EDITORIAL
Tempo de renascer É com grande alegria que retomamos a versão impressa da Revista Micael. E ela renasce na época mais apropriada do ano para recomeços, retomadas e transformações, a época de Páscoa. Esperamos que esta edição ajude você e sua família a vivenciarem profundamente este período tão especial do ano. Também desejamos que o renascimento de nossa revista, que terá um novo número a cada época, seja uma forma de nos fortalecer ainda mais como comunidade. E que possamos juntos aprofundar nossas reflexões sobre a pedagogia Waldorf e o papel de cada um de nós diante dela, seja como pais, como professores, funcionários ou alunos.
Boa leitura e uma linda Páscoa. Os editores
A revista Micael é uma publicação trimestral do Colégio Waldorf Micael de São Paulo. Rua Pedro Alexandrino Soares, 68, Jardim Boa Vista, (11) 3782-4892. www.micael.com.br
ÍNDICE
EXPEDIENTE
02
Editorial Tempo de renascer
04
Época de Páscoa A única certeza da vida
06
Época de Páscoa Renascendo da lama
10
Diário de bordo No coração do Brasil
12
Entrevista 150 anos de Rudolf Steiner
16
Registro Micaélicos O Carnaval no Micael
18
O papel de cada um de nós Por dentro do Conselho de Pais
20
Vida em comunidade Os encontros do Encontro
23
Programe-se Agenda dos próximos meses
Coordenação editorial: Comissão de Comunicação do Colégio Micael Edição: Sílaba Comunicação e Marketing Projeto gráfico: Estúdio Maya Jornalista responsável: Rose de Almeida – MTB 21.807 Colaboradores: Rogério Abbamonte e Tiago Ferraz Muniz (fotos), Tatiana Pacini (design), Katia Geiling , professor Leandro Martins e Rose de Almeida (textos) e professor Marquilandes Borges de Souza (coordenação junto ao corpo docente) Agradecemos à APASP por acreditar no projeto e viabilizar a retomada da revista, e a todo o corpo docente por contribuir na elaboração e execução das pautas. Mande sugestões, comentários e críticas para: comunicacao@micael.com.br
ÉPOCA DE PÁSCOA
A única certeza da vida Para ler, refletir e guardar no coração
Domingo de Páscoa O Domingo de Páscoa finaliza os sete passos extraordinários da Semana Santa, do autoconhecimento ao mais sagrado dos mistérios, o mistério do sangue e da morte. Normalmente tememos a morte porque ela é a grande consciência do ser. A maioria de nós está em relação a esse mistério como uma criança recém-nascida.
Muito pequena, muito vulnerável. Se milhões de anos nos deram um corpo desenvolvido, quase perfeito, o mesmo não ocorre com o desenvolvimento de nossa alma. Quando chegamos ao âmago de nossa individualidade, quase nos assustamos: nosso Eu nasceu há 2.000 anos, o que, em termos cósmicos, é quase nada. Isso se deu exatamente no Dia de Páscoa. Se nos perguntam o que sentimos, respondemos com mais ou menos segurança. Se nos perguntam o que pensamos, respondemos com mais ou menos certeza. Mas se nos perguntam quem somos, o que respondemos? O que éramos antes do nascimento e o que seremos após a morte? A palavra morte é tão pesada em nossa língua que evitamos usá-la. Se vamos comunicar alguém que um parente próximo morreu dizemos que a pessoa “faleceu” ou “se foi” ou dezenas de outras formas. É como se tirássemos a dramaticidade do fato. Nos dias de hoje é cada vez mais difícil acompanharmos dignamente a doença fatal de parentes e amigos, principalmente na iminência da morte. Preferimos enganar o outro e nós mesmos a ter de enfrentar essa realidade incompreendida e propositalmente guardada por nós em algum porão da memória. Entretanto, a única certeza da vida, sabemos, é a morte. Mas quem uma vez na vida teve ou tenha a coragem de acompanhar outro ser humano para o grande portão da morte e ficar de pé, como João e Madalena ficaram embaixo da cruz, e se perguntar “quem sou?” chegará ao Domingo de Páscoa se encontrando consigo mesmo, como Madalena encontrou o Cristo ressuscitado. Poderá dizer daí “eu não preciso de fé, eu sei”. Este trabalho na Semana Santa tem que ser realizado em cada um. Nós podemos ser acompanhados até o portão da morte, mas a passagem tem que ser feita em solidão, pois é o sublime encontro consigo mesmo. Texto extraído do livro O Caminho de Cristo – O Resgate da Magia das Festas Cristãs, de Evelyn Scheven Revista Micael . 5
ÉPOCA DE PÁSCOA
Renascendo da lama
Ou a força transformadora que brotou com a dor na serra fluminense No município de Nova Friburgo, na serra fluminense, existem duas escolas Waldorf públicas: a Escola Comunitária Municipal do Vale de Luz, na área rural, e a Escola Municipal Cecília Meireles, na zona urbana. As chuvas do início deste ano fizeram toneladas de terra desabar na região. A lama e o aguaceiro trouxeram muita morte e dor mas não puderam sufocar o impulso transformador de Tião Guerra, professor que ao lado da mulher, Mariane Canella, deu início ao movimento que permitiu a existência das duas escolas. “Vivemos muita tristeza, mas também uma grande oportunidade de tomada de consciência e de transformação”, conta Tião, que escreveu a emocionante carta abaixo apenas um mês depois dos acontecimentos que comoveram o país. Nesses tempos em que a humanidade e o planeta vêm sofrendo solavancos de toda ordem, a carta de Tião tem a força de uma surpreendente e alentadora mensagem de Páscoa. Acompanhe:
Crianças nas escolas Waldorf públicas de Nova Friburgo: nada mais será como antes
A lua cresce no céu de Friburgo 09 de fevereiro de 2011, lentamente a lua volta a crescer no céu de cada um de nós. Assim, mais ou menos de forma direcionada, mantemos nossos movimentos cotidianos externos. Cada um de nós, repletos de memórias densas, importantes e fecundas, lida como pode, no fundo da alma, na noite profunda de nosso interior com a riqueza doída e luminosa de estarmos vivendo ‘estes dias’ de nossas vidas, nestas serras queridas. Nos últimos dias, algumas pessoas e a mídia em geral têm usado, em nome do desejo de criar uma onda positiva, otimista, uma frase que me dói: “Estamos finalmente voltando ao normal”. Como assim, voltando ao normal? Se o normal é como era antes, não posso
aceitar que voltemos a ele. O normal de antes era feito de muitos interesses separados; seja por grupos sociais e econômicos; seja por grupos de famílias; seja por religiões ou entre pessoas ‘do bem e do mal’. O normal de antes era civilmente muito solitário, era feito de conselhos municipais esvaziados, envelhecidos antes de florescerem; era feito de instituições sociais importantes e maduras, atuando ingenuamente em nossa sociedade. O normal de antes tinha muito pouco tempo para solidariedade, para servir ao outro acima de tudo. E que fique claro, quando falo servir ao outro, não estou dizendo servir ao outro que precisa, que é pobre. Estou falando em construir uma sociedade de tal forma que não se produza o acúmulo de bens por uns poucos. O normal de antes não tinha tempo para longas, gostosas, profundas e preguiçosas conversas ao redor da mesa de refeições ou na calçada de casa. Sem dúvida, o normal de antes também tinha práticas de grande valor humano e potencial transformador. Mas... pouco, muito pouco, diante do tamanho da tarefa. Nestes dias vivemos fora do normal. Ah, com certeza vivemos. Nestes dias que passamos sem eletricidade, pude reaprender sobre o silêncio de nenhum motor funcionando, de nenhuma rede virtual ativa, de nenhum aparelho audiovisual emitindo estímulos; pude sentar com minha família, amigos e desconhecidos, na penumbra da luz de raras velas, e suspirar sob o sentimento humilde do tamanho dos meus braços, de minha força real de transformação e de ser ajuda. A eletricidade amplia nossa força de atuação e também nos ilude sobre nosso tamanho. Nestes muitos dias que passamos sem água encanada e potável, pude reaprender sobre tudo que se lava com dois litros d´água (medida das muitas garrafas pet que me chegaram). Pude conviver com os meus dejetos (urina e fezes) e os de minha grande família, guardados dentro de nossos belos vasos sanitários sem água e sentir a fragilidade e insanidade de nossa civilização que sequer sabe lidar com as fezes a não ser dando descarga e se esquecendo delas. Pela falta d´água pude aprender os nomes de meus vizinhos, que comigo partilharam a água que tinham. Nestes dias, no meio da lama fedida, buscando corpos, lavando corpos, enterrando corpos de pessoas amadas, pude aprender sobre o amor. Amor como cuidado; amor como honra ao que vive no outro, seja isto fato presente ou memória. A crueza inesperada das situações que vivemos não poderá ser expressa por palavras jamais, está muito além delas. O sentimento do que vivemos está buscando seus caminhos de expressão. Fiquemos atentos! Agora é tempo de contar histórias sobre o amor que descobrimos; amor cru, desnudo, amor enlameado. Contar muitas histórias entre nós e para outros que aqui não estiveram. Apesar da eletricidade ter voltado; apesar da água potável e encanada ter voltado; apesar de todas as redes virtuais terem voltado.
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ÉPOCA DE PÁSCOA
Apesar de todos estes instrumentos mágicos da civilização estarem reestabelecidos, é simplesmente hora de sentar e contarmo-nos histórias, as histórias do amor que descobrimos; debaixo da lama, esta lama fecunda do que poderemos nos tornar. Nunca mais voltarmos ao normal que era antes é o mínimo de honradez devida aos nossos queridos que se foram. Nunca mais voltarmos ao que era antes é o mínimo de responsabilidade frente a nós mesmos e a todas as crianças que sobreviveram, sobreviveram para o novo. Nestes dias em que a lua volta a estar no mesmo lugar de um mês atrás, onde estamos nós? O que temos aprendido? Será possível caminharmos sem ingenuidades frente ao modelo de civilização que temos adotado? Ele é brilhante, ilusório, desumano, inodoro, definitivamente inodoro. Nosso modelo de civilização não suporta o cheiro libertador de lama de enchente. Tião Guerra, Nova Friburgo
E a vida segue... Logo após as chuvas avassaladoras de janeiro, a Associação Crianças do Vale da Luz (ACVLuz), mantenedora das escolas Waldorf de Nova Friburgo, lançou uma campanha de ajuda às vítimas, solicitando a arrecadação de recursos financeiros e materiais. A comunidade do Micael respondeu Alunos do Micael ajudaram a carregar o caminhão prontamente. No início de março, que levou donativos a Nova Friburgo um caminhão de donativos, carregado com a ajuda dos alunos, foi encaminhado para a região, juntamente com as doações de outros colégios de São Paulo. Mas as crianças das escolas Waldorf do Vale da Luz ainda precisam muito da nossa solidariedade. Como os apoiadores locais foram muito afetados pelos estragos, a mantenedora pede reforços para manter a qualidade pedagógica do trabalho realizado (embora as duas escolas sejam municipalizadas, cabe à ACVLuz apoiar toda a manutenção física das instituições, bem como complementar as despesas com recursos humanos, uma vez que o quadro das escolas com ensino baseado na pedagogia Waldorf não coincide com os quadros da rede pública). Veja na página ao lado como contribuir.
Este belo trabalho precisa continuar A Escola do Vale de Luz e a Escola Cecília Meireles têm juntas 300 crianças matriculadas em horário integral. Dessas 300 crianças, 210 precisam de apoio na compra do material pedagógico específico. Entre elas, 59 são apadrinhadas por pessoas no Brasil e no exterior, mas 151 ainda não contam com nenhum tipo de apoio nesse sentido para este ano letivo. O custo total do material pedagógico para o ano é de R$ 160 por aluno (inclui aquarela, esponjas, cera de abelha, giz de cera, giz de lousa, canetas tinteiro e recargas, lã de carneiro, agulhas de tricô, agulhas de crochê, cadernos, papel, pranchetas, argila, tecidos, tábuas de macramê e pequenos kits de jardinagem e de marcenaria). Todos os alunos também precisam de uniformes: 2 camisetas, um conjunto para o frio, 2 pares de meia e um tênis ficam em R$ 130 por criança. A Escola Cecília Meireles também precisa de 5 conjuntos de mesas e cadeiras de madeira para Jardim de Infância (confeccionados pela Monte Azul com medida especial) e de instrumentos musicais que fazem falta no cotidiano da escola: 1 caixa tarol profissional, 2 metalofones pentatônicos, 2 xilofones pentatônicos, 1 metalofone diafônico, 1 xilofone diafônico, 1 conjunto de gongos, 5 violões com capa, 1 repiquete, 1 cuíca, 1 pau de chuva, címbalos e 5 estantes de música. Também é preciso complementar a alimentação das crianças, que recebem cinco refeições ao longo do dia nas escolas (o recurso federal é insuficiente para esse fim). A ACVLuz aceita o contato de fornecedores que possam fazer doação de alimentos em gênero. Caso queira direcionar uma doação financeira para um item específico, basta escrever para o email acvluz@valedeluz.org.br informando a finalidade da doação. As doações destinadas a “garantir a qualidade de atendimento nas Escolas Waldorf Públicas de Nova Friburgo em 2011” devem ser depositadas no Banco do Brasil, Agência 0335-2, conta corrente 5780-0. PARA SABER MAIS SOBRE AS ESCOLAS WALDORF PÚBLICAS DE NOVA FRIBURGO, ACESSE: www.valedeluz.org.br
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DIÁRIO DE BORDO
No coração do Brasil Alunos do 12º ano de 2010 conhecem de perto os contrastes e as belezas do Planalto Central Os alunos do 12º ano do Colégio “Waldorf Micael de São Paulo fizeram a última viagem curricular da classe, em outubro de 2010, em duas cidades extremamente representativas do Planalto Central do Brasil: Brasília e Alto Paraíso de Goiás. Organizado para articular conhecimentos trabalhados nas aulas de Geografia, História e História da Arquitetura, esse trabalho de campo buscou promover vivências significativas para essa etapa final da formação escolar dos nossos alunos, colocandoos em contato com realidades bastante complexas. Realidades essas em que a seca do cerrado e a abundância das águas que esculpem a Chapada dos Veadeiros contraditoriamente se completam; em que a política e os saberes tradicionais se apresentam tão perto e tão distantes. Nossa viagem de seis dias se inicia em 3 de outubro, no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, onde nos encontramos com todos os alunos após as eleições do primeiro turno. As primeiras eleições
em que a grande maioria dos alunos da classe participou como eleitores e alguns também como mesários. Em Brasília mergulhamos na história da construção da Capital Federal no Memorial de Juscelino Kubitschek e subimos na torre de TV, de onde os alunos puderam ter uma visão mais geral da escala do plano piloto, contemplando o eixo monumental e a Esplanada dos Ministérios de cima. A sistematização desse panorama geral ocorreu no espaço Lucio Costa, com uma palestra sobre o planejamento urbano, que ocorreu literalmente sobre uma imensa maquete de Brasília. A visita à Catedral de Brasília foi marcada pelas vozes dos nossos alunos, que revisitaram fragmentos de seu repertório de coral acumulado ao longo desses anos na nossa escola. A visita à Praça dos Três Poderes fermentou ainda mais as expectativas dos nossos alunos com o universo da política. Questionamentos de todos os tipos deram a tônica da nossa passagem pelos esvaziados plenários da
Numa das atividades realizadas durante a viagem, a turma colocou em prática a bagagem artística adquirida em anos de Micael e reproduziu a paisagem de Brasília.
Câmara e do Senado e também pelas dependências do ministério das relações exteriores, o Itamaraty. Na Chapada dos Veadeiros, a turma vivenciou um dia no PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) de Alto Paraíso, realizando jogos cooperativos, oficinas de canto e de teatro com as mais de 50 crianças dali. Pudemos conhecer uma fazenda de produção artesanal de açúcar e rapadura e um assentamento rural, onde conversamos com os assentados sobre a realidade da reforma agrária no Brasil. No Vale da Lua, observamos as esculturas impressionantes da ação nas rochas, o solo escuro denunciando uma queimada muito recente e o verde rebrotando do pó e das cinzas, mostrando uma lógica ambiental muito especial do cerrado. No caminho para as cachoeiras de Anjos e Arcanjos, tivemos um momento muito importante de conversa com uma senhora, profunda conhecedora das
propriedades curativas das espécies vegetais nativas, que nos brindou com reflexões sobre as escolhas que a vida nos cobra e a busca da verdadeira felicidade, que foram muito marcantes para esse grupo de alunos por serem questões extremamente vivas nesse momento de suas vidas. A realização desse trabalho de campo só foi possível graças ao apoio do tutor da classe (prof. Mauro) e dos pais que, desde as primeiras conversas, sempre acreditaram na ideia. Em especial, fica a nossa gratidão e nosso carinho à Gudrun, à Monica Madureira e à Monica Tannus, mães da classe que trabalharam intensamente em parceria conosco para que essa viagem acontecesse. Essa foi uma saudável parceria que concretamente fortalece a nossa escola, vitalizando o sentido compartilhado da pedagogia Waldorf.
”
Leandro Martins, professor de Geografia do Ensino Médio do Colégio Micael
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ENTREVISTA
150 anos de Rudolf Steiner
Ana Paula Cury, membro da Sociedade Antroposófica, conta por que a obra do idealizador da pedagogia Waldorf é tão atual
Exatamente há um século e meio, em 27 de fevereiro de 1861, Rudolf Steiner nascia em Kraljevec, na Áustria. Filho de um ferroviário, Steiner teve uma infância modesta e sempre morou em lugares cercados de muita natureza. Aos 18 anos entrou para a Escola Politécnica de Viena, onde estudou matemática, ciências, literatura, filosofia e história, desenvolvendo um interesse especial por Goethe. Aos 21 anos foi contratado para editar as obras científicas do pensador alemão, que via o mundo natural como uma totalidade viva e orgânica, impregnada de espírito. Essa visão de mundo vinha ao encontro de tudo aquilo que Steiner havia descoberto por experiência própria – desde os 8 anos ele tinha a percepção de que o mundo espiritual era tão real quanto o sensorial. A grande tarefa de sua vida foi tornar explícito e sistemático esse pensamento que, na obra de Goethe, está apenas insinuado*. Nesse caminho Steiner criou os alicerces da Antroposofia, a “sabedoria a respeito do homem e de suas relações com o universo”, cujos fundamentos estão presentes em diversas áreas da vida humana, inspirando uma nova medicina, agricultura e educação, através da pedagogia Waldorf. Steiner tem uma obra tão extensa, rica e atual que pode ser considerado uma das personalidades mais influentes do mundo ocidental no século XX. O marco dos 150 anos de seu nascimento está sendo comemorado no mundo todo. Durante suas quatro edições de 2011, a revista Micael trará reportagens especiais sobre o tema. Inauguramos a série entrevistando Ana Paula Cury, médica antroposófica, membro da Sociedade Antroposófica no Brasil, mãe da Escola Waldorf Rudolf Steiner e que atua na disseminação dos ensinamentos de Steiner - não só nos meios antroposóficos, mas em outros âmbitos da sociedade. * Trecho do artigo O Jovem Steiner, de José Tadeu Arantes
Revista Micael: Em 1916, quando proferiu a palestra sobre as Carências da Alma em nossa Época, Rudolf Steiner já falava que o ser humano estava e ficaria cada vez mais individualista, solitário, fechado em si mesmo. E no início do século XX a questão do individualismo ainda não chegava nem perto do que é hoje. De onde vem essa capacidade de Steiner em antecipar tendências futuras? Ana Paula Cury: Steiner dizia que em todo ser humano residem capacidades espirituais superiores, sentidos superiores que estão latentes. Esses sentidos podem ser chamados ao despertar através de um desenvolvimento auto-consciente. Todos nós trazemos isso. Quando transformamos o nosso pensar, o nosso sentir e o nosso querer de uma forma consciente, podemos passar a ter outros tipos de percepção. E Steiner trabalhou muito nesse sentido, podia enxergar além. Mas é preciso ressaltar que ele nunca foi dogmático em suas afirmações. O caminho, segundo Steiner, é o da consciência em liberdade, que precisa ser despertada interiormente, não por uma autoridade externa. Quando, por exemplo, Steiner fala em Ciência Espiritual como caminho, ele não se refere apenas à Antroposofia ou à Sociedade Antroposófica, mas a um caminho que deve nascer dentro do ser humano. Cada indivíduo deve ir ao encontro da verdade – essa é a tarefa da nossa época. Revista Micael: E hoje, mesmo fora dos círculos antroposóficos, vemos muitas pessoas em busca dessa verdade, de um sentido para suas vidas, de uma reconexão com o aspecto espiritual... Ana Paula Cury: Sim, essa busca ressoa em nós, reverbera e conforta porque pertence a nós. Esse é o principal testemunho que eu costumo ouvir das pessoas que começam Revista Micael . 13
ENTREVISTA
a enveredar por esse caminho. Muitos dizem que é um momento sagrado de alimentação. Começamos a ser tocados por coisas que dão sentido à existência. Elas estão lá, mas precisam da nossa intenção para acontecer. Muitas vezes as pessoas sentem um vácuo existencial porque não apreendem isso. Revista Micael: Se estivesse vivo, Steiner estaria otimista com essa situação? Ana Paula Cury: Não sei se a palavra seria otimista, mas esperançoso. Ele estaria muito consciente dos riscos, dos perigos que corremos e envidaria todos os esforços para trazer o impulso Crístico a todas as áreas da humanidade. Esse é o verdadeiro impulso de todo antropósofo, seja ele ligado à instituição Sociedade Antroposófica ou não. Temos muitos antropósofos que não sabem que o são. Muitas pessoas que em suas buscas mais íntimas reconhecem aquilo que Steiner mostrou, independentemente de essa busca ser conscientizada através dos nomes que ele deu. Quando nos abrimos para o diálogo, sem ficarmos fechados no meio tradicional antroposófico, começamos a estabelecer relações e a perceber irmãos numa mesma busca. Revista Micael: Pouco antes da Primeira Guerra Mundial, quando descreve o conceito da trimembração social (segundo o qual a humanidade precisa ser estruturada com fraternidade no aspecto econômico, igualdade no aspecto jurídico e liberdade no aspecto espiritual) Steiner teve acesso a figuras influentes, como políticos e diplomatas, mas não foi ouvido. Que atitude tomou a partir de então?
Ana Paula Cury: Ele não esmoreceu, mas percebeu que as pessoas ainda não eram capazes de compreender inteiramente aqueles conceitos. A partir desse momento nasce o impulso que daria origem aos fundamentos da pedagogia Waldorf, uma forma de preparar novas gerações capazes de reconhecer por elas mesmas a necessidade de uma nova configuração social da humanidade. Revista Micael: Steiner diz que durante o primeiro setênio a criança é um ser que imita não apenas o gestual dos adultos, mas o que eles vivenciam interiormente. Somos imperfeitos, como podemos evitar pensamentos ruins durante o tempo todo? Ana Paula Cury: Sim, somos seres humanos imperfeitos, não conseguimos manter a atenção presente em nossos pensamentos durante 24 horas por dia. Mas Steiner propõe que reservemos momentos para atenção aos nosso pensamentos, momentos de calma interior. Talvez eu não consiga estar presente em mim em cada ato de uma maneira totalmente íntegra no pensar, no sentir e no querer durante 24 horas do meu dia, mas eu posso conquistar isso aos poucos: por exemplo, pela manhã e à noite, durante 15 minutos de prática meditativa. Se realmente faço esse esforço, essa calma começa a emanar para o resto do meu dia e para quem está perto de mim. Revista Micael: Como Steiner é visto hoje no meio acadêmico? Ana Paula Cury: Ele é reconhecido hoje pelo valor, pela relevância e pela atualidade de sua obra. O que Steiner havia falado há muito tempo hoje é visto como uma solução possível para muitas das crises pelas quais a humanidade passa, como a questão da agricultura biodinâmica e da sustentabilidade na economia. Principalmente na área da pedagogia Waldorf e da medicina antroposófica tem havido uma procura pelo elemento que as diferencia, e que está especialmente ligado à humanização e a uma visão mais holística do ser humano. Círculos cada vez maiores de pessoas não ligadas à Antroposofia hoje reconhecem isso. Para saber mais A Sociedade Antroposófica no Brasil criou um site no qual estão reunidas as informações sobre os eventos relacionados aos 150 anos de Rudolf Steiner que vêm sendo realizados no país: http://www.rudolfsteiner150.com.br/ No próprio site da Sociedade Antroposófica há muita informação sobre Steiner e sua obra: www.sab.org.br
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REGISTROS MICAÉLICOS
Alunos do colegial criaram sambasenredos sobre a escola
A garotada do Fundamental saiu em bloco e tocou frevos animados
O Carnaval no Micael
Alunos vivenciam toda a riqueza cultural dessa festa tão brasileira Na semana que antecedeu o Carnaval, as classes do Ensino Médio presentearam a escola com a apresentação de sambas-enredos compostos pelas turmas. O tema era... o Colégio Micael! A atividade foi proposta por Tarita Souza, professora de canto do colegial, que compôs a melodia e deixou para os alunos o desafio de criarem as letras. “Primeiro, aprendemos muito bem a melodia. O segundo passo foi conseguir encaixar palavras que coubessem nela, respeitando a prosódia e as frases musicais, mas não atentando ainda para o conteúdo. Cada aluno passou pelo processo. A terceira fase foi pensar o enredo, o colégio Micael. Nesse momento os alunos se juntaram em grupos para compartilhar as ideias. A última fase foi tentar juntar essas ideias ou criar algo a partir delas com toda a classe. O objetivo desse projeto, que durou um mês, foi além de trabalhar com composição e criação, aproximar os alunos de uma manifestação cultural brasileira. Fiquei muito feliz com os resultados. Temos quatro pontos de vista muito interessantes sobre a escola”, conclui Tarita. No Fundamental os alunos também tiveram a oportunidade de vivenciar uma bela experiência de Carnaval, brincando e cantando num bloco que percorreu a área externa da escola com muita animação. “As classes do 5º ao 8º ano ensaiaram uma pequena mostra de repertório de frevos-canção e frevos de rua. Cada turma ficou responsável por uma música, mas todos tocaram juntos. Alguns colegas do Ensino Médio ajudaram com a percussão. As crianças se fantasiaram e muitas salas até criaram temas para suas fantasias. O 5º ano, por exemplo, que está estudando a Índia, criou o bloco Flor-de-Lótus”, conta Daniela Munafó, professora de música do Fundamental.
Samba-enredo do 9º ano Vai começar o samba, O sinal até já tocou Tambor, batuque e a voz Este samba enredo saiu de nós Um dia eu fui visitar, de chinelo e sem celular Não era o meu lugar, Não tinha aquarela nem tear Oh meu Deus mas que saudade Quando eu tinha aquela idade Na festa de São João Eu pulava fogueira, minha lanterna Vou levantar, para este samba continuar Oh lá, olha o palco lá A meninada começou a ensaiar Lá ré fá lá fá A melodia não vai parar
Samba-enredo do 11º ano Se quer cantar, se joga Não deixa o samba parar O Micael inspira, É o samba do morro que vai tocar E juntos nós vamos contar A alegria que temos E compartilhar A história do nosso Arcanjo guerreiro Com asas de ouro E sua coroa de luz Vence o mau e o bem reluz E no céu vai brilhar, Mais bela estrela Que orgulho dá Com ele sempre poder contar E vamos sempre lembrar, Cada momento que passamos juntos lá E em cada olhar o verdadeiro amor que há
Samba-enredo do 10º ano O Micael me chama, Para este enredo cantar Com muita alegria Levo a minha escola pra avenida Eu vou com a folia sambar Vou lá, para o mundo encantar Todos juntos vamos O Colégio Micael sempre honrar Levo no peito estampado Música no coração O Arcanjo protetor Com sua espada na mão Me abençoa, por onde vou Azul e branco nosso brasão Aqui é nosso lugar Somos irmãos e juntos vamos sempre estar E no Micael O Carnaval vamos festejar
Samba-enredo do 12º ano De azul e branco, eu vou Cantar lá seja onde for Terra de ouro, lar Como é belo e cheio de amor pra dar Agora eu vou te mostrar O samba cantando e dançando Até o sol raiar, o nosso tamborim vai ressoar O vento vai levar a flor Crescer neste mundo viajar, Ver a vida fora Sair da brincadeira no quintal Nosso amor pela escola, Não está para acabar, Para a vida eu vou levar Toda essa riqueza, essa alegria, eu vou cantar E desse sonho vou acordar Oh gente que aqui se vê Todos os dias dentro do meu coração Seus olhares são Inspiração pra essa canção Revista Micael . 17
O PAPEL DE CADA UM DE NÓS
Por dentro do Conselho de Pais
Saiba como funciona essa instância tão importante para uma escola Waldorf e participe ativamente dela. Todos só temos a ganhar
Seguindo os preceitos da pedagogia Waldorf, o Colégio Micael não tem um proprietário. Ele é gerido por uma estrutura trimembrada, da qual fazem parte a Associação de Pedagogia Antroposófica de São Paulo (APASP), que conta com pais, professores e funcionários e é responsável pela administração da escola; pela Conferência Interna, composta por representantes do corpo docente e guardiã da questão pedagógica, e pelo Conselho de Pais, o braço que representa os pais nesse tripé. O Conselho é formado por representantes de todas as classes da escola, mas suas reuniões, que acontecem sempre às oito da noite da segunda terça-feira do mês, são abertas a toda a comunidade. Seu papel é ser um fórum para discussão e encaminhamento de ideias às esferas competentes e de promover a integração social da escola, ajudando, por exemplo, na organização do Bazar de Natal, de palestras e de eventos culturais. As diversas comissões de trabalho que existem na escola, como as comissões de obras, de segurança ou de comunicação, encontram no Conselho de Pais um espaço para sugerir ações e buscar apoio. Márcio de Andrade é o atual coordenador do nosso Conselho, ao lado de Carlos Franchin, seu vice, e de Luis Alves, secretário. Eleita em outubro passado, a nova gestão tem feito desse espaço um fórum de reflexão sobre questões importantes para as famílias e a comunidade, procurando estabelecer relacionamentos mais harmônicos entre pais, alunos e professores. A primeira reunião do ano, ocorrida em fevereiro, demonstrou que o interesse dos pais é grande. Dezenas de pessoas lotaram o Salão de Euritmia do Fundamental para
A primeira reunião de 2011 do Conselho de Pais: interesse e disposição
ouvir e serem ouvidos. “Creio que saber escutar os pais, os que chegam e os que já estão por aqui, saber de suas expectativas e habilidades é importante para o sucesso desse trabalho”, afirma Márcio, cuja proposta é que o Conselho não seja apenas um espaço para discutir questões de ordem prática, mas que também promova um processo de interiorização e auto-conhecimento para os pais que dele participam. Não é à toa que as reuniões têm sido abertas com a leitura de versos, de textos antroposóficos ou com vivências musicais que propõem um mergulho interior. Que tal participar do próximo encontro?
A missão do representante de classe Toda classe deve ter um pai ou mãe que seja seu representante no Conselho de Pais. Seu papel é importantíssimo: levar as questões da turma que representa e trazer para seus pares as notícias e demandas surgidas no Conselho. É preciso participar ativamente, comparecer às reuniões e fazer reverberar as ideias e decisões debatidas. É uma oportunidade de crescimento pessoal, mas que deve ser encarada com a noção de responsabilidade pelo todo. Além do representante, a classe precisa ter um suplente que possa ser acionado quando o titular não puder ir à reunião. A partir do momento em que assume a função, o representante de classe deve entrar em contato com a coordenação do Conselho de Pais (conselhodepais@micael.com.br) para passar seus contatos, mantendo viva e eficiente a comunicação entre todos.
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VIDA EM COMUNIDADE
Os encontros do Encontro Relato de uma mãe envolvida na organização do Encontro de Pais Waldorf no Estado de São Paulo, que acontece em maio no Micael
Em março ou abril de 2010, vi no mural da escola um cartaz contando sobre um “encontro de pais Waldorf que aconteceria em maio daquele ano na escola Rudolf Steiner. Fiquei com vontade de participar. Mas o evento duraria cinco dias inteiros e não teria com quem deixar as crianças por tanto tempo. Acabei não me candidatando a uma das vagas às quais o Colégio Micael tinha direito. Felizmente, a Karina Braz, mãe da escola, pôde nos representar e foi ao evento, o Encontro de Pais Waldorf em São Paulo, primeiro em solo brasileiro organizado por pais e para pais da comunidade Waldorf. Estavam presentes 45 pessoas de diversas escolas de São Paulo, entre elas da Rudolf Steiner, da Waldorf São Paulo, da Francisco de Assis, Manacá e da João Guimarães Rosa, em Ribeirão Preto. Encantada com a experiência, Karina saiu dela cheia de entusiasmo e pronta para fazer multiplicar as ideias discutidas. Fez um lindo relato sobre a sua participação durante uma reunião de Conselho de Pais do Colégio Micael no ano passado. Eu estava nessa reunião e fui “contaminada” pelo entusiasmo da Karina, que na ocasião aproveitou para lançar a possibilidade de o Micael sediar o encontro estadual de 2011. Pois bem: poucos meses depois de ouvir o testemunho contagiante da Karina, acabei me integrando, junto com ela, ao grupo que esteve por trás do encontro de 2010 e que pretendia (e pretende) dar continuidade à proposta de se criar uma verdadeira fraternidade entre pais de diversas escolas Waldorf. Abraçamos a missão de realizar o encontro estadual no Micael e trouxemos a proposta para a escola. A ideia foi muito bem recebida pela coordenação do Conselho de Pais, pelo corpo docente e pela administração.
Formamos então uma comissão organizadora interna para iniciar os trabalhos. Pude me aproximar de pessoas incríveis que toparam integrar o grupo e com as quais eu pouco tinha contato, como a Kalu Newton, a Ana Maria Vizcarra e a Doriana Venturini. Sem contar a amizade que comecei a cultivar com a própria Karina. Antes da missão do Encontro, nós apenas trocávamos bom dia, nunca tínhamos conversado de verdade. Também tive a chance de aprofundar o relacionamento com amigos e parceiros de outras muitas empreitadas micaélicas, como o Rogério Abbamonte, a Tatiana Pacini, a Rosana Moreira e o Márcio Andrade, pessoas que se somaram ao grupo e vêm dando contribuições valiosas para a nossa missão. Isso sem contar a experiência de ter conhecido pessoas maravilhosas de outras escolas, de estar com elas nas reuniões da Federação e de poder perceber que todos estamos no mesmo barco, fazemos parte de um todo. Quando nos reunimos, costumamos dizer que o Encontro de maio, na verdade, já está acontecendo. Ele é muito maior que o evento de três dias de duração que nossa escola sediará em breve. Meu grande desejo neste momento, e também dos meus parceiros nessa jornada, é o de fazer com que toda a comunidade do Micael seja contaminada por essa sensação de realização. Realização e felicidade por tantos encontros que estão acontecendo por conta desse Encontro. E que possamos continuar nos encontrando sempre, dentro e fora dos muros da escola, em todos os planos e sentidos.
”
Katia Geiling, mãe do Jardim D e do 7º ano, membro da comissão organizadora do Encontro Estadual de Pais Waldorf no Estado de São Paulo.
Revista Micael . 21
VIDA EM COMUNIDADE
Como participar do Encontro de Pais O período de inscrições para o Encontro de Pais Waldorf no Estado de São Paulo vai de 04/04 a 17/05. O colégio Micael dispõe de 16 vagas, uma para cada classe, para o evento, que acontece na escola de 27 a 29 de maio. As turmas devem definir, de acordo com critérios próprios, quem será o seu representante. O participante tem de ser alguém com perfil multiplicador e que se comprometa a repassar para a turma os principais pontos tratados no Encontro. As vagas que não forem preenchidas até o dia 17/05 serão redistribuídas entre os interessados. O valor da taxa de participação é de R$ 80 (inclui coffee-breaks, jantares e material de apoio). Para obter mais informações sobre o procedimento de inscrição, escreva para encontrodepais@micael.com.br. Confira todos os detalhes sobre o tema do Encontro e sua programação no blog http://encontrodepaiswaldorf.wordpress.com
Faça Parte. Envolva-se. Mobilize. Há muitas formas de ajudar a fazer acontecer o Encontro no Estado de São Paulo: •
Integrando o grupo voluntário de apoio, que ajudará na orientação dos convidados durante o evento
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Hospedando um participante de outra cidade em sua casa Participando do grupo que vai comandar a Noite da Pizza, que encerrará a programação do sábado, dia 28/05
Se quiser ajudar em qualquer uma das tarefas, escreva para encontrodepais@micael.com.br. Escreva “voluntário” no assunto.
Por que o símbolo do movimento que gerou o Encontro de Pais é um girassol? Essa flor, sempre voltada para a luz, tem uma forte ligação com São Micael, entidade suprema solar que estimula a força, a coragem e a fé inabalável. Os participantes do Encontro de Pais Waldorf de 2010 receberam como presente sementes de girassol. Era uma maneira simbólica de dizer que o impulso que nascia ali precisava ser plantado e cultivado para germinar. No encontro deste ano também distribuiremos sementes de girassol para nossos convidados. E esperamos que esse semear em busca da luz de Micael não acabe nunca. Pensando numa maneira de traduzir isso tudo, Tatiana Pacini, designer e mãe do 7º e do 4º ano do Micael, criou o lindo logo do nosso encontro.
PROGRAME-SE
Agenda micaélica dos próximos meses abril 28.04 . Assembleia da APASP 30.04 e 01/05 . Segundo Módulo Introdutório na Pedagogia Waldorf Tema: “Trimembração Humana” Palestrante: professora Celina Targa Valor: R$ 220 Inscrições com Glória, na secretaria escolar
maio 10/05 . Reunião do Conselho de Pais 12/05 a 15/05 . Peça teatral do 12º ano 27/05 a 29/05 . Encontro de Pais Waldorf no Estado de São Paulo
junho 04/06 . Festa da Lanterna 06/06 . Palestra de Pentecostes 13/06 . Palestra de São João 14/06 . Reunião do Conselho de Pais 18/06 . Festa de São João Revista Micael . 23