Robby Newton estava cansado de viver com um pai tirano então ele decidiu fugir e ter a sua chance no mundo. Antes de deixar a cidade, Robby parou no Rancho Grande Urso para dizer adeus ao seu irmão Isaac. Enquanto estava na cozinha tomando um pouco de chá, um homem entrou e Robby soube que estava em apuros. Gregory Shott pensou que alguém tinha invadido sua casa e estava se sentido à vontade. Para sua decepção, era o ladrão mais bonito que já viu. Mas em vez de chamar a polícia, Shott tentou falar com o homem para mudar sua vida. Quando Isaac entra e apresenta o assaltante como seu irmão, Shott decidi que quer o homem para si. Mas alguém quer matar Robby e Shott deve não só proteger o homem, mas tentar convencer Robby a ficar. Robby está determinado a sair pela porta e começar a sua nova vida, uma vida que não inclui Shott.
Bear County 11
Capítulo Um Era hora de fugir. Colocando o ouvido na porta, Robby escutou procurando por qualquer sinal de que seu pai estivesse acordado. O radiador assobiou atrás dele, fazendo-o pensar que um animal com raiva estava à espreita e próximo. Isso não estaria muito longe da verdade, considerando o homem em que seu pai havia se transformado, Robby não o conhecia mais. Irritado e amargo seria a descrição precisa. O corredor estava tranquilo. Nenhuma uma criatura se movia, nem mesmo um rato. Ele quase riu de seu devaneio, mas se lembrou do por que estava escutando tão de perto. O que limpou o sorriso do rosto. Dando uma boa olhada no seu quarto, Robby se perguntou se estava tomando a decisão certa. Embora ele tivesse dezenove anos, estava realmente pronto para o mundo? Descobriria em breve. — É isso. — Robby estremeceu, meio consciente do fato de que estava deixando a segurança de sua casa para trás para sair para o grande desconhecido. Afastando-se da porta do quarto, caminhou até sua cama e levantou o cobertor, agarrando a mochila de onde ele a tinha escondido. Depois de lançar o saco de lona por cima do ombro, Robby empurrou as
cortinas brancas desbotadas de lado e abriu sua janela. A madeira era velha e desgastada e gemeu em protesto quando a levantou. Uma rajada de ar muito frio invadiu o seu quarto e moveu as páginas do caderno que ele havia deixado em sua cabeceira. Robby olhou brevemente para a porta do quarto antes subir no parapeito da janela. Havia apenas uma coisa que precisava fazer antes de deixar a cidade e ir embora. Robby tinha que parar e ver seu irmão Isaac. Embora não tivesse visto Isaac em meses, Robby não poderia sair sem dizer adeus. Isaac foi seu melhor amigo enquanto cresciam, e não queria que seu irmão se preocupasse com ele. Robby respirou fundo, tentando acalmar o seu coração acelerado, antes de jogar a outra perna por cima da moldura da janela e, em seguida, agarrar a treliça. Seu pé quase escorregou em um pedaço acumulado de gelo antes que ganhasse equilíbrio. A queda da janela do segundo andar definitivamente quebraria alguma coisa. A neve caiu no início da noite, e havia uns bons dois centímetros no terreno. Isso ainda não seria o suficiente para amortecer a sua queda. Esforçando-se, Robby estendeu a mão e deslizou a janela de volta no lugar. Agora tudo o que tinha que fazer era descer. Isso era mais fácil dizer do que fazer. A treliça caiada não era a mais estável, e havia algumas peças que estavam congeladas. Ele começou a descer cuidando aonde colocava seus pés. Seus dedos rapidamente ficaram dormentes, e seu nariz estava ardendo por causa do frio. Robby podia ver sua respiração enquanto expirava e lutava para permanecer em silêncio enquanto trabalhou o seu caminho em direção ao chão. Quando chegou até a metade, Robby ouvi algo estalar. Sua cabeça se levantou e seus olhos se arregalaram quando a treliça rangeu, dobrando e, lentamente, começou a separar-se da casa.
Oh, isso não era bom. Embora Robby não fosse construído como um linebacker, ele tinha um corpo bastante sólido. Seus 73 quilos foram demais para a madeira fina. Ele tentou se mover mais rápido, para escapar da catástrofe iminente, quando seu pé escorregou em um pedaço de gelo e o atirou para fora de seus pés. A metade inferior de Robby pendia no ar, os dedos segurando a treliça. Ou iria bater no chão levando um pedaço da casa com ele, o que certamente acordaria o seu pai, ou se soltaria e tomaria as suas chances. Robby soltou. A queda de dois metros e meio e aterrissar em um solo congelado não foi nenhum piquenique. A neve dura não deu nenhuma margem de manobra quando Robby caiu de costas, se enrolando em si. Ele estremeceu quando seu pulso direito explodiu em dor. Sua viagem já estava cheia de armadilhas perigosas, e ele ainda nem tinha saído de casa. Infelizmente, Robby não tinha tempo para cuidar de sua ferida. Ele tinha que fugir e colocar a maior distância entre ele e seu pai antes que o velho percebesse que o havia deixado. Rolando de lado, Robby usou a mão esquerda para se levantar e tentar espanar tanta neve fora quanto possível. Depois de um ou dois segundos limpando o seu traseiro, Robby foi em direção a floresta. Mesmo que fosse um shifter urso, a floresta a noite era francamente assustadora. Seus dentes começaram a bater enquanto seus pés rangiam na neve, deixando pegadas profundas atrás dele. Robby seria encontrado facilmente, se não chegasse à estrada em breve. O problema era que o seu senso de direção sugava. Depois de caminhar por 20 minutos, ele se virou. Qual o caminho da estrada? Ele enfiou as mãos profundamente sob as axilas enquanto olhava ao redor. Seu pulso já ferido doeu com o movimento, mas Robby empurrou a dor
de lado. Com os pés afundados profundamente na neve, seus dedos estavam começando a ficar dormentes. A única coisa que podia fazer era escolher uma direção e esperar pelo melhor. Robby se moveu pela floresta, dizendo a si mesmo para não pirar com os sons à sua volta, o pio, a correria dos animais e os galhos estalando. Mas sua mente não quis ouvir. Robby tinha escapado para cidade muitas vezes e tinha visto alguns filmes de terror. Agora ele desejava que não tivesse. Ele ficava imaginando o pior tipo de criaturas infernais à espreita nas proximidades, esperando para atacar. Tudo que Robby precisava fazer era cair e seria a combinação perfeita para uma cena de assassinato. — Pare com isso. Não há forças demoníacas que possuem seres humanos inocentes vindo atrás de você. Controle-se. A conversa estimulante não funcionou enquanto Robby seguia em frente. Ele nem sequer sairia de casa, se seu pai não tivesse se transformado em um completo idiota após o cara ter repudiado Isaac. Mas seu pai começou a jorrar coisas como “você é o filho que vai me deixar orgulhoso, Robert” ou “por que você sairia de casa, se tudo o que você precisa está aqui” ou o favorito de Robby, “você vai se casar com uma mulher fina e me dará muitos netos”. Jacob Newton era uma contradição constante. Como Robby se casaria com alguém, se ele nunca saía de casa? Mas não era por isso que ele estava saindo. Se seu pai descobrisse que ele era gay... Robby estremeceu. Ele se lembrou do que Jacob fez a Isaac. Robby ainda tinha pesadelos com o quanto seu pai bateu em Isaac e depois jogou Isaac em uma cidade estranha para que se virasse sozinho. Louco fodido do caralho.
Robby não ficaria e esperaria que isso acontecesse. Não, obrigado. Embora Robby amasse o seu irmão até a morte, verdade seja dita, Isaac deveria ter saído anos antes da merda bater no ventilador. Robby não cometeria o mesmo erro. O silêncio dos bosques parecia apertar em torno de Robby. Pânico tentou, em conjunto, fazê-lo virar e voltar para casa. Ele sussurrou em seu ouvido que seria um fracasso total e acabaria rastejando e implorando o perdão de seu pai. Alívio tomou conta dele quando Robby encontrou o caminho. Eram duas da manhã, e nem mesmo a lua estava fora para lançar um brilho útil. Ele estava na completa escuridão enquanto se dirigia para o Rancho Grande Urso. Ele andou cerca de 1,5 Km abaixo na estrada quando faróis apareceram a distância. Embora seu pulso ainda doesse, Robby apertou as tiras de sua mochila, se perguntando se deveria pedir carona ou apenas continuar caminhando. Os faróis ficaram mais claros, cegando Robby. Ele quase tropeçou quando o dedo polegar do seu pé direito bateu em algo sólido sob a neve. Ele se parou de cair rolando até as plantas, quando a van começou a parar. Era dourada, parecia nova e tinha uma porta lateral deslizante. O sotaque da música country saiu suavemente quando o homem rolou a janela para baixo. O cara tinha uma longa barba branca, linhas duras em seu rosto, como se ele sorrisse muitas vezes, olhos cor de vidro azul. Ele apoiou um braço coberto por uma camisa de flanela vermelha na moldura da porta enquanto olhava para Robby. — Hey, precisar de uma carona meu filho? As marcas de expressão do homem ficaram profundamente gravadas em um rosto curtido, lembrando a Robby de algum avô. Seu cabelo era da cor da neve, grossos e longos. O homem parecia ter tido uma vida dura, mas tirou isso de letra.
— Eu não posso ajudá-lo a encontrar um filhote de cachorro perdido. — Disse Robby quando sentiu a neve se infiltrar lentamente em seus sapatos, deixando as meias molhadas. — E eu não sou particularmente apaixonado por doces. Nós não estamos indo em busca de um animal, um ovo de ouro, ou um sapatinho de cristal. Eu não tenho tempo para subir em um pé de feijão, Jack. A risada do homem era forte e alegre quando bateu com a mão sobre o metal de sua porta. — Eu não perdi nenhum animal de estimação, e minha esposa me colocou em uma dieta. Nenhum doce para lhe oferecer. — Eu também sou terrível com senso de direção por isso não posso ajudá-lo encontrar qualquer coisa. — Acrescentou Robby. Seu sorriso era tão largo quanto o horizonte. Ele não podia se ajudar. A risada do estranho era contagiante. Ela era como um fogo quente e gemada, deliciosamente bemhumorada. O homem mexeu um telefone na mão. — Eu tenho GPS. Não me falhou ainda. Eu acho que minha esposa o usa para me rastrear. — O homem piscou para ele. — Quando você for casado durante o tempo que sou você começa a conhecer a sua cara-metade malditamente bem. Robby não sabia nada sobre isso. Parecia bom. Quando o homem falou de sua esposa, seus olhos pareciam brilhar. Robby poderia dizer que o estranho estava profundamente apaixonado. Ele deu um passo em direção à van. — Você não tem nenhuma fita adesiva, algemas, ou uma pá lá, não é? — Eu tenho um leitor de DVD muito bacana que desliza para baixo quando eu aperto um botão. Eu também tenho um sistema de som de arrasar, mas o que eu não tenho é o material que você nomeou. Por que, você precisar enterrar um corpo? Fazendo uma oração, Robby caminhou ao redor da van. Os faróis o banharam com luz antes dele caminhar até a porta lateral e a abrir. O interior
cheirava a menta. Robby subiu e se sentou, colocando a mochila entre seus pés. — Onde? — Perguntou o estranho. Robby olhou para a parte de trás da van para ver dois caras pequenos descansando em seus assentos. Ele teria pensado neles como crianças, mas um deles estava fumando um charuto e usava uma barba. O outro cara estava xingando alguém no telefone. Definitivamente não eram crianças. — Esses são Dick e Tom. — O estranho disse. — E o meu nome é Kris. O homem estendeu a mão grossa, e Robby a apertou. A pele do homem era quente e macia. — Sou Robby, e eu estou indo para o Rancho Grande Urso. Sabe onde fica? O cara assentiu. — Eu passei por ele a poucos quilômetros atrás. A última coisa que Robby queria fazer era ser uma pessoa enfadonha. — Você não tem que voltar. Eu posso andar. — Pfft, como se eu estivesse fazendo alguma coisa. Eu estou apenas relaxando com os caras e ficando longe do cabelo da mulher. Está muito ocupada em casa agora. Podemos dar a volta e estaremos lá em pouco tempo. Robby realmente gostou desse cara. Desde que Kris não estava fazendo nada, Robby perguntou: — Você conhece um lugar que esteja aberto a essa hora? Estou morrendo de fome. — Você não precisa dizer mais nada, nenhuma palavra. — Kris estalou os dedos, e o homem com a barba se moveu na parte de trás. Os olhos de Robby se arregalaram quando o cara abriu um mini-frigorífico. Esta van era legal pra caramba. — Temos sanduíches, salada de massa se você estiver nesse tipo de porcaria. Há algumas fatias de pizza que sobraram aqui e Coca-Cola. Minha
esposa deve ter colocado a salada lá. — Kris sussurrou para Robby. — Sempre tentando me convencer a comer coisas saudáveis. — Vou levar a pizza, se você não se importa. — Disse Robby quando seu estômago roncou alto. — E uma Coca-Cola. — Dê-me uma Coca-Cola também. — Disse Kris. — Mas não diga a minha esposa. O homem com a barba riu e acenou com a cabeça antes de distribuir a comida e bebidas. O cara lembrou Robby do pequeno Gerard Butler . O homem ainda tinha um leve sotaque. — Eu sou Tom. — Disse ele para Robby. — Se você quiser mais, é só pedir. Estas foram as pessoas mais simpáticas e mais estranhas que Robby já conhecera. Ele gostou, embora. Dick terminou o seu telefonema e jogou o telefone de lado antes que erguesse o punho. Robby franziu a testa. — Toque-o com seu próprio punho. Vá em frente, não tenha medo, é se aproximar com o seu, e bater com força, se você quiser. — Disse Dick. Kris teve um ataque de riso enquanto abria a sua bebida e tentava dirigir ao mesmo tempo antes dele se endireitar e dar a volta. Robby fez como disse Dick, e, em seguida, Dick sentou com um sorriso de aprovação no rosto. Kris colocou a música mais alto, cantando junto com ela enquanto Robby devorava a fatia de pizza. Tom se inclinou para frente e deu um tapa no ombro de Robby antes do cara começar a cantar com um sorriso alegre no rosto. Dick balançou a cabeça, o que parecia ser irritação, mas piscou para Robby. Dick tinha a cor de castanhas e um cavanhaque para coincidir com o cabelo hippie longo. Ele era robustamente bonito com olhos cor de carvão. O homem parecia uma antiga estrela do rock da escola, com calças de couro pretas e uma camiseta do Jimi Hendrix. Ele tinha uma pulseira de couro de 7cm em torno do seu pulso esquerdo e algumas mais finas também.
— Viajando por conta própria? — Kris perguntou quando a música terminou. — Como você sabe? — Robby tomou um gole de seu refrigerante e enfiou o último pedaço de pizza em sua boca. — Golpe de sorte. — Disse Kris. — Na estrada a essa hora, mochila nas costas, e um olhar de desejo de viajar em seus olhos cor de âmbar. — O cara acenou com a cabeça uma vez. — Eu conheço esse olhar, tive algumas vezes, às vezes ele ainda volta. Tom deu uma risada baixa. — Do que você está falando, Kris. Você ainda vaga em todos os lugares como um cigano perdido. — É verdade. — Kris disse quando colocou sua lata em um suporte para copos entre os bancos. — Vi o mundo e mais um pouco. — Não fizemos todos? — Disse Dick com um sorriso. — Quebrou alguns corações ao longo do caminho. Tom deu um tapa no joelho enquanto ele ria. — E teve o seu coração partido algumas vezes. Dick fez uma careta. — Isso é chamado desejo, meu amigo. Não havia nenhum amor envolvido. — Diga-me você ainda está dolorido sobre Jarvis. — O humor na voz de Tom tinha ido embora. — Eu não fui o único que fugiu com aquele cara. — Disse Dick. — Eu tentei lhe dizer que ele era uma má escolha. A cabeça de Robby girou. — Você é gay? A expressão de Tom endureceu. — Sim, tem problema com isso? — Deixem ele em paz. — Disse Dick. — Não tente mudar de assunto. — Meninos. — Disse Kris em advertência. — Não exponham sua roupa suja na frente do nosso convidado.
— Eu não tenho um problema com isso. — Disse Robby para Tom. — Honestamente. Ele poderia ter dito a Tom que ele era gay também, mas Robby queria deixar o assunto de lado. Ele não tinha ideia de quem era Jarvis, e parecia um assunto delicado. Ele estava tendo um bom tempo e não queria estragar o humor. Tom bateu Robby no ombro mais uma vez. — Tudo bem, meu homem. Dick simplesmente odeia o fato de que eu tive meu coração partido. Robby olhou entre Tom e Dick. — Vocês dois estão...? — Era certo perguntar se duas pessoas estavam justas? Robby não tinha certeza. Ele não queria se intrometer, mas não pode deixar de perguntar. Tom rachou de tanto rir. — Claro que não. Dick é muito malhumorado para mim, além disso, ele é reto como uma flecha. — Não há julgamentos nesta van. — Disse Kris. — Nós não damos um rabo de rato com quem você quer dormir. Estamos apenas relaxando e tendo um bom tempo. Robby sentiu como se Kris estivesse falando diretamente com ele, dizendo-lhe que estava tudo bem se fosse gay. O cara até mesmo piscou um olho para Robby antes de olhar para longe. Houve algum tipo de conhecimento nesses olhos azuis. Robby teve um estranho desejo de confessar tudo para Kris. Dick zombou. — Estamos andando nesta van porque você irritou a sua esposa e está lhe dando tempo para se acalmar. Robby riu quando as bochechas de Kris viraram um tom claro de vermelho. Ele deu de ombros e depois piscou para Robby. — Verdade. Ela me pegou me devorando um lote de cookies. — O cara lambeu os lábios. — Eu amo alguns cookies.
— E leite. Pena que você tem intolerância à lactose. — Tom disse antes que de olhar para Robby. — Lhe dá um caso grave de gases. — Tom torceu o nariz e depois acenou com a mão na frente do rosto, como se para ilustrar o quão ruim os gases cheiravam. — Culpado. — Kris disse com um sorriso. — E fedorento. — Acrescentou Dick. — O inferno, ele nos deixou em uma “caixa quente” antes de pegar você. — Caixa quente? — Perguntou Robby. — Sim, soltou um com as janelas fechadas, nos deixando engasgar com o mau cheiro. — Tom explicou. Robby desatou a rir e quase deixou cair a lata. Ele iria realmente odiar sair dessa van. Esses caras eram uma piada. A única vez que Robby riu assim era quando Isaac vivia em casa. Ele e seu irmão eram tão agressivos como ladrões, e Robby perdeu o vínculo que tinha com o seu irmão. Ele sabia que as pessoas cresciam e mudavam, ou, no caso de Isaac, foram forçadas a sair. Robby não invejava Isaac ou sua felicidade, mas houve momentos quando a vida em casa se tornou tão solitária que Robby sentia como se houvesse um buraco dentro do peito. Mas ele tinha que colocar suas calças de menino grande e fazer e crescer. Ele não podia fazer isso enquanto vivesse em casa com um pai tirânico. Robby tinha que enfrentar o mundo e fazer uma vida para si mesmo. — Então, o que o fez ir para esse rancho nas primeiras horas da manhã? — Perguntou Kris. — Não que seja da minha conta. Robby apertou os lábios quando ele balançou a cabeça. — Às vezes um homem tem que estar em seus próprios pés e agarrar a vida pelas bolas. — Amém. — Disse Dick. — Eu sinto o mesmo que você sobre isso. — O mesmo aqui. — Disse Tom.
— Dividimos os mesmos sentimentos nessa van. — Disse Kris. — Eu sei o que você quer dizer. Tom começou a rir. — Você perdeu suas bolas quando você se casou. — Não é verdade. — Disse Kris. — Eu não as perdi. Eu sei exatamente onde elas estão. — Na palma da mão de sua esposa. — Disse Tom. — Você vai entender quando você encontrar o caminho. — Disse Kris com uma nota de satisfação em sua voz. — Você terá prazer de entregar suas bolas com um sorriso em seu rosto e um suspiro em seu coração. Tom gemeu, mas Dick permaneceu em silêncio com uma expressão pensativa. Robby sentiu pena de Tom. O cara teve seu coração partido, e agora ele olhava para o amor com um olhar desanimado. Robby queria o que Kris descreveu. Qual seria a sensação de amar alguém profundamente? — Eu só estou brincando com você, Kris. — Tom disse. — Você sabe que eu invejo o que você e sua mulher têm. — Chega disso. — Disse Kris antes aumentar a música mais uma vez. Robby quase saltou em seu assento quando ele reconheceu a canção. No momento em que entrou na garagem do Rancho Grande Urso, todos os quatro homens estavam cantando a melodia, rindo enquanto erravam algumas das letras. Kris abaixou o volume da música e, em seguida, virou-se para Robby. — Este é o lugar onde você desce. — Você é um cara legal. — Tom disse quando estendeu a mão. — Vou sentir falta de sua companhia. Robby apertou a mão do homem, se sentindo da mesma forma. Era como se tivesse feito três bons amigos e ele odiava ver o fim disso. — Eu tive um grande momento. Obrigado a todos.
Desta vez, quando Dick levantou o seu punho, Robby bateu automaticamente com o seu. — Fique em paz, meu homem. — Disse Dick. — Leve a vida na esportiva e se divirta com ela. Isso soou como um bom conselho. Robby agarrou a alça de metal da porta e estava pronto para sair antes de Kris colocar a mão em seu ombro. — Às vezes o que queremos e o que o destino nos dá são duas coisas diferentes. Siga o seu coração. O que quer que isso signifique. — Ok. Dick riu. — O cara não tem ideia do que você quis dizer, Kris. Kris piscou para Robby. — Você saberá. Tudo certo então. Robby pegou sua mochila e disse suas despedidas antes de fechar a porta da van e atravessar o gramado coberto de neve. Kris se afastou, aumentando o rádio antes de se virar para a estrada principal e ir embora.
Capítulo Dois O sorriso desapareceu, e o frio começou a infiltrar-se mais uma vez. A casa estava banhada em escuridão, parecendo ameaçadora. Respirando fundo para se fortalecer, Robby subiu as escadas cobertas de neve e parou na varanda. Mas, antes que ele pudesse bater, a luz fraca de uma única lâmpada acima da porta foi ligada e Robby ouviu alguém abrir a porta da frente. As únicas pessoas que ele conhecia aqui eram T-Rex e Isaac. E se um dos outros homens respondesse? O que Robby diria? Mas felizmente era T-Rex quem estava na porta. — Robby? — Ei, cara grande. Eu preciso falar com Isaac por alguns minutos. — Robby balançou em seus calcanhares e sorriu para o seu cunhado, com o sorriso mais inocente que conseguiu reunir, tentando parecer como se tudo estivesse bem às duas da manhã. Robby ainda podia ouvir a melodia que ele havia cantado antes de sair da van e teve um impulso irresistível de começar a cantar a maldita canção novamente. A porta de tela rangeu aberta, quando T-Rex lhe permitiu entrar. O calor da sala tomou conta de Robby. Ele entrou e absorveu o calor. De repente estava cansado, sentindo-se esgotado. Até mesmo seu cérebro começou a protestar contra a hora tardia, dando-lhe uma ligeira dor na parte de trás do seu crânio. — Está tudo bem? — Perguntou T-Rex, fechando a porta da frente antes de se virar para Robby. Ele teve que esticar o pescoço para trás, para olhar naqueles penetrantes olhos azuis que fariam um criminoso confessar. O olhar era intencional, como se T-Rex estivesse esperando por Robby vir limpo. Não havia nada a revelar.
Robby se sentou no sofá e deslizou seus sapatos molhados antes de vasculhar a mochila por meias extras. Ele agarrou o par mais grosso que tinha e os puxou para fora. Ele ouviu um rangido nas tábuas acima dele e sabia que T-Rex não era a única pessoa acordada neste momento horrível da noite. — Sim, por que você pergunta? — Porque são duas da manhã. — T-Rex foi para trás do sofá e cruzou os braços sobre o peito, com aquele olhar de policial à espera do suspeito quebrar e confessar. — A maioria das pessoas visita durante o dia. — Bem, eu não sou a maioria das pessoas. — Estava na ponta da língua de Robby contar a T-Rex o que estava acontecendo, mas quanto menos pessoas soubessem, melhor. Ele não queria que ninguém tivesse que mentir por ele. Ele iria dizer a seu irmão, no entanto. Robby se sentiu culpado por envolver Isaac, mas ele tinha que viver sua própria vida. Ele não tinha visto seu irmão por meses de qualquer maneira. Depois que Jacob viu Isaac na cidade e deserdou seu filho, Robby foi praticamente mantido trancado. Ele tinha ficado louco, e foi quando elaborou o seu plano de fuga. — Sente-se. — T-Rex foi em direção às escadas. — Eu vou buscar o seu irmão. Robby sorriu e acenou com a cabeça e, em seguida, decidiu que precisava de algo quente para beber. Deixando sua mochila no sofá, ele entrou na cozinha. Esses caras tinham que ter um pouco de chá quente ou cacau em algum lugar por aqui. Neste ponto, Robby iria se contentar com água potável aquecida. Suas entranhas estavam congelando. Embora a van de Kris estivesse quente, Robby sabia que sua frieza tinha mais a ver com ele fugindo do que com o tempo lá fora. Se eu pudesse ter ficado na van para sempre.
Havia uma janela sobre a pia, grande o suficiente para Robby ver os currais na parte de trás e a neve que começava a cair. Os flocos brancos flutuando para baixo contra o pano de fundo escuro lhe trouxe uma sensação de serenidade, contentamento num momento em que Robby não tinha nada. Quando fechou os olhos, Robby deu um suspiro lento. Tudo o que queria era uma vida em que não importava se fosse gay, uma vida onde ele pudesse pensar por si mesmo e não ser controlado pelo seu pai. Robby não achava que era pedir demais. Puxando-se para fora de suas reflexões, começou a vasculhar os armários. Ele ouviu o ranger da madeira em protesto sob o peso de alguém, o barulho cada vez mais alto. Alguém estava descendo a escada dos fundos. Robby fez uma pausa em sua busca e viu quando uma sombra escura apareceu na outra extremidade da cozinha. O cara estendeu a mão e ligou um interruptor. A cozinha foi inundada com luz, e Robby teve que piscar algumas vezes para ajustar seus olhos. — A maioria dos ladrões iria para coisas mais caras. — Disse o rapaz enquanto cruzava os braços grossos e se encostava ao batente da porta. Oh, maravilha. Ele estava prestes a fazer outro amigo. Robby rolou mentalmente os olhos para o seu sarcasmo interno. — Bem, eu sempre digo, se você não pode levar, deixe-o para trás. — Robby encontrou uma caixa de chá e a puxou do armário. — Eu estou fazendo um pouco de chá. Quer um pouco? Um leve sorriso surgiu no rosto do desconhecido antes dele assentir. O sorriso não alcançou seus olhos. — Claro. Eu vou compartilhar uma xícara de chá com você até os policiais chegarem. — Então talvez eu devesse colocar mais um pouco de água. — Disse Robby. Ele vasculhou os armários até encontrar duas canecas de café. Colocando-as de lado, Robby encheu o bule e, em seguida, o colocou sobre o
fogão, regulando a chama para a potência alta. Ele passou as mãos na frente de sua calça quando olhou ao redor, tentando encontrar outra coisa para fazer que o mantivesse em movimento. — Que diabos. — Disse o rapaz em um tom divertido. — Nós também podemos aquecer os biscoitos que sobraram enquanto conversamos. Se Robby realmente fosse um ladrão, este teria sido o homem mais bonito que ele já roubou. — Você tem alguma geleia? O estranho atravessou a cozinha e abriu um armário, vasculhando no alto. Ele puxou um pote de geleia de amora. — Só o melhor. Robby riu. — Chá com bolinhos. Eu gosto disso. — Sim. Ele vai muito bem com essas algemas de prata que os policiais vão colocar em torno de seus pulsos. — O sorriso torto do estranho brilhava branco sob a luz fluorescente. Robby piscou algumas vezes antes de desviar o olhar. Ele estava encantado com a cor do cabelo do cara. Era escuro e lembrou a Robby da noite invernal. Ele não queria ser pego de boca aberta pelo cara. O belo estranho puxou um saco Ziploc de biscoitos da geladeira e, em seguida, os colocou em uma assadeira antes de acender o forno e desliza-los para dentro. — Você está meio que me completando agora. — Robby colocou um saquinho de chá em cada xícara. — Chá e escravidão. Hmm, acho que eu gosto disso. Robby estava fora de seu elemento. Ele não sabia nada de escravidão ou mesmo sexo. Ele estava apenas tentando manter uma conversa enquanto esperava por Isaac. Havia uma toalha deitado sobre o divisor de aço inoxidável que separava as duas pias. Robby agarrou-a e começou a limpar o balcão já limpo, querendo saber o que Kris e os outros estavam fazendo agora. O desconhecido se aproximou e colocou a mão musculosa sobre a de Robby. A mão quente era o dobro do tamanho da mão Robby, e ele viu
algumas cicatrizes em alguns dos dedos. — Você é um intruso estranho. — Disse o homem. — Sério, por que está aqui? Puxando a mão livre, Robby sussurrou: — Eu não estou realmente aqui. Você está em um ataque de sonambulismo, e eu sou apenas uma invenção da sua imaginação. — A chaleira começou a apitar. Ele conseguiu uma luva térmica e apagou o fogo enquanto olhava para o relógio digital na parte de trás do fogão para ver que era 02h36min. Por que estava levando há Isaac tanto tempo para chegar lá embaixo? Ele derramou a água quente em cada caneca, assistindo o vapor subir antes de colocar a chaleira de volta no fogão. — Você tem algum mel? O estranho girou preguiçosamente o utilitário para temperos e, em seguida, pegou um recipiente, entregando-o a Robby. — Algo mais? — Uma boa história de fantasma se você conhecer uma. — Robby apertou um pouco de mel em seu chá. — Ou um romance atrevido, e não deixe de fora nenhum dos detalhes. — Ele acenou com o mel para o cara, mas o estranho balançou a cabeça. Robby colocou o recipiente de volta sobre o balcão. O estranho se sentou à mesa comprida e tomou um gole de chá antes de dizer: — Que tal uma história sobre um cara que vai para a prisão por invadir a casa das pessoas? — Chato. — Robby disse em uma voz melodiosa. — Eu sei como essas histórias acabam, e eu não vou ser trocado por uma caixa de cigarros. Meu lindo corpo se tornaria propriedade de algum idiota. Não, obrigado. Além disso, eu fico horrível de laranja e chinelos de espuma. Os olhos cinzentos do cara se arregalaram, e se Robby não estava enganado, o estranho estava corando. — Ilustrativo. Sim, oh merda. Robby não tinha ideia do por que ele disse isso. Era como se o filtro fosse removido, deixando seus pensamentos cair em linha reta
para fora da boca. Ele se encolheu e se voltou para o balcão, seu rosto, pescoço e as orelhas sentiam-se incrivelmente quentes. — Então, qual é o seu nome? — Robby perguntou depois de limpar a garganta. — Ou eu deveria chamá-lo de minha vítima? — Shott está bem. — Disse o rapaz. — E eu não sou uma vítima. Pelo tom da voz de Shott, ele não gostava muito dessa palavra. Robby guardou esse pedacinho de Informação para referências futuras. Ele não estava tentando irritar o homem. Ele realmente gostava de Shott. — Você pode me chamar de Robby. — Uma pequena explosão de risos pulou da garganta de Robby. — Você sabe, porque eu sou um ladrão. — Foi engraçado para ele. Uma cadeira raspou no chão. — Venha tomar um assento e me diga como você chegou a uma vida de crimes. Robby endireitar as caixas no balcão e, em seguida, pegou sua caneca, levando-a para a mesa. Ele colocou seu chá para baixo e, em seguida, foi até o fogão para puxar os biscoitos para fora. Sua boca salivou ao sentir o cheiro amanteigado. Shott levantou-se e pegou dois pratos antes de trazê-los para Robby. Eles trabalharam juntos, espalhando geleia sobre os biscoitos antes de ambos levarem seus pratos para a mesa. Robby não tinha ideia do que dizer para o cara. Ele não estava realmente em uma vida de crime, e ele não ia dizer ao homem o seu negócio pessoal. — Você pode mudar sua vida. — Shott disse antes de jogar um pedaço de biscoito na boca e mastigar. — Nunca é tarde demais. O cara não tinha ideia de quão verdadeiramente essas palavras o tocaram. — Talvez eu goste de roubar as casas das pessoas e fazer chá. — É melhor você agradecer por ter sorte, por eu não atirar primeiro e perguntar depois.
Robby não tinha pensado nisso. Mas, novamente, ele não tinha invadido a casa do homem. Ele estava apenas esperando para falar com o seu irmão. — Mas, então, nós não estaríamos a desfrutar estes deliciosos biscoitos. — Robby? Virando-se, Robby observou enquanto Isaac atravessava o pavimento em mosaico, esfregando os olhos. — O que você está fazendo aqui? — Você o conhece? — Shott perguntou quando acenou para Robby. — Sim. — respondeu Isaac. — Ele é meu irmão. Shott riu quando ele balançou a cabeça. — Você me faz acreditar por um minuto. — E eu estava me divertindo também. — Disse Robby. — Você é sempre tão agradável com os assaltantes? — Se eu realmente pensasse que você era uma ameaça, não. — O rosto de Shott escureceu, e Robby podia ver a verdade nos olhos do homem. Esta não era uma pessoa para desafiar. Shott revirou os ombros largos, e seus músculos grossos flexionaram. — Essa teria sido a última casa que invadiu. Robby engolido em seco e, em seguida, tomou um gole de seu chá. A ameaça fria era real, e Robby estava feliz por não ser um intruso. O cara teria cumprido essa promessa. Isaac abaixou a mão e olhou entre os dois. — O que eu perdi? — Seu irmão fingindo ser um intruso que gosta de chá. — Shott disse, seus olhos cinza-claros cheios de alegria. Embora Robby tivesse se divertido com Kris, Tom e Dick, ele estava gostando deste momento com Shott, fora a ameaça que o cara tinha entregue. Isaac balançou a cabeça. — Eu não vou nem perguntar. — Ele se virou para Robby. — Por que você está aqui há esta hora? Há algo de errado?
A preocupação na voz de seu irmão fez Robby sentir como se tivesse pelo menos uma pessoa com quem contar. Ele estava pendurado lá fora, sem rede de segurança, ninguém para pegá-lo se ele caísse. Sabendo que ele tinha apenas uma pessoa que se preocupava com ele, fez Robby se sentir melhor sobre sua decisão de sair. — Não há nada de errado. — Robby olhou de soslaio para a sua caneca e respirou fundo. — Eu só queria que você soubesse que eu estou decolando. — Para onde? — Isaac se sentou ao lado dele, e Robby sentiu a ansiedade saindo de seu irmão em ondas. — Será que Jacob fez alguma coisa para você? Robby reparou como Shott endireitou-se. O cara enfiou a caneca de lado enquanto olhava fixamente para Robby. — É por isso mesmo. — disse Robby. — Eu estou indo embora antes que algo aconteça. Vou começar uma nova vida, uma por conta própria. — Por conta própria? — Perguntou Shott. O cara olhou para Isaac antes de seus olhos voltarem para Robby. — Você esteve longe de casa antes? Os dedos de Robby enrolaram firmemente em torno da caneca. — Eu não sou ingênuo. Eu sei como cuidar de mim. Shott fez um barulho estranho na parte de trás de sua garganta antes de balançar a cabeça. — Então, você apenas vai pegar carona por todo o país? Você sabe como conseguir um emprego? Que tipo de habilidades tem? O que foi com o terceiro grau? Ele nem conhecia Shott e o homem estava agindo como se Robby houvesse acabado de anunciar que ele ia roubar um banco. — Qual é o seu problema? — Robby perguntou quando fechou os dedos em punhos. — Por que se importa? Há poucos minutos você pensava
que eu era um intruso. O que há com a súbita preocupação sobre a minha vida? Uma expressão estranha tomou conta de rosto de Isaac. Seus olhos saltaram entre Robby e Shott antes de perguntar: — Como é que Shott cheira para você? Robby enrugou seu nariz. — Essa é uma pergunta estranha para fazer. Ambos Isaac e Shott se entreolharam. Shott tinha uma expressão perplexa, e então seus olhos se arregalaram. — Meus pais nunca explicaram isso para nós. — Disse Isaac para o cara. — Explicar o que? — Robby perguntou quando tomou outro gole de seu chá. Talvez a hora avançada estivesse mexendo com seus cérebros. Ele não tinha ideia do que o homem estava falando. — Por mim. — Disse Isaac. — Diga-me como Shott cheira para você. Dando de ombros, Robby se inclinou e inalou uma profunda golfada do cheiro de Shott. O cara cheirava como chá preto tostado e figos escuros. – Completamente masculino. Ele bateu com a mão sobre a boca quando seus caninos desceram. Robby saltou de sua cadeira e começou a se afastar. Seu coração estava batendo forte no peito, e ele não conseguia entender sua reação ao cheiro de Shott. — O que diabos esta acontecendo? Shott balançou a cabeça. — Acho que eu sei aonde você quer chegar com isso, Isaac. Não pode ser. — Sim, é possível. — Disse Isaac para Shott antes de se virar para Robby. — T-Rex é mais do que apenas um namorado para mim. Nós não nos falamos há algum tempo, então eu não tive a chance de explicar as coisas para você.
Os olhos de Shott cintilaram sobre Robby, e Robby tinha uma sensação de que ele não ia gostar do que estava prestes a ouvir. — O quê? — Você não vai sair da cidade. — Disse Shott enquanto se levantava. De alguma forma, o cara parecia o dobro do tamanho, duas vezes mais imponente. O homem parecia muito mais amigável quando pensava que Robby era um intruso. — O inferno que eu não vou. — Disse Robby, cruzando os braços sobre o peito enquanto projetava o queixo. — Você não pode me obrigar a voltar para casa. — Robby. — Isaac disse se levantando e se aproximando dele, como se Robby fosse um lunático. Ele estava começando a se sentir como um. Alguma coisa estava acontecendo, e Robby tinha uma sensação de que algo estava prestes a mudar a sua vida. Ele se considerava um pouco nervoso, mas à forma como Isaac e Shott estavam se comportando teve Robby pronto para correr. — Pare de andar na ponta dos pés em torno de mim e me diga o que diabos esta acontecendo. — Robby insistiu. Ele ficou tonto quando lambeu os lábios secos, olhando entre os dois homens. — Acho que... — Isaac disse batendo com o dedo em cima da mesa. — Que Shott é o seu companheiro. Às vezes, o que queremos e o que o destino nos dá são duas coisas diferentes. Siga o seu coração. As palavras de despedida de Kris soaram na cabeça de Robby. Tom estava certo quando disse que Robby não entendia. Como Kris sabia? Será que isso importava? Essa revelação só complicou a merda das coisas. Robby precisava de algo um pouco mais potente para beber depois do chá. Ele nunca tinha tomado um gole de álcool em sua vida, mas ele
tomaria um agora. Como é que ele ia deixar a cidade se Shott era seu companheiro? Robby não podia ficar em Bear County. Não quando seu pai estava aqui. Jacob tinha deixado Isaac ir, dizendo que Isaac estava morto para ele. Mas seu pai havia deixado muito claro que Robby não ia a lugar nenhum, que seu filho caçula estava indo para fazê-lo orgulhoso. Sem chance de isso acontecer. Ele sabia que não devia ter feito uma parada antes de deixar a cidade. Uma parte dele queria correr e nunca olhar para trás. Mas seu urso não estava indo para essa ideia. Ele rosnou, excitando Robby a se aproximar de Shott e esfregar seu cheiro por todo o homem. Não vai acontecer. Ele se dirigiu para a sala e pegou sua mochila do sofá onde a deixou e atirou-a por cima do ombro. Os dois homens o haviam seguido. — Foi bom conhecê-lo. — Disse ele a Shott antes de se virar para Isaac. — Eu vou te enviar um cartão postal. — Espere. — Shott levantou a mão. — Você não pode ir, pelo menos não com este tempo. — Eu sou um urso. — Robby apontou. — Eu tenho o pelo para me manter aquecido. — E como é que você vai levar sua mochila em forma de urso? — Perguntou Shott. — Pelo menos me deixe lhe dar uma carona. Robby podia ver o que o cara estava fazendo. Shott ia tentar colocar algum sentido em Robby enquanto os dois estavam sozinhos. Robby não ia mudar de ideia, mas ele não se importaria com uma carona. A temperatura estava brutal lá fora. Pena que Kris não tinha ficado ao redor. — Certo.
Ele tinha que chegar a Junction City e, em seguida, descobrir onde ele estava indo a partir de lá. O mundo era seu para explorar, e Robby planejava colocar tanta distância quanto possível entre ele e seu pai. A cabeça de todo mundo se virou quando alguém começou a bater na porta da frente. As entranhas de Robby congelaram. Ele se perguntou quem estaria batendo na porta a essa hora da noite, embora ele houvesse feito exatamente isso. T-Rex desceu os degraus, uma profunda carranca em seu rosto. Todos os quatro homens se entreolharam, e Robby tinha a sensação de que a coisa estava prestes a tornar-se feia. — Robert Ismael Newton! Oh inferno. O coração de Robby se alojou em sua garganta quando ouviu a voz retumbante de seu pai do outro lado da porta.
Capítulo Três Shott ficou lá numa confusão tranquila, tentando absorver o fato de que Robby, possivelmente, era seu companheiro. O que o tirou do torpor foi o medo tangível nos olhos azuis âmbar escuro do homem. Ele inclinou a cabeça para o lado e projetou o queixo em direção as escadas. Sem dizer uma palavra, Robby e Isaac rapidamente correram pelas escadas. Antes de subir as escadas atrás dos irmãos viu que T-Rex estava de olhos fechados. Não tinha que dizer uma palavra. Sabia que T-Rex lidaria com a situação. A sua única prioridade no momento era se certificar de que o pai de Robby não colocasse as mãos nele. Shott caminhou pelo corredor acarpetado se perguntando o que iria dizer para Robby. Não era como se um cara descobrisse em numa base diária que tinha um companheiro, alguém que o destino lhe havia escolhido a dedo. Isso foi o suficiente para fazer o seu coração bater um pouco mais rápido. Embora Isaac vivesse aqui, nunca tinha perguntado ao cara sobre sua vida familiar. Isso não era exatamente o que ele queria fazer. Isaac não falava sobre isso, e Shott nunca perguntou. Não era seu assunto. Agora desejava ter perguntado para que pudesse saber o que estava enfrentando. Tinha certeza de que poderia lidar com o pai. Porém Robby o fazia suar. O homem pequeno o fez desejar fumar um cigarro, enquanto tomava uma maldita bebida. O pensamento era ridículo, porém verdadeiro. Tremores tomaram conta do seu corpo. Isaac e Robby estavam de pé no final do corredor, cochichando. A expressão no rosto de Robby mostrava que ele não estava nem um pouco
feliz. Suas feições estavam comprimidas, e seus dedos estavam enrolados em punhos. Até pôde ouvir um rosnado baixo vindo do cara. O rosnado do shifter parecia tão ameaçador quanto um gatinho perseguindo uma mosca. Os sussurros aumentaram antes que Isaac sorrisse agradavelmente para Shott. — Vou para meu quarto. Deixe-me saber se precisar de alguma coisa. Shott havia enfrentado muitos homens que fariam os policiais pensarem duas vezes antes de se aproximar, e ainda assim era este homem baixo, com grandes olhos cor de âmbar, que o deixava nervoso como o inferno. Robby se virou para ele, e pôde ver medo e raiva nos olhos do cara. O homem estava chateado que seus planos ainda não tinham funcionado do jeito que queria. E também estava com medo de que seu pai estivesse lá embaixo. Não imaginava exatamente encontrar a pessoa com quem passaria o resto de sua vida. Nunca pensou que teria um companheiro. Jamais seria capaz de adivinhar que passaria por essa situação. — Hum. — Shott acenou para uma das portas do corredor. — Podemos ir para o meu quarto e conversar. — Disse a aranha à mosca. — Robby agarrou a alça da sua mochila mais apertada antes de seguir Shott. Mesmo que tivesse acabado de conhecer o cara, não gostou do fato de que Robby não estava usando roupas adequadas para este tempo. Sua jaqueta era muito fina, ele estava usando sapatilhas em vez de botas, e ele não usava nenhum chapéu ou luvas. Era capaz de apostar que ele estava usando calças jeans normais em vez de térmicas. — Você precisa de alguma coisa? — Shott perguntou quando fechou a porta atrás de si. Um banco, uma bebida ou um pai estável que não estivesse em seu encalço? Não disse nada disso em voz alta. Robby já parecia nervoso.
— Só que não fique no meu caminho. — Robby ficou no meio da sala, olhando na direção da porta, como se estivesse pronto para fugir a qualquer momento. Shott conhecia o sentimento. Este era um momento muito difícil, e não tinha certeza de como lidar com isso. Nesse momento, uma bebida forte é uma opção atraente. Tentou pensar em uma resposta, mas não tinha nada a dizer. Eram dois estranhos que o destino decidiu que seriam ideais para estarem juntos. E não tinha ideia do que fazer sobre isso. Nunca foi do tipo tagarela com seus amigos. O que diria para esse cara que tinha acabado de conhecer hoje á noite? Prazer em conhecê-lo, agora podemos ter relações sexuais? Isso parece grosseiro. Mais cedo tinha pensado que Robby fosse um intruso, desde esse momento o cara o intrigou. Porém não sabia que estava lidando com um homem que possivelmente era seu companheiro. Tinha estado disposto a ajudar o cara há mudar de vida. Agora? Um mudo poderia ter tido uma conversa melhor do que ele nesse momento. Sentiu a língua presa, sua mente estava completamente em branco. Não sabia nada sobre conversa casual. Nunca tinha ido há encontros. Tinha zero de habilidade para lidar com essa situação. Seus amigos ficariam mortificados se soubessem. Não era virgem, por qualquer meio e não tinha um ego inflado, mas geralmente os caras davam em cima dele, não o contrário e, em seguida, eles apenas se divertiam. Conversa fiada quase nunca entrava em cena. Agora. — Você não vai me impedir de sair? — Robby olhou para Shott desconfiado, como se tentar conversar com ele fosse uma espécie de tática.
Tentando jogar as cartas corretamente, Shott atravessou a sala e sentou-se na beira da cama, aderindo a uma pose que ele pensava que era rude. — Um cara tem que fazer o que é necessário. Robby balançou a cabeça e se moveu alguns centímetros mais perto. Agora que eles estavam falando, era capaz de olhar para o homem sem Robby pensar que ele fosse um verme. As Características do homem eram quase angelicais. Seu nariz era pequeno, seus lábios cheios. Seu queixo era um pouco arredondado, o que o fazia um belo espécime para se olhar. Ele era um pouco magro, mas ninguém era perfeito. — Você é o mesmo cara que estava na cozinha, me mandando sair? Ele o pegou. Shott sentou-se em linha reta. — Você confunde a merda fora de mim. — Confessou. — Pensei que queria sair, mas você está aí de pé como se estivesse chateado por eu não estar discutindo sobre isso com você. — Ainda estou indo embora. — A voz de Robby estava firme. — Então, saia. — Eu vou. — O que está te impedindo? Os olhos de Robby foram novamente em direção a porta, mas o homem não se mexeu. — Nada. Shott estava tentando seguir o pensamento do cara, mas era como perseguir o próprio rabo. Esse tipo de pensamento ilógico era o que o fazia evitar
relacionamentos.
Odiava
complicações,
e
Robby
estava
se
transformando em um homem bem complicado. Gostava mais dele como um ladrão. O cara tinha sido menos confuso. Não queria que Robby saísse, ainda que não tivesse certeza se estava pronto para resolver as coisas com o cara. Era feliz sozinho, embora tivesse tido momentos em que almejava alguma companhia. Mas esses desejos eram raros. — Eu gostava mais de você quando estava me mantendo preso. — Eu gostava mais quando você estava me roubando. — Shott levantou-se da cama e pegou o controle remoto, ligou a TV. Colocou no mesmo canal que sempre assistia. Weather Channel1. Se Robby queria ir embora, pelo menos poderia ver o que esperava por ele lá fora. Já tinha visto ontem à noite, já sabia que as temperaturas iriam cair abaixo de zero hoje, enquanto era previsto que a chuva congelasse tudo. Adicione ventos fortes á equação. E tudo ficaria bastante confuso. Enquanto o meteorologista falava, Shott fingiu se ocupar. Ele abriu uma de suas gavetas e fingiu olhar para algo enquanto endireitava as meias. Não queria ficar ali sentado sem fazer nada. Pelo canto do olho, viu Robby se sentar no chão, cruzando as pernas, enquanto observava a televisão. Isso deu tempo para Shott pensar, tempo para respirar. Olhou para Robby e viu incerteza aparecer nos olhos verdes do homem. O fato de que ele não conseguiria ir contra a mãe natureza finalmente começou a afundar na mente dele. Shott não teve que convencer o homem de qualquer coisa. O meteorologista estava fazendo isso por ele. Ás vezes estratégias mais sutis funcionavam melhor que um confronto direto. Mas apenas no caso, tinha um rolo de fita adesiva em seu armário.
1
Programa de previsão do tempo.
T-Rex endireitou os ombros e preparou-se para uma luta, ou, pelo menos, uma conversa hostil. Era malditamente cedo para esta merda. Embora fosse uma coruja da noite, costumava estar dormindo nesse horário. Ele fechou os dedos em torno da alavanca e puxou-a para baixo, abrindo a porta da frente. Jacob estava do outro lado. O vento frio roubou o calor do corpo de T-Rex enquanto olhava para o homem. Era um rosto que ele não queria ver novamente. Sorte dele. Isso deve ser agradável. — Existe uma razão para que você esteja na minha varanda às três da manhã batendo na minha porta como um louco? — Eu sei que ele está aqui. — O rosto de Jacob estava duro e desconfiado. — Basta dizer a Robby para vir aqui, e eu vou esquecer tudo sobre isso. — Primeiro de tudo. — T-Rex apontou o dedo em direção da porta. — Quem quer que você esteja procurando não está aqui. — Sim, T-Rex mentiria em um piscar de olhos para proteger Robby. Só queria ter tido uma chance de falar com ele antes de ter que enfrentar esse cara. — E em segundo lugar, você não tem o direito de vir a minha casa e exigir qualquer coisa. Ainda se lembrava do olhar cabisbaixo no rosto de Isaac quando Jacob declarou que Isaac estava morto para ele. Era um olhar que T-Rex não queria ver em Isaac novamente. Tinha zero respeito por Jacob. O homem podia estar de pé em sua varanda em uma bola de chamas, e não cuspiria nele para apagar o fogo.
Jacob Newton pode ir para o inferno. — Agora, eu sugiro que você saia da minha propriedade antes que as coisas fiquem feias. Uma parte de T-Rex estava esperando que este homem fizesse um burro de si mesmo. Não iria perder o sono se tivesse que bater a merda fora de Jacob. Este provavelmente era o único homem no mundo que odiava ao núcleo. Isaac não podia carregar seus bebês por causa do temperamento deste imbecil. Jacob tinha pisado em Isaac no chão antes de jogar seu filho para fora do carro no meio de uma cidade estranha e o renegasse. — Ninguém vai me impedir de levar o meu filho. — Jacob estendeu a mão para a porta de tela, e T-Rex se preparou para uma luta. Mas a luta não aconteceu. Em vez disso, um rifle foi pressionado no lado da cabeça de Jacob. T-Rex se inclinou para o lado para ver quem estava segurando a arma. Legend. T-Rex não tinha sequer ouvido o homem chegar á varanda. — Eu não iria abrir a porta se fosse você. — O tom de Legend era uma promessa mortal. T-Rex avistou Sam e Colton descendo as escadas, totalmente armados. — Você acha que é mauzão porque tem todos os seus amigos ao redor? — Jacob perguntou enquanto abaixava a mão. T-Rex começou a abrir a porta de tela e mostrar ao homem o quão foda ele era, mas Sam agarrou-lhe o braço e o parou. T-Rex apertou a mandíbula e fechou os dedos em punhos, seu corpo vibrando com raiva inexplorada. Baixou o tom de voz até que fosse apenas um sussurro. — Realmente você não quer se meter comigo. Eu sugiro que saia antes que te mostre o quanto eu realmente odeio você.
Os olhos de Jacob demonstraram uma quantidade enorme de raiva quando eles piscaram de T-Rex para os outros homens e depois de volta para T-Rex. Será que o cara iria enfrentar todos eles? Jacob seria um tolo suicida se tentasse enfrentar todos os quatro diante dele. — Isso ainda não acabou. — Jacob ameaçou quando começou a se afastar. — Não se engane em pensar que esta é a última página da história. — O vento frio levantou o cabelo na altura dos ombros de Jacob e soprou-o para cima, fazendo com que o homem parecesse demoníaco. Ele perdeu o equilíbrio e caiu para trás, para baixo, mas segurou na grade antes de cair de bunda no chão. Muito ruim. Olhos cheios de raiva de Jacob focaram em T-Rex. — Eu estarei de volta. — Traga a porra da sua humanidade com você na próxima vez, bastardo de coração frio e amoral. — T-Rex disse, enquanto observava Jacob subir em seu caminhão vermelho enferrujado. — Você sabe que ele estará de volta. — Legend disse. — Homens como ele nunca aprendem. E T-Rex estaria esperando com um rifle pronto para ele. Da próxima vez não seria tão agradável. Da próxima vez, T-Rex levaria o filho da puta desgraçado para fora.
— Você vai pegar pneumonia antes mesmo de chegar a Junction City. — Shott apontou para a televisão, onde um comercial sobre disfunção erétil estava passando. Realmente odiava esses comerciais. Eles só lembravam de que isso poderia acontecer com ele quando fosse mais velho. Ninguém queria pensar nisso. No futuro teria um pouco da sua eficiência diminuída. Felizmente isso está muito longe de acontecer. — Você me escutou? — Quanto mais tempo eu ficar aqui, maior o risco que estou assumindo. Meu pai não vai desistir. — O cara estava em pé novamente, e havia desespero em seus olhos. Shott sabia como o cara se sentia. Se não fosse por seu avô, não tinha certeza de onde estaria agora. Provavelmente morto. Tinha perdido seus pais e irmão mais novo em um crime sem sentido quando tinha apenas treze anos. Estava zangado com o mundo, atacando, desesperado, e sozinho. Zachariah Chesterfield, seu avô materno, acolheu um adolescente irritado. Ele teve a paciência de um santo, mas também tinha a sabedoria e o conhecimento de como lidar com Shott. Seria eternamente grato ao homem. — Eu só vim aqui para dizer adeus ao meu irmão. — Robby disse. — Não tive a intenção de trazer problemas à sua porta. — Lidamos com o pior. Shott respondeu. Na época em que era soldado de infantaria, um traficante apareceu e transformou a frente de sua casa em queijo suíço. Ou no tempo da gangue de motoqueiros. Os Anjos Azuis tinham vindo para a cidade e o pai de Cameron o sequestrou do seu quarto. Ou quando ex de Taylor veio aqui para pegar de volta o homem que considerava ser sua propriedade. Havia muitos casos para dar nome. Ter Jacob Newton em sua varanda da frente era brincadeira de criança comparada com algumas das coisas que tinham tratado antes.
— Tudo o que estou dizendo é que talvez você deva esperar até que o tempo melhore. Ainda pode ir enfrentar o mundo por conta própria. Esperar um dia ou dois não vai doer. — Shott tentou parecer indiferente, como se não se importasse com a decisão que Robby tomaria. Mas ele se importava. Não porque Robby pode ser seu companheiro, mas porque nenhum homem deve sair com um tempo como esse. Franziu o cenho quando notou Robby esfregando seu pulso direito. — Será que você se machucou? — É uma longa história. — Robby respondeu enquanto abria e fechava os dedos estremecendo com os movimentos. — Mas acho que eu torci. — Você quer colocar gelo no punho? Robby balançou a cabeça. Ele esfregou o pulso como se estivesse segurando um gatinho pequeno em sua mão, com ternura e com cuidado. — Eu só tenho que mudar e ele vai curar. Shott estava morando na casa do McMasters por alguns anos agora e tinha visto mais do que seu quinhão de deslocamentos. Na primeira vez, se assustou como o inferno.
Mas quando os bebês começaram a nascer e
testemunhou eles mudarem, já não era tão assustador. Verdade seja dita, francamente era bonito. — Então o que você está esperando? — Privacidade. — Para mudar? — Eu não posso fazê-lo com a minha roupa. — Robby disse. — E, menino, isso pareceu obsceno. — Você pode ir ao banheiro. — Shott disse abafando um sorriso. — Há muito espaço lá para você fazer o que tiver que fazer.
— Está com medo que eu escape por aquelas portas francesas? — Robby perguntou seus olhos dizendo a Shott que sabia o que ele estava pensando. Era verdade. Shott pensou que se saísse do quarto, Robby iria decolar por aquelas portas. — Com medo de que você volte para o térreo e roube alguma outra coisa. — Eu não roubei nada. — Os olhos escuros de Robby estavam brincalhões, e Shott ficou aliviado ao ver esse olhar mais de uma vez. — Eu apenas tomei emprestado um pouco de chá. Você foi o único que me ofereceu biscoitos. — Basta ir fazer o que precisa. — Shott se sentou na cama e mudou o canal. Já teve o suficiente de comerciais. Encontrou um bom filme de ação e recostou-se, colocando os braços atrás da cabeça. Com a mochila ainda agarrada à sua volta, Robby se dirigiu ao banheiro. Assim que a porta se fechou, alguém bateu na porta do quarto de Shott. Jogando o controle remoto de lado, ele saiu da cama e atendeu. — Como ele está? — T-Rex perguntou quando Shott abriu a porta. — Será que você se livrou do pai dele? T-Rex assentiu. —Mas ele não vai ficar sem dar noticias por muito tempo. Ele parece muito determinado a conseguir Robby de volta.—
Shott
teve vontade de fazer uma varredura na propriedade. Jacob poderia estar lá fora vigiando a casa de algum lugar. O pensamento o assustou. Estava indo me certificar que as portas francesas estavam trancadas e as cortinas fechadas. — Obrigado por cuidar dele para mim. — Oh, o prazer foi todo meu. — Havia algo sombrio na voz de TRex. — Só queria que ele tivesse me procurado antes.
— Aposto que queria. — Shott assistiu T-Rex andar pelo corredor antes de fechar a porta. Caminhou até o banheiro e bateu antes de espiar dentro. Robby estava sentado no assento do vaso sanitário, ainda em sua forma humana. — Por que você não mudou? Robby levantou a cabeça e olhou para Shott com os olhos desamparados. — Você acha que a psicose é hereditária? — Você está perguntando se vai ficar como o seu pai? O cara assentiu. Shott entrou no banheiro e encostou-se á pia, cruzando os braços. — Não tenho certeza. Mas você não tem que ser como ele. Você parece ser um cara muito decente para mim. — Ele não costumava ser assim. — Robby disse. — Ele só se tornou mais cruel ao longo dos anos. Eu não tenho certeza de quando começou. Shott não sabia o que dizer. Não tinha uma resposta certa para dar a Robby. O homem estava procurando alguém que lhe dissesse que ele ficaria bem, e não podia prometer isso. O inferno se ele sabia se era hereditário. —Eu acho que com as pessoas certas ao seu redor, você vai ficar bem. — Você está falando de ser cercado por psiquiatras?— Robby fez uma careta. — Eu não acho que ficaria tão ruim. Mas se isso acontecer, então você pode usar as algemas. — Estou falando de amigos. — Não entendia por que o cara iria saltar para essa conclusão. — Por que você acha precisa de um psiquiatra? — E você? — Robby rebateu. — Quer dizer, eu joguei com as sua cabeça quando te conheci. Isso não é como geralmente me comporto. Você acha que é um sinal de que estou me tornando instável?
Shott agachou-se na frente de Robby e segurou o rosto do homem. — Você estava se divertindo um pouco. Você sabia a verdade e de alguma forma sabia que eu não iria machucá-lo.
— Não. — Robby balançou a cabeça.
— Eu não sabia disso. — Então por que você arriscou sua vida? — Shott perguntou. Tinha ficado á segundos de distância de ferir Robby na cozinha quando descobriu o cara, mas algo o deteve. E se tivesse seguido seus instintos e feito alguns danos... Ou pior. Se tivesse jogado o jogo do homem, tinha pensado em ensinar a Robby uma lição, mas, no final, decidiu ajudar o cara. Mas as coisas poderiam ter dado errado rapidamente. — Por que você jogou esse jogo comigo? — Eu não sei! — Robby mordeu o lábio inferior quando olhou para a porta do banheiro. — Tudo o que eu sei é que eu não quero ficar como ele. Shott sorriu para Robby, na esperança de aliviar as preocupações do homem. — Bem, o Natal está ao virar da esquina. Você nunca sabe que milagre pode acontecer. — Natal? — O tom de Robby era amargo. — Nunca comemorei esse tipo de festas. — O cara se levantou e se dirigiu para a porta do banheiro, deixando Shott ainda de cócoras. As feições angelicais de Robby endureceram ligeiramente. — Milagres não existem.
Capítulo Quatro Robby estava do outro lado das portas francesas, observando o padrão de chuva contra a neve. Assim como previsto, o clima estava ficando feio. O brilho das estrelas na neve era encantador e, ao mesmo tempo, fez Robby se perguntar o que estava fazendo. Não tinha planejado nada ao sair. Arrumou alguns pertences e pegou a estrada, dizendo a si mesmo que tudo iria se resolver. Não tinha. Robby estava preso no rancho, enquanto a Mãe Natureza se fazia conhecida, e seu pai o havia perseguido. Alguns planos. Teria sido melhor ficar com Kris e os outros homens. — Vejo que é daqueles que acorda bem cedo. — Disse Shott quando se esticou e rolou da cama. — Como está o tempo? — Escuro. — Robby afastou-se da porta. Seus olhos pousaram na vasta extensão do peito nu de Shott. Robby se encontrou olhando antes de desviar os olhos e encostar a testa na porta. Não queria ser seduzido. Robby não queria que ficassem próximos. Não havia nenhuma chance. Não quando estava saindo. Shott jogou o cobertor de lado, e com o canto do olho, Robby podia ver cada centímetro de pele exposta de Shott. Cada centímetro delicioso. O homem não usava nenhuma roupa na cama. Shott estava completamente nu. Um gemido quase escapou, mas Robby parou antes que pudesse fazer o barulho em seu peito. — Deixe-me refrescar a cabeça e depois vamos tomar o café da manhã. — Shott passou por ele e foi para o banheiro. Robby puxou uma profunda golfada de ar e uma grande dose do perfume de Shott. As gengivas começaram a doer quando seus caninos ameaçaram alongar.
Tinha que sair do quarto. O cheiro de chá preto e figos estavam fazendo coisas para o corpo de Robby, coisas sexuais, coisas malucas. Poderia tomar o café da manhã, pegar uma carona, e dar o fora de lá antes que Jacob aparecesse ou Robby cedesse aos desejos profundos que surgiam através dele como um mar de insanidade. Afastando-se das portas francesas, Robby saiu do quarto e desceu as escadas. Não confiava em si mesmo para ficar no quarto mais um minuto. Um segundo a mais. Shott ia fazer bem em sua promessa e dar a Robby um passeio. O melhor homem. As escadas rangeram quando Robby fez o seu caminho para baixo, escutando para ver se alguém estava acordado. Era bem no início da manhã, mas estava acostumado a levantar-se a esta hora. A casa ainda estava escura, e tinha que usar o corrimão para manter o equilíbrio. Houve um estalo vindo de todo o canto. Robby seguiu-o até se encontrar na cozinha. As luzes eram brilhantes, e havia um homem em pé no balcão, misturando algo em uma tigela. — Bom dia, luz do sol. — O sorriso do homem era aconchegante e convidativo. Ele tinha o cabelo loiro-areia e olhos castanhos bonitos. — O café da manhã deve estar pronto em breve. — O cara pegou a tigela e foi até o fogão. — Sou Sam. — Robby. — Respondeu e, em seguida, sentou-se à mesa. — Você sempre se levanta tão cedo? Sam franziu o cenho. — Só de domingo a sábado. Que dia é hoje? Robby riu. — Quinta-feira. — Se eu deixar esses ursos cuidarem de si mesmos, morreriam de fome. — Sam derramou um pouco da massa em uma frigideira quente. — Além disso, tenho que impressionar o nosso convidado ‘secreto’ com o fato de que é um agregado familiar disfuncional.
Robby sorriu quando o cheiro de panquecas amanteigadas encheu o ar. Sam não tinha ideia d o que era uma família disfuncional. O cara deveria tentar viver com Jacob Newton. Seu pai era o campeão. — Vou encher sua barriga com comida boa, e então pode ajudar com a decoração. — Sam disse, enquanto apontava a espátula para Robby. — Isso um verdadeiro mimo. — Decorações? Sam virou as panquecas e assentiu. — Bem, a maioria das decorações. Se você puder manter a guirlanda longe dos filhotes. Por alguma estranha razão, gostam de rolar nas mesmas. — Não vou ficar tanto tempo. — Respondeu Robby. — Tenho um mundo para conquistar. — Tinha visto a previsão para o dia, mas quanto mais tempo Robby ficasse aqui, mais perigo trazia para esta casa. Tinha o olho do mal de Thorin sobre ele, e Jacob iria voltar. Disso Robby não tinha dúvida. E então havia Shott. Robby não sabia o que fazer com ele. — Pegar a estrada no dia mais frio em dezembro. Gosto do seu estilo. — Sam jogou as panquecas prontas em um prato e, em seguida, colocou mais massa na frigideira. — Amo um homem com determinação. — Você está tirando sarro de mim? — Perguntou Robby. — Tirando sarro de seus planos para escapar de um pai autoritário? Não. Não tenho nada além de respeito por você. Tem bolas e tanto para fazer algo assim. — Sam deixou cair um prato de panquecas na frente de Robby. Ele olhou para a manteiga derretida, e seu estômago quase comeu o seu caminho para chegar à pilha de ouro. — Mas coma primeiro. Vai precisar de sua força para lutar contra a Mãe Natureza. A cozinha rapidamente estava cheia de homens altos e crianças tagarelas. Robby olhou o menino com Isaac que estava todo agitado.
Rapidamente se esqueceu da criança quando Shott se sentou ao lado dele. Robby estava esperando o homem dar uma palestra sobre ele sair, mas Shott não disse uma palavra. Literalmente. O homem agiu como se Robby não estivesse sentado lá, mas ficava pingando comida no prato de Robby sempre que Robby terminava o que estava comendo. — Meu estômago não é tão grande. — Disse quando Shott acrescentou mais duas panquecas. Robby já tinha comido quatro delas. — Tem que manter suas forças. Era como se todo mundo estivesse bem com Robby saindo. Nem mesmo Isaac tentou dissuadir Robby de seus planos. Depois de comer mais do que seu estômago poderia segurar, Robby levantou-se da mesa e subiu as escadas para pegar a sua mochila. Até o momento que voltou para baixo, todos estavam na sala de estar. Havia caixas em cima de caixas de que os homens estavam cavando através. As crianças estavam brincando com algumas das decorações, perseguindo um ao outro ao redor, gritando e sorrindo. Robby nunca tinha visto uma casa mais caótica e feliz antes. — Você pode me dar uma mão com isso? — Isaac perguntou enquanto puxava uma pequena escada no lugar. — Basta segurar a outra extremidade para mim. Colocando a mochila de lado, Robby agarrou a outra extremidade da guirlanda e a segurou enquanto Isaac a colocava no lugar. Olhou em volta, vendo como alguns dos homens e crianças adornavam um grande pinheiro com lâmpadas brilhantes e o que parecia ser enfeites feitos à mão. Outros foram alinhavando meias para o manto acima da lareira. Todos pareciam ter uma parte no trabalho, e riam e conversavam enquanto trabalhavam. Shott ligou um rádio que ao lado da sala, e música de Natal começou a tocar suavemente no fundo. O cara olhou para Robby e piscou
antes de levantar uma das crianças para colocar uma decoração no alto da árvore. Algo dentro de Robby apertou com força. Não acreditava em Natal ou milagres, mas esta cena aqueceu seu coração mais do que deveria. Um fogo crepitava na lareira, e as crianças estavam cantando junto com a música no rádio, ainda que fora do tom. Era um momento de cartão-postal. — Você se importaria de me ajudar a colocar o resto para cima, ou está pronto para pegar a estrada? — Isaac perguntou quando desceu da escada de quatro degraus e agarrou uma guirlanda de prata da caixa. — Não. — Disse Robby enquanto segurava o dispensador de fita na mão. — Preciso ir, mas posso ajudá-lo um pouco mais. Sam carregava uma bandeja de gemada ao redor, distribuindo as bebidas. Quando chegou a Robby, sorriu. — Ótimo, não é? Robby deu de ombros. — Acho que sim. Shott atravessou a sala para examinar o que Robby e Isaac tinha feito até agora. — Parece bom. De alguma forma, Robby tinha a sensação de que Shott estava falando sobre ele, e não das decorações. Tomou um gole de gemada e mudouse para o outro lado do sofá. Tinha que manter distância. Robby não podia permitir-se desejar o que nunca seria. Um menino pequeno se aproximou de Isaac e começou a puxar a perna da calça de Isaac. — Quem é o garoto? — Perguntou Robby. — Sobrinho de T-Rex. — Disse Isaac quando levantou o menino em seus braços. — Seu pai faleceu, por isso estamos cuidado dele. Robby olhou para o menino bonito, chocado que Isaac tivesse adotado um filho. — Por que você não me disse sobre ele?
— Não falei com você desde que ganhei a guarda. — Respondeu Isaac. — E não é como se pudesse chamar e dizer-lhe. — Robby podia ver o orgulho no rosto de Isaac. — O nome dele é MJ. Robby acenou para o menino. Não sabia mais o que fazer. Não era como se estivesse em torno das crianças o tempo todo. — E este é o seu tio Robby. — Disse Isaac a MJ. Tio. Robby gostou do som disso. Tinha um som agradável. Apesar de que seus outros irmãos tinham acasalado e se enchido de filhotes, Robby não era próximo de nenhum deles. Não por sua escolha. Seus outros irmãos tinham suas próprias vidas e agiam como se fossem bons demais para interagir com Robby. — Por que não o leva na cozinha e pega algo para ele beber? — Isaac entregou MJ para Robby. Ele tentou protestar. Não estava acostumado a segurar uma pessoa tão pequena. Mas MJ veio com ele sem nenhum problema, agarrando-se a Robby e olhando para ele com expectativa. — Ele não morde. — Isaac riu. — Ele tem um copo de canudinho na geladeira com o nome dele. Ok. Robby poderia fazer isso. Tudo o que tinha a fazer era dar água a essa pequena flor. Quão difícil pode ser isso? Caminhou com cuidado para a cozinha, com medo de que fosse quebrar o garoto. — Canudinho. — MJ disse quando saltou nos braços de Robby. — Sem movimentos bruscos. — Robby advertiu. — Não preciso que caia dos meus braços e se machuque. — Canudinho! — Vou pegá-lo. Estou conseguindo. — Robby abriu a geladeira e ficou boquiaberto com todos os copinhos colocados na prateleira de cima. Era como um exército de personagens de desenhos animados, prontos para a
batalha. Examinou cada um até encontrar o copinho com o nome de MJ estampado nele. — É isso que quer? — Ele se remexeu no ar. MJ agarrou-o e o empurrou em sua boca enquanto Robby fechava a geladeira. Bem, isso foi muito fácil. Robby passou a mão sobre o cabelo grosso, preto de MJ. — Você é um demônio bonitão. Bem-vindo à família. Ele não tinha certeza do que fazer quando MJ abaixou a cabeça em seu ombro e seus olhos começaram a fechar lentamente. Só que rápido MJ tinha adormecido. Robby pegou o copo e o colocou no balcão antes de se sentar à mesa e suavemente dar tapinhas nas costas de MJ. Ele era... Bonito. Quase odiou ter que dar MJ a T-Rex quando este foi até a cozinha e pegou a criança dos braços de Robby. — Obrigado por cuidar dele. — Lamento pelo seu irmão. — Disse Robby. T-Rex pigarreou. — Obrigado. Robby assistiu o grandalhão levar o rapaz para cima e deu alguns passos para trás, e por incrível que pareça, Robby já estava se apegando a MJ. Ele se levantou e voltou para a sala de estar para ajudar Isaac a acabar de pendurar a guirlanda. Amanhã. Robby sairia amanhã.
Shott entrou no escritório, enquanto todo mundo ainda estava curtindo as festividades de decoração. Ainda não sabia o que ia fazer sobre
Robby. O homem parecia determinado a sair. Shott tinha pedido a todos para tentar atrasar o homem, e até agora estava tudo dando certo. Sentado atrás da mesa, Shott pegou o telefone e discou. — Departamento do Xerife do Condado de Bear. — Disse Harold quando atendeu ao telefone. — Ei, Harold. É Shott. O Xerife Sparrow está? — Vou passar para ele. Shott se encostou para trás na, enquanto esperava que o xerife pegasse a linha. Olhou para fora da janela para ver que a neve começou a cair com mais força, e esperava como o inferno que Robby não pedisse a Shott para levá-lo em qualquer lugar hoje. Cumpriria a sua promessa, mas faria o que tinha que fazer, a fim de convencer Robby a ficar apenas um pouco mais. E
esperava
que,
no
processo,
convencesse
Robby
a
ficar
permanentemente. — Xerife Sparrow falando. — Disse Sparrow depois de pegar o telefone. Shott sentou lá e explicou a Sparrow sobre Robby e como Jacob tinha aparecido na noite passada. — Sei que não há realmente muito a fazer. — Disse Shott. — Mas só queria que soubesse o que estava acontecendo. — Agradeço por isso. — Disse Sparrow. — E, infelizmente, você está certo. A menos que Jacob faça alguma coisa para quebrar a lei, minhas mãos estão atadas. — Só vou registrar. — Disse Shott. — Vou mantê-lo atualizado. Se aquele idiota continuar empurrando as coisas, vou fazer o que tiver que fazer, a fim de proteger Robby. — Vamos esperar que não chegue a isso. — Disse Sparrow. Shott não queria que chegasse a isso. Essa era a razão de ter chamado Sparrow. Estava esperando evitar uma confusão, mas tinha uma
sensação de que Jacob não desistiria. Shott disse suas despedidas e desligou antes de deixar o escritório em busca de Robby. Encontrou o homem na cozinha, segurando MJ em seus braços. Shott ficou para trás, apenas fora da porta enquanto ouvia Robby falar com o seu sobrinho. Shott começou a imaginar Robby segurando o seu filho. Mesmo que Shott não estivesse pronto para desistir de sua condição de solteiro, vendo Robby assim, e sabendo o quão vulnerável e confuso o homem estava, fez Shott querer proteger o cara, querer descobrir se Robby realmente era seu companheiro. — É uma visão que nunca vou cansar de ver. — Disse T-Rex baixinho para ele. — Especialmente quando é o seu próprio. Shott sabia que tinha que ser duro como o inferno para o grandalhão. T-Rex e Isaac nunca teriam um filho seu por causa de Jacob. T-Rex entrou na cozinha, e Shott voltou para a sala de estar para ajudar com as decorações. Não queria parecer como se estivesse empurrando Robby. — Conheço o meu irmão. — Disse Isaac quando Shott se aproximou. — Ele realmente não quer estar fora no mundo. Só quer uma família que o ame e aceite pelo que ele é. — Ele parece determinado a sair. — Shott disse quando olhou para a porta da cozinha. — Às vezes Robby coloca algo em sua cabeça e fica determinado a continuar com esse pensamento, mesmo que seja a coisa errada para ele. — Isaac suspirou. — Tem sido assim toda a sua vida. Cabeça-dura. Mas o mundo vai comê-lo vivo Shott. Você não pode deixá-lo ir. Quando Robby voltou para a sala de estar, Shott pensou na imagem que tinha acabado de ver de Robby segurando MJ, e sabia que não havia nenhuma maneira que estava deixando o homem ir. Não quando Robby poderia ser a pessoa que foi feita para ele compartilhar o resto de sua vida.
Capítulo Cinco Hoje era o dia em que Robby ia sair, e não estava indo para ser desviado por festividades ou bebês. Tinha planos, e estava indo para seguir com eles. Se Shott não quisesse lhe dar uma carona, tudo bem. Mas de um jeito ou de outro, Robby estava saindo. Era só uma questão de tempo até que Jacob aparecesse novamente, e Robby não podia correr o risco de que seu pai agisse como um completo idiota. Sabia o que Jacob era capaz e não queria colocar esta família em seus problemas. Depois de dobrar os cobertores que tinha usado como proteção no chão e colocando-os longe, Robby foi para o banheiro. Tinha que cuidar de seu negócio e lavou as mãos antes de abrir a porta do banheiro. Shott ainda estava dormindo. Bom. Embora um passeio fosse bom, Robby não se sentia bem em ter que passar por qualquer palestra ou tentativas de mantê-lo aqui. Agarrou sua mochila do chão perto da cômoda e se dirigiu para a porta. — Prometi-lhe que ia te levar. — Disse Shott quando se virou e se esticou. — Dê-me um minuto para lavar meu rosto e pegar algumas roupas. Uma grande parte de Robby lhe disse para ir, para deixar Shott para trás e sair de lá. Estava começando a ficar muito confortável com o homem. Shott rolou para fora da cama e coçou o estômago. Os olhos de Robby percorreram sobre o corpo nu do homem, e podia sentir o calor escaldante de suas bochechas quando seus olhos pousaram sobre a ereção de Shott. Robby rapidamente desviou o olhar quando Shott se dirigiu ao banheiro. Agarrou a maçaneta da porta e, em seguida, hesitou. Por que não podia simplesmente sair? O que Robby estava esperando? Procurou em sua
mente, mas não encontrou nenhuma resposta. Para o inferno com isso. Não ia esperar para descobrir. Assim que abriu a porta do quarto, Shott saiu do banheiro. — Está com pressa? — Shott perguntou enquanto se vestia e, em seguida, sentou-se para calçar suas botas. — Disse que iria lhe dar uma carona. Nós vamos sair daqui em breve. O cara parecia um pouco mal-humorado, mas Robby ignorou. Shott era o único que tinha se levantado. Robby não tinha acordado ele. Não havia nenhuma razão para que se sentisse culpado. Então, por que estava se sentindo? Depois de lançar seu Stetson na cabeça, Shott pegou as chaves e carteira antes de acenar para a porta. — Depois de você. A casa estava em silêncio, mas Robby podia ouvir Sam arrumando a cozinha. Estava tentado a dizer ao homem adeus, mas quanto mais cedo saísse dali, melhor. Robby já havia adiado sua viagem por um dia inteiro. Se fosse até a cozinha, tinha a sensação de que Sam iria fazê-lo ficar para o café da manhã. Robby deveria. Seu estômago estava roncando como um louco. Mas quanto mais tempo esperasse para sair, mais difícil seria ir. Seu pulso estava se sentindo muito melhor, e Robby teve a certeza de calçar meias extras neste momento. Só queria que o casaco fosse um pouco mais grosso quando Shott abriu a porta da frente e o ar frio os acertou. — Por que não espera lá dentro até eu conseguir aquecer o motor do caminhão? — Perguntou Shott. — Estou bem. — Respondeu Robby. — Tenho que me acostumar com esse tempo de qualquer maneira. — Mesmo que parecesse muito frio. Quem na terra enfrentaria as ruas voluntariamente com este tempo? Mas já era tarde demais para voltar atrás agora. Havia insistido tanto com Shott para
ir, que por dinheiro algum Robby estaria lhe dizendo que iria esperar mais um dia. Não. Nem um centavo, nem uma libra. Shott pegou um casaco forrado grosso, marrom de um gancho na parede e um par de luvas. O homem parecia tão robustamente bonito que Robby quase babou em si mesmo. Podia ver por que um monte de homens e mulheres caia pelos cowboys. Havia algo tão terreno sobre eles, tão masculino. Controle-se. Seus pés desapareceram na neve recentemente caída quando fez o seu caminho para o caminhão de Shott. Robby se afastou quando Shott abriu a porta para ele. Mas em vez de deixar Robby entrar, Shott envolveu as mãos enluvadas ao redor da cintura de Robby e o levantou, colocando-o no assento. — Poderia ter feito isso sozinho. — Apesar de que Robby não ia admitir o quanto gostou do comportamento He-Man. Quem diria? Shott fechou a porta e, em seguida, entrou no lado do motorista, dando partida no caminhão. — Isso pode demorar uns bons quinze minutos. Tem certeza que não quer esperar no interior da casa, onde é bom e quentinho? — Estou bem. — Disse Robby quando começou a tremer. Colocou as mãos entre as pernas e encolheu os ombros contra o ar frio no interior do caminhão. Isso não ajudou. Seus dentes começaram a bater. — Aqui. — Shott chegou por trás do assento e puxou um cobertor grosso. O envolveu em torno dos ombros de Robby e, em seguida, puxou Robby perto, na curva de seus braços. Robby não protestou. Estava também extremamente frio para ficar do seu lado do caminhão. Se enrolou no lado de Shott enquanto esperavam o motor aquecer. Mais uma vez Robby sentiu o cheiro de chá preto e figos escuros. Seus caninos ameaçou alongar. Robby lutou contra o seu urso quando começou a se aquecer. Não ia sentar lá e pensar na ideia do como seria
pertencer a este homem. Robby não ia sentar lá e desfrutar da fragrância masculina que encheu o caminhão. — Estou quente. Robby se afastou do lado de Shott e fugiu até que estava encostado na porta. — Querido, não há necessidade de correr de mim. Só estou tentando mantê-lo quente até pegar a estrada. Querido? Ninguém nunca tinha chamado Robby carinhosamente assim antes. Nem mesmo sua própria mãe. Mordendo o lábio inferior, Robby nunca tinha se sentido querido. — Não está melhor agora? — Shott envolveu seu braço forte em torno de Robby, aninhando-o perto. — Compartilhamento de calor corporal sempre aquece mais rápido, querido. — Vou estar suando em um segundo. A risada do homem era rica e melodiosa. — Melhor do que o congelamento. — Robby olhou para aqueles olhos cinzentos bonitos e para o espumante sorriso branco. Se ele não se controlasse, estava indo para derreter no homem. Antes que Robby conseguisse desviar o olhar, Shott baixou a cabeça e deu um beijo leve nos lábios de Robby. Seu primeiro beijo. A garganta de Robby ficou seca quando lambeu os lábios. Shott sorriu e acariciou o rosto de Robby, seu polegar traçando sobre a bochecha de Robby. — Apenas um beijo. Concordando, Robby inclinou a cabeça para trás enquanto Shott passava a língua sobre o lábio inferior de Robby antes que o homem mergulhasse, levando o beijo mais profundo. Isso. Era. Magia. Ficou tonto quando provou Shott. Hortelã e pimenta. Shott tinha esse gosto. Menta doce pura.
O beijo foi lento enquanto Shott se mantinha bebericando em seus lábios, mordendo-os, lambendo-os. Robby não tinha ideia do que estava fazendo, mas seguiu o exemplo de Shott. Quando Shott se afastou, Robby estava sem fôlego. E suando. Ele jogou o cobertor de lado. — Acho que é melhor ir andando. — Shott se virou e se afastou. Robby se mudou de volta para o seu lado do caminhão, os lábios ainda formigando. Tocou-os brevemente e desejou que tivesse ficado mais um dia apenas.
— Tenho que fazer uma parada antes de levá-lo para Junction City. — Shott ainda estava tentando recuperar-se do beijo. Sua intenção era mostrar a Robby o que estava deixando para trás. Shott não esperava sentir como se tivesse acabado de chegar ao céu. — Onde é que você precisa ir? — Perguntou Robby. O homem estava tranquilo desde que tinha deixado o rancho. — Tenho que parar na casa do meu avô e verificá-lo. — Explicou Shott. — Ele já está idoso, você sabe? — Sim. — Respondeu Robby rigidamente, como se não tivesse ideia do que era cuidar de um membro da família que fosse idoso. Shott queria perguntar o que Robby ia fazer a longo prazo, mas sabia que era um assunto delicado. — Não vai demorar muito.
— Está tudo bem. — Disse Robby enquanto olhava para fora de sua janela. — Não é como se tivesse qualquer tipo de cronograma agora. A dor e solidão na voz do homem rasgou Shott. Se o cara não queria ir, porque estava sendo teimoso e insistia nisso? Shott estava tentando fazer a coisa certa, mantendo Robby seguro, mas estava se tornando confuso como o inferno. Dirigiu por horas para chegar ao seu avô. Era na direção oposta de Junction City. Shott estava dizendo a verdade sobre verificar o seu avô, mas também estava atrasando Robby, esperando que o homem caísse em si. À medida que entrou na garagem, Shott se lembrou de sua infância. Tudo parecia o mesmo, e estava feliz de fato. Por mais que Shott viajasse, era sempre bom voltar às suas raízes. — Ele vive em sua própria casa? — Robby perguntou quando estava sentado em frente. — Sim, por quê? — Porque ouvi que a maioria dos idosos humanos vive em casas de repouso. — Zachariah Chesterfield iria chutar a minha bunda se eu tentasse colocá-lo em uma casa de repouso. A mente do homem é afiada como uma navalha, e sua memória é incrível para um homem de setenta e dois anos. — E isso era a mais pura verdade. — Já gosto dele. — Disse Robby quando os dois desceram do caminhão e se dirigiram para a porta da frente. Shott não se preocupou em bater. Ele nunca fez. Ele apenas abriu a porta e gritou: — Vovô, é Greg. — Greg? — Robby franziu a testa.
— Não achou que o meu primeiro nome era Shott, não é? — Piscou para Robby. — Na cozinha. — Seu avô gritou. Shott sorriu quando entrou na cozinha e viu que seu avô tinha, mais uma vez, transformado a mesa da cozinha em sua bancada. Havia um grande pedaço de madeira colocado no centro. Parecia que uma casa de bonecas estava sendo construída. Shott foi em direção ao seu avô e abraçou o cara antes de acenar para a mesa. — Sofia? — Nah, eu lhe fiz uma no último ano. Esta aqui é para Willow. — Quem é Willow? — Perguntou Robby. — A filha de alguns amigos no Rancho Triple-B. — Shott respondeu e, em seguida, disse ao seu avô. — Esse aqui é Robby. Seu avô deslizou seus óculos pelo nariz fino e olhou para Robby. Shott nunca tinha trazido alguém aqui antes. Seu avô provavelmente estava tentando descobrir o seu relacionamento. — Oi. — Robby disse nervosamente e deu uma meia-onda. — Este aqui é meu vovô. — Disse Shott. — Senhor Chesterfield. — Bah. — O avô de Shott disse. — Me chame de Zach. Shott riu quando acariciou seu avô na parte de trás. O homem era alto, magro, mas solidamente construído. Tinha uma cabeça cheia de cabelos grisalhos e parecia como se ainda estivesse no começo dos seus cinquenta. Os bons genes e tudo. Shott esperava que ele parecesse tão grande quando atingisse a idade de seu avô. — Meio jovem, não é? — Perguntou vovô. — Você sabe que Greg tem trinta e dois, certo? Robby lançou um olhar para Shott antes de balançar a cabeça. — Nós somos apenas amigos. — Ele respondeu.
— Huh. — Vovô assentiu. — É assim que as crianças estão chamando agora? Shott limpou a garganta, esperando que seu avô não perturbasse Robby. Não estava sendo rude, mas sempre falava o que estava pensando, o que tinha feito toda a sua vida. — Você tem alguma coisa para beber? — Só fiz um lote de café. — Seu avô apontou para o balcão. — Sirvam-se. Robby estava no outro lado da mesa, e Shott podia ver que o homem estava pronto para fugir. Zachariah Chesterfield parecia brusco, às vezes, mas tiraria a camisa que usava para ajudar um amigo em necessidade. — O que você vai querer no seu? — Perguntou Shott a Robby. — Não sei. Nunca tomei café. — Robby admitiu. Ambos Shott e seu avô encararam Robby. — Nunca? — Perguntou Shott. — Não coloco qualquer açúcar nele. — Disse o vovô. — Já é suficientemente forte. Coloque um pouco de creme, apesar de tudo. — Posso usar o seu banheiro? — Perguntou Robby. — Segunda porta à sua direita. — Disse Zach. Após Robby sair da sala, o avô de Shott virou-se para ele. — Ok, fala tudo. — O quê? — Shott perguntou enquanto preparava o café de Robby. — Não é possível o seu neto passar por aqui e vê-lo? O homem não parecia como se estivesse comprando um pouco do que Shott estava vendendo. — Rapaz, criei você. Não acha que te conheço pelo avesso? Você tem aquele olhar em seu rosto. Agora, o que está acontecendo com Robby?
— Não tenho certeza. — Shott admitiu. — Saiu de casa, dizendo que vai explorar o mundo. Ele é irmão de Isaac. Zach assentiu. Ele e seu avô falavam sobre praticamente tudo. Disse ao velho homem sobre o pai de Isaac, ou tanto quanto sabia. Seu avô também sabia sobre shifters urso e gravidez masculina. O homem tinha levado tudo na esportiva. — Ele é o seu companheiro? — Seu avô perguntou quando anexou uma pequena varanda em um dos quartos na casa em que estava trabalhando. — Acho que sim. — Disse Shott quando colocou o creme de volta na geladeira. — Mas ele está determinado a sair, de se estabelecer por conta própria. — Então, você tem que dar-lhe uma razão para ficar. — Como? — Perguntou Shott. — Venho quebrando a cabeça tentando entender tudo isso. Seu pai veio procurá-lo. Acho que essa é a principal razão que ele quer ir. — Você é inteligente, Greg. Você vai pensar em alguma coisa. — Vovô olhou para a porta da cozinha, mas Shott não viu ninguém. O olhar no rosto de seu avô disse a Shott que Robby estava em seu caminho de volta para a cozinha. O homem podia ouvir uma maldita agulha cair. — Vamos, Robby. — Vovô disse quando Robby voltou para a cozinha. — Tenho que ter esta casa feita antes do Natal. Você sabe alguma coisa sobre carpintaria? — Um pouco. — Disse Robby. Shott entregou a Robby o seu café e, em seguida, ficou para trás, observando enquanto os dois trabalhavam lado a lado na construção da casa de bonecas de Willow.
Ao final da noite, tinham quase terminado o projeto. Zach limpou as mãos em uma toalha e balançou a cabeça. — Um pouco? Rapaz, você sabe o que está fazendo. Robby sorriu. — Costumava ajudar meu pai no celeiro enquanto trabalhava no mobiliário. Nunca trabalhei com nada pequeno assim, embora. — Você fez um bom trabalho poderoso. — Zach deu um tapinha nas costas de Robby. — Siga-me para a sala. Vou te mostrar mais algumas das novas fotos de Greg. — Vovô. — Shott disse em protesto. — Ele não quer ver aquelas. — Talvez eu queira. — Disse Robby. Os dois deixaram a cozinha, insensíveis como ladrões e melhores amigos. Shott apenas abanou a cabeça. Serviu-se de outra xícara de café antes que se juntar a eles. Quando entrou na sala de estar, ouviu seu avô dizendo: — James foi o melhor maldito filho que um homem poderia pedir. Greg adorava o pai. É uma vergonha como a vida pode roubá-lo das pessoas que você ama. Ainda doía até hoje ouvir seu avô falar sobre seus pais. O velho estava certo. Shott adorara seu pai, e sua mãe era a mulher mais bonita que Shott já tinha visto. Seu irmão mais novo tinha sido um pé no saco, mas que irmão mais novo não era? Mas Shott daria qualquer coisa para ter Shane com ele agora. — O que aconteceu com eles? — Perguntou Robby. — Roubo de loja. — Seu avô disse, e Shott podia ouvir a tristeza no tom do homem. Fazia 19 anos, e as memórias ainda doíam. — James e minha filha levaram seu filho mais novo, Shane, para a loja com eles para pegar algumas coisas quando um punk entrou no local e lhes roubou. O cara estava alto e matou todos naquela pequena loja.
Os olhos de Robby desviaram para Shott e Shott viu horror nos olhos verdes do homem. Shott não entendia o porquê. Não do jeito que Robby estava olhando para ele como se o homem tivesse cometido o crime. Robby ficou em silêncio enquanto seu avô lhe mostrava mais algumas fotos. No momento em que o velho fechou o álbum, era bem depois de sete. — Acho que é hora de pegar a estrada. — Disse Shott. — Acho. — Disse Vovô. — Algumas vezes minha mente divaga. — Se virou para Robby e apertou sua mão. — Você é bem-vindo aqui a qualquer hora, meu filho. Shott deu a seu avô um abraço antes de irem embora. Assim que estavam fora na varanda, Robby virou-se para Shott. — Sinto muito. Não sabia. Shott empurrou Robby em direção ao caminhão. Estava também extremamente frio para ficar fora. — Desculpar por quê? — Fazer você pensar que estava roubando-lhe quando nos conhecemos. Ah. Era por isso que Robby parecia horrorizado. — Para ser honesto, o pensamento não tinha passado pela minha cabeça. A única coisa em que estava pensando era o que tinha transformando sua vida desse jeito. — Você está falando sério? — Perguntou Robby. — Você jura que que estar roubando você e sua família não trouxe essas memórias para você? — Não. — E não tinha. Shott estava muito confuso com Robby para pensar sobre a correlação. — Está tudo bem, querido. Eu juro. Entraram no caminhão, e Shott ligou o motor. — Onde? Estava rezando para que Robby não dissesse Junction City. — Eu, uh...
— Está tudo bem, Robby. Você pode deixar para amanhã. Por que nós apenas não colocamos a cabeça para trás e dormimos um pouco? — Shott puxou para baixo na entrada de automóveis. — Amanhã. — Robby assentiu.
Capítulo Seis Robby estava cochilando em seu caminho de volta para o rancho. Encolheu-se no banco e fechou os olhos, sorrindo sobre o dia que passou com o avô de Shott. Gostou do cara. Talvez não de cara. Zach tinha sido um pouco intimidante. Mas tudo acabou bem. Ele nem sequer se afastou quando Shott descansou a mão quente na panturrilha de Robby. Era quase como se o homem precisasse do contato. As coisas não estavam saindo do jeito que havia planejado. Afinal, talvez isso não fosse uma coisa tão ruim. A casa de Shott era calorosa e acolhedora assim como sua família. Mas era a calma de Shott que estava encantando Robby. O homem não o empurrava, simplesmente o deixava saber que estava lá de forma sutil. Robby gostava disso. Quando Shott começou a esfregar lentamente a panturrilha de Robby, seus olhos ficaram pesados. Estava quase dormindo quando o caminhão balançou violentamente para frente.
— Que inferno! — Disse rispidamente Shott quando Robby se sentou. — O que está acontecendo? — Perguntou Robby olhando para fora da janela para trás para ver luzes brilhantes atrás deles, e elas estavam muito perto para o seu conforto. — Coloque o cinto de segurança. — Disse Shott. — E segure firme. Com o coração batendo descontroladamente em seu peito, Robby fez como Shott instruiu. As estradas estavam escorregadias. Poderia ter sido um acidente. Talvez a pessoa atrás deles tivesse perdido os freios e o controle. Robby gritou quando bateram na traseira novamente. Isto não foi um acidente. A pessoa atrás deles tinha intencionalmente tentando colocar Shott fora da estrada. O estômago de Robby estava torcido em nós enquanto apoiava as mãos no painel. O caminhão bateu neles novamente, e desta vez Shott perdeu o controle. O caminhão girou em um círculo, e Robby jurou que sua vida passou diante de seus olhos. Fechou-os quando o caminhão continuou a girar antes de bater em alguma coisa. — Você está ferido? — Shott perguntou soltando o cinto de segurança e deslizando para o lado de Robby. — Fale comigo, Robby. Algum ferimento em você? — M-meu peito. — Era como se alguém estivesse batendo um punho de concreto em seu peito. Shott levantou a camisa de Robby e amaldiçoou. — Você tem alguns hematomas. — Shott soltou Robby de seu cinto de segurança e o girou em torno antes de examinar seu peito mais uma vez. — Dói para respirar?
— Não. — Robby olhou pela janela lateral. — Quem fez isso? Você acha que vão voltar? Por que alguém iria tentar nos tirar da estrada? Os olhos cinzentos de Shott escureceram quando alcançou sob seu assento e tirou um revólver. Colocou a arma cromo brilhante em seu colo antes de pegar o celular do bolso. Robby ficou lá olhando para a arma. Nunca tinha visto uma na vida real antes. Apenas o pensamento do que Shott pudesse fazer com a coisa trouxe calafrios a sua espinha. — Ei, é Shott. Alguém acabou de me jogar para fora da estrada. — Shott disse ao telefone e, em seguida, deu a quem estava falando as direções de onde estavam. — Não, eu estou armado e aguardando o filho da puta de voltar. A declaração de Shott fez Robby olhar em volta novamente, mas fez uma careta e vaiou quando virou muito longe e seu peito lhe lembrou que estava ferido. — Estaremos esperando. — Shott desligou. — T-Rex e Legend estão em seu caminho. — Quanto tempo vai demorar? — Perguntou Robby. Sentia-se como um pato sentado. A pessoa poderia voltar e terminar o que começou. E ainda estava tentando descobrir quem faria uma coisa dessas. Shott segurou o lado do rosto de Robby. — Não se preocupe, querido. Eu não vou deixar ninguém te machucar. A menos que essa pessoa fosse melhor com uma arma do que Shott. Robby nunca tinha estado em uma situação tão intensa antes. Continuou dizendo a si mesmo para não entrar em pânico, não surtar e perder sua mente.
Seu corpo ficou tenso quando viu faróis dirigindo em sua direção. Chegou mais perto de Shott e orou que não fosse a mesma pessoa voltando. — Abaixe-se. — Disse Shott. Robby rapidamente se abaixou para o banco, mas não foi fácil com o peito doendo tanto. Robby franziu a testa quando ouviu o sotaque da música country. Levantou-se lentamente e olhou para fora da janela. Não. Não podia ser. — Eu sei quem são eles. — Robby tentou se levantar, mas Shott manteve uma grande mão no seu lado. — Como você sabe? Dizer a Shott que tinha acabado de conhecer Kris, Tom e Dick no outro dia e que eles o tinham pegado no lado da estrada podia não parecer tão bem. Além disso, não havia nenhuma maneira que Kris tivesse os jogado fora da estrada. — Nós nos conhecemos. Shott finalmente o soltou, e Robby se sentou. Tom saiu da van e caminhou até eles. Robby rolou a janela para baixo, sorrindo apesar do que aconteceu. — O que você está fazendo aqui? — Poderia perguntar a mesma coisa. — Disse Tom. — Por que você está estacionado em uma vala? — Não foi de propósito! — Robby olhou para a van e viu Kris acenando para ele. — Bem, você precisa de uma carona ou o quê? — Perguntou Tom. — Eu tenho amigos... — Nós vamos fazer um passeio. — Disse Robby, cortando Shott. Ele se virou para o cowboy. — Basta ligar para T-Rex e lhe dizer que temos uma carona.
— T-Rex. — Disse Tom. — Soa como um dinossauro. Será que tem braços grossos? Robby riu. — Não, mas ele é muito alto. Tom olhou para o caminhão e para Robby. — Quem diabos é esse homem bonito? — Podemos ir? — Perguntou Shott. O homem soou como se não tivesse gostado de Tom estar flertando com ele. Robby pensou que era hilário. — Nós estamos indo. — Disse Robby para Tom. Fechando a janela, Robby alcançou a maçaneta quando Shott o deteve. — Fique aí até que eu dê a volta até o seu lado. Os olhos de Robby se arregalaram. — Você acha que esse cara ainda está lá fora? — Não tenho certeza, mas você está ferido, lembra? Sente-se. — Shott desligou o motor e empurrou a arma em seu casaco antes de sair e circular ao redor para o lado de Robby. Robby não tinha certeza do que o cara ia fazer até que Shott abriu a porta e o puxou em seus braços. — Vai me carregar? — Perguntou Robby. — Acho que posso andar. Shott chutou a porta fechada. — Fique quieto e deixe-me fazer o meu trabalho. Robby curvou seus lábios, parando o sorriso que ameaçou quebrar livre. Tom abriu a porta do passageiro da frente, e Shott colocou Robby sobre o banco. Dick estava rindo, e Kris tentou o seu melhor para esconder o sorriso. — Você está machucado? — Perguntou Kris. — Machuquei meu peito quando esse idiota nos jogou para fora da estrada. — Robby fechou o cinto de segurança e fez uma careta.
Shott subiu no banco traseiro. Robby se virou para ver o cowboy imprensado entre Tom e Dick. Era uma visão engraçada. — Estamos prontos caras? — Kris perguntou, antes de se mover. — Para o rancho? — Como você sabe onde é o rancho? — Perguntou Shott, sua voz cheia de suspeita. Kris deslizou os olhos para Robby. — Nem pense em mentir para mim. — Advertiu Shott. — Ele me deu uma carona na noite em que fui lá. — Disse Robby. Essa era a verdade. O resto era irrelevante. — Você é apenas demasiado bonito para colocar em palavras. — Disse Tom e Robby sabia que o homem estava falando com Shott. — Eu preciso nos mover, você acabou? — Perguntou Kris. — É óbvio que ele é o homem de Robby. Cai fora ou vou deixar Dick chutar o seu traseiro. — Dick não vai fazer isso. — Disse Tom. Mais uma vez Robby sentiu o humor na van, assim como na primeira vez. Ele o envolveu até que estava sorrindo de orelha a orelha. — Deixe meu urso sozinho. — Disse ele a Tom. Kris deu uma gargalhada. — Boa, Robby. Eu gosto de urso... soa bem. Quando Robby olhou para o banco de trás de novo, Shott estava olhando para ele de forma estranha. Robby deu de ombros. Havia apenas algo sobre esta van que o colocava em um bom humor. — Como está se sentindo? — Perguntou Shott, e Robby se sentiu todo quente e distorcido pela preocupação constante do homem e a maneira gentil que Shott estava olhando para ele. Ninguém o tinha olhado com tanta
ternura antes. A determinação de Robby para deixá-lo estava derretendo lentamente, e podia sentir-se lentamente cedendo. — Vou ficar bem. — Ele esperava que sim. Seu peito ainda parecia como se alguém o tivesse chutado. Ou era a maneira que Shott o fazia se sentir? Poderia ser uma combinação de ambos. Robby se virou e olhou para a estrada branca à frente deles. Kris virou a música um pouco mais alta, e todos começaram a cantar, todos, exceto Shott. Era como se ainda estivesse tentando decifrar os caras. Viu quando o cowboy puxou o celular e mandou uma mensagem a alguém. T-Rex talvez. O passeio não durou tanto quanto Robby teria esperado. Logo estavam de volta ao rancho e Shott estava puxando Robby do banco da frente. — Obrigado, rapazes! — Robby acenou e assim fizeram os outros antes que Kris se afastasse. Assim que a van tinha ido embora, Robby ficou sério. — Eu juro, que é essa van é como se fosse drogas. — Disse Robby quando Shott o levou para a casa. — Assim que você sai, a sensação boa se vai e você quer mais. Shott não disse uma palavra enquanto levava Robby para dentro. TRex o deteve na porta. — Que diabos? Robby está machucado? — Costelas machucadas. — Disse Robby. — Vou curar assim que mudar. — Você tem alguma ideia de quem o jogou da estrada? — Perguntou o grandalhão. — Não tenho ideia. — Disse Shott. — Mas agora gostaria de obter Robby no andar de cima. Vou ligar para um reboque na parte da manhã. Robby descansou a cabeça contra o peito largo de Shott e percebeu que secretamente gostava de estar nos braços do homem. Inalou seu cheiro e suspirou.
Talvez não amanhã, mas em poucos dias iria embora.
Shott estava acordado e sabia que não era hora de levantar. Ele se virou e olhou para o relógio de cabeceira para ver que era um pouco depois das três da manhã. Não estava certo por que tinha acordado. Virando-se ao redor, notou que Robby já não estava em sua forma de urso. O cara deve ter curado. Tentou virar suavemente Robby para que pudesse ver o peito do homem, para ver se o ferimento foi embora. Em vez disso, Robby abriu os olhos lentamente, e Shott encontrou-se perdido nas profundezas verdes. — Tem alguma coisa errada? — Perguntou Robby. — Nada, querido. — Disse Shott. — Estava apenas verificando para ver se você está curado. — Como se parece? — Robby perguntou quando se virou. Shott deslizou sua mão para baixo do lado de Robby e descansou a mão no quadril nu do homem. Estavam deitados tão juntos que o calor saltou entre eles. — Parece muito bom para mim. Sentia-se bem, também. A pele de Robby era suave como seda sob a grande mão de Shott. Com os olhos semicerrados, Shott assistiu Robby levantar a mão e movê-la sobre o seu peito. Não se moveu ou disse uma palavra. Permitiu a Robby tocá-lo, conhecê-lo. — É bom e duro ao mesmo tempo. — Disse Robby enquanto olhava para o corpo de Shott com fascínio. — É como uma parede de tijolos de seda.
O pênis de Shott engrossou entre suas pernas quando Robby se inclinou para frente e lambeu sobre um dos mamilos de Shott. — Salgado. As coisas que Shott queria que Robby fizesse com essa língua. Mas se controlou e deixou Robby liderar o caminho. Suas mãos finas deslizaram sobre o peito e abdômen de Shott antes de olhar através de seu cabelo bagunçado caído. Foi a coisa mais erótica que Shott já tinha visto. — Você vai me beijar de novo? — Perguntou Robby. — Todos os dias para o resto de sua vida. — Disse Shott antes de capturar os lábios de Robby mergulhando a língua profundamente. Não tinha certeza do aconteceu com Robby, mas as mãos do homem estavam por toda parte. Elas deslizaram sobre as costas de Shott, sobre seu quadril, e depois deslizaram até o seu peito. Shott segurou a bunda de Robby, apertando e puxando o homem mais perto. A boca de Robby fez Shott gemer de prazer. Ele se afastou e começou a acariciar e chupar o pescoço de Robby, a palma de sua mão sobre os mamilos de Robby. — Gosto disso. — Disse Robby enquanto arqueava as costas. — Gosto quando você me toca. Shott continuou a morder o pescoço de Robby, mesmo quando sentiu o homem empurrando-o de volta. Shott rolou e se perguntou o que Robby estava fazendo. Deixou seu amante assumir o controle. Queria ver onde Robby estava indo com isso. Enfiou os dedos pelo cabelo de Robby quando o homem começou a beijar e acariciar o peito de Shott. A língua do shifter urso deslizou sobre Shott quando o homem começou a trabalhar seu caminho para baixo. Shott gemeu e abriu as pernas mais amplas. A língua molhada de Robby traçou os cumes de seu abdômen, beliscando-o como se o homem estivesse com fome. Shott assobiou. — Foda-se, bebê.
Ele não tinha certeza o quão experiente Robby era, mas estava prestes a descobrir. Mas de qualquer maneira, Shott sabia que ia gostar disso. Como não podia? Em seu livro, não havia tal coisa como um golpe de língua ruim. A voz de Robby estava rouca e sussurrou. — Deus, eu não consigo parar de pensar em degustar você. Shott pensou que ia perder a cabeça quando Robby apertou suas bolas com cuidado, dando-lhes um leve puxão. Seus olhos ficaram trancados no que Robby estava fazendo com antecipação do que viria. Não se apresse. Não tome o controle. Deixe Robby liderar o caminho. Prazer corria quente em seus ombros e peito enquanto Robby tomava a cabeça do pênis de Shott em sua boca. Shott agarrou ambos os lados da cabeça de Robby enquanto alimentava lentamente o homem com sua ereção. — É isso aí, bebê. Use sua língua. Leve-me um pouco mais profundo. Manter seu controle era como tentar colocar uma coleira em um trem de carga. Shott deteve-se de conduzir seu pênis profundamente na garganta de Robby. Ele flexionou os braços e conteve os quadris quando Robby afundou o pênis de Shott apenas um pouco mais profundo. Porra, isto era uma tortura. Passou os dedos contra a testa de Robby e depois desceu para a mandíbula do homem, o tempo todo assistindo aqueles belos lábios. Pensou em como Robby tinha sido ferido e como poderia ter sido muito pior. Shott enviou um agradecimento que Robby fosse capaz de curar a si mesmo. O pensamento de que algo acontecesse a Robby fez Shott se sentir insano. Mas logo se esqueceu de sua linha de pensamento quando Robby continuou a explorar, lento e sem pressa, criando um pequeno agrupamento
de fogo no estômago de Shott. Seus dentes rasparam a carne de Shott e ele se encolheu. — Calma, bebê. Cuidado com os dentes. Puxando para trás, Robby deixou seu pênis deslizar por entre os lábios e, em seguida, esfregou as bolas de Shott. Deuses, a boca do homem era mágica. Shott cravou os calcanhares no colchão quando ele levantou-se ligeiramente para cima. Robby aproveitou, sua língua provocando a pele abaixo de suas bolas. Ele assobiou e empurrou, prazer percorrendo todo o seu corpo. Se fosse ser assim o tempo todo, nunca iriam sair da cama. Shott se encarregaria disso. Seu plano era levar as coisas bem devagar para não assustar Robby. Mas Robby tinha explodido o plano para fora da água. O cara parecia saber o que queria. O inferno se isso não levasse Shott adiante. Robby ergueu a cabeça e começou a rastejar até o corpo de Shott. Foda-se que era em um olhar sexy. Shott agarrou os quadris do homem e o puxou por todo o caminho até seus lábios estarem juntos. Quando dominou a boca do homem, Shott alcançou sua mesa de cabeceira e abriu a gaveta, agarrando a garrafa de lubrificante. Atrapalhou-se com ela por um momento antes que abrisse a tampa e apertasse um pouco de gel nos dedos. Agarrando o cabelo de Robby com a mão livre, Shott aprofundou o beijo antes de deslizar um dedo em seu corpo. Em vez do enrijecimento que Shott esperava, Robby gemeu e começou a mover os quadris em um movimento circular. — Você gosta disso? — Shott perguntou antes de deslizar um segundo dedo ao lado do primeiro. — Você quer mais? — Ainda não. — Robby respondeu sem fôlego. — Apenas me dê um minuto. — Leve o tempo que você precisar, querido. — Shott torceu os dedos e os tesourou enquanto mergulhava profundamente dentro de Robby.
Seus dedos estavam envolvidos em um apertado, calor quente. Shott rangeu os dentes. — Você está no comando. Você me diz quando. — Ok. — Robby disse enquanto balançava para frente e para trás. As
pálpebras
do
homem
baixaram
lentamente
enquanto
seus
lábios
entreabriam. — Só para você saber, eu nunca fiz isso antes. — Prometo que você vai amar. — Disse Shott. Não ia negar o fato de que se emocionou que seria o primeiro homem de Robby. E ia ser o seu último. Shott faria questão de ter certeza disso. Sentia-se feral por dentro só de pensar em outro homem tocando Robby. Seu Robby. Shott aliviou a mão para trás e, em seguida, empurrou três dedos dentro de Robby. — Isso é bom? Robby assentiu. — Sim. — A respiração do homem estava superficial enquanto continuamente lambia os lábios. O pênis de Shott estava se esforçando para entrar no homem, mas levou o seu tempo. Não apressaria isso. Estava indo explorar cada centímetro do corpo do homem. Ou pelo menos tentar. Não tinha certeza de quanto controle ainda tinha no momento, mas sentia como se fosse ter um colapso se não estivesse dentro de Robby em breve. Toda vez que ouvia Robby gemer, possessividade cercava Shott. Esses ruídos estavam indo para levá-lo ao longo da borda. Shott queria encontrar esse ponto que faria a espinha de Robby se fundir, e qualquer coisa remotamente parecida com um pensamento estaria queimando a uma batata frita. Quando seu dedo roçou a glândula, as mãos de Robby agarraram os lençóis quando empurrou sua bunda de volta para o dedo de Shott. Esfregou novamente. Desta vez, Robby agarrou mais apertado e deixou escapar um estrangulado: — Sim. Shott continuou a esfregar, a intensidade das reações de Robby transformando-o até que era extremamente difícil se conter. Movendo os dedos, escovando esse ponto novamente, observou Robby tentar se manter,
mas vendo o suor achatar o cabelo no templo de Robby, era uma combinação capaz de roubar o fôlego de Shott. Robby
ocasionalmente
gemeu
mais
e
mais,
frequentemente
empurrando-se mais para os dedos de Shott. Shott queria transar com ele tão desesperadamente que sentia como se seu pau fosse explodir. Mas assistindo Robby, o prazer em seu rosto, seu corpo se esforçando e se movimentando, sua mão roçando sua ereção para tentar aliviar essa dor... Shott poderia viver assim para o resto de sua vida de merda. Shott teve seu quinhão de amantes. Também tinha visto batalhas, coisas que fariam uma pessoa se questionar sobre a humanidade. Sobreviveu a um ferimento de bala e sentiu dor enquanto lutava mão a mão. Mas estar com Robby estava sendo dilacerante. Este homem tinha a capacidade de torná-lo impotente, algo que ninguém tinha conseguido antes. Robby puxou sua cabeça para trás e deu um leve aceno de cabeça. — Estou pronto. Removendo os dedos, Shott agarrou os quadris de Robby e deslizou o homem de cima dele até que tinha Robby deitado de lado. — Vai ser melhor assim... Em sua primeira vez... Você entende? Robby sorriu para ele, e era um olhar tão aberto, tão nu e vulnerável. — Você parece tão nervoso como eu me sinto. O coração de Shott pulou em sua garganta. — Talvez eu tenha medo de te machucar. — Nunca. — Robby balançou a cabeça. — Confio em você, Shott. Você nunca deixará nada nem ninguém me machucar. Posso ver isso agora. Shott emudeceu. Robby estava dando a ele algo que nunca tinha compartilhado com ninguém ou dado a outra pessoa. Mas era mais do que isso. Estava dando a Shott sua confiança. De alguma forma, sabia que não foi fácil para o cara.
Shott inclinou-se para a gaveta, voltando com o tubo na mão. Olhou para a curva das costas de Robby, o cacho de cabelo na nuca emaranhado contra sua pele. Robby espalhou suas coxas, virando o rosto para olhar para Shott. Mudou-se para erguer os joelhos roçando suas costas nas coxas de Robby. Shott massageou o músculo liso, as fortes costas de seu amante enquanto se dobrou para beijar a curva do ombro de Robby. Robby suspirou, relaxando nos movimentos, inclinando a cabeça para trás enquanto Shott pressionava beijos ao lado de seu pescoço. Após espalhar o gel sobre o seu pênis, Shott levantou a perna de Robby e enrolou um braço sob ela, ainda do lado dele. A posição era perfeita. Queria ver o rosto de Robby enquanto empurrava. Segurando o seu pênis alinhado, pressionou contra a entrada de Robby até que o sentiu ceder. Houve um emocionante grunhido de sua parte. Esperou até que Robby lhe desse um aceno de cabeça, deslizando lentamente até que estava totalmente dentro. Dentro de Robby. Calor o envolveu, Shott se abaixou e encontrou a boca de Robby. Não se moveu, permitindo que o corpo de Robby se ajustasse. Seu pênis estava pulsando fortemente no ritmo da pulsação de Shott. Quando Robby estremeceu, Shott disse: — Estou bem aqui, querido. Você é delicioso. Vou me mover apenas quando estiver pronto. Diga quando. Estava matando Shott ser paciente e lento, mas faria o que Robby queria, quando ele quisesse. De viver com shifters, Shott sabia que o cheiro sozinho não era uma coisa certa quando se tratava de companheiros. Mas se o vínculo profundo que sentia com Robby fosse qualquer indicação, este homem era dele. Robby era seu para sempre. — Mova-se. — Robby sussurrou.
Shott beijou o pescoço do homem antes de deslizar a mão para descansar no quadril de Robby quando lentamente empurrou. Fez isso de novo e de novo, muito lentamente. Foi sempre cauteloso, sempre cuidadoso enquanto o tamborilar de prazer cresceu a um tiro de puro céu. Começou a balançar contra Robby um pouco mais rápido. Nunca áspero, mas não tão controlado. A sensação de estar dentro de Robby lhe tirava o fôlego. Shott podia ouvir o efeito que tinha sobre Robby também. Shott estava gemendo e Robby era a causa. Robby soltou um gemido e baixou a cabeça. — Foda-me. A mão de Shott trancou no quadril de Robby, aproveitando para puxá-lo para cima e mudar de posição. Sua mão descansou no estômago de Robby, controlando os impulsos, indo mais fundo, mais suave, enquanto os dedos de Robby se agarravam no travesseiro, com o esforço. — Você está pronto para gozar? — Shott ergueu os quadris de Robby apenas o suficiente para agarrar sua ereção. Acariciou Robby ao mesmo tempo em que empurrava seus quadris. Deslizou um dedo sobre a cabeça do pênis de Robby. — Goze comigo, meu amor. Shott cerrou os olhos fechados. A necessidade de morder Robby deu um curto-circuito em seu cérebro. Era apenas o instinto e uma necessidade gananciosa neste momento que o faziam querer morder. Robby estava perto demais... Graças a Deus. Shott poderia dizer pela respiração do homem. Não achava que poderia aguentar. Shott cerrou os dentes sobre o ombro de Robby e mordeu com força quando sentiu o calor encher sua mão. Mantendo um agarre firme na carne de Robby quando seu clímax explodiu através dele. Que porra é essa que tinha feito? Shott puxou sua boca longe e olhou para o conjunto perfeito de marca de dentes e o sangue em torno dela. Ele nunca mordeu ninguém em sua vida.
Sentiu Robby ofegando enquanto se apoiava pesadamente no corpo de Shott. — Isso não era nada como eu esperava. Shott traçou os dedos sobre a marca que deixou para trás. Robby não havia reclamado de modo que não ia fazer uma grande coisa sobre isso. — Sim, como assim? — Foi ainda melhor. — Robby balançou um pouco, e Shott sabia que o homem estava rindo. Shott pressionou os dedos sobre o estômago de Robby e começou a desenhar padrões preguiçosos em sua pele quando o puxou ainda mais perto, aconchegando-se a ele. — Você faz um grande travesseiro. — Disse Robby. Shott sorriu. — Ainda bem que gostou.
Capítulo Sete — Você está pronto? — Shott gritou do quarto. Robby tropeçou em seus pés saindo a toda velocidade para o lavabo para escovar os dentes. Estava com fome, mas o pensamento de comida o fez querer vomitar tudo de novo. Não entendia o porquê. Após Shott ter feito amor com ele, tinha dormido como uma pedra. Ainda estava corando sobre o que deixou Shott fazer. Mas esse não era o ponto, porra. Por que estava ficando doente? Enxaguou a boca com bochechos e depois limpou a boca antes de abrir a porta. — Pronto. Para onde estamos indo, afinal? — É uma surpresa. — Shott levantou um casaco de pelagem espessa e negra que era pequeno demais para o cara. — O que é isso? — Eu peguei emprestado de seu irmão. — Disse Shott. — Vai mantê-lo quente aonde vamos hoje. Robby não gostou da ideia de se aventurar fora. A última vez que tinha deixado o rancho, alguém os tinha jogado para fora da estrada. E ainda não sabia quem era. — Como é que vamos a algum lugar? Lembre-se, o seu caminhão foi rebocado para a oficina. — Eu estou pedindo a Sam. — Shott respondeu. — Agora não me dê nenhum problema. — Shott sacudiu o casaco para Robby. — Ponha isso. Sabendo que não ganharia uma explicação, Robby pegou o casaco e o colocou. Isaac deve ter comprado roupas porque Robby não se lembrava de seu irmão possuir um casaco tão agradável. Era definitivamente muito mais quente do que o seu.
— Ele fica bem em você. — Disse Shott e, em seguida, pegou um par de botas do armário. — Eu pedi emprestadas estas também. Você vai precisar delas. Robby enfiou os pés nas botas enquanto Shott pegou o seu chapéu de cowboy fora do armário e o enfiou na cabeça. — Agora, vamos entrar em movimento. — Mandão. — Robby saiu do quarto e, em seguida, gritou quando Shott o golpeou na bunda. O cara piscou antes de fechar a porta do quarto. — Estou muito velho para ser espancado. — Você nunca é velho demais para ser espancado, querido.
—
Shott baixou a voz. — Mas os homens crescidos fazem isso por prazer. Realmente? Isso não se sentia muito prazeroso para Robby. Sentiase mais como uma criança mimada. — Mantenha as mãos onde eu possa vê-las, amigo. Shott soltou uma risada baixa, enquanto caminhavam para o andar de baixo. A sala estava cheia de crianças barulhentas e alguns adultos. A cena mais uma vez aqueceu o seu coração. — Onde você está indo? — Isaac perguntou quando pegou uma das crianças fora de seus pés. — Não tenho certeza. Eu acho que é acima do meu nível salarial porque Shott não vai me dizer. — Robby sorriu quando MJ veio direto para ele. Ele pegou a criança e a beijou no rosto gordinho. — Ele nunca teve paciência. — Disse Isaac. — Não se surpreenda se tentar intimidá-lo antes de vocês chegarem lá. — Olá. — Disse Robby. — Estou de pé bem aqui. Shott passou as mãos sobre os ombros de Robby e lhe deu um aperto.
— Eu acho que posso lidar com ele. — Não tenha tanta certeza sobre isso. — Disse Robby enquanto colocava MJ para baixo. Poderia dizer que estava se sentindo muito mais confortável em torno de Shott porque sua verdadeira personalidade estava saindo. — Não me faça obter fita adesiva. — Disse Shott quando se dirigia para a porta. Robby sorriu largamente para Isaac antes de seguir atrás do cowboy. Eles dirigiram-se através das montanhas, e Robby nunca tinha visto uma visão mais majestosa. — É tudo tão bonito. — Estou feliz que você gosta. — Disse Shott. — Nunca é demais sair de vez em quando e apreciar a beleza ao seu redor. Robby teve uma vontade de mudar e rolar ao redor. Era tão fresco e limpo, e a emoção pulsou através dele. — Podemos sair e explorar? Shott assentiu. — Assim que chegar onde estamos indo. Robby estava prestes a estourar uma junta. Queria saber onde Shott o estava levando, mas não teve que esperar muito tempo. O homem guiou-os em um caminho longo, e os olhos de Robby se arregalaram quando o sinal acima da entrada saudou os entusiastas de neve. Ele não sabia o que isso significava, mas Robby estava esperando que isso significasse se divertir na neve. — Ok, nós estamos aqui. Agora, o que é esse lugar? — Robby perguntou enquanto desciam do caminhão. — Você verá. — Shott levou-o pela porta da frente, e Robby ficou boquiaberto com o quão fabuloso o lugar era. O interior era feito de pinho
rústico com uma área de jantar ampla à direita. Havia uma área de estar para a esquerda, com cadeiras confortáveis e uma grande lareira. — Estamos em um hotel? — Sim. — Shott caminhou em direção a uma longa mesa, onde um homem estava atrás do balcão. Robby o seguiu. Enquanto Shott falava com o cara, Robby observou como algumas pessoas entravam com esquis nas mãos. Esquis. Robby não sabia nada sobre esquiar. Se Shott esperava que ele fosse fazer uma corrida morro abaixo, o homem estava muito enganado. Robby ia quebrar o pescoço se o fizesse. Shott pressionou sua mão nas costas de Robby, fazendo-o se virar. Estava segurando algo que parecia um cartão de crédito na mão. — O nosso quarto está pronto. — Quarto? — Robby olhou para o seu corpo. — Mas eu não trouxe roupa extra. — Coloquei uma mochila no caminhão antes de ir buscá-lo. — Disse Shott enquanto o conduzia por um corredor onde todas as portas eram marcadas com números. Quando chegaram ao quarto doze, Shott deslizou a coisinha de cartão de crédito em uma caixa e uma luz verde apareceu. Ele abriu a porta, e Robby entrou. — Relaxe certo? — Shott fechou a porta atrás deles. — Pensei que um pouco de diversão seria bom. Robby relaxou quando examinou o quarto. As paredes eram feitas da mesma madeira rústica, com uma grande lareira em um lado. O piso era de madeira, também, mas havia tapetes coloridos espalhados. E no centro do quarto, estava a maior cama que já vira, um inferno de muito maior do que sua cama de solteiro em casa ou a cama king-size de Shott no rancho. — Eu acho que nós podemos pegar um lanche e em seguida, bater nas encostas.
Isso tudo era muito mais do que Robby estava acostumado. Este lugar tinha que ter custado uma fortuna, e não conseguia entender por que Shott iria passar por todo este problema. Girou até que estava de frente para o homem. — Eu não entendi. — Esquiar. — Disse Shott e depois fez um movimento com as mãos como se estivesse navegando através da água... Ou algo assim. — Não se preocupe, nós vamos começar pelo caminho mais fácil. — Não. — Robby balançou a cabeça ao acenar um braço em volta do quarto. — Eu quero dizer isso, tudo isso. Por quê? — Eu só... — Shott passou a mão sobre sua boca e depois as descansou nos quadris. — Realmente não estou certo. Não sei o que estou fazendo. — Eu não entendi. — Você. — Respondeu Shott. — E quanto a mim? — Perguntou Robby. —Não é como se soubesse o que estava fazendo quando saí de casa, e com certeza não percebi as coisas ainda. Estou andando em torno de saber se cada movimento que faço é o movimento certo. Você não é o único que não sabe o que está fazendo. — Você não consegue entender. — Shott disse quando atravessou a sala e sentou-se na cama. — Eu não... — Ele balançou a cabeça. — Estou tentando o meu melhor para mostrar o que poderíamos ter, se você simplesmente não se for, se você ficar comigo. — Este quarto de hotel? — Perguntou Robby. — Não, felicidade, memórias. — Shott levantou-se e atravessou o quarto, puxando as mãos de Robby nas dele. — Só quero que você me dê uma chance, nos dê uma chance.
— Mas, Shott. — Robby olhava para os surpreendentes olhos do homem.
— O que acha que estou fazendo? Por que acha que não estou
tentando? — Robby olhou ao redor do quarto. — Isso é bom, mas não é o que quero. Só quero você. Não me importo se nós passamos um tempo em um celeiro ou no caminhão. Você não tem que me impressionar. — Ele sorriu. — Fiquei impressionado desde que tentei roubar o seu chá. — E eu que pensava que tinha de jogar duro para conseguir agradálo. — Shott sorriu, e Robby sentiu como se seu coração corresse para fora de seu peito e para as mãos de Shott. — Uma vez que temos o quarto, por que não vamos ter um pouco de diversão? — Mas eu não sei como esquiar. — Bebê, nós poderíamos fazer anjos de neve todo fim de semana e eu não me importaria. — Shott afastou uma mecha de cabelo do rosto de Robby. — Contanto que você seja o anjo deitado ao meu lado. E, neste momento, Robby percebeu que não ia a lugar nenhum. Por que procurar no mundo pela aventura quando a tinha ali mesmo nas palmas de suas mãos? — Ok, mas você me deve uma cidra de maçã quando estivermos fazendo isso. Especialmente se eu fizer um tolo de mim mesmo lá fora. — Feito. — Shott virou-se e puxou Robby do quarto. Dirigiram-se para trás, e o estômago de Robby amarrou em nós quando viu todos os esquiadores em pé conversando. Estava indo para fazer um tolo completo e absoluto de si mesmo. — Não. — Shott apontou. — Vamos tentar inclinação dos iniciantes. Parece bom para você? — Eu prefiro fazer os anjos de neve. — Murmurou enquanto Shott levou-o até a cabine de aluguel. — Ou escrever meu nome na neve.
— O que foi? — Perguntou Shott. — Nada. — Robby olhou ao redor, e seus olhos se arregalaram quando viu Kris, Tom e Dick. De jeito nenhum. O que estavam fazendo aqui? — Aqui vamos nós. — Shott entregou a Robby o seu equipamento. —Guy diz que uma criança pode lidar com inclinação de iniciantes, então deve ser bom. Isso ia ficar feio. Shott ajudou Robby com seus esquis. — Você já fez isso antes? — Uma vez. — Disse Shott. — Não foi tão difícil. Robby revirou os ombros e tentou convencer-se a dar o primeiro passo. Ficou lá por cinco minutos, deixando as pessoas passarem à sua frente. — Quando estiver pronto. — Disse Shott. — Ok. Ok. — Tomando uma respiração profunda, empurrou-se para fora e gritou quando começou a se mover para baixo. Estava indo muito rápido. Como diabos tinha isto sido uma boa ideia? — Pare de entrar em pânico. — Disse Shott ao seu lado. — Nós estamos indo como o que, a dez quilômetros por hora? Você pode lidar com isso. Parecia muito mais rápido para Robby. — Ei! — Kris gritou quando passou zunindo por Robby. — Você só tem que deixar ir e se divertir. — O que ele está fazendo aqui? — Perguntou Shott. — Essas coisas não têm freios? — Perguntou Robby. Shott ergueu um dos pólos em sua mão. Robby testava a segundos de distância empurrando seu pólo até Shott. — Cuidado!
Shott virou para frente, mas já era tarde demais. O homem bateu na árvore e, em seguida, girou para o lado antes de cair de costas. Robby tentou parar, mas não sabia como. Então fez o que qualquer pessoa em sua situação teria feito. Moveu-se em direção a Shott e usou o homem propenso como freios, caindo sobre o cara antes que caísse de bunda no chão. — Você está meio que molhado agora. — Disse Shott a alguns metros de distância. — Cale a boca. — Disse Robby quando tentou se levantar, mas seus esquis não estavam cooperando. — Precisa de ajuda? — Dick perguntou quando apareceu acima de Robby. Deveria ter ficado com a escrita de seu nome na neve.
Na manhã seguinte, Robby estava de volta no banheiro, vomitando. Tentou esconder o som abrindo a torneira da pia, mas Shott entrou nele. — O que há de errado? — Ele pegou uma toalha, molhou-a e, em seguida entregou a Robby. — Alguma coisa que você comeu? — Acho que não. — Disse Robby quando deu a descarga e mudouse para a pia. Assim como antes, estava com fome, mas o pensamento de comida o nauseava. — Eu estava doente na manhã de ontem, também. Shott pressionou a palma da mão na testa de Robby. — Você não está quente.
— E eu que pensei que você não estivesse comigo por causa da minha aparência. — Olhou no espelho, mas sua pele tinha o mesmo tom. Não estava pálido. Isso era um bom sinal. — Você sabe o que quero dizer. — A preocupação permaneceu nos olhos de Shott quando se virou em seus calcanhares. — Estou pegando as malas. Nós estamos indo para casa para que o médico possa verificá-lo. — Eu já fiquei doente. Vai passar como fez ontem. — Ainda um pouco enjoado, Robby o seguiu do banheiro. — Não temos que desistir de nosso fim de semana. Robby não achou que gostaria de esquiar, mas realmente tinha tido um grande momento ontem. Havia caído mais de uma vez, mas ouvir Shott rir e ver o brilho de felicidade em seus olhos era algo que Robby nunca se cansaria de ver. — Por que não me disse que estava doente ontem? — Perguntou Shott. — Porque, como disse, é passado. — Robby tinha começado a caminhar em direção a Shott quando a janela foi quebrada. Tudo abrandou. Robby teve pouco tempo para olhar para Shott antes que o homem o batesse, levando os dois para o chão. O coração de Robby estava trovejando em seus ouvidos. — Que diabos foi isso? — Eu não tenho certeza, mas fique no chão. — Shott levantou-se e se moveu para a gaveta da cômoda, tirando a sua arma brilhante. Pressionando suas costas contra a parede perto da janela e dando uma espiada para fora. — Você acha que alguém está lá fora atirando em nós? — Isso era ridículo. Quem estaria atirando neles? Então, novamente, quem iria jogá-los para fora da estrada? Nada disso fazia sentido. — Droga! — Shott levantou a arma e disparou.
— Merda! — Foi à única coisa que Robby conseguia pensar para dizer quando Shott saltou através da estrutura aberta, e então se foi. Robby ergueu-se e correu para a janela, com os pés esmagando o vidro quebrado espalhados por todo o chão. Quando o vento frio invadiu o quarto, examinou a área fora da janela, mas não viu ninguém, nem mesmo Shott. Seu cowboy tinha ido embora. Mas Robby podia ver as pegadas na neve. Não sabia o que fazer, porque nunca tinha passado por nada parecido com isso antes. À noite em que ele e Shott tinham sido jogados da estrada foi à primeira vez que havia posto os olhos em uma arma. A espingarda de seu pai não contava. Jacob só a tinha usado para caçar, mas Robby tinha a sensação de que a arma de Shott tinha visto alguma batalha. Alguém bateu alto na porta, e Robby não tinha certeza se deveria atender. Seu coração estava batendo muito rápido, e todo o seu corpo tremia. A agitação poderia ser da temperatura na sala. Ainda assim, o que acontece se o atirador tinha voltado para terminar o trabalho? Robby olhou ao redor, mas não viu nada que pudesse usar como arma, não contra uma arma. Ele atravessou a sala e pegou o atiçador de ferro da lareira, segurando-o em um aperto apertado como se a coisa fosse um taco de beisebol. — Abra! Robby deixou cair o atiçador e correu para a porta, abrindo-a quando ouviu a voz de Kris. Kris, Tom e Dick correram para o quarto. Robby olhou em volta quando as luzes piscaram ligeiramente, mas sua mente estava muito confusa para prestar atenção. Foi-se a expressão alegre que Kris sempre costumava usar. Seus olhos se estreitaram, e sua mandíbula estava apertada enquanto olhava ao redor.
— Nós ouvimos vidros se quebrando alguns minutos atrás. Robby apontou um dedo vacilante na direção da janela. — O vidro explodiu, e depois Shott pulou e correu atrás de quem atirou em nós. — Alguém atirou em você? — Perguntou Dick. O cara lembrava a Robby de um guarda-costas baixo e musculoso. O cara ainda tinha uma arma em sua mão. O que estava acontecendo que fazia aparecer tantas armas de repente? — Isso é o que Shott pensa. — Disse Robby enquanto observava Dick mover-se em direção à janela e olhar para fora da mesma maneira que Shott fez, com cuidado e de forma rápida. — E se Shott se machucar? Tenho que ir atrás dele. — Shott é um menino grande. — Disse Kris. — Pode se cuidar. Você se machucou? — Kris apontou para a porta. —Tom, Dick, vão ver se Gregory precisa de ajuda. Vou ficar com Robby. — Não. — Robby balançou a cabeça. — Não estou ferido. Mas como é que ouviram o vidro quebrar? Você me disse que estavam ficando do outro lado do hotel. — Nós estávamos vindo para ver se vocês queriam descer a encosta. — Disse Kris quando agarrou o casaco de Robby e entregou a ele. — Está frio aqui. Ponha isso. Robby vestiu-o, mas não se sentiu mais quente. Não iria sair até que Shott retornasse são e salvo. Estava pronto para viver a vida com apenas uma mochila e a estrada aberta, e agora não podia mover seus pés para levá-lo em qualquer lugar longe de Shott. Não saberia o que fazer se algo acontecesse com o cara. Kris acendeu o fogo na lareira, e Robby escutou sua voz quebrar quando se sentou em frente ao calor, com os braços cruzados sobre o peito.
— Ele estará de volta. — Disse Kris com segurança. — Nada de ruim vai acontecer no meu turno. Robby desejou que pudesse ser tão confiante. Da forma como as coisas estavam indo ultimamente, iria esperar para ver. Virouse para os lados quando as costas começaram a esquentar. Kris estava ao telefone falando com a recepção, dizendo-lhes para mandar alguém para consertar a janela. Robby estava feliz que Kris estava aqui. Se tivesse sido deixado sozinho, Robby provavelmente iria correr atrás de Shott agora. Quando a porta se abriu, Shott surgiu acompanhado de Dick. Robby nunca tinha estado mais feliz em ver o homem, mas ficou ao lado da lareira quando viu o olhar sombrio no rosto de Shott. — Onde está o Tom? — Ele viu alguns gostosos pela encosta e decolou. — Disse Dick e não parecia muito feliz. — Como foi sua caça? — Perguntou Kris. — Quem quer que fosse fugiu. — Respondeu Dick. — Tudo o que pude ver foi a parte final de seu caminhão quando dirigia pela rodovia sinuosa. Shott não tinha feito um movimento para se aproximar de Robby, mas os olhos do homem mantinham-se nele. O cowboy sabia alguma coisa. Algo ruim. Robby desejava que o cara fosse compartilhar com o resto de seus colegas de classe, mas seus lábios estavam apertados, como se não quisesse dizer nada com os outros homens ao redor. — Precisamos sair daqui. — Disse Kris. — Eu liguei para ter a janela reparada, mas não lhes disse por que tinha sido quebrada. — Não vamos ficar. — Shott finalmente disse. — Robby e eu estamos voltando para casa. — Shott pegou as malas de cima da cômoda e arrastou-as por cima do ombro. Kris assentiu.
— Pode ser uma boa ideia, pois não sabemos quem atirou em você. Shott baixou a cabeça. — Foi bom ver vocês de novo. — Mas no tom de Shott faltou simpatia. Mesmo na noite que o cara havia invadido sua casa, Shott não tinha agido desta maneira fria. Este era o cara que tinha visto em combate. O Shott que estava vendo era soldado puro. — Vejo vocês mais tarde. Robby acenou enquanto ele e Shott saiam do quarto. Eles pararam na recepção para o check-out, e Shott disse ao homem atrás do balcão que a janela estava quebrada quando eles voltaram para o quarto.
Robby não
contradisse a mentira. Ficou lá e olhou ao redor do belo hotel e lamentou o fato que poderia ter sido um fim de semana mais feliz. Mas alguém estava atirando neles, e Robby temia que, mais cedo ou mais tarde, essa pessoa tivesse sucesso. Shott entregou a Robby as chaves do caminhão. — Vá em frente. Esqueci algo no quarto. Voltarei em um segundo. Robby pegou as chaves e se dirigiu para o estacionamento, observando todos ao seu redor, enquanto rezava para que essa situação insana tivesse fim.
Capítulo Oito Shott estava no corredor do lado de fora da porta do seu quarto enquanto o médico examinava Robby. T-Rex estava lá com ele, junto com Stripper. — Eu não gosto disso. — Disse Stripper. — Não temos provas, mas eu digo que nós devemos cuidar do problema antes que qualquer um de vocês se machuque. — Jed ligou. — Disse T-Rex. — Havia tinta vermelha enferrujada na parte traseira do seu caminhão onde a outra pessoa bateu em você. — Viu. — Stripper disse com as mãos nos quadris e extremamente furioso. — E você viu um caminhão vermelho saindo em disparada do estacionamento do hotel. Qual é? Nem é preciso ser um gênio para descobrir que é Jacob Newton tentando machucar vocês. — Mas eu preciso de provas concretas. — Shott argumentou em um tom baixo. Ele não queria que Robby nem Isaac os ouvissem. — Uma prova irrefutável disso. — Que outra prova mais você precisa? — Stripper argumentou. — O cara estava fugindo da cena do crime. Shott não podia explicar por que Jacob estava no local, mas ele queria estar cem por cento certo antes de ir com armas em punho. O homem pode ser um completo e verdadeiro idiota, mas isso não significa que deve receber uma sentença de morte se ele não tivesse tentado matá-los. Mas convencer Stripper disso parecia impossível. O homem parecia completamente lívido e pronto para ir à guerra. Todos sabiam que era culpa de Jacob que Isaac não podia dar à luz a luz aos seus filhos. E por mais que eles quisessem que o homem pagasse por isso, o que Stripper estava falando
equivalia a assassinato a sangue frio. — Se Jacob fosse inocente. Mas mesmo que não fosse, havia a lei para lidar com isso. Matou Shott sequer pensar nisso, mas seu avô lhe ensinou o que era honra. Shott queria lidar com isso da maneira certa. Ele não conseguia ver nada pior do que um shifter urso trancado na prisão onde ele não poderia mudar. Prisão perpétua, ou mesmo vinte anos, faria Jacob enlouquecer. Isso seria um castigo merecido para Jacob. A morte seria muito rápida, e o homem iria se livrar muito fácil. — Shott está certo. — Disse T-Rex. — Isso tem que ser tratado da maneira certa. Shott sabia que demorou muito para T-Rex admitir isso. O cara alto tinha as maiores razões para querer acabar com Jacob, mas ele deixou de lado seu ódio pessoal e fez o que era certo. Shott não sentia outra coisa senão respeito pelo homem. — Ok, tudo bem. — Stripper jogou as mãos para cima. — Então, como é que vamos pegá-lo no ato? Até agora, o filho da puta tem corrido muito rápido para que pudéssemos obter qualquer prova. — Nós tratamos isso como qualquer outro caso. — Disse T-Rex. — Vamos configurar a vigilância e manter o controle sobre o seu paradeiro. — Vocês sabem que uma tempestade está chegando. — Stripper disse a ambos. — A visibilidade vai ser um problema à distância. — Então nós vamos transformar este lugar no Fort Knox. — T-Rex respondeu. — Certifique-se que todas as câmeras do perímetro estão em ordem e os sensores estejam colocados onde a neve não vai soterrá-los. — Esses sensores não vão ser muito confiáveis, já que temos todo o gado se movendo e vaqueiros que vivem aqui. — Stripper apontou. — Muitas pessoas de fora têm sido capazes de se aproximar ou entrar. Eu estou ficando cansado da nossa casa ser invadida.
— Eu também. — T-Rex respondeu. — Mas até que essa situação seja resolvida, vamos fazer tudo o que nós pudermos, para manter todos em segurança. — Colocar uma bala na cabeça de Jacob resolveria todos os nossos problemas. — Stripper resmungou enquanto se afastava. Shott concordou, mas sabia que esse não era o caminho certo. — T-Rex, quando eu estava... — Shott foi interrompido quando Gallagher saiu do quarto. — Como ele está? — Perguntou Shott. Ele tinha ouvido falar que a gripe estava se alastrando ao redor e esperava que Robby não a tivesse contraído. Porém Robby tinha estado bem, exceto quando ficou doente esta manhã. E na manhã de ontem. — Oh, ele está bem e muito grávido. — O sorriso de Gallagher rivalizava com o do gato de Cheshire. — Deixei-o com algumas vitaminas prénatais e algumas dicas sobre o que esperar. Shott balançou sobre seus pés como se o médico tivesse lhe dito que havia brotado uma segunda cabeça e escamas verdes em Robby. Sim, ele sabia que era possível e tinha, de fato, acontecido com a maioria dos homens que viviam aqui. Mas ao ouvir que ele mesmo ia ser pai... — Como ele está? O médico deu uma risada suave enquanto T-Rex deu um tapinha em Shott nas costas. — Você já me perguntou isso. — Ah, certo. — Os olhos de Shott vagaram para a porta do quarto, e ele de repente estava com medo de ir até lá. Por que, ele não tinha certeza, mas ele sentiu um zumbido se irradiar por meio dele. — Será que você disse a ele? — Eu cuido disso. — T-Rex disse ao médico. — Acho que ele está em estado de choque.
O médico concordou. — Vou ver Robby em meu escritório em duas semanas para mais um checkup. — O doutor deu um tapinha no braço de Shott antes de sair caminhando pelo corredor e desaparecer. — Você vai ficar bem? — Perguntou T-Rex. — Seu cérebro parece estar em modo repeat. — Não. Não. — Shott olhou para a porta mais uma vez como se estivesse esperando que ela se abrisse e um Robby irritado viesse pisando através dela e cuspindo fogo, claro. — Eu estou bem. — Mas Robby estava? Essa era a pergunta de um milhão de dólares. Ele estava feliz, ou ele estaria chateado? Como ele se sentia sobre estar grávido? Só havia uma maneira de descobrir, mas Shott não conseguia fazer seus pés se moverem nessa direção. — Tão covarde. — T-Rex abriu a porta do quarto e empurrou Shott para dentro antes de batê-la fechada. Robby estava de pé perto das portas francesas, olhando para fora. Ele virou-se quando ouviu o barulho. Uma pequena carranca trabalhou seu caminho ao longo da testa do homem. — Está tudo bem? Shott apontou para a porta que acabara de ser batida, mas decidiu não se incomodar. — Ótimo. E você? — Não tenho certeza. — A voz de Robby estava fria e clara em um pequeno sussurro. Jogando o chapéu na cama, Shott atravessou a sala e parou logo atrás do homem. Ele não sabia o que dizer assim ele descansou as mãos sobre os ombros magros de Robby e olhou para a escuridão também. Havia algo de pacífico em um rancho coberto de neve durante a noite. Havia algumas luzes de segurança em postes altos, mas em vez de interromper a cena, eles acrescentaram para um ambiente suave. — O médico lhe disse? —Robby perguntou, mas não se preocupou em se virar. Havia uma nota de trepidação na voz de Robby.
— Ele me disse. — E? Shott finalmente percebeu porque Robby parecia um pouco distante. Ele estava esperando a reação de Shott, e, ao mesmo tempo, Shott estava esperando a de Robby. Ambos estavam na ponta dos pés em torno de si. —E eu não poderia estar mais feliz. —Embora ele ainda estivesse digerindo a notícia. Era verdade, no entanto. Shott não tinha pensado em ter filhos. Ele nunca pensou em estar acasalado a um shifter. Mas agora que ele estava, não poderia estar mais feliz. — Você tem certeza? —Robby virou-se e olhou para ele. —Você não está apenas falando por falar, não é? — Bem, você sabe... —Shott disse. —Cada vez que um cara me diz que eu o engravidei, eu sou legal, até eu dar o fora e abandoná-lo sem ajuda. — Bem, isso é super perturbador. — Robby sorriu antes de dar uma cotovelada em Shott no intestino. —E eu sou o último homem que você vai engravidar. — Primeiro e último. —Shott levantou a mão. — Promessa de escoteiro. Robby estreitou os olhos. —Você não foi um escoteiro, foi? — Eu era melhor do que um escoteiro. — Shott respondeu quando deslizou seus braços ao redor da cintura de Robby. — Eu me tornei um fuzileiro naval. — E um cowboy sexy. — Acrescentou Robby. — Agora me diga como diabos um homem pode engravidar. — Uh, bem, você vê, quando um cara e outro cara gostam um do outro... Robby lhe deu uma cotovelada novamente. — A sério.
— Eu realmente não tenho muita certeza, além do sexo. — Respondeu Shott. —Você vai ter que falar com o médico sobre isso. Mas os outros caras que vivem aqui tem dado à luz. Robby pareceu meditar sobre isso. — Isaac? Shott endureceu. — Converse com seu irmão sobre isso. Não é minha história para contar. — Contar o que? — Basta falar com ele. — Disse Shott. — Mas pelo menos agora sabemos por que você estava ficando doente. Eu não sei por que eu não tinha pensado nisso antes. O mundo de Robby era um lugar muito peculiar neste momento, e tudo o que queria no momento era conforto. Seu urso rosnou em acordo. O lugar mais seguro para ele estava nos braços de Shott. Colocando seus braços ao redor do pescoço de Shott, Robby inclinouse para beijar o seu companheiro. Seu companheiro. Uau. Ele não queria pensar sobre correr estrada a fora ou atirar em alguém, ou até mesmo por que ele tinha que falar com Isaac. — Faça amor comigo. Os olhos de Shott ampliaram-se ligeiramente. — Você tem certeza que é isso que você quer? Robby amou o fato de que Shott estava tão preocupado, que ele não deixou seus hormônios guiar Robby para a cama sem perguntar. — Sim. É o que eu quero. — Era o que ele precisava. Shott surpreendeu Robby por levantá-lo e carregá-lo. Ele colocou Robby para baixo no colchão macio e começou a despi-lo. Foi uma experiência que o fez corar e deixou seu pênis duro. Ninguém nunca tinha o despido antes.
Uma vez que ele estava nu, Robby estendeu a mão e desabotoou a camisa de Shott bruscamente e a tirou para fora da calça e dos ombros do homem. Robby desapertou o cinto de Shott e começou a trabalhar no botão da cintura da calça jeans. Foi difícil, e Robby teve muito trabalho. Robby pensou que ia gritar se o botão não cooperasse mais. Sentiase desajeitado e inepto. Shott pegou as mãos de Robby e as levou até o peito. — Devagar, querido, devagar. —Disse ele, com uma voz suave e trêmula. Robby podia sentir-se relaxar quase centímetro por centímetro, e ele começou a acariciar o peito de Shott como Shott o dele, apertando suavemente os mamilos planos. As mãos de Shott foram para trás da cabeça de Robby e apertaram suavemente. Robby não sabia do que os homens gostavam, mas Shott com certeza sim, então Robby retornou igualmente os movimentos no outro. Enquanto Robby estava fazendo isso, suas mãos retomaram o trabalho no botão maldito, e desta vez ele o abriu com facilidade. Robby começou a empurrar para baixo as calças de Shott, deslizando seus dedos dentro de sua cueca. Quando Robby olhou para cima, viu Shott olhando para ele como se Robby fosse um copo de água em uma duna no deserto. Robby se sentiu marcado quando ele se virou e se ofereceu para Shott. Ele sentiu a boca de Shott apenas em sua nuca. Robby não podia falar ou se mover. Ele exalou lentamente, tentando não fazer outro som. Os lábios de Shott mudaram-se para sua orelha e pegaram o lóbulo dele entre os dentes. Em seguida, sua língua disparou. Seus braços vieram em torno de Robby, cruzando sobre o peito, puxando Robby de volta contra ele. — Eu amo o jeito que você se dá para mim. — Disse Shott no ouvido de Robby, e Robby sentiu uma pontada de pura emoção. Os dedos de Shott estavam molhados e pressionando para dentro dele, esticando-o aberto.
Robby engasgou e gemendo empurrou para trás, mas ele não podia se mover como ele queria. O peso de Shott estava pressionando-o para baixo. Estar preso sob Shott excitou Robby. Ele nunca soube que gostava de ser dominado assim. — Você está pronto para mim? — Shott perguntou antes de morder a orelha de Robby novamente. — Sim. — Robby fechou os olhos e se deixou levar pelo que Shott estava fazendo com ele. Ele prendeu a respiração quando seu companheiro entrou nele. A dor estava lá como da última vez, mas Robby sabia o que esperar agora. Esse desconforto em breve se transformaria em um prazer que Robby nunca tinha conhecido antes de Shott. Robby engoliu em seco quando Shott alcançou sob eles e estendeu a mão sobre a barriga lisa de Robby. — É claro que estou feliz. — Disse ele. — Criamos uma vida juntos. Por isso e tantos outros motivos... — Shott beijou a nuca de Robby. — Eu te amo. Robby ofegou antes de Shott mover-se mais rápido, empurrando profundamente. Ele conseguiu ficar de joelhos e abriu as pernas largamente, dando-se espaço para o seu próprio prazer enquanto Shott dirigiu seu pau duro dentro de Robby. Robby fechou os dedos nos lençóis e gritou quando gozou. Ele gritou o nome de Shott quando seu companheiro se moveu ainda mais rápido. Ele sentiu Shott se retesar atrás dele, e, em seguida, os dedos do homem estavam cavando nos quadris de Robby enquanto enchia Robby, gritando o seu orgasmo. Robby caiu na cama, exausto, sua mente ainda girando com a notícia de que ele estava esperando um bebê. Shott se estendeu ao lado dele, beijou Robby no pescoço antes de puxá-lo para perto, e, em seguida, apertou a mão sobre o estômago de Robby
mais uma vez. Mas ele a manteve lá desta vez enquanto sua respiração acalmava. Enquanto ele estava ali, a mente de Robby relembrou tudo o que tinha acontecido desde que saiu de casa, e ele não conseguia encontrar um pingo de arrependimento por ficar com Shott.
Capítulo Nove Robby deslizou para fora do quarto cedo, na manhã seguinte. Ele não sabia por que, mas sentiu a necessidade de explorar, esticar as pernas e ter algum tempo para si mesmo. Tinha muito em que pensar. Descobrir que estava grávido era algo que ainda não tinha realmente registrado. Talvez quando começasse a mostrar que iria afundar. Também queria pegar Isaac antes do café e lhe perguntar o que Shott tinha falado sobre a noite passada. Mas parecia que Robby era o único acordado. Penetrou no andar de baixo e nem mesmo Sam estava na cozinha fazendo o café da manhã. A casa estava escura e silenciosa. Escorregou de volta para cima e agarrou as botas e casaco que Shott havia pegado emprestado de Isaac. Esperou até que estivesse na porta dos fundos antes de colocá-los. Não querendo acordar ninguém. Desde que tinha visto os currais há alguns dias, queria sair para os estábulos. Não via nenhum mal em acariciar alguns cavalos. Ele estaria fora de vista, se seu pai aparecesse. Depois conseguir a porta dos fundos aberta e, em seguida, fechandoa atrás dele, Robby trotou descendo os degraus da varanda dos fundos antes de caminhar pelo quintal para os estábulos. Por um momento apreciou não só o silêncio pacífico, mas a beleza do lugar. Era a imagem perfeita para um cartão postal. A neve recentemente caída, tudo parecendo congelado no tempo.
Este era um lugar onde não se importaria de estabelecer raízes, agora que não estava saindo da cidade. Ter um bolo no forno meio que matou esse plano completamente. Não que fosse partir, de qualquer maneira. Shott mudou sua decisão, e Robby estava bem com isso. Iriam ter uma família real. Seu coração estava mais leve com o pensamento quando entrou no estábulo, certificando-se de fechar a porta atrás de si. O calor tomou conta dele. Um lugar calmo e aquecido. Robby estava feliz por estes animais não estarem congelando aqui fora. Sorriu enquanto passava pelos diferentes cavalos, surpreso com o quão grande eram. Sua família teve um cavalo uma vez, mas não por muito tempo. Seu pai precisou vendê-lo quando os tempos tinham ficado duros. Aquele cavalo era tão grande quanto estes? Achava que não. Voltou e parou no primeiro cavalo, Robby pegou uma maçã de um balde colocado no chão e a ergueu. O cavalo mergulhou sua cabeça e começou a mordiscar. Robby riu. — Gosta disso, não é? Na primavera, Shott teria que ensiná-lo a montar. Sempre quis aprender. Mas o breve tempo em que tiveram seu cavalo, seu pai tinha dito que era para trabalhar, não para se divertir. Então, Robby não tivera a chance de cavalgar. Estendeu a mão e acariciou o espaço que corria por entre os olhos do cavalo para o nariz, sorrindo com o quão suave o pelo do cavalo era. — Você é um homem difícil de definir. Robby franziu a testa ao ouvir a voz familiar. Ele se virou para ver Tom de pé, ao lado da porta. O que realmente tocou a sua mente era como alto Tom era. Antes, o cara parecia ter tímidos 1,60m. Agora parecia ter, pelo menos, 1,80m.
Que diabos? Olhou para trás de Tom, para ver se Dick ou Kris estavam com ele, mas Tom estava sozinho. — Surto de crescimento? — Robby perguntou antes que ele pudesse pensar melhor. O cara era, provavelmente, sensível sobre sua altura. Bem, não agora que devesse ser. — Algo assim. — Tom caminhou mais para dentro, os olhos cintilando sobre o interior do estábulo. — Lugar legal. Robby começou a dizer obrigado, mas não era o seu estábulo. — O que está fazendo aqui? A presença do homem era perturbadora. Encontrá-lo na estrada ou naquele hotel era diferente, mas Tom estava numa propriedade particular. Embora Tom soubesse onde Robby estava, desde que estava na van quando Kris o deixou, duas vezes, vê-lo aqui soou todos os alarmes na cabeça de Robby. — Trabalho para um demônio da encruzilhada. — Tom pegou algo do chão e o virou, examinando-o. Robby não tinha certeza do que era e não se importava. — Um o quê? — Um demônio que faz negócios com pessoas que, em troca, concordam em desistir de sua alma. Robby não poderia imaginar alguém fazendo algo parecido com isso. Não tinha certeza se Tom estava dizendo a verdade, de qualquer maneira. Achava que o homem era maluco, mas ele tinha crescido alguns centímetros. Nenhuma quantidade de exercício ou alimentação saudável faria um homem crescer tão rápido.
— Alguém fez um acordo com o meu senhor... Por você. — Os olhos do homem estavam fixos em Robby, e o canto da boca de Tom se contraiu como se quisesse sorrir. — Eu? — Quem na terra iria vender a sua alma, a fim de fazer um acordo sobre Robby? — Parece que alguém não gosta muito de você, Robby. — Tom deixou cair o objeto que ele estava segurando e se aproximou. Robby deu um passo atrás. — Não entendo. Kris é seu mestre? Tom riu. — Claro que não. Eu matei o verdadeiro Tom e tomei o seu lugar, a fim de chegar perto de você. Não foi fácil. Acho que Kris suspeita de algo, mas não pode descobrir o quê poderia ser. Isto era um eufemismo. — Então, você é um demônio? — Não. — Tom balançou a cabeça. — Mas tenho alguns dons que me foram dados. — O homem acenou para o seu corpo como se fosse óbvio. — Posso me tornar quem eu matar. Matar. A palavra pairava no ar como um presságio sombrio. Tom estava aqui para matá-lo? Robby não aceitava o fato de que Tom não era o homem feliz que tinha visto antes, que o Tom que estava na sua frente... Era mal. — Quando o matou? — Perguntou Robby. Era o falso Tom desde a primeira vez que o conhecera? Isso não era um pensamento reconfortante. Ele agia, na verdade, como Tom. Robby sentiu como se fosse ficar doente. — Nas encostas. — Tom admitiu. — Eu não podia encontrar uma maneira de chegar perto de você, até que o vi fazendo um desses passeios
estranhos. — Ele estalou. — Não foi lhe ensinaram a se cuidar melhor do que isso? — Isso não é da sua conta! — Robby estava sofrendo com o fato de que Tom estava morto. Queria lamentar a perda, mas tinha que manter o controle.
Dick
e
Kris
ficariam
devastados
quando
descobrissem.
Se
descobrissem. Tom estava aqui para matar Robby. Podia sentir o fato em seus ossos. Se fosse silenciado, Tom escaparia do que planejava fazer e Kris e Dick nunca saberiam. Tom puxou uma longa lâmina brilhante de dentro de seu casaco e segurou-a em sua mão. — Um contrato foi feito por sua vida, Robby. Não leve isto para o lado pessoal. É apenas um negócio. A única pessoa em que podia pensar que faria esse tipo de negócio o enojava. — Meu pai. — Sabia que Jacob odiava homossexual, mas não achava que seu pai... Sim, ele faria. Não tinha batido em Isaac quase até a morte e o enviado para uma cidade estranha? O pensamento lhe ocorreu e soube de repente a questão que queimava Isaac. O espancamento de Jacob tinha machucado algo dentro de Isaac. Era por isso que o seu irmão não tinha tido um filho. Odiava o pai mais do que nunca. — Você pode dizer a ele... — Errado. — Disse Tom. — Por mais que seu pai despreze a você e a Isaac, não foi quem fez o negócio. Ele os considera mortos. Inferno, ele veio aqui tentando salvá-lo de uma vida pecaminosa, mas desistiu e lavou as mãos por seus dois filhos mais novos. — Então, quem? — Robby perguntou sem pensar.
— Não é óbvio? — Tom disse como se estivesse recebendo puro prazer ao falar disso. Seus olhos escuros brilhavam quando um sorriso cheio espalhou pelo seu rosto. — Sua mãe. Robby se balançou sobre os calcanhares. — Não! — Foi ela que incitou seu pai a punir Isaac. — Ele riu. — Ela tentou convencê-lo a matar Isaac. Foi quando seu irmão mais velho tirou Isaac de lá. Jacob estava tentando salvar a vida de Isaac? Não importa. Ainda tinha machucado Isaac e não se levantou contra a sua esposa. Covarde. Robby não queria fazer parte de Jacob. Fosse qual fosse a razão, não era bom o suficiente. Não havia nada que seu pai pudesse dizer que iria derreter o coração de Robby. Tom girou a lâmina na ponta de um dedo. — E você está com uma criança. Fale sobre um bônus. Robby olhou para Tom em horror. Sua mão instintivamente foi para sua barriga quando deu mais alguns passos para trás. Os cavalos começaram a bater ao redor, alguns com seus olhos muito abertos, como se pudessem sentir o mal em Tom. — Não tem um pingo de humanidade em você? O rosto de Tom ficou escuro. — Eu trabalho para a porra de um demônio. O que acha? Robby engasgou. — Você desistiu de sua alma, não é? — E ganhei muito mais. — Disse Tom. — Prometo fazer isso rápido. — Ele riu e gelo deslizou pela espinha de Robby. — Ou não.
Robby girou sobre os calcanhares e correu para o outro lado do edifício. Viu uma porta e dirigiu-se para ela. Mas Tom foi rápido. Muito rápido. Chegou até Robby e o derrubou no chão. Robby caiu esparramado, aterrissando com força em seu peito, o ar sendo expulso para fora dele. — Não há como sair dessa. — Disse Tom quando se sentou na parte traseira de Robby e puxou seu cabelo, inclinando a cabeça para um lado e expondo o seu pescoço. — Vou voltar com a porra do seu coração e provar que o contrato foi cumprido. Tom era pesado e não se mexeu quando Robby tentou o empurrar de cima dele. Mas não era realmente Tom, era? — É como andar em um cavalo selvagem. — Disse Tom com humor em sua voz. — Lute tudo o que quiser. Não há como fugir. O peso sobre ele de repente desapareceu. Robby virou-se para o seu lado e se enrolou em uma bola, com os braços abraçando sua barriga. Mas Tom não atacou novamente. Quando Robby olhou para cima, ficou chocado ao ver Shott ali de pé, uma mão enrolada em torno da garganta de Tom. — Saia daqui! — Shott gritou para Robby. Robby não podia se mover. Mal podia respirar. E, em seguida, Tom raspou a faca em sua mão sobre o peito de Shott. — Não! — Gritou Robby quando Tom caiu no chão. Tom levantou-se e circulou em torno de Shott. — Não sou tão facilmente derrotado. — Tom girou a faca em sua mão antes de atacar novamente. Quase acertou o rosto de Shott. Shott girou o braço musculoso e seu punho acertou a mandíbula de Tom. A cabeça de Tom recuou, mas se recuperou rapidamente. Não havia nenhuma maneira de Shott ganhar isso. O homem era forte, mas Tom tinha a força que foi dada por um demônio da encruzilhada.
Robby ficou em suas mãos e joelhos, e olhou em volta. Viu um forcado encostado na parede de trás. Ficou de pé e o pegou, antes de correr em direção a Tom. No último segundo, Tom girou e bateu com o pé em Robby com tanta força que foi erguido de seus pés, o forcado caindo de sua mão. Caiu de costa, e o pouco de ar que tinha recuperado foi tirado dele. Olhou para Tom bem a tempo de o ver voltar para Shott. Mas Shott tinha agarrado o forcado e empurrou-o profundamente no intestino de Tom. Os olhos do homem se arregalaram como se não esperasse ser derrotado. — Cumpra esse contrato, filho da puta! — Disse Shott quando Tom caiu no chão. Shott correu para Robby e o pegou. — O que dói em você? — Tudo. — Disse Robby caindo contra Shott. — Seria bom se eu pudesse respirar. Shott saiu apressado do estábulo e o levou para a casa. Entrou pela porta dos fundos, e Robby viu Sam que estava junto ao fogão. Os olhos de Sam se assombraram. — O que diabos aconteceu? — Tem um cara nos estábulos. Ele está morto. Preciso que se certifique de que o filho da puta fique morto. Chame o xerife. — Shott virou-se para subir as escadas e disse por cima do ombro: — Chame o médico, também. Mas antes que Shott pudesse dar mais um passo, alguém estava batendo fortemente na porta dos fundos. O coração de Robby pulou em sua garganta. Tom tinha se levantado? Estava tentando entrar para terminar com Robby?
T-Rex entrou na cozinha, arma na mão. Abriu uma brecha na porta e olhou para fora. — Preciso ver Robby! — Kris? — Disse Robby dos braços de Shott. — Deixe-o. — Disse Shott. — Mas mantenha sua arma apontada para ele. T-Rex abriu a porta e deu um rápido passo para trás, a arma levantada e mirando Kris. — Mova-se para dentro, calma e lentamente. — Disse T-Rex. Kris assentiu e entrou, Dick seguia atrás dele. — Comece a falar. — Shott disse num tom frio e uniforme. — Do que diabos Tom estava falando? Você faz parte disso? —Não. — Disse Kris. — Suspeitava que algo estivesse errado com Tom desde as encostas. Ele que insistiu para irmos. — Tom odeia esquiar. — Acrescentou Dick. — Odeia qualquer lugar lotado ainda mais. Tom estava morto. O verdadeiro Tom. Robby sentiu o peito apertado. Ele bateu no peito de Shott. — Ponha-me para baixo. — Mas... — Estou bem. — Robby insistiu. — Não, você não está. — Disse Kris e deu alguns passos cuidadosos em direção a Robby. — Não dê mais um passo. — T-Rex advertiu.
— Desculpe. — Kris disse antes de estalar os dedos e arma de T-Rex desaparecer. Apenas... Sumiu. — Mas se vou ajudar Robby, eu não posso ter você atirando em mim. — O que diabos você é? — T-Rex perguntou enquanto Kris se aproximava de Shott. Robby se encolheu, sem saber o que o homem queria. — Relaxe. — Kris disse a ele, seu tom de voz suave. Robby imediatamente começou a relaxar, como se não tivesse testemunhado o estranho e inexplicável. — Preciso te curar, Robby. O bebê levou um choque grande. — Está... — Shott engasgou. — O bebê está com dor? — Ele vai ficar bem. — Disse Kris. O coração de Robby estava em sua garganta. Não tinha se acostumado com a ideia de estar grávido, mas não queria perder a criança. Como Kris sabia era uma incógnita, mas confiava no homem. — Ele? — Disse Shott. Kris não respondeu a Shott. Em vez disso, pairava a mão sobre Robby, que começou a sentir um brilho quente enchê-lo. Finalmente foi capaz de respirar e seu corpo já não se sentia como se tivesse entrado em uma briga com um lutador. — Não. — Kris sorriu. — Um pouco de descanso e vai ser tão bom como novo. — Não é engraçado. — Disse Dick atrás de Kris. — Você tem que trabalhar em seu timing. — Tom disse... Não, não era Tom. — Robby corrigiu e explicou a Kris e Dick o que havia acontecido nos estábulos. Os olhos de Dick ficaram úmidos antes que desviasse o olhar, limpando repetidamente sua garganta. Os olhos alegres de Kris estavam cheios de tristeza.
— Tom esteve comigo desde o início. — Disse ele. — Vai ser realmente difícil para todos. — Todos? — Perguntou Robby. Mais uma vez, Kris não respondeu. Estalou os dedos novamente e disse: — O corpo está desaparecido de seus estábulos e tenho um demônio para lidar. Fique tranquilo, Robby, o contrato está anulado. — Como pode ter certeza? — Perguntou Shott. — Eu o tornei assim. — Disse Kris como se gabando. — Timing. — Dick murmurou baixinho. Kris deu de ombros como se não estivesse arrependido. Virou-se para T-Rex e desenrolou a mão. Deitada na palma da mão havia uma pequena garrafa cheia de líquido claro. — Você não deve sofrer por causa do ódio de alguém. — O que é isso? — T-Rex perguntou enquanto Kris depositava a garrafa na sua mão. — Faça Isaac beber isso e então tenham uma longa e feliz vida, cheia com um milhão de pirralhos. — Está dizendo que isso vai curar Isaac? — T-Rex perguntou e Robby ouviu a esperança desesperada na voz do grande cara. — Ele não ouve muito bem, não é? — Kris murmurou para Dick. Dick fez uma careta para Kris antes de responder a T-Rex. — Isso é exatamente o que vai fazer. Tem que perdoar Kris. Sua esposa o deixou cair de cabeça algumas vezes. Robby ficou boquiaberto com Dick. O homem parecia sério.
— Quem diabos é você? — Sam perguntou enquanto se movia em direção a eles. — Sério. E não evite a questão, maldição. — Continue usando esse tipo de linguagem comigo, meu jovem, e espere ganhar carvão no Natal. — Kris acenou para Sam. — E pare de ser tão neuroticamente cauteloso. Garanto que seus filhos serão seguros e felizes. Então, vá começar a fazê-los, idiota. Robby piscou quando Kris e Dick desapareceram. De jeito nenhum. Robby não ia acreditar... Ia? — Acho que vou ganhar carvão. — Sam disse, enquanto olhava para o espaço onde Kris esteve de pé segundos atrás. — Foda-me, cara. Os olhos de Shott continuavam saltando em torno da cozinha como se Kris fosse reaparecer a qualquer momento. — Devo ter batido a cabeça nos estábulos. — Você e todos nós. — T-Rex disse enquanto olhava para a garrafa na mão. — Isso foi... Não, não poderia ter sido. Os quatro homens ficaram em silêncio na cozinha, olhando para a porta de trás até que o resto dos ocupantes da casa veio ver a movimentação na cozinha. Shott agarrou Robby e o levou para o andar de cima. — Ainda quero que o médico o examine. — E enquanto ele está nisso. — Disse Robby. — Peça para dar a todos nós uma varredura na cabeça. — Meu avô nunca vai acreditar... — Shott disse, enquanto o carregava ao seu quarto. Robby não acreditava também. Era um cínico quando se tratava de milagres, mas era um verdadeiro crente depois de tudo o que tinha acontecido. Havia deixado à casa dos pais, pronto para ver o mundo, e tinha
encontrado o lugar ao qual realmente pertencia. Estava contente que parou para dizer adeus a seu irmão, mas ainda mais, Robby estava feliz que decidiu roubar um pouco de chá.
Sete meses mais tarde... — Cuidado! — Robby gritou quando correu para o seu filho e pegou Zachariah Thomas e o embalou nos braços. Shott balançou a cabeça. Falando sobre um pai superprotetor. — Eles estavam apenas brincando. — Disse T-Rex quando olhou para Shott. — Diga ao homem para deixar Zach se divertir. Shott jogou as mãos para cima. — Ele é tão protetor quanto um urso. Não estou o convencendo. T-Rex pegou seu filho e jogou Hunter em seu ombro. — Tudo bem, campeão. Você pode roer o Tyler. —Ei! — Disse Tyler e depois riu quando correu para T-Rex. — Ok, mas não fique com raiva de mim se eu morder de volta. — Pensando bem... — T-Rex colocou seu filho Hunter para baixo, ao lado de MJ. — Vai brincar com suas irmãs. — Disse a Tyler. — E não morda. — Hunter mudou em sua forma de filhote e correu atrás de Tyler. T-Rex revirou os olhos, mas Shott viu a alegria que brilhava nos olhos do homem.
As churrasqueiras estavam com fogo e os homens e suas famílias da Triple-B estavam aqui. O quintal estava cheio de crianças, homens e risos. Mesmo os vaqueiros se juntaram a eles. Taylor estava sentado na varanda, fora do sol, enquanto embalava sua, e de Sam, filha recém-nascida. Emily estava dormindo e Sam estava empoleirado no parapeito. O homem se recusava a ficar mais longe do que um metro e meio de sua filha. Aquela menina iria estrangular seu pai quando ficasse mais velha, se Sam não desistisse. Renee foi brincar com as crianças, enquanto alguns dos homens ficaram ao lado da churrasqueira e outros ajudavam a arrumar as mesas. Shott olhou para o céu, sorrindo para o sol à medida que aquecia o seu rosto. Não tinha visto nem ouvido falar de Kris, e ninguém tinha vindo atrás de Robby, então assumiu que toda a confusão havia sido limpa. Teria sido bom ver o cara de novo, então Shott poderia ter algumas respostas, mas Kris e Dick continuariam a ser um mistério. — Ei. — Legend disse saindo da cozinha e indo para a varanda dos fundos. — Este pacote veio para você. Shott aceitou e abriu a caixa. Cavou através de um monte de isopor para revelar um globo de neve. Puxou-o para fora e sorriu. Dentro havia uma estrada coberta de neve com uma van dourada no centro, rodeada por pinheiros em ambos os lados. Shott virou-a e uma música country começou a tocar. — O que você tem aí? — Robby perguntou escalando a varanda, Zach escondido em seus braços. Entregou seu filho para Sam e agarrou-o das garras de Shott. Shott cavou através da caixa e pegou um cartão. Virou-o e leu em voz alta:
— Se alguma vez precisar de nós, agite nossas bolas e vamos estar lá em um piscar de olhos. Seus amigos, Kris e Dick. Robby caiu na gargalhada. — Sinto falta dele e do Dick. — Sim, eles meio que conquistam você. — Shott admitiu. — Eram um par estranho. — Sam admitiu. — Não posso acreditar que realmente deixou carvão para mim. Taylor riu suavemente. — Isso é o que ganha usando uma boca suja com o Papai Noel. Robby entregou o globo de volta para Shott e disse: — Nunca te perguntei. Quando estávamos no hotel, voltou da caça a quem atirou em nós parecendo como se estivesse pronto para matar alguém. O que aconteceu? Shott balançou para trás na cadeira enquanto olhava fixamente para o globo. — Quando cheguei na esquina do prédio, vi Tom conversando com o motorista e, em seguida, o caminhão saiu em disparada. Ele ficou para trás e quando nos encontramos, Tom me disse que o caminhão saído muito rápido e não tinha sido capaz de pegá-lo. — Ele falou com a minha mãe? Shott deu de ombros. — Ou alguém que ela contratou. O caminhão era vermelho, mas não poderia dizer se pertencia a Jacob. Então, quando Stripper insistiu em ir atrás de Jacob, disse-lhe que precisava de uma prova mais forte. Não tinha certeza do que aconteceu naquele dia, mas não iria atrás de ninguém até que soubesse o que estava acontecendo.
— Bem, estou feliz que tudo deu certo. — Sam disse enquanto entregava Zach de volta para Robby. — Tudo está bem no Rancho Grande Urso por causa desse cara. Da próxima vez que vê-lo, diga a ele que disse oi. — Foda-se. — Disse Robby. — Só não quer mais nenhum carvão. Sam piscou para Robby. — Com certeza. Shott levantou-se, colocando o globo na varanda ao lado de sua cadeira, e agarrou Zach, levando seu filho para o quintal para brincar com as outras crianças. Não esteve à procura de um parceiro ou de uma família, mas tinha conseguido ambos e não tinha percebido o que estava perdendo, até Robby e Zach entraram em sua vida. Sim, milagres realmente existiam.
FIM