências dos organizadores de eventos e qualidade dos eventos. Para essa última, o grupo deve usar como modelo os requisitos do Selo de Qualidade da Abeoc Brasil. M&E - E em relação aos agentes de viagens. Como devem trabalhar o segmento de eventos na sua carteira de produtos? Ana Claudia Bitencourt - A agência de viagem sempre foi e será uma das principais parceiras das organizadoras de eventos. No passado era fundamental numa captação internacional o tripé: empresa organizadora, companhia aérea e agência de viagens. A parceria continua tendo grande importância. O que houve foi uma mudança de paradigma. As agências tinham o papel de agenciadores de serviços e faziam jus a um comissionamento. Com a nova realidade do mercado, que fez com que a intermediação perdesse espaço para as compras on-line, os agentes assumiram o papel de consultores de viagens e tem que ser remunerados com tais. Essa mudança de cultura é lenta e gradual. Nesse novo mercado assume a dianteira aquela que detém maior conhecimento. Quem melhor conhece o produto que vende ganha maior visibilidade. A nova realidade acaba sendo um limitador para alguns e uma vantagem competitiva para outros.

número de cidades possível, pelo menos em todas as capitais. Nossa gestão segue até 2017 e até lá temos como compromissos estruturar uma boa oferta de cursos através da Escola de Eventos, lançar a nova fase do Programa de Qualidade, em parceria com o Sebrae e ampliar o Programa Comprador e Imagem, que neste ano será lançado, com apoio da Embratur, no Salão Mice Abeoc Brasil, no Festuris, em Gramado, de 5 a 8 de novembro. O objetivo do Programa é o de organizar encontros para aproximar o público comprador de eventos dos organizadores e prestadores de serviços, além de promover o país como um importante destino para a realização de congressos, feiras e eventos nacionais e internacionais. Também é prioridade a alteração na Lei das Licitações (8666/1993) para que haja a obrigatoriedade de licitação do tipo técnica e preço para a contratação de serviços de organização de eventos pela administração pública. Outro grande desafio é a regulamentação do trabalho temporário para adequação à realidade do setor, que precisa contratar trabalhadores por tempo determinado em razão da sazonalidade da atividade de eventos e turismo. Para o reconhecimento do valor do profissional estamos inclusive buscando viabilizar uma Lei que institua o Dia do Profissional de Eventos no Brasil inteiro, além de outros benefícios como a própria Escola de Eventos, assessoria jurídica entre outros.

M&E - Qual a expectativa para esse ano e o que pode incrementar o segmento de eventos no país? Ana Claudia Bitencourt - Os números refletem a credibilidade crescente da Abeoc Brasil e a maior conscientização do empresariado que acredita no associativismo como meio para fortalecer o mercado e gerar mais negócios para todos. Para incrementar o segmento, a Associação está trabalhando fortemente para superar gargalos históricos como a não exigência do Cadastur em editais de licitação. Temos também um forte trabalho das novas diretorias estaduais, que não medem esforços para que as suas regiões tenham destaque na indústria dos eventos. As Abeocs do Sul são exemplos disso, hoje possuem destinos consagrados como Porto Alegre, Foz do Iguaçu, Gramado, Canela, Bento Gonçalves, Florianópolis e Curitiba. A Abeoc do Rio Grande do Sul registrou um aumento de 125% no número de associados no primeiro semestre do ano, e tem pretensões de se consolidar como a segunda regional mais forte do país em números de associados, perdendo apenas para a nacional. Este trabalho está contribuindo muito com nossa meta de chegar ao número de mil empresas associadas, agregando empresas de qualidade para trabalhar pelo segmento. Estamos trabalhando também para estar nos 27 Estados do país até o final de nosso mandato. A ABEOC é composta por profissionais que se doam para que o segmento cresça. M&E - Quais as prioridades da sua gestão até 2016? Ana Claudia Bitencourt - Uma delas é a consolidação do “Café com Eventos” como importante ação regional da Abeoc Brasil que une o trade de turismo de negócios e eventos para discutir as tendências, fazer networking e motivar a geração de negócios. Já foram realizados, com sucesso, este ano em Porto Alegre, Florianópolis, Campinas, Rio de Janeiro, Balneário Camboriú e Gramado. Queremos levar o Café com Eventos para o maior Setembro Abav 2015 103


WTTC

feiras e eventos Entrevista com David Scowsill

“O Brasil tem desafios a superar”

E

m meio a crise econômica que afeta não apenas o Brasil, mas também os países membros do Briscs e toda a Ásia e boa parte da Europa, David Scowsill, presidente e CEO do World Travel & Tourism Council (WTTC), admite os impactos sobre a indústria mundial do turismo mas lembra que o setor tende a se recuperar mais rapidamente do que outras áreas da economia. Seu otimismo faz com que estime um crescimento de 3,5% para esse ano, bem como um aumento no volume de mão de obra empregada no setor. Para ele, a meta de se chegar a meta 1,8 bilhão de pessoas em viagens internacionais, número estimado pela OMT para o ano de 2030 não foi alterado. Já em relação ao Brasil o dirigente reconhece a importância do país como um destino turístico atraente, mas ressalva a necessidade do Governo investir na melhoria da infraestrutura e em campanhas de marketing internacional, bem como na busca da maior conectividade com os principais mercados de viagens e turismo sem perder o grau de competitividade. Lembra que um relatório mostra que o país pode ter perdas de até US$ 19 bilhões em oitos anos se não empreender uma política de recuperação.

M&E - Como vê o impacto das crises econômicas sobre a indústria do turismo mundial, especialmente no que diz respeito a América Latina ? David Scowsill - A crise financeira global teve um impacto significativo em toda a chamada World Travel & Tourism, como aconteceu sobre a economia global. Em 2009, a Global Travel & Tourism, em termos de sua contribuição total do PIB, diminuiu mais de 3,3%, após um crescimento muito fraco em 2008 própria (0,5%). No entanto, o setor começou a se recuperar rapidamente e voltou a um crescimento positivo a nível global até 2010 (1,3% de crescimento) quando iniciou um forte crescimento desde então. Em 2014, a maioria das principais economias se recuperaram, e superaram significativamente os seus níveis de 2007. Na América Latina, o impacto da crise econômica de 2008, sobre Viagens e Turismo foi menos significativa do que a nível mundial. Enquanto o setor experimentou um declínio em 2009 a um nível global, o setor continuou a crescer na América Latina. Geralmente a indústria mundial de viagens e turismo é resiliente e tende a se recuperar da crise econômica mais rapidamente do que outros setores da economia. Desde o início da recessão global (2007) e até agora o Brasil foi um país onde esse setor ultrapassou o crescimento dos índices gerais da economia, o que não aconteceu com alguns outros países da América do Sul. M&E - Como você vê o potencial do Brasil como destino turístico? Você acredita que 104 Abav 2015

Setembro

os Jogos Olímpicos podem ajudar a promover o país e ajudá-lo na captação de um fluxo maior de turistas estrangeiros? David Scowsill - Independentemente de estar em entre dois anos de turismo grandes eventos (Copa do Mundo e Jogos Olímpicos) o Brasil é um destino turístico atraente, embora, atualmente o turismo interno desempenhe o papel principal. Lembro que a contribuição total da indústria do turismo para o PIB era 9,6% no ano passado e a expectativa é de que esse volume deve aumentar 1,9% este ano. Um mercado que emprega direta ou indiretamente 8,8 milhões pessoas e pode chegar 9 milhões este ano. Falo de um país que deve receber

esse ano 6,2 milhões de turistas estrangeiros e onde os gastos em viagens domésticas foram responsáveis por 94,7% das divisas com o turismo. Sediar os Jogos Olímpicos tem o potencial de fazer uma contribuição positiva para a indústria do turismo, mas requer também um esforço estratégico para que isso dê bons resultados. Veja o caso de Londres em 2012. O impacto sobre a cidade durante os Jogos fez com que muitos turistas preferissem não ir a Londres em função das Olimpíadas. Mas Londres realizou um esforço estratégico para maximizar o legado dos Jogos incluindo uma campanha de marketing. Juntamente com melhor visibilidade e uma imagem positiva, estes esforços contribuíram para transformar os Jogos Olímpicos em uma maneira de atrair mais turistas para Londres nos anos seguintes. O Brasil deve fazer o mesmo. M&E– Com todo esse potencial quais os caminhos para que o Brasil possa superar a marca de 6,2 milhões de turistas internacionais por ano? David Scowsill - O país está sofrendo uma ressaca após a Copa do Mundo. Agora o Governo deve agir e não ser complacente. Existem ainda muitas coisas que podem ser feitas para melhorar a contribuição da indústria para o Brasil. Há que se investir para ampliar a capacidade e a qualidade dos principais aeroportos do país. A Copa do Mundo e a preparação para os Jogos Olímpicos resultaram em melhorias de infraestrutura significativa. Ainda assim há que se melhorar a conectividade com os principais mercados emissores de modo a para a competitividade como destino. O Governo deve também ampliar as verbas para campanhas de marketing no sentido de aumentar o volume de visitantes internacionais, para reduzir a dependência do mercado interno e aumentar as receitas de exportação. O Brasil tem um desafio de modo a suprir as lacunas de talentos humanos e pela falta de investimentos de infra-estrutura adequada. De acordo com um relatório do WTTC Trends Talento o Brasil pode “perder” até 467.000 empregos ou 4% do total previsto no segmento de viagens e turismo até 2024, devido à falta de uma gestão de maior eficiência. Isso teria um efeito econômico negativo de até US$ 19 bilhões.


WTTC

Entrevista com David Scowsill

feiras e eventos M&E - Quais são as principais prioridades da WTTC para este ano? E em relação aos números do turismo mundial, quais as perspectivas? David Scowsill – Temos nos concentrado em três áreas estratégicas. Uma delas diz respeito as políticas para o crescimento por meio de campanhas direcionadas para os governos para implementar políticas que estimulem o crescimento da indústria de viagens. Isso significa planejamento e investimento em infra-estrutura adequada e a criação de um regime fiscal que permita ao setor privado ser mais competitivo. Um dos principais focos

é sobre os recursos humanos. A pesquisa mostrou que o Brasil vai ser desafiado por lacunas de talentos humanos e falta de investimentos de infra-estrutura adequada. Outro ponto diz respeito a meios que garantam que as pessoas tenham o direito de cruzar fronteiras internacionais com segurança e eficiência para fins turísticos. O terceiro ponto é o programa “Turismo para o Amanhã que aborda os desafios colocados por esse crescimento. É a visão do WTTC para o turismo que responda às exigências de um número crescente de consumidores em face da falta de recursos naturais. As

alterações climáticas, especificamente, é uma questão importante este ano. De acordo com pesquisa do WTTC, a contribuição total global da indústria do turismo mundial para o PIB era US $ 7,6 bilhões (9,8% do PIB) em 2014, e está previsto um aumento de 3,7% em 2015. O volume de mão-de-obra empregado que era 9,4% em 2014 (276 milhões de empregos)deve crescer 2,6% em 2015 para 284 milhões de postos de trabalho. A previsão de crescimento corre em paralelo a um aumento no número de pessoas que viajam, em 2030, 1,8 bilhão de pessoas são esperadas para viagens internacionais (OMT).

Gráficos RANKING MUNDIAL: Importância relativa do setor de Viagens & Turismo e contribuição total para o PIB

TOTAL Dimensão em 2014

Dimensão relativa Contribuição para o PIB em 2014

CRESCIMENTO A LONGO PRAZO Previsão 2015-2025

Contribuição para o PIB e geração de empregos do setor de Viagens & Turismo

Empregos

Contribuição total do setor de Viagens & Turismo para o PIB

CRESCIMENTO Previsão para 2015

Direto

Indireto

Induzido

Contribuição total do setor de Viagens & Turismo

Setembro Abav 2015 105


BNT Merscosul

feiras e eventos Entrevista com Geninho Góes

“Na crise, agente precisa buscar novidades”

S

er criativo, profissional e buscar aprimorar o conhecimento por meio de atualizações, participações em feiras de modo a promover uma permanente capacitação. Essa é a receita do empresário Geninho Góes para os agentes de viagens diante de um cenário de crise onde a receita tem registrado quedas, bem como a demanda. Na sua opinião, para fidelizar o cliente é necessário oferecer diferenciais e confiança. Já da parte do organizador de eventos o desafio, diante da crise atual, é buscar aprimorar os serviços e novidades. Cita como exemplo a própria BNT Merscosul que está incorporando na edição de 2016 as Rodadas de Negócios com agendamentos prévios. Neste cenário, o dirigente não poupa críticas aos governos, que a seu ver, não têm demonstrado a sensibilidade para investir nesta área por entender que turismo não dá voto. M&E – Como o segmento de feiras tem sido afetado pela crise e que tipo de medidas o organizador de evento pode tomar para reduzir esses impactos? Geninho Góes – Assim como outros setores da economia o segmento das feiras e eventos em geral tem sido afetado. A saída para o empresário e o organizador de eventos é buscar oferecer diferenciais para o público que se destina. No caso da BNT Mercosul, além de ter levado a feira para Itajaí já estamos investindo em novos produtos e serviços. Entre as novidades do evento para 2016 estão os agendamentos para as Rodadas de Negócios e os programas de capacitação. No nosso caso, cerca de 90% dos expositores trabalham com o produto nacional, o que nos leva a buscar junto ao mercado agências de viagens interessadas em trabalhar especificamente para os destinos domésticos. Não adianta convidar agentes que vendam Disney e Europa. A ideia é oferecer produtos e serviços que sejam do interesse dos participantes do evento. M&E – E o agente de viagens como pode aproveitar em períodos como esse de crise para manter sua margem de lucro e aquecer os seus negócios? Geninho Góes – Os profissionais que atuam nesta área têm que estar antenados com as tendências de mercado. Hoje em dia o agente de viagens é praticamente um consultor de viagens. Ora, se no momento as variações do câmbio tornam as viagens internacionais menos interessantes para o consumidor, ele deve buscar alternativas no mercado doméstico. Veja por exemplo o caso do Beto Carrero World, que ficou praticamente lotado durante as férias de julho. Muitos agentes de viagens 106 Abav 2015

Setembro

países que vêem a indústria do turismo como fator de geração de renda e investimento, nossos governantes não têm dado a devida prioridade que o setor merece. Isso é muito fácil de explicar e basta lembrar que o turismo não dá votos. Infelizmente o nosso Governo não tem dado ao setor a devida atenção. Veja o caso do turismo da América do Sul. Cada vez mais no turismo mundial as viagens são de curta distância num raio máximo de 600 quilômetros. Ora o nosso turismo de fronteira ainda carece de um processo de desburocratização que facilite o acesso, bem como maiores facilidades de voos. É o caso também de regiões como o Sul do país que ainda enfrenta enormes dificuldades para captar um fluxo maior de visitantes europeus. Certamente se tivessemos operações interligando estados do Sul aos países da Europa poderíamos explorar melhor o interesse pelo turismo cultural já que muitos imigrantes vieram da Europa no século passado. Precisamos ainda melhorar também a nossa promoção junto aos principais destinos internacionais de modo a mostrar a grande diversidade de produtos e serviços. O Brasil precisa de ações continuadas de promoção

têm buscado a especialização em determinados nichos de mercado. Isso é positivo, mas ele tem sempre que ter alternativas para que sua oferta seja diversificada. Os agentes de viagens têm uma grande cartada a seu favor. Mesmo com o advento das OTAs, os consumidores acabam de um jeito ou de outro fechando o negócio com a agência. Eles podem até já comprar alguns produtos e serviços, mas o fechamento acontece sempre na agência e isso em função da credibilidade e tranquilidade que o consumidor busca quando planeja sua viagem. M&E – Nesse quadro de crise o turismo não poderia ser uma alternativa para a difícil situação econômica? Ainda mais tendo em vista o fato de que o país irá sediar uma Olimpíada no próximo ano? Geninho Góes – Ao contrário de outros

De acordo com Jair Pasquini, que junto com Geninho Góes, organiza a BNT Mercosul as edições internacionais no Peru e no Chile, os eventos têm por objetivo buscar novos mercados para promoção e consequentemente fortalecer o turismo brasileiro. De acordo com a sua opinião não bastam realizar ações isoladas de promoção, mas ter uma continuidade. “Já tivemos mais de 40 reuniões com operadores do mercado peruano e do Chile e a opinião geral é de que a promoção da Embratur no exterior ainda é muito tímida, destacando apenas algumas das regiões do Brasil, como Sul e Sudeste, e sempre com foco no litoral. É preciso ampliar essas ações”. Em relação a edição de 2016 da BNT Mercosul em Itajaí, o dirigente destaca o maior foco na qualificação e profissionalização. “Teremos espaços para qualificações, além de salas em grupo e uma central de Negócios, que será o nosso business center”.


Setembro Abav 2015

107


Festuris

feiras e eventos Entrevista com Marta Rossi

Evento completa 27 anos e se tornou referência

O

segmento de feiras no Turismo se mostra, a cada ano, em desaceleração. Entretanto, uma destas se mantém na liderança. Sempre em busca de inovação e criatividade, o Festival do Turismo de Gramado – Festuris se mantém no objetivo de melhor atender o mercado e as expectativas dos agentes de viagem e compradores. Em entrevista exclusiva com a CEO da empresa Rossi & Zorzanello – responsável pela organização do Festuris, Marta Rossi conta como a feira conseguiu se manter relevante para o segmento. A executiva ainda fala de novidades e tendências para a nova edição e comenta o atual cenário brasileiro.

M&E – Neste ano o Festuris completa 27 anos. Como você avalia o posicionamento da feira no mercado? Marta Rossi – Somos uma feira referência na América do Sul quando o tema é gerar negócios para o setor de viagens e turismo com foco no mercado B2B. O trabalho sério e focado que construímos nestes 27 anos, sempre comprometidos com a excelência dos resultados, nos permitiu conquistar credibilidade e o respeito do trade turístico. M&E – Você acredita que o setor de feiras no Brasil está no caminho certo? Marta Rossi – Houve um tempo em que o mercado apontou oportunidades de criação de feiras para o setor, no entanto, observouse que muitos destes eventos foram criados a partir do sucesso de outros. Não foram pensados e planejados a médio e longo prazo. Uma feira contínua, como qualquer outro produto, precisa ser reinventada, precisa de investimentos, precisa acompanhar os movimentos do mercado para se reposicionar. O fazer por fazer, ou o fazer apenas de olho nos resultados financeiros não se encaixa mais no contexto atual. O Festuris sempre investiu muito no seu projeto. Além de apresentar um evento bonito, buscou fazer do espaço, realmente, uma feira de negócios, com ações estratégicas e direcionadas. Sempre buscando levar ao trade conhecimento, conceitose vivências. M&E – Quais são as novidades dessa edição do Festuris? Com funciona o desenvolvimento de novos produtos? Marta Rossi – Estamos implantando o Salão de Destinos Gastronômicos, porque, hoje,

108 Abav 2015

Setembro

a gastronomia é um viés que vem sendo aproveitado cada vez mais para impulsionar o turismo no mundo. O Brasil apresenta uma diversidade de culturas que o equipara aos maiores destinos internacionais. Este espaço será temático, interativo e terá como uma das atrações a arena gastronômica. Também haverá um significativo aumento das salas de capacitação. O aplicativo do Festuris será aperfeiçoado, ficando mais interativo e funcional. Contratamos ainda uma empresa de pesquisa especializada para medir o volume de negócios gerados na feira, o grau de satisfação dos participantes e dos expositores e para identificar temas para o congresso do próximo ano. Quando implantamos um novo salão, por exemplo, fazemos um projeto de cinco anos para sua evolução, porque como organizadores, também crescemos juntos a

partir do momento que vamos conhecendo cada nicho do mercado. M&E – O Festuris é também bem sucedido na participação internacional. Vocês estão sempre buscando novidades e aprendizado em feiras no exterior. Como está sendo essa busca? Marta Rossi – Não conseguimos ir a todas as feiras, mas hoje, com três diretores e uma equipe de executivos eficientes, conseguimos alcançar um bom número delas. Voltamos sempre enriquecidos, independente do tamanho da feira, porque, ao participar de um evento, a gente aprende sempre, inclusive o que não deve fazer. Além do conhecimento, ampliamos as relações com o mercado que é o grande patrimônio para quem trabalha na atividade turística. Temos um grande prazer em conhecer pessoas, empresas e ampliar nosso networking. M&E – Mesmo com a retração da economia, o Turismo continua apresentando boas perspectivas. Onde estão as oportunidades da crise? Como os profissionais podem aproveitar esse momento? Marta Rossi – Todos nós sabemos que em momentos de crise sempre aparecem boas oportunidades. É uma premissa do mercado, portanto quem está atento a ele, sabe alinhar-se dentro da situação e, usando criatividade, alcança resultados. Os empresários do turismo, a meu ver, sabem liderar melhor com adversidades, porque sempre tiverem que responder por si e a indústria turística do Brasil nunca fez parte da pauta econômica do governo. Outro fator favorável é que vendemos serviços, portanto, na hora do cálculo de custo para elaboração do preço de venda, o empresário do turismo é mais sensível no sentido de abrir mão de parte de seu lucro sem comprometer sua estrutura e o produto final. Cito como exemplo as aéreas com as tarifas promocionais, com valores nunca vistos antes, criando, desta forma, estímulos para viagens. Os empresários do turismo souberam aproveitar muito bem este novo consumidor que aprendeu a viajar e tem mantido viva esta necessidade.


WTM-LA

feiras e eventos Entrevista com Lawrence Reinisch

Mercado de eventos segue aquecido

D

iante da crise econômica que impacta diversos setores do turismo o mercado corporativo e relacionado a eventos tem buscado alternativas para manter acesa a trajetória de aquecimento. De acordo com o diretor da WTM-LA, Lawrence Reinisch, o Brasil tem conseguido se manter entre os dez países que mais realizam eventos, padrão ICCA, graças ao trabalho que vem sendo colocado em prática pelos conventions e organizadores de eventos. Mesmo assim, ele alerta sobre a necessidade de se estar atento às tendências do setor e buscar sempre novos mercados e oportunidades na captação de novos eventos. Destaca o fato de que os Jogos Olímpicos – Rio 2016, assim como aconteceu com a Copa do Mundo, colocarão o Brasil em posição de destaque e usa como exemplo a Reed Travel Exhibitions com os resultados positivos obtidos com a WTM-LA.

M&E - Como a crise afetou o mercado corporativo e de eventos? E qual a melhor estratégia neste cenário? Lawrence Reinisch - O mercado corporativo e de eventos segue forte e aquecido. Mesmo no atual cenário, o turismo segue como vetor de desenvolvimento das economias brasileiras e internacionais. O último ranking da ICCA aponta que o Brasil realizou 291 eventos internacionais (segundo os rígidos critérios da ICCA) em 2014, o que é muito positivo. M&E - Como a Reed Exhibitions passou por esse momento da economia mundial e o que está sendo estudado para a WTM Latin America em 2016? Lawrence Reinisch - A Reed Travel Exhibitions tem anos de experiência na execução de eventos com foco em negócios para beneficiar expositores e compradores, o que lhe proporciona excelência neste tipo de atividade e tranquilidade para atuar nos mais distintos cenários. A WTM Latin America 2016 e 45º Encontro Comercial Braztoa oferecerão aos expositores e visitantes a mesma qualidade e as várias oportunidades de negócios que marcaram a feira deste ano. Em 2015 o evento gerou US$ 363 milhões em acordos fechados durante a feira, além de contar com praticamente total aprovação dos participantes. Pesquisa feita após a WTM Latin America 2015 apontou que 93% dos expositores se reuniram com profissionais de qualidade durante a iniciativa; e 98% dos expositores consideraram-na importante para seus negócios. Em relação aos visitantes, os dados também são muito,

muito positivos: 85% afirmaram ter ficado extremamente satisfeitos com a qualidade dos expositores e 91% deles disseram que pretendem retornar ao evento! Os participantes do programa de Hosted Buyers, por exemplo, atenderam a 3.406 reuniões pré-agendadas, com 882 expositores. Assim, o que temos em mente para o próximo ano é manter nossas iniciativas que tanto têm satisfeito os profissionais do turismo, mais uma vez no Expo Center Norte e em parceria com Braztoa. M&E - Como os agentes de viagens devem se posicionar diante da queda nas vendas? Como vender mais em tempos de crise? Lawrence Reinisch - Como mencionado

anteriormente, o turismo foi vetor de desenvolvimento das economias latino-americanas mesmo durante a crise financeira que abalou o mundo todo. Com o sucesso da Copa do Mundo no ano passado e a realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016, o mercado internacional segue vendo a América Latina como uma das regiões que lideram o turismo mundial. Não só o Brasil, mas todos os países da América Latina têm, dentro do Turismo de Lazer, atrações belíssimas que atraem os visitantes. Quase todos os países participam de feiras internacionais de turismo, além de estar envolvidos em ações profissionais consistentes. Em conjunto com o fortíssimo movimento de Turismo de Negócios e com o crescimento acentuado do MICE, há oportunidades excelentes para as agências de viagens. O fundamental é ter foco, saber o que trabalhar. Neste momento, com a queda no valor das moedas latino-americanas, o mercado inbound é o de maior potencial de crescimento para os agentes de viagens que queiram oferecer produtos de alta qualidade. Os que souberem atuar bem neste sentido estarão ajudando a seu País e a si próprios. M&E - O que o Brasil tem que fazer para recuperar sua posição na ICCA? E de que modo eventos como as Olimpíadas podem ajudar? Lawrence Reinisch - O Ministério do Turismo está atento a essa questão. Recentemente, o Ministro colocou em pauta mais uma vez as oportunidades de movimentar o mercado de viagens por meio de convenções, feiras e congressos. Os Jogos Olímpicos – Rio 2016, assim como aconteceu com a Copa do Mundo, colocarão o Brasil em posição de destaque, mostrando ao mundo todo o seu potencial turístico. É também natural a oscilação de posição na ICCA, ninguém está parado, estão todos procurando elevar sua posição. Temos um novo player importante no mercado, a China, que entrou com todos os recursos. E o Japão voltou a se interessar pelo turismo inbound. São, respectivamente, a 2ª e a 3ª economias mundiais, além dos EUA (1ª), Alemanha, Espanha, Reino Unido, França, Itália e Holanda. Setembro Abav 2015 109


Promove Eventos

feiras e eventos Entrevista com Cláudia Miranda

Falta apoio do setor público

C

om uma experiência de mais de duas décadas atuando neste mercado, a Promove Eventos - por meio do Centro-Oeste Tur e do Minas Tur consolidou esses dois eventos no cenário nacional, tendo como foco o fomento ao turismo de negócios em mercados fora do eixo Rio-São Paulo. O projeto iniciado por Maria Sílvia teve continuidade com sua filha, a empresária Cláudia Miranda, que tem procurado tornar o Centro-Oeste Tur mais dinâmico e atraente para os agentes de viagens. Diante do crescimento do mercado de eventos, Cláudia lamenta apenas a falta de maior sensibilidade por parte do poder público em relação aos organizadores de eventos. Ela lembra que esse tipo de iniciativa traz inúmeros benefícios. Não apenas para a indústria do turismo, como também para a economia dos municípios, estados e até no âmbito nacional.

M&E – Como o segmento de feiras tem sido afetado pela atual crise e de que modo os organizadores de eventos devem proceder para manter seus negócios em crescimento? Cláudia Miranda – Certamente o mercado de feiras e convenções também foi afetado pela recessão e a crise econômica. Com menos dinheiro em circulação os organizadores de eventos estão mais cautelosos e os expositores mais criteriosos e cuidados. Aqui mesmo no Centro-Oeste pudemos observar uma retração do mercado com muitas pessoas indecisas em relação aos investimentos a serem realizados. Estados e municípios estão trabalhando com orçamentos bem mais reduzidos e com isso diminui o investimento em feiras. A falta de recursos por parte do Governo Federal veio a contribuir ainda mais para que os expositores de Secretarias Estaduais e Municipais viessem a reduzir ainda mais suas participações. Tudo isso é ruim, porque esses eventos geram negócios, empregos, renda e novos investimentos. Feiras como a nossa, que são organizadas ha mais de duas décadas, acabam sendo prejudicadas num cenário de retração como este. E essa crise tem sido geral. Quem antes participava de todas as principais feiras de turismo hoje em dia mudou sua estratégia e tem feito uma seleção criteriosa. M&E – E com essa retração, como os agentes de viagens podem aproveitar as oportunidades geradas pelo mercado de eventos? Como tornar as feiras mais proveitosas para esses profissionais? Cláudia Miranda – Sem sombra de dúvidas, os agentes de viagens devem mais do que nunca buscar estar presentes. Se o custo para a vinda 110

Abav 2015

Setembro

deles é alto, devem aproveitar as caravanas organizadas que oferecem todo o tipo de facilidades. No Centro-Oeste Tur temos mantido essa política de trazer agentes de viagens de toda a região central do país e também de outros estados como Minas Gerais. Quanto a questão de fazer com que a feira se torne mais interessante para esses profissionais, o importante é criar produtos e serviços que possam ser utilizados por eles. Nós mesmos, na edição do Centro-Oeste Tur que foi realizada em agosto deste ano, procuramos oferecer pela primeira vez palestras de interesse dos agentes. O conhecimento é uma arma fundamental para que possam vender e comercializar seus produtos e, quanto mais tiverem oportunidade de aprender mais sobre o produto que oferecem, mais chances terão de obter sucesso. As feiras

são sempre uma oportunidade de capacitação o profissional. Em mercados como os do Centro-Oeste os agentes de viagens carecem de oportunidades para um contato direto com grandes expositores. Para eles viajarem ao Rio e São Paulo o custo é muito alto. Daí que uma feira como a do Centro-Oeste Tur traz a eles as novidades e lançamentos do mercado. Numa crise quem se esconde não aparece. É nesse momento que você tem que ser criativo e buscar novas oportunidades. M&E – As parcerias com a alternativa privada seriam uma solução para os organizadores de eventos encontrar uma alternativa diante da crise do Governo? Cláudia Miranda – Eu diria que as parcerias com o setor privado são da maior importância. Nós mesmos, no MinasTur, acabamos fechando uma parceria com o Salão das Operadoras no retorno do evento ao Minascentro no ano passado. Foi uma parceria de sucesso que irá se repetir no dia 22 de outubro deste ano, no mesmo local. Vejo um interesse real dos profissionais do estado em fazer negócios com os expositores, algo que pode fazer o volume de negócios chegar a R$ 14 milhões considerando o médio e longo prazo. Em relação a volta do evento ao Minascentro, acredito que trata-se de um lugar tradicional, perto de agências mineiras, com um espaço grande e interessante, além do fácil acesso ao centro de convenções. Consideravelmente, existe um aumento de interesse na feira e no relacionamento com os destinos. Essa aproximação com os expositores é uma oportunidade única para grande parte do trade. Já em relação ao Governo o apoio tem sido praticamente nulo e os recursos são bem pequenos. Temos aí no ano que vem as Olimpíadas no Rio onde o Brasil todo será beneficiado com a vinda de turistas. Seria importante que o Governo investisse na promoção do país, mas não é isso que tem acontecido. Infelizmente nossos dirigentes ainda não têm essa consciência sobre a força da indústria do turismo. Os promotores de evento não recebem apoio apesar da força do nosso segmento. Temos bons centros de convenções, mas falta acessibilidade principalmente da malha aérea fora dos grandes centros. Sentimos a falta deste apoio institucional tanto na área federal como estadual. Isso ajudaria muito nosso setor.


ExTERIOR

As oportunidades do dólar alto Brasileiro não perdeu a vontade de viajar para o exterior, mesmo com a alta da moeda norte-americana Samantha Chuva

I

ndependente do assunto, setor ou segmento, a verdade é que o grande tema do ano é a crise política e a instabilidade econômica do Brasil e como fazer para superar esse momento. Em um jogo de apostas, muitos foram os questionamentos: haverá um retrocesso? Os brasileiros deixarão de viajar? O turismo doméstico pode se beneficiar? O mercado internacional será prejudicado? Após todas as suposições, o Turismo pôde observar, na realidade, um cenário muito mais positivo que o esperado. E as palavras de ordem têm sido crescimento e inovação. No mercado internacional todas as fichas estavam na América do Sul, que se aproveitaria da situação devido à alta do dólar. Estados Unidos e Europa ficariam reservados apenas ao turismo de luxo, que não é muito afetado pela alta das moedas estrangeiras. Entretanto, não é bem isso que apontam os porta-vozes destes destinos. Segundo Elvira Marcos Salazar, vice-presidente da Comissão Europeia de Turismo (ETC), a alta do dólar tem sido um fator positivo para o continente, especialmente no que diz respeito ao mercado brasileiro. “O turismo europeu se mantém firme durante este ano e a maioria significativa dos destinos registrou um crescimento positivo nos meses de verão. Com a alta do dólar, os brasileiros passaram a priorizar os destinos da Europa em detrimento de outros que tenham o dólar como moeda local”, destaca. A vice-presidente ainda explica que a crise não é um empecilho uma vez que destinos europeus estão no topo da lista de desejos de viagem de longas distâncias. “Quatro em cada cinco brasileiros, por exemplo, externaram o desejo de viajar para destinos de longas distâncias neste verão, com a intenção de visitar um local na Europa”, lembra. Nos Estados Unidos os dados não têm sido muito diferentes. Embora a curva de crescimento tenha diminuído a velocidade, as viagens não cessaram. A mudança maior foi no perfil das viagens e nos gastos. “O mercado brasileiro está em constante expansão. Tivemos, inclusive, a necessidade de incluir mais voos diretos e acessíveis para os Estados Unidos. Vemos cada vez mais um número de turistas brasileiros que visitam o nosso país”, esclarece Tom Garzilli, vice-presidente Sênior de Markerting Global do

Brand USA. O último relatório do Escritório Nacional de Turismo dos Estados Unidos prevê inclusive que as chegadas a partir do Brasil para os EUA vão aumentar 5% em 2015 e 4% em 2016. Garzilli afirma que, para combater o aumento da moeda americana, os brasileiros têm encontrado formas para continuar a viajar para os EUA e adaptado suas viagens. “Alguns estão diminuindo o tempo de permanência no país, escolhendo atrações gratuitas ou mais baratas e optando por acomodações com descontos. Os Estados Unidos - apesar das preocupações sobre o custo do dólar – continua a ocupar um lugar de destaque entre os países que os brasileiros desejam visitar”, ressalta Garzilli. O executivo ainda revela que uma pesquisa mostrou que 51% dos brasileiros afirmaram que planejam visitar os EUA nos próximos dois anos. “Além disso, 24% disseram que planejam viajar para o país até o final do ano”, diz Garzilli. Na Flórida, entretanto - um dos destinos favoritos dos brasileiros, que abriga não apenas Orlando, mas também Miami, dois dos principais receptores de turistas provenientes do Brasil – os números não têm sido tão satisfatórios. De acordo com Alfredo González, vice-presidente Global de Desenvolvimento de Reuniões, Trade e Mercado do Visit Flórida, órgão responsável pela promoção do destino, o estado norte-americano registrou uma queda de 4% no número de visitantes brasileiros em 2014. Em relação aos gastos no estado, os índices caíram 17%. Porém, mesmo com a leve queda, o Brasil continua a ocupar a segunda posição entre os maiores emissores para o destino, logo atrás do Canadá. González afirma que, devido a importância dos Brasil, o Visit Florida continua a apoiar o país, através de ações midiáticas, capacitações e participação de feiras e eventos. Entre os destinos da América do Sul, Argentina, Peru e México comemoram aumento nos números de turistas brasileiros e têm projeções positivas para o ano da “crise. No país dos hermanos, Jaime Ríos, coordenador do Mercado Brasil do Instituto de Promoção Turística da Argentina (Inprotur), explica que o paíssegue sendo o principal emissor. “Em 2014 recebemos mais de um milhão de brasileiros” Setembro Abav 2015

111


Brand USA

EXTERIOR Entrevista com Tom Garzilli

Com dólar alto, brasileiros adaptam viagens aos EUA

E

m constante expansão, o mercado brasileiro continua a ver os Estados Unidos como um de seus destinos prioritários para férias. É o que afirma Tom Garzilli, vice-presidente Sênior de Markerting Global do Brand USA, órgão de promoção turística do país norte-americano. De acordo com o executivo, mesmo com a alta do dólar, a expectativa é que o número de visitantes brasileiros continue a crescer. “Para combater a alta do dólar, os brasileiros têm encontrado formas para continuar a viajar para os EUA. Alguns estão diminuindo o tempo de permanência no país, escolhendo atrações gratuitas ou mais baratas e optando por acomodações com descontos. Os Estados Unidos - apesar das preocupações sobre o custo do dólar – continua a ocupar um lugar de destaque entre os países que os brasileiros desejam visitar”, destacou o vice-presidente. Uma recente pesquisa aponta que 51% dos brasileiros afirmaram que planejam visitar o país norte-americano nos próximos dois anos. Além disso, 24% disseram que planejam viajar para o país até o final do ano. Entretanto, Garzilli explica que, embora as expectativas sejam positivas, o destino também sofreu com a valorização do dólar frente às moedas internacionais. O vice-presidente confidenciou ao MERCADO & EVENTOS que, com o aumento da moeda desde outubro de 2014, o país viu as vendas de pacotes para os EUA caírem. “O segmento turístico sofreu um impacto já esperado, quando registramos uma queda de 15% nas vendas de pacotes para os EUA, em comparação com os dados de 2013”, revelou. M&E - Que balanço o senhor faz do segmento neste primeiro semestre de 2015? Qual a expectativa até o final do ano? E para 2016? Tom Garzilli - O mercado brasileiro está em constante expansão. Tivemos, inclusive, a necessidade de incluir mais voos diretos e acessíveis para os Estados Unidos. Vemos cada vez mais um número de turistas brasileiros que visitam o nosso país. No Brand USA temos a consciência de que um mercado dinâmico cria mais oportunidades no Brasil. Portanto focamos em soluções criativas para acompanhar o crescimento da indústria e manter a trajetória ascendente de viagens do Brasil para os EUA. Projetamos o nosso marketing para mostrar diferentes aspectos de viagens nos EUA: a nossa diversidade cultural, por exemplo, que reflete a arte, história e gastronomia das comunidades locais em toda a nação. Esperamos que as viagens para os Estados Unidos continuem a ser popular entre os brasileiros e vamos trabalhar duro para sermos responsáveis por essa popularidade. M&E - Até a metade do ano quantos turistas brasileiros visitaram o país? O número corresponde às expectativas ou houve alguma queda? Tom Garzilli - Só teremos o número de visitantes no final do ano. No entanto, sabemos 112 Abav 2015

Setembro

que os brasileiros continuam apaixonados pelos EUA. Somos a primeira escolha como um destino de férias para o mercado. Em 2014, cerca de 2 milhões de brasileiros visitaram os EUA, 10% a mais que o ano anterior. M&E - Qual foi o impacto da alta do dólar no número de turistas brasileiros, sendo esse um dos principais destinos emissor de turistas para os EUA? O

segmento foi afetado? Que ações estão sendo realizadas para contornar a situação? Tom Garzilli - As pesquisas do Brand USA mostram que os brasileiros vêem os Estados Unidos como um de seus destinos de viagens favoritos. De acordo com a mais recente pesquisa, 62% dos viajantes brasileiros afirmaram que recomendariam os EUA como destino e 51% afirmou que planeja visitar o país nos próximos dois anos. Além disso, 24% afirmaram que planejam viajar para o país nos próximos seis meses. A pesquisa também apontou que mais de 60% dos brasileiros destacaram que viajariam para os EUA por estarem interessados nas nossas atrações históricas e culturais. No total, 57% apontaram o estilo de vida americano e 56% identificaram compras como motivações para conhecer o país. Entretanto, com o aumento do dólar, fator que ocorre desde outubro de 2014, tivemos um impacto esperado. Houve queda de 15% nas vendas de pacotes para os EUA, em comparação com 2013. Para combater a alta do dólar, os brasileiros têm encontrado formas para continuar a viajar para os EUA. Alguns estão diminuindo o tempo de permanência no país, escolhendo atrações gratuitas ou mais baratas e optando por acomodações com descontos. Os Estados Unidos - apesar das preocupações sobre o custo do dólar – continua a ocupar um lugar de destaque entre os países que os brasileiros desejam visitar. M&E - Comente um pouco as ações de promoção que estão sendo realizadas esse ano. O que podemos esperar para os próximos anos? Tom Garzilli - Estamos constantemente desenvolvendo novos e excitantes programas para promover os Estados Unidos como o principal destino de viagens para os turistas internacionais. Entre algumas das ações que realizamos: publicidades cooperativas e campanhas promocionais com os parceiros-chave da indústria, além de press trips e famtrips. Em junho realizamos ainda o primeiro famtrip para profissionais brasileiros de turismo que introduziram novos destinos americanos em seus pacotes. Também implementamos dois programas realizados pelo Brand USA. Um destaca o turismo gastronômico nos EUA e outro que mostra os melhores espaços


Brand USA

Entrevista com Tom Garzilli

EXTERIOR ao ar-livre da América (America’s Great Outdoors). A estratégia da gastronomia de turismo inclui o lançamento de um espaço online onde é possível obter informações sobre a culinária dos EUA; o lançamento de um guia de viagem pela diversificada paisagem gastronômica do nosso país, parcerias com o Departamento de Estado dos EUA e com a Fundação James Beard. A campanha “United States of Great Outdoors” apresenta um site que destaca destinos de viagens e experiências únicas em todo o nosso país. Também preciso destacar que o Brand USA tem atuado junto ao MacGillivray Freeman Films para produzir um documentário em comemoração ao centenário do Serviço Nacional de Parques dos EUA. O filme, “National Parks Adventure”, será lançado no início de 2016, no Imax e outros cinemas de

super telas em todo o mundo. O Brand USA também está participando regularmente de feiras de turismo internacionais, a exemplo da WTM-LA e Abav. M&E - Além de Orlando, Miami e Flórida, destinos de maior preferência entre os brasileiros, o Brand USA está trabalhando no Brasil? Que destinos tiveram incremento de turistas brasileiros? Tom Garzilli - Sim, Orlando e Miami, assim como outras cidades da Flórida, são destinos populares entre os brasileiros. O estado da Flórida apresenta uma grande variedade de atrativos para viajantes, especialmente para os brasileiros que já visitaram o destino e agora querem conhecer outras partes desse grande estado. Existem vários destinos atrativos

ao longo da extensa costa do estado, do Atlântico ao Golfo do México, além de lugares no interior, como os Everglades. Assim como em outros destinos dos EUA, observamos um número cada vez maior de turistas brasileiros nas nossas maiores cidades – Nova York, Los Angeles e Las Vegas - que se tornaram mais acessíveis para os brasileiros graças aos novos voos. O Brand USA está trabalhando para que os brasileiros conheçam destinos e atrações além dos principais centros urbanos, como, por exemplo, as lindas paisagens naturais que mostramos nas nossas campanhas de Outdoor. Nós também reconhecemos que os brasileiros tendem a ver os Estados Unidos como um paraíso de compras. Os shoppings ainda são um dos principais atrativos para turistas brasileiros.

Setembro Abav 2015

113


Visit Florida

EXTERIOR Entrevista com Alfredo González

Mesmo com queda de 4% Brasil é prioridade

D

esde 2014 que o número de brasileiros que visitam a Flórida vem diminuindo. De acordo com Alfredo González, vice-presidente Global de Desenvolvimento de Reuniões, Trade e Mercado do Visit Florida, o estado norte-americano registrou uma queda de 4% no número de visitantes brasileiros em 2014, em relação aos gastos no estado, os índices caíram 17%. González explica que o fator é decorrente do momento político e econômico do Brasil. Entretanto, o executivo ressalta que, mesmo com a leve queda, o Brasil ainda se mantém como um dos principais mercados emissores de turistas para o destino, atrás apenas do Canadá. Nesta entrevista, ele ainda explica sobre as ações promocionais voltadas para o Brasil e ressalta os destinos que, além de Orlando e Miami, estão chamando a atenção dos brasileiros. M&E – A alta do dólar e a crise no Brasil têm afetado o número de turistas brasileiros na Flórida? Como o órgão está trabalhando o mercado a fim de que não haja quedas no volume de turistas? Alfredo González - Devido a atual situação do Brasil, que vem se desdobrando nos últimos anos, vimos sim uma queda no número de visitantes e gastos. Ainda não temos os números relativos a 2015, mas, o que pudemos observar foi que a Flórida recebeu 1,7 milhão de visitantes brasileiros em 2014: uma queda de 4%. O gasto total desses turistas foi de US$ 2,2 bilhões no mesmo período, número que representa uma queda de 17%. Devido a esses números, não esperamos crescimentos relativos ao mercado brasileiro pelo menos até o final da crise. Por sua vez, alguns de nossos principais mercados apresentaram crescimentos significantes em 2014, como Colômbia (+2%), Reino Unido (+6%), Alemanha (+5), México (+3%) e França (+7%). O número total de turistas internacionais em 2014 foi de 15,7 milhões. Apesar da queda nos números, o Brasil ainda é um dos maiores mercados internacionais para o Estado, atrás do Canadá. O Visit Flórida continua a apoiar o Brasil de diversas maneiras: apoiamos as mídias especializadas voltadas para os profissionais de Turismo tanto a nível de estado como a nível de parceiros (CVB’s). Como indústria, continuamos a apoiar todos os grandes eventos comerciais no país (Abav e WTM), juntamente com as missões de vendas e roadshows de capacitação. Continuamos a convidar os operadores brasileiros a participar de nossas feiras e convenções de Turismo nos EUA (IPW e La Cita). M&E – O Brasil é um dos principais destinos para os EUA, sendo um dos mercados que mais envia turistas internacionais para a Flórida, com destaque para Orlando. Além deste, que outras regiões estão sendo 114

Abav 2015

Setembro

trabalhadas junto ao Brasil? Quais destinos têm apresentado potencial em relação ao público brasileiro? Alfredo González - Não é segredo que os brasileiros amam Orlando há muitas décadas. Eles também amam Miami que tem sido a principal porta de entrada de visitantes brasileiros. Acreditamos fortemente que podemos oferecer para este público mais opções para completar o que eles já costumam fazer e aproveitar a grande diversidade dos EUA. Temos regiões que oferecem não apenas belas praias, mas também restaurantes, compras e atividades ao ar-livre. Sem mencionar história e cultura. Dois destinos que têm mostrado aumento de procura pelos brasileiros são: Palm Beach e a região de Tampa/Clearwater/St Petersburg. M&E – Você já passou pelo Fort Lauderdale CVB, além de implantar o Brand USA. Nessa sua gestão, quais suas metas para o Visit Flórida?

Alfredo González - Sou abençoado ter estar tendo a oportunidade de começar minha carreira de gerência de destino no Greater Fort Lauderdale. Aprendi o que é necessário para que um destino, que até então era pequeno e desconhecido, desenvolvesse-se em um dos papéis mais importantes a nível internacional e desenvolvimento econômico do estado. Mas é verdade que eu tive uma vantagem: uma ótima equipe do CVB, liderada por Nicki Grossman e uma incrível equipe de vendas liderara por Fernando Harb. Quando me juntei à equipe do Brand USA realizei dois sonhos: um, eu consegui trabalhar com ídolo de infância, o Chris Thompson, e dois, eu pude morar em uma das minhas cidades preferidas do mundo: Washington, DC. Uma de minhas lições mais valiosas foi o desafio de representar todo os Estados Unidos, com toda sua diversidade e variadas opções, para o mundo inteiro. Essas oportunidades me deram força profissional e pessoal para pegar essas experiências e aplicar no desenvolvimento da economia da Florida. Assim como o Brand USA, o desafio é promover esse grande estado mundo afora. M&E – Por ser um destino estratégico, que ações estão sendo desenvolvidas atualmente? Quais os investimentos futuros que serão feitos no Brasil? Alfredo González - Com a assistência dos nossos representantes no Brasil, o Grupo Rodrigues de Comunicação e Marketing, estamos criando novos modos de se aproximar do mercado Brasil. A exemplo da nossa participação no São Paulo Fashion Week, que foi uma incrível campanha que não envolveu apenas o trade, mas chegou diretamente aos consumidores em um setor muito influente. Essa ação envolveu todos os aspectos de marketing, inclusive relações públicas, mídias sociais etc. Continuamos a ser muito ativos junto aos operadores de viagens brasileiros, que merecem todo o nosso apoio. Esse ano também estamos lançando mais uma mídia social em português. M&E – Em relação a novos roteiros, produtos e atrações, o que podemos esperar para os próximos meses? Alfredo González - Em relação a roteiros, produtos e atrações, vamos continuar a apoiar todas as áreas através do nosso programa cooperativo de marketing, que ajudam nossos parceiros a levantar investimentos e orçamentos e a estender seu alcance.


Visit Orlando

EXTERIOR Entrevista com Jay Santos

Destino comemora novos voos para o Brasil

D

esde 2013, o Brasil vem batendo recordes em números de turistas enviados para Orlando. Segundo Jay Santos, vice-presidente de Marketing Internacional do Visit Orlando, a expectativa é que os índices continuem a subir, mesmo com o atual momento da economia do país. “O último relatório do Escritório Nacional de Turismo dos Estados Unidos prevê que as chegadas a partir do Brasil para os EUA vão aumentar 5% em 2015 e 4% em 2016. Como o destino número 1 dos EUA para visitantes brasileiros, Orlando será o beneficiário destas previsões”, destaca. Em 2014 a cidade recebeu 62 milhões de turistas. O número representa um aumento de 5% em relação a 2013. Segundo Santos, outro fator que vai impulsionar o turismo na região é o aumento de 97% dos voos diretos que ligam as cidades brasileiras a Orlando. Ele ainda revelou que o órgão tem apostado em mídias sociais com o objetivo de desenvolver o destino no Brasil. Em relação às novidades previstas para os próximos anos, o profissional detalha: “Para o sétimo ano consecutivo, o Visit Orlando, em parceria com o SeaWorld Parks & Entertainment, Universal Orlando Resort e Walt Disney World Resort lançou uma campanha integrada de marketing de consumo, que inclui TV, online e publicidade na rádio, apoiada por publicidade, promoções e iniciativas para operadores turísticos. Reconhecemos e valorizamos o importante papel que os operadores turísticos desempenham para garantir que Orlando continue a criar férias memoráveis para nossos visitantes”.

M&E - Desde 2013 o Brasil vem atingindo o número recorde de turistas enviados para Orlando. Quais são as expectativas para os próximos anos? Jay Santos - Com um aumento de 97% dos voos diretos de cidades brasileiras para Orlando desde o ano passado, estamos confiantes de que Orlando continuará a ser o destino mais popular dos EUA para brasileiros. M&E - Como a alta do dólar e a crise econômica no Brasil tem afetado a emissão de turistas brasileiros para o destino? Houve uma diminuição? O que tem sido feito para reverter a situação? Jay Santos - O último relatório do Escritório Nacional de Turismo dos Estados Unidos prevê que as chegadas a partir do Brasil para os EUA vão aumentar 5% em 2015 e 4% em 2016. Como o destino número 1 dos EUA para visitantes brasileiros, Orlando será o beneficiário destas previsões. M&E - Que ações estão sendo realizadas para que o Brasil continue a ser um dos principais mercados para Orlando? Jay Santos - Pelo o sétimo ano consecutivo, o Visit Orlando, em parceria com o SeaWorld Parks & Entertainment, Universal Orlando Resort e Walt Disney World Resort lançou

uma campanha integrada de marketing de consumo, que inclui TV, online e publicidade na rádio, apoiada por publicidade, promoções e iniciativas para operadores turísticos. Em 2015, o Visit Orlando também aumentou sua presença na mídia social no Brasil. M&E - Que inovações podemos esperar do destino em 2015/2016? Jay Santos - Walt Disney World Resort em breve completará a sua transformação do Downtown Disney em Disney Springs, com uma mistura eclética e contemporânea da Disney e outras marcas notáveis que vai dobrar o número de lojas, restaurantes e outros locais. A nova atração “Frozen” será aberta no Epcot no início de 2016. No verão de 2016, Universal Orlando Resort irá abrir “Skull Island: Reign of Kong”, baseado no popular filme King Kong, bem como um novo parque aquático chamado Volcano Bay em 2017. E o SeaWorld Orlando está construindo uma montanha-russa de 200 pés de altura que será aberta no verão de 2016. Será a mais alta, mais rápida e mais longa montanha-russa de Orlando. M&E - Que parcerias o Visit Orlando está a desenvolver com o Brasil para promover o destino? Jay Santos - Reconhecemos e valorizamos o importante papel que os operadores turísticos desempenham para garantir que Orlando continue a criar férias memoráveis para nossos visitantes. Trabalhamos em estreita colaboração com os principais operadores turísticos e os meios de comunicação de turismo visando encorajar nossos parceiros da indústria de viagens a trabalhar com nossas atrações locais para tornar mais fácil para a indústria hoteleira experimentar as mais recentes atrações do destino, que estão em constante evolução.

“Estamos confiantes que Orlando continuará a ser o destino mais popular dos brasileiros nos EUA”

Setembro Abav 2015

115


ETC

EXTERIOR Entrevista com Elvira Marcos Salazar

Dólar em alta favorece viagens para a Europa

A

Europa é um destino que vive constantemente no imaginário dos brasileiros. De acordo com Elvira Marcos Salazar, vice-presidente da Comissão Europeia de Turismo (ETC), cerca de 3,7 milhões de brasileiros viajaram à Europa em 2014. Segundo ela, a alta do dólar tem sido um fator positivo para o continente. “Os brasileiros passaram a priorizar os destinos da Europa em detrimento àqueles que tenham o dólar como moeda”, destaca. Segundo Elvira, o último relatório da Comissão Europeia do Turismo sobre as ‘Tendências e Perspectivas no Turismo Europeu 2015’ apresentou números consistentes. “Mesmo com alguns cenários econômicos adversos no mundo, diversos destinos europeus apresentaram crescimento positivo nos meses de verão”, esclarece. Elvira ainda apontou que a Comissão tem apostado em diversas ações com o objetivo de promover os destinos europeus no Brasil. Entre elas, a vice-presidente destacou o aplicativo VisitEurope, que tem como objetivo guiar os usuários por uma experiência completa antes de planejarem a viagem. M&E - Quantos turistas brasileiros a Europa recebeu em 2014? Que números o continente espera alcançar em 2015 e que ações estão sendo feitas a fim de atingir esse objetivo? Elvira Salazar - Em 2014, cerca de 3,7 milhões de brasileiros viajaram à Europa, de um total de 584 milhões. O turismo europeu se mantém firme durante este ano e a maioria significativa dos destinos registrou um crescimento positivo nos meses de verão. A Comissão Europeia de Turismo (ETC) trabalha continuamente na promoção da Europa como destino turístico nos mercados de longa distância, como o Brasil. Para isso, a ETC dispõe do site e aplicativo de viagem “VisitEurope”, que tem como objetivo guiar seus usuários pela experiência completa de planejar uma viagem: desde a fase inicial da inspiração, passando pela fase de pesquisa e finalmente a fase de reservas. O aplicativo permite descobrir facilmente os destinos e as experiências que a Europa tem a oferecer, navegando por imagens de alta qualidade, vídeos e conteúdos gerados pelos usuários em um mapa interativo. Além disso, os brasileiros também podem acompanhar informações e curiosidades sobre os destinos europeus por meio da página “Europa Já” no Facebook e do perfil, com o mesmo nome, no Twitter. M&E - Quais os destinos europeus mais visitados pelos brasileiros? Que destinos estão sendo mais trabalhados a fim de aumentar o número dos turistas brasileiros e consolidar o mercado?

116

Abav 2015

Setembro

M&E - Como a Europa se beneficiou da alta do dólar e da crise que se instaurou no Brasil? Os números de visitantes internacionais ficaram acima do esperado? Elvira Salazar - Com a alta do dólar, os brasileiros passaram a priorizar os destinos da Europa em detrimento de destinos que tenham o dólar como moeda local. Além disso, de acordo com o último relatório da Comissão Europeia do Turismo sobre as ‘Tendências e Perspectivas no Turismo Europeu 2015’, a Europa tem apresentado números consistentes neste ano, mesmo com alguns cenários econômicos adversos no mundo. Entre os melhores desempenhos estão: Islândia (+ 30%), Montenegro (+ 19%) e Romênia (+ 16%), com um crescimento significativo no número de chegadas de turistas internacionais. Já entre os destinos mais populares da Europa, estão: Alemanha (+ 5 %), Espanha (+ 4%), Itália (+ 4%) e Reino Unido (+ 3%). M&E - A crise no Brasil foi um empecilho? Que soluções você sugere aos agentes de viagem para contornar a situação? Elvira Salazar - A crise vivenciada no Brasil não é considerada um empecilho, pois os destinos europeus estão no topo da lista de desejos de viagem de longas distâncias. Quatro em cada cinco brasileiros, por exemplo, externaram o desejo de viajar para destinos de longas distâncias neste verão, com a intenção de visitar um local na Europa.

Elvira Salazar - Em 2014, os ‘top’ destinos em chegadas na Europa foram: França, Espanha, Itália, Alemanha e Reino Unido. Entre os países mais visitados pelos brasileiros estão: França, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália e Portugal.

M&E - Visando o desenvolvimento do turismo, que ações Europa e Brasil estão trabalhando em conjunto? Podemos esperar alguma novidade ainda esse ano? Elvira Salazar - Estamos sempre pensando em ações e parcerias visando o desenvolvimento do turismo entre Europa e Brasil. O que podemos adiantar é que existe um aumento do investimento feito pela ETC no mercado brasileiro.

“O turismo europeu se mantém firme durante este ano e a maioria dos seus destinos registrou crescimento nos meses de verão”


Setembro Abav 2015

117


Argentina

EXTERIOR Entrevista com Jaime Ríos

Novos produtos para atrair mais brasileiros

E

m 2014 o Brasil foi o país que mais enviou turistas para a Argentina, que registrou cerca de um milhão de chegadas de brasileiros. Segundo Jaime Ríos, coordenador do Mercado Brasil do Instituto de Promoção Turística da Argentina (Inprotur), a expectativa é que os números continuem subindo. “O crescimento na oferta de destinos e as possibilidades que nosso país oferece faz com que cada vez mais visitantes elejam a Argentina como destino para suas viagens”, destaca que Rios, que acredita que a conectividade aérea é outro fator que impulsiona o turismo entre os dois países. M&E - Quantos turistas brasileiros a Argentina recebeu em 2014? Qual a expectativa para 2015? Houve um incremento no número de visitantes devido a alta do dólar? Jaime Ríos - O Brasil segue sendo o principal mercado emissor de turistas para nosso país. Em 2014 recebemos mais de um milhão de turistas brasileiros, o que representa um grande número para nosso país. O crescimento da oferta de destinos e as possibilidades que nosso país oferece aos turistas faz com que cada vez mais visitantes escolham a Argentina como destino para suas viagens. Outro fator preponderante para a vinda de turistas para nossos países é a atual conectividade aérea que existe entre os dois países: ela nos posiciona como um destino forte e atrativo, principalmente para os novos turistas, que buscam novas experiências na hora de viajar. M&E - Em 2014 a Argentina foi o país que mais enviou turistas para o Brasil. O senhor atribui esse fenômeno à Copa do Mundo? Com isso em vista, acredita que o fenômeno vá se repetir em 2016 com as Olimpíadas? Jaime Ríos - O interesse turístico entre nossos países é tão forte que seguramente haverá muitas visitas de argentinos durante os Jogos Olímpicos. Não será com a mesma dimensão que o futebol provoca, mas certamente um grande número de turistas cruzará a fronteira. M&E - Brasil e Argentina são grandes parceiros. Que ações estão sendo realizadas junto à Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) e ao Ministério de Turismo do Brasil a fim de desenvolver o turismo nos países? Jaime Ríos - O Ministério de Turismo da Argentina, a Embratur e o Ministério de Turismo do Brasil trabalham em conjunto para promover ambos os países em mercados mais distantes. 118

Abav 2015

Setembro

O objetivo primordial é fazer com que cada vez mais turistas visitem nossa região. Sabemos que esses turistas não visitam apenas um destino quando viajam. Geralmente aproveitam para conhecer vários países. Daí a importância da promoção conjunta e de todas as políticas que possam facilitar o turismo entre os países do Mercosul. A criação da Casa Argentina em São Paulo, como um espaço promocional do nosso país no Brasil, surgiu como centro de todas as atividades que buscam consolidar a relação entre argentinos e brasileiros. A Casa Argentina é um importante espaço à disposição de todos os interessados em realizar atividades que consolidem a promoção da Argentina no Brasil.

M&E - Buenos Aires e Bariloche estão entre destinos argentinos mais visitados pelos brasileiros. Que outros destinos o Ministério de Turismo da Argentina tem divulgado no país? Jaime Rios - A Argentina conta com uma grande quantidade de experiências pensadas para as necessidades de cada um dos turistas que nos visitam. Os brasileiros desfrutam muito da oferta cultural, dos destinos de neve e das atividades de aventura. Para a temporada de inverno, o Inprotur criou um micro site especial para que os turistas encontrem todas as informações que necessitam sobre os centros de esqui e parques de neve da Argentina. A oferta gastronômica e de vinhos é mais uma proposta que nosso país tem para oferecer, com as Rotas do Vinho. Outro grande atrativo é a Patagônia Argentina, que conta com grande variedade de destinos. É muito difícil determinar quais são as mais atrativas, já que os turistas decidem visitar distintas regiões que se adaptam a gostos e preferências. Dessa forma, o Inprotur desenvolveu a campanha promocional “Argentina, por vós” que busca apresentar um catálogo das experiências que os turistas poderão viver em nosso país. M&E - A Argentina ou o Brasil serão prejudicados uma vez que a FIT e a Abav acontecem em datas tão próximas esse ano? Jaime Rios - Não haverá prejuízo para nenhum dos países. Pelo contrário. Ambos serão beneficiados por essa situação. Muitos países que participam com seus estandes e ações promocionais em feiras desse teor aproveitaram a proximidade das datas para otimizar a viagem à região. O Brasil e a Argentina sempre se interessam de forma recíproca de cada novidade. Estas feiras são ideais para se fazer lançamentos e promoções. Sem dúvida, o número de participantes será igual ao registrado em edições anteriores.

“As possibilidades que nosso país oferece faz com que cada vez mais visitantes escolham a Argentina como destino”


Setembro Abav 2015

119


Peru

EXTERIOR Entrevista com Antonio Castilho

País quer fortalecer posição no Brasil

U

m dos principais mercados para o Peru, o Brasil vem apresentando um crescimento constante e sustentável na emissão de turistas para o país. É o que destaca o diretor geral do Escritório Comercial do Peru no Brasil, Antonio Castillo. Segundo ele, em 2013 o incremento foi de 3% e a expectativa é que os números continuem a subir. “A América Latina é um mercado estratégico para o Peru, representando 55% do total de chegadas, e nesta região o mercado brasileiro é o quinto maior emissor de turistas”, afirmou. Castillo explica que, além da proximidade entre os países, os voos diretos que ligam o Brasil ao destino e a Estrada Interoceânica, que liga a cidade de Rio Branco (Acre) à cidade de Puerto Maldonado, são diferenciais que estimulam a indústria turística da região. Em relação às motivações de viagens dos brasileiros para o Peru, Castillo completa que aproximadamente 50% das chegadas brasileiras ao país são motivadas pelo turismo de lazer e cerca de 30% são por negócios. O diretor destaca que o segmento MICE vem ganhando cada vez mais força e atenção. “Lima se tornou uma importante cidade sede de eventos, realizando grandes eventos a nível internacional. A prova de que estamos progredindo é o ranking anual da Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA), cuja última edição mostrou que Lima e Peru subiram várias posições”. Castillo ressalta que uma das medidas colocadas em prática para ampliar o trabalho de captação de eventos para diferentes cidades do país é o fortalecimento dos Conventions Bureaux de Lima, Arequipa e Ica, além do incentivo para a criação do Convention de Cusco e do primeiro centro de convenções de Lima. Em sua entrevista, o diretor ainda ressalta as principais cidades brasileiras emissores de turistas para o destino, os projetos de investimentos no Brasil para os próximos anos e quais destinos peruanos mais atraem esse público.

Janeiro, Porto Alegre e Foz do Iguaçu – o Brasil e o Peru também estão ligados através da Estrada Interoceânica, que conecta a cidade de Rio Branco (Acre) à cidade de Puerto Maldonado, no Peru (trajeto de 8 a 10 horas, em média), e permite acesso ao também para o estado de Rondônia. Neste ponto, cabe ressaltar que os brasileiros já estão aproveitando esta porta de entrada ao nosso país, registrando um crescimento médio anual de 24%, desde 2008.

M&E – Como você classificaria a importância do Brasil para o mercado turístico do Peru? Quais os planos de desenvolvimento para os próximos anos? Antonio Castillo – Em 2014 o Peru registrou 3.214.934 turistas internacionais, um aumento de quase 2%. A América Latina é um mercado estratégico para o Peru, representando 55% do total de chegadas, e nesta região o mercado brasileiro é o quinto maior emissor de turistas e o sexto lugar do market share internacional.

M&E – Quais os planos de desenvolvimento para os próximos anos? Quais as principais dificuldades de promoção do turismo no Brasil? Antonio Castillo – As estratégias e objetivos para o Brasil estão focados em fortalecer o posicionamento do Peru, trabalhando em estreita colaboração com o trade turístico e com o potencial viajante para o nosso destino. Buscamos gerar uma maior penetração na cadeia comercial, desenvolver de maneira permanente a presença em feiras e eventos mais relevantes do mercado e, ainda, manter a geração de alianças comerciais com o setor privado para a promoção conjunta do destino. Além disso, através de plataformas 360 graus, focados em segmentos de mercados chave para o Peru, e gerando espaços de exposição de nossos produtos turísticos, por meio de canais online e off-line, press trips, entre outros. Nosso desafio é encontrar e desenvolver espaços para trabalhar de mãos dadas com a cadeia comercial e estar cada vez mais perto dos potenciais viajantes; conhecer suas necessidades e expectativas; e oferecer espaços e oportunidades para que o turista conheça e interaja com o destino turístico e as diversas experiências oferecidas pelo país.

M&E – Quantos visitantes brasileiros o país recebeu em 2014 e qual a expectativa para 2015? Antonio Castillo – Apesar do desenvolvimento da Copa do Mundo de Futebol 2014, uma das atividades que mais afetaram o fluxo de viagens internacionais, o Brasil cresceu 3% em relação a 2013. Este fluxo de chegadas foi acompanhado por mudanças perceptíveis com relação aos estados brasileiros que mais enviaram turistas ao Peru, sendo liderado por São Paulo e Rio de Janeiro, seguido de Rio Grande do Sul, Brasília e Minas Gerais. Acreditamos que a conectividade aérea direta a partir de Porto Alegre é um fator muito influente nesse comportamento. Este ano o mercado brasileiro continua mostrando crescimento sustentável na região e mantendo a sua posição

M&E – Quais os destinos peruanos mais visitados pelos brasileiros? Que outros destinos estão sendo desenvolvidos? Antonio Castillo – Segundo estudos da Promperú, 35% dos turistas brasileiros pensam em conhecer Cusco e Machu Picchu quando o Peru torna-se o destino para suas próximas férias. O Peru é um destino eminentemente cultural, e a cultura Inca, com a cidadela de Machu Picchu, representa hoje um ícone no turismo. No entanto, também promovemos outros destinos que encantam os brasileiros. Por exemplo, a cidade de Lima com a sua reconhecida gastronomia, além de ser um rico centro de compras. O destaque da região é a Huacachina, um oásis cercado por dunas onde se pratica o Sandboard. Sem mencionar as belezas naturais, a hotelaria e a infraestrutura turística.

120 Abav 2015

Setembro

como um dos maiores emissores de turistas a nível mundial. Nesse sentido, a atenção ao mercado é constante, a fim de gerar plataformas que continuem a promover as viagens ao Peru e aproveitar oportunidades. Além de serem países próximos geograficamente e que se beneficiam de uma boa conexão aérea (voos de até cinco horas) - com saídas diretas de São Paulo, Rio de


Atout France

EXTERIOR Entrevista com Jean-Phillipe Pérol

França quer 1,5 milhão de brasileiros até 2020

C

om a meta de atingir 1,5 milhão de turistas brasileiros na França até 2020, a Atout France - órgão responsável pela promoção dos destinos franceses no mundo - está investindo, junto com seus parceiros, R$ 5 milhões em divulgação turística no Brasil. Em relação ao momento econômico e político do país, Jean-Phillipe Pérol, diretor para as Américas do órgão, explica que o ano têm sido difícil, mas a expectativa é que, com a queda do euro frente ao dólar, o fluxo de brasileiros se mantenha igual ao ano passado, quando 650 mil turistas estiveram no país.

M&E - Qual a importância do mercado brasileiro para a França? Jean-Phillipe Pérol – Esse é um dos nossos mercados prioritários. Na Europa, somos o principal destino almejado pelos brasileiros. O País tem um forte potencial de crescimento, queremos atingir 1,5 milhão de turistas brasileiros até 2020. Esse também é um público que tem um alto gasto por passageiro nos nossos destinos. Outro fator que posiciona o Brasil como importante mercado para a França é o fato de que recebemos muitos brasileiros o ano todo, movimentando não apenas a alta temporada, mas também os períodos de baixa. Mais ainda que a queda do real, a instabilidade cambial não é boa para o turismo. M&E – O país recebeu mais de 650 mil brasileiros em 2014, qual a expectativa para 2015? O país conseguiu recuperar o fluxo de turistas brasileiros que ficou prejudicado devido da Copa do Mundo? Jean-Phillipe Pérol – Desde 2014 o crescimento tem sido decepcionante, não apenas pela Copa, mas principalmente pela recessão econômica. Esse ano vai ser difícil. Mas, com a queda do euro, que deixou a França mais barata que os Estados Unidos, e com os preços reduzidos dos voos para Europa, esperamos manter o fluxo do ano passado. M&E – Como a alta do dólar impactou no Turismo para o país? Como os agentes de viagens podem se aproveitar da instabilidade econômica que paira sobre o Brasil para vender mais e melhor os destinos franceses? Jean-Phillipe Pérol – Mais ainda que a queda do real, a instabilidade cambial não é boa para o turismo. Entretanto, a queda do euro em relação ao dólar amenizou a retração do fluxo para França, muitos clientes perceberam que Paris é, agora, bem

mais barata a atrativa que Nova York, por exemplo. Além desse momento econômico, estamos passando também por mudanças profundas em todas as intermediações do trade turístico. Para aqueles que têm criatividade e competência, os tempos são de oportunidades para desenvolver não somente novos destinos ou novos tipos de produtos, mas também novos tipos de serviços e de modelos de negócios. A França quer estar ao lado de todos os agentes do trade para trabalhar nesse sentido. M&E – Quanto a Atout France vem investindo em promoção no Brasil? Que parcerias e ações o país vem desenvolvendo junto à Embratur e ao Ministério de Turismo Brasileiro? Jean-Phillipe Pérol – Junto aos seus parceiros, a Atout France vai investir em torno de R$ 5 milhões no mercado turístico brasileiro. Queria destacar o grande apoio da Air

France, da Accor, bem como algumas regiões francesas com Tahiti, Martinica, Rhone Alpes, Val de Loire, Bordeaux, Provence e Saint Martin. Com a Embratur, as missões são diferentes, eles trabalham para ter mais turistas franceses no Brasil, mas sabemos da importância do fluxo nos dois sentidos. Temos muito contato e trocas de informações e de expertise. Com o ex-ministro Vinicius Lages, o relacionamento foi excepcional. Ele era apaixonado pela França. Conhecia Paris melhor do que eu. Já começamos a ter contato com o novo ministro e tenho certeza que o intercâmbio vai continuar na mesma intensidade. M&E – Há alguns anos a Atout France vem investindo no mercado brasileiro, apontando novos destinos, a exemplo da Martinica, sul da França etc. Quais já apresentaram maior procura após a promoção? Que outros destinos apontam grande potencial junto aos turistas do Brasil? Jean-Phillipe Pérol – Os brasileiros estão hoje se espalhando mais pelo território da França, com um crescimento forte em regiões como Bordeaux, Bourgogne e os castelos do Loire. O esqui também voltou a crescer aproveitando as novidades como o Club Med de Val Thorens. Esperamos também resultados marcantes em Saint Martin e no Tahiti, assim como na Guiana francesa. M&E – No início do ano, a França registrou um ataque terrorista de grande repercussão internacional: o atentado ao Charles Hebdo. Como isso afetou o turismo no país? Como está o segmento atualmente? Jean-Phillipe Pérol – O terrorismo é um drama mundial que afetou duramente nosso país esse ano, não somente pelo horror dos crimes e a dor das famílias, mas também pelo caráter simbólico do ataque – querer atingir a liberdade de imprensa que é um pilar das liberdades defendidas pela França. Teve, claro, uma repercussão no turismo, mas acho que a solidariedade dos turistas e as medidas convincentes de segurança pública que foram tomadas pelas autoridades limitaram o impacto negativo que foi muito rapidamente superado. Mas continuamos com vigilância total. Setembro Abav 2015

121


DZT - Alemanha

EXTERIOR Entrevista com Margaret Grantham

DZT projeta 3% mais brasileiros em 2015

E

m 2014 a Alemanha registrou mais de 780 mil pernoites de brasileiros. Um crescimento de 6% ante o ano anterior. De acordo com Margaret Grantham, diretora para América do Sul do DZT – Centro de Turismo Alemão, para 2015, apesar da alta do dólar e da instabilidade na economia, o órgão projeta alcançar um crescimento em torno da média mundial, 3%. “O ano, no entanto, começou bem positivo, com aumento de 38% em janeiro e fechamos o primeiro trimestre com 22% a mais de pernoites em relação ao ano anterior. Com isso, o Brasil ganha cada vez mais importância, firmando-se como importante mercado emissor”, destaca. Ela ainda explica as principais ações de promoção do destino para esse ano. M&E - Alemanha é um país que frequentemente está no imaginário do brasileiro. Seja pela modernidade de Berlim ou pelo Oktoberfest, em Munique. Que outros destinos estão sendo trabalhados junto ao mercado brasileiro? Magaret Grantham - A Alemanha é um país extremamente diversificado e oferece um pouco de tudo para todos os públicos. Além das cidades mais conhecidas dos brasileiros, como Berlim e Munique, divulgamos também, as chamadas Cidades Mágicas, que incluem Dresden, Nurembergue, Frankfurt, Dusseldorf, Hamburgo, Colônia, Hannover, Leipzig, Munique e Stuttgart. Dessas, uma em especial está atraindo cada vez mais os brasileiros. Trata-se de Hamburgo, que, inclusive, passou a cidade de Colônia na lista das mais visitadas por brasileiros. Vale destacar que os turistas brasileiros não visitam somente as grandes cidades. O que eles mais gostam de fazer é um roteiro que mescle metrópoles com vilarejos do interior. Assim, neste ano, trouxemos para nossa campanha o tema Tradições e Costumes, focando as festas populares, o artesanato e a culinária, de forma que o brasileiro possa, cada vez mais, ter opções do que ver e fazer na Alemanha. M&E - Qual a importância do mercado brasileiro para a Alemanha? Magaret Grantham - Os pernoites de brasileiros na Alemanha vêm crescendo continuamente desde a Copa de 2006. De 2010 até hoje, estes pernoites mais que dobraram. Fechamos 2014 com 780 mil pernoites, um crescimento de 6%, o que, para nós, é ex tremamente positivo, visto que foi um ano difícil de Copa no Brasil e eleições. Em 2015, apesar da alta do dólar e da instabilidade na

122 Abav 2015

Setembro

cepção da Alemanha tem se modificado na mente dos brasileiros, que já não se assustam mais com os clichês de que os alemães são muito sérios, que não gostam de festas ou que o idioma possa ser uma barreira para viagens. Quando chegam ao país, as pessoas se impressionam com a forma que são auxiliados pelos alemães, vendo, in loco, que a língua não é uma barreira, pois a maioria dos alemães fala inglês. M&E - Explique um pouco as ações que a Alemanha está realizando a fim de promover o destino. Magaret Grantham - Uma das principais ações deste segundo semestre foi a participação da Alemanha na Tourism Week, da Braztoa, que, para nós, mostrou-se como excelente ferramenta para impulsionar as vendas para o destino por meio de promoções especiais, ações que considero de extrema importância em dias de dólar em alta. Com isso, queremos mostrar também que a Alemanha é um destino para todos. Além disso, estamos trouxemos vários parceiros para o Roadshow Destino Alemanha, que aconteceu no final de agosto e apresentou muitas novidades para o trade turístico brasileiro. Os treinamentos para agentes de viagem que aconteceram na Braztoa também seguem continuamente até o final do ano.

economia, projetamos alcançar um crescimento em torno da média mundial, 3%. O ano, no entanto, começou bem positivo, com aumento de 38% em janeiro e fechamos o primeiro trimestre com 22% a mais de pernoites em relação ao ano anterior. Com isso, o Brasil ganha cada vez mais importância, firmandose como importante mercado emissor. Na América do Sul, aliás, o Brasil é o emissor número 1 para a Alemanha. M&E - Qual o impacto da alta do dólar no turismo da Alemanha? Houve uma maior procura pelos destinos? Como a Alemanha tem trabalhado a situação? Magaret Grantham - Sentimos que muita gente tem procurado a Europa como alternativa, e a Alemanha tem entrado nos roteiros. O crescimento citado acima já é uma prova disso. Além disso, nos últimos anos a per-

M&E - Quais as maiores dificuldades de promover a Alemanha no Brasil? Magaret Grantham - Acredito que muitas das dificuldades que tínhamos acabaram com as Copas do Mundo de Futebol. Já em 2006 (na Alemanha), o brasileiro começou a perceber que o alemão não era tão sério e que também gostava de uma festa. Quando vieram ao Brasil, acho que o mito acabou de vez. A torcida alemã trouxe essa alegria de viver dos alemães e mostraram que há uma excelente conexão entre as duas nações. Talvez ainda se precise trabalhar um pouco a questão do idioma, que ainda pode ser encarada como dificuldade, principalmente para aquelas pessoas que vão pela primeira vez ao país. De experiência própria, posso dizer que os alemães sabem que seu idioma não é o mais fácil do mundo e, por isso mesmo, são muito solícitos para ajudar, seja em inglês ou no idioma universal da mímica.


México

EXTERIOR Entrevista com Diana Pomar

Destino quer 500 mil brasileiros até 2019

C

om a meta de alcançar 500 mil turistas brasileiros até 2019, Diana Pomar, diretora para o Brasil do Conselho de Promoção Turística do México (CPTM), explica que os números estão, pouco a pouco, se aproximando do objetivo. Segundo ela, em 2014 o país recebeu 309,700 brasileiros. Nos primeiros seis meses deste ano, já foram registrados 166,700, o que representa um aumento de 16,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda de acordo com a diretora, até o momento a alta do dólar não teve grande influência na queda de turistas. Mas a expectativa é que os números tenham uma leve queda nesse segundo semestre. “Até o mês de maio, o Brasil ocupou o quarto lugar entre os principais países emissores para o México, atrás dos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Espanha. É esperada uma queda no número neste segundo semestre, devido a instabilidade econômica do Brasil e a desvalorização do real frente ao dólar”, destacou. Diana ainda ressalta, nessa entrevista, as principais ações do México para o Brasil e aponta quais os destinos têm sido trabalhados a fim de desenvolver a pluralidade do país.

M&E - Além de Cancún, Cidade do México e Riviera Maya, quais os outros destinos procurados pelos brasileiros? Que destinos tem se despontado entre o interesse do brasileiro e quais segmentos e atrativos têm sido trabalhado? Diana Pomar - Desde 2012 começamos a diversificar a oferta turística do México, além de Cancún, Riviera Maya e Cidade do México, temos trabalhado os destinos Los Cabos, Baja California Sur, Vallarta-Nayarit e Guadalajara. Em 2013 apresentamos ao mercado os destinos Guanajuato e Yucatán. Basicamente, os destinos de praia como Los Cabos e Vallarta-Nayarit oferecem experiências e atrativos turísticos que atraem muito a atenção do mercado brasileiro, considerando que são destinos voltados para turistas de alto poder aquisitivo e que contamos com conectividade aérea; cadeias hoteleiras de alto nível de excelência; e serviços personalizados a fim de superar as expectativas dos viajantes. Já Guanajuato e Yucatan são dois destinos que têm uma grande riqueza cultural, arqueológica, gastronômica e de muita relevância na história do México. São lugares que também contam com alta qualidade nos serviços turísticos. Ambos complementam uma viagem atrativa para o mercado brasileiro. M&E - Em relação à meta de registrar 500 mil turistas brasileiros até 2019, como está o processo? Quantos brasileiros o país já recebeu até o momento?

Diana Pomar – Em 2014 o México recebeu 309,700 brasileiros, o que representa um crescimento de 15.8%. Até junho desse ano recebemos 166,700, um crescimento de 16.7% em relação ao mesmo período do ano passado. M&E - O México sofreu queda na procura turística devido à alta do dólar? Como o governo está contornando a situação? Diana Pomar – Até o mês de maio o Brasil ocupou o quarto lugar entre os principais países emissores de turistas para o México, atrás dos Estados Unidos, Canadá, Reino

Unido e Espanha. A queda no número de turista talvez aconteça nesse segundo semestre, considerando a instabilidade econômica do Brasil e a desvalorização do real frente ao dólar, o que gera incerteza para o mercado em geral, afetando principalmente a indústria de viagens e compra de produtos. M&E - Atualmente quantos voos fazem a ligação entre Brasil e México? Há previsão de novas rotas? Houve alguma rota que foi cancelada devido à instabilidade econômica do Brasil? Diana Pomar – Mensalmente contamos com 70 voos diretos, considerando os diários para a Cidade do México, com Aeromexico e Tam Linhas Aéreas. Além disso, a Tam incrementou três freqüências na Rota São Paulo-Cancún. A Copa Airlines, que realiza a conexão entre oito das principais cidades brasileiras com seis destinos no México, este ano começará a operar frequências para as cidades de Puebla e Villahermosa com conexão no Panamá. A Avianca também tem um papel muito importante conectando o México via Lima ou Bogotá. M&E - Que ações o México está fazendo para promover o turismo no Brasil? Diana Pomar – O Conselho de Promoção Turística do México (CPTM) no Brasil continua trabalhando com os principais parceiros comerciais e operadoras a fim de desenvolver programas cooperativos e ações pontuais que permitam atender as necessidades dos agentes de viagens e do público final. Assim, contamos com um programa de capacitação constante em 20 cidades do Brasil. Também temos uma importante parceria com as principais linhas aéreas que fazem a rota entre México e Brasil - como Aeromexico, Copa Airlines, Grupo Latam e Avianca - para unir esforços para fortalecer a presença do México nos diversos segmentos do mercado. Também participamos das principais feiras: WTM Latin America, Abav e Festival de Turismo de Gramado. Além disso, constantemente realizamos ações de capacitação com operadores e ainda desenvolvemos ações especiais com segmentos de romance (bodas, Luas de Mel), Turismo de Reuniões (Mice), Luxo e Turismo Religioso. Setembro Abav 2015 123


C

om inúmeros locais capazes de gerar festas fabulosas, a beleza natural das Ilhas Virgens Americanas já fica evidente no momento da chegada. St. Croix, St. John e St. Thomas oferecem diversos recursos capazes de encantar e deixar uma lembrança inesquecível. Após experimentar a beleza natural do Território, será difícil que alguém queira ir embora. Todas as três ilhas oferecem uma variedade de ambientes pitorescos de praias com águas cristalinas e areia branca macia. St. John, reconhecida frequentemente como a mais bonita em termos de natureza das três Ilhas Virgens Americanas, tem algumas das melhores praias do mundo. Uma das praias mais conhecidas e visitadas da ilha é Trunk Bay. Renomada por sua beleza, ela foi indicada como uma das dez melhores praias do mundo pela revista Conde Nast Traveler. Trunk Bay proporciona também um roteiro submarino incrível para mergulho livre com snorkel, em área protegida pelo Serviço de Parques Nacionais dos EUA. Esta aventura subaquática iguala ou até mesmo supera a beleza em terra firme, quando os visitantes experimentam seus bancos de coral naturais e vida marinha colorida. Também em St. John, a Praia de Cinnamon Bay tem a maior extensão de praia da ilha, sendo ideal para fazer snorkel, nadar ou descansar à sombra das árvores de ‘sea grape’. Se estiver procurando uma praia com ondas melhores para surf, vá conferir em Jumbie Bay. A praia de Jumbie Bay tem um ambiente sereno coberto por árvores luxuriantes de ‘sea grape’. As águas são mais agitadas que nas demais praias, tornando-a uma atração especial para atividades como ‘wind surfing’. A praia de Hawksnest mais isolada e a linda praia de Maho Bay, ambas localizadas no litoral norte da ilha, são outras praias populares de St. John.

Belezas Naturais St. Croix, a maior das três ilhas, tem praias muito bonitas cheias de folclore e tradição histórica. Uma das praias mais notáveis da ilha é Sandy Point, situada no litoral oeste da ilha. Além de Sandy Point ser uma reserva natural, ela é também uma das praias mais extensas das Ilhas Virgens Americanas. Conhecida por suas águas calmas e vastos litorais arenosos, é local de desova para as tartarugas marinhas. A desova ocorre durante a noite e é uma das visões mais marcantes que você pode imaginar. Se entrar em contato com Sandy Point Wildlife Refuge poderá testemunhar a desova das tartarugas em horários predeterminados. Outras praias populares da ilha são a Dorsch Beach, Rainbow Beach, Cane Bay Beach e a Ha’ Penny Beach. St. Thomas, a ilha mais metropolitana, tem Magens Bay, uma das praias mais lindas e populares do mundo. Com quase um quilômetro de comprimento de lindas areias brancas, a praia de Magens Bay é sempre reconhecida por revistas como Conde Nast Traveler e Travel + Leisure como uma das dez melhores do mundo. Há ainda a praia de Coki Beach, onde as águas são tão transparentes que há relatos de visibilidade até uma profundidade de 30 metros. A praia de Coki é famosa pelos cardumes de peixes tropicais, dando aos nadadores a oportunidade de realmente nadar com os

peixes. Outras praias notáveis da ilha são as de Smith Bay Park e Brewers Bay. Com dois terços de St. John abrangendo um parque nacional, ela é a mais intocada das três ilhas, com o menor número de residentes. Além das praias, St. John também oferece trilhas fantásticas para hiking com paisagens espetaculares. A excursão à trilha de Reef Bay leva os visitantes a descer no vale de Reef Bay Valley, onde, junto a nascentes, você poderá ver petróglifos antigos gravados na rocha. Nesta trilha também estão visíveis o brilho das cascatas que despencam dos altos penhascos da ilha, além de lindas orquídeas e folhagens luxuriantes. Há ainda outras trilhas interessantes, como a excursão à laguna de sal e a trilha de Cinnamon Bay. St. Thomas, a mais metropolitana das três ilhas, é famosa por suas atrações voltadas para o turismo e entretenimento, embora a ilha também esteja cheia de paisagens naturais. Para presenciar esta vista verdadeiramente espetacular, confira em Drake’s Seat. O banco fica no alto do morro com vista para Magens Bay, usada inicialmente como ponto de ancoragem para os navios. Hoje, o ponto oferece uma vista espetacular da baía e ilhas circunvizinhas.

Descubra os Estados Unidos como nunca antes 124 Abav 2015

Setembro


Setembro Abav 2015 125


forte localizado no centro da cidade chamado Forte Christiansvaern. Ambos os fortes apresentam estruturas espetaculares equipados com canhões antigos, relíquias antigas e uma história extraordinária. A Crucian Heritage and Nature Tourism Organization (CHANT) oferece ótimos passeios para as duas cidades, incluindo os fortes. Apesar de ser famosa pela extraordinária experiência de compras e instalações adequadas para turistas, St. Thomas possui uma rica história. Mais adentro da ilha, em Kongens Quarter, encontra-se o Legislature Building e o Forte Christian. O Legislature Building foi originalmente criado em 1828 e serviu como local onde foi realizada a transferência oficial das Ilhas Virgens da Holanda para os Estados Unidos. Forte Christian é o prédio mais antigo erguido nas Ilhas Virgens. Construído em 1680, o forte foi erguido com suas paredes de 90 cm a 1,80 metro de espessura para defender os colonos holandeses dos invasores e saqueadores. O Blackbeard’s Castle recebeu esse nome em homenagem a um pirata famoso, Blackbeard, mas, na verdade, é o que sobrou da torre Skytsborg Tower. A torre foi construída com aproximadamente 12 metros de altura e paredes com 1,80 metro de espessura, e os holandeses a utilizavam para observar a presença de navios inimigos. Hoje, a torre oferece uma linda vista paisagística do porto de Charlotte Amalie. Os 99 degraus foram construídos por volta de 1700 e proporcionam uma vista linda e pitoresca da antiga arquitetura.

História

A

história das Ilhas Virgens Americanas é o principal assunto entre todos os temas do território em pauta à medida que as comemorações do Dia do Centenário da Transferência em 2017 se aproxima. O Dia da Transferência comemora quando as Ilhas Virgens, que na época pertenciam à Holanda, foram vendidas para os Estados Unidos. A venda foi um ponto de transformação na história das Ilhas Virgens, e o 100° Aniversário, que se aproxima, oferece uma oportunidade para o território refletir e ensinar às pessoas sobre a cultura e a história das ilhas. Ao explorar as ilhas, você descobre pontos históricos significativos espalhados por todo o território. St. Croix, a maior das três ilhas,

não é exceção. St. Croix, importante centro de atividades para as Antilhas holandesas, era uma das maiores produtoras de açúcar do mundo. No lado oeste da ilha, conhecido como Frederiksted, há diversos locais históricos importantes, incluindo uma plantação de cana-de-açúcar do século 18 chamada Estate Whim Plantation. Hoje, a St. Croix Landmarks Society preserva a plantação como um museu e oferece passeios informativos a respeito da história colonial. Há também a Salt River Bay. Salt River Bay é uma praia linda que hoje é um parque histórico nacional. Ao se aproximar mais da ponta oeste, você chega à cidade de Frederiksted. A cidade está repleta de maravilhas arquitetônicas, além de um pier e um deck lindo de frente para o mar. Os prédios históricos são pintados em cores pastel, casas estilo vitoriano com influência holandesa e igrejas históricas. No meio da cidade, bem em frente ao mar, está o parque Buddhoe Park e o majestoso Forte Frederik. Ao leste da ilha, está a cidade de Christiansted. Parecida com Frederiksted, Christiansted também possui prédios históricos no estilo vitoriano com um

Embora St. John seja a menor e a menos habitada das três Ilhas Virgens Americanas, a ilha possui uma história abundantemente rica. Ainda é possível ver todas as incríveis ruínas e trilhas de plantações que St. John tem a oferecer. Dentre as ruínas mais notáveis está a Annaberg Plantation. Annaberg já foi uma das tantas plantações de cana-de-açúcar ativa em St. John. Hoje as ruínas da plantação são protegidas pelo Virgin Islands National Park e possuem uma trilha que passa pelos alojamentos dos escravos, moinhos e outras partes remanescentes das usinas. St. John também possui a Cinnamon Bay, cuja história volta à época dos índios Taino. Ao longo da baía, há ruínas e artefatos históricos que seguem o caminho de uma linda trilha. Observadas pela sua oportunidade singular de exibir petroglifos antigos escritos em terrenos rochosos, a Reef Bay Trail é outra trilha histórica. Com todos estes locais diferentes, você certamente fica sabendo da história nas Ilhas Virgens e estará pronto para comemorar o Centenário do Dia da Transferência em 2017.

Descubra os Estados Unidos como nunca antes 126 Abav 2015

Setembro


Setembro Abav 2015 127


coretos. Além ter algo para cada um, o Village fica aberto até altas horas da madrugada, com acesso gratuito durante o Carnaval. Depois de um aquecimento no Village, a festa de verdade entra em ação com o agito total pela manhã no J’ourvet. J’ourvet é uma grande festa de rua onde as melhores bandas da ilha tocam música ao vivo, com soca e calipso, em grandes carretas com 18 rodas. No decorrer deste dia, há um bufê de encantos no Desfile das Crianças. Todas as crianças das escolas locais participam, vestindo seus uniformes de desfile, executando suas coreografias de danças em blocos, participando de eventos de fantasias e tocando tambores de aço nos caminhões, animados pelas torcidas dos espectadores. No dia seguinte há o Desfile de Adultos, onde os adultos exibem suas fantasias de desfile e seu balanço nas danças. Todos os participantes formam seus próprios blocos e se apresentam no desfile. Durante o Carnaval, o tema da cultura é constante. Você vai ver dançar os Mocko Jumbies, apresentações danças de quadrilha e velhas músicas de calipso que representam a tradição singular das Ilhas Virgens. (link com Programação de Carnaval, como referência) Outro grande evento é a Feira de Alimentos e Agricultura das Ilhas Virgens Americanas, também conhecida como Agrifest. A Agrifest é a maior exposição agrícola no Território, exibindo a criação de animais, cozinha local, artes e artesanato, além, é claro, dos produtos agrícolas. A feira apresenta um parque de diversões e áreas para brincar com os animais, onde os visitantes podem interagir com animais de fazenda. Há ainda comidas deliciosas como o ‘kallaloo’, tortas, cerveja de gengibre fresco, ‘maubi’, maracujá e cana para chupar.

Estilo Local de Vida & Eventos Culturais

U

m dos aspectos mais apaixonantes das Ilhas Virgens Americanas é sua cultura, y nada revela melhor esta cultura do que os diversos eventos e festivais que ocorrem no Território. Em todas as três ilhas, St. Croix, St. John e St. Thomas, eventos ocorrem ao longo do ano e acentuam as culturas e tradições singulares deste Território. Estes eventos proporcionam locais e palcos para que os músicos, chefs, artesãos e talentos locais unifiquem suas vozes e representem a cidade onde moram.

Em termos históricos, o Dia de Transferência e o Dia de Emancipação são comemorados anualmente no Território com eventos e cerimônias. Embora a maioria dos americanos comemore a liberdade durante o Dia da Independência em 4 de julho, os residentes das Ilhas Virgens o fazem em 3 de julho, no Dia da Emancipação. O Dia da Emancipação comemora a revolta dos escravos nas Ilhas Virgens, ainda sob o domínio dinamarquês, quando conquistaram a sua liberdade. O evento é comemorado com atividades originadas no passado e que começaram com corridas de burros, animais trazidos pelos dinamarqueses para transportar a cana de açúcar. O Dia da Transferência é o dia em que a Dinamarca transferiu oficialmente as Ilhas Virgens para os Estados Unidos. No aniversário do Dia da Transferência, os residentes das Ilhas Virgens rememoram esta data com diversas cerimônias em todas as três ilhas.

O evento mais popular e esperado em cada uma das três ilhas é o Carnaval. O Carnaval é um evento anual de comemoração da liberdade, onde o clima de festa está em pleno vigor. Cada ilha tem seu próprio Carnaval em uma data específica. O Carnaval de Natal de St. Croix é de dezembro a janeiro, atravessando as festividades de Ano Novo. O festival de St. John ocorre de junho a julho, e o principal Carnaval das Ilhas Virgens em St. Thomas é de abril a maio, na época da Páscoa. Durante o Carnaval, toda a comunidade sai às ruas para torcer e participar nas danças, cantorias, desfiles, fantasias, músicas, bebidas e comidas. Bem no coração da temporada de Carnaval existem atividades e eventos envolvendo cultura e comemorações. Para começar a temporada e se preparar para os desfiles, os residentes das Ilhas Virgens dão a partida com Village. Village é o centro do Carnaval. Apresenta uma conjugação mágica de barracas culinárias coloridas com alimentos provenientes de diversas comunidades locais, atrações de parques de diversões para famílias e concertos de música local em plataformas ou

Descubra os Estados Unidos como nunca antes 128 Abav 2015

Setembro


Hotéis & Vilas A

s Ilhas Virgens Americanas estão cercadas de paisagens perfeitas para cartões postais, repletas de cultura rica e atividades, além de terem as melhores acomodações em hotéis e villas do mundo. Nas três ilhas, St. Croix, St. John e St. Thomas, há uma variedade de opções de hotéis e villas que satisfaz uma ampla gama de necessidades e prazeres.

Em St. Croix, a maior das três ilhas, cercada por uma paisagem verde exuberante e rica herança, há excelentes opções de hotéis. The Renaissance St. Croix Carambola Beach Resort and Spa é um lindo resort luxuoso localizado na costa norte da ilha. O resort está perfeitamente localizado nas encostas de uma floresta, entre montanhas e a praia. Outro hotel altamente renomado é o The Buccaneer, vencedor do prêmio Travel + Leisure World’s “Top 500 Hotels in the World” Award, The Buccaneer é o resort mais antigo do Caribe, com uma história que começa no século 17. O resort conta com belíssimas acomodações, um campo de golfe que oferece paisagens exuberantes e localização propícia próxima de Christiansted. Ao lado leste da ilha, próximo de Point Udall, o ponto extremo mais ao leste dos Estados Unidos, encontra-se o Divi Carina Bay. O Divi é um resort do tipo all-inclusive localizado em um lindo canto tropical e a atração mais conhecida do resort é o Divi Carina Bay Casino, o único cassino nas Ilhas Virgens Americanas.

Com dois-terços da ilha que formam o Virgin Islands National Park, St. John é uma das ilhas mais lindas do mundo. Se você realmente estiver disposto a desfrutar da beleza natural da ilha, Caneel Bay Resort é a melhor opção. Caneel Bay, um dos resorts mais populares da ilha, oferece uma combinação de áreas naturais com um luxo acessível. Não há televisores nem telefones nos quartos, permitindo que os hóspedes tenham a oportunidade de se desligar do cotidiano e desfrutar de um ambiente pitoresco. Se preferir se hospedar em um ambiente agitado, o Westin St. John Resort & Villas é uma ótima opção. O The Westin oferece quartos renovados e extraordinárias comodidades em St. John. St. Thomas é uma ilha feita para acomodar os visitantes. Além de uma vasta gama de opções para compras e diversidade de entretenimento, a ilha oferece uma lista impressionante de hotéis e resorts para atender às necessidades de cada visitante. Uma das opções de hotel mais elegante é o Ritz-Carlton, St. Thomas. O resort luxuoso de frente para o mar chama a atenção pelo extraordinário lobby no estilo de palácio com pisos de mármore, fontes de água e jardins secretos. Outro hotel condecorado com o prêmio da Travel + Leisure World’s Best Awards, o Ritz oferece acomodações espaçosas, além de acesso à bela baía Great Bay e Coconut Cove de St. Thomas. Outra

opção famosa de hotel é o Frenchman’s Reef and Mo rning Star M arrio tt Beach Resort. Frenchman’s Reef proporciona uma vista pitoresca do porto de Charlotte Amalie, além de extraordinárias comodidades e acomodações. Digno de ser mencionado também é o Bolongo Bay Beach Resort. Bolongo é uma propriedade mais informal reconhecida pelo excelente entretenimento. Em St. Thomas também está o Dreams Sugar Bay. Dreams era o antigo Sugar Bay Beach Resort, mas em 2014 passou por renovações e hoje é uma propriedade AMResorts Dreams. Se estiver em busca de algo diferenciado, cada ilha oferece hotéis menores que atendem às suas necessidades e oferecem uma experiência singular. Em St. Croix, está o Mount Victory Camp, que oferece uma experiência caribenha completamente imersa na beleza natural de St. Croix. O Mount Victory Camp está localizado nas florestas de Frederiksted, próximo à Butler Bay. Do mesmo estilo, em St. John está o Concordia Eco- Resort. Cercado pelo Virgin Islands National Park, o Concordia é um resort ecológico que proporciona aos hóspedes a oportunidade de vivenciar a beleza de St. John em um ambiente natural. Em St. Thomas, está o Paradise Cove, um resort de frente para o mar que se orgulha de proporcionar aos hóspedes um toque pessoal. Há também uma variedade de opções para alugar casas e villas em todo o território, como o Mooncottage em St. John, o Cruzan Sand Villa em St. Croix e o L’Esperance em St. Thomas. Seja lá o que você estiver procurando, com certeza haverá uma acomodação perfeita aguardando você nas Ilhas Virgens Americanas.

Descubra os Estados Unidos como nunca antes Setembro Abav 2015 129


Atrações Urbanas & Vida Noturna

E

mbora as ilhas sejam normalmente conhecidas por suas belas praias e clima ensolarado, sua animação noturna é, muitas vezes, uma preciosidade desconhecida, representando, no caso das Ilhas Virgens Americanas, uma oportunidade adicional de desfrutar cada uma delas. Desde as excursões na natureza até uma grande variedade de opções de entretenimento, você vai descobrir que todas as três ilhas, St Croix, St. John e St. Thomas, oferecem experiências únicas que revelam a vida noturna nas ilhas de um modo totalmente diferente. Algumas das melhores atividades noturnas envolvem a natureza. Nas Ilhas Virgens Americanas você terá a chance de testemunhar alguns dos mais extraordinários locais e fenômenos naturais depois do expediente normal. Em Sandy Point, na ilha de St. Croix, poderá assistir uma experiência rara e muito bonita na desova das tartarugas. Entre em contato com a reserva ecológica de Sandy Point Wildlife Refuge para presenciar esta cena inspiradora e admirável, quando uma tartaruga fêmea de casco de couro nada até a praia e faz a sua desova. Em St. Croix, você poderá visitar também a praia histórica de Salt River Bay e fazer uma excursão de caiaque bioluminescente com a operadora Sea Thru Kayaks. Se tiver interesse por mergulhos profundos no mar, encontrará inúmeras opções em todo o Território para curtir um mergulho noturno. Se preferir ficar em terra e se divertir com a família e os amigos, existem excelentes eventos culturais que a família toda poderá assistir. Estes

grandes eventos envolvem as três principais atrações de divertimento noturno até altas horas: alimentação, danças e música ao vivo. Em St. Croix, confira o Pirate Buffet das noites de sexta-feira no The Renaissance St. Croix Carambola Beach Resort. Este bufê oferece excelente cozinha de inspiração caribenha e inúmeros snow crabs (caranguejos da neve), enquanto uma banda ao vivo toca música romântica de fundo com Calipso. Para não ficar para trás, St. Thomas oferece um evento semelhante na noite de carnaval do Iggies Beach Bar, no Bolongo Bay Beach Resort. Jump Up é outro grande evento em St. Croix. Nas três ilhas há muitos programas fantásticos nos bares com Happy Hour e baladas até altas horas. Na cidade de Christiansted, em St. Croix, encontrará inúmeros lugares excelentes para se divertir à noite. Comece no Fort Christian Brew Pub, à direita do calçadão (boardwalk), com sua seleção de drinques especializados, música ao vivo e o bom humor dos seus frequentadores locais. É uma das melhores refeições na ilha para seus fins de noite. Em St. John, a principal atração noturna é o Woody’s, onde você pode ter uma excelente refeição e bebidas excepcionais com preços acessíveis e se divertir bastante. Em St. Thomas, você pode aproveitar pulando de bar em bar em Red Hook. É só começar a sua aventura no Iggies Beach Bar, onde terá música ao vivo e eventualmente karaokê. Depois você pode visitar o pub local, Island Time Pub (ITP), onde pode passar ótimos momentos e tomar um bom drinque. Saindo do ITP, você pode ir para o Señor Frogs. O

Señor Frogs oferece drinques divertidos, música para festas e entretenimento.Finalmente, se ainda tiver energia sobrando depois do Señor Frogs, poderá encerrar a sua noitada no D uffy’s Lo ve Shack. As Ilhas Virgens também têm um cassino em St. Croix, no Divi Carina Bay Casino and Resort. Para os que desejam passar a noite curtindo uma boa música, o Território proporciona uma grande variedade de opções musicais. Toda a terceira sexta-feira do mês, St. Croix patrocina Sunset Jazz, uma maravilhosa noite de música ao vivo à beira-mar, em Frederiksted.. Uma atração semelhante pode ser o festival de jazz em St. Thomas denominado Jazz in the Park. O evento inclui artistas populares internacionais acompanhados por um conjunto diversificado de artistas favoritos e jovens talentos locais. Em noites especiais, o Blue Moo n de St. Croix’s apresenta música ao vivo por artistas locais em Frederiksted e, em St. John, você pode visitar o Shipwreck’s Landing, que oferece música ao vivo em um fantástico ambiente caribenho típico. Além de todas as atividades acima relacionadas, as Ilhas Virgens Americanas oferecem muitas outras de vida noturna durante eventos importantes como o Carnaval. O Carnaval revela bem a alma das Ilhas Virgens Americanas e a sua natureza voltada para as comemorações e a hospitalidade dada aos seus visitantes. Qualquer que seja o seu objetivo, as Ilhas Virgens Americanas têm inúmeras opções diurnas e noturnas.

Descubra os Estados Unidos como nunca antes 130 Abav 2015

Setembro


Gastronomia

A

gastronomia é uma parte fundamental na experiência de qualquer viagem. Por sorte, para quem viaja para as Ilhas Virgens Americanas, há uma variedade incrível de opções gastronômicas no território. As três ilhas, St. Croix, St. John e St. Thomas, oferecem uma mescla singular e, ao mesmo tempo deliciosa, de pratos arrojados e saborosos. Seja lá qual for a sua preferência, as Ilhas Virgens Americanas contam com uma combinação gastronômica que agrada a qualquer paladar. A gastronomia das Ilhas Virgens Americanas é o resultado das interações entre colonos europeus, índios nativos do Caribe e africanos. A fusão levou à influência de muitas culturas na gastronomia, oferecendo aos visitantes uma gama de excelentes pratos para serem degustados, como o kallaloo. Kallaloo é uma sopa preparada com tubérculos da África que inclui espinafre, quiabo e folhas verdes da região em um cozido substancioso geralmente servido com caranguejo ou peixe. O prato não oficial das Ilhas Virgens Americanas, peixe e fungi, também tem raízes africanas. O prato é geralmente preparado com um pargo inteiro fresco (com os olhos incluídos, pois os nativos acreditam que os olhos são a parte mais saudável) servido com uma mescla exclusiva caribenha à base de polenta, conhecida como fungi. Nas Ilhas Virgens Americanas também há um forte sabor latino com pratos como o arroz con pollo, ou arroz cozido com frango e vários condimentos. Outro prato favorito dos nativos da região é o Johnny cake, um pãozinho frito geralmente servido com frango frito. As opções são infinitas e incluem pratos como cozido de pata de touro, peixe salgado com tubérculos, pão de coco, roti, molusco em molho de manteiga e uma variedade de outros pratos. Sem dúvida, as melhores experiências gastronômicas ocorrem durante os eventos e festivais nas ilhas. Os maiores eventos, como o Carnaval e a Feira de Alimentos e Agricultura das Ilhas Virgens Americanas, demonstram o que há de melhor em gastronomia e chefs nativos. O Carnaval é o evento mais famoso e esperado em cada uma das três ilhas. Durante o Carnaval, você pode encontrar uma variedade de barracas que servem deliciosos pratos enquanto as pessoas dançam e comemoram. A Feira de Alimentos e Agricultura das Ilhas Virgens Americanas é realizada em St. Croix com foco na agricultura do território. O evento apresenta os melhores produtos e alimentos naturais que as Ilhas Virgens Americanas têm a oferecer.

Embora a maior parte dos pratos nativos seja preparada com produtos e ingredientes locais, as porções são geralmente generosas e bastante substanciosas. Se você se preocupa com a sua saúde e está interessado em uma refeição mais leve, vá conhecer o The Barefoot Buddha em St. Thomas, o Ana’s Living Food em St. Croix e o delicioso Food Truck Little Oliveem St. John. Se estiver procurando algo para se refrescar depois de um dia agitado ao sol, siga o Fraco Man. Ele passeia pelas Ilhas Virgens Americanas e serve deliciosos copos de raspadinha com caldas de sabor nativo. O Fraco Man pode ser encontrado em cada uma das três ilhas. Se a sua preferência é por sorvetes mais tradicionais, o local favorito dos nativos da região é o Armstrong Ice Cream, que oferece sabores autênticos como graviola, goiaba, maracujá e groselha.

O território também recebe eventos especiais que destacam completamente o talento culinário e os alimentos locais. O Crucian Fusion , em St. Croix, é um evento realizado no histórico Fort Frederik Museum que mescla pratos tradicionais locais em uma refeição estilo gourmet. O evento angaria fundos para a Crucian Heritage and Nature Tourism, Inc. (CHANT) e ajudou com sucesso a desenvolver alguns dos melhores talentos culinários do território. Tem também o St. Croix Food and Wine Experience. O Food and Wine Experience surgiu em 2001 como Taste of St. Croix, mas cresceu ao ponto de se tornar uma série de eventos culinários com duração de uma semana e que atrai centenas de convidados internacionais. O evento reúne os melhores restaurantes e chefs das Ilhas Virgens Americanas, que exibem seus pratos em um ambiente festivo e divertido. Recentemente a revista Forbes Travel nomeou o evento como um dos dez melhores eventos internacionais de gastronomia e vinho. St. Croix também realiza anualmente o Mango Melee. O evento apresenta uma variedade de mangas e pratos à base de manga, além de atividades divertidas e competições.

Descubra os Estados Unidos como nunca antes Setembro Abav 2015

131


Compras

A

s Ilhas Virgens Americanas oferecem uma oportunidade fantástica para navegar entre uma experiência mundana de compras e uma aventura tropical relaxante de compras. O território ostenta belos locais de compras, promoções incríveis e ótimos produtos. Com três ilhas, St. Thomas, St. Croix e St. John, que oferecem experiências exclusivas, você certamente encontrará algo no Shangri-La tropical para satisfazer a sua fantasia de compras. Cada ilha possui ambientes de compras maravilhosos que evocam um sentimento de bem-estar e lazer, desde os centros comerciais emoldurados por águas e praias bonitas até as butiques situadas em arcadas alegres com uma arquitetura fenomenal. Portanto, além da beleza, por que fazer compras nas Ilhas Virgens Americanas? Bem, por um lado, o território oferece as melhores compras do Caribe com isenção de impostos. Os visitantes desfrutam um limite de compras de US$ 1.600 em mercadorias isentas de impostos. Você pode usar este limite permitido em grandes ofertas, como bebidas alcoólicas com preços acessíveis, vestuário inspirado na ilha ou tradicionais iguarias locais. Você encontrará, em cada ilha, joias exclusivas inexistentes em qualquer outro lugar. Na cidade

de Christiansted, em St. Croix, um conjunto de grandes lojas apresenta artesãos locais, fabricantes de peças especiais feitas à mão. Lá está o estúdio Crucian Gold, conhecido por seus famosos nós tecidos nas joias com o uso de metais preciosos. A uma quadra está a Sonya’s, uma butique de joias de propriedade local. Não existem duas peças iguais na Sonya’s, berço da famosa pulseira de “gancho”. Outra ótima loja para joias é a ib designs. Com joias finas feitas à mão por Whealan Massicot, a ib produz um estilo único e colorido que infunde um sentido da cultura e da história. Semelhante a St. Croix, St. John tem uma oferta exclusiva de butiques e peças diferentes. Uma loja famosa é a Vibe, situada perto de Mongoose Junction em Cruz Bay. As peças exclusivas da Vibe apresentam St. John Petroglyph, uma escultura em pedra antiga encontrada na The Reef Bay Trail. Na Wharfside Village há também o Bamboo Studio que oferece sua própria versão da pulseira de gancho, e também belas peças com design personalizado. Dentre as três ilhas, St. Thomas é que tem as maiores opções de joias. St. Thomas oferece grandes joalherias, como Diamonds International em Yacht Haven Grande e Little Switzerland em Downtown Charlotte Amalie. Existem também pequenas lojas locais como a Valentines Jewelry Box, na aleia da rua principal onde vende peças exclusivas bonitas. Uma das joalherias mais famosas e antigas é a Cardow, de propriedade local, situada na Main Street em Charlotte Amalie. Cardow é uma loja grande de dois andares, com uma mistura de joias feitas localmente e joias finas importadas.

Embora as joias sejam uma atração destacada para o território, as Ilhas Virgens Americanas são também um ótimo lugar para comprar peças artesanais e souvenires exclusivos, e ao longo das três ilhas você encontrará muitos vendedores locais com preciosidades feitas à mão. Verá ainda lojas que oferecem itens personalizados, como a Zora’s Custom Sandals. Situada em St. Thomas, a Zora’s é famosa por suas sandálias de couro feitas sob medida, sacas de lona, malas e mochilas feitas à mão. Há também a Riddims em St. Croix, uma loja cultural que oferece música e vestuário locais. Se você é amante das artes, as Ilhas Virgens Americanas são ricas em talentos locais. Dê uma olhada no trabalho de Avelino Samuel. Samuel é mestre no torno de madeira, transformando peças simples de madeira em lindos vasos, tigelas e outras peças. Você pode encontrar as obras de Samuel na Gallery St. Thomas e também na Bajo el Sol Gallery em St. John. Há também Jan Mitchell Larsen, uma artista contratada para criar a estátua de Franklin D. Roosevelt no Virgin Islands Veterans Memorial Park. Jan é famosa por seus belos trabalhos em vidro. Você pode encontrar o trabalho de Jan em seu estúdio na cidade de Christiansted, em St. Croix. Se for um ambicioso aficionado de arte, pode tentar obter uma pintura de Lloyd “Do ve” Braffith. Amplamente reconhecido como pintor icônico de Crucian, as pinturas a óleo de Dove, um autodidata, captam o ambiente de Frederiksted em St. Croix, com suas cores vibrantes e uma atmosfera que beira o surreal.

Descubra os Estados Unidos como nunca antes 132 Abav 2015

Setembro


Setembro Abav 2015 133


Publieditorial

Inclua em Sua Viagem um Spa Situado em Resorts da Flórida

A

nda sonhando em ouvir um pouco de música R&R? Aproveite sua viagem para curtir um spa a dois ou, se se estiver viajando com amigas, um lugar onde você poderá tomar champanha e ser mimada da cabeça aos pés. Confira esses pacotes de spa, espalhados de costa a costa:

Fort Lauderdale

Fort Lauderdale Marriott Harbor Beach Resort & Spa O pacote Spa Getaway (preços a partir de US$409,00) inclui: • Acomodações deluxe • Acesso ao spa estilo europeu, com serviço completo • Uma massagem sueca ou um tratamento facial Aroma Decadence por pessoa, por dia, (para até dois hóspedes por apartamento)

Orlando

JW Marriott Orlando Grande Lakes O pacote Spa for Two (preços a partir de US$419,00) inclui: • Hospedagem em apartamento com vista para o lago • US$25,00 de crédito a cada noite para uso no resort • Acesso ao prédio separado do spa, localizado na propriedade • Dois tratamentos de spa para dois • Almoço para dois hóspedes no Vitale

• • • •

camas de casal Massagem de relaxamento com duração de 50 minutos no Vinoy Salon & Day Spa 25% de desconto no segundo tratamento no spa 20% de desconto em mercadorias do spa Acesso ilimitado à sofisticada academia de ginástica e às instalações do spa

Fort Myers

Sanibel Harbour Marriott Resort & Spa O pacote Spa Getaway (preços a partir de US$289,00) inclui: • Acomodações de pernoite • Café da manhã para dois toda manhã • Um serviço de spa para dois, com duração de 50 minutos (escolha entre massagem sueca, tratamento facial Caloosa, faixas corporais ou exfoliação corporal)

Miami

Turnberry Isle Miami, Autograph Collection O pacote 4th Night Free and Resort Credit (preço a partir de US$299,00) inclui: • Reserve quatro noites e só pague três • Crédito de US$100,00 (uma única vez) que você pode usar para abater em seu tratamento no spa (ou, se você preferir, para golfe e jantar)

St. Petersburg

The Vinoy Renaissance St. Petersburg Resort & Golf Club O pacote Spa Getaway (preços a partir de US$239,00) inclui: • Upgrade para apartamento de luxo com vista para a baía, dotado de uma cama king ou duas

134 Abav 2015

Setembro

Palm Beach/Singer Island

Palm Beach Marriott Singer Island Beach Resort & Spa O pacote Ultimate Spa Retreat (preços a partir de US$404,00) inclui: • Acomodações luxuosas em condomínio de um ou dois quartos, com cozinha completa,

• •

área de estar, varanda particular, máquina de lavar e secadora Dois tratamentos no spa com duração de 50 minutos, por estada Uso ilimitado das instalações do spa para dois adultos, incluindo sala de vapor, cama de pedra aquecida, sala de relaxamento com bar e chás quentes, jacuzzi particular, duchas tipo cascata e armários no vestiário

Marco Island

Marco Island Marriott Beach Resort, Golf Club & Spa O pacote Spa Experience (preços a partir de US$349,00) inclui: • Apartamento de hóspede com vista para o golfo • Bufê de café da manhã para dois no Tropiks Restaurante • Afiliação diária ao spa para dois adultos • Opção entre dois tratamentos no spa, um por hóspede (escolha entre uma massagem sueca com duração de 50 minutos, o tratamento facial Intense Hydration e o serviço de pedicure Signature Spa)

Key Largo

Key Largo Bay Marriott Beach Resort O pacote Spa Getaway (preços a partir de US$264,00) inclui: • Upgrade do apartamento • Café da manhã no resort • Crédito de US$25,00 para uso no spa Quer mais dicas de viagem do VISIT FLORIDA’s Entertainment & Luxury Insider? Siga Kara Franker no Twitter e no Facebook.


Setembro Abav 2015 135


Publieditorial

Diga olá para Greater Fort Lauderdale

Greater Fort Lauderdale recebe visitantes de todo o mundo. A partir do momento em que você deixar o aeroporto, você estará cercado por céu azul, palmeiras e rostos sorridentes - das praias aos Everglades. Com 23 quilômetros de praias de águas azuis, é fácil sentar ou caminhar por horas apreciando a brisa e admirando o mar e os canais enquanto cruzeiros, iates e veleiros desfilam continuamente

no horizonte. E, com uma temperatura média da água de 26°C, a natação é uma atividade que pode ser praticada durante todo o ano, juntamente com snorkel e uma série de esportes aquáticos divertidos. Greater Fort Lauderdale também é o único lugar nos Estados Unidos onde você pode ir a pé mergulhar, os recifes mais próximos ficam a apenas 92 metros da praia.

Compras…

Aumentando o seu estilo

Maneiras infinitas de se divertir

Descubra a conveniência e valor das compras neste destino chique e descontraído. Em Greater Fort Lauderdale a moda aparece em todos os lugares, desde boutiques a lojas de departamento e designer outlets. Há passeios especiais de compras para grupos e vans locais saindo da praia. A maioria dos hotéis oferece fácil acesso aos principais centros de compras para os viajantes sem carros. Você pode até mesmo fazer compras de táxi aquático. Então, traga malas extras!

Visite o Galleria Mall, um ambiente sofisticado para suas compras, onde você encontrará varejistas mundialmente famosos como Macy’s, Neiman Marcus e Dillard’s, juntamente com restaurantes de luxo e o Red Door Spa, de Elizabeth Arden. O Las Olas Boulevard é conhecido como “Mile Style” de Greater Fort Lauderdale, repleto de butiques, restaurantes com lounges animados e cafés com mesas na calçada. Las Olas é também uma importante parada ao longo do sistema de Taxi Aquático de Greater Fort Lauderdale. O The Village, no Gulfstream Park, em Hallandale Beach e o The Promenade, em Coconut Creek, são alguns dos mais recentes shoppings ao ar livre e de entretenimento com grandes varejistas,complementados por lojas de acessórios,restaurantes, cafés e bares.

Entre em contato com seu lado natural! Que tal se maravilhar com a vida selvagem e passear pelos Everglades. Absorva as vistas e sons do maior jardim de borboletas e aviário de beija-flor do mundo. Junte-se a uma caminhada noturna guiada e observe as tartaruga, você poderá até espionar alguns filhotes (com bastante cuidado) para ver quando eles correm para o mar. E quando você estiver pronto, reserve alguns momentos só para você e desfrute de um tratamento de spa rejuvenescedor com muito luxo oferecido pelos melhores resorts. E quando o sol se põe? O calor aumenta com drinks sob as estrelas, cervejas artesanais, clubes no centro e festanças na praia enluarada. Uma cena vibrante de arte e cultura ganha vida no Riverwalk Arts & Entertainment District, no cênico New River, com performances envolventes, exposições agitadas, música, filmes, locais históricos e muitas outras coisas. Dance ao som de sua própria batida nesta cidade à beira-mar, onde casual e chique se misturam lindamente.

Planeje um tempinho para relaxar

Esqueça as suas preocupações

Após as compras, embarque numa aventura de barco com mais de 300 quilômetros de vias interiores navegáveis e veja porque nós somos chamados de “Yachting” Capital do Mundo. Há serviços de fretamento para cima e para baixo no canal, junto com o táxi aquático (Water Taxi) que você pode facilmente pegar em uma das muitas áreas. Experimente a essência da Fort Lauderdale ao ancorar o barco e sair para jantar, assim, você chega de barco ou paddleboard para uma refeição descontraída em um dos muitos restaurantes na beira do canal. Por falar em jantar, encha seus olhos e seu paladar com um delicioso prato de sabor local. Frutos do mar frescos, comida latina ou caribenha... o que você desejar você encontra por aqui e, geralmente, acompanhado de uma vista maravilhosa.

Entre na vibração despreocupada de Greater Fort Lauderdale, diga “HELLO” a um estado de espírito ensolarado. Sua fuga para esta praia e paraíso começa no sunny.org/portugues.

Um Tesouro de Pechinchas Sawgrass Mills é o maior shopping de descontos e entretenimento do mundo. Com mais de 350 outlets de diversas marcas e lojas de varejo, com certeza você vai encontrar ofertas maravilhosas. Os outlets de luxo no Sawgrass incluem Prada, Kate Spade, Bloomingdale’s Outlet, Saks Off 5th, Theory, Tory Burch e muito mais. E novas lojas surgem a cada momento, como: Columbia Sportswear, DKNY, Steve Madden, Polo Ralph Lauren Boys, Polo Ralph Lauren Girls, Greg Norman, Michael Kors and bare Minerals. Em breve, o local ganhará uma loja do Wolford, outra do designer italiano da marca Ippolita, assim como a loja da Barbie Dreamhouse, a única nos Estados Unidos. Continue à caça pelas pechinchas no Swap Shop, o mercado oferece um complexo de compras interno e outro ao ar livre com mercadorias de marca e um cinema drive-in com 14 telas; e o Festival Flea Market, um mercado coberto de mais de 400 metros de comprimento com mais de 500 lojas que vendem jóias, roupas, sapatos e qualquer outra coisa que você possa imaginar.

136 Abav 2015

Setembro


Setembro Abav 2015 137


138 Abav 2015

Setembro


Setembro Abav 2015 139


140 Abav 2015

Setembro


Setembro Abav 2015

141


Publieditorial

142 Abav 2015

Setembro


Setembro Abav 2015 143


LOCADORAS

Inovação e tecnologia Locadoras apostam em novos produtos e no crescimento do lazer Nathalia Marques

O

ano não está fácil para as locadoras de veículos. Com a recessão econômica, há uma queda na demanda corporativa. Sem saber ao certo o que está por vir, a confiança das empresas cai e os custos são reduzidos. Mas o que fazer quando isso acontece? Para o setor de locação de automóveis, o segredo está na inovação. No ano passado, ano de bonança para o setor, a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla), revelou que um total de 5,6 mil locadoras no País, foram responsáveis por faturamento de R$ 14,7 bilhões no ano passado. A frota das empresas somou 773,2 mil carros. O número total de usuários foi de 25,9 milhões, dos quais 57% oriundos de terceirização, 25% de negócios e 18% de lazer. Ainda de acordo com a Abla, 12,45% dos 3,3 milhões de automóveis leves licenciados no ano passado foram destinados ao setor de locação, o equivalente a 415 mil veículos. A principal fornecedora é a Fiat (18,99%), seguida pela Volkswagen (16,23%), General Motors (8,38%), Renault (7,93%), Ford (3,21%) e outras (45,26%). A Shift Mobilidade Corporativa, que teve um crescimento de 20% em 2014, começou o primeiro semestre de 2015 com queda. No entanto, isso não assusta os executivos que estão investindo em tecnologia e se dizem prontos para entrar em um novo mercado caso a legislação de transportes alternativos para pessoa física seja aprovada. Fernando Cavalcanti, diretor de Novos Negócios Estratégicos; Marcos Negrisoli, diretor de Tecnologia; e Renato Kiste, co-presidente da Shift, apostam em novos sistemas e os processos de funcionamento da empresa. Segundo eles, as novidades previstas para esse ano devem ajudar alavancar as vendas. “O foco do nosso trabalho está voltado totalmente para a tecnologia. Estamos lançando três novos sistemas online”, destacam os executivos. Em relação ao polêmico aplicativo Uber, os executivos se declaram favoráveis a liberação do aplicativo. “Somos a favor do livre comércio e da prática do Uber que até poderia, no futuro, virar um concorrente e, mesmo sabendo disso, somos a favor”, afirmaram os profissionais, que completaram, dizendo, inclusive, 144 Abav 2015

Setembro

que possuem um sistema online pronto para uso caso o aplicativo seja regulamentado. A Hertz também aposta na inovação. Com a baixa demanda no segmento corporativo, a locadora já está em busca de novos mercados. Segundo Ana Paula Kuba, diretora de Marketing, a empresa está realizando diversos estudos de viabilidade financeira para projetos de gestão de frota. “Estamos em um ano de crise e, consequentemente, as empresas estão cortando os investimentos. Sentimos que o potencial de crescimento na área de terceirização de frota, pois as empresas estão cortando gastos com frota própria e utilizando o custo do ativo fixo (carro) para investir no próprio negócio”, disse. Já a Localiza aproveita a alta do dólar para explorar o mercado interno de lazer. “Estamos aproveitando o momento de maior demanda do turismo interno, motivado pelo aumento do dólar, para trabalhar promoções especiais para nossos clientes como descontos progressivos, combos de aluguel de carros, tarifas promocionais de final de semana e feriado, upgrade de categoria de carro, entre outras”, explicou Paulo Pires, diretor de vendas da Localiza. O executivo também ressalta a importância de aprimorar ainda mais o atendimento aos clientes. A empresa investe em treinando e desenvolvimento dos seus colaboradores. “Até junho de 2015 já investimos R$3,5 milhões em treinamento. Neste primeiro semestre também abrimos 12 novas agências, totalizando 552 pontos de atendimento nos oito países em que estamos presentes. Renovamos a nossa frota, com a compra de 26.851 carros: um investimento total de R$901,3 milhões. No final de junho, a frota total da plataforma Localiza era composta por 117.676 carros”, frisou. A Localiza ainda anunciou duas grandes inovações: o Localiza Express, totem de auto-atendimento que garante mais agilidade aos clientes no processo de locação dos carros nas agências; e o Localiza Way, que além das funções básicas do smartphone e GPS, possui acesso compartilhado ao Wi-Fi, faz ligações para a assistência aos clientes em pontos mais próximos de atendimento, e oferece aplicativos com serviços de parceiros da empresa.


Setembro Abav 2015 145


Localiza

LOCADORAS Entrevista com Paulo Pires

Crescimento no lazer

O

momento econômico não é um dos melhores. Muito se fala sobre a crise, no entanto, falar sobre o cenário ruim sem avaliar seus resultados e gerar estratégias pode ser uma ação pouco produtiva. A Localiza é clara ao dizer que sim, o mercado corporativo está mais restritivo. Apesar disso, a locadora aproveita a alta do dólar para explorar o mercado interno de lazer. “Estamos aproveitando o momento de maior demanda do turismo interno, motivado pelo aumento do dólar, para trabalhar promoções especiais para nossos clientes como descontos progressivos, combos, tarifas promocionais de final de semana e feriado, upgrade de categoria, entre outras”, explicou Paulo Pires, diretor de vendas da Localiza. M&E - A crise econômica afetou de alguma forma as vendas para o setor corporativo no primeiro semestre? Paulo Pires - Em função da atual conjuntura econômica, o mercado corporativo está mais restritivo, mas essa queda tem sido compensada pelo mercado de lazer. M&E - Como a empresa compreende este momento de instabilidade no Brasil? Paulo Pires - O ano de 2015 está sendo desafiador. Neste sentido, a Localiza está investindo na inteligência comercial da sua equipe, nos processos e desenvolvimento de pessoas, a fim de mitigar os efeitos do cenário macroeconômico e aproveitar as oportunidades que possam surgir. M&E - Quais são as estratégias atuais da Localiza? Paulo Pires - Estamos aproveitando o momento de maior demanda do turismo interno, motivado pelo aumento do dólar, para trabalhar promoções especiais para nossos clientes como descontos progressivos, combos de aluguel de carros, tarifas promocionais de final de semana e feriado, upgrade de categoria, entre outras. M&E - Como estão as ações de aproximação com as operadoras? Paulo Pires - Estamos investindo na aproximação com as operadoras por meio de ações presenciais da nossa equipe de vendas com o intuito de engajar e motivar os agentes e gerar negócios para a Localiza. Nós os atualizamos sobre as novidades, nossos diferenciais e benefícios. Nessas visitas, além de um treinamento,

146 Abav 2015

Setembro

a equipe de vendas tira dúvidas, distribui kits com material informativo e brindes, além de sortear diárias grátis de aluguel de carros na Localiza. M&E - A Localiza pretende realizar mais investimentos ainda este ano? Caso sim, há como adiantar alguma novidade? Paulo Pires - Estamos estimulando a demanda por meio de tarifas promocionais. Além disso, continuamos trabalhando para aprimorar ainda mais o atendimento aos nossos clientes, treinando e desenvolvendo as pessoas: até junho de 2015 já investimos R$ 3,5 milhões em treinamento. Neste primeiro semestre também abrimos 12 novas agências, totalizando 552 pontos de atendimento nos oito países em que estamos presentes. Renovamos a nossa frota, com a compra de 26.851 carros: um investimento total de R$ 901,3 milhões. No final de junho a frota total da plataforma Localiza era composta por 117.676 carros. Também estamos expandindo duas grandes inovações para o setor de aluguel de carros no Brasil: o Localiza Express, nosso totem de autoatendimento que garante mais agilidade aos clientes no processo de locação dos carros nas agências; e o Localiza Way, que além das funções básicas do smartphone e GPS, possui acesso compartilhado ao Wi-Fi, faz ligações para a Assistência a Clientes e pontos mais próximos de atendimento, e oferece aplicativos com serviços de parceiros da empresa.

Locadora é premiada pelo melhor programa de Relações com Investidores A Localiza foi premiada no evento IR Magazine Awards - Brazil 2015 como o melhor Programa de Relações com Investidores do Brasil, na categoria “large cap”, que abrange empresas com valor de mercado entre R$ 3 bi e R$ 20 bi. A Localiza também ficou entre as cinco melhores empresas em outras três premiações entregues no evento. Melhor executivo de Relações com Investidores com a diretora de Relações com Investidores, Nora Lanari; Melhor RI por CEO ou CFO, com Roberto Mendes, diretor de Finanças e Relações com Investidores; e melhor Governança Corporativa.


Hertz

LOCADORAS Entrevista com Ana Paula Kuba

Gestão de frota é o próximo alvo

E

m um momento economicamente ruim, muitas empresas buscam formas para superar os obstáculos. A Hertz é um exemplo. Com a baixa demanda no segmento corporativo, a locadora já está em busca de novos mercados. Segundo Ana Paula Kuba, diretora de Marketing, a empresa está realizando diversos estudos de viabilidade financeira para projetos de gestão de frota. “Nesta área de gestão houve uma diminuição no volume de carros em empresas que já possuem sua frota terceirizada e o aumento na procura pelo serviço de gestão de frotas nas empresas que possuem frota própria”, explicou. M&E - O ano está gerando dificuldades para muitas empresas devido à economia em baixa e a crise política. Isso está impactando no setor de aluguel de carros? Ana Paula Kuba - Entendemos que todos os segmentos da economia estão sofrendo com a redução da atividade econômica. Na área de locadoras, os resultados superaram as expectativas do planejamento para 2015. Bem como, para o mercado de OTA´s (online travel agencies), impulsionada pela força da marca Global que a Hertz representa como empresa multinacional e líder no seu segmento no mundo. No segmento corporativo, devido à economia e a inflação elevada com a taxa de juros alta que, consequentemente, desestimula a demanda de viagens a negócios pelo país e não temos um crescimento representativo. Por fim, na área de gestão de frotas houve uma diminuição no volume de carros em empresas que já possuem sua frota terceirizada e o aumento na procura pelo serviço de gestão de frotas nas empresas que possuem frota própria. Como ação, a Hertz está conduzindo diversos estudos de viabilidade financeira para estes projetos. M&E - Como está sendo o ano para a Hertz? Houve crescimento na demanda? Ana Paula Kuba - Estamos num ano de crise e, consequentemente, as empresas estão cortando os investimentos. Sentimos que o potencial de crescimento para a área de terceirização de frota aumentou, pois as empresas estão cortando gastos com frota própria e utilizando o custo com o ativo fixo (carro) para investir

no próprio negócio. A terceirização de frota por uma empresa expert no assunto como a Hertz pode potencializar os investimentos da empresa em seu próprio negócio gerando receita e ao mesmo tempo diminuindo consideravelmente os custos fixos.

M&E - A empresa pretende expandir sua frota? Ana Paula Kuba - A Hertz está em constante renovação da frota. Atualmente temos 85% da nossa frota renovada, ou seja, carros com menos de um ano de uso e com quilometragem baixa. É mais satisfação para nosso cliente. M&E - A Hertz lançou este ano um site voltado para os agentes de viagens. Como foi a recepção do site pelos profissionais? Ana Paula Kuba - Esta solução já era aguardada com grande expectativa por parte de nossos clientes, a recepção foi positiva, pois o sistema Web Portal permite que as reservas sejam realizadas com agilidade, facilidade e rapidez. Permitindo que o agente tenha foco na gestão e atendimento personalizado ao cliente. Nosso sistema é customizado de acordo com as necessidades dos clientes com funcionalidades como voucher eletrônico, ciclo de aprovação em três níveis, faturamento para centros de custos diferentes, termos e condições de acordo com cada negociação. M&E - Qual a importância dos agentes de viagens nas vendas da empresa? Ana Paula Kuba - Os agentes são extremamente importantes em nossas vendas, pois são vistos como nossos consultores sobre o serviço de aluguel de carros nas viagens de negócios. Buscamos uma parceria confiável entre as agências e a Hertz com o objetivo de sempre oferecer o melhor custo x benefício para ambos, já que a satisfação de seus clientes irá agregar valor ao relacionamento comercial.

“Os agentes são extremamente importantes em nossas vendas, pois são vistos como nossos consultores”

Setembro Abav 2015

147


Shift

LOCADORAS Entrevista com Fernando Cavalcanti

“Nosso foco está na tecnologia”

A

pós apresentar um crescimento de 20% em 2014, a Shift Mobilidade Corporativa começou o primeiro semestre de 2015 com queda de demanda. No entanto, isso não assusta os executivos da empresa, que está investindo em tecnologia. A empresa, inclusive, garante estar preparada para entrar em um novo mercado caso o transporte privado para pessoa física seja regulamentado. O MERCADO & EVENTOS conversou com Fernando Cavalcanti, diretor de Novos Negócios Estratégicos, Marcos Negrisoli, diretor de Tecnologia, e Renato Kiste, co-presidente da Shift, que apresentaram os novos sistemas e os processos de funcionamento da empresa, as novidades previstas para esse ano e resultados. “O foco do nosso trabalho está voltado totalmente para a tecnologia. Estamos lançando três novos sistemas online”, destacou Cavalcanti. Em relação ao polêmico aplicativo Uber, os executivos se declaram muito a favor da liberação do app. “Somos a favor do livre comércio e da prática do Uber que até poderia, no futuro, virar um concorrente”, comentou Kiste. M&E - A Shift está trabalhando na inovação tecnologia e apresentou três novos sistemas ao mercado. Você poderia falar sobre essas novidades? Fernando Cavalcanti – Assumi a direção de novos negócios estratégicos que engloba os três sistemas online que estamos lançando. O Book 2 Go para o público corporativo e pessoa física; o WebService, que temos a intenção de integrar com algumas OTAs e OBTs; e o Ponto a Ponto, que visa os eventos por adesão e hotéis. O último sistema deve ser colocado dentro da aba congressos e feiras no nosso site. Desta forma, o congressista pode entrar diretamente no sistema e fazer sua reserva. O foco do nosso trabalho está voltado totalmente para a tecnologia. M&E- Como deve funcionar a integração com as OTAs e o sistema para pessoas física. Fernando Cavalcanti – Vamos fazer essa integração através do WebService. No Book 2 Go temos mais de 10 mil trechos cadastrados, Na integração com os sistemas vamos liberar o acesso a esse banco de dados para as grandes OTAs. Estamos com algumas negociações com OTAs, GDSs, e OBTs, pois o sistema já está quase pronto. Eles demonstraram grande interesse pela ferramenta. Para pessoas físicas ainda não temos nada traçado. O sistema está pronto, mas a princípio não estamos comercializando, pois a legislação não permite. Então achamos melhor não falar sobre isso. Caso o transporte privado para pessoas físicas, como o Uber, consiga a liberação, estamos preparados para este mercado. 148 Abav 2015

Setembro

M&E - O Uber vem causando diversas polemicas no setor de transporte. Como a Shift vê isso? Renato Kiste - Somos a favor do livre comércio e da prática do Uber que até poderia, no futuro, virar um concorrente e, mesmo sabendo disso, somos a favor. As empresas vão se reinventando e as coisas vão mudando, mas não estamos no mesmo segmento. Somos uma locadora e temos licença. O Uber só atende com carro executivo, nós temos carros, vans, ônibus, carro blindado para vários tipos de necessidades. M&E - Houve uma aplicação da frota em relação ao ano passado? Qual é a meta até o fim do ano? Renato Kiste – Nossa frota é nova e, como se fala muito em crise, tivemos uma queda de demanda, mas a nossa frota é direcionada para atender períodos médios. Então mesmo na baixa do corporativo, como julho, por exemplo, conseguimos atender razoavelmente bem. Optamos por, até o final do ano, não aumentar a frota, exceto se houver algum contrato novo. Estamos em busca principalmente de alguns hotéis cinco estrelas de São Paulo e, se não saírem os contratos, não vamos fazer ampliação. M&E - Vocês comentaram sobre queda de demanda. Como foi o primeiro semestre e como a Shift deve terminar este ano? Marcos Maia – O ano de 2014 foi muito bom para a gente, por conta da Copa do Mundo. Se destacarmos o incremento da Copa continuamos na média das vendas. Quase 20% de crescimento do ano passado foram por conta do evento, então se retirarmos isso nossa dinâmica está se mantendo. Desta forma, não tivemos queda expressiva.

“Caso o transporte privado para pessoas físicas, como o Uber, consiga a liberação, estamos preparados para este mercado”


Setembro Abav 2015 149


meios de hospedagem

Contra a guerra tarifária Queda da demanda derrubou diárias e setor teme os efeitos a longo prazo Nathalia Marques

O

s meios de hospedagens brasileiros vivem um momento delicado e incerto devido à alta do dólar e instabilidade econômica. Na hotelaria, o índice de ocupação caiu. Estudo do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB) apontou que os associados constataram um recuo de 5,4% na ocupação do primeiro semestre, se comparado com o mesmo período de 2014. De acordo com o estudo, a diária média também teve queda de 4,2% se mantendo em R$ 243,84 e o Revpar -9,4%. Entre as capitais que tiveram baixas de ocupação, Belo Horizonte foi a mais prejudicada (-19,3%), seguido por Rio de Janeiro (- 8,6%) e São Paulo (-2,1%). O recuo da demanda acaba gerando guerra tarifária. Manuel Gama, presidente do Fohb, frisou que este não é o caminho e é necessário se reinventar. “É hora de maximizar receitas e minimizar despesas onde for possível. Não tem alternativa. Nem segredo. Agora é não se desesperar e esperar a crise passar”. Nérleo Caus de Souza, presidente interino da ABIH Nacional, também se mostrou preocupado. Segundo ele, o semestre foi fraco e há queda em todo o Brasil. “A guerra tarifaria é uma segunda preocupação, pois em momento de crise como a nossa, que é uma crise dentro de outra, há um aumento de custos e diminuição na ocupação. Dessa forma, diminuir os preços e os pacotes para o cliente me parece ser uma medida equivocada, porque ela não compensa o que se está perdendo nos custos”, destacou. O executivo ainda alertou que desafio do setor neste momento é buscar soluções inteligentes e criativas para a superação da crise. “Além disso, é importante reafirmar a vocação de apoio a este grande sistema que é o sistema turístico, um segmento que gera importante renda para a economia e para o PIB brasileiro. Se aplicado a termo e apoiado pelo primeiro

150 Abav 2015

Setembro

setor, o turismo dará certo. Na Espanha deu certo, na França dá certo, então por que não no Brasil?”, questionou. Apesar dos dados, há redes hoteleiras que conseguem manter os resultados estáveis. Para GJP Hotels & Resorts, por exemplo, a alta do dólar está impulsionando as viagens nacionais e beneficiando os resultados do grupo, que leva como lema neste momento econômico tirar a letra “S” da crise e formar a palavra crie. “A atratividade de público, seja ele corporativo ou de lazer, depende da criatividade e de estratégias de vendas que se revertam em altas taxas de ocupação”, afirmou o presidente da rede Guilherme Paulus. Para se manter firme em seu lema, a rede está investindo em novos hotéis tanto para o setor de lazer quanto para o corporativo. Além disso, está priorizando o relacionamento com os agentes de viagens – através de ações que geram remuneração para os profissionais. Os resorts também estão em alta. Daniel Guijarro, presidente da Resorts Brasil, frisou que após o efeito Copa do Mundo que prejudicou o setor. Os resultados do primeiro semestre deste ano devem ser melhores do que o ano anterior. “No primeiro trimestre, tivemos um janeiro muito bom; e um fevereiro e março um pouco abaixo, mas devido à sazonalidade do Carnaval. Nos índices, tivemos uma estabilidade em relação ao mesmo período do ano passado, com igualdade na taxa de ocupação e uma ligeira queda na diária média, o que mostra que os preços dos nossos produtos tiveram, em 2015, no verão, mais competitivos do que no ano anterior. Em relação a abril, maio e junho – este último mês foi muito bom – no geral, vamos ter um índice melhor do que o ano anterior. Porque o impacto da Copa não foi bom – somente para os hotéis que receberam delegações –, pois os turistas não viajaram, assistiram os jogos em casa. Este ano, o comportamento já foi diferente, e tivemos a retomada dos eventos corporativos no período de baixa temporada”, destacou.


Setembro Abav 2015

151


ABIH

meios de hospedagem Entrevista com Nérleo Souza

“Guerra tarifária não paga custos”

O

setor hoteleiro sofre com o momento econômico do Brasil. Segundo Nérleo Caus de Souza, presidente interino da ABIH Nacional, que assumiu após a saída de Enrico Fermi do cargo, a queda de ocupação é um fenômeno que acontece em todo o país e a prática da guerra tarifária não será a solução. Para ele, isso não paga os custos que estão cada vez mais elevados. “Tivemos um semestre fraco. Estamos com queda em todo o Brasil. (...) A guerra tarifaria é uma segunda preocupação, pois em momento de crise como a nossa, que é uma crise dentro de outra, há um aumento de custos e diminuição na ocupação. Dessa forma, diminuir os preços e os pacotes para o cliente me parece ser uma medida equivocada, porque ela não compensa o que se está perdendo nos custos”, destacou Nérleo. O executivo ainda afirma que a solução para enfrentar esse momento econômico e a evasão dos hotéis está na criatividade, no reconhecimento do primeiro setor e na tarifa justa. M&E - O setor hoteleiro cresce em torno de 10% ao ano. Devido a estagnação política e econômica, o segmento teve que diminuir a perspectiva de crescimento? Nérleo Souza - O setor mundial recebe em torno de 67% de hospedagem corporativa, segundo dados da Organização Mundial do Turismo (OMT). Quando a economia caminha para uma paralisação ou diminuição de atividades, sem dúvidas, que a ocupação sofre. É natural que isso aconteça. Além do segmento corporativo, os setores ligados ao turismo de eventos e ao turismo de lazer também sofrem em grandes proporções, afetando, por sua vez, a hotelaria. M&E – No atual momento econômico em que se encontra o Brasil, qual o maior desafio do setor? Nérleo Souza - O desafio do setor neste momento é buscar soluções inteligentes e criativas para a superação da crise. Além disso, é importante reafirmar a vocação de apoio a este grande sistema que é o sistema turístico, um segmento que gera importante renda para a economia e para o PIB brasileiro. Se aplicado a termo e apoiado pelo primeiro setor, o turismo dará certo. Na Espanha deu certo, na França dá certo, então por que não no Brasil? A categoria hoteleira espera, evidentemente cumprindo seu papel, que o primeiro setor enxergue como uma belíssima alternativa o setor turístico. Espero que meu setor também faça seu dever de casa. Acredito que a hotelaria, como subsistema neste grande sistema que é o turismo, cumpra seu papel fantástico dentro deste conjunto. Quem fica devendo é o primeiro setor. Nós estamos pilotando, em alguns segmentos, a maior 152 Abav 2015

Setembro

M&E - Com a econômica em crise, como foi o primeiro semestre para o setor hoteleiro? Com a baixa na ocupação, muitos hotéis acabam se rendendo à guerra tarifária. Como ABIH analisa isso? Nérleo Souza - Tivemos um semestre fraco. Estamos com queda em todo o Brasil. Existe uma considerável queda em algumas capitais, fruto do excesso de oferta. Um exemplo é Belo Horizonte que informa uma queda em torno de 25%, com excesso de oferta e baixa procura em função de uma crise. A guerra tarifaria é uma segunda preocupação, pois em momento de crise como a nossa, que é uma crise dentro de outra, há um aumento de custos e diminuição na ocupação. Dessa forma, diminuir os preços e os pacotes para o cliente me parece ser uma medida equivocada, porque ela não compensa o que se está perdendo nos custos. M&E - Em um momento como este qual é a melhor solução para os hoteleiros? Nérleo Souza - Recomendo que se tenha cautela. Procurem fazer as tarifas de forma justa, porque nós estamos sofrendo elevações de custos permanentes de serviços de um modo geral. O que é pior em relação aos custos é que alguns não têm controle como, por exemplo, os custos das OTAs que hoje estão nos cobrando algo em torno a 16%, antes 5%.

empregabilidade e retenção de mão de obra e maiores mantenedores de indústrias como secador de cabelo, frigobar e outros. Nós que fazemos essas indústrias permanecerem em pé. Desta forma, é necessário termos o mínimo de reconhecimento por parte do primeiro setor. Constantemente homenageiam a exportação, a fabricação de carros, mas não se homenageia produtos implantados no Brasil para brasileiro.

M&E – No início de agosto, Enrico Fermi Torquato deixou o cargo de presidente da ABIH. Devido a isto, a associação afirmou que deve antecipar as eleições para outubro. O processo de mudança da entidade deve prejudicar as atividades? Nérleo Souza - Não, estamos em curso normal. Vamos marcar uma reunião para elaborar o trabalho deste final de mandato, que acontece até dezembro, terminar os trabalhos começados, cumprir as etapas iniciadas e deixar semeados alguns projetos para o próximo gestor já ter um norteamento.

“O desafio do setor neste momento é buscar soluções inteligentes e criativas para a superação da crise”


FOHB

meios de hospedagem Entrevista com Manuel Gama

Ocupação e diária média em queda

A

hotelaria sofre em decorrência no cenário econômico. Estudo realizado pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb) aponta os hotéis associados tiveram um recuo de 5,4% no índice de ocupação do primeiro semestre, se comparado com o mesmo período de 2014. Em decorrência dessa baixa, a tarifa média também sofreu queda (- 4.2%) e se manteve em R$ 243,84. Segundo Manuel Gama, presidente da entidade, o momento é de se reinventar. “É hora de maximizar receitas e minimizar despesas onde for possível. Não há outra alternativa. Nem segredo. Agora é não se desesperar e esperar a crise passar”.

M&E - Como se manteve o índice de ocupação do primeiro semestre para os 26 associados da entidade? Manuel Gama – A taxa de ocupação do primeiro semestre obteve recuo de 5,4%, se comparado com o mesmo período de 2014. A diária média também teve recuo de 4,2% se mantendo em R$ 243,84 e o Revpar caiu 9,4%. Em relação às grandes capitais, a ocupação foi a seguinte: São Paulo com recuou de 2,1%, Rio de Janeiro (– 8,6%) e Belo Horizonte com (– 19,3%). A diária média também teve queda nas grandes capitais: São Paulo (-1,8%), Rio de Janeiro (-11,9%) e Belo Horizonte (-21,2%). M&E - Como o Fohb analisa este cenário e quais são as alternativas para uma real melhoria no mercado hoteleiro? Manuel Gama - Em momentos de crise sempre precisamos nos reinventar. É hora de maximizar receitas e minimizar despesas onde for possível. Não há outra alternativa. Nem segredo. Agora é não se desesperar e esperar a crise passar. M&E - Este ano, o Fohb passou por mudança de gestão. Como você avalia este período de mandato? Manuel Gama - Entramos em um período delicado em função da crise econômica e política. Muitos dos esforços dedicados até agora foram tentativas de conter as medidas do governo que têm impacto financeiro no setor. Ainda deve ser assim pelo menos até o fim do ano. Porém, não tiramos o foco da nossa atuação em desenvolvimento de talentos, marketing e distribuição e estudos e tendências. Por mais que as circunstâncias nos levem a dedicar mais esforços para as questões relativas aos impactos financeiros do negócio hoteleiro,

mantivemo-nos firmes na missão do Fohb de perseguir o desenvolvimento setorial. M&E - Recentemente, o Fohb se reuniu com Henrique Alves, ministro do Turismo, e com Herculano Passos, deputado e líder da frente parlamentar mista em defesa do turismo, e apresentou 12 pontos importantes para melhoria e expansão do setor hoteleiro. Como foi a recepção destas reivindicações pelo governo? Manuel Gama - Eles foram muito receptivos

às nossas demandas. Entendem que o momento econômico, sobretudo em função da alta do dólar, favorece o turismo receptivo. A hotelaria, como setor intensivo em mão de obra, pode ajudar o país a sair da crise. Após as reuniões, as reivindicações foram encaminhadas mais objetivamente por duas vias: uma é a do apoio do senador Romero Jucá, que se identifica com as iniciativas listadas na Agenda Brasil, em que os temas da regulamentação do trabalho intermitente, das gorjetas, da isonomia entre a hotelaria e a chamada “economia compartilhada”, dos benefícios fiscais a quem treina seus colaboradores e da flexibilização de vistos para estrangeiros têm aderência. A outra é o próprio MTur, que pode nos apoiar nas alterações necessárias da Lei Geral do Turismo, na modernização da Embratur e na articulação junto ao ministro Joaquim Levy para facilitar o crédito para o desenvolvimento do parque hoteleiro nacional. M&E - O setor hoteleiro enfrenta, em algumas capitais, um mercado super ofertado. Apesar disso, uma das reivindicações do Fohb é a facilitação do acesso à informação das linhas de financiamento do BNDES para que haja uma ampliação do parque hoteleiro. Neste momento econômico, a criação de mais hotéis não prejudicaria o setor? Manuel Gama - É muito importante que se compreenda que as análises quanto à oferta e demanda do setor hoteleiro têm que ser feitas por destino – para se ter uma ideia, até a Barra da Tijuca tem comportamento diferente da zona sul do Rio de Janeiro. Então, apesar de haver mercados superofertados, há outros mercados em que a demanda segue desequilibrada em relação à oferta. De qualquer maneira, o planejamento do setor é de médio em longo prazo e vai além dos anos de crise.

“É hora de maximizar receitas e minimizar despesas onde for possível. Não há outra alternativa” Setembro Abav 2015 153


Resorts Brasil

meios de hospedagem Entrevista com Daniel Guijarro

Mice já supera lazer nos resorts

A

Copa do Mundo não foi um evento com impactos positivos para o setor de resorts. Desta forma, os resultados do primeiro semestre deste ano devem ser, segundo Daniel Guijarro, presidente da Resorts Brasil, melhor do que o ano anterior. “O impacto da Copa não foi bom – somente para os hotéis que receberam delegações –, pois os turistas não viajaram, assistiram os jogos em casa. Este ano, o comportamento já foi diferente, e tivemos a retomada dos eventos corporativos no período de baixa temporada”, explicou.

e não estão demonstrando o desempenho que era esperado. Para reforçar a vocação dos resorts como excelentes opções para receber diferentes tipos de eventos, nossa estratégia é levar aos profissionais de eventos – clientes e promotores –, capacitação por meio de workshops customizados para este público e participação em feiras do trade, demonstrando todas as oportunidades presentes nos resorts para o segmento Mice.

M&E - Com a alta do dólar, a perspectiva do trade é que os brasileiros procurem por destinos nacionais. Os associados da Resorts Brasil sentiram um aumento na ocupação no primeiro semestre? Daniel Guijarro - No primeiro trimestre, tivemos um janeiro muito bom; e um fevereiro e março um pouco abaixo, mas devido à sazonalidade do Carnaval. Nos índices, tivemos uma estabilidade em relação ao mesmo período do ano passado, com igualdade na taxa de ocupação e uma ligeira queda na diária média, o que mostra que os preços dos nossos produtos tiveram, em 2015, no verão, mais competitivos do que no ano anterior. Em relação a abril, maio e junho – este último mês foi muito bom – no geral, vamos ter um índice melhor do que o ano anterior (os números oficiais ainda estão sendo finalizados pelo Senac). Porque o impacto da Copa não foi bom – somente para os hotéis que receberam delegações –, pois os turistas não viajaram, assistiram os jogos em casa. Este ano, o comportamento já foi diferente, e tivemos a retomada dos eventos corporativos no período de baixa temporada.

M&E - Atualmente, a Resorts Brasil possui quantos associados? A entidade pretende integrar novos empreendimentos? Daniel Guijarro - Com a entrada do Malai Manso, a Resorts Brasil atualmente está com 50 associados. A intenção da entidade é integrar mais empreendimentos desde que reúnam as condições necessárias a sua caracterização como resort. Os empreendimentos interessados em filiar-se submetem-se a uma avaliação realizada por um auditor independente, que segue uma série de requisitos que integram a Matriz de Classificação.

M&E - Como a entidade compreende o momento econômico brasileiro? Quais são as perspectivas do setor para o segundo semestre? Daniel Guijarro - Estamos bastante otimistas em relação ao segundo semestre, acreditamos que o turista brasileiro, por conta da variação cambial, irá preferir viajar pelo Brasil. Acreditamos que, diante do atual cenário, se repetirmos o mesmo índice de taxa de ocupação e diária média de 2014, teremos motivos para comemorar.

154 Abav 2015

Setembro

M&E - Um dos objetivos da Resorts Brasil é atrair o segmento Mice. Atualmente, quanto o segmento representa para os associados? Como a entidade pretende atrair o mercado de eventos? Daniel Guijarro - Atualmente, o segmento Mice representa aproximadamente 55% do total do faturamento dos resorts brasileiros. Especificamente neste 2º semestre, os eventos corporativos estão acontecendo em ritmo mais lento, devido à crise política/econômica

M&E - Em relação aos canais de vendas, quanto os agentes de viagens representam nas vendas e qual é a importância do treinamento para estes profissionais? Daniel Guijarro - A Resorts Brasil tem um programa estruturado para a capacitação dos agentes de viagens e operadores, que segue um agendamento realizado anualmente e contempla diversas regiões brasileiras e também internacionais. São os workshops e o programa “Agentes Especialistas em Resorts”. Ambos têm o objetivo de capacitar os agentes e operadores sobre todas as facilidades que os resorts oferecem, bem como dicas sobre os pontos a serem ressaltados para uma venda bem feita.

“Estamos bastante otimistas em relação ao segundo semestre, acreditamos que por conta do câmbio o brasileiro irá preferir viajar pelo Brasil”


Setembro Abav 2015 155


GJP Hotels

meios de hospedagem Entrevista com Guilherme Paulus

“Continuamos investindo em grandes projetos”

C

rise? Não para a GJP Hotels & Resorts, uma vez que a alta do dólar está impulsionando as viagens nacionais e beneficiando os resultados do grupo, que – segundo o seu fundador, Guilherme Paulus - tem como lema neste momento econômico tirar a letra “S” da crise e formar a palavra crie. “A atratividade de público, seja ele corporativo ou de lazer, depende da criatividade e de estratégias de vendas que se revertam em altas taxas de ocupação”, afirmou. Para se manter firme em seu lema, a rede está investindo em novos hotéis tanto para o setor de lazer quanto para o corporativo. Além disso, está priorizando o relacionamento com os agentes de viagens – através de ações que geram mais remuneração para os profissionais.

M&E - O grupo lançou em agosto uma campanha para os agentes de viagens. Como está o andamento da ação e quais são os resultados de vendas e quantos agentes de viagens integraram a campanha? Guilherme Paulus - Desde o início do ano lançamos uma campanha de vendas que beneficia os agentes de viagens que mais venderem os hotéis da GJP. São prêmios e bônus em dinheiro, que se transformam em compras em grandes sites parceiros. Para se ter ideia do sucesso da campanha, 1.300 agentes de viagens já foram registrados, com mais de 1.000 vendas cadastradas e 4.300 diárias geradas. M&E - A GJP foca seus investimentos em expansão no Norte e Sul do Brasil. Qual a importância dessas regiões? Guilherme Paulus - Nossos empreendimentos estão localizados em regiões estratégicas, tanto para o lazer quanto para o corporativo. A região Sul, especialmente a Serra Gaúcha, por ser um dos destinos turísticos preferidos pelos brasileiros, concentra boa parte dos nossos investimentos. Hoje temos três hotéis em Gramado e inauguraremos mais um até 2016, totalizando quatro empreendimentos e 430 apartamentos na cidade. Na região Norte, acabamos de assumir mais uma parceria na área de hotelaria. Seremos os responsáveis pelo marketing, promoção e vendas de dois hotéis, sendo um em Belém e outro em Paragominas, ambos no Estado do Pará. Nossas apostas também estão voltadas a empreendimentos em aeroportos. Em outubro próximo, inauguraremos o Prodigy Hotel Santos Dumont Airport Rio de Janeiro, o novíssimo e moderno hotel 156 Abav 2015

Setembro

da rede, com 300 apartamentos. No final do ano, teremos dois novos hotéis em Belo Horizonte, no aeroporto de Confins, sendo o Linx Hotel Confins International Airport e o Prodigy Hotel Confins International Airport. Teremos também dois maravilhosos hotéis de praia, de bandeira Prodigy, chamados de Prodigy Beach Hotels. Um deles em Maceió, na paradisíaca praia de Ipióca. O outro hotel ficará em Aracajú, na praia do Mosqueiro. M&E- A economia passa por um momento turbulento, o cenário negativo teve repercussão na ocupação do grupo? Guilherme Paulus - O setor de lazer, principalmente, vai muito bem em todos os empreendimentos do Grupo, especialmente pela alta do dólar que fez com que o brasileiro aumentasse a procura por viagens nacionais. O cenário atual em diversos setores

da economia de certa forma beneficiou o nosso negócio, impulsionando o turismo nacional em todas as suas vertentes. O setor corporativo também segue muito bem, no ritmo que a própria economia cadenciou. As empresas em geral não deixaram de realizar suas convenções, que já estão previstas nos calendários corporativos. M&E - Qual é a estratégia da GJP para manter a rentabilidade de seus hotéis em um momento como este? Guilherme Paulus - Quando se fala na palavra crise, costumo dizer que se tirarmos a letra “S”, formamos uma outra palavra: “CRIE”. A atratividade de público, seja ele corporativo ou de lazer, depende da criatividade e de estratégias de vendas que se revertam em altas taxas de ocupação. Tarifas promocionais, ações de marketing de relacionamento com agências e parceiros, além de programações atrativas e diferenciadas nos hotéis o ano todo, são algumas ações que mantém os nossos hotéis na lista dos mais conhecidos pelo público em geral. M&E - A rede é uma das maiores, no Brasil, voltada para o lazer, a empresa tem interesse em crescer também no setor corporativo? Há investimento avista para este segmento? Guilherme Paulus - Temos projetos de novos empreendimentos também voltados para o setor corporativo, como por exemplo os hotéis de aeroportos, que costumam receber esse tipo de hóspede. O nosso diferencial é que, apesar de serem hotéis corporativos, oferecemos uma ótima estrutura de lazer para esse público. A integração do hotel ao aeroporto, unindo praticidade e itens de lazer diferenciados, fazem dos nossos hotéis os preferidos pelos hóspedes que viajam a trabalho. Os próximos hotéis que unirão negócios e lazer são os seguintes: Prodigy Hotel Santos Dumont Airport Rio de Janeiro (aeroporto Santos Dumont – Rio de Janeiro), Linx Hotel Confins International Airport e o Prodigy Hotel Confins International Airport (Aeroporto de Confins – MG), e Prodigy Hotel Alvorada (Brasília – DF) e Linx Hotel Federal (Juiz de Fora – MG). A GJP continua investindo em grandes projetos, tanto de administração hoteleira, aquisição de novos hotéis, e mesmo parcerias na área de marketing e vendas.


Grรกficos do Setor

meios de hospedagem

brasil - 1ยบ semestre 2015

Setembro Abav 2015

157


Enquete Mesmo com a retração da economia, o turismo continua apresentando boas perspectivas. Como o setor hoteleiro pode se beneficiar deste momento? Onde estão as oportunidades da crise?

Ricardo Aly, diretor Comercial do Paradise Golf & Lake Resort “Com a alta do dólar, o foco do turista brasileiro se voltou para o turismo interno. Neste sentido, aumentar a visibilidade do resort, enquanto destino e opção de lazer é uma das oportunidades. Visando aumentar a demanda, a nossa estratégia foi investir em atrações diferenciadas em feriados. Já durante a semana, a recepção de eventos ainda é o carro chefe que mantém a média de ocupação do resort.”

Francisco Calvo, vice-presidente de Estratégia e Relações com Investidores da Rede Bourbon Hotéis & Resorts. “Com a recessão que atinge o país, o momento é de buscar alternativas para manter as atividades em pleno funcionamento. Para o mercado hoteleiro é uma boa opção investir no lazer nacional, pois o alto custo do dólar enfraquece o interesse pelas viagens internacionais. Outra ação importante é buscar continuamente fidelizar os clientes, adaptando tarifas e condições de pagamento que agreguem valor, para manter o fluxo de hospedagem.”

Dilson Jatahy Fonseca, diretor da Rede Catussaba Hoteis & Resorts “O Grupo Catussaba Hotéis & Resorts acredita que o setor de turismo, no Brasil, tem amadurecido. Estamos investindo em aprimoramento e diferenciação, já que este será um fator decisivo na hora da escolha. Desde fatos estruturais, até capacitação de pessoal, cada detalhe é importante para satisfazer as expectativas do cliente. Por outro lado, o mercado internacional tem viajado mais o Brasil, atraindo novas oportunidades.”

158 Abav 2015

Setembro

Orlando Giglio, diretor Iberostar Brasil “No turismo, assim como em outros segmentos nestas épocas, o importante é se reinventar. A Iberostar trabalha com descontos para as pré-compras, garantindo assim futuras ocupações, vislumbrando ainda um horizonte de queda do turismo internacional. Acredito que o consumidor também leva em conta a qualidade e não só o preço e sabe quanto vai gastar desde o início da estadia.”

Luigi Rotunno, diretor geral do La Torre Carollina Abud, diretora comercial do Palladium Hotel Group Brasil “Ainda que o Brasil esteja impactado com a crise, a alta do dólar tem feito o turista brasileiro redirecionar sua compra do internacional para o nacional. Para garantir o bom desempenho, estamos atuando com dois pilares principais: seguimos nosso plano de modernização e ampliamos nossas ações comerciais.”

“O setor hoteleiro deve se posicionar de forma atrativa, não unicamente no preço, mas criar promoções com conteúdo e oferecer diferenciais que estimulam o hóspede a viajar. Os resorts podem se beneficiar dos turistas brasileiros que, desistem de uma viagem no exterior devido a desvalorização do real e, em troca procuram uma hospedagem de alto nível no Brasil.”


Setembro Abav 2015 159


Enquete Mesmo com a retração da economia, o turismo continua apresentando boas perspectivas. Como o setor hoteleiro pode se beneficiar deste momento? Onde estão as oportunidades da crise?

Gerardo S. Murray, vice presidente de distribuição e marketing comercial na América Latina da IHG “O IHG acredita no turismo com panorama positivo principalmente turismo de negócios. Por isso, estamos investindo no setor de viagens no campo de grupos e convenções, onde há oportunidade de oferecer um produto atraente. Já para os vistantes de lazer, a vantagem é o nosso programa de fidelidade Club Rewards IHG, que permite que o viajante para acumular pontos, que podem ser trocados por passagens aéreas.”

Silvio Pessoa, diretor da Rede Sol Express “Apesar da Rede Sol Express estar enfrentando um ano difícil, acreditamos que no próximo ano ocorrerá uma melhora no setor. Para acontecer uma evolução rápida, estamos investindo em congelamento de preços, elaboração de eventos culturais nos fins de semana e promoções em redes sociais. Com estas medidas, acreditamos que, no atual momento, o público contrabalanceia custo e qualidade para a tomar uma decisão correta.”

160 Abav 2015

Setembro

Claudio Santos, CEO do PortoBay Brasil

Gerson Teixeira, gerente comercial Rede Mar de Canasvieras

“Temos um potencial de crescimento acentuado no volume de negócios, pois há uma procura internacional (o Brasil está barato para quem compra eu USD ou EUR) e da procura nacional (com redução da capacidade de o brasileiro viajar, já que os destinos estrangeiros estão muito caros, em Real). Outro aumento na oferta hoteleira está no próximo ano por conta da Olimpíada no Rio de Janeiro.”

“A Rede Mar de Canasvieras acredita que fechará este ano com boas estimativas, apesar de um primeiro semestre em baixa. Para mudar a situação, estamos investindo em promoções em dias menos movimentados (domingo a quinta-feira) e no mercado online. Estamos diminuindo os preços para que o cliente compre pelo custo-benefício. Estamos otimistas para o fim deste ano, pois já está ocorrendo um crescimento do turismo interno.”

Marco Oliva, diretor Comercial do Club Med “Mesmo na atual situação econômica do país, o Club Med está confiante que é uma situação temporária. O resultado dos nossos primeiros seis meses (de novembro a abril), está dentro do esperado, com crescimento em mais de 20% do produto Neve. Neste segundo semestre (maio a outubro), os dois segmentos de vendas do Club Med estão com crescimento positivo em relação ao mesmo período do ano passado”

Sergio Souza, diretor Comercial do Casa Grande Hoteis “A crise é um celeiro de oportunidades. Nosso primeiro semestre foi ótimo, batemos recordes, porém no segundo já sentimos a queda na procura. Agora, nosso maior mercado é o de negócios e eventos. Neste momento, o cliente está procurando custo-benefício aliado à proximidade, por isso é necessário agir com estratégias como pacotes promocionais e diminuição com preços de tarifas para agradar o cliente.”


MICE

Ano de reflexão e adaptações Jogos Olímpicos impulsionam setor, mas perfil dos eventos mudou devido a crise Lisia Minelli

D

esde 2014 os eventos no Brasil registraram uma pequena queda, muito por conta da Copa do Mundo. Para o ano de 2015, as perspectivas ainda não são boas. O país vive um momento de instabilidade econômica, que acaba gerando uma adaptação do mercado, com menor investimento no setor. Ainda assim, dados da Associação Internacional de Congressos e Convenções mostram que o Brasil é o 9º maior mercado em viagens corporativas do mundo. Em dez anos, os congressos e convenções de negócios realizados no Brasil registraram um aumento de 408%. Em 2014, 61 cidades brasileiras entraram no ranking por terem recebidos eventos internacionais. Sempre que existe um período de crise, é normal que as empresas cortem gastos e investimentos, em especial em publicidade e eventos. Mas é nesse exato momento em que as oportunidades surgem e os investimentos devem ser feitos. A ideia é explorar novos nichos, segmentos e produtos nunca antes pensados. O importante é manter a roda do turismo girando. Continuar a promover eventos corporativos e investindo em publicidade é uma forma de driblar a tal da crise. Para Wellington Costa, presidente da GBTA Brasil, este é um ano de reflexões e busca de alternativas no segmento. Ainda para 2015 a expectativa é de ter um crescimento de apenas 1,8% e uma melhor retomada de 5% em 2016. O país já mostrou a sua capacidade de receber grandes eventos e ainda trabalha forte para se consolidar ainda mais como referência no segmento. O Brasil lidera o ranking dos países da América Latina – que representa hoje 11% de todo o movimento do turismo de negócios do mundo – com 315 eventos internacionais, movimentando mais de US$ 285 milhões. Uma mostra dessa força do segmento pode ser vista na capital paulista, onde o São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB) registrou no primeiro semestre de 2015 um aumento de 11% nos negócios gerados para a cidade. De acordo com Toni Sando, presidente executivo da entidade, os eventos não deixam de acontecer, independente do momento econômico. O que acontece é uma adaptação, com público menor e mais especifico, assim como

o tamanho e o período de realização. E para ele, os eventos são na verdade uma alternativa para o cenário atual. “A crise é a oportunidade perfeita para se fazer algo novo e se destacar”, afirmou. Este ano, a cidade chegou em junho com 1.732 eventos já cadastrados e é esperado um crescimento de 40% até o fim do ano. Outro destino que só tem a comemorar nos resultados é o Rio de Janeiro. Sede das Olimpíadas 2016 a cidade já esta colhendo frutos do mega evento que receberá. Neste ano, a cidade já possui 263 congressos confirmados, que reunirão 1,4 milhão de congressistas, com previsão de gerar uma receita estimada em US$ 1,9 bilhão. A meta agora é fortalecer o calendário de eventos, aproveitando a ampla mídia espontânea que o Rio vem recebendo com as Olimpíadas. Pós Olimpíadas, o objetivo da entidade junto com governo e iniciativa privada é gerar negócios para que não haja superoferta – já que a cidade terá um incremento de mais de 50% em sua oferta hoteleira, que de 28 mil quartos passará a ter 61 mil em operação.

Tendências para o setor: *Eventos de Tecnologia devem liderar o ranking nos próximos anos; *Super competitividade (novos destinos e novos mercados provedores) *Bureaux 100% profissionalizados *Planos estratégicos a longo prazo *Investimentos em capacitação *Tecnologia usada a favor do networking dos delegados *Inovação e Criatividade *Micro-segmentação do mercado *Crescimento da infraestrutura das cidades *Budgets reduzidos (usar as verbas de maneira correta) * Destinos devem ter marcas fortes (apresentar valores agregados) *Sustentabilidade *Acessibilidade *Clientes mais exigentes *Fortalecimento das PPPs Setembro Abav 2015

161


SPCVB

MICE Entrevista com Toni Sando

Eventos registram crescimento em 2015

N

o primeiro semestre de 2015, o São Paulo Convention & Visitors Bureau registrou um aumento de 11% nos negócios gerados para a capital paulista. De acordo com Toni Sando, presidente Executivo do SPCVB, os eventos não deixam de acontecer, independente do momento econômico. O que acontece é uma adaptação, com público menor e mais especifico, assim como o tamanho e o período de realização. E para ele, os eventos são na verdade uma alternativa para o cenário atual. “A crise é a oportunidade perfeita para se fazer algo novo e se destacar”, afirmou. Veja entrevista completa M&E - No primeiro semestre do ano o SPCVB gerou 11% mais oportunidades de negócios, e registrou uma maior procura por parte de promotores para realização de eventos no primeiro quadrimestre. A que se deve esse cenário próspero já que o país enfrenta um momento de instabilidade econômica? Toni Sando - Hoje o mercado busca alternativas e está aberto a renegociações. Os eventos não deixaram de acontecer, no entanto, fornecedores e “clientes” procuram estratégias mais eficazes, como por exemplo, a mudança em seu formato. Isso envolve desde a redução do número de participantes ou das áreas de exposição e até mesmo a adequação de conteúdos para diminuição do período de realização. Grandes e médios eventos se desdobram para vários eventos menores, o que aumenta o número de eventos em quantidade. M&E - Mesmo com a retração da economia, o Turismo continua apresentando boas perspectivas. Onde estão as oportunidades da crise? Toni Sando - Com o câmbio do dólar beirando os R$ 3,50, muitas famílias estão revendo seu budget e optado por realizar viagens nacionais. Uma estimativa feita pelo Ministério do Turismo mostra que o Estado de São Paulo recebeu o maior número de visitantes no feriado da Páscoa. Outro levantamento da agência de viagens online ViajaNet mostrou que a cidade foi o destino mais procurado do Brasil por turistas que viajaram de avião em julho. Há um potencial enorme para estimular o turismo interno. Estamos juntos com a SPTuris apoiando uma ação da Tam Viagens chamada São Paulo para Você, que visa estimular o aumento da ocupação hoteleira nos finais de semana. Estamos também organizando visitas às

162 Abav 2015

Setembro

principais capitas do Brasil com o Governo do Estado, a SPTuris, a Aprecesp e o SPCVB para rodadas de negócios, além de apresentar os atributos do nosso estado. Não podemos nos deixar influenciar pelas ondas negativas. Fazer a roda do turismo girar e estimular a economia através de ações voltadas ao turismo é o nosso desafio. E estamos integrados com o setor público e com a iniciativa privada para fazer o melhor, de forma profissional e transparente. M&E - Como os eventos têm se comportado em São Paulo com esse cenário de incertezas no Brasil, com alta do dólar, inflação e crise? Toni Sando - É possível reduzir os custos na realização de um evento realizando o mesmo em períodos ociosos variáveis. A hotelaria e demais fornecedores tem renegociado tarifas e condições para atender demandas a fim de concretizar os eventos. Diminui o número de

pessoas para a busca pelo conhecimento em tempos bons ou ruins, mas, a propósito são nas crises que os encontros são os maiores estimuladores de reflexões e revisões estratégicas. M&E - Como o turismo pode ser usado para combater a crise? Toni Sando - Recentemente lançamos uma publicação que traz como tema o Mercado Hoteleiro, trazendo informações relevantes aos profissionais do mercado de turismo, eventos e viagens, com entrevistas, tendências, panoramas, informação e opinião do setor. O terceiro capítulo, “A Hotelaria contra a crise” aborda exatamente este contexto. A opinião dos entrevistados é muito similar. Espera-se, ainda que pequeno, um crescimento na taxa de ocupação diária média em relação a 2014. A crise é a oportunidade perfeita para se fazer algo novo e se destacar. São Paulo tem as ferramentas necessárias para enfrentar a crise e desenvolver o turismo que, independente do panorama geral da economia, pode crescer tanto em tempos difíceis quanto favoráveis. São Paulo, que é porta de entrada para maioria dos turistas estrangeiros, possui uma infraestrutura completa e competitiva, em constante evolução. M&E - Em 2014 foram 15,08 milhões de visitantes e um ganho estimado de R$ 11,3 bilhões para a cidade de São Paulo. Qual a expectativa de eventos para este ano? Toni Sando - Ano a ano temos um crescimento médio de 7% nos eventos registrados no calendário www.visitesaopaulo.com. Este ano, chegamos em junho com 1.732 eventos já cadastrados e esperamos um crescimento de 40% até o fim do ano. Estas informações podem ser encontradas na segunda edição do São Paulo em Números. De acordo com o nosso monitoramento em espaços de eventos e centros de convenções, os mesmos mantêm suas locações em nível semelhante a 2014. Por outro lado, há um trabalho forte de algumas entidades atuando conjuntamente em prol de um mesmo objetivo, como: SPCVB, Fohb, Abih, Unedestinos, Foreventos, Abeoc, entre tantas outras, articulando e exercendo iniciativas como a capacitação de profissionais e na promoção dos destinos, instrumentos estes, fundamentais para o crescimento do setor.


Setembro Abav 2015 163


Rio CVB

MICE Entrevista com Alfredo Lopes

Rio estima mais de US$ 1,9 bilhão em eventos

O

Rio de Janeiro esta respirando Olimpíadas. E é nesse clima que a cidade vem trabalhando para conseguir realizar o maior e melhor evento para seus atletas e participantes. Uma série de investimentos está sendo feito, em especial em mobilidade urbana e hotelaria. Para Alfredo Lopes, presidente do Rio Convention & Visitors Bureau, esses serão um dos principais legados do evento para os cidadãos, além do maior acesso a cultura com a abertura de novos museus na cidade. Em relação a hotelaria, o Rio terá um incremento de mais de 50% em sua oferta, que de 28 mil quartos passará a ter 61 mil em operação. Pós Olimpíadas, o objetivo da entidade junto com governo e iniciativa privada é gerar negócios para que não haja superoferta. Neste ano, a cidade já possui 263 congressos confirmados, que reunirão 1,4 milhão de congressistas, com previsão de gerar uma receita estimada em US$ 1,9 bilhão. Segundo o presidente, a meta é fortalecer o calendário de eventos, aproveitando a ampla mídia espontânea que o Rio vem recebendo com as Olimpíadas. Veja abaixo a entrevista completa de Lopes, que ainda fala expectativas para o grande evento de 2016 e do atual cenário econômico do país. MERCADO & EVENTOS - As Olimpíadas estão próximas. Quais as expectativas do Rio de Janeiro para esse evento? Alfredo Lopes - A expectativa é bastante positiva, tendo em vista que até 2016 nosso segmento terá 61 mil quartos em operação. Representa um grande crescimento na oferta, levando-se em consideração que a cidade possuía 28 mil quartos em 2009, quando o Rio se candidatou para sediar as Olimpíadas. Além disso, nossa estimativa de ocupação durante os Jogos Olímpicos é de aproximadamente 80%, apenas com o Comitê de Hospedagem da Rio 2016. M&E - Qual será o legado das Olimpíadas para a cidade e para o país? Alfredo Lopes - Estamos acompanhando uma série de investimentos na infraestrutura da cidade, em especial nas questões de mobilidade urbana, o que é muito positivo para os cidadãos que moram no Rio. Nos últimos anos, ganhamos o Museu de Arte do Rio (MAR); o Museu da Imagem e do Som (MIS) na Av. Atlântica está quase pronto; e o Museu do Amanhã, um dos ícones das obras do Porto, será concluído até 2016. Então, também demos um largo passo à frente da área cultural. Enfim, são muitos os legados. M&E - O Rio de Janeiro hoje é o segundo maior mercado brasileiro de eventos

164 Abav 2015

Setembro

internacionais no ranking da Icca. As Olimpíadas podem ser um incentivador na captação de novos e maiores eventos para o futuro? Como a cidade está trabalhando isso? Alfredo Lopes - O Rio Convention & Visitors Bureau e a Abih-RJ trabalham, desde a Copa do Mundo de 2014, em forte parceria com as empresas governamentais de promoção do turismo no estado e no município. O objetivo é fortalecer o calendário de eventos, aproveitando a ampla mídia espontânea

que o Rio vem recebendo. Contamos também com uma força tarefa voltada para a captação de eventos a partir de 2017. Já esse ano, o calendário do Rio CVB registra 263 congressos confirmados, sendo 195 nacionais e 68 internacionais, reunindo 1,4 milhão de congressistas, com previsão de gerar uma receita estimada em US$ 1,9 bilhão. Sem dúvida, devemos continuar com ações que fortaleçam o receptivo de lazer e incrementem os eventos de negócios durante todo o ano. Desta forma, contaremos com um fluxo equilibrado e ininterrupto, mantendo as boas taxas de ocupação nos hotéis e a movimentação dos atrativos turísticos da cidade. M&E - O Brasil está passando por um momento de incertezas, com alta do dólar, crise e inflação. O sr. acredita que esse cenário pode prejudicar de alguma forma a realização e o sucesso das Olimpíadas? Alfredo Lopes - Levando em conta que se trata de um evento internacional, a alta do dólar será um atrativo para o receptivo turístico e, consequentemente, aquecerá o nosso mercado hoteleiro. M&E - A hotelaria terá um incremento de 50% na oferta depois das Olimpíadas. Como a cidade pretende ocupar essa maior oferta nos próximos anos para que não haja uma superoferta que prejudique os hoteleiros? Alfredo Lopes - Estamos procurando planejar e agir preventivamente. A realização das Olimpíadas é, sem dúvida, um fator de incremento. O crescimento é esperado numa cidade importante e top of mind no mundo. Agora, mais do que nunca, a iniciativa privada e os governos municipal, estadual e federal precisam unir esforços para promover o Rio de Janeiro e os diferenciais de receptivo de cada região da cidade, como Barra, Zona Sul e Centro. A Abih-RJ e o Rio CVB estão trabalhando em conjunto para promover ainda mais as características incomparáveis do Rio, tanto com foco no turismo de lazer como na captação de eventos que correspondam ao incremento da oferta da rede hoteleira.


GBTA

MICE Entrevista com Wellington Costa

Eventos crescerão menos em 2015

D

esde 2014 os eventos no Brasil registraram uma pequena queda, muito em conta da Copa do Mundo. Para o ano de 2015, as perspectivas ainda não são boas. O país vive um momento de instabilidade econômica, que acaba gerando uma adaptação do mercado, com menor investimento no setor. Para Wellington Costa, presidente da Global Bussiness Travel Association Brasil, este é um ano de reflexões e busca de alternativas no segmento. Ainda para 2015 a expectativa é de ter um crescimento de apenas 1,8% e uma melhor retomada de 5% em 2016. M&E - Desde 2014 o país tem sentido uma queda nas de viagens de negócios. Muito em conta da Copa ocorrida neste mesmo ano. Qual é a previsão para o ano de 2015 que a GBTA faz para o Brasil? Wellington Costa - Com um crescimento econômico estimado em 1% negativo, o Brasil devera ter um 2015 para reflexões e criação de alternativas no segmento. A perspectiva de retomada deve ocorrer

somente a partir do último trimestre. M&E - Durante a GBTA 2015, uma analise apontou que as viagens corporativas diminuirão neste ano no país. A situação do Brasil, com suas incertezas econômicas contribuíram para essa diminuição? Quais outros fatores? Wellington Costa - Certamente. A crise econômica quando tem uma origem política causa um dano maior a nação. M&E - E quanto ao setor de viagens domesticas de viagens? Também haverá impacto? Wellington Costa – O setor de viagens nacionais também deverá ser impactado, devendo haver uma redução do crescimento para 2,1%. É esperada uma para 2016 de 5,7% por conta das Olimpíadas. M&E - Em 2014, os gastos em viagens de negócios no país alcançaram US$ 32 bilhões. Qual a expectativa para 2015? Wellington Costa - Um crescimento de 1,8% em 2015 e 5% em 2016.

Setembro Abav 2015 165


PARQUES

Custo atrapalha ampliações Taxas deixam parques brasileiros duas vezes mais caros do que no exterior Samantha Chuva

R

esponsável por um faturamento de R$ 1,5 milhão em 2014, os parques temáticos são um importante segmento para o Turismo brasileiro. “O impacto do segmento do turismo é notório. Desde que foram construídos os parques da Disney e da Universal em Orlando, a cidade – que era um lugar pacato – tornouse um dos maiores destinos turísticos do planeta. E uma coisa puxa outra, movimenta-se a hotelaria, os aeroportos, os restaurantes. Todo o setor se beneficia”, explica Alain Baldacci, presidente do Sistema Integrado de Parques Temáticos e Atrações Turísticas (Sindepat). Entretanto, o presidente explica que o segmento não é muito bem explorado no Brasil. Hoje, o setor de parques é responsável pela venda de 12 milhões de ingresso. O número é 20 vezes menor que nos Estados Unidos, onde mais de 300 milhões de ingressos são vendidos anualmente. “O Brasil tem tudo para ser o maior celeiro de parques do mundo, porque tem população jovem ativa, um clima excepcional e um clima de festa. Se analisarmos, é o principal país emissor de turistas para Orlando com foco nos parques temáticos. Faz parte da cultura do brasileiro”, destaca Baldacci. O presidente esclarece que o principal entrave que retarda o desenvolvimento do segmento no país está ligado às altas taxas tributárias que encarecem o processo de construção de um atrativo turístico. “O problema é que aqui temos entraves de ordem econômica, tecnológica e de operação. Os equipamentos para formar um parque temático são de um investimento muito alto. Veja o exemplo da atração do Harry Potter na Universal. Para apenas uma atração foram investidos US$ 130 milhões. Nós não temos recursos dessa magnitude nos Brasil. E mesmo que tivéssemos, a carga tributária em cima dos equipamentos e dos parques é extremamente elevada. Se fossemos montar exatamente a mesma atração no Brasil o gasto seria acima do dobro”, garante. Outro entrave são as leis trabalhistas. Por serem muito engessadas e antigas, dificultam a adaptação da força de trabalho que está sujeita às fortes variações sazonais do setor. “A relação de trabalho não é flexível. Não conseguimos contratar por apenas um 166 Abav 2015

Setembro

dia ou um período, por exemplo. E todos esses fatores dificultam o investimento financeiro”, afirma Baldacci. Para Marcelo Beraldo, diretor-executivo do Parque da Mônica, que o momento econômico brasileiro é uma excelente oportunidade para os agentes de viagens trabalharem o mercado nacional. “Em momentos de crise, as pessoas necessitam cortar despesas e por isso acabam deixando de viajar para o exterior. ”, explica Beraldo. Jorge Santos, diretor-comercial do Beto Carrero World concorda e complementa: “Espera-se que o turismo doméstico cresça 40% a 50% durante o período.. Tivemos 2 milhões de visitantes em 2014. No primeiro semestre deste ano contemplamos 1 milhão. Crescemos 22% nesse primeiro semestre. Para o segundo semestre esperamos superar entre 10% e 15% os números dos primeiros seis meses do ano”. Mesmo com o dólar alto, a diversão não para. Os grandes parques temáticos internacionais, a exemplo da Disney, Universal e SeaWorld afirmaram que, mesmo com a alta da moeda norte-americana, não têm registrado queda de brasileiros. A dica, segundo os executivos, é inovar e criar ações promocionais. “Muitos turistas estão barateando os custos das viagens, mas não deixam de viajar. Temos acompanhado uma ótima reação do Brasil com a nossa oferta atual de refeição grátis, no Walt Disney World Resort”, explica Kenneth Svendsen, presidente da Walt Disney Travel Company. Marcos Barros, diretor sênior para América Latina da Universal Orlando, também observou um ano de crescimento. “Não vimos nenhuma retração devido à alta do dólar – pelo contrário. Seguimos crescendo forte por aqui”, exclama. De acordo com Barros, o motivo pelo crescimento contínuo é o investimento permanente que a empresa tem realizado no produto e em ações de marketing focado em vendas no mercado brasileiro. Já para Maurício Alexandre, diretor de Vendas e Marketing do SeaWorld Parks & Entertainment no Brasil, o parque previu a alta do dólar e a provável queda de turistas e reagiu rápido, lançando em fevereiro ofertas especiais de ingressos.


Disney

pARQUES Entrevista com Kenneth Svendsen

“Acreditamos no Brasil a curto e longo prazo”

D

e acordo com Kenneth Svendsen, presidente da Walt Disney Travel Company, a Disney não registrou queda no número de brasileiros até o momento. O presidente explica que muitos turistas estão barateando os custos das viagens, mas não deixam de viajar. Para driblar a situação econômica do País e incentivar a ida dos turistas, a empresa oferece descontos e realiza ações promocionais. “Por exemplo, nós temos acompanhado uma ótima reação do Brasil com a nossa oferta atual de refeição grátis, no Walt Disney World Resort. Os consumidores brasileiros são muito experientes e entendem o valor dessa oferta”, destacou o presidente. Svendsen ainda revelou um pouco sobre as novidades previstas para os parques, como o Disneyland Xangai, a nova atração de Star Wars que será construída nos parques da Califórnia e Orlando, e a atração de Frozen, que será inaugurada no ano que vem no Epcot. Em relação ao mercado brasileiro ele destaca: “nossos planos incluem mais opções em Português, continuando a integrar os nossos “cast members” brasileiros nas nossas operações por todo o nosso resort, e criando ofertas especiais para o Brasil e a América Latina”, revelou. M&E - Como está o andamento da Disneyland Xangai? Quais serão os diferenciais do parque em relação aos que já existem? Kenneth Svendsen – Em julho compartilhamos um pouquinho de como vai ser o resort. Teremos dois hotéis, o Disneytown – que será um centro de compras, refeições e entretenimento internacional; e o Wishing Star Park’s – com maravilhosos jardins e seis áreas temáticas do primeiro parque temático da Disney na China Continental. O resort vai trazer o melhor da Disney de uma maneira especialmente criada para os chineses, e terá experiências exclusivas incluindo o Enchanted Storybook Castle, que é o maior e mais tecnologicamente avançado de todos os castelos da Disney. M&E – A alta do dólar influenciou, de alguma forma, no número de visitantes brasileiros? Houve alguma queda? Como a Disney Destinations está contornando a situação? Onde estão as oportunidades? Kenneth Svendsen – Enquanto o Brasil e muitos outros mercados internacionais estão sendo impactados pelas altas tarifas do câmbio, nós continuamos a ver muitos brasileiros visitando os nossos parques temáticos. Obviamente, muitos estão procurando maneiras de fazer suas férias ficarem mais baratas. Por exemplo, nós temos acompanhado uma ótima reação do Brasil com a nossa oferta atual de refeição grátis, no Walt Disney World Resort. Os consumidores brasileiros são muito experientes e entendem o valor dessa oferta. Além

mico e, olha, extrapola todos os limites do que é possível ser feito. Além disso, também continuamos a transformação do Downtown Disney em Disney Springs, dobrando o número de opções de entretenimento, lojas e restaurantes. Uma área incrível para fazer compras, passear, jantar e se divertir a valer. Outra novidade é que teremos uma nova atração de Star Wars nos parques da Califórnia e de Orlando. Estas novas terras na Disneyland e Walt Disney World transportarão os hóspedes a todo um novo planeta Star Wars. Serão duas atrações. Além da experiência de estar em meio a uma batalha, os hóspedes também poderão controlar uma das naves mais famosas da galáxia, a Millennium Falcon, e participar de uma missão secreta personalizada. Ainda não temos uma data para o lançamento dessa nova área. M&E – O que podemos esperar da nova área atração de Frozen que está sendo construída no Epcot? Existe expectativa de lançamento? Kenneth Svendsen – Os visitantes vão ter a oportunidade de visitar o Reino de Arendelle em 2016. O Reino dará as boas-vindas ao mundo mágico de Frozen, incluindo cenas do Castelo de Gelo da Elsa e do mundo de gelo azul das Montanhas do Norte, junto com outras locações do filme, antes de retornar ao Porto de Arendelle. E, é claro, irá refletir a arquitetura, design interior e artesanatos da cultura da Noruega.

disso, a Disney também oferece uma enorme variedade de opções de ingressos e hotéis no Resort, incluindo hotéis de categoria econômica (como por exemplo, All-Star, Pop Century) de preços extremamente acessíveis. M&E – Qual a previsão para o lançamento da área do Avatar no Animal Kingdom? Como estão os preparativos? Que outras novidades e atrativos podemos esperar para os próximos anos? Kenneth Svendsen – Estamos ansiosos para receber visitantes em Pandora, a terra mística de Avatar. Este processo tem sido bem dinâ-

M&E – Tendo em vista que o Brasil é um dos principais mercados emissores para Orlando, que ações têm sido desenvolvidas especificamente para Brasil? Kenneth Svendsen – Com certeza, acreditamos no Brasil a curto e longo prazo. Assim como fizemos nos últimos anos, continuaremos a ter iniciativas para o mercado brasileiro. Nossos planos incluem mais opções em Português, continuando a integrar os nossos “cast members” brasileiros nas nossas operações por todo o nosso resort, e criando ofertas especiais para o Brasil e a América Latina. Além disso, iremos continuar a contar com os nossos parceiros do “trade” do Brasil com o tremendo valor que eles trazem para os nossos negócios.

Setembro Abav 2015 167


Universal Orlando

pARQUES Entrevista com Marcos Barros

Fortes investimentos em novas atrações

C

om a constante alta do dólar, as especulações apontam para uma provável queda no número de turistas brasileiros para os destinos norte-americanos. Entretanto, não é o que afirma o diretor sênior para América Latina da Universal Orlando, Marcos Barros. “Não vimos nenhuma retração devido à alta do dólar – pelo contrário. Seguimos crescendo forte por aqui”, constatou. De acordo com Barros, o motivo pelo crescimento contínuo é o investimento permanente que a empresa tem realizado no produto e em ações de marketing focado em vendas no mercado brasileiro. Na entrevista o diretor ainda conta um pouco sobre as novidades em parques, atrações e hotelaria previstas para os próximos anos.

M&E - Comente um pouco sobre os novos atrativos que o parque vai receber. O que podemos esperar para os próximos meses? Marcos Barros - Nos últimos cinco anos, investimos demais no nosso complexo em Orlando. Nesse período, foram nada menos do que 18 novidades nos dois parques temáticos, no complexo de entretenimento Universal CityWalk e um novo hotel, o Universal’s Cabana Bay Beach Resort. O melhor é que não paramos de investir e, para meados de 2016, teremos uma nova mega atração no parque temático Universal’s Islands of Adventure, o Skull Island - Reign of Kong, e o 5º hotel dentro do complexo, o Loews Sapphire Falls Resort, de categoria Preferred e com 1 mil apartamentos e suítes. Contamos com dois hotéis de categoria Premier (Loews Portofino Bay Hotel e Hard Rock Hotel), dois de categoria Preferred (Loews Royal Pacific Resort e Loews Sapphire Falls Resort) e um de categoria Prime Value (Universal’s Cabana Bay Beach Resort). Para 2017, já anunciamos o novo parque temático aquático, o Volcano Bay que virá para revolucionar o conceito de parques aquáticos. M&E - Como será o novo parque aquático Volcano Bay? Como estão as expectativas? Marcos Barros - Mais que um parque aquático, o Volcano Bay será um parque temático aquático. Criado pela mesma equipe que deu vida ao The Wizarding World of Harry Potter, esse novo parque, que estará localizado dentro do complexo ao lado do Cabana Bay Beach

168 Abav 2015

Setembro

turistas para a Universal Orlando, ao lado de Inglaterra e Canadá. Não vimos nenhuma retração devido à alta do dólar – pelo contrário. Seguimos crescendo forte por aqui. Estamos comprometidos com o Brasil no longo prazo. Sabemos da situação atual complicada, mas confiamos que estamos passando por uma fase de ajustes e que logo novos tempos virão. Já passamos situações piores, como os incidentes de 11 de setembro e o dólar a R$ 4,00 em 2002, e superamos esses obstáculos. M&E - Como tem sido a resposta do novo Hotel Cabana Bay? A expectativa é que o hotel fosse mais atraente aos olhos dos brasileiros, por ser mais econômico. Isso tem se confirmado? Marcos Barros - O novo Universal’s Cabana Bay Beach Resort é uma peça chave nessa engrenagem toda. O hotel já é um sucesso absoluto no mercado brasileiro, tanto para famílias viajando independentemente, como para os tradicionais grupos de adolescentes.

Resort, terá atrações únicas e uma excelente combinação de adrenalina e relaxamento. Será inaugurado em 2017, mas não temos uma data de abertura definida ainda. M&E - Que posição ocupa, atualmente, o mercado brasileiro em relação aos outros emissores para a Universal Orlando? Houve alguma retração devido o aumento do dólar? Que estratégias estão sendo abordadas para contornar o valor do dólar – cuja especulação é que atinja os R$ 4,00 até o final do ano - e a instabilidade econômica que paira sobre o País? Marcos Barros - O mercado brasileiro é um dos três maiores mercados emissores de

M&E - Podemos esperar algum novo meio de hospedagem para os anos futuros? Fale um pouco sobre o novo hotel Loews Sapphire Falls Resort, com previsão de inauguração para o ano que vem. Marcos Barros - Nosso CEO já comentou que há apetite para mais hotéis, portanto podemos esperar novidades no futuro - não anunciamos detalhes ainda. Para meados de 2016, teremos o Loews Sapphire Falls Resort, um belíssimo hotel, cuja temática será o Caribe, com um grande centro de convenções e conectado ao centro de convenções do Loews Royal Pacific Resort. Hóspedes desse novo hotel contarão com vários benefícios nos nossos dois parques temáticos, como a entrada antecipada (uma hora antes) para uma das áreas de Harry Potter, entre outros. Com relação aos preços, este hotel terá uma tarifa intermediária entre o Cabana Bay Beach Resort e o Royal Pacific Resort. Portanto, o Sapphire Falls tem também todos os ingredientes para fazer muito sucesso junto ao mercado brasileiro.


SeaWorld Parks & Entertainment

pARQUES Entrevista com Mauricio Alexandre

Duas novas montanhas-russas para 2016

O

Brasil é o segundo mercado internacional em número de visitantes para o SeaWorld Parks & Entertainment da Flórida e o primeiro de língua não inglesa. Levando em consideração a alta do dólar e a provável queda de turistas para o destino, Mauricio Alexandre, diretor de Vendas e Marketing da empresa explicou que o SeaWorld antecipou a subida do cambio e reagiu rápido, lançando já em fevereiro ofertas especiais de ingressos. “A oferta com preços reduzidos está vigente para emissão até 31de dezembro”, destacou o diretor. Para este ano, o executivo ressaltou que o parque tem investido na divulgação de produtos complementares, como os opcionais de tours e refeições, que agora podem ser vendidos enquanto o passageiro ainda está no Brasil pelos agentes de viagens. Mauricio Alexandre ainda conta um pouco sobre a Montanha Russa Mako, que promete ser a mais rápida, longa e alta de Orlando e outras novidades para os parques.

M&E - Para 2016 o SeaWorld Parks prevê duas novas montanhas-russas, inclusive uma que promete ser a mais rápida, alta e longa de Orlando. Como estão os preparativos? Que outras novidades podemos esperar para os próximos anos? Mauricio Alexandre - Estamos muito empolgados com a chegada da grandiosa montanha russa Mako ao SeaWorld Orlando e tudo está correndo dentro do previsto para que esta nova atração seja inaugurada no primeiro semestre de 2016. Neste mesmo período inauguraremos a Cobra’s Curse no Busch Gardens Tampa. Será uma atração voltada para toda a família. O SeaWorld Parks investe permanentemente em novas atrações para os 11 parques que possuímos nos EUA, desta forma sempre temos algo novo para surpreender nossos visitantes habituais e também para aqueles que nos visitam pela primeira vez. M&E - Que ações têm sido desenvolvidas especificamente para o mercado brasileiro? Quanto esse público representa para os parques do SeaWorld Parks & Entertainment? Mauricio Alexandre - O Brasil é o segundo mercado internacional em número de visitantes para nossos parques da Flórida e o primeiro de língua não inglesa. O SeaWorld Parks está sempre procurando apoiá-lo através de sua equipe local baseada em São Paulo. Temos um programa de treinamento para agentes de viagens que atinge quase 10 mil agentes em

23 estados, garantindo que os profissionais estejam sempre a par de todas as novidades em termos de atrações e de produtos. Este ano, em particular, temos investido na divulgação dos novos produtos complementares que são os opcionais de tours e refeições que agora podem ser vendidos no Brasil pelos agentes de viagens através das nossas 20 operadoras contratadas. M&E - Como o parque está lidando com a alta do dólar? Como o agente de viagens pode usar esse contexto para se beneficiar? Quais são as oportunidades do momento?

Mauricio Alexandre - O SeaWorld Parks antecipou a subida do cambio e reagiu rápido, lançando, em fevereiro ofertas especiais de ingressos. Trouxemos pela primeira vez ao Brasil ingressos com preços reduzidos que têm algumas restrições em sua utilização, como por exemplo, os ingressos de dois e três parques que permitem uma visita única a cada parque dentro do período de 14 dias de validade. Esta oferta está vigente para emissão até 31 de dezembro e tem tido uma ótima receptividade no País. M&E - Há alguns anos o SeaWorld Parks vem comunicando mais ao público sobre os investimentos na preservação e proteção dos animais. Recentemente foi anunciado que a empresa vai investir US$ 10 milhões em pesquisas, maior investimento já feito pela companhia. Explique um pouco a importância desse projeto e como vai funcionar o investimento. Mauricio Alexandre - Sim, o SeaWorld comprometeu US$ 10 milhões em recursos financeiros voltados para as ameaças às baleias que estão na natureza, especialmente as que forem identificadas pela Administração Nacional de Atmosfera e Oceano como parte da população de baleias do Sul da costa do Estado de Washington – ameaçada de extinção. Isso engloba novos projetos já financiados nesse ano: um que ajudará a compreender o alcance da audição das baleias e outro que fornecerá informações sobre a nutrição e reprodução das Orcas Residentes do Sul. M&E - Na sua visão profissional, como o Brasil poderia explorar mais o segmento de parques? Mauricio Alexandre - Os brasileiros adoram os parques temáticos e o desejo de visitá-los é enorme. Prova desta identificação é a quantidade de voos diretos do Brasil para Orlando, que atingirá o maior número da história em dezembro de 2015. Outro fator importante é a vontade de regressar aos parques, pois é crescente o número de visitantes que retornam devido ao índice de satisfação. Creio que o Brasil explora muito bem o segmento como consequência da alta demanda.

Setembro Abav 2015 169


Sindepat

pARQUES Entrevista com Alain Baldacci

Taxas são principal entrave para os parques

A

tualmente o segmento de parques é responsável pela venda de 12 bilhões de ingressos no Brasil. O número é 20 vezes menor que nos Estados Unidos, onde mais de 300 milhões de ingressos são vendidos anualmente. De acordo com Alain Baldacci, presidente do Sistema Integrado de Parques Temáticos e Atrações Turísticas (Sindepat), o grande entrave que retarda o desenvolvimento do segmento no país está ligado às altas taxas tributárias que encarecem o processo de construção de um atrativo turístico. Ele explica que o segmento de parques de diversões e parques temáticos é extremamente lucrativo para o Turismo. “Uma coisa puxa outra, movimenta-se a hotelaria, aeroportos, restaurantes. Todo o setor se beneficia”, garantiu. M&E - Quanto o segmento de parques representa no fluxo turístico brasileiro? Qual o retorno financeiro do setor? Alain Baldacci – O que sabemos, principalmente no desenvolvimento do setor no hemisfério norte-americano, é que nos Estados Unidos são vendidos mais de 300 milhões de ingressos anualmente para parques temáticos e parques de diversões. É quase que um ingresso por habitante. O país conta com 5,5 mil empreendimentos, entre parques, atrativos turísticos, aquários e outros. No Brasil a nossa realidade é muito diferente. Temos uma média de 12 milhões de ingressos vendidos, entre parques e atrações turísticas filiadas ao Sindepat. Um número 20 vezes inferior aos EUA. O impacto do segmento do turismo é notório. Desde que foram construídos os parques da Disney e da Universal em Orlando, a cidade – que era um lugar pacato – tornou-se um dos maiores destinos turísticos do planeta. E uma coisa puxa outra, movimenta-se a hotelaria, os aeroportos, os restaurantes. Todo o setor se beneficia. Na Europa, por exemplo, a Eurodisney contabiliza mais turistas que o Louvre e a Torre Eiffel juntos. Outro destino que vem se destacando no segmento é a Ásia. Países como Coréia, Singapura, Indonésia, China e Malásia são, atualmente, um dos maiores mercados em desenvolvimento do segmento. M&E - Quais os principais entraves do setor? O que está sendo feito para contornar a situação? Alain Baldacci – O Brasil tem tudo para ser o maior celeiro de parques do mundo porque tem população jovem ativa, um clima excepcional e um clima de festa. Se analisarmos, o Brasil é o principal país emissor de turistas para Orlando com foco nos parques temáticos. Faz parte da cultura do brasileiro. O problema é 170

Abav 2015

Setembro

que aqui temos entraves de ordem econômica, tecnológica e de operação. Os equipamentos para formar um parque temático são de um investimento muito alto. Veja o exemplo da atração do Harry Potter na Universal. Para apenas uma atração foram investidos US$ 130 milhões. Nós não temos recursos dessa magnitude nos Brasil. E mesmo que tivéssemos, a carga tributária em cima dos equipamentos e dos parques é extremamente elevada. Se fossemos montar exatamente a mesma atração no Brasil o gasto seria maior que o dobro. O poder aquisitivo do brasileiro é outro problema, por ser menor que nos EUA, gastamos muito para construir um parque onde o retorno em preço de ingressos e gastos dentro dos empreendimentos é menor. Outro entrave são as leis trabalhistas. Por serem muito engessadas e antigas, dificultam a adaptação da força de trabalho que está sujeita às fortes variações sazonais que temos no nosso setor. A relação

de trabalho não é flexível. Não conseguimos contratar por apenas um dia ou um períodos, por exemplo. E todos esses fatores dificultam o investimento financeiro. M&E - Tendo isso em vista, quais investimentos e ações estão sendo feitos nesse setor? Alain Baldacci – A Sindepat tem trabalhado junto ao Ministério do Turismo, Ministério de Desenvolvimento e ao Conselho Nacional de Turismo. Recentemente conseguimos uma concessão temporária de isenção de impostos de importação para quatro investimentos. Isso ajuda, pois são altos investimentos na renovação de equipamentos. Realizamos também, no mês de agosto, um encontro com a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) em que debatemos o Projeto de Lei do Trabalho Intermitente. O objetivo foi apresentar a importância desse movimento a diversos deputados. Se essa ação for aprovada vai facilitar o nosso trabalho e ajudar muito o setor de parques a se desenvolver no Brasil e diminuir os custos operacionais. Também realizamos uma reunião com a Embratur a fim de promovermos os parques temáticos brasileiros principalmente no Mercosul. Em relação à investimentos, posso afirmar que, hoje, os parques investem entre R$ 100 a 200 milhões por ano em renovação. M&E - De acordo com as recentes pesquisas, muitos brasileiros deixaram de viajar para o exterior por conta do dólar e resolveram viajar pelo País. Houve uma maior procura pelo segmento de parques? O setor se beneficiou de alguma forma? Alain Baldacci – Em um primeiro momento, o impacto é negativo, porque esse momento econômico nos afeta tanto quanto afeta o comércio. Entretanto, como muitas pessoas deixam realmente de viajar para o exterior – uma ação que não é imediata, pois quando começa a crise muitas pessoas já compraram suas viagens – em um segundo momento, o retorno é positivo e a procura passa a ser maior. Ainda não vimos um grande impacto. Tivemos uma queda na procura no início do ano, mas agora estamos observando um fluxo melhor em comparação com o ano passado. Para contornar esse momento é necessário criatividade e versatilidade. Oferecer novos produtos exclusivos para motivar os visitantes.


Beto Carrero

pARQUES Entrevista com Jorge Santos

Parques Temáticos pedem menos impostos

R

esponsável por um faturamento de R$ 1,5 milhão em 2014, os parques temáticos são um importante segmento para o Turismo brasileiro. De acordo com Jorge Santo, diretor-comercial do Beto Carrero, este é um segmento que movimenta diversos outros setores e impulsiona destinos. “Quando o turista viaja para um Parque ele não conhece apenas a atração, ela visita o destino como um todo, desenvolvendo a economia do local”, afirma Santos. Entretanto o setor sofre com os altos impostos e investimentos necessários. Santos explica que é necessário que as instituições apóiem os atrativos, desenvolvendo ações promocionais e de incentivo. “Os equipamentos são todos importados. E todos sem isenção de impostos, o que encarece muito o setor”, finaliza.

M&E – Qual a importância do segmento de Parques para o mercado turístico, a nível internacional? E no Brasil? Quanto esse segmento representa? Jorge Santos – Não temos muitos números disponíveis no setor. Mas posso afirmar que é um segmento extremamente importante para o Turismo. Segundo o Ministério do Turismo, o faturamento anual do segmento em 2014 foi de R$ 1,5 bilhão e vem crescendo. E é importante incorporar atrações para esse setor. Os próprios governos já entenderam que os parques temáticos são uma forma de realizar o sonho da família de viajar. Porque quando o turista viaja para um Parque ele não conhece apenas a atração, ela visita o destino como um todo, desenvolvendo a economia do local. No Brasil temos parques muitos diferentes. Mas nenhum como o Beto Carrero. O nosso parque gira a economia de toda a região de Santa Catarina, movimentando hotéis, bares e restaurantes. Veja bem, Santa Catarina conta com o sexto maior PIB do Brasil, sendo que 12% deste vêm do Turismo. O Beto Carrero participa desses números. M&E – Quais os desafios do segmento? Como a Embratur e o Ministério têm ajudado a desenvolver o setor? Jorge Santos – O nosso desafio no Brasil é muito grande porque temos fortes concorrentes como a Disney e Universal. E essa nossa área precisa de apoio, pois os equipamentos são todos importados. E todos sem isenção de impostos, o que encarece muito o setor. É muito difícil conseguir financiamentos, os investimentos e os impostos são altos, a logística de importação é complicada, isso tudo dificulta o desenvolvimento do setor. Com a entrada do Vinicius Lummertz na Embratur, vimos que o instituto está tentando trabalhar mais o segmento. O Vinicius entende o business como turismo, como atração. Na

primeira reunião que tivemos com o Lummertz ele disse que quer expandir o segmento e os destinos para a América do Sul. E em agosto demos início a uma agenda com Peru, Chile, Paraguai, Argentina para divulgarmos os nossos destinos e o Beto Carrero está indo junto. M&E – Qual foi o faturamento do parque nesse primeiro semestre? Houve um aumento ou diminuição em relação ao mesmo período do ano anterior? E o número de visitantes?Qual foi o perfil desses visitantes? Jorge Santos – Tivemos 2 milhões de visitantes em 2014. No primeiro semestre deste ano contemplamos 1 milhão de pessoas que estiveram no nosso parque. Crescemos 22% nesse primeiro semestre. Para o segundo semestre esperamos superar entre 10% e 15% os números dos primeiros seis meses do ano. Isso porque o segundo semestre sempre é melhor, temos sempre mais visitantes.

M&E – O que o parque têm feito para contornar a instabilidade econômica e a crise política que o Brasil enfrenta neste momento? Houve algum prejuízo? Quais as oportunidades para os agentes de viagens? Jorge Santos – A crise existe, mas estamos indo muito bem e enfrentando muito bem esse momento. No final de 2014 fizemos um planejamento mensal da busca de público. E, a partir disso, desenvolvemos ações promocionais, como gratuidade para as mães, no Dia das Mães, ou gratuidade para os pais, do Dia dos Pais, por exemplo. Com o aumento do dólar surgiram diversas possibilidades devido a queda do mercado internacional. Espera-se que o turismo doméstico cresça 40% a 50% durante o período. E isso tem nos ajudado bastante. Para as operadoras e agências de viagens, o Parque Beto Carrero, em parceria com a prefeitura da cidade e com Blumenau, tem criado pacotes atrativos para o trade. M&E – Qual o ‘segredo’ do Beto Carrero para se manter, ano após ano, como o melhor da América Latina e constar na lista dos melhores do mundo? Diversos parques tentaram, mas não conseguiram se sustentar no mercado brasileiro. Por quê? Jorge Santos – Eu diria que o grande segredo é a união do sonho com a realidade financeira. O que quero dizer com isso? Tínhamos uma pessoa aqui que tinha um sonho de ter o melhor parque do mundo. Ele olhava um matagal e via um parque, uma cachoeira. E só ele via isso. Mas hoje a cachoeira está ali. E a parte financeira sempre foi muito suportada. Porque o Beto Carrero sempre teve essa preocupação de estar alicerçada para executar. É preciso investir no próprio negócio. A receita gerada é reinvestida no parque, gerando melhorias, novas atrações. Esse reinvestimento é importante para a manutenção do espaço. Eu não sei por que os outros não deram certo, mas sei dizer que, aqui no parque, a essência e esses dois pilares bem alinhados, foram o que fizeram o parque ser o que é hoje. É preciso observar mais que a taxa de retorno senão não há parque. Tem que haver um olhar além do sonho, um olhar de empresa. Setembro Abav 2015

171


POLÍTICA

Turismo como saída para a crise Setor se apresenta como grande gerador de empregos e pode contribuir de forma mais efetiva na economia do país Luiz Marcos Fernandes

A

o contrário de outros países, como Espanha, Estados Unidos e tantos outros, o Brasil não vê no turismo uma alternativa para amenizar a crise econômica que mergulhou o país numa recessão. Mesmo com o fortalecimento do setor doméstico, em função da variação cambial e da alta do dólar, setores como hotelaria, aviação e serviços vivem momentos de preocupação quando se fala em expectativas para este ano. Até mesmo o tom otimista dos discursos dos dirigentes do Ministério do Turismo e da Embratur, diante da expectativa do Brasil sediar no próximo ano os Jogos Olímpicos, contrasta com a preocupação da falta de recursos para investimentos em campanhas de promoção. O ministro do Turismo, Henrique Alves, reconhece que para uma gestão eficiente é preciso recursos. Já o presidente da Embratur, Vinícius Lummertz, reconhece que apenas a transformação do Instituto numa autarquia independente pode mudar o quadro atual e agilizar as ações estratégicas de promoção no exterior com mais recursos. Na opinião de Jaime Recena, presidente do Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo (Fornatur), é um contra-senso o corte de recursos do MTur as vésperas do mais importante evento esportivo. “Considero essa medida um retrocesso e uma falta de visão sobre a importância deste setor. Uma das formas mais rápidas de criar investimento e renda é justamente investir no turismo. Lembro que o Brasil recebe um volume de turistas bem abaixo de suas possibilidades”. Ainda assim, o MTur e a Embratur têm buscado alternativas. Henrique Alves vê esta indústria como um importante instrumento para geração de emprego e novos investimentos. “Não há indústria que, no atual cenário de ajustes fiscais e incertezas, esteja mais credenciada para ajudar o Brasil a enfrentar a crise. Mas, para isso, é fundamental que o Governo coloque o turismo como prioridade em sua agenda econômica, social e financeira”, reconhece. Opinião semelhante tem o presidente e CEO do WTTC, David Scowsill, ao analisar a situação do Brasil diante da crise eco172

Abav 2015

Setembro

nômica. De acordo com ele, o país está sofrendo uma ressaca após a Copa do Mundo. “Agora o Governo deve agir e não ser complacente. Existem ainda muitas coisas que podem ser feitas para melhorar a contribuição da indústria do turismo para o País. Há que se investir para ampliar a capacidade e a qualidade dos principais aeroportos. Ainda assim, há que se melhorar a conectividade com os principais mercados emissores com o objetivo de melhorar a competitividade do destino. O Governo deve também ampliar as verbas para campanhas de marketing no sentido de aumentar o volume de visitantes internacionais, para reduzir a dependência do mercado interno e aumentar as receitas de exportação.” O dirigente vai mais além e alerta que se o país não investir no turismo de modo adequado corre o risco de ver crescer o desemprego no setor e amargar prejuízos futuros. “O Brasil tem um desafio de suprir as lacunas de talentos humanos e a falta de investimentos para possuir uma infraestrutura adequada.” Já Vinícius Lummertz acredita que a realização das Olimpíadas vai projetar o país num novo patamar no cenário internacional. “Até o primeiro semestre de 2016, a Embratur deverá realizar o Visit Brasil Olympic, um projeto de eventos específicos de promoção e captação de investimentos em mercados prioritários. A partir de agora, por exemplo, em todas as feiras internacionais que o Instituto participar haverá divulgação da marca do Rio Olímpico. A realização dos Jogos será um marco para o turismo brasileiro”, reconhece.

Doméstico - O fortalecimento do turismo doméstico é visto como alternativa para manter o mercado aquecido pelo presidente da Anseditur, Cristiano Rodrigues. Essa opinião é compartilhada por Jeanine Pires, presidente da CTI Nordeste. “O último Boletim de Intenção de Viagem do Ministério do Turismo, referente ao mês de julho, revela que 73,3% dos brasileiros pretendem viajar para um destino do Brasil neste ano. Essa mesma pesquisa mostra que 43,5% desses brasileiros querem viajar para o Nordeste. ”, destaca ela.


Setembro Abav 2015

173


MTur

política Entrevista com Henrique Alves

“Potencial do turismo ainda não é reconhecido”

D

esde que assumiu a pasta, em abril deste ano, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves tem procurado resolver uma equação complicada, que não é exclusividade de sua pasta. Colocar em andamento os projetos e um modelo de gestão eficiente diante de um corte no orçamento de 74%. Ciente das dificuldades para colocar em prática um programa de ações que possam contribuir para o desenvolvimento do setor, Alves não tem dúvidas de que o grande potencial desta indústria ainda não é reconhecido e priorizado por outros setores do Governo como deveria. O dirigente admite que falta ainda uma consciência dos nossos governantes para que o setor, como indústria, seja visto com mais seriedade. Lembra que o país vive a expectativa da realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 e destaca que esse é momento de mostrar que o setor está totalmente engajado e preparado para esses megaeventos.

M&E - O Brasil vive uma recessão econômica que afeta diversos setores da economia. Neste cenário a variação cambial tem favorecido o turismo doméstico. Quais os principais desafios e obstáculos para fomento a este segmento? Henrique Alves – Não há como negar o impacto da crise econômica. Mesmo assim, eu diria que para o Brasil aproveitar todo o seu potencial turístico, a atividade precisa ser encarada com seriedade e os investimentos públicos devem ser ampliados. A comparação com os nossos concorrentes diretos mostra que precisamos de reforço orçamentário. O México tem um investimento de US$ 485 milhões para promoção turística previsto para este ano. O Equador, US$ 95 milhões. A Argentina, US$ 58 milhões, enquanto o Brasil conta com pouco menos de US$ 20 milhões. O turismo é um setor capaz de responder aos desafios atuais da economia. O Brasil é muito maior que esse momento ruim que estamos atravessando e a prova disso é que realizamos vários eventos com sucesso nos últimos três anos e a Olimpíada é mais uma oportunidade para avançarmos ainda mais. M&E – Como vê o momento do turismo e quais as ações que o MTur estará dando ênfase a partir de agora? Lembro que estamos às vésperas de mais uma temporada de verão e a menos de um ano das Olimpíadas. Como motivar também o brasileiro a viajar pelo seu país? Henrique Alves – Já neste Congresso da Abav a ideia aproveitar essa excelente oportunidade para nos atualizarmos e para apresentarmos aos agentes de viagens e demais profissionais os nossos potenciais. É o momento de 174

Abav 2015

Setembro

mostrar que estamos totalmente engajados e preparados para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. Temos na nossa bagagem outros megaeventos bem-sucedidos que nos deram a base para sediar a Olimpíada, como a realização de etapas da Fórmula 1, a Rio+20, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Tenho certeza de que com esse legado e a nossa preparação, sairemos vitoriosos nesse marco singular do turismo brasileiro. A Abav é, portanto, um momento para convidarmos o mundo a nos visitarem para a Olimpíada. Já em relação ao mercado doméstico a ideia é dar continuidade a campanha #partiubrasil. Essa será a nossa principal ação para incentivar brasileiros a viajarem pelo país e para orientar os profissionais do setor a comercializarem destinos nacionais. Nossa ideia é promover

a variedade de destinos e roteiros dos 26 estados e do Distrito Federal, assim como a diversidade de atividades turísticas como aventura, sol e praia, gastronomia e diversão. Para isso, estamos muito alinhados com o trade turístico, que tem nos apoiado e ajudado a tornar os resultados mais eficazes no mercado doméstico. Temos desenvolvido também uma campanha nacional e internacional que terá seu foco no verão. M&E - Mesmo com a retração da economia, o Turismo continua apresentando boas perspectivas, com sinais de recuperação em alguns setores. Como os agentes de viagens podem se beneficiar deste momento diante das oportunidades geradas? Henrique Alves - O turismo contribui de forma direta, indireta e induzida com 9,6% do PIB, emprega mais de três milhões de pessoas, e é o quinto item da pauta de exportações do país. Além disso, só em 2014, o setor registrou 206 milhões de viagens domésticas. Por último, mas não menos importante, o Brasil figura no terceiro lugar no ranking de aviação civil do mundo. Não há indústria que, no atual cenário de ajustes fiscais e incertezas, esteja mais credenciada para ajudar o Brasil a enfrentar a crise. Mas, para isso, é fundamental que o governo coloque o turismo como prioridade em sua agenda econômica, social e financeira. Tenho conservado sobre esse assunto com representantes da área econômica do governo. Vivemos um período de mudanças e é muito importante que o trade esteja muito bem preparado para reconhecer as novas exigências do mercado. Os agentes de viagens, os operadores de turismo, os hoteleiros, as companhias aéreas, as equipes de bares e restaurantes, enfim, todos os profissionais do setor devem estar capacitados para entender a necessidade do cliente e para promover o turismo doméstico com eficiência. A qualificação é extremamente importante para aqueles que atuam na ponta, impactando positivamente em toda a cadeira produtiva do turismo local e da região. M&E - E em relação ao setor privado? Acredita também que mesmo neste cenário de crise existem perspectivas para se alavancar as vendas? Henrique Alves – Eu digo o mesmo para o setor privado. Mesmo em cenários de crise os


MTur

Entrevista com Henrique Alves

política empresários devem estar sempre atentos às oportunidades. O Brasil tem 775 mil micro e pequenas empresas trabalhando para fazer a roda do turismo brasileiro girar. É um mar de ofertas em um oceano de demandas. Quem se qualificar, sairá na frente. O investimento em aprimoramento profissional, por exemplo, pode ser um referencial para o resto da vida da empresa. O conhecimento em idiomas é outro critério que, em eventos internacionais, é um divisor de águas. M&E – Como está a ideia da criação um fundo de promoção turística do Mercosul? E o projeto de transformação da Embratur numa agência? Henrique Alves – Na reunião dos ministros do Mercosul, em Foz do Iguaçu, reforçamos a importância de mantermos uma estratégia conjunta de divulgação em marcados dis-

tantes. Decidimos então dar continuidade ao trabalho integrado de promoção feito no Japão. Tratamos também do enfrentamento à exploração de crianças e adolescentes por meio do turismo e a harmonização de estudos e pesquisas no âmbito do Mercosul. Foi uma reunião muito proveitosa. Já no que diz respeito a Embratur, temos discutido possíveis modelos a serem adotados para o fortalecimento do Brasil como mercado turístico mundial. A Embratur precisa ser fortalecida do ponto de vista orçamentário. Precisa se modernizar para ter agilidade e condições para firmar parcerias público-privadas com foco em promoção. Quando o presidente Vinicius Lummertz tomou posse, dei a ele a missão de elaborar alternativas para atingirmos essa meta. Essa era uma reunião de entrega das possibilidades, que agora serão avaliadas pelas áreas técnicas.

“A atividade precisa ser encarada com seriedade e os investimentos públicos devem ser ampliados. A comparação com os nossos concorrentes diretos mostra que precisamos de reforço orçamentário”

Setembro Abav 2015

175


Embratur

política Entrevista com Vinícius Lummertz

Com poucos recursos, órgão usa criatividade

O

corte de 74% no orçamento do turismo este ano foi apenas mais uma etapa. Desde 2010 a Embratur viu os recursos para promoção internacional do país serem reduzidos gradativamente. Faltando menos de um ano para as Olimpíadas, o Instituto Brasileiro de Turismo - comandado por Vinícius Lummertz - tem buscado saídas alternativas. Para isso, vem implementando medidas criativas e inovadoras para promover o Brasil. Ao mesmo tempo, confirma que a marca “Rio Olímpico” estará presente, a partir de agora, nas ações e feiras que o órgão participa no exterior. Outra medida para promover o país como destino aproveitando a vinda de 500 mil turistas internacionais para as Olimpíadas será a Casa Brasil, espaço a ser inaugurado em 2016 que servirá de porta de entrada para experiências únicas do nosso país onde brasileiros e estrangeiros terão oportunidade de conhecer mais sobre turismo, cultura, esportes, gastronomia, educação, tecnologia, inovação e negócios. A mudança no papel da Embratur, a ser aprovada pelo Congresso também faz parte dos planos da atual gestão.

M&E - Tendo em vista que falta menos de um ano para as Olimpíadas, quais as ações que a Embratur estará implementando junto aos principais destinos emissores? Como será o Visit Brasil Olympic? Vinícius Lummertz - Nosso grande desafio é ampliar nas Olimpíadas o mesmo sucesso da Copa. A estimativa do Ministério do Turismo é que entre 300 mil e 500 mil visitantes do exterior passem pelo Brasil durante o evento. A Embratur estará engajada para que a Rio 2016 seja um importante elemento de atração de um turismo forte e qualificado para o país. Esse será um evento com a participação de mais países, mais jornalistas, mais modalidades esportivas e mais atletas na comparação com a Copa do Mundo de 2014. E temos hoje uma infraestrutura melhor, com aeroportos mais modernos e profissionais mais qualificados no setor de turismo. Até o primeiro semestre de 2016, a Embratur deverá realizar o Visit Brasil Olympic, um projeto de eventos específicos de promoção e captação de investimentos em mercados prioritários. A partir de agora, por exemplo, em todas as feiras internacionais que o Instituto participar haverá divulgação da marca do Rio Olímpico. Faremos ações que vão irradiar todo o Brasil, para que as pessoas conheçam o Rio de Janeiro e possam, a partir de lá, visitar outros destinos brasileiros igualmente importantes. Em todos os eventos de turismo, e atividades institucionais, estamos levando informações e materiais de divulgação dos destinos. Também faremos uma campanha publicitária com foco nos Jogos Olímpicos. Estamos trabalhando para prolongar a permanência dos turistas no país 176

Abav 2015

Setembro

depois da programação dos Jogos, que terão a possibilidade de visitar outras cidades. Após a Rio 2016, temos que aproveitar a grande repercussão e o ganho de imagem com os megaeventos internacionais para consolidar o Brasil como um dos maiores receptores de eventos do mundo.

M&E – Como será o modelo da Casa Brasil durante as Olimpíadas no Rio de Janeiro? E o escritório da Embratur no Rio como funcionará? Vinícius Lummertz - Aproveitando a realização de grandes eventos, o governo federal vai montar a “Casa Brasil” para promover o País no exterior, como ocorreu em Londres (Reino Unido 2012), Johannesburgo (África do Sul 2010) e Pequim (China 2008). Desta vez, a “Casa Brasil” será construída em 2016 no Rio de Janeiro, cartão-postal e sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Será a porta de entrada para experiências únicas do nosso País: brasileiros e estrangeiros serão bem-vindos neste espaço, que privilegiará turismo, cultura, esportes, gastronomia, educação, tecnologia, inovação e negócios. A Casa Brasil deve constituir um instrumento-chave para permitir o acesso público aos inúmeros ambientes que serão acessíveis, interativos e sustentáveis. As cinco regiões do Brasil estarão representadas, revelando um país criativo, moderno e inspirador. Em relação ao escritório no Rio de Janeiro, a área técnica ainda está finalizando os estudos, mas a ideia é que comece a funcionar ainda neste ano, com atuação até o final dos Jogos Olímpicos. M&E – Muito se tem discutido sobre uma mudança no papel da Embratur e na sua transformação como uma agência para promoção do Brasil no exterior. Como está esse processo? Vinícius Lummertz - Estamos estudando uma evolução institucional. Já apresentamos ao ministro Henrique Alves algumas opções nessa direção. O que buscamos é dar a Embratur mais fôlego e mais flexibilidade na sua forma de atuação para enfrentar os desafios da competitividade internacional. A Embratur completa 50 anos no ano que vem e uma forma de honrar esta marca é reavaliar como ela pode fazer para superar os desafios de promover o Brasil no

“Estamos estudando uma evolução institucional. O que buscamos é dar à Embratur mais fôlego e flexibilidade”


Embratur

Entrevista com Vinícius Lummertz

política exterior da melhor forma. É isso que estamos estudando, considerando o momento político que estamos vivendo hoje. Tudo está sendo feito cuidadosamente, porque o momento que passa o Brasil requer parcimônia na tomada de uma decisão sobre essa questão institucional. Os principais benefícios dessa mudança é que a Embratur terá mais flexibilidade para atuar na promoção do Brasil, uma vez que teremos novos mecanismos para atuar em parceiras com o trade turístico e o setor privado. Com a mudança, esperamos projetar a Embratur para as próximas décadas, com mais flexibilidade, mais opções para trabalhar parcerias com o trade, com o campo da atividade privada. O Instituto terá mais capacidade de utilizar os meios modernos - internet, redes sociais. Há um conjunto de direcionamentos que precisam de leveza institucional com as garantias evidentes de cuidados com o gasto público, mas, ao mesmo tempo, multiplicar os resultados.

M&E– Muitos estados têm contestado a medida que restringiu a promoção de eventos com recursos da Embratur. Como se justifica essa mudança? E quanto da verba descentralizada que foi extinta? Vinícius Lummertz - A palavra-chave é ROI (Return On Investments), ou seja, precisamos de mais retornos em investimentos, precisamos de mais investimentos e a Embratur teve uma perda importante de recursos nos últimos anos. De 2011 para cá, a Embratur teve uma diminuição importante no seu orçamento. Quedas em sequência: 2012, 13, 14 e 15. Não foi uma decisão de uma hora para outra. Foi uma perda de recursos para a promoção internacional. Quando assumi, herdei o orçamento já no limite. Apesar desse ambiente mais restritivo, buscamos ferramentas criativas e inovadoras para promover o Brasil como destino turístico, ampliando, por exemplo, nossas ações na área de comunicação digital, além de parcerias com o setor privado. Do mesmo modo, no que

diz respeito a verba centralizada, que foi um mecanismo importante nos momentos em que a Embratur teve recursos abundantes. Nesse momento, a Embratur concentra os recursos na sua atuação, mas é uma atuação que promove os destinos dos estados. A rigor, toda a atuação é voltada para beneficiar os diversos destinos turísticos, seja nas feiras, nas press trips, nos roadshows. Tudo o que ela faz, todo o retorno das atividades é para o conjunto de destinos espalhados em todo o Brasil. Numa restrição orçamentária, é evidente que a verba, como disse o ministro Henrique Alves, parece que nós estamos com falta de recursos centralizados no momento. Acredito que os recursos centralizados virão e retornarão na medida em que os recursos da Embratur supram as necessidades da programação anual do Instituto e que haja abundância. Ressalto que a atividade da Embratur é toda voltada para os destinos turísticos, que estão nos estados e nos municípios.

Setembro Abav 2015

177


MTur

política Entrevista com Júnior Coimbra

É a hora e a vez de viajar pelo Brasil

N

o próximo dia 7 de outubro, o MTur promove em Brasília uma grande festa que marca o início do trajeto da tocha olímpica por 300 municípios. De acordo com o secretário Nacional de Políticas de Turismo, Júnior Coimbra, a data é importante porque marca também o início das comemorações do ano do Brasil Olímpico. O dirigente também destaca a decisão do MTur de padronizar os 3.345 municípios com vocação turística do país em cinco categorias baseadas no número de empregos, de estabelecimentos formais no setor de hospedagem, estimativas de fluxo de turistas domésticos e internacionais. Já entre as estratégias para motivar os brasileiros a viajarem pelo país, destaca a continuidade do programa #PartiuBrasil. Sobre o novo PNT 2016/2020 destaque para a criação de zonas francas no país na captação de divisas. M&E – O que levou o MTur a decisão de padronizar os municípios com vocação turística do país? Quais os benefícios desta decisão? Júnior Coimbra – Até recentemente toda a política de regionalização do Ministério era voltada para os 65 municípios indutores. Achamos que era hora de ampliar as ações e beneficiar os demais municípios já que o mapa do turismo brasileiro contempla 3.345 cidades. A categorização visa aprimorar os critérios para definir políticas públicas para o setor e criar um instrumento capaz de subsidiar, de forma objetiva, a tomada de decisões de acordo com o desempenho da economia do turismo de cada localidade. Inicialmente, a categorização vai contemplar as 303 regiões turísticas inseridas no Mapa do Turismo Brasileiro. A categoria A, que representa os municípios com maior fluxo turístico e maior número de empregos e estabelecimentos no setor de hospedagem, terá 51 municípios, incluindo as 27 capitais brasileiras. Este agrupamento concentra destinos turísticos tradicionais de nove estados brasileiros como Porto Seguro (BA), Ipojuca (Porto de Galinhas/PE), Armação dos Búzios (RJ), Campos do Jordão (SP), Guarapari (ES), Balneário Camboriú (SC), Foz do Iguaçu (PR), Gramado (RS) e Caldas Novas (GO). O grupo responde por 47% da estimativa de fluxo turístico doméstico do Brasil e 82% do internacional. O grupo B, 167 municípios, o C, 504 municípios e o D e E, 2.623 municípios. M&E – Com a variação cambial o turismo doméstico está em alta. Qual a estratégia do Governo para motivar o brasileiro a viajar pelo país? Júnior Coimbra- De fato houve uma retomada no fluxo turístico doméstico. Tive informações que cidades como Fortaleza e Gramado esta178

Abav 2015

Setembro

vam com taxas de ocupação acima de 80% em agosto, mês de baixa temporada. Agora nossa intenção é reforçar a campanha #PartiuBrasil que teve sucesso e será retomada de modo a motivar os brasileiros a viajarem. A partir de agora, vamos valorizar o ano do Brasil Olímpico e já na passagem da tocha olímpica vamos fazer uma grande festa movimentando o turismo dos municípios contemplados. Lembro também que já existe uma mudança no comportamento do brasileiro e os números mostram isso. Os gastos no exterior foram reduzidos em mais de 30% nas últimas férias de julho. O Governo está investindo na melhoria dos aeroportos e a aviação regional, em breve, terá um programa de incentivos para facilitar o acesso aos municípios de pequeno e médio porte. M&E – Em relação ao Cadastur, como está o processo de cadastramento das

empresas e o que o MTur tem feito para estimular as empresas a participarem? Júnior Coimbra – Temos feito um enorme esforço para cadastrar as empresas do setor, mas é um trabalho lento e gradual. Lembro que nem todos têm interesse em participar do cadastramento e muitas delas optam mesmo por atuar na clandestinidade. Isso é fato. Durante a Abav vamos reforçar a proposta de cadastramento no estande do Ministério do Turismo e teremos uma equipe de plantão. Lembro que em muitos casos existem programas que só aceitam empresas cadastradas. Isso já é um bom sinal e creio que pouco a pouco vamos alcançar nosso objetivo que é de ter um retrato dos números da empresa do setor. M&E – O Ministério já começa a elaborar uma nova etapa do PNT – Plano Nacional de Turismo, direcionado para o período 2016/2020. Quais as ações que já integram o programa? Júnior Coimbra – De fato, já temos um grupo de trabalho que está trabalhando essa nova etapa do PNT e entre as medidas em estudo está a criação das chamadas “zonas francas”, um projeto antigo que tem despertado interesse. Um dos locais que podem ser beneficiados é Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai, a exemplo do que já acontece com a Argentina e a própria Itaipu já demonstrou interesse pelo assunto. Será uma forma de trazer mais divisas para o país e também mais uma atração para o nosso turismo, a exemplo do que já acontecem em outros países. M&E – Como vê a importância da qualificação da mão-de-obra para o turismo e quais as ações do MTur com vistas a um melhor atendimento por parte dos profissionais do setor? Júnior Coimbra- A qualificação de mãode-obra é de fundamental importância. Não basta receber apenas com gentileza. Temos que estar bem preparados para um evento de porte de uma Olimpíada. Recentemente o Ministério do Turismo e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) tornam público o resultado final do processo seletivo que aprovou e classificou 50 bolsistas para o Projeto de Cooperação entre o Brasil e Portugal na Área de Qualificação em Hospitalidade e Turismo. Temos essas e outras ações em andamento.


Embratur

política Entrevista com Marco Lomanto

O desafio de prospectar novos negócios

N

um cenário de retração das principais feiras de turismo no exterior, a Embratur já definiu a participação do seu cooperado. Na opinião de Marco Lomanto, diretor de Produtos e Destinos do órgão, o grande desafio nas ações promocionais é prospectar novos negócios por meio de agendamentos prévios e ao mesmo tempo buscar conhecer mais a fundo o mercado de oferta e demanda com que se pretende trabalhar, bem como buscar uma adequada preparação de material atualizado no idioma do mercado onde se pretende ampliar seus negócios Segundo ele, cada vez mais o Brasil estará ganhando uma maior visibilidade com a exposição em função dos megaeventos. Lembra que a promoção internacional está muito mais digital e o perfil dos consumidores muito mais específicos M&E – Qual será a característica e o foco dos cooperados da Embratur nas feiras internacionais deste ano nas feiras contempladas na Agenda de Promoção Comercial do Turismo Brasileiro? Marco Lomanto – Estamos retomando a nossa participação nas principais feiras de turismo no exterior. Em relação à ferramenta temos as definidas como Multiprodutos Internacionais, a exemplo da WTM; as Multiprodutos Regionais, como as feiras JATA, IFTM Top Resa, TTG Incontri, Fitpar e as segmentadas do mercado Mice, a exemplo da Imex América e a IBTM, tendo como foco público alvo diferenciado. O cooperado brasileiro vai se dividir em institucional (estados e municípios representados por suas secretarias e órgão estaduais de turismo) e os privados, (representados pelos principais operadores e agentes de viagens). O cenário internacional atual apresenta-se com feiras focadas, sobretudo, em agendamentos prévios, nos quais destacamos os resultados eficazes em desenvolvimento e prospecção de novos negócios das feiras de turismo Mice. M&E– Mudam também as regras para o expositor? Além das feiras a Embratur tem outras ações programadas para este segundo semestre? Marco Lomanto - Para a seleção técnica dos co-expositores do Brasil no cooperado nas feiras internacionais, seguindo os critérios estipulados pelo plano Aquarela 2020 – Marketing Turístico Internacional, em pesquisa de demanda de oferta de produtos e destinos brasileiros, foram criados critérios de análise de aderência entre o nível e o foco de atuação do cooperado à estratégia da Embratur no que concerne à promoção comercial do turismo brasileiro em cada mercado. Além das feiras, a Embratur pretende desenvolver várias

ferramentas promocionais de apoio aos nossos principais mercados emissores, destacando-se: presstrips e famtrips segmentadas, ações cooperadas, apoio à eventos de comercialização do trade – clube de produtos, workshops e roadshows, bem como os eventos potencializadores da imagem do Brasil no exterior, além da estratégia de promoção, em parceria com o Ministério do Turismo/Ministério do Esporte/Ministério da Cultura, para divulgação das Olimpíadas e Paraolimpíadas 2016 – Projeto Visitbrasil Olympic Games, lançado durante a Expo Milão 2015, com diversas ações de apoio à comercialização do destino Brasil. M&E – Como vê o potencial do mercado de incentivo para o Brasil e o turismo Mice? Qual deve ser o foco da Embratur na Imex America? Marco Lomanto - Em 2014, agências e opera-

doras de turismo no Brasil apontaram um crescimento médio de 20% com relação às viagens de incentivo durante a realização da Copa do Mundo. Espera-se para as Olimpíadas um índice similar ou até mesmo maior tendo em vista a popularidade dos jogos a nível internacional. É importante destacarmos o potencial único dos megaeventos esportivos como plataforma para divulgação e incremento das ações promocionais em todos os segmentos turísticos, sobretudo o de incentivo que corresponde a mais de 50% do número de turistas que visitam os países sedes desses eventos. Na Imex America a Embratur terá como foco e estratégia principal a potencialização de negócios durante o evento. Para as feiras Mice do segundo semestre, além de proporcionar uma melhor distribuição e aproveitamento dos cooperados brasileiros, em que será priorizada a participação de operadores cujos destinos trabalhados estejam presentes no estande do Brasil, o tempo para realização e fechamento de negócios será estendido com a realização de workshop paralelo ao evento. Temos previsto, em nosso planejamento, a realização de um workshop no mercado norte-americano, cujo o objetivo primordial é o atingimento de um mailing robusto, somando resultados à participação do Brasil na Feira.Com relação ao segmento Mice existe na verdade um grande desafio, tendo em vista que, com a crise mundial, os eventos tendem a permanecerem em sua área de rotação originária, não “rotacionando” em destinos de longa distância. M&E - Qual a tendência das grandes feiras internacionais diante deste cenário de crise mundial? E como os participantes devem aproveitar as oportunidades para incrementar seus negócios? Marco Lomanto- O cenário de crise mundial se reflete em uma tendência de acirramento da concorrência em diversos setores da economia, incluindo o turismo, no qual os destinos passam, cada vez mais a disputar atenção dos principais mercados emissores de turistas e suas cadeias produtivas. Nesse contexto, a eficiência no aproveitamento das ferramentas de promoção ganha ainda mais relevância. Assim, para que os coexpositores do Brasil/Embratur na FIT América Latina tenham melhor aproveitamento da oportunidade de participação e alavanquem seus resultados, deve ser desenvolvido um estudo antecipado do mercado. Setembro Abav 2015

179


CNC/FBHA

política Entrevista com Alexandre Sampaio

Aumento da carga tributária preocupa

D

epois da festa da Copa do Mundo no ano passado, o setor hoteleiro no Brasil deve se preparar para tempos difíceis. Essa é a constatação de Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), diante da queda nas taxas de ocupação, ameaças de ver a carga tributária triplicar, saltando de 3,2% para 9% e ainda enfrentar a concorrência de players como a Airbnb, que tira hóspedes ao oferecer a opção de locação em residências sem ter que por isso assumir o mesmo peso da carga tributária exigido aos hotéis. Não bastasse isso, medidas como a obrigatoriedade de 10% dos apartamentos para hóspedes especiais, podem entrar em vigor levando muitos hotéis a fecharem suas portas. Todo esse cenário, agravado por uma perspectiva de recessão não apenas do país, mas a nível mundial faz com que o empresário do setor de hotelaria tenha que usar da criatividade e da competência para sobreviver. M&E – Os números da hotelaria são preocupantes. Salvador registrou a menor taxa de ocupação em 15 anos e outras cidades enfrentam problemas. Como vê o impacto da crise econômica no setor? Alexandre Sampaio – Com muita preocupação. Temos um cenário pouco animador. Existe uma preocupação em relação a carga tributária. Dentro do que está previsto no Congresso, existe a possibilidade de um processo de desoneração da sociedade brasileira previsto para 2016. Mas para isso é preciso que a economia volte a crescer e pelo jeito que está dificilmente isso vai acontecer nos próximos dois ou três anos. Por outro lado, temos aí a questão do aumento na carga do ISS e do Cofins. Se isso acontecer, os hotéis terão sua carga aumentada de 3,2% para 9% aumentando assim os custos e gerando com isso muito desemprego. Mesmo com a realização das Olimpíadas, creio que 2016 será um ano difícil para o nosso setor. Pode ser até que a hotelaria do Rio tenha menos impacto, mas de uma forma em geral o quadro é pouco animador. Há também o aumento da energia elétrica que onera ainda mais o custo. M&E – Mas o senhor mesmo admite que as Olimpíadas podem trazer um novo alento. Um evento deste porte não pode ajudar o país? E a alta do dólar não favorece o turismo doméstico? Alexandre Sampaio – Acho que a realização dos Jogos Olímpicos traz uma agenda positiva para o turismo. Os resultados poderiam ser ainda melhores, caso a Embratur tivesse mais recursos para promoção internacional. Não é o que acontece. Com a redução dos recursos para 180 Abav 2015

Setembro

a pasta do Turismo a Embratur ficou com uma verba que não ultrapassa os R$ 100 milhões, o que é muito pouco para promover o Brasil como se deveria. Por outro lado, a alta do dólar favorece o turismo doméstico e, pode ser até, que nas próximas férias haja um incremento nas taxas de ocupação dos resorts. O problema é que essa ocupação é muito sazonal e existe um aumento na demanda apenas no período das férias e dos feriados de final de ano. Fora isso, as taxas caem abruptamente. Faltam produtos para a cesta de consumo dos brasileiros interessados em viajar pelo país na baixa estação. M&E – Diante deste quadro existe intenção das associações do setor de trabalhar de forma conjunta para apresentar propostas ao Governo?

Alexandre Sampaio – Sim existe essa possibilidade e já existe uma movimentação tanto da FBHA, como do Fohb e da ABIH Nacional no sentido de elaborar uma pauta com prioridades para serem levadas ao legislativo e ao executivo para que possamos buscar soluções conjuntas que venham a amenizar o impacto desta crise. É um momento complicado e ainda enfrentamos concorrências desleais, como é o caso do portal Airbnb que vem atuando no mercado brasileiro no sistema de reserva de quartos de residências particulares cadastradas. O problema é que o Governo exige dos hotéis uma carga tributária complexa, enquanto um portal internacional não tem esse custo. É preciso criar uma legislação onde eles venham também a pagar impostos porque do modo que está é completamente injusto com o nosso setor. M&E – O aumento do dólar frente ao Real não beneficia a vinda de turistas estrangeiros ao Brasil e, consequentemente a hotelaria? Alexandre Sampaio - Mesmo com o câmbio mais alto, o que facilitaria a vinda dos turistas estrangeiros, isso não vai acontecer porque há um quadro incerto com muitas oscilações gerando incertezas. E neste cenário as viagens ficam bastante inibidas. Claro que com as Olimpíadas mercados como o do Rio de Janeiro devem ser beneficiados. Mas de um modo em geral não se percebe esse aumento na vinda de estrangeiros até porque vivemos uma crise econômica mundial onde apenas os Estados Unidos mostram sinais de recuperação. M&E – Dentro desse cenário da crise como o empresário e o agente de viagens deve proceder para aproveitar as oportunidades? Alexandre Sampaio – Temos uma realidade onde cada vez mais o uso da internet facilita o acesso e a compra direta do consumidor de uma reserva hoteleira. Isso reduz o custo do hoteleiro já que não existe a cadeia intermediária. Por outro lado os agentes de viagens e consolidradores devem procurar também atuar como consultores de viagens e usar também as ferramentas tecnológicas disponíveis para aumentar suas vendas. Há uma tendência de concentração e o pequeno agente tem que ter uma gestão eficiente procurando orientar seu cliente e buscar junto ao mercado oportunidades que acontecem mesmo em tempos de crise.


Sebrae

política Entrevista com André Spínola

“Turismo é um negócio que movimenta bilhões”

D

entro da estratégia de planejamento nos setores que integram a cadeia produtiva do Turismo, questões como modelos de gestão e capacitação têm sido considerados essenciais para um bom planejamento e crescimento. Neste contexto, o Sebrae tem procurado oferecer cursos e programas voltados para micro empresário e a mão-de-obra especializada. No final do ano passado o Sebrae Nacional junto com o Ministério do Turismo lançaram o Guia de Boas Práticas em Turismo que reúne casos de sucesso em inovação na gestão do turismo, selecionados em pesquisa realizada em 65 destinos. De acordo com André Silva Spinola, Gerente Nacional de Atendimento Setorial do Sebrae Nacional, a instituição tem colaborado também para mensurar o Índice de Competitividade no Turismo, cooperando deste modo para auxiliar o setor a mensurar dados e informações no planejamento estratégico de cada área. M&E - Como o Sebrae tem se posicionado em relação ao turismo no cenário atual onde a crise econômica tem afetado inúmeros segmentos incluindo o micro e pequeno empresário? André Spínola - Temos como público-alvo 99% dos empreendimentos turísticos brasileiros, que são pequenos negócios. Para melhor atendê-los, trabalhamos de forma prioritária cinco segmentos turísticos: Ecoturismo, Turismo Cultural, Turismo de Aventura, Turismo de Negócios e Eventos, Turismo de Sol e Praia e Turismo Rural. O Sebrae é, reconhecidamente, pioneiro no turismo brasileiro. Nossa atuação parte do princípio que o turismo é, acima de tudo, um negócio. Um negócio que movimenta bilhões no mundo todo. E que tem uma particularidade: ele é coletivo. Mesmo em tempos de crise econômica diferentes elos da cadeia produtiva buscam o mesmo cliente (turista) e se somam para constituir a oferta turística de um determinado território. Nesse sentido, se existe um elo frágil, toda a oferta está comprometida. Por isso, o Sebrae busca sempre a articulação de redes, que atuem de forma integrada em prol do desenvolvimento econômico do país.

do Sebrae e preencher sua ficha de cadastro. No caso das empresas que necessitarem adequações, o Sebrae oferecerá cursos de capacitação para a qualificação junto ao Comitê. Ao final do Sebrae no Pódio, as empresas participantes receberão uma certificação/codificação internacional, o UNSPSC, que equivale ao CNAE.

M&E - De que modo o Sebrae tem contribuído para acelerar programas de capacitação com vista a megaeventos como as Olimpíadas que acontecem no Rio em 2016? André Spínola - Para as Olimpíadas, o Sebrae RJ está gerenciando o Projeto Sebrae no Pódio, cujo objetivo é mobilizar e capacitar as micro e pequenas empresas para serem possíveis fornecedores de produtos e serviços nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Para participar, o empresário deve procurar um ponto de atendimento

M&E – Qual foi o investimento no Turismo em 2014 e o que está previsto para os próximos anos? André Spínola - Somente em 2014, foram investidos quase R$ 53 milhões em diversos projetos de turismo e alimentação fora do lar, que atenderam cerca de 14.500 pequenos negócios. Para o ciclo de planejamento de 2015-2018, já estamos atendendo 61 projetos de 20 diferentes estados, todos voltados para a promoção da competitividade e o desenvolvimento sustentável

dos pequenos negócios da cadeia produtiva do turismo. A previsão de recurso investido para esses projetos é na ordem de R$ 100 milhões. Além disso, atendemos o setor por meio de convênios e acordos de cooperação com parceiros, movimentando um recurso de, aproximadamente, R$ 32 milhões no período de 2013 a 2018. Considerando o próximo ciclo de planejamento que se inicia em 2016 e termina em 2019, a expectativa é de investirmos outros R$ 100 milhões em projetos de turismo e atendermos cerca de 125 mil pequenos negócios. M&E - Mesmo com a retração da economia, o Turismo continua apresentando boas perspectivas. Como os agentes de viagens podem se beneficiar deste momento? André Spínola – No ano passado de acordo com dados do Ministério do Turismo, o setor movimentou R$ 200 bilhões no Brasil, em um calendário que teve 20 dias a mais para viagens em função dos feriados em dias úteis e suas prolongações. Contudo, o Brasil ainda é um país com baixo índice de viagens por habitante, com uma média de meia viagem por pessoa. Nesse contexto, o principal desafio é convencer as pessoas a viajarem mais. E os agentes de viagens têm papel crucial nesse processo de conquista de novos clientes. A alta dólar tende a ser um aliado para as viagens domésticas. É o momento do Brasil se apresentar para seu público interno e oferecer condições de viagem mais atrativas. M&E – Na conjuntura atual os profissionais do setor, em especial os agentes, onde devem buscar as oportunidades num cenário de crise? André Spínola - A máxima “é da crise que surgem as oportunidades” continua valendo. Para os agentes de viagem, as oportunidades estão contidas no amplo mercado interno que temos a disposição. Dados oficiais apontam que apenas 62 milhões de brasileiros viajaram até agora, havendo ainda 70 milhões que podem viajar nos próximos anos. Com a ascensão da nova classe média no país, viajar é um importante ato de afirmação social. O Capacitar-se, inovar, oferecer serviços de qualidade, entender a demanda, trabalhar em rede. Esses são imperativos para aqueles profissionais que querem se sobressair no novo contexto do turismo brasileiro. Em momentos de crise, aqueles que se arriscam e empreendem, auxiliam o país a avançar e podem ter como recompensa mercados até então pouco explorados. Setembro Abav 2015

181


Anseditur

política Entrevista com Cristiano Rodrigues

Alta do dólar aquecerá turismo interno

E

m meio a crise econômica que atingiu o Governo Federal e as esferas estaduais e municipais, a Associação Nacional dos Secretários e Dirigentes Municipais de Turismo (Anseditur) apóia a proposta, em estudo pelo Ministério do Turismo, de estabelecer um modelo de classificação dos municípios com vocação turística com base na infraestrutura de cada cidade. De acordo com o presidente da entidade, Cristiano Rodrigues, o modelo permite que se tenha um parâmetro de comparação na definição das necessidades e carências de cada município, bem como na distribuição de recursos por parte do Governo Federal. Outra medida que a Anseditur considera um avanço é a abertura de sua sede em Brasília, nas dependências do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Para Cristiano Rodrigues a presença permanente da Anseditur na capital federal pode contribuir para um diálogo mais intenso com outros interlocutores, incluindo o MTur. M&E – De que modo os municípios com vocação turística foram afetados pela crise, e como vê a proposta do Mtur de criar um modelo de classificação com base na infraestrutura de cada um deles? Cristiano Rodrigues – Neste período de crise em que faltam recursos é importante que os municípios possam repassar para a Anseditur suas carências e necessidades mais urgentes para que possamos estabelecer um diálogo e servir de interlocutor junto ao Ministério do Turismo. É um momento complicado para estados e municípios, mas mesmo assim estamos otimistas ainda mais agora com a variação cambial que pode e deve levar a um aquecimento do turismo doméstico. Na crise sempre há boas oportunidades e os municípios turísticos devem estar atentos para identificar as demandas do mercado. Quanto a proposta apresentada pela Secretaria Nacional de Políticas de Turismo do Mtur é importante se criar um referencial sobre a infraestrutura de cada município. Isso pode ajudar no sentido de se traçar um panorama nacional, pois nunca é demais lembrar que o turismo neste país começa mesmo pelos municípios. É importante também que o Governo crie campanhas de incentivo para fomento ao turismo doméstico. M&E – Vocês acabaram de assinar um convênio com o Centro de Convenções Ulysses Guimarães para ocupar um espaço que servirá de sede da Anseditur. O que levou a essa iniciativa? Cristiano Rodrigues – Há muito que era desejo nosso ter uma sede própria e por

182 Abav 2015

Setembro

meio do convênio firmado optamos por ter a nossa sede em Brasília, que é o centro das decisões políticas e econômicas do país. O fato de termos um representante permanente na capital federal certamente irá ajudar em muito no processo de aproximação com outros interlocutores, principalmente no que diz respeito ao Ministério do Turismo. Creio que será um avanço para nossa associação na medida em que ganhamos com isso maior visibilidade. Já a partir deste mês de setembro estaremos iniciando nossas atividades e colocando em pauta medidas que possam vir a fortalecer o turismo regional. Queremos ter uma secretaria executiva e um espaço para reuniões. Nossa meta é ampliar cada vez mais o número de

associados e isso foi possível graças a mudança de estatuto em 2014, quando permitimos a entrada de outros municípios com vocação turística além dos 65 destinos indutores. M&E – Um dos desafios dos municípios turísticos sempre foi a questão de uma melhor acessibilidade. Regiões como Sul, Centro- Oeste, Norte e até o Nordeste carecem de mais voos e facilidades de acesso. Acredita que o fomento da aviação regional poderia amenizar o problema? Cristiano Rodrigues – Sem dúvidas. Vejo por experiência própria as dificuldades que temos para comercializar nossos produtos na região Norte por falta de voos. A situação para venda de pacotes turísticos é dificultada por esse fator. Fica até difícil trabalhar novos produtos já que tanto a malha aérea como a malha rodoviária são bastante deficientes fora dos grandes centros. Acredito que se a aviação regional recebesse incentivos por parte do Governo poderia ser uma saída para amenizar toda essa problemática. Muitas vezes as grandes companhias operam com grandes equipamentos e exigem uma demanda. Já a aviação regional operaria com equipamentos menores facilitando o acesso entre municípios do interior. M&E – Como os agentes de viagens podem aproveitar as oportunidades geradas em períodos de crise como o que acontece no nosso país? Cristiano Rodrigues – Creio que os profissionais do mercado sempre devem estar atentos as tendências e novidades de mercado. Muitas vezes esse foco se concentra apenas nos grandes centros e se esquece as ofertas que municípios turísticos podem ofertar. Para isso é preciso fazer pesquisa de campo e usar as novas tecnologias para ampliar suas carteiras de produtos. Os agentes de viagens poderiam com isso aumentar seus ganhos. Um outro fator importante é usar a criatividade, de modo a atender as expectativas do seu cliente. O momento é favorável ao turismo doméstico e não vender apenas viagens internacionais e essa tendência deve se manter também para o verão. Daí ser importante que o agente de viagens procure ofertar não apenas um destino mas até mesmo um pacote que inclua atrativos de toda uma região.


CTI Nordeste

política Entrevista com Jeanine Pires

Câmbio levará a crescimento no doméstico

A

s vésperas de mais uma temporada de verão, as principais capitais do Nordeste apostam num cenário mais promissor. As razões estão fundamentadas na variação cambial, que deve levar a um crescimento do turismo doméstico e também pela decisão da Tam de criar um hub numa das capitais nordestinas. Na opinião de Jeanine Pires, secretária de Turismo de Alagoas e atual presidente da CTI Nordeste, o desafio passa pela necessidade de uma melhor articulação dos estados nordestinos, bem como a adoção de um modelo de gestão que traga novos associados e possa gerar mais recursos contribuindo assim para que a entidade ganhe maior liberdade e espaço dentro do cenário nacional e internacional. M&E - Como a crise impactou o turismo do Nordeste? Que medidas a CTI tem adotado para amenizar esse impacto? Jeanine Pires - Com a alta do dólar, os brasileiros decidiram viajar mais para destinos do país. O último Boletim de Intenção de Viagem do Ministério do Turismo, referente ao mês de julho, revela que 73,3% dos brasileiros pretendem viajar para um destino do Brasil neste ano. Essa mesma pesquisa mostra que 43,5% desses brasileiros querem viajar para o Nordeste. É preciso saber usar esse estímulo, é o que a CTI tem feito, articulando ações conjuntas e inovadoras que permitam o posicionamento do Nordeste, a exemplo do Turismo Week Nordeste. M&E - Qual seria a nova formatação ideal para que a BNTM ganhe um novo impulso? Jeanine Pires - Estamos estudando um formato que permita que a entidade seja mais ágil, tenha facilidades em relação aos seus associados e ainda estudando formas de buscar fontes de recursos. A BNTM é uma das atividades da CTI, que vem sendo debatida e que deverá ganhar um formato mais funcional com custos mais baixos. M&E - Um dos problemas do Nordeste sempre foi a falta de voos. O estímulo a aviação regional poderia mudar isso? E a criação do hub da Tam pode contribuir para amenizar o problema? Jeanine Pires - O hub da Tam certamente vai estimular a criação de novas rotas regionais, melhorando a conectividade entre os estados do Nordeste e fortalecendo a competitividade no mercado internacional, isso porque a facilidade de traslado entre os estados vai permitir uma quantidade mais expressiva de negociações de pacotes que vendam o turismo integrado em diversas áreas da região. As rotas terrestres também serão cada vez mais uma

opção para que as facilidades de transporte possam ajudar nos roteiros integrados M&E - Como os profissionais de turismo, especialmente os agentes de viagens, devem aproveitar as oportunidades num periodo de crise? Jeanine Pires - Os agentes podem usar seus conhecimentos e áreas específicas de atuação para entender a demanda dos clientes e explorar ao máximo o potencial dos destinos. Outro ponto fundamental é oferecer facilidades que estimulem o turista a comprar sua viagem em uma agência, mostrando vantagens comparativas, experiências inovadoras e dicas que somente os profissionais do setor podem dar. M&E - A promoção conjunta do Nordeste é um sonho antigo. Qual a melhor estratégia para viabiliza-la? Jeanine Pires - A articulação entre os estados para buscar parceiros estratégicos, com relevân-

cia nos mercados de atuação é nossa melhor estratégia. Com a Turismo Week, por exemplo, conseguimos diferenciar a região dos outros destinos, fortalecendo o imaginário do consumidor frente ao Nordeste como rota atraente, em uma ação de grande impacto e baixo custo para os estados. Neste cenário de crise, seria mais difícil um estado isolado viabilizar uma ação com essa repercussão, juntos somos mais fortes. M&E - E a questão da capacitação da mão de obra como equacionar essa questão? Jeanine Pires - É um desafio constante, tanto dos organismos públicos como das empresas. O turismo é baseado na relação entre pessoas, os serviços são a chave para o sucesso das experiências do turista e os profissionais do setor precisam se atualizar e garantir serviços de alto padrão. Os brasileiros estão cada vez mais experientes em viagens, assim como os estrangeiros, nesse sentido ter o que outros destinos tem é mais do que obrigação, e os diferenciais é que vão mostrar nossa competitividade. M&E - Eventos como o Turismo Week ajudam a comercializar o produto nordestino. Como o Governo pode estimular mais o turismo doméstico? Jeanine Pires - O nosso principal papel é ampliar a quantidade de informação dos destinos, fazer com que nosso produto chegue aos mecanismos de venda e encante o turista também de forma direta. Um resultado de sucesso será alcançado a depender a proximidade entre o que vendemos e o que entregamos. Se as pessoas ficarem satisfeitas com suas viagens elas se tornarão agentes propagadores daquele destino, espalhando fotos, vídeos e opiniões que vão passar a compor uma “inteligência virtual coletiva” que chegará a milhares de pessoas através das mídias digitais. M&E – E em relação a Alagoas, como o estado está se preparando para a temporada de verão? Jeanine Pires - O Governo de Alagoas, em parceria com a Administração do Porto de Maceió, vai construir um trapiche para melhor acomodar os navios que chegam a costa maceioense, lotados de turistas no verão. A nova estrutura vai ficar pronta em dezembro deste ano. Ela vai melhorar o desembarque dos passageiros e dar mais comodidade ao turista que chega ao estado. Setembro Abav 2015 183


Fornatur

política Entrevista com Jaime Recena

“Turismo começa por municípios e estados”

A

o mesmo tempo em que defende a criação da Lei de Incentivo ao Turismo, a exemplo do que já acontece com outras áreas, como cultura e esporte, o presidente do Fornatur, Jaime Recena, secretário de Turismo do DF, critica o que classifica como medidas de retrocesso, quando se refere ao corte de 74% no orçamento da pasta do MTur decidido pelo Governo. O dirigente teme ainda que com a redução dos ministérios o turismo possa ser anexado a outras pastas. Ao mesmo tempo, defende a mudança do papel da Embratur para que a instituição ganhe maior agilidade e recursos nas ações de promoção internacional e lembra que a flexibilização dos vistos pode ajudar a trazer mais visitantes ao país. O dirigente também defende a formatação de programas de incentivo ao turismo doméstico e lembra que a variação cambial favorece o país na vinda de turistas estrangeiros, bem como o turismo nacional. M&E – Como os estados têm sentido o impacto da crise econômica no setor de turismo e como tem sido o diálogo com o Mtur para fortalecimento do turismo doméstico? Jaime Recena – De fato a crise tem impactado o turismo estadual como tem acontecido também nos municípios e na esfera federal. Temos procurado manter um diálogo permanente com o MTur no sentido de levar nossas propostas, de modo que o Governo possa entender que o turismo começa pelos municípios e estados. Temos hoje a necessidade de trazer um volume maior de turistas estrangeiros e a flexibilização dos vistos seria uma medida saudável, principalmente no momento em que a alta do dólar torna o custo Brasil mais barato para o turista estrangeiro. Outra preocupação tem sido em relação a postura do governo federal em relação a importância do turismo. Temos exemplos clássicos de países que diante da crise econômica decidiram investir neste setor, como foi o caso da Espanha e da França, ou mesmo os Estados Unidos onde o presidente Barack Obama tem dado todo o apoio ao turismo norte-americano criando medidas de incentivo. A meta deles é chegar aos 100 milhões de turistas estrangeiros e estão caminhando para isso. Aqui está acontecendo justamente o contrário. As vésperas da Olimpíada o Governo decide realizar um corte de 74% do orçamento da pasta, o que considero um verdadeiro retrocesso e uma falta de visão sobre a importância deste setor. Uma das formas mais rápidas de criar investimento e renda é justamente investir no turismo. Lembro que o Brasil recebe um volume de turistas aquém de suas possibilidades. Preocupa também a possibilidade do turismo deixar de ser uma pasta independente. Se isso acontecer estaremos indo na contramão da tendência mundial. 184 Abav 2015

Setembro

M&E – Diante da variação cambial o brasileiro tem optado por realizar viagens domésticas. Não seria o momento do Governo realizar parcerias com o setor privado para incentivar esse mercado consumidor? Jaime Recena – Certamente que sim. Creio que seria ótimo o Governo buscar criar novos programas de modo a incentivar o brasileiro a conhecer melhor o seu país. Temos aí exemplos de sucesso como este organizado pela Braztoa, o Turismo Week que teve ótimos resultados no Nordeste. Hoje o brasileiro está com essa tendência e tanto os estados como o Governo devem valorizar o produto nacional seja em sua cultura, seja pela gastronomia ou mesmo pelos atrativos naturais. Tudo isso passa também pelo fomento ao transporte. Precisamos oferecer mais opções como é o caso do turismo ferroviário, que praticamente foi

desativado ha anos. A aviação é outro setor que precisa ampliar a oferta da malha aérea por todo o país, e neste sentido a aviação regional deve receber as prometidas medidas de incentivo de modo a facilitar também o transporte entre estados e municípios onde não haja demanda suficiente para operações de grandes equipamentos. M&E – Quais são os três principais itens que o Fornatur vem defendendo no interesse dos estados, como pontos prioritários? Jaime Recena – Eu diria como primeiro ponto a transformação da Embratur numa agência reguladora com capacidade de obter recursos suficientes para promoção do país junto aos principais destinos emissores. Esse tema já vem sendo discutido há algum tempo, mas precisa avançar rapidamente. Também destaco a maior presença dos estados nas redes sociais de modo a explorar o segmento e as novas tecnologias. Este é um projeto que começa a ganhar forma e certamente pode nos ajudar muito. Lembro que os aplicativos e a internet devem ser melhor explorados sendo o ministério do Turismo o condutor desta iniciativa, de modo a usar a internet como uma ferramenta de promoção junto aos principais destinos emissores. Não adianta cada estado criar uma metodologia. O terceiro item seria a criação da Lei de Incentivo ao Turismo como já acontece com o esporte e a cultura. Lembro que para todo dinheiro investido no turismo existe geração de renda e emprego. Precisamos de medidas de incentivo. M&E - De que modo os agentes de viagens e demais profissionais de turismo podem melhorar seus ganhos no trabalho junto ao turismo doméstico? Jaime Recena – De fato os profissionais que atuam no turismo estão investindo cada vez mais na segmentação de mercado. Isso é uma saída em função das facilidades que a internet oferece hoje ao consumidor. É preciso que o agente de viagens ofereça um diferencial por meio da carteira de produtos que oferece. Temos aí pela frente as Olimpíadas que vão gerar grandes oportunidades. Será um evento de padrão internacional. As próprias companhias aéreas podem criar passes com tarifas atraentes incentivando que o turista estrangeiro a visitar mais de um estado. Todas essas medidas são bem vindas. Só não podemos perder as oportunidades que o mercado gera com megaeventos como esse.


Enquete A real dimensão da crise econômica nos estados e municípios

Qual o real impacto da crise econômica e do corte de 74% do orçamento do MTur, que também suspendeu a verba descentralizada, um recurso importantíssimo para as administrações regionais?

Luiz Fernando Moraes, Secretário de Turismo de Porto Alegre Desajuste - “O impacto do contingenciamento dos recursos do MTur são maiores nos próprios programas federais no curto prazo e, no médio, em toda a cadeia. A instabilidade econômica e política gerou um desajuste geral na indústria do Turismo. Como todos estão no mesmo sistema, na esfera municipal o dinheiro também sumiu. Estamos estudando algumas formas econômicas e criativas de promoção para tentar reverter essa tendência de queda, em especial na ocupação da hotelaria”

Filipe Freitas Mello, Secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Santa Catarina Promoção “Estamos fortalecendo a promoção no mercado interno, já que a alta do dólar faz com que muitos brasileiros escolham destinos nacionais. Além disso, também devido ao cenário econômico, estamos trabalhando com ações voltadas aos parceiros do Mercosul, visando atrair turistas desses países. Também vale destacar que está sendo veiculada uma campanha publicitária com imagens de Santa Catarina mostrando atrativos turísticos, esportivos e culturais.”

Adenauer Góes, Secretário de Turismo do Pará

Oreni Braga, presidente da Amazonastur

Expectativa - “Entre 2011 e 2014, assinamos apenas um convênio de infraestrutura portuária para o Município de Ponta de Pedras no valor de R$ 400 mil, que até agora não foi liberado. O Pará cumpriu com todo o check list, e até a presente data o Governo Federal, como avalista do empréstimo internacional, não nos fornece o aval necessário, sendo o financiamento do BID e do Tesouro do Estado.”

Estratégia - “A estratégia tomada pela diante deste cenário foi inicialmente o de definir as prioridades, sobretudo aquelas voltadas para infraestrutura como é o caso da 2ª Etapa do Centro de Convenções e o Parque Temático, considerados essenciais para o fomento do turismo estadual. No entanto, continuamos a acreditar que falta um pouco mais de estratégia no país, diante do Brasil “mais barato” para seduzir os turistas estrangeiros.”

Agnaldo Hilton dos Santos, Secretário de Turismo de Itajaí Impacto “Este impacto econômico deixa o mercado do turismo numa sazonalidade. O turismo doméstico tende a ganhar muito, principalmente com a elevação da moeda estrangeira. Creio que o MTur não pensa diferente. Estamos trabalhando para que possamos atender e mudar através das parcerias com Sebrae e própria iniciativa privada, o fortalecimento dos pontos turísticos e principalmente na integração com gastronomia e serviços de qualidade da rede hoteleira.”

Antonio Pedro Figueira de Mello, Secretário de Turismo da cidade do Rio de Janeiro Distintos “O corte do Ministério não nos afeta porque na Secretaria continuamos com a nossa verba trabalhando fortemente pela indústria do Turismo. Não há como negar o momento delicado da economia, mas se você pensar que no Turismo não é tanto, porque o dólar em alta traz mais turistas estrangeiros, para o Rio de Janeiro e Brasil“

Setembro Abav 2015 185


Enquete A real dimensão da crise econômica nos estados e municípios

Qual o real impacto da crise econômica e do corte de 74% do orçamento do MTur, que também suspendeu a verba descentralizada, um recurso importantíssimo para as administrações regionais?

Camilo Simões, secretário de Turismo e Lazer do Recife Oportunidades - “Crises criam oportunidades. Vivemos um momento de aquecimento do turismo interno e, com a alta do dólar, de fortalecimento do turismo internacional. Recife é uma cidade que acredita e investe na atração de turistas. E, como não estamos imunes ao momento econômico, criamos um grupo de trabalho com todo o trade turístico da cidade.”

Nelson Pelegrino, secretário estadual de Turismo da Bahia Potencial - “Temos no estado grande potencial para o Turismo ainda não explorado. Precisamos investir mais em infraestrutura para que nossa vocação seja melhor aproveitada. Temos procurado investir em áreas com potencial como a Baía de Todos os Santos. Também queremos mobilizar o trade de modo a criar pacotes turísticos que beneficiem o turismo estadual. Com a alta do dólar ficou mais em conta viajar pelo país e a Baía se prepara para mais uma temporada de verão de braços abertos”

186 Abav 2015

Setembro

Érico Pina Mendonça Junior, secretário Municipal de Cultura e Turismo de Salvador Legado “Salvador tem como legado a sua estabilidade financeira e fiscal que lhe permite suportar, com muita resistência, essa situação econômica do país. A Secretaria segue com o mesmo projeto traçado desde 2013, com foco em segmentos prioritários na área de cultura e sol & praia. Para isto vem investindo em novos equipamentos e uma grade de eventos que complemente a agenda do turista.”

Nilo Sérgio Félix, secretário de Turismo do Rio de Janeiro Diversificação - “A Secretaria de Estado de Turismo e TurisRio juntamente com dez órgãos de turismo fluminenses com apoio da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis - ABIH-RJ, lançaram recentemente o projeto “Cidades Maravilhosas” no 10º Festival de Turismo das Cataratas. A ideia é estimular não só os turistas estrangeiros, como também chamar a atenção dos cariocas de que existem recantos pouco explorados no eixo metropolitano.”

Jacó Gimennes, presidente da Paraná Tur Competitivo -“Com os aprendizados do Paraná Competitivo teremos as bases para discutir a futura Lei de Incentivo ao Turismo, com especial atenção ao Funtur (Fundo de Desenvolvimento do Turismo). No eixo Mercado Turístico lançaremos em breve uma campanha de Turismo Internacional em convênio com a Embratur voltando a participar de feiras internacionais e de ações integradas com as Embaixadas Brasileiras.”

Felipe Carreras, secretário de Turismo de Pernambuco Voos - “Mesmo num período de crise já tivemos o anúncio de dois novos voos internacionais para o Estado. O primeiro deles foi a nova rota para Buenos Aires e o outro a conquista da rota para Cabo Verde, resultado do atual momento que Pernambuco vive. Do mesmo modo que além de novos voos internacionais e de novos cruzeiros, queremos aumentar o fluxo de turistas nacionais e internacionais no estado. Outra ação importante que faz parte do plano de governo, é requalificação e ampliação do Centro de Convenções de Pernambuco”


Turismo LGBT

Potencial pouco explorado Turistas deste segmento estão entre os que mais gastam, mas Brasil carece de preparação para atrair mais o público LGBT Nathalia Marques

O

Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE) identificou ao menos 67,4 mil casais formados por pessoas do mesmo sexo no Brasil em 2010, o que representava 0,18% da população. Empresas de pesquisas de mercado, com a inSearch, estima que a população LGBT brasileira atual chegue a 18 milhões. Controversas a parte sobre o número oficial, pesquisa revelou que o público brasileiro LGBT gastam até 30% mais em bens de consumo e 43% mais com lazer dos que os heterossexuais. Além disso, o turismo ganha destaque nos gastos do público gay. No ranking da consultoria americana Out Now Consulting, o Brasil ficou em segundo lugar com um gasto com viagens de US$ 22,9 bilhões em 2013, atrás apenas dos Estados Unidos. Apesar dos números relevantes, o Turismo LGBT brasileiro ainda é pouco explorado. Os motivos? São muitos e passam por questão que vão da falta de pessoal especializado no assunto, preconceito, falta de divulgação e plano estratégico. Mara Dalla, presidente Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes (Abrat-GLS), frisou que há duas formas de divulgar um destino como friendly e que falta no Brasil um planejamento estratégico. “Pode-se trabalhar em nível de direitos humanos ou a um nível de marketing. Destinos bem sucedidos fazem os dois trabalhos a longo prazo. O Brasil precisa fazer os dois de forma consistente. No que toca ao marketing turístico, precisamos de um planejamento estratégico de longo prazo para o segmento, o que não se conseguiu até hoje”, ressaltou.

A presidente da entidade ainda lembrou que os diversos casos de homofobia podem afetar a imagem do destino, mas acredita que os turistas não sofrem com este problema. “Já tivemos operadores de turismo questionando se era seguro mandar seus clientes LGBT ao Brasil. A realidade é que estes ataques acabam quase sempre afetando mais a população local do que o turista. E também ataques ocorrem em todos os lados, mesmo em destinos considerados super seguros para LGBTs, e o que mais interessa à comunidade é como o país reage a estes ataques e também analisam a legislação vigente com relação aos direitos dos LGBTs”. Outra questão importante para o avanço deste segmento são os serviços turísticos específicos para este público. No Brasil, apesar do volume do público que promove a demanda – ainda são poucas as empresas que oferecem. John Tanzella, Presidente e CEO da Associação Internacional de Viagens para Gays e Lésbicas (do inglês International Gay and Lesbian Travel Association – IGLTA), explica que isso acontece pela falta de informação. “Muitas vezes não é por conta do preconceito, as empresas são apenas desinformadas. Por exemplo, as empresas não têm nenhum LGBT na equipe e não se sentem como eles, então não sabem como oferecer serviços LGBT”. Ele explicou que solução para este problema está nas alianças. “Nós encorajamos as empresas a chegar até a IGLTA, a Abrat e outras organizações LGBT em busca de orientação. Nós realmente valorizamos nosso relacionamento com a Embratur e o compromisso que eles mostraram na promoção de viagens LGBT no Brasil”, finaliza.

Setembro Abav 2015 187


Abrat GLS

Turismo LGBT Entrevista com Marta Dalla

Turismo LGBT precisa de planejamento para crescer

O

Brasil é um dos destinos mais procurados na América do Sul pelo público LGBT, segundo o Ministério do Turismo (MTur). Marta Dallas, presidente da Abrat GLS, explicou que o Brasil já está no imaginário destes viajantes. No entanto, o país ainda precisa investir em alguns pontos para atrair mais os turistas. “Do ponto de vista de percepção do país como um destino gay friendly, pode-se trabalhar em nível de direitos humanos ou a um nível de marketing. Destinos bem sucedidos em longo prazo fazem os dois trabalhos”, destacou. M&E - O público LGBT representa 10% dos viajantes e movimenta 15% do faturamento no setor, de acordo a Organização Mundial do Turismo. Há dados sobre o segmento no turismo brasileiro? Marta Dalla - Temos somente dados pontuais de pesquisas feitas durante os grandes eventos LGBT, como a Parada de São Paulo e o Carnaval do Rio. Estas pesquisas, embora não sejam abrangentes o suficiente para nos dar um perfil do segmento, nos mostram que o impacto econômico destes dois eventos são impressionantes. A SPTuris estima o impacto econômico da Parada de São Paulo em R$ 360 milhões. Por sua vez, a pesquisa do ano passado da RioTur com a Coordenadoria da Diversidade Sexual do Rio de Janeiro mostrou que 30% da renda do Carnaval do Rio vem da comunidade LGBT, uma contribuição de quase R$ 470 milhões da comunidade aos cofres do Rio, somente, na semana do Carnaval. M&E - Segundo o Ministério do Turismo, atualmente o Brasil é um dos países mais procurados na América do Sul pelos turistas LGBTs. Quais são os fatores que levam o público LGBT a optar por determinado destino? Marta Dalla - Segundo uma pesquisa recente da Community Marketing de São Francisco, uma empresa que realiza pesquisa com a comunidade LGBT americana há mais de 20 anos, os LGBTs escolhem os destinos de suas viagens por muitos motivos, tão variados quanto os heterossexuais, e, ao contrário do que se pensa, ter produtos exclusivos para o segmento (por exemplo, vida noturna GLS) não está entre os cinco primeiros motivos.

188 Abav 2015

Setembro

Eles buscam sol e praia, cultura como uma das prioridades. Mas estas pesquisas também mostram que eles buscam destinos onde sejam bem recebidos, ou seja, locais gay friendly. Além disso, existem países, como o Brasil, que sempre estiveram no imaginário, pelo menos de parte da comunidade, como um país a ser visitado. M&E - É recorrente nos jornais brasileiros noticias sobre atos de homofobia. A senhora acredita que isso gera um impacto do turismo LGBT? Marta Dalla – Sim. Isto sem dúvida afeta a imagem do país. Já tivemos operadores de turismo questionando se era seguro mandar

seus clientes LGBT ao Brasil. A realidade é que estes ataques acabam quase sempre afetando mais a população local do que o turista. E também ataques ocorrem em todos os lados, mesmo em destinos considerados super seguros para LGBTs, e o que mais interessa a comunidade LGBT é como o país reage a estes ataques e também analisam a legislação vigente com relação aos direitos dos LGBTs. Neste ponto, o Brasil está num estado intermediário de evolução, temos casamento igualitário, mas não temos proteção na Lei contra a discriminação ou reconhecimento dos transexuais, como já existem em países vizinhos como o Uruguai e a Argentina. M&E - A Embratur está constantemente divulgando o Brasil como destino gay friendly. As ações já vêm surtindo efeito no número de turistas LGBT? Marta Dalla - A Embratur é o único órgão do governo trabalhando o turismo LGBT. Temos cooperado em várias ações e gostaríamos de fazer muito mais, mas de novo, o fato de o turismo brasileiro, não falando somente do segmento LGBT, não seguir um planejamento estratégico fazem os resultados serem muito lentos. Sem dúvida estamos mais conhecidos no segmento LGBT que estávamos há cinco anos. O perigo é que estamos competindo com dezenas de destinos que estão emergindo no mercado e trabalhando de forma forte e consistente o segmento LGBT. Precisamos de consistência. M&E - O que é necessário para que o segmento cresça no Brasil? Marta Dalla - Do ponto de vista de percepção do país como um destino friendly podese trabalhar em nível de direitos humanos ou a um nível de marketing. Destinos bem sucedidos em longo prazo fazem os dois trabalhos. O Brasil precisa fazer os dois de forma consistente. No que toca ao marketing turístico, precisamos de um planejamento estratégico de longo prazo para o segmento, o que não se conseguiu até hoje. Fazemos as ações que podemos, mas precisamos realmente de um plano de longo prazo.


IGLTA

Turismo LGBT Entrevista com John Tanzella

Brasil reconhece valor do mercado LGBT

O

Brasil tem se esforçado para explorar o segmento LGBT. A Embratur já promove os destinos brasileiros como gay friendly. Apesar disso, poucas empresas turísticas oferecem serviços específicos a este público que, segundo o órgão, apresenta gastos per capita em média 30% superior ao público heterossexual. Para John Tanzella, presidente e CEO da Associação Internacional de Viagens para Gays e Lésbicas (do inglês International Gay and Lesbian Travel Association – IGLTA), a falta de serviços específicos no Brasil ainda é fruto da desinformação. “Por exemplo, as empresas não têm nenhum LGBT na equipe e não se sentem como eles, então não sabem como oferecer serviços para este público. Nós encorajamos as empresas a chegar até a IGLTA, a Abrat e outras organizações em busca de orientação”, destacou. Tanzella ainda afirma que, atualmente, a IGLTA possui 20 empresas brasileiras associadas que reconhecem o valor deste mercado. O CEO ressaltou que, mesmo diante da crise, os turistas podem até gastar menos, mas não deixarão de viajar. “Muitos não possuem filhos, por isso gastam mais dos seus rendimentos com viagens. Em tempos difíceis, eles podem até gastar menos, mas não param de viajar. Além disso, fazem mais viagens domésticas do que internacionais”, explicou.

também uma parceria com a Associação Brasileira de Turismo Gay & Lesbian (Abrat). Além disso, Florianópolis hospedou nossa Convenção Anual Global em 2012.

M&E - Apesar da importância do segmento LGBT no Turismo, ainda não há um número grande de empresas turísticas no Brasil que ofereça serviços ou levante a bandeira deste público. Isso pode ser visto como um reflexo do preconceito? John Tanzella – Muitas vezes não é por conta do preconceito, as empresas são apenas desinformadas. Por exemplo, as empresas não têm nenhum LGBT na equipe e não se sentem como eles, então não sabem como oferecer serviços para este cliente. Mas os aliados são muito importantes. Nós encorajamos as empresas a chegar até a IGLTA, a Abrat e outras organizações em busca de orientação. Realmente valorizamos nosso relacionamento com a Embratur e o compromisso que eles mostraram na promoção de viagens LGBT no Brasil.

M&E - Muitos países estão em crise econômica, incluindo o Brasil. De alguma forma, a instabilidade da economia atingiu os viajantes LGBT? John Tanzella - Muitos viajantes LGBT não possuem filhos, por isso gastam mais dos seus rendimentos com viagens. Em tempos difíceis, eles podem até gastar menos, mas não param de viajar. Além disso, fazem mais viagens domésticas do que internacionais.

M&E - A IGLTA tem parceiros no Brasil? Em caso afirmativo, quais são eles? O que difere de outras empresas? John Tanzella - Temos cerca de 20 empresas associadas no Brasil, incluindo os guias turísticos, hotéis e postos de turismo. A Embratur e o Recife CVB, por exemplo, são membros e têm sido muito favoráveis à IGLTA e ao nosso trabalho em prol do turismo LGBT. Eles reconhecem o valor de mercado LGBT e como esse segmento pode ter um impacto econômico positivo sobre um destino. Temos

M&E - Identificar o comportamento do viajante é importante para saber suas necessidades. Como é o comportamento de consumo do viajante LGBT? John Tanzella - Não há uma descrição para o viajante LGBT. Estamos em famílias, casais e solteiros, viajantes, aventureiros, com orçamento para luxo e livre de espírito. É importante reconhecer o que sua empresa faz de melhor e, em seguida, fazer as pessoas LGBT se sentirem bem-vindos. Leis de apoio podem fazer a diferença no Brasil. Para as empresas, a diversidade de formação para o pessoal de marketing é importante.

M&E - Para a IGLTA, quais são os destinos que mais de adéquam às necessidades do público LGBT, tendo em conta a segurança, atividades e serviços? John Tanzella - Somos uma associação baseada em membro com cerca de 80 destinos diferentes. Todos eles estão fazendo um bom trabalho.

“Em tempos difíceis, eles [público LGBT] podem até gastar menos, mas não param de viajar”

Setembro Abav 2015 189


Porto Alegre

Turismo LGBT Entrevista com Luiz Fernando Moraes

Cidade quer ser referência para Turismo LGBT

D

e acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), o público LGBT representa 10% dos viajantes e movimenta 15% do faturamento do setor. Enquanto o mercado mundial de turismo cresce 3,8% ao ano, o segmento avança a 10,3%, dimensiona a organização. Estes viajantes têm maior disponibilidade para viajar a qualquer época do ano e gastam mais que os demais turistas. De acordo com a Embratur, o público LGBT apresenta gastos per capita, em média, 30% superiores, gasta mais em cultura e arte, lazer, entretenimento e vida noturna, dando preferência a estabelecimentos de boa qualidade e amigáveis, onde sejam respeitados e bem acolhidos. Com a visão de que para diversificar a oferta turística na busca de novos mercados é necessário estruturar segmentos nos quais o destino pode ser mais competitivo, a Secretaria de Turismo de Porto Alegre inseriu o Turismo LGBT na pauta da cidade. O objetivo é tornar a capital gaúcha referência entre os destinos turísticos gay friendly do Brasil. De acordo com o secretário de Turismo de Porto Alegre, Luiz Fernando Moraes, o lançamento do Programa de Turismo LGBT da capital gaúcha será nesta Abav. M&E – O que levou a essa iniciativa por parte do turismo municipal e qual sua expectativa? Luiz Fernando Moraes - A cidade é culturalmente reconhecida por respeitar e defender as diversidades, as conquistas e os direitos da comunidade LGBT. E um fato considerado histórico não apenas reforça seu perfil amigável como demonstra que, embora pareça uma contradição, o apego dos gaúchos à tradição não impede posições de vanguarda. Foi a Justiça gaúcha que reconheceu de forma pioneira no país, em 2001, a união homoafetiva como união estável. Esta decisão só tomou contornos nacionais dez anos depois, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a legalidade da união estável entre casais do mesmo sexo. Porto Alegre foi também a segunda cidade no Brasil a realizar a parada do orgulho gay do País, que segue acontecendo todos os anos. Foi em 1977, um anos após a de São Paulo. M&E – Como se dará esse trabalho a partir do lançamento aqui na Abav? Luiz Fernando Moraes - O trabalho de estruturação do segmento LGBT pela SMTUR se iniciou envolvendo a articulação com entidades e empresas do trade, grupos e organizações que atuam na defesa dos direitos e da diversidade, além da área da Livre Orientação Sexual da Secretaria Municipal de Direitos Humanos. Numa primeira etapa, mais de 40 desses representantes, incluindo agências de viagens, operadoras, meios de 190 Abav 2015

Setembro

hospedagem e organizadores de eventos, participaram do seminário “Cenários do Turismo LGBT”, que realizado em julho pela SMTUR em parceria com a Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes (Abrat GLS). M&E – Como analisa o potencial deste mercado em comparação a outros segmentos do turismo? Quais as ações previstas a partir dos estudos realizados? Luiz Fernando Moraes - O potencial do segmento: um público de alto poder aquisitivo e que permanece por mais tempo nos destinos; gasta mais em cultura, arte, lazer, entretenimento e vida noturna com um ticket

médio 30% maior do que o turista de lazer comum; dá preferência a estabelecimentos de boa qualidade onde seja respeitado e bem-acolhido; que no Brasil soma 12 milhões de consumidores em potencial e já responde por 15% do faturamento do setor de turismo no mundo. Um dos resultados do evento foi a formação de um Grupo de Trabalho, integrado por várias entidades de movimentos sociais e instituições como Sebrae, OAB, Infraero e entre outras, que passou a fortalecer o trabalho iniciado pela equipe técnica da SMTUR na identificação das potencialidades da capital gaúcha em receber turistas LGBT, na inventariação dos lugares, serviços e eventos identificados com este público e das melhores práticas já utilizadas para a valorização da diversidade. O conjunto das informações levantadas no mapeamento da oferta da cidade será concentrado em um guia turístico com sugestões de roteiros e em um webtsite específico para o segmento. M&E – E em relação a infraestrutura para atender esse mercado. O que se pode esperar de uma capital como Porto Alegre? Luiz Fernando Moraes - Além da identificação da oferta turística existente, da organização da informação o Programa Porto Alegre LGBT, que estrutura o segmento gay-friendly na capital gaúcha, inclui a qualificação dos serviços de receptivo turístico (hotéis, restaurantes, bares, entre outros) focada em práticas de bom acolhimento do público LGBT. Ainda em setembro, dias 10 e 11, ocorreram workshops da Abrat LGBT para níveis gerenciais da hotelaria e da gastronomia com o objetivo de que se tornem figuras multiplicadoras das boas prática com o público gay dentro de suas empresas. Participaram também representantes das entidades que integram o Grupo de Trabalho criado para apoio ao programa e a equipe técnica da própria secretaria. Já em 29 de outubro outro seminário está agendado, desta vez com dirigentes da IGLTA (International Gay and Lesbian Travel Association), considerado um dos principais canais de divulgação e promoção dos destinos gay friendly no mundo, para ampliar a sensibilização do receptivo local e a percepção do tamanho deste segmento no turismo mundial.


Caribe

Setembro Abav 2015

191


Palavra de especialista Por Maurício Vianna Desde sempre gosto de viver bem e aproveitar tudo de bom que a vida pode proporcionar. Aproveitar a natureza, relaxar ao som das ondas, encantar-se com o canto dos pássaros, admirar aquele pôr-do-sol e se arrumar para as festas que conseguem agitar um arquipélago. Deve ser por isso que o Caribe tanto me atrai. Um local com belos cenários, festas incríveis e praias de dar inveja a qualquer litoral por aí. Deve ser por isso, também, que a maioria das pessoas que habitam todo esse arquipélago são sorridentes e hospitaleiras. Neste paraíso é fácil, né? Para aqueles que só vêm comemorar datas especiais, curtir boas praias e resorts, ou apenas matar a saudades da última temporada, hotéis confortáveis e de renome, boa gastronomia e serviços de primeira qualidade estão sempre lá para servir. Como não gostar de uma temporada em um destino assim? E como eu adquiri todo esse conhecimento sobre o Caribe? Na década de 1990 trabalhei em Cancun e ali aprofundei meus conhecimentos sobre toda a região. A consequência natural de minha vida só estava a algumas horas dali, e era a cidade mais caribenha dos Estados Unidos: seja bem-vindo a Miami! Contratado pela rede Intercontinental larguei minha vida no Caribe (até parece, rs) e fui para os Estados Unidos, local escolhido para continuar um networking profissional pelos

hotéis da América Central. América Central?! Conheço bem este lugar. E novamente, ele estava lá, com sua água azul-turquesa, fauna e flora majestosas e hospitalidade de sempre: o Caribe bateu à minha porta! Desde então passei a viver o Caribe (literalmente). Morei na República Dominicana por quase uma década, antes de retornar ao Brasil em 2010 como representante deste destino o qual considero maravilhoso. Toda a minha crença no poder turístico da ilha deu resultado: de 9 mil visitantes brasileiros a República Dominicana passou a receber 114 mil turistas provenientes do Brasil; o destino alcançou primeiro lugar na lista dos emissores dentro da América do Sul. E você pensa que minha participação no turismo caribenho acabou? Enganou-se! Atualmente continuo representando produtos considerados de alto padrão na região, como o destino Turks & Caicos e Casa de Campo Resort & Villas da minha querida República Dominicana, o qual eu considero maravilhoso. Por falar em Turks & Caicos, o destino é agora uma realidade para os agentes de viagens brasileiros e seus passageiros. Toda a região tem feito grande sucesso no país, simplesmente mais um resultado de um trabalho no qual acreditar e confiar na qualidade vêm em primeiro lugar. Através da minha empresa, a Net Hospitality, continuo em contato direto e diário com o que há de melhor no Caribe e, por isso, digo diariamente que poucos

Maurício Vianna

destinos são tão belos, tão perfeitos e tão sob medida para os brasileiros. Para quem trabalha com turismo não canso de dizer: o Caribe é um excelente produto, que pode ser comercializado tão facilmente quanto a quantidade de inúmeros benefícios de estar em uma região tão maravilhosa como esta. São varias as possibilidades, e as melhores vocês poderão conhecer no diretório produzido pelo M&E nas próximas páginas. Informações: mauricio@nethospitality.com.br

Índice Apresentação Aruba Bahamas Barbados Cuba Curaçao Jamaica Keywest Cancun Riviera Maya 192 Abav 2015

192 194 196 198 199 200 202 204 205 206 Setembro

Porto Rico República Dominicana Saint Maarten Saint Martin Turks & Caicos Costa Rica Ilhas Caiman Ilhas Virgens Panamá Tobago

208 209 212 213 214 216 217 218 219 220


Setembro Abav 2015 193


Aruba Um paraíso tropical perfeito com calor, praias de água cristalina, muitos cassinos e diversão. Isso e um pouco mais é Aruba, uma das mais badaladas ilhas do Caribe. E não é difícil chegar ao paraíso já que Avianca, Gol e Copa Airlines disponibilizam o serviço através de suas conexões pela América do Sul.

Diretório

Caribe 2015 194 194

A diversão em Aruba e é garantida e não acaba nem quando o sol vai embora, muito pelo contrário. Apesar das belas praias, ótimas para a prática de esportes aquáticos, como windsurfe, kite, canoagem, snorkeling e passeios de jipe e catamarã, a noite os cassinos e baladas entram em campo e não permitem o turista dormir cedo. Lojas de marcas internacionais e os deliciosos restaurantes locais também têm espaço no roteiro. Ainda dá para conhecer museus e galerias de arte, além de curtir os divertidos festivais semanais BonBini Festival, Carubbean Festival e Fiesta den Caya. Para quem procura uma viagem bem tranquila, a ilha possui uma infraestrutura completa de lazer, com diversos spas com variados tratamentos. As línguas faladas em Aruba são o holandês, inglês, francês e espanhol. O dólar americano é aceito em todos os estabelecimentos. A temperatura não fica abaixo dos 24ºC, o que garante bronzeamento e calor o ano inteiro.

Saiba mais

ad d i s

O que há de novo

e

Somente em Aruba

Cu rio

Em Aruba, os idiomas oficiais do país são: papiamento e o holandês. O legal é que o papiamento é uma mistura de vários idiomas, com uma pequena influencia do português, o que facilita, certas vezes, a compreensão do turista brasileiro. Já o holandês é aquele mesmo que a gente ouve na Holanda, que me parece uma mistura de inglês com alemão, totalmente impossível de entender.

Infraestrutura

194 Abav 2015

Setembro

Aruba recebe mais de 1 milhão de visitantes por ano e, por isso, lançou um serviço que promete facilitar a vida dos turistas. Trata-se do Aruba Happy Flow, um novo procedimento que será adotado no Aeroporto Internacional Reina Beatrix. Através do reconhecimento facial, os visitantes poderão fazer check-in, despachar a mala, passar pela fronteira e embarcar no avião sem precisar apresentar o passaporte ou cartão de embarque mais de uma vez. Nos próximos anos, o Aeroporto de Aruba deve receber entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões em investimentos, uma vez que o tráfego aéreo continua a aumentar. No ano passado, circularam pelo aeroporto 2.528.377 passageiros, um recorde na ilha. Em Aruba existe a divulgação e a prática de um turismo cada vez mais cada saudável, que combina esporte, alimentação de qualidade e atividades para relaxar. Vale lembrar que a ilha também oferece outras opções de lazer como campos de golfe – sendo um profissional – cassinos e variadas lojas e boutiques para as maravilhosas compras de viagem. Sua localização privilegiada mantém o clima a agradáveis 28ºC quase todo o ano, e o melhor de tudo: Aruba está fora da rota de furacões. Como parte do projeto de revitalização e aprimoramento de Aruba, a iniciativa privada e o Governo investiram recentemente mais de US$ 100 milhões em melhorias expressivas em seus hotéis e em infraestrutura turística. Outros US$ 50 milhões também devem ser investidos no próximo ano. Entre os maiores, estão US$ 36 milhões do Divi Resorts, que até o fim de 2016 construirá 60 novos quartos luxuosos no Divi All-Inclusive.


Setembro Abav 2015 195


Bahamas Um arquipélago no mar do Caribe enfeitado por um conjunto de aproximadamente 700 ilhas. Isso é Bahamas, cujo portão principal de entrada é Nassau. Cerca de 340 mil pessoas vivem em Bahamas, onde o idioma oficial o inglês. O clima tropical e a presença das águas cristalinas, além da abundância de animais marinhos, favorecem o desenvolvimento do turismo, principal atividade econômica do país. Diretório

Caribe 2015 196 196

Cur io

s

Situada entre Cuba e o estado da Flórida, nos Estados Unidos, as Bahamas podem ser consideradas um parque de diversão para ricos e famosos. Todos os anos mais de 1,3 milhão de turistas buscam esse destino onde o melhor começa pelos resorts all-inclusive. Embora a tranquilidade e o hóspede andem lado a lado, é só aproveitar as opções de passeio e mergulho para dar uma agitada nas férias. Quase todos programas podem ser agendados ou são oferecidos pelos grande hotéis, boa parte deles com instalações de lazer que inclui desde campos de golfe, quadras de tênis e spas. Apesar do turismo ser a principal atividade econômica do país, outra grande fonte de receita está no seguimento financeiro, uma vez que esse é tido como um paraíso fiscal, isso por que as taxas tributárias praticadas são baixas, fazendo com que muitos investidores façam aplicações de capital no país.

196 Abav 2015

Saiba mais

de a Bahamas é formada por id três mil ilhas de corais, mas apenas 32

habitadas. Seu nome tem origem espanhola “Bajama”, que significa “Maré baixa”, devido ao mar pouco profundo em torno dela. A moeda local, o dólar bahamense, é ancorada ao dólar americano, com uma paridade de um para um. Mais da metade da população leva o sobrenome Rolle, herança do inglês Denys Rolle, que, no século 18, ganhou da Corte britânica mais de 2.800 hectares daquelas terras. As mulheres negras estão sempre bem arrumadas e com cabelos impecáveis.

Setembro

O que há

Atenção viajantes! Desde o começo deste mês, Bahamas exige o certificado internacional de novo de vacinação contra a febre amarela. Agora, o documento é um requisito obrigatório para todos os viajantes que cheguem ao destino, provenientes de países com incidência de transmissão da doença, inclusive na América Latina. Os turistas provenientes do Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Panamá, Paraguai, Peru e Venezuela precisarão se adequar. A vacinação deve ter sido realizada pelo menos dez dias antes da viagem para a Bahamas. A exigência não se aplica aos passageiros de cruzeiro.

Somente em Bahamas o turista encontra os melhores lugares para fazer snorkeling. Uma Somente em natureza abundante e suas águas azuis-turquesa Bahamas são perfeitas para quem gosta de observar a vida marinha. É realmente um prato cheio para os amantes do ambiente marinho. As barreiras de corais, peixes coloridos, golfinhos e tartarugas fazem do snorkeling uma atividade imperdível. De fato, a natureza é a atração principal e um dos passeios mais procurados é o mergulho com golfinhos e, para os mais aventureiros, com tubarões. Na capital, Nassau, há um dos melhores lugares para fazer snorkeling, a Paradise Islands. Na capital, Nassau, há um dos melhores lugares para fazer snorkeling, a Paradise Islands. O destino tem uma barreira de corais de 23 Infraestrutura quilômetros de extensão e abriga um dos mais impressionantes aquários naturais do mundo. Com 26 mil km², o país caribenho possui 32 ilhas habitadas que recebem turistas constantemente. No geral, a Bahamas não é um destino muito barato, com vasta oferta de hotéis de luxo e resorts. A maioria está concentrada na ilha de New Providence e na vizinha Paradise Island.


Setembro Abav 2015

197


Barbados A ilha possui o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da América Latina e Caribe. Uma ilha onde se vivencia experiências românticas. Casar com os pés nas areias brancas, ou até mesmo em um casarão antigo das plantações de cana, são alguns dos sonhos de muitos turistas que escolhem a ilha como destino. Anualmente milhares de turistas desembarcam de cruzeiros vindos da Flórida e outros destinos. Diretório

Caribe 2015 198 198

Com 300 mil habitantes Barbados é uma ilha grande, maior que outras da região. A porta de entrada do país é Bridgetown, com seus 100 mil habitantes. Suas ruas exemplificam o contraste entre o calor tropical e a arquitetura londrina. Com a melhor qualidade de vida de todo o Caribe, de acordo com a ONU. Lá, 98% das pessoas são alfabetizadas, não há pobreza, a criminalidade beira a zero e a democracia sempre imperou. Embora se destaquem a produção de açúcar e o setor financeiro são as belezas naturais que atraem milhares de turistas por ano. A ilha tem um formato curioso de pera e bancos de corais. As costas Oeste e Sul do Caribe são calmas e relativamente planas com pequenas ondulações, enquanto que na costa Leste do Atlântico predomina uma beleza rústica, com falésias de pedra calcária e terreno com ondulações.

a sid

Saiba mais

de

Cu rio

É raro ter temperaturas menores do que 20ºC em Barbados. Barbados é inteiramente formada por corais. Sedimentos e restos de animais marinhos foram se acumulando durante milênios na depressão entre duas placas tectônicas, e quando estas se moveram, fizeram surgir sobre as águas uma enorme porção de corais. Não existem rochas ou pedras, e tudo, inclusive morros, montanhas e cavernas são compostos por um material quebradiço e todo esculpido por correntes marinhas, há milhares de anos.

198 Abav 2015

Setembro

O que há

Em julho, o escritório de turismo de Barbados, Barbados Tourism Marketing de novo Inc (BTMI), disponibilizou um aplicativo completo para celulares em português para ajudar a criar e organizar um itinerário para o destino. O “Guia de Viagem de Barbados”, gratuito e disponível para Android e iOS, traz informações sobre hotéis, dicas de atrações, restaurantes, aluguel de carros, compras e eventos. A plataforma também consegue operar offline, o que facilita durante a viagem quando não há internet disponível. Uma característica interessante do aplicativo é que ele também pode ser usado como um diário fotográfico.

Somente em Barbados

O Carnaval vai de junho até a primeira segunda-feira de agosto. A festa é uma comemoração a culminação da colheita de cana de açúcar, quando a carga de trabalho dos escravos sofreu uma queda. Celebridades, como a cantora Rihanna, sempre marcam presença nas festividades que agitam a ilha. No Brasil, diversas agências criam pacotes para ocasião, com até sete noites de hospedagem. Conhecida como Crop Over, a maior festa nacional de Barbados se espelha até no carnaval brasileiro.

O estilo dos hotéis em Barbados é diferenciado. O padrão está mais para um balneário europeu, do que para o Caribe. Infraestrutura As acomodações tendem a ser ligeiramente tradicionais Em Barbados, o hotel all-inclusive nem sempre é a melhor opção. Alugar um carro e desbravar toda a orla da ilha pode ser uma ótima opção. A rede Hilton é a única bandeira de renome com presença em Barbados. Dê uma olhada no Beach Biew, um dos hotéis mais bem-avaliados no TripAdvisor.


Cuba Conhecer a terra de Fidel Castro é deixar para trás preconceitos e mergulhar na história de um povo que viveu e ainda vive as consequências de sua revolução; é desmistificar um país de contrastes e problemas, que caminha devagar para alcançar mudanças. Visitar o destino é uma verdadeira aula de História, Ecologia e Cultura. As praias de Cuba são únicas pelos vários tons da areia, desde o branco estonteante de Varadero ao dourado cintilante de Guardalavaca, em Holguin, e o preto característico da remota Playa Duaba, perto de Baracoa. Diretório

Caribe 2015 199 199

Saiba mais

de novo

Somente em Cuba

Infraestrutura

A MSC Cruzeiros anunciou que, a partir de dezembro, o MSC Opera terá o porto de Havana, em Cuba, como o local de partida para seus 16 roteiros pelo Caribe durante a temporada 2015/2016. Essa será uma oportunidade única para os turistas, já que poderão desfrutar dos encantos caribenhos, a partir de um novo porto de embarque e a bordo de um transatlântico completamente renovado.

Atualmente tem duas moedas circulando em Cuba, os CUCs (pesos conversíveis) e os CUPs (pesos cubanos). A moeda usada pelos turistas são os CUCs. Para trocar seu dinheiro em CUC, há casas de câmbio no aeroporto, nos hotéis e também existem bancos na cidade. Não há a menor necessidade de carregar seus cartões de crédito ao conhecer a cidade, porque eles não são aceitos em quase nenhum lugar. Se for necessário sacar dinheiro, utilize caixas eletrônicos nos hotéis ou em bancos.

Hotéis não são as únicas opções de acomodação em Cuba. Uma outra alternativa popular são as casas particulares, utilizadas por muitos viajantes desacompanhados. Na hora de se locomover por Havana, a enorme quantidade de táxis na cidade é uma mão na roda. Além disso, poder ver de perto carros antigos circulando, independentemente do estado de conservação, é uma das maiores atrações no país.

Cu

O que há

sid o i r

Alguns chamam a Varadero a melhor praia do mundo e é fácil perceber porquê. As brilhantes areias brancas, as frescas brisas tropicais e as tranquilas águas do Atlântico proporcionam o cenário perfeito para uma vasta panóplia de resorts, desde os familiares aos tudo incluído, e tudo o que possa existir entre ambos. Mas o portão principal da ilha continua a ser Havana que mantem todo o charme e encanto com sua rica história. Há pontos tradicionais imperdíveis como La Bodeguita Del Medio. Ali os músicos do grupo “Entre cuerdas” entoam a canção “Hasta siempre comandante”, em meio a dezenas de turistas que bebem apressados um “mojito” - uma espécie de coquetel cubano, com rum, açúcar, água com gás e folhas de hortelã. O bar ganhou fama depois que o escritor americano Ernest Hemingway que viveu duas décadas na ilha ia diariamenteao bar na Havana Velha.

ad e

Cuba ainda é um país pouco tocado pelo capitalismo. Já é possível encontrar Coca-Cola em alguns restaurantes, mas isso não significa que o tempo passe rápido para quem vive a realidade de uma ditadura. Em Habana Vieja, a parte antiga da capital, o relógio não faz questão de girar.

Setembro Abav 2015 199


Curaçao São 38 praias, 65 pontos de mergulho, cadeias de hotéis internacionais e shopping com excelentes preços. Esta é Curaçao, ilha caribenha que aos poucos vai caindo no gosto do brasileiro. Entre tantas opções no Caribe, fica difícil escolher qual é a água mais cristalina, qual é o melhor point para compras, onde a culinária sai na frente. Mas uma coisa é certa: uma viagem para Curaçao é difícil se arrepender. Diretório

Caribe 2015 200 200

Localizada ao sul do Caribe, Curaçao é a maior ilha das Antilhas Holandesas, com cerca de 38 km de uma ponta a outra e 10 km de largura. No destino, a especialidade é o mergulho, principalmente os do lado oeste da ilha onde a visibilidade chega a mais de 30 metros. Curaçao, muitas vezes, se diferencia de outros destinos no Caribe porque tem dezenas de passeios em terra como opção, além de atrativos para todos os gostos. Tem os museus, as compras, passeios a cavalo ou com quadriciclo, aluguel de Harley Davidson, e a prática de vários esportes náuticos com windsurf, kite surf, passeios de barco a vela, semi-submarinos, jetski, caiaque, safáris de jipe, ciclismo de montanha, entre outros. Durante a noite, a ilha não para. Baladas, boates, cassinos e restaurantes dividem e divertem os turistas noite a dentro. Por falar em restaurantes, Curaçao tem uma cozinha própria que reflete influências africanas e sul-americanas.

d da i s

Saiba mais

Cu rio

Novos investimentos estão a caminho da ilha já nos próximos anos. de novo Entre as novidades está a inauguração do Centro Comercial Sambil com 235 lojas e um novo centro de Convenções com capacidade de três mil lugares, que abriu as portas para o público no último mês de maio.

Somente em Curaçao

e

Uma das curiosidades da ilha é a origem do nome. Seria de Coração ? Ou de Curaçao (de curar)? Alguns acham que pela descoberta espanhola a chamavam de Ilha Curazon, e os mapeadores portugueses converteram para Curaçao. Outros acreditam que, durante as viagens para o novo continente muitos marinheiros adoeciam principalmente pelo escorbuto, doença provocada por carências graves de vitamina C devido a dia e dia sem ingerir frutos ou folhas, então eram deixados na ilha para serem tratados. Uma bebida produzida com frutas da ilha tinha o poder da cura. E dai o vem o nome de Ilha de Curaçao ou simplesmente, Curaçao.

200 Abav 2015

O que há

Setembro

Infraestrutura

Curaçao tem praias públicas e privadas - algumas cobram entrada de até US$3,00 por pessoa. As cadeiras ou guarda-sóis custam em média US$2,00. A moeda do país é o florim, mas quase todos os estabelecimentos aceitam dólar, exceto notas de de US$ 100. O troco é sempre dado em dinheiro local. Embora a praia seja um atrativo a parte durante o dia, um dos focos de balada em Curaçao é a praia do Seaquarium, onde os clubes se revezam em festas pé na areia. Não vá a Curaçao achando que é igual a outros destinos do Cabine. Muito pelo contrário. Curaçao não é um destino para você escolher um hotel e não sair de lá. As melhores praias estão fora dos hotéis, e mesmo os mais estruturados não são completos como os resorts all inclusive. A infraestrutura em até que surpreende, com isso escolha um hotel na praia se você quiser fazer passeios pontuais e não fizer questão de jantar fora. Mas fique no centro se quiser variar bastante de praia e sair todas as noites, entre baladas, compras, cassinos e restaurantes.


Setembro Abav 2015 201


Jamaica Não é a toa que a Jamaica atraiu 3,5 milhões de turistas em 2014, movimentando US$ 2,2 bilhões em negócios para a indústria turística. É a terceira maior ilha das Caraíbas. Quando Cristóvão Colombo a descobriu, em 1494, descreveu-a como “a ilha mais bonita que os meus olhos já viram”. Com uma beleza natural incomparável, tem um carácter místico, que lhe é inerente por ser o berço de Bob Marley, o rei da música reggae. Diretório

Caribe 2015 202 202

Jamaica é parte do arquipélago das Grandes Antilhas, nas Caraíbas, e possui uma vegetação exuberante, praias paradisíacas e inúmeras atrações turísticas naturais. O turismo é uma das maiores fontes de riqueza e, curiosamente, os jamaicanos cabeludos com rastas, que já foi um problema para os agentes de turismo “venderem” o país, são hoje um cartão de visita. Entre a variedade de pratos que a gastronomia possui, os mais populares são o ackee (mistura do fruto com o mesmo nome e peixe salgado, ideal para tomar ao pequeno-almoço), o jerk pork ou o jerk chicken (porco ou frango no grill com bastante pimenta), o goat curry (cabra com molho de caril) e o arroz de feijão com coco.

ida s o

Saiba mais O que há de novo

Somente na Jamaica

de

Cu ri

A Jamaica já foi propriedade privada da família do descobridor Cristóvão Colombo. Pode-se afirmar com toda a certeza que o território da atual Jamaica foi o segundo das Américas descoberto pelo genovês aventureiro. O país deixou de ser colônia espanhola só em 1655, quando passou para o domínio da Grã-Bretanha. Só se tornou totalmente independente mesmo no dia 6 de agosto de 1962. Estudos etnológicos mostram que o nome Xamayca (terra dos mananciais) foi dado à ilha caribenha pelos aruaques, devido à abundância de fontes existentes em suas Infraestrutura luxuriantes florestas.

202 Abav 2015

Setembro

A Jamaica pode ser visitada durante todo o ano, contudo, os meses de Agosto, Setembro e Outubro são os mais propícios a furacões. Grande parte dos turistas viaja no início de Agosto, quando acontecem os grandes festivais de reggae, como o SumFest e o Sunsplash, com programações que duram cerca de uma semana.

A Jamaica possui muitos bons resorts, hotéis e até albergues bastante simpáticos. O país atrai milhares de fãs de reggae. Os turistas podem visitar o museu dedicado a Bob Marley, a casa onde o artista viveu e até seu túmulo. Apesar do rastafarismo ser normalmente associado à Jamaica, apenas 10% da população é rastafari. A grande maioria dos jamaicanos é cristã ou não possui filiação religiosa. Em geral, os “rastas” são naturalistas, vegetarianos, pregam a paz entre os povos e veneram a cultura africana. Dizem que a verdadeira origem da palavra rastafari é aramaica e significa “príncipe da paz”. Na Jamaica voce vai encontrar zonas comerciais, lojas de artesanato e de souvenirs em Kingston, Montego Bay, Ocho Rios e Negril. O regateio é uma prática muito usual. A Jamaica se divide em polos turísticos, cada região com sua característica peculiar. São eles: Montego Bay, Negril, Ocho Rios, Port Antonio, Kingston e Blue Mountains. Se quiser fugir um pouco dessa atmosfera de veraneio, prefira locais um pouco mais afastados, como Negril e Ocho Rios. No geral, a Jamaica possui muitos bons resorts com sistema all inclusive.


Setembro Abav 2015 203


Key West Com o título de cidade mais meridional da parte continental dos Estados Unidos, Key West está a distante apenas 176 km de Cuba e é o último dos Keys da Flórida, um arquipélago composto por cerca de 1.700 ilhas no Sudeste dos Estados Unidos. A principal fonte de renda da cidade é o turismo que atrai turistas o ano todo, devido seu clima agradável. As atividades aquáticas são as principais opções de lazer com destaque para mergulho, scuba-diving, passeios de barco, caiaque, jet ski, observação de golfinhos e muito mais. Diretório

Caribe 2015 204 204

Cu r

Além das praias belíssimas da região, a cidade tem um forte apelo por ser uma cidade pequena com carros antigos circulando nas vias. A Duval Street é o point para quem deseja fazer compras e fotografar o cenário típico de filme dos anos 60. Para comer um petisco ou se refrescar com uma cerveja, a rua conta com diversos bares e restaurantes descolados. A noite também atrai muitos turistas. Destaque para o Sloppy Joe’s, bar-restaurante mais famoso do local, não apenas pela comida de primeira qualidade, mas por ser point local da vida noturna. É possível ainda fazer um city tour em um trolley antigo. Para os esportistas e aventureiros, a dica é alugar bicicletas ou scooters para passear pela cidade.

204 Abav 2015

ida s io

Saiba mais O que há de novo

de

Key West está mais próxima de Cuba do que dos Estados Unidos, por isso, muitos moradores contam que, se a pessoa estiver ao anoitecer na Marca do Southernmost Point – ponto mais ao sul da ilha – conseguirá enxergar as luzes de Cuba. O capital, Havana, está localizada a apenas 176 km de Key West.

Setembro

A cidade conta com um festival que acontece durante o ano todo, o Sunset Celebration. O evento é, na verdade, um ritual para celebrar o pôr-do-sol na cidade, quando as pessoas se reúnem na Mallory Square. Durante o fenômeno a praça, que conta com diversos bares descolados, recebe artistas que realizam inúmeras performances como números de circo e shows. Também é possível realizar um passeio de barco, o Sunset Cruise, e contemplar o pôr-do-sol em meio as águas do Caribe. O Sunset Celebration começa sempre duas horas antes do pôr-do-sol.

Somente em Key West

Para os noivos que desejam casar na ilha é possível realizar uma cerimônia privada em grande estilo enquanto sobrevoa-se a ilha com um planador. A cerimônia, que acontece a bordo do hidroavião é realizada por um dos pilotos. A opção é ideal para aqueles que desejam um casamento inesquecível e diferente de todos os outros.

Infraestrutura

Key West é um lugar divertido e diversificado, que pode ser relaxante, romântico e até mesmo selvagem. A cidade conta com acomodações para todos os tipos de visitantes. Desde as mais extravagantes até pequenas e simples pousadas e estalagens. O local ainda conta com mais de 240 opções de bares e restaurantes. Key West ainda possui um clube de golfe para os amantes do esporte. Por contar com um aeroporto internacional, o acesso ao destino é simples e fácil.


Cancun São 22 quilômetros de litoral com praias de águas transparentes em tom azul turqueza, com direito a mergulho com equipamentos e esportes náuticos. O destino preferido dos brasileiros tem também noites de pura descontração nas discotecas e casas noturnas embalados pela música caribenha, margarita e alegria. Isso é Cancun, a certeza de se estar no paraíso caribenho. Diretório

Caribe 2015 205 205

Saiba mais

de novo

Somente em Cancun

Infraestrutura

Desde janeiro deste ano Cancun passou a adotar também o horário de verão. O balneário ganhou mais duas horas de luz no verão e uma a mais no inverno. A ideia é que o destino se torne mais competitivo turisticamente em relação a outros destinos do Caribe.

Em Isla Mujeres, o turista pode nadar com golfinhos, praticar tirolesa sobre o mar azul do Caribe. Outro complexo nos arredores de Cancun é Xcaret, um complexo onde o turista tem opções de lazer que vão desde a flutuação passando por cavernas, a viveiros com pássaros e borboletas, aquários com uma diversidade de flora e fauna sem esquecer os shows com grupos folclóricos e até a reedição de jogos praticados pelos maias. Inclua no seu roteiro uma visita a Chichén Itzá, a principal das pirâmides maias e que faz parte de um complexo cultural com marcas deixadas por essa civilização.

O setor hoteleiro conta com mais de 100 hotéis e um volume superior a 35 mil quartos conta com presença das grandes cadeias localizadas na zona Hoteleira como, Iberostar, Sheraton, Marriot, Hard Rock, Fiesta Americana, entre outros. Vale lembrar que o sistema all inclusive é oferecido por boa parte dos resorts. Há também inúmeras agências de turismo receptivo que trabalham com as principais operadoras brasileiras. Empresas aéreas como Tam, Aeroméxico, Delta, American Airlines e Copa Airlines têm voos regulares saindo do Rio ou São Paulo para Cancun.

d ida s rio

e

Cancún apareceu pela primeira vez em mapas no século 18 e tinha apenas 3 residentes quando o desenvolvimento da área de resort começou em janeiro de 1970. Hoje, mais de 700 mil habitantes e mais de 24.000 quartos de hotel na zona hoteleira. O aeroporto de Cancun é o segundo mais movimentado do México (perdendo apenas para o aeroporto de Cidade do México) e tem a maior parte do tráfego internacional de todos os aeroportos da América Latina.

Cu

O que há

Localizado na península de Yucatán, no estado de Quintana Roo, Cancún faz parte do território da antiga civilização maia e ainda é considerado a principal entrada para o Mundo Maia. Com de 3,3 milhões de visitantes anuais, principalmente norte-americanos garante diversão e entretenimento o ano inteiro, sendo que os atrativos se concentram ao longo da chamada Zona Hoteleira. É durante o verão que acontece no meio do ano que se registra o maior movimento turístico.

Setembro Abav 2015 205


Riviera Maya Ao longo de 120 quilômetros de costa, conta com inúmeras atrações, incluindo belíssimas praias tropicais em Cozumel, Playa del Carmen e outros paraísos caribenhos, num roteiro que inclui hotéis e restaurantes de altíssimo padrão, parques temáticos e ruínas das cidades maias Além de reservas naturais protegidas e ilhas a Riviera Maya se destaca pelo rico acervo marítimo com bancos de corais diferentes modalidades de mergulho, travessia subaquática de cavernas, festivais de cinema e jazz e muita badalação noturna. Esse ano, a Riviera Maya recebeu o prêmio Wave 2015 na categoria “Destino capaz de oferecer o maior grau de satisfação aos visitantes”.

Diretório

Caribe 2015 206 206

Cu

A Riviera Maya está localizada cerca de 50 minutos de Cancun e possui uma costa de mais de 120 quilómetros entre Puerto Morelos e Punta Allen, região da Península de Yucatan. Conta com luxuosos resorts, campos de golfe e exclusivos spas além de praias de areia branca, como as do Secreto e Paraíso que oferecem atividades aquáticas, mergulho no banco de corais e milenares cidades maias como Cobá e Tulum, esta última à beira-mar. Durante a visita à Riviera Maya, não deixe de visitar Xcaret e Xel-Há, os dois parques temáticos mais importantes do México com ruinas e pirâmides que surpreendem pelo tamanho e infraestrutura.

206 Abav 2015

sid o i r

Saiba mais

a de

O que há de novo

Somente em Riviera Maya

Cozumel é uma ilha mexicana na costa da Riviera Maya com praias paradisíacas e um mar perfeito para o mergulho. É um destino turístico muito frequentado por quem visita a região que também recebe turistas de navios de cruzeiro ou que chegam na ilha de avião. O acesso pode ser feito por meio de um ferry que parte de Playa del Carmen. Em Cozumel alugue um táxi para circular pelas praias.

Infraestrutura

A Aeroméxico inicia a partir deste dia 1 de outubro um voo diário entre Cidade do México e Cozumel com voos operados num equipamento Embraer com capacidade para 50 passageiros. Boa parte dos hotéis e resorts funciona com sistema all inclusive. Tanto em Cozumel como em Playa del Carmen há boas opções de hospedagem. Só em Cozumel são mais 100 meios de hospedagem.

A Península de Yucatán surgiu após a queda de um meteoro de 10 quilômetros de diâmetro, que atingiu a Terra há 65 milhões de anos. A placa tectônica onde a Riviera está emergiu após a explosão.

Setembro

No final do ano passado, a região ganhou mais uma grande atração turística com o início das apresentações do Joyà, o primeiro espetáculo fixo do Cirque du Soleil no território mexicano. A reserva natural Rio Secreto, que abrirá suas portas a partir de outubro deste ano e levará os turistas a uma aventura com a natureza em cenários cinematográficos como o Salão da Paz deslumbrantes onde se retrata a criação do universo por meio das formações rochosas. Também esse ano Playa del Carmen sedia entre 26 e 28 de novembro seu Festival Internacional de Jazz.


Setembro Abav 2015 207


Porto Rico Na parte oriental do mar do Caribe, a leste da República Dominicana e no oeste das Ilhas Virgens, está a encantadora ilha de Porto Rico, a maior ilha do arquipélago que existe nesta região. A capital San Juan é conhecida como a Cidade Amuralhada, pelas numerosas fortalezas que a rodeiam sendo o principal destino turístico dos viajantes em Porto Rico. A cultura porto riquenha é uma animada mistura de Taíno, Africano e influências espanholas. Esta fusão se estende a quase todos os aspectos da vida porto-riquenha: na gastronomia, artes, música e festas tradicionais.

Diretório

Caribe 2015 208 208

San Juan oferece um vasto pacote de opções turísticas que mostram a mistura do antigo com o novo, da cidade colonial murada da Old San Juan aos modernos e luxuosos resorts. Além da cultura, o turismo ecológico também é um ponto forte de Porto Rico, ao exemplo da floresta El Yunque onde os visitantes podem explorar ou nadar nas baías bioluminescente. No parque da caverna do Rio Camuy, é possível explorar piscinas naturais e rios subterrâneos. Aqueles que procuram tranquilidade a dica é voar para Vieques, uma ilha relativamente inexplorada com praias intocadas, ideais para mergulho livre.

da si

Saiba mais de novo

208 Abav 2015

Setembro

Se você imagina casar-se numa ilha caribenha, Porto Rico te espera. Enquanto em outros destinos as exigências legais são muito mais complexas em Porto Rico basta apresentar uma identificação oficial ou o passaporte e certidão de divórcio, se houver. O estado é um dos principais destinos nesse segmento, não apenas pela facilidade, mas pelas paisagens únicas que deslumbram os noivos e encantam como opção para uma romântica lua de mel.

Somente em Porto Rico

Muitos países são mundialmente conhecidos por suas bebidas. No Brasil é a caipirinha, já em Porto Rico é o rum. Inclusive San Juan é considerada a capital mundial da iguaria. A maneira ideal de degustar a bebida na cidade é fazendo um tour pela fábrica da Bacardi. E o melhor: o passeio é gratuito. A visita ao local é uma das principais atrações turísticas da ilha. Ela começa com a apresentação de uma réplica da fazenda em 1851. Após passar por dificuldades financeiras, o fundador da fábrica e escolheu como símbolo o morcego, que em seu país natal representava sorte nos negócios. Logo a bebida produzida no local começou a fazer sucesso, sendo, inclusive, alvo de roubos frequentes por piratas.

Infraestrutura

O destino conta com diversos museus que retratam a cultura e a diversidade de Porto-Rico. No segmento de esportes e atrações ao ar livre, o turista encontra 21 opções de campos de golfe internacionais. Cavalgada, pescaria, caiaque, passeios de bicicleta, rapel, esportes náuticos e radicais também estão na lista de opções de entretenimento. Entre as acomodações, o destino conta com uma extensa gama de excelentes resorts e meios de hospedagem.

de

Em Porto Rico é celebrado uma das épocas de Natal mais longas do mundo, com início no dia 23 de novembro e término em janeiro com uma celebração local conhecida como as Festas da Rua San Sebastián. Também há a tradicional Festa dos Reis, quando as crianças celebram os presentes que lhes foram trazidos pelos Reis Magos do Oriente. Durante esta época destaca-se ainda a figura do jíbaro porto-riquenho, que caracteriza a Ilha. O jíbaro e a jíbara são personagens característicos, que representavam a classe operária da antiguidade. Os porto-riquenhos celebram a chamada Noite de São João (o Baptista), onde a maioria das pessoas se dirige às praias da Ilha para saltar de costas sete vezes às 12 badaladas da meia-noite. Para os habitantes, este ritual permite-lhes “livrarse da má sorte”. É como uma espécie de “batismo”.

Cu rio

O que há


República Dominicana A República Dominicana faz parte do arquipélago das Grandes Antilhas na região, sendo considerada a segunda maior ilha do Caribe. Com um ambiente familiar, clima perfeito e litoral encantador, fica impossível não se apaixonar pela ilha com suas praias e um mar em tom esmeralda de tirar o fôlego.

Diretório

Caribe 2015 209 209

Saiba mais

de novo

Somente na República Dominicana

Infraestrutura

Como a maioria das viagens o clima é familiar, os resort oferecem várias opções de diversão para as crianças. No Iberostar Costa Dorada Hotel se tem concursos de natação e castelos de areia, enquanto Majestic Elegance Punta Cana oferece uma área para jogos com bilhar, futebol, video games e até shows de mágica. Já o Grand Bahia Principe La Romana dispõe de bebidas com temas da Disney e menus infantis para agradar pais e filhos.

Um dos passeios mais populares em Punta Cana é o mergulho com golfinhos. No Dolphin Island Park, o turista terá a oportunidade de nadar com golfinhos em uma “piscina” em alto-mar, protegida do oceano. Além do mergulho, também ocorre um show com os golfinhos e os leões marinhos. Podem participar da atividade crianças e adultos.

A República Dominicana está construindo um novo porto de cruzeiros na baía de Maimon na região de Puerto Plata. O “Amber Cove”, como será futuramente apelidado, integra uma nova estratégia de promoção turística do país, que pretende fazer de Puerto Plata um destino com maior destaque a nível internacional, como é o caso actual de Punta Cana. Com um investimento de US$ 65 milhões, financiado pela Carnival Cruise Lines, será possível a chegada de mais de 400 mil passageiros.

ida s io

de

A bachata é um ritmo musical e uma dança naturalmente dominicano. Com influências do bolero, cha-cha-cha e tango, a bachata significa momento de festa e surgiu no final de 1950. O ritmo romântico ficou mais famoso nos anos 80 com a ajuda de cantores da época como Luís Días e atuais como Enrique Iglesias, Ricky Martin e Shakira.

Cu r

O que há

Por ser uma ilha compartilhada, a República Dominicana divide sua parte ocidental com o Haiti. Com 48 mil quilômetros quadrados e uma população estimada em 10 milhões de pessoas de habitantes, o país agrada os turistas pela beleza fantástica de suas praias banhadas por um mar com as cores do caribe, verde esmeralda ou azul turqueza. Além de curtirem o sol, os visitantes pode descobrir a ilha de outras formas. Uma delas por meio de mergulhos com snorkel, tanto em Punta Cana como na vizinha Bávaro em cavernas submersas de Hoyo Azul, Cueva del Padre Nuestro e Laguna Pepe e naufrágios como o do Astron. Para os amantes da história, a Zona Colonial de Santo Domingo, declarada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, oferece 300 monumentos históricos do século 16 para conhecer mais sobre a cultura e religiosidade.

Setembro Abav 2015 209


210

Abav 2015

Setembro


Setembro Abav 2015

211


St. Maarten Compartilhada pela França e pela Holanda, a ilha é rodeada pelo mar do Caribe. Com apenas 37 quilômetros quadrados, a pequena ilha reúne 37 praias paradisíacas e vida agitada com discotecas, boutiques, restaurantes e cassinos. Além disso, a ilha é considerada a capital gastronômica do Caribe e possui 365 restaurantes.

Diretório

Caribe 2015 212 212

Cu

Em visita à St. Maarten é possível conhecer diversas ilhas próximas que devem ser percorridas de carro, taxi ou ônibus. Por meio de transporte, é possível conhecer a parte francesa da ilha e almoçar em um dos seus restaurantes. Há também como alugar alguma embarcação que rodeiam a ilha e que ancoram em determinados locais para que o visitante possa nadar ou almoçar. Os turistas também podem conhecer Anguilla, ilha que possui praias consideradas as mais bonitas do Caribe. St. Barthelemy também é uma ótima opção. A pequena ilha possui encanto e estilo próprio, ali é possível encontrar os melhores restaurantes da Cariba. É possível chegar na ilha através de iate e veleiros que partem dos cais de Philipsburg e da costa sul de Sint Maarten.

212

Abav 2015

Saiba mais

sid o i r

Setembro

O que há de novo

Somente em St. Maarten

a de

Apesar de a ilha ser divida em Sint Maarten, lado holandes, e St. Martin, lado frances não há uma divisão oficial. Desta forma, é possível passar entre as duas partes sem visto. O inglês é o idioma predominante, no entanto, a língua oficial no lado do St. Maarten é holandês. Infraestrutura

Além do prazer de desfrutar de cenários exuberantes, St. Maarten possui uma grande vantagem – é duty free, ou seja - o destino está livre de impostos. Com isso, os artigos de luxo custam em média até 50% menos do que em outros países. A melhor região para desfrutar do roteiro de compras é a Capital, Phillpsburg. Lá é possível encontrar joalherias, boutiques de grife, além de lojas de artigos eletrônicos e ótica.

Anualmente, acontece no mês de março o renomado St. Maarten Heineken Regatta onde cerca de 70 barcos fretados realizam uma competição da vela. Fundado em 1980, o evento de quatro dias atrai 2.500 marinheiros e aproximadamente 1000 pessoas dão apoio para a ilha. O torneio tem como patrocinador oficial desde 1983 a cervejaria Heineken. Em 2008 a competição bateu o recorde de participantes contando com 289.

A ilha está localizada no extremo norte das Pequenas Antilhas, aproximadamente 150 milhas ao sudeste de Puerto Rico. Possui toda a infraestrutura necessária para receber turistas com uma gama de opções de meios de hospedagens, com hotéis para todos os tipos de gostos e bolsos, resorts, pousadas e casa para alugar. Além de SPA, 14 discotecas e cassinos. Para chegar à ilha, há voos dos Estados Unidos, Canadá, Europa e América do Sul.


Saint-Martin Fica no lado francês do Caribe. A ilha consagra as características ideais para um paraíso. Dias ensolarados e praias belas com areias brancas e finas fazem do destino um local perfeito para relaxar nas férias. Além disso, a friendly island possui diversas facetas a serem descobertas durante a viagem. Há como explorar as colinas a cavalo e saborear frutas frescas, ou mergulhar pelas águas azul-turquesa. Diretório

Caribe 2015 213 213

Saiba mais

de novo

Somente em Saint-Martin

Infraestrutura

A ilha está crescendo no interesse dos brasileiros. Em 2013 foram 4 mil visitantes e, em 2014, o número saltou para 7 mil. Para incentivar a demanda, o Turismo de Saint Martin vai lançar ainda este ano uma campanha publicitária, voltada para o público final e para o trade, denominada pool Copa Vacations.

Para os turistas apaixonados por história, a ilha também é uma boa opção para adquirir mais conhecimento. A Loterie Farm é uma antiga usina de refinação de açúcar erguida em 1773, atualmente oferece diversas atividades. Já aqueles que preferem proximidade com a natureza, ali é possível encontrar a Fazenda das Borboletas. São 900 m² onde circulam borboletas dos quatro cantos do mundo.

Situada entre o mar do Caribe e o Oceano Atlântico, Saint Martin possui uma aérea de 93 quilômetros quadrados. Há uma grande variedade de instalações de hospedagem, desde hotéis cinco estrelas a casas de hóspedes. Para chegar à ilha, há duas opções de aeroportos com voos direto dos Estados Unidos, Europa, Canadá e Caribe. Saint Martin ainda possui dez marinas que acomodam 1.400 barcos, sendo que quatro recebem veleiros e cruzeiros do mundo todo.

Cu

O que há

Com uma viagem de apenas uma semana é possível realizar uma viagem inesquecível por St. Martin. Durante este período, o visitante pode realizar diversos passeios. Uma dica é fazer uma parada em Bullevue e admirar o obelisco da fronteira – que simboliza a convivências pacifica entre a Franca e Holanda, depois conhecer o Jardim Botânico onde há frutas e legumes cultivados pela comunidade rastafári. Nas praias de Petites é possível tomar um banho em águas cristalinas e ficar em paz contemplando a beleza e tranqüilidade do lugar. Aqueles que querem desfrutar da gastronomia, a dica é almoçar tapas no Loterie Farm, que fica no pico mais alto da ilha – elevado a 424 metros acima do mar. Um passeio pelo mar por lancha ou catamarã é uma excelente escolha. Em St. Martin o que não falta são opções de passeios divertidos e cenários exuberantes para conhecer.

ad e d i s St. Martin é o menor rio

pedaço de terra dividido entre duas nações – França e Holanda. Na ilha há umas centenas de nacionalidades diferentes que promovem uma miscigenação de línguas e cultuas. O francês e o holandês são as línguas oficiais dos habitantes. No entanto, o espanhol é muito encontrado.

Setembro Abav 2015

213


Turks & Caicos Turks & Caicos é um território ultramarino britânico que compreende 40 ilhas (apenas 10 habitadas) divididas em dois grupos: as Ilhas Caicos e as Ilhas Turks. Situada entre Bahamas e República Dominicana, as ilhas são habitat de golfinhos, baleias, arraias e tartarugas marinhas. Com cenário ideal para prática de mergulho, o destino é ideal também para os que procuram descanso e privacidade. Diretório

Caribe 2015 214 214

Cu

A ilha principal é Providenciales, localizada na parte oeste do arquipélago, onde também está o aeroporto internacional. É ali que se localizam todos os hotéis, restaurantes e a melhor infraestrutura. As outras ilhas mais conhecidas são divididas entre as ilhas Caicos (West Caicos, North Caicos, Middle Caicos, East Caicos e South Caicos) e as ilhas Turks (Grand Turk e Salt Cay), todas com natureza abundante e rica cultura local. No roteiro das praias, a principal é a de Grace Bay. A praia de Long Bay, com uma extensa faixa de areia, é o local preferido dos viciados em esportes aquáticos. Já a Malcolm’s Beach é a mais deserta de Providenciales, sendo preciso alugar um veículo 4x4 para chegar lá.

Saiba mais O que há de novo

Somente em Turks & Caicos

d ida s rio

e

Por ser um lugar recluso, a ilha é procurada como destino de férias de várias celebridades como Bill Gates, J.K. Rowling, Kaká, Oprah Winfrey, David Beckham e diversos astros de Hollywood, que buscam na tranqüilidade da ilha um lugar de descanso e distante dos paparazzis.

Infraestrutura

214

Abav 2015

Setembro

As Ilhas de Turks & Caicos anunciaram um novo fuso horário. A adoção deste novo horário padrão será para que os visitantes desfrutem mais da luz do sol e das praias. As ilhas movem seus relógios adiantados uma hora no domingo para conseguir pôr do sol mais tarde, e assim dando mais tempo para quem quer aproveitar o local. As ilhas possuem a terceira maior barreira de corais do mundo, com santuário ecológico que engloba 770 quilômetros quadrados de área de proteção ambiental. Na costa nordeste um paredão de recifes com aproximadamente cinco quilômetros reúne raias, tubarões e, entre janeiro e março, existe a chance de ver baleias Jubarte, raias manta e outros animais de grande porte. Em Little Water Cay, conhecida como a ilha das iguanas, você caminha por passarelas e chega bem perto desses répteis. Com mais de US$ 5 bilhões de investimento estrangeiro, o arquipélago sempre está investindo em melhoras nas rodovias. Na construção de uma estrada que liga o norte da ilha com o centro foram investidos mais de US$ 120 milhões.As Ilhas Turcas e Caicos adotam programas de sustentabilidade. Com isso a estratégia, as ilhas devem ampliar a utilização de tecnologias sustentáveis.


Setembro Abav 2015

215


Costa Rica Ecologia, turismo e diversão. Isso e muito mais faz parte dos programas que atraem todos os anos milhares de turistas a Costa Rica. Ao viajar pelas províncias do país, é fácil notar as variações na paisagem e no clima. Um dos destinos turísticos mais valorizados do mundo, o destino conta com uma grande variedade de segmentos no turismo para satisfazer o gosto de milhares de viajantes que ali desembarcam Diretório

Caribe 2015 216 216

Sua divisão territorial inclui sete províncias: San José, Alajuela, Cartago, Heredia, Guanacaste, Puntarenas e Limón. Juntas, elas oferecem um destino turístico atraente, de possibilidades quase ilimitadas, que incluem florestas tropicais, vulcões, extensos rios que viajam através das montanhas, praias e recursos naturais protegidos por parques nacionais e reservas florestais. O destino tem uma extensa infraestrutura para atividades radicais e ecoturismo, a exemplo de rafting, caiaque, windsurf, observação de pássaros, mergulho, pesca, surfe, passeios à cavalo, escalada e muito mais. Devido sua localização, o destino faz contato com o oceanos Pacífico e com o Mar do Caribe. Há cinco principais regiões de praias na Costa Rica: Caribe, Pacífico Norte, Pacífico Guanacaste, Pacífico Central e Pacífico Puntarenas. A região do Caribe concentra cerca de 200 Km de costa. Cruzeiros marítimos, turismo de lua de mel, história e cultura. Tudo isso você encontra neste destino

Saiba mais O que há

A British Airways vai voltar a operar voos diretos entre Londres e San José de novo da Costa Rica. A rota terá início no dia 4 de maio de 2016 e será operado duas vezes por semana. A aérea, que não tem voos para a capital da Costa Rica desde 1999, utilizará um Boeing B777-200ER, com três cabines, classe executiva com 24 lugares, premium com 24 e econômica com 203. Os voos estão programados para partir de Gatwick às quartas (11h55) e sábados (11h), e regressarem da Costa Rica no mesmo dia, às 16h20 e às 17h15, respectivamente, com chegada a Londres no dia seguinte, às 9h35 e às 10h30.

osidade Curi

A Costa Rica foi descoberta por Cristóvão Colombo em sua quarta viagem ao novo continente, em 1502. Cerca de 50% do território da Costa Rica é coberto por florestas. Desse total, 25% é protegido por leis ambientais A parte central do país concentra a maior quantidade de orquídeas do planeta, com cerca de mil espécies. Outra curiosidade é que o país é banhado pelo Atlântico e pelo Pacífico.

Somente na Costa Rica

Considerada uma das zonas mais vulcânicas do mundo, a Costa Rica tem sete vulcões ativos mas que não oferecem riscos aos visitantes e a sua população. O Irazú, localizado em São José, é o mais alto e mais conhecido do país, com 3.432 m acima do nível do mar. Sua última erupção foi em dezembro de 1994.

Com alta infraestrutura, a Costa Rica se destaca por suas trilhas Infraestrutura bem demarcadas, boa sinalização em espanhol e inglês, além de guias turísticos prontos a responder as mais complexas perguntas. Em vilas pequenas das regiões turísticas é possível encontrar diversas agências de tours/receptivos, além de uma extensa oferta hoteleira e gastronômica de excelente qualidade. 216

Abav 2015

Setembro


Ilhas Cayman Um pequeno arquipélago nos mares do Caribe formado por três ilhotas entre Cuba e Jamaica, cuja riqueza fica, na verdade, por conta de suas belas praias e atrativos. Considerada um dos melhores destinos para a prática do mergulho, a colônia inglesa conta com um ponto de mergulho para cada dia do ano. Tudo num clima de descontração e sofisticado.

Diretório

Caribe 2015 217 217

Saiba mais

de novo

Somente em Ilhas Cayman

Infraestrutura

Janeiro é conhecido como “Mês da Gastronomia em Cayman”. Durante o período o destino recebe dois grandes eventos ligados ao segmento: o Cayman Cookout e o Taste of Cayman. A cada ano, uma lista de renomados chefs internacionais é convidada para participar pessoalmente do Cayman Cookout. Já o Taste of Cayman é um festival enogastronômico que conta com mais de 45 restaurantes que participam, deste evento ao ar livre, que reúne perto de quatro mil participantes.

O Rum Point, no tranquilo Lado Norte de Grand Cayman, é um dos destinos preferidos tanto de moradores quanto de turistas. Experimente o clima da ilha preservado desde séculos passados (o primeiro registro de Rum Point num mapa data de 1773, e não é difícil imaginar como a praia ganhou esse nome: Ponto do Rum!. O cenário espetacular é conhecido por suas águas cristalinas e tranquilas e pelos altos pinheiros que pontuam a paisagem.

Além de uma extensa rede hoteleira, com estabelecimentos que vão da categoria turística ao luxo, conta também com uma variada gama de bares e restaurantes de categoria internacional, as ilhas contam com uma forte política de acessibilidade. Indivíduos com deficiências encontram alojamentos acessíveis, além de atrações, operadores turísticos e aluguel de equipamentos disponíveis para fornecer uma experiência de viagem sem barreiras.

ad d i s

e

Com mais de 150 bares e restaurantes, o que não faltam são opções para se esbaldar no melhor da gastronomia gastronômica e internacional. Além disso, a região ainda possui uma larga oferta hoteleira para todos os bolsos. Para quem viaja com crianças, o destino conta com uma extensa programação infantil, aliada aos serviços de baby-sitter, que faz de hotéis como o Ritz-Carlton, Grand, o Grand Cayman Marriott Beach Resort e o Westin Casuarina Resort & Spa ótimas escolhas para famílias em férias. Muitos hotéis e restaurantes oferecem cardápios infantis e preços reduzidos para crianças.

Cu rio

O que há

A maior das três ilhas é Grand Cayman: o centro social e econômico do destino. A Cayman Brac, por sua vez, preserva a serenidade e o charme. Além de oferecer mergulhos incríveis, a ilha conta com uma vasta gama de aventuras e cavernas a serem exploradas. A menor das é a Little Cayman, a apenas 35 minutos de voo de Grand Cayman. O destino é um oásis onde há mais aves – patos selvagens, fragatas e atobás-de-pés-vermelhos – do que gente. O passeio à Cidade das Arraias (Stingray City) é o mais badalado. Talvez o único lugar no mundo onde é possível nadar entre dezenas de Arraias-Prego em seu habitat natural. Já a Cayman Turtle Farm (Fazenda das Tartarugas) é um parque marinho com 24 acres, que representa uma expansão da Cayman Turtle Farm original. Situada em Grand Cayman, a Turtle Farm abriga mais de 16 mil tartarugas marinhas.

Setembro Abav 2015

217


Ilhas Virgens Um paraíso formado por três ilhas principais - São Tomás, São João e Santa Cruz - e cerca de cinquenta ilhotas desabitadas. O turismo é a principal atividade econômica. As ilhas normalmente hospedam 2 milhões de visitantes por ano, muitos dos quais chegam a bordo de cruzeiros. Um total de 87 praias formam um belo cenário deste recanto caribenho.

Diretório

Caribe 2015 218 218

Relaxar na praia de manhã, explorar uma igreja colonial no período da tarde, e terminar seu dia com um jantar romântico num ambiente acolhedor e intimista. Esse pode ser o dia a dia de um visitante nas Ilhas Virgens Americanas. Além das atrações de nível internacional, o destino também oferece uma variedade de atividades e eventos que mantêm as ilhas agitadas durante todo o ano. Campeonatos de golf, shows e concertos musicais, museus e esportes aquáticos e de natureza são apenas algumas das opções da programação turística que o visitante pode desfrutar. Na programação, inclua também os passeios ecológicos e os programas náuticos incluindo tours aos bancos de corais.

Cu

Saiba mais

sida o i r

O que há de novo

218

Abav 2015

Setembro

Somente nas Ilhas Virgens

Com mais de metade da ilha transformada em parque nacional a ilha de St. John destaca a natureza e a preservação ambiental. A área protegida de corais marinhos chega a mais de 7.200 hectares e inclui o Monumento Nacional de Recifes de Coral das Ilhas Virgens. Com 22 trilhas, a ilha de 49 km² é acessível somente por barco.

Infraestrutura

Além de uma extensa rede hoteleira, com estabelecimentos que vão da categoria turística aso luco, conta também com uma variada gama de bares e restaurantes de categoria internacional, as ilhas contam com uma forte política de acessibilidade. Indivíduos com deficiências encontram alojamentos acessíveis, além de atrações, operadores turísticos e aluguel de equipamentos disponíveis para fornecer uma experiência de viagem sem barreiras.

de

As Ilhas Virgens Americanas têm um limite de vendas isentas de impostos de US$ 1.600, o mais elevado no Caribe. Aproveite para comprar pedras preciosas e até diamantes a bons preços e joias raras em Charlotte Amalie, em São Tomás. Também é possível encontrar artigos variados no comércio ao longo da marina Yacht Haven Grande.

Um dos eventos mais populares e com maior apelo turístico é Sunset Jazz, que acontece uma sexta-feira por mês , em Frederiksted, na ilha de ST. Croix. O evento é gratuito e conta com músicos de jazz locais que animam o destino num clima de pura descontração onde você tem oportunidade de ouvir boa música e fazer novos amigos.


Panamá Enganam-se aqueles que imaginam o Panamá como um lugar sem atrativos, apenas como local de passagem de navios e aeronaves que não oferece opções para diversão e compras. Do Canal do Panamá, passando pelos Arquipélagos de Bocas del Toro, San Blas e Playa Bonita, o país apresenta belíssimas e curiosas características naturais, e oferece passeios encantadores e cheios de surpresas!

Diretório

Caribe 2015 219 219

Saiba mais

de novo

Somente no Panamá

Infraestrutura

A capital panamenha ganhou mais um grande player no setor de entretenimento, que está conquistando panamenhos e turistas. É o Ocean Sun Casino, primeiro cassino de luxo da Cidade do Panamá. A gastronomia é outro ponto forte do empreendimento. Os três restaurantes do empreendimento – Panaviera, Candela e Macondo – são luxuosos – e apresentam uma oferta gastronômica variada – cada um tem uma especialidade diferente, como frutos do mar, comida americana, gourmet panamenha e/ou buffet -, que mescla cultura, raízes e origens com um toque moderno, ressaltando o que os panamenhos mais gostam: a variedade de frutos do mar que agradam a todos os gostos. Considerado pelos panamenhos como uma das maravilhas do mundo, o Canal do Panamá é uma obra de engenharia que impressiona tanto pela extensão, como pelo seu mecanismo de funcionamento. Em uma rápida visita, não se demora para descobrir porque o imenso projeto demorou dez anos para ser concluído pelos americanos. A cada ano, cerca de mil embarcações cruzam seus 79,6 km de extensão, que possuem três sistemas de eclusas -- Gatún, Pedro Miguel e Miraflores.. Na eclusa de Miraflores, em área reservada para visitantes, os turistas têm a oportunidade de ver de perto os enormes transatlânticos em operação.

Cu

O que há

O sistema de tax-free do Panamá confere a suas lojas e shoppings com preços para lá de tentadores. Há sempre uma boa oferta em termos de eletrônicos, celulares, computadores, perfumes, roupas de grife, relógios, bebidas e acessórios. A lista não termina e é preciso checar bem as ofertas para não sair perdendo. As boas ofertas podem ser encontradas também nas lojas do aeroporto, ótimas opções para fazer comprinhas de última hora.

ad e d i s rio A primeira cidade do

Panamá era chamada de Panama La Vieja. Em tempos onde a pirataria rodeava os oceanos, essa cidade foi atacada diversas vezes pelo pirata inglês Henry Morgan. Foi mais tarde reconstruída mais para o interior, numa área conhecida hoje como Casco Viejo. O local destoa do restante da cidade.

A Cidade do Panamá se tornou um importante hub de distribuição de voos. Ir ao Panamá e não fazer umas compras é impossível! Ainda mais sabendo que o Aeroporto de Tocumen é um duty free gigante. Famosa por seus shoppings, é uma boa opção para quem gosta de aproveitar as férias também para fazer compras.

Setembro Abav 2015

219


Tobago A República de Trinidad e Tobago, como o próprio nome diz, é composta por essas duas ilhas. Tobago já é mais consolidada no ramo turístico. As praias paradisíacas, cachoeiras, pântanos e pontos de mergulho atraem os aventureiros e curiosos de turistas das mais diversas nacionalidades, incluindo o Brasil.

Diretório

Caribe 2015 220 220

C

Ecoturismo e turismo de aventura são o ponto forte da Ilha. As praias de águas cristalinas competem em beleza entre si. Além disso, não dá para deixar de conhecer a reserva florestal de Main Ridge, que é a mais antiga floresta protegida do ocidente. A floresta cobre dois terços da ilha e abriga uma incrível diversidade de flora e fauna. As Tartarugas Marítimas de Couro (leatherback sea turtle) também são marca registrada de Tobago. Essa espécie (Dermochelys coriacea) é a maior do mundo e muito diferente das outras tartarugas, ela mede cerca de dois metros de comprimento e 1,5m de largura, e pode pesar até 700kg.

220 Abav 2015

u

Saiba mais

sida o i r

O que há de novo

Setembro

Somente em Tobago

Os vários sítios históricos ao redor da ilha são a prova concreta da diversidade étnica e histórica do país. Com histórico de colonização europeia, mão de obra escrava e migração oriental, a variedade de etnias e culturas se destaca em Trinidad e Tobago. Assim fica mais fácil entender as diversas festividades ao longo do ano. São várias celebrações: Carnaval, “Calypso Steelpan” (Steelpan, que ao pé da letra é traduzido como panela de aço, é um instrumento inventado no século XX e é considerado o instrumento nacional de Trinidad e Tobago), Festival da herança de Tobago, Tobago Jazz Festival, entre outros.

Infraestrutura

Em Scarborough, capital da ilha, também está concentrada a maior parte da infraestrutura turística, com resorts como o Coco Reef e sua praia artificial e o Magdalena com campo de golfe, spa e piscinas. A região é a mais indicada para quem quer acesso a diversas atividades sem se deslocar muito. O Aeroporto Internacional de Tobago, em Crown Point, fica a 11 km da capital Scarborough.

de

Tobago é um paraíso para os mergulhadores. O maior “coral cerebral” conhecido do mundo está lá, na costa de Speyside. Não só isso, mas o que atrai os mergulhadores às profundezas do caribenho mar de Tobago é a sensação de natureza intocada. Quem mergulha por lá sente estar em um lugar nunca antes descoberto pelo homem.

Em uma programação sem esportes estão a Cocoa Farm, para conhecer e degustar o chocolate local, o Adventure Farm para observar pássaros, depender da sorte e ver a desova de tartarugas nas praias do lado oeste, relaxar na charmosa praia de Castara, ver a feirinha artesanal em Store bay e visitar as cinematográficas Englishman Bay, Pirates Bay e Lovers Bay, que serviram de inspiração para o escritor Daniel Defoe no romance Robinson Crusoé.


Setembro Abav 2015

221


Como chegar Confira aqui as companhias que voam do Brasil para as ilhas do Caribe. Diret贸rio

Caribe 2015 222 222

Copa Airlines

Caribbean Airlines

American Airlines

0800 771 2672 (11) 3549-2672 www.copa.com

No Brasil a companhia faz code share com a British Airways www.caribbean-airlines.com

0300 789 7778 (11) 4502-4000 www.aa.com.br

Avianca

Delta Air Lines

Aeromexico

4004-4040 0300 789 8160 www.avianca.com.br

0800 761 7070 www.pt.delta.com

0800 891 7512 www.aeromexico.com

Tam

Insel Air

(11) 4002-5700 www.tam.com.br

No Brasil a companhia faz code share com a Gol, Avianca e Air France/KLM + 599 9 737 0444 www.fly-inselair.com

Gol Linhas A茅reas 0800 704 0465 0300 115 2121 www.voegol.com.br

222 Abav 2015

Setembro


Setembro Abav 2015 223


Confira aqui algumas das operadoras que comercializam pacotes para o Caribe Ancoradouro

Trend Operadora

Soft Travel

0800 721 4999 (19) 2137-3002 www.ancoradourooperadora.com.br

(11) 3123-8555 www.trendoperadora.com.br

(11) 3017-9999 www.softtravel.com.br

Flytour

Visual Turismo

Flot Viagens

4004-0008 4004-0027 www.flytour.com.br

(11) 3159-0437 www.visualturismo.com.br

(11) 4504-4544 www.flot.com.br

Tam Viagens

New Age

Turnet Turismo

0300 777 2000 (11) 3274-1313 www.tamviagens.com.br

0800 170 677 (11) 3138-4899 www.newage.tur.br

(11) 3257-3111 www.turnet.com.br

CVC

Sanchat Tour

Abreu

3003-9282 www.cvc.com.br

(11) 3017-3140 www.sanchattour.com.br

0800 021 1840 (21) 2586-1888 www.abreutur.com.br

224 Abav 2015

Setembro


Secretaria de Estado de Turismo

A 3 horas do Rio tem muito mais Rio pra você

Destinos além do Rio

Setembro Abav 2015 225

http://www.youblisher.com/p/1197790-Rio-3/


Acervo Prefeitura de Angra dos Reis/TurisAngra

N

ão resta dúvidas que o Rio é o cartão-postal do Brasil para o turismo internacional, mas além de seus inegáveis encantos e belezas, a cidade está localizada num estado que se destaca pela diversidade de atrativos e proximidade geográfica, com três horas no máximo de distância, entre os principais municípios com vocação turística. Tudo aliado a facilidade de acesso por meio de rodovias pavimentadas e bem sinalizadas. Neste cenário, o visitante conta com uma infraestrutura que inclui uma completa rede hoteleira de padrão internacional, excelente gastronomia, além de portos e aeroportos que facilitam a acessibilidade. O destaque maior fica mesmo por conta de diversidade de atrativos. As opções se dividem entre serra e mar. Além dos inúmeros atrativos naturais - que se estendem por seis destinos turísticos – há que se incluir no roteiro destinos históricos, que preservam viva a cultura e as tradições presentes na gastronomia, nas festas e na rica arquitetura. No segmento ecológico, o Estado do Rio guarda preciosidades com a prática do turismo de aventura, ecoturismo e exemplos de preservação ambiental e sustentabilidade. Neste cenário a observação de pássaros, cavalgadas e a prática de esportes radicais são algumas das atividades nas regiões serranas. Viva essa experiência que supera expectativas e encanta por sua beleza e diversidade únicas, que só um estado como o Rio de Janeiro pode proporcionar. Para conhecer toda a exuberância de nosso estado, acesse: www.cidadesmaravilhosas.rj.gov.br

Mergulho em Angra

Mapa do Estado

Espírito Santo

do Rio de Janeiro

destinos

Turisticos Minas Gerais

Oceano Atlântico

São Paulo

Distâncias a partir do Rio de Janeiro destino 1 - até 245Km destino 2 - até 200Km destino 3 - até 180Km destino 4 - até 130Km destino 5 - até 273Km destino 6 - até 140Km SOMANDO FORÇAS

226 Abav 2015

226

Setembro


Janaína Ercolin/Sectur Paraty

Destino 1

Ilhas deslumbrantes e conjuntos arquitetônicos seculares Luis Fernando Lara/TurisAngra

Calçamento Pé de Moleque

a Costa Verde, ao sul do estado, mais de duas mil praias e 365 ilhas, uma para cada dia do ano, instigam os turistas a se deitar preguiçosamente na areia quente e ouvir o relaxante quebrar das ondas do mar. Formada pelos municípios de Angra dos Reis, Ilha Grande, Mangaratiba, Paraty, Rio Claro e Itaguaí, a região foi um marco durante a colonização do país, tendo abrigado uma das primeiras terras colonizadas do território nacional. Expressão do requinte no litoral brasileiro, Angra dos Reis, a 150 quilômetros da capital fluminense, é um paraíso quase obrigatório para os amantes de belezas naturais. A cidade possui um largo menu de resorts, hotéis e pousadas, que oferecem diversos roteiros, que incluem longos passeios de barco, trilhas naturais em meio a rios e cachoeiras, além de opções de esportes radicais como rapel, mountain bike e rafting. Ilha Grande, por sua vez, é conhecida por abrigar uma das mais belas regiões litorâneas do mundo. Um exemplo é a praia de Lopes Mendes, que aparece incontáveis vezes em diversas listagens entre as mais bonitas. Seu sucesso entre os turistas se dá por ser rodeada de uma vegetação selvagem de amendoeiras e abricós e suas águas serem cristalinas e transparentes. O ambiente é completamente deserto. Não há construções, cais para atracação de barcos e uma grande movimentação de turistas. Aqui, a natureza reina absoluta. Aventureiro é outra praia da ilha que merece espaço. A pequena faixa de areia chama atenção por possuir um enorme coqueiro que faz um ângulo de 90º graus, um dos cartões-postais do local. Para quem gosta de trilhas,

André Azevedo/Sectur Paraty

N

Praia de Lopes Mendes

Igreja de Santa Rita

ela possui um mirante, a menos de 30 minutos de caminhada, de onde é possível ter uma vista das praias ao redor e da floresta que colore o lugar, com suas palmeiras verdes. Uma vila de pescadores compõe um cenário harmonioso, onde pessoas simpáticas estão prontas a receber os turistas com sorrisos calorosos. A Ilha pode ser acessada de barco, catamarã ou barcaça, com saídas de Angra dos Reis, Jacareí e Mangaratiba. Setembro Abav 2015 227

227


Destino 2

Ecoturismo, tradições europeias e alta gastronomia Mapa de Cultura/Isabela Kassow/Diadorim Ideias/Secretaria de Estado de Cultura

Acervo PEIG/INEA

Em Paraty, localizada a 245 km da capital, as praias são marcadas por serem mais selvagens e isoladas. Geralmente o acesso é exclusivo por trilha ou barco. E são essas mesmas características que dão a impressão do lugar ser secreto. As praias de Antigo e Antiguinhos cercadas por montanhas verdes têm areia fofa e águas cristalinas. No Centro histórico, casarões em estilos neoclássico e barroco e ruas de calçamento de pedra dão um ar rústico ao destino. Com uma infraestrutura elevada, o município possui excelentes pousadas e diversos restaurantes de gastronomias variadas. Uma das iguarias mais procuradas é a cachaça artesanal. A cidade também se destaca pela realização anual da Feira Literária de Paraty – Flip, que atrai personalidades nacionais e internacionais. A feira costuma ser organizada na primeira quinzena de julho e conta com uma programação de quase 200 eventos, entre show, debates de literatura e leitura de trechos de livros.

Igreja Matriz de São José

R

Luís Fernando Lara/TurisAngra

Parque Marinho do Aventureiro, na Ilha Grande

Ermida de Nosso Senhor do Bonfim, na Baía de Angra dos Reis

228 Abav 2015

228

Setembro

esende, Itatiaia, Quatis, Penedo, Visconde de Mauá e Porto Real compõem a Região das Agulhas Negras. Uma combinação exuberante de vegetação, cachoeiras e recantos paradisíacos com um importante conjunto de formações rochosas. Localizada no centro-sul do Estado do Rio de Janeiro, a região leva esse nome devido o Pico das Agulhas Negras, localizado no Parque de Itatiaia. Com 2.791 metros, é o ponto mais alto do estado. Além do Pico das Agulhas Negras, o parque oferece diversas outras atrações, como a Lagoa Azul, um lago natural formado pelo rio Campo Belo, a Cachoeira Véu de Noiva, com uma queda de 40 metros de altura; o Pico da Montanha do Couto, o segundo ponto mais alto do parque, com 2.680,99 metros de altitude; e as Pateleiras, formações rochosas com platôs. Na região, duas cidades são responsáveis pelo intenso fluxo de turistas: Penedo (165 quilômetros de distância da capital) e Visconde de Mauá (200 quilômetros). O primeiro, com forte influência finlandesa que reflete em sua arquitetura e cultura local, se destaca pelos chocolates artesanais, ambiente rústico e chalés nórdicos. Árvores frutíferas colorem as ruelas e dão um ar estrangeiro à cidade. Cidade altamente turística, Penedo conta com uma alta infraestrutura de hotéis e restaurante que estão aptos a receber seus visitantes com maestria.


Acervo/Parna Itatiaia

Destino 3 Uma viagem no tempo com

aroma de café e clima de montanha F

Parna Itatiaia - Trilha

Acervo PMV

Acervo Mauatur

Visconde de Mauá reflete um cenário bucólico e acolhedor para aqueles que desejam se isolar da loucura e vida frenética da cidade-grande. A variedade de cenários naturais de Visconde de Mauá é um convite para o bem estar. Através do contato com a natureza, é possível sair da rotina e realizar diversas atividades que promovem desde a contemplação, quanto à prática de caminhadas, trilhas, cavalgadas, banhos de cachoeira ou de rio e esportes radicais, como voos livre, mountain bike e canoagem. Na culinária, a truta, peixe típico, é a base para muitos pratos dos restaurantes. Em dias frios, delicie-se com os fondues e caldos de variados sabores em volta da fogueira que é acesa no centrinho da cidade.

ormada por grandes fazendas que remetem à arquitetura colonial e histórica, a Região do Vale do Café é um legado deixado pela indústria cafeeira, principal produto da economia brasileira durante os séculos 18 e 19. No total, 15 municípios configuram a região, com destaque para Valença, Vassouras e Miguel Pereira. Além de poder visitar centenas de fazendas, os turistas ainda podem explorar as construções dos barões do café e as senzalas dos escravos, patrimônios preservados que contam história e mostram um pouco do nascimento cultura do país. Durante o mês de julho a região acolhe o Festival Vale do Café, um fenômeno que apresenta concertos de música nas fazendas, shows em praça pública e promove oficina de música com crianças da região. Outro evento que vem ganhando cada vez mais força é o “Café, Cachaça e Chorinho”. Com apelo gastronômico, a programação inclui visitas às fazendas históricas voltadas para um roteiro de degustação, a exemplo de cafés da manhã coloniais, com muitos bolos, pães, leite e queijos frescos, onde a maioria dos produtos é produzida no local.

Parque Ecológico das Cachoeiras do Santuário

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição

Setembro Abav 2015 229

229


Mapa de Cultura/Isabela Kassow/Diadorim Ideias/Secretaria de Estado de Cultura

Palmeiras imperiais e o belíssimo casarão da Fazenda do Paraízo, em Rio das Flores

230 Abav 2015

230

Setembro

no tempo e observar um Brasil não tão antigo. Afinal, há quase 200 anos, o país ainda era colônia de Portugal, e Vassouras – cujo nome é devido à abundância do arbusto tupeiçava, muito utilizado na confecção de vassouras – era conhecida como “Princesinha do café”. Na época (1850) o município era o principal produtor de café do mundo. Bruno Wanderley/Petrópolis CVB

O Vale do Café é ideal para se refugiar na tranquilidade rural ou fazer passeios ecológicos. Em Miguel Pereira, a apenas 115 quilômetros da capital, cachoeiras de águas geladas, pequenas igrejas, cachaça e artesanato são os principais atrativos da cidade. Por suas altas montanhas e colinas, o parapente é um esporte que tem muita adesão. Sem mencionar o mountain bike, o jeep raid e o pentatlon, que também atraem diversos turistas devido ao relevo da cidade. Para aqueles que viajam em família, o Lago Javary oferece passeios de pedalinho e em pequenos barcos. Outras atrações que merecem uma parada são o Museu Ferroviário, as cachoeiras da Vera Cruz e o Museu da Cachaça. Não deixe de provar o tradicional pão de tomate, iguaria caseira que só é encontrada na região. Com uma arquitetura intacta, o passado ligado ao apogeu do Ciclo do Café pode ser muito bem observado em Valença, cidade que fica a 148 quilômetros da capital. Além das fazendas, catedrais, parques, praças, monumentos e casas contam um pouco do dia-a-dia dos personagens que viviam na região. Dos áureos tempos do café, a cidade mantém suas tradições, suas festas e seus costumes. Entre os principais atrativos do local estão o Jardim Glaziou, a Fundação Cultural Lea Pentagna e a fazenda Vista Alegre, uma das mais importantes do ciclo imperial no século 19. Pertinho da metrópole carioca, Vassouras – com palacetes, casarios, parques e jardins - nos faz voltar

Roteiro gourmet pelos restaurantes do Polo Gastronômico de Petrópolis


Acervo Museu Imperial

Destino 4

Turismo na Serra e o legado histórico do Brasil Imperial

Acervo Parnaso

Museu Imperial

Trilhas e travessias revelam paisagens monumentais

R

egião que abrigou a corte real portuguesa, a Serra Verde Imperial tem um clima agradável de montanhas, se tornando o refúgio principal de inúmeros cariocas e brasileiros que procuram um pouco de frio. É quando muitos podem aproveitar das roupas elegantes dessa estação e se esquentar junto ao fogo da lareira, enquanto se deliciam com um bom vinho e um fondue de queijo ou, para os mais românticos, de frutas com chocolate. As compras também são um diferencial da região. Produtos têxteis e iguarias artesanais compõem a mala de praticamente todos os turistas que visitam a Serra Verde Imperial. Com excelentes hotéis e pousadas, a região é responsável por produzir os mais diversos estilos de cervejas

especiais, que harmonizam perfeitamente com tudo que o Rio oferece. A Rota Cervejeira passa pelos municípios de Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, Cachoeiras de Macacu e Guapimirim. Além das grandes marcas, ela também abrange cervejarias artesanais, que mostram um pouco do costume e da cultura do carioca que é apaixonado pela bebida. Comece o roteiro por Nova Friburgo (131 quilômetros da cidade do Rio de Janeiro) e conheça como é feita a produção das cervejas Ranz, Rock Valley e Barão Bier. O centro da cidade também salta aos olhos, onde uma infinidade de lojas de calçados, roupas, bolsas, maquiagem e muito mais se estendem pelas calçadas. Setembro Abav 2015

231

231


Acervo Feirinha de Teresópolis

Mapa de Cultura/Isabela Kassow/Diadorim Ideias/Secretaria de Estado de Cultura

Palácio de Cristal, em Petrópolis

Artesanato em fibras, alimentos e artigos de decoração na Feirinha de Teresópolis

Fundada em 1843 pelo Imperador D. Pedro II para que a família imperial pudesse se abrigar do calor intenso da capital, Petrópolis – a apenas 59 quilômetros do Rio - é um misto de patrimônio histórico e ecoturismo. Entre as principais atrações estão o Museu Imperial, a Catedral São Pedro de Alcântara, o Palácio de Cristal, o Palácio Quitandinha e a casa de Santos Dumont. Já nos arredores, Itaipava se destaca por sua aura sofisticada e um roteiro gastronômico de primeira. Para acompanhar os petiscos, visite as cervejarias locais: Bohemia, Itaipava e Cidade Imperial. Colonizada por alemães, Petrópolis organiza, durante o mês de julho, o Bauernfest. No melhor estilo dos festivais alemães, a festa conta com ranchos folclóricos, bailões, corais, bandas tradicionais (como a Banda Musical Germânica de Blumenau), concurso de chope a metro, comidas típicas e muito mais.

Enquanto Petrópolis é a cidade de D. Pedro II, Teresópolis (que fica a 87 quilômetros da capital) é a cidade de Teresa (Teresa Cristina, esposa de D. Pedro II). Paisagens bucólicas, feirinhas de artesanato e restaurantes charmosos são as palavras mágicas desse local cheio de encantos. Com atrações para todos os gostos, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos é um dos principais destaques da região. Cachoeiras, piscinas naturais, trilhas e áreas para piqueniques são alguns dos atrativos que o parque oferece. De fácil acesso, o Mirante do Soberbo tem uma das vistas mais impressionantes da região. Já o pico Dedo de Deus é um desafio para os turistas mais radicais. Três dias de caminhada é o tempo necessário para realizar a travessia Teresópolis-Petrópolis, cuja trilha é composta por cachoeiras, vegetações diferentes e um cenário único. Acervo Governo RJ

Praça Carlos Maria Marchon, em Lumiar, distrito de Nova Friburgo

232 Abav 2015

232

Setembro


Acervo Portal do Sana

Destino 5

Fortalezas seculares, caminhos culturais e reserva ambiental Thiago Cortes/Neltur

Sana - Cachoeira da Fumaça

Museu de Arte Contemporânea de Niterói

N

a Baía de Guanabara se tem de um lado a capital do estado e do outro, uma cidade irmã, Niterói, que revela um litoral de águas azuis, mirantes com paisagens de perder o fôlego, fortalezas seculares e obras arquitetônicas de grande valor histórico e cultural projetadas pelo maior expoente da arquitetura nacional, Oscar Niemeyer. A antiga capital do estado é também um importante polo econômico, cultural e gastronômico. Destaque para as praias da região oceância como Camboinhas, Piratininga, Itaipu e Itacoatiara, e as praias da Baía são ótimas para passeios e atividades ao ar livre, como Icaraí, Boa Viagem, Flechas, São Francisco, Charitas, Jurujuba e Adão e Eva. No roteiro histórico, consagra-se o passeio pelos fortes, composto pelo maior complexo deste gênero no país, É o caso da Fortaleza de Santa Cruz da Barra, e o forte de São Luís ou do Pico, do Século 18. Já Itaboraí é um município que se destaca pela relevância cultural e histórica tendo sido cenário de novelas e filmes, principalmente na Praça Marechal Floriano, antigo Largo da Matriz. O local é também o maior palco da cidade, onde ocorrem manifestações artísticas e culturais, como a tradicional Folia de Reis e a Feira do Livro. É no centro histórico que se concentram prédios centenários que resistem ao tempo. Outro aspecto de relevância da cidade é o sítio paleontológico mais antigo do Brasil, às margens do Lago São José. Os amantes da natureza não devem deixar de conhecer o Parque Nacional da Restinga de Jurujuba. Uma das unidades de conservação do País administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) com maior número de pesquisas científicas em desenvolvimento, o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba estende-se por 44 km praias ao longo de uma faixa litorânea de planícies marinhas entre os municípios de Macaé, Carapebus e Quissamã. Seu ecossistema reúne restinga, pantanal e Mata Atlântica e tem mais de 20 lagoas. Campos dos Goytacases sempre foi conhecida no passado pelas fazendas coloniais, casarões históricos e solares suntuosos. É dotada de belos atrativos naturais como praias, lagoas, reservas ambientais, rios e Setembro Abav 2015 233

233


Acervo Campos Turismo

Mapa de Cultura/Cris Isidoro/Diadorim Ideias/Secretaria de Estado de Cultura

Museu Casa Casimiro de Abreu, na cidade de Casimiro de Abreu

cachoeiras. A principal praia é a do Farol de São Tomé, com 50 km de extensão, onde há um farol de 47 m de altura inaugurado em 1882, e onde foi criada a Área de Proteção Ambiental do Lagamar, com destaque para o Parque Estadual do Desengano, e sua riquíssima flora e fauna. Dentre seus principais atrativos estão o Pico do Desengano, de 1.761 m, o Pico do Mateus, de 1.576 m, e a Pedra da Agulha. Casimiro de Abreu ganhou fama nacional em 1980 por ser um lugar de esoterismo, especialmente porque iria receber o pouso de uma nave extraterrestre vinda de Júpiter. O nome da cidade vem do poeta e romancista Casimiro de Abreu e na sua casa foi montado um museu com auditório, biblioteca, sala de artes e uma pequena exposição. Possui cachoeiras e corredeiras no Rio Macaé, onde se pode tomar banho, praticar rafting e pescar. As praias que se destacam são Praião, de água esverdeada, e a Prainha, na foz do Rio São João. Inclua no seu roteiro a cidade de Macaé, conhecida como “Princesinha do Atlântico” que ganhou status internacional com a produção petrolífera e a descoberta do Pré-Sal, tanto assim que passou a ser chamada

desde então de “Capital Nacional do Petróleo”. Possui monumentos históricos, como o Forte Marechal Hermes, do Século 18; o Farol de Imbetiba, de 1880; e a Igreja de Sant’Anna, de 1896 sobre uma capela de 1630. Já as praias estendem-se por um litoral de 23 km, com destaque para Lagomar, São José do Barreto, Barra de Macaé, Forte, Imbetiba, Prainha do Farol, Campistas, Pecado e a mais famosa, a Praia dos Cavaleiros. Quissamã se destaca pelas águas mornas, doce e escura da Enseada do Tatu é uma das principais atrações naturais. As praias do Farol e da Barra do Furado são frequentadas por surfistas. Na parte histórica, ressalta-se o Complexo Histórico Cultural Fazenda Machadinha, criado em 2009, formado pelas ruínas da casa grande, armazém, a capela de Nossa Senhora do Patrocínio e senzalas. Um dos destaques é o Memorial Machadinha. Para ver mais detalhes de construções do Século 19, foi criado um circuito que contempla vários atrativos históricos e monumentos. Rio das Ostras no norte fluminense possui praias e construções históricas, como o Poço de Pedras, feito por escravos no Século 18, e a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, também erguida por escravos. Já a Praça da Baleia é uma área de lazer onde há uma escultura de uma baleia Jubarte com 20 m de comprimento. Já na orla da praia de Costazul estão alguns dos principais atrativos da cidade, como o Píer, local ideal para ver o nascer do sol e para pescar. Conta com 28 kms de praias. Santa Maria Madalena é um dos portões de entrada do Parque Estadual do Desengano com sua grande floresta natural e quedas d’água. Vale uma visita à oficina de artesanato em pedra feito por jovens, mantida pela Associação dos Produtores Minerais de Santa Maria Madalena. Outros atrativos do parque são o Mirante da Torre e a Pedra do Desengano. Há ainda o Caminho das Terras Frias, um trajeto rural organizado pelos produtores locais com atrativos naturais onde impera a hospitalidade. Sua filha mais ilustre é Dercy Gonçalves. Inclua no roteiro a Pedra do Dubois, a Cachoeira do Escorrega, o Cachoeirão, a Represa da Tudelândia e a Represa do Saudoso, e ainda o Horto Florestal.

Thiago Cortes/Neltur

Basílica do Santíssimo Salvador de Campos dos Goytacazes

Fortaleza de Santa Cruz da Barra

234 Abav 2015

234

Setembro


Mapa de Cultura/Cris Isidoro/Diadorim Ideias/Secretaria de Estado de Cultura

Destino 6

Praias e sol, lagoas e restingas, moda e gastronomia em lindas cidades Ronald Pantoja/SemTur Búzios

Arraial do Cabo

Pôr do Sol - Orla Iate Club Ossos

L

agoas, praias de areias brancas e mares de um tom azul profundo compõem a região da Costa do Sol. No roteiro, muito sol, descanso, tranquilidade, mas também aventura e esportes aquáticos. Entre as principais cidades que compõem a região – formada por um total de 12 municípios – estão: Armação dos Búzios, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Rio das Ostras. Pertinho da capital, o acesso é fácil e em poucas horas é

possível aproveitar o melhor das cidades praianas. Com lojas de moda, barzinhos descolados, restaurantes requintados e boates internacionais, Búzios (a 170 quilômetros da capital) tem uma das noites mais agitadas do Rio de Janeiro. Durante o dia, os visitantes aproveitam o sol intenso para relaxar a beira do mar. Ao cair da noite, a Rua das Pedras ganha vida com o movimento de ir e vir das pessoas. Setembro Abav 2015 235

235


Acervo Inepac

Casa-da-Flor

artesanais são algumas das opções da cidade. Atrações como a Praça da Baleia, o Parque dos Pássaros (maior viveiro da América Latina) e o Monumento Natural dos Costões Rochosos integram a programação dos visitantes. Rio das Ostras organiza um dos maiores festivais de jazz do Brasil, o Rio das Ostras Jazz & Blues Festival. O evento, que tem duração de seis dias, é um encontro dos maiores músicos do jazz e do blues nacional e internacional. Seu público já ultrapassa a marca das 15 mil pessoas/dia (dados de 2013), e reúne turistas de todo o mundo. Mapa de Cultura/Cris Isidoro/Diadorim Ideias/Secretaria de Estado de Cultura

As praias mais conhecidas são Geribá, Ferradurinha, Armação, Ossos, Olhos de Boi e Caravelas. Para os surfistas, a dica é a pequena e bem preservada José Gonçalves, onde as ondas são mais fortes. Para aqueles que querem fugir da multidão que inunda Búzios na alta temporada, as praias de Azeda e Azedinha, são mais resguardadas. O nome vem da cor de suas águas, que são verdes como limão. O acesso à praia Azeda se dá por uma rua a partir da praia dos Ossos. No canto direito há uma pequena trilha que leva à Azedinha. Entre as opções, frutos do mar, como peixe, ostras, mexilhões e camarão, servidos nos quiosques praianos. Distante 38 quilômetros de Búzios, Arraial do Cabo também tem seus pedacinhos de paraíso. Diferente das outras praias, o mar de Arraial marca por ser de um azul intenso. Sua temperatura também chama atenção. Com águas entre 6 e 18º C, Arraial do Cabo e Cabo Frio têm as praias mais frias de todo o sudeste brasileiro, bem diferente da média da região, em que a temperatura se mantém em torno de 20 ºC. Considerada a “praia mais perfeita do Brasil” pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Ilha do Farol tem seus fãs e adeptos costumeiros, que aproveitam não apenas para se banhar, mas fotografar e registrar a beleza da natureza. Se os peixes e vida marinha é que fazem seus olhos de mergulhador brilharem, pode comemorar, pois Arraial do Cabo também é conhecido como a capital de Mergulho do País. Entre as melhores praias para a prática do esporte, destaque para As Prainhas, no Pontal do Atalaia, e Praia Grande. Não raro, em pleno janeiro, é possível ver pinguins na ponta da Praia Grande. O destino oferece ainda passeio de barco, onde é possível chegar até a Gruta Azul ou à Ilha da Marinha. Mas atenção: é necessário autorização para se aventurar no local. Com 15 praias que encantam pela infraestrutura e preservação, Rio das Ostras é o local ideal para aproveitar um pouco de descanso misturado ao agito da cidade. Variados museus, centros culturais e feira de produtos

Forte São Mateus, na Praia do Forte, em Cabo Frio

236 Abav 2015

Setembro

Visite: www.cidadesmaravilhosas.rj.gov.br


Santa Catarina À s vésperas de mais uma temporada de verão, a bela Santa Catarina, estado da Região Sul do país, reserva, aos milhares de turistas que anualmente visitam o destino, uma diversidade de opções de lazer e entretenimento. Confira aqui sete bons motivos para programar suas férias num dos balneários e municípios turísticos desta região privilegiada onde a natureza foi pródiga. 1 – Santa Catarina foi eleita sete vezes como melhor destino turístico do país; 2 – O estado possui algumas das praias mais belas do país, em que esportes náuticos, como surf, winfsurd, kitesurf e stand up paddle, vêm ganhando destaque a cada dia; 3 – A preservação do meio ambiente permite observação de pássaros e baleias, aventuras nos cânions da região ser-

rana onde o vinho de altitude é cultivado a mais de mil metros em 15 vinícolas; 4 – As tradições açorianas, germânicas e italianas ainda estão presentes na rica gastronomia, com cores e temperos bem como nas festas e na arquitetura no estilo enxaimel das cidades; 5 – O turismo religioso se concentra em cidades como Nova Trento, com o santuário da Madre Paulina, e Brusque, onde fica o santuário de Nossa Senhora do Caravaggio. 6 – O turismo de compras tem em cidades como Brusque, Jaraguá do Sul e São Bento do Sul inúmeras opções de compras de artigos em malha, lã e produtos regionais. 7 – Os parques temáticos remetem a complexos como o Beto Carrero World e o Unipraias, verdadeiras áreas de lazer para famílias. Desfrute do melhor de Santa Catarina. Seja bem vindo!!!

Setembro Abav 2015 237


De Norte a Sul, um roteiro de belas praias e gratas surpresas O

litoral de Santa Catarina conta com 561 quilômetros de extensão. Da capital Florianópolis, com suas belas praias, passando pela região da Costa Verde Mar, onde estão localizados dez municípios com vocação turística, não faltam atrativos. Observação de baleias e golfinhos, rica gastronomia, com ênfase para pratos à base de crustáceos e frutos do mar, turismo de aventura, prática de esportes náuticos são apenas algumas das opções de lazer e entretenimento. Confira aqui algumas das atrações deste roteiro encantador, que no verão respira um clima de festa e descontração.

PR

SC

Praia do Rosa - Reconhecida pela Unesco como uma das mais belas baías do mundo, a Praia do Rosa ainda lembra uma antiga vila de pescadores, com suas canoas, pesca artesanal de tainha e pousadas rústicas, que dão um charme ao local. Localizada em Imbituba e a 18 km de Garopaba, o Rosa faz divisa com a Praia Vermelha, ao Norte, e com a Praia do Portinho, ao Sul. O destino foi descoberto pelos surfistas na década de 70 e hoje é um dos principais points para a prática do esporte, especialmente ao Sul do Rosa, na Praia da Vila. No período de agosto a novembro é possível avistar a baleia Franca que migra para a Praia do Rosa para alimentar seus filhotes nos seus primeiros meses de vida. Farol de Santa Marta - Localizado a 14 km do município histórico de Laguna, terra de Anita Garibaldi, o farol está localizado no Cabo de Santa Marta. Foi construído por franceses em 1891, e é o maior farol em alcance em foco de luz da América do Sul. Ainda em atividade, mantém alguns equipamentos originais, mas é fechado ao público. O destino também é muito procurado para a prática de esportes e atividades como stand up paddle, kitesurf, windsurf, caminhadas, corridas, sand board e piscinas naturais. Em Laguna, pescadores convivem com os golfinhos, atração permanente para os turistas.

SP

Santa Catarina

RS

SP: São Paulo PR: Paraná RS: Rio Grande do Sul

Ibiraquera - A Praia de Ibiraquera é considerada uma das melhores praias para a prática de standup paddle, kitesurf e windsurf em todo o Brasil. O cenário é composto por dunas, rios, ilhas e lagoas. A cada ano, no mês de outubro, a elite do windsurf e do kitesurf mundial se reúnem nas areias de Ibiraquera para a mais esperada competição de vela wave latino-americana, o Ibiraquera Wave Contest.

Garopaba - Garopaba tem muito a oferecer para seus turistas. Localizada numa enseada, no centro urbano, a praia de Garopaba possui dunas e um mar tranquilo, sendo ótima para a prática de esportes náuticos. A paisagem encanta não apenas os visitantes, mas os moradores do local, que se deslumbram com o contraste do mar junto aos barracões dos pescadores com os seus barcos coloridos. As dunas do Ouvidor e do Siriú também não passam despercebidas. As montanhas de areia amarela e fina refletem a luz do sol, e são muito convidativas para fotos e passeios. Para espantar o calor, a dica é se banhar na Praia do Siriú.

Nova ponte une Laguna a Região Sul

Praia do Rosa

238 Abav 2015

Setembro


Barra de Ibiraquera – Imbituba

Makito

Final de tarde no Centro Histórico de São Francisco do Sul

São Francisco do Sul, um passeio pelo tempo A ilha de São Francisco do Sul é um dos destinos turísticos mais interessantes do litoral de Santa Catarina. A cidade respira história em seu conjunto urbanístico e arquitetônico, com mais de 400 imóveis tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e é uma das três cidades mais antigas do Brasil. O município ainda preserva o clima tranquilo de outros tempos, apesar de possuir um dos mais importantes e movimentados portos do país. Além do Centro Histórico, outras atrações merecem ser apreciadas, como as praias, cachoeiras, manguezais, dunas, restingas, lagoas e florestas de Mata Atlântica.

Entre os muitos destaques da cidade, está o único museu de embarcações do Brasil, o Museu Nacional do Mar. O espaço possui exemplares de várias regiões do país, modelos exclusivos como o usado por Amyr Klink para atravessar o Oceano Atlântico a remo, miniaturas de barcos e instrumentos de pesca e navegação. Há também uma biblioteca e cenas do cotidiano do mar em tamanho natural. Um dos acessos a São Francisco do Sul se dá a partir de Joinville a bordo de escunas que cruzam a Baía da Babitonga passando por ilhotas e manguezais, verdadeiro espetáculo da natureza. Setembro Abav 2015 239

Enrique Litman

Makito

Observação da Baleia Franca em Garopaba, sul de Santa Catarina


240 Abav 2015

Setembro


Setembro Abav 2015

241


garantem uma beleza natural intocada. Parte do Parque Florestal do Rio Vermelho, uma reserva de aproximadamente 400 mil m², não há nenhuma construção no local e nem no caminho. Por sua tranquilidade e boas ondas, a praia é um dos locais mais procurados pelos surfistas.

Florianópolis:

Praia Brava - Águas límpidas, gente bonita na areia, música, eventos e uma comunidade ativa, este é o universo que envolve a Praia Brava, que ganha destaque no verão pela boa infraestrutura, além, é claro, do visual privilegiado. Sempre há música e quiosques que servem bebida e petiscos. O mar é um verdadeiro parque de diversões para os surfistas. Ponte Hercílio Luz

o melhor da capital catarinense

C

om aeroporto internacional que recebem voos de Buenos Aires e uma população que já superou os 450 mil habitantes, Floripa como é conhecida pelos catarinenses, reserva um roteiro de atrativos que passam pelo Mercado Municipal, bons restaurantes, hotéis de categoria turística e uma agitada vida social com bares, discotecas e casas noturnas. Se estiver com tempo, inclua no seu roteiro um passeio pela Lagoa da Conceição. Formada pelo Canto da Lagoa, Canto dos Araçás, Sertão Grande e Retiro da Lagoa, a região reúne praias, dunas, montanhas e a maior lagoa de Florianópolis. Piqueniques, caminhadas, passeio de pedalinho, escunas e caiaque fazem parte do cenário composto por construções preservadas da época colonial, fazendo um belo contraste com a natureza rústica e os dias movimentados do local. O Centrinho da Lagoa é a aposta certa e o local tem inúmeros restaurantes que servem a famosa “sequência de camarão” Durante a temporada de verão o destaque maior de Floripa fica por conta de 42 praias com os mais variados tamanhos e particularidades. Surfistas, crianças, idosos, esportistas e jovens se dividem entre o sossego e as festas mais movimentadas da cidade, que transformam as praias mais badaladas em grandes palcos culturais. Confira aqui algumas das mais conhecidas. Jurerê e Jurerê Internacional Jurerê conta com ondas longas e calmas, areia fina em tom amarelo-claro e uma 242 Abav 2015

Setembro

água morna e agradável. O lugar é ideal para famílias e idosos, que aproveitam para descansar ao som suave do mar. Durante a noite, Jurerê é palco de atrações musicais e boas festas. Já a praia de Jurerê Internacional tem ares de Miami Beach. O bairro é planejado e conta com grandes mansões. O lugar é considerado o epicentro do luxo em Florianópolis, sede de descolados beach lounges quando, no verão, as festas fervem regadas a espumante e ao som de batidas eletrônicas. Praia do Forte - Uma pequena estrada separa a Praia do Forte dos grandes centros turísticos do Norte da ilha. O local é um recanto de tranquilidade, com uma paisagem única e águas mornas. Por ser uma região onde há cultivo de ostras e mariscos, os frutos do mar chegam fresquinhos aos restaurantes. A prática de esportes na areia, como corrida, alongamento e yoga são comuns e muito procurados por turistas e habitantes da cidade ligado à saúde e bem-estar. Lagoinha - No extremo Norte da Ilha, Lagoinha é uma pequena praia com característica de enseada, por ser protegida por costões. Abriga uma tradicional colônia de pescadores e um visual estonteante. É ideal para aqueles que desejam ter sossego, ficar longe da agitação e curtir a simplicidade das praias. Praia do Moçambique - Praia mais extensa de Florianópolis e uma das maiores de Santa Catarina, Moçambique possui 8,5 km de areias claras e macias que

Praia da Joaquina - Próxima à Praia Brava fica a Praia da Joaquina ou Joaca, como é apelidada pelos moradores. Conhecida por suas ondas perfeitas, geralmente geladas, Joaquina é o lugar preferido de muitos surfistas, sendo sede de campeonatos nacionais e até mundiais. Ribeirão da Ilha e Armação - Localizada na Baía Sul, Ribeirão da Ilha tem um mar calmo e de pouca profundidade, fugindo à regra das praias do Sul. A areia é grossa e escura. Na orla, a arquitetura dos séculos 18 e 19 se destaca aos olhos e dá um charme especial a esse pequeno pedaço paradisíaco. A apenas 25 km do centro de Florianópolis, a Praia da Armação ainda mantém um clima de pequena vila. É um dos principais núcleos de pesca artesanal da ilha, com várias comunidades pesqueiras que exploram o mar. Junto a Campeche e Pântano do Sul, forma o maior complexo pesqueiro da cidade. Ingleses - Tem cinco quilômetros de águas azuis com média ondulação e boa infraestrutura. No verão, siga para o canto esquerdo, onde o movimento é menor. Em suas dunas é praticado o sandboard – descida de dunas em uma prancha de madeira. A população local mantém a tradição dos colonizadores açorianos e aproveitam o inverno, quando não há movimento, para pescar. Fica a 35 quilômetros do centro da cidade. Canasvieiras – Com pouco mais de dois quilômetros de extensão, a praia é urbanizada e reúne beleza natural e uma completa infraestrutura. Tem poucas ondas e é frequentada por famílias. No verão, é bom chegar cedo para garantir lugar na estreita faixa de areia. Fica a 27 quilômetros do centro da cidade.


Castelo das Nações no Beto Carrero World

Canyons da Serra

Parques Temáticos e aventura: Beto Carrero World e Unipraias U

m foi considerado o nono melhor parque de diversões do planeta e o primeiro da América Latina segundo pesquisa do TripAdvisor. O outro é um complexo turístico com trilhas, circuitos de arvorismo, mirantes, auditório ao ar livre, anfiteatro, quiosques de alimentação e completa infraestrutura de lazer, compras e serviços. O Beto Carrero World, no município de Penha e o Unipraias, em balneário de Camboriú, são duas atrações imperdíveis no roteiro de lazer e entretenimento. No ano passado, o Beto Carrero World recebeu mais de 2 milhões de visitantes, sendo 700 mil apenas nesta temporada de férias de julho. E não é para menos. As atrações

encantam pais e filhos. Situado numa área de 14 milhões de metros quadrados, o complexo está localizado no município da Penha. As famílias com crianças vão se divertir nesse espaço que conta com mais de 100 atrações, incluindo zoológico, circo, shows temáticos e brinquedos de avançada tecnologia. O parque é dividido em sete áreas: Avenida das Nações, Mundo Animal, Vila Germânica, Velho Oeste, Ilha dos Piratas, Aventura Radical e Terra da Fantasia, onde cada espaço possui decorações e brinquedos temáticos, que ambientam os visitantes em um mundo que parece ter saído da imaginação. Quem gosta de aventura não pode deixar de experimentar a Big Tower (maior torre de queda livre do Brasil) ou os

De teleférico se chega ao Unipraias

A

s palavras ecoturismo e adrenalina definem o Unipraias. Situado entre duas praias – Central e de Laranjeiras -, o parque possui teleférico com acesso a ambas e uma parada intermediária no alto de um morro de onde se tem uma vista deslumbrante da cidade. A estação inicial de Barra Sul conta com um centro de compras e lazer. O espaço é interativo e de múltiplo uso, comportando exposições artísticas, artesanato e manifestações populares. A vista é panorâmica. Já a estação Mata Atlântica reúne quiosques, loja de souvenirs, circuito de arvorismo, o Auditório Ângelo Bogo e o Parque Ambiental, que possui 500 metros de passarela em meio à mata. Ao longo do caminho, dois mirantes recarregam as energias com o visual estonteante. A última parada é na estação Laranjeiras, que leva os visitantes à praia de mesmo nome da estação. Sendo considerada uma das praias mais bonitas de Santa Catarina,

o mar é tranquilo, de águas claras. Na orla, uma estrutura completa de bares e restaurantes atendem aos turistas. O melhor programa é degustar um cardápio de frutos do mar, culinária típica da região, ou alugar caiaques e boias para se divertir nas águas de Laranjeiras. Mais duas paradas são obrigatórias: o Youhooo!, um trenó de montanha com um percurso de 710 metros em meio à Mata Atlântica, e o ZipRider, uma tirolesa que desce 750 metros. Ambos atingem até 60 km/h de velocidade. Aventura – Subindo a serra do Rio do Rastro, logo depois de passar por Tubarão e Termas de Gravatal. o turista se defronta com paisagens exuberantes. Já em São Joaquim, Bom Jesus da Serra, Urubici, ,Urupema e Lages, entre outros, num total de 17 pequenas cidades, reservam uma paisagem enfeitada por araucárias (árvore típica), cânions com altura superior a 700 metros, cachoeiras, formações rochosas e um roteiro que passa

elevadores da Torre do Terror e a FireWhip (primeira montanha-russa invertida do Brasil e a maior da América Latina). No zoológico é possível se deparar com as mais diversas espécies de animais, inclusive seres em extinção. Além de um impressionante parque aquático, o Império das Águas, onde botes deslizam num rio sinuoso de quase um quilômetro de extensão, com subidas e descidas entre cachoeiras, redemoinhos, cavernas, desfiladeiros, cenários e efeitos de luz e som. Para os adultos, o parque oferece um grande número de lojas e até um outlet. E ainda, shows e espetáculos com padrão Broadway que vão encantar, não só os pequenos, mas toda a família. Makito

Teleférico do Parque Unipraias

por 15 vinícolas, algumas delas abertas ao público. Nos principais hotéis de campo, típicos do turismo rural, casos do Eco Resort Rio do Rastro, em Bom Jesus da Serra, e o Fazenda do Boqueirão, em Lages, há toda uma programação previamente estabelecida para os turistas, com cavalgadas, pescarias, trilhas, churrascos com o tradicional fogo de chão, festas típicas com gastronomia italiana ou campeira. Tudo com uma hospitalidade contagiante, capaz de cativar visitantes de todas as idades. Setembro Abav 2015 243


Costa Verde Mar: os encantos do litoral

I

magine um roteiro com uma diversidade de atrativos única capaz de seduzir os turistas mais exigentes. A região da Costa Verde Mar é integrada por dez municípios como os balneários de Porto Belo, Camboriú e Piçarras, além das cidades de Itajaí, Itapema, Navegantes e Luiz Alves. Fazem parte deste roteiro ainda os municípios turísticos da Penha, Bombinhas e Ilhota. Cada um deles com características próprias e atrações diversificadas.

Museu do Mar

Pata da Cobra

Balneário Camboriú – O balneário preferido dos argentinos se transforma durante o verão num “bairro” de Buenos Aires. O entra e sai nos hotéis e casas de câmbio é constante. Durante o dia a diversão é uma só: curtir a praia Central com seus 8,5 quilômetros de extensão, ou mesmo as mais afastadas ou aventurar-se num passeio de escuna pelas baías e enseadas.

Qlitoral

Bombinhas(SC) - Mergulho submarino

Praia do Pinho - Uma praia de nudismo utilizada pelos naturistas sempre desperta a curiosidade. A medida que anoitece o movimento se concentra ao longo de bares e restaurantes da Avenida Atlântica. Balneário Camboriú abriga dez praias e oferece opções para todos os estilos. As famílias também marcam presença ao Sul, em Laranjeiras, com águas calmas e boa estrutura. Na mesma estrada, uma boa pedida é Estaleirinho. O acesso para as praias do Sul é feito pela Rodovia Interpraias, uma bela estrada panorâmica com 16 quilômetros de extensão, e também pelo teleférico que liga as praias do centro. Na baixa temporada é um dos roteiros preferidos por grupos e excursões do público da terceira idade. Aureo Berger

Porto Belo Vista da Orla

244 Abav 2015

Setembro

Bombinhas – Recebeu esse nome pelo ruído produzido ao caminhar sobre as areias ricas em cristais de quartzo, provocando pequenos estalos, como se fossem pequenas bombas, Bombinhas é um das praias mais badaladas do estado. O local conta com uma boa infraestrutura turística, com hotéis, restaurantes e comércio, além dos tradicionais esportes náuticos. A região é conhecida por ser a capital do mergulho ecológico. Com um total de 16 praias (Atalaia, Bombas, Bombinhas, Canto Grande, Cardoso, Conceição, Embrulho, Galheta, Lagoa, Lagoinha, Mariscal, Quatro Ilhas, Retiro dos Padres, Ribeiro, Sepultura, Zimbros, Prainha) esconde um dos cenários subaquáticos mais fascinantes do mundo com bancos de corais e restos de naufrágios como o cargueiro LILI (1957), na Ilha das Galés. Para os radicais, no verão é comum ver as asas deltas e paragliders que decolam do Morro do Macaco. Trilhas, mountain bike, cavalgadas, compras de artesanato, pesca e visitas a museus são outras atividades o ano inteiro.


Qlitoral

Porto Belo

Balneário de Camboriu

Porto Belo – Um dos principais atracadouros de cruzeiros no litoral brasileiro, Porto Belo conta com uma ilha, de mesmo nome, que encanta pela beleza paradisíaca. A ilha chama a atenção pela natureza preservada e é um atrativo especial em meio à comodidade da infraestrutura oferecida ao visitante. A trilha ecológica da “Pedra da Cruz” é o passeio ideal para conhecer o local. O ponto alto da visita guiada são as curiosidades e lendas contadas pelos guias, relacionadas à história de ocupação da ilha. O mergulho também tem destaque na ilha de Porto Belo. Em alguns pontos é possível observar uma infinidade de espécies. Passeios de caiaque, esqui-aquático, tirolesa, passeios de lancha, banana boat e disco maluco, são apenas algumas das opções que são oferecidas.

Itajaí - Vizinha do Balneário de Camboriú, Itajaí ficou famosa por seu porto. A cidade agora investe numa nova marina para melhorar sua infra-estrutura. No roteiro das praias, não se esqueça de conhecer praia Brava, uma das mais concorridas do estado para a prática do surf. Brava, aliás, é reduto da turma jovem, que chega em busca de agito e diversão. Em Cabeçudas aproveite para passear pelos arredores e apreciar os belos casarões coloniais. Para curtir um ambiente mais sossegado, siga para as praias do Morcego, entre Brava e Cabeçudas; e do Atalaia, com boas ondas e frequentada por surfistas locais. Merece destaque o Mercado Velho, um misto de café, restaurante e lojinhas de artesanato e de temperos, bem ao lado do Mercado de Peixe.

Penha e Navegantes - Com uma extensão aproximada de seis quilômetros, a Praia de Armação em Penha encanta os turistas por suas águas claras e transparentes. É uma das praias nobres, de alto conceito no mercado imobiliário. Já a Praia de São Miguel tem o mar calmo ideal para o banho e boa para famílias com crianças. Os surfistas, por suas vez, preferem a praia Grande. De lá se avista a Ponta da Vigia, o Farol, bem como acompanhar o ir e vir de pescadores pelos costões, com seus apetrechos de pesca ou apenas catando mariscos nas pedras. Em Navegantes, um aeroporto com voos regulares do Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo, conecta a região ao Brasil. De mar aberto e areia dura, a praia de Gravatá é a mais badalada da região, com vida noturna agitada e diversos bares e restaurantes.

Governador Celso Ramos - Estique a viagem e dê um passeio por Governador Celso Ramos. A região ocupa a bela península com caprichosos recortes que dividem a costa em 23 belas praias próprias para mergulho, windsurfe, jet ski e surfe. Algumas com boa infraestrutura como a praia de Palmas, outras completamente desertas, como Ilheus e Bananeiras. A região integra, ainda, a reserva biológica Marinha do Arvoredo. A Ilha de Anhatomirim, concorrido ponto turístico, é sede de fortes e fortalezas como a de Santa Cruz que completa o conjunto de fortes portugueses. O destaque no roteiro de hospedagem são as pousadas e resorts de luxo como é o caso do Resort Ponta dos Ganchos que recebe artistas e personalidades. SANTUR

Piçarras - Localizado ao norte do litoral catarinense, o balneário é privilegiado por possuir uma das mais belas orlas marítimas do estado, com sete quilômetros de praia de águas calmas e duas ilhas (Ilha Feia e Ilhas Itacolomi). O município tem como principais atrativos turísticos seus recursos naturais, com atenção especial para suas águas. A praia é considerada uma das mais limpas do estado. Por ser de águas calmas é uma opção excelente para toda a família. Itapema – Com mar calmo e cristalino, a Praia de Itapema divide espaço com grandes hotéis, bares e restaurantes. Já a Meia Praia, maior, mais conhecida e mais freqüentada pelos turistas, é uma praia badalada e disputada. Para aqueles que preferem o sossego, entretanto, a dica é a praia do Costão ou Canto da Praia. Caminhar sobre as rochas do Costão e admirar a orla marítima é uma boa pedida para quem vai para esses lados.

São Francisco do Sul

Setembro Abav 2015 245


Markito

Cultura, compras e gastronomia, um roteiro imperdível A

influência dos imigrantes alemães, italianos e açorianos, entre outros está presente nas festas, na gastronomia e na arquitetura do casario. Basta circular por cidades como Blumenau, Joinville, Pomerode, entre outras. No roteiro de compras, há que se incluir uma parada em cidades como Brusque, famosa por suas centenas de malharias, com preços de custo bem atraentes e Ilhota, conhecida como a capital da moda íntima e outras.

Portal turístico - Pomerode

A cultura italiana é destaque do município de Nova Trento, localizado próximo a Blumenau. Ali é possível saborear o melhor da gastronomia italiana e aproveitar para uma visita ao santuário da Irmã Madre Paulina, a primeira santa brasileira beatificada. Sua festa reúne, em julho, mais de 180 mil fiéis, devotos e turistas. Para quem curte flores e jardins a dica é fazer um passeio até Joinville, também conhecida como cidade das flores. Joinville fica 123 quilômetros de Blumenau.

Para quem deseja conhecer um pedaço da Alemanha não é preciso cruzar o Atlântico. Basta ir até Pomerode. Localizada no Vale Europeu é reconhecida, desde 1980, como a cidade mais alemã do Brasil. O município possui um vasto patrimônio cultural herdado dos seus primeiros colonizadores, que chegaram à região por volta de 1860, vindos, em sua maioria da Pomerânia, região ao Norte da Alemanha. Com apenas 27 mil habitantes, é possível observar a cultura e os costumes alemães, que foram passados de geração a geração, na casas com telhado enxaimel enfeitadas por jardins floridos. Em janeiro a região promove a Festa Pomerana. São dez dias de festa regados a muito chope, música, dança e comidas típicas, que transmitem ao visitante toda a riqueza do legado dos imigrantes germânicos. Fábricas de móveis, porcelana e cristal atraem os turistas que invadem os showrooms atraídos por objetos de decoração, artesanato típico e produtos alimentícios. Vizinha à Pomerode, a cidade de Blumenau, que em outubro promove a tradicional Oktoberfest, tem também toda uma programação festiva remetendo a cultura alemã. No verão o destaque fica por conta da Sommerfest – a Festa de Verão de Blumenau, com uma programação musical, dança, comidas típicas e cerveja. O evento acontece no Parque Vila Germânica e reúne inúmeras atrações, como exposições e desfiles de grupos folclóricos, além dos Clubes de Caça e Tiro. Na edição de 2014, o público entrou no clima dessa ‘Oktoberfest de verão’ e bebeu 35.350 litros de chope.

Gastronomia alemã

Makito

Rica Gastronomia - A gastronomia catarinense tem forte influência das colonizações europeia. Pratos como o marreco com repolho roxo, polenta, apfelstrudel e outras iguarias da cozinha germânica dividem espaço com crustáceos e frutos do mar, sem esquecer o churrasco de ovelha. Tudo acompanhado de vinho da colônia ou cervejas artesanais produzidas na região. Há opções para todos os gostos e bolsos.

Serviço

Construções típicas Informações Turísticas Site www.turismo.sc.gov.br; www.sol.sc.gov.br; Tel (55 48) 32126300; (55 48) 3665-7400

Sommerfest, no pavilhão da Vila Germânica

246 Abav 2015

Setembro




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.