MEIA-CALÇA furada XOXO... VERDADE FEMININA Do Twitter para o blog, Ivana Rebeschini conta sobre sua nova fase
DESFECHO FASHION A moda da última temporada de Gossip Girl
MÚSICA Álbuns para escutar de coração partido
K EQUIPE MEIA-CALÇA FURADA Marina Teixeira e Priscila Leal
cristina fragata
alice silveiro
Viktoria liebold
pedro veloso
PRISCILA NUNES
clarissa wolff
K CARTA DAS EDITORAS
o
#4 - YOU KNOW YOU LOVE ME
EXPEDIENTE
o Editoras-chefes
(também conhecidas como meninas más)
Marina Teixeira
(marina@meiacalcafurada.com)
Priscila Leal
(priscila@meiacalcafurada.com)
Colaboradores dessa edição Alice Silveiro, Clarissa Wolff, Cristina Fragata, Maria Polo, Lola, Pedro Veloso, Priscila Nunes, Viktoria Liebold Design gráfico, diagramação e finalização Marina Teixeira Fotografia Priscila Leal Gerente de mídias sociais (lobinha)
Clarissa Wolff Para falar com a gente, manda e-mail para comercial@meiacalcafurada.com A edição não foi o suficente? Nos segue em twitter.com/meiacalcafurada e curte nossa página facebook.com/ revistameiacalcafurada
Era uma vez uma série de livros que conquistou meninas no mundo inteiro. Eles retratavam, de modo debochado, a vida dos adolescentes privilegiados do Upper East Side - bairro riquíssimo de Nova York. Eis que, com o sucesso, veio a série de TV, com atores lindos interpretando nossas personagens preferidas e vestindo roupas de grife que virariam objeto de desejo instantâneo. Mas depois dos primeiros episódios, descobrimos que, apesar daquelas pessoas lindas se chamarem Blair, Nate e Serena, eles não eram nada parecidos com as personagens que admirávamos. Por conta disso, muitos leitores desertaram da série de TV. Mas nós, sobreviventes, aprendemos a amá-los mesmo assim. Nesse final de ano, Gossip Girl está chegando ao fim. Muita gente vai chorar e espernear, outros vão estourar a champanhe, mas o fato é que essa edição da revista vai prestar uma homenagem honesta à série que todos amamos odiar - ou odiamos amar. No papel de Serena van der Woodsen, chamamos Ivana Rebeschini, a Verdade Feminina, para estrelar nosso editorial de moda – e a matéria principal. As colaboradoras Cristina Fragata e Maria Polo dissecam o closet maravilhoso das personagens, enquanto Priscila Nunes explica as tendências para o verão. Alice Silveiro fala sobre um assunto bastante familiar aos adolescentes do Upper East Side: amigos que se pegam. Viktoria Liebold, fã assumida, aponta todos os defeitos da série, e Pedro Veloso fala de outro endereço fino dos seriados teen: Beverly Hills 90210. Temos dois contos sobre riquinhos tão mimados quanto os de Gossip Girl. O primeiro mistura amor, moda e cerejas. No segundo, Lola ataca na jacuzzi. E por último, saindo um pouco do assunto, Clarissa Wolff volta a falar de música. Agora, é só virar a página! XOXO,
Marina e Priscila
K SUMÁRIO
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Mundinho pop
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Moda
7
Matéria principal
Volta, calça centro-peito
Bem-vindo, verão!
XOXO... Verdade Feminina
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Moda
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Música
O desfecho fashion de Gossip Girl
Álbuns para escutar de coração partido
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Literatura
Vermelho, por Marina Teixeira
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No ar
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Coluna
You know you lov... NÃO!
Amor, amizade ou amizade colorida?, por Alice Silveiro
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Já posso casar?
Morangos flambados na vodca
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Pornô chic
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O que rolou na nossa fan page
Ceviche, por Lola
facebook.com/revistameiacalcafurada
5
7
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Q MCF Q
K MUNDINHO POP Foto: Divulgação
Volta, calça centro-peito Muito antes da gente baixar Gossip Girl por torrent já existia Beverly Hills 90210, um seriado teen muito mais legal.
s Texto por Pedro Veloso Imagina um mundo em que não dê para se atualizar das news do teu rolê por celular e tivesse que usar o telefone fixo pra ligar para as amigas. Ao invés de marcas famosas, muita ombreira e calça centropeito. Pois esse mundo era possível, em Barrados no Baile, 1ª série teen da história do universo e 1ª no meu S2. Muito antes da Blair e da Serena brigarem, a Kelly e a Brenda já quebravam o pau para ver quem ficaria com o Dylan. Tinha a Donna que era a virgem e namorava o David, que atacava de DJ muito antes de vocês. A Andrea que era nerd e editora do Jornal da escola, e o Steve, melhor amigo rico do Brandon, irmão gêmeo da Brenda, lá da 1ª linha desse parágrafo. Na série, os dois se mudavam do interior dos EUA para Beverly Hills, bairro chique de Los Angeles, o Upper East Side dos anos 90. Por lá eles tinham que se adaptar ao mundo dos ricos, dos carrões conversíveis e aos novos amigos que, diferente deles, eram patricinhas que tinham sido estupradas e caras alcoólatras de 15 anos. Os diálogos da série nem eram tão legais como em Gilmore Girls, e se em The OC tinha show do Killers, por lá rolava o Color Me Bad - lembram? Nem eu. Apesar do titulo, eles não eram barrados em baile algum e ao invés de ir a algum bar hype com famosos, tomavam milkshake no Peach Pit, uma lanchonete com decoração dos anos 50. Assistir a série é uma experiência antropológica maravilhosa pelos looks, os cabelos e, claro, o quem-pegou-quem clássico. Os personagens eram muito legais, do tipo que a gente queria que nossos amigos fossem: ninguém tinha dente de porcelana e nem eram muito inteligentes ou só falavam de cinema como em Dawson’s Creek. Mas se amavam e faziam camping juntos. E os pais dos “barrados” eram como pais de verdade: velhos. Ir para a praia na série era muito cafona e todos os temas eram tratados com muito moralismo: gravidez na adolescência, drogas, álcool. Mas oi, estávamos em 91, né. Não vou dizer pra vocês assistirem por que sou capricorniano possessivo com as minhas coisas, mas que todos os seriadinhos adolescente devem muito para Brandon, Brenda e o rolê, eles devem.
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CONHECIMENTO INÚTIL QUE EU ADQUIRI SOBRE BARRADOS E GOSTARIA DE COMPARTILHAR COM O BRASIL: • Quando a Mischa Barton não era ninguém na pista, a Shaneen Doherty (Brenda) já era uma bitch. Ela foi demitida da série depois da 4ª temporada e brigou de tapa com as outras meninas do elenco. • Tori Speeling, a Donna, era filha do produtor do programa, Aaron Speeling. Isso explica a atuação meio cagada dela? • Apesar de terem 15 anos no seriado, Luke Perry, o Dylan, e Gabriele Carteris, a Andrea, já tinham seus bons quase-trinta-anos, sendo assim os adolescentes mais velhos da TV. • A escola do seriado é a mesma de Buffy, a Caça-Vampiros e do filme Ela é demais. • Durou dez temporadas, com metade do elenco original presente no episódio final, o casamento da Donna e David em maio de 2000. • O remake, que passa atualmente na Sony é muito ruim. Ou eu que sou amargo. • E NÃO. O Jason Priestley, aka Brandon, não morreu em um acidente de avião, como alguém no bar me perguntou esses dias.
s Texto por Priscila Nunes
Foto: The Blonde Salad
Bem-vindo, verão!
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Falar sobre a moda é trocar de estação drasticamente. Quando estão trinta graus nas avenidas, os estilistas desfilam looks de inverno nas passarelas. Já quando o frio aparece, o que domina nos principais sites fashion é a pouca roupa. Fazendo analogia, a moda, na verdade, é a uma forma passageira que muda rapidamente, assim como as estações do ano. Estamos no verão, mas não vou seguir o padrão de fashionistas e falar de casacos grossos e peludos nem de luvas e casacos de lã. Vou comentar sobre as tendências que irão predominar as ruas, segundo minhas leituras em revistas nacionais. Então vamos lá! Recortes estratégicos, na parte de trás das roupas ou nas laterais, por exemplo, serão os queridinhos das mulheres. Peças retrô estarão em alta também, portanto é bom tirar aquela camiseta antiga e fazer uma combinação moderna. Maxibrincos, além dos maxicolares continuarão muito vistos no auge da estação. Não podemos deixar de citar os apliques em vestidos e peças com peplum, que é uma saia na altura da cintura que gera volume. Os vestidinhos ou saias mullet, no qual o tecido é curto na frente e atrás é comprido. Ah, não podemos esquecer os shorts customizados, tingidos com diferentes cores e com tachas e franjas. Enfim, o verão 2013 já chegou e com ele as novidades no mundo da moda.
Espaço Fashion
Espaço Fashion
A blogueira Chiara Ferragni usando peplum.
MODA K
K PRINCIPAL
xoxo... verdade feminina s Texto por Marina Teixeira e Priscila Leal Um pseudônimo no Twitter que dava conselhos amorosos, além de soltar indiretas ao sexo masculino. A Verdade Feminina era famosa não apenas por estes atributos, mas também pelo anonimato. Uma ou outra vez, provocava os fãs que queriam descobrir sua identidade através de fotos de partes do próprio corpo, como cabelo e pernas, e checkins no Foursquare. Parte da graça da personagem era justamente imaginar como era a mulher que possuía mais de 50 mil seguidores numa época em que a rede social dos 140 caracteres era a novidade mais acessada do Brasil. Se o legal era justamente o anonimato e as frases curtas, como revelar o rosto e levar seu público para outra mídia: um blog? Ivana Rebeschini, a Verdade por trás de tudo, fez a transição aos poucos, sem perder a majestade. Nesse meio tempo, seu sucesso só aumentou. Com a agenda ocupada, chegou para a nossa entrevista já atrasada para o compromisso seguinte, em cima de um salto altíssimo, vestido tubinho e, pasmem: com mechas rosa-choque no cabelo. Assim, causando, ela respondeu as perguntas das próximas páginas sem perder a simpatia.
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MCF - O que mudou essencialmente quando você revelou quem é a Verdade Feminina? VF - Fiquei mais cuidadosa, não posso falar qualquer coisa que vem à cabeça. Por isso, o assunto principal do blog também mudou para moda. Não quero expor minha vida pessoal e estou em outro momento, não tenho muito o que falar sobre relacionamentos. Continuo eu mesma, só foco em outra coisa que também faz parte de quem sou. MCF - Já foi reconhecida na rua? VF - Aconteceu de meninas me pararem pedindo para bater fotos ou dizendo que gostam do blog. Ainda é pouco, mas é legal ter este retorno do público. Inclusive, não sei muito bem como agir quando acontece, fico tímida. MCF - Como estão os acessos do blog? Tem posts novos diariamente? VF - Sim, os posts são diários, por isso mesmo consigo manter uma média de 10 mil visitas por dia. MCF - Escreve sozinha ou tem colaboradores? VF - Ainda tenho colaboradoras, mas deixei meu outro emprego para cuidar melhor do blog. Minha intenção é escrever cada vez mais sozinha.
MCF - E o Twitter, não acabou ficando negligenciado por conta dessa nova fase? VF - Deixei um pouco de lado. Como trabalho com mídias sociais, sei que ele está decadente no Brasil e a tendência é ficar cada vez menor. Também senti vontade de ter um espaço maior para me expressar. Os 140 caracteres estavam apertados. Agora uso ele mais para divulgação. Os posts que faço na Fan Page também são redirecionados para lá. MCF - O que você pensa sobre esta saturação de blogs de moda? VF - Acho que é a mesma coisa que dizer que existe saturação em qualquer outra área. A verdade é que blogueira se tornou um profissão como qualquer outra. Não podemos deixar de fazer o que temos vontade profissionalmente porque alguém acha que não existe mercado. O mercado sempre está abertos a coisas novas, sempre tem como se consagrar. MCF - Você não acha que parte dessa consagração aconteceu por já ser famosa no Twitter? Não seria mais difícil conquistar o sucesso se tivesse começado de outra maneira? VF - Claro, eu fiz o caminho inverso do que normalmente fazem. A maioria começa pelo blog e depois entra nas redes sociais. Isso influenciou, mas não acredito que tenha sido o suficiente.
MCF - Então qual é o diferencial? VF - Tento me colocar no papel da leitura em tudo que escrevo, pensar em posts que gostaria de ler. Não quero entrar num blog e ver o look da pessoa, o almoço dela e as lojas que frequenta. MCF - Assim como tem quem ame, existem os críticos. Como você lida com isso? VF - Quase só recebo críticas quando faço posts pagos no blog e alguém escreve algum comentário porque não gostou. Eu não apago, respondo quando acho necessário. Meus comentários são abertos, não precisam de aprovação, diferente da maioria. Claro, se for algo muito ofensivo e não for de acordo com a política que tento manter, eu apago, mas essa não é a regra. Sempre tem como tirar algo de construtivo disso, essa é a parte boa. MCF - Então, pergunta para finalizar: Esse cabelo é de verdade? VF - Não! É um megahair postiço que pintei. É legal para usar com roupas mais neutras. Não conseguiria pintar o meu próprio cabelo porque essas tintas desbotam fácil. Melhor ficar com este “truque”.
Fotos: Priscila Leal Produção: Marina Teixeira Modelo: Ivana Rebeschini Roupas: Espaço Fashion Calçados: Santa Lolla
Foto: Divulgação
K MODA
O desfecho fashion de Gossip Girl
O
s Texto por Cristina Fragata e Maria Polo
episódio final de Gossip Girl já tem data marcada. Foram seis temporadas de muito luxo, intriga e drama. Desde a primeira cena, no Grand Central, a série dava ares de que se tornaria uma espécie de bíblia para as fashionistas do mundo todo. Da série de livros de Cecily von Ziegesar às telas da televisão, a moda é tão essencial em Gossip Girl quanto o roteiro. Ao longo das temporadas, a turma do Upper East Side amadurece, e as mudanças de pensamento e mentalidade são refletidas além das palavras nos vestidos e acessórios. Como esquecer as tiaras que representavam a realeza do ensino médio? Ou os vestidos de gala nas ruas de Paris? De pijamas à joias, as tendências estão marcadas no imaginário desta história. O uso de uniformes na Constance Billard School fez da primeira temporada de Gossip Girl um desfile de acessórios. Entre intrigas de melhores amigas e reinos roubados, as personagens mostravam estilos e personalidades diferentes. Nas temporadas seguintes, o seriado passa a apontar tendências, empregando modelos recém saídos das passarelas, assinados pelos maiores nomes da costura mundial. Nos últimos episódios da série, encontraremos uma Queen B mais adulta, mas que continua apostando em estampas. Agora, principalmente as tropicais e os poás, trazendo modernidade e leveza aos looks. Serena não abandona o boho chic, mas
acrescenta alguns toques de sofisticação à produção. Quanto aos garotos, não espere por grandes surpresas. Eles continuam elegantes e fieis ao estilo das cinco primeiras temporadas. Ainda não temos certeza sobre quem vai ficar com quem ou sobre quem vai se dar bem ou mal. Chuck vai finalmente descobrir o passado de seu pai? Serena vai acabar sozinha? E Nate? Como será o casamento de Blair e Chuck? Qual será o estilista responsável pelo vestido? Georgina vai desistir de suas loucuras? Em Gossip Girl, só temos uma certeza: a de que podemos ficar tranquilos quanto ao desfecho fashion da última temporada. O MAESTRO DE GOSSIP GIRL O sucesso do figurino de Gossip Girl tem nome, sobrenome e muito bom gosto. Eric Daman é o nome por trás do frenesi estético da série. Para os órfãos dos modelos de Daman, uma boa notícia: o produtor de moda lançará seu próprio programa, mostrando o seu dia a dia e os bastidores da série queridinha da Big Apple. Fique de olho no The Daman Chronicles. O CLOSET Em cinco andares, se distribuem 10 mil peças de roupa, 500 bolsas, 300 colares e mais de mil pares de sapato. O closet de Gossip Girl, capaz provocar tantos suspiros quanto os garotos da série, é o sonho de muita gente. Afinal de contas, quem não gostaria de ter a disposição os looks luxuosos de Blair e as peças ousadas de Serena?
K MÚSICA Por Clarissa Wolff
Álbuns para escutar de coração partido “Você sabe que me ama” é uma frase cretina, porque ouvir isso pode ser um tapa na cara. Todo mundo já teve um coração quebrado, todo mundo sabe como dói. E, já que Lady Gaga passou por aqui faz pouco tempo, a ideia dessa matéria pode ser resumida em uma frase dela: raise a glass to mend all the broken hearts. Porque quebrar o coração é ruim, é feio, é uma bagunça completa, e sair dessa às vezes pode ser mais complicado do que parece. E, já que a música tá aqui para aliviar as angústias intrínsecas do ser humano, aqui estão os ultimate heartbreak albums, para ouvir quando estiver na fossa.
NOAH AND THE WHALE - THE FIRST DAYS OF SPRING (2009) Certamente você já ouviu a voz doce e feminina que acompanha o vocalista do Mystery Jets em Young Love. É de Laura Marling, cantora que colaborou com o primeiro álbum do Noah And The Whale, de 2008 (Peaceful, The World Lays Me Down), e se envolveu com o vocalista da banda. Porém, o romance teve um fim, e o coração dela deu lugar para Marcus Mumford, com quem ficou até 2010. Hoje, ambos declaram que são bons amigos. Com Charlie Fink, vocalista do Noah And The Whale, não foi tão amigável. O coração dele se partiu em vários pedaços expostos e esmiuçados no segundo álbum da banda, claramente inspirado em Laura. A primeira música anuncia: my life is starting over again. Mas lá pela metade a gente percebe que não é bem assim: I’m still here hoping that one day you may come back. Conforme o álbum avança, os estágios da fossa vão evoluindo, passando por lembranças, tristezas, sentimentos. Ele conta da primeira vez que dormiu com outra pessoa, e como não foi legal, cause everything I love has gone away. Ele abraça o sofrimento pelo amor dela, declarando well, I was stabbed and bleeding but still begging for attack. O ponto alto do álbum fica por conta de Blue Skies, antepenúltima música, que ele dedica a todos os corações quebrados. É o momento de virada, o momento em que ele declara: this is the last song that I write while still in love with you, cause it’s time to leave those feelings behind. Há um esforço claro pela felicidade, e há esperança também, ele nos diz, cause blue skies are coming. A canção que fecha o álbum chega com vários sentimentos ambivalentes e declarações de adeus, começando com I will only let you down, but my door is always open. O álbum inteiro segue com uma melodia lenta, que geme, embalada por batimentos cardíacos. E para quem acha que só ouvir não é suficiente, vale procurar o vídeo feito para o álbum. São incríveis quarenta minutos.
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BOB DYLAN - BLOOD ON THE TRACKS (1975) Bob Dylan se pronunciou publicamente afirmando que o álbum foi inspirado por contos de Anton Tchecov e nada tem a ver com sua vida pessoal, que na época passava por um período turbulento com sua então esposa, Sara Dylan. Segundo Dylan, que em 74 começou a ter aulas de arte com Norman Raeben, um imigrante russo que havia sido próximo de Picasso, Modigliane e Soutine, “Eu fui para casa depois daquele primeiro dia de aula e minha esposa nunca mais me entendeu. Foi quando nosso casamento começou a se desmanchar. Ela nunca mais compreendeu o que eu falava, o que eu pensava, e eu não sabia explicar”. O casamento, que durou 12 anos, veio a terminar dois anos após o lançamento do disco. Jakob, o filho do casal, porém, garante que as músicas são sobre os pais. Independente da inspiração, cada música faz você se apaixonar completamente, para ter o coração estilhaçado momentos depois. Histórias, sentimentos e personagens pulsam dos acordes cristalinos e envolvem quem escuta. É um álbum para ser ouvido com cuidado: dolorido, doce, pungente, sincero como poucos. Vai absorver você de forma inesperada e inevitável. Dylan conquista com frases simples e honestas, como sempre (“love is so simple, to quote a phrase; you’ve known it all the time, I’m learning it these days”), com algumas ironias (Idiot Wind inteira é afiadíssima) e com histórias inteiras detalhadas em forma musical. Atenção para You’re Gonna Make Me Lonesome When You Go, uma das canções de amor mais agridoces do mundo, e If You See Her, Say Hello, para rasgar o coração. Ainda bem que depois do golpe vem Shelter From The Storm, no fim do álbum, toda cheia de doçura, pronta para aquecer quem estiver ouvindo.
THURSTON MOORE - DEMOLISHED THOUGHTS (2011) É um álbum recente, mas Thurston Moore é nosso velho conhecido, desde a década de 80 na ativa com o Sonic Youth, uma das bandas que ajudou a definir o cenário musical da época, que culminaria na ascensão do Nirvana ao estrelato mundial e o retorno do rock às paradas de sucesso. Antes de eu fazer cinco anos, já eram headliners do Lollapalooza. Vale comentar também que Kurt Cobain admirava o trabalho dos caras e dividiu o palco com eles - inclusive em frente às câmeras: quem quiser saber um pouco mais sobre o espírito da época, o documentário 1991: The Year Punk Broke é uma boa ideia. Mas menos sucesso e mais drama: o grande amor da vida de Moore era Kim Gordon, colega de banda com quem ele se casou em 1984. Em outubro de 2011, cinco meses depois do lançamento do álbum solo de Moore, a separação foi anunciada. Demolished Thoughts quebra o coração de quem escuta a cada música, levado pelo violão, adornado pelo violino e pela harpa, completo com uma voz suave, cristalina, mas carregada de tristeza. O golpe começa com Benediction, melhor música do álbum, tão dolorida que Moore não ousa cantá-la ao vivo. But I know better than to let her go, ele declara logo assim, de cara. Carregadas de sentimentos, as letras todas são cheias de metáforas, pinceladas por verdades cruas, como na frase all he wants is you to love him ou em hearts get broken every day. Apesar da dor, porém, é um álbum doce, suave, que toca e emociona com gentileza. É de chorar, mas é de sorrir também.
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K LITERATURA Por Marina Teixeira
Foto: Marina Teixeira
Vermelho
J
o sh nunca gostou de cerejas. Elas eram pequenas, redondas e vermelhas, tão perfeitas que chegavam a ser irritantes. As cerejas eram vulgares. A segunda fruta mais usada pela indústria pornô. Ou seria a terceira? Páreo duro para as maçãs e os morangos. Mas as cerejas eram ainda mais vulgares. Elas estampavam os vidros de esmaltes baratos comprados em supermercados e estavam em quase todas as sexshops de Londres. Do mundo. As cerejas dominavam tudo, menos Josh. Josh Davenport nunca gostara de coisas vulgares. Josh gostava de coisas com classe. Até conhecer Erin Parker. *** “Ela está aí desde que abandonou o noivo em Bristol”, Emily tagarelou ao seu lado, assim que os dois passaram por uma das portas de vidro da casa dos Parker que levava até o jardim. Emily Parker estudava com Josh em Oxford. Os dois tinham casas de praia vizinhas em Brighton, no sul da Inglaterra, o que era conveniente quando se queria um pouco de diversão nas férias. Ela o puxava para acompanhá-la até o bar atrás da piscina, mas os olhos de Josh pararam no meio do caminho. Deitada em uma espreguiçadeira perto da água, vestindo apenas um pequeno biquíni escuro, estava a garota a quem Emily se referira. Ela tinha os cabelos loiros compridos presos em um rabo-de-cavalo no alto da cabeça. Seus olhos verde-água brilhavam entediados em direção à taça de Martini que segurava na mão esquerda, e seu corpo esguio era bronzeado, bronzeado sem ser laranja. Era caramelo, como se ela estivesse sempre embaixo do sol. Havia uma cereja dentro de sua taça boiando em meio ao álcool destilado, a qual ela catou com o dedo indicador e colocou na boca. Seus lábios eram vermelhos e brilhosos, combinando com a fruta, e Josh se perguntou por algum tempo se havia como
ela ter os tingido com a cereja do Martini. “Olá”, ela o cumprimentou ao vê-lo passar, num ar blasé. “Olá”, Josh retribuiu, acenando com a cabeça. A garota voltou sua atenção para a bebida e para o sol. Devia ser proibido ser bonita daquele jeito. *** “Você está vendo?”, ela apontou para o controle remoto jogado em cima do sofá. A televisão de plasma exibia num volume alto um programa de fim-de-tarde de domingo e ninguém presente na sala de estar dos Parker parecia prestar atenção. Josh levantou os olhos da revista de carros que lia. “Não”, respondeu, dando de ombros. “Pode pegar”. Os lábios cereja dela se contraíram num sorrisinho. “Obrigada”, disse, pegando o controle remoto e sentando-se ao lado dele. “A TV do meu quarto não é à cabo. A programação dos canais abertos é muito ruim aos domingos”. E mudou para um canal de filmes antigos. “Você gosta de clássicos?” Josh descobrira seu nome no mesmo dia em que a vira na piscina. Erin, Erin Parker. Soava bem. Erin era irmã de Emily. Tinha dezenove anos, exatamente três a menos que ele, e não freqüentava a faculdade. Levantava todo o dia às nove da manhã para se bronzear, dormia do meio dia à uma, almoçava às duas no píer de Brighton com amigos, se bronzeava de novo até às quatro, ia fazer compras no Churchill Square e voltava às oito da noite para casa para tomar banho e jantar. Às dez ela saia mais uma vez com os amigos, dessa vez para ir a algum pub seguido de longas horas nas boates da cidade, e às cinco da manhã Erin chegava novamente em casa para dormir. Às vezes ela não voltava. Às vezes voltava tão bêbada que ficava dormindo no sofá da sala ao invés de subir as escadas para seu quarto. Os Parker não pareciam se preocupar com isso. Erin não era Emily, de qualquer jeito. “Gosto do Rambo”, Josh respondeu, com uma pontada de sarcasmo.
K LITERATURA Por Marina Teixeira
Erin gargalhou, levando a mão com as unhas cuidadosamente pintadas de vermelho até a boca. Será que tudo nela era cereja? “Eu vou lhe ensinar a gostar da Audrey. Já ouviu falar de Cinderela em Paris?” Cinderela. Era isso o que Erin era: uma Cinderela que passara muitos minutos da meia-noite. *** O tema da festa de aniversário de vinte e dois anos de Emily era cassino. A casa de praia dos Parker estava lotada de convidados vestidos em trajes de gala; havia mesas de jogos em todos os cômodos do primeiro andar, caça-níqueis no jardim e uma pista de dança onde costumava ser a piscina. Os garçons estavam sempre repondo as flûtes dos convidados de champagne, e não demorou muito para Josh achar Erin, perto de um deles, colocando sua flûte vazia em cima da bandeja e a trocando por uma nova e cheia. Josh parou por um momento. Erin tinha os cabelos soltos e lisos, batendo no meio de suas costas e brilhando sob a luz do lustre de cristal do hall. Ela usava um vestido justo e comprido de seda, preto, que deixava suas costas bronzeadas de fora, e scarpins vermelhos nos pés. Vermelho, vermelho, vermelho. Cereja. Tudo em Erin era cereja. “Josh!”, ela exclamou assim que o viu, indo cumprimentá-lo com um beijinho em cada bochecha. Erin cheirava a uma mistura deliciosa de almíscar e baunilha. “Erin”, o rapaz a cumprimentou também, sorrindo. “Você está mais bonita do que Audrey em Bonequinha de Luxo”. “Ah!”, Erin sorriu também. Não estava embaraçada. “Eu sabia que você ia gostar daquele filme”. As luzes se apagaram. Quatro garçons apareceram carregando um enorme bolo de três andares, e o coro do Parabéns a Você começou. Do outro lado da sala, Emily sorria, fingindo-se surpresa. Erin revirou os olhos.
“As férias inteiras estão sendo sobre isso”, falou, sem cantar parabéns para a irmã. “Emily, Emily, Emily. Desde que nós somos pequenas as férias são sobre ela e suas festas de aniversário idiotas”. “Nós podemos sair daqui”. Os olhos verde-água de Erin pousaram interessados em Josh. “É mesmo?”, indagou. “Eu vou para onde você quiser”. *** Erin brincava na jukebox com uma taça de Martini de pêra na mão. Seus scarpins batiam no chão de madeira conforme a música. Não havia muita gente àquela hora da noite no bar que Josh escolhera. “Por que você abandonou o seu noivo?”, ele quis saber, depois de tomar um gole de whisky e dar uma tacada nas bolas da mesa de sinuca. Seu paletó estava jogado no sofá de uma das mesas do bar, e a camisa branca para fora da calça. Erin saiu da jukebox e encostou-se à mesa de sinuca ao lado de Josh, dando de ombros. “Ele não tinha uma moto. Eu sempre quis andar de moto”. “Eu não tenho uma moto”. “Eu nunca disse que me casaria com você”. Os dois riram. Tocava Secret Smile na jukebox, do Semisonic. Erin se abaixou e tirou os scarpins dos pés. “Eu adoro essa música”, disse, mexendo-se de um lado para o outro no meio do bar com os olhos fechados. Seus cabelos loiros acompanhavam o movimento, assim como o vestido de seda marcando seu corpo. Tudo em Erin seria vulgar, se Erin não fosse Erin. “Dança comigo, Josh?”, ela pediu, abrindo os olhos. Josh riu, bebeu mais um pouco e foi até ela. “Eu nunca dancei muito bem”, disse, abraçando Erin pela cintura. “Você está mentindo”, ela retrucou, chegando mais perto dele e passando os braços pelo pescoço do rapaz. Erin não usava sutiã por causa do vestido de-
cotado nas costas, e Josh pode sentir isso quando ela encostou o peito no seu. “Emily me falou do modo como você conquista as garotas em Oxford”. “É mesmo?”, ele sorriu, debochado. Seus rostos estavam próximos, e o perfume de Erin ficava cada vez mais impregnado em si. “E como eu conquisto as garotas em Oxford?”. Erin mordeu o lábio inferior, sorrindo com malícia. “Você passa grande parte das férias na casa delas, e as fica olhando tomar banho de sol enquanto disfarça com um Ray-Ban”, falou, séria. “Você adora vê-las de biquíni. E você finge se interessar por filmes antigos para se aproximar delas, quando na verdade só está esperando o momento certo para arrastá-las a um bar vazio e usar seu charme americano a seu favor”. “Eu não sabia que americanos tinham charme”, brincou, fazendo-a esboçar um sorriso, que logo se transformou em risada. “Emily lhe contou tudo isso?” “Ela consegue ser muito perspicaz quando quer”. Josh tirou uma das mãos da cintura dela e a levou ao rosto de Erin. Nem de perto ele conseguira achar algum defeito na garota. Ela era uma cereja, irritante de tão perfeita. “Eu posso trocar o meu carro por uma Harley-Davidson”. “Então você é o homem da minha vida”. *** A pele caramelo de Erin era quente embaixo da sua. Os lábios dela encontravam os seus, para depois irem até seu pescoço, sua orelha e gritarem o seu nome. As unhas cerejas arranhavam suas costas e mexiam em seus cabelos loiro-claros. Josh não se importava. E não achava vulgar. Erin não saíra de um filme pornô; ela saíra de um clássico. Audrey Hepburn provavelmente gostava de cerejas. Assim como Josh. *** Ela mudou da BBC para a MTV inglesa, onde a voz
rouca de Jack White cantava Walking with a Ghost enquanto uma animação em preto, vermelho e branco passava na tela. “Eu adoro White Stripes”, Erin disse, deitada na cama sobre o peito de Josh, com o controle remoto na mão. “Você gosta da música?”, Josh fez uma careta. “Não, mas eu adoro o jeito como eles usam o vermelho nos clipes”. “Por que você gosta tanto de vermelho?”, a pergunta que não queria calar saiu da boca de Josh antes que ele percebesse. Erin tirou os olhos da televisão de quarenta e duas polegadas do quarto delee olhou para o rapaz, pensando naquilo. “É a cor das cerejas”, deu de ombros. “Eu gosto de cerejas”. “Por quê?” “Uma taça de Martini com cereja foi a primeira coisa que eu ganhei dos meus pais quando debutei. Foi o único momento em que eles prestaram mais atenção em mim do que em Emily. No dia seguinte, a primeira coisa que eu comprei foi um par de scarpins vermelhos. E agora eu tenho uma coleção de trinta e sete pares”. “Quantos pares diferentes podem existir de scarpins vermelhos?” Erin riu. “Eu tenho muitos iguais. Esse tipo de coisa me traz boas lembranças”. Erin Parker não gostava da cor cereja até seus pais lhe darem seu primeiro Martini. Josh Davenport não gostava de cerejas até conhecer Erin.
Foto: Divulgação
K NO AR
You know you lov... NÃO!
E
s Texto por Viktoria Liebold m 2007, os órfãos de The OC receberam a notícia com grande felicidade: o produtor Josh Schwartz estaria envolvido em mais um teen show. Ao invés de contar a história dos riquinhos da Califórnia, Schwartz estava mirando um alvo ainda mais promissor, o dos riquinhos do Upper East Side, bairro da alta sociedade de Nova York. Seria uma adaptação dos livros de Cecily von Ziegesar, famosos por si só, e, honestamente, Manhattan + Drama + Moda, a receita não tinha realmente como dar errado. Ops. Confesso que sou uma daquelas pessoas que se apega
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muito facilmente a mundos fictícios. Até evito, veja bem, assistir seriados, porque as chances de me tornar uma daquelas doidas viciadas (conhecidas como “fangirls”) são grandes demais. Pois bem. Eu resolvi dar uma chance a Gossip Girl. Meus amigos assistiam e estavam encantados com os personagens, então achei que não faria mal me aventurar naquela história que, aparentemente, seria uma boa distração para a segunda-feira à noite e um guilty pleasure que não engorda. Oooops. Se eu pudesse voltar para 2007, eu não tentaria reviver meu último ano de colegial. Eu também não tentaria in-
fluenciar em algum grande fato da história da humanidade. A única coisa que eu faria seria nunca ter começado a assistir esse seriado. Melhor: a única coisa que eu faria seria ir até o escritório do Sr. Schwartz e dar com a mão em sua cara. Como eu não posso voltar no tempo (afinal, estamos já na última temporada), e como eu me tornei tão doida e viciada quanto temi que me tornaria, tudo que posso fazer sem me tornar uma pessoa hipócrita é destrinchar certas coisas que vejo por aí e contar para vocês porque Gossip Girl é o seriado mais – essa é a palavra – absurdo de todos os tempos.
Foto: Divulgação
“QUERIA UMA AMIZADE COMO A DE BLAIR E SERENA!”
Você quer mesmo? Uma melhor amiga que dormiu com seu namorado não uma, espera, duas vezes? Uma melhor amiga que está sempre tentando lhe culpar pelo seu próprio brilho e sucesso? Uma melhor amiga que fica planejando vingança contra você e tenta sabotar sua própria felicidade? Bom, a escolha é sua. Sei que eu não quero. Blair e Serena são lindas e de vez em quando batem um papo, mas em 80% do tempo estão brigando e partindo uma contra a outra. E, de fato, talvez a dinâmica doentia da amizade entre Blair e Serena funcionasse quando ambas eram estudantes colegiais, mas a partir da terceira temporada, o momento em que os personagens deveriam ter começado a crescer, essa dinâmica só prova que elas são as piores amigas do mundo e que deveriam se manter uma longe da outra. E não é o único problema. Nenhuma amizade em Gossip Girl é sólida e livre de traições. Chuck e Nate são amigos, roomies e eu particularmente gosto muito das cenas divididas por eles.Mesmo assim, Chuck dormiu com a namorada de Nate na primeira temporada, tentou roubá-la na segunda e sabotar o namoro com outra na terceira sem motivo algum. O próprio “Non-Judging Breakfest Club”, como é conhecido o quarteto de Blair, Serena, Nate e Chuck, só convive em operações para salvar Serena de alguma coisa banal. Afinal, onde estavam os amigos quando Blair sofria de bulimia, ou quando o pai de Nate foi preso, e até mesmo quando o pai de Chuck “morreu”? Eu poderia listar todas as amizades aqui e encontraria pelo menos dois problemas em cada uma. Não existe uma relação fiel no seriado inteiro.
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K NO AR
“OMFG! SEMPRE FICO IMPRESSIONADA COM AS REVELAÇÕES DE GG!”
“É A HISTÓRIA DOS MEUS LIVROS PREFERIDOS!” Não, meus caros. Não é. A primeira temporada de GG pode até ter seguido um pouco – um pouco – a linha original dos seus livros preferidos, mas a coisa toda não tem nada a ver. O infame triângulo amoroso entre Serena/Nate/Blair, que é o carro chefe nos livros, mal é explorado para dar espaço a novos personagens e novos romances. Chuck Bass não é gay e não tem um macaco; Dan Humphrey não é um escritor doidão bissexual; Erik van der Woodsen não é o irmão mais velho gostosão; Jenny Humphrey não é peituda e Vanessa Abrahms não é careca. Essas mudanças podem parecer apenas pontuais, mas como elas são a essência da história dos livros, só confirmam as nossas suspeitas de que Schwartz (e mais tarde Stephanie Savage, Joshua Safran e mais alguns produtores incompetentes) só pegou emprestados os nomes e o cenário para criar uma história completamente nova. E já vou desmentir outro mito antes de passar para o próximo: também não é um novo The OC. Não. As histórias não têm nem um terço da substância que as de The OC tinham (e olha que não era lá grandes coisas) e Seth Cohen definitivamente não foi substituído.
• Serena matou um cara. Mas não. • O namorado de Blair (Lord Marcus) estava transando com sua madrasta, que por sinal estava pagando Nate em troca de sexo. • Serena se casou na Espanha e o cara era um charlatão. • O filho de Rufus e Lily volta. Mas não faz a menor diferença. • O avô de Nate quer destruir uma família de inimigos políticos. • Serena é a Gossip Girl. Mas não. • Blair está grávida. Blair perde o bebê. Blair se casa. Blair se separa. • A mãe de Chuck volta dos mortos. A mãe de Chuck não é mãe de Chuck. A mãe de Chuck é mãe de Chuck. A mãe de Chuck é Elizabeth Hurley. Não, espera, a mãe de Chuck era a primeira mesmo. • O pai de Chuck é Jack Bass. O pai de Chuck é Bart Bass. O pai de Chuck é Jesus Cristo (sem brincar). O pai de Chuck têm cavalos.
Bart Bass não é o pai do Chuck. Só que é.
Lily e Rufus tem um filho. Onde ele foi parar?
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Então eu sugiro que você vá estudar, ler um livro interessante, não sei. A segunda pior coisa de Gossip Girl são os momentos OMFG (oh my fucking God) que nada acrescentam à história e ao desenvolvimento das personagens. Vou bater nesta tecla por um momento. A única coisa boa desse seriado são as personagens. Elas tem potencial, são cativantes e o elenco é, apesar de nem tão talentoso, bonito e incrível. A partir do momento que todos ficam jogados de lado para dar espaço a atores convidados e momentos OMFG que normalmente são ridículos... Bem. Você quer um exemplo? Na terceira temporada, Serena procurou por seu pai. Isso era uma coisa muito legal de ser explorada, afinal, explicaria muito sobre o comportamento boêmio da menina. Ao invés de ir a fundo no que acontecera entre William van der Woodsen e sua família para que ele abandonasse seus filhos quando pequenos; ao invés de cenas interessantes entre William e Erik, o que nós ganhamos? Um dos momentos OMFG mais ofensivos de todos o tempos: William, que é médico, para se reaproximar de sua ex-mulher, tinha FORJADO UM CÂNCER! Isso é errado em tantos níveis. Um médico que dava remédios e aplicava seções de quimioterapia na ex-mulher que estava perfeitamente saudável. Mas não para por aí. Eis uma lista de momentos OMFG que fizeram, comprovadamente, com que Gossip Girl perdesse mais de três milhões de telespectadores durante seu curso:
Acho que não preciso continuar. Esse seriado sacrificou todas as oportunidades de uma boa história em nome desses momentos OMFG. Se você gosta deles, está na hora de reavaliar sua vida.
Então você quer um namorado drogado, quase alcóolatra, que já fez sexo com todas as prostitutas do mundo, abusivo, que acha que você é propriedade dele, que comparou você a um cavalo, que traz tudo que há de ruim na sua personalidade, que tentou lhe beijar a força, que socou uma janela e cortou seu rosto por tabela? Que tentou estuprar não uma, mas duas meninas que você conhece, sendo que uma delas é sua melhor amiga? Um namorado que manipulou você a se prostituir em troca de um hotel e ainda disse que a culpa era sua? Eu já fui fã do Chuck. Eu já quis um Chuck para mim. Mas esse personagem – como tudo em Gossip Girl – foi deturpado. Deixou de ser o bad boy bonitinho e se tornou alguém que deveria ser proibido de existir como o líder masculino de um seriado adolescente. Você pode achar que estou levando muito a sério, mas pense na sua irmãzinha mais nova de doze anos (hoje em dia acho que dez... ou nove), que começou a pensar em meninos de uma maneira mais... Enfim. A sua irmãzinha vai assistir Gossip Girl e vai achar que tudo isso é normal. Não, pior! Tudo isso é romântico! Os escritores do seriado acreditam que tudo bem uma menina ir ao fundo do poço por causa de um cara abusivo, porque eles sentem uma atração magnética e o sexo é bom. Épico e tudo mais. Mesmo sendo endereçado a garotas, Gossip Girl é um seriado machista. E não num retrato fiel da realidade. A grande parte dos homens do seriado trata suas namoradas/esposas/pessoas de interesse muito mal. Não é o Chuck o único problema. É a família Bass inteira. É Dan Humphrey falando que a Serena é superficial e falsa, ao mesmo tempo em que ela o clama como o melhor cara do mundo. É a quantidade de garotas de programa contratadas pelos personagens masculinos. É as mulheres serem retratadas como farejadoras de dinheiro e fama, sem conseguirem fazer algo por si mesmas. É as alusões a estupro tratadas como se fossem brincadeira: Chuck tenta estuprar duas meninas no primeiro episódio, mas é apenas um “kissing bandit”; no próximo episódio ele solta a frase “Eu estou feliz por ter um pequeno papel na sua defloração”; em outra cena Blair diz que “para ser estupro, você tem que ter dito não”; etc. E o pior de tudo é que eu não estaria aqui reclamando SE os escritores e produtores assumissem que isso tudo é de fato ofensivo e nojento. Mas não, eles acham que estão escrevendo romances lindos em que tudo é flores e os relacionamentos saudáveis terminam e as pessoas boas acabam sozinhas, porque assim que acontece no Upper East Side, o mundo que todas as garotinhas aprenderam a sonhar com. Honestamente, sinto muito se você quer um Chuck Bass, mas a Blair não é nada diferente daquela dona de casa que apanha do marido e dá desculpa de que caiu da escada na delegacia. O que é uma pena, porque, como eu disse antes, os personagens são cativantes e interessantes, e poderiam ter crescido, evoluído e se livrado de tudo que nunca quiseram ser.
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“CHUCK E BLAIR SÃO PERFEITOS! QUERIA UM CHUCK BASS PARA MIM”
CONCLUINDO... Ainda bem que todos os dramas desnecessários de Blair, Serena e companhia estão acabando. Quem fez parte da jornada, pôde curtir alguns bons momentos entre tantos ruins. Mas se você nunca viu Gossip Girl e, numa tarde chuvosa de domingo, pensar em baixar a série, não faça isso. Só vai lhe trazer dor de cabeça. XOXO (E o Chuck se veste como o Jô Soares. Prontofalei.)
K COLUNA Foto: Divulgação
Por Alice Silveiro
Amor, amizade, ou amizade colorida? Tem sempre aquele namorado ciumento que vive dizendo: amizade entre homem e mulher não existe, há sempre um interesse de algum dos lados. Seria essa expressão verdadeira, ou apenas mais uma maneira de manter a pessoa que gosta longe de possíveis “predadores”? Por incrível que pareça, essa é uma questão polêmica, que gera inúmeras divergências.
N
ada é melhor que um grupo de amigos verdadeiros! Aqueles amigos, homens e mulheres, que não se desgrudam: vão ao cinema juntos, restaurantes, baladas, casa da praia, falam sobre suas respectivas pegadas e... ops... às vezes até se pegam. Acontece que muita convivência acaba gerando muita intimidade, e muita intimidade acaba gerando mais intimidade ainda! Isso não é uma coisa anormal, mas sim algo que acaba ocorrendo naturalmente. Pessoas que ficam muito tempo juntas, por estarem tão próximas, acabam passando por momentos de raiva, tristeza, alegria e (com ou sem álcool) momentos de desejo, atração. Quando você se dá conta, seu melhor amigo está enfiando a língua na sua boca. O sentimento de culpa no dia seguinte é opcional. O problema é quando sua outra melhor amiga também fica com o mesmo “amigo”, e daí ocorre que a Serena, que ficou com o Nate, fica com o Dan, que depois fica com a Bair, que já ficou e namorou com o Nate, que é amigo do Chuck, que namora a Blair... aaaah, que confusão! O difícil em ficar com amigos, ou ter uma “amizade colorida”, é acabar não se envolvendo. Separar a amizade do que aconteceu ontem à noite depois daquela festinha parece muito fácil na teoria, mas na prática, uma das partes pode acabar gostando mais do que devia do que se passou. A consequência é que aquilo que era para ser descompromissado e divertido, acaba se transformando em crises de ciúmes, e quando a pessoa percebe, tudo o
que ela mais quer é ter aquele amigo(a) só para ela(e). Sendo assim, será que aquele namorado ciumento tinha ou não tinha razão?! Hmmm, talvez tivesse! *** Laura anda de um lado para outro em seu quarto, perguntando-se onde estaria Felipe naquele momento. Fazia horas que eles não se falavam e ele não atendia a seus telefonemas. Resolve pensar em outra coisa: comer chocolate. Depois de quase devorar a barrinha inteira de um Nestlé Duo, o celular toca: era ele. Felipe estava na casa de sua amiga Raíssa fazendo um trabalho para a faculdade. Os dois mais conversavam e riam do que trabalhavam, afinal, aquele trabalho de Marketing Estratégico estava muito entediante, e Raíssa sempre tinha várias histórias para contar. Felipe e Raíssa eram amigos (e só amigos) desde o início da faculdade. Faziam todos os trabalhos juntos. Isso, é claro, incomodava muito Laura, mas Felipe sempre dizia que ela estava louca, possessiva, vendo coisas que não existiam (mas como não ver “coisas” se Raíssa ficava sempre com aqueles decotes se insinuando para ele...?!). Laura atende o telefone com uma voz evidentemente irritada. Pula a parte do “oi, tudo bem” e pergunta direto onde Felipe estava. Ele a explica que está na casa de Raíssa, muito concentrado, e que irá passar a noite inteira envolvido num trabalho. Tal fato acaba gerando uma enorme discussão que leva, posteriormente, ao rompimento do namoro. Duas semanas depois, Laura está em uma festa com suas
amigas e enxerga Felipe em uma parede aos beijos com Raíssa. Perplexa, para em frente daquela cena e pensa: “eu sabia!”. Suas amigas a puxam pelo braço, e ela decide que aquela noite irá beber todas. *** Seja sincera: quantas vezes você sabia que seu amigo podia estar passando dos limites ou com segundas intenções, mas, como não tinha certeza (ou talvez tivesse) resolveu afirmar para seu namorado/ficante que ele estava exagerando e que nada estava acontecendo para evitar brigas? Afirmar que 100% das amizades têm segundas intenções seria estar mentindo, mas que uma boa parte acaba tendo, isso é verdade. E o percentual aumenta quando a amizade é “colorida” (amigos que ficam ou que já ficaram)! Às vezes nossa intuição falha, mas na maior parte do tempo, estamos certas. Quando você percebe que seu namorado está passando dos limites com a tal “amiga” e fica com ciúmes, a não ser que você seja paranóica, a chance de estar correta é grande... e é sempre com “aqueeeela” amiga que ele acaba ficando depois que o namoro acaba. Coincidência? Ter amigos do sexo oposto é muito bom e tem muito a acrescentar. Mas se vocês têm muita intimidade, se divertem juntos e ainda se acham respectivamente atraentes, cuidado (ou aproveite), pois há uma grande chance de um dos dois acabarem tendo uma segunda intenção. O namorado que se cuide!
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Foto: Marina Teixeira
K JÁ POSSO CASAR?
Morangos flambados em vodca Para estreiar a seção de culinária da Meia-Calça Furada, fomos atrás de uma receita que não fosse só deliciosa, mas também fácil de fazer. Esta sobremesa é perfeita para quem não tem muita experiência na cozinha, mas quer fazer bonito na hora de receber os amigos em casa.* PARA OS MORANGOS:
PARA O SORVETE:
Ingredientes 2 xícaras (chá) de morangos 3 colheres (sopa) de açúcar 1/4 de xícara (chá) de vodca
Ingredientes 2 bolas generosas de sorvete de creme 1 colher (chá) de essência de baunilha Canela à gosto
Modo de preparo
Modo de preparo
gos maiores ao meio, para que todos fiquem do mesmo tamanho.
ter um pouco. Junte a essência de baunilha, a canela e misture bem. Cubra a tigela com papel filme e volte o sorvete para o congelador até a hora de usar.
1 Lave e seque os morangos e retire os cabinhos. Corte os moran2 Numa frigideira grande, derreta a manteiga em fogo baixo.
Quando começar a espumar, junte o açúcar e mexa por um minuto.
1Coloque duas bolas de sorvete de creme numa tigela.Deixe derre-
3 Acrescente os morangos, misture bem e regue com a vodca. Hora de flambar: afaste a frigideira do fogo, pegue um pouco do caldo de vodca com uma colher de sopa e passe pela chama. Volte a colher, já em chamas, para a panela, e coloque novamente a panela no fogo. Deixe flambar até que as chamas se apaguem.
4 Divida os morangos entre duas tigelas fundas com um pouco de calda. Coloque uma bola de sorvete em cada e siga imediatamente.
*Versão levemente modificada de receita de morangos flambados do livro Panelinha - Receitas fáceis que funcionam, de Rita Lobo.
K PORNÔ CHIC Por Lola
Ceviche
S
carlett esperava Nick há meia hora na sala de jantar. Sentada na cabeceira da mesa de vidro, batia a sola vermelha do sapato de marca no assoalho encerado recentemente. As unhas cobertas de May 535 desfiavam o jogo americano disposto pelo amigo antes dele se ocupar na cozinha. Ao fundo, Sinatra tocava um de seus clássicos, não sabia ao certo qual. Nervosa, esfregou os lábios com uma generosa camada de Chapstick de morango, levantou-se e passou pela porta oculta que dava para a cozinha. A música estava mais alta ali, e a voz de Nick se misturava a do cantor. Sem camisa, exibia os músculos das costas perfeitamente bronzeadas, enquanto picava algo em cima do mármore branco, rebolando de um jeito sexy ao ritmo da música. Scarlett tocou seu ombro. Nick se virou e uma mecha do cabelo ondulado caiu sobre sua testa. Ela a colou de volta no lugar. Sorrindo, perguntou: “A Chloe ainda não chegou?” “Ah, você sabe como ela é”. Então, ele inclinou a cabeça para cima e entoou o refrão don’t you know, you little fool, you never can win. Agarrou as mãos delicadas de Scarlett e a girou pelo piso frio. Seus pés ainda estavam descalços e sujos de areia da tarde na praia, mas os dela estavam magníficos, vestindo saltos que a deixavam exatamente da altura dele. Os cabelos loiros esvoaçantes e a pele hidratada exalavam a clássica mistura de sândalo, Patchouli e óleos essenciais que ela sempre tinha. Just the thought of you makes me stop before I begin, continuava ele enquanto botava uma mão na cintura fina da amiga de infância, e a outra por cima dos cabelos macios. Dançaram assim, colados, até o fim. “Ai, Nick, tinha esquecido como você era um ótimo dançarino”, ela disse, rindo, enquanto lhe abraçava após a dança. Com o jantar pronto e o vinho branco na temperatura certa, os dois voltaram para a sala. Conversaram sobre tudo da vida, riram, implicaram um com o outro como sempre. “Tinha razão, querido, ceviche é uma delícia!” “Eu disse, não tem nada melhor”. “Não foi isso que eu falei”, um sorriso malicioso tomou conta do rosto dela. Nick ficou desconfiado, mas não seria a primeira vez dos dois. Chloe não precisava saber. Foi em direção a
ela, buscando seus lábios cheios. “Nicholas, não foi isso que eu quis dizer!”, falou, debochada. Ele sentiu o rosto corar. O que, então? Ela inclinou o corpo na direção dele e botou a mão no bolso da bermuda que Chloe havia lhe dado no Natal passado. Tirou dali um saquinho com um baseado que ele enrolara pela manhã. Sim, claro. Foram para a sacada e perderam mais meia hora conversando sobre nada e ficando chapados, com as taças ainda em mãos e a garrafa quase vazia, sob a lua cheia que iluminava o céu limpo. “Esse calor tá insuportável!” disse ela, tirando a blusa. “O que acha de um banho de jacuzzi?”. Sem esperar a resposta, tirou a saia plissada Donna Karan e não se importou em estragar a lingerie nova que Chloe a ajudara a escolher na Barneys semana passada. Entrou cabaleando na água fria e refrescante de uma vez só, soltando um suspiro de prazer e alívio. Nick a seguiu um pouco tonto e rindo da amiga que quase se afogou. Tentou ajudá-la a se sentar em um dos bancos submersos, mas acabou caindo por cima dela. Ela segurou seus cabelos pela raiz, com os olhos fechados e a cabeça pesada, aproximando-o até a altura da boca. Sinatra continuava no fundo, agora com sua ode à Nova York, e Scarlett sussurrou, com o hálito quente em seu pescoço: I want to wake up in that city that never sleeps. Ela abriu os olhos e os dois se beijaram, nostálgicos, lembrando daquela primeira vez em que roubaram o barco do pai de Nick e velejaram por quatro dias sem se preocupar com mais nada. Ele abriu o fecho do sutiã. “Nicholas, sabe que não podemos. Chloe deve estar chegando”. Ele sabia que era verdade, mas não queria parar. Ele não se importava, o momento era bom demais para ser interrompido. “Por favor”, disse ele, “Eu sei que você quer”. Abaixou as alças do sutiã e beijou o ombro nu da loira que ocupava sua banheira. Desceu a língua até os mamilos rígidos, expostos à brisa da madrugada. Scarlett gemia e não controlava mais seus desejos. Abaixou a bermuda de Nick com as mãos submersas. Ele encostou o corpo bronzeado no dela enquanto beijava seu seio descoberto. As mãos acariciavam as costas e puxavam delicadamente os cabelos úmidos. Podia ser errado fazer aquilo com a melhor amiga,
mas ao mesmo tempo, era tão certo estar ali com Nick, seu amigo que conhecia desde sempre. Ele ainda era carinhoso. A beijava e acariciava seu corpo todo, como se fosse a primeira vez. Como sentiu sua falta. Mesmo na água, Scarlett podia sentir o corpo respondendo aos estímulos. Abriu as pernas e deixou a mágica acontecer. Naquele momento, toda a culpa se apagava. Só queriam um ao outro. Ele fazia movimentos contínuos, cheirava seu pescoço, beijava sua orelha. Os dois estavam submersos em seu próprio universo. Eles podiam ficar ali por horas, proporcionando um mundo de sensações um para o outro. Com as costas coladas no peito de Nick, sentiu espasmos percorrerem seu corpo. Com as mãos nos cabelos ondulados do rapaz, ela gozou. Nick admirava a expressão de prazer estampada no rosto da loira, traduzida em gemidos lindos, que escapavam de seus lábios delicados e vibravam por todo o seu corpo nu. Ele a virou de frente de novo, precisava dos seus seios. Lindos, no formato ideal, com uma pequena marca de biquíni. Segurou os dois, acariciando e beijando, enquanto a penetrava repetidas vezes. Era bom, calmo. Diferente e único, mas ao mesmo tempo tão familiar. Ele encarava os olhos azuis sorridentes dela e não pode deixar de sorrir também. Inclinou a cabeça para trás e se deixou levar pela onda que tomava conta de si. Um prazer antigo, esquecido e recuperado depois de anos. Foi incrível. Scarlett, petrificada, sentiu os olhos ficarem cheio de lágrimas quando viu Chloe parada perto da porta de vidro que dava para a sacada. Empurrou Nick para o lado, que também ficou sem reação com a situação. Pegou uma toalha na beira da jacuzzi e se enrolou. “Oi, amiga. Você demorou”, disse ela, tentando soar natural. Chloe não conseguia acreditar no que via. As roupas jogadas no chão, a garrafa de vinho vazia, os dois na banheira. “Mas você não demorou nada, não é mesmo?” Segurou o choro, não queria dar a eles esse prazer. Virou de costas e ouviu Nick balbuciar qualquer coisa atrás dela. Parou na sala de jantar e encarou as duas taças de comida vazias, e seu ceviche ainda intocado.
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K O QUE ROLOU NA NOSSA FAN PAGE facebook.ccom/revistameiacalcafurada
CHACE E KANYE MEGA #CHATIADOS.
PROJETO VERÃO, SÓ QUE NÃO: FOTOS DE DOCES DA EDIÇÃO PASSADA.
blair, lo que tu sientes se llama obsesión: em 2013, irá ao ar uma versão mexicana de gossip girl. Para realizar o sonho de toda a garotinha: grifes recriam vestidos de princesas da disney.
amor verdadeiro.
MANTRA.
na onda dos zombies, saiu o trailer de world war z.
É DE GRAÇA.
MEIA-CALÇA
furada