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| Quarta-feira, 26 de janeiro de 2011 |

Certificações ajudam O Ano Letivo a ganhar mercado Artigo

Adelino Venturi

Mais do que uma “onda” passageira, o consumo de produtos sustentáveis se tornou uma tendência crescente nos últimos anos em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. Considerando essa realidade irreversível, muitos setores vêm participando desse contexto, oferecendo, ao consumidor consciente, produtos certificados que exibem selos e garantem qualidade, procedência e respeito às normas de produção, ambientais e trabalhistas. No Brasil, o setor da construção civil se destaca na corrida para identificar determinadas qualidades de seus produtos ou processos e para mostrar ao consumidor esses diferenciais. A ideia é que, com as certificações, os produtores possam ampliar a fidelização de compradores e atrair novos negócios. Para a indústria de artefatos de cerâmica, um importante diferencial é o Programa Setorial de Qualidade (PSQ), desenvolvido pela Associação Nacional da Indústria Cerâmica (ANICER). Dividido em três níveis, o PSQ não certifica, mas abre as portas para as empresas buscarem selos em órgãos credenciados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO). Roberta Monteiro de Mello, coordenadora do Organismo de Certificação de Produtos (OCP) do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial em São Paulo (Senai/SP), instalado em São Bernardo do Campo e um dos órgãos acreditados pelo INMETRO, diz que a certificação faz com que os processos de industrialização sigam um padrão de normas técnicas que asseguram a qualidade dos produtos em nível nacional. Para a coordenadora, o avanço da construção civil no País tem contribuído, nos últimos dois anos, para a valorização das certificações.

Luiz Costa/La Imagen

Pequenas empresas buscam selos, títulos e certificados garantindo qualidade, procedência e respeito às normas de seus produtos e serviços

O empresário Gerson Raska buscou certificação para se tornar mais competitivo

“Muitas construtoras e financiadoras, como a Caixa Econômica Federal, já reconhecem a importância e estão exigindo a certificação dos fabricantes dos produtos usados na construção civil”, diz. Para participar de um processo de certificação, as empresas precisam cumprir rígidas etapas que vão desde a análise de documentação da empresa; auditoria de concessão e primeira amostragem de produtos - que avalia o sistema do fabricante e o produto através de ensaios em laboratórios também acreditados pelo INMETRO -; até a análise dos resultados dos ensaios. Só depois de todas as etapas cumpridas é que se emite o certificado, com assinatura do compromisso de manutenção da certificação e da realização periódica de amostragens no mercado. CONSTRUINDO O FUTURO Para garantir a qualidade dos produtos oferecidos pelas indústrias cerâmicas do Estado, o Sebrae/PR, o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon/

Nova Lei do Inquilinato já está gerando resultados positivos, avalia Sciarra O deputado federal Eduardo Sciarra (DEM/PR) considerou positivos os resultados da nova Lei do Inquilinato, que nesta terça-feira (25) completou um ano de vigência. Após o período de 12 meses, o Secovi-PR constatou uma redução de 30% na inadimplência dos aluguéis no Estado. Sciarra envolveu-se diretamente na elaboração da Lei do Inquilinato (Lei 12.122/ 2009 que incorporou a Lei 8.245/91), sendo o autor da emenda global que estruturou o texto final da medida. “É um dado animador que indica que o nosso trabalho está tendo o resultado esperado, que é trazer mais segurança ao mercado de locação de imóveis.”, afirmou o parlamentar. O processo de aperfeiçoamento do projeto original

deu-se através de reuniões realizadas entre Sciarra e os diversos atores da cadeia produtiva do setor imobiliário, de onde surgiu a percepção de que a antiga Lei Inquilinária precisava ser modernizada. A nova legislação traz mais flexibilidade para locadores e locatários estipularem contratos de aluguel, e mais segurança jurídica para proprietários de imóveis. A expectativa é que, com isso, muitos imóveis que hoje estão ociosos voltem ao mercado.

PR), o Senai/PR e Sindicato das Indústrias de Olarias e Cerâmicas para Construção no Paraná (SINDICER/PR) desenvolvem, há três anos, o Projeto Construindo o Futuro. O projeto é oferecido por meio de aulas teóricas e avaliações de produtos para melhoria de processos e atendimento de todas as exigências que credenciam as empresas a receberem certificação. Na primeira fase, os participantes aprendem sobre a preparação de massa e sobre secagem e queima dos artefatos. A segunda etapa consiste na implantação do PSQ. Participante do Construindo o Futuro, desde que o projeto foi implantado, a Cerâmica São Pedro, instalada no bairro Caximba, em Curitiba, foi a primeira empresa a participar dos testes para obter a certificação e receber o PSQ, em junho deste ano. O resultado superou as expectativas. Depois de três anos participando do Projeto Construindo o Futuro e há oito meses tendo seus produtos sendo analisados em laboratório, os empresários Gerson Raksa e Denise Aparecida Raska receberam a certificação que atesta a qualidade dos blocos cerâmicos que fabricam. Para o empresário, a certificação PSQ garante credibilidade no mercado e atesta que seus produtos possuem qualidade e seguem as normas do INMETRO. Raska conta que a maior dificuldade foi criar um padrão. “Trabalhávamos com quatro tipos de argila e isso dificultava a qualidade final dos produtos. Hoje trabalhamos com apenas um tipo de argila que tem ainda o diferencial de descansar por dois anos, o que ninguém do setor faz”, conta. O descanso faz com que a argila perca a umidade, o que resulta em produtos mais resistentes e uniformes. Com a certificação e bom preço, Raska espera aumentar as vendas e fidelizar novos clientes. Para obter a PSQ, o empresário investiu R$ 3 milhões na compra de novos equipamentos, valor que ele

espera recuperar num prazo de dez anos. “Futuramente as construtoras serão obrigadas a usarem apenas produtos certificados e estarei preparado para participar deste mercado”, diz. Raska acredita que a certificação representa o esforço e a busca pela qualidade que sempre foi o foco da Cerâmica São Pedro, que hoje gera 22 empregos diretos. “Há 47 anos, quando meu pai inaugurou a empresa, não existia energia elétrica e as máquinas que faziam os tijolos eram movidas por dois cavalos. Depois usamos motor a diesel até que a luz chegou na década de 1970”, conta. De acordo com o consultor do Sebrae/PR em Curitiba e gestor do Projeto Construindo o Futuro, Pedro Cesar Rychuv Santos, as certificações proporcionam um diferencial para a construção civil como um todo. “A certificação faz com que os processos de industrialização tenham excelência e sigam um padrão de normas técnicas que asseguram a qualidade em nível nacional”, explica o consultor. Pedro Cesar Rychuv Santos afirma que o processo teve longa duração e incluiu a avaliação dos produtos em laboratórios. “As aulas e as avaliações demoraram cerca de três anos para a finalização e as exigências são muitas. A qualidade é um quesito indispensável, para ser competitivo nesse mercado. O Projeto Construindo o Futuro é uma excelente oportunidade para os empresários que acreditam na melhoria dos processos”, assinala.

O início de um novo Ano Letivo é sempre um momento de alegria para as crianças e os jovens e de pesadelos para os pais e responsáveis, que têm a responsabilidade de arcar com uma despesa alta de material escolar. Todavia, é um bom investimento, o melhor considerando-se a importância da Educação na vida das pessoas. Isto não justifica, porém, que seja um período para se especular e ganhar dinheiro fácil. Vivemos num regime de liberdade de mercado e a grande clientela nesse segmento deve fazer valer a prática salutar da pechincha, a lei da oferta e da procura. Esse período ressalta, também, a importância da Educação como instrumento de desenvolvimento humano, com resultados diretos para a economia do país. O processo educacional brasileiro ainda é conservador e lento, incapaz de atender à grande potencialidade da economia. Isto ressalta uma realidade crítica, infelizmente ainda não absorvida pelos setores ativos e conscientes da sociedade. É a realidade do professor, evidentemente, no seu sentido genérico (masculino e feminino). O professor é o único personagem capaz de mudar a história de um país. O professor é um ser especial, um profissional que teria de ser elevado ao mais alto padrão na sociedade brasileira. Temos no Japão um bom exemplo do culto ao mestre. Lá, o imperador não faz reverência a ninguém, até porque os cidadãos é que o reverenciam como líder supremo; em tempos passados até como um semi-deus.

Ele, porém, faz questão de prestar reverência ao professor, atuando em qualquer dos níveis educacionais. Isto é o que se pode chamar de civilização. A realidade do professor brasileiro é muito diferente, com raríssimas exceções. E uma dessas exceções é o nosso querido grande mestre Leopoldo Scherner, a quem os são-joseenses não se cansam de reverenciar. Os nossos professores, em geral, não podem continuar sendo tratados como um número, um item a mais na enorme burocracia do sistema educacional. Devemos nos unir e abraçar a causa da valorização do professor, em todos os níveis de ensino. Não há como se pretender a construção de uma sociedade sadia, ética e marcada por fatores da moderna civilização mantendo o professor num plano secundário, inclusive muito inferior ao um número crescente de afilhados políticos privilegiados. Estão aí exemplos em todos os níveis de governo, que devemos levar em conta quando nos deparamos com situações de subdesenvolvimento educacional e cultural. Vamos todos, portanto, nos unir em uma ampla reflexão sobre a necessidade de livrar os nossos professores das amarras do conservadorismo, infelizmente ainda predominante em nossas instituições. Vamos fazer do início de um novo Ano Letivo uma reflexão sobre esse personagem incrível, que guia as crianças e os jovens pelos caminhos do futuro. Adelino Venturi é professor, empresário e membro do Conselho Deliberativo da Associação Comercial, Industrial, Agrícola e de Prestação de Serviço (Aciap), de São José dos Pinhais


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Nova diretoria e as expectativas do trabalho para 2011 no Crea/PR Na última semana, o CREA-PR anunciou a composição da diretoria do Conselho, com mandato até 31 de dezembro de 2011, eleita na sessão plenária n.º 891 e que já efetuou sua primeira reunião de trabalho. Para o vice-presidente do CREA-PR, engenheiro civil André Luis Gonçalves, neste último ano de gestão o objetivo é manter o modelo implantado, dando continuidade ao trabalho realizado. “Vamos dar andamento aos projetos, como a reforma das inspetorias regionais, a consolidação da implantação da NBR ISO 9001:2008 e, também, o Pacto Global, que já conta com adesão dos nossos colaboradores. O objetivo é estender este comportamento de respeito ao meio ambiente e à sustentabilidade às entidades de classe e à sociedade”, diz. À frente da Câmara Especializada de Engenharia Civil (CEEC), o engenheiro civil Rogério Pinto Pinheiro prevê que 2011 será um ano de muito trabalho aos profissionais do CREAPR. “Já temos em pauta, além das ações operacionais

da Câmara, a discussão do Projeto de Lei 2245, que está no Congresso Nacional e regulamenta a profissão dos tecnólogos, além disso, teremos que debater a interface entre o CREA e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), aprovado recentemente”, explica. Pinheiro ainda destaca a melhoria da dinâmica das reuniões da Câmara, “vamos avançar nesta questão para dar vazão à expectativa do profissional”, afirma. Para o engenheiro agrônomo Amarildo Pasini, da Comissão de Educação do CREA-PR, a meta é melhorar a comunicação entre todas as partes envolvidas no processo de registro profissional, bem como de assuntos relativos à capacitação e formação, possibilitando habilidades e competências. “Num primeiro momento, é preciso aproximar os futuros profissionais do Sistema, e a implantação do CREA-jr neste contexto foi fundamental”, comenta. “No papel de “proteger a sociedade”, o CREA-PR pode se antecipar e informar aos estudantes e instituições sobre os requisitos

de cadastro no Sistema, resultando em rápida imersão no meio profissional. Este procedimento poderá reduzir a carga de processos que chegam para análise no Conselho, que muitas vezes são resultantes de procedimentos equivocados de recém-formados ou mesmo de instituições de ensino”, fala. Segundo ele, para viabilizar as ações anteriores, bem como para melhorar o entendimento sobre a Resolução 1010, a Comissão propõe uma reunião nacional dos membros das comissões de educação dos CREAs regionais. A data prevista é 22 de junho, em Curitiba. “Neste encontro serão definidas estratégias prioritárias de curto e médio prazos sobre a referida resolução, ouvindo representantes dos Estados. Esta estratégia permitirá otimizar, focar e nortear nossas ações junto a Comissão de Educação de CREA-PR”, finaliza.

O presidente Cabrini conversou sobre a criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil

Especialização em Engenharia da Confiabilidade Aplicada A Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR está com inscrições abertas até o dia 18 de fevereiro para a pós-graduação em Engenharia da Confiabilidade Aplicada à Manutenção, em Curitiba. O curso acontecerá de 18 de março a 6 de julho e tem como objetivo especializar profissionais de nível superior para utilizar os conceitos, métodos e técnicas inerentes à confiabilidade como elementos de apoio à tomada de decisão, durante os processos de manutenção e operação de sistemas técnicos, buscando aumento de disponibilidade e produtividade. O principal diferencial é o certificado da UTFPR (Espe-

cialista em Engenharia da Confiabilidade) em parceria com a Reliasoft, o que possibilitará a obtenção de 24 Créditos para do CRP (Certified Reliability Professional) emitido pela ReliaSoft (www.ReliabilityProfessional.org). O curso é voltado a engenheiros e arquitetos e terá duração total de 360 horas, sendo que as aulas serão ministradas sextas-feiras, à noite e aos sábados, no turno da manhã e da tarde, preferencialmente de forma quinzenal. Para mais informações e inscrições acesse: www.ct.utfpr.edu.br/ ou http://sistema.utfpr.edu.br/pos/inscricoes/ editais/CT_DAELT_CEECAM_I.pdf ou ainda o site do PROCREA.

ISS foi pauta de reunião entre Sinduscon-PR e secretário de finanças O presidente do Sinduscon-PR, Normando Baú, e o diretor executivo da entidade, João Guido Campêlo, participaram de reunião com o secretário municipal de Finanças, João Luiz Marcon, na úl-

tima semana. Uma das pautas discutidas foi o ISS. Os dirigentes da entidade solicitaram que a informação sobre o regime simplificado de arrecadação do imposto fosse atualizada no site da pre-

Agenda de cursos Sinduscon-PR O Sinduscon-PR está preparando uma série de cursos e eventos em 2011. Confira o que já está confirmado até o momento. Curso de Orçamento de Obras - Eng. Mozart Bezerra da Silva Dias 21 a 23 de fevereiro de 2011. Informações e inscrições: 41 3079-5909 / 41 30795909 ou www.spazioidea.com.br Curso de Gestão de Empreiteiros na Construção Civil - Eng. André Augusto Choma Dias 18 e 19 de março de 2011. Informações e inscrições: 41 3079-5909 / 41 30795909 ou www.spazioidea.com.br

feitura, que ainda cita o Decreto nº 529. Em 2009, os empresários da construção civil foram surpreendidos com a publicação do Decreto Municipal nº 529, que proibia os prestadores de serviços que não forneciam o material para a execução da obra a ingressar no regime (para se beneficiar da alíquota simplificada de 2%). Em audiência com o então prefeito de Curitiba, Beto Richa, o SindusconPR esclareceu que a Lei nº 66/07, que criou o regime simplificado, estava sendo violada com a publicação do citado decreto, uma vez que estava restringindo um direito subjetivo conferido por lei ao contribuinte. Tendo em vista tal ação institucional da entidade, foi publicado no Diário Oficial do Município de 09 de março de 2010, o Decreto nº 230, que, ao revogar o de nº 529, restabeleceu a reda-

ção anterior, sem condicionar a alíquota reduzida ao obrigatório fornecimento de materiais. O secretário de Finanças de Curitiba se comprometeu a atualizar o site da Prefeitura, com base no atual decreto, para que os prestadores de serviços tenham conhecimento deste benefício. ALERTA GERAL Em reiteradas decisões, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) tem entendido que não é possível deduzir o valor dos materiais da base de cálculo do ISS. Diante deste fato, o secretário municipal de Finanças, João Luiz Marcon, alerta que os prestadores de serviços relacionados no Art. 1º da Lei Complementar 66/07, inclusive aqueles que executam a atividade de concretagem, devem optar pelo regime simplificado. Do contrário, o município passará a adotar o entendimento do STJ.

PRESIDENTE RECEBE ARQUITETOS NO CREA-PR O presidente do CREAPR recebeu na semana passada uma comitiva de arquitetos do Instituto de Arquitetos do Brasil sessão

OPINIÃO

Paraná (IAB/PR), Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (ASBEAPR), Sindicato dos Arquitetos (SindArq-PR) e a coordenadora da Câmara Especializada de Arquitetura do CREA-PR, Eneida Kuchpil. Na pauta, a discussão sobre a Lei 12.378/2010, que regulamenta a profissão de arquiteto e urbanista e cria o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e que estabelece a criação de conselhos estaduais específicos para esses profissionais, que até então eram representados pelo Conselho Federal (CONFEA) e pelos Conselhos Estaduais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREAs). Para Cabrini, a lei não trará mudanças imediatas. “A nova lei só entra em vigor um ano após a publicação, sendo assim, durante este ano os arquitetos ainda estão sob a égide do CREA-PR”, disse. Nesta quinta-feira, a criação do CAU será tema de discussão de reunião extraordinária do Colégio de Presidentes, em Brasília. O presidente Cabrini estará presente para acompanhar o assunto e apresentar a opinião do Paraná a respeito da questão.

POR EDVALDO CORRÊA

Sistema de educação profissional italiano: a experiência do Cipet com construção civil Por ter estudado na UTFPR (antigo CEFET), referência em qualidade na educação e trabalhado no SENAI (maior instituição de educação profissional do Brasil) e ter dedicado parte de meus estudos à educação do trabalhador, trago hoje a vocês uma reflexão sobre a educação para o trabalho e uma experiência italiana que conheci há dez anos. Em um momento em que o setor da construção reavalia e propõe possibilidades de capacitação de mão-de-obra, a experiência da Itália pode nos ajudar a ter novos olhares para este universo. Pontualmente, trago o caso do CIPET - Centro de Istruzione Professionale Edile Torino, que somado a outra várias escolas no país faz da Itália uma ilha de prosperidade na educação do trabalhador, com vistas ao processo inclusivo e de relações do trabalho. A Itália atua com uma capacitação para jovens onde o Centro de Formação de Torino tem uma importância histórica. Foi a primeira escola de artes e ofícios do país e totalmente voltada para jovens não assistidos. Em 1910, começaram os primeiros cursos voltados a

canteiros de obras, sendo ampliado gradativamente para operários que atuavam nas empresas do setor. Após a última grande guerra foi necessária a reconstrução e o desenvolvimento do país. A construção teve papel fundamental! Estas escolas, também. Evoluiu o sistema de educação profissional, sindical e de relações de trabalho neste período. Na sequencia, foi criado o Conselho Escolar para Construção e Afins e foi formado pelos empresários e sindicatos. O CIPET continua fornecendo trabalhadores qualificados para as empresas que operam na região. Profissionais altamente capacitados, com valores sólidos, preocupados com segurança, qualidade e meio ambiente, além de extremamente motivados. A visão sindical e de direitos do trabalhador é outro grande diferencial. Ter esta visão de um sistema de ensino aberto, capaz de incorporar e atender as diferentes necessidades que surgem a partir das necessidades locais é um dos grandes ganhos do CIPET e clientes. Uma boa interação com estas referências internacionais nos ajuda a crescer como país.


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