| Terça-feira, 8 de fevereiro de 2011 |
Os adolescentes são crianças em transição. Suas necessidades, inclusive as emocionais, são infantis. Um dos erros mais comuns dos pais, professores e outros, é considerá-los como pequenos adultos. Quando o adolescente sente que ninguém se interessa realmente por ele, como resultado, surgem vários tipos de sentimentos: auto depreciação, desesperança, inutilidade, e baixa autoestima. Um adolescente pode ser maior, mais esperto, mais forte, superior em muitas coisas, mas emocionalmente, ele é ainda uma criança. Ele continua tendo a necessidade de sentir-se amado e aceito pelos pais. Sem essa segurança valiosa de amor e aceitação dos pais, ele não será, nem fará o melhor que pode fazer. Não conseguirá alcançar seu potencial. Trabalhar com adolescentes é um grande desafio, tanto para os pais quanto para nós educadores. Então seguem algumas orientações aos amigos professores e aos pais. Você deve ser honesto e franco – se você não sabe uma resposta, não enrole, pesquise e responda depois. Peça desculpas quando cometer um erro. Incentive a conversa aberta e crie uma relação de confiança com os jovens, assim eles passarão a se sentir à vontade para fazer perguntas e participar; Respeitar as opiniões – eles já querem ser tratados como adultos, mas precisam que você ajude-os a perceber erros e problemas. Ao mesmo tempo, adolescentes ainda têm muito de criança dentro de si. Promova o respeito mútuo – para com você e entre eles. Utilize temas atuais e do interesse deles, ou tente atualizar os temas que você vai trabalhar. Você deve estar sempre atualizado sobre os interesses dos jovens: preste atenção às vitrines de lojas, assista um pouco de TV os programas que eles gostam, converse com professores, psicólogos e profissionais que convivem com eles. Muitas editoras estão publicando Bíblias adaptadas à linguagem de torpedo ou gírias; daria para fazer um trabalho interessante comparando estas com as versões tradicionais e na linguagem de hoje. Varie as técnicas na medida do possível; use dinâmicas, vídeos, jogos de computador, brincadeiras, trabalhos manuais – coisas nas quais os
ADOLESCENTES jovens possam participar e fazer por eles mesmos. Adolescentes gostam de novidades, de serem surpreendidos, de se movimentarem. Evite palestras e lições de moral. Leve os jovens a encontrar a “moral” por eles mesmos. Conte histórias, essa é uma atividade que atrai as idades – quem não gosta de um pouco de mistério, romance, histórias divertidas, guerras, paixões...? Crie momentos descontraídos, sem tema ou responsabilidade (um jogo de futebol ou vôlei, um piquenique ou passeio, gincanas, etc...) o ambiente informal ajuda a promover a integração e a amizade entre os jovens. Acreditar acima de tudo na parceria do Colégio x Família. Como posso ajudar meu filho adolescente? o Amor Incondicional – Amar incondicionalmente significa amar um adolescente, apesar de tudo, da aparência, apesar dos seus pontos negativos e defeitos, apesar da sua maneira de agir. Isto não significa que você sempre goste ou tenha que aprovar o comportamento dele. Mas amar incondicionalmente significa que você ama seu filho adolescente, mesmo quando detesta seu comportamento. o Dar Atenção Concentrada – Dar atenção concentrada a seu adolescente exige tempo. Ele precisa perceber que é tão valioso que merece a sua vigilância, apreciação e consideração. Não tenha medo de dizer não, apenas quando o fizer, justifique. o Ajuda Espiritual – Muito importante este tema. Os pais devem fornecer aos filhos os sistemas de valores éticos e morais, guiando-os, para que eles saibam que rumo seguir em sua vida. Daí, a necessidade da orientação espiritual, que vai orientar o adolescente no mundo de hoje.
Os pais devem encaminhar os filhos para uma religião. Os pais devem compartilhar suas próprias experiências religiosas. Os pais devem ser um exemplo de perdão – o adolescente deve aprender pelo exemplo como perdoar e como pedir perdão, tanto a Deus como a outras pessoas. E eles só poderão aprender se os pais em primeiro lugar, manifestarem perdão.
Adolescente nos estudos De repente, deixou o cabelo colorido e ficou agressivo com os professores ou com colegas? Ele só quer saber de dormir? Deixou os estudos de lado? As notas do seu filho caíram? Esses comportamentos podem ser mais comuns do que se pensa na adolescência, etapa do desenvolvimento caracterizada por muitas alterações físicas, mentais e sociais. Definitivamente estamos lidando com outra geração de adolescentes, com acesso a internet, ao celular entre outros acessórios, que se somam aos antigos problemas. Com tanta coisa nova, ter alguns problemas e dúvidas faz parte do desenvolvimento do adolescente. Mas o que a família pode fazer? • É difícil encontrar um adolescente que não tenha celular hoje. Com o barateamento dos aparelhos, o telefone móvel, antes restrito aos pais, chegou aos jovens. Hoje, inclusive, ele é utilizado como uma forma de controlar à distância a rotina dos filhos. Opte por um aparelho pré-pago para o seu filho. É uma maneira de controlar a quantidade de tempo que ele fala e como ele usa o celular. É preciso impor regras e limites. Os adolescentes precisam que
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os pais se comportem como adultos e não como amigos. • Exercer uma atividade com sonolência é difícil. Por isso é importante cuidar para que o adolescente durma ao menos oito horas por dia. Ele não deve ficar acordado até tarde durante a semana. As causas mais comuns para a falta de sono dos adolescentes são o uso do computador até muito tarde. Se for esse o problema é preciso agir. Pais e filhos devem entrar em acordo. • Ao deixar a infância, o adolescente descobre que existe uma individualidade na sua existência. É normal que ele procure definir quem é e, muitas vezes, até mude de estilo e comportamento ao passar da puberdade. O resultado é que, muitas vezes, essa mudança de comportamento pode acabar atrapalhando os estudos. É muito importante ser honesto, falar o que incomoda e o que não incomoda. O adolescente tem a necessidade de experimentar diferentes identidades. O melhor, nesses casos, é observar se há algo que realmente está atrapalhando os estudos do seu filho. Use sempre o bom-senso.
No mais, mantenha a mente aberta para aprender sempre! Claudia Zarpelon Setim Diretora Pedagógica do Colégio Milenium Aicha Mazjoub Coordenadora de 8ª Série ao Ensino Médio