Ilha Snövarg (Agência Feliz para Sempre após o Acasalamento 01) De: Jane Wallace Knight
Ser enviado para uma agência de acasalamento por seus pais é humilhante o suficiente para o shifter coelho Tyler Thompson. O fato de que tem a rara capacidade de engravidar apenas faz com que fique ainda mais apreensivo. Crescendo em um bando onde sempre era dito como viver e como se comportar, Tyler sonhava em escapar. Percebendo o quão raro alguém como ele é e que a escolha do companheiro é exclusivamente sua, Tyler decide ir o mais longe que puder. A remota ilha no Oceano Báltico parece uma boa escolha e a história de amor entre os dois lobos de lá toca o seu coração. Juntos desde que tinham dezesseis, o alfa Eric Snövarg e seu amante Finn Michaels sabem que a única maneira que podem estar acasalados e ficarem com seu bando, será trazendo um terceiro capaz de dar herdeiros a Eric. Embora incerto da sua decisão, trazer o coelho para sua família parece ser o único caminho.
Capítulo 1
— Isso é besteira total! — Disse Tyler Thompson quando caiu no frio plástico duro da cadeira da sala de espera, que tinha visto melhores dias. — Você está agindo como se tivesse matado alguém. Foi apenas uma brincadeira estúpida. Ao lado dele, a mãe de Tyler o olhou com alguma simpatia, enquanto seu pai simplesmente o olhava do outro lado da sala. O grande homem tinha se espremido em uma das cadeiras que revestiam o outro lado da sala de espera estreita. As paredes eram pintadas de um amarelo canário duro, sem dúvida, em uma tentativa de promover uma atmosfera feliz e havia cartazes emoldurados com slogans inspiradores ao longo deles. Havia uma grande janela atrás da recepção que inundou a pequena sala com a luz da manhã. Era um escritório relativamente pequeno, um dos muitos dentro do grande edifício. Quanto Tyler podia ver esse só tinha uma sala de espera e dois escritórios. Tyler se perguntou se os seres humanos em outros escritórios tinham alguma ideia do que acontecia ali no andar dezessete. — Foi mais do que apenas uma brincadeira. — O pai de Tyler finalmente disse depois de ficar fervendo em silêncio por alguns minutos. Seu grande bigode grisalho se contraiu quando olhou para seu filho mais novo. — E não foi a primeira vez que você começou a ter problemas. Como acha que parece, Tyler, quando o sobrinho do chefe continua trazendo vergonha para o bando? Tyler olhou para o chão cinza acarpetado deprimente, de repente incapaz de encontrar os olhos de seu pai. Ele sabia por muito tempo que era uma decepção para o homem. Ouvir mais uma vez não deveria ter esse efeito sobre ele, mas sempre conseguia feri-lo, no entanto. Como o caçula da família, Tyler tinha sido muitas vezes negligenciado. Shifters Coelho tinham grandes famílias, algo que a maioria deles amava, mas Tyler tinha sentido a
necessidade de escapar desde que era uma criança pequena. Ele realmente tentou fugir uma vez, quando tinha dez anos. Ele desapareceu por várias horas, mas depois ficou com medo quando alguns meninos humanos mais velhos tentaram falar com ele. Quando voltou para casa, ninguém tinha notado que estava faltando. — Acho que está sendo um pouco duro, querido. — Disse a mãe de Tyler, sua voz tímida como sempre. Ambos os pais de Tyler eram grandes, mas sua mãe era rechonchuda e fofinha como ele, enquanto seu pai era simplesmente gordo. Tyler, sendo o nanico da família, era um pouco magro, embora tenha construído alguns músculos ao longo do último ano. Havia começado a correr como uma maneira de ficar sozinho por um tempo, para escapar de seu pai, principalmente. Tinha sete irmãos e todos, como era típico com shifters coelho, foram nascimentos múltiplos. Todos, exceto Tyler. Todos cresceram em pares ou trios, sendo amigos, bem como irmãos. Tyler havia nascido cinco anos após a última ninhada e tinha nascido sozinho. Seu bando era bastante grande. Ao contrário de suas contrapartes animais, obviamente não viviam no subsolo. Há setecentos anos, ou algo assim, ocuparam uma pequena cidade no Oregon, onde nada de interessante acontecia e ninguém novo nunca vinha para o bando. Isso era, em parte, por que Tyler estava na Agencia Felizes para Sempre para um acasalamento. De acordo com o chefe, que também era, infelizmente, seu tio, ele já havia assustado qualquer par potencial que sua família havia tentado fazer por ele. Não era culpa de Tyler que nenhum deles tinha senso de humor. Havia uma hierarquia entre os shifters coelho. Os quatro irmãos mais velhos de Tyler e as três irmãs mais velhas eram todos felizes e estavam acasalados a pessoas que haviam crescido junto com eles, querendo nada mais do que a vida que diziam querer. Como parte da família do chefe, eram considerados um pouco desejáveis. O mais velho, e mais próximo de ser visto no título de chefe, era o mais desejável, enquanto os gostos de Tyler eram um pouco mais abaixo na escala. Ainda assim, sua idade de acasalamento de
dezoito anos já tinha ido e vindo, e tinha agora vinte e dois anos e ainda não estava acasalado, seus pais haviam ficado um pouco desesperados. Haviam praticamente o emboscado com possíveis pretendentes, até que sentiu que não tinha escolha a não ser começar a brincar com eles, simplesmente para se impedir de sair de sua mente com o tédio. Tinha começado simples o suficiente. Suas brincadeiras tinham sido perfeitamente inocentes e infantis realmente. Mudar o açúcar com o sal, colocar pó de talco na unidade de Ar Condicionado e ter certeza que um dos rapazes estava sob ele quando o ventilador ligasse, e colocar película aderente sobre a porta para que quando o pretendente do mês tentasse entrar ele acabasse ficando enrolado nele. Pensando nessa última ainda fazia Tyler sorrir. Não era culpa dele que todas as pessoas com quem seus pais queriam o prender não conseguiam ver o lado engraçado disso. — Você foi longe demais desta vez, Tyler! — Seu pai disse-lhe com firmeza. — O chefe estava furioso. — Você é a pessoa que tentou me comprometer com Charles Bayswater na frente de todo mundo. — Tyler argumentou. — E realmente foi um acidente. O último recurso para a sua família tinha sido na celebração de acasalamento da mais jovem da filha do chefe há algumas semanas atrás, quando seus pais o tinham colocado com o garoto que tinham escolhido para ele. Charles tinha ficado preso com Tyler durante toda a noite, como era suposto, certificando-se de que Tyler soubesse quanta terra sua família estava disposta a dar a família de Charles apenas para tirar Tyler de suas mãos. Ele insistiu que era a única razão pela qual estavam mesmo considerando a partida. Não tinha nenhum escrúpulo sobre o fato de que era hetero e que só iria foder Tyler, a fim de produzir uma ninhada a cada poucos anos. Em sua defesa, quando Tyler tinha tropeçado em Charles enquanto estavam dançando, com a intenção de derrubá-lo de sua pomposidade um pouco, não tinha percebido que na trajetória de sua queda ele iria pousar de cabeça no bolo de casamento da noiva.
— Sua pobre prima estava chorando por horas sobre esse bolo. — Disse seu pai. Tyler não tinha certeza de quem mais parecia que queria matálo, o chefe ou Charles. Ainda assim, porém, ser enviado para um casamenteiro de uma agência de acasalamento era uma punição muito grande. O chefe tinha feito a contratação e ajudou seus pais a preencher a montanha infinita de papelada, deixando que soubessem que não havia tinha como sair dela. Tyler sabia que não poderiam realmente forçá-lo a se acasalar. Não era permitido, não mais. Ainda assim, Tyler pensou que se não aceitasse seus pais provavelmente ameaçariam expulsá-lo. Não havia ninguém no bando que o tomaria. Estava completamente sozinho. Sabia que sua mãe falaria um pouco por ele e pediria a seu pai para lhe dar outra chance, mas Tyler já tinha tido muitas chances. Cada vez que o colocaram com alguém novo, realmente disse a si mesmo que iria fazer um esforço, desta vez, pelo menos, para conviver com eles, mesmo que apenas por causa de sua mãe. Ele realmente tentava, mas cada um parecia mais chato do que o anterior e mais hipócrita. Como shifters coelho, trabalhavam duro, desejavam ser acasalados e ter uma casa cheia de coelhos, e gostavam de se amarrar com sua própria espécie. Tyler não se importava com a ideia de ter filhos, mas para ele seria um pouco diferente do que com a maioria dos homens, já que seria o único transportando e entregando as crianças. Era um dos raros shifters coelhos masculinos capazes de engravidar. Um coelho infértil era um coelho inútil e assim ao saber da sua preferência por homens, os pais de Tyler o tinham testado pelo gene. Supôs que deveria ficar feliz por ser portador, caso contrário, seus pais provavelmente teriam tentado forçá-lo a acasalar com uma fêmea. Inferno, pensou enquanto seus olhos olharam para a linha de cartazes na parede. Talvez estar acasalado significaria que, pelo menos, começaria a ver mais do mundo. Talvez pudesse acasalar com um coelho do Peru. O cartaz em que seus olhos pousaram dizia: “Você só vive uma vez, e
se fizer isso direito, uma vez que é tudo que você precisa”. Tyler franziu o cenho para ele. — Tyler Thompson? — A senhora bonita atrás da recepção chamou por ele. — Você pode ir agora. O Sr. Ashby está pronto para você. Quando se levantou de sua cadeira e seguiu seus pais para dentro da sala, queria desesperadamente começar a cantarolar a marcha da morte. O escritório de David Ashby, casamenteiro e shifter raposa, não era particularmente grande ou bem decorado. Tyler se perguntou quanto tempo o homem tinha sido um casamenteiro licenciado e por que decidiu começar seu próprio negócio, em vez de aderir a um dos maiores já estabelecidos na área de Portland. Tyler sabia que seu tio tinha, muito provavelmente, escolhido a Agência de Acasalamento Felizes para Sempre porque o seu serviço era mais barato do que outros. Adivinhou que realmente não importava como todos aqueles que se inscreveram em uma agência de acasalamento foram enviados para um banco de dados on-line que todos tinham acesso. Pretendia-se dar aos shifters sua melhor chance de encontrar o lugar certo. Esperava que a imagem que tiraram dele na semana passada, pelo menos, parecesse boa. Nunca poderia ser confundido com um modelo de lingerie, mas tinha um rosto agradável. Tinha cabelos castanhos e grandes olhos cor de âmbar, moldurados com cílios grossos. Sua boca era cheia e tinha maçãs do rosto salientes. Infelizmente, não poderia se bronzear, não importava o quanto tentasse. Em vez disso, sua pele pálida perpetuamente acabava coberta de pequenas sardas. — Olá, Sr. e Sra. Thompson, Tyler. — A raposa shifter cumprimentouos quando entraram em seu escritório. Ele se levantou de sua mesa e estendeu a mão a cada um deles antes de oferecer a todos um assento. Tyler estava sentado em uma cadeira desconfortável entre seus pais. Era como ser enviado para o escritório do diretor, novamente, algo que tinha sido uma ocorrência regular em seus dias de escola. Tyler sabia que quem o quisesse só iria o querer por sua rara habilidade. Certamente tinha sentimentos mistos sobre a ideia de levar as
crianças, mas aos olhos de seus pais isso, pelo menos, o tornava um bom produto. Mais do que tudo, Tyler só queria sair do bando. Só queria aventura e diversão. Queria se sentir livre. O caminho até Portland naquela manhã quase não tinha levado tempo suficiente. Não estava pronto para isso, para o que estava por vir. — Agora, então, selecionou shifters coelho pelo que vejo. — Disse o homem com uma carranca. — Você sabe, entendo que é a sua escolha pessoal, mas as coisas têm percorrido um longo caminho ao longo dos últimos quarenta anos em acasalamentos entre espécies. Aqui no Agencia de Acasalamento Felizes para Sempre Depois do Acasalamento achamos que tem uma chance muito melhor se abrir os parâmetros. Há também uma abundância de candidatos à procura de um parceiro masculino capaz de lhes dar filhos. Combinamos as pessoas com base em seus gostos, desgostos, seus sonhos para o futuro, seus valores familiares e muito mais. É um programa muito sofisticado e um toque de intuição da nossa parte. — Whoa, espere, volte! — Tyler disse quando se inclinou para frente, descansando os braços sobre a mesa e esticando o pescoço em torno de modo que pudesse ver a tela do computador do homem. — Está dizendo que eu poderia acasalar com qualquer tipo de shifter que quiser? — Tyler... — Seu pai assobiou para ele por entre os dentes. — Nenhum filho meu vai acasalar fora da sua espécie. — O quê? Por que não? Por que se importa, já que não sou mais o seu problema? Será que é tão importante para você que eu seja infeliz? Será que me ceder e fazer o que quer, realmente muda a forma como se sente sobre mim? Acho que não. Não acho que qualquer coisa jamais poderia. Você deseja que nunca tivesse me tido. — Sim. — O pai admitiu duramente. Mais uma vez, não importava o fato de que estava esperando, ainda era como um soco no peito. — Age como um tolo, agindo como se tudo fosse uma grande piada. Não leva nada a sério e não faz nada, além de me envergonhar e a sua pobre mãe. Tyler olhou para sua mãe, na esperança de ouvi-la discordar de seu
pai, mas ela não teve coragem de olhar para ele. Com lágrimas de raiva e mágoa ardendo nos olhos, Tyler balançou a cabeça tristemente. — Certo. Então volte para o bando e diga a todos que estou acasalado com um coelho na Mongólia, ou em algum lugar, e nunca vai ter que ver ou ouvir falar de mim. — Tyler! — Disse sua mãe para ele, com a voz triste e suplicante. Ela olhou para ele, implorando, mas ele tinha fechado seu coração para se proteger. Não se deixou sentir nada. — Abra a pesquisa. — Disse ao casamenteiro. — Totalmente aberta. Não me importo aonde eu vá, ou com quem vou, desde que alguém me leve hoje. — Tyler! — Disse sua mãe de novo, levantando-se da cadeira e colocar a mão em seu ombro. — Podemos discutir mais isso quando chegarmos em casa. — Não irei para casa. — Tyler disse, infeliz, com os olhos firmemente fixos no chão. — Não se preocupe com isso. Não sou mais problema seu. Em breve serei de outra pessoa.
Capítulo 2
O gelo sob os pés de Eric Snövarg, quando fez o seu caminho para o cais, era familiar. Era inverno na ilha Snövarg, um pequeno pedaço de terra no Oceano Báltico, na costa da Suécia. As noites eram longas e frias neste inverno, razão pela qual em algumas noites o seu povo escolhia dormir em
suas formas de lobo, enrolados com seus entes queridos. Uma pilha de cachorro era como seu namorado, Finn Michaels, chamava-os. Foi de uma pilha de cachorro que Eric tinha levantado no meio da noite, sem conseguir dormir com tanta coisa em sua mente. Não sabia por que seus pés o levaram ao banco dos réus. Talvez fosse porque este fosse o lugar onde o seu novo companheiro estaria pela manhã. Ainda não tinha certeza de que tinha feito a coisa certa ao concordar com isto. Tinha sido ideia de Finn e foram informados de que poderia levar até um ano para encontrar o parceiro ideal. Não mais do que um mês havia se passado desde a sua viagem para o continente, onde tinham ido a uma agência de acasalamento. Haviam chamado dois dias atrás dizendo que um companheiro viável havia sido encontrado para eles, alguém de acordo com os seus critérios, macho e capaz de
dar-lhe
herdeiros. O
único
problema era
que
tinha que
acontecer
rapidamente. O coelho, ao que parecia, estava ansioso para se acasalar. Eric tinha apenas dois dias para aceitar o fato de que tudo estava prestes a mudar. O mar estava calmo quando espirrou contra o cais. Esperava que isso fosse sinal do fim do mau tempo que haviam sofrido ao longo dos últimos meses. Caminhou até o final da plataforma e inclinou-se contra um poste de madeira, enquanto olhava para fora através da vasta escuridão diante dele. Ele não sabia muito sobre este Tyler Thompson. O casamenteiro só tinha dito que as suas personalidades e compatibilidade era de setenta e dois por cento, mas insistiu que tinha um bom pressentimento sobre esse pretendente. — Assistir a água não vai o fazer chegar aqui mais rápido. — A voz familiar de Finn cortou seus pensamentos. O homem nunca deixava nada passar por ele, que era uma das muitas razões que Eric necessitava tanto dele. Eric tendia a enfatizar sobre as coisas e às vezes ser cabeça quente, Finn era o seu oposto. Eric, ao contrário da maioria de seu bando, tinha olhos verdes e cabelo curto e escuro. Era incomum para uma pessoa de fora participar do seu bando, mas não era algo inédito. O avô de Eric tinha vindo da França após ter se encontrado com sua avó no continente em uma
conferência. Era a coloração de seu avô que Eric tinha, fazendo-o se destacar da maioria de seu povo. Finn tinha cabelos loiros que eram longos o suficiente para poder amarrar. Puxar o cabelo solto e correr os dedos através dos fios de ouro era uma das coisas favoritas de Eric. — O que há de errado? — Finn perguntou quando parou ao seu lado. A aparência angular de seu amante era surpreendente. — Só apreensivo, suponho. E se a gente não gostar dele? E se não gosta de nós? E se não gosta da ilha? Nem todo mundo fica feliz tão isolado. — Eric disse. Finn se moveu para ficar bem na frente dele antes de envolver seus braços em volta de sua cintura e inclinar-se para ele. Estava vestindo uma malha e um blazer de cor creme que pertencia a Eric. Vestir roupas um do outro era normal para eles, especialmente porque tinham o corpo tão semelhante em tamanho e altura. Ambos tinham 1,90m e eram muito bem proporcionados. Seu novo companheiro era muito menor do que eles. Ele se perguntou se abraçá-lo seria estranho. Nem Eric nem Finn já tinham tomado outros amantes. — Em primeiro lugar, — Disse Finn, sua voz calma cortando os pensamentos de Eric. — como alguém pode não gostar de nós? Somos deliciosos. Eric bufou e enterrou o nariz no cabelo de Finn. — Temos os nossos momentos. — Concordou. — E em segundo lugar, se preocupar com tudo isso não vai mudar nada. Ele estará aqui amanhã e depois vamos saber. Além disso, — Finn disse a ele quando se afastou o suficiente para olhar em seus olhos. — Ele é pequeno. Se for chato, podemos simplesmente pegá-lo e colocá-lo em uma árvore. Eric se encontrou rindo do humor juvenil de seu companheiro, mas balançou a cabeça de uma forma um pouco desesperada. Os dois homens abraçaram-se de novo, se sentindo seguros e acolhidos nos abraços um do outro, protegidos do vento frio do oceano. Após um minuto, Eric sentiu o movimento da boca de Finn ao longo
da concha de sua orelha, fazendo-o tremer um pouco. — Vamos para a casa dos barcos. — Finn sussurrou no ouvido de Eric, fazendo com que o lobo sorrir. O ancoradouro era uma grande estrutura de madeira
na
doca. Além
de
barcos,
havia
uma
grande
quantidade
de
equipamentos de camping armazenados lá, bem como instrumentos de pesca e caça. Ali era onde tinham feito amor pela primeira vez e onde haviam passado os primeiros anos de seu relacionamento escapando para ficar sozinhos. **** O ancoradouro era um edifício de madeira escassa que estava levantado sobre a praia e o mar. Era cheio de barcos e vários equipamentos de pesca e tinha um buraco no centro que levava a duas grandes portas que se abriam para o oceano. Juntos, a matilha tinha algumas embarcações para a pesca e para irem ao continente, mas não faziam viagens para longe, muitas vezes, a menos que fosse absolutamente necessário. Havia redes de pesca penduradas nas paredes e um par de remos pendurados lá em cima. Não havia muito espaço para se sentir confortável, mas ao longo dos anos tinham encontrado maneiras de serem criativos. A única fonte de luz era uma lâmpada pendurada que não lançava exatamente uma atmosfera romântica. Era por isso que eles mantiveram velas e fósforos escondidos no pequeno escritório, onde Eric trabalhava. Eric suspeitava que as pessoas que usaram o escritório, além dele, sabiam por que a gaveta tinha não só velas, mas também lubrificante e óleos de massagem, mas realmente não se importava. Ninguém se importava realmente. Os dois poderiam não ser acasalados, mas a matilha não era assim tão antiquada. Não eram contra o sexo antes do acasalamento ou qualquer coisa assim tão arcaica, mas Finn não seria oficialmente o companheiro do alfa até que tivessem uma cerimônia e a mordida de acasalamento. Quando as velas foram acesas no chão e um par de sacos de dormir colocados no chão para se sentirem confortáveis, Eric tentou se lembrar da
última vez que tinham estado lá. Depois que o pai e o irmão de Eric morreram há alguns anos, Finn tinha se mudado para a casa da família de Eric com ele. Tinham realmente passado os últimos cinco anos vivendo na felicidade doméstica. Ainda assim, era agradável esgueirar-se em torno, como se fossem adolescentes. Não poderiam ter ido para casa exatamente fazer amor de qualquer jeito. A Irmã mais nova de Eric e duas sobrinhas estavam enroladas em sua cama em casa. Seu irmão mais velho tinha morrido ao lado de seu pai, em um acidente no mar, deixando Eric como o alfa inesperado. Crescendo, Eric nunca tinha considerado que alguém se importaria se acasalasse com Finn, dado que era seu irmão que deveria ter sido o responsável. Tinha sido um choque para o sistema, isso era certo. Sua mãe morreu dando à luz a sua irmã e a esposa de seu irmão perdeu a vida por sofrimento apenas alguns meses depois que seu companheiro morreu. Sua casa agora consistia em Eric e Finn, Lisa, a irmã de Eric que tinha dezoito anos de idade, suas duas sobrinhas, Inga e Katja, e Elsa, a avó de Finn. Felizmente a casa alfa era grande o suficiente para os dois terem privacidade quando quisessem. Normalmente, de qualquer maneira. — Você se perdeu em seus pensamentos de novo. — Finn disse a ele enquanto estava no círculo de velas e tirava os sapatos. Os olhos de Eric seguiram seus movimentos. As suaves luzes piscaram, pegando o corpo dourado, bronzeado de Finn. Ele era lindo. — Só pensando na primeira vez que estivemos aqui. — Admitiu Eric, deixando de fora o tema de seus familiares mortos. Morte tende a ser um assassino de humor. Finn sorriu calorosamente e começou a desabotoar sua calça jeans. — Que primeira vez? Nós tivemos muito pouco aqui. Eric
deixou
escapar
uma
risada
suave
e
se
juntou
ao
seu
companheiro. Começou a se despir, com os olhos firmemente fixos em Finn o tempo todo. — Quero dizer a nossa primeira vez.
— Ah, quando me deu um trabalho de mão e gozou em suas calças antes que eu pudesse tocá-lo? —Disse Finn descaradamente, inclinando a cabeça para o lado e sorrindo quando relembrou. — Sim. — Admitiu Eric, dando-lhe um olhar brincalhão. — Naquele tempo. — Engraçado pensar que nem fizemos numa cama real e já estávamos morando juntos. — Finn disse enquanto deslizava lentamente sua cueca para baixo, deixando o seu meio-duro pênis livre. Eric continuou se despindo, chutando seu jeans para o lado antes de estender os braços para Finn. Não era como se os pais de Eric não soubessem que seu filho era gay. Era mais que não queriam que tivesse relações sexuais sob o seu teto. Tinham agido da mesma forma com o irmão. As coisas eram muito diferentes no mundo dos shifter quando seus pais eram vivos. Acasalamentos arranjados aconteciam o tempo todo e muitas vezes o casal não iria se conhecer apropriadamente. Pelo menos com Tyler tinham acordado esperar duas semanas antes da cerimônia para se conhecerem uns aos outros. — Você estava tão assustado e animado. — Finn sussurrou contra a boca de Eric quando lentamente se inclinou para um beijo. — Estava tremendo. Eric sorriu com a lembrança. — Não, você estava calmo. Você está sempre calmo. Finn sorriu e beijou-o novamente. — Nós equilibramos um ao outro, sempre. — É por isso que estou preocupado. — Confessou Eric quando deslizou as mãos para baixo sobre os lados de Finn e encostou suas testas juntos. Eric fechou os olhos e suspirou quando Finn o beijou novamente. Ele passou as mãos sobre o dorso nu de Finn, o toque íntimo familiar e reconfortante como sempre. Puxou seu amante mais perto para que seus corpos nus colassem um contra o outro e, lentamente, moveu a mão mais baixa em direção a bunda de Finn.
— Eu te amo. — Murmurou contra a boca do outro homem antes de puxá-lo e moer seus pênis endurecidos juntos. Finn gemeu contra os lábios e agarrou seu cabelo com força quando empurrou sua língua dentro da boca de Eric. Em um movimento bem praticado, os dois homens se deitaram sobre os sacos de dormir, sem quebrar o beijo. Finn puxou Eric para cima dele, com os braços enrolados ao redor do pescoço de Eric quando o beijo se aprofundou. — Esta é nossa última noite com apenas nós dois. — Finn disse calmamente enquanto olhava nos olhos de Eric. Ele trouxe as mãos para cima para enquadrar o rosto de Eric, acariciando seu polegar sobre a bochecha do alfa. Eric virou lentamente a cabeça e deu um beijo na palma da mão de Finn antes de voltar a olhar para ele. — Aconteça o que acontecer, sempre teremos um ao outro. — Eric prometeu. Finn sorriu para ele em voz baixa antes de puxar a cabeça de Eric para outro beijo. Eles mantiveram o beijo suave e gentil, saboreando cada momento de seu tempo juntos. Não havia pressa. Tinham toda a noite para amar um ao outro. Depois de muito lentos, beijos preguiçosos, Eric arrastou sua mão para baixo ao longo do lado de Finn. Seu amante era um ser tão sensual e o toque entre eles era geralmente suficiente para dar a Finn uma excitação. Ele era mais como um gato do que um lobo, arqueando com os toques de Eric, deleitando-se Eric começou a salpicar beijos doces em todo corpo de Finn, parando em cada mamilo para lamber e brincar com eles. A sensação das mãos de Finn em seu cabelo, segurando-o com ternura e guiando-o era, como sempre, erótica. Quando Eric chegou à pele macia do abdome de Finn, começou a chupar beijos deixando hematomas na carne enfraquecida, sabendo que faria seu amante se contorcer. Finn mantevese o suficiente para ver o que Eric estava fazendo, fazendo os seus músculos apertarem. Podia sentir o pau de Finn, duro, quando bateu novamente no peito, desesperado por atenção. Quando beijou seu caminho sobre uma das coxas de Finn, olhou para o homem através de seus grossos, cílios escuros,
sabendo que nunca deixou de excitar Finn. — Deus, Eric... — Finn gemeu, segurando o contato visual com ele antes de deixar cair a cabeça para trás contra os sacos de dormir. — Chupeme ou me foda, basta fazer alguma coisa. Eric sorriu contra a coxa de Finn antes de colocar um beijo de desculpas lá. Estendeu a mão para o lubrificante que ainda estava na mão de Finn e tomou dele. — Por que iria escolher quando posso ter os dois? — Disse Eric, ainda sorrindo com orgulho do quão desesperado tinha feito o seu amante gemer. Espremeu um pouco de lubrificante em seus dedos e trouxe-os para a entrada de Finn. Enquanto, agradável e lentamente, fodia seu amante com os dedos, levou o comprimento de Finn em sua boca e chupou até ao punho. Finn gemeu e levou a mão à cabeça. — Nunca me canso disso. As palavras aqueceram o coração de Eric e tirou do pênis de Finn com um pop molhado para que pudesse beijar lentamente seu caminho até a parte inferior. Estavam juntos há tanto tempo que conheciam cada centímetro do corpo um do outro. Sabiam exatamente o que fazer e quando dar ao outro o máximo
prazer. Tentou
desligar
seus
pensamentos
sobre
seu
novo
companheiro. Não estava fazendo lhe nenhum bem se obcecar sobre como as coisas seriam diferentes, sobre como seria o ajuste para todos eles. Enquanto Eric continuou chupando beijos sobre a grande veia, pulsando, seus dedos deslizaram para trás e para frente dentro de Finn, provocando lentamente. O Pau de Finn estava bem duro agora e quando o levou de volta em sua boca, podia provar o pré-sêmen salgado. — Oh sim... — Finn gemeu. — Amo o jeito que me provoca. Eric sorriu, com a boca ainda cheia. Sabia exatamente como Finn gostava, como gostava de ser levado até a borda apenas para não ser permitido gozar. Olhando para ele, seus olhos se encontraram e se olharam por um momento. Puxando devagar, Eric abriu os dedos sobre o membro de Finn e começou a bombear.
— Você quer que eu te foda? — Ele perguntou sua voz áspera. Finn gemeu e deixou cair à cabeça para trás. — Sim, Deus. Foda-me com força. Sorrindo novamente com a forma como seu amante estava desfeito, Eric puxou seus dedos e voltou-se sobre ele, colocando beijos de amor em sua pele ligeiramente úmida de suor. Uma vez que estava em cima dele, Eric se inclinou e beijou-o suavemente. — Vire-se. — Sussurrou para Finn sobre o som do marulhar do oceano contra as paredes do poço de água. Com outro gemido Finn fez o que lhe foi dito e virou sobre seu estômago. Era algo que estava fazendo mais e mais recentemente. O desejo de ter Finn de trás como agora era muito mais um desejo animalesco, seu lobo alfa vindo à superfície. Quanto mais tempo negava a seu lobo tomar seu companheiro, mordendo-o e fazendo-o deles, mais difícil ficava. Também começou a sentir o desejo de procriar, preencher o seu companheiro com a sua semente e mantê-lo lá até que estivesse redondo e cheio com seus filhotes. Sabia que era algo que nunca poderia acontecer, não com Finn de qualquer maneira, mas, no entanto, o desejo estava lá. Queria acasalar com Finn desde que eram jovens filhotes. Ainda se lembrava de dizer-lhe quando eram crianças que iriam ser companheiros quando crescessem. Tinha esperado muito tempo para ser capaz de acasalar com Finn e, apesar de tudo, isso finalmente ia acontecer. Seu lobo desejava reivindicar o lobo beta cada vez que dormiam juntos. Era uma prova de seus pontos fortes, tanto como homens e como lobos, que tinham resistido até agora. Ambos estavam com vinte e cinco anos e estiveram resistindo desde que tinham dezesseis. Foi a avó de Finn e a maior defensora da tradição da matilha, que lhes mostrou os livros antigos e descobriu que três pessoas poderiam, e tinham acasalado no passado. Se era a única maneira que ele e Finn poderiam estar juntos e permanecer com o sua matilha, então que assim seja. Uma vez sobre seu estômago, Finn empurrou sua bunda para esfregar contra o pênis vazando de Eric.
— Você quer me foder? Encher-me, amor? Eric rosnou baixo em sua garganta em advertência e roçou os dentes sobre a parte de trás do pescoço de Finn, segurando-o ainda. É isso só fez os dois homens ainda mais duros e sem qualquer cerimônia Eric deslizou para dentro dele em num impulso suave. Uma vez sentado dentro dele, Eric acalmou e deu a ambos um momento para simplesmente desfrutar da proximidade. A pele de Finn estava escorregadia e quente contra a sua e Eric enterrou o rosto no pescoço de seu amante, respirando o cheiro almiscarado que tanto amava. Começou a se mover lentamente no início, circulando seus quadris e provocando os dois. Quando Finn estava uma bagunça gemendo debaixo dele, Eric pegou o ritmo e começou a bater nele, assim como Finn gostava. Seus dentes coçaram para morder o pescoço de Finn quando a necessidade dentro dele cresceu, mas tinha resistido e foi difícil negar a si mesmo o que mais queria neste mundo. — Oh merda! — Finn gritou quando Eric o fodeu duro, o pau batendo no ponto doce de Finn brutalmente. — Sim, exatamente assim. Foda-me assim. Sua boca aberta era quente e úmida no ombro de Finn e não precisou de muito esforço para Finn inclinar-se ligeiramente para cima e virar a cabeça para um beijo duro e desleixado. Os dois homens balançaram juntos enquanto se beijavam cada um deles se movendo em um ritmo bem praticado. Depois do que pareceu uma eternidade, Eric sentiu-se chegando perto do limite. Ele quebrou o beijo e colocou a boca no ouvido de Finn. — Eu vou te encher. Fazer você completo com meu sêmen. — Eric gemeu. Sabia que mais tarde iria se sentir um pouco constrangido em deixar seus instintos de acasalamento falar por ele, mas naquele momento não se importava. Ficou claro que Finn achou a ideia quente, quando o outro homem começou a roçar contra os sacos de dormir. Finn gemeu no maravilhoso atrito e quando Eric finalmente gozou dentro dele, seu lobo queria jogar a cabeça para trás e uivar. Finn estremeceu debaixo dele e encontrou seu próprio
orgasmo, fazendo uma bagunça pegajosa dos sacos de dormir. Ficaram presos juntos por um longo tempo, os dois ofegantes enquanto desciam da euforia de seus orgasmos. Finalmente, quando o suor em seus corpos estava começando a esfriar desagradavelmente no frio, no início da primavera do ar da noite, eles se separaram e se viraram, conseguindo manter a pegajosa bagunça entre eles longe. Ficaram ali de mãos dadas, olhando para o teto. O marulhar suave da água ao lado deles era pacífico e logo Eric encontrou suas pálpebras ficando pesadas. — Aconteça o que acontecer com Tyler, — Finn começou, quando rolou para o lado e se aconchegou no calor de Eric. — nós vamos ficar bem. Eric segurou seu olhar azul escuro por um momento antes de finalmente balançar a cabeça em concordância. Ele se inclinou para frente o suficiente para beijar Finn rapidamente na boca antes de colocar o braço em volta dele e puxando-o para mais perto quando o sono começou a levá-lo.
Capítulo 3
Tyler não era um fã de barcos. Na verdade, nunca tinha estado em um antes de hoje, mas agora, depois de uma hora e meia passou numa balsa em um mar agitado e entrecortado, poderia dizer sem dúvida que não era um fã. O casamenteiro lhe tinha dito que iria ser pego no aeroporto de Arlanda, em Estocolmo e levados para o cais, onde uma balsa o estaria esperando.
O barco não era tão grande, mas era robusto, ou assim o capitão lhe tinha assegurado. O homem era um conversador e falava Inglês muito bem. Estava em seus trinta e tantos anos e bem barbeado, não o que se espera quando ouve que alguém é um capitão de barco. Se Tyler não estivesse tão nervoso, teria notado que o homem era bastante atraente. O barco em que estavam não era muito grande, mas tinha uma pequena cabine embaixo, com um banheiro e uma pequena área de estar. Poderia segurar confortavelmente cerca de trinta pessoas lá em cima, mas Tyler e o capitão eram os únicos a bordo. O capitão tinha informado que o Sr. Tyler Snövarg muitas vezes contratava a ele e seu barco para coletar as pessoas da ilha ou para fazer as entregas. Tudo parecia um pouco estranho para Tyler, como se estivesse sendo deixado em uma remota ilha deserta para ser deixado para o destino de uma tribo de lobos desconhecidos. Oh deus, Tyler pensou. Isso é o que está acontecendo. À medida que o barco bateu uma grande onda, Tyler rapidamente colocou a mão na boca, sentindo como se pudesse estar doente. Era estranho, mas nunca tinha considerado a opção de acasalamento fora de sua espécie antes. Na verdade, não tinha nunca realmente conhecido muitos outros tipos de shifters antes, além do casamenteiro. Sempre assumiu que iria acabar acasalado a outro shifter coelho. Esperava-se dele depois de tudo. Agora, ali estava ele, em seu caminho para encontrar não apenas um companheiro, mas dois. Ele se permitiu um pequeno sorriso ao pensar em seu pai recebendo a notícia do casamenteiro. Tyler fechou os olhos e deixou o ar salgado acalmar o estômago inquieto. O vento frio no rosto ajudou a distraí-lo da náusea. Também ajudou a distraí-lo a partir do fato de que tinha concordado em passar o resto de sua vida vivendo em uma ilha remota com um bando de estranhos. Havia, claro, uma cláusula. Sem burocracia, tinha sido assinado. Não era como se Tyler tivesse assinando dando a posse de si mesmo para esses lobos ou algo assim. Entendia-se que haveria duas semanas, ou um tempo previamente acordado, antes do acasalamento real ocorrer.
Normalmente, eles se encontrariam pessoalmente pelo menos uma vez antes de concordar com o contrato. Perguntou o que os lobos acharam de sua insistência na pressa. Se não fosse por sua rara capacidade de transportar as crianças, sabia que ninguém iria prendê-lo tão cedo. Como era para quem não fosse coelhos shifters, rara capacidade de Tyler o tornava uma propriedade quente. Uma vez acasalado lá não tinha como voltar atrás, não para shifters. Se algum deles quisesse desistir antes disso, podiam. Sem nenhum dano. Tyler sabia, porém, que a menos que fossem monstros absolutos, não haveria como ele sair. Não haveria nenhum lugar para ir se não ficasse lá. Seus pais certamente não iriam levá-lo de volta, pelo menos não por muito tempo antes que estivessem empurrando-o em outro shifter coelho, e não podia pagar os serviços da agência de acasalamento por conta própria. Houve alguns candidatos para Tyler escolher, graças a suas capacidades incomuns. A maioria deles não eram tímidos em admitir o seu raciocínio para o querer. Foi muito desconcertante pensar que só queriam se acasalar com ele, para que pudessem mantê-lo como uma égua de cria. Por isso mesmo tinha escolhido os dois lobos. Em parte, porque pareciam deuses nórdicos e se ia ter que dormir com alguém, então iria, pelo menos, certificar-se que estava atraído para eles. A outra razão era que já estavam apaixonados e isso era mais do negócio para eles. Teriam recusado se não estivesse preparado para acasalar com os dois, o que mostrou a Tyler que eram boas pessoas. Não se importava em saber que iria apenas ser mantido por perto para carregar os filhotes do alfa. Pelo menos nesta situação, sabia imediatamente no que estava se metendo. Seria uma união de conveniência e uma vez que os filhotes nascessem, Tyler seria deixado sozinho. Pelo menos, foi isso que assumiu que queriam dele. Uma vez que o ar salgado tinha trabalhado sua magia sobre ele, Tyler abriu os olhos e viu que a ilha estava à vista. Do barco parecia que tinha pelo menos quatro quilômetros quadrados, a maior parte formada por áreas densamente arborizadas. Havia uma praia com um cais e um pequeno grupo
de pessoas à espera de sua chegada ao lado dele. Engoliu em seco e deu um pouco mais de respirações profundas. Tentou apertar os olhos para ver se poderia avistar seus futuros companheiros, mas todas as pessoas lá eram altas e de boa aparência, de modo que era difícil distingui-los. Passando a praia, Tyler podia ver uma fileira de prédios que pareciam lojas. Não sabia o quão grande era o bando, mas a ilha parecia ser mais autossuficiente do que o casamenteiro lhe tinha dito. — Oh, Deus! — Murmurou para si mesmo como um pensamento horrível bater nele. — E se são como os Amish? E se não têm Wi-Fi? Era certamente mais frio lá do que em Oregon. Era como se tivesse nevado recentemente na ilha, havia pedaços de gelo derretendo rapidamente na praia. O sol estava alto e o céu estava limpo de nuvens, mas ainda era bastante frio para meados de março. Tyler só tinha trazido as poucas coisas que tinha guardado para levar para Portland, quando ele e seus pais foram se encontrar com a agência de acasalamento. Não sabia, naquela manhã, enquanto
se
dirigiam
para
a
reunião
que
nunca
voltaria
para
casa.
Desesperadamente, esperava que uma dessas lojas de frente para praia vendesse roupas e que seus companheiros destinados não se importassem de lhe emprestar dinheiro para comprar uma camisa ou duas. Estava vestindo apenas um casaco sobre uma camisa de algodão fino e sentia o frio escoar através das camadas finas. — Você deve ser alguém importante. — Disse o capitão, quando puxou para o cais. Seus olhos fixos nas dez ou mais pessoas que estavam esperando por eles. — Não é verdade. — Tyler respondeu. Examinou toda a praia e viu que havia várias outras pessoas espalhadas, assim como algumas pessoas do lado de fora das lojas, olhando para ele como se ansiosas para ter uma ideia. Tinha certeza de que era assim que os filmes de terror começavam. Considerou, brevemente, pedir ao capitão que voltasse em um mês para ver se tinha sido cozido e comido, mas se fosse esse o caso, então já estava ferrado. Balançou a cabeça, irritado por sua
imaginação fértil. Tinha certeza de que todos eles eram pessoas adoráveis. Agarrou sua bolsa enquanto o capitão saiu para amarrar o barco no cais. Ele se virou, pronto para enfrentar o seu destino com orgulho e coragem, mas começou com um grito quando viu dois grandes homens a bordo do barco. Um dos homens tinha cabelos loiros amarrados para trás em um rabo de cavalo frouxo na base de seu pescoço. Tinha olhos azuis com linhas de riso leve ao seu redor. Sorriu-lhe tranquilizador e isto imediatamente ajudou a acalmar Tyler. O outro homem era tão alto quanto o loiro, que era muito alto mesmo para os padrões de Tyler. Tinha cabelos escuros que estavam um pouco ondulados e muito mais curtos do que o outro. Seus olhos eram o tipo de verde que só se encontra em determinadas partes do oceano e parecia ainda mais apreensivo do que Tyler se sentia. Ambos eram ainda mais bonitos do que nas fotos. — Tyler. — O loiro cumprimentou-o, vindo em sua direção com os braços abertos para um abraço. — Sou Finn. Bem-vindo a Ilha Snövarg. Tyler ficou muito quieto enquanto o grande homem o envolvia suavemente em um abraço. Foi bom o quão amigável estava sendo e como genuinamente feliz parecia vê-lo. Sentiu-se relaxar ainda mais com o contato. Se ia ser preso em um acasalamento arranjado, então pelo menos que as pessoas fossem boas para ele. O outro, no entanto, simplesmente apresentou a mão tremula para Tyler, fazendo Finn revirar os olhos. — Eric. — Disse o homem de cabelos escuros se apresentou com um aceno de cabeça. — Olá. — Tyler pegou a grande mão que estava sendo oferecida a ele e foi surpreendido por quão bom e quente era. Olhou para o alfa e o olhou nos olhos. Os dois simplesmente se olharam por um longo momento antes de Finn colocar a mão no ombro de Tyler, quebrando o contato. — Pedimos desculpas sobre o comitê de boas-vindas. Queríamos ter o bando inteiro aqui esperando por você, como é tradição. — Explicou Finn. —
No entanto, Eric disse que apenas iria apresentá-lo para os mais velhos e leválo para sua nova casa e deixá-lo se estabelecer. Tyler sorriu agradecido para os dois. — Isto é bom. Porque é mais frio do que toque de uma bruxa aqui fora. Eric ergueu as grossas sobrancelhas negras para ele, aparentemente um pouco atordoado pelo que tinha acabado de dizer. Finn, no entanto, jogou a cabeça para trás e riu. — Nós lobos não ficamos com frio facilmente. — Finn disse a ele quando os três fizeram o seu caminho para fora do barco. — Não é o mesmo para shifters lebres? — Um, nós realmente preferimos o termo shifters coelho. Pelo menos, o meu bando sempre se referia a nós mesmos dessa maneira. — Explicou Tyler. Os três caminharam ao longo do corredor e para o cais. — E não, nós sentimos o frio, quase tanto como um ser humano faria. Havia onze pessoas alinhadas ao longo do caminho pedregoso que levava à loja, todos bastante velhos. Quando chegaram na frente deles, Eric tirou o escuro casaco cinza e colocou sobre os ombros de Tyler, deixando-se em apenas uma fina camiseta branca de manga comprida, de algodão, que se agarrava a seus músculos impressionantes. O coelho se assustou com o inesperado gesto amável e ofereceu-lhe um pequeno sorriso de agradecimento. O alfa sério apenas balançou a cabeça para ele. — Elsa,
posso
apresentar
a
vocês
o
meu
outro
companheiro
pretendido? — Disse Eric para a mulher na frente deles. Ela estava no final dos sessenta anos,
ao que parecia, e tinha amáveis olhos azuis que a faziam
parecer amigável. — Tyler, esta é a avó de Finn e uma das anciãs do nosso bando. — Bem-vindo, Tyler. — Ela disse enquanto segurava a mão dele entre as suas. Seu sotaque sueco era um pouco mais grosso do que Eric e Finn, mas supôs que, dada sua idade, podia não ter falado inglês ta algum tempo.
Quando tinha lido os seus arquivos, ficou aliviado ao saber que seus companheiros destinados falavam inglês fluentemente. Embora Tyler soubesse que não era certo esperar que falassem o tempo todo só para acomodá-lo, esperava que um deles estivesse disposto a lhe dar aulas. Tyler sorriu de volta para a velha e agradeceu. Era estranho pensar que daqui a apenas duas semanas ela seria sua família. Enquanto se moviam ao longo da linha, Tyler foi apresentado a alguns outros membros da família mais distantes, a maioria deles formava o grupo de anciãos. Uma vez que tinha apertado as mãos com o último deles, ele se virou para olhar para as outras pessoas que estavam do lado de fora das lojas e ao longo da praia. Estavam todos olhando para ele com grandes sorrisos em seus rostos. Bem, todos, exceto alguns. Havia um casal de mulheres, que estavam do lado de fora o que parecia ser uma loja de chá. Estavam o olhando atentamente. Fez uma nota mental para se lembrar de perguntar Finn e Eric quem eram e qual o seu problema mais tarde. Enquanto caminhavam a curta distância da praia para a casa onde Tyler iria ficar, Finn colocou um braço em volta dos ombros. — Espero que esteja com fome. Todo mundo cozinhou como um louco para preparar as coisas para hoje à noite. — Hoje à noite? — Perguntou Tyler, já sentindo suspeito. — Sim, os mais velhos têm insistido em uma reunião oficial com você e o resto da matilha. Todo mundo vai estar lá. — Eric disse a ele. — É muito informal, no entanto. Mais como uma festa de verdade. Tyler olhou para frente enquanto caminhava, observando a sua volta. Uma vez passada a praia e as lojas, a ilha parecia praticamente intocada. Fizeram o caminho através de uma área de floresta que tinha uma trilha clara de
aparas
de
madeira
para
atravessar
com
lâmpadas
apagadas
que
pontilhavam o caminho. Os altos e finos álamos ao redor deles pareciam muito
velhos e a grama, embora coberta com neve derretendo, ainda era exuberante e cheia. — É lindo! — Tyler disse em voz alta. — Como entrar em um conto de fadas. Pela primeira vez desde que o conheceu, Tyler viu Eric sorrir com o canto do olho. Ele estava claramente satisfeito que seu futuro companheiro gostou de seu novo lar. — Nós gostamos. — Finn disse. Seu braço ainda estava envolto casualmente sobre o ombro de Tyler. Era um peso quente e reconfortante. — Assim, além das lojas lá atrás, têm mais alguma coisa por aqui? — Perguntou Tyler. Podia ouvir os sons de criaturas da floresta que corriam entre as árvores, mas eram tão rápidas que não podia vê-las, não em sua forma humana de qualquer maneira. O céu acima deles era claro e cheio de sons de pássaros cantando. Não tinha certeza de onde exatamente o estavam levando. Não queria perguntar se iria ficar com eles ou se lhe seria dado o seu próprio espaço. A verdade era que não tinha certeza de qual opção preferia. — Você vê lá embaixo? — Perguntou Finn, apontando onde a trilha se ramificava em três percursos distintos. — Um leva ao centro da cidade. Temos uma loja de ferragens, uma biblioteca, um posto de correios e a delegacia de polícia, um centro médico que na verdade é apenas uma casa, e alguns outros lugares. Vamos ter que dar-lhe o passeio completo. Tyler sorriu para ele. Gostava da maneira como Finn olhava para ele, dando-lhe toda a sua atenção, ele o fazia se sentir quente por dentro. — Eu gostaria disso. Precisava encaixar-se na realidade. Só porque estavam sendo bom para ele e dando-lhe muita atenção não significava nada. Se Tyler podia acabar com dois bons amigos nesta situação, iria se contentar com isso. Era mais do que tinha antes, de qualquer maneira. Seus amigos mais próximos eram pessoas que jogavam videogames com que ele e só conhecia por suas marcas gamers, todos, exceto um deles. Um amigo em particular, um cara
chamado Jordan, era o seu general em seu jogo de guerra fantasia favorito, ambientado no espaço. Ele se perguntou se os caras do seu pelotão tinham notado sua ausência. Deus, realmente esperava que tivessem Wi-Fi gratuito. Parecia uma coisa tão pequena, em retrospecto, mas esses caras eram o único contato com o exterior do seu bando que tinha. Realmente sinto falta deles. Nem sequer tinha o jogo mais, ou o console em que jogava. Estava determinado a não se sentir triste por conta de um jogo de vídeo. Ele se recusou a ser um perdedor tão grande. Depois de caminhar por quase um quilômetro chegaram a uma casa grande. Era como se tivesse sido construída antes da floresta cresceu em torno dele. Atrás da casa Tyler podia ver que tinha chegado ao fim da ilha e que a 15 metros, ou mais da casa, era um penhasco com uma simples queda para o oceano abaixo. A casa parecia mais velha, como se fosse a primeira coisa construída na ilha. Tyler se perguntou quanto tempo os lobos tinham vivido lá, ou se talvez sempre estiveram lá. O prédio parecia muito velho, um par de cem anos, pelo menos. Tyler fez uma nota mental para saber mais sobre o bando e sua nova casa. Como companheiro do alfa era seu dever saber essas coisas, mesmo que fosse apenas no nome. A estrutura principal da casa era um antigo edifício revestido de pedra que parecia muito simples, tanto quanto as casas que passaram, mas estava claro que ao longo dos anos extensões tinha sido adicionadas a ele. Havia quase uma outra casa completamente diferente, que tinha sido construída na parte de trás, dando-lhe o dobro do tamanho e uma grande parte de cabana de madeira ao lado de ambos. Deve ter parecido estranho, mas todos funcionavam juntos. Parecia acolhedor e convidativo. — Portanto, este é o lugar onde mora? — Perguntou Tyler. Sabia que era uma pergunta idiota. Não havia nenhuma maneira desta casa enorme ser só para ele, mas pela primeira vez em sua vida, não sabia o que dizer. Estava muito consciente de quão grande esses caras eram e sua mente estava cheia de pensamentos de sua noite de acasalamento. Talvez
ser engravidado a cada poucos anos, não fosse tão ruim, afinal, pensava consigo mesmo quando Eric entrou na frente dele, dando a Tyler uma boa olhada em sua bunda. — Esta é a casa. — Eric respondeu quando ele abriu a porta e segurou-a aberta para Tyler. A porta da frente abria-se em uma sala de bom tamanho, com um piso de madeira de pinho polido e suaves paredes cremes. Tudo era surpreendentemente
moderno.
Ficou
claro
que
tinham
redecorado
recentemente. Para uma casa tão grande o lugar era bastante silencioso. Tyler não se importaria de ficar lá com os dois, se esse era o plano. A verdade era que preferia isso a viver sozinho. Desta forma, ele se sentiria mais como uma parte da família e menos como a pessoa que só interagia com o fim de procriar. Esperava que lhe permitissem agir como um verdadeiro companheiro de alfa e ajudar com o funcionamento do bando. Tyler queria se sentir útil lá e encontrava-se ansioso para descobrir que trabalhos poderia fazer. Seus pais não lhe permitiram ir para a faculdade. Na verdade, seu irmão mais velho era o único na família que tinha sido autorizado ao ensino superior. O bando gostava de manter seus membros perto e somente aqueles que consideravam responsáveis o suficiente para não ficarem com a cabeça virada pelo mundo exterior foram autorizados a sair. Tyler sentiu uma onda de excitação borbulhar dentro dele enquanto se perguntava se seus novos companheiros lhe permitiriam ter aulas on-line para melhor ajudar o bando. Era realmente muito bom com computadores, mas tudo era autodidata. Seus pais tinham sido tão incompetentes quando se trata de tecnologia que todas aquelas horas que passou jogando jogos de vídeo, assumiram que estava falando sozinho. Espiou pelo corredor para o grande arco que dava para a sala. Podia ver uma grande estante que ocupava toda uma parede e uma enorme televisão na parede acima da lareira. Se pudesse de alguma forma ter outro console, seu jogo favorito ficaria impressionante ligado a esse „menino mau‟.
Havia uma variedade de sofás de cor creme que não combinavam muito bem, mas ficavam bem juntos, no entanto. Ele se perguntou se tinham sinal de recepção ou se apenas utilizavam a televisão para assistir DVDs. — Então, é só vocês dois que vivem aqui? — Perguntou enquanto olhava ao redor. Finn sorriu para ele e passou por eles, para colocar a bolsa de Tyler, ao pé da escada. — Dificilmente. Há minha avó Elsa, que acabou de conhecer, a irmã Lisa de Eric, de dezoito anos de idade, e suas duas sobrinhas. — Uau, casa cheia, então. — Tyler disse e seguiu os dois para a parte de madeira da casa, que tinha sido transformada em uma longa cozinha, com uma área de estar confortável no outro extremo. Foi surpreendido pela modernidade de todos os acessórios. Todos os armários e eletrodomésticos eram magníficos. Quando soube que estaria vivendo em uma ilha, uma parte dele tinha imaginado ser um pouco como uma cabana na praia. Foi atormentado com visões terríveis de lavar roupa em um balde de água fria no quintal. Não sabia o que, exatamente, estava esperando. Seu próprio bando tinha sido isolado e ainda assim ainda tinha televisão por satélite e uma conexão de internet decente. — Café? — Finn perguntou, antes de ir até o balcão e ligar a sua extravagante máquina de café expresso. — Por favor. — Tyler respondeu com gratidão. Tentou beber um pouco no aeroporto, mas tinha gosto de merda. Sabia que provavelmente deve parar de beber café. Já era uma pessoa muito ativa como era, mas o café era o seu único vício. Um Tyler privado de cafeína era mais assustador do que quando estava pulando em seu assento. Realmente não estava pronto para seus companheiros conhecer esse lado dele ainda. Esse lado tende a ser muito parecido com uma criança batendo duro após uma grande dose de açúcar. — Então... Esta festa hoje à noite, devo ficar preocupado? — Perguntou quando se acomodou à grande mesa de carvalho, cercada de
cadeiras de couro, de encosto alto, cor de chocolate. As cores neutras pareciam ser o tema da grande casa. Era bom e quente dentro da casa e fazia Tyler começar a se sentir um pouco sonolento, depois de sua longa jornada. Tirou o casaco de Eric, virando a cabeça para cheirá-lo discretamente quando o tirou. Teve um arrepio com o agradável do perfume, um bom sinal para companheiros pretendidos. — Não, é uma coisa muito informal. Todo mundo está apenas ansioso para conhecê-lo. — Eric disse. — Por quê? — Perguntou Tyler, sentindo-se realmente confuso. — Quero dizer, entendo que seja o alfa e tudo, e que vou cozinhar seus pães no meu forno, mas por que a grande festa? Eric franziu a testa e cruzou os grandes braços sobre o peito. — Vai ser uma grande parte desta comunidade. É claro que querem conhecê-lo. Tyler estava feliz em ouvir isso. Esteve perto de seu tio, o chefe, o suficiente para saber o que se passava para manter um bando funcionando sem problemas. Cada membro tinha seu próprio lugar e um trabalho, que de alguma forma, contribuíam para o bando. Como um coelho gay que podia ter filhos, Tyler geralmente era jogado com as mulheres e esperavam que contribuísse para o bando com cruzamentos e filhos, ficando em casa para criá-los ao invés de trabalhar. Houve uma ou duas mulheres ao longo dos anos que queriam mais da vida e tinha deixado o bando, mas a maior parte, estavam todos felizes com a forma como as coisas eram. Não fazia muito tempo que arranjar acasalamentos era comum na cultura shifter. O mundo era um lugar menor agora, no entanto, graças à internet e telefones. Era mais difícil manter-se isolado com as cidades em constante expansão, encurtando a distância entre as comunidades. Era quase impossível de funcionar no mundo moderno e ainda manter os shifters isolados. O próprio Tyler tinha vários amigos humanos on-line com quem jogava, não que jamais pudesse contar a sua família sobre eles. Um pequeno
grupo de manifestantes na década de setenta se tornou rapidamente em um grande grupo, e ao longo de alguns anos a maneira como muitas coisas eram feitas no mundo shifter foi alterada, embora a decisão do governo do conselho de nunca deixar os seres humanos saberem de sua existência era absoluta. Embora as coisas fossem melhores, na opinião de Tyler, as gerações mais velhas ainda tinham dificuldade para se adaptar às mudanças. Esperava que fosse diferente aqui do que havia sido em seu lar, mas mesmo se não fosse, ainda tinha que ser melhor ser o companheiro do alfa do que o companheiro de qualquer coelho shifter, que o chefe poderia subornar para tirá-lo das mãos seus pais. A própria avó de Finn era um ancião de sua matilha. Aquilo ali lhe deu esperança. Não eram permitidos mulheres no conselho do chefe de onde vinha. O, pensou consigo mesmo. Talvez nós fossemos os Amish. — Posso te perguntar uma coisa? — Finn disse quando trouxe o seu café. Tyler envolveu suas mãos ao redor da caneca fumegante e se inclinou sobre ela, respirando a fumaça celestial. — Claro, pode me perguntar o que quiser. — Tyler garantiu ao outro homem sentado à sua frente na mesa. Eric permaneceu onde estava, sua expressão facial não mudou. — Mas, primeiro, acha que poderia começar pedindo ao rabugento para parar carrancudo, por um minuto? Enquanto Finn bufou, Eric apenas olhou confuso. O lobo de cabelos escuros olhou para Tyler e inclinou a cabeça. — Quer dizer, eu? Finn riu alto desta vez. — Não se preocupe com ele. Só leva um tempo para conhecê-lo. Eric descruzou os braços e caminhou até a mesa, seu grande corpo pairou sobre Tyler, antes de sentar-se ao lado dele. — Sinto muito. — Disse Eric, pegando Tyler de surpresa. — Eu não estava... Carrancudo, como você diz. Estava pensando. Se a ideia desta festa o faz muito desconfortável, então podemos remarcar para depois que se instalar.
Podemos dizer a todos que a longa viagem o exauriu. Tyler olhou para o homem de olhos verdes e sentiu seu coração dar uma guinada estranha no peito. A ideia de que Eric parecia tão sombrio, porque estava pensando em suas necessidades, fez Tyler sentir algo que não se lembrava de ter sentido antes. Sentia-se bem cuidado, importante. Preocupado que pudesse se envergonhar por se engasgar com uma coisa tão simples, Tyler rapidamente tossiu e desviou o olhar do intenso olhar verde. — Ficarei bem. Quero dizer, quem não gosta de uma festa, certo? — Disse despreocupadamente. — Eric. — Finn respondeu com um encolher de seu ombro, fazendo Eric revirar os olhos. — Desculpe, qual era a sua pergunta? — Disse Tyler, finalmente, voltando ao que Finn tinha começado a pedir-lhe. — Por que a pressa? — Finn perguntou, apoiando os cotovelos sobre a mesa e sentando-se para frente. O cara era muito bonito, apesar de seu grande tamanho, e à frente de seu cabelo loiro havia escapado de seu rabo de cavalo e estava caindo em seus olhos, fazendo-o parecer um pouco como um cachorrinho. Tyler esperava que não fosse uma comparação ofensiva aos lobos. — Muitas vezes pode levar anos para um par certo ser feito e mesmo assim geralmente dando várias opções. O casamenteiro do nosso lado disse que só apareceu no banco de dados alguns dias atrás e com a sua rara capacidade de engravidar, tinha que ter um grande leque de escolha. — Então, por que escolhi vocês? — Tyler adivinhou. — Bem, estava inscrito para a agência de acasalamento há algumas semanas, mas só para outros shifters coelho. Realmente não sabia que poderia cruzar com outros. Meus pais são um pouco tradicionalistas. Acho que pensam que coelhos devem manter a sua própria espécie. — Mas não é assim? — Perguntou Eric, franzindo a testa novamente enquanto ouvia a sua história. Tyler estava começando a pensar que era apenas o rosto pensativo de Eric. Era muito sexy na verdade. Parecia que poderia agarrar e matar um homem a qualquer momento. Tyler pensou que
era provavelmente estranho que tal coisa o transformasse em sexy. — Meus pais têm tentado se livrar de mim por muito tempo. — Confessou Tyler, não sendo capaz de olhar nos olhos deles. Era uma coisa difícil de admitir, que mesmo a sua própria família não sentia sua falta. — Acho que estavam no final de suas forças. — Tyler... — Eric interrompeu. — Se seus pais estão fazendo você fazer
isso,
então
não
precisa.
Existem
leis
rigorosas
agora
contra
acasalamentos forçados. Tyler sorriu para ele timidamente e balançou a cabeça. — Não. Ninguém está me forçando. Queriam se livrar de mim e eu queria fugir. Então, disse ao casamenteiro para abrir a pesquisa para qualquer lugar e qualquer tipo de shifter, e ele me deu uma lista mais tarde naquele dia. Havia alguns que considerei, mas acho que gostei da ideia de estar ajudando vocês. A sua história sobre estarem juntos por tanto tempo e não ser capaz de acasalar com o outro até que encontrassem essa brecha, meio que me tocou. Acho que sou um romântico sentimental no coração. Pela primeira vez desde que o conheceu, Eric sorriu para ele. — Esperamos que possa ser feliz aqui, Tyler. Finn assentiu e estendeu a mão para Tyler. — Acho que se todos entrarmos nos sentindo confortável com o outro, e sabendo que podemos discutir qualquer coisa, então vamos ficar bem. — A mão de Finn era quente e macia, com exceção de alguns calos nos o polegar. Seria muito fácil deixar-se cair para os dois. Estavam juntos desde que eram crianças e tinham encontrado uma maneira, contra todas as probabilidades, para estarem juntos. Tyler precisava lembrar seu lugar. Era bom que fossem bons para ele, que estava preso com eles depois de tudo, mas não lhe faria nenhum bem esquecer o seu papel neste acasalamento. Tyler estava lá para ter seus filhos e ajudá-los a administrar o bando, nada mais. — Você está bem? — Perguntou Finn, de repente, o sorriso dele caindo de seu rosto pela primeira vez. Ele deu a mão de Tyler um aperto suave e Tyler forçou um sorriso em seu rosto.
— Sim, um pouco cansado, acho. Acha que talvez possa tirar uma soneca antes da festa? Tenho tempo? — Perguntou quanto se levantou da mesa, deixando o café praticamente intocado. — É claro! — Eric assegurou. — Vou te mostrar o nosso quarto. Tyler praticamente saltou com aquilo. — O nosso quarto? Quer dizer que vou dormir com vocês dois? Eric franziu a testa novamente e olhou para Finn como se pedindo ajuda. — Bem, acho que não pensamos em como poderia fazer você se sentir pressionado. Pode dormir em um dos quartos vagos até o nosso acasalamento, se é isso que preferir. — Oh, uh, não. Está tudo bem. — Tyler rapidamente assegurou-lhes. — Tudo o que achar que é melhor. Eric assentiu, mas ainda não parecia convencido pela reação de Tyler. Eric agarrou a bolsa de Tyler do pé da escada, antes de levá-lo até seu quarto. Havia várias salas com portas fechadas no andar de cima. Uma das portas estava aberta, no entanto, e podia ver que era o quarto de uma menina. Havia duas camas na mesma e uma enorme quantidade de rosa. Perguntou-se por que as duas meninas tiveram que dividir um quarto. Depois, onde exatamente sua prole iria dormir, mas era preocupação muito antecipada. Não estava pronto para ser pai ainda. Se fosse honesto consigo mesmo, toda a ideia de estar grávido o assustava bastante. Eric levou-o para o final do corredor espaçoso e abriu a porta de seu quarto. Era muito grande, com teto alto, como o resto da casa. — Será que os seus antepassados construiram esta casa? — Tyler perguntou quando entrou e deu uma boa olhada ao redor. O quarto tinha um banheiro, algo que Tyler ficou extremamente feliz em ver. Compartilhar um banheiro com todas aquelas mulheres não era sua ideia de diversão. Cresceu em uma casa de quatro quartos com sete irmãos. Não tinha certeza que tinha um único banho quente enquanto crescia. Quando todos, finalmente, acasalaram e saíram, Tyler começou a tomar longos e
merecidos banhos. O quarto tinha papel de parede azul-claro na parte superior das paredes, com painéis de madeira branco na parte inferior. Tinha algo de uma casa de praia, com os armários de madeira brancos e as grandes janelas que se abriam para uma varanda que dava para o oceano. Havia um par de cadeiras na parte inferior da cama que estavam diante de uma lareira, com uma estante bem abastecida de cada lado. — Meu Tatataravô construiu a maior parte dela, mas como a nossa família cresceu assim como o bando. Ajudei meu pai a construir a extensão da cozinha. A velha cozinha é agora a sala de jantar. — Eric explicou. Ainda era dia, mas estava obscurecido pela sombra abrupta de nuvens cinzentas. — É uma grande casa. — Tyler disse com um sorriso estranho. — Várias personalidades. Quantos quartos tem? — Seis. — Eric disse enquanto colocava a bolsa de Tyler na parte inferior da cama. — Se realmente não se sente pronto para dormir aqui com a gente, então pode ter um dos outros quartos. — Não. — Tyler disse rapidamente. Aceitava dormir entre dois, sensuais e quentes, shifters lobos em qualquer dia, melhor que dormir sozinho em um lugar estranho. Não achou que seria assim, que dividiria a cama com eles durante todo o ano, mas não podia negar que o fazia se sentir mais como uma parte de suas vidas. — Só queria ter certeza que havia quartos suficientes para, mais tarde, você sabe, quando tivermos filhos. — Disse um pouco sem jeito. Eric sorriu um pouco com isso. — Oh, percebo. Há dois quartos que estão vazias agora, mas minha irmã não vai viver conosco para sempre. Tyler fez uma careta quando abriu sua bolsa e começou a puxar para fora de suas roupas. — Então, por que suas sobrinhas compartilham um? E estou supondo que não são filhos de sua irmã, já que ela é tão jovem. — Não. — Respondeu Eric sentando-se na cama ao lado do saco de Tyler. — Meu irmão, Anders, era para ser o próximo alfa, mas morreu quando
meu pai teve um acidente de barco. A mais velha, Katja, tem nove agora. Estava com o meu pai e irmão no barco quando se afogaram. Kat tinha apenas cinco anos na época e, do que nos disse e aquilo que reuniram a partir dos destroços, perceberam a falha do motor de barco. Cheiraram queimando e perceberam que ia explodir, então inflaram o bote salva-vidas, porque sabiam que Katja não sabia nadar de volta à terra. Eles a colocaram sobre ele, mas antes que pudessem entrar o barco explodiu. A força da explosão empurrou o bote salva-vidas. Katja tem uma pequena queimadura no braço. Inga era apenas um bebê na época. Ela tem cinco e se recusa a deixar Katja dormir sozinha. Sabe o que fazer quando Kat tem um pesadelo, como impedi-la de entrar em pânico. Às vezes sinto que estou fazendo tudo errado, deixando uma criança de cinco anos de idade carregar um fardo, mas ela iria entrar e dormir com Kat se separá-las, ela nos disse. Sem pensar e agindo apenas no seu instinto, Tyler avançou, chegando a ficar entre as pernas de Eric, e inclinou-se para abraçá-lo. Eric pareceu surpreso com o contato, mas rapidamente se soltou e abraçou Tyler volta. — Sinto muito que aconteceu com você. — Sussurrou, sem saber o que dizer. Quando lentamente se afastou, os dois homens olharam nos olhos um do outro por um momento, os dois aparentemente um pouco surpresos com o que acabara de acontecer. — Uh, desculpe. Sou um abraçador. Eric sorriu para ele com carinho e lentamente se levantou da cama. — Não se desculpe. Nós já esvaziamos uma cômoda lá para você, mas não parece que trouxe muito com você. Tyler sabia que seu futuro companheiro estava mudando de assunto, sentindo-se claramente um pouco desconfortável em parecer vulnerável na frente de um virtual estranho. — Sim, meio que queria nunca voltar para o bando de novo, então só tenho o que estava comigo. — Tyler disse. — Foi tão ruim lá? Será que maltrataram você? — Eric perguntou enquanto cruzava os grandes braços sobre o peito novamente.
— Não. — Tyler assegurou. — Nada disso. Acho que sempre me senti diferente, como se não pertencesse. É irônico que me sinto mais como se pertencesse numa matilha de lobos do que no lugar que cresci. — Sorriu para a ironia e deu de ombros como se não fosse grande coisa. Voltando as costas para Eric, começou a colocar seus poucos itens de roupas na cômoda. — Você precisa de alguma coisa para esta noite? Posso conseguir o que precisar. — Eric assegurou. — Não, acho que estou bem. Só preciso de um pouco de sono. Obrigado. — Ele ficou de costas para Eric, esperando que o outro homem fosse embora. Não gostou da ideia do alfa ver em seu rosto o quanto foi ferido pela rejeição de seu próprio pai. Era patética a facilidade com que suas emoções se mostravam em seu rosto. Se tentasse sua mão no pôquer seria um homem muito pobre. — Ok. — Eric finalmente disse depois de um minuto de silêncio. — Então vou deixá-lo descansar. Vamos acordá-lo em um par de horas, ok? — Sim,
ótimo.
—
Tyler
disse
despreocupadamente
enquanto
procurava suas calças de pijama. — Obrigado. Uma vez que Eric saiu, Tyler caiu para baixo na cama, deixando escapar um suspiro pesado. Não sabia se estava fazendo a coisa certa em vir aqui, mas as suas opções eram limitadas. Eric e Finn pareciam mocinhos e já se sentia mais querido aqui do que tinha sido no seu bando. Embora fosse uma mudança tão grande de tudo o que já tinha conhecido. Só o tempo iria dizer se tinha feito a escolha certa.
Capítulo 4 Tyler não tinha certeza de quanto tempo tinha dormido, mas quando acordou já era escuro lá fora. Eric não tinha vindo acordá-lo ainda, assim achou que tinha tempo antes da festa começar. Podia ouvir barulhos no andar de baixo, o som de pelo menos quinze pessoas que se deslocavam ao redor. Foi só então que considerou a possibilidade de que a festa realmente estava acontecendo ali. Fazia sentido, supôs, uma vez que era a casa do alfa. O pensamento ajudou há relaxar um pouco. Embora não estivesse na casa tempo suficiente, pelo menos sabia onde o quarto estava se precisasse escapar um pouco. Piscou quando deixou seus olhos se acostumarem com a escuridão e, finalmente, percebeu que tinha acordado. Seus sentidos lhe disseram que não estava sozinho. Virando para o lado, quase pulou para fora de sua pele quando viu o rosto de uma menina olhando para ele no lado da cama. — Argh! — Gritou, rapidamente sentando-se e alcançando a lâmpada sobre a mesa de cabeceira. A menina de cabelos escuros sorriu, mostrando seus dois dentes da frente faltando, quando acendeu a luz. — Oi. — Disse ela, sorrindo para ele, feliz. — Você ronca. — Não, não ronco. — Argumentou defendendo-se antes de se lembrar que estava falando com uma criança. — Ronco? — Um pouco. — Ela lhe disse com um aceno de cabeça. Tinha longos cabelos negros e ondulados, que estavam empurrados para trás de sua testa por um laço verde-esmeralda brilhante, que combinava com seus olhos. Ela colocou as mãos nos quadris e inclinou-se para olhar para ele melhor. — Você faz assim... Tyler não podia evitar o sorriso que se espalhou em seus lábios quando a menina começou a fazer pequenos sons de ronco, tentando imitar o seu ronco e contorcendo o nariz como um coelho. — Bem, se ronco então pelo menos o som parece bonito ao fazê-lo. —
Disse a ela com um encolher de ombros. Tinha adormecido sobre as cobertas, ainda usando as roupas com que tinha viajado. Precisava, desesperadamente, de um banho quente e se barbear. Também precisava comer. Estava morrendo de fome, o que era provavelmente uma coisa boa, uma vez que Finn e Eric lhe disseram que um monte de pessoas estava cozinhando todos os dias só para a festa. — Eu sou Tyler. — Disse, estendendo a mão para a menina bater. Ela sorriu novamente e bateu seu punho muito menor na sua. — Eu sei. Eric me disse que estava dormindo e que não deveria acordá-lo. — Disse a ele. — É por isso que estava realmente quieta, observando você. Tyler bufou. Essa garota era adorável. — Você deve ser Inga, certo? Ela assentiu com a cabeça e girou rapidamente em um círculo, mostrando seu brilhante vestido de festa. — Estamos tendo uma festa, porque você vai acasalar com meu tio e Finn. —É
isso
mesmo.
—
Disse. Levantou-se
da
cama
e
se
espreguiçou. Virou-se rapidamente e olhou para roupa da menina de novo quando algo ficou claro para ele. Ela parecia como se alguém tivesse feito um esforço em vesti-la. — Não tenho nada legal para vestir para a festa. Inga franziu a testa e cruzou os braços sobre o peito, como ele tinha visto Eric fazer muitas vezes. — Você precisa de uma fada madrinha. Tyler riu e deu um tapinha na cabeça dela. — Bem, digo uma coisa. Enquanto tomo banho, talvez possa me encontrar algo. Inga sorriu para ele e balançou a cabeça uma vez. — Ok. Tyler observou-a fugir com um sorriso carinhoso no rosto antes de ir tomar sua ducha.
Tomou o seu tempo no banheiro, deleitando sob o spray quente poderoso. Ainda tinha que perguntar sobre o Wi-Fi, mas pelo menos eles tinham água quente e boa pressão da água. À medida que o vapor se levantava em torno dele, fazendo a sua pele ficar rosada e sensível, Tyler passava as mãos lentamente sobre seu corpo, seus pensamentos firmemente sobre os dois homens com quem estaria compartilhando uma cama mais tarde naquela noite. Ambos eram construídos e de boa aparência. Ele se perguntou se gostariam de esperar até depois de seu acasalamento para ter relações sexuais com ele. Realmente não esperava isto. Fazia um tempo desde que tinha feito sexo. Na verdade, a única pessoa com quem tinha dormido foi com um idiota que foi para a escola e que agiu como se Tyler devesse ser grato por ele ter colocado seu pau nele. Também havia sido ameaçado após cada encontro ilícito, que se dissesse a alguém iria ficar com hematomas em seu rosto. Tyler sabia que era triste que tenha voltado para mais, mas era sua única opção fora a sua própria mão e era um adolescente tipicamente excitado. As coisas iriam melhorar aqui, pelo menos no departamento de sexo. Eric e Finn estavam claramente fora, e orgulhosos, por isso não haveria ameaças de violência física ou encontros em segredo. A vontade de se masturbar, agradável e lentamente, sob o spray deliciosamente quente era muito tentadora, mas não queria entrar em uma sala cheia de shifters lobos sabendo que provavelmente podiam sentir seu próprio esperma nele. Shifters lobos tinha narizes incrivelmente sensíveis, pelo menos é o que tinha aprendido nas 24 horas antes de vir para a ilha. Embora o próprio sentido do olfato de Tyler era intensificado, estava longe de ser tão bom quanto o deles. Sua visão, por outro lado, era muito afiada. Uma vez que estava limpo, deu a si mesmo mais alguns minutos para desfrutar da massagem que estava recebendo do chuveiro antes de sair e envolver uma grande toalha macia na cintura. Com seus poros agora agradáveis e abertos a partir do vapor, Tyler começou a raspar seu rosto e hidrata-lo, como de costume. Nunca tinha tentado deixar a barba crescer, mas duvidava muito que pudesse. Havia definitivamente algo sexy sobre um
homem com uma barba, mas na realidade Tyler suspeitava que coçasse e pinicasse como o inferno para beijar, então estava feliz que Eric e Finn fossem barbeados. Quando Tyler finalmente saiu do banheiro, vestindo apenas a toalha ao redor de sua cintura estreita, encontrou Finn sentado no fundo da cama. O homem tinha claramente ficado pronto para a festa, enquanto Tyler tomava seu banho demorado, porque estava vestido com um belo terno cinza escuro com uma camisa azul-clara por baixo. Não estava usando uma gravata e os dois primeiros botões estavam desfeitos. Parecia incrível. Tyler engoliu em seco quando olhou a aparência do homem. Seu cabelo loiro pálido estava bem puxado para trás em um rabo de cavalo baixo, que estava amarrado com um pedaço de couro preto. — Pode me chamar de sua fada madrinha. — Disse Finn com um sorriso enquanto pegava uma roupa da cama que estava em um cabide. Tyler sorriu de volta e ergueu a sobrancelha para a piada de Finn. — Sério? Finn deu de ombros facilmente. — Já fui chamado de coisa pior. Tyler tirou a roupa dele e inspecionou. Era uma calça cor de carvão que parecia que poderia ser um pouco apertada, e uma camisa lavanda com riscas prateadas. Também tinha uma gravata carvão, vagamente enfiada através da gola da camisa. Era bom, sem ser excessivamente vistoso. — Espero que sirva. Corri para loja de roupas de Lisa, com ela, e peguei. — Finn disse a ele. Tyler lembrou que Lisa era a irmã mais nova de Eric. Ficou impressionado que alguém de uma idade tão jovem possuía sua própria loja. Fez ainda outra nota mental para lhe agradecer quando a conhecesse no andar de baixo e outro para aprender mais sobre os negócios da matilha o mais rápido possível. Quando se virou para agradecer a Finn, o lobo estava olhando descaradamente o seu corpo nu. Tanto Eric quanto Finn eram homens grandes e bonitos, que faziam Tyler se sentir extremamente inadequado. Embora, dada
a maneira que os olhos de Finn estavam subitamente pesados com excitação, adivinhou que não se importava com o quão magro e pálido ele era. — Hum, eu deveria me trocar. — Disse Tyler, de repente se sentindo um pouco envergonhado. Finn olhou para cima do peito de Tyler e sorriu para ele. — Não seja tímido, coelho. — Disse se levantando da cama e caminhando em direção a ele. Finn se inclinou lentamente, como se não quisesse assustar Tyler e beijou-o suavemente no rosto. Tyler ficou boquiaberto quando Finn se afastou. O homem maior acariciou a mão pelo rosto de Tyler. — Há tantas piadas que eu poderia fazer agora sobre como o lobo mal quer comer você, mas sou todo moderação hoje. Tyler não pode deixar de sorrir. — Eu te encontro lá embaixo. Podia ouvir que sua voz estava cheia de desejo e engoliu em seco. Sem dizer uma palavra, Finn se virou e saiu. No momento em que estava sozinho novamente, Tyler encostou-se à cômoda e soltou um longo suspiro. Ia ser uma noite muito longa. **** No momento em que Tyler desceu, depois de lutar com seu cabelo por uns bons vinte minutos antes de desistir e deixá-lo ganhar, a festa estava em pleno andamento. Parecia que a matilha inteira já estava lá esperando por ele. Parou na escada e tomou várias respirações profundas. — Tudo bem. — Disse a si mesmo enquanto ajeitava a gravata. — Hora de começar. Passou por algumas pessoas que sorriram para ele e disse „Olá’, enquanto fazia seu caminho para a cozinha para encontrar seus futuros companheiros. Havia pessoas em cada quarto da casa, bebendo, comendo e falando enquanto uma música tocava suavemente no fundo. Era muito agradável e em uma língua que Tyler adivinhou ser sueco.
— Oh, você está ótimo! — Uma jovem mulher com um vestido escuro disse-lhe de repente, antes de se inclinar e beijar sua bochecha. — Sou Lisa, a irmã de Eric. — Ah, é claro. — Tyler disse rapidamente quando sorriu de volta para ela. Ela era muito bonita, com o mesmo cabelo escuro do resto da família que conheceu até agora e os mesmos olhos verdes brilhantes. O cabelo de Lisa era bastante curto, porém, em linha reta. — Obrigado pelas roupas. — Seja bem-vindo. Pensei que as calças fossem ficar um pouco apertadas, mas Finn parecia gostar disso. — Ela lhe disse com uma piscadela. Tyler sentiu seu rosto corar quando a menina pegou seu braço e levou-o para a cozinha. — Você deve ir a loja amanhã e pegar algumas roupas mais novas. Finn mencionou que não trouxe muito com você. — Sim. — Disse, olhando para o chão. — Foi tudo muito corrido. Quando ele olhou para trás, ela estava sorriu para ele gentilmente. — Se hoje à noite for muito e quiser fugir, venha me encontrar. Cresci nesta casa. Sei todos os seus esconderijos secretos. Ele sorriu para ela, agradecido. — Obrigado. Com uma piscadela brincalhona Lisa virou-se e saiu para ir falar com mais algumas pessoas. Enquanto Tyler fazia o seu caminho em direção à cozinha, viu as três mulheres que tinham estado olhando para ele na praia mais cedo. Olhou-as rapidamente. A alta, bem no meio era claramente a líder, enquanto as outras duas ficavam penduradas em cada palavra dela. Ela estava usando um vestido vermelho decotado que preenchia muito bem, com batom combinando. Tinha o cabelo muito louro longo, que estava puxado para trás em um rabo de cavalo elegante. Quando passou por elas, ela virou-se e chamou sua atenção antes de olhar para ele de novo. Sem saber qual, diabos, era o problema dela, Tyler continuou andando observando a multidão de pessoas a procura de Finn e Eric. Quando chegou à cozinha, viu que as portas traseiras estavam abertas, revelando-lhe que, no curto espaço de tempo em que estava
dormindo, alguém tinha colocado um grande gazebo no exterior. Dentro da tenda, havia um monte de crianças correndo em volta, todas vestidas com roupas formais. Isso o fez sentir frio só de olhar para eles, mas viu que havia alguns aquecedores no lado de fora. Seus olhos mal contornaram sobre a comida que podia ver arrumada lá fora, quando sentiu uma mão leve em seu cotovelo. — E aqui está o homem de honra! — Disse Finn quando se virou em direção a Tyler. — Você deve estar com fome. — Morrendo. — Tyler respondeu honestamente. O lobo se inclinou e beijou sua bochecha novamente, desta vez sem qualquer calor, e levou-o até a mesa, onde uma grande variedade de alimentos foi colocada. — Você parece delicioso, a propósito. — Ele sussurrou. Tyler sorriu e olhou para ele. — Mais piadas de lobo e coelho? Finn o olhou sério. — De modo nenhum. Os dois homens seguraram o olhar um do outro por um momento e Tyler sentiu seu rosto começar a corar com o elogio sincero. — Se precisar ficar longe de tudo, deixe-me saber. Devemos ter uma palavra de código ou algo assim. — Finn disse-lhe quando lhe entregou um prato vazio. — Algo que pode facilmente entrar na conversa, como contas anais. Tyler bufou e balançou a cabeça, enquanto os olhos de Finn dançaram com malícia. Era doce como todos pareciam sentir a necessidade de protegê-lo, mas, ao mesmo tempo estava tornando-o mais ansioso. — Honestamente, gostaria que todos parassem de dizer coisas assim para mim. Está me deixando mais nervoso do que o costume. — Tyler insistiu quando olhou para a comida, tentando decidir o que queria. — Vou comer um pouco, conhecer pessoas e tudo isso vai acabar antes que perceba. Finn apenas sorriu para ele e começou a fazer um prato de comida. Quando Tyler olhou para a comida notou algo. Entre toda a comida
que estava colocada sobre a mesa havia bolo de cenoura, palitos de cenoura, sopa de cenoura e coentro, e muffins de cenoura. — Será que a maioria decidiu fazer algo com cenouras porque sou um shifter coelho? — Perguntou Tyler. Finn sorriu e mordeu o lábio inferior. — Parece assim, mas não é. Tyler bufou. — Odeio cenouras quando estou em forma humana. Mudar de forma muda o meu paladar. Estou supondo que você não comeria carne crua, enquanto na forma humana. Finn se abaixou e pegou uma fatia de bolo de cenoura antes de dar uma grande mordida fora dele. — O bolo é bom, pelo menos. — Disse ele, segurando o mesmo pedaço para Tyler dar uma mordida. Tyler segurou os olhos sorridentes do outro homem e se inclinou para dar uma pequena mordida. Estava faminto e o bolo era doce e úmido. Mal pode saborear o gosto da cenoura sobre todo o resto e ficou feliz. Lambeu um pouco do glacê do lábio superior e observou os olhos de Finn seguir o movimento de sua língua. — Vamos ter que fazer uma lista de coisas que gosta. — Finn disse finalmente. — Temos que manter o nosso pequeno coelho feliz. Tyler olhou atravessado para ele. — Você me faz parecer como um animal de estimação. Finn apenas piscou para ele antes de olhar por cima do ombro de Tyler com um sorriso. Virando-se para ver do que Finn estava sorrindo, Tyler viu Eric vir atrás dele. — Você está bem? — Perguntou o alfa calmamente enquanto olhava a aparência de Tyler. Ele não sabia o que era, mas havia algo sobre ser o objeto do olhar intenso de Eric que o fazia se sentir muito importante e muito desconfortável, ao mesmo tempo. Acenou com a cabeça rapidamente e olhou de volta para a
comida. — Há mais comida do lado de fora. — Finn sussurrou-lhe. — O material de cenoura foi feito apenas para você, mas há hambúrgueres e bifes na grade para nós, comedores de carne. Tyler gemeu e seu estômago roncou. — Eu mataria por um bife. Finn riu e deu um tapinha nas costas dele. — Fique aqui, vou pegar um. Quando passou por ele parou para dar a Eric um rápido beijo nos lábios. — Quer alguma coisa? — Questionou. Eric sorriu para ele com carinho e balançou a cabeça. — Não, estou bem. Uma vez sozinho, sem contar todas as pessoas zanzando na cozinha, Tyler se sentiu um pouco desconfortável de novo. Estar na presença de Eric parecia ter esse efeito sobre ele. — Então, é uma bela festa. — Disse ele, sem mais nada a dizer. — É a minha ideia de inferno. — Eric disse. — Infelizmente vamos ter que fazer tudo de novo para a nossa cerimônia de acasalamento em duas semanas. Tyler sorriu para ele, sentindo-se um pouco tímido novamente. Duas semanas era muito pouco tempo para se conhecer as pessoas com quem iriam passar o resto de sua vida. — Estava pensando sobre seus negócios de matilha e como eles funcionam. — Disse Tyler, querendo mudar de assunto. — No meu bando, todas as empresas davam uma porcentagem de seus ganhos para o chefe e todo mundo dava algumas opções sobre o que poderiam fazer com suas vidas. Sabia que soava um pouco amargo, enquanto falava sobre o funcionamento interno do seu bando, mas não podia evitá-lo. — Aqui todos são livres para fazer o que quiserem. — Eric respondeu simplesmente com um encolher de ombros. — Alguns optam por ir para a
faculdade e ficar no continente, acabando por se juntar a uma matilha que está mais perto de uma cidade principal. Aqueles que vivem aqui têm vários empregos. As pessoas possuem suas próprias casas e empresas. Os impostos são pagos ao tesouro e todo o dinheiro vai para a manutenção da ilha. Eu e minha família possuímos várias empresas. Nós, juntamente com alguns outros, possuímos uma empresa de pesca. Temos também um negócio on-line onde fazemos e vendemos joias. Bem, nossos funcionários fazem. Lisa tem sua própria loja de roupas. Alguém geralmente faz uma corrida para o continente a cada semana ou mais para enviar ordens e pegar suprimentos. Tyler sorriu enquanto ouvia Eric falar. Estava feliz em saber que tinham uma próspera comunidade cheia de possibilidades, mas ainda mais feliz que tinham internet. — Então o que você e Finn fazem no dia-a-dia? Eric cruzou as mãos sobre o peito, o que Tyler estava começando a perceber que era a sua pose relaxada. — Bem, na sua maioria um monte de papelada. O trabalho principal de Finn é o seu negócio com madeira. Ele faz peças encomendadas em seu estúdio na floresta e os navios as levam para todo o mundo. Às vezes, saio com os barcos à captura de peixes que vendemos para negociantes de peixes na costa, mas quase sempre estou preso no escritório. Ser o alfa vem com suas próprias responsabilidades. É um trabalho em si, às vezes. Sou a lei aqui, assim como o prefeito, suponho. — Isso deve ser difícil às vezes. — Tyler disse com sinceridade. Eric sorriu gentilmente. — Pode ser. — Bem, espero que me deixe ajudar de alguma forma. Gostaria de ficar em qualquer lugar que puder. Não cheguei a ir para a faculdade ou qualquer coisa, não podia, mas aprendi muito ao longo dos anos com computadores e sou muito bom com o Excel. O sorriso de Eric cresceu e apertou o braço de Tyler suavemente. — Tenho certeza de que podemos encontrar algo
que
queira
fazer. Certamente não diria não por ajudar com toda a papelada. Tyler sorriu para ele. — Ótimo. Talvez amanhã, ou sempre que estiver livre, podemos falar sobre isso. Eric assentiu pensativo, ainda sorrindo para o entusiasmo de Tyler. — É um Encontro. Enquanto os dois homens estavam ocupados sorrindo um para o outro, Finn voltou com um grande e suculento bife, de dar água na boca. Tyler realmente ouviu-se gemer quando sentiu o cheiro dele e estendeu as mãos para
ele
ansiosamente. Tanto
Finn
e
Eric
riram
dele,
mas
não
se
importava. Nem mesmo esperando os talheres, Tyler pegou-o do prato com as mãos e rasgou-o, fechando os olhos e gemendo quando dava a primeira mordida. — Você sabe que faz barulhos sexuais quando come? — Finn perguntou sua voz misturada com diversão. Tyler abriu os olhos e engoliu seu bocado. — Você não tem ideia do barulho que faço durante o sexo. — Disse ao lobo, brincando. De repente, ambos os homens estavam olhando para ele como um lobo deve olhar para um coelho, como se fosse sua presa. — Bem, acho que isso é algo que todos podemos descobrir. — Disse Finn com um sorriso, enquanto Eric simplesmente olhava boquiaberto.
Capítulo 5
Depois de um par de horas e três taças de champanhe, Tyler estava se sentindo muito relaxado e nem se importou quando Lisa veio para levá-lo ao redor da festa, apresentando-o as pessoas que deveria conhecer. Balançou um monte de mãos e ouvi um monte de histórias de pessoas. Era muito bom sentir que era interessante para eles, se sentir acolhido por eles. Um estômago
cheio estava certamente ajudando o seu humor também. De vez em quando olhava para onde tinha visto pela última vez Eric ou Finn e pegava seus olhares. Uma espécie de sorriso secreto passava entre eles, aquecendo o interior de Tyler. Enquanto ouvia uma senhora de meia-idade conversar sobre seus netos, a mente de Tyler caminhou até o fim da noite e a cama grande em que estaria rastejando com seus futuros companheiros. Sentiu o champanhe, e o
desejo
de
repente
se
intensificou, aquecendo
seu rosto, e
tentou
desesperadamente se concentrar no que a mulher estava dizendo. Enquanto a ouvia, seus olhos viajaram até as três mulheres que tinha visto anteriormente, as que tinham estado olhando para ele. Enquanto observava-as falar com um grupo de pessoas, estudou a líder. Ela estava olhando para ele com atenção, com um olhar perspicaz em seus frios olhos azuis. Uma vez que a mulher de meia-idade tinha parado de falar e o grupo havia se mudado para longe deles, Tyler pegou o braço de Lisa, puxando-a para o lado um pouco para garantir que estavam sozinhos. — Ei, Lisa, qual é o problema dessa mulher? — Tyler disse baixinho no ouvido dela, esperando que a audição de lobo da mulher fosse boa o suficiente para ouvi-los sobre os sons da festa. Lisa olhou para
trás no tempo de pegar a mulher olhando
novamente. Lisa revirou os olhos quando se virou para ele. — Essa é Milla Claesson, uma das cadelas quer dizer. — Você está brincando, certo? — Perguntou Tyler, incrédulo. Eram shifters lobos que viviam em uma ilha remota, onde o bando estereotipava as mulheres de cadelas? — Não. — Ela disse. — Milla queria ser a companheira do alfa, e por um tempo parecia que realmente poderia acontecer. — O que quer dizer? — Tyler perguntou com uma careta no rosto. — Pensei que Eric e Finn estavam juntos desde que eram adolescentes. — Oh, eles estão, mas, até recentemente, Eric teria que entregar seu status alfa para mim, ou acasalar com uma mulher para que pudesse produzir herdeiros. — Explicou ela. — Não é possível dizer o quanto eu não queria ser
alfa. — É tão arcaico. — Disse Tyler. — Era a mesma coisa no meu bando. Pessoas agindo como se fôssemos da família real ou algo assim. — Bem, aqui nós meio que somos. — Disse Lisa com um encolher de ombros. — De qualquer forma, Milla queria acasalar com Eric, mesmo sabendo que ele nunca poderia a amar ou querer. Realmente fez um jogo para o nosso irmão mais velho Anders, mas ele acasalou jovem e Milla era mais jovem naquela época do que sou agora. Ela é apenas uma cadela louca por poder que quer ser a companheira do alfa. Sua mãe empurra o tempo todo. Acho que ela mesma queria acasalar com o meu pai, ou algo assim, que é um pouco bruto. Eric nunca teria ido até o fim, porém, não se isso significasse abrir mão de Finn. Então, quando Nana Elsa encontrou os velhos textos da biblioteca sobre que acasalamentos de três pessoas aconteciam há cem anos, Milla pensou que iria ser convidada a ser o seu terceiro e dar os herdeiros Snövarg. Mas, felizmente, descobriram você. — Disse ela, terminando com um grande sorriso. Tyler sorriu para ela. — Por que ela iria assumir que seria a terceira pessoa? — Porque ela é sangue antigo. Sua família tem estado aqui há muito tempo. Desde tempo dos Vikings, segundo a lenda de qualquer maneira. — Disse Lisa. — Apenas ignore-a. Ela e suas amigas vão te odiar, não importa o que faça, então não se preocupe com isso. — Por que Eric não pediu a ela, então? — Tyler se perguntou em voz alta. — Quer dizer, sei que ele é gay, mas se fosse apenas um caso de dormir com ela uma vez, para acasalar, então certamente poderia ter conseguido. E você não precisa ter sexo hoje em dia para engravidar. Lisa franziu o rosto com a menção de seu irmão ter relações sexuais. — No
fundo,
Eric
é
muito
antiquado. Nunca
poderia
ter
um
companheiro que não achasse que poderia amar. Suas palavras passaram por Tyler, fazendo-o sentir um pouco tonto de repente. Talvez fosse apenas o champanhe finalmente batendo nele. Ela
tinha que estar enganada! Não havia maneira de Eric o ter escolhido porque pensou que os três poderiam realmente se amar. Tyler nunca tinha ouvido falar de um acasalamento de três pessoas para começar, mas não tinha lidado com qualquer outro alem dos shifters coelhos. Todos os shifters eram muito possessivos sobre seus companheiros. Era exatamente como eram. Achava difícil entender como três shifters poderiam estar em um relacionamento real, mas não podia negar o apelo da ideia. Quando ele e Lisa fizeram o seu caminho de volta para a cozinha, Tyler encontrou-se perguntando se o trio no antigo livro tinha se amado. **** Estava ficando zonzo e o braço de Tyler estava começando a ficar um pouco cansado de apertar tantas mãos. Conseguiu escapar um pouco depois das nove, uma vez que algumas das pessoas começaram a sair, e saiu para tomar um ar. Estava frio e os ramos dos álamos que estavam espalhados pela casa balançavam suavemente com a brisa. Era realmente um lugar bonito e, enquanto caminhava ao longo do lado da casa, ficando longe de todas as pessoas que ainda estavam de pé falando no gazebo, Tyler tentou imaginar o que sua vida seria. Olhou para as crianças que estavam jogando algum tipo de jogo de perseguição em torno dos pilares que estavam segurando a barraca. Alguns dos pais estavam gritando para eles pararem antes que derrubassem tudo em cima de todos eles. Sorriu para a imagem que fez e tentou imaginar seus próprios filhos, alguns com cabelos escuros e ondulados, e alguns com cabelos loiros em linha reta, juntando-se e correndo com os outros. O
pensamento
era
ao
mesmo
tempo
muito
precioso
e
muito
aterrorizante para continuar. Caminhou até os fundos da casa e encostou-se na alvenaria, assustando-se quando percebeu que não estava sozinho. — Inga, o que está fazendo aqui? — Tyler perguntou quando viu a menina do lado de fora sozinha. Inga olhou para ele com uma cara triste, antes de olhar para trás para fora do penhasco em frente a eles. Tyler seguiu seu olhar para o deque
de madeira, que ficava na beirada do penhasco. Tinha uma lareira ao ar livre e uma variedade de cadeiras e espreguiçadeiras. Havia também uma grade em toda a volta dele. Parecia um bom lugar para um churrasco uma vez que o clima estivesse mais quente. Olhando para além de tudo, viu o que Inga estava olhando. Havia outra menina lá fora, em pé no deck, apenas olhando para o oceano escuro. — Será que é sua irmã? — Questionou. Inga assentiu. — Ela só vai e fica lá. Ela chora, às vezes. Tyler sentiu seu coração quebrar pelas meninas. Colocou a mão nas costas de Inga e sentiu como estava gelada. — Inga, quero que volte para dentro agora, ok? Vou falar com Katja e trazê-la de volta. Inga olhou rasgada por um momento, mas finalmente assentiu com a cabeça antes de correr de volta para a casa. Não era uma longa caminhada para o precipício, mas foi tempo suficiente para Tyler começar a tremer. — Katja! — Gritou para ela, não querendo assustá-la. A menina virou-se rapidamente, claramente surpresa apesar dos esforços de Tyler. Katja disse algo de volta para ele em sueco que Tyler não entendeu. — Hum, me desculpe, mas não falo sueco. — Disse a ela. — Planejo aprender, entretanto. Não é justo que todos aqui tenham que continuar a falar comigo em Inglês. O rosto de Katja suavizou um pouco e ela colocou os braços em torno de si mesma, antes de dar vários passos mais perto dele. — Você é Tyler. — Ela disse. — Novo companheiro do meu tio. Tyler sorriu e acenou com a cabeça. — Vejo que a minha reputação me precede. Ela sorriu para ele e encolheu os ombros delicados. Estava usando um vestido muito semelhante à sua pequena irmã, só que verde-esmeralda, e seu cabelo estava puxado para trás em um coque bagunçado.
—Vivemos em uma ilha onde quase nada acontece. Se tivéssemos um jornal local, provavelmente você estaria na primeira página. Tyler sorriu para ela. Já gostava dela. Era bastante sarcástica para uma menina de nove anos de idade. — Não está com frio aqui fora? Katja olhou para o deque em madeira antes de se virar para olhar para o mar por cima do ombro. O céu era de um azul escuro, pontilhado de estrelas. O mar parecia alcatrão preto por baixo. — É muito barulhento lá dentro. — Disse finalmente. — Há muitas pessoas. — Sim, bem, se alguém pode entender isso, sou eu. — Tyler lhe assegurou quando pisou no convés e ficou ao lado dela. — Normalmente, quando recebo tanta atenção é porque fiz algo ruim e todo mundo está com raiva de mim. Ela franziu a testa e olhou para ele. — Que tipo de coisa ruim? Ele sorriu para si mesmo com a forma como ela parecia ansiosa para ouvir sobre isso. — Bem, meus pais queriam que acasalasse com outro shifter coelho, mas realmente não me dava bem com todos os outros coelhos em meu bando. — Estão com raiva por que está acasalando com dois lobos? — Ela perguntou quando se virou para dar-lhe toda a sua atenção. — Estão, mas acho que estão apenas felizes porque estão livres de mim, para ser honesto. Fiz algumas brincadeiras com homens que queriam se acasalar comigo. Percebi que se não tinham um senso de humor, então não queria ser amarrado a eles para o resto da minha vida. Katja sorriu e olhou para ele ansiosamente. — Que tipo de brincadeiras fez com eles? Tyler sempre gostou de crianças. Eram intocadas pelo mundo, ninguém quebrado seus espíritos ainda, ou enchido suas cabeças com ódio. Não filtravam ou fingiam ser alguém que não eram. O fato de que tinha
conseguido fazer Katja sorrir, quando antes parecia tão triste, era uma vitória definitiva. — Bem, uma vez houve um cara que era meio chato e um pouco preso, então, sorrateiramente, entrei em seu quarto e cortei um buraco em seu colchão, coloquei alguns peixes mortos lá dentro e costurei de volta. Virei para que ele não pudesse vê-lo e não soubesse de onde o mau cheiro estava vindo. Pelo menos não tão cedo. Katja riu e se inclinou para ele um pouco. — Isso é incrível. — Sim? Minha família não pensou assim. — Tyler disse a ela. Os dois ficaram ali em silêncio por um tempo, os dois olhando para o mar. Finalmente percebeu que Katja parecia triste de novo e se viu estendendo a mão para pegar a mão dela. — Você está bem? Ela assentiu com a cabeça, embora fosse claro que não estava bem. — As pessoas olham para mim diferente agora. Cada vez que me veem, estão pensando sobre o que aconteceu com meu pai e meu avô. Tyler deu-lhe um aperto de mão suave e ajoelhou-se ao lado dela. — Katja, aprendi da maneira mais difícil que não pode se preocupar com o que as outras pessoas estão pensando. A verdade é que estão, provavelmente, preocupados com você, porque se preocupam com você. — É como se estão se perguntando por que estou viva quando seu alfa não está... — Ela disse-lhe em voz baixa. Tyler sentiu a garganta fechar-se quando uma onda de emoção ameaçou sufocá-lo. — Oh, querida, ninguém está pensando nisso. Eric me contou o que aconteceu. — Ele te disse que meu pai e meu avô morreram tentando me salvar? — Ela perguntou, seu rosto já não triste, mas com raiva. — Não deveriam ter feito isso. — Olha, não sou um pai, pelo menos ainda não, mas tenho certeza
que quando tiver filhos, farei qualquer coisa no mundo para mantê-los seguros, mesmo que isso signifique arriscar a minha própria vida. — Tyler disse a ela. — Eles, claramente, a amavam muito e a última coisa que fizeram neste mundo foi um ato de amor por você. Katja fechou os olhos e franziu o rosto em uma tentativa de conter as lágrimas, mas era inútil. Tyler sentiu seus próprios olhos ficando úmidos, enquanto observava o pequeno soluço da garota. Ele a puxou para um abraço e ficou lá a segurando pelo que pareceu um longo tempo. Depois de um tempo, começou a se sentir como se alguém o estava olhando e olhou para trás para ver que Eric e Finn tinham saído da casa, sem dúvida em busca deles. Katja, percebendo a sua presença também, puxou para trás e enxugou os olhos. — Kat! — Eric falou para ela antes de correr e pegar a menina como se ainda fosse uma criança. Katja se agarrou a ele e enterrou o rosto em seu pescoço quando uma nova onda de lágrimas bateu nela. Sentindo Finn esfregar pequenos círculos suaves com a mão em suas costas, Tyler se virou e se apoiou nele. — Não sei sobre o resto de vocês, mas realmente gostaria de mais bolo. — Disse Tyler, depois de alguns minutos de silêncio tenso. Ele teve a reação pretendida e todos sorriram, mesmo Katja. — O que acha, hein? — Eric perguntou a sua sobrinha. — Acha que pode comer um pedaço de bolo antes de dormir? Ela assentiu com a cabeça antes de se contorcer para descer, sem dúvida, não querendo que todos a vissem sendo tratada como uma criança.
Capítulo 6
Enquanto Eric e Lisa levaram as meninas prontas para a cama e leram histórias antes de dormir, Finn, Elsa e Tyler começaram a arrumar um pouco lá embaixo. Ao voltar, Eric agradeceu a todos por terem vindo, seu tom deixou bem claro a todos que a festa tinha acabado. Ainda surpreendia Finn o quão sexy achava quando Eric ficava todo alfa sobre as pessoas. — Acho que isso é o suficiente por esta noite. — Disse Elsa depois de um tempo. Tinham colocado alguns pratos na máquina de lavar e os restos de comida em recipientes. — Vou para a cama. Boa noite, pessoal. — Boa noite. — Disseram em uníssono. Finn viu sua avó ir e esperou até que ele e Tyler estarem sozinhos. — Você foi bom com Kat esta noite. — Finn disse a ele. Sorriu para o homem menor, um sentimento de orgulho crescendo dentro dele. Realmente não sabiam o que esperar com Tyler, mas ele já havia mostrado que era bom com as crianças, algo que era mais importante para Eric e Finn do que qualquer outra coisa que um futuro companheiro pudesse ser. Tyler deu de ombros e continuou a guardar os copos limpos. — As duas são ótimas crianças. Sinto-me tão mal por Katja. Toda a culpa que tem não é boa para ninguém, muito menos alguém de sua idade. Finn assentiu tristemente. Era algo que tinha lidado por anos. — Ela não falou por dias depois que a encontramos. Estava ali, sentada em um bote salva-vidas, tremendo, praticamente catatônica. — Finn disse, encostando-se ao balcão, ao lado Tyler. Tyler parou o que estava fazendo e deu a Finn toda a sua atenção. — Ela só começou a falar de novo, porque Inga estava chorando. Ela se levantou, foi até ela, levantou-a e começou a cantar a canção de ninar que seu pai costumava cantar para elas. Sua mãe se trancou longe de todos eles por um mês antes de morrer. Ela quase não comia, mal se movia. Acho que essa é parte da razão pela qual Kat
sente tanta culpa. É como se achasse que sua mãe a culpava. — Deve ter sido difícil para Eric. — Disse Tyler, com o rosto cheio de preocupação. Finn se encontrou sorrindo com a compaixão que seu companheiro claramente tinha. Tyler estava ali apenas há algumas horas e já tinha certeza de que era uma boa opção para eles. — Sim, quero dizer, não só perdeu o pai e o irmão, mas também se tornou um alfa e um pai para duas meninas de luto. — Disse enquanto se lembrava da noite em que tudo aconteceu. — Estávamos no barco que saiu à procura deles. Encontramos seu barco, bem, o que restava dele, e Katja algumas horas mais tarde. — Isso é horrível. — Disse Tyler. — E seus pais? Quero dizer, conheci a sua avó, mas não a sua mãe ou pai. Finn suspirou. Não era algo que falava muito, mas adivinhou que, como Tyler ia ser seu companheiro, deveria abrir-se para ele. — Meus pais não foram acasalados. Minha mãe conheceu meu pai, no continente e depois de um caso de uma noite engravidou. Estava morando com a minha avó ainda na época, era muito jovem, e então quando eu estava com poucos meses de idade, foi embora. Ela meio que volta de vez em quando, ou telefona ou envia um cartão postal, mas não é realmente a minha mãe. Elsa é a pessoa que me criou. — E o seu pai? — Perguntou Tyler, os olhos cheios de simpatia. — Alguma vez já o viu? Finn olhou para o chão, enquanto tentava imaginar o rosto de um estranho. — Um par de vezes. Ele está acasalado agora a alguém em sua própria matilha. Eles têm um casal de filhos na última vez que ouvi. Não o tenho visto desde que tinha doze anos. Finn olhou para cima quando sentiu um golpe de mão pelo seu braço, claramente gentilmente.
querendo
confortá-lo.
Olhou
nos
olhos
de
Tyler
e
sorriu
— Ao seu redor esta cheio de tolos, que não percebem o quão grande você é. As bochechas pálidas de Tyler coraram adoravelmente com o elogio e o homem mais jovem rapidamente olhou para o chão, desconfortável. Finn sempre foi levado por impulsos. Não era de negar a si mesmo quando realmente queria alguma coisa. Era uma coisa boa, também, porque depois de dezesseis anos, Eric nunca teria feito o primeiro movimento. Pegou o queixo de Tyler e levantou o rosto do homem antes de se inclinar lentamente e beijando-o suavemente nos lábios cheios. Não havia nenhum calor neles, apenas o conforto suave de lábios que se tocam. Quando se afastou, viu que os olhos de Tyler ainda estavam fechados e que o jovem estava praticamente balançando nele. Com um sorriso satisfeito no rosto, Finn estendeu a mão e pegou a mão de Tyler. — Vamos para a cama. Tyler simplesmente assentiu com a cabeça em silêncio e se permitiu ser levado para cima. Quando chegaram ao quarto tiveram uma visão deliciosa de Eric se despindo para ir para a cama. O lobo alfa tirava sua camisa, revelando seu corpo muscular, amplo quadro. Suas calças estavam desfeitas e estava no processo de empurrá-las para baixo sobre suas pernas grossas quando entraram. Ouvindo a respiração presa de Tyler atrás dele, Finn virou e olhou para o coelho com um sorriso cúmplice. Depois de todos estes anos, Eric ainda tinha o mesmo efeito sobre Finn. — Oi. — Disse Eric para eles, aparentemente sem saber o que fazer ou dizer. Ele ficou sem jeito de cueca, depois de ter chutado suas calças. Com uma risada rápida por seu amante ser tímido quando tinha um corpo que um deus grego teria ciúmes, Finn começou a desabotoar sua camisa, os olhos fixos em Eric. Embora Tyler tenha ficado para trás na porta, Finn caminhou para
frente, de modo que estava entre os dois homens. Despiu-se devagar, como se estivesse dando um show para eles. Seu próprio corpo não era tão impressionante como o de Eric, mas ainda estava em boa forma. Eric parecia estar apreensivo sobre os três estarem juntos e Finn tinha certeza de que Tyler estava se sentindo da mesma maneira. Seu parceiro tendia a pensar demais nas coisas, enquanto Finn era mais um tipo de cara que saltava com os dois pés. — Finn... — Disse Eric quando se aproximou e colocou a mão sobre o ombro nu dele. — Talvez devêssemos conversar antes de ir mais longe. Não quero que Tyler se sinta pressionado. Finn olhou de volta para Tyler e viu que as narinas do jovem estavam dilatadas e que parecia ter problemas para tirar os olhos de ambos os corpos. Sua boca estava entreaberta e sua respiração era mais pesada. Finn sorriu e inclinou a cabeça. — Acho que ele está a bordo. Certo, Tyler? A abordagem pareceu abalar Tyler fora de seu estupor e ele rapidamente concordou com a cabeça. — Sim, muito mesmo a bordo. Estou tão completamente a bordo. Iria embarcar no inferno com vocês dois. Finn bufou e Eric sorriu com a reação de Tyler. Estendeu a mão para o shifter coelho e esperou até que Tyler viesse se juntar a eles no meio do quarto. — Eu já o beijei. — Finn confessou a Eric. — Acho que você deve ter sua vez. Eric segurou o olhar aquecido de Tyler e estendeu a mão para acariciar com ternura o lado do seu rosto. Puxando-o para mais perto, Eric se inclinou e gentilmente roçou seus narizes juntos antes de tomar a boca de Tyler em um beijo que, Finn sabia por experiência, faria Tyler sentir até os dedos dos pés. Finn os observou e esperou por um sentimento de ciúme começar a rastejar seu caminho. Eles nunca beijaram qualquer outra pessoa antes. Finn ouviu Tyler gemer no beijo quando os grandes braços de Eric
deram a volta nele, a grande mão deslizando pelas costas para o topo de sua bunda. Finn não sentiu nada diferente. Sentiu seu pau inchar na imagem diante dele e se apressou a tirar o resto de suas roupas. Uma vez que estava nu, se contentou em ficar para trás e vê-los se beijando por um tempo enquanto preguiçosamente acariciava seu próprio pau. Eric estava beijando Tyler com tal paixão que o homem menor estava praticamente choramingando em sua boca. Finn havia recebido esse tipo de beijos muitas vezes. Sabia o efeito que tinha sobre um homem. Quando o beijo finalmente terminou, Tyler manteve os olhos fechados, completamente perdido na sensação. Chegando-se por trás de Tyler, Finn inclinou a cabeça e beijou o lado de seu pescoço enquanto alcançava para pegar a mão de Eric. — Provavelmente devemos definir algumas regras básicas. — Disse Finn quando se endireitou, o braço livre para abraçar Tyler perto de seu corpo. — Nunca precisamos usar preservativo antes de modo que não temos nenhum, e
provavelmente
é
melhor
não
arriscar
você
ficar
grávido
antes
do
acasalamento. Eric gemeu baixo em sua garganta com a menção de deixar Tyler grávido. O barulho parecia surpreender Tyler, que se empurrou ainda mais para trás no abraço de Finn, fazendo-o rir. Ele sabia como Eric tinha ficado recentemente com a ideia de concepção seu companheiro. Eric parecia envergonhado com a reação dele e olhou para o chão. — Desculpe. O desejo de acasalamento está ficando mais forte ultimamente e o desejo de procriar ainda pior. Finn sentiu Tyler arrepiando contra ele. A forma como estavam fez o seu pênis endurecer, empurrando contra as costas de Tyler. Decidiu que já passou do tempo de Tyler estar nu também. Soltou a mão de Eric para que pudesse deslizar as duas ao longo da frente da camisa de Tyler, antes de abrila lentamente, revelando sua suave, flexível, mas enfraquecido, peito aos olhos ávidos de Eric. Tyler estava muito pálido e sua pele era sedosa ao toque. — Realmente não tinha pensado nisso. — Disse Tyler distraidamente
enquanto observava as mãos de Finn continuando a despi-lo. — Quero dizer, sabia que ia acontecer eventualmente, que você gostaria de me engravidar, mas não achei que seria tão cedo. — Shhh... — Finn sussurrou em seu ouvido, podia sentir o coração de Tyler começara disparar. — Isso não vai acontecer hoje à noite, por isso não se preocupe com isso. — Não vamos forçá-lo antes de estar pronto, Tyler. — Eric prometeulhe quando ergueu a mão para tocar o lado do rosto do shifter coelho. — Posso lidar com essa vontade que tenho. Finn sabia que Eric iria manter a sua palavra, não importa o quão difícil fosse para ele. Sabia que seu amante lutava constantemente com os instintos naturais de alfa que tinham fincado raiz dentro dele desde que seu pai e irmão morreram. Colocando um beijo atrás da orelha, Finn desabotoou as calças de Tyler e deslizou para baixo até que elas eram uma pilha no chão e Tyler poderia facilmente sair. — O arquivo não disse se era virgem ou não, e não especificamos uma preferência de qualquer forma. — Finn disse enquanto se movia em torno de Tyler, observando o rosto do jovem quando seus olhos corriam para baixo a ereção de Finn. Viu o shifter coelho engolir em seco e podia ouvir que sua respiração tinha acelerado. Deixou Finn feliz saber que o homem, que em breve seria seu companheiro, ficou satisfeito com o que viu. — Hum, não. — Tyler disse a ele, tentando e não conseguindo parar de olhar para a virilha de Finn. — Não sou. Tinha essa coisa com um cara por um tempo. Quero dizer, odiávamos um ao outro, e ele era um idiota total, mas eu era um adolescente com tesão, assim o deixei fazer o que bem queria. Eric rosnou baixo em sua garganta ao lado dele e Finn se virou para olhar para ele com um surpreso, mas encantado, sorriso. Alfas eram possessivos e territoriais por natureza. Eric não gostou de ouvir que o homem que, claramente, já considerava seu companheiro esteve com qualquer outra pessoa, ou foi maltratado de qualquer forma. Finn estava feliz em saber que
Eric estava sentindo, também, a atração em direção a esse estranho. — Bem, isso não é assim que vai ser entre nós três. — Eric assegurou. — Se não quiser fazer algo, então queremos que nos diga. Tyler assentiu e mordeu o lábio inferior. Rapidamente olhou para si mesmo e parecia que apenas agora percebeu que estava nu, exceto por sua cueca. Olhou de volta para eles, hesitante. Ficou claro para Finn que o desejo de cobrir-se era forte e o fez sorrir. Aparentemente preparando-se e, com um encolher de um de seus ombros pálidos, Tyler agarrou a bainha elástica de sua boxer e empurrou-a para baixo. — Ok, então... — Disse o coelhinho, aparentemente encontrando sua coragem. — Vamos começar a festa, não é? Tyler estava, de alguma forma, amavelmente bonito e corajoso ao mesmo tempo. Finn sorriu para ele e se virou para olhar para Eric. O peito de seu parceiro foi subindo e descendo rapidamente, sua respiração foi ficando mais pesada enquanto olhava a forma nua de Tyler. O shifter coelho era um pouco menor do que os dois no departamento virilha, mas também era todo menor. Ao todo, Tyler era proporcional com alguma definição muscular inesperada. — Se esta é uma festa, então você é o convidado de honra. — Finn disse a Tyler enquanto caminhava até a cama e estendia a mão para ele. — Então, que tal nos dizer o que quer. Eric rapidamente concordou e se juntou a eles mais perto da cama. Finn sentou-se e empurrou-se para o centro antes de puxar Tyler com ele. O menor homem acabou espalhado no peito de Finn e o lobo beta não podia resistir a dar-lhe outro beijo. Deslizou a mão para baixo na nádega e deu-lhe um aperto firme. — Oh, Deus! — Tyler gemeu na boca de Finn. — Eu quero tanto... Eric riu e se arrastou até a sentar-se ao lado deles na cama. Inclinouse e beijou um dos ombros de Tyler. — Diga-nos. — Eric exigiu em sua voz autoritária de alfa. Essa voz nunca deixou de girar em Finn, mas gostava de saber o que fazer, na cama,
pelo menos. — Eu quero... — Tyler começou, só para parar quando percebeu que Eric tinha se colocado atrás dele para que pudesse arquear os quadris e empurrar sua cueca, mostrando o seu grande pênis, duro. — Isso na minha boca. A boca de Eric abriu em surpresa com a ousadia de seu futuro companheiro e seu pau deu uma contração, interessado. — Pode fazer o que quiser. — Eric assegurou-lhe, sua voz cheia de excitação. Deitou-se sobre os cotovelos e Finn rapidamente pegou algumas almofadas da cabeceira da cama para colocar sob sua cabeça. — Obrigado, amor. — Disse Eric para ele, puxando-o para baixo para um beijo rápido. Finn piscou para ele e acariciou a mão sobre o peito de Eric. Seus olhos arregalados, como se ainda não conseguisse acreditar na sua sorte, Tyler se arrastou para mais perto e se inclinou sobre a virilha de Eric. Olhou com seus grandes olhos cor de âmbar e sustentou o olhar de Eric enquanto lambia o lábio inferior, tornando-o brilhar na luz baixa, antes de tomar posse de seu pênis e colocando um beijo na ponta sensível. Finn sentou-se por um tempo, para ver o que Tyler estava fazendo. O jovem não parecia que tinha muita experiência, pelo menos de tudo não era tão ruim, mas parecia amar o que estava fazendo. Lentamente deu beijos ao longo do eixo antes de lamber e levá-lo em sua boca, tanto para baixo quanto podia. Tyler fez um som quase choramingando enquanto chupava o pênis de Eric, a mão livre espalhada abaixo no estômago de Eric. O show estava deixando Finn excitado e duro e acariciou-se algumas vezes para tentar aliviar a dor que estava construindo em sua virilha. Sentiu grande mão de Eric em seu traseiro, seus dedos se aproximando do centro. Finn gemeu quando seu parceiro provocou sua entrada com os dedos grossos. Foi bobagem, mas tocou Finn saber que Eric pensava em fazê-lo se sentir bem enquanto recebia um boquete. Finn forçou seus olhos longe da visão tentadora do pênis do Eric
desaparecendo entre os lábios carnudos de Tyler, quando o shifter coelho balançou a cabeça para cima e para baixo e olhou para o rosto de Eric. O alfa parecia em êxtase, com uma mão segurando o travesseiro sob a cabeça, fazendo seu bíceps deliciosamente e a outra empurrando suavemente contra a entrada de Finn. — Deus, preciso que você me foda. — Finn gemeu. Ele afastou-se do toque provocante para que pudesse pegar o lubrificante do armário de cabeceira. Tyler gemeu ao redor de sua boca cheia e lentamente tirou com um pop. — Quero ver isso. — Disse Tyler, sua voz ofegante. Ele era uma visão sexy, sua pele pálida toda corada e seus lábios cheios molhadas de sugar o pênis de Eric. — Você é lindo... — Disse Finn quando ele passou o lubrificante para Eric. — Sua vez de relaxar e desfrutar. Os olhos de Tyler ficaram um pouco grandes e rapidamente concordou com a cabeça. O shifter coelho deitou-se nos cotovelos e olhou para o seu próprio corpo quando Finn se arrastou até ele. Beijou o rapaz profundamente, deixando-o ofegante, beijando antes de fazer lentamente seu caminho para baixo na pele suave de seu corpo. Pegou o pau de Tyler em sua mão e chupou até ao punho. Tyler não resistiu e gritou quando disparou na garganta de Finn. Pego de surpresa, Finn tentou engolir o máximo que podia antes de se afastar. Eric estava sentado agora, seus dedos revestidos com lubrificante e pronto para preparar Finn, mas ambos congelaram. Tyler constrangido, colocou as mãos sobre o rosto rapidamente. — Oh, meu Deus... — Gemeu. — Não posso acreditar que fiz isso. Eu sinto muito. Finn riu e se inclinou para dar um beijo na barriga de Tyler. — Não se preocupe com isso, estou lisonjeado. Eric
se
aproximou,
ainda
sem
jeito,
segurando
lubrificados, aparentemente sem saber se deveria continuar.
seus
dedos
— Finn tem uma boca incrível. Tenho certeza que aconteceu na primeira vez que fez isso. — Garantiu Eric a Tyler. O menor homem moveu suas mãos para longe e olhou para os dois. Ele parecia muito adorável, se Finn fosse honesto. — Não me console. — Disse Tyler. — Foi constrangedor como o inferno. Meu primeiro boquete e gozo como um adolescente em pânico. — Esse foi o seu primeiro boquete? — Perguntou Finn. — E aquele cara que você estava vendo antes? Tyler revirou os olhos e ergueu as mãos. — Por favor, o cara nem sequer me beijava. O máximo que já recebi dele foi um toque ocasional. Eric rosnou novamente, ainda segurando a mão molhada, o que parecia muito ridículo. — Tudo bem. — Disse Finn rapidamente, querendo trazê-los de volta para o aqui e agora. — Eric, você vai transar comigo. — Disse ele em um tom que fez com que o alfa soubesse o que definitivamente acontecendo. — E, Tyler, agora que gozou temos que tentar de novo. Tyler ergueu as sobrancelhas e engoliu em seco. — Certo. Talvez você possa me dar outro boquete. Finn sorriu e inclinou a cabeça para trás para baixo ao longo da virilha de Tyler. Ele estava de joelhos, propositadamente dando a Eric uma bela vista da sua bunda. Tyler fixou os olhos em Finn quando ele baixou lentamente a cabeça e colocou beijos sobre suas coxas e estômago avançando seu caminho mais perto de seu pau. Quando, finalmente, tomou-o na boca de novo, ainda estava flácido, mas definitivamente interessado no que estava acontecendo. Finn levemente lambeu a fenda na ponta, enquanto acariciou delicadamente as bolas de Tyler com o polegar. Tyler suspirou alegremente. — Isso é tão bom. Finn manteve sua provocação e gemeu quando finalmente sentiu os dedos de Eric de volta para onde pertenciam. Estavam juntos há tanto tempo e
se conheciam tão intimamente que sabiam exatamente como tocar o corpo do outro. Eric traçou suavemente a sua entrada várias vezes, quase fazendo cócegas nele e fazendo-o tremer, antes de empurrar lentamente dois dedos de uma vez. Finn gostou da queimadura que veio com a invasão inicial. Gemeu e levou mais do pau de Tyler em sua boca, torcendo sua cabeça enquanto chupava de cima e para baixo. Isso era algo novo e maravilhoso, este sentimento de ser preenchido em ambas as extremidades. Quando Eric decidiu que Finn estava esticado o suficiente, alinhou-se para cima e lentamente empurrou para dentro, fazendo com que ambos gemessem. — Oh, meu Deus... — Disse Tyler, sua voz cheia de admiração. Finn olhou para cima para ver os grandes olhos cor de âmbar do jovem e viu que estava assistindo Eric transar com ele. — Isso parece incrível. Finn sorriu ao redor de sua boca cheia e levou Tyler um pouco mais profundo, fazendo-o animar um pouco em sua boca. Eric deslizou lentamente para dentro e para fora dele por um tempo, provocando Finn como de costume. Gostava de esperar até que Finn estivesse praticamente tremendo com o esforço para não se foder de volta, finalmente dando as batidas que ansiava. Eric estava inclinando-se sobre as costas de Finn o suficiente para agarrar a preensão de seus ombros e usou essa espera para puxar Finn de volta um pouco para satisfazer seus impulsos lentos e precisos. — Coloque um dedo nele. — Eric disse a Finn, com a voz entrecortada e áspera. — Puta merda. — Tyler gemeu, sua cabeça caindo para trás com a mera sugestão. — Sim, faça isso. Foda-me, por favor. Finn, sem deixar sua sucção, estendeu a mão para que Eric colocasse o tubo de lubrificante em sua mão. Finn rapidamente apertou o tubo e colocou algumas gotas no dedo, abrindo as pernas de Tyler de modo que seus joelhos estivessem dobrados, dando a Finn melhor acesso a sua bunda. Trabalhou o dedo lento e o pau de Tyler logo ficou duro novamente na sua boca. Eric revirou os quadris, fazendo cada movimento tortuosamente prazeroso. Finn sentiu que seu pau estava perto de explodir e não tinha as
mãos livres para tocar a si mesmo. Tentou se concentrar em Tyler e sua busca para encontrar a próstata do homem. Ele sabia que tinha encontrado quando os olhos de Tyler se arregalaram, ele gritou e seu pau sacudiu contra o céu de sua boca. — Oh merda, sim, por favor, continue fazendo isso... — Tyler pediu. Ele trouxe um de seus braços sobre o rosto e mordeu seu pulso ao intenso prazer que claramente estava sentindo. Eric era áspero e duro na bunda de Finn e sem aviso, mudou o ângulo um pouco e começou a bater nele com abandono. Finn choramingou, mas gemeu com a sensação quando seu amante transou duro. Se não tivesse a boca cheia sabia que estaria gemendo como uma cadela. Eric foi profundo em cada impulso, estendendo Finn e enchendoo. — Faça-o gozar de novo. — Eric ordenou a Finn. Ambos Tyler e Finn gemeram e Finn engoliu, simultaneamente, Tyler direto para baixo na sua garganta, enquanto esfregava pequenos círculos contra seu ponto doce. Tyler gritou com o duplo assalto e sua mão estava de repente no cabelo longo de Finn, agarrando-o quando resistiu várias vezes, fodendo a boca de Finn, antes de gozar pela segunda vez naquela noite. Finn levou tudo que Tyler havia deixado nele, mas não era tanto para engolir como antes. Tirou delicadamente, lambendo qualquer porra que havia vazado para fora da boca e estendeu para baixo sobre o pau de Tyler. Tyler parecia estar flutuando em uma névoa de felicidade orgástica, com um sorriso tonto no rosto. Finn estava feliz por dar a Tyler uma experiência tão boa. Sem uma palavra, o agarre de Eric sobre os ombros de Finn apertou e puxou de volta, de modo que os dois estavam de joelhos. Eric nem sequer abrandou suas estocadas enquanto se moviam e Finn olhou para baixo para ver o seu próprio pau vazando no tratamento áspero. Eric sabia como dar a ele exatamente o que queria. — Masturbe-se sobre ele... — Disse Eric no ouvido de Finn, antes
mordendo o lóbulo carnudo. — Marque-o. Quero sentir seu cheiro nele. Os olhos sonolentos de Tyler piscaram abertos e alargados com a sugestão. Gemeu e deslizou para baixo de forma que suas pernas estavam entre os joelhos. — Oh, merda. — Tyler gemeu. — Isso é tão gostoso. Finn
mordeu
o
lábio
inferior
e
agarrou
seu
próprio
pênis,
empurrando-se para trás para atender a cada uma das estocadas do eixo de Eric, querendo ser tão pleno e completamente fodido como era possível ser. Cerrou os olhos para o corpo de Tyler, sua pele pálida agora corada em determinados lugares. Ele e Eric tinham falado sujo um com o outro antes, deixando a imaginação tomar conta. Tinham compartilhado até mesmo uma fantasia sobre a existência de outra pessoa em sua cama, mas isso era real. Tyler foi colocado fora dele, seu corpo passou pelos orgasmos que Finn lhe dera. Os olhos de Tyler estavam escuros e focados exclusivamente na mão de Finn, bombeado seu próprio pênis. Ele golpeou duro, o pênis de Eric ainda batendo nele e finalmente encontrou a sua libertação, pintando o peito e virilha de Tyler com seu esperma. Totalmente gasto e em êxtase, Finn tombou em frente a Tyler. Os braços do homem mais jovem aproximaram-se para segurá-lo com ternura, as mãos acariciando as costas dele. Eric tirou antes que Finn pudesse protestar e dizer-lhe para gozar dentro dele. O alfa rugiu enquanto bombeava seu próprio pênis em sua grande mão, disparando sua carga sobre as costas de Finn. — Meu! — Disse Eric, não deixando espaço para discussão. Abaixou a cabeça e deu um beijo suave no ombro suado do Finn. Quando Finn se levantou e olhou para Tyler, o shifter coelho estava sorrindo como um mergulhão. — Acho que vou gostar daqui. — Disse Tyler, abafando um bocejo enquanto Eric estendia a mão para os lenços umedecidos mantidos na mesa de cabeceira e os limpava. Os três se mudaram para a cabeceira da cama e foram para debaixo das cobertas. Tyler estava no meio, o que tornava a primeira vez, desde que
começaram a viver juntos, que Finn e Eric não estavam lado a lado. Aconchegaram-se em conjunto, com as mãos ainda acariciando a pele e beijos suaves ainda estão sendo negociados, até que finalmente dormiram.
Capítulo 7
Acordar imprensado entre dois homens lindos era como Tyler imaginou que seria o céu, se tal lugar existisse. O calor proveniente dos dois o fez querer afundar mais debaixo das cobertas e voltar a dormir. Estava completamente cercado por eles, todos os seus sentidos totalmente submersos neles assim como o perfume de sua vida amorosa ainda pairava no ar. Seria muito fácil deixar-se cair por ambos. À medida que sua mente começou a girar, sentiu Eric subir atrás dele, seu braço forte, musculoso chegando mais e puxando-o para mais perto em seu sono. Tyler teve que fechar os olhos contra o ataque inesperado de emoções que estavam se acumulando dentro dele. Tomou várias respirações profundas e sabendo que quanto mais tempo ficasse lá pior seria, manobrou cuidadosamente seu caminho para fora do abraço de Eric. Quando subiu em cima de Finn, o loiro fungou em seu sono e rolou para o lugar agora vago. Uma vez livre, Tyler olhou para a cama e sentiu seu peito se apertar com a forma como os dois homens estavam segurando um ao outros em seu sono. Precisava sair de casa por um tempo. Precisava para limpar a cabeça e se lembrar do por que estava lá. Silenciosamente, foi até a cômoda e tirou suas roupas de corrida. Agarrou seus tênis e escapando para fora do quarto, obrigando-se a não voltar para uma última olhada. **** Tyler não era realmente um fã do frio, pelo menos não o nível de frio
que havia na ilha. A grama estava molhada sob seus pés enquanto corria pela floresta, deixando a paz e a corrida tranquila. Eram as primeiras semanas de primavera e tinham apenas acabado de se despedir da neve. Tyler não queria nem pensar o quão ruim o clima seria no inverno. Era estranho pensar tão à frente, uma vez que só tinha chegado lá no dia anterior. O inverno havia apenas desaparecido. Lembrou-se do Natal como se fosse ontem e a grande refeição em família. Seu irmão e irmãs, juntamente com seus companheiros, tinham todos se sentado à mesa com os pais dele, rindo e conversando, enquanto Tyler foi obrigado a sentar-se com as crianças em uma mesa separada que era pequena demais para os seus joelhos para se ajustar corretamente abaixo. Era estúpido, já que nunca tinha se importado muito sobre o status ou qualquer coisa, mas nenhum de seus irmãos tinham acasalado com um alfa ou chefe. Uma vez que o seu acasalamento com Eric e Finn passasse, Tyler teria a classificação mais elevada do que todos eles. Não podia negar que isso lhe deu um pequeno prazer. Apostou que todos estavam fumegantes sobre a sua escolha de companheiros. Tyler não poderia imaginar um sentimento pior para uma criança do que se sentir como se fosse um fardo para seus pais. Era como ter uma dor constante dentro do peito e saber que nada poderia alivia-lo. Tinha visto isso nos olhos de seu pai toda vez que o homem olhava para ele. Ele não era querido, mas estavam presos com ele. Não tinha certeza o que fez para decepcionar o seu pai. Lembrou-se quando criança, tinha tentado agradar a ambos os pais, tinha mesmo saído do seu caminho para torná-los felizes, para obter de seu pai algum tipo de amor, mas depois de tantos anos de nada além da indiferença, Tyler começou a agir com o papel que foi dado. Pensavam que era incapaz de levar qualquer coisa a sério, então começou a atuar como palhaço. Seu pai lhe disse que era inútil tantas vezes que começou a acreditar e, finalmente, parou até mesmo de tentar ser nada. Enquanto corria ao longo do perímetro da ilha, encontrou-se
perguntando como seria ali no verão. Apostou que era bonita, com todas as flores selvagens em plena floração e as criaturas da floresta correndo. Imaginou noites quentes passando deitado na praia, olhando para as estrelas. O ar na ilha era nítido e limpo, não tocado pela fumaça dos carros, parecia não haver qualquer um na ilha. Não havia necessidade para eles, realmente, não quando se poderia facilmente caminhar de um lado para o outro dentro de uma hora ou mais, dependendo da velocidade. Tinha visto algumas pessoas em bicicletas enquanto corria, as pessoas que claramente viviam em uma das várias casas pelas quais passou, que eram tão isoladas como a casa alfa. Inevitavelmente, depois de ter corrido por uma boa meia hora, sua mente voltou para a sua própria família. Sua mãe parecia tão perdida, tão triste quando se recusou a sequer dizer adeus a ela. Não importa o que tinha acontecido, seus pais realmente não queriam que deixasse o bando, ou se saísse, queriam que fosse para um bando nas proximidades. Tyler era a pessoa
que
tinha
feito
a
escolha
para
cortá-los
fora
de
sua
vida
completamente. Quanto mais corria, mais forte o sentimento de culpa crescia dentro dele. Sua família não tinha exatamente o maltratado. Eles, certamente, não o fizeram
se
sentir
amado
ou
importante,
mas
nunca
tinham
sido
propositalmente cruéis. Era engraçado como conseguir alguma distância deles ajudou à Tyler ver as coisas mais claramente. Ele e seu pai tinham lutado por tanto tempo, tinha ficado neste impulso destrutivo entre ele por tantos anos, que se perguntou se parte da culpa não devia ser dele. Os dois eram tão diferentes, e Tyler tinha passado grande parte de sua vida desprezando os costumes coelho de vida. Seu pai, sem dúvida, se sentia como se Tyler estivesse atacando a ele e suas escolhas. Estava feliz por estar longe deles, mas não queria ir para sua nova vida com o passado o sobrecarregando. O lado leste da ilha era muito arborizado e tranquilo, exceto pelos sons do oceano caindo no precipício do outro lado e os vários animais que viviam na floresta. As casas que tinham passado não pareciam suficientes para
abrigar toda a população da ilha. Imaginou que devia haver mais casas na cidade, que não eram tão grandes ou tão isoladas. No momento em que acabou de dar a volta na praia, Tyler tinha tomado a decisão de escrever uma carta para seus pais. Mesmo que isso fosse todo o contato que teriam a partir de agora, simplesmente não se sentia bem os cortando de sua vida completamente. Perguntou-se se sua mãe queria que enviasse fotos das crianças que um dia teria. Ela tinha uma parede em sua casa, que estava coberto de fotos dos netos que já tinha. Será que queria as fotos das crianças de Tyler lá, sabendo que provavelmente seriam lobos? — Tyler! — Uma voz chamou-o quando desacelerou para uma caminhada ao longo da avenida. Ele se virou na direção da voz, com um sorriso, já sabendo quem era. Lisa estava de pé do lado de fora do que, Tyler assumiu, era sua loja de roupas. Ela acenou para ele e acenou de volta antes de correr até ela. — Ei! — Disse em saudação. — Este lugar é seu? — É. — Lisa lhe disse com orgulho. — Venha, tenho café. Tyler gemeu com a oferta e seguiu-a para dentro. — Você é minha nova melhor amiga. Lisa riu e caminhou em linha reta através da pequena loja para o quarto dos fundos que estava atrás do balcão. Seu cabelo curto foi cortado na altura do rosto, deixando Tyler ver o quão bonita era. Os Snövargs certamente eram tinham um bom aspecto familiar. Enquanto Lisa estava fazendo seu café, Tyler olhou ao redor do lugar. Era muito moderno para uma loja de roupas numa ilha. Não tinha certeza do que estava esperando exatamente. Algo um pouco mais antiquado, talvez. Havia três seções. Uma delas era para as mulheres, uma era para os homens e a outra era para as crianças. Tyler foi direto sobre a seção dos homens e andou. O lugar estava vazio, exceto por dois deles e Tyler rapidamente percebeu que não tinha ideia do horário. Olhando ao redor, encontrou um relógio na parede, deixando-o saber que era apenas 08:00. Ele se perguntou se Eric e Finn ainda estavam na cama onde os havia deixado, ou se já tinham
começado seu dia. Esperava que não tivessem ficado perturbados por ter saído. Não pensou em deixar uma nota, nem nada. Havia um tema branco e cromo através da loja e grandes janelas na frente, deixando uma quantidade de luz natural entrar. Lisa tinha algumas roupas bonitas em sua loja e Tyler escolheu mentalmente algumas coisas para si mesmo enquanto caminhava. — Você toma com leite e açúcar? — Lisa perguntou-lhe quando voltou completamente com uma caneca em cada mão. — Não, isso está ótimo, obrigado. — Ele foi pela mesa e pegou o copo dela. Respirou o cheiro antes de tomar um gole do líquido quente. — Mmm, perfeito. Ela sorriu para ele, aparentemente se divertindo com a reação dele a uma simples caneca de café. — Você está feliz e saiu cedo. — Sim, precisava de uma corrida, limpar a minha cabeça um pouco— Confessou. — Entendo. Toda a sua vida é diferente agora. Lugar diferente, pessoas diferentes, um modo de vida diferente. — Sim. — Disse a ela. — Obrigado por me lembrar. Ela fez uma careta um pouco e mordeu o lábio inferior. — Sinto muito. Acenou e tomou outro gole de sua bebida. — Este lugar é ótimo. Como é que uma jovem de dezoito anos de idade, possui sua própria loja? Lisa sorriu para o seu louvor e içou-se para cima do balcão, ao lado da caixa registradora. — Eric já era dono do prédio. Costumava deixá-lo com um casal de idosos que vendiam roupas que não tenham estado na moda desde os anos setenta. Tyler riu e apoiou os cotovelos no balcão ficando mais confortável. — Estamos falando de ABBA aqui?
Lisa revirou os olhos para ele. — Não, estamos falando de camisas marrons, veludo cotelê marrom e vestidos com babados marrons. A maioria das pessoas faziam suas próprias roupas ou pagavam outras pessoas a fazê-las. Quando o velho morreu, implorei ao Eric para me deixar ficar com a loja. Passei horas on-line para encontrar os melhores fornecedores e receber desembarques de novidades, uma vez por mês. Também deixo os alfaiates locais e fabricantes de vestiário vender suas coisas através de minha loja. Remodelei e redecorei para me livrar do papel de parede cor de mostarda. — Disse ela, claramente muito orgulhosa de si mesma. — Eric ponderou que fiz um trabalho tão bom que me deu o lugar no meu aniversário de dezoito anos. Tyler sorriu para ela. — Ele parece ser um bom alfa e um bom irmão. — Sim, Eric é o melhor. É por isso que todo mundo esta tão feliz quando você veio aqui. — Ela lhe disse. — Eric merece ser feliz e, agora, com você aqui, ele pode ser. Tyler olhou para o branco, chão brilhante e tentou não deixar que a tristeza que sentia aparecesse em seu rosto. Realmente estava feliz em poder dar a Eric as crianças que precisava, e estava feliz que agora Eric poderia acasalar com o homem que amava, mas não podia deixar de desejar que fosse o próprio Tyler que estivesse fazendo Eric feliz, e Finn. — Vou falar com eles sobre um trabalho mais tarde. — Tyler disse a ela. — Quero começar a ganhar algum dinheiro para que gastar tudo em roupa. — Brincou. Lisa franziu o cenho e se endireitou. — Não seja bobo. Eric e Finn tem uma conta aqui. Você pode ter o que quiser. Ontem à noite, quando Finn e eu chegamos e pegamos a sua roupa, ele disse para pôr o que comprar no futuro em sua conta. Tyler sabia que estavam apenas tentando ser gentil com ele, mas não podia evitar, sentia como se estivesse sendo transformado em um homem mantido. Já era ruim o suficiente que sentia que estava lá para engravidar e
nada mais. A última coisa que queria era ser comprado no processo. — Isso é muito legal da parte deles, mas não me sinto confortável com isso. Além disso, quero trabalhar. No meu bando, a família do chefe praticamente fica sentada e vive do trabalho dos outros e ninguém parece ter problema com isso. — Certamente
não
é
assim
que
funciona aqui. Todos pagam
impostos, com certeza, mas isso vai tudo para cuidar da ilha. A minha família tem dinheiro que vem de gerações de trabalho duro. — Lisa disse a ele. — Então, qual tipo de negócios que acha que gostaria de trabalhar? — Acho vou ajudar Eric a supervisionar todos eles. Ver se posso aliviar sua carga de alguns. — Tyler disse. Lisa sorriu para ele. — Já provando ser um bom companheiro de alfa. Sabe, porém, que, se quiser começar seu próprio negócio, ou trabalhar para alguém aqui, isso seria legal, também, certo? Sei que Eric e Finn querem apenas que seja feliz. Antes Tyler pudesse responder, o pequeno sino acima de a porta tilintou quando um ligeiro calafrio entrou na loja. Tyler se virou para ver quem tinha acabado de entrar, mas o olhar no rosto de Lisa deve já ter-lhe dito. Milla Claesson, a garota do meio, como Tyler estava pensando nela em sua cabeça, veio dançando na loja com outras duas mulheres de cada lado. Estavam rindo de alguma coisa, mas pararam abruptamente quando avistaram Tyler. Mesmo em seu próprio bando, onde foi praticamente desprezado por todos, nunca tinha sido destinatário de tal brilho antes. — Gastando o dinheiro da mamãe cedo, pelo que vejo. — Disse Lisa a Tyler baixinho. Dado por quão rapidamente os olhares se voltaram para Lisa, Tyler assumiu que tinha ouvido perfeitamente. — Estou pegando um vestido para minha mãe. — Milla disse a ela. — Ela pediu um através de você, acredito. Milla estava usando um vestido longo, branco e rendado, com um cardigã rosa sobre os ombros. Ela não tinha um fio de cabelo fora do lugar, enquanto Tyler tinha certeza que tinha lama espirrada nas costas de suas
pernas. O suor de sua corrida estava começando a esfriar em seu corpo, fazendo com que sua pele sentisse um pouco de coceira e incômodo. — Sim, deixe-me pegá-lo para você. — Disse Lisa com um educado sorriso forçado antes de ir para a sala atrás. Tyler pegou sua caneca de café e tentou se esconder atrás dela, mas Milla e suas groupies1 caminharam até o balcão. Ele olhou para cima para encontrar seu olhar frio fixo nele. — Não posso decidir se você é muito corajoso ou muito estúpido. As sobrancelhas de Tyler subiram com a forma como ela estava sendo contundente em falar com ele assim. — Bem, a maioria das pessoas diria que sou um pouco de ambos. — Deve ter certo tipo de coragem para um homem concordar em ser a puta de um alfa. — Disse Milla quando fingiu estudá-lo com um sorriso frio no rosto perfeitamente maquiado. — Quero dizer, para se castrar de tal maneira, deve tomar um tipo especial de confiança. Tyler calmamente sorriu de volta para ela. Na verdade, teve pena dela mais do que qualquer coisa. Tinha ouvido muito pior de outras pessoas e realmente não dava a mínima para isso, então não havia nada que essa mulher pudesse lhe dizer que realmente poderia machucá-lo. — Sim, você está certa. — Disse casualmente. — Você sabe, na noite passada,
quando
estava
na
cama
com
os
dois,
quando
Eric
estava
praticamente louco com a necessidade de estar dentro de mim, eu me sentia muito confiante. O olhar de choque em Milla e os rostos de suas amigas não eram nada comparados com o olhar de Lisa quando saiu do quarto de volta com o vestido para a mãe de Milla. Todas as quatro mulheres se viraram para ele como se não pudessem acreditar que tinha dito tal coisa. Tyler recostou-se no balcão e tomou outro gole de seu café. Antes que alguém tivesse a chance de superar o que Tyler tinha dito, 1
O termo se refere as jovens, muitas vezes menores de idade, que buscam alcançar o status por ter relações sexuais com músicos de rock, roadies, segurança e outros caras relacionadas com banda. E seguem seus alvos para todos os lados.
a porta da frente da loja se abriu, fazendo com que o sino de tinir alto e uma mulher velha veio correndo. — Lisa, é Katja. Ela está lutando com aquela garota Claesson novamente. Lisa e Milla trocaram um olhar horrorizado e preocupado antes que corressem para a porta. Sem saber o que estava acontecendo, Tyler rapidamente correu atrás delas. Uma vez lá fora, era fácil de detectar as meninas quando chegaram na praia, rodeadas por um pequeno grupo de outras crianças e uma professora muito assustada com tudo. — Katja, pare com isso! — Lisa gritou para sua sobrinha quando ela parou no meio da multidão. Tyler seguiu logo atrás dela e uma vez que pode ver o que estava acontecendo, engasgou. As duas meninas tinham deslocado em suas formas de lobo. Ambas estavam cobertas de pelo branco como a neve, que foi salpicado com o sangue de onde se atacaram tão violentamente. Atrás dele, Milla gritou para a outra menina em sueco. Sem saber por que ninguém mais estava tentando separá-las e incapaz de se ficar parado enquanto Katja estava sendo machucada, Tyler correu para elas e ficou entre elas o melhor que pôde. Pegou um punhado de nuca de cada um delas e puxou, recebendo uma mordida rápida de Katja em sua mão. Gritou de dor, deixando de lado as meninas, que foram direto para cima do outra novamente. — Isso é o suficiente. — O vozeirão de Eric, de repente cortou no meio da multidão. Ele gritou com uma força tão autoritária que todos lá choramingaram e viraram a cabeça. Tyler caiu no chão, com os joelhos batendo a areia macia e apertou a mão na ferida de seu peito. Ao lado dele, viu que o comando do alfa tinha forçado as meninas a mudar de volta para seus estados humanos e imediatamente Milla e Lisa estavam se movendo e cobrindo-as tanto com os seus casacos e suéteres. — Ela está bem? — Perguntou a Lisa, que estava ocupada olhando para a menina que parecia perdida no casaco de sua tia. Lisa olhou para ele e balançou a cabeça uma vez.
— E você? Antes que pudesse responder, Eric estava ao seu lado, seus grandes braços indo ao redor dele quando o ajudou a se levantar. — Mostre-me. — O alfa exigiu e se apoderou da mão sangrando de Tyler, que fez uma careta de dor e sentiu seu estômago rolar quando viu quão profunda era a mordida. Tentou puxar a mão, enquanto os dentes ainda estavam em sua mão, de modo que a ferida foi aberta. — Oh Deus, é ruim? — Perguntou, virando a cabeça para longe da visão horrível. Tyler sempre odiou a visão de sangue. — Parece ruim. — O que estava pensando para ficar entre dois lobos lutando? — Perguntou Eric, com sua voz mais suave, agora que já não tinha medo pela segurança de Tyler. — Katja estava coberta de sangue. Pensei que iam se matar. — Disse ele, defendendo suas ações. Eric se inclinou sobre a mão que estava segurando e colocou um beijo carinhoso ao lado da ferida. — Vamos para casa e limpar isso. Tyler engoliu em torno de um pedaço de emoção com o gesto terno. Sentiu que estava caindo para os dois homens mais e mais, caindo num abismo sem fim e nem mesmo tentando parar e era apenas o seu segundo dia lá. Talvez fosse uma prova de quão pouca afeição tinha recebido do único cara que teve ao seu redor. — Milla, leve a sua irmã para casa. — Disse Eric. — Diga a sua mãe que falarei com ela mais tarde. Katja, você vem comigo. — Disse ele em um tom que deixou todo mundo lá sabendo tamanho do problema que ela arranjou. — Senhorita Dahl, por favor, pegue o resto de sua classe e leve para a escola. — Sim, alfa. — Foi tudo o que respondeu, balançando a cabeça para ele antes de se apressar para fazer o que disse. A caminhada para casa foi feita em completo silêncio. Katja tinha o casaco de Lisa puxado para baixo em torno dos joelhos e caminhava alguns
passos na frente deles com a cabeça para baixa. Todo o caminho até lá, Eric estava com o braço em torno do ombro dele, enquanto Tyler segurava sua mão ferida para parar o sangramento. Não foi tão ruim, não para um shifter. Embora shifters coelho se curassem muito mais lento do que os lobos, ainda eram mais rápidos do que os humanos. Perguntou o que a irmãzinha de Milla tinha dito a Katja para deixá-la tão irritada a ponto de mudar e começar a lutar assim. Apesar do que tinha acontecido, não podia evitar, mas esperava que Eric não fosse muito duro com ela. Sentiu pela menina, que tinha perdido tanto.
Capítulo 8
Finn estava na mesa da cozinha, trabalhando na papelada de seu negocio, quando ouviu seu alfa gritar. Não era um grito comum, como estava acostumado a ouvir quando, geralmente, bateu seu dedo do pé em algo. Desta vez, havia gritado com sua voz alfa. Era como um rugido que viajou por toda a ilha. As únicas vezes que Eric usava esse grito era quando estava realmente irritado. Na pia da cozinha a avó de Finn, Elsa, parou o que estava fazendo e virou-se para olhar para ele com as sobrancelhas levantadas. — Eu não sei. Estou aqui com você. — Apontou para ela. — Como poderia saber por que ele gritou? Elsa rapidamente secou as mãos em um pano de prato e se virou
para seu neto. — Porque vocês dois são unidos pelo quadril desde que eram crianças. Estou surpresa que não podem se comunicar telepaticamente. Finn sorriu para ela. — Engraçado. Ele está, provavelmente, apenas quebrando-se em uma luta. Ela sorriu de volta para ele e inclinou a cabeça de um modo que disse: “eu te disse”. Elsa se aproximou e sentou-se em frente a ele na mesa. Ela estava cozinhando desde o início da manhã. Elsa era uma madrugadora típica. Era uma daquelas mulheres que gostavam de estar sempre fazendo alguma coisa. A única vez que iria se sentar era para comer. A cozinha cheirava celestial com o perfume doce de tortas de amêndoas fresquinhas. Finn fechou o laptop, sabendo que não teria qualquer trabalho feito por um tempo, se sua avó estava sentada e dando-lhe toda a sua atenção. Olhou para ela com um sorriso paciente. — Como acha que Tyler está se instalando? — Ela perguntou, seus dedos pegando na massa em torno de suas unhas que a água com sabão ainda não tinha tirado. — Não sei, ele está aqui há menos de um dia. — Disse a ela. — Eu gosto dele. — Disse ela com um sorriso carinhoso no rosto envelhecido. — Tenho um bom pressentimento sobre ele. Finn sorriu para a velha senhora e concordou com a cabeça. — Eu também, vó, eu também. — Então, onde ele estava indo tão cedo esta manhã? Ele escapou daqui como se estivesse tentando evitar uma conversa do dia seguinte com um caso de uma noite. — Disse ela. Finn bufou com a escolha de palavras de sua avó. —Não sei onde ele estava indo. Mas, se fosse eu na sua situação, provavelmente estaria pirando agora mesmo. — Você não parece muito preocupado com isso. — Ressaltou. — Não
acha que deveria estar procurando por ele? —Bem, é uma ilha, por isso, a menos que seja secretamente um shifter golfinho, não acho que possa sair sem nos falar. — Finn respondeu. — E, além disso, acho que é melhor apenas dar-lhe espaço, se isso é o que precisa. Antes que qualquer um deles pudesse dizer outra palavra, ambos sentiram o cheiro de sangue no ar antes de ouvir o som da abertura da porta da frente. Imediatamente os dois estavam em pé, tentando descobrir quem estava ferido e o quanto era ruim. Eric, Tyler e Katja entraram e foram direto para a cozinha. Vendo que a mão de Tyler estava ferida, e vendo o quão abatida Katja parecia, Finn ficou dividido sobre para quem deveria ir em primeiro lugar. — Estão todos bem? — Perguntou. Andou até eles e tomou o queixo de Katja em sua mão, levantando o rosto e a fazendo olhar para ele. — O que aconteceu? Katja parecia envergonhada de si mesma e puxou seu rosto para fora do alcance de Finn, antes de correr para as escadas e ir até o quarto dela. Todos esperaram até que ouviram a porta se fechar. Com um suspiro pesado, Elsa pegou o prato de tortas no balcão e colocou em cima da mesa. — Tenha a mão dele limpa e faça-o comer um desses. Vou ver a Kat. Finn se sentia melhor agora que tinham dito a ele o que fazer. Sua avó era boa assim, em fazer as pessoas se sentirem como se houvesse algo que realmente poderia fazer para melhorar as coisas. Lembrou-se da noite em que o pai e o irmão de Eric morreram, como Elsa lhe tinha falado de seus próprios medos e disse-lhe para estar lá com Eric e as meninas. — Aqui. — Finn finalmente disse, saindo desse pensamento. — Tyler, sente-se. Vou pegar o kit de primeiros socorros. Tyler fez o que lhe foi dito. Eric estava atrás de sua cadeira, quase como se estivesse montando guarda. Tinha a cabeça inclinada, como se estivesse tentando ouvir o que Elsa estava dizendo para Katja.
— Aqui está. — Disse Finn, trazendo a caixa de plástico transparente que estava debaixo da pia. Ela tinha várias coisas que foram acumuladas ao longo dos anos. — Bem, a boa notícia é que Katja não está com raiva. Tyler sorriu para a tentativa de Finn fazer humor e até mesmo os cantos da boca de Eric apareceram. Sentado ao lado de Tyler, Finn tirou algum creme antisséptico, gaze, algumas fitas e algumas bolas de algodão da caixa. — Eric, pode pegar uma bacia de água morna? — Perguntou Finn, obrigando Eric a parar de espionar. Finn pegou a mão ferida de Tyler em sua própria e estudou. Parecia que já estava começando a se curar. Se fosse humano, então Tyler teria certamente precisado levar pontos. Como era um shifter, levaria a Tyler um ou dois dias para cicatrizar completamente. Como um shifter coelho, Finn e Eric tinham aprendido, uma vez que descobriram que estariam acasalados com um, o seu poder de cura não era tão eficaz ou rápido como um shifter lobo. — Então, um de vocês vai me dizer o que aconteceu? — Ele perguntou quando Eric colocou a bacia na frente dele. Baixou um par de bolas de algodão na água, apertou-as e começou a limpar a ferida de mordida de Tyler. O shifter coelho assobiou e estremeceu com o contato. — Eu estava na loja de Lisa e esta mulher entrou, gritando que Katja estava lutando com alguém. Corremos para a praia e vi, ela e essa outra garota, lutando em suas formas de lobo. — Tyler disse a ele. O jovem teve a cabeça voltada para longe do que Finn estava fazendo com ele, mas não conseguiu resistir à tentação de ficar olhando para trás de vez em quando para ver como estava indo. — E Tyler achou que era uma boa ideia tentar separá-las. — Eric não parecia irritado com isso, mas Finn podia imaginar o medo de Eric ao ver Tyler em perigo assim. Podiam ser apenas meninas, mas uma vez deslocadas ainda eram lobos. — Sim, bem, não podia apenas ficar atrás e vê-las se machucar. — Disse Tyler, com um encolher de ombros. Uma vez que o ferimento foi limpo, Finn esfregou suavemente algum
creme antisséptico e enfaixou-o em gaze. — Você tem que mantê-lo seco. Ah, e coma um desses, porque avó disse e todos sabemos, melhor do que nunca, que não devemos a desobedecer. Ambos Tyler e Eric sorriram com isso e Eric se inclinou sobre o encosto da cadeira de Finn para beijá-lo no topo da sua cabeça. — Esta é a segunda vez que Kat e Kristen Claesson lutaram, mas esta foi a primeira vez como lobos. — Então, ela é irmã de Milla. — Perguntou Tyler. Ele pegou uma torta com a mão boa e deu uma grande mordida. — Sim. A última vez que brigaram, nenhuma delas realmente se machucou. — Disse Eric, olhando desanimado. — Sinto como se não conseguisse falar com ela. — Posso tentar falar com ela? — Perguntou Tyler, rapidamente tentando engolir o bocado. — Quer dizer, sei que é sua sobrinha, e que a ama, mas às vezes é mais difícil de falar com as pessoas que estão perto de você do que é para as pessoas que acabou de conhecer. Eric pareceu considerar a oferta com cuidado. Seus olhos se encontraram com o de Tyler, antes de acenar a cabeça lentamente. — Talvez esteja certo. — Você sabe que realmente me sinto mal por Kristen. Ela está claramente pegando o ódio de sua mãe e irmã. — Disse Finn. Tyler franziu o cenho para ele. — O que quer dizer? Sei que Milla queria ser a outra companheira de Eric, mas é uma idiotice guardar rancor sobre algo assim, certo? Será que simplesmente assumiram isto? Você não chegou a dizer nada? — Não. — Disse Eric com certeza. — Nunca. Como é que sabe de tudo isso, afinal? — Lisa me disse. Milla estava olhando para mim noite passada, então Lisa me contou tudo. Então ela tornou sua antipatia por mim muito clara esta manhã na loja. — Disse Tyler.
— Ela disse algo para você? — Eric perguntou seu tom de voz não mais macio e carinhoso. Estava de volta no modo alfa. — Se disse qualquer coisa para incomodá-lo, então precisa me dizer. Tyler olhou para ele com um misto de espanto e diversão em seus olhos castanhos. — O que? Então vai e diz para elas pararem de ser malvadas comigo? Sem ofensa, Eric, mas acho que posso lidar com um casal de garotas mal-intencionadas. Eric pareceu ceder e Finn sentiu por ele. Deveria ser difícil para ele, como um alfa super protetor, ter um shifter coelho como um companheiro, alguém que era fisicamente mais fraco do que todos os outros na ilha. — Você está certo. — Eric admitiu. — Sinto muito. Tyler sorriu e estendeu a mão para pegar a mão dele. — Não sinta. É realmente muito bom que se preocupe. Os dois trocaram um olhar suave e Finn viu-se sorrindo para eles. — Sabem o que precisamos? Os dois se viraram, dando-lhe toda a sua atenção. — Um encontro, essa noite. — Disse Finn. — Precisamos passar uma noite juntos e sozinhos. Eric sorriu para ele. — Isso soa perfeito. Vou perguntar se Elsa pode ficar com as meninas. — Claro que ela vai! — Finn disse com um grunhido. Sua avó adorava as meninas como se fossem suas próprias netas. — Ok, então. — Disse Tyler enquanto se levantava da mesa. Estava praticamente sorrindo para os dois. — Isso vai ser divertido. Nunca estive em um encontro. Logo em seguida Finn soube que ia ter que fazer algo especial, algo muito romântico, para se certificar de que o primeiro encontro de Tyler fosse bom. — Ok, bem, preciso começar a trabalhar. — Disse Eric, inclinando-se
para beijar Finn, como sempre fazia quando saia para o trabalho. Hesitou por um momento, antes de beijar Tyler também, ainda um pouco inseguro e estranho com tudo o que encontraram em seu novo relacionamento. — Tenho algumas coisas para fazer no meu estúdio. — Finn disse a Eric. — Então vou com você. Ele segurou a parte de trás da cabeça de Tyler e puxou-o para um beijo rápido, sorrindo para o olhar satisfeito que deixou no rosto do homem mais jovem. — Boa sorte com Kat. — Disse Eric antes de partirem. — Se ela não falar com você, não tome isso pessoalmente. Às vezes, ela só precisa de tempo para se refrescar antes que vá pedir desculpas. Tyler assentiu, parecendo um pouco nervoso, antes de empurrar o resto da torta na boca.
**** Tyler havia esperado até Elsa voltar para baixo, não querendo sobrecarregar Katja. A velha apenas balançou a cabeça para ele, quando entrou na cozinha, o que indicava que não tinha tido sorte. Preparando-se, Tyler se levantou da mesa e fez o seu caminho para cima. Levantou a mão ilesa e bateu na porta do quarto que Katja e Inga compartilhavam. Poderia não ter um nariz tão delicado como um shifter lobo, mas Tyler era sensível o suficiente para saber que realmente precisava tomar um longo banho quente. Suas roupas ainda estavam ligeiramente úmidas de suor de sua corrida e torceu o nariz quando sentiu o cheiro do odor. Depois de trinta segundos sem uma resposta Tyler lentamente abriu a porta, entrando. — Katja? — Chamou baixinho quando entrou no grande quarto. Ficou claro que as duas meninas tinham seus próprios interesses e gostos. O lado de Inga da sala estava cheia de ursos de pelúcia, bonecas e apetrechos de balé. As paredes eram de uma cor creme neutro, mas enquanto colcha de Inga era todo rosa corações e estrelas, a de Katja era roxo escuro com listras lilás e
preto. O Lado da garota mais velha tinha um monte de livros, bem como alguns materiais de arte e um cavalete com uma pintura inacabada que parecia muito emo para uma criança de nove anos de idade. Katja estava deitada em sua cama olhando para o teto, o sol da manhã brilhando em seu rosto. — O que quer? — Ela perguntou com sua voz rouca de tanto chorar e completamente desprovida de emoção. Tyler queria ir até ela e dar-lhe um abraço, mas não achava que ela era o tipo de garota que gostaria disso, especialmente com a forma como ele estava cheirando. — Queria ver como está. — Tyler disse a ela enquanto se movia lentamente para dentro do quarto. A menina virou a cabeça para olhar para ele, com os olhos se fixando em sua mão enfaixada. — Desculpe-me, te mordi, não queria... — Disse finalmente. Ela havia se vestido com uma calça jeans azul escuro e um suéter azul claro listrado. — Eric está realmente zangado? Descobrindo que não ia morder a cabeça dele, Tyler se aproximou e sentou-se na extremidade da cama. Katja sentou-se, abrindo espaço para ele, e puxou as pernas debaixo dela. — Ele não está zangado, está apenas chateado que nos machucamos. — Tyler disse a ela. — Ele disse que não é a primeira vez que isso aconteceu. Quer me dizer por quê? Katja olhou para a colcha e começou a brincar com um pedaço de algodão solto. — Kristen sempre implica comigo. Ela tira sarro das minhas roupas e meu cabelo. — Disse Katja. Com o cenho franzido, Tyler olhou para a menina. — Não há nada de errado com sua roupa ou seu cabelo. Você tem o cabelo bonito. Ela sorriu para ele, hesitante e encolheu os ombros. — Ela
só
gosta
de
ser
malvada. Não
me
importo,
não
me
incomoda. Às vezes, ela fala sobre como é estranho que estou sendo criada
por dois homens, e que algumas pessoas pensam que eu deveria ter uma nova mãe. Mas hoje estava falando de você. Ela disse que sua irmã lhe disse que você não era um homem de verdade, porque poderia ter filhos e que era apenas um... Bem, não estou autorizada a dizer palavrões. Tyler sentiu sua boa mão enrolar em um punho que descansava sobre o joelho. Ela não precisava terminar a frase, porque tinha certeza que era a mesma coisa que Milla tinha lhe dito na loja mais cedo naquele dia. Não era nada novo para ele. Não era como se não tivesse ouvido tudo isso antes. Apesar de ter sido considerado raro e abençoado por muitos por sua extraordinária habilidade, havia sempre aqueles que a usavam para zombar dele por ser diferente. Muitas vezes, quando tentou jogar futebol com outros meninos, um adolescente disse-lhe para ir se sentar e assistir com as mulheres. O fato de que Milla tinha dito essas coisas para uma menina de nove anos de idade, foi o que o irritou, tinha espalhado seu ódio para uma criança. Olhou para Katja e viu que ela estava olhando para ele com cuidado, como se esperando para ver como reagiria à notícia. Sorriu gentilmente e estendeu a mão para acariciar seu brilhante cabelo, preto. — Kat, não quero que brigue por minha causa, ok? Estou acostumado com valentões. Tenho lidado com eles toda a minha vida. Mesmo que me faça feliz saber que se importa comigo, odeio que tenha se machucado hoje. — Disse. — Você está muito ferida? Parece bem. Katja assentiu uma vez. — Estou bem. Mudei um par de vezes quando chegamos a casa. Não estava ruim de qualquer maneira. Talvez você devesse mudar para curar. — Realmente não é assim que funciona conosco, shifters coelho. A verdade é que curamos mais lentamente em nossas formas animais. — Disse a ela. — Não somos tão duros como vocês, lobos. — Será que se transformou para entrar em brigas? — Ela perguntoulhe quando se aproximou um pouco mais dele. — Com os valentões, quero dizer? — Eu? — Perguntou ele com uma risada. — Não. Era uma das
menores crianças da minha classe, não teria tido uma chance. Não, tenho um pouco mais de criatividade com a minha vingança. — Assim como as brincadeiras que 1me falou ontem à noite? — Perguntou ela, de repente, animando-se com a perspectiva de ouvir mais sobre elas. — Qual foi a melhor que já fez? Tyler hesitou por um momento. Por um lado, não queria ser uma má influência para ela, mas, por outro, certamente trolar com os agressores ao invés de lutar fisicamente era uma opção melhor. Respirando e preparando-se para o fato de que, provavelmente, iria deixar Eric muito louco em algum momento no futuro próximo, Tyler pensou sobre todas as brincadeiras que havia feito. — Ok, vou te dizer. — Disse ele, inclinando-se como se tivesse conspirando e sentiu-se satisfeito quando Katja sorriu ainda mais. — Havia um menino na escola que queria namorar uma das minhas irmãs. Ele era um idiota total para mim em segredo, mas agradável como uma torta na frente de todos os outros. — Então o que fez? — Ela perguntou impaciente. Tyler sorriu para o entusiasmo da menina. Ambas, Katja e Ingá, estavam encontrando rapidamente seus caminhos em seu coração. — Ele era muito loiro e tinha um cabelo perfeito, flexível. Então coloquei corante rosa brilhante em seu frasco de xampu. Essa é provavelmente a minha favorita por causa do quanto odiava o cara. Katja riu e pareceu relaxar ainda mais. — Aposto que ele ficou realmente louco. — Oh, sim! — Tyler ainda lembrava a mão em torno de sua garganta. — De qualquer forma, realmente preciso de um banho e você deve ir até a cozinha e comer algumas das tortas que Elsa fez, porque são incríveis. Katja pareceu ficar tímida quando ela saiu da cama. — Não vou voltar para a escola hoje, então talvez depois de tomar banho pudéssemos sair e poderia me dizer um pouco mais? Tyler sorriu para ela e rapidamente lhe deu um abraço.
—Adoraria isso. Ele sorriu, enquanto observava a garota descer as escadas em busca de guloseimas e fez o seu caminho para o seu próprio quarto em busca desse chuveiro.
Capítulo 9
Tinha sido um dia muito bom, sair com Katja, aprender um pouco de sueco da menina e dizer-lhe sobre mais algumas brincadeiras que tinha feito enquanto ambos se fartavam com tortas. Estava tentando pensar em uma brincadeira que ela pudesse jogar na menina Claesson da próxima vez que ficasse brava, que não iria deixar ninguém ferido ou em muita dificuldade, mas tinha dito a ela que iria pensar depois. Eric chegou à casa um pouco depois do almoço e sentou-se com eles na sala de estar por um tempo, puxando Katja para um abraço depois que ela disse a ele como estava arrependida e a manteve lá o tempo todo. Após o almoço, Eric tinha se fechado em seu escritório, que era uma pequena sala ao lado da cozinha, para que pudesse terminar a papelada. Quando Finn tinha chegado a casa, algumas horas mais tarde, ele e Eric tinham sussurrado por um tempo, fazendo Tyler suspeitar de algo, antes de lhe dizer para encontrálos no deque em uma hora. Quando o sol começou a se pôr, Tyler saiu da casa e foi para a borda do penhasco como instruído. Quando Tyler fez o seu caminho até a área do terraço na parte de trás da casa, podia ver que a fogueira estava acesa e que também havia uma sequencia de luzes de fadas espalhadas ao redor do corrimão. Eric e Finn estavam numa pequena mesa redonda, que parecia ter um par de pratos cobertos sobre ela, bem como um balde de gelo com uma garrafa de champanhe dentro. Estavam ambos vestidos elegantemente, mas
sem exagero. Cada um usava um par de jeans escuro com uma camisa legal. A camisa de Finn era preta, que fazia seu cabelo loiro, solto, se destacar ainda mais do que o normal, enquanto que a camisa de Eric era branca lisa. Ambos estavam lindos e de repente tudo que Tyler podia pensar era em tudo que tinham feito na noite anterior. — O que é tudo isso? — Tyler perguntou quando se aproximava. Deu um passo para o convés e viu que havia um cobertor grosso e felpudo que estava disposto sobre a madeira dura. Não que Tyler tivesse qualquer conhecimento de primeira mão sobre romance, mas já tinha visto o suficiente de comédias românticas ao longo dos anos para saber o que os dois shifters lobos estavam fazendo. — Isto é um piquenique noturno com vista para o oceano. — Disse Eric com um encolher de ombros. — Foi ideia de Finn. Queríamos que soubesse o quanto estamos felizes que nos escolheu e nos certificar que saiba que é apreciado. Finn revirou os olhos com a explicação literal de Eric. —Claro, que é o que ele disse, mas de uma maneira mais romântica. Tyler
riu
e
imitiu
os
lobos
quando
se
sentaram
no
grande
cobertor. Pegou rapidamente uma taça de champanhe e tomou um pequeno gole. Não era um grande amante de champanhe, mas como tinham se esforçado, provavelmente teria bebido até suco de cenoura a fim de torná-los felizes e realmente odiava cenouras. O sol poente atrás deles estava jogando laranjas vibrantes e rosas florescentes no céu. Não havia edifícios de maneira que a vista e o show de luzes refletidas no oceano o transformaram em uma piscina brilhante com lava derretida. Era lindo. Finn colocou alguns pratos de comida para baixo entre eles. Havia um monte de salgadinhos, incluindo sanduíches, chocolates, doces e bolos. — Oooo... Bolo! — Disse Tyler animadamente, alcançando um dos de chocolate e comendo-o todo. Mal mastigou antes de engolir e lamber o glacê de seus dedos. Olhando para cima a partir do que estava fazendo, viu que os
dois estavam sorrindo enquanto o observavam. — Nossa, minha mãe teria ficado horrorizada com minhas terríveis maneiras à mesa. — Disse com um sorriso triste. Realmente não queria pensar sobre a família que tinha deixado para trás, mas não conseguia se conter. — Bem, felizmente não estamos em uma mesa. Aparentemente, romance significa nos livrar das cadeiras perfeitamente boas que tinhamos aqui para que todos possamos sentar no chão. — Eric disse a ele quando estendeu a sua própria taça de champanhe para Tyler brindar com ele. Mais uma vez, Finn revirou os olhos para o seu parceiro. — Porque
se
estivéssemos
em
cadeiras,
então
não
seria
um
piquenique. — E piqueniques são de algum modo mais romântico do que jantares regulares com cadeiras confortáveis? — Perguntou Eric. Ficou claro pela forma como os seus olhos estavam sorrindo que estava apenas brincando com Finn. Na verdade, estava deixando Tyler mais relaxado com tudo que tinha visto até agora. — Sim! — Finn gritou antes de dar-lhe um empurrão brincalhão. — Juro que não tem um único osso romântico em seu corpo. —É
mesmo?
—
Eric
respondeu
timidamente,
um
sorriso
se
espalhando pelo rosto. — Então, como explica isso? Tyler observou quando Eric enfiou a mão no bolso e tirou três anéis de prata correspondentes. Eram anéis simples à primeira vista, mas quando Tyler inclinou-se podia ver que em cima deles haviam nós celtas intrincados com uma cabeça pequena, mas detalhada, de lobo no centro. No interior havia algumas runas gravadas sobre o metal. — Uau! — Disse Tyler, olhando para cima para encontrar os olhos de Eric. Finn estava aparentemente sem palavras pela primeira vez. Ele só olhava para Eric como se o estivesse vendo pela primeira vez. — O lobo dentro é Fenrir, o antigo deus nórdico que nosso povo costumava acreditar que nos criou. — Explicou Eric. Ele segurou os três anéis em sua grande mão e pegou um deles antes de entregá-lo para Finn. — Eles
faziam parte de um conjunto de treze, feitos há muito tempo por uma ordem secreta de shifters lobo. Temos apenas três deles. Não se sabe o que aconteceu com o resto, mas pensei que, como havia três deles, isso poderia ser considerado um sinal de que devemos tê-los. Finn pegou o anel que estava sendo oferecido a ele com cuidado, quase com reverência. Eram, aparentemente, muito antigos e muito preciosos para os lobos Snövarg. Tyler estava incrivelmente tocado e extremamente apreensivo em ter um. Ainda assim, quando Eric estendeu a mão para ele, Tyler levou o anel de prata e deslizou no dedo. Era grande demais para seu dedo anelar então os testou outros dedos até encontrar um que se encaixava bem. Supôs que realmente não importava o dedo em que estava. A troca de anéis de casamento era um costume puramente humano. — Obrigado... — Disse enquanto olhava para anel que repousava em seu dedo médio. — Sei que não é comum para os shifters usarem anéis de casamento, mas pensei que seria bom termos estes. — Disse ele. O grande homem parecia incrivelmente desconfortável. Tyler achou muito simpático e não conseguiu parar de se inclinar e beija-lo rapidamente. Quando eles se separaram os dois olharam para Finn, que ainda não tinha dito uma palavra. — Finn? — Perguntou Eric. Estendeu a mão e pegou o anel na palma da mão de Finn, de onde ele ainda estava olhando para ele. Eric segurou a mão de Finn e deslizou-a sobre o dedo indicador antes de beijar os dedos do homem. — Como estou para o romance? Finn sorriu para ele e quando falou, parecia um pouco engasgado. — Foi muito bom. — Admitiu quando se inclinou para dar um beijo de sua autoria. Deveria ter sido um momento puramente bonito e alegre para Tyler, mas houve um zumbido inquieto em seu estômago. Por mais que estivessem tentando lhe fazer se sentir parte do seu amor, o conheciam há apenas um dia. Não o amavam, não de qualquer maneira. Queria chegar a um ponto onde
sabia que olhavam para ele, como olhavam um para o outro. Queria acordar imprensado entre eles daqui a vinte anos. Em pouco menos de duas semanas, iria se ligar a eles para o resto de sua vida. Queria ficar ali, sob a lua crescente, recitando os votos de acasalamento e depois de receber as mordidas de acasalamento, saber que o amavam. Agora era alguém que gostavam e os três tinham acabado de ficarem noivos. Viu seus dois lobos se beijar com tal prática e facilidade que sentiu seu coração apertar. Já estava se apaixonando por eles, talvez por isso, não era impossível que poderiam se apaixonar por ele, também. Tomou um gole de champanhe e prometeu que faria o que fosse necessário para que o amassem no momento em que seu acasalamento acontecesse. Sabia que para fazer isso tinha que deixá-los saber seu verdadeiro sentimento. Não conseguia esconder partes de si mesmo deles. Tinha que ser despojado e completamente aberto para que realmente pudessem vê-lo. Levantou-se, chamando suas atenções, e começou a tirar suas roupas. Imediatamente o perfume no ar mudou quando os dois homens observaram-no se despir. Sorriu para eles quanto tirou tudo para baixo, deixando apenas o seu novo anel no lugar. — Quero mudar para vocês. — Disse-lhes. — Quero que vejam exatamente com o que vão estar acasalados. Os olhos de Eric suavizaram com as palavras de Tyler, enquanto Finn se levantou de joelhos animadamente. — Ok, — Finn disse a ele. — Mas se for adorável vou querer fazer você de animal de estimação. Tyler assentiu uma vez e respirou fundo. — Oh! — Disse quando ele se lembrou que ainda tinha o anel no dedo. Estava prestes a tirá-lo, mas a mão de Eric disparou e parou. — O anel vai mudar com você. — Eric assegurou. — Pelo menos os livros de história afirmam que vai e se não, então só vai cair de qualquer maneira. — Certo. — Disse Tyler antes de cair em suas pernas. Fechou os olhos
e deixou a mudança rolar sobre ele. Era algo que vinha fazendo desde que nasceu. Era tão fácil como respirar para Tyler. Era semelhante a um reflexo, como piscar ou engolir. Quando abriu os olhos novamente, estava em forma de coelho. Era maior do que um coelho médio, mas não tão assustadoramente. Poderia encontrar-se em um livro de recordes do mundo se fosse capturado e fotografado por humanos, mas por outro lado era do tamanho de um cão de tamanho médio. Era um coelho gigante, flamejante, coberto de pêlo cinza suave, pálido quase branco. Tinha duas grandes orelhas que se levantaram sobre o topo de sua cabeça e os mesmos olhos castanhos cor de âmbar que tinha como um ser humano. Contraindo o nariz para obter um cheiro dos dois lobos, Tyler estendeu-se em direção a eles. Finn fez um som que era parecido com um grito de dor, fazendo os ouvidos de Tyler se movimentar em um segundo. — Oh, meu deus, quero tanto pegá-lo e abraçá-lo e apertá-lo. — Finn disse antes de se inclinar mais e morder o ombro de Eric, em um esforço para parar a si mesmo. Tyler apenas bufou para ele e pulou um pouco mais perto. Eric riu e estendeu a mão para Tyler farejar. O lobo alfa cheirava a terra e almíscar com uma pitada de neve caída, fresco. Com um sorriso carinhoso no rosto, Eric moveu a mão ao redor da parte de trás do pescoço de Tyler para dar um arranhão a pele. Tyler fechou os olhos e inclinou-se para o toque. — Você é a coisa mais fofa que já vi e já vi Inga rolando brincando com um ursinho de pelúcia em sua forma de lobo. — Disse Finn, fazendo Eric rir. Era bom ver o alfa geralmente sério tão relaxado e descontraído. Tyler poderia contar com os dedos da mão o número de vezes que tinha visto o sorriso de Eric. Logo a mão de Finn se juntou a de Eric e os dois homens acariciaram e coçaram Tyler até que começou a se perguntar como eles se pareciam em suas formas animais. Ele deu a mão de Eric um aperto suave e alegremente
pulou
para
as
patas
traseiras,
enquanto
suas
dianteiras
repousavam sobre o peito forte de Eric. Contraiu o nariz para o homem antes
de pular fora dele e lançar-se para fora. Virou-se para eles com expectativa, mas ambos estavam apenas observando-o com expressões divertidas. — Aonde você vai? — Perguntou Eric. Bufando, Tyler inclinou a cabeça e olhou para eles com expectativa, esperando que fossem seguilo. Realmente não queria ter que mudar de volta apenas para dizer-lhes para mudarem. Mudar em um curto espaço de tempo poderia realmente atrapalhar o seu equilíbrio. Pulou um pouco mais longe deles e ouviu os dois em pé. Olhando para trás para eles por cima do ombro, bufou de novo. — Você quer que a gente corra com você? — Perguntou Finn. Aliviado, Tyler acenou com a cabeça o melhor que pôde e pulou no local. Ambos pareciam estar tentando não rir de seu comportamento, mas Tyler não se importava. Estava feliz que poderia fazer seus companheiros sorrir, mesmo que fosse à sua custa. Sabia que as matilhas de shifter lobo corriam juntas muitas vezes, mas duvidava que um shifter coelho tivesse corrido com eles. Era muito rápido, considerando seu tamanho, mas duvidava que pudesse fugir de um lobo. Talvez ganhasse em uma corrida rápida, mas não em uma maratona. Observou que ambos os homens tiravam suas roupas e
ficavam
de
quatro,
transformando
seus
corpos
com
facilidade
e
rapidez. Ambos se pareciam em suas formas de lobo, embora Eric fosse um pouco maior. Ambos estavam cobertos de pele branca de neve, mas Eric tinha algumas manchas escuras no peito e nas pernas. O que era realmente incomum sobre Eric eram os olhos. Nunca tinha visto um lobo branco de olhos verdes antes. Pulando para mais perto deles animadamente, Tyler cheirou os dois, seus aromas muito mais fortes em suas formas de lobo. Finn latiu para ele e se aproximou sua cauda abanando, quando fungou o tempo todo atrás de Tyler. O coelho pulou longe do frio do nariz molhado e bateu a cabeça na lateral do pescoço de Finn. Com um grunhido brincalhão, Finn fugiu e correu para o bosque perto da casa. Eric assistiu Finn ir antes de olhar de volta para Tyler, aparentemente esperando o coelho o seguir. Sentindo-se livre e pleno de alegria, Tyler rapidamente perseguiu Finn com Eric logo atrás. Os três
passaram uma boa hora brincando na floresta. Tyler observou como Finn e Eric lutaram por um tempo, então se resignou ao fato de que não havia nenhuma maneira de pará-los de dar-lhe um bom banho de língua. Também esfregaram seus focinhos e cabeças sobre cada parte dele, certificando-se que tinha seus aromas agarrado a ele. Nunca iria admitir o quanto amava a atenção.
**** Haviam corrido e brincado na floresta por quase uma hora até que fizeram o seu caminho de volta para o deque. Eric adorava correr em sua forma de lobo. Havia poucas coisas na vida que poderia realmente se comparar a
isso.
Tinham
rolado
em
conjunto,
brincado
e
perseguido
um
ao
outro. Quando viu Tyler bocejar, que pelo amor de Tyler nunca iria comentar sobre o quão bonito era, sabia que era hora de voltar para o deque. Uma vez de volta no deque de madeira, Eric deixou a mudança passar por cima dele. Estremeceu quando seu corpo se transformou e ficou em pé, se esticando quando mudou. Olhou para trás e viu que Tyler e Finn estavam seguindo o exemplo. Ambos ainda tinham os anéis o que fez Eric satisfeito por ver que tinham ficado no lugar depois de tudo. Tinha sido algo que havia pensado na noite passada, enquanto ficou lá ouvindo os batimentos cardíacos dos dois homens, enquanto tentava dormir. Lembrou-se de seu pai dizendo-lhe sobre a história da seita Fenrir e mostrando-lhe os anéis que a avó de Eric havia coletado, sendo algo precioso da história como era. Era triste Eric ver que tal fonte de conhecimento se foi. Desejou que tivesse aprendido mais, tanto de sua avó quanto de seu pai, quando ainda estavam vivos. Assumiu que tinha todo o tempo do mundo com os dois. Lembrou-se de seu pai dizendo-lhe como sua mãe queria os anéis, e que havia passado anos tentando encontrar os anéis, mas ela tinha morrido antes que pudesse completar sua coleção. Eric não sabia o que os anéis tinham feito para a seita Fenrir, mas para simbolizavam família e a matilha. Tyler era uma parte de sua matilha agora, sua família.
Ao invés de se vestir de imediato, Eric cedeu à vontade súbita de envolver Tyler em seus braços e beijá-lo. O shifter coelho parecia chocado quando Eric colocou os braços ao redor dele e puxou-o contra o peito. — Obrigado por nos escolher. — Eric sussurrou antes de trazer sua boca para baixo e roçar sobre a de Tyler. — Estou muito feliz que está aqui. Ele beijou Tyler lentamente, provocando os lábios do coelho com a sua língua. Manteve-o leve e suave, enquanto suas mãos desenhavam padrões sem sentido em suas costas nuas. Tyler choramingou suavemente em sua garganta e empurrou-se com mais força contra o corpo de Eric em uma demanda para mais. — Bem, já estamos nus, por isso parece um desperdício não aproveitar o fato. — Disse Finn quando facilmente caminhou até eles e beijou ombro de Eric. Quebrando o beijo com Eric, Tyler sorriu para Finn. — Não posso acreditar o quão diferente minha vida é agora. — Diferente embora Bom, certo? — Finn perguntou de pé ao lado de ambos e passando a mão pelo braço nu de Tyler. — Quero dizer, essa vida tem mais orgasmos. Tyler sorriu antes de inclinar-se e beijar Finn na boca. — Oh, não, não tem a mesma quantidade de orgasmos, só que mais deles vinham de minha própria mão. Percebendo os arrepios que tinham vindo até os braços de Tyler, Eric pegou sua mão e levou-o até a fogueira. O grande cobertor felpudo estava bem ao lado dela, distribuído ao longo do convés. Eric sentou-se e gentilmente puxou Tyler com ele. Assegurou que Tyler estava o mais próximo possível do fogo. Como shifters lobo, ele e Finn não sentiam o frio tanto como Tyler. — Podemos voltar se ainda está com muito frio. — Disse Eric a Tyler enquanto esfregava a mão sobre o braço em uma tentativa de aquecê-lo. Finn veio sentar-se com eles, a fogueira bruxuleante dançando sobre o peito firme. Tyler se levantou sobre os joelhos. Seu corpo nu estava liso e bonito,
e Eric desavergonhadamente deixou seus olhos se embebedar com a visão. Queria passar a noite lambendo cada centímetro dele, fazendo-o contorcer-se debaixo da sua língua molhada. O pau de Tyler estava mostrando sinais de interesse, enquanto seus olhos apreciavam os corpos tanto de Eric quanto de Finn. — Não quero voltar para dentro. — Assegurou-lhes Tyler, sua voz caindo para um tom sedutor. Ele se arrastou ao longo de modo que estivesse montando o colo de Eric, inadvertidamente, roçando os pênis um contra o outro enquanto colocava seus braços ao redor do pescoço de Eric. — Então o que quer? — Perguntou Finn. Eric poderia dizer que ele estava afetado pelo pequeno show de Tyler. Sua voz estava ofegante e grossa quando chegou mais perto para que pudesse arrastar alguns beijos para baixo sobre os ombros de Tyler. — Quero que me foda. — Disse Tyler, sua inocência tímida agora muito longe. — Você também. — Disse quando virou a cabeça para encontrar o olhar surpreso e feliz de Finn. — Deus... — Finn gemeu. — Acredite em mim, queremos isso também, mas não nos lembramos de comprar preservativos hoje. Eric sentiu a sugestão de Tyler ir direto para o seu pau. Tendo o menor no colo e nos braços era uma grande tentação. Não queria nada mais do que transar com o shifter coelho certo como estavam agora, depois descansar e assistir Finn fazer o mesmo. Enfiou os dedos na carne da bunda de Tyler e apenas mal resistiu ao impulso de rosnar de frustração. — No bolso da minha calça. — Disse Tyler com um sorriso. — Elsa me deu algum. Finn começou a engasgar com as palavras de Tyler. O próprio Eric ficou mais do que um pouco surpreso. — Sinto muito. A minha avó deu-lhe preservativos? — Perguntou Finn em descrença. Tyler deu de ombros, seu sorriso firmemente fixado como se achasse toda a coisa engraçada mais do que mortificante.
— Sim. Quando estava saindo, na verdade. Disse que provavelmente não era uma boa ideia eu engravidar antes do acasalamento... Estou parafraseando. — Oh, Deus. — Finn gemeu. — Essa mulher não tem limites. — Cale-se e pegue os preservativos. — Eric rosnou, fazendo Finn se voltar para ele com surpresa. — Sim, alfa. — Disse sarcasticamente, claramente divertindo-se com quanto Eric estava afetado com o pensamento de conseguir transar com seu futuro
companheiro. Finn
pegou
as
camisinhas
do
bolso
das
calças
descartadas. Havia quatro lá dentro. — Amo minha avó. — Disse Finn quando voltou. Tyler sorriu para ele e tentou deslizar do colo de Eric apenas para os braços do alfa travar ao redor dele, segurando-o no lugar. — Uh, Eric? — Perguntou Tyler. Parecia um pouco inseguro enquanto tentava ficar livre. — Vou precisar me mover para colocar isto em você. Eric parecia sair de seu torpor, enquanto seus olhos olharam para o preservativo que Finn tinha pressionado na mão de Tyler. — Desculpe. — Disse Eric com um olhar tímido no rosto. Deixou Tyler ir e respirou fundo várias vezes quando se inclinou para trás em suas mãos. — E se eu conseguir Eric pronto enquanto você me prepara? — Tyler sugeriu a Finn quando chegou de volta para baixo de quatro e baixou a cabeça sobre as pernas de Eric. Finn sorriu para ele. — Eficiente. Gosto disso. Eric tinha a melhor vista do mundo quando Tyler teve seu pênis em sua boca e começou a chupá-lo. Não havia provocação. Isso era tudo sobre deixá-lo agradável e duro para que pudesse transar com ele. Finn estava atrás de Tyler, chupando os dedos, tornando-os agradáveis e úmidos com a sua própria saliva, antes de usá-los para abrir Tyler. Tyler tinha os olhos fechados, uma expressão de puro êxtase em seu
rosto enquanto chupava o pênis de Eric. Suas bochechas estavam coradas e o blush rosado viajou todo o caminho até o pescoço. Eric encontrou os olhos de Finn sobre Tyler e seguraram um ao outro. Finn
estava
acariciando-se
lentamente,
enquanto
deixava
Tyler
aberto. Sim, Eric pensou, definitivamente tinha a melhor vista do mundo. Tirando do pênis de Eric, Tyler gemeu baixo em sua garganta e empurrou de volta para os dedos que estavam enterrados em sua bunda. — Oh, Deus, isso é bom... — Disse, elogiando o trabalho de Finn. Finn sorriu e gentilmente tirou os dedos, golpeando o traseiro de Tyler e fazendo o rapaz gemer novamente. — Você está pronto. — Disse Finn. Mudou-se para o lado e deitou-se ao lado de Eric, de modo que teria uma boa visão do show. Seu longo corpo era todo liso e muscular. Ele era lindo, especialmente com a mão em volta do seu próprio pênis. Embora Tyler começasse a colocar o preservativo nele, Eric estendeu a mão e acariciou Finn. — Eu te amo. — Murmurou para ele, fazendo Finn sorrir e piscar de volta para ele. Ele e Finn tinham feito amor em praticamente todas as posições imagináveis, mas tudo era diferente com Tyler. Ele era menor e mais fino do que Finn e assim tudo parecia como algo novo. Tyler subiu de volta no colo de Eric, envolvendo um braço em volta de seu pescoço, alcançando atrás dele para guiar o pênis de Eric em sua bunda. Mantiveram contato visual quando Tyler deslizou lentamente, engolindo o pau de Eric por polegada. — Oh, meu Deus. — Tyler gemeu. — Você é muito grosso. Eric
não
podia
responder. Estava
muito
fascinado
pelo
pecaminosamente olhar no rosto de Tyler. Sua boca estava aberta e cheia, ofegante, com a língua rosa para fora passando rapidamente para molhar seu lábio inferior. O fogo refletido em seus olhos escuros quando revirou os quadris, afundando lentamente até que estava totalmente encaixado. — Vocês parecem tão bem juntos... — Finn sussurrou ao lado deles. Eric acariciou suas mãos para baixo sobre as costas de Tyler, seus
dedos cavando na bunda de Tyler e espremendo-a. Lentamente, muito lentamente, Tyler começou a levantar-se, usando o aperto no pescoço de Eric, antes de ir de volta para baixo. Eric se ouviu rosnar baixo em sua garganta para os movimentos provocantes, seu lado lobo instintivamente ameaçando sair. Ao invés de ter medo dele, Tyler apenas sorriu para ele. — Espera aí, grandão. — Disse antes de se inclinar e beijá-lo suavemente. — Só preciso me acostumar com o tamanho. Suas palavras aplacaram Eric e se sentiu envergonhado por ter tentado apressar Tyler. Em vez de um pedido de desculpas, Eric roçou seu nariz contra Tyler, fazendo com que o jovem sorrisse. — Vou montar em você agora. — Tyler sussurrou. Eric gemeu e quando Tyler começou a se mover, fodendo-se no pau de Eric, o lobo alfa começou a empurrar-se dentro dele, fazendo-o ir fundo. Tyler mordeu os lábios, olhando a boca de Eric. Queria transar com ele, violentá-lo, enchêlo. Rosnou baixo em sua garganta e assumiu. Agarrando a bunda de Tyler com força, Eric se levantou de modo que estivesse segurando Tyler em seu colo. Empurrou seus quadris, fodendo duro seu pequeno companheiro. Tyler tornou-se flexível em seus braços, suas mãos se fecharam ao redor do pescoço grosso de Eric, apenas se segurando para o passeio. — Oh, meu Deus... — Tyler gemeu. Ele gemia e cedeu, deixando Eric fazer o que quisesse com ele. — Meu. — Eric rosnou. O calor apertado em torno de seu pênis estava o deixando louco e trouxe sua boca para baixo para sugar a pele macia na garganta de Tyler. Seus dentes estavam formigando e permitiu-se o prazer de apenas roçar sobre a pele. — Eric. — Disse Finn do lado deles. — Tenha cuidado para não ficar muito perdido. Sabe que não pode mordê-lo até a noite do acasalamento. Rosnando em frustração, Eric puxou sua boca longe da garganta de Tyler e, em vez, beijou arrebatadoramente sua boca enquanto seus quadris continuaram a se empurrar, mergulhando seu pênis profundamente no canal
de Tyler. O aperto em seu pescoço ficou mais forte e Tyler começou a gemer continuamente. Tornou-se vagamente consciente de Finn se aproximando deles. Ele quebrou o beijo com Tyler e virou a cabeça o suficiente para olhar para Finn. O outro shifter lobo inclinou-se, sua mão segurando a parte de trás da cabeça de Eric quando ele o puxou para um beijo. Tyler gemeu quando Eric acalmou seus movimentos para que pudesse beijar corretamente Finn, mas logo o shifter coelho estava se movendo, fodendo-se sobre o pênis de Eric novamente. Ouvindo Tyler suspirar, Eric quebrou o beijo e olhou para baixo para descobrir que a mão de Finn estava enrolada no pau de Tyler, acariciando e provocando lentamente. — Ele é nosso. — Finn sussurrou no ouvido de Eric. — Tomeo. Mostre-lhe onde pertence. Embora Tyler choramingasse com as palavras de Finn, Eric sentiu o alfa nele ameaçar sair livre novamente. Em um movimento, pegou Tyler e o deitou sobre o cobertor. Pegou as duas mãos de Tyler e colocou acima de sua cabeça. Fodeu seu companheiro difícil, jogando a cabeça para trás com um rugido, fazendo um esforço para impedir-se de dar a mordida reivindicando Tyler. Os dois ainda permaneceram por um momento, apenas apreciando a proximidade, antes de a mão de Tyler serpentear para baixo entre elas e acariciar seu pênis dolorosamente difícil. Eric olhou para Finn e viu que ele estava em um estado similar. Dando a Tyler um último beijo carinhoso, Eric puxou lentamente para fora dele, amando o jeito que Tyler gemeu. — Finn... — Tyler pediu, espalhando suas pernas quando Eric se afastou dele. — Não vou durar muito tempo. — Alertou Finn enquanto rolava um preservativo em si mesmo e tomou o lugar de Eric. — Nem eu. — Tyler assegurou. O shifter coelho passou os braços em volta do pescoço de Finn e o puxou para um beijo quando Finn entrou nele. Eles balançaram juntos suavemente por um curto tempo, tentando aproveitar ao máximo.
— Você é incrível. — Finn disse a ele, salpicando beijos por todo o rosto e pescoço. Eric deitou-se no cobertor ao seu lado, apoiando-se no braço dele para observá-los. Finn era um grande contraste dele, era bom assistir. Tinha fodido Finn antes, é claro que tinha, mas assistir Finn foder alguém era, possivelmente, ainda melhor. Com a mão de Tyler ainda acariciando-se, o shifter coelho engasgou e começou a se contorcer sob Finn, conhecendo cada um de seus golpes rasos. Gritou quando gozou, salpicos de sêmen caiam entre seus corpos. — Tyler! — Finn gritou, acelerando suas estocadas até que, também, gozou. Eric assistiu-os, quando ambos desceram da euforia orgástica. Eram bonitos de maneiras diferentes. Sentia-se com muita sorte por ter os dois. — Então, ao pensar neste belo gesto romântico — Tyler começou, os olhos ainda em Finn, que ainda estava grudado e ele — trouxeram alguma coisa para nos limpar? Ou vamos ter que voltar para a casa como estamos? Finn sorriu para ele. Pegou a mão de Tyler e deu um beijo sobre o lugar onde estava o anel. — Vamos ter que voltar para a casa como estamos. Tyler gemeu e se levantou. Limpou-se o melhor que podia com a cueca e depois com uma careta os entregou a Finn. Eric riu e se levantou, indo beijar os dois. — Obrigado. — Disse ele para Finn. — Você estava certo, esta noite foi uma boa ideia. — Sim. — Tyler concordou, parecendo um pouco tímido de novo e de repente incapaz de olhar nos olhos. — Este foi o melhor primeiro encontro que poderia ter esperado. Então, obrigado. Eric colocou os braços ao redor do homem menor e beijou o topo de sua cabeça. — Seja bem-vindo. Estamos felizes que está aqui. Tyler sorriu para ele, parecendo um pouco envergonhado, mas contente, pelas palavras de Eric.
— Eu também.
Capítulo 10
— Gigante Guerra, posição seis. — Tyler gritou no pequeno microfone que estava ligado a seus fones de ouvido. — Obrigado, cara! — Disse o amigo on-line de Tyler StarHammer95, conhecido no mundo real como Jordan. Fazia mais de uma semana desde que tinha ficado noivo de Eric e Finn. E tinha sido uma grande semana. Havia confessado seu amor pelo vídeo game para eles e disse-lhes tudo sobre os amigos que tinha feito através dos jogos. Poucos dias depois, o casal teve que viajar de volta para o continente para abastecer os negócios de madeira de Finn, quando voltaram trouxeram um novo console e uma pilha de seus jogos favoritos. Passou o resto do dia agradecendo-lhes, na cama, por isso hoje era a primeira vez que tinha chegado a instalar tudo. Estava sentado de pernas cruzadas no sofá de Eric, que era grande demais para ele. O fogo tinha sido aceso já quando desceu as escadas, então estava agradável e acolhedor. Seu amigo Jordan tinha soado tão animado para conversar com ele novamente e fez um monte de perguntas sobre onde esteve. Era difícil ter um amigo humano, saber o que lhes dizer, sem revelar nada, mas tentando não sentir como se estivesse mentindo ao mesmo tempo. Jogando assim, com seus velhos amigos, era uma boa maneira de distrair-se do fato de que iria acasalar em apenas dois dias. — Não posso acreditar que me esperaram para assumir a Gigante
Federação Ocidente Galaxy Guerra Platoon. — Disse Tyler, mais uma vez. Seria muito bom para todos os seus rankings se conseguissem derrotá-los. — A maioria de nós queria. — Um cara chamado CantTouchThis disse em seu ouvido. — Mas o general não nos deixou. — Obrigado, StarHammer. — Disse, realmente sentindo tocado pela lealdade de seu amigo. — Não se preocupe, Spacehopper, somos um time, certo? — Disse Jordan. Tyler e Jordan eram da mesma idade. Era uma pena que nunca haviam se conhecido. Agora que Tyler estava vivendo em uma ilha no meio do nada, duvidava que um dia isto fosse acontecer. Ainda assim, uma amizade online era melhor do que nada. — Então, me diga mais sobre esses caras que está vivendo? — Jordan perguntou enquanto disparava torpedos de laser em um dos gigantes. — Como é ir de sem namorado para ir viver com dois deles, no espaço de algumas semanas? — Caras! — Gritou CantTouchThis. — Foco. Podem fofocar sobre suas vidas amorosas depois de terminar isto. — Demorou mais uma hora de luta e os olhos do Tyler estavam um pouco cansados no final do jogo, mas finalmente derrotaram a última guerra dos gigantes. Tyler soltou seu controle ao lado dele e esfregou os olhos dele. Quando os abriu novamente, viu que Eric estava parado na porta olhando para ele com um sorriso suave no rosto. — Oh, Ei, StarHammer, vamos falar no Skype depois, tudo bem? Tenho um encontro. — Tyler disse com um sorriso, os olhos presos aos de Eric. Tirou o fone antes que seu amigo pudesse fazer mais perguntas e se ergueu do sofá, esticando-se. — Desculpe, perdi a noção do tempo. — Está tudo bem. — Eric garantiu. — Você tem tempo para tomar banho e se trocar. Haviam feito planos na noite anterior para ver Finn em seu estúdio, que era praticamente um barraco bem decorado no meio da floresta, antes de ir almoçar na cidade. Era engraçado pensar nisso como uma cidade, mas era como a matilha chamava. Era apenas um conjunto de lojas, ao redor de uma
praça com um parque infantil no centro. Também tinha uma espécie de café que servia principalmente produtos cultivados e criados localmente. Era administrado pela mãe de Milla, Juliet Claesson, uma mulher que Tyler ainda não tinha tido o prazer de conhecer. De acordo com Lisa, o fato de que a Sra. Claesson não ter participado de sua festa de boas-vindas foi considerada uma grande afronta. Ela apareceu na casa no dia seguinte, com uma cesta de presente para o alfa e um pedido escrito de desculpas, informando a Eric que tinha sofrido de uma dor de cabeça na noite anterior. Não mencionou Tyler, no entanto, ou desejou-lhes parabéns por seu acasalamento. Lisa garantiu-lhe que a mais velha Claesson, assim como Milla, não estava feliz com seu acasalamento. Foi uma das razões por que Eric tinha insistido que almoçar no seu café. Era uma maneira de mostrar que não se importavam se alguém não estava feliz com seu relacionamento e que estavam orgulhosos de serem vistos juntos em público. Tyler tinha certeza de que comer em tal lugar não poderia ser bom para a digestão. Também levantou uma preocupação com a mulher cuspir na sua comida, já que não gostava muito dele. Eric tinha rido dele e garantiu-lhe que, se Juliet Claesson fizesse isso, então certamente seria capaz de sentir o cheiro. — Não vou demorar. — Tyler prometeu a Eric quando desligou o jogo e a TV antes de passar por ele e subir. — Tome
seu
tempo.
—
Eric
gritou
atrás
dele.
—
Finn
está
provavelmente distraído no que está fazendo, de qualquer maneira. A pé da sua casa até o estúdio de Finn levou apenas cerca de dez minutos normalmente, mas Tyler suspeitava que demorasse mais tempo hoje, já que caminhavam lentamente pela floresta, de mãos dadas, só apreciando a paisagem e a companhia um do outro. Era bom o quão confortável sentia-se com eles, como ainda estavam constantemente certificando-se que sentia pertencia. — Então foi bom, reencontrando-se com seus amigos? — Eric perguntou. A neve já tinha ido e as flores silvestres estavam começando a
brotar nas ervas altas em torno da trilha. — Sim. — Respondeu com um sorriso. — Foi incrível. Jordan e eu tivemos muitas conversas longas, tarde da noite ao longo dos anos, sabe? — Deve ser difícil ser amigo de um ser humano. — Eric disse dando a mão do Tyler um aperto simpático. — Guardar um grande segredo de si mesmo. — Sim. — Respondeu o Tyler. Ele olhou ao redor para a bonita floresta e percebeu o quão feliz estava lá. — Às vezes, acho que talvez ele pudesse ser um shifter, também, só que nenhum de nós vai dizer. Já pensei em deixar dicas para ver se diz algo, mas sei que é muito arriscado. Eric assentiu com a cabeça e deu-lhe um olhar um pouco preocupado. — É a lei mais absoluta do Conselho, que os seres humanos nunca saibam sobre nós. — Eu sei. — Tyler garantiu-lhe. — Pergunto-me sobre isso, sabe? Quero dizer, não somos tão diferentes. A maioria dos shifters afasta os humanos para que não saibam. Certamente um shifter já se apaixonou por um homem antes, certo? E então o que? Não podem ficar juntos por causa desta lei antiga, que foi feita por um bando de pessoas, todas mortas há muito tempo? Não é como se não mudássemos as nossas leis antes, então quem sabe, certo? Pode acontecer de novo. — Provavelmente. — Eric concordou. — Mas não seria sem sérios riscos. — Eu sei. — Tyler disse, seu som de voz desanimado. — Embora seja bom pensar que um dia poderá ser. Continuaram a sua caminhada em silêncio até que chegaram ao estúdio do Finn. A grande caixa de madeira tinha grandes janelas em todos os quatro lados, mostrando a paisagem da floresta ao redor. Eric bateu os dedos na porta antes de abri-la e os dois entrarem. Finn estava vestindo um par de jeans desbotados e um colete branco, que já não estava limpo. Braços grandes, dourados e bronzeados, parecia incríveis no colete, como a pequena dica do peito liso.
Tyler teve que, rapidamente, lembrar-se que estavam saindo para o almoço e que o sexo teria que esperar. Finn tinha também um par de óculos empurrado para trás como um arco e, enquanto caminhavam a ele, sorriu brilhantemente antes de tirá-los. Estava em frente a um grande pedaço de madeira que ainda não começou a tomar forma. Havia várias ferramentas espalhadas em torno, mas estava claro, desde os óculos e as aparas de madeira no chão, que Finn tinha a utilizado a motosserra. — Deixa-me lavar as mãos. — Finn disse agarrando a bainha do colete antes de puxá-lo por cima de sua cabeça. — Oh, que isso não é justo. — Tyler se lamentou. — Aqui estou, tentando ser bom e você faz isso. Tanto Finn quanto Eric lhe deram olhares divertidos. Quando Finn entrou no pequeno cubículo, que era o banheiro para se limpar, Tyler andava no estúdio, olhando para todas as máquinas e equipamentos diversos. Sabia o que Finn fazia lá e já teve uma turnê por toda a ilha, mas ainda não conseguia descobrir como Finn era capaz de fazer a arte que fazia. Isso era o que era, também, arte. Às vezes construía mobília e, às vezes, construía esculturas ou figurinhas, mas eram muito bonitas e originais de sua própria maneira. Lentamente foi conhecendo as pessoas na ilha. Ele e Lisa foram tornando-se amigos rapidamente. Os três, com prazer, entregaram a Lisa todas as rédeas para a cerimônia de acasalamento. Tyler não podia negar o quanto odiava a ideia de estar de pé na frente de todos, e não ligava para a cerimônia em si, desde que acabasse acasalado a Finn e Eric. Lisa gritou animadamente quando lhe perguntaram se podia organizar a cerimônia, o que tinha feito todos os três deles se sentirem nervosos sobre o que ela tinha em mente. Inga e Katja já tinham criado raízes em seu coração. Adorava as duas meninas. Inga era tão cheia de vida e sempre pronta com um sorriso e um abraço. A garota era um feixe de energia adorável. Katja era um pouco mais reservada e mais difícil de conhecer, mas era inteligente e tinha uma língua afiada. Qualquer um poderia falar que Tyler nasceu para ser o seu melhor
amigo. Gostava de ter Elsa lá, também. A velha estava ativa, com uma força interior que o fez desejar que houvesse sido abençoado com uma avó como ela. Eram todos uma família, grande e feliz, e Tyler foi gradualmente descobrindo que tinha um lugar nela. Era uma sensação agradável, pertencer a algum lugar, e que nem sabia o quanto queria. Quando olhou para o pedaço de madeira enquanto esperavam por Finn, sentiu Eric imprensando contra se e seu grande braço envolvê-lo por trás. Eric puxou contra seu corpo e inclinou a cabeça para colocar um beijo carinhoso no lado do pescoço. Tyler sabia que estava sorrindo como um idiota, quando derreteu no abraço de Eric e olhou para ele, mas não se importava. — Não comece algo que não pode terminar, grandão. — Advertiu Tyler. Eric riu e inclinou-se para outro beijo, desta vez nos lábios do Tyler, que suspirou no beijo, deixando o tamanho maior de Eric apoiá-lo. Tinha perdido a contagem de beijos que todos tinham compartilhado ao longo da última semana e meia, mas cada um era tão bom quanto o primeiro. — Não vamos almoçar? — Finn perguntou com desânimo simulado quando saiu do banheiro. Eric e Tyler deram iguais sorrisos tímidos. — Não, nós vamos. — Insistiu o Eric. — Já cancelamos planos para o almoço por duas vezes esta semana, porque fomos começamos a fazer sexo. Isto é ridículo. A matilha está começando a pensar que estamos mantendo Tyler acorrentado a nossa cama. Tyler bufou e Finn balançou as sobrancelhas. — Agora, essa é a minha ideia de bons planos para o almoço. — Disse Finn quando caminhou para Tyler. Tinha vestido uma camisa de botão, mas o cheiro de serragem ainda se agarrava a ele. Por alguma razão, Tyler achou incrivelmente sexy. — Não! — Disse Eric, colocando seu braço e forçosamente impedindo Finn de chegar a Tyler. — Se comporte. Tyler sorriu e mordeu o lábio para se impedir de rir da reprimenda que Eric estava dando em Finn. — Mas quero brincar com o coelho. — Disse Finn petulante, os olhos
ardendo quando olharam para Tyler. Eric revirou os olhos e deu um empurrão suave em Finn. Rapidamente pegou a mão de Tyler novamente e puxou-o do lado de fora, enquanto ainda tinha uma chance.
Capítulo 11
O café não era o que Tyler estava esperando para o único restaurante da ilha, além da padaria. Estava esperando algo pequeno e simples, mas este café era muito grande e movimentado. A fachada era branca, com uma pequena área externa bonita com mesas e cadeiras. Uma vez dentro, Tyler sentiu um tremor com toda a brancura gritante. Era limpa, luminosa e arejada. Havia cerca de vinte ou mais pessoas dentro comendo ou à espera de café. Nos fundos, a área tinha um balcão de vidro cheio de bolos e doces e Tyler se viu seriamente considerando apenas encomendar a sobremesa. Havia
um
grande
pedaço
de
bolo
de
chocolate, com café mocha gelado, que tinha o nome dele. — Boa tarde, alfa. — Um jovem cumprimentou Eric quando lhe entregou três menus. — Finn. Tyler. — Acrescentou, acenando para ele. Tyler rapidamente percebeu que já havia encontrado o homem na festa da noite anterior. Seu nome era Martin, tinha o cabelo louro-avermelhado curto e uma barba ainda mais vermelha, que mantinha bem aparada. Parecia bastante agradável, se não um pouco tímido e desajeitado. Sentada no balcão
com uma amiga, estava Milla, cada uma delas tomando uma xícara de café. Enquanto Martin falava com eles, não parava de olhar para Milla. O pobre rapaz, obviamente, tinha uma queda por ela. Tyler sentiu pena dele. — Mesa para três. Obrigado, Martin. — Disse Eric. Ele pôs a mão no ombro do homem e deu-lhe um sorriso. Ainda era impressionante para Tyler ver como as pessoas reagiam quando chamavam a atenção de seu alfa. Os sorrisos radiantes e olhares de adoração que rapidamente se seguiam, mostravam apenas como amado Eric era por sua mochila. Martin acompanhou-os até uma mesa no canto e várias pessoas cumprimentaram-nos enquanto passavam pelas mesas ocupadas. Milla e sua amiga, no entanto, afastaram-se deles, mantendo-se de costas para o resto da sala. Havia uma mulher na mesa ao lado deles que tinha um bebê muito jovem em seus braços. Ela estava com uma mulher mais velha que se parecia com sua mãe e ambas estavam muito ocupadas olhando para o garoto bonito para perceber que o alfa tinha entrado. — Oh, meu Deus... — Tyler murmurou, inclinando-se em direção a sua mesa para ver melhor. O bebê estava enrolado em um cobertor azul e branco com um pequeno chapéu azul. Tyler ficava sempre aliviado quando as pessoas vestiam seus bebês em cores específicas de gênero, por mais que algumas pessoas não concordassem com isso. Tinha cometido muitos erros ao se referir ao bebê de alguém pelo sexo errado antes. Novas mães pareciam realmente odiar isso. — Ele é tão bonito. A mulher olhou para cima com um sorriso, mas rapidamente ficou confusa quando percebeu que Eric estava lá. — Oh. Obrigado. Desculpe-me, não percebi você entrar, alfa. — Disse ela, seu olhar pedindo desculpas para Eric. — Não precisa se desculpar. — Annalisa, Eric assegurou. — Não posso culpá-la, olhando para um rosto tão bonito. A jovem mãe sorriu para ele e inclinou o bebê de modo que todos
pudessem ter uma visão melhor. Tyler estendeu a mão e colocou o dedo na palma da mão do menino, sorrindo quando o bebê agarrou-o. — Oh, meu Deus, acho fiquei chocado pela primeira vez na história. — Ele gemeu. — Cuidado, garoto, não faça algo nojento como cuspir para cima ou morder-me. Enquanto Annalisa e sua mãe riam, Eric apenas balançou a cabeça e entregou a Finn um menu. Eric e Finn tiveram uma pequena conversa com a mãe de Annalisa sobre seu negócio, sua próxima celebração de acasalamento e como ela estava gostando de ser uma avó, enquanto Tyler conversou com Annalisa. Foi meio difícil deixar-se pensar sobre a cerimônia de acasalamento e tudo o que viria depois. Estava certamente ficando mais próximo de Eric e Finn, tanto individualmente como um casal. E houve momentos em que se sentiu amado por eles, mas não tinham dito nada. Faltavam apenas dois dias até que estivessem ligados, um ao outro, para o resto de suas vidas e estava começando a sentir que duas semanas não tinha sido tempo suficiente. Não queria lhes dizer, entretanto. Não queria correr o risco de balançar o barco. Ambos pareciam felizes com seu relacionamento agora que o incluíram. Quando Annalisa e sua mãe saíram um pouco mais tarde, Martin veio e pegou seus pedidos. Tyler ia e voltava com a ideia de apenas encomendar um doce, mas no final decidiu ir para ele. Pensou em como seus pais teriam reagido, tratando-o como uma criança por querer bolo para o almoço. Tinha que ficar lembrando a si mesmo que era diferente aqui e que estes dois homens incríveis, que estavam prestes a se tornarem seus companheiros, pareciam aceitá-lo por quem era. Era um homem crescido que jogava videogames de cueca, comia bolo no almoço e brincava com as crianças como se fosse um delas. Havia escrito uma carta a sua mãe, dizendo-lhe tudo sobre Eric e Finn e a cerimônia de acasalamento que Lisa estava planejando para eles. Tinha adicionado uma foto que Elsa tinha tirou do resto deles, com descrições detalhadas de Katja e Inga. Esperava que ela escrevesse de volta para ele,
mas não quis colocar muita expectativa sobre isso. Só iria acabar ferido e decepcionado novamente. Enquanto esperavam para o almoço ser servido, Eric e Tyler falavam sobre a loja e sobre o fato de que Tyler estava estagiando nas empresas de Eric. Ele começaria a trabalhar com Eric depois da cerimônia de acasalamento, ajudando-o em um papel gerencial. Tyler sabia que Eric estava realmente ansioso para poder sair em barcos de pesca com mais frequência, e ter cada vez mais as mãos em sua loja de ferragens. Preguiçosamente Tyler olhou ao redor do lugar, seus olhos pousando em Milla e sua amiga no balcão. As duas conversavam sobre algo, inclinandose uma para a outra e sorrindo enquanto sussurravam. Viu Milla olhar para trás, seus olhos pousando em alguém do outro lado do café. Ela sorriu para quem estava olhando. Foi o primeiro sorriso genuíno que ele tinha visto da garota. Até mesmo seus olhos estavam sorrindo. Para ser justo, até agora Tyler praticamente só a tinha visto carrancuda, mas ao vê-la assim, Tyler poderia
a
contragosto
admitir
que
fosse
bonita.
Virando
a
cabeça
discretamente para ver quem tinha conseguido fazer o seu rosto iluminar, Tyler avistou Martin, rindo enquanto conversava com um cliente. Bem, isso foi interessante. Olhou de volta para Milla, perguntando-se por que estava tão ligada com Eric se tinha uma coisa para outra pessoa. Quando a comida acabou por sair, os olhos de Tyler fixaram-se no prato com sua fatia de bolo a sua frente. Estava tão concentrado em seu bolo que levou um momento para perceber quem estava trazendo sua comida. Era uma mulher de quarenta e tantos anos, que não se lembrava de ter visto antes. O olhar severo em seus olhos, combinando com um sorriso fixo, deu-lhe uma ideia de quem poderia ser, no entanto. Estava usando um par de calças brancas bem cortadas, com uma blusa azul de seda. Dada a sua roupa, ficou claro que não ficava muito na cozinha. Não seria um lugar para usar seda, ou a cor branca, enquanto estavam cozinhando. Ou talvez fosse apenas para Tyler, que era um desastre, constantemente derramando coisas sobre si mesmo. Os shifters lobo que
conheceu até agora pareciam ter muito mais graça e equilíbrio do que ele. Quando a mulher olhou para Milla em seu caminho para a mesa deles, Milla rapidamente desviou os olhos de Martin, o olhar apaixonado em seus olhos agora substituído com o olhar de desprezo que Tyler tinha se familiarizado. — Alfa. — Julieta Claesson cumprimentou Eric, quando voltou sua atenção sobre eles. Colocou a comida na frente deles, propositalmente não olhando na direção de Tyler ou Finn. — Obrigado. — Disse Eric com um sorriso forçado. — Você conhece Finn, é claro, mas não acredito que se encontrou com o nosso outro companheiro ainda. Juliet Claesson, este é Tyler Thompson. Tyler sorriu para ela e lhe deu um pequeno aceno desajeitado. — Olá. Embora seu sorriso nunca se movesse, seus olhos atiravam punhais para ele. — Aqui está o seu bolo. — Disse ela, pegando um garfo e cravando dentro dele. — Bem, desfrutem de suas refeições. — Ela falou antes de virar e se afastar. — Ela parece legal. — Disse Tyler sarcasticamente com sua boca cheia de bolo. Eric e Finn sorriram para ele, mas Eric parecia um pouco irritado por seu óbvio desprezo. — Dane-se. — Disse Finn quando pegou seu hambúrguer. Era tão grande que precisava das duas mãos para segurá-lo. — Dentro de dois dias estaremos acasalados e não haverá nada que possa fazer sobre isso. Tyler sorriu para ele e comeu mais um pedaço de bolo. Dois dias, pensou consigo mesmo. Estarei acasalado em dois dias. Era uma estranha coincidência que, assim como com os seres humanos,
fosse
tradição
que
não
se
vissem
antes
da
cerimônia
de
acasalamento. Tyler tinha implorado a Lisa para manter a cerimônia pequena, mas parecia impossível. Era uma mulher em uma missão. Toda a ilha era esperada na praia, onde Lisa decidiu fazê-la. Apenas um ancião poderia
realizar a cerimônia, e tinham escolhido Elsa para fazer isso por eles. Lisa, Katja e Inga usariam vestidos combinando, e Finn, Eric e Tyler estariam em trajes correspondentes. Era um pouco como os casamentos humanos que tinha visto em filmes. Amanhã, ao pôr do sol, os três seriam separados até o entardecer do dia seguinte, quando se encontrariam na praia para seu acasalamento. — Você está bem? — Perguntou Eric, notando que tinha se calado. — Sim. — Tyler assegurou. — Só percebi que vou sentir falta de vocês dois amanhã à noite. Finn tinha um brilho travesso em seus olhos e sorriu como o gato Listrado2. — Vamos ter que fazer com que esta noite seja especial para nos segurar até lá.
Capítulo 12
— Feliz dia de acasalamento. — Foi a primeira coisa que Tyler ouviu quando acordou na manhã de seu acasalamento. Piscou para abrir os olhos, apertando-os para a luz da manhã que inundou o quarto. Lisa e Inga estavam de pé sobre ele, ambas vestindo seus pijamas e ambas sorrindo, enquanto Katja estava ocupada tentando abrir todas as cortinas. — O que? — Perguntou Tyler choramingando, quando tentou rolar para longe da luz e enterrar o rosto no travesseiro ao lado dele. Ainda cheirava a Eric e Finn. Lisa agarrou seu ombro e o rolou de volta para que estivesse olhando para ela. 2
Personagem do livro de Lewis caroll, Alice no Pais das Maravilhas.
— É hora de levantar. Há muitas coisas para fazer hoje. — Como o quê? — Perguntou Tyler, nem mesmo tentando esconder a lamentação em sua voz. — A cerimônia só é a noite. Inga saltou para cima da cama e começou a pular ao lado dele, o joelho por pouco não acertando a virilha de Tyler. Ele se afastou um pouco e deu a Katja um olhar esperançoso. — Kat, salve-me. — Implorou. A menina apenas lhe deu de ombros para antes de vir se juntar a sua irmã sobre a cama. — Sério? O que tenho que fazer hoje, além de tomar banho e fazer a barba? — Levanta! — Lisa insistiu. — Deixamos você dormir até as dez. Vamos para o café da manhã de Elsa lá embaixo. Bem, agora, é mais como um lanche. A possibilidade de comida deixou Tyler um pouco mais inclinado a se levantar. — O que ela está fazendo? — Não vai saber se não se levantar e descer. — Lisa brincou. Ela piscou para ele e saiu do quarto, mas não antes de dizer as meninas para se certificar de que não voltasse a dormir. — Cara, — Disse ele, voltando-se para Katja. — você deveria estar do meu lado. — Vamos, pare de choramingar como uma garotinha! — Katja rebateu, fazendo Tyler sorrir. — Estou cheirando o bacon. Com certeza vale a pena me levantar. — Bacon, uau!! — Inga gritou, escalando sobre Tyler para sair da cama antes de correr para a cozinha. — Ela está muito animada sobre hoje, Katja informou. Ela sentou-se de pernas cruzadas na cama de Tyler, apesar de ter sido um grande esforço. Sua camiseta cinza fina não foi suficiente para manter o frio fresco da manhã longe dele. Esperava que o tempo ficasse quente mais tarde para a cerimônia. — Mas você não está? — Perguntou Tyler. Ele olhou para a menina,
tentando ler em seu rosto como ela estava se sentindo, mas Katja era muito boa em esconder isso. Katja encolheu os ombros. — Estou feliz que você será parte da nossa família, mas eu não estou super emocionada com eu, Lisa, e Inga termos de usar aqueles vestidos. Eles têm flores. Tyler bufou. — Desculpe. Para ser honesto, não estou exatamente feliz com a coisa toda também. Meio que gostaria que pudesse me acasalar com apenas vocês lá, não a matilha inteira, mas entendo que é importante para eles verem o seu alfa se acasalando. — Sim, acho que posso entender e usar o vestido florido. — Disse Katja. — Grande menina. — Tyler disse a ela, despenteando seu cabelo com a mão apenas para obtê-lo bagunçado. Revirando os olhos, Katja se levantou da cama e foi até a porta. De repente, parou e franziu o cenho para ele. — Oh, isso estava na porta da frente, esta manhã. — Disse quando tirou um pequeno envelope do bolso do pijama. Ela entregou a ele e esperou enquanto o abriu. Tinha o nome dele e uma pequena nota no interior. “Para o inferno a tradição. Escape e nos encontre no ancoradouro ao meio-dia.” Ele sorriu ao ler a nota. Não era fiel a tradição e o pensamento de liberar um pouco de estresse da pré-cerimônia com os dois homens, no lugar que sabia que era especial para Finn e Eric, era mais do que um pouco tentador. Além disso, teria tempo de sobra para voltar para a casa, tomar banho e se trocar antes de anoitecer. — Venha. Bacon nos espera. — Disse Katja impaciente enquanto segurava a porta. Sorrindo, porque amava bacon e realmente amava Katja, Tyler se levantou, colocou a nota para baixo dentro da mesa de cabeceira e foi com ela
até a cozinha. **** Finn estava no quarto que dormia desde criança e olhou-se no espelho de corpo inteiro na parede. A casa tinha pertencido a sua avó, mas quando Eric tornou-se alfa se mudaram para a casa do alfa com ele. Tinham mantido sua pequena casa, com a intenção de dá-la a Lisa quando decidisse que estava pronta para viver por conta própria. Na verdade, era muito mais fácil tê-la em casa com eles. Ela ajudava a cuidar das meninas e todos adoravam tê-la por perto. Podia ser egoísmo deles, mas esperavam que Lisa não se mudasse por um longo tempo. Finn quase nunca pensava em seus pais, mas não podia evitar pensar neles no dia de hoje. Às vezes falava com sua mãe no telefone e a visitava de vez em quando, mas não tinha pensado em convidá-la para a cerimônia. Só tinha visto seu pai duas vezes. O homem era praticamente um desconhecido. Estava vestido com o terno que Lisa havia escolhido e pedido para usarem. Sabia que Tyler e Eric estariam usando o mesmo e sorriu quando os imaginou em sua cabeça. Ambos estariam irresistíveis. Os ternos eram de um azul tão escuro que eram quase pretos e as suas camisas e gravatas eram de um pálido azul céu. Tinha puxado o cabelo da altura dos ombros para trás em um rabo de cavalo e o amarrou com uma tira de couro, sabendo como Eric gostaria de soltá-lo e passar os dedos por ele, uma vez que estivessem finalmente sozinhos. Tinha amado Eric por tanto tempo que era fácil de imaginar se comprometer a ele para o resto de sua vida. Era engraçado como Tyler só tinha entrado em suas vidas há duas semanas. Honestamente, não podia imaginar ficar sem ele agora. Na melhor das hipóteses, tinha a esperança que fossem encontrar um segundo companheiro por quem estariam atraídos e do qual cuidariam. Realmente não esperava se apaixonar. — Você está tão bonito. — Disse Elsa quando entrou no quarto. — Estou tão feliz.
— Estou feliz por você. — A assegurou. Ele se aproximou e deu-lhe um beijo no rosto. — E você está linda. Ela estava usando um vestido de seda rosa-coral, com uma jaqueta combinando que era da mesma cor e material que os vestidos que as meninas estavam vestindo. Mantiveram os olhos um no outro por um momento, diante dele os olhos de Elsa começaram a umedecer. Ela tossiu e se afastou de seu neto rapidamente, Elsa olhou para fora da janela. — É quase pôr do sol. Devemos ir para a praia. — Disse ela. Ele sorriu e deu-lhe um abraço por trás. — Sim, vamos para a cerimônia. — Disse Finn, com um sorriso radiante. Não estava nervoso, nem um pouco. Só estava animado. Em apenas algumas horas, Eric e Tyler seriam seus oficialmente. Finn ofereceu a Elsa seu braço e juntos fizeram o seu caminho para fora da casa. Sua antiga casa não era muito longe da praia, onde a cerimônia de acasalamento iria ocorrer. Só podia imaginar o que Lisa vinha fazendo durante todo o dia, e o que a praia pareceria depois que a transformou. Tinha se mantido tão longe do planejamento da cerimônia quanto possível, mas sabia que ela tinha gasto uma boa quantidade de dinheiro com isso. Era, provavelmente, a maior coisa que aconteceu na ilha nos últimos anos, depois de tudo. Antes que pudessem chegar à praia, no entanto, Finn viu Eric correndo em sua direção, com Lisa e as meninas atrás dele. — O que aconteceu? — Perguntou, imediatamente em estado de alerta. Não havia nenhuma maneira que Eric quebrar a tradição e ver Finn antes do acasalamento se algo de ruim não tivesse acontecido. — O que está errado? Eric parou abruptamente na sua frente. Vestia o mesmo que Finn, mas não estava usando o paletó e a gravata estava torta. — É Tyler, ele sumiu. — Eric disse a ele quando segurou os ombros
de Finn. — Você o viu? — Não, desde ontem à noite. — Disse Finn. Ele se virou para olhar para Lisa sobre o ombro de Eric. Ela parecia ansiosa. — É uma ilha, não pode ter ido longe. Provavelmente só precisava de um pouco de espaço para acalmar seus nervos. Eric balançou a cabeça. — Não, isso é o que as meninas pensavam. É por isso que não nos disseram que tinha sumido mais cedo, mas faz horas agora. Ele não se vestiu ainda. Não há como Tyler fazer isso, a menos que alguma coisa tinha acontecido. Pânico começou a brotar dentro de Finn, enquanto tentava pensar em alguns dos lugares que Tyler poderia ter ido. Seu cérebro começou a girar com uma centena de diferentes cenários, cada um pior do que o anterior. — Temos que encontrá-lo. — Disse Finn. Ele sempre foi o calmo, o que nunca se preocupava com nada, mas se sentia como se seu coração estivesse na garganta. — Pode encontrar o seu perfume na casa? Lisa assentiu, pouco depois a mão de Inga agarrou firmemente na dela. — Sim, eu o segui até a praia, mas, logo se foi. — Por que ele iria para a praia? — Perguntou Elsa. — Estava ajudando a arrumar as coisas? — Não. — Lisa insistiu. — Na verdade, disse a ele que não queria a sua ajuda, porque não queria que visse o que tinha feito antes da cerimônia. Finn percebeu que Katja estava ainda mais silenciosa do que o habitual. Sabia que a garota problemática tinha se afeiçoado a Tyler rapidamente e que tendia a confiar nele sobre sua tia ou tio. — Kat, ele não lhe disse se estava tendo dúvidas ou qualquer coisa, não é? — Perguntou Finn. Nem sequer queria pensar que Tyler teria os abandonado no dia de seu acasalamento, mas era uma alternativa melhor do que pensar que havia sido ferido.
— Não. — Ela disse, com voz calma e insegura. — Ele estava muito feliz em se juntar a nossa família. Estava um pouco nervoso sobre toda a matilha estar lá, mas disse que entendia que era um grande negócio para a matilha e que todo mundo gostaria de estar lá. — Nem todo mundo. — Disse Elsa com uma carranca no rosto. — Ele estava bem nesta manhã. — Katja insistiu. — Dei-lhe a nota que vocês deixaram e pareceu mais relaxado. — Que nota? — Eric e Finn perguntaram ao mesmo tempo. Os olhos de Katja voaram longe. — Achei que era de vocês, mas não li. — Se não era de vocês, então de quem mais poderia ter sido? Não conhece ninguém aqui. — Disse Lisa. — Onde está esta nota agora? — Eric perguntou a sobrinha mais velha. Ela parecia estar pensando sobre isso por um tempo antes de responder. — Acho que deixou no seu quarto, ao lado da cama. Compartilhando uma olhada rápida, deixando o outro saber que estavam na mesma página, Eric e Finn decolaram em uma corrida na direção da casa.
Capítulo 13
Dor. Essa foi à primeira coisa que Tyler tornou-se ciente quando sua consciência ameaçou rastejar para fora, a parte de trás de sua cabeça parecia que estava pulsando, uma dor maçante que ia e vinha com as batidas do seu coração. A dor estava fazendo-o sentir-se enjoado e respirou fundo várias
vezes antes de forçar os olhos abertos contra a luz forte. Estava deitado de costas sobre algo duro. Havia uma lâmpada nua balançando suavemente no teto e uma luz laranja forte ao seu lado. Gemendo, tentou empurrar-se para cima, mas logo descobriu que seus tornozelos e pulsos foram amarrados. — Você está acordado. — Disse a voz entediada de uma mulher. — Onde estou? — Tyler perguntou tentando soltar seus pulsos. — O que aconteceu? — Numa lancha, no ancoradouro. — Disse a mulher casualmente como se estivessem falando de outra coisa. — E lhe bati na parte de trás da cabeça, amarrei e terminei com você aqui. Mais perguntas? Tyler piscou rapidamente, desejando que seus olhos se ajustassem. Estava no ancoradouro, tudo bem, isso estava claro. A lancha estava no poço de água no centro, com as portas abertas para o grande oceano. Ali, de pé no concreto ao lado do barco, estava Julieta Claesson. Na mão, ela segurava uma chave de fenda e o que parecia ser uma peça do motor. — Você me enviou a nota. — Disse ele, começando a perceber realmente o problema em que estava. — O que está pensando em fazer comigo? Julieta suspirou como se estivesse entediada de ter que falar com ele. — Vou matar você, é claro. — Por quê? — Perguntou Tyler, começando a sentir a raiva borbulhar dentro dele. Este era o dia do seu acasalamento e alguma cadela louca o havia sequestrado e estava planejando matá-lo. — Quero dizer, qual exatamente é o seu plano? Vai me matar porque sua filha não pode ter o seu próprio caminho? Por favor, me diga que isso é mais do que a sua filha ganhando um encontro. Realmente não acho que tenha pensado nisso. —Oh, pensei muito nisto. — Juliet disse a ele, olhando para cima a partir do que estava fazendo o suficiente para zombar dele.
Na verdade,
estive pensando sobre isso desde antes de você chegar aqui. — Milla quer tanto ser a companheira do alfa que você vai matar por
isso? E sobre Finn? Ou está pensando em matá-lo, também? — Perguntou. Um medo repentino e terrível se enraizou na boca do seu estômago. Só agora a situação totalmente o acertando. Ninguém sabia onde estava. Iria morrer e Finn poderia muito bem ser o próximo. — Por favor, não machuque Finn. Não há necessidade. Sem mim vão ter que tomar outro terceiro de qualquer maneira. — Oh, eu sei. Além disso, com os dois mortos, Eric provavelmente vai desistir da vida. Não, vamos esperar um par de meses depois de sua morte, dar-lhes tempo para lamentar. Então Milla vai estar lá para eles, oferecendo conforto e apoio. Vão estar ambos muito feridos por perder você para querer encontrar outro terceiro que possam amar, então vão ver que é melhor acasalar com a minha filha. — Você é louca. — Tyler destacou depois de vários longos momentos de silêncio atônito. — Você é fodidamente louca. Julieta nem sequer pestanejou em sua acusação. Na verdade, começou a cantarolar para si mesma e continuou a trabalhar no que estava fazendo com o motor. Tyler olhou em volta para ver se havia alguma coisa que poderia usar, tanto para cortar as cordas quanto para se defender quando ela se aproximasse, mas não havia nada. Ela estava claramente insana, então não haveria raciocínio com ela. A única chance que tinha de sobreviver era ganhar tempo e esperar que alguém percebesse que estava faltando antes que fosse tarde demais. O baixo brilho alaranjado do sol indicava que era quase pôr do sol. Eric e Finn seriam obrigados a perceber que algo estava errado quando não aparecesse para o seu próprio acasalamento. — Então, só por curiosidade, o que exatamente está fazendo aí? — Perguntou, realmente não tendo certeza se queria saber a resposta. Julieta suspirou de novo, claramente irritada por ser interrompida. — Estou sabotando o motor para que superaqueça e exploda depois de meia hora. — Ela respondeu ainda completamente focada no que estava fazendo. — Mais ou menos. — Você vai me explodir? — Ele quase guinchou. — Bem, acho que ao
menos vai ser rápido. — Ah, sim, vai ser rápido. — Assegurou ela. — O motor vai explodir e você vai estar morto em segundos. Vou me certificar de que esteja perto do motor. Não haverá muito de você quando encontrá-lo. Eric e Finn vão pensar que mudou de ideia e fez uma fuga rápida de volta para o continente, ou que precisava limpar a cabeça antes do acasalamento por isso levou o barco para um passeio. De qualquer forma, vai estar morto. — O que a faz achar que vai se safar? — Perguntou Tyler. Tentou sentar-se contra a borda do barco e quase conseguiu, embora fizesse as cordas cavarem sua pele e o movimento fez sua cabeça doer mais. — Vão encontrar o que sobrou do barco e perceber que foi adulterado. — Não, não vão. — Disse ela, erguendo a voz para ele. Ela ergueu a parte do motor e o inspecionou antes de um sorriso assustador se espalhar por seu rosto. — Vão achar você, eventualmente, mas o barco estará em tantas partes que vai ser impossível descobrir o que realmente aconteceu de errado. — Oh, meu Deus! — Sussurrou enquanto a memória de sua conversa com Eric, sobre o seu pai e seu irmão, voltou para ele. O motor do seu barco tinha explodido, também. — Você matou o pai e o irmão de Eric. Julieta se agachou sobre o concreto ao lado do barco e começou a remontar o motor. Ela começou a cantarolar novamente enquanto trabalhava. — Por quê? — Tyler perguntou, sentindo-se mal do estômago. — Por que queria vê-los mortos? Julieta não lhe respondeu e Tyler começou a tentar juntar todos os pedaços. — Você queria que Milla acasalasse com Anders, o irmão de Eric, porque ele seria o alfa. — Disse. Tentou se lembrar de tudo o que havia aprendido sobre a família de Eric e o que Lisa lhe dissera sobre os Claessons. — Mas Milla era muito jovem. Pensou que, dada a ligação entre sua família, ele iria esperar por ela ficar velha o suficiente, mas ele se apaixonou e acasalou com outra pessoa. Juliet parou de cantarolar e sua mão congelou quando foi reinstalar
uma parte. Ela se virou e o olhou com olhos que eram tão frios que o fez tremer. — Quando você os matou, Katja já tinha cinco anos. — Tyler apontou. — Portanto, Anders estava acasalado durante pelo menos seis anos. Por que esperar tanto tempo para matá-lo? Isso não faz sentido. Alguma coisa deve ter acontecido. O olhar de Julieta queimou dentro dele e ela se aproximou, sentandose do outro lado do barco. — Era para eu ser a companheira do alfa. Sven Snövarg e eu deveríamos ser acasalados. Éramos da mesma idade, nascidos no mesmo mês. — Disse ela, sorrindo melancolicamente quando relembrou. — Éramos das duas famílias mais antigas na ilha Snövarg. Toda a minha vida, meu pai me disse que eu iria acasalar com ele e seria a mãe do próximo alfa. Mas, então, quando tínhamos dezessete anos um homem apareceu com sua filha, Marta. Haviam deixado sua matilha e vieram para a ilha em busca de um novo lar. A mãe de Sven, o alfa, na época, os recebeu e não demorou muito para que Sven se apaixonasse. Toda a minha vida tinha sido sobre ser a melhor companheira do alfa que poderia ser e, então, tudo estava acabado. Tyler franziu a testa enquanto a ouvia. O velho ditado sobre uma mulher desprezada lhe veio à mente. — Então é por isso que queria Sven morto, também. Ele não quis você e seu filho não quis a sua filha. — Não. — Ela disse a ele, parecendo com raiva pela primeira vez desde que Tyler tinha acordado. — Eu não queria Sven morto. Eu o amava. Sua companheira, Marta, morreu quando Lisa nasceu e ele e eu nos tornamos amigos de novo. Ficamos próximos e me apaixonei por ele mais uma vez. Tyler se lembrou do que ela tinha dito sobre como Milla iria consolar Eric e Finn depois que morresse. Seus planos não pareciam evoluir muito ao longo dos anos. — Mas você tinha um companheiro, então. Ela zombou com raiva.
— Um homem que meu pai escolheu para mim. Nunca o amei. Quando ele morreu, foi como se o destino desse um sinal de que, finalmente, Sven e eu poderíamos ficar juntos. Ele me confortou como eu o havia consolado e uma noite o beijei. Ele me disse que nunca poderia ter outra companheira. — Disse, sua voz cheia de veneno. — Que nunca iria amar de novo. Atrás de Julieta, Tyler podia ver que a porta que dava para o cais estava entreaberta. A única razão pela qual estava percebendo isso agora foi porque a luz cintilou, como se alguém ou alguma coisa tivesse apenas passado por ela. Sabia que tinha de mantê-la falando, mantê-la focada em outra coisa que não explodi-lo. Enquanto falava, tentou desfazer as cordas em torno de seus pulsos, mas não estava fazendo muito progresso. — Então você o matou. — Disse. Ele podia sentir seu coração batendo em seu peito e cabeça. Pensou em mudar, deixar a mudança vir sobre ele, mas com as cordas as coisas podiam acabar ainda piores. O sol alaranjado estava refletindo no rosto de Julieta, dando-lhe a ilusão de calor. — E matou Anders, também, porque ele fez com Milla o que Sven fez com você. E Katja? Foi porque era a próxima na linha depois de Anders para se tornar alfa? — Não. — Julieta insistiu ardentemente. — Não sou um monstro, não faria mal a uma criança. Ela não deveria estar no barco e sabia que os anciãos não permitiriam que uma criança se tornasse alfa. Era pai e filho em uma viagem de pesca, Katja não deveria estar lá. — Mas estava. Sven e Anders perceberam que algo estava errado antes que explodisse. Katja era muito pequena para realmente lembrar o que aconteceu, mas disse que sentiram cheiro de queimado e, em seguida, eles entraram em pânico. Sven e Anders eram experientes marinheiros, sabiam que o motor ia explodir, mas só havia tempo para inflar o bote salva-vidas e obter Katja nele. Se ela não estivesse lá, poderiam ter tentado um mergulho, mas sabiam que Kat não faria isso. — Tyler disse enquanto tentava descobrir tudo. — Ela disse que a explosão soprou-a para longe do barco. — Irônico, não é? — Disse ela, olhando melancolicamente para o
oceano. — Quase como destino. A única coisa que não tinha planejado foi o que acabou fazendo o meu plano funcionar. Melhorei desde então, aprendi mais. Você não vai nadar a qualquer lugar, não com as mãos e os pés amarrados. — Matou o seu companheiro, também? — Perguntou Tyler. Tentando desesperadamente desfazer a corda ao redor de seus pulsos, mas era inútil. Esta mulher amarrou-o em um inferno de um nó. Não tinha ideia se havia realmente alguém lá fora e se houvesse, talvez fosse um cúmplice. De qualquer forma, suas chances não eram boas. Esta mulher estava começando a soar como bunny boiler3. A ironia não passou despercebida por ele. — Não. — Juliet disse, olhando para ele de novo, como se estivesse fora de si por sugerir uma coisa dessas. — Minhas meninas amavam seu pai, não faria isso com elas. Houve o som distinto de passos do lado de fora antes da porta de madeira deslizar todo o caminho aberta. Olhou para cima, esperando e rezando que fosse Eric ou Finn. Quando viu Milla lá de pé, seu coração afundou. — Mama. — Milla estava usando um lindo vestido que, Tyler assumiu, era para sua cerimônia de acasalamento. A menina, geralmente, muito arrogante parecia assustada e tinha lágrimas escorrendo de seus olhos. Ela olhou para fora, nervosa antes de fechar a porta atrás dela. — Saia do barco. Juliet olhou atordoada e também um pouco nervosa quando olhou sua filha. — O que está fazendo aqui? — Eu me perguntava onde estava, e se iria para a cerimônia, por isso segui o seu cheiro. Agora, por favor, saia do barco. — Querida, está tudo bem, tudo vai ficar bem. Vou resolver tudo. Estou fazendo isso por você. 3
Ex-amante obsessiva e perigosa que persegue a pessoa que os rejeitou. Expressão criada apartir de uma cena do filme Atração Fatal, de 1987, onde uma mulher desprezada em busca de vingança contra seu ex-amante, coloca o amado animal de estimação da família em uma panela de água para ferver.Traduzido, seria algo como Coelhinho na cadeira.
Milla tentou limpar as lágrimas, mas foi inútil. Tyler não achava que já tinha visto alguém tão quebrada. — Nada do que já fez foi para mim. — Isso não é verdade. — Julieta fervia. — Não seja tão ingrata. Não tem ideia de até onde fui para que possa ser feliz. — Como matar pessoas? Mamãe, você matou o nosso alfa e seu filho. — Milla bateu as lagrimas em seu rosto. — Eu nunca quis Anders, era apenas uma menina. A única razão para querer ser o segundo companheiro de Eric foi porque me fez sentir que eu seria um fracasso, se não o fizesse. Você me fez sentir como se fosse inútil se não estiver vinculada a um homem poderoso. — Só quero o melhor para você. — Juliet disse a ela. Sua voz era mais suave agora quando implorava para sua filha a entender. Milla balançou a cabeça tristemente. — Você quer o que é melhor para você. Eric e Finn estão lá fora o procurando. A praia está cheia de pessoas esperando por eles para o acasalamento. Precisa deixá-lo ir. — Não posso fazer isso. — Juliet gritou, irritada com a sugestão. — Se fizer isso, então foi tudo por nada. — Você precisa deixá-lo ir. — disse Milla novamente. — Tome o barco e corra, porque Eric vai tentar caçá-la. Não pode nunca mais voltar. — Você não quer dizer isso. — Disse Juliet, tentando argumentar como se não fosse a única com as ideias malucas. — Não quero vê-la novamente, mas não quero vê-la morta também. — Disse Milla. Ela deu alguns passos cautelosos mais perto de sua mãe e colocou a mão em seu braço. — Por favor. Se me ama, então vai fazer isso. Tyler observou enquanto as duas mulheres olhavam nos olhos uma da outra, como se estivessem dispostas a fazer a outra compreender o seu ponto de vista. Seu coração estava disparado quando a tensão cresceu. Finalmente toda a compaixão no rosto de Juliet caiu e foi substituída por desprezo. — Você é uma fraca. — Ela fervia quando agarrou o braço de Milla e
puxou-a para baixo com ela para o barco. — Vamos matá-lo e não vai dizer uma palavra a ninguém. Vamos seguir com o plano e se não fizer isso, então terei a certeza de que todo mundo ache que estava envolvida o tempo todo. Milla tropeçou e tropeçou, caindo de joelhos ao lado de Tyler. — Mamãe, por favor. — Implorou enquanto as lágrimas começavam a cair de novo. Quando Juliet chegou por trás dela, puxando uma faca afiada de fora de seu bolso de trás, a porta se abriu com tanta força que sacudiu a casa de barcos. —Tyler! — Eric gritou quando veio correndo com Finn logo atrás dele. Eles pararam e viram a cena na frente deles. — Não! — Gritou Juliet.
— Não, não, não, não! Você não deveria
estar aqui. Apesar do fato de que havia uma pessoa louca empunhando uma faca e não mais que quatro metros dele, Tyler sentiu as inundações em seu corpo com a visão de seus homens. — Juliet, o que está fazendo? — Finn perguntou quando ergueu as mãos para mostrar a ela que estavam desarmados antes de caminhar lentamente para mais perto. — O que importa se ele morrer? — Ela perguntou, como se realmente acreditasse que poderia convencê-los a deixá-la matá-lo. — Vocês ainda tem um ao outro e Milla pode ser o seu terceiro. Ela pode ter os seus filhos, como sempre deveria ser. — Nós o amamos, é por isso que importa. Não vamos a deixar matálo. — Finn disse, sua voz normalmente calma ficando baixo e com raiva.
—
Agora se afaste dele e solte a faca, ou vou te matar. Tyler olhou para Eric e viu medo abjeto em seu belo rosto. Era a coisa que o assustava mais. — Ela matou seu pai e seu irmão, também. — Disse Milla, do nada. — Está louca. Juliet virou, faca no alto, e olhou para sua filha que tinha acabado de
traí-la. — Sua putinha! — Ela fervia. — Depois de tudo que fiz para você. — Você fez isso para si mesma. — Milla gritou. Ela virou-se a fim de que estivesse de frente para sua mãe, descansando de volta em suas mãos, com os joelhos dobrados. — Você é uma psicopata que só se preocupa com si mesma. Queria que tivesse morrido em vez do papai. Não vou deixá-la machucar Kristen como me machucou. Juliet rapidamente deu vários passos mais perto de sua filha, a faca agarrada firmemente em sua mão, o que aparentemente era o plano de Milla. Quando Tyler pensou que Juliet ia se lançar em sua própria filha e esfaqueá-la, Milla chutou-a com ambos os pés, mandando Juliet para trás. Ela bateu a cabeça no concreto antes de cair no fosso entre o barco e o chão. Bateu na água com um som alto e imediatamente Milla estava lutando para se levantar. — Mamãe! — Gritou antes de saltar para o pequeno espaço do poço para encontrá-la. Finn pulou atrás de Milla enquanto Eric correu e saltou para dentro do barco. Estava de joelhos, suas unhas transformadas em garras, rasgando as cordas que mantinham Tyler preso. — Tyler, está machucado? — Perguntou, a voz cheia de preocupação. — Não. — Tyler assegurou. — Minha cabeça dói um pouco onde ela me bateu, mas estou bem. Uma vez livre de suas amarras, foi puxado para os braços de Eric. O shifter lobo o abraçou com força, como se nunca fosse deixá-lo ir. — Eu te amo. — Eric sussurrou enquanto beijava o topo da cabeça de Tyler. — Eu te amo tanto. Apesar de tudo o que tinha acabado de passar, ouvir que o amavam tanto, o fez se sentir mais seguro do que nunca tinha sentido antes. — Eu te amo tanto, também. Quando Milla e Finn voltaram à superfície depois de apenas um minuto, apesar de parecer a Tyler muito mais tempo, puxaram uma Juliet mole e sangrando no chão de concreto. — Tyler! — Finn gritou, seu longo cabelo loiro agora solto e agarrado
ao seu rosto em mechas úmidas. — Você está bem? — Estou bem. — Tyler assegurou-lhe, vendo o alívio que encheu o rosto de Finn quando o viu nos braços de Eric. Milla olhou para o corpo sem vida de sua mãe, seus dedos congelados na garganta de Juliet, onde seu pulso deve estar. — Ela está morta. — Milla sussurrou em descrença. — Eu a matei. Tyler conseguiu se soltar da pressão apertada de Eric. Segurou o lado do barco e se levantou. Eric estava de pé imediatamente, ajudando Tyler a ficar de pé e descer ao chão. Agachou-se ao lado de Milla e olhou para o corpo inerte de Juliet. Queria dizer que estava arrependido ou dizer a Milla que não era culpa dela, mas não achava que ela queria ouvir nada disso. Não sabia quanto tempo todos ficaram assim em silêncio, mas quando Lisa, Martin e alguns outros os encontraram, Finn e Eric estavam um em cada lado seu, os dois se agarrando a ele de alguma forma. Lisa engasgou quando viu a cena. — O que aconteceu? Eric relutantemente soltou Tyler e levantou-se para enfrentar o seu povo. Entrou, facilmente, em modo alfa. — É uma longa história. Lisa, vá e diga a todos que esperam na praia que vamos ter que adiar o acasalamento, mas que estarei lá em breve para falar com eles. Martin, leve Milla de volta para sua casa e encontre Kristen. — Eric... — Lisa começou. — Fale comigo, me diga o que aconteceu. Parece que viu um fantasma. — É só pegar as meninas em casa e levar Tyler com você. Irei dizer a todos em breve. — Eric prometeu. Ele olhou para ela duro, como se disposto,s a fazê-la entender e não pressioná-lo. Tyler não podia imaginar o quão difícil seria para ele ter que falar com Lisa e, mais importante, Katja, sobre o que realmente aconteceu com sua família. Tyler olhou de volta para Milla. A garota parecia ter deslizado em um estado catatônico.
— Milla, não foi culpa sua. Ela fez isso. — Disse em voz baixa. — Não foi você. Suas palavras pareceram trazê-la para fora, pelo menos um pouco. Ela virou a cabeça e o olhou, a mão de sua mãe morta agarrada firmemente a sua. Depois de um longo momento, balançou a cabeça lentamente em reconhecimento. Trêmula, Milla deixou cair à mão, que caiu no chão, batendo com um baque sem vida. Ficou de pé, se preparou, e foi até Martin. — Me leve para casa. O tempo parecia como se tivesse acelerado quando as pessoas moveram-se para cobrir o corpo e fazer perguntas sobre o que tinha acontecido. Enquanto Finn, Lisa, Tyler e as meninas foram todos de volta para sua casa, Eric foi dizer ao resto do bando sobre o que aconteceu, tanto naquele dia, como há quatro anos.
Epílogo
No final, Tyler teve realizado seu desejo de uma pacata cerimônia de acasalamento, com apenas sua família lá. Uma semana após a fracassada tentativa de assassinato de Juliet Claesson, os três estavam no deque com vista para o penhasco, onde haviam trocado seus anéis e fizeram o mesmo novamente. As meninas estavam usando seus vestidos bonitos novamente e Eric, Finn e Tyler usavam camisas brancas simples com calças de linho branco. Foi à maneira perfeita de começar a sua vida juntos. Todos na ilha haviam compreendido seus desejos, com tudo o que tinha acontecido. Na
manhã antes do acasalamento, Tyler tinha recebido uma carta. Sabia que era de sua mãe antes mesmo de abri-la. Ela lhe contou como desejava que fosse feliz lá e que gostaria que enviasse uma foto da sua cerimônia de acasalamento. Era um começo. Não importa o que, Tyler não podia suportar a ideia de ter um relacionamento com sua mãe como Finn teve com a sua. Olhando para o anel em seu dedo, Tyler sorriu. Elsa tinha cozinhado uma montanha, embora a sua recepção de acasalamento consistisse em apenas sete pessoas. Tinham uma música de ritmo rápido e Lisa e Finn estavam dançando juntos, tentando alguns movimentos Latinos e fingindo que sabiam o que estavam fazendo. Inga os assistiu com entusiasmo, batendo palmas. — Me siga, Finn. — Ela exigiu, segurando suas mãos até ele. — Gireme de lado. Tyler riu enquanto Finn a agarrava, pegando-a em seus braços e mergulhando-a para baixo, fazendo com que a garota soltasse um pequeno guincho. Celebraram por várias horas e estava começando a ficar tarde. Tyler estava relutante em encerrar a noite, no entanto. Embora, certamente estivesse ansioso para estar a sós com seus dois companheiros, adorava ver sua nova família assim, tão feliz e despreocupada. Lisa tinha, convenientemente, arranjado uma festa do pijama para as meninas e si mesma, e Elsa tinha mencionado um pouco alto demais sobre como pensava que poderia ficar em sua antiga casa para a noite. Estavam na cozinha, o que podia não parecer o lugar mais fascinante para uma festa de acasalamento, mas era perfeito. Ele tinha tudo e todos, que precisava ali mesmo. Katja estava ao seu lado, tentando comer mais um pedaço de bolo, mas parecia que ela estava lutando. — Quanto bolo você já teve? — Tyler perguntou com uma careta. Não tinha certeza se shifters lobo tinham dores de estômago, mas se tivessem então ela, sem dúvida, iria ter uma.
— Esse é o meu terceiro. — Disse com um sorriso. Era bom vê-la tão relaxada. Haviam se sentado com ela e lhe disse tudo o que descobriram sobre a noite em que seu pai e seu avô morreram. Todos choraram naquela noite, mas foi como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros. Agora que sabia que havia alguém para culpar, Katja parecia ter deixado ir toda a culpa que há tinha afogado desde aquela terrível noite. — Bem, acho que deveria ser o seu último. — Tyler disse depois de vê-la por um minuto. Katja sorriu para ele. — Olhe para você, soando como um pai. Ele mostrou a língua para ela, fazendo-a revirar os olhos. — Ok, você está de volta. Riu junto com ela e se inclinou para beijar-lhe o rosto, sorrindo enquanto ela fingia ficar indignada e limpava o rosto. — Estive pensando sobre a nossa brincadeira. — Disse ela, de repente.
Tyler
tinha
assumido
que
tinha
esquecido
tudo
sobre
isso,
considerando que não havia tocado no assunto desde que tudo aconteceu. — Acho que Kristen estava apenas sendo má para mim porque a Sra. Claesson era uma bruxa. Algumas das crianças da minha turma esta semana estavam olhando para ela como se fosse sua culpa, como se matou meu pai e avô. Estava pensando que poderia ir até a sua casa amanhã e ver se quer conversar. Talvez se virem que não a culpo pelo que aconteceu, não serão mais malvados com ela. Tyler engoliu em seco e teve que se parar de agarra-la e a apertar com força. — Acho que é uma ótima ideia. E acho que está preste a ser a criança mais impressionante no mundo. Estou muito orgulhoso de ser seu pseudo-pai. Ela franziu a testa por um minuto, sem dúvida para trabalhar o significado dessa palavra em sueco. Eram todos tão bons em falar inglês que às vezes se esquecia de que não era sua língua nativa. Quando percebeu o que estava dizendo, ela lhe sorriu timidamente.
— Obrigado, pseudo-pai. — Disse ela, batendo-o carinhosamente com seu ombro. Mesmo que estivessem dizendo de uma forma brincalhona, ainda o fazia se sentir quente por dentro ao ouvi-la dizer isso. Se os seus próprios filhos acabassem por ser parecidos com Katja e Inga, então, seria feliz. Olhou através da sala e viu Eric observando os dois, um leve sorriso no rosto. Tyler sabia que o lobo alfa tinha ouvido toda a conversa, mesmo por cima da música. Ele segurou o olhar de Tyler e murmurou as palavras “eu te amo”. Ao longo da última semana, tinha ouvido os dois dizerem isso muito, mas o seu peito ainda apertava e vibrava a cada vez. — Ok. — Lisa finalmente anunciou em voz alta. — Acho que é hora de limpar, senhoras. Inga choramingou e fez beicinho com o fato de que tinha que parar de dançar, mas quando Finn sugeriu que levassem o resto do bolo com elas, logo se animou. Felizmente para eles, Lisa e Elsa tiveram a clarividência de arrumar suas mochilas antes da cerimônia, assim não demorou muito para que todas estivessem fora da porta. — Ah, enfim sós. — Finn suspirou com um sorriso brincalhão. Estendeu a mão e desligou a música, mergulhando a casa em um raro silêncio. Sem a distração das crianças e todo o barulho, Tyler deixou-se ter um momento para absorver tudo. Era deles e eram seus. Pensou que poderia realmente explodir de felicidade. Os três fizeram o seu caminho para cima e devido ao fato de que seu chuveiro não era grande o suficiente para caber todos os três juntos, Eric tomou banho no banheiro das garotas, enquanto Tyler e Finn se revezavam no deles. Quando Tyler saiu do banheiro, sendo o último a tomar banho, com nada além de uma toalha enrolada na cintura, parou na porta com a visão de seus dois companheiros nus se beijando ao pé da cama. Seus paus já estavam meio duros e roçavam um contra o outro, era uma visão de dar água na boca. Tinham esperado todos esses anos para
estarem acasalados. O pensamento não fez Tyler se sentir isolado, apenas se sentir bem. Claramente, não eram dois caras que desistiam das pessoas facilmente. Apesar do fato de que todos se amavam, Tyler só os conhecia por um mês. Sentia-se seguro, no entanto, que não importasse o que jogassem conta eles, poderiam lidar com isso e sempre iriam apoiar uns aos outros, não importava o quê. Eric e Finn interromperam o beijo e se viraram para olhar para Tyler. Ambos sorriram ao vê-lo seminu. — Provavelmente devemos arrumar as escadas antes de irmos para a cama, certo? — Eric perguntou, embora seu tom sugerisse que estava apenas brincando com eles. — Dane-se isso. — Disse Tyler, enquanto caminhava para o alfa e pegava sua mão. — É a nossa noite de acasalamento. Finalmente, vamos começar a reproduzir para valer. O olhar de luxúria nos olhos de Eric foi intenso e instantâneo. — Pensei que não estava certo sobre sermos pais ainda. — Finn disse, tentando ser a voz da razão. Colocou o braço em volta da cintura de Tyler e beijou o lado de sua cabeça. — Não concorde com isso apenas para que Eric possa satisfazer um desejo. Suas palavras pareceram puxar Eric fora de seus pensamentos. Ele olhou nos olhos de Tyler e segurou a parte de trás de sua cabeça. — Finn está certo. Ter um bebê não é algo que deve fazer se não estiver pronto. — Amo que estão dispostos a esperar por mim, mas li bastante e é muito raro que vá acontecer de imediato. A maioria dos shifters do sexo masculino, que são capazes de gerar bebês, tenta por anos antes de engravidar. — Tyler disse a eles. — Além disso, acho que se isso acontecer, então não seria a pior coisa do mundo. Não ficarei chateado ou qualquer coisa assim. — Tem certeza? — Perguntou Eric.
Tyler assentiu. — Estou muito certo. Quero dizer, desde que estejam. Finn sorriu e virou a cabeça de Tyler para que pudesse beijá-lo devagar. — Essa é a maneira de Finn dizer sim. — Eric disse, fazendo Finn e Tyler quebrar o beijo e rirem. Eric se inclinou para um beijo rápido de sua própria autoria antes de lentamente caindo de joelhos. A respiração de Tyler acelerou ao ver o poderoso alfa de joelhos diante dele. As grandes mãos de Eric deslizaram até as coxas de Tyler e sob a toalha. Finn veio por ficar atrás de Tyler e passou os braços ao redor do seu peito, apoiando o queixo em seu ombro para que tivesse uma boa visão do que Eric estava fazendo. Sua toalha foi se afastando lentamente e jogada para o lado da sala. Com a respiração suspensa e inclinando-se para trás no sólido corpo de Finn, Tyler observou Eric tomar seu pênis em sua boca. As grandes mãos do alfa deslizaram em torno do seu copo e apertaram sua bunda, o shifter coelho gemeu. Podia sentir o pau de Finn empurrando contra a parte inferior das suas costas e inclinou a cabeça, esperando que Finn fosse perceber o que estava silenciosamente pedindo. Com uma bufada divertida, Finn começou arrastando beijos ao longo do pescoço de Tyler. — Você quer que a gente te morda, não é? — Finn sussurrou contra sua garganta. — Quer nos pertencer. Tyler balançou a cabeça lentamente. — Sim. Foda-se, quero isso mais do que qualquer coisa. As mãos de Tyler caíram para deslizar no cabelo espesso e escuro de Eric, fazendo com que o alfa gemesse. — Então, aqui está o que penso. — Finn disse, sua voz baixa e sedutora. — Eric fode você, assim como ele quer, e enquanto ele está fazendo isso... — Disse ele, fazendo uma pausa para beliscar provocativamente um dos mamilos de Tyler. — Você me fode. Tyler gemeu e arqueou para o toque. Gemeu e assentiu com a
cabeça. — Sim, por favor. Eric chupou agradável e lento, assim como tinha aprendido que Tyler gostava. Seus dedos cavaram os montes de carne do seu traseiro, puxando, espalhando-o aberto. Como se soubesse exatamente o que Eric estava fazendo, Finn beijou o lado do pescoço de Tyler mais uma vez antes de cair de joelhos atrás dele. —Oh meu Deus. — Tyler gemeu, sabendo exatamente o que estava por vir. — Foda-se, sim. Molhada, a língua quente de Finn deslizou pelo vinco de Tyler, passando rapidamente sobre sua entrada e fazendo-o estremecer. — Vai me fazer gozar fazendo isso. Finn beijou uma de suas bochechas, substituindo a língua com o dedo. — Bem, essa é a ideia. — De jeito nenhum. — disse Tyler, empurrando de volta para o dedo com um gemido. — Quando eu gozar vai ser dentro de você. Eric soltou o pênis de Tyler lentamente, lambendo o lábio inferior e gemendo com as suas palavras. Olhou para o rosto do alfa e viu que ele estava perdido em uma névoa cheio de luxúria. Sorriu para o quanto seu companheiro o queria. Queria levá-lo e mordê-lo, tornando-o seu para sempre. Calor agrupou na boca do estômago, fazendo-o sentir-se um pouco bêbado de luxúria. — Ok, temos de levar isso para a cama. — Tyler disse, sua voz carregada de desejo. Eric foi endireitando-se e se ajoelhou em cima da cama antes dos outros dois conseguirem se mover. Finn riu de sua ânsia e beijou o lado do rosto de Tyler antes de seguir Eric. Antes que pudesse se juntar aos seus companheiros Tyler congelou, observando Finn de joelhos, lubrificar um par de dedos e penetra-los em si mesmo. Seu pau duro estava corado e se elevava dos cachos dourados.
— Santo inferno. — Tyler sussurrou, balançando a cabeça e se perguntando como isso acabou por ser sua vida agora, antes de ir se juntar a eles. — Deite-se. — Disse Eric a Finn quando pegou um travesseiro gordo para colocar sob sua bunda. — Você está pronto ou precisa de mais? Finn sorriu para ele e se contorceu para ficar confortável. — Sabe que gosto da queimadura. Eric sorriu e se inclinou para lhe dar outro beijo. Tyler os observou e tomou uma respiração profunda, estremecendo. Ambos eram tão perfeitos, seus corpos nus fortes e firmes. Observando os momentos de ternura entre os dois muitas vezes fez mais para ele do que qualquer outra coisa que tinha visto. Estendeu a mão e pegou o lubrificante da mão de Finn antes de apertar um pouco e alisar seu pau. O gel fresco sentia-se bem em sua pele superaquecida e não pôde resistir a acariciá-lo algumas vezes. — Ok, coelho, tempo para me foder. — Finn exigiu, mas ronronou quando ele e Eric interromperam o beijo. Seus olhos eram escuros com a excitação, fazendo-o parecer ainda mais sexy do que o habitual. Engolindo em seco, Tyler se mudou para a posição, apoiando-se sobre Finn com uma mão enquanto guiava seu pênis em Finn com a outra. Empurrou lentamente, com os olhos colados ao rosto de Finn, observando por sinais de prazer ou desconforto. Tudo o que viu que havia era a necessidade crua. — Oh sim. — Finn gemeu quando Tyler deslizou em profundidade. Finn era perfeito em torno dele e Tyler teve que morder o lábio e se concentrar em não explodir. — Isso é bom. Tyler se afastou um pouco para fora e rolou seus quadris enquanto deslizava para dentro, a boca de Finn abriu em um suspiro quando Tyler encontrou seu ponto doce. O shifter coelho se inclinou e deu um beijo ao longo do mamilo endurecido de Finn. — Vocês parecem tão bem juntos. — Disse Eric quando se moveu para trás de Tyler. — Sou um homem de muita sorte.
Tyler empurrou superficialmente em Finn um par de vezes antes de fazer uma pausa para que Eric pudesse entrar nele. Estava deitado por cima de Finn, com uma mão apoiada em ambos os lados de sua cabeça. A sensação de calor apertado em torno dele foi incrível por si só, mas quando Eric empurrou para ele, seu pau grosso esticando-o perfeitamente, Tyler sabia que tinha encontrado o céu. Engasgou e olhou nos olhos de Finn. O shifter lobo estava observando seu rosto com cuidado, como se catalogando cada olhar de prazer que se mostrava em seu rosto. — Oh, meu Deus! — Gritou Tyler quando Eric puxou para trás e bateu para dentro. — O que devo fazer? Devo me mover ou ficar parado? Seus dois companheiros ficaram em silêncio por um momento, como se não tivessem exatamente certeza de como isso deveria funcionar. — Que tal você se move e Eric fica parado? — Finn sugeriu. Eric
beijou
a
omoplata
de
Tyler
e
descansou
sua
testa
lá.
Cautelosamente, Tyler avançou, empurrando para Finn antes de deslizar para fora e foder-se de volta em Eric. — Puta merda. — Gemeu. — Vocês dois tem que sentir isso. Finn sorriu e passou as mãos pelos flancos de Tyler. — Sentiremos... Depois de alguns golpes cuidadosos, não querendo errar e machucar nenhum deles, Tyler encontrou seu ritmo, e logo Eric estava se movendo, também, igualando o seu movimento. — Desejei isso por tanto tempo. — Eric murmurou contra as costas de Tyler. — Preencher você. Tyler mordeu o lábio inferior e inclinou a cabeça para trás, dando acesso a Eric para sua garganta. — Você quer me morder, não é? Marcar-me, fazer-me seu? Eric rosnou baixo em sua garganta, o som vibrando em seu peito. Aumentou suas investidas quando o alfa nele claramente começou a subir para a superfície. Tyler apertou o passo para coincidir com Eric e bateu duro em
Finn. — Morda-o. — Disse Finn a Eric. — Encha-o e o faça nosso. Engravide-o. Com um som áspero, desesperado, Eric trancou seus dentes no pescoço de Tyler, que gritou com a dor aguda que foi rapidamente seguida por prazer. — Oh, Deus, sim... — Gemeu desesperadamente. Eric resmungou, quase com alívio que finalmente havia feito aquilo, que tinha finalmente o reivindicado, e o soltou. — Oh, merda. — Finn gritou. — Porra, Tyler, goze em mim, bebê. Morda-me. O som de seus suspiros e gemidos encheram o ar e Tyler caiu um pouco para frente, com a boca agarrando o pescoço de Finn quando sentiu-se chegando perto do limite. Com os dentes à mostra, ele o arranhou provocando a pele suave, pálida. O pau de Finn estava duro e vazando contra o estômago de Tyler e, quando mordeu sua garganta, sentiu seu companheiro loiro se derramar entre eles. — Oh sim! — Finn gritou. —Oh, merda! Tyler mordeu profundo o suficiente para quebrar a pele, mas sabia que não era nada, Finn iria curar rapidamente. Com mais algumas estocadas, Tyler estava gozando dentro de Finn. Inclinou sua cabeça, dando acesso a Finn para o outro lado da sua garganta. Choramingou quando Finn o mordeu, reivindicando-o para sempre como seu companheiro, o seu amado. — Te amo tanto. — Eric resmungou. Pegou o ombro de Tyler, puxando-o quando Finn deslizou para trás, deslizando o pau de Tyler fora dele. Quando Eric continuou a foder Tyler, Finn se levantou de joelhos ao lado deles. Ele acariciou a mão para baixo sobre o peito de Eric antes de se inclinar e trancar os dentes no pescoço de Eric. Tyler foi ágil o suficiente para chegar ao outro lado do pescoço de Eric e morde-lo junto com Finn. Soltando um rugido alto, o pau de Eric se contorceu dentro de Tyler antes de jorrar, inundando sua passagem com seu esperma. O sentimento de
Eric gozando dentro dele foi intenso. Nunca sentiu nada parecido. Ele continuou a bater suavemente nele até que estava completamente gasto. Uma vez que ambos, Finn e Tyler, tinham liberado o pescoço de Eric, o alfa agarrou Finn, aproximando-o e cravou os dentes no ponto sensível entre o pescoço e o ombro. Finn gritou, embora claramente não de dor, quando finalmente conseguiu ser reivindicado como esperou por toda sua vida. Exausto e gasto, Tyler deixou-se cair para frente sobre a cama. Ficou imóvel, simplesmente respirando. Não tinha energia sobrando nele e tudo o que queria fazer era dormir. Conseguiu manter os olhos abertos o tempo suficiente para ver Finn e Eric o limpando e a si mesmo, com lenços umedecidos, antes de finalmente ceder e dormir. Com o calor e cheiro dos seus dois companheiros ao seu redor, Tyler caiu em um sono profundo com um pensamento final, bem-aventurado. Estava acasalado. Era amado. Ele pertencia.
Fim