EDITORIAL
Editorial
No dia 29 de setembro, nossa escola completou 33 anos de vida. A chegada à idade crística foi celebrada lindamente: todos os alunos, do jardim ao último ano do colegial, estavam envolvidos com as ações do Waldorf One World. Foi emocionante ver o engajamento de cada um com sua tarefa e, depois de algumas horas, conferir o resultado daquele grande trabalho em equipe, que foi muito além da produção de pães, geleias, de música ou biscoitinhos. Juntos produzimos algo muito maior e importante e pudemos mostrar para nossos jovens e nossas crianças que somar forças e trabalhar duro por uma boa causa é uma das maiores provas da coragem de nosso tempo. Você pode conferir o registro de alguns desses momentos na reportagem que começa na página 04. Boa leitura! Os editores
ÍNDICE 02
Editorial Um aniversário muito especial
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Bazar de Natal Reta final para o grande dia
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WOW DAY Todos juntos por um mundo melhor
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Depoimento “Aqui sempre foi o meu lugar”
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Questões pedagógicas Artes no Ensino Médio
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Registros Micaélicos Crescendo juntos
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Entrevista Tia Maria Helena
EXPEDIENTE
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Festa de Primavera Sementes de amor ao vento
Coordenação editorial: Comissão de Comunicação do Colégio Micael Edição: Sílaba Comunicação e Marketing Projeto gráfico: Estúdio Maya Jornalista responsável: Rose de Almeida – MTB 21.807 Colaboradores: Katia Gardin, Paulinho Silva, Rogério Abbamonte, Tarita Souza, Tati Wexler (fotos), Tatiana Pacini (design), Katia Geiling (textos) e professor Marquilandes Borges de Souza (coordenação junto ao corpo docente) Mande sugestões, comentários e críticas para: comunicacao@micael.com.br
A revista Micael é uma publicação trimestral do Colégio Waldorf Micael de São Paulo Rua Pedro Alexandrino Soares, 68• Jardim Boa Vista • 11 3782-4892 • www.micael.com.br
WOW-DAY
WO W-DAY 29. setembro. 2011
elhor. m o d n u r um m Juntos po Registros do WOW DAY no Micael No dia 29 de setembro, os alunos do Micael somaram forças a alunos de centenas de outras escolas Waldorf ao redor do mundo e participaram do Waldorf One World – WOW Day, ação que teve como objetivo angariar fundos e destiná-los a projetos sociais de diversas partes do globo.
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O dinheiro arrecadado durante as ação no Micael (R$ 2.347,75) irá beneficiar a Creche Nova Esperança e a ACOMI (Associação Comunitária Micael), duas instituições que a escola apóia no bairro. Todos arregaçaram as mangas, colocaram a mão na massa (literalmente!) e trabalharam com muita alegria em nome dessa grande causa.
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WOW DAY
“Uma experiência marcante e inesquecível” Para arrecadar dinheiro em prol do WOW-Day, os alunos do 7º ano fizeram apresentações de música - cantaram “Beatles” - e mímica em restaurantes de um bairro próximo à escola. Depois da experiência, toda a classe redigiu relatos a respeito. Confira trechos de alguns deles: “O WOW-Day foi um trabalho de união e solidariedade que nos trouxe autopercepção, como também a percepção do EU ALHEIO. Quando soubemos que íamos nos unir em prol de uma causa nobre, abraçamos a ideia com muita alegria. Nós saímos do mundo Micael para nos expor no mundo lá fora. Fizemos uma apresentação de música e mímica em três restaurantes da Granja Vianna, bairro próximo à escola. Fomos na hora do almoço e, felizmente, arrecadamos um bom dinheiro para conquistar o objetivo do WOW-Day. (...) Foi uma experiência marcante e inesquecível para nós.”
“O WOW Day foi um dia diferente e especial, porque foi uma nova experiência, onde mais 180 escolas Waldorf atuaram. E com isso nos sentimos conectados com nossos companheiros de outros países. (...) Esse trabalho além de ser especial para nós foi também significativo, pois é um ato de solidariedade, que no nosso caso foi de ajudar a Associação Comunitária Micael (ACOMI) e a creche Nova Esperança.” Giulia Ishikura, Maria Emiry e Luiza Levy
Julia Rito
Os alunos cantaram e tocaram Beatles sob a regência da professora Daniela Munafó, que leciona Música no Ensino Fundamental
“(...) Essa experiência foi inédita! Conforta-nos saber que estamos ajudando pessoas necessitadas. (...) Por nós, faríamos novamente. Muitas escolas Waldorf fazem o WOW-Day e, assim, todas contribuem. No final, é uma grande felicidade.” Tom Catan, Lucas Du Bois, Felipe Gené
“(...) Apresentamos cenas e músicas dos Beatles fora do colégio e para isso ensaiamos bastante. Como agradecimento pela atenção e pelo dinheiro arrecadado, distribuímos para a plateia tsurus, pássaros japoneses de origami. Na hora houve um pouco de nervosismo, mas conseguimos um bom resultado e adquirimos experiência junto ao público. (...)” Eliza, Vinícius e Martín
“(...) Primeiramente, as nossas professoras nos contaram sobre a ideia do WOW-Day, uma ação social. Gostamos da proposta e decidimos sair pelas ruas, tocar e cantar algumas músicas do The Beatles, como Blackbird, Penny Lane e While My Guitar Gently Weeps. (...) Tocamos em três restaurantes. (...) Em cada lugar tivemos uma resposta diferente do público. Alguns foram mais amigáveis e curtiram, até cantaram junto, deram gorjetas gordas e aplaudiram bastante. Já outras pessoas nem ligaram muito. No final de cada apresentação distribuímos tsurus que nós mesmos fizemos alguns dias antes durante nossa viagem de classe. No total, a classe arrecadou R$ 450. (...)” Luiza Cruz, Anita Polito e Maria Paula Mufatto
Cristina Ábalos, professora de classe da turma e os tsurus distribuídos para o público: foram feitos durante a viagem da classe REVISTA MICAEL . 9
QUESTÕES PEDAGÓGICAS
A importância das artes no Ensino Médio Professoras Claudia Johnsen e Heloísa Fernandes
Na Pedagogia Waldorf, o exercício e o desenvolvimento das capacidades artísticas têm um espaço muito significativo ao longo dos anos. Essas capacidades artísticas, na verdade, são natas nas crianças e se manifestam no decorrer do tempo, caso sejam cultivadas. Esse enfoque intenso no artístico não tem como finalidade formar artistas, mas sim desenvolver as capacidades criativas do homem como um todo. Nosso currículo, que segue um caminho antropológico ao longo do período escolar, se desdobra não somente nas Artes Plásticas, mas também no ensino da Música, da Euritmia e das Artes Aplicadas. No Ensino Médio essas matérias se intensificam, em número de horas dedicadas a elas e também nos conteúdos. O ensino da Música segue um curso próprio, focando-se no amadurecimento e na colocação da voz dos jovens através do Canto Coral. A Euritmia cuida de uma maior percepção espacial e da relação do som com o gesto, tanto na palavra como na música. As Artes Plásticas, nas quais enfocamos o ensino de desenho, de pintura e de modelagem, buscam desenvolver uma observação mais detalhada do mundo
A modelagem em argila é trabalhada durante todos os anos do Ensino Médio
que nos rodeia. Olhamos com maior atenção as plantas, os animais e o Homem, culminando no estudo aprofundado da cabeça humana. Nessa fase de tantas mudanças, que são características do terceiro setênio e fazem nossos jovens tão vulneráveis e, portanto, tão inseguros, as artes proporcionam momentos de concentração no mundo real e palpável. Essas oportunidades ajudam os jovens a vivenciar certezas em uma época cheia de questionamentos: uma luz que projeta uma sombra ou a diferença das cores do amanhecer e do anoitecer são, por exemplo, leis observáveis e indiscutíveis. Buscamos esse refinamento da percepção para que os alunos adquiram conhecimento do ambiente onde vivem. Nesse sentido, as artes têm um cunho muito mais formativo do que simplesmente serem uma forma de expressão. Temos também quatro épocas durante o Ensino Médio que posicionam o aluno no que diz respeito ao desenvolvimento das artes ao longo da história: História da Arte, da Literatura, da Música e da Arquitetura. Olhar o caminho das artes através do tempo ajuda o jovem a conhecer as motivações de cada civilização. Situar o aluno no que moveu o homem a determinada expressão cria um respeito pela complexidade de estilo que o acompanha no desenrolar do tempo. REVISTA MICAEL . 11
ENTREVISTA
“Criança tem que simplesmente ser criança” Maria Helena de Oliveira e Souza, uma das fundadoras do Colégio Micael, fala sobre os sentimentos que a moveram e a transformaram nas três décadas em que trabalhou como professora do nosso Ensino Infantil
Pouco mais de três décadas atrás, o sonho de uma nova escola Waldorf começou a germinar no coração de algumas pessoas. Até então, só existia no país a Rudolf Steiner e alguns jardins de infância. Um deles era o Jardim das Amoras, que funcionava na casa de Josef Yaari, então professor da Steiner, escola que não conseguia mais dar conta de atender a todas as famílias que pretendiam oferecer aos seus filhos a continuidade de uma formação Waldorf. Fértil em amor e vontade, o Jardim das Amoras acabou sendo a semente dessa nova escola, que há exatos 33 anos foi fundada no Jardim Boa Vista e recebeu o nome de Colégio Waldorf Micael de São Paulo. Maria Helena de Oliveira e Souza fez parte do grupo tão especial que ajudou esse impulso a germinar. Foi professora do nosso Jardim de Infância durante 30 anos. Deixou de dar aulas há três, mas seu amor ao Micael, à pedagogia e, sobretudo, às crianças ainda mantém forte o elo entre o passado cheio de coragem e vontade daqueles que ergueram nossa escola e o presente repleto de desafios daqueles que a conduzem hoje. Conhecer um pouco mais da intenção e dos sentimentos que moveram essa grande mulher a dedicar uma vida inteira à formação de crianças pode nos ajudar a ser uma comunidade cada vez mais ciente e zelosa de sua verdadeira essência.
Como a senhora conheceu a pedagogia Waldorf e por que se interessou tanto por ela? Meu marido era publicitário e trabalhava numa agência que conquistou a conta da Giroflex, cujo presidente era o senhor Pedro Schmidt, um dos fundadores da Escola Waldorf Rudolf Steiner (Pedro Schmidt, alemão que veio para o Brasil com a família ainda adolescente para fugir do nazismo, um dos principais responsáveis pela consolidação do movimento antroposófico brasileiro). Sergino, meu marido, acabou conhecendo na Giroflex pessoas que tinham os filhos na Steiner. Ficamos muito curiosos para conhecer mais sobre a pedagogia Waldorf e fomos convidados para um encontro na casa do doutor Lanz (Rudolf Lanz, co-fundandor da Escola Waldorf Rudolf Steiner, um dos mais importantes intelectuais do movimento antroposófico brasileiro) para saber mais sobre a pedagogia e sobre a antroposofia. Acabamos entrando para o grupo de estudo dele e fomos nos encantando cada vez mais com aquilo tudo.
E como foi que esse interesse se transformou numa profissão, a de professora Waldorf? Para poder saber mais sobre a pedagogia, que me encantava graças à maneira como enxerga a criança, resolvi fazer o seminário de formação de professores Waldorf. Eu era formada em biblioteconomia e geografia, mas não trabalhava fora. Naquela época conheci o Josef Yaari, que era então professor da Steiner. Quando terminei o seminário, que durava apenas um ano, o Josef tinha começado um jardim de infância na casa dele, o Jardim das Amoras. A esposa dele lecionava na escola. Ela havia ganhado neném e fui convidada para ajudá-la com as crianças no momento em que estivesse amamentando. Eu disse tudo bem, eu vou. Depois de um tempo decidiram ter mais uma classe, que eu acabei assumindo. O Jardim das Amoras foi crescendo, e a Steiner não conseguia absorver toda a demanda das famílias que queriam dar continuidade à formação Waldorf de seus filhos. Houve um incentivo muito grande para que se começasse uma nova escola, inclusive por parte dos professores da velha guarda da Steiner. Foi então que se deu início ao processo que culminou com a fundação do Colégio Micael. Eu tinha tanto entusiasmo, achava tão lindo, que instilei todo esse entusiasmo na minha família. Meu marido me apoiava muito, era muita coisa para ser feita, a gente tinha que aprender muito, estudar muito. Nossa vida ficou só em torno da escola.
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ENTREVISTA
Assim como aprendemos muito como professores, os pais também precisam aprender. É um caminho de auto-educação. Sempre devemos estudar, nos aprimorar e conversar. Para mim, foi assim até o fim. Sou muito grata por ter tido essa oportunidade
Olhando para trás, 33 anos depois, vendo o Colégio Micael como uma escola estruturada, a senhora considera que valeu a pena tanto esforço? Sim, valeu a pena. Já nos últimos anos no colégio eu chegava muito cedo na escola por causa do trânsito. Assim que colocava os pés ali, sentia uma gratidão enorme por estar naquele lugar, que para mim é mágico. Gratidão pelas crianças, pelos pais... Quando eu parei, precisava parar, estava na hora, a vida mostrou isso, mas a saudade que sentia das crianças era muito grande. Olha, eu até me emociono... Continuei por um ano indo às reuniões dos professores, uma vez por semana. Quando chegava na escola, as crianças ficavam me esperando e gritando “a tia Maria Helena chegou, a tia Maria Helena chegou”. Ficava muito emocionada. Sou muito grata por ter podido trabalhar naquela escola, por ter podido mudar tanta coisa em mim... E o que mudou na senhora durante esses anos todos como professora de jardim de infância? Fiquei mais compreensiva, passei a entender mais os outros. Quando somos mais jovens, cobramos muito, mas aos poucos vamos descobrindo que não temos que pegar apenas as crianças no colo, mas os pais também. Assim como nós aprendemos muita coisa, os pais também precisam aprender. A gente tem que ensinar, acolher. É um caminho de auto-educação. Você chega todo dia em casa e pensa “puxa, aquilo eu podia ter feito diferente ou aquela criança precisava um pouco mais de outra coisa”. Até o fim foi assim. Estamos sempre precisando estudar, nos aprimorar, conversar.
Maria Helena e Sergino, seu grande companheiro de vida, durante a cerimônia de fundação do Colégio Micael, há 33 anos
Nessas três décadas, a sociedade mudou muito. A impressão que dá é que estamos precisando cada vez mais oferecer uma formação humanista às nossas crianças. A senhora concorda? Sim, sem dúvida. Cada vez mais as crianças estão sendo agredidas. Estão tirando da criança a oportunidade de ser criança, de brincar, de viver num mundo encantado. Tem criança com 5 anos e meio indo para o 1º, ficando atrás da carteira, sem brincar. O primeiro setênio é um pedaço tão pequeno da vida, menos de um décimo, mas é tão importante... Cada vez mais temos que resgatar a possibilidade de as crianças serem apenas crianças nesse período. O Jardim de Infância é o cerne da escola. Seria tão bom se os pais que chegam depois, em séries mais avançadas, pudessem vivenciar um pouco como é o nosso jardim, como é o dia a dia. Que soubessem por que é importante fazer o pão, por que é importante o brinquedo de madeira... Tudo se reflete lá na frente, lá no colegial, quando os alunos vão ter a chance de entender como age o fermento do pão que eles faziam; numa aula de física vão entender sobre a gangorra, sobre a balança... E é tão bonito quando os alunos do 12º ano vão até o jardim levar os convites de formatura. Chegam lá aqueles homões, voltam a explorar cada cantinho, é tão bonito...
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BAZAR DE NATAL
Bazar de Natal: preparativos a todo vapor “Só quando conseguirmos atuar juntos com amor nas grandes tarefas, entenderemos o Natal.” Rudolf Steiner Com esse pensamento, as mães escolhidas pelas classes como representantes de bazar trabalham ao longo do ano, em parceria com a professora Hélcia, para cuidar dos preparativos dessa grande festa, que acontece no dia 26 de novembro. A comissão do Bazar de Natal é subdividida em quatro sub-comissões: decoração, caixa, consignação e comunicação. Nesta edição vamos destacar as atividades da sub-comissão de decoração, que, com muito carinho, providencia os enfeites da festa, procurando aproveitar o que já temos, solicitando às famílias contribuições acessíveis e promovendo oficinas para a produção de novos itens. As oficinas de enfeites tiveram início em setembro e aconteceram também durante todo o mês de outubro. Nesses encontros, sempre muito prazerosos, estreitamos laços, aprendemos a fazer coisas novas e desabafamos sobre as preocupações dos corações maternos. A Comissão de Bazar é muito grata a todas as classes que ajudaram e estão ajudando na confecção dos enfeites, tão importantes para deixar a nossa festa linda. Quem ainda está finalizando enfeites em casa deve entregá-los até o dia 18/11 para o professor de classe ou representante de bazar.
Com o esforço de cada um de nós, todos aproveitam a festa Fique atento para as escalas de trabalho. A união faz a força! Nessa reta final, todas as classes estão preparando as escalas de trabalho para o o dia do Bazar de Natal. Há muitas tarefas a serem realizadas. Cada classe tem o seu ponto de venda na quadra, nas barracas de alimentação e precisa contar com plantonistas nas salas de aula durante a exposição pedagógica. Mas se todos estiverem cientes de sua responsabilidade e comparecerem a seus postos no horário combinado, ninguém fica sobrecarregado. Pense nisso!
Movimento de Economia Associativa do Colégio Micael marcará presença no Bazar de Natal Grupo vai divulgar propostas e vender produtos orgânicos O grupo do MEAMI (Movimento de Economia Associativa do Micael), que desde o fim do semestre passado vem se reunindo às sextas-feiras pela manhã na cantina da escola, terá um espaço na quadra para divulgar suas propostas e comercializar produtos orgânicos, a preços especiais para a nossa comunidade, durante o Bazar de Natal. Estão sendo feito contatos com fornecedores de alimentos não perecíveis e de outros produtos, como lã orgânica. Também serão oferecidos serviços terapêuticos, como massagens e acupuntura. Quem quiser saber mais sobre o MEAMI pode participar das reuniões do grupo às sextas-feiras pela manhã ou escrever para micacompras@bol.com.br.
As inscrições para a consignação do Bazar de Natal estão abertas até 18/11. Se você é artesão, candidate-se a uma das vagas para exposição e venda de produtos. Pessoas de fora da escola também podem participar. O contato para agendar a avaliação dos trabalhos pode ser feito com Rossana Aguiar (rossanapiccioli@terra.com.br) ou Raquel (raq.can@terra.com.br).
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DEPOIMENTO
“Sinto que aqui sempre foi o meu lugar” Tiago Ferraz Muniz, funcionário da escola, foi aluno da Creche Nova Esperança e da ACOMI.
Aqui ele conta o quanto isso transformou sua vida “Comecei a frequentar a Creche Nova Esperança quando tinha uns 6 ou 7 anos. Foi o meu primeiro contato com o mundo Waldorf (a creche Nova Esperança, mantida pelo Colégio Micael, fica num terreno vizinho ao da escola e oferece para crianças da comunidade do bairro atendimento baseado nos fundamentos da pedagogia Waldorf). Ficava na creche pela manhã e à tarde ia para a escola. Depois dos 9, passei a ir para a ACOMI, a Associação Comunitária Micael. Fazia música, teatro, recreação, reforço escolar... Era como um refúgio para mim, para não ficar na rua nem sozinho em casa. Fui criado apenas pela minha mãe, que trabalhava fora o dia todo. Somos quatro irmãos, mas os dois mais velhos já não moravam mais conosco. Eu cuidava da casa, da minha irmã mais nova e dos meus sobrinhos. Fui crescendo e me tornei voluntário da ACOMI quando deixei de frequentar suas atividades como aluno. Até hoje ajudo no que posso: quando tem festa estou lá para ajudar a arrumar, a desarrumar, continuo muito ligado àquele lugar. Tudo isso fez um bem enorme para a minha vida. E para a de outras crianças da comunidade também. É nítida a diferença entre aqueles que frequentaram a ACOMI e a creche e aqueles que não o fizeram. Quem teve a mesma oportunidade que eu terminou a escola e continua estudando, fazendo curso técnico ou até faculdade. Eu comecei a trabalhar no Micael há dois anos e meio e sinto, a cada dia, que aqui é o meu lugar. Parece que uma energia sempre me puxou para cá. Desde pequeno
“Não me desenvolvi apenas intelectualmente, mas espiritualmente também”
Tiago brinca na Creche Nova Esperança, onde passou boa parte da infância
eu vinha assistir às peças da escola e achava tudo maravilhoso. Hoje ajudo as classes com a parte técnica, aprendi a cuidar da iluminação, parece que tudo se encaixou.
Hoje ele cuida da iluminação das peças da escola
Também faço parte da seção de jovens da Sociedade Antroposófica. Uns dois anos atrás, durante um de nossos encontros, estudamos um texto que falava sobre luz e escuridão e sobre a possibilidade de transformarmos o mal em bem. Isso me fascina na antroposofia, a visão de que sempre pode haver luz no meio da escuridão. Hoje tenho a noção de que não me desenvolvi apenas intelectualmente nesse processo todo, mas espiritualmente também. Sinto que sou um pontinho de luz, que estou aqui para cumprir um propósito. Acho que estou nesse caminho. Estou fazendo cursinho pré-vestibular e pretendo trabalhar como professor ou até como jornalista. Quero de alguma maneira propagar para o mundo a minha vivência.” REVISTA MICAEL . 19
MEDITAÇÃO PARA A ÉPOCA DE MICAEL
MICAEL Verso de H.Diestel
(colaboração Ruth Salles)
Micael, eterno companheiro, junto aos deuses luta o tempo inteiro. Sua face quanta luz desata, Quanta claridade em ouro e prata. De um poder que vem do coração sua espada põe-se em ação. É do ferro a força que ela tem, força celestial que busca o bem. Sopra do dragão o veneno em fogo. Vence o animal das trevas, sim! Seu poder imenso não tem fim.
O segundo semestre começou repleto de atividades e oportunidades de crescimento para a comunidade do Colégio Micael Na última semana de agosto, a campanha de conscientização no trânsito Somos Todos Responsáveis, que contou com a ajuda de pais e mães voluntários, trouxe bons resultados, mas ficou claro que precisamos trabalhar continuamente a questão. Não custa reforçar: é proibido estacionar na rua da escola e a fila para embarque e desembarque de alunos deve ser respeitada. Ao utilizar a rua Antonio Martins da Costa, trafegue devagar e com atenção. Os moradores têm reclamado que alguns motoristas circulam por lá em alta velocidade. No dia 10 de setembro, o II Sarau da Primavera da Paz reuniu a comunidade numa noite gostosa, embalada por música, danças circulares, pizza e muita comunhão.
No dia 02 de outubro, o trio de música erudita formado por Daniel Allain, Fernando Cardoso e Michel Arghirachis se apresentou no Concerto aos Domingos e emocionou
Em 15 de setembro, Martina Maria Sam, dirigente da seção de Ciências Humanas e Belas Artes da Escola Superior de Ciências Espirituais do Goethanum, nos presenteou com a palestra O Desenvolvimento da Linguagem nos Primeiros Setênios - uma Abordagem da Antroposofia. A palestrante esteve no Brasil a convite da Sociedade Antroposófica, que ofereceu ao Micael a oportunidade de contar com a sua presença em nossa escola. O Fórum de Cultura de Paz, que aconteceu no dia 24 de setembro, discutiu o tema problemas de relacionamento e foi inesquecível. Cerca de 100 pessoas se reuniram no salão de euritmia para trocar ideias e experiências com uma mesa brilhante de debatedores. No último fim de semana de setembro, aconteceu a apresentação da peça do 8º ano, Conto de Inverno, de William Shakespeare. Veja na próxima edição da revista.
a todos.
Programe-se! 26/11
Bazar de Natal e Exposição Pedagógica
27/11 Concerto aos Domingos com
o Quarteto Tau
03/12
Apresentação do Coral do Ensino Médio Peça de Natal do Ensino Infantil
06/12
Vivência de São Nicolau (só para as crianças)
09/12
Encerramento do Ano Letivo REVISTA MICAEL . 21
REGISTROS MICAÉLICOS
Crescendo juntos
FESTA DA PRIMAVERA
Semeando amor... ... afinal de contas, esta é a nossa missão como escola. A Festa da Primavera do Ensino Infantil, que aconteceu em 17 de setembro, é uma das belas celebrações que as crianças e suas famílias vivenciam ao longo do ano. Os alunos que estão no último ano do Jardim soltam no ar balões de gás que levam cestinhas carregadas de sementes de amor-agarradinho, planta cuja flor tem o formato de coração. Para traduzir todo o significado por trás dessa linda festa, as professoras do Ensino Infantil prepararam o comovente texto abaixo. Boa leitura e uma feliz Época da Primavera! As crianças no Jardim de Infância são como pequenas preciosas sementes acolhidas na terra... “Quando o frio chegar, Eu ponho no meu colo Semente, caroço e grão Quente e doce é o solo E a minha suave canção. Dorme tanto, sem cuidado Que é hora de descansar Vida nova vem depois Agora é só sonhar” Cuidamos de cada semente protegendo, alimentando, aquecendo. Aos poucos, em direção ao sol, cada uma a seu tempo vai se erguendo... Primeiro frágil e tímida. Depois, lentamente, forte e confiante... “Estica, pequena folha, A tua mão e avança, Eu te ajudo a vir para o mundo Você vai gostar da dança Que as folhas dançam no vento, Que dançam com as abelhas...”
E, quase imperceptível, Olhando bem de perto, Cuidadosamente Percebemos um pequeno botão. A cada dia ele cresce e Se abre mais e mais E se revela... “Toda flor é rei Toda flor é rainha, (...) Quando a flor está aberta Mostra o seu coração” Essa flor em nova semente Vai se transformar Ao vento vai voar O mundo descobrir Cada criança Uma cor Um perfume Uma missão. ... Vem, vem do sono do inverno Vem semente que o mundo é belo Vem, vem num passo ligeiro Que o mundo inteiro espera por ti.” *
*Trechos extraídos do livro A História Feliz do Joca-Sopra Aprendiz”, de Luciana Betti
Em cada balão uma cestinha Cheia de sementes, que sobem ao céu Com uma nova esperança De que aquilo que foi semeado Em cada coração
Foto: Tati Wexler (www.tatiwexler.com.br)
Em cada alma Com imagens amorosas, sagradas e verdadeiras Frutifique em bons atos Pelo mundo afora
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