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MORRO DA CAPELINHA - VIA SACRA

Desde o início do cristianismo, os cristãos têm adorado profundamente aqueles lugares santificados pela vida, a morte de Jesus. Eles se encaminhavam para a Palestina de regiões distantes, onde rezaram, e como resultado deixaram histórias de suas viagens, das quais as mais importantes são as histórias antigas de Etheria e os peregrinos de Bordeaux (século IV). Quando esses peregrinos retornam às suas cidades de ori- gem eles tentam recriar os lugares que visitaram através de pinturas ou monumentos. As cruzadas (séculos XI/XIII) intensificaram a essa “reprodução”, dando a muitos cristãos a oportunidade de conhe- cer a Terra Santa e de alimentarem da sua espiritualidade. Assim, especialmente nos mosteiros, nas capelas foram construídos monumentos que rememoram os vários santuários da Terra Santa tornando-se locais de peregrinação espiritual de monges e freiras que não podiam viajar ao Oriente para encontrá-los.

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Aqui em Planaltina, há quase 50 anos, a primeira foi realizada em 1973, a Via Sacra é realizada na Semana Santa, onde é apresentada para uma multidão de mais de 100 mil pessoas, é uma das maiores encenações teatrais a céu aberto do Brasil, atrai milhares de fiéis que aproveitaram o dia em que, pela tradição católica, se recorda a Paixão de Jesus Cristo para fazer penitências e orações. São mais de 1200 atores e mais de 300 técnicos trabalhando voluntariamente para a realização do espetáculo. Em 2008, por meio do Decreto nº 28.870, a Via Sacra foi registrada como Patrimônio Cultural Imaterial do Distrito Federal.

È interessante rassantar que a escolha do local onde se realiza a Via Sacra ou seja o Morro da Capelinha, se deu por já existir uma capelinha dedicada a Nossa Senhora de Fátima. A Sra. Olívia Campos Guimarães, mandou erguer uma capelinha em devoção a Nossa Senhora de Fátima, como pagamento da promessa feita em benefício da recuperação de saúde de uma de suas filhas. Assim foi escolhido o alto de um morro de sua propriedade. Desta forma O morro, depois da inauguração da capela, a 8 de a gosto de 1943, ficou conhecido como “Morro da Capelinha”.

A construção da capelinha no alto do morro, a pedido da Sra. Olívia, está relacionada a uma crença comum na história da humanidade, onde muitos associam esses lugares, como por exemplos as montanhas, ladeiras, elevações do relevo, onde podem encontrar o sagrado, o divino, a iluminação e etc.

Os pontos mais elevados aparecem como elementos da condição de sacrifícios, de orações e de cultos, os quais parecem visar a proporcionar maior proximidade com o sagrado. ... o morro da Capelinha, em Planaltina (DF), reproduz a perspectiva apresentada acima, quando, mais uma vez, a especificidade do relevo produziu o movimento do sacrifício e devoção de fé, representativos do esforço físico necessário para vencer a dificuldade da caminhada ou da procissão. Ali, reunem-se os elementos naturais, humanos e sagrados para tais devoções, o que se consagra, em especial, no espetáculo realizado durante a Semana Santa cristã. (STEINKE, V. A.; COSTA, E. B. 2012, p. 62)

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