CEARÁ
CONSTRUÇÃO
Ano 5 - Edição 33
Imóveis e Arquitetura
NSI DE SERVIÇOS NÚCLEO INTEGRADOS
INFRAESTRUTURA Ceará avança nas PPPs Energia
Eólica e Solar são alternativas para a crise da elétrica
Transnordestina Entra nos trilhos em 2017
SINDUSCON-CE
COOPERCON-CE
Dias de Sousa Construtora do Ano
Marquise é Destaque 2015
Editorial
12
SINDUSCON-CE Festa premia melhores do ano na Construção Civil
18
COOPERCON-CE Cooperativa elege o Top 10 das construtoras cearenses
MATERIAL Das velhas trancas de madeira Expediente às modernas fechaduras
22 28
FEICON Feira gera R$ 7,5 milhões em negócios
34
INFRAESTRUTURA Transnordestina deve entrar nos trilhos em 2017
38
PPP Construção Civil aposta nas Parcerias Público Privada
44
GRANDES OBRAS Itaipu completa 41 anos do início da construção
Confiança em 2016 Chegamos ao final de 2015. O setor da Construção Civil sobreviveu. 2016 não será fácil, mas a força da Construção Civil cearense vai vencer os desafios. A mostra são as festas de confraternização do Sinduscon-CE e da Coopecon-CE que a revista Construção traz nesta edição. Os empresários estão realistas, mas otimistas para o próximo ano. A busca de Parcerias Pública Privada (PPPs) é uma das saídas apontadas pelos construtores para saída da crise. Apresentamos nesta edição uma reportagem sobre as PPPs no Ceará. Também trazemos uma reportagem especial sobre as energias alternativas, que estão se tornando a solução para a crise energética elétrica do Brasil. Não mais só a a energia eólica, mas a solar e do mar. A ferrovia Transnordestina é tema de matéria na atual Construção Ceará. Como andam as obras? Porque os trilhos ainda não estão prontos? Uma entrevista com o presidente da Transnordestina, Ciro Gomes, explica a situação. Ele promete que em 2017 a Transnordestina entra nos trilhos. A Casa Cor Ceará 2015 terminou premiando o melhor da arquitetura local. Trazemos os vencedores e os ambientes destaque do evento que pela primeira vez repetiu de local: casarão da Barão de Studart, em frente ao Palácio da Abolição. Um Feliz 2016.
Diretor: Ariel Ricciardi Jornalista Responsável: Lauriberto Braga - MTB-CE 00825 JP Colaboradores: Claúdio Araújo e Daniel Hakin Diagramação: Marcos Aurelio | Impressão Gráfica Halley Contato para anunciar CONSTRUÇÃO CEARÁ IMÓVEIS E ARQUITETURA: (85) 98824 0222 / (85) 3023 3537 ou através do e-mail: construcaoceara@hotmail.com ou ariel_ricciardi@hotmail.com Fale com a gente, envie e-mail, fotos, notícias para a redação. A sua opinião é fundamental para a melhoria de nosso produto. A revista CONSTRUÇÃO CEARÁ IMÓVEIS E ARQUITETURA é uma publicação bimestral do Núcleo de Serviços Integrados. As opiniões dos artigos assinados não representam necessariamente as adotadas pela revista. Não é permitida a reprodução parcial ou total dos textos.
www.construcaoceara.com.br
facebook: Revista Construção Ceará
Vedacit Direcionada à impermeabilização de coberturas expostas, a manta líquida de base acrílica da Vedacit, Vedapren Fast, inova ao reunir em um só produto secagem ultrarrápida e número reduzido de demãos – são necessárias apenas duas, com intervalo de duas horas entre elas, em temperatura de 25ºC. De alta eficiência, o produto é ecologicamente correto feito à base de acrílico com água e baixa emissão de VOC (Compostos Orgânicos Voláteis).
Aplicativo A Atlas Schindler faz um alerta para cuidados com crianças durante a utilização de elevadores, escadas e esteiras rolantes. Pensando nisso, a empresa lança o Schindler Kids, um aplicativo interativo e educativo para o público infantil, com jogo da memória em quatro níveis (Fácil, Médio, Difícil e Expert) com imagens e dicas de como os pequenos devem proceder durante o uso dos equipamentos. Com conceito educativo“Criança e Segurança”, o Schindler Kids pode ser baixado em smartphones e tablets com sistemas operacionais Android e, em breve, iOS.
FLC A FLC, líder de mercado em vendas de lâmpadas eletrônicas, anuncia ao mercado que o comando da companhia passará para as mãos de Leonardo Horta, profissional reconhecido no mercado por sua profunda experiência na implementação e gerenciamento de processos que levem ao incremento da produtividade e expansão dos negócios. O executivo assume a direção da FLC em um momento de crescimento e em uma posição de destaque no mercado de LED, conquistada na gestão de João Geraldo, que deixa a presidência de acordo com o plano de transição estabelecido desde sua entrada, em 2014.
Hidracor A Hidracor foi eleita, pelo quinto ano consecutivo, uma das melhores empresas para se trabalhar no Ceará. A renomada premiação é organizada aqui no estado pelo Great Place to Work (GPTW) e o Grupo de Comunicação O Povo, contando também com o apoio do Instituto FA7. A empresa global de pesquisa, consultoria e treinamento Great Place to Work está presente em 53 países, analisando mais de 7 mil empresas anualmente e impactando cerca de 12 milhões de funcionários. Esses números correspondem a um estudo extremamente relevante sobre excelência do ambiente de trabalho e de práticas de gestão de pessoas.
6 - Construção Ceará
O SESI e o SENAI do Ceará têm a inovação como valor permanente. Juntos oferecem um portfólio de serviços integrados, com as melhores soluções para os maiores desafios da indústria moderna.
85 4009.6300
www.sfiec.org.br
Basf Para a Expo Arquitetura Sustentável 2015, a Basf levou suas duas casas-conceito – a CasaE (Casa Ecoeficiente) e a Casa Econômica (com soluções que promovem a redução do custo total da obra), que estão construídas na zona Sul de São Paulo. Com a ajuda de óculos de realidade virtual, os visitantes poderão percorrer os ambientes e visualizar as tecnologias aplicadas, de maneira lúdica e realista. Algumas soluções também serão expostas em displays interativos para mostrar suas funcionalidades.
Evonik A Linha de Negócios High Performance Polymers, da Evonik, desenvolveu o VESTAKEEP® 5000 HCM, microgrânulo de poliéter-éter-cetona (PEEK), indicado para uso em vedações para óleo e gás, que aumenta a eficiência na produção de vedações customizadas de PEEK. O VESTAKEEP® 5000 HCM representa uma melhora adicional do processo de HCM, proporcionando maior rendimento e melhor qualidade do produto final.
Saint Gobain A Saint-Gobain, líder mundial no mercado do habitat, apresenta seu novo site institucional no Brasil www.saint-gobain.com.br. Concebido com a tecnologia Full Responsive Design, o site se adapta de forma inteligente às tecnologias mobiles, visando melhorar sua acessibilidade. Elaborado para um uso táctil, os conteúdos podem ser consultados com a mesma facilidade em qualquer aparelho como desktop, smartphones, tablets ou TV. Ele ficou bem bacana e esse apelo ao mobile, inclusive com esse pensamento no uso da tecnologia por toque, em sites corporativos não me parece ser tão comum. Essa preocupação pelo mobile em sites corporativos pode até ser tendência dada a popularização das plataformas móveis.
Super Mulher A Lorenzetti, empresa líder em duchas, chuveiros, torneiras elétricas e aquecedores de água a gás, com destaque em metais sanitários, purificadores de água, lâmpadas LED, fluorescentes compactas e de alta potência e louças sanitárias, patrocina pela terceira vez consecutiva Prêmio Malu Super Mulher 2015.
Eletrik A Tramontina Eletrik oferece amplo catálogo que são a solução ideal para instalações elétricas aparentes industriais e comerciais. O destaque são os conduletes múltiplos, fabricados nas versões X e L, e que agora ganharam uma inovação: o Kit de Vedações. O kit possibilita obter, de forma simples e eficiente, o índice de proteção IP 54 – protegendo as instalações elétricas externas contra poeira e água.
Bosch A Bosch, líder mundial em ferramentas elétricas, renovou sua linha de furadeiras de impacto, trazendo para o mercado produtos ainda melhores para atender as necessidades do dia a dia dos usuários com mais qualidade, maior durabilidade, segurança e conforto. A nova geração de furadeiras inclui os modelos GSB 13 RE, GSB 16 RE e GSB 20/2 RE, com características diferenciadas das versões anteriores e que reforçam o compromisso da Bosch com o desenvolvimento de produtos visando melhorar a competitividade dos profissionais, seja da construção, pequenos empreiteiros ou instaladores. Mais robustos e versáteis, os produtos foram desenvolvidos para proporcionar melhor desempenho durante o trabalho.
Hydra-Corona A partir de agora as marcas Hydra e Corona se apresentam juntas e fazem parte da mesma empresa, assumindo a segunda posição no mercado de duchas e torneiras elétricas, com uma capacidade produtiva de mais de 10 milhões de peças ao ano. Com isso, passam a oferecer uma gama diversificada de produtos na categoria de duchas e torneiras elétricas, aumentando o portfólio para atender diferentes perfis de consumidor. Com a expertise das marcas o mercado irá receber produtos de qualidade e que prezam pelo design, afinal ao longo do tempo a marca promoveu inovações importantes como o primeiro chuveiro elétrico em material plástico do Brasil; tecnologia eletrônica de mudança de temperatura por meio de uma haste e tecnologia power promovendo um jato mais potente e confortável durante o banho. Todos estes quesitos, aliados à busca constante por inovação, serão o diferencial dos produtos da marca Hydra|Corona, que possui fábricas em São Paulo, Santa Catarina e Sergipe podendo atender todo o território brasileiro.
Sindserrarias O Sindserrarias, um dos 39 sindicatos vinculados ao Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará, arrecadou 544 brinquedos, 14 redes e 100 livros dentro da campanha “ Troque um Brinquedo por um Sorriso”, realizada nos meses de setembro e outubro. O material arrecadado foi doado ao Instituto da Primeira Infância (Iprede). O presidente do Sindserrarias, Agostinho Alcântara, agradeceu a adesão à campanha por parte dos associados do Sindicato, dos colaboradores do Sistema FIEC e de outros sindicatos. “ É a primeira vez que realizamos a campanha e já consideramos que foi boa, interessante, um sucesso. Estamos planejando realizar outra em 2016”, adianta Agostinho Alcântara.
SINDUSCON-CE
Dias de Sousa é tricampeã Festa da Construção homenageou ainda o Tribunal de Justiça do Ceará, José Carlos Gama, Cledna Meneses, Hyperides Macedo e Francisco Cavalcanti Bezerra
A
Dias de Sousa foi consagrada tricampeã do Troféu WaldyrDeogo, como Construtora do Ano. Ela ganhou em 2013-20142015, em escolha feita criteriosamente pelo Sinduscon-CE. Este ano o título de Construtora de 2015 foi disputada por 13 empresas; Fujita Engenharia, Construtora Colméia, Mota Machado, C. Rolim Engenharia, Magis Incorporações, Bspar Incorporações, Ferraz Engenharia, BM Construtora, Rizzato Correia Construtora, Construtora Marquise, J. Simões Engenharia, Porto Freire Engenharia e Dias de Sousa Construções. A festa de entrega para Dias de Sousa aconteceu no final de novembro, no La Maison Dunas. O diretor executivo da Dias de Sousa, Patriolino Dias agradeceu a premiação afirmando que ela “é fruto de um trabalho sério, olhando cada detalhe para a segurança da obra com planejamento, recurso humano e amor”. Para ganhar o título, a Dias de Sousa teve as obras do Cosmopolitan e
12 - Construção Ceará
Parc Victória auditadas a partir de quatro check-lists comprovando as boas práticas, registros, documentações e controles, conforme normas e legislações pertinentes, fundamentados em quatro pilares: Gestão e Qualidade, Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Sustentabilidade. Além disso, a empresa recebeu da Cooperativa da Construção Civil (Coopercon-CE), o troféu Fidelidade, reconhecendo o espírito de cooperativismo durante os grupos de negociações do setor; da Associação Empresarial das Indústrias, o Prêmio Aedi de Responsabilidade Social, através do projeto Descobrindo Saberes. A empresa também já foi agraciada com o Troféu Colibri, Prêmio CBIC de
Responsabilidade Social, “Prêmio de Responsabilidade Social do Sinduscon-CE, Prêmio Delmiro Gouveia, Prêmio de Responsabilidade Social do SESI, Master Imobiliário, dentre outros. Para o presidente do Sinduscon-CE, André Montenegro, “há mais de sete décadas a indústria da Construção civil atua através do Sinduscon-CE em busca de dar mais qualidade ao espaço urbano. E esse trabalho tem sido feito por homens, empresas e instituições que precisamos honrar, reconhecendo seu mérito e seus trabalho”. Por isso a Festa do Sinduscon homenageou as seguintes personalidades em 2015: • Troféu Fiec-Desenvolvimento Se-
torial para o engenheiro José Carlos Braide Nogueira da Gama. • Troféu Tigre-Tecnologia e Qualidade para o engenheiro Francisco de Assis Cavalcanti Bezerra. • Troféu Caixa-Recursos Hídricos para o engenheiro Hyperides Pereira de Macedo. • Troféu Operária do Ano para a encarregada de obras da Marquise, Antônia Cledna Meneses. • Troféu Elizabeth para o Tribunal de Justiça do Ceará. A encarregada de obras Antônia Cledna Meneses, da Construtora Marquise, recebeu o título de Operária do
Ano 2015 – Troféu Gerdau. Aos 47 anos, Cledna é a primeira mulher a conquistar a honraria. Sua história na construção civil começou em julho de 2011, quando participou do Projeto Mulheres na Construção, promovido pelo Sinduscon-CE. Em outubro do mesmo ano, passou a atuar como servente, nas obras da Construtora Marquise e, em 2012, foi promovida a auxiliar de Mestre de Obras. Já em 2014, como reconhecimento ao bom trabalho desenvolvido, Cledna conquistou o cargo de Encarregada de Obras. Em 2015, após demonstrar excelente desempenho
em suas atividades, foi designada como uma das responsáveis pela entrega da obra Mandara Lanai, da Construtora Marquise, onde, merecidamente conquistou o Prêmio Operária do Ano 2015. Fruto de um convênio firmado entre o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará e o Sinduscon-CE, o Projeto ReConstruir foi aclamado, de forma unânime, como merecedor do Prêmio Responsabilidade Social –Troféu Elizabeth. Idealizado pelos juízes, Luciana Teixeira e Cezar Belmino, o programa busca a reinserção social de egressos do sistema penal em
Construção Ceará -
13
empresas da construção civil, uma importante iniciativa de responsabilidade social. Um dos fatores para a multiplicação desta proposta é a inexistência da reincidência entre os participantes. Atualmente são 30 funcionários contratados, além do cadastro de reserva com 61 pessoas que aguardam vaga. A iniciativa já foi reconhecida nacionalmente com diversas premiações. No Rio de Janeiro conquistou o Prêmio Juíza Patrícia Acioli de Direitos Humanos; em Salvador foi homenageada com o Prêmio CBIC de Responsabilidade Social, durante a abertura do 87º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC); e em Fortaleza também já foi agraciada com o Prêmio de Responsabilidade Social do Tribunal de Justiça do Ceará. O engenheiro José Carlos Gama foi contemplado com o Prêmio Desenvolvimento Setorial – Troféu FIEC. Nascido no Rio de Janeiro, mas tem o Ceará como sua terra desde os 6 anos de idade. Educou-se no Colégio Militar de Fortaleza e formou-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Ceará. Em 2007, formou-se também na escola de Direito da Universidade de Fortaleza. Trabalhou como engenheiro de obra, engenheiro estrutural e desde 1985 é sócio proprietário da Construtora Placic, empresa com mais de 38 anos e 100 obras entregues, sempre juridicamente perfeitas e no prazo, atuando no mercado cearense e alagoano. Também atua no setor hoteleiro, em Alagoas. Com seu espírito de associativismo, desde 1990, participa de entidades classistas, em especial, Sinduscon-CE, onde já foi conselheiro e atualmente ocupa a vice presidência da Área Imobiliária. A Construtora Placic é também empresa fundadora do Inovacon e Coopercon - CE. Na CBIC, Câmara Brasileira da Indústria da Construção,
14 - Construção Ceará
é o atual presidente do Fórum dos Advogados da entidade. Na gestão Roberto Macêdo, na Federação das Indústrias do Ceará, também deu sua colaboração como diretor financeiro da entidade. Com retidão, seriedade
e compromisso com o setor e sua cidade há quase 40 anos de mercado, hoje ele é homenageado pela segunda vez pelo Sinduscon Ceará com o prêmio CBIC - Desenvolvimento Setorial 2015.
CREA-CE
Termo de Referência para Inspeção Predial é homologado Conselho de Engenharia e Agronomia mais o Conselho de Arquitetura e Urbanismo firmam parceria para nortear atuação de engenheiros e arquitetos
“E
ste momento é histórico, inédito. Vivemos a era das parcerias e do diálogo, em prol da coletividade”, declarou o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE), engenheiro civil Victor Frota Pinto, ao iniciar a plenária extraordinária e conjunta entre o Crea-CE e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Ceará (CAU-CE), que aconteceu no dia 22 de outubro. Na ocasião, foi homologado o Termo de Referência de Inspeção Predial, documento que irá nortear a atuação de engenheiros e arquitetos quanto à elaboração de laudos de Inspeção Predial em edificações de Fortaleza, conforme determina a lei municipal 9.913/2012. Victor Frota Pinto informou, ainda,
16 - Construção Ceará
que, visando possibilitar aos profissionais registrados se informarem sobre a homologação do Termo de Referência, a plenária ocorrida no oitavo andar da sede do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará teve transmissão ao vivo, pela TV Crea-CE. E também ressaltou seu contentamento sobre a regulamentação da Lei da Inspeção Predial: “Vejo com muita alegria que a Prefeitura de Fortaleza encampou nossa luta”. A Lei 9.913/2012 foi regulamentada pelo Município através de decreto assinado no dia 23 de junho deste ano. Já o Termo de Referência de Inspeção Predial é resultado das discussões e acordos de um Grupo de Trabalho formado por representantes do Crea-CE, CAU, Sindicato
dos Engenheiros no Estado do Ceará (Senge-CE) e demais entidades da área tecnológica do estado. Já para o presidente do CAU Ceará, arquiteto Odilo Almeida Filho, a plenária conjunta foi mostrou a necessidade de os dois conselhos chegarem a um acordo, já que muitas atividades, como a aquelas previstas na inspeção predial, são realizadas por engenheiros, bem como por arquitetos e urbanistas. Odilo Almeida Filho lembrou, também, que desde o ano de 1933 os arquitetos estiveram abrigados no Sistema Confea/Creas e que, em 2012, criaram um sistema profissional próprio. “Porém, entendemos que a colaboração deve ser a mesma”, salientou. Fiscalização técnica A presidente do Sindicato dos En-
genheiros do Ceará (Senge-CE), Thereza Neumann, lembrou o compromisso do sindicato com a valorização profissional, considerando que a nova legislação é determinante nesse sentido, além de representar grande avanço para propiciar segurança aos habitantes da Capital. “Juntos somos bem mais fortes”, observou, adiantando, ainda, que o Senge-CE “está aberto a qual-
conteúdo e valores de laudos de vistoria técnica. “Ganham as profissões, ganha a sociedade a quem temos o dever de servir”. A Secretária de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) de Fortaleza, a arquiteta Águeda Muniz, por sua vez, enfatizou que o Município e o quer tipo de profissionalização no Brasil vivenciam cenários de desaque se refere à inspeção predial”. fios, e explicou que a regulamenOdilo Almeida enalteceu, ainda, o tação da Lei da Inspeção Predial foi trabalho dos relatores do Termo de uma medida em defesa do cidadão. Referência. “Um grupo de trabalho “Queremos, cada vez mais, uma analisou também a tabela de hono- vida legal numa cidade organizada”, rários contida nesse documento”, disse. A plenária conjunta contou, informou, frisando para os presentes ainda, com a presença do coora sua alegria com o resultado desse denador de atividades técnicas do trabalho que irá orientar e definir a Corpo de Bombeiros, coronel Maratuação dos profissionais quanto ao celo Cordeiro Magalhães.
Construção Ceará -
17
COOPERCON-CE
Cooperativa escolhe Top 10 de 2015
Marquise, Mota Machado e Colmeia são as três primeiras colocadas do ano. Troféu Fidelidade ficou com a Dias de Sousa e a Personalidade 2015 com Otacílio Valente
A
Cooperativa da Construção Civil do Ceará (Coopercon-CE) premiou em festa no teatro RioMar, os destaques de 2015. Marquise, Mota Machado e Colmeia foram as três primeiras colocadas no Top 10. O Troféu Fidelidade foi para a Dias de Sousa. A personalidade do ano ficou com o vice-presidente da Colmeia, Otacílio Valente. Já receberam o título de personalidade do ano Ivens Dias Branco (2008), Betoi Studart (2009), Pio Rodrigues (2010), Cid Gomes (2011), Assis Machado (2012), Tasso Jereissati (2013) e Águeda Muniz (2014). A festa teve o show de Waldonys,
18 - Construção Ceará
apresentação da orquestra filarmônica Estrela da Serra, balé da Escola de Desenvolvimento e Integração Social para Criança e Adolescente (Edisca) e exposição de obras do artista plástico José Guedes para um seleto grupo de convidados. A Marquise Incorporações celebrou mais uma vitória em 2015. A incorporadora foi contemplada com o Prêmio Destaque da Construção 2015, da Coopercon-CE. A premiação veio após duas importantes conquistas: em outubro, a incorporadora venceu os International Property Awards, em Barbados, com o Mandara Lanai, desenvolvido em consórcio com Cyrela, Tecnisa e Sanca e uma colaboradora foi escolhida operária do ano pelo Sinduscon-CE. O reconhecimento através das recentes premiações contempla o bom desempenho da superintendente de obras e incorporações Andréa Coelho à frente da Marquise Incorporações. Segundo Andréa, que há onze anos integra o Grupo Marquise, o investimento em capacitação e retenção de mão de obra
Construção Ceará -
19
e em relacionamento com o cliente são fatores que diferenciam a Marquise Incorporações de outras construtoras. “A Marquise já é reconhecida pelas técnicas de engenharia e pela qualidade do material utilizado em seus empreendimentos, que têm localizações privilegiadas, plantas bem divididas, iluminação e ventilação natural. O prêmio de destaque do ano da Coopercon atesta o reconhecimento desse trabalho. É uma conquista importante para nós”, explica a superintendente, única mulher entre os contemplados na solenidade. Primeira cooperativa da construção civil do Brasil, a Coopercon-CE foi fundada em 1997, com a proposta de promover ações cooperativas que contribuem para a competitividade empresarial dos associados. O prêmio representa um marco que fortalece o preceito da Coopercon de cooperativismo, de mostrar que na compra do insumos e desenvolvimento de tecnologias não há competição entre as construtoras, mas um fortalecimento, ainda mais em momentos difíceis, em que a união demonstra que todos trabalham para o crescimento do setor. Além do Troféu Destaque Coopercon-CE, as seguintes categorias são contempladas: Fidelidade (concedido a construtora com maior espírito de cooperativismo) e Personalidade do Ano. A Coopercon-CE é o maior grupo de negócios da construção civil no Brasil. Neste ano, quando José Carlos Lima voltou a presidir a entidade, o número de cooperados cresceu para 108, representando 90% do Produto Interno Bruto (PIB) do setor no Estado e respondendo por Valor Global de Venda (VGV) da ordem de R$ 5,3 bilhões. A Coopercon-CE atende hoje 310 construtoras no Estado.
20 - Construção Ceará
MATERIAL
A evolução da fechadura Das antigas trancas, fechaduras hoje não precisam mais de chaves. Com aplicativos pode-se abrir uma porta. Hotéis adotam fechaduras a cartões magnéticos
O
aparecimento da fechadura está ligado ao aparecimento das primeiras comunidades sedentárias que construíram casas para habitação permanente. Nessas casas primitivas, os homens precisavam de manter as portas fechadas para se protegerem do frio, dos animais e de outros homens. O primeiro método terá sido o uso de cordas, a que se terão seguido as trancas, que se fixavam em reentrâncias da ombreira e que impediam a abertura da porta a partir do exterior. Na fase seguinte, estas primeiras trancas se tornaram menores e mais práticas de usar. Em algumas comunidades optou-se por as instalar de forma a que pudessem deslizar, como os atuais fechos de correr, entrando ou saindo das reentrâncias abertas nas ombreiras, enquanto que noutras comunidades, esta mini tranca, girava em torno de um eixo, para entrar ou sair de reentrâncias abertas na ombreira, eram os primeiros fechos de cair. Mas estes fechos apresentavam um problema; só permitiam o fecho por dentro. Não permitiam que o
22 - Construção Ceará
proprietário fechasse as portas por fora. Desenvolveram-se então mecanismos simples que permitiam correr ou levantar a tranca a partir do exterior. Este avanço foi muito importante por tornar o fecho possível de ambos os lados da porta. Mas mantinha-se o problema, o mecanismo de abertura era acessível a todos, estava fixo à porta e qualquer um o podia accionar. O avanço seguinte foi tornar a peça que accionava a pequena “tranca” (antepassada dos atuais trincos) móvel! O proprietário levava consigo a peça simples que acionava a tranca e deixava apenas o orifício onde essa pequena peça de madeira entrava. Teria nascido aí a primeira chave, provavelmente um pequeno ramo de árvore. Como o sistema era muito simples, era fácil arranjar um outro ramo e abrir a porta, foram-se criando dificuldades, pontas mais finas e com recortes, difíceis de adivinhar e imitar, por o proprietário os esconder para manter o seu segredo. O mundo assistia ao nascimento do primeiro segredo de fechadura. Este processo ocorreu um pouco
por todo o mundo. Existem testemunhos na Índia, na China no Médio Oriente, em África, nas Américas e na Europa. Com o avanço civilizacional, foram-se aperfeiçoando estes mecanismos e desenvolvendo métodos alternativos, sempre baseados na existência de um “segredo”. A fechadura mais antiga, dotada já de alguma complexidade, data de há mais de 4.000 anos e foi encontrada por arqueólogos, nas ruínas do Palácio Khorsabad, nos arredores da atual cidade iraquiana de Mossul. É uma fechadura conhecida por fechadura egípcia por ter sido corrente naquela civilização. Posteriormente, a civilização romana, introduziu duas novidades importantes, não no tipo de mecanismo, mas no tamanho desse mecanismo e nos materiais. Os romanos dominavam as técnicas de fundição de metais e usaram-nos para substituir a madeira que era o material empregue para fazer fechaduras até essa altura. Conseguiram também construir fechaduras e chaves de tamanho reduzido em bronze. Durante 1700 anos pouco se alte-
rou até que se dá o grande salto, nos séculos XVIII e XIX, tal como em outras áreas. É a Revolução industrial em marcha. Em 1778, em Inglaterra, Robert Barron patenteia a primeira fechadura de “gorges” de ação dupla. Ao usar chapas em número par e simétricas, permitia o uso por dentro e por fora. Em 1857, James Sargent, nos Estados Unidos inventa a primeira fechadura com combinação de códigos alteráveis, que obteve sucesso. Em 1861, também nos Estados Unidos, Linus Yale
Junior, patenteia o primeiro cilindro com pinos, a partir de uma invenção de seu pai que era proprietário de uma empresa de fechaduras e cadeados, a Yale. Usava uma chave plana, com diversos cortes em V. Desde a primeira porta, fechada com cordas até aos dias de hoje, temos assistido a uma competição constante, um verdadeiro jogo do gato e do rato entre os construtores de dispositivos de segurança e os amigos do alheio. Desde sempre, usamos chaves para fecharmos nos-
sas portas. Desde muito tempo mesmo. A maioria das fechaduras requerem chaves para serem abertas, mas o August introduz uma ideia diferente: uma fechadura que não requer nenhuma chave. Por meio de um aplicativo controlado pelo smartphone do dono da casa, convidados podem ser adicionados ou removidos, e tudo é feito a partir do reconhecimento. A porta abre se a pessoa que tentar abri-la for reconhecida. Ou melhor, não é que o August não requer chaves, mas sim que as chaves são… nós mesmos.
Construção Ceará -
23
LEGISLAÇÃO
Limite para arranha céu Portaria limita altura de prédios na Região Metropolitana de Fortaleza.
P
ortaria 958/GC3 de julho deste ano que começou a entrar em vigor em outubro determina que os prédios nos arredores do Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, não podem passar de 70 metros. Já as futuras construções no Bairro de Fátima podem ir até 73 metros de altura. No Papicu a altura caiu de 77 metros para 75 metros. Para esclarecer a Portaria, o Comando da Aeronáutica e o Sindicato das Construtoras do Ceará realizaram seminário na Federação das Indústrias do Estado do Ceará. O arquiteto da Coordenadoria de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de Fortaleza, Carlos Augusto Lopes Freire, destaca ainda passa pela aprovação da Prefeitura a construção de prédios em Fortaleza, onde é levado em conta um gabarito de regras municipais. A Portaria flexibilizou construções mais altas nas áreas periféricas de Fortaleza, lembra o coronel aviador Paulo Eduardo Albuquerque Magella que adiantou que o processo para liberação pela Aeronáutica caiu de 90 para 60 dias. Para os projetos com autorização até 14 de outubro deste ano, vale a legislação anterior. Na nova legis-
24 - Construção Ceará
lação me alguns bairros deixou de precisar de fazer a consulta ao Centro Integrado de Defesa Aéreas e Controle Aéreo (Cindacta). Presente ao evento, o vice-presidente da Área Imobiliária do Sindusocn-CE, José Carlos gama, a preocupação do setor é com a velocidade da liberação dos processos. “Anteriormente os processos eram analisados pela Prefeitura. Agora noventa por cento dos empreendimentos vão ter que, antes de passar pela Prefeitura, pedir autorização à Aeronáutica”. A Portaria reflete em construções de cidades da Grande Fortaleza, como Maracanaú, Maranguape, Caucaia, Pacatuba, Aquiraz e Eusébio. “O terreno é um insumo colmo outro qualquer. Mesmo com o potencial reduzido pela metade, o proprietário do terreno não baixará o preço. Ou seja, o custo da fração do terreno deve aumentar. Em uma época dessa, qualquer reajuste de preço é sensível no bolso do comprador”, reclama Gama. A Construção Civil trabalha para provar que é possível manter a segurança área sem prejudicar o desenvolvimento do setor. “Os empreendimentos vão ficar mais largos onde não podem ser mais altos. E o subsolo será melhor aproveitado para estacionamentos”, aposta Gama. Nova portaria da Aeronáutica limita em até 100 metros a altura de novas edificações na capital de Fortaleza. A resolução foi proposta desde o dia 15 de outubro pelo Comando da Aeronáutica (Comaer) e estipula o limite máximo para novas edificações, ou qualquer objeto que se eleve a mais de 45 metros de altura em relação à elevação do aeródromo e esteja elevado acima da superfície do terreno em mais de 19 metros em determinados pontos da cidade.
Brasilidade dá o tom do maior evento de decoração do Ceará Como legado da Casa Cor, Casarão da Barão de Studart será transformado na vice governadoria do Estado. A próxima edição acontecerá no Náutico Atlético Cearense
A
Casa Cor Ceará chegou a 17 edição. Com o tema “Brasilidade - O Brasil visto por dentro”, o evento retornou ao Casarão que aconteceu no ano passado na Avenida Barão de Studart. No Casarão da década de 1950, a Casa Cor Ceará 2015 expõe 37 ambientes montados por 55 profissionais das áreas de arquitetura, desing e paisagismo. Destaque para os ambientes projetados para a hotelaria. Uma área de 1,5 mil metros valorizou o hotel. A Casa Cor aconteceu de 8 de outubro a 17 de novembro. As cores fortes foram a temática dos ambientes. O jeito nordestino caracterizou a suite Sertão. Uma “árvore” de madeira crua embelezou o ambiente. Tom rústico também no “Quarto do Casal”, onde a arquiteta Luana Santana fez uma grande cabeceira em MDF cru. Foram vários ambientes que deram a cara do Brasil e confirmaram o apelo publicitário do evento: “Yes, nos temos inspiração”.
Lista dos premiados: “Ambiente que valoriza o artesanato cearense” 1º Lounge Garagem Renaut (Rosalinda Pinheiro) 2º Suíte da Praia (Brenda Rolim) “Ambiente que valoriza o artista cearense” 1º Sala dos Empresários (Neide Barbosa e Denise Bessa) 2º Hall da Escada da Família (Roger Monte) “Ambiente que melhor valoriza a fotografia” 1º Quarto do Casal com Homeoffice (Liana Santana) 2º Hall da Suíte da Praia (Karine Maia/Joel Filho) “Ambiente que melhor valoriza o designer cearense” 1º Quarto do Casal com Homeoffice (Liana Santana) 2º – Hostel Ateliê Criativo Brasil (Antonio José Batata/Eduardo Mourão/Pedro Mamede) “Ambiente que melhor valoriza a cult. cearense em toda sua plenitude” 1º – Suíte do Sertão (Ana Virgínia Furlani) 2º – Varanda da Família (Sergei de Castro) “O melhor ambiente de uso público” 1º Calçada e Estar de Entrada (Roberto Pamplona Jr.) 2º Lavabos Públicos (Érico Monteiro)
26 - Construção Ceará
Fotos cedidas pela Casa Cor Ceará
CASA COR CEARÁ
No Náutico A Casa Cor Ceará 2016 será no Náutico Atlético Cearense. Neuma Figueiredo promete bastante novidades para esta edição. O Náutico passa por um processo de remodelação, preservando sua arquitetura original datada do século passado.
FEICON NE
Evento gera R$ 7,5 mi em negócios Nesta edição destaque para Decor Prime Show numa mostra de mil metros quadrados de moderna arquitetura e desing de interiores
F
omentar negócios e ampliar mercados foi um dos objetivos da 3ª Feicon Batimat Nordeste. Nela aconteceu a segunda edição do Encontro de Negócios, no espaço Lounge Premium Club Plus, promovendo 150 encontros entre expositores e compradores qualificados. No ano passado foram 52 reuniões, um aumento de 288%, segundo a organização do evento. Outro resultado expressivo, conforme os organizadores, é o volume de negócios gerados. Na última edição
28 - Construção Ceará
o Encontro de Negócios resultou em R$ 1,9 milhão enquanto este ano saltou para R$ 7,5 milhões, um crescimento de 395%. “Estes números confirmam nossa expectativa com relação à geração de negócios durante a terceira Feicon. Na edição anterior o movimento chegou a 100 milhões de reais em negócios fechados durante e ao longo do primeiro semestre pós-evento”, comenta Alexandre Brown, diretor da feira. Ocupando um espaço de sete mil metros quadrados, a feira também
proporcionou ao visitante fechar negócios nos próprios stands das marcas. Algumas negociaram preços e prazos especiais para os visitantes. O gerente comercial da Cobrecom, Mauro Moreno Fernandes, participa da Feicon desde a primeira edição. “A rodada de negócios foi excelente, pois tivemos a oportunidade de prospectar clientes e levantamos valores significativos para a empresa”, disse. A gerente de Marketing da Blan Iluminação, Veronice Tenutti, também aprovou a rodada de negócios. “É
uma ferramenta de extrema importância para os expositores e espero que a Feicon e a Expolux continuem a dar segmento”, explicou. Em tempos de crise, a possibilidade de monitorar o uso de recursos como energia e água, e ainda atrelar soluções que visam aumentar a segurança e o conforto, deixaram de ser comodidade para virar necessidade. Não é à toa que o estudo publicado pelo Sebrae Inteligência Setorial revela que a automação residencial é uma tendência crescente. No Brasil, o interesse dos consumidores em obter esta tecnologia já é de 78%, superando a média mundial que é 66%. Os lançamentos e soluções que ajudam a promover o consumo consciente foram apresentados na 3ª Feicon, durante o Seminário sobre Automação, realizado pela Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial (Aureside) com
apresentação do Projeto Prédio Eficiente. Com o tema “Estudos de caso e soluções em automação predial e residencial”, será abordado a eficiência energética e a sustentabilidade das edificações. O evento foi voltado para engenheiros, arquitetos, projetistas, construtores e incorporadores, profissionais de instalação e manutenção prediais, além de estudantes de áreas afins. “Existe um potencial atual para o fornecimento de equipamentos de automação para 1,8 milhão de residências. Estima-se que cerca de 300 mil residências no Brasil já possuam equipamentos de automação residencial. Portanto, ainda é um mercado inexplorado de pelo menos 1,5 milhão de residências que podem receber projetos de automação”, avalia José Roberto Muratori, diretor executivo da Aureside. De acordo com o diretor, os custos
para obter o serviço diminuíram cerca de 50% nos últimos cinco anos, tornando as aplicações mais acessíveis. Um projeto de automação de ambientes varia entre R$ 10 mil a R$ 30 mil. É o cliente que escolhe quais serviços terá à disposição, se eles serão integrados e como serão controlados à distância. Atualmente o monitoramento e controle da casa à distância estão adquirindo novas vertentes que vão muito além da questão da segurança. A tecnologia permite instalar sensores de presença para acender ou apagar as lâmpadas e aproveitar mais a luz natural. A utilização da luminosidade da maneira correta pode reduzir em até 60% o consumo de energia. Outra medida importante são os medidores de água instalados em torneiras que podem identificar o consumo e se há vazamentos. No ano passado o mercado mundial
Construção Ceará -
29
da automação movimentou mais de US$ 20 bilhões. E a expectativa é atingir US$ 58,68 bilhões até 2020. Para o diretor executivo da Aureside: “nos últimos dois anos houve uma evolução sensível tanto na oferta de novos produtos e soluções através dos fabricantes, como na percepção pelos clientes dos possíveis benefícios da automação residencial. Mas ainda temos um desafio, que é o de capacitar um número adequado de profissionais para atender o mercado de maneira eficiente”. Montada no centro da feira, a Ilha de Conhecimento foi um espaço exclusivo com palestras gratuitas, networking e apresentação de produtos, diariamente. Marcas como a Portodesign, que está no mercado de distribuição de revestimentos há 40 anos, participou pela primeira vez da Feicon Batimat Nor-
30 - Construção Ceará
deste expondo categorias de produtos que englobam porcelanatos, pastilhas de vidro, mosaicos de pedra e cerâmica e papéis de parede. No segmento de iluminação, a Taschibra aproveitou para apresentar ao mercado nordestino as suas luminárias Fit Led e a Prime Led TL Slim. A Cobrecom Fios e Cabos Elétricos participou pelo terceiro ano consecutivo. “A região Nordeste é um mercado muito importante para a Cobrecom. Nossos produtos são vendidos há um bom tempo nas principais lojas de materiais elétricos e de construção dos estados da região. Por isso, estivemos presentes em todas as edições da Feicon”, afirma Paulo Alessandro Delgado, gerente de Marketing da empresa. Apostando no mercado nordestino, a Solarium Revestimentos, marca gaúcha que possui fábrica em
Pernambuco, esteve na 3º Feicon, onde apresentou as tendências do mercado que compõe seu catálogo corporativo, além das peças decorativas, com destaque para a Synapsis, revestimento de parede com design assinado pela arquiteta Fernanda Marques, que será lançado dentro da feira. A empresa também se fez presente na Decor Prime Show, em parceria com a Refinare, nos espaços dos arquitetos André Dantas, Karen Pedrosa, Barbara Cereja, Joana Santos, Marcia Bandeira e Giovanna Queiroz. “O mercado da região é muito importante para a Solarium Revestimentos”, explica Ana Cristina de Souza Gomes, presidente da empresa que tem quatro unidades espalhadas pelo país, uma delas em Jaboatão dos Guararapes. “A escolha da localização foi estratégica. Esta-
mos perto do porto para transporte de matéria-prima, e a logística para distribuição terrestre nos estados vizinhos fica facilitada, consequentemente mais barata”, lembra a executiva. Atualmente os representantes da empresa buscam um novo prédio na região, que possibilite transferir a indústria e aumentar a produção. Conteúdo e gestão O presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (ASBEA-Ceará), Luciano Ramos Leite, reflete com animação sobre o momento da Feicon Batimat Nordeste. “O evento ganhou novo viés de conteúdo e debate áreas de gestão, sustentabilidade, entre outros de interesse do profissional do setor”. E o vital é que a Feira aconteceu na hora em que, os escritórios de arquitetura precisam se reinventar para enfrentar os desafios de um mercado em transformação, em que a arquitetura busca novas maneiras de se articular. O momento é de rever dinâmicas internas, “porque depois de um período de demanda desenfreada, é preciso interpretar melhor o processo produtivo na prestação desses serviços, diante da nova conjuntura. A ideia é sedimentar junto ao cliente o projeto de arquitetura como ferramenta de otimização de recursos, redução de custos, mas também de proposta de construção sustentável, desde o alicerce e os primeiros tijolos”, destaca Luciano Leite. Com cinco anos de atuação, a AsBEA-Ceará é a única representante da entidade nacional na Região Nordeste e busca mostrar novos modelos de gerir o negócio para seus associados. Em agosto deste ano, durante todo o mês, em parceria com o Sebrae local, realizou um seminário sobre a importância do associativismo. “O objetivo foi preservar o que cada um tem de estratégico e compartilhar apenas temas comuns como legislação, modalidades de 32 - Construção Ceará
gestão, avaliação sobre centros de custo”, lembra. Dois outros eventos dessa natureza já estão programados para 2016, sobre administração e gestão de contratos. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro, participou como palestrante do Fórum Construir NE 2015, no Centro de Convenções de Pernambuco. Falou na experiência do Sinduscon-CE com obras públicas. Uma das grandes novidades nesta edição foi a chegada do mais importante evento de iluminação da América Latina, a Expolux versão nordestina. Com apoio da Associação Brasileira da Indústria de Iluminação e do Sindicato das Indústria de Lâmpadas e Aparelhos Elétricos de Iluminação, a exposição reuniu as principais marcas nacionais e internacionais da área.
LOGÍSTICA
Ferrovia Transnordestina prometida para 2017 Ferrovia de 1.753 quilômetros pretende ser a solução logística para os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. A obra está hoje com 54% concluída
A
Transnordestina está construindo uma ferrovia de padrão internacional com 1.753 quilômetros de extensão que será uma solução logística integrada para atender a Região Nordeste do Brasil, com foco no agronegócio e na indústria mineral. A malha vai interligar Eliseu Martins, no sertão do Piauí, aos portos de Pecém, no Ceará, e
34 - Construção Ceará
Suape, em Pernambuco, elevando a competitividade da produção agrícola e mineral da região com uma moderna logística que vai unir uma linha férrea de alto desempenho e portos de calado profundo que podem receber navios de grande porte. Outra característica importante desse sistema logístico é a localização estratégica de Pecém e Suape em re-
lação ao mercado europeu, um dos principais destinos da soja brasileira. Os dois portos terão terminais graneleiros com capacidade de estocagem de 900 mil toneladas de grãos e farelos. Os terminais poderão receber navios graneleiros de grande capacidade do tipo capesize com até 150 mil toneladas por porte bruto (tpb), que podem transportar até
105 mil toneladas de soja, por exemplo. Cada um dos terminais terá dois transportadores com capacidade para 1.500 toneladas/hora, o que permitirá que um navio deste tipo seja carregado em apenas um dia e meio. Capesize são navios graneleiros com capacidade que vai de 80 mil a 199 mil toneladas. Atualmente, os maiores navios de transporte de soja que aportam em Santos e Vitória têm, no máximo, 125 mil tpb e carregam 85 mil toneladas de soja. Quando estiver operando (estimativa em 2017), a ferrovia terá capacidade para transportar até 30 milhões de toneladas por ano, com destaque para minério de ferro, grãos (soja, farelo de soja, milho, algodão) e gipsita (gesso agrícola que tem aplicação como corretivo do solo e como gesso industrial). O empreendimento será respon-
sável pela criação de milhares de novos empregos, pois ajudará a dinamizar a economia da região. O atual presidente da Transnordestina é o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes. Em entrevistas, ele tem tido que 2015 serviu para captação de recursos para retomar a obra. “Estamos atrás de mais investidores, além de garantir os recursos do Governo Federal para a obra”, destaca Ciro Gomes. “O Brasil hoje tem menos quilômetros de ferrovia operacional do que tinha na década de 1950. Isso deriva de um erro visto detrás para diante que é mais fácil de falar, de opção estratégica. Lá quando o Brasil optou por fazer uma indústria automobilística multinacional ele imediatamente trocou a lógica estratégica de transporte, que hoje se chama logística, para uma coisa que vai se revelando completamente onerosa e muito in-
viável para o futuro do País. Ou seja, um País que 80% da sua população a menos de 200 quilômetros da costa, tem que fazer o seu transporte de cabotagem. Fundamentalmente as cargas entre grandes conglomerados populares com densidades demográficas intensas pela Costa. E os grandes centros estratégicos de produção estão localizados no Interior e às vezes a mil quilômetros. O que flagrantemente indica o modal ferroviário. Então o grande modelo que precisamos avançar para o futuro do País é ferrovia para transportar as cargas e cabotagem para conectá-las entre as grandes cidades”. A Transnordestina Logística S/A é uma empresa privada do Grupo CSN que está construindo uma ferrovia de padrão internacional que pretende ser a solução logística integrada para atender o Nordeste do
Construção Ceará -
35
Brasil, com foco no agronegócio e na indústria mineral. A malha da Transnordestinavai interligar Eliseu Martins, no sertão do Piauí, aos portos de Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco. Os dois portos são estrategicamente localizados em relação aos grandes mercados consumidores e têm capacidade de operar navios “cape size”, os maiores navios de carga em utilização atualmente. Quando estiver operando, a ferrovia terá capacidade para transportar até 30 milhões de toneladas por ano, com destaque para minério de ferro, grãos (soja, farelo de soja, milho, algodão) e gipsita (gesso agrícola que tem aplicação como corretivo do solo e como gesso industrial). O empreendimento será responsável pela criação de milhares de novos empregos, pois ajudará a dinamizar a economia da região. O centro da obra da ferrovia Transnordestina é o município de Salgueiro, em Pernambuco. É de lá, mais especificamente do canteiro industrial, que sai toda a matéria-prima para as frentes de trabalho nos três Estados. Esse canteiro reúne a fábrica de dormentes (a maior do mundo, com capacidade de produção de 4.800 dormentes/dia); o estaleiro de solda (que solda os trilhos até ficarem com 240 metros, tamanho em que são transportados para a frente de trabalho) e a central de britagem (com capacidade aproximada de 5.000 m3/dia). Enquanto as obras avançam no sertão nordestino, a Transnordestinadesenvolve, em paralelo, um projeto de pesquisa arqueológica que está ajudando a contar parte da história do Brasil. Idealizado em parceria entre a Transnordestina Logística S/A
36 - Construção Ceará
e a empresa Zanettini Arqueologia, o projeto já revelou milhares de peças pré-históricas, que datam de até 6.000 anos, como ferramentas e machadinhas de pedra lascada e objetos de cerâmica indígena antigos. Para o presidente da Transnordestina, Ciro Gomes, a obra é uma revolução logística. “Ela passa por um interior de enorme potencial agrícola e regiões com ferro e níquel, integrando dois portos: o do Suape, em Pernambuco, onde está ficando pronta a Refinaria Abreu Lima, e o Porto do Pecém, no Ceará, onde fica a Siderúrgica do Pecém”. Ciro Gomes destaca que são perto de 1,8 mil quilômetros de ferrovia, e que mais de 54% já estão prontos. “Temos seis mil e quatrocentos homens trabalhando, e a evolução da obra passa de um por cento ao mês. É uma grande frente onde não se fala em crise. E eu estou no board da Companhia Siderúrgica Nacional, como diretor-presidente da Transnordestina. Na prática, sou o responsável por fazer as coisas acontecerem”. Para Ciro, “hoje temos menos ferrovias do que na década de 1950, quando o País tomou a decisão de
privilegiar a indústria automobilística. Foi um equívoco estratégico: 80% da população mora a até 200 quilômetros de uma costa gigante, a interligação deveria ser feita por cabotagem. Os grandes centros de produção, por sua vez, estão a mil, 1,5 mil quilômetros para o interior. Tudo isso deveria ser drenado para a cabotagem por ferrovias. Uma ferrovia é mais cara de se implantar, porém muito mais barata de usar. A rodovia é o contrário: mais barata de implantar e muito mais cara de usar».
Os trechos da Transnordestina Missão Velha-CE/Salgueiro-PE: 96 quilômetros Missão Velha-CE/Pecém-CE: 526 quilômetros Salgueiro-PE/Suape-PE: 544 quilômetros Salgueiro-PE/Trindade-PE: 163 quilômetros Trindade-PE/Elizeu Martins-PI: 423 quilômetros Total 1.753 quilômetros.
INFRAESTRUTURA
Ceará avança nas PPPs Serão construídos em Parcerias Público Privada o Hospital Metropolitano, Hospital Nossa Senhora da Conceição, Ponte Estaiada, unidades Vapt, Vupt e Centro Administrativo de Fortaleza
A
Lei 11.079, que trata sobre as Parcerias Público-Privadas (PPPs) foi promulgada há 12 anos, a partir da necessidade do Estado em buscar apoio para a realização de suas ações, onde empresas privadas colaboram na implantação de alguns serviços públicos e os financia individualmente. Neste momento de crise de recursos do governo, as PPPs passam a ser o principal caminho a ser seguido pela indústria da Construção Civil no Brasil. É hora da união de forças da iniciativa privada para buscar investir em infraestrutura e serviços e trabalhar o crescimento das
38 - Construção Ceará
cidades e do País, proporcionando assim a diminuição do crescimento da dívida pública que gera a crise fiscal, ajudando a aumentar a arrecadação e otimizando os gastos públicos orçamentários. No Ceará a primeira PPP foi a Arena Castelão. Já finalizada e hoje administrada pela iniciativa privada. Estão em curso três PPPs no Estado. Uma para construção do Hospital Metropolitano em Maracanaú. Outra a das unidades Vapt Vupt. E uma terceira para Ponte Estaiada. A que está mais atrasada é a Ponta Estaiada. Uma obra de R$ 338.071.554,00 com repasse mensal de R$ 895.085,42 num prazo de oito anos ainda não saiu do papel. Esta PPP
é para manutenção e conservação estrutural e rodoviária do Sistema Viário de Interseção e acessos de vias urbanas à CE 040. O consórcio ganhador é formado pela OAS-Marquise. Para o Hospital Metropolitano o investimento é de R$ 2,5 milhões. É uma PPP de concessão administrativa de 25 anos. Foi constituída a Ceará Saúde S.A que administrará o Hospital. Para as Vapt Vupt o investimento é de R$ 640.622.227,56 com repasse mensal de R$ 3.861.736,94 num contrato de 15 anos. Em funcionamento já as unidades de Messejana e Juazeiro do Norte. Serão construídas ainda unidades em Sobral (uma) e Fortaleza (duas). Toca as obraa SPE Ceará Serviços de Atendimento ao Cidadão S.A.
Construção Ceará -
39
Em estudo mais oito PPPs: Sistema de Cogeração de Energia e Gás Natural para o Centro de Eventos do Ceará. • Arco Metropolitano. • Terminal Intermodal de Cargas do Pecém. • Trem do Cariri. • Metrô de Fortaleza. • Complexo de Alta Segurança do Estado. Unidades Socioeducativas. • Centro de Entretenimento e Convenções do Ceará, na Praia Mansa. A Prefeitura de Fortaleza ainda não implantou nenhuma PPP. Mas já sinalizou que começa com a transferência dos sete terminais de ônibus urbanos para a iniciativa privada através de concessão valendo a partir de 2016. Tem outras três em elaboração. Uma é para melhorias no Hospital Nossa Senhora da Conceição, no Conjunto Ceará. Outra a PPP do Centro Administrativo de Fortaleza, A terceira de requalificação do Centro da Cidade. Para o Nossa Senhora da Conceição serão investidos R$ 800 milhões com a administração do novo hospital por conta da iniciativa privada. O Centro Administrativo atrai os empresários pela grande obra de construção e administração em troca de aluguel mensal ainda a ser definido. A requalificação do Centro é outra PPP que ainda não avançou muito, mas a promessa é que comece ainda na gestão do prefeito Roberto Cláudio. Durante o Ciclo de Desenvolvimento Regional realizado no Gran Marquise Hotel, em novembro, as PPPs foram temas de discussão entre os grandes grupos econômicos do Estado. A Companhia Siderúrgica do Ceará (CSP) é uma PPP entre Governo Federal, Governo Estadual e um consórcio internacional. A CSP esteve presente no evento e revelou que entra em funcionamento em fase de teste no primeiro trimestre de 2016, empregando inicialmente 4 mil pessoas, sendo 2,8 mil empregos dire-
40 - Construção Ceará
tos e 1,2 mil terceirizados. A produção será de placas laminadas de aço com capacidade para 10 bilhões de toneladas-ano. A produção será para atender a demanda de exportação. Quando em produção a CSP vai representar 12% do Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará. Já a Grendene com suas três fábricas
no Estado (Fortaleza, Sobral e Crato) emprega mais de 24 mil pessoas na produção de calçados de plástico. Há 25 anos no Ceará, a Grendene conta com incentivos fiscais para se manter no Estado e pretende fazer PPPs nos próximos anos, dependendo dos atrativos oferecidos. O prefeito de Fortaleza, Roberto
Cláudio (PDT) entregou a primeira rua compartilhada da cidade, desenvolvida ao longo da Rua Otoní Façanha de Sá, no Dionísio Torres. O projeto pioneiro é uma Parceria Pública Privada (PPP) entre a Prefeitura de Fortaleza e o Hospital São Carlos. Segundo o prefeito, o esforço coletivo é importante para a construção de projetos inovadores na cidade. “Essa parceria transformou um espaço usado muitas vezes como um estacionamento irregular de carros e motocicletas, num espaço para a cidade: uma rua de uso compartilhado que a cidade já está utilizando para pedestres, ciclistas, com a presença de uma pequena biblioteca, bancos, árvore e sombra. Isso acaba dando a possibilidade das pessoas usarem esse largo como um espaço de praça pública”, afirmou. O objetivo é que pedestres e bicicletas convivam harmonicamente, utilizando simultaneamente o mesmo espaço público. O único trânsito de veículo automotor permitido será a circulação de ambulâncias, em caso de emergência. O Sinduscon-CE promoveu o Seminário PPPs e Concessões Região Nordeste – Oportunidade de Negócios para as Empresas, no Centro de Eventos do Ceará. “Mesmo sendo uma entidade de classe, vemos nas PPPs um formato que dá acesso à sociedade a uma série de serviços, tornando as cidades mais completas”, afirma o presidente do Sinduscon-CE, André Montenegro.
42 - Construção Ceará
GRANDES OBRAS
Itaipu gera energia para o Brasil e Paraguai Binacional começou a ser construída em 1974, mas só começou a operar em 1984, garantindo reserva elétrica para os dois países.
C
onstituída em maio de 1974, Itaipu começou a ganhar projeção a partir de 1979, quando os possíveis impactos da formação do reservatório passaram a merecer análises de toda ordem. Em 13 de outubro de 1982, começou a ser formado o reservatório, que atingiu em 14 dias a cota programada. A usina de Itaipu começou a operar dois anos depois com a capacidade de 14 mil megawatts. Itaipu é uma usina hidrelétrica no rio Paraná, localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai, e é segunda posição na seleção das 10 maiores hidrelétricas do mundo. O nome Itaipu foi tomado a partir de uma ilha que existia perto do local de construção. No idioma guarani, Itaipu significa a pedra a soar. Das 20 unidades geradoras instaladas
atualmente, 10 geram a 50 Hz para Paraguai e 10 geram a 60 Hz para Brasil. A maior usina é de Três Gargantas, na China com capacidade de geração de 22.500 megawatts. A usina permitiu a resolução pacífica de uma disputa de fronteiras entre Brasil e Paraguai. A entidade binacional criada para construir a usina de Itaipu foi uma iniciativa precursora de integração entre países no continente sul-americano, sendo um dos exemplos que levaram à criação do Mercosul. A construção da usina exigiu a implantação de estradas, ruas, escolas e hospitais nas duas margens, Brasil e Paraguai. O pagamento de royalties pela geração de eletricidade representa aproximadamente US$ 230 milhões por ano a cada país. No Brasil, o montante repassado aos municípios vizinhos ao reservatório significa em média um aumento de
52% na arrecadação, beneficiando cerca de 600 mil pessoas. A usina criou em 2003 o Parque Tecnológico Itaipu (PTI9), um centro de ensino e pesquisa em educação, ciência e tecnologia10, que atua em parceria com instituições de ensino públicas e privadas. O PTI cresceu e abriga, hoje, a sede provisória da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). Para apoiar e promover a utilização de energias alternativas nas propriedades rurais da região, Itaipu mantém a Plataforma Itaipu de Energias Renováveis11, voltada a pesquisas em biomassa, hidrogênio e energia eólica e solar. Outro projeto importante na área tecnológica é o do Veículo Elétrico12, uma parceria com a empresa suíça KWO, com a montadora Fiat e com empresas do setor elétrico brasileiro. Já foram produzidos mais de 60 carros elétricos, em galpões da própria usina, que hoje rodam em testes por várias regiões do Brasil. A maior hidrelétrica do mundo em geração de energia é também a promotora do mais abrangente programa de cuidado com as águas em desenvolvimento no setor elétrico brasileiro. Assim é a Itaipu Binacional com seu programa Cultivando Água Boa – uma ampla iniciativa concebida a
partir do reconhecimento da água como recurso universal e, portanto, um bem pertencente a todos. Criado em 2003, o programa Cultivando Água Boa forma uma verdadeira rede de proteção dos recursos da Bacia Hidrográfica do Paraná 3, localizada no oeste do Paraná e sul do Mato Grosso do Sul, na confluência dos rios Paraná e Iguaçu. Atualmen-
te, são desenvolvidos 20 programas e 65 ações que vão desde a recuperação de microbacias e a proteção das matas ciliares e da biodiversidade, até a disseminação de valores e saberes que contribuem para a formação de cidadãos dentro da concepção da ética do cuidado e do respeito com o meio ambiente. Mais do que um projeto ambiental, o Cultivando Água Boa é um movimento de participação permanente, que envolve a atuação de aproximadamente 2 mil parceiros, dentre órgãos governamentais, ONGs, instituições de ensino, cooperativas, associações comunitárias e empresas. Hoje, Itaipu sobrevive também do Turismo, onde milhares de pessoas mensalmente visitam a usina, gerando uma renda extra para a binacional.
De todas as obras de infraestrutura de que o Brasil necessita, a eletricidade é talvez a mais importante. Porque a energia elétrica é fundamental para tornar sustentável o desenvolvimento do País. Não é à toa que o Governo Federal dá hoje atenção ao setor elétrico, tanto na produção de energia por meios convencionais quanto na produção de energias alternativas. Mas são as hidrelétricas o foco principal, já que o aproveitamento dos nossos rios é o investimento mais sensato e de resultados mais objetivos. E a Amazônia é a região que concentra os rios cujo potencial hidráulico está praticamente sem aproveitamento. E usina de Belo Monte em construção passará a ser a maior obra hidrelétrica do Brasil com 11.233 megawatts.
Construção Ceará -
45
FORTALEZA EM FOTOS
A Fortaleza de Quintino Cunha Irreverente poeta marcou a história da cidade como grande orador e advogado criminalista. A Praça do Ferreira era seu local preferido Por Fátima Garcia
J
osé Quintino da Cunha nasceu na em Itapajé, Ceará, antiga vila de São Francisco de Uruburetama, no dia 24 de julho de 1875, filho de João Quintino da Cunha – professor e jornalista e de dona Maria Maximina Ferreira Gomes da Cunha, professora e solista da igreja. A educação básica foi cumprida na Escola Militar do Ceará, pois Quintino tinha propensões à vida militar. Com a extinção da entidade, o poeta, que já fazia versos aos 15 anos, embarcou para a Amazônia. Ali recebeu provisão para advogar, antes mesmo de se formar em Direito, ficando lá por cinco anos. Depois, em 1907 viajou para a Europa, onde publicou o seu primeiro livro, “Pelo Solimões”. Conviveu e fez amizade com diversos escritores estrangeiros. Depois voltou ao Ceará e matriculou-se na Faculdade de Direito do Ceará, concluindo os estudos em 1909. Em seguida começou a exercer a profissão de
46 - Construção Ceará
advogado criminalista. Quintino tinha o dom da oratória, mas ficou realmente famoso pela sua faceta de boêmio e, principalmente, pelas suas tiradas criativas, repentes que faziam o deleite dos amigos e causava inveja aos inimigos. Torna-se, desde então, no Ceará, orador consagrado, repentista, poeta boêmio, além de profissional do Direito. Casou-se várias vezes, e vivia em constante penúria financeira. Quintino Cunha era figurinha carimbada nos cafés e bares da Praça do Ferreira dos anos 1920/30. Conta Raimundo Girão que, Quintino pulava de mesa em mesa e fazia do Café
Riche seu escritório de advocacia. Orador fluente e singelo, ele tinha clientela, embora não a procurasse. Suas argumentações no júri tornaram-se famosas pela originalidade, porém seus apartes circulavam como inimitáveis. José Barros Maia, o arquiteto Mainha, conta que conheceu Quintino Cunha nos anos 1930, um tipo muito especial. Defendia um réu com grande brilhantismo e, no dia seguinte, andava de chinelo pelas ruas. Certa vez vinha em um trem, de chinelo, com uma cesta de ovos e o Dr. Campelo, que era um homem afamado e elegante, encontrou-se com Quintino e disse: “Quintino, você nesses trajes envergonha a classe” Ele replica: “Campelo, felizmente eu envergonho a classe pelos pés, e você a envergonha pela inteligência”. E tinha outra com o J. da Penha. Ele vai entrando na Assembleia quando J. da Penha vem descendo, acompanhado de uma prostituta. Aí perguntaram:
“Quintino, o que é isso”? E ele: “é um homem que se diz Penha atrás de uma mulher que se dis puta” A Praça do Ferreira da época de Quintino Cunha - anos 30 Não se sabe ao certo qual situação inspirou Quintino, mas são dele os versos: “Adeus casinha da fome, jamais me verás tu/ Aqui criei ferrugem nos dentes, teia de aranha no cu”. A irreverência do poema, dizem, teria nascido de uma temporada na casa de amigos, ainda na infância, onde não lhe serviram nada além de bolachas e água. Mas se fala também de um curto período na fazenda de um de seus clientes, conhecido pela mesquinhez. Certa vez, Quintino foi contratado para defender um réu em Natal. O promotor, na sua sustentação oral, citou três grandes juristas franceses que reforçavam a tese defendida pela acusação. Quintino, aproveitando a deixa, também invocou a falácia do apelo à autoridade e recheou a sua sustentação oral da seguinte forma: “caros jurados, como dizia o grande Filomeno Gomes, a lei não deve ser flexível, e sim rígida, coesa, soberana e forte”. O júri, impressionado com a grande erudição demonstrada pelo advogado, inocentou o acusado. Após a decisão do júri, o jovem promotor perguntou a Quintino:
“nobre colega e bom mestre, por favor, me dê o nome do livro daquele grande jurista Filomeno Gomes que você citou, pois fiquei admirado com a força das palavras dele”. Ao que Quintino respondeu: “Coisa nenhuma! Filomeno Gomes é um vendedor de cigarros lá do Ceará”. Em outra ocasião Quintino teria presenciado uma discussão acalorada entre um advogado e um promotor quando ocupava temporariamente o cargo de juiz da comarca de Lages. – O senhor é um mentiroso! , gritou um. – E o senhor é um caluniador!, esbravejou o outro. Foi a vez de Quintino: Agora, que os dois já se apresentaram, podemos continuar os debates. Noutro júri realizado no Ceará, o assistente da acusação mandou fazer um caprichado desenho da arma do crime. Exibiu aos jurados uma cartolina branca com uma ilustração detalhada do punhal utilizado para assassinar a vítima. Vendo que os jurados haviam se impressionado com a gravura, o matreiro advogado Quintino Cunha pediu um aparte e perguntou: – “Caro colega, caso aqui estivéssemos tratando do crime de sedução, qual seria o instrumento do crime que Vossa Senhoria estaria aqui apresentando aos jurados?” Todos caíram na gargalhada. O réu acabou absolvido.
De acordo com Otacílio de Azevedo, Quintino Cunha era poeta, mas não se misturava muito com a classe. Preferia o convívio dos advogados, deputados e desembargadores. Era grande orador, bom advogado, melhor do que poeta. No que era realmente extraordinário era no repente, na piada, no improviso. A grande maioria de suas vitórias no fórum era devida mais a sua presença de espírito do que mesmo à sua cultura jurídica. Otacílio lembra um dia quando estavam numa banca de café, e alguém se aproximou e disse: Quintino, você já sabe que o Brasil vai entrar na guerra? E ele imediatamente: então vão ser precisos dois exércitos. Dois exércitos, perguntaram – por quê? E ele ferino: um para levar o outro à força... Para o escritor, Quintino poderia ter-se projetado em qualquer campo de atividade intelectual, graças à sua formidável inteligência, à sua memória prodigiosa, à sua capacidade de apreensão imediata das coisas. Esbanjou, porém, o seu talento nas bancas de cafés, provocando risos nos seus círculos de amigos que o acompanhavam noite e dia. Um dia Quintino viajava no bonde, perto do motorneiro, aí de repente, dá o sinal para parar. Olha para os outros passageiros e diz: – pessoal, vai descer um corno! Todo mundo ri. Ele desce e diz: – leve o resto, condutor! Quintino Cunha foi deputado estadual, ocasião em que defendeu a melhoria da instrução do povo e lutou contra a extinção da Faculdade de Direito, então cogitada na Assembleia. Residia na Avenida Visconde do Rio Branco, 3312 quando faleceu, na madrugada de 1º de junho de 1943, aos 68 anos de idade. Foi sepultado no Cemitério São João Batista, em cuja lápide com sua fotografia, consta a seguinte inscrição: “O Padre Eterno, segundo refere a História Sagrada, tirou o mundo do nada e eu nada tirei do mundo”.
Construção Ceará -
47
TECNOLOGIA
Concreto Protendido é pau para toda obra Concretagem em protensão reduz incidência de fissuras, diminuição de peças, possibilidade de vencer vãos maiores e tem baixa manutenção
R
esistente. Durável. Uma solução para a concretagem na construção civil. O concreto protendido provoca resistência à tração do concreto. Encontrar meios de fazer o concreto ganhar força neste quesito é uma das batalhas da Engenharia, que tem como uma de suas grandes armas a protensão do concreto. Ela pode ser definida como sendo o artifício de introduzir na estrutura, um estado prévio de tensões, através de uma compressão prévia na
48 - Construção Ceará
peça concretada. Diante das vantagens que esta técnica pode oferecer, temos a redução na incidência de fissuras, diminuição das peças devido à maior resistência dos materiais empregados, possibilidade de vencer vãos maiores do que o concreto armado convencional. Protensão é uma tecnologia que confere maior resistência à tração, sendo bastante interessante em estruturas onde existem esforços de flexão elevados. Trata-se de uma tecnologia inteligente, eficaz e duradoura, capaz
Joaquim Caracas
de oferecer soluções estruturais com ótima relação custo-benefício. A protensão pode resultar em estruturas com baixa necessidade de manu-
tenção ao longo de sua vida útil, além de permitir características como: • Grandes vãos. • Controle e redução de deformações e de fissuração. • Possibilidade de uso em ambientes agressivos. • Projetos arquitetônicos ousados. • Aplicação em peças pré-fabricadas. • Recuperação e reforço de estruturas. • Reduz as quantidades necessárias de concreto e de aço, devido ao emprego eficiente de materiais de maior resistência. • Facilita o emprego generalizado de pré-moldagem, uma vez que a protensão elimina a fissuração durante o transporte das peças. Durante a operação de protensão, o concreto e o aço são submetidos a tensões em geral superiores às que poderão ocorrer na viga sujeita às cargas de serviço. A operação de protensão constituído, neste caso, uma espécie de prova de carga da viga. Lajes mais esbeltas do que as equivalentes em concreto armado. Isso pode reduzir tanto a altura total de um edifício, como o seu peso e, consequentemente, o carregamento das fundações.
50 - Construção Ceará
“As vantagens da tecnologia são diversas e justificam o seu emprego mundialmente para a execução de projetos arquitetônicos convencionais e arrojados em obras de pequeno, médio e grande porte”, destaca Joaquim Caracas, diretor da Impacto Protensão.
O artifício de protensão tem uma importância particular no caso do concreto pelas seguintes razões: O concreto é um dos materiais de construção mais importantes. Os ingredientes necessários à confecção do concreto (cimento, areia, pedra e água) são disponíveis a baixo custo em todas as regiões. O concreto tem boa resistência à compressão. Resistências da ordem de 200 Kgf/cm2 a 500 Kgf/cm2 são utilizadas nas obras. O concreto tem pequena resistência à tração da ordem de 10% de resistência à compressão. Além de pequena, a resistência à tração do concreto é pouco confiável. De fato, quando o concreto não é bem executado, a retração dele pode provocar fissuras, que eliminam a resistência à tração do concreto, antes mesmo de atuar qualquer solicitação. Devido a essa natureza aleatória da resistência a tração do concreto, ele é geralmente desprezadas nos cálculos.
CIÊNCIA
Topografia faz a descrição do lugar Demarcação de caminhos dão origem a ciência que evolui e hoje delimita propriedades em redor do mundo. Topografia surgiu junto com a cartografia há milhares de anos
T
opografia é a ciência que se ocupa da descrição do relevo de uma localidade (do grego, topos=lugar, região e graphen= descrição), ou ainda a arte de representar graficamente o relevo e as características desta localidade. Podemos dizer que a topografia surgiu simultaneamente à cartografia, de maneira instintiva e por causa das necessidades do homem de demar-
52 - Construção Ceará
car caminhos, locais de caça e, mais tarde, propriedades. As antigas civilizações, com destaque para os egípcios, chineses, gregos, árabes, romanos e babilônicos, já utilizavam diversos instrumentos que, embora bastante rudimentares, serviram para delimitar propriedades, traçar rotas comerciais e erguer suas construções. A “groma egípcia”, por exemplo, é
um instrumento manual com uma base em forma de “X”, suspensa por uma corrente e que tem pendentes em cada ponta do “X” uma corda com um pequeno peso. Além de ser utilizado para alinhar direções em áreas planas até objetos distantes e depois transferir as linhas para o solo marcando linhas retas, ainda podia ser usada para marcar ângulos necessários nas construções, como por
exemplo, nas pirâmides. A princípio, a cartografia e a topografia estavam bastante ligadas, pois não havia uma distinção clara entre representar um local ou seu relevo. O que se pode notar nas projeções cartográficas em relevo dos povos antigos (cartografia em relevo) que, além de representar regiões e rotas como um mapa (cartografia), também tentava retratar o relevo do local (topografia). Mas os instrumentos topográficos viriam a se desenvolver mesmo, apenas no Século XVII, quando Kepler inventou a luneta astronômica (1611), Torricelli inventou o barômetro, o inglês John Harrison inventou o cronômetro e, principalmente, quando a construção de limbos graduados deu lugar a construção dos primeiros teodolitos, instrumento ótico usado para medir com precisão ângulos horizontais e ângulos verticais. Os feitos mais importantes, no entanto, foram quando em 1873, Listing
54 - Construção Ceará
propôs a denominação de Geóide para a forma da terra (circunferência da terra que é determinada pelo nível médio dos oceanos em calmaria e se estende por sob os continentes formando um círculo) e Molodensky, em 1945, demonstrou que a superfície física da terra podia ser determinada a partir das medidas geodésicas (do geóide). Assim, os topógrafos passaram a formar as redes geodésicas, sistemas de determinação das
características físicas da superfície terrestre baseadas na altitude, com relação ao geóide, e longitude. E, talvez este sim, a maior revolução na topografia (e geografia em geral), foi à invenção do GPS (Sistema de Posicionamento Global) que trouxe a capacidade de determinar posições estáticas ou cinemáticas (em movimento) com muito mais rapidez e precisão do que qualquer outro método anterior.
OPINIÃO
Daniel Hakin
Consultor Masterfocus (Consultoria e Software para Construção Civil)
Brasil - Que País é este? Problemas e Soluções “O Brasil possui recursos que interessam e irão interessar o mundo e parte de nossos problemas não são econômicos e sim políticos. A micro economia está se justando”
A
credito que todos nós brasileiros das classes A e B tenham percebido que os anos de 2016 e 2017 serão imprevisíveis em vários aspectos. Em tempos como estes o uso correto de pessoas e de tecnologias pode reduzir em muito os custos e gerar maior produtividade e visão mais ampla de sua posição no mercado. Estamos falando em unir a estratégica com a gestão financeira mais pessoas qualificadas e indicativos de BI. Esta união acelera nossa capacidade de readaptação frente aos possíveis movimentos da economia e da politica nacional e internacional. Sabemos que a analise diária de forças e fraquezas irão se alterar de modo rápido e o único segredo será a proatividade de reação e correções em tempos mais curtos de avaliações. Na verdade estamos sem governo e sem plataforma macro econômicas
desde janeiro de 2015 e esta condição pode perdurar ainda por mais um ano. De modo criativo a micro economia está se justando por si mesma e procurando um modelo mais contraído de lucro e de negócios que pode ser chamado de “técnica de sobrevivência”. Acredito que cada um de vocês tenha percebido que mesmo as reduções de custos, busca de novos produtos, novas estratégias etc. precisam ser monitorizadas de modo intenso. Investir de modo incessante em ter estes atributos de gestão não irá resolver totalmente os problemas, mas pode propiciar ações mais inteligentes no sentido de criar “ar” e “sustentabilidade” para a espera de uma reorganização da área macro e política do país. Não estamos atravessando um tsunami temporário e que irá passar em breve. Nosso
mundo está complexo e não só o Brasil e a economia mundial estão sem bases técnicas para garantir que não haverá crises ou surpresas a qualquer momento. No futuro teremos que lutar sempre para manter nossa rentabilidade e nossos negócios através de nossos conhecimentos e nossas competências. O Brasil possui recursos que interessam e irão interessar o mundo e parte de nossos problemas não são econômicos e sim políticos. A maioria de nós nada poderá fazer pelo País e em prol de sua melhoria macro. O que podemos fazer é sermos melhores a cada dia e criar novas habilidades de lidar com fatores que não podemos mudar. Nossa postura de remendar problemas e postergar decisões pode e ainda é usada para o Brasil, mas para todos nós NÃO.
Construção Ceará -
55
NOVO OLHAR
Pesquisa pós-venda: satisfação do cliente e estratégia de negócio
E
m nosso último artigo, iniciamos uma reflexão acerca da importância da prática da “Pesquisa de Mercado”, ferramenta decisiva na busca da manutenção de um elo verdadeiro entre a sua empresa, o mercado consumidor e o cliente. Fazer uma leitura da realidade pode, em muito, contribuir com a eficiência das ações estratégicas e operacionais de seus negócios. Abordaremos a importância da pesquisa no pós-venda, cuja trata-se da aplicação de um questionário ao usuário consumidor do serviço e/ou produto em um momento subsequente à conclusão da transação comercial, tendo como sua função principal a obtenção do feedback, além do fechamento do ciclo PDCA na relação comercial das organizações. Como resultado, se tem a conquista de informações seguras acerca de rodo o processo experimentado pelo cliente e, quando validados estatisticamente, os permitirão assegurar o direcionamento de seu plano estratégico. Alguns detalhes devem ser tratados com extrema importância no processo de aplicação de uma pesquisa de pós-venda. Entre eles, podemos destacar o momento em que o questionário é aplicado, em que, no caso de centros automotivos, sugere-se que a pesquisa seja somente realizada após uma semana a realização do serviço. Assim, se permite ao cliente ter uma
56 - Construção Ceará
real noção de suas respostas, uma vez que o mesmo já fez o uso de seu veículo e possivelmente já terá sua opinião formada. Em outros ramos de atividades, portanto, este tempo pode ser distinto, sendo crucial permitir ao cliente ter uma experiência entes da avaliação. O formato da pesquisa e o canal comunicativo também podem fazer a diferença. A aplicação da pesquisa deve promover o menor nível de pressão possível, pela qual o cliente deve ter liberdade para dispor suas críticas sem achar que este fato seja descortês. Atenta-se, ainda, que um dos principais objetivos da pesquisa é obter as fragilidades do processo comercial, a fim de que se possa desenvolver ações corretivas imediatas. Nos casos em que a aplicação do questionário seja realizada no próprio estabelecimento, procure utilizar-se de aparatos eletrônicos como tablets e smartphones no intuito de isentar a possibilidade do pesquisador identificar as respostas. Essa ação fará o clima de segurança crescer e permitirá ao cliente usar toda emoção diante da experiência de consumo vivida. A condição na qual o questionário estará formatado é outro detalhe vital para o sucesso da pesquisa. Deve existir o cuidado, portanto, que não seja elaborado um questionário muito extenso e/ou preenchido com
Claudio Araujo Claudio Araujo claudioaraujo@secrel.com.br claudioaraujo@secrel.com.br Êxito Consultoria www.exitotreinamento.com.br www.exitotreinamento.com.br
questões irrelevantes. Nessa hora, ressalta-se a importância da empresa conhecer os FCS (Fatores Chave de Sucesso), em que, através deste conhecimento, a pesquisa torna-se fácil e objetiva, solicitando avaliações em uma escala de zero a cinco para os FCS e logo a empresa receberá o boletim do cliente. Na parte final do formulário, é interessante disponibilizar algum espaço para sugestões de forma subjetiva, em que as informações obtidas devem ser trabalhadas, permitindo entender a linguagem de seus clientes. Ao final do processo, tem-se a tabulação dos resultados da pesquisa. Após esse momento, e com os resultados em mãos, a liderança passa a ter material rico e confiável para trabalhar junto de sua equipe. Nesta hora, no entanto, existem duas linhas de condução: caso a pesquisa apresente resultados positivos, será a hora de promover a celebração, brindar com toda a equipe e potencializar a motivação com base em motivos concretos, reforçando a importância de manter a estratégia vencedora. Em caso de resultados negativos, a liderança dever usar o caminho do aprendizado, juntar a equipe e rever a estratégia, jamais sendo necessário buscar culpados ou muito menos gerar abatimento ou apatia. Descobrir o que não está funcionando deve ser encarado como vitória, mesmo que sejam necessários imediatos ajustes de rota.
SINDIAR-CE
Condicionadores de ar Por que comprar os aparelhos tipo Split nas lojas especializadas. Tem garantia de qualidade, preço justo e melhores condições de pagamento
N
a compra de um produto, pensa-se sempre em adquirir o melhor pelo menor preço e não seria diferente com um aparelho de ar condicionado tipo Split. Hoje, os principais pontos visados pelos clientes na compra de um Split são: preço, condição de pagamento, consumo elétrico, material de fabricação da serpentina, marca e garantia. Com todas essas exigências, muitas vezes o consumidor se perde na avaliação desse conjunto, por não dar importância a outro item bastante relevante, a Instalação do equipamento. Com o objetivo de orientar o consumidor para a compra, seguem algumas observações importantes. Que Produto Comprar? O ideal é que se faça uma visita para determinar a capacidade do condicionador de ar, a condição de instalação, de drenagem, da rede elétrica, tubulação frigorífica e apresentação ao cliente do portfólio de produtos adequados ao seu ambiente, trabalho este desenvolvido exclusivamente pelas lojas especializadas.
58 - Construção Ceará
Preço: Depende primeiramente do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Se tratando de pessoa jurídica com inscrição estadual, a alíquota do imposto para o crédito pode variar de 7 a 17%, dependendo do estado de origem do faturamento. No caso de pessoa física não existe crédito de ICMS, porém se o produto é faturado de outro estado, o consumidor poderá pagar, além do frete, a diferença deste imposto na entrada do produto no Estado do Ceará. Outro ponto importante: saber quanto a loja cobrará pela entrega do produto no local da instalação. O valor relativo à entrega é uma média de R$ 60,00 dentro da Região Metropolitana de Fortaleza. Condição de Pagamento: é importante ter atenção a esta condição para definir o preço proposto e compará-lo com outro fornecedor. Consumo Elétrico: o consumidor está sempre preocupado se o produto tem o Selo Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia
Elétrica) do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), porém desconhece que se faz necessário uma instalação adequada para que o produto desempenhe o seu rendimento máximo, gerando o melhor custo beneficio. Portanto, é de suma importância que a instalação seja realizada por profissionais habilitados, com as qualificações técnicas necessárias e devidamente registrados pelo órgão de engenharia (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará- CREA-CE). A aplicação de gases refrigerantes em quantidades excessivas e de procedência desconhecida tem sido utilizada por instaladores não habilitados, acarretando pressões mais elevadas, e por consequência, o aumento do consumo de energia e perda de rendimento. A utilização de tubulações frigoríficas fora das bitolas exigidas pelos fabricantes e a instalação inadequada das unidades evaporadora e condensadora em áreas de baixa troca de calor, são também responsáveis pelo aumento do consumo de energia. Aproveitando o assunto, é importante salientar a falta de segurança com instalação de condensadoras nas fachadas dos prédios com suportes inadequados ou sobre caixas de ar condicionado sem fixação adequada, podendo ocasionar graves acidentes em caso de queda. Material de Fabricação da Serpentina do Condensador: Em
60 - Construção Ceará
regiões próximas ao mar, a durabilidade dos condensadores cobre/alumínio comparado aos de alumínio/ alumínio tem se mostrado superior, porém, é um caminho sem volta, por motivo de custos na fabricação e a alta eficiência dos condensadores em alumínio/alumínio. Salientamos que todas as serpentinas chamadas de “cobre” pelo cliente, é um conjunto cobre/alumínio que sofrem as mesmas ações das intempéries de nossa região. A diferença entre os dois tipos é que o cobre/alumínio pode ser mais facilmente recuperado, enquanto a alumínio/alumínio é menos provável esta recuperação. O alumínio requer alguns cuidados na sua aplicação ainda desconhecidos por muitos instaladores de Split. Lembramos ainda ao cliente que veículos 4x4, que trabalham em situação severa, têm seus sistemas de ar condicionado fabricados em alumínio há muitos anos, sem apresentar problemas aos fabricantes e clientes. Marca: Hoje existem diversos fabricantes estabelecidos no Brasil na produção de SPLITS com excelente qualidade. O importante é escolher a marca que proporcione o melhor pós-venda, através de suas redes de assistências técnicas. Garantia: Cada fabricante tem suas particularidades, porém existe
um ponto em comum entre eles. Como cada fabricante tem sua rede de instaladores credenciados, para que a garantia seja mantida, se faz necessário que as instalações sejam realizadas por credenciados, caso contrario, a garantia do produto fica reduzida a 90 dias. Aí a importância em se comprar e contratar serviços com empresas especializadas. Estas têm a obrigação de prestar serviços diferenciados, com a garantia completa, apresentação de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e nota fiscal do serviço realizado, ficando responsável juntamente com o fabricante durante toda a garantia do produto. É muito importante que o cliente tenha consciência que, ao adquirir um Split em uma loja não especializada, a sua garantia é de responsabilidade única do fabricante. A loja será simplesmente um revendedor. Após o prazo estipulado pelo Código do Consumidor, qualquer problema com o produto deverá ser atendido por um assistente técnico credenciado do fabricante que não teve nenhum vínculo com o cliente no momento da venda. Portanto, antes de comprar um Split, pense e decida se realmente não vale à pena procurar uma loja especializada.
LANÇAMENTO
Alcoa lança novas esquadrias Gold Linha entra em uma nova geração e aperfeiçoa seus atributos para atender melhor o mercado residencial de médio e alto padrão
A
Alcoa lançou em Fortaleza a nova linha Gold, de Esquadrias. Em evento, na cobertura do Gran Marquise Hotel, a Alcoa em parceia com a Alconort mostraram o novo sistema de esquadrias. A nova linha Gol apresenta três versões para as principais tipologias, que podem ser fabricadas com os mesmos perfis, em um mesmo estampo, com design único e desemprenho superior. Voltada para o segmento residencial de bitola 30 mm, a Nova Golg é diferente. O projeto consumiu mais de US 2,4 milhões em dois anos de estudo. O produto que oferece para todas as tipologias tradicionais design arrojado e componentes de alta qualidade que aliam desempenho e
praticidade de montagem. Essa é a Nova Gold Tradicional. Tem a Nova Gold Contact que traz exclusivo para tipologias de correr com componentes especiais que oferecem um alto desempenho acústico à esquadria. Já a Nova Gold+ foi desenvolvida para tipologias de correr. É um produto inovar com exclusivo fecho no marco, vidro e menos alumínio aparente, design e 7 a menos que a Nova Gold Tradicional. Com esse lançamento, a Alcoa reforça sua premissa de inovação e mostra, que conta com o mais completo portólio de soluções em esquadrias de alumínio do Brasil. A linha foi transformada por completo, tantos ois perfis como os
componentes utilizados. A ideia foi focar em pontos fundamentais para o desempenho de esquadrias, como design e conforto acústico, além de estanqueidade ao ar e à água. O responsável pelo Mercado e Produtos para Construção Civil da Alcoa, Philippe Sierro esteve em Fortaleza para a festa de lançamento. “O desenvolvimento dessa linha ressalta a importância do segmento da construção civil ara Alcoa. Estamos oferecendo um sistema completo que garante qualidade. Ele se diferencia em inovação, soluções otimizadas em engenharia, e criatividade e design, além de chegar com excelência à rede de distribuição, dar suporte técnico ao cliente, e treinamento e
Construção Ceará -
61
capacitação”, disse Sierro. O gerente de marketing da Alconort, Thiago Costa, disse para revista Construção Ceará, que a nova linha já está no mercado e a disposição dos construtores. “Destaco a evolução acústica da linha, que possibilita mais conforto para as pessoas dentro de suas residências. Tem a linha Gold Contact que oferece totais condições para que o edifício seja classificado como Desempenho Superior de acordo com a norma 15.575, mesmo em regiões
com altos índices de ruído”. Thiago lembra a parceria com a Coopercon-CE. “A Coopercon representa as maiores construtoras do Estado e é nossa cliente. Agora com a linha Gold vamos estreitar essa parceria”, afirmou. São seis tipologias da nova linha Gold: janelas de correr, portas de correr, janelas e portas integradas, janelas maxim-ar, janelas abre e tomba e janelas e portas de giro. Um dos destaques da nova linha é que permite uma grande variedade de montagens e tipologias sem mudar o design da esquadria, e torna o projeto esteticamente mais harmonioso, além de proporcionar sofisticação aos ambientes. Baguetes ocultos nos montantes das alturas, nas tipologias de Correr e Porta de Giro, diminuem as linhas de marcação e deixam o visual da esquadria mais limpo. Travessas da bandeiras e peitoril dimensionadas para vencer vãos sem necessidade de montantes intermediários. Nas tipologias de Correr existe a opção de um fecho exclusivo instalado no próprio marco. Já nas tipologias Maxim-ar, há duas opções de fechos com design diferenciado. Toda a novidade linha foi conferida por construtores, arquitetos, engenheiros e design durante o lançamento na Alcoa, em Fortaleza..
Matriz Av. Francisco Sá, 5700 Alvaro Weyne, Fortaleza/Ce Fone: +55 (85) 3464.2255
Filial Aldeota Av. Antônio Sales, 2155 Aldeota, Fortaleza/Ce Fone/Fax: +55 (85) 3264.7070
Filial Passaré Av. Silas Mumguba, 5541 Passaré, Fortaleza/Ce Fone/Fax: +55 (85) 3469.5777
Filial Cariri Av. Padre Cícero, 3313 Triângulo Juazeiro do Norte/Ce Fone/Fax: +55 (88) 3571.6464
TECNOLOGIA
Energia elétrica no limite Fontes alternativas de energias limpas sofrem com falta de investimento para produção em grande escala, mas já abastecem pequenas cidades
O
Brasil já enfrenta um colapso de energia elétrica. Os apagões são comuns nas grandes cidades. O sistema está sobrecarregado. Qual a solução? As entidades ambientalistas apontam para as energias limpas. Não poluentes elas estão em abundância na natureza. Mas por quê então não se produz energia limpa no Brasil em escala industrial ? Vai naquela velha questão de que a energia alternativa é cara. Mas esta afirmação não é verdadeira se a produção
64 - Construção Ceará
for em grande escala. Segundo o diretor do Núcleo de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade Positivo, Luciano Carstens, o consumo de energia no Brasil cresce acima da capacidade produtiva devido a fatores relacionados com o aumento da população, do número de veículos por habitante e da renda per capita. Ceará, por exemplo, tem sol praticamente o ano inteiro, e não temos uma política pública de geração efi-
ciente de energia solar. Nem a eólica, canta em prosa e verso, está sendo produzida para abastecer sequer uma cidade cearense. E o projeto da energia das ondas do mar cearense, por quê deu para trás? Estas questões que a Revista Construção Ceará busca responder nesta reportagem. Primeiro destacamos que preocupação sim de autoridades com a questão. Temos o Ministério das Minas e Energia que vem até desenvolvendo algo para incentivar a energia alternativa. Mas ainda é pouco para as nossas necessidades. Um seminário sobre Mudanças Climáticas, em São Paulo, discutiu erm novembro as implicações e oportunidades para o meio empresarial diante da nova INDC brasileira (Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas, em tradução livre). O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, esteve presente, mas quem roubou a cena no evento, foi o presidente da Vestas (líder mundial no setor de eólica), Rogério Zampronha. Ele que representou o Conselho Empresarial Brasileiro
para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), anunciou propostas nas áreas de renováveis e de eficiência energética por meio do Conselho de Líderes. A Vestas está investindo R$100 milhões em uma nova fábrica em Aquiraz, que será inaugurada neste mês de dezembro. “O Brasil tem enormes vantagens comparativas nessa área. Nenhum segmento em energias renováveis é mais competitivo que a eólica”, assegura Zampronha. Para ele, a meta voluntária do Brasil (INDC) para energia eólica é bem factível. “Além do vento ser muito bom (constante e forte), o Brasil tem uma cadeia de suprimentos sólida e bem desenvolvida nesta área”, destaca. Sobre a ampliação do uso de renováveis como previsto nas INDCs, por meio da expansão da geração de eólica e solar, e relação com a resolução da falta de água no Brasil, Zampronha diz que “se não fosse a energia eólica o Nordeste estaria passando por muitos problemas de falta energia. A meta de 23% de renováveis na matriz brasileira é ambiciosa e os desafios são os gargalos de infraestrutura”.
O grupo discutiu como o setor pode atuar para que o Brasil consiga cumprir o compromisso de reduzir as emissões de gases em 37% até 2025. A nova INDC foi anunciada pela presidente Dilma Rousseff em setembro deste ano, em Nova Iorque. A intenção é estabelecer formas mais proativas de participação do empresariado brasileiro na promoção de uma economia de baixo carbono. Além disso, foram discutidas as consequências e as oportunidades geradas pela nova meta, assim como as necessidades de adequação dos setores produtivos. Eduardo Braga lembra que o Brasil precisa enfrentar o desafio de substituir 15 gigawatts em usinas térmicas ineficientes, caras e poluentes por novas formas de geração, mais limpas e baratas. “O desafio é como descontratar esses 15 GW. Ouço dizer que esses contratos são ‘imexíveis’, mas não são, existem cláusulas”, afirma o ministro. SOLAR Um exemplo do bom uso da energia solar está sendo dado pelo Centro de Distribuição da Pague Menos.
Uma minigeradora entrou em funcionamento em novembro e está suprindo em 30% o consumo mensal da unidade em Fortaleza. Com isso a Pague Menos economizará R$ 30 mil ao ano o que dá cerca de R$ 1,5 milhão em 20 anos. Foi estabelecido um contrato com a Helio Energias Renováveis para este fim. A minigeradora tem potência de 150 kW, o que daria para abastecer cerca de 145 casas por mês. O parque da Pague Menos tem capacidade de produção de 19,2 mil kWh de energia por mês. Com misos se evita a emissão de 230 toneladas de CO2 na atmosfera. A diretora de operações da Helio Energias, Tâmara Cidade, revela que o sistema na Pague Menos utiliza 588 placas fotovoltaicas, ocupando 988 metros quadrados na cobertura do Centro de Distribuição. “As placas estão estrategicamente dispostas para receber maior incidência solar ao longo do dia, aproveitando assim, sua capacidade máxima de produção”, ressalta ela. Os pesquisadores apostam que a energia solar é limpa e renovável e vai substituir o petróleo em breve. Até que isso aconteça que tem baratear as placas de silício necessárias para captar a energia solar. Hoje estes painéis são caros, pesados e grossos. Já há a placa fotovoltaica orgânica, que podem ser adaptadas no teto de um carro, nas janelas das casas ou mesmo em mochilas. ELÉTRICA As notícias são ruins, no que pese a Itaipu tenha atingido em novembro passado uma produção recorde acumulada de 2,3 bilhões de megawatts-hora. Segundo a Itaipu toda essa energia foi produzida em 31 anos e sete meses, a contar de maio de 1984, quando a usina binacional (Brasil-Paraguai) começou a operar. Conforme a Itaipu, essa energia seria suficiente para atender a
Construção Ceará -
65
demanda de eletricidade do mundo inteiro por 38 dias e dez horas. Só o mercado nacional seria atendido por quatro anos e dez meses. Atenderia a maior cidade do Brasil, São Paulo, por 78 anos. Mas não é garantia de futuro. A energia elétrica está cada vez mais escassa. E a solução são as alternativas. O Ceará tentou a produção de energia de ondas do mar. Um projeto piloto até começou a ser testado no Pecém, nas sofreu solução de continuidade. A usina piloto de produção de energia elétrica mediante o uso da força das ondas do mar, que foi instalada no quebra-mar do Terminal de Múltiplas Utilidades do Pecém (TMUT), no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), em São Gonçalo do Amarante, está suspensa para reavaliação dos parceiros: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Ceará e Governo do Ceará. A área de 200 metros quadrados no quebra-mar do TMUT para abrigar a usina piloto - a primeira da América latina, chegou a funcionar por um ano, mas depois foi abandonada. A usina que era para funcionar por três anos para avaliação da tecno-
logia que aproveita a regularidade dos ventos e freqüência das ondas do mar no litoral cearense para a produção de energia elétrica, parou com um ano. A produção deveria ser de 100 kW é o equivalente ao consumo de 60 casas do padrão médio de consumo de energia elétrica no Estado e mesmo em fase de pesquisa gerará energia suficiente para ser aproveitada. A implantação da usina piloto prevê, além da aplicação de R$ 1 milhão pelo Governo do Estado, mais R$ 11 milhões da Aneel, oriundos do item Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologias da Tractebel, a serem investidos na fabricação, instalação e monitoramento das duas células da Usina de Ondas e de mais um braço para o dessalinizador. O projeto busca dinamizar a matriz energética cearense, dando seqüência às pesquisas da Coppe/UFRJ e UFC com apoio do Governo do Estado. Os parques eólicos no Ceará funcionam em Fortaleza, Aquiraz, Trairi, Aracati, São Gonçalo do Amarante, Acaraú, Amontada, Beberibe, Camocim e Paracuru. São 59 usinas operando, sendo 44 de grande porte e 15 microgeradoras. Onze estão
em construção e 48 receberam autorização para construção. O Ceará criou a secretaria adjunta de Energia. Mineração e Telecomunicações ligada à Secretaria de Infraestrutura. O secretário adjunto de Energia é Renato Rolim. “O Ceará, desde a implantação dos primeiros parques eólicos comerciais, foi líder em capacidade instalada e em produção de energia eólica. Agora o estado precisa retomar a posição de destaque tanto na implantação de parques eólicos como também de usinas solares, que são áreas de grande potencial no estado”, reforça Renato Rolim. De acordo com ele, a secretaria deve elaborar projetos e estudos de viabilidade e realizar obras que garantam conexão dos empreendimentos a rede elétrica e infraestrutura de transporte e logística. Além disso, a unidade vai ficar em contato com os investidores, dando, por exemplo, amparo tributário. Pioneiro no estímulo a geração de energia eólica no Brasil, o Ceará conta hoje com 59 das 203 usinas eólicas em operação no Brasil. De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Eólica, o Estado tem o terceiro maior potencial eólico do país, com outros 58 empreendimentos em construção, totalizando um investimento de R$ 6 bilhões. Já em relação a geração de energia solar, o Ceará ocupa o sétimo lugar, com 30 usinas fotovoltaicas no Estado. Mais duas foram liberadas para instalação em Acopiara e Guaraciaba do Norte. Cada um vai produzir 1 megawatt de energia. São 4 mil painéis solares em cada um dos dois projetos. A presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica, Elbia Melo, diz que “embora venha enfrentando grandes desafios, a indústria, hoje em franco processo de consolidação, ainda precisa superar alguns entraves, como os problemas de logística para o transporte de equipamentos”.