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Para Sempre, Cowboy (Bear County 12) (Antologia Monte Seu Cowboy) De: Lynn Hagen

Simon teve seu coração arrancado por um homem pelo qual se apaixonou. Mas quando descobre que seu ex-amante não é nada mais do que um pedaço de sujeira, decide jurar desistir dos homens... Por pouco tempo, pelo menos. Esse plano é colocado à prova quando conhece Mason e Jeremiah.


Capítulo 1

— Estamos nos vendo por três meses. — Disse Simon Corleone, enquanto estava deitado de barriga para baixo, aquecendo-se com a forma com que Eric corria os dedos por sua espinha. — Estamos. — A voz de Eric era leve, como o dedo mergulhado perto do traseiro de Simon. — E amo cada minuto com você. — E cada vez que nos encontramos, é neste motel. — Simon afirmou categoricamente. Virando-se, Eric deu um beijo no ombro nu de Simon. O toque era suave e fez Simon estremecer para mais. — Diga-me, prefere sentar num restaurante barulhento do que deitar calmamente aqui comigo? Esse não era o ponto e Simon estava ficando impaciente com seu relacionamento. — Você tem vergonha de mim? — Ele perguntou. Sabia que Eric assumira apenas recentemente e, talvez, o cara só estivesse pisando lentamente. Se fosse esse o caso, então, Simon teria paciência. Mas tinha uma sensação de que Eric estava tentando escondê-lo ou esconder algo. Não tinha certeza do que era, mas seu instinto estava lhe dizendo que algo não estava certo. Aprendeu a confiar em seus instintos anos atrás. Ainda assim, tinha esperança de que Eric fosse o Certo. Orou para que fosse apenas Eric se movendo lentamente, se acostumando a ser um homem gay. Um monte de homens não saltava para fora do armário, anunciando-se. De fato, a maior parte ficava na ponta dos pés e olhava em volta, pisando lentamente. Simon poderia lidar com a ponta dos pés. Estava apenas cansado de olhar para as imagens brega na parede e ficar em colchas que outras pessoas tinham usado, para atividades extracurriculares.


Ele queria sair, ver um filme ou dar um passeio pelas ruas de Bear County. Queria fazer nada, não ficar ali o tempo todo. Simon estava orgulhoso de quem era e queria mostrar seu homem ao mundo. Não tinham que dar as mãos ou beijar, mas seria bom ter algum outro tipo de diversão além do sexo. Eric deslizou sua mão para baixo do lado de Simon e mordeu sua orelha. — Nunca poderia ter vergonha de você. Sorrindo, Simon se virou e se aconchegou perto. — Então, por que não podemos ir ao cinema nesta sexta-feira? Como de costume, os lindos olhos azuis de Eric se encheram com algo que Simon não conseguiu decifrar. Estava na ponta da língua para dizer a Eric que o amava, mas algo fazia Simon segurar. — Vamos ver como o meu horário estará. — Eric respondeu. O do homem tocou uma melodia cativante, dançando por todo o criado-mudo. Eric virou-se para agarrá-lo antes que caísse no chão. Simon conhecia o som. Eric tinha acabado de receber uma mensagem de texto. Colocando o telefone de lado, Eric se virou e segurou o rosto de Simon. Deu um beijo nos lábios de Simon. — Tenho que ir, bebê. Simon não queria deixar o homem sair. Gostava de seu tempo com Eric. Inferno, era o destaque do seu dia, sempre que o chamava para encontrá-lo no motel. Embora quisesse sair e se divertir com Eric, estimava o tempo que passavam juntos. Não o trocaria por nada no mundo. — Não pode ficar um pouco mais de tempo? — Simon envolveu sua mão ao redor do pênis de Eric e deu-lhe um aperto. — Prometo fazer valer a pena. Seu coração afundou quando Eric balançou a cabeça. Simon estava começando a se sentir desanimado. Queria ser uma parte da vida de Eric, mas o homem sempre tinha que se apressar, como se fosse um médico de plantão, ou alguma merda assim. — Por mais que essa promessa me tente, realmente tenho que ir. —


A desculpa tomava as palavras de Eric enquanto escorregava da cama e começava a se vestir. Simon se virou de bruços e apoiou o queixo em suas mãos, enquanto observava Eric cobrir seu corpo lindo. Uma vez vestido, Eric se inclinou e deu-lhe um beijo rápido. — Eu ligo para você. Simon não podia continuar assim. Era abertamente gay e não se importava com quem sabia. Não pressionaria Eric para sair a público, mas estava começando a se sentir como o seu pequeno segredo sujo. Nunca foi convidado para a casa de Eric, não conhecia nenhum dos seus amigos e fora o sexo, não tinha ideia se tinham algo em comum. Três meses e Simon ainda não sabia nada sobre a vida do homem. Bem, estava prestes a mudar isso. Depois que Eric saiu pela porta, Simon rapidamente se vestiu e pegou as chaves na cômoda. Espiou pela porta e viu Eric sair do estacionamento e virar à direita. Correu para o seu carro e o seguiu. Se Eric não lhe daria respostas, Simon ia encontrá-las. Estava apaixonado pelo homem, mas sabia que esses sentimentos não eram devolvidos. Se iria confessar seu amor para Eric, queria ter certeza de que o homem estava nisto. Viu o carro de Eric, mas ficou para trás para que fosse visto. Simon mantinha um controle firme na direção, imaginando o que ia encontrar. Orou como o inferno para que não fosse nada de ruim. Mas Eric fora tão evasivo, tão cheio de segredos, que o estava deixando insano. Inicialmente, Simon tinha amado toda a rotina de capa e espada. Era muito emocionante receber Eric no motel. Mas a emoção tinha desaparecido e estava pronto para mais. Deveria ter seguido Eric há um tempo, mas confiou nele. Por outro lado, cada vez mais as desculpas que Eric dava, deixavam Simon mais desconfiado. Quando entrou em uma garagem, Simon parou no meio-fio algumas casas abaixo. A casa que estava olhando tinha dois andares, branca com guarnição azul escuro. O gramado era bem cuidado e o jardim parecia que


tinha um profissional cuidando dele. Simon estava num suburbano bairro comum. Pelo menos agora sei que não é um médico ou advogado. Simon desligou o motor e afundou mais em seu assento. Nunca tinha perseguido alguém antes. Parecia estranho e não gostava muito dele mesmo agora. Mas precisava de respostas e tinha uma visão perfeita de onde estava estacionado. Eric saiu do carro e fechou a porta, quando como uma mulher, uma muito grávida mulher, saiu pela porta da frente da casa. Seu sorriso era largo e tudo nela era lindo. Não como uma modelo, mas ela tinha aquela beleza natural com que algumas mulheres nasciam. O tipo de mulher que parecia melhor sem maquiagem do que com. Talvez seja sua irmã, prima, ou até mesmo uma amiga? Mas Simon não precisou ficar adivinhando. Não quando Eric agarrou a mão da mulher, puxou-a em seus braços e lhe deu um beijo longo e sensual, enquanto sua mão se estendia sobre a barriga inchada. Lágrimas brotaram nos olhos de Simon quando seu estomago torceu em um nó apertado. Seu coração doía tanto que sentia como se alguém estivesse rasgando-o. Sua mão tremia quando a estendeu para a maçaneta da porta. Precisou de duas tentativas antes que pudesse abri-la. Isso não pode estar acontecendo. Como posso ter sido tão tolo? A dor se reuniu na parte de trás da garganta de Simon quando a bile subiu mais e mais alto, ameaçando deixá-lo doente ali mesmo, na rua de Eric. Suas pernas viraram borracha, enquanto caminhava até se aproximar da casa de Eric. Simon não queria acreditar no que via. Não queria acreditar que isso era real. Era como estar em seu pior pesadelo, sem chance de acordar para se ver escondido em sua cama, são e salvo. As crianças passaram por Simon em suas pequenas bicicletas perfeitas e um vizinho estava em sua garagem lavando seu carro. Um cachorro latiu e o cheiro de churrasco era pesado no ar.


A vida normal nos subúrbios, ainda não havia nada de normal sobre o que Eric tinha feito para Simon. Não havia nenhuma razão para enganá-lo, para arrastar Simon para esta realidade infernal. Caminhou lentamente, como se estivesse num cortejo fúnebre e, em alguns aspectos, estava. Eric se virou e seus olhos se arregalaram um pouco, antes de manobrar sua pequena esposa e tentar conduzi-la para a casa. — Oh, não, você não vai! — As palavras de Simon foram mais uma mensagem que qualquer outra coisa. Ficou surpreso que pudesse falar com o nó queimando em sua garganta. O vizinho lavando seu carro parou, a mangueira pendurada, enquanto olhava em direção a eles. Simon não se importava. — Nem mesmo pense em correr, Eric. Simon queria machucar Eric. Queria arrancar seu coração. Teria, se Eric possuísse um. O filho de uma cadela não só era casado, mas estava esperando um filho. A traição o rasgou. O desgraçado ainda não tinha lavado Simon de seu corpo antes de ir para casa e beijar sua mulher. As sobrancelhas da esposa se franziram, enquanto olhava de Simon para Eric. — Querido, quem é esse? Os punhos de Simon se enrolaram ao seu lado, quando sua raiva começou a crescer como um vulcão ameaçando entrar em erupção. — Sim, quem sou eu, Eric? Eric largou sua esposa e foi em sua direção, agarrando o braço de Simon e o forçando pelo gramado em direção ao seu carro. — Como se atreve a vir a minha casa? — As palavras de Eric era um sussurro rosnado. — Seu pedaço fodido de merda! — Simon gritou para o rosto de Eric. — Você mentiu para mim! — A garganta de Simon secou com sua respiração apressado. Adrenalina percorria seu corpo, enquanto seu pulso se elevava. Amava aquele homem com todo o seu coração e Eric estava o traindo o tempo todo. Quando chegaram ao carro de Simon, Eric bateu-o para o lado dele.


— Dê o fora daqui. Falaremos sobre isso mais tarde. A mulher aproximou-se e ficou do outro lado da rua, no gramado arborizado. — O que está acontecendo? — Perguntou ela. Simon abriu a boca e a fechou. Por mais que quisesse machucar Eric, sentiu pena daquela mulher. Não era culpa dela que se casou com um babaca. Alguém precisava lhe contar sobre o marido enrustido, mas não seria ela a esmagar o mundo dessa mulher. Pelo tamanho de sua barriga, ela estava perto de dar à luz. Ele não podia destruir o que deveria ser o momento mais feliz de sua vida. Simon baixou a voz, somente Eric podia ouvi-lo. — Está vivendo uma mentira maldita, Eric. E, o que realmente é uma porcaria, arrastou esta mulher bonita para isso. Você é gay. Porra! Mas não espere que te ajude a viver a sua pequena fantasia torcida. — Simon... — Eric sussurrou seu nome. — Não termine por isso. Simon já estava à beira das lágrimas e sabia que tinha que ir embora. Olhou nos olhos muito azuis de Eric e viu o seu futuro em ruínas, quebrando a seus pés. — Não vou ajudá-lo a trair sua esposa. Admita o que você é ou seja fiel a ela. Ou, que Deus me ajude, voltarei aqui e lhe contarei tudo. A mulher ainda estava de pé do outro lado da rua, sua expressão cheia de perplexidade. Os olhos de Simon se afastaram Eric e fez a coisa mais difícil que já teve de fazer. Entrou em seu carro e foi embora, sem olhar para trás. Foi para o salão de cabeleireiro onde começou a trabalhar, apenas se controlando. Sentou do lado de fora Salão Color Me Crazy e olhou para a estrutura branca. Como podia ter sido tão tolo? Agora que pensava sobre isso, todos os sinais estavam lá. Mas estava tão preso em estar com Eric que fingiu não ver esses sinais. E agora estava pagando o preço, porque perder Eric doía tanto que queria se enrolar em posição fetal e chorar um rio. Estava engasgado,


enquanto tentava fazer a dor parar, tempo suficiente para recuperar o fôlego. Seu coração parecia como se tivesse se encolhendo ao tamanho de um botão, batendo ferozmente para sobreviver a isso. Obrigou-se a sair de seu carro e entrar, um pé na frente do outro, um passo de cada vez. Estava andando, sentindo-se como se estivesse prestes a enfrentar um pelotão de fuzilamento, dormente demais para notar algo em torno dele e muito arrasado para ter cuidado. Suas entranhas estavam mutiladas e os pedaços estavam sendo arrancados dele, deixando-o oco em alguns lugares e se contorcendo em agonia em outros. Ele continuou andando, precisando de privacidade apenas no caso de cair de joelhos e rastejar sobre seus restos sangrentos. Donna estava sentada atrás da mesa, falando ao telefone. Simon a ignorou e rezou para que não lhe perguntasse nada. Estava com medo de que, se abrisse a boca, as comportas se abririam e a barragem estouraria. Correu para a parte de trás, onde as máquinas de lavar e secar roupa ficavam e respirou profundamente. Poderia passar por isso. Era apenas um relacionamento perdido, com um bastardo traidor. Não precisava desse tipo de porcaria em sua vida. Trabalhou muito duro para terminar a escola de cosmetologia, enquanto ainda estava trabalhando na farmácia em tempo integral. Conseguiu coisas que nunca pensou ser possível, e sua vida estava, finalmente, indo na direção certa. Eric apenas o derrubou. Você precisa esquecê-lo e seguir em frente. Simon se manteve dizendo a si mesmo isso, mas algo em seu peito se expandiu, deixando-o sem espaço para respirar, esmagando-o por dentro. Donna enfiou a cabeça na esquina. — O que há com seu rosto? Simon começou a dizer-lhe que não queria falar sobre isso, mas assim que abriu a boca, ele começou, como tinha suspeitado que faria e como não queria, apenas a chorar. Um choro muito ferido. — Oh, querido. — Donna começou a esfregar as costas de Simon,


num gesto reconfortante. — O que está errado? — Eric. — Disse, enquanto continuava a chorar. Odiava chorar, mas doía tanto que não conseguia segurar suas emoções dentro. — Ele é casado. Ela estreitou os olhos. — Eu disse que ele não era bom. — Disse ela. — Se um homem não o apresenta aos seus amigos, isso é um sinal de alerta enorme. Simon se sentou sobre o secador e Donna entregou-lhe um lenço de papel. — Se isso o faz se sentir melhor, vá em frente e chore. E depois podemos planejar sua morte. Simon conseguiu sorrir, enquanto enxugava os olhos. Tornou-se alguém que não reconhecia ao ver Eric. Costumava ser tão autoconfiante, pronto para enfrentar o mundo. Parou de usar sua roupa gótica, porque Eric não gostava do look. Fazia meses que parou de usar delineador ou pintar as unhas de preto. Parou de ver seu melhor amigo, Isaac, e tinha se isolado porque, se Eric chamasse, queria estar disponível. Foi tão cego para tudo, disposto a fazer o que Eric quisesse. Queria voltar para aquele pequeno subúrbio perfeito e bater no cara. Pena que assassinato fosse ilegal. — Estou fora dos homens. Juro! — Oh, que bom! Depois, pode ser uma lésbica, como eu. Tenho a conexão perfeita para você. — Ela estava sendo sarcástica. Ele amava sua personalidade. Era tão retorcida como um carro destruído, mas estava sempre lá para ele. Riu neste momento. — E o que Eva diria? Sabe como ela é possessiva com você. Se começar a trazer as mulheres aqui, ela poderia tentar explodir o salão. — Além disso, você gosta muito de pau. — Ela fez uma careta. — Não vejo vantagem em pau. Simon revirou os olhos. — Por favor, não comece a me contar histórias sobre você e Eva


esbarrando vaquinhas. Estou deprimido suficiente. Ela jogou a cabeça para trás e riu. — Você que perde. Ele, bom grado, iria lidar com essa perda. Donna encostou-se na máquina de lavar. — Por que não vem em casa e Eva pode lhe cozinhar o jantar? Simon grunhiu quando jogou o tecido usado na lixeira ao lado do secador. — Eu iria, mas ela é uma puta má. Acha que estou fingindo ser gay para que não suspeite nosso caso de amor tórrido. — — Ela ficaria feliz em mudar a sua atitude, mas o seu seguro não cobre os remédios. — Donna piscou para ele. — Só não quero você lastimando em seu apartamento. Pode ficar tentado a chamá-lo. Um ex é um ex por uma razão. Simon olhou para ela. — Nem sequer tenho energia no momento para fingir que gosto de você. — Não, mas você me ama. — Ela lembrou. — Só porque é tão brutalmente honesta. — Disse ele. — Mas vou passar o jantar. Prefiro ir para casa e comer um contêiner inteiro de sorvete, enquanto assisto Supergatas1. Simon estava tentando desesperadamente não chorar de novo. Não era fácil. Descobrir que o homem a quem tinha dado seu coração, era um mentiroso, trapaceiro e filho podre da puta, o fazia querer machucar alguém. — Querido, não pode desistir de tudo só porque Eric era um idiota. — Observe. — Simon pulou e voltou para a outra sala, onde se sentou em uma das cabines. Donna seguiu e sentou-se atrás da mesa de recepcionista, antes que pegasse o telefone e começasse a falar novamente. Simon nunca ia dar a outra pessoa o seu coração novamente. Amava

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Série popular e divertida, exibida de 1985 a 1992, sobre quatro senhoras que moravam na Flórida.


estar apaixonado, mas esta foi a primeira vez que teve seu coração arrancado em pedaços. Esperava que Eric fosse atropelado por um ônibus. Duas vezes. Desejou que fosse um bastardo insensível para que pudesse voltar e dizer a esposa tudo, para que soubesse que se casou com um gay enrustido e que seu pequeno casamento perfeito era uma ilusão. Acabaria com Eric. Mas Simon não podia fazer isso. Simplesmente não conseguia. Ela não merecia ter seu coração arrancado também. Uma vítima das ações de Eric era suficiente. Mas Simon não era uma vítima. Nem remotamente. Iria lamentar sua perda e seguir em frente. Nenhum homem iria destruí-lo. Não inteiramente. Simon ainda estava longe dos homens. Ok, não totalmente. Mas ninguém chegaria perto de seu coração. Iria juntar os pedaços de seu coração e ninguém nunca iria quebrá-lo de novo.

Capítulo 2 Oito meses depois... Jeremiah Cretan dirigia sua motocicleta para o estacionamento em frente à estação de correios. Agarrou a correspondência de seu alforje e enfiou-a debaixo do braço antes de ir para dentro. Normalmente, apenas


empurrava os envelopes na caixa de correio e jogava a pequena bandeira vermelha para cima. Mas Jeremiah sentiu vontade de sair da casa. Não havia muito que fazer, mas não havia nada como a sensação de andar na estrada aberta. Todo mundo precisava deixar o trabalho ir de vez em quando e aproveitar o dia. Depois de deixar sua correspondência no correio, decidiu ir até a farmácia. Já que estava na cidade, podia muito bem fazer algumas das coisas que precisava. Podia até mesmo parar no restaurante local e almoçar. Olhou para as vitrines das lojas, enquanto passava por elas e, brevemente, considerou comprar algumas flores para animar a sua cozinha, mas continuou andando. Provavelmente iria matá-las de qualquer maneira. Jeremiah tinha um polegar preto. Não era bom com qualquer tipo de planta ou flor. Certa vez, tentou colocar um canteiro de flores em torno de sua varanda, mas nada cresceu, nunca. Correção, as ervas daninhas floresceram. Quando passou pelo salão de cabeleireiro, diminuiu o ritmo. Olhou através da grande janela de vidro para o homem mais sexy que já tinha visto. O coração de Jeremiah começou a bater mais rápido quando parou e olhou. O cara era de estatura média, mas não havia nada de mediano naquele homem. Absolutamente nada. Seu cabelo castanho era curto, espetado em cima e raspado nas laterais. Seu nariz era aquilino e seu queixo era teimoso. Pelo que podia ver sob a manga da camisa, o estranho tinha um corpo para morrer. Não era grosso com músculos, como Jeremiah, mas era bem definido. Encontrou-se andando para trás até que estava de pé na soleira da porta e olhando para a loja, como um turista perdido. Seu urso rosnou para Jeremiah entrar. Assim ele fez. — Posso ajudá-lo? — Uma mulher com short e cabelo ruivo perguntou. Seu sorriso era educado, mas Jeremiah apenas tinha olhos para o estranho que estava atualmente fazendo mechas no cabelo de uma mulher. — Preciso de um corte de cabelo. — Disse Jeremiah. Seus fios


castanhos ondulados atingiam seu pescoço e gostava desse comprimento. Depois de oito anos tendo um corte militar na Marinha, tinha jurado nunca ter o cabelo curto novamente. Cortá-lo seria bom, entretanto. — Posso tirar o excesso. — Não. — Jeremiah balançou a cabeça, afastando a mulher. — Quero que ele corte o meu cabelo. — Apontou para o outro estilista. — Simon pode demorar um pouco. — Respondeu ela estourando o chiclete na boca e dando um olhar direto a Jeremiah. Ele acenou para ela e perguntou o que estava acontecendo por trás daqueles olhos castanhos. Ela estava o olhando como se fosse um suspeito perigoso. — Sem problema. A mulher virou-se e disse a Simon: — Tenho outro cliente para você. Jeremiah prendeu a respiração quando Simon virou a cabeça. Aqueles olhos. Eram intensos e penetrantes, e tão azuis como o céu. As sobrancelhas arqueavam em cada extremidade, e era o look mais sexy que já tinha visto. Simon deu a Jeremiah aquele mesmo olhar, de cima a baixo, e acenou com a cabeça. — Basta sentar. — Disse a Jeremias. — Não devo levar muito mais tempo. Jeremiah quase caiu sobre a mesa de café quando recuou. Os olhos da mulher se arregalaram um pouco, como se esperasse que derrubasse a prateleira de produtos de cabelo com ele. Jeremiah se conteve e moveu-se para a cadeira almofadada na janela. Olhou para as revistas espalhadas na mesa, mas não estava interessado em ler sobre penteados e cores. Preferia concentrar sua atenção em Simon. — Ele é único. — A mulher atrás do balcão da recepção disse antes de piscar para Jeremiah. Ele não tinha ideia de por que ela estava lhe dizendo isso, mas foi bom saber.


Sentou-se ali, desconfortavelmente, seu corpo muito grande para a largura padrão da cadeira. Pegou duas cadeiras e, finalmente, foi capaz de sentar-se confortavelmente. A cadeira que tinha em casa fora encomendada especialmente para seu grande corpo. Tinha nascido com ossos grandes, em uma longa fila de homens de ossos grandes. Jeremiah havia trabalhado duro para transformar o seu peso em músculo e tinha conseguido. Correu o mais rápido que podia em sua forma de urso, o que ajudou muito, assim como sua academia pessoal em seu porão. Simon caminhou até a mesa e sorriu para Jeremiah. Não era um daqueles sorrisos de flerte, mas o que, provavelmente, dava a todos os seus clientes. Simpático e educado. — Ok, você pode vir agora. Tenho a Sra. Truman sob o secador de cabelo. Jeremiah se levantou e moveu-se em torno da mesa de café, cuidando para não bater nela. Quando se aproximou de Simon, rapidamente percebeu sua diferença de tamanho. Sempre foi um gigante entre os homens, mas se sentiu duas vezes maior quando em pé ao lado do cara. — Meu, você é um homem alto. — Disse Simon conduzindo Jeremiah para um assento. Felizmente, ele se encaixava na cadeira em que Simon mandou sentar. Era por isso que normalmente cortava o cabelo em casa. Não estava interessado neste salão chique, mas Simon lhe atraíra. O homem começou a deslizar os dedos pelo cabelo de Jeremiah, que teve que enrolar os dedos para se impedir de puxar Simon em seus braços. Foda-se, o homem cheirava tão bem. Era o cheiro da floresta logo após a chuva. Terroso e bonito. — Agora, o que quer que... — Jeremiah. — Informou. — Ok, Jeremiah. Que tipo de corte que está procurando? — O homem não tinha parado de pentear os dedos pelos cabelos de Jeremiah, que não conseguia se concentrar. Tudo o que continuava pensando era em ter Simon brincando com seu cabelo, enquanto fodia o cara.


— Não sei? — Perguntou Simon. Os olhos de Jeremiah foram para o espelho na sua frente. Olhou nos azuis-como-o-céu olhos de Simon. — Apenas as pontas. Simon balançou a cabeça, enquanto batia Jeremiah em seu braço musculoso. — Então, vamos começar lavando seu cabelo e vamos trabalhar a partir daí. Jeremiah se levantou e seguiu Simon para uma área com duas pias, duas cadeiras reclináveis e prateleiras de garrafas, que se estendiam de um lado da parede para o outro. O homem lhe fez sentar mais uma vez e se inclinar para trás. Quando Simon molhou seu cabelo e começou a massagear o couro cabeludo com xampu, Jeremiah teve uma ereção completa. Não foi só o seu formigueiro no couro cabeludo, mas em todo o seu maldito corpo, enquanto tentava pensar em algo que o faria perder sua dureza. — Trabalha aqui há muito tempo? — Perguntou. Olhou para o teto e tentou pensar nos animais que tinha se esquecido de alimentar, a casa que precisava de limpeza e seria mais do que provável que ainda precisaria dali a um mês. Até pensou no trabalho que ainda precisava ser feito, mas nada estava funcionando. Seu pênis ainda estava ereto e pressionando em seu zíper como uma besta feroz tentando sair de sua prisão. — Cerca de um ano. — Disse Simon e depois deu uma risada suave. Jeremiah comeu o som e engoliu-o todo. — Acho que não é muito tempo para algumas pessoas. O que você faz? Jeremiah hesitou. Para qualquer um que chegasse à sua casa, ele parecia um fazendeiro com um pedaço de merda de terra e muitas coisas espalhadas pelo quintal precisando de reparo. Mas isso estava muito longe da verdade. Inferno, metade do tempo Jeremiah esquecia que tinha animais que precisavam de atenção e as máquinas já estavam lá quando comprou o lugar. Na verdade, trabalhava como analista para a CIA. Pegou o trabalho depois de se reunir com Maxwell Summerville. Mas não estava autorizado a


divulgar essa informação. Tinha um quarto sob a casa acessível apenas por código. Parecia uma adega com uma sala de armazenamento, mas dentro desse espaço de armazenamento havia uma porta que levava ao seu santuário privado, onde recebia documentos e comunicações ultrassecretos. Logo depois de deixar a marinha, Maxwell Summerville o recrutou. Jeremiah tinha uma ótima folha de serviço, mas havia declinado empregos de alto nível durante este tempo. Gostava de cozinhar e tinha cortado um monte de burocracia para assegurar a sua posição como um cozinheiro. Mas Maxwell não tinha tomado um não como resposta, e logo se encontrou profundamente enfiado no trabalho analítico. — Fazendeiro. — Manteve a reportagem de capa que lhe tinha sido dada, mas uma parte sua queria dizer a Simon a verdade. Nem mesmo T-Rex e seus homens sabiam a extensão do que Jeremiah fazia. T-Rex estava ciente de que ocasionalmente ainda trabalhava para o governo, mas esse era o grau de conhecimento do homem. — Nada de errado com trabalho duro. — Simon lavou o cabelo de Jeremiah, colocou algumas coisas com cheiro de citrus e começou a massagear o couro cabeludo mais uma vez. Jeremiah mal estava segurando o seu controle. Os dedos do homem eram magia. A massagem poderia colocá-lo para dormir, se Jeremiah não ostentasse um maldito tesão. Queria sentir aqueles dedos mágicos em outras partes de seu corpo, esfregando, puxando e deslizando entre suas coxas. Gemeu e percebeu que ele tinha feito o barulho alto. Simon riu. — Todo mundo adora ter seu cabelo lavado. Se fosse só o caso... Jeremiah se mexeu na cadeira quando Simon começou a lavar o cabelo mais uma vez. — Ok. — O homem usou uma toalha para absorver a água sobre a cabeça de Jeremiah. — Pode voltar para a outra cadeira. Limpando a toalha sobre os fios úmidos que estavam escorrendo pela parte de trás do seu pescoço, Jeremiah fez como pedido. Simon pegou um pente e começou a trabalhar com o seu cabelo uma vez que estava sentado. A


cadeira era apertada e sentiu-se espetado, mas não reclamaria e pararia Simon de correr os dedos pelo seu cabelo. Jeremiah manteve os olhos em Simon através do espelho. Simon estava concentrado no que estava fazendo, mas isso era bom para Jeremiah. Podia o olhar sem ser apanhado. — Você está saindo com alguém? — Perguntou. Não ia dar rodeios ou sugerir na esperança de que Simon entendesse do que a pergunta se tratava. Sutileza nunca foi o seu forte. Embora Jeremiah vivesse sozinho e passasse a maior parte de seu tempo no trabalho, nunca foi de segurar a língua. As mãos de Simon pararam e suas feições escureceram como cortinas se fechando para bloquear o sol. — Não. O que foi isso? — Importa-se de sair comigo? Simon pegou a tesoura e começou a cortar seu cabelo. Os movimentos eram bruscos e Jeremiah esperava ainda ter um pouco de cabelo quando deixasse o salão. — Você é casado? — Não. — Respondeu Jeremiah. — Como sei disso? — Perguntou Simon num tom perseverante. Jeremiah estava começando a receber a imagem. Simon tinha sido traído. — Você pode vir jantar. — Jeremiah ofereceu. Ele ergueu as mãos. — Sem anel, também. — Não significa que não está vendo ninguém. — Respondeu Simon, enquanto o pente continuava a deslizar pelo cabelo de Jeremiah. Porra, o homem era persistente. — Quer perguntar aos meus amigos? — Vai me apresentar a eles? — Simon parecia cauteloso, como se não confiasse que Jeremiah fosse fazer isso. — Claro que sim. — Respondeu ele. — Não iria manter um cara de


boa aparência como um segredo. Algo se moveu por trás daqueles olhos azuis. — Saia com ele! — A mulher atrás do balcão disse. — Estou cansada de você ficar de bobeira aqui. — Fique fora disso, Donna. — Simon devolveu para a mulher. — Eu vou sair com ele. — Disse a Sra. Truman debaixo do secador de cabelo. — Ele é um rapaz grande, bonito. — A mulher idosa olhou para Jeremiah como se quisesse fazer coisas muito ruins com ele. Jeremiah corou e piscou para ela. — Se não estivesse tão interessado em Simon, poderia lhe sair com você. Suas bochechas ficaram uma bonita máscara rosa quando ela acenou com a mão para ele e riu. — Tão bonito e encantador. E a ideia golpeou Jeremiah. — Por que não mato dois pássaros com uma pedra? Vou levá-lo para jantar na casa do meu amigo, então, pode ver que não estou escondendo um amante. Conhece o rancho com Big Bear? Simon assentiu. — Meu melhor amigo vive lá. As coisas estavam começando a melhorar. — Será que seu melhor amigo mentiria a você sobre mim? Simon encolheu os ombros. — Depende de quão bem você pode enganar pessoas. Isaac é um pouco ingênuo. Jeremiah estava pronto para bater com a cabeça no balcão. Melhor ainda, queria encontrar a pessoa que tinha machucado Simon e bater a cabeça daquele bastardo no balcão. — Só pedindo uma chance. — Disse ele. Simon se inclinou para perto, sussurrando para que somente Jeremiah pudesse ouvi-lo.


— Tudo bem, mas se descobrir que tem alguém, vou cortar a porra de suas bolas fora. Sou muito bom com uma tesoura. Se Jeremiah não suspeitasse que Simon fosse seu companheiro, iria correr o mais rápido da ameaça maluca. Mas o homem tinha sido ferido e precisava que lhe mostrasse que não estava lá para machucá-lo. — Graças a Deus, sou totalmente solteiro. — Jeremiah respondeu como sua ereção finalmente começou a desinflar. Ameaçar as joias da família de um homem fazia isso. — Sou completamente apaixonado por minhas bolas.

***** Jeremiah apareceu no rancho de T-Rex no início da noite de sextafeira. Fazia tempo desde que foi a um encontro real, e suas mãos estavam suadas quando saiu de seu caminhão. Não, isso era uma mentira. Seu corpo inteiro estava quebrando de suor. Olhou para as cadeiras na varanda da frente e se perguntou se deveria sentar lá ou entrar e esperar. Os homens do Rancho Big Bear o haviam convidado algumas vezes, mas Jeremiah sempre lhes dizia que estava ocupado. Sentiu-se bastante péssimo por usá-los para seu encontro. Esta era a primeira vez que pôs os pés em sua terra, e olhando em volta, percebeu o quão pouco cuidado seu rancho era. O rancho aqui era incrível. A porta de tela se abriu e T-Rex saiu. — O que acha? — Perfeito. — Assentiu e deu um passo adiante, enquanto T-Rex segurava a porta aberta para ele. O interior era ainda melhor. Tinha um ar caseiro, confortável. Avistou um grupo de garotos correndo ao redor da sala e alguns homens de pé no meio, como se fossem mantidos como reféns pelos bandidos da altura do joelho. Jeremiah foi levado para a cozinha, onde o nível de ruído era menos frenético. A cozinha organizada tinha uma mistura de aromas que deixou o


estomago de Jeremiah resmungando por comida. Foi um cozinheiro na Marinha, mas nunca tinha feito qualquer coisa gourmet antes. A maioria de seus mantimentos consistia em proteínas e carboidratos. Podia montar um assassino prato de massa ou fritar frango, mas o que Sam estava fazendo cheirava como se Jeremiah tivesse entrado num restaurante chique. — Você não tem que ter todo esse trabalho. — Disse quando foi ao fogão, onde Sam estava mexendo um pouco de molho vermelho. Jeremiah viu um pouco de vinho em caixa sobre o balcão e perguntou se Sam tinha usado em seu molho. — Não, nenhum trabalho. — Sam pegou uma colher limpa de uma gaveta e mergulhou-a na mistura, antes de tomar um gole de cerveja. — Não é sempre que posso cozinhar algo assim. T-Rex lhe ofereceu uma cerveja gelada e Jeremiah agarrou a garrafa como uma tábua de salvação. Seus nervos estavam tensos e se perguntava se quando Simon iria chegar. O cara parecia relutante no salão de beleza e Jeremiah tinha chegado a sensação de que Simon estava pronto para correr do encontro, a qualquer segundo. Mas o cara tinha ligado para T-Rex para descobrir se Jeremiah estava dizendo a verdade, o que era um bom sinal. — Por que não podemos ir lá fora e posso lhe mostrar ao redor? — TRex perguntou se dirigindo para a porta dos fundos. — Uma vez que esta é a sua primeira visita oficial, uma turnê está inclusa. Uma caminhada ajudaria a acalmar os nervos de Jeremiah. Seguiu e deu um passo para trás para ver galpões à esquerda, grandes currais e um estábulo para a direita. O local era definitivamente muito mais organizado que o dele. Jeremiah possuía um celeiro, que precisava ser demolido, e um quintal, que estava tão cheio que tinha certeza de que alguns de seus animais estavam perdidos em algum lugar naquela selva. Havia alguns peões ainda trabalhando, mas Jeremiah tinha chegado mais cedo. O sol ainda era uma grande bola no céu, o que só o fazia suar ainda mais.


Era um trabalho árduo, mas tentava não ficar sujo na roupa ocasional que tinha escolhido para vestir. Disse a Simon que era um fazendeiro, mas não queria parecer como se tivesse acabado de trabalhar a terra. T-Rex deve ter percebido, porque ficaram na grama em vez de pisar no barro. — Você gosta de fazendas de gado? — Jeremiah perguntou antes de tomar um gole de cerveja, desejando que tivesse optado por um copo de água gelada em seu lugar. Sentia-se desidratado por tanto suor. Se não se acalmasse, ia se afogar em suas próprias roupas. Tinha dois metros de músculos duros e suados. Podia sentir uma gota escorrendo em sua espinha quando enxugou a testa. — Adoro. — T-Rex admitiu. — Nunca pensei em possuir meu próprio rancho, mas não me arrependi da decisão. Jeremiah contornou brinquedos e uma caixa de areia quando T-Rex caminhou em direção ao barracão. — Eu me apaixonei por este lugar e com o fato de que meu filho e sobrinho serão criados aqui. T-Rex lhe contara sobre ganhar a custódia de seu sobrinho depois que seu irmão havia falecido. E seu companheiro, Isaac, tinha dado à luz a um menino no final do inverno. Jeremiah deu um duplo olhar quando avistou um homem quase d seu tamanho vindo do barracão. O cara estava balançando o braço direito para fora, enrolando e desenrolando os dedos, sem saber que Jeremiah estava o olhando. — Este é Mason. — Disse T-Rex. — Ele é uma das ajudantes. O vento mudou e o aroma de sândalo encheu o ar. Urso de Jeremiah sentou e tomou conhecimento. O aroma de terra aqueceu seu corpo e o fez pensar em sexo quente na frente de uma lareira. — Ei, T-Rex, Isaac quer você! — Sam gritou pela porta dos fundos. T-Rex virou. — Vai ficar bem aqui atrás sozinho?


Ouviu apenas metade do que o cara estava dizendo quando, distraidamente, assentiu, seus pontos turísticos travados em Mason. T-Rex foi embora, e Jeremiah andou mais perto do duro e musculoso corpo do ajudante do rancho. Mason finalmente olhou para cima, percebendo o aroma no ar e virou a cabeça lentamente, fechando os olhos em Jeremiah. Considerando que o urso de Jeremiah sentia uma enorme necessidade de proteger Simon, ele queria levar Mason baixo e foder o homem insanamente. Havia força bruta correndo

entre

eles,

como

uma

tempestade

elétrica

numa

nuvem

estaticamente parada. O ar tornou-se sufocante e a respiração de Jeremiah se tornou irregular. Continuou a se aproximar, obrigado por aquele cheiro e o olhar de fome gravado em recursos de Mason. Quando fechou a distância, não disse uma palavra antes de Mason pegar a frente da camisa de Jeremiah e o puxar para perto. Não disseram nada um para o outro, enquanto seus corpos colidiram, e Jeremiah agarrou a parte de trás da cabeça de Mason, seus dedos segurando os fios castanhos. Seus lábios se chocaram enquanto suas línguas lutaram. Queria levar o homem para baixo, queria rasgar a roupa coberta de pó de seu corpo. Agressão Feral e necessidade animalesca os encheu, Jeremiah tentava empurrar a língua até a garganta de Mason. — Você tem que estar brincando comigo! Jeremiah lutou para recuperar seu controle. A atração de Mason era poderosa. Conseguiu virar a cabeça para ver Simon, em pé na varanda de trás, seu rosto numa máscara de pura raiva. Simon se virou e voltou para dentro, e Jeremiah sabia que, se não fosse atrás de Simon e explicasse o que estava acontecendo, o homem iria retirar a tesoura e o castrar.


Capítulo 3

— Whoa, espere. — T-Rex levantou as mãos quando Simon invadiu a cozinha. Simon sentiu como se tivesse sido jogado de volta no tempo, só que o cara que Jeremiah estava beijando não estava grávido e quase correspondia a Jeremiah em tamanho. — Por que deveria esperar? — Simon estava pronto para arrancar a cabeça do desgraçado por ter mentido para ele. T-Rex tinha dito que Jeremiah era um dos mocinhos, mas todos eram coniventes em tentar lhe enganar. Agradecia que não tivesse investido quaisquer sentimentos em Jeremiah, embora não podia dizer que não estava fortemente atraído pelo cara. Refletiu sobre as razões que o levaram a aceitar o convite para jantar e chegou à conclusão de que Jeremiah havia tocado algo profundo dentro de Simon, algo que havia trancado longe do mundo. Não estava tão ferido quanto estava chateado. Foi enganado novamente. Quando iria aprender? A porta se abriu e Jeremiah, juntamente com o estranho, entrou. Simon pegou um prato da mesa e atirou na cabeça do homem. T-Rex agarrou seu braço, amaldiçoando quando Jeremiah desviou do caminho. — Você! Seu saco ruim de merda! T-Rex prendeu as mãos de Simon sobre a sua cabeça. — Acalme-se! — O cara exigiu com os dedos apertados. Simon pulou para frente, mas não foi muito longe. — Estou calmo. Estou muito calmo. Agora, solte-me para que possa o matar. Comprometo-me a permanecer tranquilo como faço isso. — Simon dado uma chance e concordou com um encontro de novo, e quando chegou, viu dois homens muito quentes se beijando, um dos quais era um pedaço canalha de cocô de cachorro. — Não é nada disso. — Jeremiah teve a coragem de tentar defender o que tinha acabado de fazer. Isso fez com que Simon ficasse ainda mais


irritado. Pegou o cara em flagrante e Jeremiah estava tentando mentir. — Ambos? — T-Rex perguntou a Jeremiah, que assentiu. T-Rex xingou e soltou Simon. — Então lidem com isso sem destruir minha cozinha. Simon tentou pegar outro prato, mas T-Rex o tirou fora de seu alcance antes que pudesse agarrá-lo. Olhou para o garfo e se perguntou se poderia atingir o coração negro de Jeremiah, antes que alguém o parasse. — Você tem os próximos dias de folga, Mason. — T-Rex disse para o estranho. — Vou ajeitar com Rowdy, para que você possa resolver isso. Não havia nada para resolver. Simon iria rastejar de volta para o apartamento dele, lamber suas feridas e encontrar uma maneira de colocar uma maldição sobre Jeremiah por ter mentido para ele. Mason passou Jeremiah e deu um passo em direção a Simon. — Juro que não tinha ideia de que ele tinha um amante. — Disse Simon quando Mason fechou a distância. — Não tolero traição. — Ele não estava traindo. — Disse Mason, quando parou a um pé de distância. Os olhos de Simon se arregalaram. — Vocês têm um relacionamento aberto? — Oh, isto ganhava o prêmio. Simon não era alguém para ser usado assim, então aqueles dois podiam desistir. — Desculpe, não vou nesse caminho. Ia chutar o traseiro de T-Rex por endossar Jeremiah. O cara tinha que saber, porque disse a Mason para resolver o caso. Exatamente, em que tipo de merda torcida esses homens estavam? Pior, Isaac vivia aqui. Isaac parecia muito bem-educado para se envolver com este tipo de relação, mas, o sabia sobre as dobras de seu melhor amigo? No entanto, isto não era para ele. — Acho que eu deveria ir. Não sei por que pensou que eu seria perfeito para isto, mas não sou. Sou muito certinho. Teria uma longa conversa com Isaac quando chegasse em casa. Seu amigo poderia tê-lo avisado do que se passava por aqui. Era como uma grande comunidade. Simon não estava mais chateado com Jeremiah. Tinha sido um


mal-entendido. Merdas aconteciam. Muito ruim, entretanto. Jeremiah parecia muito bom para o futuro. Então, novamente, Mason também o era. Mas essa vida não era para ele. — Acho que entendeu tudo errado. — Disse Jeremiah. — Não temos um relacionamento aberto. Simon coçou a cabeça. — Agora estou realmente confuso. — Ele olhou para Mason. — Você não fica louco por seu parceiro me convidar para jantar? Mason estendeu a mão e segurou o queixo de Simon, seu polegar acariciando seu rosto. — Há algo que precisa saber. — Disse ele. — Somos shifters ursos. — Sim, tudo bem. — Disse Simon. — Então? Jeremiah franziu a testa enquanto se juntava a Mason ao seu lado. — Sabe sobre shifters ursos? Simon revirou os olhos quando puxou o queixo. — Isaac é um shifter urso e meu melhor amigo. Sim, sei quanto a vocês. O que isso tem a ver com... Congelou. Isaac tinha lhe explicado sobre os ursos quando se conheceram e, apesar de ter jogado Simon num loop, tinha entendido a ideia. Mas depois de Isaac ficar com T-Rex, seu melhor amigo lhe explicou sobre o acasalamento. Acasalamento. Seus olhos saltaram de um homem para o outro e os dois o olhavam como se estivessem esperando pacientemente por Simon ligar os pontos. Tinha ligado todos e esses pontos colocavam os três juntos. — Oh não! — Simon voltou, sua bunda batendo numa das cadeiras na mesa. — Vocês dois estão cheios de merda. Isto é alguma forma fodida para você escapar por ter sigo pego beijando outra pessoa? — Perguntou a Jeremiah. Tinha que ser isto. Jeremiah tinha convencido Mason que todos os três eram companheiros quando Simon deu o flagrante no cara. Pegou um prato e jogou-o. O prato quase colidiu com a cabeça de


Mason, antes que quebrar contra a parede. — Eu não estava traindo. — Jeremiah sublinhou suas palavras quando Mason empurrou para fora do caminho. — Não posso trair se ambos são meus. Simon se moveu ao redor da mesa e saiu correndo da cozinha, fazendo um caminho mais curto para a porta da frente. Seu coração batia como um conjunto de atabaques. Lançou um olhar fulminante a Isaac antes de correr para a varanda, descer os degraus e correr em direção ao seu carro. Não tinha dois companheiros. Não tinha nenhum companheiro. Simon não aceitaria isso. Jeremiah foi pego numa mentira. O homem veio com uma bonita desculpa, mas isso é tudo o que era, uma desculpa. Ligou o carro e disparou pela entrada de automóveis, indo para casa, onde seu mundo fazia sentido e Jeremiah não estava dizendo a maldita verdade. Mas, em casa não era o lugar onde o destino queria que fosse. Cerca de três quilômetros na estrada, o pneu dianteiro do Simon estourou. Gemeu em descrença e decidiu continuar. Que escolha tinha? Não ficaria preso em alguma maldita estrada. Dirigiu lentamente, sabendo que era inútil, porque ia estragar seu aro. Mas se pudesse chegar ao posto de gasolina, poderia economizar o reboque. Seu raciocínio não era lógico, mas sua mente estava cheia de pensamentos de Jeremiah e Mason. Poderia ser possível que estivessem mentindo para levá-lo para a cama. Homens mentiam o tempo todo. O. Tempo. Todo. Não, não acreditaria naqueles dois. Só queriam transar com ele. Ainda acreditava firmemente que tinham um relacionamento aberto e não queria fazer parte nisso. Queria que Jeremiah o apresentasse a seus amigos. Se soubesse que era assim, teria dispensado Jeremiah no salão. Como, diabos, sempre acabava em situações tão fodidas? Sabia que não devia ter escutado seu horóscopo esta manhã quando lhe disse que iria encontrar o amor. Amor. Ha! Isso não era amor. Isso era...


Sexo bizarro com dois homens lindos e enormes. Um sanduíche de Simon. Não, isso não estava certo, e não precisava acalentar essa ideia. Errado. Errado. Errado. A ideia era muito errada, porque... Por que era errado? Ugh! Talvez se tornasse uma lésbica, porque a sua sorte com os homens era tenebrosa. Deu um suspiro de alívio quando chegou ao posto, mas só parou na primeira bomba e o lado direito de seu carro mergulhou para baixo. E agora? Saindo, Simon deu a volta e espalmou seu rosto. Seu pneu furado agora estava dobrado para dentro, num ângulo engraçado. Definitivamente quebrou alguma coisa. Foi até a porta da estação de serviço e verificou as horas. Olhou para o relógio e viu que estava uma hora atrasado. O lugar estava fechado. Por sorte, havia um número de telefone comercial e de celular abaixo do horário de funcionamento. Ligou. — Jed Gibbs. — Oi, meu nome é Simon Corleone, e estou quebrado em seu posto. — O posto ficava nos arredores da cidade e não havia outro negócio à vista. Simon estava preso ali e o sol estava desaparecendo rapidamente. Não queria estar ali no escuro. Não que tivesse medo do escuro, apenas era suavemente alérgico a animais selvagens ou shifters ursos o atacando. — Desculpe, Simon. Estou fora da cidade no fim de semana. Não vou ser capaz de resolver até segunda-feira de manhã. Caralho. Simon chutou a parede ao lado da porta e fechou a mão em um punho. Agora, o que iria fazer? Não havia nenhuma maneira que ligaria para o Rancho Big Bear para ter ajuda. Com sua sorte, Jeremiah e Mason viriam. Não queria ver nem um ou nem o outro. — Mas posso enviar alguém para lhe dar uma carona para o motel local ou, se é um residente, para sua casa. O motel local. Simon fechou os olhos com a menção de um lugar que


nunca quis ir novamente. Inferno, ficaria feliz se o local fosse queimado até o chão, chamuscando suas memórias e transformando seu tempo lá em fuligem. — Vivo na cidade. — Então vou mandar alguém para lhe dar uma carona. Sabe o que há de errado com seu carro? — Um pneu que furou e dobrou e, mais do que provável, estraguei alguma coisa na lataria. — Dirigiu assim? — Sim. O homem suspirou. — Tudo bem, esse número é bom entrar em contato com você? — Ou isso ou pode me encontrar no salão. Trabalho lá. — Simon olhou para a porta trancada do lado da estação e se aproximou, olhando para dentro. Viu uma câmera de segurança e alguns carros estacionados atrás da cerca. Os carros tinham algo escrito no para-brisa dianteiro. Esta estação deve funcionar como um lote de confisco. — Espere, você é o cara que corta o cabelo das minhas filhas, Sarah e Sabrina. Não soava familiar. Simon trabalhava no salão de beleza há quase um ano e conheceu algumas pessoas. Mas não era tão bom com nomes quanto com rostos. — Esse sou eu. — Vou pegar em seu carro na segunda-feira de manhã. Desculpe, mas está preso. Vou mandar Harland para você. Quem era Harland? — Tudo bem, obrigado. Simon afastou-se da cerca e olhou para cima e para baixo da estrada deserta. Não tinha certeza o quão longe o posto era da cidade e não estava prestes a descobrir, não andando, pelo menos. Pela forma como o seu dia estava indo, acabaria acasalado a um castor antes que chegasse ao seu apartamento. Os campos ao redor estavam


repletos de pequenas criaturas à espera de ataque. Não viveu em Bear County toda a sua vida. Cresceu na cidade, onde os maiores animais eram ratos do tamanho de bolas de futebol. Ele se mudou para cá para ajudar um amigo e acabou ficando, mesmo depois de seu amigo deixar a cidade. Voltando ao seu carro, sentou no capô, antes de ligar para sua mãe. Ainda mantinha contato com ela e ligava pelo menos uma vez por semana. — Oi, mãe. — Disse quando ela atendeu. — Oi, bebê. Como vão as coisas? Houve momentos em que Simon pensou em se mudar de volta para casa, especialmente depois do fiasco com Eric. Mas amava Bear County e tinha se acostumado com o ritmo mais lento da vida ali. — Sentado num posto fechado, com um pneu furado. — Olhou para a estrada mais uma vez, esperando que sua carona chegasse em breve. — Precisa de dinheiro, querido? — Não. — Essa era a última coisa que pediria. Sua mãe não tinha o criado com facilidade, lutando para terminar o colegial e, mais tarde, quando Simon era um adolescente, entrando em alguma faculdade de segunda categoria. Mas trabalhava num consultório de dentista e Simon não poderia estar mais orgulhoso dela. Mas sabia que não ganhava muito dinheiro. — Só tenho que esperar uma carona. O mecânico vai consertá-lo na segunda-feira. Ela cresceu pobre e engravidou de Simon em seu último ano. Seus pais haviam a expulsado, reclamando que não pagariam o custo de um bebê. Alguns avós. Crescendo, Simon tinha muito „tios‟ que iam e vinham numa base regular, e não foi até que ficou mais velho que compreendeu que sua mãe tinha se prostituido para alimentá-lo, vestir e colocar um telhado sobre sua cabeça. Não a odiava por isso. Se qualquer coisa, apreciava o sacrifício, a fim de cuidar dele. Mas assim que tinha idade suficiente para trabalhar, tinha voltado para a escola. Amava-a com todos os ossos do seu corpo e sempre apreciaria as


coisas que tinha desistido, a fim de mantê-lo. Sabia que ela sonhava em ir para Nova York para ser uma designer de moda, mas depois que ficou grávida de Simon, seus sonhos tinham morrido, para nunca mais ser reviverem novamente. Não havia nada que não faria por ela. — Apenas deixe-me saber se precisar de alguma coisa. — Disse sua mãe. — E quando vem para uma visita? Estava na ponta da língua dizer a ela sobre Jeremiah e Mason, mas guardou para si. Não a tinha chamado quando Eric rasgou seu coração, e não estava prestes a dizer-lhe que dois homens alegavam que pertencia a eles. Ela se preocuparia muito. — Em breve, mãe. — Olhou para cima quando um caminhão parou no posto de gasolina. — Tenho que ir. Minha carona chegou. Esperava que fosse sua carona e não algum pervertido tentando pegá-lo. — Ok, mas certifique-se que venha logo para uma visita. Sinto sua falta, querido. Simon fez suas despedidas e desligou, antes de caminhar até o caminhão. — Você Simon? — Perguntou o rapaz. — Você é Harland? O homem sorriu. — Sou. Entre e vou te dar uma carona para casa. Simon deu a seu carro uma última olhada, antes de subir no caminhão de Harland. Que dia!

***** — De alguma forma, acho que ele não acreditou em você. — Disse Mason se virando para Jeremiah. — Por que? Mason ainda estava se recuperando do fato de que Jeremiah


corajosamente tentou o reclamar. E agora estava tentando descobrir por que tinha dois companheiros possíveis. Dois. Jeremiah tinha aparecido do nada e, antes que se recuperasse, Simon foi jogado na mistura. Jeremiah sentou-se à mesa e passou a mão pelo queixo. Mason nunca pensou que encontraria um homem mais alto do que ele. Jeremiah o fazia se sentir baixo, e isto era algo muito difícil de acontecer. — Acho que foi traído antes e não confia em ninguém. Quando eu o conheci no Salão... — Salão? O sorriso de Jeremiah era lindo. — Sim, ele trabalha lá. Cortou o meu cabelo. Mas quando o convidei para sair, ameaçou cortar minhas bolas com a tesoura se estivesse vendo mais alguém. Mason fez uma careta. — E então o pegou me beijando. — Não é exatamente o que jurei ao cara quando disse que não estava vendo alguém. — Jeremiah riu. — Ainda que não dispensasse aquele beijo por qualquer coisa no mundo. Nem Mason. — Mas precisamos descobrir como convencer Simon que não vai machucá-lo, de somos dele. Durante todo o tempo em que Mason falou, estava dando uma boa olhada em Jeremiah. Porra, se o cara não era grande, corpulento e um quente. Amava, especialmente, aqueles grandes olhos azuis. Eram pálidos, cristalinos, comparados a cor azul profunda de Simon. O pênis de Mason estava crescendo só de pensar na maneira como Jeremiah o beijou. Ambos olharam para cima quando Sam entrou na sala com uma careta irritada. — Não cozinhei pra caramba para nada. Vão desfrutar desta refeição. — Claro que sim. — Disse Mason. — Estou faminto. — Jeremiah admitiu.


Sam olhou entre os dois. — Por que tenho um sentimento de que não fiz o suficiente para alimentar os dois? Mason riu. — Provavelmente não fez. Mas vamos limpar o pote, juro. Mason e Jeremiah sentaram-se lado a lado, pois não só comeram o que Sam preparou, mas todo um pão italiano, toda a torta de creme de banana, e beberam um litro de chá gelado. Sam balançou a cabeça. — Se tivesse que os alimentar numa

base diária, viveria no

supermercado. — Estava muito bom. — Disse Jeremiah. — Obrigado por cozinhar. Sam assentiu com a cabeça, antes de sair da cozinha. Mason sentouse, batendo em sua inchada barriga cheia de comida. — Acho que não posso comer mais nada. Jeremiah se levantou e levou seus pratos para a pia. Por mais que não quisesse se mover, ele se levantou e ajudou Jeremiah a lavar seus pratos. Nunca tinha feito nada caseiro antes com alguém que desejava. Parecia natural. Mason gostou. — Agora, o que vamos fazer a respeito de Simon? — Jeremiah perguntou depois de limpar o último prato. — Só temos que convencê-lo. — Disse Mason esbarrando os ombros com seu companheiro, sorrindo como um idiota.


Capítulo 4

Mais tarde, na noite seguinte, Simon decidiu caminhar até a pizzaria. Era uma noite cheia de estrelas e a umidade havia diminuído. Além disso, Bear County era bonita à noite. É claro que, era parcial quanto à noite. Era desde que conseguia se lembrar. Sempre era mais pacífica do que as horas do dia e muito mais suave, em sua opinião. Poderia ter tido a pizza para entrega, mas começou a se sentir inquieto de ficar no sofá o dia todo. Precisava esticar. Enquanto caminhava pela rua tranquila, pensou no que Jeremiah disse no dia anterior. O shifter poderia estar dizendo a verdade? Não tinha certeza e, para ser totalmente honesto consigo si mesmo, estava aterrorizado demais para correr esse risco, para abaixar a guarda novamente. Apenas o pensamento de confiar em alguém novamente fazia uma dor surda, que estava sempre perto da superfície, começar a arder em seu peito. Se aceitasse Jeremiah e Mason, e aqueles dois o ferissem... Balançou a cabeça. Não, não podia fazê-lo. Além disso, o pensamento de estar com dois homens, dois grandes homens, era mais do que podia segurar. Podia imaginar a mecânica do sexo com eles, mas a confiança que exigiria não era algo que tinha em si. Uma sombra caiu na frente de Simon, fazendo-o parar. Estava tão profundamente envolvido nos seus pensamentos que não tinha visto o cara. Simon iria se arrepender de não prestar atenção a sua volta. Estava na frente de Eric. O homem parecia mais magro, tinha olheiras sob seus olhos e um olhar de puro ódio naqueles olhos azuis-bebê. A velha agitação de afeto veio à tona, até que se lembrou do que aquele idiota fez para ele, mas não conseguiu encontrar sua voz. Tudo que podia fazer era ficar lá e olhar, chocado que, depois de tanto tempo, Eric estivesse ali, em carne e osso. — Você, simplesmente, não podia me deixar sozinho. — A voz de Eric


estava cheia de veneno. — Acha que não me lembro de sua ameaça? Simon não tinha ideia de que o homem estava falando. Não tinha visto Eric desde aquele dia fatídico na sua casa. — O Quê? — Não se faça de idiota comigo. — Erick agarrou Simon pela frente de sua camisa e jogou-o para dentro do prédio atrás dele. — Vai pagar por arruinar a minha vida. A dor nas costas de Simon era imensa, mas tentou lutar para se afastar. Eric era muito mais forte e, não importava o quanto Simon desse um tapa, um soco, e se esforçasse, Eric conseguiu puxá-lo para um pequeno beco entre os prédios. Foi jogado ao chão e recebeu um chute no estômago antes que tivesse a chance de perguntar ao homem do que estava falando. — Como você se atreveu? — Eric levou o pé na barriga de Simon novamente, que se enrolou numa bola, gritando. Eric continuou a bater com o pé no corpo de Simon. Era como se alguém estivesse balançando uma marreta contra ele. Ouviu Eric xingando loucamente, antes o agarrar do chão e empurrar de volta para a parede. O rosto de Eric estava a centímetros do de Simon, que podia ver que não havia absolutamente nenhuma simpatia ou compaixão nos olhos azuis de Eric. — Tinha que ir e dizer a minha esposa sobre o que faço, não é? — Não... — Disse Simon, mas sua voz saiu rouca e algo quente estava vindo do fundo de sua garganta. — Eu não disse nada. — Besteira! Um punho acertou o lado do rosto de Simon. Ele caiu no chão, aterrissando num saco de lixo preto, com algo mole dentro. O cheiro o fez cuspir no chão, aterrorizado quando viu gotas de sangue em sua saliva. Eric pegou algo do chão e acertou com força sobre as costas de Simon, que tentou não gritar quando tentou se arrastar até a entrada do beco. Estava tremendo todo de dor e raiva, enquanto se arrastava ao longo do terreno acidentado.


— Isso está longe de terminar. — Eric jogou o que tinha pegado e Simon podia ouvir seus passos se afastando. — Vai pagar por arruinar a minha vida, Simon. Simon se arrastou de volta para a rua, tentando ir para o local mais provável de alguém encontrá-lo, mas quando estava quase lá, sua visão embaçou e ele caiu, batendo o rosto no concreto. Não, não ia morrer neste sombrio beco cheio de imundície. Usando a pouca energia que tinha, desesperadamente concentrou-se em manter seu rastejar. Esperava que a qualquer momento a dor fosse começar a diminuir, mas só aumentava. Não pôde evitar as lágrimas correndo pelo rosto. Não conseguia sequer levantar de joelhos, de modo que seu progresso era muito lento. Empurrou um pouco com os pés, mas mesmo o uso de seus músculos das costas era insuportável. Estava na metade do caminho para fora do beco, as pernas ainda impotente nas sombras e não podia se mover mais longe. Seu corpo tinha desistido. Encostou o rosto na calçada, tossiu, com gosto de sangue, e depois fechou os olhos, rezando para que alguém o encontrasse em breve.

***** Limpando a cozinha de seu lanche de fim de noite, Mason apertou o interruptor das luzes e se dirigiu para o seu quarto. Fora um longo dia e tinha que acordar cedo. Não tinha descanso na pecuária. Apesar de Mason ter ganhado alguns dias de folga, não estava nele colocar as suas funções em outra pessoa. Tirou a camisa e estava prestes a desatar suas calças quando Rowdy entrou em seu quarto. — Acabei de receber um telefonema. — Disse ele. — Simon foi atacado. Está no hospital. Levou um momento para assimilar a notícia. Mason teve dificuldade de ligar os pontos, porque alguém feriria Simon?


— O que aconteceu com ele? — Pelo que entendi, alguém bateu muito nele. Agarrando sua camisa, Mason vestiu-a novamente e saiu pela porta. Enquanto caminhava para seu caminhão, discou o número de Jeremiah e esperou que ainda estivesse acordado. Mason também esperava que quem quer que tivesse feito isso com Simon estivesse sob custódia, porque se o ainda estivesse andando pelas ruas, não seria por muito tempo. — Olá? — A voz de Jeremiah estava um pouco grogue e Mason podia dizer que o homem estava dormindo. — Simon está no hospital. — Disse Mason, direto ao ponto. — Alguém o espancou bastante. Podia ouvir os lençóis farfalhando no outro lado do telefone e Jeremiah pigarreou. — Repita de novo? Repetiu. Um rosnado irritado retumbou pela linha telefônica antes de Jeremiah dizer: — Você está no hospital agora? — Estou indo para lá. — Disse Mason. — Meu chefe acabou de me dar a notícia. —Vou te encontrar lá. Não demorou e Mason dirigia para o hospital, mas seu braço precisou de um inferno de um tempo para começar a agir para cima. Sua velha ferida estava lhe lembrando que não estava totalmente curado, quando seu braço começou a doer. Fazia anos desde que tinha sido baleado com uma bala revestida de prata. E, embora a maioria dos dias passasse bem, havia momentos em que a dor se tornava tão insuportável que ficava tentado a cortar seu próprio braço fora. Este parecia ser um desses momentos. Estacionou no estacionamento da emergência e se dirigiu para dentro, embalando seu braço, enquanto se aproximava do balcão da recepção.


Havia uma mulher sentada lá, seus cabelos loiros amarrados num coque, óculos finos empoleirados em seu nariz. Ela o olhou e as sobrancelhas subiram um centímetro. — Você precisa ver um médico? Mason sabia que seu rosto estava comprimido de dor. — Não, disseram que meu... — Não tinha certeza de como descrever seu relacionamento com Simon, mas não queria ser barrado por aquela humana. — Meu marido foi trazido. Ela deu um aceno de cabeça firme. — Qual é o nome dele? — Simon. — Mason respondeu. Ele soltou um suspiro quando percebeu que não sabia o sobrenome de Simon. — Simon...? — A mulher sentou-se na expectativa. — Corleone. — Jeremiah respondeu, enquanto caminhava pela sala de emergência

portas.

Que

diabos?

Jeremiah

tinha

sido

dormindo

no

estacionamento? Como tinha chegado aqui tão rápido? Alguém falou pelo interfone do hospital quando a mulher começou a digitar e disse: — Ele ainda está sendo visto na sala de emergência. Está no raio-X no momento. Pode esperar por ele em seu quarto. — Ela olhou para Jeremiah. — E você é? — Seu marido. — Respondeu Jeremiah. A mulher olhou entre Mason e Jeremiah, as sobrancelhas subindo ainda mais. Algumas pessoas na sala de espera os olharam. Mason sabia que ele e Jeremiah eram chamativos. Ambos eram tão grandes como jogadores e ambos afirmavam ser o marido de Simon. — É complicado. — Mason respondeu esfregando o braço dolorido. — Mas posso garantir que nenhum de nós está mentindo para você. — Bem. — Disse ela lentamente, enquanto continuava a olhar entre os dois. — Acho que posso deixar vocês dois lá atrás. Mason ficou aliviado por não ter que discutir com a mulher. Ela


apertou um botão e as portas duplas mecânicas abriram. Mason e Jeremiah entraram e pararam no posto de enfermagem para perguntar qual o quarto de Simon. Mason esperava que não tivessem mais interferência. Não só era tarde, mas também sabia que o hospital tinha uma política rígida de quantos visitantes podiam estar num quarto ao mesmo tempo. O departamento de emergência não era muito grande, mas as pessoas que trabalhavam ali levavam a privacidade dos seus pacientes a sério. Mais uma vez foram informados de que Simon estava no raio-X e um mulher ruiva apontou-lhes o quarto de Simon. Mason pegou o prontuário de Simon do suporte do lado de fora de sua porta e entrou no quarto. Ficou lá lendo as notas, enquanto Jeremiah caminhava no espaço apertado. — O que diz? — Perguntou Jeremiah. — Não muito. — Respondeu Mason. Não havia muitas notas e provavelmente não teria mais até os raios-X voltarem; e Simon foi verificado cabeça aos pés. — Vamos ter que esperar para falar com o médico. — Voltou o prontuário ao lugar e encostou-se à parede, os dois esperando Simon retornar. — Por que não há uma cama aqui? — Perguntou Jeremiah. Não tinha percebido até que Jeremiah disse alguma coisa. Era a política do hospital levar o paciente numa cadeira de rodas quando ia para diferentes departamentos. Mesmo Mason sabia disso. Mas se a cama tinha ido embora, isso significava que Simon estava pior do que Mason temia. — Porque a usaram para levar Simon para o raio-X. — Respondeu Mason. Jeremiah olhou para ele, incrédulo antes de passar a mão no queixo. — Acha que é tão ruim assim? — Pior. — O xerife Sparrow disse que entrando no quarto, com os olhos cintilando entre Mason e Jeremiah. — Acabei de falar com o seu médico. Junto com as muitas contusões e cortes que tem, três de suas costelas estão quebradas. Mason e Jeremiah amaldiçoaram ao mesmo tempo.


— Sabe quem fez isso com Simon? — Perguntou Jeremiah. Mason podia ouvir a profunda raiva na voz do homem. O xerife balançou a cabeça. — Não tenho a menor ideia. Esperava que Simon pudesse lançar alguma luz sobre a situação. — Sparrow apontou entre os dois. — Vocês são seus companheiros? Jeremiah e Mason assentiram. Sparrow deu um pequeno sorriso. — Fico feliz em ver que não sou o único destino decidiu dar um nó. — Ele ergueu as mãos. — Não que esteja reclamando. Não trocaria Clayton e Josh para o mundo. Só então Simon foi levado de volta para o quarto e Mason conseguiu sua primeira olhada nas lesões de seu companheiro. Ficou em silêncio atordoado. O olho direito de Simon estava inchado, e podia ver os hematomas descoloridos que espreitavam sob o avental do homem. Os braços de Simon não pareciam nada bem. O da esquerda foi golpeado do ombro ao pulso. Mason jurou que se fosse a última coisa que fizesse, descobriria quem o tinha machucado e faria o filho da puta pagar.

Capítulo 5

Simon ia ficar louco. Tinha sido liberado do hospital há três semanas e estava todo o tempo na casa de Jeremiah. Simon fora colocado na cama do cara desde que foi levado para lá e estava pronto para ir para casa. Mas não podia. Embora estivesse quase totalmente curado, Jeremiah e Mason não o deixariam ir para casa até que Eric fosse capturado. — Você disse o mecânico por que não pude pegar o meu carro, certo? — Perguntou, pelo que parecia ser a centésima vez. Esteve no hospital por mais de uma semana, enquanto curava. Orou como o inferno que Jed não


tivesse trancado o carro atrás da cerca. — Ele sabe. — Jeremiah tranquilizou-o. — Jed fez o trabalho e disse que está tudo bem. Simon sentou-se e Jeremiah estava ao seu lado em segundos. — Pare de se mover. — O cara enfiou alguns travesseiros atrás Simon e depois cuidou até que Simon estivesse descansando contra a cabeceira. — Disse para você me dizer quando quisesse se mover. A pior parte de tudo isso era quando Jeremiah tinha que ajudar Simon a usar o banheiro. Estava no topo da sua lista “maiores momentos humilhantes”. — Há algumas coisas que ainda posso gerenciar sozinho. — Simon argumentou. — Não há nada de errado com a necessidade de ajuda. — Disse Jeremiah sentando ao seu lado na cama. — Todos precisamos de ajuda de vez em quando. Simon alisou o cobertor sobre seu colo. — E quando foi a última vez que você precisou de ajuda? — Não gosta do jeito Jeremiah o fazia se sentir. Simon tinha sido inflexível sobre ficar longe de Jeremiah e Mason, no entanto, estava sentado lá inalando o delicioso aroma do homem. Mason tinha saído, talvez, 30 minutos atrás, prometendo voltar mais tarde naquela noite. — Olha, — Jeremiah disse. — sei que acha que Mason e eu estamos tentando nos aproveitar de você, mas juro que este não é o caso. Sabe sobre os ursos. Sabe sobre companheiros. Por que é tão difícil de acreditar que o destino lhe deu dois? Porque tenho medo de estar com dois homens. — É só isto, tudo bem? — Simon bufou. — Deixe o assunto de lado. — Como posso deixar o assunto de lado quando deveria passar o resto da minha vida com você? Desculpe, não posso tê-lo como um companheiro de quarto e nada mais. Quero tomar seu corpo sexy. Simon sentiu calor em sua pele com a confissão de Jeremiah. Estava


lutando arduamente para ficar longe deles, no entanto, estava atraído loucamente por ambos. Talvez pudesse levá-los em um de cada vez, mas estava com tanto medo de ficar com seu coração partido. Com medo de que fosse um jogo. Como é que podia confiar em alguém depois do que Eric lhe fez? Jeremiah se inclinou mais perto, sua respiração sobre o rosto de Simon. — Como posso resistir a você? Você cheira como o céu e parece como um anjo caído. Simon engasgou, inalando golfadas profundas do cheiro de Jeremiah. Totalmente masculino e que enchia sua água de boca. — E-eu estou aqui apenas até que Eric seja preso. Não haverá qualquer coisa acontecendo. A risada de Jeremiah era baixa e sexy. — Tem certeza disso? Não, mas Simon teve que resistir. Não queria um coração quebrado, e estes dois iriam quebrar o seu. Tentou se afastar quando Jeremiah acariciou seu pescoço, mas Simon não tinha para onde ir. Estava preso na cama e Jeremiah estava pressionando para baixo, sobre o cobertor, então Simon estava preso. — Jeremiah... — Disse em advertência, mas suas palavras não tinham nenhum calor. Não quando estava inclinando a cabeça para dar ao homem um melhor acesso. Jeremiah pressionou, uma de suas mãos circulando ao redor da parte de trás do pescoço de Simon, trazendo-o para mais perto. Simon não tinha a função do cérebro para resistir. Não quando uma parede de músculos enormes o fazia querer coisas que não sentia tão maldito tempo, almejar coisas que precisava evitar. — Eu prometo — Jeremiah sussurrou enquanto tirava lentamente o cobertor longe de Simon. — que nunca vou te machucar, Simon. Nunca vou te trair. — E-eu não posso passar por isso novamente. — Disse Simon, quase


implorando com suas palavras. — Você não vai. — Jeremiah deslizou sua mão até o peito nu de Simon. Seus dedos estavam quentes e firmes. Simon estava longe de ser uma virgem, mas sentiu-se tremer quando Jeremiah puxou para baixo e o abaixou de volta para a cama. Instintivamente Simon espalhou suas pernas e Jeremiah não hesitou em rastejar entre elas. Ele se estabeleceu com a cabeça na barriga de Simon e olhou para ele com aqueles olhos azuis muito claros. Simon passou a mão sobre o rosto de Jeremiah e sabia que esse homem seria tão fácil de amar, tão fácil de se apaixonar. — Tenho medo de te deixar entrar. Jeremiah virou a cabeça e deu um beijo contra a barriga de Simon. — Eu sei. — E se você me machucar? — Perguntou Simon. Jeremiah olhou para ele e Simon podia ver a sinceridade no seu rosto. — Então, afiarei a tesoura para você. Simon riu. — Vai me deixar cortar suas bolas? — Não tenho que me preocupar com isso, — Disse Jeremiah. — porque nunca vou te machucar. Simon deixou escapar um longo suspiro. Fechou os olhos. Enviou uma oração pedindo que não estivesse cometendo outro grande erro. E, em seguida, Simon baixou o cós de pijama para revelar sua ereção, que pingava. As narinas de Jeremiah queimavam quando o seu olhar se voltou sensual. Sem dizer uma única palavra, ele se inclinou para frente e lambeu um longo caminho até o lado da ereção de Simon. Simon arqueou as costas e assobiou. Deus, era tão bom. Simon passou os dedos em torno de seu pênis duro e ofereceu a Jeremiah, mas em vez de tomar Simon em sua boca, Jeremiah recuou e puxou o pijama de Simon, jogando-o no chão. — Melhor.


Simon estava totalmente exposto agora, enquanto Jeremiah estava completamente vestido. Sentiu-se impertinente e estava tremendo um pouco, ao mesmo tempo. Simon colocou o rosto no peito de Jeremiah, puxando o homem mais perto. — Quero te beijar. Ele tinha um gosto tão bom. Ansiosamente, a língua de Simon procurou a de Jeremiah e o sabor picante da boca de Jeremiah agarrou seu corpo. Como um viciado em drogas nos primeiros segundos de sua correção, o corpo de Simon começou a se sentir como se tivesse pegando fogo. Suas mãos agarraram o cabelo de Jeremiah, segurando o homem a ele, enquanto sua boca devorava Jeremiah. Lábios e língua se tocavam, famintos, e Simon respondeu, puxando Jeremiah mais perto, exortando o beijo mais profundo. Os braços de Jeremiah deram a volta em Simon, unhas sem corte raspando as costas de Simon quando arqueou em Jeremiah, o corpo nu de Simon torcendo mais perto, desesperado para que cada célula de seus corpos se juntassem. Poderosas coxas separaram as de Simon e uma mão nas costas de Simon se mudou para o topo de seu traseiro, e Jeremiah ainda o beijava. Em algum lugar distante, Simon ouviu a porta fechar, mas estava longe demais para se importar. Jeremiah lambeu os lábios de Simon, mordiscou-os, prendeu a língua de Simon em sua boca e a chupou, persuadindo a Simon a fazer o mesmo. Mais do incrível sabor dele. Simon arqueou mais perto. Dedos deslizaram sobre a bunda de Simon, espalhando a essência fresca de lubrificação, enquanto separava os músculos delicados, sensíveis do canal de Simon. Envolveu as pernas ao redor de Jeremiah, que tinhas as mãos no cabelo de Simon. Quem tinha os dedos em sua bunda? Simon ficou tenso e começou a se afastar, mas Jeremiah se recusou a deixá-lo ir. — Não entre em pânico. Apenas sinta. Não tem que se controlar. — Ele sussurrou sedutoramente. — Não tem que fazer nada ou fingir ser algo ou


alguém que não é. Basta ser você mesmo. Uma criatura de prazer, uma forma requintada de sexualidade, que é tudo que tem que ser. Não há exigências, sem expectativas. E sem represálias. Nada, bebê. Simon tinha ouvido alguém entrar. A ideia finalmente foi assimilada. Era Mason. O homem deve ter visto Simon e Jeremiah e decidiu se juntar a eles. Simon fechou os olhos, enquanto escondia o rosto no pescoço de Jeremiah, segurando-se quando Mason enfiou os dedos dentro dele. Arqueou as costas novamente, desta vez gemendo o prazer que recebia. — É uma sensação boa. — Disse Jeremiah. — Não é? Simon balançou a cabeça antes de começar a lamber o pescoço de Jeremiah. Balançou para trás, para os dedos invasores, e Jeremiah virou de lado, mantendo Simon em seu peito, enquanto Mason deslizava sobre a cama. Simon tinha uma parede dura do músculo na frente e atrás dele, pressionado entre os dois. Dizer que estava nervoso era um eufemismo, mas não parou um ou outro homem e não tentou fugir. — Começaram sem mim. — Disse Mason enquanto tesourava seus dedos, fazendo Simon se sentir como se fosse um nervo exposto. — Mantendo quente para você. — Disse Jeremiah. Simon engasgou e gemeu, enquanto Mason se inclinava sobre Simon e começava a beijar Jeremiah. Não havia nada gentil no toque. Era bonito, mas lembrava Simon de dois Titãs em confronto. E podia sentir o quão nu Mason estava atrás dele. A ereção do homem deslizava sobre as costas de Simon, que estava morrendo para dar uma olhada. Jeremiah puxou a perna de Simon sobre sua coxa musculosa, espalhando para Mason. Simon pressionou seu pênis no estômago de Jeremiah, sua necessidade tornando-o mais rígido. Ele quase gritou quando foi puxado para fora e virado de costas. O olhar de Simon cintilou entre os dois homens que estavam olhando provocantemente para ele. Não tinha certeza do que fazer com dois homens. Sabia o que fazer com um, mas dois homens montanhosos? Felizmente, não teve que decidir. Mason rolou entre as pernas de Simon e começou a mordiscar até o seu peito, quando empurrou seus


dedos dentro e fora da bunda de Simon. Bom Deus. Ele ia morrer de superestimulação. Jeremiah inclinou-se e começou a lamber seu mamilo, sugando-o entre os dentes e provocando-o com a língua. Simon arqueou em Jeremiah quando engatou seus quadris para Mason, que passou os dentes suavemente até que estava beijando seu quadril e indo em direção ao pau duro de Simon. — Vou comê-lo vivo. — Disse Mason antes de tomar Simon em sua boca. Simon arqueou as costas e gritou, quando pulsos de prazer envolveram sua virilha e tomavam cada centímetro de seu corpo. Não sentia o sangue correndo em suas veias, mas um afrodisíaco espesso e doce. Não tinha certeza de onde colocar as mãos. Estava perdido com o que os dois homens estavam fazendo com ele. Enfiou uma mão pelo cabelo de Jeremiah e usou a outra para segurar os fios de cabelo de Mason. Golpeava a cabeça para trás e para frente quando levantou as pernas e plantou os pés nas costas de Mason. Estava enlouquecendo. Jeremiah puxou para trás e saiu da cama. Simon observou o homem se despir, enquanto Mason trabalhava o pênis de Simon dentro e fora de sua boca, lambendo e chupando, até que Simon estava pronto para explodir. Pensou Jeremiah iria ficar para trás na cama onde estava ajoelhado, mas em vez disso, ele se mudou para trás de Mason. Os olhos de Simon se arregalaram quando Jeremiah abaixou-se e sua cabeça desapareceu e, no segundo seguinte, Mason estava gemendo ao redor do seu pênis. Puta merda! Simon queria ver o que Jeremiah estava fazendo, mas não teve coragem de puxar seu pênis da boca de Mason. Esta era a coisa mais quente e mais erótica de que Simon já tinha participado e visto. Queria ver mais. Testemunhar estes dois homens recebendo-o provavelmente faria Simon gozar. Queria gozar. Simon queria esses dois homens com uma necessidade tão profunda


que estava pronto para pedir um deles o foder. Como se estivesse lendo sua mente, Mason recuou e tirou os dedos, lubrificando seu pênis e entregando o lubrificante para Jeremiah. — O que ele vai fazer com isso? — Simon perguntou tentando olhar ao redor de Mason. — Ora, o pensamento de Jeremiah me fodendo o deixa ligado? — Mason perguntou, enquanto seus olhos escuros viravam brasas fumegantes. Simon encontrou-se concordando. — Sim. — Admitiu. — Gostaria de assistir? — Perguntou Mason. Simon mordeu o lábio inferior e assentiu. Mason afastou-se o suficiente para Simon escorregar e se ajoelhar ao lado de Mason, que caiu de quatro. Simon estava completamente fascinado quando Jeremiah colocou três dedos na bunda de Mason. Não podia simplesmente se ajoelhar lá e assistir. Sentiu que tinha de fazer alguma coisa. Chegou sob Mason e passou os dedos em torno do seu pênis, acariciando-o, enquanto Jeremiah esticou o homem. — Deus, sim! — Disse Mason quando se virou. — Venha aqui e me dê um beijo. Olhou para os dedos de Jeremiah e depois se inclinou para frente, deslizando sua língua sobre o lábio inferior de Mason. Sorriu e enfiou a língua fundo. Mason gemeu e as suas línguas começaram a duelar. Simon lentamente abaixou-se e fugiu mais até que estava sob Mason. Apertou o pênis do homem e empurrou-o ferozmente, sabendo que Mason poderia levá-lo. E ele o fez. Mason rosnou na boca de Simon com cada golpe duro. — Entre no lugar, bebê. — Disse Mason. — Jeremiah está prestes a me foder e quero estar enterrado dentro de você quando ele o fizer. O coração de Simon bateu em tempo triplo quando deslizou para baixo da cama e levantou seus pés. Jeremiah agarrou as pernas de Simon e segurou-as, enquanto Mason posicionou seu pênis e, lentamente, entrou nele. Simon viu estrelas. Foda-se, o homem era grande. Seus lábios se


separaram quando Jeremiah agarrou suas pernas mais fortemente. Era como se pudesse sentir queimar até a ponta dos pés. — Você está bem? — Mason perguntou avançando. Seu pênis estava abrindo Simon amplamente, estendendo-se a ele. — Sim. — Disse Simon, enquanto ofegava. Seus dedos se enroscaram no peito de Mason. — Apenas faça. Bata seu pênis em mim. Mason arqueou uma sobrancelha. — Sério? Simon deu um tapa no peito do homem. — Não questione minha insanidade. Apenas faça. Um sorriso se espalhou pelo rosto bonito de Mason, antes que fizesse como Simon exigiu. Os olhos de Simon arregalaram. — Ah, Merda! — Você me disse para ir! — Mason disse e parou. — Basta dar um tempo para Simon, enquanto ele está se ajustando a você. — Disse Jeremiah. Simon respirava através da dor, enquanto observava Jeremiah se movimentar por trás de Mason, cujo rosto era uma máscara de puro êxtase. Suas pálpebras se fecharam quando seus lábios se separaram. Deu algumas respirações curtas e olhou para Simon. — Vá em frente. — Disse Simon. — Mova-se. Os três trabalharam um ritmo que deixou Simon pronto para escalar as paredes. Ter Mason o fodendo era além das palavras. Mas ver Jeremiah se movendo por trás Mason, apertou gatilho de Simon. Um dia desses, teria que assistir os dois. Sabia que não haveria nada gentil quando tivessem relações sexuais. Os dois fariam as paredes tremer. Os dedos de Jeremiah estavam enrolados em volta dos ombros de Mason. Simon estendeu a mão e cruzou as mãos com Jeremiah, enquanto Mason o fodia. Será que poderia ter uma vida com Jeremiah e Mason? Poderia


trio realmente funcionar? Era óbvio que poderia na cama. Mas o que aconteceria fora do quarto? Mason

acariciou

o

pescoço

de

Simon

e

lambeu-lhe

a

pele,

empurrando seu pênis dentro e fora de Simon, que curvava as costas e tentava fazer Mason ir mais fundo. Queria sentir o homem até os dedos dos pés. Simon apertou os dedos de Jeremiah e passou os outros no peito largo de Mason, deixando que trilhassem ao longo dos cumes rígidos do tanquinho. Jeremiah começou a se mover mais rápido e os olhos de Mason alargaram. Ele estava prestes a gozar. Simon esperava vê-lo. — Foda-se! — Mason gritou, enquanto se movia mais rápido, levando seu pau mais profundo e empurrando quando gozou. No último segundo, mordeu no ombro de Simon, que gritou, seu pau em erupção quando rodopiou para outro plano. — Maldição! — Jeremiah rosnou e a próxima coisa que Simon sabia, era Mason lambendo seu ombro e puxando de volta. Simon ficou um pouco confuso até que Mason rolou para o lado e Jeremiah entrou nele, jogando as pernas de Simon para trás enquanto martelava na bunda de Simon. — Oh, Deus! — Simon gritou. Jeremiah estava tentando dobrar Simon como um pretzel, enquanto batia nele. Mason pegou o pau murchando de Simon e passou as mãos pelo gozo de Simon, antes levar os dedos em sua boca. Simon gemeu, enquanto observava Mason saboreá-lo. Jeremiah se inclinou para baixo, pressionando seu peso contra as pernas de Simon mais para trás, antes de afundar seus caninos no outro ombro de Simon, fazendo-o ver estrelas mais uma vez. Seu pênis endureceu instantaneamente, enquanto Jeremiah empurrava cada vez mais rápido em seu traseiro. — Goze para ele, bebê. — Disse Mason no seu ouvido, enquanto acariciava a ereção de Simon. Simon curvou as costas e gritou pela segunda vez, quando sentiu o gozo de Jeremiah pulsando dentro dele. Jeremiah deu mais algumas


estocadas, antes de tirar os caninos e lamber o ombro de Simon. Simon ofegava para respirar, sua pele em camadas de suor. Olhou para Mason e depois para Jeremiah. — Vocês dois serão a minha morte. Mason riu quando Jeremiah se inclinou para trás e lançou as pernas de Simon. — Tenho certeza que pode lidar com nós dois. Simon não tinha tanta certeza. Sua bunda estava numa deliciosa dor, e ambos os ombros parecia como se... Bem, como se tivessem sido mordidos. Mason enrolou na frente de Simon, Jeremiah se soltou e caiu atrás dele. Em poucos segundos, Simon estava quente como o inferno pelo calor dos seus corpos combinado. — Se vamos dormir assim, vou precisar de um ventilador. — Disse Simon. De porte industrial.

Capítulo 6

Mason acordou e sabia que algo estava errado. Olhou para a cama e viu Jeremiah dormindo, mas Simon não estava à vista. Virou as cobertas para trás e ficou de pé, alongando. Passando a mão pelos cabelos, caminhou até o banheiro e congelou.


Simon estava encolhido no chão, dormindo. Que diabos? Mason entrou no banheiro e ajoelhou-se ao seu companheiro. — Simon? Simon abriu os olhos devagar e virou a cabeça, olhando para Mason. — Estou tentando não me mover. Mason fez uma careta. — Por quê? — Porque cada vez que me mexo, fico doente. Mason sentiu a testa de Simon, mas não estava quente. Simon estava bem na noite passada. Estava mais do que bem. O homem era uma criatura linda, sensual, que até agora fazia Mason querer levá-lo de volta para a cama e fazer amor com ele, durante toda a manhã. — Deixe-me ajudá-lo. O braço de Simon subiu, a palma da mão virada para Mason. — Não. Se mexer, vou vomitar. — Quando isso começou? — Algumas horas atrás. — Simon disse. — Mas pode me pegar um pouco de água. Minha garganta dói. Mason levantou-se e olhou em volta do banheiro de Jeremiah. Não viu um copo. — Vou pegar um copo da cozinha. Simon deu a Mason um polegar para cima. — Não vou a lugar nenhum. Odiava deixar Simon no chão do banheiro. Entrou no quarto e foi para o corredor. Esta era a primeira vez que ia para a casa de Jeremiah. Não que fosse um juiz, mas do lado de fora, parecia que precisava ser demolida. Dentro... Parecia que precisava ser demolida. O cara nunca ouviu falar de uma vassoura? A cozinha parecia ser o único cômodo da casa que via água limpa. Não havia uma mancha de sujeira em qualquer lugar. Mason vasculhou os


armários e encontrou os copos. Pegou um da prateleira e abriu a torneira até que a água ficasse gelada. Encheu o copo e levou para Simon. O homem estava debruçado sobre o vaso sanitário, vomitando as tripas para fora. Colocando o copo no balcão, Mason pegou um pano do banheiro armário e o molhou. Ele se ajoelhou ao lado de Simon e pressionou o pano sobre a parte de trás do pescoço do homem. — Você precisa ver um médico? — Preciso que meu intestino que parede tentar fazer uma aparição. — Disse Simon como ele caiu para trás. Mason passou o braço em torno de seu companheiro, retirou o pano de seu pescoço e depois o usou para limpar a boca de Simon. — Acho que o marisco estava ruim. — O marisco? — Sei lá! Apenas parecia a coisa certa a dizer... — Simon resmungou quando se virou e se enrolou no peito de Mason. Mason colocou as mãos sob Simon, levantou-o do chão e levou-o para a cama. Jeremiah estava sentado, seu cabelo espetado para cima em diferentes direções, enquanto enxugava os olhos. — O que está errado? — Nosso bebê está doente. — Disse Mason quando estabeleceu Simon na cama. Jeremiah franziu a testa e virou-se, pressionando as costas de sua mão sobre a testa de Simon. — Ele não parece quente. — Já verifiquei a febre. — Mason respondeu. — Meu estômago. — Simon gemeu. Algo se moveu por trás dos olhos de Jeremiah, antes que puxasse o braço de Mason.


— Vamos pegar um pouco de ginger ale2. — disse Jeremiah para Simon. O homem gemeu e acenou para saírem. Ele puxou Mason para a sala. Mason olhou para as revistas espalhadas sobre o que devia ser a mesa de café, roupas empilhadas no sofá, pilhas de DVDs, que eram altas o suficiente para construir um forte e outras coisas que enchiam a sala. — Você não acredita na limpeza? Jeremiah olhou ao redor. — O que? É caseiro. — Acho que a palavra é: confuso. — Disse Mason. — Não é sujo. — Jeremiah argumentou. — É apenas confuso. Mason passou o dedo sobre a cornija da lareira e mostrou a Jeremiah a poeira grossa na ponta. Jeremiah balançou a cabeça. — Pare de derrubar minha casa e ouça. Desde que não estava usando roupas, Mason limpou o dedo na parte de trás do sofá e se virou para Jeremiah. — Continue. — Nós somos ursos. — Disse ele. Mason esperou, mas Jeremiah não disse mais nada. — Espero que não me trouxe aqui para dizer o óbvio. Jeremiah jogou suas mãos no ar. — Cara, acho que sim. Simon é o nosso companheiro. Nós dois transamos com ele. Ele está doente. Você está seguindo a lógica? O coração de Mason acelerou. — Você está dizendo que acha que ele está grávido? — Por que mais estaria vomitando pela manhã? — Disse Jeremiah e atirou o polegar por cima do ombro. — Vou chamar o médico para checá-lo. — Ele vai ser capaz de dizer tão cedo? — A gravidez para a nossa espécie dura só três meses. Sim, vai ser

2

Refrigerante comum nos Estados Unidos, Canadá, Japão e Inglaterra, feito à base de gengibre.


capaz de dizer. Mason sentiu-se tonto. Nunca tinha considerado a paternidade. Via as crianças no Rancho Big Bear e no Triple-B, e invejava os homens por suas famílias, mas nunca tinha pensado em ter os seus. — Vou sentar com Simon, enquanto o chama. Mason caminhou de volta para o quarto, em transe. Olhou para a forma adormecida de Simon e depois para o estômago nu do homem, tentando vê-lo inchado. Ele se arrastou para a cama e se enrolou em torno do homem, apertando a mão no abdômen liso de Simon quando fechou os olhos e rezou para que Simon estivesse carregando seu filho, rezando para que tivesse uma chance de paternidade.

***** Jeremiah chamou seu irmão. Não estava certo por que precisava falar com Travis agora, mas precisava. Seu irmão sempre o fazia se sentir melhor. — Papa Bear. — Seu irmão disse que quando atendeu ao telefone. Sabia que o homem tinha esse apelido, mas o inferno que o chamaria assim. — É Jeremiah. — Tudo bem? — Perguntou Travis. — Tudo bem. — Respondeu Jeremiah quando olhava pela janela da cozinha esperando o médico e passou a contar Travis sobre o que estava acontecendo em sua vida. Seu irmão riu. — Parece que você tem suas mãos cheias. — Eu tenho. — Disse. — Só liguei para lhe dar uma atualização. — Ele e Travis sempre foram. Seu irmão era, agora, o presidente do clube de motociclistas Blue Angels e, apesar de Jeremiah, trabalhar para o governo, ainda mantinham contato. — Obrigado, mano. — A voz de Travis suavizou. — Mantenha-me informado e avise quando o meu sobrinho ou sobrinha nascer.


— Eu vou. — Disse Jeremiah, antes de desligar. Ouviu um carro chegar. Atravessou a sala e viu Dr. Gallagher Winslow sair de seu carro e ir em direção à varanda. Abriu a porta e acenou o cara. — Obrigado por ter vindo. O homem sorriu. — É bom ver você, Jeremiah. Agora, onde está meu paciente? Jeremiah levou o médico para o seu quarto e fez uma careta. Como tinha esquecido que Mason e Simon estavam nus, dormindo de conchinha? O sorriso do médico cresceu. — Estou supondo que o menor é que estou aqui para ver. Mason se agitou e abriu os olhos, olhando para a porta. Suas bochechas ficaram vermelhas, antes que se virasse e pegasse sua calça no chão. Enfiou-a e se juntou Jeremiah na entrada. — Ele é todo seu. — Disse ao médico. Gallagher foi até a cama e sentou-se, balançando suavemente Simon no ombro. — Olá, Simon. Simon gemeu e agarrou seu estômago. — Quem é você? — O encanador. Preciso de um frasco de sangue. — O médico respondeu com humor. Simon sentou e agarrou a cabeça, balançando levemente. — Se é o encanador, por que precisa do meu sangue? Jeremiah e Mason riram. Simon olhou para o médico e para eles. — Ele é um médico. — Disse Jeremiah. — Está aqui para verificar por que está tão doente. — Não tinham que chamar um médico. — Disse Simon. — É apenas um problema estomacal. Vai passar. — Em três meses. — Mason resmungou. — O que? — Perguntou Simon.


— Eu disse que ele vai ver você. — Disse Mason tão baixo que só Simon podia ouvi-lo. Simon parecia querer discutir e depois cedeu. Mason e Jeremiah ficaram perto da porta, enquanto o médico tirava sangue e misturava com outra coisa, em outro frasco. Em poucos segundos, o homem estava balançando a cabeça antes de dar um tapinha no braço de Simon e se levantar. Ele olhou para Jeremiah e Mason e assentiu. Os joelhos de Jeremiah ficaram fracos. Simon estava grávido. — Doutor? — Disse Simon. — Porque misturar meu sangue com as outras coisas tem a ver com um vírus estomacal? Gallagher se dirigiu para a porta do quarto. — Deixarei esses dois lhe explicarem isso, Simon. Mas quero o ver no meu consultório nas próximas semanas. Antes que Simon pudesse fazer mais perguntas, o médico saiu, deixando Mason e Jeremiah lá, como completos idiotas, sem dizer uma palavra. Como explicar a Simon que tinha acabado engravidar de dois ursos? Era pergunta de um milhão de dólares.

***** Simon olhou para si mesmo no espelho, depois de seu chuveiro. Ele estava grávido. Porra. Estava grávido. Uma parte dele queria ir para a outra sala e estrangular os dois homens. Eles sabiam que a gravidez era uma possibilidade e não o tinham avisado, antes de Simon ter seu mundo abalado. Estou grávido. Não conseguia tirar esse pensamento da cabeça. Em três meses, daria à luz. Como? De onde seu bebê ia sair? Simon estremeceu quando pensou nas possibilidades. Sua mão deslizou sobre seu estômago e sentiu que ia ficar doente de novo. Estou grávido.


A realidade de sua situação não era visível, pois o seu estômago ainda era plano. Talvez o médico estivesse errado. Poderia ter um vírus estomacal, mas tinha uma sensação de que o médico sabia o que estava fazendo e tinha dito a verdade. Estou grávido. Simon se vestiu e saiu do banheiro. Mason e Jeremiah não estavam à vista. Os covardes provavelmente estavam escondidos. Mas, após o que tinham jogado em Simon, não culpá-los. Tinha se levantado e ido para o banheiro, trancando a porta depois que ambos tinham lhe explicado por que estava ficando doente. Vagou do quarto para a sala de estar. Congelou e ficou boquiaberto com a bagunça. Sabia que alguns solteiros eram desorganizados, mas caramba! Sentiu seus olhos começarem a se contorcer, enquanto olhava ao redor. Girando nos calcanhares, entrou na cozinha e ficou aliviado que estava impecável. Procurou até encontrar material de limpeza e passou a trabalhar, colocando a casa de Jeremiah em ordem. Só porque tinha que ficar aqui até que Eric ser pego, não significava que tinha que viver nessa bagunça. Ia chutar a bunda de Jeremiah por manter sua casa em tal desordem. Trabalhou durante horas na limpeza e separando as coisas que achava que deviam ir. Todas as revistas foram para o caixote do lixo e organizou os DVDs numa prateleira, de acordo com o gênero. Dobrou as roupas depois de separar as que tinham sido lavadas. Aspirou e limpou, enquanto tentava não pensar em estar grávido. Em seguida, mudou-se para a sala de jantar e cuidou da bagunça também. Simon descobriu mais dois quartos, além do de Jeremiah. Ambos estavam vazios. Parou no segundo, que ficava bem em frente ao de Jeremiah e tentou imaginar um berçário ali. Viveria com Jeremiah? Será que Mason viveria ali também? Ouviu algo ranger e entrou na cozinha. A porta da despensa estava aberta. Simon entrou e descobriu uma porta na parte de trás. Por que haveria


uma porta na parte de trás de uma despensa? Abriu-a e viu um conjunto de escadas. Já que não viu Mason ou Jeremiah nas últimas horas, assumiu que estavam onde estas escadas levavam. Simon desceu e encontrou-se numa adega. Oh, Deus. A adega parecia que precisava ser demolida. Bem, havia uma parte na parte traseira que estava limpa e tinha uma série de equipamentos de ginástica e pesos para uma variedade de máquinas. Deixaria a adega para outro dia. Estava exausto de toda a sua limpeza mais cedo. Começou a virar e ir de volta para cima quando ouviu alguma coisa. O barulho estava vindo de seu lado direito. Simon investigou e encontrou uma porta com um painel do lado. A porta estava trancada. Bateu nela. — Tirem suas bundas dai agora! A porta se abriu bem devagar e Jeremiah apareceu. Ele olhou cautelosamente para Simon. — Não, se vai me bater. O pensamento era risível. Jeremiah era do tamanho de um gigante e tinha medo que Simon fosse bater nele. — Não vou bater em você. Jeremiah abriu mais a porta e o queixo de Simon caiu. Atrás do homem estava uma sala que parecia como se pertencesse a um filme de espionagem. Computadores forravam uma parede e, quando passou por Jeremiah, avistou uma escrivaninha e telefone, juntamente com uma parede inteira de armas. — Que diabos? — Virou-se para Jeremiah. — Acho que você disse que era um fazendeiro. Mason estava sentado em uma cadeira, com os pés apoiados sobre a mesa. — Ele mentiu. Simon olhou para Jeremiah, que fez uma careta, dando um passo para trás.


— Tive que mentir. — Defendeu-se. — Não sabia que era meu companheiro e não tinha permissão para dizer o que realmente fazia para viver. Cruzando os braços sobre o peito, Simon bateu o pé. — Parece que gostas de me manter no escuro. — Ele ficou furioso. Não porque Jeremiah, obviamente, fazia alguma merda para o governo, ou pelo menos esperava que fosse para o governo, porque, se Jeremiah era um cara mau, Simon iria matá-lo. Estava chateado porque os dois ainda estavam resistindo a ele, não lhe dizendo tudo. — Primeiro, não me dizem que posso ficar grávido e então os encontro nesta sala. — Acenou com a mão ao redor. — Há mais alguma coisa que preciso saber? — Sou alérgico aos amendoins. — Disse Mason e depois deu de ombros, quando Jeremiah bateu com a mão no rosto. — Bem, é verdade. — Você é um idiota. — Jeremiah resmungou antes de se virar para Simon. — Não, não consigo pensar em outra coisa que você esteja no escuro. — Você ainda está chateado? — Perguntou Mason. — Por que não vem aqui e descobre? — Simon desafiou. Suspirou e se inclinou para Jeremiah, quando o homem puxou Simon para o seu peito. — Acho que ele está bem. — Disse Jeremiah. — Ele não está tentando remover minhas bolas. — Isso é o que tenho com suas bolas! — Disse Simon. — Não está furioso que menti para você? — Perguntou Jeremiah. — Sei o quanto odeia mentirosos. — Não, odeio traidores. — Corrigiu Simon. — E, embora esteja ofendido, nenhum de vocês me traiu... Ainda. Mason levantou-se e atravessou a sala, pressionando-se na frente de Simon. — E nunca o faremos. Você terá nosso bebê. Jeremiah e eu vamos mimá-lo. Isso era algo que preocupava Simon enquanto limpava.


— Mas não sabemos quem é o pai. — Será que isso importa? — Perguntou Jeremiah. — Por que acha que nós dois fizemos amor com você? Não queremos nada entre nós. O bebê é de todos nós. Fim da história. Bebê. Estou grávido. — E quanto as condições de vida? — Perguntou Simon. — Mason e eu estávamos discutindo isso. — Disse Jeremiah quando começou a beijar o pescoço de Simon. Mason passou as mãos sobre os braços de Simon e esfregou seu pescoço. — Pensamos que esta casa seria perfeita para todos nós, para criar nosso filho. Simon estremeceu, enquanto os homens o acariciavam e beijavam. — E não pensaram em me perguntar? — Estou perguntando. — Disse Jeremiah. — Vai entrar e fazer, Mason e eu, os homens mais felizes do planeta? Simon queria. Queria o que os dois homens estavam oferecendo, mas parecia bom demais para ser verdade. Será que poderia dar uma chance e se abrir de novo? Olá, eles o engravidaram. Quer compromisso maior? Verdade. Mas era assustador como o inferno confiar novamente. Simon engoliu em seco e assentiu. Sabia que tinha que tentar. — Ok, mas primeiro tem que transportar todo esse lixo do quintal e cortar a grama. Eu me recuso a viver num lugar que se parece com o início de um filme de terror. Mason riu. — Parece, não é? — É caseiro. — Jeremiah argumentou e Simon sentiu o peito do homem se movimentar quando ele riu. — Tudo bem, chamarei um serviço de limpeza para tornar o lugar habitável. Simon passou por entre os homens e começou a subir as escadas. Seus homens. O pensamento era estranho, mas descobriu que tinha um belo


apelo para ele. — Tirem suas bundas daí e me alimentem. Mason e Jeremiah se apressaram nos degraus atrás de Simon e entraram na cozinha. Ambos cheiraram o ar e entraram na sala de estar, seguindo Simon. Mason assobiou, enquanto Jeremiah ficou lá com o queixo caído. — Você fez tudo isso? — Perguntou Jeremiah. — A bagunça estava me deixando louco. — Disse Simon. Ele se virou e acenou com a cabeça em direção ao corredor. — Observei dois quartos vazios. Estava pensando que poderíamos transformar um em berçário. Ambos, Mason e Jeremiah, abraçaram Simon e começaram a beijá-lo. — Bebê, o que você quiser, é seu. — Disse Mason e Jeremiah concordou. Simon sorriu. — Mas primeiro, — Disse ele sobre o ombro a Jeremiah. — é melhor me dizer o que é o quarto no porão.

Capítulo 7

Fazia dois meses desde que Simon descobriu que estava grávido e, para sua surpresa, seu estômago começou a inchar. Parecia como se tivesse engolido uma bola de basquete. Ninguém tinha visto Eric desde que o atacou, mas seus companheiros ainda insistiam para nunca ir a qualquer lugar sem um deles. Seu carro foi devolvido dias depois e o trabalho resolvido com Jed. O carro agora estava parado na calçada, pouco usado nos dias atuais. Mason e Jeremiah o serviam em tudo, embora Simon protestasse com o tratamento. Não era um inválido. Chamou Donna e lhe disse que precisava de um tempo para resolver as coisas em sua vida e depois de uma hora de ouvindo sobre manter segredos dela, ela disse que iria dizer ao chefe.


Simon não tinha certeza se alguma vez voltaria para o salão. Educar uma criança seria um trabalho de tempo integral e seus dois homens ganhavam o suficiente para viverem bem. Mas estava entediado. Não estava acostumado a tanto tempo ocioso. Mason estava no rancho Big Bear e Jeremiah estava em seu quarto de espionagem no térreo, portanto decidiu iniciar um jardim no quintal. Graças a Deus, Jeremiah tinha cumprido sua promessa e o quintal, na verdade, parecia um quintal e não uma selva. Jeremiah tinha comprado tudo que Simon precisaria para começar seu jardim e Mason trabalhou a terra, preparando-a para o plantio. Ainda acrescentou algum adubo rico para garantir que Simon tivesse um jardim saudável. Tinha que admitir que os dois homens eram perfeitos. Nunca fora mais feliz e estava agradecido por concordar com o primeiro encontro. Riu de si mesmo quando pensou em como havia ameaçado Jeremiah e nos pratos jogados nos dois homens. Bons tempos. Ajoelhado no chão, separou tudo o que precisava de lado e vestiu um chapéu de sol para se certificar de que não se queimaria quando começou a trabalhar em seu jardim. Mal podia esperar para ver o seu trabalho ser concretizado. Já podia saborear os tomates maduros e pepinos suculentos. Também estava plantando morangos e algumas vinhas. Não estava muito certo sobre isso. Nunca fez jardinagem em sua vida e esperava fazer isso corretamente. Virou quando ouviu alguém se aproximando. — Você é um homem difícil de rastrear. Simon cambaleou para trás e caiu de bunda no chão, enquanto se afastava de Eric. — O que está fazendo aqui? O cabelo da cara ia em todas as direções e tinha pesados sacos sob seus olhos. Suas roupas estavam amarrotadas e ele cheirava a álcool. Como


tinha amado esse cara? — Pagamento. — Disse Eric enfiando a mão no casaco enrugado e puxando uma arma, agitando-a para Simon. — Você destruiu minha vida. Simon tinha que pensar rapidamente. Eric parecia embriagado e não queria levar um tiro. — Pense no seu filho. — Disse, enquanto tentava desesperadamente argumentar com o homem. — Quer que ele cresça sem o seu pai? — Porque ele o faria. Simon faria questão de ter certeza de que Eric fosse para a cadeia por isso. A risada maníaca borbulhava do peito de Eric. — Eu não tenho filho. — Disse ele. — A cadela me traiu. O garoto não é meu. Uau. Não tinha certeza do que dizer sobre isso. — Você a traiu, também, Eric. Ele empurrou a arma para fora, como se fosse uma extensão da sua mão. — Ela disse que sabia há muito tempo que eu era gay e decidiu encontrar um homem de verdade. — O homem oscilou um pouco quando piscou para Simon. —Mas não começamos a nos ver antes dela ficar grávida. — Simon argumentou. Tinham estado juntos por apenas três meses e ela já estava totalmente grávida. Simon não poderia ser o único culpado. Nem sabia que Eric era casado. Sua esposa tinha começado a trair Eric muito antes de Simon aparecer. — Alguém tem que pagar! — Eric tropeçou mais perto. — Porra! Minha vida está arruinada. — Não tem que estar. — Disse Simon. — Ainda tem o seu trabalho, e poderia... — Não tenho o meu trabalho! — O homem gritou para ele, enquanto saliva voava de sua boca. — Foi a porra do meu chefe que engravidou a vadia. Estão vivendo felizes na minha casa, enquanto durmo em intermináveis


quartos de hotel, pegando empregos de merda de agências de trabalho temporário para sobreviver. Se fosse alguém, que não Eric, Simon teria sentido pena do cara. — Recupere o controle, Eric! — Disse Simon, se perguntando se discutir com um bêbado armado era uma ideia inteligente. Mas não seria vítima de Eric novamente. Finalmente, encontrou a felicidade com dois grandes homens e não deixaria esse canalha patético lhe tirar isso. — Não é minha culpa, e sabe disso. Pare de culpar os outros e olhe para si mesmo. Você é gay. Grande coisa. Pare de ser um burro e encontrar um bom homem. Eric franziu o rosto, como se o pensamento de um relacionamento abertamente gay o enojasse. Ele oscilou mais perto, piscando rapidamente e brandindo a arma ao redor. —Não sou uma bicha como você. Não posso ser abertamente gay. Minha família já me deserdou. Minha vida acabou. Simon podia ver que não havia como fugir disto. Eric estava determinado a ver sua vida arruinada. Simon não via dessa forma, mas Eric não queria ouvir. — Ache alguma ajuda, Eric. — Não preciso de ajuda. — Ele rosnou. — Preciso que pague por esta merda de vida em que estou. — Por quê? — Simon perguntou se erguendo, pronto para correr. — Porque alguém tem... — Disse, levantando o braço e apontando a arma firmemente para Simon. A porta de tela na parte de trás da casa abriu e Jeremiah saiu, um revólver preto na mão. Colocou-se à direita de Eric. — Abaixe a sua arma. — Disse num tom mortal. Simon queria gritar de alegria por Jeremiah estar lá, mas Eric ainda estava apontando a arma para o seu peito. Embora Eric estivesse bêbado, ainda podia matá-lo, assim não sabia o que fazer. — Você está gordo. — Disse Eric, os olhos baixando para o estômago de Simon. — Não vejo como alguém iria o querer.


Simon estava pronto para berrar com Eric, quando Jeremiah falou. — Você teve sua chance com ele. Ele é o meu tesouro agora e está simplesmente lindo. Uau. Se esta situação não fosse tão grave, Simon iria a Jeremiah o abraçaria pelo que tinha acabado de dizer. Ultimamente estava começando a pensar no que Eric tinha dito. Estava ficando cada vez mais difícil andar e não cabia em qualquer um de seus jeans. Mason e Jeremiah tinham comprado calças de gravidez para Simon, mas se sentiu bobo usando-as, já que eram, tecnicamente, para as mulheres. Também tinham comprado uma tonelada de calças, mas, com os dias tão quentes, elas faziam suas bolas se irritar quando as usava. Os dois diziam o todo este tempo o quanto era lindo e mostravam-lhe constantemente, mas ouvir Jeremiah dizer aquelas palavras, na frente de alguém, tocou Simon. — Eric, por favor. — Simon disse, tentando mais uma vez argumentar com o homem. — Não. — Eric se aproximou e engatilhou a arma. Simon caiu no chão quando ouviu uma arma disparar. Entrou em pânico que Jeremiah tivesse sido baleado. Olhou e viu Eric tropeçar para trás, enquanto uivava de dor. Jeremiah não tinha dado um tiro de misericórdia. Feriu a mão de Eric que segurava a arma. Havia sangue na mão de Eric quando caiu de bunda no chão e se contorcia, lamentando. Simon se levantou e correu para Eric. Chutou a arma de lado e depois chutou Eric. — Seu filho da puta! — Chutou novamente e novamente. Jeremiah passou o braço em torno de Simon e suavemente puxou-o para longe. — Ok, tigre. Acho que ele teve o suficiente. Vá para dentro e chame o xerife, enquanto fico de olho nele. Só então Mason parou na calçada e veio para o quintal. Olhou para Eric e depois para Simon.


— Você está bem, bebê? Simon assentiu. Mason tirou o chapéu e passou a mão pelo cabelo. — Alguém viu Eric na cidade e chamou o xerife Sparrow. Ele me chamou. Vim assim que recebi o telefonema. — Mason fechou a distância e puxou Simon em seus braços, salpicando beijos em seu rosto. — Ele o machucou? — Não, mas posso ter quebrado algumas de suas costelas. — Simon anunciou com orgulho. — Ele veio aqui, dizendo que a sua vida arruinada era culpa minha e me faria pagar. — Simon apontou para a arma que estava no chão, ao lado de Jeremiah. — Ele queria atirar em mim. Mason virou e rosnou para Eric, que ainda estava choramingando, enquanto segurava a mão ferida no peito. — Espero que encontre o namorado perfeito na cadeia, seu imbecil! — Mason estalou. Dentro de dez minutos o xerife Sparrow chegou, preparado para transportar Eric. — Vou levá-lo para o hospital e depois preso. Vou precisar de sua declaração, Simon. — Ele a dará por telefone. — Mason acenou com a mão para a barriga de Simon. — Não é possível ir para a cidade assim. Sparrow assentiu. — Então voltarei para pegar. Simon caiu nos braços de Mason e se sentiu aliviado que a situação com Eric finalmente acabou. Jeremiah pressionou nas costas de Simon e beijou sua cabeça. — Nunca mais me assuste assim novamente. Pensei que eu ia ter um ataque cardíaco quando vi a arma na sua mão. Simon beijou os dois homens, antes de voltar para o seu jardim. Estava um pouco abalado, mas sabia que trabalhar com as mãos ajudaria a aliviar a tensão dentro dele.


— Vou tentar não irritar mais idiotas. — Disse e depois sorriu. — Não prometo, entretanto. Ambos os homens balançaram a cabeça e Simon ficou encantado quando se abaixaram e o ajudaram com o seu jardim.

***** Mason aliviou Simon em suas mãos e joelhos antes de entrar no seu traseiro firme. Ele assobiou e gemeu, enquanto o corpo de Simon o acolhia. — Oh, sim! — Disse ele com um gemido. — Exatamente o que eu precisava. — Isso é o que você sempre diz. — Jeremiah brincou quando deslizou sob Simon e tomou seu pau em sua boca. Mason nunca se cansaria da vista. Adorava foder Simon. Adorava quando Jeremiah o fodia. Poliram a mesa da sala de trabalho de Jeremiah em mais de uma ocasião. Ele e Simon fizeram uso da mesa da cozinha mais do que uma dúzia de vezes. Observou Jeremiah foder Simon em seu jardim, mais de uma vez. Os três eram perfeitos juntos. Fazia um mês que Eric foi preso e sua vida não tinha sido afetada, pelo menos, não muito. Simon ficou agitado por alguns dias, mas pareceu se acalmar depois disso. Deslizou seu pênis mais fundo em Simon, cuidando com a condição de seu companheiro. O estômago de Simon estava tão grande agora que ele mal podia se mover. Mason e Jeremiah cuidavam de Simon e amava como seu companheiro grávido brilhava. Ele se inclinou sobre as costas de Simon e sussurrou: — Amo você, bebê. Simon revirou os quadris e resmungou. — Também te amo. Agora me foda... — Você está bem? — Perguntou a Simon quando puxou para fora, deixando apenas a cabeça em seu canal. Queria bater no homem, mas se


conteve. Lento e amorosamente sempre era bom com Simon. Se Mason queria forte, sempre podia tomar Jeremiah na sala de trabalho do homem. — Sim! — Simon retrucou. — Pare de ser tão gentil e me foda já! Jeremiah riu ao redor do pênis de Simon. Mason estendeu a mão e deu um tapa na coxa do homem. — Pare de encorajá-lo. — Disse a Jeremiah. — Foda. Me. Agora! — Disse Simon entre os dentes cerrados. Agarrando os quadris de Simon, Mason se moveu mais rápido. Estendeu a mão e envolveu-o em torno de pau grosso de Jeremiah, empurrando-o enquanto se movia na bunda de Simon. — I-isso... — Disse Simon antes ele gemeu. — Mais forte. Jeremiah afastou a mão de Mason e começou a se masturbar. Mason quase se perdeu enquanto observava seu companheiro. Jeremiah podia ser o maior homem que já tinha visto, mas era tão impressionante quando dava prazer a si mesmo. Mason nunca se cansava de ver. — Perto. — Simon gritou quando se curvou suas costas. — Tão perto. Mason também estava. Suas bolas se apertaram e estava pronto para o clímax. Mas tinha que ter certeza de que Simon e Jeremiah tivessem o deles primeiro. Simon gritou quando seu corpo estremeceu e seus músculos apertaram no pau de Mason, tornando quase impossível se mover. Jeremiah mexeu ao redor e cordas pérolas de gozo espirraram no peito do homem. O cheiro invadiu os pulmões de Mason, enquanto empurrava mais algumas vezes antes de enterrar profundamente e chegar ao clímax. Jeremiah deslizou debaixo de Simon, um largo sorriso em seu rosto quando lambeu os lábios. — Acho que ele tem um sabor diferente, porque está grávido. Mason riu. — Duvido disso. — Ele saiu de Simon e depois franziu o cenho, quando Simon deu um gemido. Não era de prazer. — Simon? Simon virou-se e se enrolou em seu lado, enquanto segurava a


barriga. — Isso dói. — O que dói? — Perguntou Mason. Os olhos de Jeremiah se arregalaram, enquanto ele pulou da cama, apontando o dedo várias vezes em direção a Simon. — Ele está em trabalho de parto! — Oh, merda! — Mason sussurrou. — Transei com ele em trabalho de parto. — Você é um idiota! — Disse Simon com um gemido. — Chame o maldito médico. Mason tropeçou da cama e caiu no chão com um baque duro. Ficou de pé, com o coração batendo tão forte que doía. — O que faço? — Chame o médico! — Jeremiah lembrou. — Vou ferver um pouco de água. — Por quê? — Perguntou Simon. — Não vou tomar um maldito banho. Vá buscar o kit de parto que Harland enviou. O kit era um cobertor de parto que pegaria todos os fluidos estranhos que Renée tinha descrito. Mason chegou a enjoar de ouvir a mulher descrever o que Simon iria passar para dar à luz. O kit também incluía os instrumentos que o médico precisaria para pegar o bebê. O bebê. Ele, ou ela, estava chegando. Mason saiu correndo da sala e correu em círculos na cozinha até se lembrar por que tinha ido para lá. Seus dedos se atrapalharam nos números quando discou para Gallagher. Quando o médico respondeu, Mason gritou: — Está vindo! Ele está vindo! Gallagher riu na outra extremidade. — Calma, Mason. Estou a caminho. Apenas certifique-se que Simon esteja o mais confortável possível. Mason assentiu e desligou. Pegou o telefone novamente e chamou o


barracão no rancho Big Bear. Seu chefe respondeu. — Rancho Big Bear. — Rowdy! — Mason disse batendo a mão sobre a testa. — O bebê está chegando. Rowdy riu suavemente. — Parabéns. Vou lhe dar uma folga para aproveitar seu filho. Mason desligou. Talvez devesse ter dito adeus. Balançou a cabeça e correu para a sala de estar, andando, enquanto esperava o médico. Quando Gallagher chegou, Mason estava tão tenso que se sentia como se fosse estourar a qualquer segundo. Ele levou o médico para o quarto e deu um passo para o lado. — Traga seu traseiro aqui! — Disse Jeremiah, atrás de Simon como apoio. — E fazer o quê? — Perguntou Mason. — Você já está atrás dele. — Sente-se ao meu lado. — Jeremiah instruiu. — Se não fizer isso... — Simon ofegou e depois gemeu de dor, antes de se acomodar para baixo. — Vou castrá-lo com a minha tesoura. Mason correu para a cama e se arrastou ao lado de Jeremiah. Pegou uma das mãos de Simon e alisou o polegar sobre a pele macia, enquanto observava o trabalho do médico. Seus olhos se prenderam na linha, que se formou do umbigo de Simon para sua virilha, começou a abrir. Estava fascinado e assustado. — Respire. — Disse Jeremiah a ele e o beijou em sua bochecha. — Te amo. — Como pode estar tão calmo? — Perguntou Mason. Ele se aproximou de Jeremiah e sussurrou: — Também te amo, mas estou com muito medo agora. Como está tão calmo? — Eu não estou, mas tenho que ser uma rocha para Simon. — Disse o homem. — Estou tremendo como um louco por dentro. Simon gritou, amaldiçoou e ameaçou os órgãos genitais de ambos quando a cabeça do bebê emergiu lentamente. Lágrimas brotaram nos olhos


de Mason e sua garganta ficou apertada quando seu filho nasceu. Enxugou os olhos e limpou a garganta, antes de olhar para Jeremiah e ver o homem em suas próprias lágrimas. Mason se aproximou da cabeça de Simon e disse: — Sabe o quanto amo você agora? Simon sorriu para ele, embora visse em quanta dor estava. — Também te amo. — Ele virou a cabeça até que estava olhando para Jeremiah. — Amo vocês dois. Mas se me engravidarem de novo, vou enfiar minha tesoura em seus traseiros. — Tão violento! — Mason brincou, tentando afastar a mente de Simon de sua dor. — Ah, uma menina! — Gallagher anunciou. — Venha aqui e corte o cordão, Mason. Mason congelou. — Fazer o que? Jeremiah cutucou. — Vá. Mason escorregou da cama e fez o que o médico instruiu. Estava com medo de ter machucado sua filha, mas o médico garantiu-lhe que ela ficaria bem. Uma vez que o bebê estava enrolado num cobertor, Gallagher entregoua para Mason. — Mas vou deixá-la cair... — Disse, suas mãos tremiam. — Não, você não vai. — Gallagher disse e Mason cedeu, tomando o pacote em suas mãos. Ele olhou para o rosto mais bonito que já tinha visto. Sorriu para Simon e Jeremiah. — Ela é linda! — Oh, meu! — Gallagher disse quando Simon tentou se enrolar sobre seu lado, gritando. Mason se moveu sobre Jeremiah e viu quando Gallagher pegou outro bebê. Dois. Gêmeos. Mason se sentiu fraco dos joelhos. — O pequeno deve ter se escondido atrás do outro. Jeremiah empalideceu e Mason se sentou na cama, quando o médico


disse: — Um filho. Simon ofegou e olhou entre eles. — Dois. Realmente? Seus bastardos gananciosos. Ambos, Mason e Jeremiah, riram, enquanto beijavam Simon. Mason olhou para cima, quando Renée apareceu e começou a ajudar o médico. Abraçava sua filha, enquanto Jeremiah pegava seu filho em seus braços fortes. Mason tinha a família que nunca soube que desejava. Jeremiah parecia que ia explodir de orgulho. E Simon tinha dois homens que sempre o apreciariam e amariam. Sua família estava completa... Por agora. Planejavam ter muito mais crianças e partilhar uma vida feliz e amorosa. Apenas enquanto Simon mantivesse suas tesouras guardadas.

FIM


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