O caminho das águas para Fortaleza
Ano 5 - Edição 32
Imóveis e Arquitetura
CEARÁ
CONSTRUÇÃO
NSI
NÚCLEO DE SERVIÇOS INTEGRADOS
Seminário Sinduscon-CE discute parcerias público-privadas
Semana da Engenharia Sustentabilidade e inovação tecnológica
EXPOCONSTRUIR Feira movimenta R$ 68 milhões
Editorial Ameaça de colapso
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MATERIAL Rejuntes estão cada vez melhores
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CREA-CE SOEA reune quatro mil participantes no Centro de Eventos
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EXPOCONSTRUIR Quarta edição da Feira gera R$ 68 milhões em negócios
ÁGUA Com a Seca população é Expediente orientada a economizar
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OPERÁRIOS Construtoras cearenses garantem alimentação de qualidade
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GEOLOGIA Qual o melhor tipo de solo para construção civil?
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EQUIPAMENTO Piscinas de borda infinita em ambientes caseiros e sociais
O Ceará vive quatro anos seguidos de Seca. A história já conta que está sequência é mais severa do Estado. Os especialistas em Recursos Hídricos advertem para a ameaça já de colapso de água em Fortaleza no próximo ano. A nossa reserva está abaixo de 20%. Açudes secaram totalmente e os maiores estão acumulando cada vez menos água. Reportagem de capa desta edição da Construção Ceará mostra a necessidade de economizarmos água sob pena de não termos em breve. Destacamos também na atual edição, o tema Sustentabilidade: água, energia e inovação tecnológica, que norteou a 72 Semana Oficial da Engenharia e Agronomia (Soea), realizada no Centro de Eventos do Ceará. Durante quatro dias quase 4 mil pessoas discutiram a crise da água e da energia no Brasil. Gerando R$ 68 milhões em negócios, a ExpoConstruir 2015, levou ao Centro de Eventos do Ceará, novos sistemas produtivos para a Construção Civil no Estado. A revista Construção Ceará traz ampla cobertura fotográfica e editorial da feira, por onde circularam mais de 18 mil pessoas, de 16 a 19 de setembro. O sonho de consumo de muitos brasileiros é ter uma piscina em casa. Nesta edição apresentamos dicas de piscinas modernas como a de borda infinita. Engenheiros dão dicas de como instalar uma piscina caseira ou social. Temos ainda a seção Fortaleza em Fotos, que faz um passeio pela obra de Barão de Studart; uma reportagem sobre solos; e a alimentação balanceada oferecida aos operários nos canteiros de obras no Ceará. Leia todo este conteúdo neste edição 32 da Construção Ceará.
Diretor: Ariel Ricciardi Jornalista Responsável: Lauriberto Braga - MTB-CE 00825 JP Colaboradores: Claúdio Araújo, Marcio Alcântara Pinto e Flávio Portela Diagramação: Marcos Aurelio | Impressão Gráfica Halley Contato para anunciar CONSTRUÇÃO CEARÁ IMÓVEIS E ARQUITETURA: (85) 98824 0222 / (85) 3023 3537 ou através do e-mail: construcaoceara@hotmail.com ou ariel_ricciardi@hotmail.com Fale com a gente, envie e-mail, fotos, notícias para a redação. A sua opinião é fundamental para a melhoria de nosso produto. A revista CONSTRUÇÃO CEARÁ IMÓVEIS E ARQUITETURA é uma publicação bimestral do Núcleo de Serviços Integrados. As opiniões dos artigos assinados não representam necessariamente as adotadas pela revista. Não é permitida a reprodução parcial ou total dos textos.
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Linha Loft da Eliane
Inspirada no cimento rústico desgastado pelo tempo, a Eliane Revestimentos lança a linha Loft, que tem como proposta tornar o básico surpreendente, por meio de tonalidades e superfícies modernas que trazem o estilo industrial, tendência contemporânea, para dentro dos interiores, possibilitando infinitas combinações para tornar os ambientes únicos. Disponível nas medidas 60 x 120 cm e 20 x 120 cm, o porcenalato acetinado pode ser aplicado em pisos e paredes e encanta pela textura e naturalidade. Indicados para áreas comerciais, garagens, varandas e ambientes residenciais.
Governador recebe placa da Acomac-Ce
Linha Active da Docol
A Docol lança linha Active com uma série de características funcionais, que trazem conforto e facilidade no uso, além de design que garante beleza e modernidade aos ambientes. Pensado para banheiros e cozinhas, a linha tem vários atributos: o volante em alavanca, que proporciona conforto na abertura e no fechamento. O cartucho com pastilha cerâmica ¼ de volta, que facilita e deixa a regulagem de vazão mais precisa. O acabamento cromado biníquel, que garante alta durabilidade e maior resistência à corrosão e o arejador, que além de evitar respingos, economiza água e facilita a higienização das mãos, pois torna o jato mais suave. A linha Active para banheiros é composta por misturadores para lavatório e bidê, torneiras e ducha higiênica. Já a linha para cozinhas possui misturadores e torneiras, de mesa e parede.
4 - Construção Ceará
O Prêmio da Associação de Comerciantes de Material de Construção do Ceará (Acomac Ceará 2015 - Melhores do Ano) foi entregue na ExpoConstruir. Foram premiadas revendas do Estado em dez categorias. O governador do Ceará, Camilo Santana recebeu uma placa da Acomac-Ce, durante sua visita à feira. O prêmio tem uma abrangência estadual com a participação de aproximadamente cinco mil revendas, envolvendo capital e interior, sendo um reconhecimento anual do setor de material de construção às melhores empresas e personalidades de destaques do Ceará. Neste ano, o homenageado (in memoriam) foi o empresário Raimundo Araújo Cabral, fundador da Acal. O evento teve a participação de home centers, lojistas, varejos especializados, indústrias e representantes comerciais. O método utilizado para avaliação das revendas foi feito por meio de uma pesquisa junto à cadeia fornecedora, e para a escolha da empresa de representação comercial foi feito uma pesquisa junto às revendas e distribuidores por meio de um questionário via Internet, segundo a direção da Acomac- Ce Os vencedores do Prêmio foram Normatel (Home Center), Construtop (Loja Grande Fortaleza), Construpiso (Loja Região Norte), Atacon (Loja Região Sul), Lafaiete Tintas (Tinteiro), SV Elétrica (Elétrico), Madeireira Geovane (Madeireira), Comercial Aço Fortaleza (Ferro, Aço e Alumínio), Comercial Maia (Distribuidor) e Valter Bastos Representações (Representação Comercial).
Fortaleza 2020 O Pacto por Fortaleza em Ação proposto pela Câmara Municipal pretende discutir e projetar o Centro da Cidade para o ano 2020. Nos meses de agosto e setembro foram debatidos temas que planejam a requalificação do Centro de Fortaleza. Foram discutidos Mobilidade, Trânsito, Transporte Público, Valorização da vias e passeios, reforma do Mercado Central, Requalificação de Edifícios Históricos, Praças e Espaços Culturais; Comércio, Turismo e Geração de Emprego e Renda; Ambulantes, Feiras e Ocupações; Segurança Cidadã; e Proposta de Transferência da sede da Câmara Municipal para o Centro.
Deca na Casa Cor Ceará A Deca participa da Casa Cor Ceará 2015, que vai até 17 de novembro, no Casarão da Avenida Barão de Studart, 598. A Casa Cor Ceará abre suas portas ao público, trazendo novidades e tendências dos segmentos de arquitetura e decoração, que nesta edição tem como tema O Brasil visto por dentro. A Deca apresenta produtos que são referência em design e economia de água. Com foco no conceito de contraste, a marca fortalece seu portfólio, incentivando a mistura entre cores e texturas por meio da tecnologia D.coat para metais e também pelo acabamento fosco presente nas linhas de louças. A Deca propõe o uso de diferentes tipos de acabamento para metais nos banheiros, mostrando possibilidades de combinações como grande diferencial dos projetos. Os destaques são para o Chuveiro Twin Spa de parede Gold Matte, presente na Sala de Banho do Casal de Giovanna Ramalho. O Gold Matte é uma interpretação moderna do dourado, mas com o acabamento fosco, suave ao toque. Outro acabamento que se faz presente na mostra é o Red Gold que pode ser conferido na Suíte do Sertão, de Ana Virgínia Furlan, com o monocomando Unic alto e no Chuveiro quadrado de teto.
Baldes que salvam Em apenas um ano, a empresa de impermeabilizantes Vedacit já entregou quatro mil baldes à ONG Waves for Water (W4W), idealizada pelo surfista americano Jon Rose. Desse total, quase três mil já foram utilizados. O projeto objetiva levar água potável a quem não tem acesso, por meio de um sistema de purificação simples de ser aplicado e, portanto, fácil de ser apropriado a comunidades carentes, elaborado com um filtro e uma mangueira acoplados a um grande recipiente, como o balde da companhia.
Aquecedor eletrônico Quando se analisa o conforto proporcionado, os aquecedores de água de passagem a gás são incomparáveis. Mas quando o assunto é economia e consumo consciente dos recursos hídricos e energéticos, este produto também é uma excelente opção. E para atender a demanda crescente do mercado brasileiro, a Orbis – especialista neste segmento, acaba de lançar o modelo 317HFB (para uma ducha e torneira). De uso simples e elevada qualidade técnica, este aquecedor eletrônico possui um sensor de obstrução de chaminé exclusivo – o que o torna ainda mais seguro.
6 - Construção Ceará
Brasilit abre sexta fábrica A Brasilit, empresa do Grupo Saint-Gobain líder na fabricação de telhas e produtos para coberturas, investiu R$ 55 milhões em sua 6ª unidade fabril, inaugurada, na cidade de Seropédica (Região Metropolitana do Rio de Janeiro). Com a nova fábrica, a empresa tem como objetivo fortalecer ainda mais sua presença nos mercados fluminense, de Minas Gerais e do Espírito Santo, além de ficar mais próxima do consumidor, oferecendo melhor atendimento e produtos inovadores e de qualidade. Outro benefício dessa unidade é o impacto na economia local, uma vez que a nova unidade vai gerar mais de 200 empregos diretos e indiretos no município e região. A expansão da Brasilit está alinhada à estratégia de negócios do Grupo Saint-Gobain, que mantém o seu ritmo de expansão em 2015.
Construção de um Brasil próspero A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) assinou manifesto por uma “construção de um Brasil próspero”. O manifesto diz que “a indústria brasileira propõe um diálogo com os poderes da República e a sociedade para buscar soluções e construir uma agenda em favor da modernização institucional, política e econômica do País. Precisamos mirar no que é mais importante e trabalharmos para a construção de um Brasil democrático e próspero”.
Termômetro da Abramat O termômetro da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) indica perspectivas regulares do setor para o mês de agosto de 2015 e melhores projeções para setembro. A pesquisa indica que 44,5% das empresas esperam resultados regulares ao final das vendas de agosto. Já para 40,7% o período vai apresentar negócios ruins. Os extremos da pesquisa qualitativa estão equilibrados, com 7,4% das indústrias indicando agosto como um bom mês e a mesma porcentagem indicando o período muito ruim. s projeções de regularidade se expandem em setembro, com 55,6%. O nono mês do ano será ruim para 29,6%, bom para 11,1% e ruim para 3,7%.
Prêmio para Atlas Schindler Vencedora pela sexta vez, a Atlas Schindler recebeu o prêmio Valor 1000 na categoria Mecânica em evento conduzido pelo jornal Valor Econômico. Anualmente o evento prestigia as melhores empresas de cada setor do mercado e este ano premiou companhias de 25 setores da economia. Campeã durante quatro anos consecutivos (2012, 2013, 2014 e 2015), a Atlas Schindler foi representada na noite do evento, que aconteceu em São Paulo, pelo presidente da Atlas Schindler no Brasil, André Inserra, além de diretores e executivos da companhia.
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Portas de PVC A Previltech apresentou na ExpoConstruir 2015 inovações para Construção Civil. “A empresa desenvolveu um produto baseado em PVC. Nele conseguimos fazer com PVC (cloreto de polivinila) chapas maciças, tipo compensado de madeira. São chapas de PVC que tem mil e uma utilidades. Desde porta. Você não vai mais ter problema de cupim e nem de água nas suas portas. Elas podem ser pintadas. envernizadas. Você pode fazer placas para estrutura de concreto. No lugar de usar o famoso maderite ou a chapa maciça de madeira, vai usar o PVC”, apresenta o diretor da Plaviltech, André Montenegro. Ainda, segundo ele, “a grande vantagem do produto é que ele não se acaba. O maderite você usa vinte vezes. Com essa nossa placa você pode usar centenas de vezes. O custo benefício é espetacular e o preço muito parecido. As portas concorrem com as portas de madeira normal. É uma inovação muito bacana”.
SDS Plus A Bosch, uma líder global no desenvolvimento de tecnologias e inovações, revolucionou o setor de ferramentas elétricas ao criar o SDS Plus, um sistema de encaixe rápido para troca de diversos tipos de acessórios, que garante melhor potência, força e comodidade para os profissionais. A invenção completa 40 anos neste mês e permanece atual no mercado, sendo muito presente no dia a dia de inúmeros usuários.
Conceito Duratex A Duratex, pioneira na fabricação de pisos laminados com a marca Durafloor e maior empresa produtora de painéis de madeira industrializadas do Hemisfério Sul, lança o Conceito Duratex, um aplicativo indicado para arquitetos, designers, marceneiros e o consumidor final, que tem como propósito auxiliar os clientes na escolha dos produtos. Desenvolvido pela agência New Vegas em parceria com a companhia, o aplicativo permite que os clientes simulem como poderão realizar a troca de piso e painel em ambientes determinados, possibilitando a visualização de como os produtos ficarão em suas casas.
Cerâmica Vermelha Aconteceu em Porto Alegre, de 16 a 19 de setembro, o 44° Encontro Nacional da Indústria da Cerâmica Vermelha. O evento reuniu durante quatro dias ceramistas de todo o Brasil, com destaque para a delegação cearense. Temas como “A qualidade como oportunidade de negócio” e “Tendências de Marketing e Vendas - Sua Cerâmica no Século XXI” foram tratados no Encontro. Na oportunidade foi entregue o Prêmio Jovem Ceramista 2015 para Jordana Mariot Inocente que desenvolveu o trabalho “Estudos de Perdas Térmicas de um Forno Túnel Brasileiro”. Já o Senai-CE instalou em Maracanaú um laboratório de cerâmica vermelha.
Elo para Porcelanato Por ser um revestimento cerâmico de alta qualidade e com inúmeras possibilidades de uso, o porcelanato costuma ser o grande aliado dos profissionais do décor na hora de projetarem e concretizarem suas obras. O porcelanato apresenta baixos níveis de absorção de água, alta durabilidade, grande resistência às manchas e é atualmente a placa cerâmica mais nobre do setor. Visando todas essas qualidades e usabilidades do produto, a Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica (Anfacer) criou, em setembro, o Selo da Qualidade do Porcelanato, que começou a vigorar no mercado desde três de outubro.
Mobilidade da Construção “Mobilidade na Indústria da Construção” foi o tema da palestra promovida pela Teclógica, empresa de gestão de processos de TI e negócios, durante seu evento gratuito, que aconteceu em três de setembro, na sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará, em Fortaleza. Destinada aos profissionais e às empresas do setor da construção civil, a palestra objetivou promover uma discussão sobre como o uso da mobilidade pode auxiliar em melhorias no planejamento e no controle de obras. “Dentre os benefícios da solução, estão o auxílio no aumento da produtividade, qualidade dos serviços, otimização de tempo e minimização de custos e desperdícios”, destaca a diretora de Produtos da Teclógica, Adriana Bombassaro Alexandre. Também foram divulgados resultados reais de diversos clientes que utilizam a solução Mobuss Construção, além da apresentação do estudo de caso da Construtora Celi, que obteve uma grande melhoria em sua produtividade, agilidade operacional, cumprimento de prazos e diminuição dos retrabalhos da obra.
Esquadrias A Sasazaki, fabricante de portas e janelas de aço e alumínio, apresenta ao mercado o Saz Clean, limpador de esquadrias com ação multitensoativa e de alta performance - remove a sujeira de forma mais fácil e não requer enxágue ou esforço. Sem similar no varejo brasileiro, o produto também protege as esquadrias, inibindo a oxidação por meio de aditivos anticorrosivos. Produto para várias funções domésticas, aplicado de forma rápida e simples, sob medida para as necessidades da família moderna, o Saz Clean da Sasazaki é indicado para a limpeza profunda de portas e janelas e outras superfícies em geral – aço pintado, alumínio, inox, metais, borrachas, plásticos, PVC, policarbonatos etc.
Novos tubos A Amanco, marca comercial da Mexichem, grupo líder mundial em tubos e conexões, lançou na Fitabes 2015 (XI Feira Internacional de Tecnologias de Saneamento Ambiental) tubos de 500, 630, 800 e 1000 milímetros de diâmetro. Os produtos chegam para completar o portfólio da linha Novafort e reafirmar o compromisso da marca em oferecer soluções cada vez mais completas aos seus clientes. Neste ano, a Fitabes foi realizada no Riocentro, Rio de Janeiro, de 4 e 7 de outubro. O evento, que ocorre a cada dois anos, é o maior e mais expressivo do setor na América Latina.
SINDUSCON-CE
Encontro Nacional da Indústria da Construção Crise financeira nacional é discutida na 87ª edição do ENIC. Salvador-BA foi o palco da construção civil nos 3 dias de Encontro
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e 23 a 25 de setembro, uma comitiva do Sindicato das Construtoras do Ceará (Sinduscon-CE) participou da 87ª edição do Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), em Salvador-BA. Idealizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o encontro é uma realização do Sindicato da Indústria da Construção no Estado da Bahia (SINDUSCON-BA) e da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (ADEMI-BA), tendo a FIEB, a Caixa Econômica Federal e o Go-
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verno Estadual como alguns dos patrocinadores. Durante os três dias de evento, foram discutidos temas sobre a situação da construção civil e futuro do setor com os principais nomes do Brasil. A abertura do evento contou com o painel “Brasil: o desafio do desenvolvimento sustentável”, ministrado pelo economista Eduardo Gianetti. Entre os assuntos em exposição, Gianetti traçou um panorama atual sobre a economia no Brasil: “Estamos vivendo a pior reversão de expectativas da era republicana. Essa é a quinta recessão que o Brasil passa,
e, ao contrário das demais, ainda não há perspectiva de recuperação ao longo do ano que vem”, explicou. Para os próximos anos, o economista destacou a necessidade de o governo buscar alternativas emergenciais: “Alguma solução o Estado terá que tomar nos próximos meses. Dá para aumentar o superávit primário sem aumentar a tributação. Outros governos já fizeram isso. O Brasil é muito maior que essa crise, e tenho certeza que conseguiremos sair desta situação e reerguer nossa economia”, concluiu. Os mediadores do painel foram os
presidentes do Sindicato da Indústria da Construção no Estado da Bahia (SINDUSCON-BA) Carlos Henrique Passos, da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (ADEMI-BA) Luciano Muricy, e o presidente em exercício da Federação das Indústrias do Estado da Bahia Carlos Henrique Gantois, que em breve exposição, reafirmou a importância do evento para a superação da crise e disse acreditar que o “ENIC tem o objetivo de levantar novos caminhos através da inovação, criatividade e pesquisa”. O setor de construção civil pode perder 500 mil postos de trabalho em 2015, de acordo com o presidente da Câmara Brasileira de Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins. O executivo afirmou que o setor investiu por anos, mas tem sofrido com uma quebra de expectativas. “Criamos perspectivas, investimos e fizemos planos até sermos interrompidos. O resultado é que sofremos uma drástica inversão de expectativas: deveremos perder 500 mil postos de trabalho em 2015”, disse o dirigente durante o ENIC. Para Martins, o governo tem tomado medidas que podem aumentar a informalidade, uma das grandes preocupações do setor. “A exemplo da Contribuição da Seguridade
Social, que incide sobre valor agregado, tem a reoneração da folha de pagamento. Neste caso, ao estimular a volta da tributação sobre salários, induz a informalidade, problema histórico da construção”, afirmou o executivo. Entre os benefícios concedidos pelas autoridades, o presidente da CBIC citou a resolução do Banco Central, que liberou compulsório e fez a revisão do cumprimento da exigibilidade. Mas, de acordo com o executivo, o esforço não é suficiente para atender a demanda do setor. “Outras formas são necessárias”, disse. Entre as soluções para ajudar o setor, ele citou concessões e Parcerias Público Privadas, que “são a grande saída para a infraestrutura e serviços públicos brasileiros”. Para o presidente do Sinduscon-CE, André Montenegro de Holanda, o evento é de fundamental importância para a discussão aprofundada dos novos rumos da construção civil no Brasil. “Participar do ENIC de forma ativa é de suma importância para que todos fiquem alinhados no que pode acontecer nos próximos anos, na construção civil. O Sinduscon Ceará sempre fomenta esse tipo de discussão. É uma das bases da minha gestão”, destacou.
Programa ReConstruir recebe Prêmio Responsabilidade da CBIC O Projeto Reconstruir do Sinduscon-CE foi vencedor na categoria Entidade do Prêmio Cbic de Responsabilidade Social, idealizado pelo Fórum de Ação Social e Cidadania da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Fasc/Cbic). O anúncio foi feito na noite de abertura do 87º Encontro Nacional da Indústria da Construção. O Projeto Reconstruir, que foi iniciado em março de 2015, visa reinserir egressos do sistema penitenciário no mercado de trabalho do setor da construção. Segundo o presidente do Sinduscon-CE, André Montenegro, o diferencial da iniciativa é colocar apenas um trabalhador por obra e acompanhar o desempenho de suas atividades mensalmente. “O Sinduscon contrata um assistente social, em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado, para desenvolver este trabalho de acompanhamento”, diz Montenegro. Até o momento, 21 empresas aderiram ao projeto.
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FIQUE LIGADO
Márcio Alcântara Pinto é Gerente de Relacionamento da distribuidora SV Elétrica
Força de ânimo e coragem Precisamos controlar o caos e não ser controlado por ele. A vida se organiza nas precariedades
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iante de todas as reações derivadas da atual crise brasileira, a mais preocupante é, sem dúvida, aquela que chega a afetar a condição normal do nosso espírito. O medo de perder que tira a nossa vontade de prosperar e de enxergar as saídas para as diferentes situações. O medo que paralisa e nos deixa inertes diante das dificuldades ou ainda, somente da possibilidade da existência delas. Porém, notadamente, não há transição sem desconforto. Mas, felizmente, toda crise tem começo, meio e fim. E se você ficar olhando muito tempo para o abismo, o abismo olhará pra você. Precisamos controlar o caos e não ser controlado por ele. A vida se organiza nas precariedades. E aí que entra o ânimo. Fator humano de determinação,
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resiliência, coragem, energia e persistência que conquista todas as coisas. Em momentos como esse é fundamental que venha à baila, trazendo segurança, alegria e firmeza em nossas ações. E a perda ou ausência dele é o que enfraquece os profissionais e, por consequência, as equipes. Profissionais zumbis que perambulam pelas organizações, apáticos e sem poder nem força de reação, movidos pelo noticiário nacional e abastecidos por outros seres de igual pensamento. Faz-se, necessário, portanto, um premente avivamento desses entes a fim de que se possam colher resultados mais satisfatórios dentro dos níveis mínimos que qualquer empresa espera. Se você não tem paixão, você não tem energia, e, se não tem energia,
você não tem nada. Indivíduos bem-sucedidos são aqueles que saem e procuram as condições que desejam; e, se não as encontram, criam-nas. O mundo pertence aos otimistas. Os pessimistas são somente espectadores. Os entusiastas são movidos por um fervor fanático de criar novas experiências. Não somos prisioneiros das circunstâncias, de nossas dificuldades, nossa história, nossos erros ou até de derrotas descomunais ao longo do caminho. Somos libertados por nossas escolhas. “Força de ânimo e coragem na adversidade servem, para conquistar o êxito, mais do que um exército”, citou certa vez John Dryden. Portanto, façamos a parte que nos é devida. Afinal, vaca nenhuma dá leite. Temos que “tirar” o líquido dela...
COOPERCON-CE
Missão Japão e Austrália No Japão, foram visitadas fábricas de pré-fabricação de casas e unidades já finalizadas. A préfabricação foi uma necessidade que os países atingidos pelas guerras tiveram para reerguer-se com rapidez
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m agosto de 2014, a Coopercon CE realizou missão ao Japão e à Austrália com 16 membros da cooperativa para realizar visitas técnicas e conhecer as tecnologias e inovações destes países no que se refere à construção civil. No Japão, foram visitadas fábricas de pré-fabricação de casas e unidades já finalizadas. A pré-fabricação foi uma necessidade que os países atingidos pelas guerras tiveram para reerguer-se com rapidez. Na época, utilizavam-se grandes peças de concreto pré-moldado e os prédios eram verdadeiras caixas de sapato, todos iguais. Este processo causava muitos
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acidentes. Com o tempo, viu-se a necessidade de variações arquitetônicas para melhor harmonização com o meio. Assim, em diferentes partes do mundo, a pré-fabricação foi evoluindo, com destaque para o Japão e Alemanha. Outros países também tiveram suas motivações para este tipo de construção devido às suas realidades climáticas. Na Escandinávia, por exemplo, é inviável ficar em campo aberto a vários graus abaixo de zero colocando um tijolo em cima do outro. Desta forma, voltando no tempo, os engenheiros, arquitetos e demais criativos da época começa-
ram a pensar no canteiro de obras como uma área de montagem e não mais de construção. Quanto mais elementos prontos pudessem trazer para só montar, melhor. Assim, algumas empresas se especializaram na pré-fabricação de determinados itens do empreendimento e a construtora, ou melhor, a montadora, focou na gestão da produção deste projeto, focando no planejamento com todos os envolvidos: transportes, cronogramas, movimentação de equipes, dentre outros a fim de que se conseguisse uma execução rápida, segura e com qualidade. No Japão, a comitiva da CooperconCE visitou as cidades de Kakegawa, Toyohashi, Osaka, Kioto, Konan e Sakyo e algumas fábricas de casa. No Japão são construídas 1.200.000 casas por ano, das quais 14% são pré-fabricadas. As fábricas visitadas dividiam-se em dois tipos de montagem: aquelas que pré-fabricam a
grande maioria dos componentes ou que possuem parceiros que fazem esse serviço e aquelas que já montam um bloco completo da casa, com todas as instalações elétricas, hidráulicas, acabamentos de pintura, portas e em alguns casos móveis e eletrodomésticos. Toda essa dinâmica é feita em box frames para ser montado como um quebra-cabeça, em 3D, com guindastes no canteiro. Algumas vantagens destas casas é que podem ser resistentes a terremoto, ao fogo, são sustentáveis com o uso de materiais que agridem menos ao meio ambiente, além de serem energeticamente independentes. Dentro do projeto Zero Energy, elas tendem a consumir menos energia e gerar sua própria através do sol, vento e boilers internos. Tudo isso é monitorado em uma central de controle que também é acessível pelo celular. O excedente de energia que a casa produz é vendida para a rede 50% mais caro do que o habitante compra. As fábricas possuem laboratórios de vida humana, que simulam a utilização dos ambientes, usam mecanismos para
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simular pessoas com deficiências físicas, crianças e idosos com doenças. Nada disso é exigido por normas ou segue um selo de pontuação de alguma instituição. Os japoneses fazem isso pelo compromisso em entregar uma casa para a vida toda, diferentemente da cultura brasileira onde as famílias costumam mudar-se, em média,4 vezes durante a vida. As casas japonesas pré-fabricadas podem ser de até três pavimentos. Cerca de 80% da produção é feita em fábrica e levam até 45 dias ou menos, desde o projeto, para serem entregues com mobília e eletrodomésticos prontos. São casas de altíssimo padrão e que possuem uma variação incontável em sua arquitetura, projetos internos e acabamentos. Para Yves Rabelo, gerente comercial da Coopercon-Ce, que participou da missão internacional, existem algumas barreiras no Brasil que ainda precisam ser vencidas, como a cultural, tecnológica, econômica e burocrática. “Sob o aspecto cultural, apesar de não termos furacões, terremotos, tsunamis e vulcões, o brasileiro gosta de bater na parede
e imaginar que ela é sólida. Se não for de tijolo, algumas pessoas podem achar que não suporta o armador da rede, por exemplo,” explica. Quanto à tecnologia, segundo Yves as universidades brasileiras seguem uma grade antiga e verticalizada, sem interação maior com as demais engenharias e arquitetura. Economicamente falando, ele acredita que a nossa mão de obra ainda é barata e abundante se comparadas aos países mais desenvolvidos. “Nestes países é muito mais vantajoso pensar no uso de máquinas e industrialização do processo, é obrigatório na verdade. Uma obra construída na Alemanha não se pagaria se realizada com os nossos mesmos processos. Além de tudo, temos matéria prima em abundância e água. Com isso, desperdiçamos muito tempo, homens e materiais, apesar de isto já estar mudando”, enfatiza. Yves acredita que a crise é uma excelente oportunidade para rever os processos. Pelo fato de a água já não ser abundante e nunca ter sido no Ceará, a mão de obra está cada vez mais cara assim como os insumos básicos. Para ele, em algum momento será mais viável construir usando amplamente a pré-fabricação ao invés de utilizar o modo artesanal de hoje. “Neste ponto da virada, as empresas que estiverem mais bem adaptadas sairão na frente”, avisa. Yves explica ainda que a burocracia brasileira impedirá que as grandes empresas estrangeiras entrem com facilidade no nosso mercado, já que essas empresas trabalham em níveis bem mais avançados, com tecnologias e materiais que ainda são desconhecidas para muitos”, alerta. Por fim, a notícia boa é que Yves diz que não estamos parados.
MATERIAL
Rejunte é produzido em uma variedade de cores Basicamente há dois tipos de rejuntes de cimento. O lixado usado para ladrilho cerâmico; o não lixado para paredes. Mas tem também o rejunte epóxico
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mbora o rejunte não seja um ladrilho de piso, nem um tipo de pavimento, ele é um componente importante do piso. O rejunte normalmente é feito de um material a base de cimento e é usado para preencher os espaços entre os ladrilhos (de cerâmica, de pedra etc.). É produzido em uma variedade de cores. Existem basicamente dois tipos de rejuntes de cimento: lixado e não lixado. Há vários látex que podem ser adicionados ou misturados ao rejunte durante a instalação para proporcionar resistência as manchas. Além de rejuntes a base de cimento existem os rejuntes epóxicos, que são feitos de resina de plástico de epóxi e devem ser misturados no momento da instalação. Eles são normalmente mais caros que
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os rejuntes a base de cimento, mas oferecem muito mais resistência as manchas e são disponíveis em muitas cores. O pequeno guia que segue, deverá ajudar a selecionar o rejunte mais apropriado para o seu ladrilho. Tipos de rejunte - Existem várias opções que você pode selecionar para usar como rejunte de seus ladrilhos de piso, parede ou tampo de balção, e a compreensão completa deles agora poderá poupar algumas dores de cabeça no futuro. Alguns dos piores problemas associados com ladrilho não tem nada a ver com o ladrilho em si e tudo a ver com o rejunte. Por exemplo, um piso de mármore branco bonito quase não é percebido como tal quando o rejunte branco está sujo e escurecido. Os tipos básicos de rejunte são:
Rejunte Lixado - este é o tipo mais usado para ladrilhos cerâmicos, de pedras ou qualquer ladrilho com dimensões iguais ou maiores que estes. Composto de cimento Portland, areia e outros elementos aditivos, se mistura com água e se aplica diretamente nas juntas dos ladrilhos, onde levará aproximadamente 24 horas para secar. Embora este rejunte fique tao duro quanto concreto, quando completamente curado, poderá apresentar vários problemas. É muito absorvente, e se não for impermeabilizado, trará para cima da superfície todo tipo de manchas, sujeiras e qualquer líquido derramado no ladrilho. Devemos tomar cuidado escolhendo um bom impermeabilizante para prevenir manchas de absorção de água. Em-
bora muitos rejuntes podem ser aditivados na hora da instalação com um elemento aditivo de látex que reduz a absorção, ainda assim nós recomendaríamos o uso de impermeabilizante. Outro problema surge quando for usado com mármore. Uma vez que o rejunte é feito com areia, riscará o polimento de mármore no momento da instalação. Este é um problema comum entre instaladores de ladrilhos que não estão familiarizados com a instalação de pedras (mármores e granitos). Nunca use rejunte lixado em mármore polido! Mármore polido deve ser instalado com um rejunte de menor largura que a normal. Não Lixado ou Rejunte de Parede - rejunte não lixado, e comumente chamado de “Rejunte de Parede”, é basicamente o mesmo rejunte lixado, porém sem areia. É usado em ladrilhos cerâmicos e de mármore polido com juntas mais estreitas. Todos os problemas de limpeza associado com os rejuntes lixados também se aplicam ao rejunte de parede, que deve ser impermeabilizado depois da instalação para reduzir a absorção.
Rejunte de Látex Modificado - vários aditivos de látex estão disponíveis e podem ser adicionados a rejuntes lixado e não lixado. Estes elementos aditivos são misturas de resinas acrílicas e látex, e diminuirão a absorção de água, aumentando a resistência e melhorarão a retenção de cor. Alguns rejuntes possuem o pó (seco) de látex acrescentado a eles desde a fábrica e, portanto, não requerem elementos aditivos adicionais. Vários fabricantes também incluem anti-fungicidas e elementos aditivos de resistência ao mofo. Rejunte de Epóxi - Este tipo de rejunte é uma fórmula de duas partes sem água, que consiste em resinas de epóxi (Parte A) e um endurecedor (Parte B). Estes componentes só serão misturados no local, antes de rejuntar. Quando completamente curado, o rejunte de epóxi é anti-manchas e anti-mofo; ele também é menos absorvente que o rejunte a base de cimento e é mais fácil de limpar. Este tipo de rejunte deveria ser usado
em ladrilhos cerâmicos, pedras, em balções de cozinha, aparadores e banheiros. O rejunte de epóxi é difícil de aplicar, e pode causar bastante sujeira durante a sua aplicação; esteja seguro de contratar um instalador qualificado para esta tarefa. Estes rejuntes não requerem nenhum impermeabilizante adicional. Rejunte Furan - O rejunte Furan é semelhante aos polímeros de “Álcool de Furfuryl” que é altamente resistente a ação química. Este rejunte é raramente usado para instalação residencial, mas é empregado freqüentemente em projetos industriais, como laboratórios, laticínios, frigoríficos, etc. O rejunte Furan só está disponível em preto, e são requeridas habilidades especiais para uma instalação apropriada.
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CREA-CE
Engenheiros discutem Água, Energia e Inovação Tecnológica Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea) reúne quatro mil participantes e apresenta 550 trabalhos técnico-científicos
O
presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), José Tadeu da Silva, ao fazer um balanço da 72 Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), disse que a engenharia deveria estar no centro do poder decisório do Brasil. Destacou que o tema do evento “Sustentabilidade: Água, Energia e Inovação Tecnológica” foi exaustivamente discutido na Soea. “Discutimos os problemas mais relevantes não só do Brasil, como do mundo, que são energia e água. A água que ninguém vive sem ela e que cada vez se torna mais escassa será o maior problema que a humanidade vai enfrentar daqui vinte, vinte e cinco anos. Talvez a água seja motivo de conflitos e nós precisamos, através da engenharia, construir uma ponte para o mundo, levando a água como um elemento não de guerra, mas um elemento de paz. Nenhuma nação,
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nenhum país se desenvolve, cresce e nada se produz se não houver energia. A energia é o fundamento da produção e consequentemente da riqueza do país. Por isso que nós no sistema Confea-Crea fizemos uma frase dizendo que a água é fonte, a água é vida e que a
energia é riqueza”, afirmou. A palestra magna de encerramento da Soea foi sobre a ferrovia Transnordestina, com o presidente da obra, Ciro Gomes. “A Transnordestina é uma obra magna, de suma importância para o Nordeste e que tem que ser feita.
O problema é que o país, os governantes, aqueles que têm o comando do poder decisório não fazem a lição de casa. E protelam. E não resolvem. Isso porque hoje o comando das decisões do país está na mão de pessoas que não são da engenharia e da infraestrutura.Todo tipo de infraestrutura passa pela engenharia. E a engenharia nesse momento não se encontra, repito, no poder decisório”, disse Tadeu da Silva. O presidente do Confea, destacou que “na hora que aqueles que fazem a gestão do país entenderem que para as coisas acontecerem e para o país evoluir, há necessidade de que se coloque a engenharia no centro do poder decisório, ai as coisas irão andar. É assim que se faz nos grande países que estão bem a nossa frente. Lá a engenharia está no poder decisório”. O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE), Victor Frota Pinto, comemorou o sucesso da 72 Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia. “Este evento está dentro da nossa legislação. Acontece há 72 anos. Há 19 anos aconteceu a última, em 1996, no Ceará, com mil participantes. E agora em 2015 nós conseguimos trazê-la
para cá para marcar o ponta pé das comemorações dos 80 anos do Crea-CE, que completará no dia 17 de janeiro de 2016. A Soea voltou para o Ceará com muito mais pujança, porque nós tivemos quase quatro mil inscritos. Portanto quatro vezes mais de participação após 19 anos e com
uma grande novidade a realização do Congresso Técnico Científico”. O II Congresso Técnico-Científico ( COTECC ) teve o dobro de trabalhos técnicos apresentados da primeira edição. Foram 550 selecionados com 21 premiados. Foi um aumento significativo na procura por parte dos profissionais e das universidades, dos estudantes com os professores. “O que traz este legado, esse incentivo da pesquisa, da inovação e na visibilidade que o Conselho deve ter perante os profissionais e à sociedade”, ressaltou Victor Frota. Para ele, a Soea discutiu com profundidade, “o tema sustentabilidade: água, energia e inovação tecnológica. Dentro desse eixo foram as discussões, palestras magnas e os temas que foram apresentados dentro do Congresso Técnico-Científico. Tem tudo a ver com a sustentabilidade e com a atualidade, porque nós estamos com problema de água. Não só mais no Nordeste, agora está no Centro-
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com o Governo do Estado, Federação das Indústrias, Sinduscon, Universidade de Fortaleza, Banco do Nordeste e todo esse contexto interligado a desenvolvimento, a parte empresarial, a parte institucional. Essa interação é que deve servir de exemplo daqui para frente”. A Soea foi encerrada com a entrega da placa em homenagem ao governador do Ceará, Camilo Santana, por ser o primeiro engenheiro agrônomo a assumir o mais alto cargo do Estado.
-Oeste, está no Sul. Temos problema de geração de energia. Temos que partir para as energias alternativas. E a inovação tecnológica faz parte, porque se não renovar, não inovar, fica para trás, perde a competição desse mundo globalizado. O presidente do Confea, Tadeu Silva, foi muito feliz quando escolheu este tema”. O presidente da Caixa de Assistência dos Profissionais dos Creas (Mútua), Paulo Guimarães, disse que “saiamos daqui com soluções efetivas e práticas para nossas demandas e que elas reflitam em melhorias para sociedade”. Sobre a ExpoConstruir, que aconteceu paralelamente à Soea, Victor
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Frota, afirmou que “aqui estamos irmanados à ExpoSoea, que é uma exposição tradicional interligada com a ExpoConstruir. Propositalmente isso foi planejado e aqui está o sucesso. Todos que estão aqui tiveram a oportunidade de visitar a ExpoConstruir e ExpoSoea e vice-versa”. O presidente do Crea-CE agradeceu a todos parceiros que viabilizaram a Soea: “Foi um sucesso reconhecido por todos. E esse é o grande legado devido a importância da realização desse evento do Crea-CE fez juntamente com o Conselho Federal de Engenharia e a Mútua, que é a nossa caixa de assistência. E em parceria
EXPOCONSTRUIR
Feira movimenta R$ 68 milhões Mais de 18 mil pessoas visitaram a Exposição que aconteceu durante quatro dias do mês de setembro, no Centro de Eventos do Ceará
E
m quatro dias, a IV ExpoConstruir atraiu mais de 18 mil pessoas. Os visitantes conferiram os lançamentos da cadeia produtiva da Construção Civil em materiais e sistemas construtivos. Um total de R$ 68 milhões em negócios foi realizado durante a ExpoConstruir, que aconteceu em setembro, no Centro de Eventos do Ceará. O balanço foi divulgado pelos organizadores, que consideram os números positivos e já agendaram nova feira para 2017, reunindo novamente, em um mesmo espaço, todos os elos da cadeia produtiva da construção para apresentar as novas tecnologias e discutir as perspectivas para o mercado de varejo. Para o diretor da ExpoConstruir, Paulo Pepino, o encontro deste ano representou um contraponto à crise econômica nacional. “ A Feira foi um sucesso de público. Os expositores fecharam bastante negócios, mesmo em momento de crise. A união da nossa Feira com a Semana Oficial da Engenharia e Agronomia (Soea) foi algo
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diferente que só se somou, porque enquanto o Soea estava discutindo temas da engenharia, sustentabilidade, temas de interesse da Construção Civil e toda uma discussão na parte teórica, ao sair de lá eles entravam na ExpoConstruir e podiam assimilar alguma coisa na prática”, destacou. André Montenegro de Holanda, presidente do Sindicato das Construtoras do Ceará (Sinduscon-Ce), destaca que o setor da construção civil vem apresentando sua força, mesmo diante das dificuldades. “A criatividade do nosso povo é capaz de vencer os desafios desse momento difícil”, enfatiza. O Sinduscon-Ce entrou como promotor do evento. “O papel do Sinduscon é fomentar toda cadeia produtiva. Desde os fabricantes de material até o operário. A função do Sinduscon é dar condições para que o setor continue com essa pujança, pois o setor da Construção Civil é muito importante para a nossa Economia”, disse André Montenegro. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec),
Beto Studart, destacou que a entidade patrocinou a ExpoConstruir por entender que ela é importante para a economia do Estado. “A Construção Civil é pujante porque atua com entusiasmo. O setor está criando em meio a essa turbulência nacional e vem na vanguarda de um novo momento. São empresários empreendedores, exemplares, e a Fiec como patrona desse grande sindicato que é o Sinduscon, está junta nessa parceria”. A Cerbras apresentou na ExpoConstruir sua linha de produtos em HP. “Este produto apresenta uma decoração bem definida com alto revelo. O produto está sendo muito aceito”, constatou a diretora da Cerbras, Ana Lúcia Bastos Mota. “Lançada há pouco tempo a linha está vendendo bem. Compramos esse equipamento já há mais de um ano, mas não tínhamos ampliado ainda a produção, que está toda vendida”, disse ela. Um dos stands mais visitados da ExpoConstruir foi da Hipercor. Lá as pessoas conheceram os lançamentos de produtos da empresa. Destaque
para o uso experimental dos lançamentos. Foram distribuídos catálogos de cores para todos visitantes. Um balde de tinta Hipercor suspenso foi a sensação do stand, atraindo muitas pessoas que fizeram questão de fazer uma selfie. A Hipercor ainda promoveu na ExpoConstruir a palestra “Hiperdicas. Problemas e soluções em pinturas”, com Claudemir Carvalho, que enumerou dicas de como pintar melhor. A feira contou com a participação de mais de 18 mil pessoas, entre construtores, engenheiros, arquitetos, decoradores, lojistas, estudantes e demais profissionais da área. Autoridades de diversos segmentos, como a Federação das Indústrias, do Conselho Federal e Regional de Engenharia e Agronomia, a Associação dos Comerciantes de Material de Construção do Ceará e do Governo do Estado também estiveram no evento, cuja programação abordou palestras técnicas e comerciais de grandes players do setor. Presentes nos stands mais de 150 marcas expostas que ocuparam uma área de 9 mil metros quadrados no Centro de Eventos do Ceará. Nesta quarta edição, pela primeira vez foi promovida a Liquida Construção, com ofertas em pisos, revestimentos, tintas, vernizes, equipamentos de iluminação e climatização, porcelanatos e metais. Além dos descontos, os compradores encontraram formas diferenciadas de pagamento. A Comercial Maia esteve com um movimentado stand na ExpoConstruir. O diretor Victor Maia citou a participação da empresa no evento: “Participamos do Liquida Construção. Lançamos um encarte com mais de cem itens em oferta. Fizemos uma grande campanha de sorteio em parceria com a Amanco. Sorteamos no último dia da feira uma picape Strada zero quilômetro, uma moto Honda Cargo e uma gôndola para loja.”. A novidade foi o lançamento da parceria com as tintas Coral: “Na oportunidade da feira lançamos a parceria
com as Tintas Coral. Agora somos a distribuidora autorizada no Cearál”, informou Victor Maia. A Comercial Aço Fortaleza mostrou novidades em fechaduras, puxadores, dobradiças, visor de portas, cadeados, tintas, selador, discos de cortes e esponjas abrasivas. No stand da Romazi Comércio e Indústria de Plásticos, uma variedade de produtos e serviços com soluções para instalações de baixa tensão, como plugues, tomadas, interruptores, caixas de embutir, quadros de distribuição e pinos. A Distribuidora Nilo Maia se destacou pelo show room que montou na feira. “Ali expomos tubos e conexões, materiais elétricos, portas, janelas, louças, ferramentas e ferragens”, afirmou o diretor Bruno Maia, A Colacerâmica esteve presente na ExpoConstruir com uma diversidade de argamassas, colacol, gesso, cimento branco, reboco e mais de 80 cores de rejuntes. No stand da Rejuntamix os visitantes poderam conferir aditivos e impermeabilizantes, argamassas colantes, gesso pronto e soluções de limpeza. O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) levou para feira sua cadeira de produtos de financiamento para a Construção Civil. A RL Container se destacou pelas soluções em armazenagem com modernos containers de estrutura mais leve e com grande capacidade. A Eco Engenharia exibiu na feira soluções para canais de drenagem, corrugados parede dupla, gabiões, geogrelhas, tecidos, pisos, telas, lonas e geotexteis.
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ABASTECIMENTO
O caminho das águas para Fortaleza Abastecimento é feito a partir de um conjunto de mananciais que é socorrido pelo Açude Castanhão
C
omo a água chega para abastecer o fortalezense? Em épocas de seca, como estamos vivendo e a ameaça de colapso é fundamental saber o caminho que a água percorre até chegar nas torneiras de nossas casas. O suprimento de água para a Região Metropolitana de Fortaleza é garantido através de conjunto de mananciais, composto pelos açudes Pacajus, Pacoti/Riachão e Gavião. Tem reserva assegurada até 2017, mas assusta uma vez que no início de setembro de 2015 estava com somente 16,50%. Da capacidade de 18,79 bilhões de metros cúbicos, nossos 153 açudes tinham apenas 3,10 bilhões de metros cúbicos. Em 1993, este sistema foi reforçado
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através da construção do “Canal do Trabalhador” que recebe água do Açude Orós, captada do Rio Jaguaribe, em Itaiçaba, interligando essa captação de Itaiçaba ao Açude Pacajus, através de estações elevatórias. Do Açude Pacajus, a água é recalcada para o Sistema Integrado Pacoti/Riachão/Gavião. Junto ao Açude do Gavião está implantada uma Estação de Tratamento
de Água com capacidade nominal de 10 metros cúbicos por segundo. A transferência de água tratada é feita pelas adutoras do Ancuri que alimentam dois reservatórios apoiados com capacidade de armazenagem de 40.000 metros cúbicos cada, e uma terceira adutora que conduz água para Maracanaú, Caucaia e parte da Zona Oeste de Fortaleza.
Mas como essa água é tratada? Os açudes Pacoti/Riachão e Gavião são as principais fontes de suprimento de água da Região Metropolitana de Fortaleza, podendo disponibilizar uma vazão mínima regularizada de 4,42 metros cúbicos por segundo. Com a utilização do açude Pacajus, Aracoiaba e do Canal do Trabalhador a capacidade total instalada do sistema passa a ser de 10,42 metros cúbicos por segundo. A estação de tratamento localizada à jusante do Açude Gavião, foi projetada inicialmente para utilização de tecnologia de tratamento do tipo convencional, constituída de câmara de mistura rápida e floculadores mecanizados, decantadores de fluxo horizontal e filtros rápidos por gravidade. Com a modificação da tecnologia de tratamento de convencional para filtração direta descendente, realizada em 1995, e um aumento de 25% na área filtrante, a capacidade de tratamento foi elevada para 6,9 metros
cúbicos por segundo. Em 2007 a capacidade de tratamento foi elevada a 10,0 me tros cúbicos por segundos com a construção de seis novos filtros, atingindo a capacidade máxima do sistema. Os reservatórios localizados no morro do Ancuri são os principais centros de reservação do sistema de abastecimento de água de Fortaleza, a partir do qual a água é aduzida por gravidade até os setores de distribuição.
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E como a água é distribuída?
O abastecimento de água de Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Eusébio, parte de Itaitinga e de Pacatuba é complementado pela macro-distribuição, compreendendo adutoras sub-adutoras, reservatórios setoriais, elevatórias setoriais, redes de distribuição e ligações prediais. Atualmente a cobertura dos serviços prestados pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), no tocante ao abastecimento de água no município de Fortaleza é de 97,8%, perfazendo os seguintes indicadores físicos do sistema de abastecimento: Número de ligações reais de água
571.287 unidades
Número de economias reais de água
734.538 unidades
Número de hidrômetros ligados
548.183 unidades Índice Hidrometração
99,05%
Extensão de rede de água
4.795,00 quilômetros
Evite o desperdício
A Autarquia de Regulação, Fiscalização e Controle de Serviços Públicos de Saneamento Ambiental de Fortaleza dá dicas para se evitar o desperdício de água. São pequenas economias que somadas dão grandes resultados. No banheiro • Feche a torneira enquanto escova os dentes, faz a barba ou ensaboa as mãos. • Não tome banhos demorados. Tente limitar em seis minutos. Desligue o chuveiro enquanto se ensaboa. Só ligue o chuveiro depois de tirar toda a roupa. Na lavanderia • Deixe a roupa acumular e lave tudo de uma vez. • Se for lavar a roupa na mão, feche o tanque, coloque as roupas de molho em água e sabão e só use
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água corrente para enxaguar. Na cozinha • Antes de lavar a louça, limpe pratos e panelas e deixe-os de molho. • Feche a torneira enquanto ensaboa a louça. • Se usar máquina de lavar louça, só ligue quando estiver cheia. No jardim, no quintal, na calçada • Ao lavar o carro use o balde com pano em vez de mangueira. • Não regue as plantas em excesso
ou com mangueira. • Verifique os vazamentos • Torneira pingando desperdiça muita água. Sempre que necessário troque o “courinho”. Quanto desperdiça • Escovar dentes com torneira aberta = 80 litros • Lavar louça com torneira aberta = 100 litros • Lavar carro com mangueira em meia hora = 560 litros • Lavar calçada com mangueira = 280 litros • Banhos longos = 95 a 180 litros
EVENTO
Parcerias Públicas Privadas são a saída para crise Câmara Brasileira da Indústria da Construção aponta PPPs como um grande mercado a ser perseguido pelas construturas de todo o Brasil. No Ceará o Hospital Metropolitano será uma PPP, a exemplo da Arena Castelão
A
s Parcerias Públicos Privadas (PPPs) são a salvação para a construção civil do Brasil neste momento de crise. “Acertamos na Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) que íamos fazer cinco seminários regionais para discutirmos as PPPs e o Ceará foi escolhido para sediar o seminário do Nordeste”, disse o presidente do Sinduscon-CE, André Montenegro, ao abrir o evento nordestino no último dia primeiro de outubro, no Centro de Eventos do Ceará. “Aqui mostramos como funcionam as PPPs e apresentamos oportunidades de negócios de todos os estados do Nordeste. A intenção foi fomentar este mercado até para que neste momento de crise tentar ver alguma coisa que supere”, destacou André. Para o presidente do Sinduscon-CE, na parte de infraestrutura das PPPs
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é que as construturas podem entrar. “Hospitais, estradas e uma infinidade de obras que podem ser construídas por PPPs”, disse André Montenegro. No Ceará, as construtoras através de PPPs construiram a Arena Castelão e as unidades Vapt-Vupt. “E agora vem o Hospital Metropolitano. Acredito que até começo de 2016 essa PPP começe. O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, veio aqui e ofereceu PPPs em estacionamento e em administração de terminais de ônibus. São oportunidades em vários municípios na parte de iluminação pública, água e esgoto”, lembra André. Para ele, as PPPs são interessantes “porque pegam a eficiência do setor privado e fazem a parceria com o setor público. A regulamentação é toda do setor público. Poder público é vigilante”. Para o presidente da CBIC, José Car-
los Martins, as PPPs “são um tipo de mercado diferente do que as construtoras normais estão acostumadas a fazer. Mas é desafiador, porque é um grande mercado que se abre. Independente de ser um mercado para construtoras eu vejo como uma grande solução para o Brasil. Não vejo outra para melhorar o investimento, de readquirir a capacidade de investimento, de evitar inchaço para máquina pública, mas principalmente na qualidade do serviço, que possam ser fiscalizados pela sociedade”. O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, exemplificou que a Prefeitura vai lançar PPPs para construção de ginásios, shoppings de serviços e estacionamentos. “Estamos modelando essas operações que devem ser lançadas no primeiro semestre de 2016”, informou. Uma PPP está mais adiantada e deve
de PPPs. “É algo novo no Brasil e a primeira que fizemos no Ceará, a Arena Castelão, é modelo. Mas estamos buscando cada vez mais parceria com a iniciativa privada para novas PPPs no Estado”, finalizou. No Seminário Regional Nordeste sobre Concessões e PPPs foram apresentadas oportunidades de Parcerias Públicos Privadas no Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí e Sergipe.
entrar em operação em 2016 é para o Centro de Fortaleza. “Habitação popular, indústrias de Tecnologia da Informação, shoppings populares e o Centro Administrativo da Prefeitura serão movidos por esta PPP que a preço de julho passado tinha estimado investimento privado captado pelo poder público na ordem de um vírgula dois bilhões de reais”, citou Roberto Cláudio. O presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Ferruccio Feitosa, se disse um operador
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GRANDES OBRAS
Big Dig de Boston é o projeto rodoviário mais caro nos EUA Obra reorganizou tubulações de gás, água, telefone e linhas de cabo no coração de Boston, facilitando o tráfego na área para milhares de norte-americanos
É
um dos projetos de engenharia mais complicados do mundoe a rodovia mais cara dos Estados Unidos. O Big Dig de Boston tem muitos componentes complexos. Ele transformou a estrada Interstatdual 93 em um túnel de 5,6 quilômetros sob a cidade, construiu também o túnel Ted Willians, a ponte sobre o Rio Charles e o Rose Kennedy Greenway. O projeto também incluiu reorganização de gás, água, telefones elétricos e linhas de cabo da estrada que é considerada o coração de Boston. Outro desafio foi a contorno da principal rota de trânsito da cidade para criar uma nova paisagem com espaço verde e parques. O Big Dig, projeto que se levou cerca de 30 anos para construção, teve
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investimento aproximadamente de 14 milhões de dólares. Um dos problemas mais sérios em matéria ambiental é sem dúvida alguma a poluição. As cidades são os sítios onde se geram a maior quantidade de poluição de todo mundo. Há contaminação da água, do chão e do ar em toda cidade. O lixo e desperdícios gerado diariamente por milhões de pessoas bem como a emissão de gases nocivos à atmosfera pelas indústrias e os automóveis são problemas ainda sem solução. Eles ultrapassaram a capacidade que tem o meio ambiente de sanear-se e a competência do homem para limpar seu próprio habitat. A emissão de monóxido de carbono, hidrocarbonetos e oxido de ni-
trogeno, nocivos para a atmosfera e a saúde das pessoas são os que saem dos escape dos carros, estando ainda distante a mudança de gasolina por outro tipo de combustível. Os estudiosos buscam alternativas que ajudem a mitigar o dano ao meio ambiente. Nas grandes cidades com milhares de carros circulando diariamente pelas ruas gerando uma quantidade perigosa destes gases poluentes sobretudo nas horas pico quando se congestionam as vias por não existir uma infraestrutura adequada para suportar o excessivo número de automóveis por elas. A construção de alternativas como ampliação de ruas, trevos, segundos andares, revendedores supõem um alívio a congesti onamentos e uma
redução nos tempos de percursos. Há assim uma tentativva de eliminação de assentamentos irregulares e portanto uma redução na poluição gerada pelos carros que circulam ao longo destas vias. Na cidade de Boston foi-se muito mais além deste tipo de projeto. Apostou-se por fazer uma avenida subterrânea que substituisse à avenida principal pondo em seu local, áreas verdes na superfície, transformando por completa a cidade de Boston. Melhorando a economia de seus habitantes e seu comércio, sua beleza estética e meio ambiente. A escavação de túneis em Boston aperfeiçou-se a tal ponto que parece não existir mais limitação de orçamento. Um exemplo é o um túnel que ligue a Europa com África no estreito de Gibraltar. Será um similar ao Eurotúnel, que existe entre o Reino Unido e França.
O início da construção Enquanto a Avenida Central sucumbia na década dos 1980, a cidade de Boston viu-se obrigada a buscar dentro de si mesma uma resposta aos problemas de tráfico que ameaçavam à economia. Boston, uma das mais antigas dos Estados Unidos, literalmente atestada, a única alternativa de crescimento consistia em escavar. Assim, em 1991 após vários anos de planejamento, se iniciou a construção da Grande Escavação. Desta vez as dificuldades e interrupções provocadas na cidade teriam de manter-se ao mínimo e embora a construção piorou certas condições de tráfico de forma temporária, as melhorias pendentes, incluída a abertura em 1995 do túnel Ted Williams, beneficiou à cidade.
m poucos meses, a cidade de BosE ton, se converteu no ícone da tenologia de avançada aplicada à infraestrutura urbana. Isto aconteceu quando terminaram as complexas obras da autoestrada subterrânea, Big Dig, que substituiu à congestionada rota interestadual 93. O plano da artéria central que se está construindo ainda substitui uma estrada elevada de seis carris no centro de Boston, que é a rota 93, por uma auto estrada subterrânea de oito a dez ruas localizadas diretamente embaixo. Realizou-se a extensão subterrânea da estrada interestadual 90 através do extremo sul, e o porto de Boston para o aeroporto Logan. A rota traçada inclui um cruzamento do Rio Charles por médio de 14 artérias em duas pontes e um túnel de cano de aço submergido baixo o porto de Boston, dois passos que já estão quase prontos. Mas o projeto global contempla que as obras terminarão com a demolição da antiga estrada elevada e a criação a mais de 260 acres, isto é mais de um milhão de metros quadrados de parques e de espaços abertos. Este projeto foi desenvolvido em resposta ao congestionamento de tráfego nas ruas historicamente emaranhadas de Boston, que foram estabelecidos muito antes do advento do automóvel.
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FORTALEZA EM FOTOS
Cidade através de Barão de Studart Historiador Guilherme Studart retrata a evolução da capital cearense
O
escritor Mozart Soriano Aderaldo divide o estudo da história do Ceará em dois períodos: antes e depois do Barão de Studart. Até então, as pesquisas se baseavam mais na tradição, sem possibilidade de comprovação dos fatos. Guilherme Chambly Studart nasceu em 5 de janeiro de 1856, em Fortaleza, filho do inglês John William Studart – primeiro vice-cônsul do Ceará e de Leonísia Castro Studart, neta do Major Facundo, político de grande influência em sua época. Estudou inicialmente no Colégio Ateneu Cearense e em seguida no Ginásio Baiano. Em 1872, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, concluindo cinco anos depois. Exerceu a profissão por muito tempo no Hospital de Caridade de Fortaleza (atual Santa Casa de Misericórdia). Católico militante, definido politicamente como conservador, Guilherme Studart participou da campanha pela libertação dos escravos
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na província. Em 1880, seu nome estava incluído entre os 225 sócios da “Sociedade Cearense Libertadora”, cujo presidente João Cordeiro, defendia a libertação através de todos os meios, inclusive violência e furto de escravos. Depois da morte do seu pai, Guilherme Studart herdou o cargo de
Por Fátima Garcia
vice-cônsul no Ceará. Responsável por diversas transações comerciais, ligadas a proprietários de fazendas que mantinham escravos, não concordou com o caminho seguido pela “Sociedade Libertadora” posicionou-se contrário à qualquer perturbação na ordem moral e econômica da cidade. Acreditava que a aboli-
ção seria alcançada de modo pacífico. Fundou então, ao lado de Meton de Alencar, José Martiniano de Alencar e outras personalidades, o “Centro Abolicionista 25 de Dezembro” e escreveu seu manifesto, divulgado em 13 de abril de 1883. Guilherme Studart sofreu criticas severas dos libertadores mais radicais, por conta de tal iniciativa. Finalmente, em 24 de maio de 1883, Guilherme Studart participou no salão nobre do Paço Legislativo, da sessão em que se declarou a libertação dos escravos em Fortaleza. Ele foi retratado, ao lado de 91 personalidades no quadro “Fortaleza Liberta”, do artista plástico José Irineu de Souza. O interesse pelos estudos históricos surgiu quando Guilherme Studart retornou ao Ceará, depois de formado em medicina. Percebeu que, basicamente, só existiam fragmentos sobre a história de sua terra, faltando documentos informativos essenciais para a compreensão do passado. Com recursos próprios, viajou várias vezes para Portugal, onde pesquisou intensamente na Biblioteca Nacional de Lisboa. Trouxe assim, para o Brasil, documentos até então inéditos entre os historiadores cearenses.
Publicou o primeiro livro em 1883. “História do Ceará. Família Castro. Apontamentos”. Dai por diante divulgou, através de sua própria tipografia várias obras de porte sobre a história do Ceará. Escreveu ainda trabalhos relacionados com a medicina. A produção intelectual de Guilherme Studart abrangeu diferentes áreas do conhecimento humano, daí o destaque que recebe na historiografia cearense. Além de dedicar-se a cultura, foi benemérito de várias entidades filantrópicas. Entre 1898 e 1931, esteve à frente do Conselho Central Metropolitano das organizações vicentinas. Em 1900, por solicitação do bispo Dom Joaquim Vieira, recebeu o título de “barão” da Santa Sé, assinado pelo Papa Leão XIII. O Barão de Studart, como ficou popularmente conhecido, foi responsável pela fundação de importantes entidades cearenses: Associação Médico-Farmacêutica do Ceará - 1834; Centro Médico Cearense 1913; Circulo Católico - 1913; Circulo dos Operários Católicos - 1915; Instituto Pasteur - 1918 e uma filial da Cruz Vermelha no Ceará - 1918. Juntamente com Paulino Nogueira,
Joaquim Catunda, Antônio Bezerra e Thomaz Pompeu de Sousa Brasil, fundou o Instituto do Ceará, em 4 de março de 1887, uma sociedade civil que ainda hoje tem por finalidade o estudo da História Geográfica, antropológica e ciências correlatas. O Barão de Studart presidiu o Instituto no período de 1929 a 1938. No dia 15 de agosto de 1894, participou da instalação de outro marco cultural para o Estado: a Academia Cearense, que em 1922 foi reorganizada com o nome de Academia Cearense de Letras, do qual é patrono da cadeira n° 11. Ao seu lado estavam Justiniano de Serpa, Farias Brito, Franco Rabelo e outros escritores. Guilherme Studart morreu no dia 25 de setembro de 1938, deixando grande quantidade de documentos originais sobre o Ceará. Infelizmente abandonado, grande parte foi destruída pelo tempo. Graças a iniciativa individual de Raimundo Girão, alguns trabalhos foram salvos, em deplorável estado de conservação, constituindo-se depois na “Coleção Studart”, do Instituto do Ceará. (Extraído do livro “A História do Ceará Passa por Esta Rua”, de Rogaciano Leite Filho. Fotos do Arquivo Nirez).
Construção Ceará -
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SERVIÇOS
Construtoras oferecem café da manhã e almoço para operários Comida de qualidade chega a mesa nos canteiros de obra graças ao Programa de Alimentação do Trabalhador com empenho do Sindicato das Construtoras do Estado
C
omo os operários da Construção Civil no Ceará estão se alimentando nos canteiros de obras? Constitucionalmente é garantido o direito à alimentação. E as construtoras estão cumprindo este direito do trabalhador. É uma alimentação balanceada. Rica em nutrientes. Saiu a marmita somente com arroz, farinha e feijão para ingressar uma comida variada com legumes, verduras, carnes etc. É um cardápio planejado e assinado por nutricionistas. A alimentação advém do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). O PAT surgiu já 40 anos e vem revolucionando o setor de alimentação saudável. A maioria das construtoras cearenses aciona o PAT através do Sesi que tem uma cozinha industrial com um cardápio de dar água na boca. A comida agora alimenta e não enche. Há um balanceamento de calorias ne-
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cessárias para cada refeição. Nos canteiros são três refeições diárias. Começa com café da manhã. Tem o almoço. E encerra com o lanche da tarde ou jantar, para os que trabalham à noite. O Programa Qualidade de Vida na
Construção (PQVC), criado em 2003 pelo Sinduscon-CE, traz benefícios para dentro dos canteiros de obras, com ações focadas no dia-a-dia dos trabalhadores da Construção Civil. Entre as atividades desenvolvidas, estão apresentações teatrais, ofi-
cinas e palestras, com abordagem na educação, saúde, bem-estar, segurança, capacitação profissional e preservação do meio ambiente. Um dos destaques é a alimentação. Canteiros de obras da Marquise, Mota Machado, Dias de Sousa, MRV e demais construtoras dão o exemplo e oferecem um balanceado café da manhã, almoço e lanche da tarde. “É um direito conquistado pelos trabalhadores que as construtoras asseguram religiosamente”, diz o presidente do Sinduscon-CE, André Montenegro. Segundo André Montenegro, “a alimentação oferecida é balanceada, saudável. Na minha empresa, por exemplo, tenho como princípio, o que o meu operário come, eu posso comer. Não tem esse negócio de colocar uma comida de terceira categoria, só porque o cara é operário. Primeiro porque o estômago dele não é diferente do meu. É igual”. A Mota Machado é ganhadora de prêmios, inclusive por garantir a boa alimentação aos operários. Com atuação no Ceará, Maranhão e Piauí, a Construtora Mota Machado está no mercado imobiliário há mais de 40 anos. A Marquise, por exemplo, na construção dos Vapt Vupt de Fortaleza, Juazeiro do Norte e Sobral adotou
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uma alimentação bastante rica em nutrientes para seus operários. A mesma linha de atendimento fazem as construtoras Dias de Sousa e MRV em seus empreendimentos no Ceará. “Oferecemos aos nossos operários uma alimentação de qualidade”, destaca o diretor da MRV, Luis Esteves da Fonseca. A Dias de Sousa oferece refeições em todos seus canteiros de obras deixando os operários satisfeitos. Bicampeã do Prêmio Construtora do Ano, a Dias de Sousa, foi reconhecida pelo Sinduscon-CE por desenvolver em seus canteiros de obras gestão e qualidade, segurança do trabalho e meio ambiente. Outra realidade Há pouco mais de uma década, a realidade nos canteiros de obras era bem diferente da atual. Operários apresentavam quadros de subnutrição e anemia ao invés de sobrepeso e obesidade, como ocorre agora. “A qualidade de vida melhorou, sobretudo no que diz respeito ao acesso à alimentação. Também houve avanços dos empresários da construção civil no respeito aos direitos dos trabalhadores, e a alimentação acompanhou essa evolução”, cita a nutricionista do Serviço Social do Sinduscon-SP, Paula Simões Garcia, que coordenou uma recente pesquisa sobre a saúde alimentar de operários que atuam no setor. O trabalho trouxe dados alarmantes. Mostra que 23,9% dos trabalhadores entre 18 e 29 anos apresentam sobrepeso, enquanto na faixa de 50 anos a 59 anos esse índice sobe para 47,1%. No grupo considerado obeso, a maior proporção está entre os trabalhadores no estrato de 30 e 39 anos, com 30%. No apanhado geral – considerando todas as faixas etárias -, 37,6% dos operários que atuam nos canteiros de obras apresentam sobrepeso e 20,2%
estão obesos. Além disso, 61,2% apresentaram percentual de gordura corporal acima dos valores de normalidade e 51,7% apresentaram massa muscular desenvolvida. A pesquisa abrangeu 263 trabalhadores em um canteiro de obras localizado na cidade de Ribeirão Preto-SP, mas Paula Simões Garcia avalia que o quadro reflete o que está ocorrendo nos campos de trabalho da construção civil pelo país afora. “Especificamente, em relação à construção civil, o que observamos em consultório é que, embora os trabalhadores do setor exerçam uma atividade por si só fisicamente mais ativa, por outro o consumo excessivo de gorduras e açúcares os coloca na mesma condição do perfil de sobrepeso e obesidade, que resulta em comorbidades como as doenças cardiovasculares”, diz Paula Garcia.
GEOLOGIA
O solo ideal para construção Sobre a mecânica dos solos é importante conhecer os três tipos básicos: arenoso, siltoso e argiloso
D
entro da área de Engenharia, a Geologia voltada para o conhecimento dos setores de construção principalmente, visa corrigir problemas que podem ocorrer durante o processo de implantação de uma obra, seja na construção de uma rodovia, fundações de obras, túneis, barragens entre outros. Para o sucesso de um empreendimento na Engenharia, engenheiros e geólogos, trabalham em conjunto com o intuito de conhecer a região onde vai ser construída a obra, a investigação sobre como é o solo, subsolo do local, pois são medidas que visam à segurança tanto da obra quando do futuro bem construído. A área de Geologia na Engenharia, esta ligada as áreas de Geologia, Engenharia e dos estudos de rochas e do solo. É uma disciplina muito ampla, pois envolve diversos conhecimentos. É muito difícil definir uma determinada atribuição para o profissional que executa a ativida-
de de geologia na engenharia. A responsabilidade do profissional da área de engenharia geológica é verificar as características do local, implantar métodos de pesquisa para verificação de água no subsolo, lençóis freáticos, fissuras no terreno, se a drenagem da área é eficaz. No geral cuida da parte geotécnica do empreendimento. O terreno faz parte integrante de qualquer construção, afinal é ele que dá sustentação ao peso e também determina características fundamentais do projeto em função de seu perfil e de características físicas como elevação, drenagem e localização. No que tange à mecânica dos solos é importante conhecer os três tipos básicos de solos: arenoso, siltoso e argiloso. Para efeito prático de uma construção, é preciso conhecer o comportamento que se espera de um solo quando este receber os esforços. Para tanto, a Mecânica dos Solos di-
vide os materiais que cobrem a terra em alguns grandes grupos: • Rochas (terreno rochoso); • Solos arenosos • Solos siltosos • Solos argilosos. Esta divisão não é muito rígida, ou seja, nem sempre se encontra solos que se enquadram em apenas um dos tipos. Por exemplo, quando dizemos que um solo é arenoso estamos na verdade dizendo que a sua maior parte é areia e não que tudo é areia. Da mesma forma, um solo argiloso é aquele cuja maior proporção é composto por argila. Arenoso: São aqueles em que a areia predomina. Esta compõe-se de grãos grossos, médios e finos, mas todos visíveis a olho nu. Como característica principal a areia não tem coesão, ou seja, os seus grãos são facilmente separáveis uns dos outros. Por exemplo, pense na areia seca das praias, em como é fácil separar seus grãos. Quando a areia está
Siltoso
Argiloso
úmida ganha algo como uma coesão temporária, tanto que até permite construir os famosos “Castelos” que, no entanto, desmoronam ao menor esforço quando secam. A areia úmida na praia serve até como pista de corrida graças a essa coesão temporária. Mas os solos arenosos possuem grande permeabilidade, ou seja, a água circula com grande facilidade no meio deles e secam rapidamente caso a água não seja reposta, como acontece nas praias. Argiloso: O terreno argiloso caracteriza-se pelos grãos microscópicos, de cores vivas e de grande impermeabilidade. Como consequência do tamanho dos grãos, as argilas: • São fáceis de serem moldadas com água; • Têm dificuldade de desagregação. • Formam barro plástico e viscoso quando úmido. • Permitem taludes com ângulos praticamente na vertical. É possível achar terrenos argilosos cortados assim onde as marcas das máquinas que fizeram o talude duraram dezenas de anos. Em termos de comportamento, a argila é o oposto da areia. Devido à sua plasticidade e capacidade de aglutinação, o solo argiloso é usado há milhares de anos como argamassa de assentamento, argamassa de revestimento e na preparação de tijolos. As lendárias Torres de Babel, assim como todas as edificações importantes da Babilônia, foram feitos de tijolos de barro cozidos ao sol. A maior parte do solo brasileiro é de
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Arenoso
solo argiloso e este tem sido utilizado de maneiras diferentes ao longo da nossa história, desde a taipa de pilão do período colonial até os modernos tijolos e telhas cerâmicas, sem falar dos azulejos e pisos cerâmicos. Siltoso: O Silte está entre a areia e a argila e é o “primo pobre” destes dois materiais nobres. É um pó como a argila, mas não tem coesão apreciável. Também não tem plasticidade digna de nota quando molhado. Estradas feitas com solo siltoso formam barro na época de chuva e muito pó quando na seca. Cortes feitos em terreno siltoso não têm estabilidade prolongada, sendo vítima fácil da erosão e da desagregação natural precisando de mais manutenção e cuidados para se manter. A divisão feita pela Mecânica dos Solos é meramente científica, na natureza os solos são encontrados em diversas proporções e recebem nomes populares dependendo de seu tipo, finalidade e da região do Brasil. Veja alguns outros termos: • Piçarra: Rocha muito decomposta e que pode ser escavada com pá ou picareta. • Tabatinga ou turfa: Argila com muita matéria orgânica, geralmente encontrada em pântanos ou locais com água permanente (rios, lagos), no presente ou no passado remoto. • Saibro: Terreno formado basicamente por argila misturada com areia. • Moledo: Rocha em estado de decomposição mas ainda dura, tanto assim que só pode ser removida com martelete a ar comprimido.
Laboratório da UFC estuda solos O curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Ceará (UFC) dispõe do Laboratório de Materiais de Construção Civil (LMCC), que estuda os solos. Este laboratório conta com uma área de aproximadamente 130 metros quadrados, no Campus do Pici, tendo capacidade para realizar cerca de 50 tipos de ensaios, dentre os quais podem ser destacados: Ensaios em agregados (massa unitária, massa específica, granulometria, absorção de água); Ensaios em aglomerantes (tempo de pega, determinação da pasta de consistência normal, finura de cimentos, determinação da resistência à compressão); Ensaios em argamassas (dosagem, determinação da trabalhabilidade, arrancamento, resistência à compressão, absorção de água); Ensaios em concreto (dosagem, determinação da trabalhabilidade, resistência à compressão, absorção de água); Ensaios em blocos cerâmicos e de concreto (absorção de água, resistência à compressão). Tais ensaios proporcionam suporte às atividades de pesquisa na área de Construção Civil, principalmente para a linha de pesquisa em Habitação de Interesse Social. O laboratório também presta serviços para a comunidade externa, fornecendo suporte a Indústria da Construção Civil do Ceará na avaliação da qualidade de materiais e componentes, estruturais ou não, utilizados em suas obras.
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PERSPECTIVA DE MERCADO
Gestão de pessoas em tempos de crise? Cada cultura organizacional reage diferente a crise, pois ela exerce influências diferentes para cada empresa e seu mercado
A
busca por melhores resultados passam a ser intensificados pelas empresas neste momento de forte crise econômica e política no Brasil. Com os custos aumentando de maneira crescente e relevante, as empresas começam a ficar mais intensas nas cobranças a seus funcionários, a fim de não efetuarem cortes e manter crescimento mesmo que de maneira mais tímida. Neste momento em que as metas precisam ser cumpridas, as inovações continuam sendo fortes aliadas para as empresas em épocas de verbas escassas. Para atingirem seus objetivos, muitos gestores passam a olhar mais para o ambiente interno da empresa, isso quer dizer, passam a ficar mais atentos com o seu RH, pois nesta fase, existe a necessidade de um reposicionamento, que é resultado das transformações do cenário econômico e consequentemente dos impactos destas mudanças nas organizações. Hoje se torna mais do que urgente a capacitação de talentos, promover o desenvolvimento de Líderes e estimular a inovação e motivação das equipes. É imperativo prepararmos os funcionários para grandes mu-
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danças, pois eles podem promover transformações nas empresas, nos processos de capacitações ou até mesmo influir no cenário econômico. Quando as pessoas entendem as necessidades de mudanças e o que elas trarão de resultados a curto e médio prazo, se tornam menos ameaçadoras para a qualidade dos projetos de uma empresa, quem não muda, não sobrevive. O papel da liderança neste momento é discutir a sua visão, estabelecer novas metas, focar em resultados, transformar erros em aprendizagem e gerir conflitos. A atual crise econômica e política, está permitindo as empresas o realinhamento das distorções e o ajuste das expectativas quanto às oportunidades de negócios . É fundamental que as empresas passem uma imagem de credibilidade para que as pessoas confiem nas organizações onde trabalham, contudo esta confiança só acontecerá quando cada colaborador se sentir inserido dentro dos propósitos organizacionais, para isso será necessário um estreitamento dos níveis hierárquicos da organização, a fim de que os gestores estejam mais próximos das equipes, esta proximidade gera transparência e este é um pon-
Flávio Portela é executivo e palestrante. Formado em Administração de Empresas com MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral-SP, flavio.portela@globo.com
to fundamental na gestão de pessoa. Essa proximidade deixa claro para as equipes que as medidas autoras são necessárias em momentos como o que passamos no Brasil. Cada cultura organizacional reage diferente a crise, pois a mesma também exerce influências diferentes para cada empresa e seu mercado. Umas mais ousadas, outras mais conservadoras, mas todas com necessidades urgentes de adequação. Neste momento vemos empresas cortarem investimento em capital humano. Muitas empresas partem para o downsizing, outras cortam custos, investimentos, propõem férias coletivas e redução de jornadas. Uma reação mais pragmática e emergencial, já outras reagem de forma mais criativa, partindo para estratégias inovadoras de reação. “ Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar “superado”. Sem crise não há desafios, sem desafios a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Vamos acabar de vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para supera-lá”. Einstein.
SINDIAR-CE
Sindicato promove curso técnico em Eletromecânica Com a implantação e expansão do projeto de capacitação profissional será possível promover o crescimento econômico, social e cultural dos alunos
A
Rede Sindiar (Associação de Empresas de Refrigeração e Ar Condicionado do Ceará) entidade albergada no sindicato patronal (Sistema Sincopeças Assopeças CE), com o objetivo de fortalecer e otimizar o setor de refrigeração e ar condicionado, vem viabilizando parcerias a fim de promover melhorias para o setor que apresenta demandas urgentes de capacitação profissional e melhoria de oferta de profissionais tecnicamente habilitados. No mês de junho de 2015, a Rede Sindiar em parceria com o sindicato laboral do setor (Sindgel-CE) e a Es-
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cola Estadual de Educação Profissional Jaime Alencar de Oliveira, firmaram parceria relativa à formatação de treinamento para alunos do curso técnico em Eletromecânica. Curso esse que apresenta disciplinas em comum com o curso técnico em refrigeração. O objetivo da parceria foi capacitar os alunos de eletromecânica com curso profissionalizante com carga horária de 80 horas/aula como complemento das disciplinas do curso. Os alunos preparados pelo curso em questão estão estagiando nas empresas que compõem a Rede Sindiar desde o início da capacitação complementar realizada no período de primeiro a 31 de julho de 2015. A iniciativa da capacitação, bem como o estágio dos alunos objetivam a inserção dos jovens no mercado de refrigeração após a conclusão do curso de eletromecânica. Com a implantação e expansão do projeto profissional será possível promover o crescimento econômico, social e cultural na população beneficiada, o que irá acarretar grandes mudanças no cenário atual. O setor
de Refrigeração e Ar Condicionado deve ser inserido no projeto, pois apresenta total carência de profissionais capacitados dentro dos critérios técnicos. Com a qualificação da mão de obra técnica operacional para o setor de refrigeração e climatização, será possível propiciar ao mercado e consequentemente a toda a sociedade que utiliza os serviços de comercialização, instalação e manutenção dos sistemas de ar condicionado, serviços com segurança e qualidade, que é a maior preocupação das empresas que compõem a Rede Sindiar. Dessa forma, será possível a prática de um mercado saudável, competitivo e acima de tudo seguro para todos os usuários.
TECNOLOGIA
Fios e cabos fazem a diferença na obra Qual o melhor, fio ou cabo na instalação de circuitos de tomadas ou de iluminação para o imóvel?
O
consumidor que precisa contratar um profissional ou deseja, por conta própria, instalar um circuito de tomadas ou de iluminação para seu imóvel sempre tem dúvida sobre qual condutor utilizar. Afinal, o que é melhor: cabo ou fio? Eis a questão. E para sanar tal dúvida, nada mais adequado – seguro e correto, também – do que lançar mão das orientações
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constantes na norma técnica NBR 5410, que especifica as instalações elétricas de baixa tensão no Brasil. Ela determina, por exemplo, que a seção mínima (bitola) para as tomadas de uso geral é 2,5 mm² e para os circuitos de iluminação 1,5 mm², independentemente de ser fio sólido, cabo rígido ou cabo flexível, pois possuem a mesma capacidade de condução de corrente.
Embora fios sólidos, cabos rígidos e flexíveis tenham as mesmas aplicações, durabilidade, qualidade e capacidade de transmissão de energia numa mesma seção nominal, a escolha de um ou de outro passa pela flexibilidade. Explica-se: os cabos flexíveis são mais fáceis de manusear, já que deslizam nos eletrodutos, agilizando a instalação. A finalidade da instalação definirá a
escolha do produto, porém, é imprescindível o correto dimensionamento realizado por um profissional habilitado, que esteja apto a definir a carga necessária para a instalação elétrica do projeto em questão, a quantidade de circuitos (tomadas e pontos de luz), a capacidade dos disjuntores, a seção nominal dos condutores (fio ou cabo) entre outros aspectos. Uma novidade no mercado são os cabos não halogenados. O gerente de marketing da Cobrecom, Paulo Delgado diz que o uso de cabos não halogenados tem avançado nesse segmento de fios e cabos elétricos de baixa tensão e que eles já representam 40% do volume de vendas neste setor. Em termos tecnológicos, essa foi a principal evolução nos últimos anos em relação aos condutores de baixa tensão. O cabo não halogenado é uma evolução nos fios e cabos elétricos, pois proporciona segurança ao ser humano e a natureza. O PVC, comumente utilizado em vários tipos de cabos elétricos, quando exposto ao calor libera ácido clorídrico, que
é altamente nocivo à saúde e que dificulta da evacuação de ambientes em casos de incêndio, devido a sua fumaça densa e escura. As principais vantagens dos cabos não halogenados são o grande diferencial desses produtos que oferecem maior segurança por apresentarem características especiais de não propagação das chamas, além da baixa emissão de fumaça e gases tóxicos/corrosivos em casos de incêndio, pois são fabricados com matérias primas que não possuem o Cloro em sua composição. Por isso são indicados para locais com grande circulação de pessoas ou com difíceis rotas de fuga como teatros, estádios, cinemas, shopping centers, prédios comerciais e residenciais, escolas, hospitais, entre outros, conforme recomendado pelas normas NBR 5410 e 13570 da ABNT. Cada um deles conta com todos os equipamentos necessários para a realização dos testes, além de funcionários treinados para a execução desses testes que são exigidos pelas normas técnicas de cada tipo de produto.
Entre os testes que são realizados estão os: Dimensionais: que conferem se estão corretos os diâmetros externos do produto, do condutor, assim como as suas espessuras. Físicos e mecânicos: são testados o alongamento do condutor e da sua isolação e cobertura. Elétricos: são checadas a tensão aplicada e as resistências elétricas e de isolamento.
EVOLUÇÃO
Piscinas cada vez mais modernas As piscinas de borda infinita são atração para ambientes caseiros e sociais
A
infinidade de formas e tamanhos possíveis para sua construção, aliada a sua elevada vida útil, fazem das piscinas de concreto uma ótima opção quando se deseja uma piscina bela e única. Projetadas a partir do desejo de seu proprietário e construídas em harmonia com o projeto arquitetônico circundante, piscinas de concreto revestidas com pastilhas cerâmicas tem ganho importância cada vez maior em imóveis residenciais. Indiscutivelmente superior quanto ao especto visual, esse tipo de piscina, quando bem projetada e construída, transmite harmonia, tranquilidade
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e requinte difíceis de serem atingidos em piscinas de outros materiais O revestimento em azulejo comum, bastante popular há algumas décadas nesse tipo de piscina, tem cada vez mais perdido espaço para a aplicação de pequenas pastilhas cerâmicas. Tal mudança em seu revestimento amplia ainda mais as possibilidades de decoração e personalização das piscinas de concreto por meio da confecção de mosaicos e combinações de cores variadas. Outra vantagem das pastilhas em relação ao uso de azulejo é a menor chance de quebra. No entanto o uso de pastilhas não apresenta apenas vantagens. Uma
desvantagem é maior facilidade com que se soltam quando há descuido no controle da qualidade de água da piscina (mais precisamente descuidos com o pH e a dureza cálcica), fazendo com essas pastilhas se soltem, caindo no fundo da piscina e danificando a bomba ao serem aspiradas. Outras possibilidades de revestimento para piscinas de concreto são a aplicação de epóxi ou a instalação de manta vinílica. Porém não são raros os casos de vazamentos. Muitas vezes, com o adensamento do solo ao seu redor, pequenas fissuras são formadas no concreto, que podem aumentar
com o passar dos anos criando vazamentos difíceis de serem sanados. Daí a importância de uma boa impermeabilização. Uma vez que pequenas trincas na estrutura são difíceis de se evitar, principalmente considerando o passar dos anos, apenas com uma impermeabilização de primeira qualidade, realizada durante sua construção, a tão sonhada piscina de concreto não se tornará em um tormento. A manutenção de piscinas de concreto: Pode-se usar escova de aço; Não mancham por cloro; Mancham por algicida a base de cobre; Deve-se ter atenção quanto à limpeza do rejunte entre os azulejos, local de constantes problemas de desenvolvimento de algas; Piscinas de Fibra de Vidro Piscinas de fibra de vidro ou fiberglass são uma boa opção quando se deseja uma piscina de fácil manutenção e baixo custo. Por possuírem uma superfície bastante lisa, as algas são removidas com menos esforço e a ausência de reentrâncias (como os rejuntes), reduz o acúmulo de sujeiras. Outros pontos a serem destacados são o fato de influenciarem pouco no pH da água, terem instalação rápida e baixa ocorrência de vazamentos. As desvantagens desse tipo de piscina são a impossibilidade de esvaziamento, sem que se faça um trabalho de escoramento das paredes, e a fragilidade da pintura, que acarreta invariavelmente em desbotamento de sua cor. Muito cuidado deve-se ter ao aplicar produtos químicos nesse tipo de piscina. O uso de algicidas à base de cobre deve ser evitado, pois, frequentemente, causam manchas amareladas ou azuladas. A aplicação de cloro jamais pode ser exagerada. As piscinas de resina poliéster e te-
cido de fibra de vidro, comumente conhecidas como piscinas de fibra de vidro, ou mesmo piscina de fibra, são provavelmente as mais comuns no Brasil devido ao seu “baixo” custo de aquisição, por volta de 8.000 reais, aliada a praticidade de se comprar uma piscina pronta. Os principais aspectos em sua manutenção são: S ua pintura é bastante sensível à manchas de cloro e algicida, bem como à arranhões. Deve-se diluir muito bem o cloro antes de sua aplicação (principalmente ao se utilizar tricloro granulado). Percebendo-se pedras de cloro remanescentes no fundo da piscina após a aplicação do produto, deve-se utilizar a escova conectada a uma haste para varrer até que se desmanche todas as pedras. Evita-se assim manchas brancas no fundo da piscina; Jamais usar escova de aço; Em hipótese nenhuma tirar mais da metade da altura de água. Esse tipo de piscina quebra se não for estaqueada antes de seca; Cuidado redobrado no manuseio de registros e limpeza do pré-filtro, esse tipo de piscina geralmente possui casa de máquina muito pequena e fácil de alagar por qualquer vazamento, ou mesmo gotejamento;
O uso de aspiradores de cerda é mais adequado em piscinas de fibra, até mesmo as rodas do aspirador podem marcar a pintura. Piscinas de Vinil São denominadas de piscinas de vinil qualquer piscina que possua esse revestimento, não sendo normalmente diferenciado os diferentes materiais utilizados para a construção do reservatório Ou seja, o vinil nada mais é que o elemento impermeabilizante da piscina, que nesse caso fica aparente. Sendo assim o ponto em comum nesse tipo de piscina é seu revestimento de vinil (ou manta vinílica), o que varia são as estruturas utilizadas para construção e sustentação das paredes. As piscinas de vinil tem sua manutenção idêntica às piscinas de fibra de vidro. Apesar das mantas vinílicas utilizadas serem resistentes, deve-se ter atenção quanto ao risco de perfuração com objetos pontiagudos. Materiais utilizados para construção de piscinas de vinil: Chapas Metálicas Possuem a vantagem de serem facilmente moldadas e de suportarem as deformações causadas pela
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movimentação do solo ao seu redor e, até mesmo, as causadas pelo congelamento da água, comum em invernos de países temperados. Sua desvantagem está na fácil corrosão. Outro material metálico usado pra esse fim, as chapas de alumínio, não sofrem corrosão e possuem instalação fácil. No entanto são mais difíceis de serem moldadas, além de mais caras que as de ferro. Chapas Polímeras Uma vez que não apresentam pontas afiadas, reduzem a possibilidade de corte do vinil, são resistentes à corrosão e fáceis de moldar, no entanto são a opção mais cara. São indicadas para piscinas aquecidas devido às suas propriedades isolantes. Blocos de Concreto São a opção de material construtivo mais difundido no Brasil. Exigem mão-de-obra menos especializada em sua construção e possuem, provavelmente, o melhor custo-benefício. Piscinas Acima do Solo Excelente opção para regiões onde faz frio durante parte do ano e para casas de veraneio, as piscinas portáteis ou piscinas acima do solo dispensam qualquer manutenção quando desmontadas e possuem a possibilidade de serem transportadas em mudanças. No Brasil, popularmente, são vendidas piscinas de 1000 litros, feitas de vinil e estruturadas por canos de ferro galvanizados. Porém além de serem pequenas, essas piscinas não possuem a possibilidade de instalação de motor, restando a troca de água periódica como método de manutenção. Piscinas de médio porte portáteis são uma grande novidade e veem cada vez mais se popularizando. Necessitam apenas serem montadas no local escolhido e podem ser estruturadas com material metáli-
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co, plástico rígido ou, até mesmo, plástico inflável. Esse tipo de piscina possui entrada e saída de água para instalação de motor, sendo que muitos modelos possuem inclusive skimmer, escada, sistema de aquecimento e deck portátil. O principal cuidado na instalação, é a necessidade de se limpar bem a área, eliminando-se qualquer objeto cortante do chão. Este tipo de pisicina é imbatível quando os quesitos são tempo de instalação, praticidade e custo. A nova moda O principal pré-requisito para projetar uma piscina com borda infinita, de acordo com o arquiteto Paulo Veloso, do escritório Paulo Veloso Arquitetura e Consultoria, é a irregularidade do terreno ou a variação de altura entre o nível da piscina e o do solo, em que o primeiro deve ser sempre mais elevado do que o segundo. “Se pudermos aliar isso a uma perspectiva com o horizonte ou bela paisagem ao fundo, é a condição perfeita para o uso desse tipo de borda”, afirma Veloso. Além do cenário, outras características interferem no momento de optar pela borda infinita.
“Terreno com declive proporciona boas situações para esse tipo de piscina. É interessante, ainda, implantar essa solução com orientação poente, para melhor aproveitamento do sol no aquecimento da água e criação de paisagem de pôr do sol através da borda infinita”, completa o arquiteto Felipe Bastos, coordenador de Projetos no escritório DB Arquitetos. Bastos diz que não é apropriado projetar essa solução para locais enclausurados, sem horizonte, pois assim o conceito de continuidade da borda infinita se perderá. “A utilização também é impraticável em situações onde a piscina não possa ter o nível elevado em relação ao terreno. Não adianta forçar, só para criar a borda infinita”, destaca Veloso. Segundo Bastos, a piscina de borda infinita é cerca de 15% mais cara do que as convencionais. “A borda infinita pressupõe maior consumo de revestimentos, sistema mais completo de calha, retorno e drenagem, e tudo isso onera o valor da construção. Essa piscina deve ter uma calha, tanque de captação perto da casa de máquina e, se possível, bomba exclusiva para que a água que transbordou seja captada e retorne ao filtro”, explica Veloso.