Imobiliario 22-12-2010

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Uma incursão pelos bairros de Curitiba a fim de encontrar manifestações do sagrado no arquitetônico. De acordo com a diretora da Nuna Planejamento e Marketing Imobiliário, Adriana Samaan, este foi um dos objetivos do trabalho Santo de Casa, realizado em parceria com o fotógrafo Felipe Fontoura. Durante uma semana, diversas regiões da cidade foram visitadas à procura de símbolos que representassem esta relação. “O que mais se percebeu foi a forma tradicional de guardar a imagem dos santos, numa espécie de oratório, na fachada das residências, próximo ao telhado. Alguns têm uma lâmpada ou vidro para proteção, mas a maioria não. Encontramos até imóveis comerciais as imagens dos santos de devoção”, conta Adriana. Segundo a diretora da Nuna, a maioria destes imóveis está localizada nos bairros residenciais e mais tradicionais da cidade, onde moram muitos descendentes de italianos e poloneses. “Estas edificações remontam a uma tradição colonial, fortemente marcada pela influência europeia no país e que tinha como religião oficial o

Felipe Fontoura

Trabalho identifica a relação entre a arquitetura e o sagrado em Curitiba

Trabalho impressionou pela riqueza das imagens e pela raridade dos achados

catolicismo”, analisa. Adriana revela que a representação se dá em imóveis de diferentes padrões, dos mais modestos aos mais luxuosos, mas é predominante nas casas térreas, de madeira ou alvenaria, bastante coloridas e com mais de 40 anos de construção. “Esta diferenciação entre o padrão das moradias também é refletida na forma de mostrar o santo. Quanto mais luxuosa a residência, maior é a preocupação com o requinte e os elementos que decoram o oratório”, informa. Com relação aos santos, Nossa Senhora é a preferida dos proprietários-devotos. “A ligação com o feminino, que

remete à mãe e ao lar é muito forte”, comenta Adriana. Também são recorrentes as imagens de São Judas Tadeu (patrono das causas difíceis e desesperadas), São Jorge (santo guerreiro) e São José (protetor da família, dos trabalhadores e dos justos). Para a diretora da Nuna, o trabalho impressionou pela riqueza das imagens e pela raridade dos achados, o que simboliza a transição cultural e religiosa em curso no país. “Antigamente, as pessoas creditavam seu sucesso e fracasso especialmente a uma intervenção divina. Hoje, este desempenho também é associado, em maior grau, à

Artigo

O tempo de agradecer Adelino Venturi O tempo do Natal é o momento da gratidão a Deus, à família e aos amigos. Em nosso caso, de maneira especial aos companheiros do setor imobiliário e de todo o segmento empresarial de São José dos Pinhais e da grande Curitiba. Aos nossos clientes, a mensagem de fé, otimismo e reconhecimento de eles são os responsáveis diretos pela expansão e aumento extraordinário da qualidade do mercado imobiliário regional. São eles a razão da nossa ação profissional diária, incessante, com todo o empenho e muito boa vontade. É imperioso que se destaque a ação social que abrange em particular duas grandes entidades de apoio social e promoção humana. A Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais) e a APPAM (Associação dos Pais e Amigos das crianças Portadoras da Mielomeningocele), ambas com sede em São José dos Pinhais. O apoio que todos nós prestamos a essas duas entidades é fundamental para as crianças e suas famílias. É importante para a consciência humanística da nossa cidade, inclusive com as parcerias de grande mérito, como ocorreu neste mês de dezembro quando a Loja Havan entregou um cheque no valor de R$ 7 mil para a APPAM. Devemos registrar também ações sociais junto ao Hospital Pequeno Príncipe e outras entidades do gênero. Estas e outras ações se refletem na imagem da nossa cidade e na imagem da nossa atividade profissional, o setor imobiliário. A propósito, o assunto foi amplamente comentado durante o almoço de confraternização da Rede de Imóveis do Paraná realizado aqui na nossa cidade. Na oportunidade conversamos com nossos companheiros da rede, que tem na presidência o valoroso companheiro Devanir da Motta. Há um otimismo generalizado em relação ao desenvolvimento dos negócios

Na confraternização da Rede de Imóveis a Família Venturi (Adelino, Ana Corina e Eduardo) e os amigos Julio Cezar e Francisca Salazar em nossa cidade e em toda a jando a todos os nossos amigrande Curitiba. gos, companheiros, e de maAssim, encerramos mais um neira especial aos nossos leiano da graça de Nosso Senhor tores do Metrópole um feliz agradecendo ao Criador pelas Natal e um Ano Novo repleto bênçãos e os benefícios e dese- de bênçãos e prosperidade.

capacidade e ao talento do indivíduo e aos recursos que não passam pela crença religiosa. Além disso, novas religiões, com doutrinas e símbolos próprios, têm surgido e se consolidado”, comenta. Adriana defende que, independente da crença, estas representações sejam preservadas pelo seu valor histórico e cultural. “Neste sentido, este patrimônio deve ser mantido, servindo de referência para as próximas gerações. Mas, infelizmente, estas riquezas estão sendo esquecidas”, diz.


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Planejamento no canteiro de obras é sinônimo de sucesso na construção civil No auge da construção, o canteiro de obras de um empreendimento residencial com aproximadamente 15 mil metros quadrados chega a reunir cerca de 100 profissionais. Com tantos trabalhadores juntos e um grande volume de materiais utilizados ao mesmo tempo, o andamento do processo precisa estar organizado. Para isso, um planejamento prévio de toda a construção é fundamental a fim de prevenir futuros problemas. Para a Construtora Hugo Peretti, que acumula uma experiência no setor de 65 anos, esta prática já faz parte da rotina e evita prejuízos ou atrasos na entrega dos imóveis em Curitiba. “O planejamento das obras faz parte de uma nova visão na construção civil. Antes o processo era muito empírico, mas a tendência é construir com domínio de todo o processo, levando em consideração aspectos importantes ligados ao como, quando e onde fazer. Não se imagina mais construir sem planejar. É preciso saber quando será a fixação de uma torneira até o assentamento do primeiro tijolo”, afirma o engenheiro civil e vice-presiden-

te do CREA-PR, Gilberto Piva. Esta prática traz diversos benefícios para a construção civil. Entre eles está a redução do desperdício de materiais, o aumento da produtividade e o consequente comprometimento com o cliente, uma vez que os empreendimentos são entregues no prazo determinado, sem atrasos. “Temos melhor organização com o planejamento e raramente temos problemas durante a obra. Com isso, sempre supervisionamos a qualidade, que é uma exigência do cliente”, afirma o engenheiro civil da Construtora Hugo Peretti, Raphael Mehl. Logo após a conclusão do projeto arquitetônico, os engenheiros da empresa realizam um estudo sobre como será a dinâmica de trabalho no terreno e a organização do espaço. Mehl destaca que todo o planejamento precisa prever o número de profissionais e o perfil da mão-deobra em cada fase da construção, a estrutura para movimentação e a acomodação dos trabalhadores (vestiários, refeitórios e sanitários), o volume de material que o espaço irá receber e as áreas para

acomodação dos equipamentos que serão utilizados na obra. Aproximadamente 30 dias antes do início dos trabalhos, materiais, equipamentos e equipes precisam estar prontos. ELEMENTOS IMPORTANTES PARA O PLANEJAMENTO O vice-presidente do CREA-PR alerta que alguns fatores precisam de atenção especial durante o planejamento. De acordo com Piva, as características climáticas da Região Sul interferem diretamente no andamento das obras. “O inverno rigoroso diminui a produtividade das telhas e dos tijolos. É possível prever a compra adiantada destes produtos no cronograma”, orienta. Os períodos de chuvas também interferem no trabalho, principalmente nas obras de fundação, quando os empreendimentos estão descobertos ou na fase de acabamentos externos. É preciso planejar ainda os prazos de entregas dos fornecedores, os equipamentos que serão utilizados e os possíveis deslocamentos de mão-de-obra entre os empreendimentos da empresa.

Otimismo segue em alta no mercado de blocos e pisos de concreto Segundo pesquisa mercado de pré-fabricados de concreto deve manter crescimento no próximo ano Mercado imobiliário favorecido pelo crédito em expansão, lançamentos voltados para segmentos de média e baixa renda, obras de infraestrutura para megaeventos, programas habitacionais como Minha Casa, Minha Vida. Segundo pesquisa semestral realizada em novembro pela Associação Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto (BlocoBrasil), o setor de préfabricados leves (blocos e pisos intertravados de concreto) deve manter o crescimento atual, expectativa influenciada principalmente por esses fatores. O objetivo da pesquisa, feita com associados da BlocoBrasil, foi identificar as macrotendências setoriais do mer-

cado de pré-fabricados leves de concreto e a expectativa de crescimento dos fabricantes. Os resultados apontaram que 63% das indústrias de blocos de concreto esperam crescer entre 10% e 30% nos primeiros seis meses de 2011, enquanto 21% das indústrias estimam crescer acima de 30% no próximo semestre. Apoiado pelo crescimento econômico, o mercado de trabalho no setor de blocos de concreto deve adotar algumas medidas para aumentar a produtividade. As principais são a aquisição de novos equipamentos e a contratação de novos funcionários. Dentre os fatores responsáveis por essa melhora na indústria de blocos de concreto

estão o aquecimento da economia, fator que estimulou o crescimento do mercado imobiliário, o programa habitacional do governo Minha Casa, Minha Vida, e as obras de infraestruturas relacionadas à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016. “Esta nova pesquisa demonstra que os fabricantes de blocos e pisos intertravados de concreto estão confiantes na manutenção e crescimento da atividade econômica no primeiro semestre de 2011 e, também, que pretendem investir em máquinas e equipamentos e em processos para melhorar a produtividade das fábricas”, avalia o arquiteto Carlos Alberto Tauil, consultor técnico da BlocoBrasil.

Apartamento em realidade 3D é inovação Neorama para a Brookfield Incorporações A tecnologia do 3D, que é sucesso nos cinemas, ganha agora espaço nas estratégias de vendas imobiliárias. A última novidade nesse sentido é o apartamento decorado em 3D imersivo desenvolvido pela Neorama para o London Blue, da Brookfield Incorporações. No estande do empreendimento, localizado na capital paulista, em vez do tradicional ambiente decorado, há uma sala de projeção. Sentando em cadeiras confortáveis e utilizando óculos especiais, o visitante po-

derá vivenciar uma experiência ultrarrealista, como se estivesse passeando pelo apartamento e pelas áreas comuns do prédio. “O decorado 3D será um item essencial dos estandes imobiliários da próxima década”, aposta o arquiteto Márcio Carvalho, diretor da Neorama. Especialista em soluções criativas para o mercado imobiliário, a empresa vem desenvolvendo, de forma pioneira, filmes em realidade 3D para empreendimentos de alto padrão. “O apartamento virtual

pode tanto complementar quanto substituir o decorado em determinados nichos, fora possibilitar a remotização da experiência”, diz. Ele explica: “Aquilo que antes estava restrito ao estande de vendas, pode agora, por conta da tecnologia, ser levado para outros espaços reais ou virtuais”. Segundo o executivo, além do impacto das imagens tridimensionais, a utilização do 3D imersivo encontra justificativa na própria necessidade das incorporadoras em inovar na comunicação com os clientes.

Foto Divulgação

Prática deixa de ser empírica e traz resultados positivos para as obras, como diminuição do desperdício e maior produtividade

Hugo Peretti em uma das visitas às obras do empreendimento da construtora

OPINIÃO

POR MAURO CALIL

Fundo Imobiliário: a melhor alternativa para investir em imóveis Comprar um imóvel com o objetivo de alugar ou diversificar os investimentos ainda é uma alternativa comum entre muitos investidores. A certeza de investir em algo concreto, de poder entrar e conferir onde o dinheiro esta aplicado é algo que traz tranquilidade e segurança. Porém, se avaliarmos os resultados, o mercado de hoje disponibiliza outras formas mais rentáveis de se investir em imóveis. O mais comum, e que aos poucos começa a ganhar espaço, é o investimento em fundos imobiliários. Antes de comprar um imóvel para investir, seja para alugar ou para esperar a valorização futura do empreendimento, é preciso fazer uma série de análises. O problema de inadimplência de inquilinos é algo real que também precisa fazer parte desta conta. Há problemas de infraestrutura, além do fato de, entre um inquilino e outro, o imóvel ficar vazio e consequentemente permanecer meses com rentabilidade igual a zero. Em média, estima-se que os aluguéis garantem uma rentabilidade bruta entre 0,5% a 0,7% do valor investido – isso sem contar o tempo despendido para a realização e solução de todos os problemas que podem surgir. Outro ponto que precisa ser considerado previamente é a questão da liquidez. Se precisar, por algum motivo, se desfazer o imóvel de forma rápida, certamente, terá de reduzir o preço e pode até amargar algum prejuízo. Os processos de venda geralmente são demorados e, para conseguir a rentabilidade com a valorização do imóvel, é preciso paciência. Optar pelo investimento em um fundo apresenta uma série de vantagens. Apesar de o investidor não ser o proprietário de todo o imóvel, ele é cotista do fundo e é proprietário de uma parte do empreendimento, que pode ser um grande complexo comercial, seja um edifício com inúmeros escritórios ou um grande shopping center. Se por um lado o investidor não pode dizer com todas as letras “este imóvel é meu”, por outro, ele tem uma série de vantagens. A primeira é a facilidade de investimento e a ausência de negociação e problemas com os inquilinos. Em um fundo de investimento, o gestor do empreendi-

mento assume a responsabilidade pelas negociações e todos os problemas que possam acontecer. Em um fundo, é possível investir em imóveis com pequenos valores. Ou seja, o investidor não precisa despender centenas de milhares de reais em um único imóvel. Ele pode comprar cotas de diferentes imóveis localizados em regiões diferentes. A rentabilidade também é maior, ficando na casa de 0,8% ao mês, e o problema de liquidez é mais fácil de ser solucionado. Apesar de não ser tão simples como sair de um fundo de renda fixa, a liquidez dos fundos imobiliários tem aumentado. Para sair do investimento, a cota é vendida para outro investidor. Outro ponto que precisa ser considerado e que afeta diretamente a rentabilidade são os impostos. Ao receber o pagamento dos alugueis, o investidor sofre alta tributação de Imposto de Renda. A alíquota segue a tabela progressiva e, de acordo com o valor, pode chegar à casa de 27,5%. No fundo, não há uma tributação direta do investidor, mas sim da rentabilidade como acontece em toda a indústria de fundos. Como se trata de uma operação financeira, no entanto, é preciso ficar atento ás taxas cobradas pelos gestores e à política do fundo. Também é preciso conhecer o perfil dos inquilinos destes empreendimentos. A rentabilidade também esta atrelada ao pagamento dos aluguéis. A diferença é que o risco de inadimplência está distribuído entre todos os inquilinos e não concentrado em apenas um ou dois. Como em todo tipo de investimento, é preciso considerar a necessidade e as vantagens da diversificação. Os fundos imobiliários garantem esta diversificação para investimentos em imóveis. Mauro Calil é professor e educador financeiro, fundador do Centro de Estudos e Formação de Patrimônio Calil&Calil


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