Jogos da Freguesia - 10 anos

JOGOS DA FREGUESIA 10 anos

EDIÇÃO Junta de Freguesia de Lousã e Vilarinho Largo Alexandre Herculano, 20 3200-220 Lousã www.jf-lousanevilarinho.pt

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Imagens da autoria de: Carlos Antunes, Carlos Sêco, Catarina Santos, Helena Correia, Izabel Ferreira, Mário Maia, Maria da Graça Polaco e arquivo da Junta de Freguesia de Lousã e Vilarinho. É proibida a cópia total ou parcial desta obra. © JFLV 2015

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JOGOS DA FREGUESIA 10 anos

Uma década de Jogos da Freguesia 2006 - 2015

2006

2007

2008

2009

2010

Corrida

Saltar à corda:

Pau ensebado

Jogo da bota

Caçador

página 31

página 35

de três pernas página 21

ou mastro

individual ou grupo

página 27

página 23

4

JOGOS DA FREGUESIA 10 anos

2011

2012

Pilha três

Jogo da bola

2013

2014

2015

Corrida de sacos

Corrida de caricas

Tração à corda

página 39

página 43

página 49

página 51

5

página 59

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JOGOS DA FREGUESIA 10 anos

Os nossos territórios, por mais bonitos e privilegiados que sejam pela natureza, tornam-se ainda mais interessantes e cativantes quando as pessoas lhes emprestam a sua vivacidade e alegria.

Por isso dizemos, com um orgulho enorme, que a beleza com que a Natureza brindou a nossa terra só é suplantada pelas suas gentes. São elas que fazem a diferença.

E é na forma de conviver que podemos encontrar marcas identitárias que reforçam o nosso espírito comunitário.

E a maneira como os nossos antepassados brincavam mostra-nos também esse mesmo espírito que quem partilha e usufrui da natureza e da companhia dos seus. Por isso os jogos são sempre para «jogar em equipa».

E foi essa a razão inicial para a organização dos Jogos da Freguesia: levar aos mais novos, de uma maneira divertida, a riqueza do nosso património, ajudando dessa maneira a reforçar a nossa identidade.

E eis que passaram, quase sem darmos por isso, dez anos.

E é com o maior orgulho que hoje apresentamos esta compilação de alguns momentos dos Jogos da Freguesia. A comemorarmos uma década de Jogos da Freguesia, podemos dizer que esta atividade é muito mais do que um projeto anual de convívio e de

revitalização dos jogos e atividades lúdicas dos nossos antepassados. É um projeto do coração, plenamente integrado no património cultural e imaterial da nossa freguesia e do concelho da Lousã, de construção de uma identidade comunitária.

Desde há cerca de dez anos que, a par com as atividades e competências associadas ao trabalho de uma Junta de Freguesia, nos preocupamos com a preservação do património imaterial associado às nossas gentes. A Lousã é uma terra onde as pessoas contam, fazem a diferença e a responsabilidade de conservar e difundir a cultura popular, os jogos, brincadeiras e tudo o que, desde sempre enriqueceu a vida dos nossos pais e avós, é nossa.

Em tempos diferentes, de mudança, de passagem rápida do tempo, em que todos corremos para tudo e atrás de tudo, há que puxar do passado as nossas origens. São elas que vão cimentar a nossa passagem e que vão alicerçar a vida que os nossos filhos e netos vão herdar. Esta foi, assim, a motivação inicial da Junta de Freguesia. Depois, tudo se desenvolveu!

Graças aos nossos parceiros de sempre, de ano para ano fomos construindo uma atividade digna de registo, de estudo, mas também de franco convívio e de animação.

Esta atividade é, muito claramente, fruto do trabalho de uma equipa com uma visão semelhante no que toca à defesa e preservação do nosso património, também constituído pelo imaterial. Na partilha desta 7

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responsabilidade, esteve, desde o início, o professor Mário Maia, cuja reconhecida paixão pelos jogos tradicionais o aproximaram “irremediavelmente” deste projeto. Foi pela sua mão que a parceria com a Faculdade de Ciências do Desporto e da Educação Física da Universidade de Coimbra se concretizou e que passámos a contar com preciosa ajuda técnica e acompanhamento científico.

Os Jogos da Freguesia contaram com o apoio da Escola Profissional da Lousã na preparação e dinamização dos jogos que as crianças do 1º ciclo, e também as dos jardins-de-infância durante algumas edições, aprenderam e jogaram. Agradecemos aos alunos e professores da Escola Profissional da Lousã a disponibilidade de aprender para depois ensinar e aos alunos, pais, professores, auxiliares e corpos diretivos das escolas do 1.º ciclo da freguesia que ao longo destes anos jogaram connosco, a disponibilidade e a alegria que trouxeram às manhãs de uma sexta-feira de maio em cada ano.

Desejamos que as partilhas aqui conseguidas lhes sejam úteis na vida e que as memórias dos jogos sejam uma cara lembrança para todos. Para todos nós que, nas manhãs dos jogos, nos levantámos bem cedinho para fazer as caixas e preparar o campo do Estádio Municipal de Rugby para a realização dos jogos, será de certeza umas das 8

mais agradáveis recordações da passagem pela Junta de Freguesia.

A maior parte das edições dos jogos foram realizadas no Estádio Municipal de Rubgy José Redondo, pelo que é agora hora de agradecer o contributo sempre prestável e simpático do Rugby Club da Lousã na pessoa do Professor José Redondo. Na organização desta mega oficina viva de jogos, não esquecemos o contributo da GNR e do Corpo de Bombeiros da Lousã, nem a participação da Santa Casa da Misericórdia e da ARCIL. Agradecemos ainda o contributo da Câmara Municipal da Lousã cujo apoio facilitou em muito toda a logística da organização.

O lançamento do livro “Jogos da Freguesia – 10 anos”, em simultâneo com o Encontro Internacional sobre Jogos Tradicionais que traz até nós ilustres convidados, é o primeiro balanço sistemático que fazemos desta atividade. A XI edição vai beneficiar da aprendizagem adquirida ao longo do tempo.

E em cada maio, haverá, de certeza, mais uma sexta-feira de manhã de jogos para, em convívio, nos ajudarmos nessa caminhada que dá pelo nome VIDA! António Marçal Presidente da Junta de Freguesia de Lousã e Vilarinho

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A Freguesia da Lousã iniciou, em 2006, o desafio dos Jogos da Freguesia, que se constituem como momento anual de preservação da memória dos jogos, atividades lúdicas e de socialização dos antepassados locais, através da recriação ao ar livre, pelas crianças do primeiro ciclo do ensino básico.

Esta edição comemorativa dos dez anos de Jogos da Freguesia celebra também a maior edição de sempre, em 2015, que decorreu com setecentos alunos de todo o concelho.

Mudada a realidade educativa concelhia, com a reorganização das escolas do primeiro ciclo, tornouse mais ambiciosa a realização dos Jogos, cujo futuro será tornarem-se os Jogos Interfreguesias do concelho da Lousã.

Realizam-se no Estádio Municipal de Rugby da Lousã e têm vindo a crescer com o aumento do número de participantes, valorizando a componente recreativa e lúdica do património imaterial, já em 1989, reconhecido pela UNESCO na recomendação de Paris.

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Contribuir para o conhecimento dos Jogos Tradicionais como forma de os preservar na memória cultural, transmitindo-os às novas gerações através de ações atrativas e ao ar livre é um dos objetivos da iniciativa da Freguesia, que também visa despertar para o conhecimento e preservação dos jogos tradicionais como património e como forma de socialização e coesão da identidade local, bem como de promoção das dinâmicas de grupo na comunidade.

Enraizar os jogos tradicionais como ferramenta pedagógica e de ocupação dos tempos livres, bem como desenvolver formas de revitalizar os jogos esquecidos e que fizeram parte do quotidiano dos nossos pais, avós e demais antepassados, são também metas da Freguesia de Lousã e Vilarinho.

Em estreita colaboração com a comunidade escolar, especificamente com o Agrupamento de Escolas da Lousã, professores, auxiliares de ação educativa, encarregados de educação, alunos e professores da Escola Profissional da Lousã, o evento foi conseguindo notoriedade a cada edição e, ao longo de cada ano letivo, cria expectativa, por se realizar

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no final do terceiro período para todas as crianças do primeiro ciclo.

Diversas instituições do concelho já participaram nos Jogos, entre elas a Associação para a Reabilitação de Cidadãos Inadaptados da Lousã (ARCIL). Em algumas edições, os utentes da Santa Casa da Misericórdia da Lousã e de outras entidades de apoio ao idoso, participaram no dia dedicado aos jogos tradicionais. Construiu-se uma continuidade dos traços identitários, nos únicos momentos de transmissão direta de conhecimento das práticas lúdico-sociais ancestrais.

Desde há dez anos, a memória dos jogos tradicionais tem vindo a ser reavivada, através de recolhas efetuadas pela Junta de Freguesia e pelo responsável técnico, Mário Maia, professor de educação física. Testemunhos reais e vivências das gerações seniores foram também preciosos para a realização dos Jogos da Freguesia.

A recolha informal sobre os jogos tradicionais da Lousã começou a ser efetuada no âmbito das aulas

de educação física do professor Mário Maia e tinha o objetivo de dar a conhecer o que eram as brincadeiras dos pais e dos avós aos alunos, bem como de as comparar com as atuais. Do contacto com a população mais idosa destaca-se o pudor que ainda existe em gravar e registar as formas de brincar ou de lazer. Os jogos tradicionais eram encarados como atividades gratificantes, mas escondidas.

“Antigamente, as pessoas não falavam sobre as atividades lúdicas. O conceito de jogo era quase blasfémia”; ficava fora do que era religiosamente aceite - recorda Mário Maia. Esta conduta de recato em relação ao lazer estava marcada no dia a dia dos nossos antepassados e ainda se verifica em pessoas de há uma ou duas gerações.

Foi necessário encontrar formas mais astuciosas de abordar o tema. Uma das técnicas utilizadas foi questionar apenas sobre se a pessoa conhece determinado jogo, por exemplo o jogo da laranjinha.

Já existia uma descrição deste jogo por Pedro Aloy, dos primeiros autores portugueses que escreveram 11

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sobre jogos tradicionais, no seu livro editado em 1882.

Padre e diretor no Colégio de Campolide em Lisboa, Aloy entendia, já no século XIX, que o jogo era um aspeto fundamental da educação. Desta forma, através do conhecimento dos jogos enumerados no livro do padre Aloy, procedeu-se a uma pesquisa local para conhecer quais se jogaram na Lousã e quais ainda permanecem na memória.

Depois da recolha de alguns testemunhos, concluise que existe a memória de dois tipos diferentes do jogo da laranjinha. Um que é um jogo de taberna, para adultos, e o segundo, de cariz infantil. Os familiares dos alunos das escolas, da disciplina de educação física ou da área de projeto, deram contributos muito importantes para a recriação dos jogos antigos. Destaca-se que foram quase sempre os avós e mais raramente os pais. A primeira identificação sobre o jogo da malha, por exemplo, referia que era jogado com pedras, significando que ainda se utilizavam objetos rudimentares.

Joga-se em vários lugares do concelho, mas na Póvoa da Lousã e na Sarnadinha pode ainda ser obversado.

Atualmente, joga-se junto a estabebecimentos comerciais, como tabernas, em torneios. Os seus materiais foram ajustados aos tempos transformandose em peças mais desenvolvidas (pinos e malhas em ferro). Trata-se de uma adequação do tradicional para que seja mais durável, sendo normalmente feita pelos proprietários dos cafés. É jogado por adultos.

Em tempos muito recuados, a maior parte dos jogos tradicionais conhecidos fazia parte de rituais ou processos religiosos e míticos representados pelos mais velhos da comunidade. Mário Maia

recorda que os jogos infantis representam jogos ancestrais, imitações, que segundo alguns autores evidenciam o final do ciclo de existência destas formas lúdicas. O jogo para crianças não é, normalmente, uma criação mas uma transformação de um jogo tradicional antigo, que chegará à extinção pela simplificação.

As características muito específicas dos jogos perdiam-se no tempo e ao chegar às crianças. Nos jogos tradicionais encontram-se diversos nomes para a mesma atividade e formas distintas de jogar o mesmo jogo: jogado só por homens, classe social ou num contexto específico. O Jogo do Beto em Serpins, um dos casos de estudo no que concerne a jogos tradicionais, é exemplo desse processo de extinção. Começou por ser um jogo social, passou de geração em geração, constituindo-se por algum tempo como um jogo dos mais novos, e aos poucos foi desaparecendo dos hábitos locais. Mário Maia é autor de um livro sobre o Jogo do Beto.

Outro exemplo recordado por Maia é a referência a um jogo ligado à fábrica do papel do Prado, num relato de uma visita à Serra da Lousã (1884), que descrevia um formoso jogo da bola. Deste jogo, como bola e pinos, não se encontraram relatos vivos e depreende-se que seria jogado pela classe mais favorecida e não pelos operários.

Ao longo das dez edições, o dia anual dedicado aos jogos tradicionais na Lousã vai incluindo novidades, nomeadamente através de novos alunos vindos de outros países ou através da adaptação de materiais que permitam jogar no relvado do Estádio Municipal de Rugby da Lousã.

Diversificar as aprendizagens, através de dinâmicas diferentes das que constituem as atividades mais comuns das crianças da Lousã - como o futebol, voleibol ou râguebi -, é uma das missões dos Jogos 13

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da Freguesia. A lógica da competição nos jogos tradicionais é muito distinta, podendo quem ganha agora, perder no momento seguinte, ou jogar na mesma equipa com quem lhe ganhou momentos antes.

peculiares ao nosso país em muitas manifestações de identidade. Na música, nos costumes, na gastronomia e mesmo nas atividades recreativas e de lazer há um acumulado cultural, que constituiu uma identidade.

O sentir de ganhar e perder adota uma nova forma, ficando valorizada a componente de coesão de grupo e os valores da vida em sociedade como o respeito e o cumprimento de regras. A cada doze minutos, os participantes dos Jogos da Freguesia aprendem um jogo novo, aprendem a ouvir com atenção e a jogar em cooperação.

Também os jogos, mesmo os jogos ditos desportivos, terão tido inspiração diacrónica em culturas como a grega, onde o desporto teve a sua génese, e a romana, da qual se conhecem significativas atividades lúdicas. Ao longo da evolução histórica e tecnológica, o jogo foi perdendo o seu lugar de destaque como momento de socialização.

Os Jogos da Freguesia revitalizam todos os anos os momentos lúdicos, que são traços de identidade local, nacional e internacional, uma vez que muitos dos jogos relatados pelos anciãos lousanenses também se encontram na história de muitas outras localidades, diferenciando-se pelas características próprias do contexto, entendidas como as suas lógicas externas.

Com a profissão a preencher mais tempo aos adultos e as brincadeiras das crianças a ficarem mais dentro de casa e, tendencialmente, mais dominadas pela era digital, o jogo lúdico reveste-se hoje de caraterísticas tecnológicas, tal como todas as vertentes da vida humana, desde o trabalho, à saúde e ao conhecimento.

A diversidade de processo de aculturação por que passou a península ibérica, primeiro com as várias civilizações, depois com as invasões e posteriormente com a expansão por via marítima, conferem traços 14

Servirá também a tecnologia o propósito de constituir memória destes traços de património imaterial, na publicação em livro e em versão digital a publicar na Internet, deste resumo em imagens de uma década de Jogos da Freguesia.

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II Parte De 2006 a 2015 Os jogos e os nĂşmeros

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2006

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“…esses jogos tradicionaes, os exercícios inteiramente livres que as occasiões proporcionavam, foram a gymnástica única durante séculos. Nos campos, nas praças das aldeias, nos terreiros das cidades, nos adros das igrejas, nos pateos e ainda nas casas, a infância, a adolescência, a mocidade, achava nelles elementos sufficientes, ainda que um tanto indisciplinados, para a sua educação physica.”

Adolfo Coelho (1847-1919)

Apoiados neste princípio, demos corpo à solicitação que foi feita para incluirmos o nosso conhecimento nos Jogos da Freguesia. Assim, com base nas recolhas que fomos efetuando, desde 1998, com os pais e familiares dos alunos através de trabalhos desenvolvidos na disciplina de Educação Física, Área de Projeto e Clube de Património, selecionámos o que de jogos, brinquedos e brincadeiras e fomos cumprindo os fins que os programas de Educação Física solicitam, no intuito de fazer propostas motrizes tradicionais aos nossos alunos.

A nossa intervenção baseia-se numa perspetiva praxiológica (Parlebas, 2001) onde a lógica interna dos jogos constitui a sua principal categorização.

Este princípio, considerado fundamental no processo de seleção dos jogos tradicionais e populares para os diversos eventos “Jogos da Freguesia” conduziu-nos a proporcionar uma vivência de situações motrizes que despoletassem nos alunos processos de interpretação do espaço onde a ação e os jogos se desenvolvem, adaptação a imprevistos ou mudanças súbitas de posicionamento em face do jogo, automatismos e estereótipos motrizes, controlo do corpo (equilíbrio, força, direcionalidade, orientação), estruturação espacial, controlo da capacidades físicas em função do

tempo de jogo, comparação de resultados, pacto de regras, uso das capacida-des cognitivas, tomada de decisões, emissão de mensagens aos outros participantes (adversários ou colegas), exaltação da vitória ou do fracasso, entre outras capacidades coordenativas e físicas, como nos sugerem os estudos de Lavega (2004) e Parlebas (2001). Estes processos promovem a aprendizagem de condutas motrizes aos alunos que os vivenciam por experienciarem um conjunto de papéis que ultrapassam os tradicionalmente propostos nos programas de Educação Física.

Mário Maia 19

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No primeiro ano da realização dos jogos da Freguesia da Lousã, por sugestão dos professores do 1º ciclo do ensino básico, foi efetuada uma competição que englobava a realização dos vários jogos propondo uma classificação final de equipas, na qual participaram 200 alunos.

Este jogo, caracterizado como sociomotor de cooperação, tem por objetivo desenvolver condutas motrizes de cooperação como a tolerância, respeito, coordenação, concentração, permanência na tarefa, sacrifício, solidariedade e diálogo entre os participantes que formam equipa.

Para esta edição dos Jogos da Freguesia foram propostos para os alunos praticarem seis jogos (corrida de três pernas, carriolas, ski coletivo, colher e ovo, correr o arco e jogo das latas), com características psicomotoras e de cooperação, prevendo a competição. Dos jogos selecionados, destacamos o jogo das três pernas.

A sua cooperação é considerada alta, uma vez que os participantes dependem da coordenação das suas ações motrizes para alcançarem o sucesso.

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Este jogo, recolhido pelos alunos, fez parte do cenário etnolúdico da comunidade Lousanense.

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Corrida de três pernas Material: um lenço Número de participantes: livre, mas em equipas de dois elementos Dois alunos colocam-se lado a lado e atam as pernas, que se encontram lado a lado, com um lenço (fita de pano), transformando-se num grupo de duas pessoas com três pernas; Cada grupo, depois de atadas as pernas, agarra-se pelos ombros e coloca-se em posição de partida atrás de uma linha; Ao sinal todos iniciam o percurso, tentando ser o mais rápido possível a realizar o trajeto; O percurso só se faz num sentido; O jogo termina quando se executar pelo menos três percursos.

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2007

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Saltar à corda individual ou em grupo Material: uma corda Número de participantes: livre Divide-se os alunos em grupos de 2, 3, 4, 5 ou 6. Dá-se uma corda a cada grupo.

Este jogo pode ser jogado de forma individual ou em grupos de dois, três ou mais participantes; Todos os participantes no jogo cantam, os que dão à corda e os que saltam; No segundo ano da realização dos jogos da Freguesia da Lousã, estava previsto participarem aproximadamente 400 alunos do 1º ciclo. Nesta edição, para além dos alunos do 1º ciclo, juntaramse 180 alunos do 2º ciclo (5º).

jogo da malha, jogo do mata ou piolho, paulada no cântaro, pau ensebado e jogo do bicho) em formas jogadas com características psicomotoras, de cooperação, de oposição e de cooperação com oposição.

No entanto, a chuva impediu a concretização da participação dos alunos do 1º ciclo, contando apenas com a presença dos alunos do 5º ano da Escola Básica 2º e 3º ciclos da Lousã.

O jogo que destacamos identifica-se como saltar à corda em grupo, conhecido na Lousã como o jogo da “ursa”, da “bruxinha” ou o do “relógio salta à corda”.

Esta edição dos Jogos da Freguesia foi realizada com a proposta de 24 jogos (jogo do pião, jogo das caricas, jogo de saltar à corda em grupo e individual, cabra-cega, jogo do burro com figuras e com buracos, jogo das pedrinhas, jogo do moinho, jogo do diabo, do tapado, jogo da macaca, areoplano, boneca, semana e cancelas, correr o arco, jogo das latas, corridas de caricas, andas, jogo da raiola,

Este jogo pode ser caracterizado como sociomotor de cooperação. Tem por objetivo desenvolver condutas motrizes de cooperação, concentração, repetição, solidariedade, perseverança, diálogo e coordenação.

Este jogo, recolhido pelos alunos, fez parte do cenário etnolúdico da comunidade Lousanense.

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Os participantes podem saltar à corda cantando a “bruxinha”, a “ursa”, “o relógio salta à corda” ou “os dias da semana” e “os meses”; Enquanto saltam à corda cantam e não podem interromper o movimento da corda; Dois participantes dão à corda enquanto cada um dos outros, na sa vez, vai executando saltos dizendo o que o jogo sugere; Caso o que está a saltar interrompa o movimento da corda, sai e troca com um dos que estão a dar à corda; O jogo termina quando entenderem.

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2008

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No terceiro ano da realização dos Jogos da Freguesia da Lousã, participaram 450 alunos do 1º ciclo e do ensino pré-primário, sendo oitenta alunos da Educação infantil, ensino pré-primário, e os restantes do 1º ciclo. Regressou-se ao local onde foi realizada a I edição dos Jogos da Freguesia, o campo de Rugby da Lousã. Este local foi o palco onde em 1994, 1995 e 1996 tinham ocorrido eventos de jogos tradicionais em parceria com os Professores da escola nº 1 da Lousã (antiga denominação da escola do 1º ciclo do ensino básico), a ARCIL e a Câmara Municipal da Lousã.

Nos III Jogos da Freguesia, a ação foi realizada com o objetivo de cada aluno do 1º ciclo experienciar e aprender 14 jogos (pau ensebado ou mastro, corrida de sacos em grupo, andas, jogo da laranjinha, atirar às latas, caricas, pedrinhas ou palaio, macaca, sinhora, semana, areoplano, jogo da mosca, jogo dos botões, correr o arco) com características psicomotoras, de cooperação, de oposição e de cooperação com oposição.

Os alunos do ensino pré-primário experienciaram 6 jogos (o silêncio, cavalinho de madeira, carriolas, padeiro, chicotino chicotão e colher e ovo), foram

ainda apresentados por adultos o jogo do pião, malha de nove pinos, jogo da bola e jogo da malha.

Todos os alunos levaram de prenda um rodízio ou moinho de vento que construíram com ajuda. Nesta edição, foram convidados para participar os utentes da Santa Casa da Misericórdia da Lousã como agradecimento da sua colaboração na investigação de recolha de práticas lúdicas por si realizadas ou conhecidas e numa tentativa de promover o encontro de gerações.

O jogo que destacamos é o pau ensebado ou mastro, jogo com características psicomotoras e de 25

JOGOS DA FREGUESIA 10 anos

cooperação. Este jogo, recolhido pelos alunos, fez parte do cenário etnolúdico da comunidade Lousanense, realizado nas festas das diferentes localidades que fazem parte do espaço territorial da Freguesia da Lousã.

Nesta atividade lúdica os homens e os rapazes adolescentes tentavam a sorte e habilidade, individualmente ou com a ajuda de um grupo para que, ao tentarem atingir o topo, fossem reconhecidos pela sua capacidade e recolhessem o seu prémio, por norma um bacalhau.

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Pau ensebado ou mastro Material: um tronco de eucalipto enterrado no solo e com uma altura de 5 a 8 metros Número de participantes: livre Tentar trepar até ao topo do mastro para ganhar o brinde, prémio, que se encontra pendurado (bacalhau). Este jogo pode ser individual ou em grupo.

O jogo inicia-se através de uma subida ao mastro sem ajuda, tentando alcançar o topo e recolher o prémio aí colocado; Cada participante pode fazer as tentativas que quiser; Quem consegue concretizar o objetivo fica com o prémio colocado no topo.

Na variante de grupo, um participante, apenas, tenta chegar ao topo do mastro para recolher o prémio aí colocado; Cada grupo de participantes, não tem um número de elementos estipulado; Cada grupo pode fazer várias tentativas; Depois de ter iniciado a subida ao mastro, os colegas tentam suportar o trepador ajudando-o a concretizar o objetivo; Se consegue concretizar o objetivo, divide o prémio com os colegas.

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2009

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No quarto ano da realização dos jogos da Freguesia da Lousã, participaram aproximadamente 450 alunos do 1º ciclo e do ensino pré-primário, sendo 60 alunos da Educação infantil, ensino pré-primário, e os restantes do 1º ciclo.

Nos IV Jogos da Freguesia a ação foi realizada com o objetivo de cada aluno do 1º ciclo experienciar e aprender doze jogos: - a bota, - corrida de sacos em grupo, - andas,

- atirar às latas, - correr o arco, - petanca/laranjinha, - pilha três, - jogo da bola de aro, - batata quente e - caçador.

Todos estes jogos têm características psicomotoras, de cooperação, de oposição e de cooperação com oposição.

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JOGOS DA FREGUESIA 10 anos

Os alunos do ensino pré-primário experienciaram 4 jogos:

condutas de improvisação, competitividade, desafio e inteligência-astúcia.

- percursos com carriolas, - jogo do burro, - gato e ratoe - jogo do bicho.

Recolhido na Lousã, mas praticado no Candal na infância dos habitantes da aldeia de xisto da Serra da Lousã.

Nesta edição introduziram-se jogos provenientes de outras regiões do país.

O jogo que destacamos é o jogo da bota, jogo com características de oposição permite desenvolver 30

Neste jogo, desenvolvido à volta de um desenho marcado no solo com uma bota com cano alto, um menino, previamente escolhido por sortes, persegue os seus colegas, tentando capturar um dos outros participantes.

JOGOS DA FREGUESIA 10 anos

Jogo da Bota Material: bota desenhada no solo Número de participantes: 6 a 10, ou mais 1. Um aluno é escolhido para perseguir os outros; 2. Os alunos colocam-se à volta do desenho; 3. Os alunos que fogem podem saltar sobre o desenho, mas não podem cair dentro ou correr à

sua volta para se esquivarem do perseguidor; 4. O aluno que persegue só pode correr atrás dos outros alunos, correndo à volta da bota, não pode saltar sobre ela; 5. Quando o aluno que persegue toca ou agarra num colega troca de função com ele, ficando livre para fugir; 6. O jogo termina quando todos quiserem.

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No quinto ano da realização dos jogos da Freguesia da Lousã, participaram 619 alunos do 1º ciclo, da educação infantil, ensino pré-primário, e instituições de apoio a cidadãos com necessidades educativas especiais, nomeadamente a ARCIL, sendo 93 alunos da educação infantil, 454 do 1º ciclo e 72 das instituições convidadas.

Nos V Jogos da Freguesia a ação foi realizada com o objetivo de cada aluno do 1º ciclo experienciar e aprender 16 jogos (a bota, corrida de sacos em grupo, andas, atirar às latas, colher e ovo, correr o arco, petanca/laranjinha, pilha três, lencinho, jogo da bola de aro, batata quente, jogo da bola, paulada

no cântaro, corrida de pedras, corrida de sacos e caçador) revelando características psicomotoras, de cooperação, de oposição e de cooperação com oposição.

Os alunos da educação infantil, ensino pré-primário, experienciaram 4 jogos (percursos com carriolas, atirar às latas, gato e rato, colher e ovo e brinquedos como embocas). Esta edição de jogos da Freguesia contou com jogos provenientes de outras regiões do país e, também, do estrangeiro como o caso da corrida de pedras, aprendido fruto de um intercâmbio cultural realizado entre a Escola Básica dos 2º e 3º ciclo da Lousã e o Instituto Sec. de Flix na Catalunha.

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JOGOS DA FREGUESIA 10 anos

Esta edição contou ainda com a participação de setenta e dois alunos com necessidades educativas especiais provenientes de várias instituições da zona centro e norte.

O jogo que destacamos é o jogo do caçador, jogo com características de cooperação e oposição, com uma especificidade muito particular por ser um jogo, duelo assimétrico com mudança de equipa ou de relação provocada por uma interação instrumental, uma vez que se inicia com um único jogador portador de uma bola de trapos, o caçador, que vai compondo a sua equipa através da captura de outros participantes (os coelhos) através do toque da bola 34

no seu corpo. Os participantes capturados trocam de papéis, passando de perseguidos a perseguidores e continuam o jogo até que um só reste por apanhar.

O jogo volta a reiniciar-se com o último jogador a ser apanhado, agora com o papel de perseguir os outros participantes. Este jogo permite desenvolver condutas de improvisação, competitividade, desafio e inteligência-astúcia, estratégia.

Este jogo foi reproduzido com base nas propostas motrizes apresentadas no livro de Pedro Aloy ,1882, tendo sido praticado pelos alunos nas aulas de Educação Física.

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Caçador Material: uma bola de trapos Número de participantes: 8 a 12 1. Dá-se uma bola de trapos a um aluno (o caçador); 2. Os outros participantes (os coelhos) fogem; 3. Cada vez que o aluno portador da bola acerta num colega, este passa a fazer parte dos caçadores; 4. A bola não pode ser lançada com o braço armado, tem de ser lançada de baixo para cima; 5. Não se pode acertar na cabeça dos participantes com a bola; Este jogo, apesar de não fazer parte do cenário etnolúdico da comunidade Lousanense, aparece como uma proposta alternativa ao jogo do gavião.

6. O jogo termina quando apenas restar um dos perseguidos; 7. O último a ser apanhado reinicia o jogo na posição de caçador.

Esta variação acontece porque ambos os jogos têm estruturas semelhantes e onde o espaço não está tão marcadamente estabelecido, permitindo uma maior segurança no seu desenvolvimento a todos os participantes.

8. O jogo termina quando todos assim o entenderem.

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No sexto ano da realização dos Jogos da Freguesia da Lousã, participaram 526 alunos, 447 do 1º ciclo e 79 da Educação infantil, ensino pré-primário.

tempo a praticar os jogos. Por outro lado, respondia-se melhor às características dos alunos, adequando os jogos a cada escalão etário.

Nos VI Jogos da Freguesia, a ação foi organizada dividindo a oficina de jogos em dois grandes grupos para os alunos do 1º ciclo. De um lado, os alunos do 1º e 2º anos e, do outro, os do 3º e 4º anos.

Durante a ação, os participantes praticaram 20 jogos:

A ação foi organizada de forma a dar mais tempo aos alunos para vivenciarem os jogos e, assim, cada aluno do 1º ciclo pôde permanecer mais

Para os 1º e 2º anos: – a bota, corrida de sacos em grupo, o lencinho, jogo do burro e da raiola, corrida de pedras em grupo, correr o arco, jogo das latas e circuito de jogos de tabuleiro - pedrinhas, diabo, tapado, 37

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palaio, galo e, ainda, foi ensinado o jogo das linhas ou cama de gato.

Para os 3º e 4º anos: – corrida de sacos, pilha três, jogo da bola, jogos do bicho, jogo da vizinha dá-me lume ou dá-me lume e, também, jogos de tabuleiro pedrinhas, diabo, tapado, palaio, moinho, galo e ainda o jogo das linhas ou cama de gato).

Foi, ainda, introduzido um jogo com características de cooperação, desenvolvido a partir do jogo dos 38

cabaços, no intuito de evidenciarem contributos práxicos capazes de proporcionar a aprendizagem da preservação da água, como bem essencial à vida.

Os alunos da educação infantil vivenciaram seis jogos (percurso de carriolas, jogo do burro, jogo da colher e ovo, atirar às latas, jogo do gato e rato e jogo do grilo).

O conjunto de jogos apresentavam características psicomotoras, de cooperação, de oposição e de cooperação com oposição.

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Pilha três Sem material Número de participantes: livre Divide-se os alunos em grupos de doze, até vinte alunos.

1.Os participantes, para formar a estrutura do jogo, dão as mãos e fazem uma grande roda; 2.Em seguida cada participante coloca-se atrás de um colega formando uma casa (um fica na frente e outro atrás); 3.Em cada casa não podem estar mais do que dois participantes; 4.Dois alunos são escolhidos para iniciarem o jogo, um vai fugir e outro vai perseguir; 5.O aluno que foge tem de encontrar uma casa para descansar; Este aluno não pode tocar em ninguém quando foge e tem de entrar na casa colocando-se na frente do colega que está virado para o centro da roda; O jogo que decidimos destacar foi pilha três, jogo com características de oposição, praticado nas escolas com o objetivo de promover condutas de oposição, com a especificidade de provocar um duelo um contra um com alternância de perseguido em que todos se opõem.

6.O perseguidor deixa de perseguir este aluno e passa a perseguir o que, na casa, está em terceiro (Pilhar o três- apanhar o terceiro): 7.Se o perseguidor tem sucesso e consegue apanhar o aluno que foge, trocam de funções; O perseguidor que acabou de apanhar vai fugir e encontrar uma casa para descansar;

Promove-se a aprendizagem de condutas de estratégia, improvisação, astúcia, competitividade, criatividade, inteligência, desafio e concentração.

8.O jogo termina quando todos quiserem.

Este jogo não tem um vencedor explícito em todo o momento do jogo.

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2012

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Em 2012, quatrocentos e quarenta e dois alunos do 1º ciclo do ensino básico participaram nos Jogos.

Na sétima edição, os participantes praticaram duas dezenas de jogos, no Estádio Municipal de Râguebi.

Os 1º e 2º anos jogaram: a bota, corrida de sacos em grupo, jogo do burro e do bicho, corrida de pedras, correr o arco, jogos de tabuleiro: pedrinhas, diabo, tapado, palaio, galo, o jogo das linhas ou cama de gato e jogo da corrida de três pernas.

Para os 3º e 4º anos foram selecionados os jogos: corrida de andas e andas coletivas, corrida de sacos, jogo da barra, pilha três, jogo da bola, jogo da vizinha dá-me lume ou denominado apenas “dáme lume”, jogo das pedrinhas, jogo do diabo, do tapado, do palaio, do moinho ou de feijões, o galo e o jogo das linhas ou cama de gato.

O conjunto de jogos apresentava características psicomotoras, de cooperação, de oposição e de cooperação com oposição, proporcionando um conjunto diversificado de condutas motrizes.

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Os alunos participantes “pagaram” a sua inscrição com tampinhas de plástico, que recolheram ao longo do ano e foram depois entregues no agrupamento para reverter para a compra de cadeiras de rodas e outros materiais sociais.

Decidimos destacar é o jogo da bola que revela características psicomotrizes e que estimula a aprendizagem de condutas motrizes de sacrifício, perseverança, concentração e coordenação, força e direcionalidade, competitividade e desafio.

Deste jogo pouco se sabe, mas está identificado 42

como uma prática motriz realizada no espaço onde está situada a fábrica de papel do Prado, antigo Engenho do Prado.

Por se desconhecer a sua forma de pontuar, cruzaram-se os dados registados sobre este jogo, no Indículo Universal do padre Francisco Pommey publicado em 1721.

Desta forma, adaptou-se uma fórmula que se encontra em alguns jogos tradicionais portugueses em que a pontuação é feita em função do derrube das peças.

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Jogo da Bola Material: pinos de madeira com uma altura de 35 a 40 cm e bolas de madeira com um diâmetro de 25 a 30cm Número de participantes: todos contra todos Divide-se os participantes em equipas de dois elementos.

1. Os participantes juntam-se dois a dois para um jogo; 2. Cada elemento lança duas bolas de madeira aos pinos; 3. Cada derrube de um pino marca um ponto; 4. Somam-se os pontos (os pinos derrubados) em cada jogada (mão); 5. O jogo termina quando o primeiro somar 24 pontos.

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2013

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No oitavo ano da realização dos jogos da Freguesia da Lousã, participaram 408 alunos, do 1º ciclo.

Nesta edição os participantes praticaram 23 jogos: 1º e 2º anos – a bota, corrida de três pernas, corrida de maçãs, jogo do cântaro quebrado, jogo do burro, bicho, jogo do botão, corrida de caricas, jogo das pedrinhas, do diabo, do tapado, do palaio, do galo e o jogo das linhas ou cama de gato.

Para os 3º e 4º anos foram selecionados os jogos – corrida de sacos, pilha três, jogo do malho, jogos do bicho, burro, botão, raiola, jogo da laranjinha,

jogo das pedrinhas, do diabo, do tapado, do palaio, do galo, o jogo das linhas ou cama de gato e o jogo salsada. O conjunto de jogos apresentava fortes características psicomotoras, de cooperação, de oposição e de cooperação com oposição.

O jogo que decidimos destacar foi o jogo da corrida de sacos, por ser um jogo psicomotor, mas que pode organizar-se de uma forma cooperativa. Este jogo desenvolve condutas motrizes de sacrifício, perseverança, concentração e coordenação, força, competitividade e desafio.

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Corrida de sacos Material: sacos Número de participantes: livre Organizam-se os participantes em grupos de quatro ou seis elementos; 1. Colocam-se frente a frente nas linhas opostas; 2. Ao sinal, todos, atrás de uma linha (raia), deslocam-se, saltando a pés juntos, segurando o saco com as mãos até à outra linha; 3. Chegados à outra margem dão o saco ao colega que faz o percurso inverso; 4. Ganha a equipa que termina primeiro.

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2014

No nono ano da realização dos jogos da Freguesia da Lousã estava previsto participarem 458 alunos do 1º ciclo, no entanto esta edição não chegou a ser concretizada devido a condições atmosféricas adversas, mesmo depois de vários adiamentos do evento.

Nesta edição, propunha-se aos participantes 23 jogos: 1º e 2º anos - a bota, corrida de pedras, o gavião, jogo do cântaro quebrado, jogo do burro, bicho, jogo do botão, corrida de caricas, jogos de tabuleiro - pedrinhas, diabo, tapado, palaio, galo e o jogo das linhas ou cama de gato. Para os 3º e 4º anos foram selecionados os jogos – corrida de sacos, pilha três, jogos do bicho, burro, botão, raiola, 50

jogo da laranjinha, e, também, jogo das pedrinhas, do diabo, do tapado, do palaio, do moinho ou feijões, do galo, das linhas ou cama de gato e o jogo do caçador.

O conjunto de jogos apresentava características psicomotoras, de cooperação, de oposição e de cooperação com oposição.

Em destaque, o jogo da corrida de caricas ou latixa, por ser psicomotor, mas que em algumas situações pode assumir-se como de oposição instrumental.

Desenvolve condutas motrizes de perseverança, sacrifício, concentração e coordenação, força, competitividade, desafio e estratégia.

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Corrida de caricas Material: caricas Número de participantes: livre Marca-se no solo, a giz ou com um caco de telha, um percurso ou desenha-se, na terra, uma pista.

1. A cada aluno é atribuída uma carica (tampa de refrigerante, leite achocolatado, garrafa, etc); 2. Iniciam o percurso fazendo uma corrida até à meta; 3. Cada participante, na sua ordem, faz o primeiro movimento com um piparote dado pelos dedos da mão; 4. De seguida para os segundos, terceiros e sucessivos movimentos, até chegar ao final do percurso a ordem é estabelecida pela colocação no espaço após a jogada de todos; a. O primeiro: o que ficar na jogada anterior mais bem colocado, na frente; b. O segundo: o que fica na jogada anterior mais bem colocado, logo a seguir ao primeiro; c. Os outros sucessivamente; d. Podem empurrar com a carica as outras, caso haja acordo inicial; e. Podem afastar os colegas implicando reiniciar o percurso; 5. Não podem sair das linhas durante o percurso e, no caso de saírem, voltam ao lugar de onde partiram ou podem, caso tenha havido acordo, ter de iniciar o percurso de novo; 6. Em algumas situações de jogo os participantes podem ser retirados do caminho através de um toque de outra carica, voltando ao início do percurso; 7. Ganha o que primeiro chegar à meta; 8. O jogo acaba quando todos os participantes terminarem.

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2015 2015 setecentas crianรงas

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No décimo ano da realização dos jogos da Freguesia da Lousã e Vilarinho participaram cerca de setecentos alunos, do 1º ciclo. Foi a primeira edição em que participaram os alunos que frequentam os estabelecimentos de ensino sediados no espaço territorial das freguesias da Lousã e de Vilarinho.

Em função desta participação e porque restava apenas uma escola do Concelho da Lousã, a organização convidou os professores e os alunos da escola de Casal de Santo António, sediada na freguesia de Serpins, para participarem no evento.

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Nesta edição, propunha-se aos participantes 23 jogos: 1º e 2º anos – a bota, corrida de sacas, jogos de atirar às latas, tração à corda, jogo dos cabaços, jogo do cântaro quebrado, jogo do burro, bicho, jogo do botão, jogo das pedrinhas, do diabo, do tapado, do palaio, do galo, das linhas ou cama de gato e jogo da vizinha dá-me lume.

Para os 3º e 4º anos foram selecionados os jogos: – jogo da bruxa, jogo da ursinha, pilha três, jogos do bicho, burro, botão, raiola, jogo das pedrinhas, do diabo, do tapado, do palaio, do moinho, do galo, das linhas ou cama de gato, corrida de pedras, jogo 56

da bota, jogo da glória, jogo do garrafão, andas e o jogo de varas.

O conjunto de jogos apresentava características psicomotoras, de cooperação, de oposição e de cooperação com oposição.

O jogo que decidimos destacar é o jogo da tração à corda, que tem características de cooperaçãooposição. Este jogo permite desenvolver condutas que proporcionam a improvisação, competitividade, desafio e inteligência, astúcia, estratégia, cooperação e coordenação.

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Tração à corda Material: uma corda Número de participantes: 16 a 20 Divide-se os participantes em dois grupos de 8 ou 10 elementos.

1. Os participantes agarram a corda com as mãos, colocados uns junto aos outros, atrás da marcação efetuada no solo e na corda; 2. Ao sinal, puxam a corda para o seu campo; 3. Os participantes nunca podem largar a corda; 4. Ganha a equipa que arrastar a outra para lá da linha que os separa no solo; 5. Jogam três vezes (mãos) e ganha quem venceu duas mãos.

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