Ellie r hunter série lost souls mc 3 biker bound

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Ellie R. Hunter #3 Biker Bound Série The Lost Souls MC

Biker Bound Copyright © 2014 Ellie R. Hunter

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Sinopse Os Raging Riders já não são uma ameaça para o Lost Souls MC. Durante seis meses, a vida tem sido tranquila e todo mundo está desfrutando da paz. No entanto, o problema nunca está longe onde o clube está em causa. Um por um, os irmãos se encontram como alvos de um inimigo desconhecido. Alguém está destruindo os Lost Souls MC e todas as pessoas ligadas a eles. Slade McCarthy ama a sua vida como um irmão Lost Souls. A única coisa que iria completar seu mundo é encontrar sua própria old lady. Ao contrário de alguns de seus irmãos, Slade abraça a ideia de se comprometer com uma mulher. Quando Kristen Collins chega à cidade, ela espera encontrar o pai de seu filho. O que ela não esperava era ser deixada com perguntas sem respostas e se apaixonar por um cara que ela não podia evitar julgar. Kristen pode aprender a não olhar para o passado ruim que vem com Slade e o clube sobreviverá aos segredos que se desenrolarão?

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A série Série The Lost Souls MC Ellie R. Hunter

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Prólogo Olhando em volta do meu patético apartamento de um quarto me faz querer queimar o lugar até o chão. Está começando a cair, mas o proprietário não se importa desde que ele receba o seu aluguel. A decoração não me incomoda já que você mal consegue ver as paredes recheadas com fotografias e notas que coletei. Eu sei de tudo o que há para saber sobre os Lost Souls MC. Eu estou perdido na escuridão perpétua que me rodeia. A escuridão é culpa deles. Eles não sabem ainda, mas todos e cada um deles vão ser deixados em pedaços... Assim como eu. Eles levaram minha vida. Eu ainda respiro e vivo o dia a dia, mas nada disso significa alguma coisa. Até meu último suspiro, não vou parar de atormentá-los até que todos eles estejam no chão ou o clube estiver dilacerado. Estou preparado para arriscar minha vida para atingir o meu objetivo, porque sei que, se eles me pegarem, eles vão me matar. Eu costumava ter tudo. Tinha uma casa, tinha uma família e tinha alguém em quem eu podia confiar. Tudo isso se foi por causa deles. O ódio que sinto em relação a eles é o que me alimenta. Isso me faz sair da cama todas as manhãs e é a razão pela qual eu não desejo a morte enquanto tento dormir a cada noite. Não me importo de jogar com eles. É a única maneira que posso encontrar diversão nos dias de hoje. Já faz muito tempo que eu conseguia encontrar prazer nas coisas simples. Já não tenho amigos para rir comigo. Quando digo que tudo foi tirado de mim, quero dizer tudo. Lenta e meticulosamente eu retribuirei aos The Lost Souls, tomando tudo o que puder deles.

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Capítulo um SLADE Nosso MC de apoio, os Devils Bastards, está na cidade. Os negócios para ambos os clubes estão indo bem e este fim de semana é todo sobre a comemoração. — Você não está desfrutando da festa, baby? Eu olho por cima do ombro para ver Sarah. Ela está vestida com esmero, ou melhor, não vestida já que ela está em quase nada. — Não muito. — Qualquer coisa que eu possa fazer por você? — ela sorri animadamente, envolvendo o braço em volta do meu pescoço. Desde que Cas e Sparky tomaram old ladies as meninas no clube se reuniram em torno de nós irmãos solteiros como cola. Cada uma esperando que, se nos foder o suficiente, vamos ficar muito apegados a elas para deixá-las ir. Não vou sentar aqui e dizer que não me aproveito disso, mas, a cada vez que acordo na manhã seguinte ou levanto depois de uma foda rápida, algo dentro de mim me odeia um pouco mais. — Hoje não querida, — resmungo, revirando os ombros longe do seu toque. Meu movimento ainda não a convence e ela se aproxima mais. — Você tem certeza que não há nada que eu possa fazer? — ela ronrona, empurrando a mão entre minhas coxas e pressionando minha virilha. — Eu tenho a porra de certeza, — rosno, levantando do banco. Estava muito feliz tendo uma festa de piedade de um homem sozinho. ~6~


— Você é um burro, Slade. O que há de errado com você nos últimos dias? — ela grita atrás de mim. Alguns dos rapazes em torno de nós atiram seus olhares, mas continuo indo embora. Em qualquer outra noite eu estaria bebendo, dando risadas com meus irmãos e não teria chutado Sarah. Com a minha cabeça fora do lugar hoje, decidi ir para casa. Com todo mundo preocupado com as suas bebidas e mulheres consegui chegar à garagem onde minha moto está estacionada sem ser notado. Ao abrir o portão para que pudesse pegar minha moto sou cumprimentado pela bunda branca de Sparky com sua calça jeans abaixada no meio de suas coxas. Ele vira a cabeça com o barulho que faço e, como sempre, ele não se importa que eu o tenha pego em flagrante. — Espero que seja Bonnie se escondendo atrás de você, — eu brinco. Eu sei que é ela. Primeiro, meu irmão não seria louco de fode-la atrás das costas, especialmente quando ela está na mesma área, e segundo, ela não mostra o rosto de vergonha. Se fosse uma das meninas do clube elas não se importariam em ser pegas. — É claro que é Bonnie, cabeça de merda. Agora, você se importa de sumir? — Só estou aqui pegando minha moto, se você pedir com carinho eu poderia fechar o portão ao sair, — ri, sabendo que Bonnie ficaria mortificada se alguém os visse. — Ei, onde você está indo de qualquer maneira? — Sparky pergunta ainda na mesma posição. — Cara. Eu vou falar com você quando você não tiver o seu pau em sua esposa. Rolo minha moto para fora da garagem e fecho o portão novamente. Eu sei que meu mau humor não passou despercebido pelo clube. Até a minha mãe o sente em nossos breves, mas muitos, telefonemas. Não consigo melhorá-lo e, quanto mais eu tento, mais profundo me ~7~


afundo. Tenho tudo o que preciso menos a coisa que eu mais quero. Quero alguém para chamar de minha. Não acredito em amor à primeira vista. Eu acredito que você pode ser abalado com a aparência de alguém ao ponto de não ser capaz de pensar direito, mas, para mim, o amor significa que você ama tudo sobre essa pessoa e você não é capaz de chegar à conclusão de amar com base apenas na primeira visão. Ao longo dos últimos dois anos, observei Cas e Sparky se perderem em suas mulheres. Os dois caras que eu pensei que nunca iriam sossegar e eu ainda estou aqui... Sozinho. Sparky brincou a alguns meses que eu deveria usar meu laptop para encontrar uma mulher. Não iria admitir isso para ninguém, especialmente os meus irmãos, mas eu estava tentado. Mesmo tentado, não queria pegar uma mulher através de fotos e perfis que são, provavelmente, cheios de mentiras sobre si mesmas. Queria ouvir sua voz e ver seu rosto em pessoa, para descobrir por mim mesmo como a mulher é verdadeiramente. Além disso, o que eu colocaria no meu perfil? Motoqueiro solitário vive a vida no limite e no lado errado da lei, e a possibilidade de estar em perigo é mais frequente do que não. Ganha dinheiro como hacker de informática e comércio de armas. Só posso imaginar que tipo de mulher iria responder. O mesmo tipo que tem ficado pendurada em torno do clube e estou cansado dessas pessoas. Elas não me fazem sentir mais nada, daí porque estou indo para casa mais cedo em um sábado à noite sozinho.

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KRISTEN Meu estômago é um feixe de nervos enquanto dirijo em Willows Peak. Eu deveria ter feito isso antes, muito antes. Rapidamente me olho no espelho retrovisor e me lembro por que eu decidi fazer as malas e deixar tudo o que eu conheço... Zachery. Deveria tê-lo trazido mais cedo, mas, com toda a miséria e luta em minha vida, simplesmente não era possível. Meu pai lutou com a doença de Parkinson por muitos anos e durante a minha gravidez não planejada, ele deu uma guinada para o pior. Tranquei a faculdade e passei a gerenciar sua loja de penhores no ~8~


Leste, enquanto minha mãe cuidou dele em casa. Crescendo em torno de meu pai, que sempre foi animado e barulhento com seus clientes e amigos, e tornando-se o homem tímido e fraco no final, foi horrível. Eu e minha mãe sabíamos que ele aguentou apenas o tempo suficiente para conhecer o neto. Quando Zachery tinha seis meses de idade, meu pai morreu com a idade de cinquenta e sete anos. Nada neste mundo poderia ter me mantido em pé além de Zachery. Eventualmente, depois de vender a loja e a minha casa de infância, minha mãe foi morar com sua irmã Helen. É então que decidi que não era justo para o meu filho não conhecer seu pai por mais tempo. A última mensagem que tinha de seu pai era que ele estava hospedado em Willows Peak e estava tentando se virar. Eu estava com apenas quatro meses de gravidez quando perdi o contato com ele. Então, meu pai precisou de toda a minha atenção, e a partir daí tudo foi à merda. O único problema que tenho agora é encontrá-lo nesta cidade. Já faz mais de um ano e meio desde a última vez que falei com ele e aqui estou eu, prestes a aparecer em sua porta e mudar sua vida para sempre. Depois de parar no restaurante local perguntando por ele, fui direcionada para um clube por um cara acima do peso não muito amigável com um avental sujo e identificado como 'Hank'. Ele deve ser o proprietário já que é o mesmo nome do restaurante. De volta ao carro e depois de quatro voltas erradas finalmente acabei do lado de fora de dois portões enormes que estão bem abertos com um cara vestido de couro olhando fixamente para mim. Se este é o lugar onde ele está, então tenho que entrar. Por um minuto achei que o cara ia me parar, mas ele não o fez. No interior, as motos estavam estacionadas em todos os lugares e o chão estava cheio de garrafas de cerveja. E, se eu não estava tendo alucinações, um cara estava desmaiado em uma mesa de piquenique. Que tipo de lugar é esse? Parando o carro no que parecia ser uma oficina mecânica, tomei um longo suspiro tentando, sem sucesso, me acalmar. Eu olho para trás e Zachery ainda esta dormindo em seu assento de carro. Estava debatendo o que fazer quando uma batida repentina na janela me fez saltar para fora da minha pele. Abaixei o vidro em vez de sair. ~9~


— Eu acho que você está perdida, garota, — o cara xingou. Seus couros e barba deram uma boa dica de que ele era um motoqueiro e, em seguida, me dou conta de que apenas entrei no meio de um clube de motoqueiros. Não é apenas o caralho? E agora eu tenho esse cara velho olhando para mim, ou mais para o meu top, e eu quero gritar. — Eu definitivamente concordo com você. Estou à procura de alguém e eu recebi a indicação de que ele estaria aqui, — disse a ele. Ele abriu a porta e girou o braço num gesto para eu sair. Eu realmente não tinha certeza sobre isso, mas tinha que saber se ele estava aqui. — Quem você está procurando? Se eu o conheço vou te dizer onde ele está, mas, novamente, eu poderia manter você para mim, — ele olhou de soslaio. — Ok, para começar ninguém está me mantendo e, certamente, não você, e em segundo lugar, como é que você sabe que eu estou procurando um cara? — Com a proporção entre homens e mulheres neste lugar que sua bunda fina tropeçou, tenho certeza que você está aqui por um cara, — disse ele, tão seguro de si. Estou prestes a falar quando ele é abordado por outros caras vestindo couro, todos olhando e não dando a mínima que eu pudesse vê-los descaradamente me conferindo. — Você está pronto para ir, Prez? — um deles pergunta. Prez? Eu olho para o colete de couro e vejo todos os patches costurados. Um deles diz presidente e debaixo dele diz Devils Bastards. Bom, eu penso para mim mesma. — Meu nome é Linc, — diz ele, estendendo a mão optando por ignorar os outros caras. — Kristen. Não ofereço um sobrenome e ignoro sua mão. — Você está sendo rude Kristen, quando alguém lhe oferece sua mão, é educado aceitar, — ele divaga.

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Há! O que ele sabe sobre educação? Está apenas verificando meu decote pelos últimos cinco minutos. — Eu deveria ir quem eu estou procurando não deve estar aqui, — eu disse, esperando que eu esteja certa. — Você ainda não disse quem você está procurando, — ele me lembrou. — Isso realmente não importa, — murmuro. — Tenha seu caminho então. Espero vê-la por aqui na próxima vez que eu estiver passando, — diz ele, antes de se afastar. Duvido, penso comigo mesma enquanto o vejo balançar a perna pesada sobre sua moto. Em poucos segundos, os urros ensurdecedores das motos estão passando por mim fazendo meus ossos chocalharem. Uma vez que eles estão fora de vista a sensação nas pernas voltam eu penso em perguntar a alguém mais por aqui. Certamente eles não podem ser todos como Linc, o velho motoqueiro peludo? A porta se abre do outro lado do prédio e três, não, mais quatro caras de couro desgastado saem. Esses motoqueiros não se parecem com o que eu acabei de conhecer. Seu riso os faz parecerem menos assustadores, quase amigáveis, então decido ficar e perguntar ao redor. Olhando Zachery no carro, decido deixá-lo em seu assento. Só porque tenho que lidar com essas pessoas, não significa que ele tem. Quando me viro novamente todos eles estão vindo na minha direção. Seu riso morreu a distância e nenhum deles está mais sorrindo. Cada par de olhos está em mim e desejo poder me afundar no carro e fugir daqui. — Podemos ajudá-la? — o cara que anda na frente pergunta enquanto se aproxima. Nossa, esse cara é quente. Seu cabelo escuro é puxado para trás e longe de seu rosto e sua pele é muito bronzeada, fazendo com que seus olhos pareçam saltar para fora das órbitas. — Estou procurando por alguém e me disseram que ele estava aqui, — explico uma segunda vez. — Quem te disse isso? — o mesmo cara pergunta, com um tom de desaprovação.

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— Um, um cara no restaurante, — respondo rapidamente, caramba, eles não gostam muito de visitantes não convidados. — E quem exatamente você está procurando? — um cara tatuado de cabeça raspada pergunta abruptamente. — Billy, Billy Coleman. Sei que estou no lugar certo, porque assim que eu disse seu nome, todas as quatro faces congelaram. — Ele está aqui ou não? — pergunto quando o silêncio se torna insuportável. — Quem está perguntando? — o careca pergunta, fugindo da minha pergunta. — A mãe de seu filho.

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Capítulo dois SLADE Eu tinha acabado de sair do banho quando ouvi o telefone tocar. Olhei para a hora e pensei que dez da manhã era um pouco cedo em um domingo para os meus irmãos estarem me perseguindo, a não ser, claro, se fosse a minha mãe. Não, era o meu presidente, Cas. Algo deve ter acontecido para ele estar chamando tão cedo. — Prez? — Slade, eu preciso de você para descobrir tudo o que puder sobre uma mulher chamada Kristen Collins e veja se você pode encontrar uma ligação entre ela e nosso Billy. — Billy? Eu não ouço o seu nome ha um tempo. O que está acontecendo? — pergunto. — Descubra o que você puder e venha para o clube, então vou lhe atualizar. Basta ver se você pode encontrar alguma coisa, — diz ele, parecendo cansado. Ele cospe mais alguns detalhes sobre ela e desliga o telefone antes que eu possa dizer outra palavra. Seria mais rápido descobrir por mim mesmo quem é esta mulher do que esperar por Cas para me dizer. Vou até meu laptop, pego uma xícara de café, e começo a minha pesquisa. Não leva muito tempo para conseguir sua carta de condução, finanças e sua história de vida completa. Pesquisar pessoas normais é um inferno de muito mais fácil do que bandidos. Por certo, as pessoas normais não sentem a necessidade de esconder as suas transações. Olhando sua conta de telefone posso ver todas as chamadas que ela fez. Vasculhando suas contas bancárias posso ver que ela conseguiu ~ 13 ~


recentemente em uma grande quantidade de dinheiro e ela tem gasto pequenas quantidades em motéis e fast food e se você fosse para monitorá-los em um mapa, eles seriam uma rota direto para Willows Peak. Escavando um pouco mais, descubro que ela não tem nenhuma propriedade em seu nome e não há contratos de arrendamento de aluguel. Assim, ela não tem casa. Depois que vasculho tudo o que poderia conectar ela ao Billy, estava prestes a desistir, quando pensei que poderia verificar seus registros médicos. Isso é quando encontro a conexão. O nome de Billy está embaixo como o pai de seu filho. Billy nunca disse nada sobre ter uma namorada ou uma criança. Ele só tinha sido um prospecto por três meses antes de morrer, mas, de todas as perspectivas, ele era muito aberto sobre si mesmo. Eu mesmo tinha verificado por uma terceira vez qualquer um dos seus parentes, apenas no caso te ter perdido alguém antes de seu funeral. Imprimo uma cópia da certidão de nascimento da criança para Cas e pego minhas chaves. Fiquei aliviado ao ver que a maioria dos Devils Bastards tinha ido embora depois da festa de ontem à noite. Depois de estacionar minha moto no meu lugar de costume pego as folhas impressas e entro para encontrar Cas. Acho-o imediatamente andando pelo bar, esperando por mim pelo olhar aliviado em seu rosto quando ele me vê. —Você encontrou alguma coisa? — ele diz. — O que está acontecendo? — Temos aqui uma mulher perguntando a respeito de Billy. Ela afirma que ele é o pai de seu filho. — Pelo que encontrei, ela não está mentindo Prez. Entrego a ele o que encontrei e me sento em um banquinho, esperando que ele terminasse a leitura. Seus olhos se estreitaram mais e mais enquanto lia. — É verdade, então? Ele é o pai da criança. — Sim, ele não nasceu até cinco, talvez seis meses após Billy morrer, é por isso que eu não os encontrei para o funeral, — eu indico. — Billy não apenas morreu, ele foi assassinado.

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Cas e eu nos viramos para encontrar Alannah atrás de nós. Já se passou um ano e meio desde o dia escuro na cabana e ela ainda se esforça para lidar com o que viu. Ela é uma mulher forte, mas quando se tratar de Billy, ela vai voltar para aquele dia como se fosse ontem. — Por que vocês estão falando sobre Billy? — pergunta ela com ar de dúvida. Olho para Cas e entendo o que ele estava pensando. Assim que Alannah souber que Billy tinha um filho, ela vai se sentir ainda mais culpada. — Porque tenho uma mulher no meu escritório com uma criança, — explica Cas, mas não o suficiente, para manter Alannah de tirar conclusões precipitadas. — Oh Deus, eu sabia que esse dia chegaria, — ela geme. — Você sabia? — Com a quantidade de prostitutas que você dormiu, mais cedo ou mais tarde, uma apareceria aqui com o seu filho, — ela franze a testa. Sento rindo silenciosamente da confusão de entendimento acontecendo na minha frente. O rosto de Cas cai quando ele ouve como Alannah interpretou sua breve explicação. — Foda-se. Não Lana, filho de Billy. Não é meu, — diz ele, com firmeza. Alannah exala alto quando descobre que não vai ter que bancar a madrasta e Cas suspira quando vê que ela acredita nele. — Então, o que está acontecendo? — pergunta ela, olhando ao redor do bar para detectar quaisquer sinais óbvios. — Como eu disse, há uma mulher no escritório e ela está procurando por Billy. O garoto com ela é, aparentemente, dele. — O quê? O que você disse a ela? — Nada ainda, eu estava esperando Slade para ver se ela estava dizendo a verdade e parece que ela está. Se Alannah fosse uma mulher mais fraca teria lágrimas em seus olhos agora, mas ela está de pé forte e claramente preocupada.

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— Você vai ter que dizer a ela o que a cidade sabe. Ele morreu em um acidente de carro, — ela murmurou mais para si do que para Cas. — Eu sei o que dizer para ela baby, eu só queria saber com quem estava lidando em primeiro lugar. — Vamos acabar com isso. — resmungo. Sigo Cas ao seu escritório e fico surpreso que Alannah está vindo atrás também. Eu não disse nada, é claro, quando se trata de Billy, Alannah tem uma tendência para protegê-lo, mesmo em seu túmulo. Cas anda a passos largos em direção a cadeira atrás de sua mesa e eu passo para o lado para deixar passar Alannah entrando por último. Depois de fechar a porta e me virar, me deparo com a mulher mais linda que eu já vi. Seu rosto redondo é emoldurado por leves mechas suaves e marrons de cabelo escapando da touca que ela está usando e seus surpreendentes olhos verdes com cílios pretos e grossos disparam ao redor da sala, avaliando a todos nós. A beleza desta mulher é toda natural. Ela não está usando maquiagem e eu acho isso mais atraente do que qualquer coisa. De sua posição sentada só posso ver suas pernas, mas não estou reclamando. Elas são longos, bronzeadas e parecem muito, muito suaves. Sua carranca impaciente não detém minhas rápidas fantasias de tirar sua blusa por cima da cabeça e puxar esses shorts apertados para baixo. Pelo contrario, sua raiva me faz querer mais. Mas, o garoto que ela abraça protetoramente no colo com a certeza do caralho me impede de tentar fazer essas fantasias se tornarem realidade.

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KRISTEN Tudo o que eu quero saber é se Billy está aqui ou não. Eu não quero ficar neste escritório com meu filho cercado por gente como essas pessoas. ‘O que você está fazendo aqui Billy?’ Eu penso comigo mesma, avaliando os painéis de madeira da sala. Zachery não está andado há ~ 16 ~


muito tempo, mas desde que aprendeu a colocar um pé na frente do outro no mês passado, ele está sempre em movimento. Como agora, ele está cambaleando ao redor tentando tocar qualquer coisa. Quando a porta se abre atrás de nós e o cara que se apresentou como Cas entra, ele é seguido por uma mulher loira com rabo de cavalo e atrás dela entra mais um motoqueiro vestido de jeans e couro. A mulher olha para nós como se estivesse em estado de choque por estarmos aqui. Eu puxo Zachery para o meu colo e o seguro com força, a forma como ela está olhando fixamente está começando a me fazer sentir desconfortável. Quando o cara, Cas, está sentado atrás da mesa e o segundo cara está em pé ao lado da porta, espero que um deles vá começar a explicar onde Billy está para que eu possa dar o fora daqui. — Me desculpe por deixá-la aqui tanto tempo, — Cas começa. — Esta é Alannah e ele é Slade, — acrescentou, apontando para as pessoas que vieram com ele. Eu ofereço um pequeno sorriso para a ambos. — Olha, não quero ser rude, mas você pode me dizer se Billy está aqui ou não? — pergunto. Posso ouvir o cansaço e irritação na minha voz. Eu sabia que poderia ser um tiro no escuro que Billy ainda estivesse por aqui, mas eles estão arrastando isso. Um simples sim ou não seria bom. — Como você conheceu Billy e porque veio procurando por ele agora? — ele pergunta. Eu não acredito nisso, sinto vontade de gritar. Vim aqui procurando meu amigo e agora parece que estou sendo interrogada e não tendo minhas respostas. — Não que seja da sua conta, mas tive meus próprios problemas e isso é o mais cedo que fui capaz de fazer a viagem até aqui, — digo. Eu realmente não vejo por que tenho que me explicar a eles. — Kristen, Billy não está aqui. — Você poderia ter me dito isso lá fora. Eu acordei Zachery de seu cochilo e arrastei-o aqui por nada. Sem ofensa, mas este não é o tipo de lugar que quero o meu filho, — digo, não dando a mínima para quem são essas pessoas. Um simples sim ou porra nenhuma, sem perda de tempo era tudo que eu queria.

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Apoiando Zachery no meu quadril me levanto e estou prestes a abaixar para pegar minha bolsa quando a loira se move para fora do meu alcance. — Você deve se sentar, ele ainda não terminou, — diz ela suavemente, ao mesmo tempo mantendo um olhar triste no meu filho. — Billy não está aqui porque ele morreu há um ano, — diz Cas, com genuína tristeza. Ele morreu? Não, ele não poderia estar morto. De repente, senti a irritação me deixar e uma dormência lentamente me tomar. Era como se uma suave, calmante onda passasse por cima de mim antes da tempestade de perguntas cair e criar raízes. — Como? — é a minha primeira pergunta. Se eu não estivesse completamente focada em esperar sua resposta, teria perdido seus olhos mudarem rapidamente para a mulher ao meu lado e de volta para mim. — Ele estava envolvido em um acidente de carro com quatro outros irmãos nossos. Nós tentamos procurar qualquer uma família de Billy, mas não conseguimos encontrar ninguém, especialmente não você. — Ele não tem família, — murmuro baixinho, tentando me conscientizar de que ele não vai aparecer. — Você disse que ele morreu a mais de um ano atrás, quando foi exatamente o acidente? — pergunto. — Dezoito meses atrás, — a mulher ao meu lado diz. Pensando ao longo dos meses, ele deve ter morrido pouco antes de eu tentar ligar para dizer que estava grávida. Agora sei por que seu telefone sempre ia para o correio de voz. Eu posso sentir as lágrimas começarem a picar meus olhos, mas não as limpo, pois não transbordam. — Ele nunca nos disse que tinha uma menina longe daqui e um bebê a caminho, — o cara que estava atrás de mim, diz. Ele não disse uma palavra desde que chegou e sua voz profunda me assusta. Dou meia volta na minha cadeira para vê-lo. Por dentro eu estava desconfiada, clubes de motoqueiros não têm as melhores reputações,

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mas do lado de fora, permaneço forte mesmo abalada com a notícia de Billy. — Eu não sou sua garota, ele é... Era meu amigo e ele nunca soube que eu estava grávida, quando tentei ligar para dizer a ele, sempre foi para o correio de voz, — digo a ele. Era verdade, Billy e eu nunca fomos muito longe no estágio de relacionamento. Nossas ficadas eram apenas isso, ficadas. Eu gostava dele o suficiente para dormir com ele, mas não o suficiente para um relacionamento, não que tivéssemos tempo para isso com ele se metendo em encrencas e saindo da cidade. Ele era apenas meu amigo. Não tenho o tempo para sentar aqui e processar esta nova informação no momento. Olho para Zachery que está sentado calmamente assistindo com fascínio as novas pessoas ao seu redor e sinto meu coração doer por ele. Ele nunca vai saber quem é seu pai e não vou ser capaz de preencher quem ele era, porque, aparentemente, eu não conhecia Billy muito bem. De todos os diferentes cenários que tinha imaginado para este dia, nunca teria sido esse. Não sabia para onde ir a partir daqui. Nós não temos nenhuma casa ou alguém conhecido por aqui. O plano era começar de novo uma vez que eu tivesse encontrado Billy. — Nós devemos ir, — tento dizer, mas sai como um sussurro. — Você vai ficar bem? — Alannah pergunta. É o nome dela, me lembro agora. Não consigo encontrar palavras para dizer algo, então não digo nada e desta vez estou com Zachery no meu quadril e pego minha bolsa de Alannah. — Nós vamos ficar bem. — Aqui, tome isso, — diz Cas, rabiscando em um pedaço de papel. Ele entrega-o para mim, é um número. — Se você estiver com problemas ou precisar de qualquer tipo de ajuda, ligue para nós e nós estaremos lá, — diz ele, gentilmente.

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Não estava pensando em ver essas pessoas nunca mais, mas pego o número e o enfio no bolso para agradá-lo. Não digo adeus e me viro para sair. O cara atrás de mim leva alguns segundos para se mover para o lado, mas assim que ele faz, estou fora da porta. Uma vez fora vou para o meu carro e planejo dirigir tanto quanto puder para longe daqui. Com Zackery em seu assento e o carro ligado, noto Alannah e o cara cujo nome não me lembro de pé ao lado da porta. Ambos estão me observando, eles estão conversando entre si, embora eles não estejam movendo muito os lábios. Alannah enxuga os olhos com a manga e dá um passo em minha direção, mas o cara com ela agarra o seu braço e ela para. Gostaria muito de saber o que ele disse a ela para fazê-la parar. A cena pouco antes me faz sentir que se eles estivessem escondendo algo. Será que ela queria me dizer alguma coisa? Por que ele a deteve? E por que diabos ela está tão chateada? Ela só poderia ter conhecido Billy por cerca de três meses entre ele me deixando e sua morte. Coloco o carro em marcha à ré e dou a volta para fora deste lugar estranho, tentando pensar no que vou fazer a seguir.

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Capítulo três SLADE Kristen deve ter tido um dia ruim quando ela tirou a foto dela para a carta de motorista. Ao vê-la um par de dias atrás, ela tinha uma mais suave, mais bonita semelhança com a mulher que estou olhando na tela. Estava completamente tomado apenas olhando para a foto dela que não percebi Alannah afundar-se no sofá ao meu lado até que ela falou. — Ela está realmente bem? Sua vida, quero dizer, ela e o menino, — ela pergunta, enquanto rapidamente fecho o laptop. — Vendo suas finanças, ela é mais estável do que nós. De alguma forma não acho que isso será suficiente para acalmála. No momento em que ela descobriu que Billy tinha um filho sua culpa permanente foi aumentada ainda mais. Ela tem estado no limite desde que Kristen apareceu. — Billy me disse que ele não tinha ninguém. Ele morreu sem nem mesmo saber que ia ser pai. Podia ouvir a voz embargada. Não era justo como Billy foi derrubado, mas não foi culpa de Alannah. Ela tem de conseguir um controle sobre isso, talvez eu devesse ter uma palavra com Cas? — Não vá adicionando isso a sua pilha de culpa já acontecendo, — digo a ela, esperando que ela escute. — Você viu o quão bonito o menino era? Para ser honesto, eu estava mais focado em sua mãe do que na criança, e sua mãe é certamente bonita pra caralho.

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— Estava mais focado em garantir que ela acreditasse que ele morreu em um acidente de carro para ver o garoto, — eu minto. Esperei o discurso ela-deve-saber-a-verdade que eu sabia que ia acontecer, mas ela permaneceu em silêncio por um momento. — Você vai ficar de olho nela, fazer a sua magia na tecnologia e ver aonde ela vai? Ela não precisa perguntar, eu já estava nela. Ficava me dizendo que era por causa de Billy. Como irmão, morto ou vivo, somos obrigados a olhar por qualquer um dos membros de nossa família, se um irmão não está por perto. — Já sei que ela está hospedada no motel na cidade e ela pagou até amanhã, — digo a ela. Do jeito que ela salta para seus pés, sei que lhe dei a informação que queria saber o tempo todo. — Obrigada Slade, te vejo mais tarde, — ela murmura distraidamente, já indo para a porta. — Alannah, onde você está indo? — grito atrás dela, apesar de ter uma boa ideia. Ela não me respondeu e não parou. Desligo o carregador do laptop e rapidamente a sigo do lado de fora. Corro para alcançá-la antes que ela possa chegar ao seu carro. — Alannah, espere. Bato a porta fechada quando ela abre e bloqueio seu caminho. — Você vai vê-la, não é? — Tenho que ver por mim mesma que ela está bem. Ela veio aqui para que seu filho pudesse conhecer seu pai e descobriu que não vai acontecer. Não preciso lembrá-lo porque isso não vai acontecer, não é? — ela diz. Estou prestes a repetir que não é sua culpa, pela milionésima vez, mas ela continua. — Você viu quando ela saiu daqui. Está sozinha com uma criança. Eu tenho que ter certeza que ela está bem, então eu vou ficar bem, — ela promete. — Você deve chamar Cas e deixá-lo saber, — digo a ela por dever. ~ 22 ~


Cas está atualmente em uma corrida com Sparky e Oak. — Ele não precisa saber, — me diz com firmeza, mas posso dizer que ela não acredita nisso. — Se você não vai dizer a ele, então vou com você. — Você não precisa fazer isso. — É claro que preciso. Agora entre no carro que eu estou dirigindo, — digo, recebendo um olhar frio enquanto tomo as chaves do carro dela. O passeio de carro para a cidade foi em silêncio. Ocasionalmente olhei para Alannah, ela estava muito profunda no pensamento para notar. Mas notei todas as suas emoções claras como o dia em seu rosto. Sua culpa vai causar suspeita se ela não se recompuser. É por isso que vim, foda, sabe-se lá o que ela iria aprontar se fosse sozinha. — O que acontece se você descobrir que ela não está bem? — pergunto. — Eu não sei. — Não há nada que você possa fazer por esta mulher. Se ela está lutando você não pode levá-la. — a advirto, antes que ela tenha alguma ideia. — Acho que é o mínimo que podemos fazer. Cada segundo deste dia parece que problemas estão vindo para mim de todos os cantos do mundo. Começando com meu Prez se eu não puder manter a sua old lady sob controle. — Ok, então você a leva para dentro e depois o quê? Ela vai ser a única que não sabe a verdade. Você vai ter que jogar junto com a história do acidente de carro constantemente e não acho que você é forte o suficiente, — digo, começando a perder a paciência com ela. Conheço Alannah por anos e faria qualquer coisa por ela, mas ela sabe melhor do que isso. Ela pondera sobre o que eu disse antes de falar. — Você está certo. Não vou dizer nada, mas eu... Espera, aquele não é o carro dela? — ela aponta em direção ao Hanks Diner. — Vamos tomar um café. ~ 23 ~


Suspiro pesadamente, não há como pará-la. Mesmo se Cas estivesse aqui ele teria dificuldade em mantê-la afastada. Eu estaciono. — Olha, ela está sentada ao lado da janela, — Alannah aponta. Enfio sua mão para baixo, — Você vai se acalmar e, por favor, apenas agir normal. — Pelo amor de Deus, pare de se preocupar. Ela está fora e caminhando até a porta antes que eu esteja fora do carro. Quando a alcanço já estamos dentro e sutilmente Alannah desliza em uma cabine ao lado de Kristen e seu filho. Eles parecem que estão na metade da refeição, por isso, é pouco provável que eles vão sair em breve. Maggie, a garçonete mais velha na história, aparece e derrama duas xícaras de café. — Vocês dois querem algo para comer com os seus cafés? — Pergunta ela, cavando nos bolsos do avental para seu pequeno caderno e caneta. — O café será tudo, obrigado, — digo, jogando para Alannah um olhar não-estamos-ficando-muito-tempo. Ao ouvir a minha voz profunda Kristen olha para nós, e sua reação é comum. Uma mistura de medo do desconhecido e leve fascínio. Ela mantém os olhos em mim mais do que ela faz em Alannah. Eu seguro o seu olhar e me encontro sorrindo para ela. Por uma fração de segundo, ela franze a testa antes de ser substituído por um sorriso. Isto é ser amigável digo a mim mesmo. Nada mais do que um sorriso amigo para uma mulher que está na estrada sozinha com uma criança pequena. Quando ela se vira para o filho sinto uma necessidade de ir até ela e ter seus olhos verdes em mim novamente. Não precisei me sentar e debater sobre isso por muito tempo já que Alannah estava indo em sua direção. Um punhado de moedas de um centavo de repente desliza sobre a mesa e caem no chão, de alguma forma conseguindo rolar na direção de Kristen.

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Alannah é rápida em levantar e fazer um show para ir buscá-las, enquanto se aproxima de Kristen e sorri amplamente. — Ei, eu não sabia que você ainda estava na cidade, — ela começa. Nenhum estranho teria adivinhado que ela tinha feito isso só para falar com Kristen, mas, para mim, eu iria felicitá-la mais tarde com sua suavidade. — Decidi ficar por alguns dias, este pequeno precisa esticar as pernas depois de ficar tanto tempo enfiado no carro, — ela responde, acariciando a cabeça do garoto. — Quanto tempo você esta na estrada? — Alannah pergunta, fazendo-se confortável na mesa de Kristen. — Por muito tempo, — ela responde logo, não deixando nenhuma informação sobre si mesma. Enquanto elas conversam continuo no meu lugar e ela responde a perguntas de Alannah sobre seu filho. — Posso te fazer uma pergunta? — Kristen pergunta. Ela se inclina mais para perto e olha para mim antes de perguntar. Alannah acena com a cabeça, encorajando e inclina-se para mais perto também. — Você e Billy... Você sabe... Estavam juntos? — Ela gagueja. Vejo Alannah visivelmente relaxar e assim eu faço. — Não, nós passamos muito tempo juntos antes dele morrer, mas ele era meu amigo, não havia mais nada de ambos os lados. — Oh, apenas pensei que talvez houvesse mais entre vocês dois. Não consegui identificar se ela estava com ciúmes ou curiosa pelo o pensamento de Billy com outra pessoa, o que me faz pensar por que diabos eu estou tão fodidamente interessado? — Por favor, acredite em mim, nós éramos apenas amigos. — Gostaria de ter dito a ele sobre Zachery assim que descobri. Talvez as coisas tivessem sido diferentes? ‘Duvido’, eu penso comigo mesmo e sei que Alannah está pensando da mesma maneira. Billy teria morrido de qualquer jeito ~ 25 ~


naquele momento, era a única razão pela qual Michael o trouxe para o clube. Nós culpamos os Raging Riders por sua morte, mas foi realmente culpa de Michael. Quando Hunter Carson matou Michael nenhum de nós sentiu qualquer arrependimento em perder o nosso então presidente. Pois com o que ele tinha feito para o nosso clube naqueles dias nenhum de nós teria sido capaz de confiar nele com as nossas vidas, e isso é algo que você tem que ter em um clube como o nosso. Você tem que ter confiança. — Talvez tivesse sido diferente, talvez não, — murmura Alannah melancólica. Eu deslizo para fora da cabine e vou até Alannah, pois sei que ela não vai querer dizer qualquer coisa, mas tenho aquele um por cento que acha que ela não será capaz de não falar. Kristen me olha, e me dá um pequeno sorriso e olha de volta para Alannah. — Eu posso te mostrar onde ele está enterrado, se você quiser talvez você possa encontrar alguma forma de encerramento? — Eu gostaria, não parece real que ele se foi. Como no inferno Cas lida com ela? Em cada ponto, uma vez que Kristen apareceu, ela tem sido como um livro aberto sobre Billy. Um deslize é tudo o que vai levar e se Kristen tiver um pingo de suspeita, então vão chover perguntas que nenhum de nós vai querer responder.

***

KRISTEN Não fiquei surpresa ao ver Alannah e o motoqueiro entrarem na lanchonete. Estava mais surpresa que não os tinha visto no último par de dias, esta cidade é tão pequena. Mantive meus olhos em Zachery e fingi não os notar passando por nós. Tinha digitado o número que Cas me deu mais de cem vezes no último par de dias, mas a cada vez eu deletei. Agora que tive tempo para digerir a notícia da morte de Billy, tenho perguntas que só eles podem responder. Quero saber por que Billy queria participar do seu clube. Depois que entrei num motel da cidade tinha pesquisado clubes de motoqueiros e assistido clipes no Youtube e, francamente, não conseguia entender por que Billy gostaria ~ 26 ~


de ser parte deles. Queria saber como os seus últimos dias foram. Acima de tudo, o que eu queria saber é se ele não se transformou em um criminoso foragido. Quando conheci o Billy, sabia que ele começou a ter problemas, mas, pelo que ele me contou sobre sua vida e pelo que vi ao passarmos um tempo juntos, ele nunca esteve envolvido em nada muito sério. Percebi que poderia falar com Alannah antes de deixar a cidade e seguir em frente. A partir de nosso breve encontro eu sabia que seria capaz de fazer a ela minhas perguntas. Os caras não tanto. Então, quando ela acabou sentada na minha mesa, sabia que ela queria falar comigo tanto quanto eu com ela. Estava meio aliviada quando o cara permaneceu em seu lugar. A outra metade queria ouvir sua voz profunda e gutural novamente. Quando ele recusou café da manhã, o som de sua voz chamou a minha atenção. Não podia deixar de olhar para ele. Ele usava um colete de couro estilo MC, como eu aprendi no Google. O resto dele estava vestido com uma camiseta de manga comprida e calça jeans preta. Não havia como negar que ele estava quente e, em seguida, eu me paro. Não tenho tempo para quaisquer pensamentos como esse e certamente não com esse tipo de cara. Quando ela se ofereceu para me levar para ver o túmulo, não podia deixar passar. Talvez se eu vir onde ele está algo possa fazer sentido. Zachery e eu seguimos em meu carro atrás de Alannah. Meus olhos várias vezes desviaram para Zachery no reflexo do espelho retrovisor. Talvez se pudesse entender melhor o que aconteceu, então seria capaz de explicar ao meu filho sobre seu pai quando ele crescesse e começasse a fazer perguntas. No momento em que chegamos ao cemitério, Zachery tinha adormecido em seu assento de carro. Estacionei atrás do carro deles e sai lentamente quando eles fizeram o mesmo. — É longe seu túmulo? — pergunto, olhando para Zachery atrás. — Não, é logo ali, — ela ressalta. Daqui posso ver onde ele está enterrado e olhando em volta, ninguém está à vista. ~ 27 ~


Olhando para Zachery mais uma vez, não sei se o acordo ou o deixo no carro. — Slade pode esperar aqui enquanto você visita Billy, — Alannah oferece, caminhando. Então, Slade é o seu nome. Olhando-o, ele não parecia satisfeito por ter sido oferecido como uma babá. — Olha, você só vai até lá. A lápide branca com as latas em cima é a de Billy. Latas? Por que alguém iria colocar latas sobre o tumulo de alguém? Faz com que pareça desarrumado e sujo. A local que ela estava apontando era só do outro lado de seu carro. Eu decidi deixar Zachery dormir, peguei as chaves da ignição e mantive-as comigo. Slade apareceu e inclinou-se contra a traseira do meu carro, cruzando os braços sobre o peito. Segui Alannah a curta distância e me ajoelhei. Além das latas alinhadas na parte superior da lápide, você poderia ver que foi cuidada e que foi caro. Na verdade, todas as outras pareciam idênticas, mas elas não têm as latas. — Você pode me dizer o que aconteceu, por favor? Cas não disse muito, apenas que ele morreu em um acidente. — pergunto, mantendo meus olhos focados na minha frente. — Não há muito a dizer realmente. Ele estava viajando de volta com alguns dos outros irmãos e sua van saiu da estrada. Ninguém sabe por que. Perdemos cinco amigos naquela noite. Ela disse que não havia muito para dizer, mas ela já tinha dito mais do que tinha dito Cas. — Você se importa se eu lhe perguntar por que você está tão triste com sua morte, quando você o conhecia apenas por um curto período de tempo? — Como eu disse no Hanks, Billy era meu amigo. Eu estava na faculdade quando ele se tornar um prospecto... Eu cortei. ~ 28 ~


— O que é um prospecto? Ela sorriu e se agachou ao meu lado. — Alguém que quer se juntar ao clube. Você viu as motos na sede do clube no outro dia, não é? Eu balancei a cabeça e esperei que ela continuasse. — Ok, Billy queria participar dos Lost Souls. Para se tornar um membro com patch você se torna primeiro um prospecto. Por cerca de um ano, eles devem provar que eles são dignos ao lado dos irmãos, — explicou. — Provar como? — pergunto, minha curiosidade levando o melhor de mim. — Sua lealdade ao clube. Ouça, esta é uma história para outra hora. Billy significou muito para mim e ele rapidamente se tornou um bom amigo. Uma única lágrima caiu pelo seu rosto. Ela não fez nenhum movimento para limpá-la, então escovei meu polegar contra seu rosto e limpei para ela. Não importa o que eu penso dos motoqueiros, esta mulher era gentil e tinha uma tristeza em volta dela. — Ele era meu amigo também, — murmuro. — Ele não foi mais do que um amigo? — ela perguntou, erguendo a sobrancelha para mim. Imaginei que ela estava se referindo a Zachery. — Não, nós não éramos isso. Ele foi embora antes de eu descobrir que estava grávida, — disse a ela. — Eu realmente sinto muito que ele não está aqui para você e seu filho. — Por que você iria sentir? Não é como se fosse sua culpa. No momento em que a senti estremecer sabia que ela estava definitivamente me escondendo alguma coisa. Não sei por que ou o que é, mas agora eu pretendo descobrir. Segui em frente rapidamente fingindo não perceber.

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— Por que as latas? Sua pequena risada soa tão inocente. — Uma vez, eu queria praticar tiro ao alvo e Billy foi comigo. Acho que ele pensou que porque sou uma menina que eu não seria nada. Seu orgulho masculino foi muito prejudicado naquele dia, quando ele viu que eu tinha uma mira melhor do que ele. Foi engraçado. As latas aqui representam os momentos felizes. — Ele estava feliz? — Ele estava, ele encontrou um lugar onde ele poderia pertencer, — ela respondeu. — Alannah, nós temos que ir. Me levantei e virei para ver Slade se movendo em torno dos carros e caminhando em nossa direção. Ele olhou desconfiado entre nós antes de entrar em seu carro. Não sei o que é, mas algo não bate em torno destas pessoas. Fazendo uma decisão precipitada, deixo escapar: — Acho que vou ficar por um tempo mais longo. Seu rosto se iluminou genuinamente com prazer. — Isso vai ser bom. — Talvez a gente possa se encontrar e você poderia me contar um pouco mais da vida de Billy aqui? — Definitivamente, vou vê-la em breve. A vi saltar para o lado do passageiro. Slade estava lhe dizendo algo, mas, pelo que pude ver, ela não estava escutando. Ela acenou enquanto passavam e saiu. Agora eu estava sozinha, então me ajoelhei novamente. — Não sei por que você sentiu que tinha que se juntar ao clube, mas vou descobrir. Ver por mim mesma o que fez você fazer isso.

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Capítulo quatro SLADE — Você está feliz agora que a viu? — pergunto, enquanto entramos no clube. — Ela é gentil, posso ver porque Billy gostava dela, — diz ela, ignorando completamente a minha pergunta. — Alannah, agora que você já a viu, você está feliz que ela está bem? — pergunto novamente. Kristen não parecia chateada no restaurante ou ao lado da sepultura. Estou intrigado para descobrir o porquê. Certamente ela iria mostrar mais emoção ao descobrir que Billy estava morto? — Eu não estou feliz Slade. Billy morreu por minha causa. Agora seu filho não tem um pai e tudo porque abaixei a maldita arma e não atirei neles. Agora que ela vai ficar posso ter certeza de que vou poder compensar as coisas com os dois. — Ela vai ficar? — Sim, ela quer saber mais sobre a vida de Billy aqui. É o mínimo que posso fazer por ela. Ela não me dá a chance de dizer o quão má ideia isso é já que abre a porta e foge para o clube. Faço o meu próprio caminho atrás dela, mas ela está longe de ser vista. — Aqui, certifique-se de Alannah recebê-las de volta. Lanço as chaves do carro a um prospecto e sigo para o quarto dos fundos. A razão pela qual tivemos de sair do cemitério foi porque Cas ligou para dizer que largássemos tudo e voltássemos ao clube. ~ 31 ~


Por que parece que sou o último a chegar, fecho as portas atrás de mim e me sento ao lado de Sparky. — Levou seu tempo, — Oak reclama do outro lado da mesa. — Cheguei aqui o mais rápido que pude. Não é minha culpa se a old lady dele foi a uma missão redentora de culpa, — respondo, apontando para Cas. Sua cabeça estala e seu rosto me diz que ele já sabe sobre o que eu estou falando. — Vou falar com você depois, — ele me diz antes de continuar: — Faz pouco tempo recebi um telefonema de Banksy. Banksy é o advogado que contratamos quando precisamos de ajuda oficial ou um de nós acaba na cadeia. Ele é tão correto como pode ser, mas quando se trata de brechas no sistema de justiça, ele é um dos melhores. — Ricky foi pego com drogas. Aparentemente, ele foi pego com cinquenta pacotes de heroína em seu alforje. — Que porra é essa? O que ele está fazendo com heroína? Nós não tocamos essa merda! — Oak grita. — Não sei os detalhes exatos ainda, estou esperando Banksy me ligar de volta. Ele disse que ligaria depois de Ricky ser interrogado, até então seu palpite é tão bom quanto o meu, — concluiu Cas. — Ricky não tocaria em heroína, sua irmã teve uma overdose com ela. Não há nenhuma maneira dele se envolver com esse material, — Jack diz, em sua defesa. Jack recebeu seu patch ao mesmo tempo que Ricky. Se alguém conhecia Ricky melhor, era ele. — Independentemente do que ele iria ou não tocar, não há nenhum ponto em especular. Vamos esperar Banksy telefonar e seguir a partir daí, — diz Cas. — Isto não ficará bem para o clube. Se for sua heroína ou não, provavelmente vamos ter vários olhos sobre nós agora, — diz Sparky, apontando o óbvio. — Eu sei, — Cas retumbou com os dentes cerrados, — Até que saibamos o que diabos está acontecendo, ninguém carrega qualquer coisa sem licença. ~ 32 ~


Cas bate o martelo na mesa e todos, com exceção de Cas e eu, saem. — Então, me diga o que aconteceu mais cedo? — pergunta ele, acendendo um cigarro. Eu disse a ele sobre a nossa viagem até a cidade para o Hanks e, em seguida, o cemitério. — Como foi Alannah em torno dela? — pergunta ele. — Ela ficou um pouco chorosa ao lado da sepultura, mas, fora isso, ela estava bem. Alannah sabe como este clube funciona melhor do que a maioria dos membros, mas quando está em torno de Kristen é como se esquecesse quem ela é, — digo a ele. Sua cabeça cai para trás sobre sua cadeira e ele esfrega o seu rosto em frustração. — O último par de noites ela tem acordado gritando com pesadelos. Ela não teve por um longo tempo, mas com Kristen aparecendo, parece que trouxe tudo de volta à tona. — Kristen tem planos de ficar para que possa ver como era a vida de Billy aqui. Alannah se ofereceu para se encontrar com ela de novo, — digo com uma ligeira antecipação. Esta não é a notícia que ele quer ouvir agora. — Ela tinha que fazer isso agora? Estou começando a pensar que nós nunca seremos capazes de seguir em frente depois da merda que Michael deixou para nós, — ele suspira pesadamente. — Nós tivemos um ano tranquilo, irmão, eventualmente ela vai seguir em frente e Alannah também o fará. — Se não fosse por causa do maldito sentimento de culpa dela fodidamente não importaria se Kristen ficasse ou não. — Você precisa que eu faça alguma coisa? Ele fica lá em silêncio por um momento antes de responder. — Você pode manter um olho em Kristen? Não é como se ela não fosse bem-vinda por aqui, mas eu não a quero ficando muito perto. Nesse meio tempo, vou falar com Lana novamente. Tenho algo que vai tirar sua mente de Billy por um tempo.

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Me sentei na sala dos fundos por muito tempo depois que Cas saiu. Meu mau-humor foi lentamente melhorando quanto mais eu pensava sobre isso. Mantendo um olho em Kristen implicaria passar tempo com ela. Eu poderia descobrir exatamente quem ela é. Rapidamente deixo a sala dos fundos e vou em busca de Sparky. Felizmente, ele ainda está aqui sentado no bar com Oak e Pope. — Ei irmão, você se lembra quando o ajudei a encontrar aquela casa que sua old lady ama tanto e você disse que me devia uma? Sparky acena com a cabeça. — Estou cobrando isso. Preciso das loucas habilidades culinárias da sua old lady. Ele parece confuso, mas pega seu telefone e pergunta se ela não está ocupada.

***

CAS Depois de conversar com Slade, fui a busca de Lana. Depois de uma rápida olhada no bar sem sinal dela, me dirigi ao escritório. Agora que temos o nosso próprio lugar ela não vai para o meu antigo quarto aqui. Ela nunca se sentiu confortável lá desde que ela me viu com Danni. Quando abri a porta, ela estava sentada em minha mesa e olhando para o nada. Estava pensando de forma tão intensa que não me notou. Não a vi assim pálida e abalada por meses. De vez em quando ela fica quieta e eu sei que está lembrando-se da noite em que Hunter a levou. Depois de tudo que passou ela já foi tão longe. Eu vou estar fodido se deixar Kristen e seu filho fazê-la sentir-se pior. Não me interpretem mal, sinto pelo garoto não ter um pai, mas o que está feito está feito. Se pudesse mudar o que aconteceu e trazer Billy de volta eu iria, mas eu não posso.

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Além de meus irmãos, Lana é a minha vida e não há nada que eu não faça para protegê-la. Se pudesse protegê-la de sua própria dor interna eu faria. — Ei baby, você está esperando por mim? — pergunto, dando a volta na mesa. A levanto e tomo o seu lugar na cadeira, puxando-a de volta no meu colo. — Vim para vê-lo mais cedo, mas me distraí. Ela olha para baixo evitando meus olhos. — Eu ouvi, — disse, colocando seu cabelo atrás da orelha. Eu não gosto quando não posso ver seu rosto. — Fui ver Kristen. Enquanto estava falando com ela tive a impressão de que ela não era muito próxima de Billy. Tudo o que a liga a ele é seu filho. — Slade me disse que você planeja vê-la novamente. — Não se preocupe Cas, não vou dizer nada que não deveria. Não há nenhum mal em falar com ela. — Eu sei que você não diria nada, mas, querida, você deixa suas emoções claras como o dia em seu rosto. Não quero que você se coloque nisso, — digo, quase implorando a ela. Sempre mantenho o controle de tudo o que faço, mas Lana não tem nada disso. Se eu exercesse o controle que gostaria sobre ela, ela só acabaria em perigo porque ela iria fazer o que ela queria de qualquer maneira. — Eu vou ficar bem, acredite ou não, é bom passar um tempo com ela. A culpa ainda esta lá, mas não quero que eles tenham as memórias que eu tenho. Não seria bom para ela saber o que realmente aconteceu. Eu acredito e confio nela. Lana é o sólido na minha vida. Eu nunca tenho que questionar o seu amor ou lealdade a mim. Respiro fundo e levanto seu queixo para que ela olhe para mim. — Eu te amo tanto. Toda essa dor que você sente eu sinto também. Se pudesse, tiraria tudo. Gostaria de fazer absolutamente tudo por você. Você, Alannah Blake, é a razão de eu respirar, porra. Digo a você todos os dias que não vou deixar você ir, então... ~ 35 ~


Faço uma pausa enquanto uso a minha mão livre para abrir a gaveta da mesa e colocar minha mão sobre a pequena caixa que está lá pelo último mês e meio. — Você quer se casar comigo? Seja minha para sempre? Abro a caixa e mostro o anel solitário de diamante que escolhi para ela. — Eu pensei que você nunca ia perguntar, — ela sussurra através do sorriso. Ela pega a caixa do anel para uma inspeção mais minuciosa. — Parece que você nunca vai me responder, — murmuro. — É claro que eu vou casar com você, — ela sorri. Pego o anel de volta e deslizo-o em seu dedo. — Espero que goste deste anel porque você fodidamente nunca vai tirar ele. — Eu amei. Impaciente, espero ela parar de admirar seu novo anel. Quando parece que isso não vai acontecer tão cedo, a viro fazendo ela me montar e assim reivindico sua boca. Como sempre, ela me quer tanto quanto eu a quero. Nunca vou cansar disso. Estar totalmente comprometido com Lana é tão natural quanto respirar. Sexo entre Lana e eu sempre foi igual. Ela precisa de mim com uma urgência que eu compartilho com ela. Assim, logo que seus lábios estavam nos meus, algo profundo dentro dela assumiu e ela está me beijando avidamente. Pela forma como ela está segurando minha camisa e deslizando a mão para agarrar minha garganta, eu sei como ela precisa de mim. Deslocando-nos da cadeira, ela se levanta e tira seu short e calcinha em um movimento rápido e fluido. — Sobre a mesa... Agora, — eu dou um grunhido, desafivelando meu cinto. Ela esta mais do que pronta para a porra do meu pau e dobra-se sobre a mesa. A visão dela me surpreende. ~ 36 ~


— Estamos fazendo isso ou você só vai ficar parado aí? — Ela resmunga, virando a cabeça para mim. Em resposta, eu entro e bato nela por trás e repito até que ela está tremendo debaixo de mim e estou tremendo. Eu me inclino sobre ela, ainda dentro dela e torço sua cabeça para reivindicar seus lábios novamente. — Se você terminou de usar o meu pau, eu vou deixar que cada filho da puta saiba que agora você é minha, — rosno contra seus lábios. — Eu sempre fui sua, — ela ri, inclinando-se sobre um cotovelo. Olhando fixamente para seu rosto corado, dói como a porra ver como ela é linda. Com tudo de ruim na minha vida é Lana que me traz o lado bom e quando ela disser 'Sim' vou manter apertada dentro de mim essa bondade. — Vista-se, você vai mostrar este anel para todos, — eu sorrio. Hoje me sinto mais alegre do que o dia em que recebi meu patch do Lost Souls. O que mais precisa um homem na vida? Tenho a minha mulher e meu clube. Levou um maldito longo tempo para colocar o clube de volta em um bom equilíbrio. Quando tomei o martelo recebi de herança um monte de maus negócios deixados por Michael. Reorganizar nossas negociações tem tomado muito tempo e agora estamos finalmente em um nível onde podemos relaxar, até certo ponto. Parece que temos algum filho da puta tentando explodi-lo novamente. Eu não tenho medo de nadado que está por vir. Vou proteger o que é meu e vou desfrutar em apagar a ameaça que está atualmente nas nossas costas. Por agora vou aproveitar o que está ao meu lado e que é Alannah. Totalmente vestida e amarrando o cabelo, não posso esperar mais. — Você pode levar mais tempo, baby? — Pergunto, perdendo a paciência. — Me perdoe se eu não quero ficar com um cabelo acabei-defazer-sexo quando chegarmos lá fora, — ela sorri, brincando. — Acho que fica perfeito em você, — sorrio. — Você acha, — ela ri, — Ok, eu estou pronta.

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À medida que entramos no bar, um monte de irmãos ainda esta por ali. Chamo a atenção e todos eles ficam em silencio. — Vou fazer isso bem rápido. Pedi para Alannah se casar comigo e ela disse que sim, — grito para todo mundo ouvir. Sob a figura calma e serena que tento manter, eu não poderia estar mais feliz. Libero a mão de Lana e passo meu braço em torno de seu pescoço, puxando-a para mais perto ao meu lado. Quando ela sorri, faz tudo valer a pena, e hoje seu sorriso se estende até o outro lado de sua mandíbula. Ela segura a mão esquerda para cima e mostra seu anel. Oak é o primeiro a felicitar-nos e agarra Lana em seus braços. — Isso é uma boa notícia do caralho, — ele sorri. — Já era hora, — acrescenta Sparky, me batendo nas costas e rodando Lana em seus braços assim que Oak a soltou. E pensar que eu costumava ficar com ciúmes do relacionamento de Sparky com Lana. Eles tem uma tal maneira fácil entre eles e quando eu não conseguia chegar perto dela isso me deixava louco. Agora sei que ela é minha, seu amor por ela é o que me dá paz de espírito se eu não puder estar lá por ela. Nosso anúncio do noivado tornou-se uma desculpa para uma festa e todo mundo acha rapidamente uma bebida. Alannah faz rondas mostrando seu anel e eu sento no bar observando a minha família. Quem quiser nos derrubar, eu desejo-lhes boa sorte.

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Capítulo cinco KRISTEN Tomar a decisão esta manhã de ficar por aqui foi fácil. Zachery e eu poderíamos aproveitar uma pausa em viajar de carro e isso me daria a chance de descobrir o nosso próximo passo. Me sinto satisfeita por Alannah ter sido apenas uma amiga de Billy, não que eu tenha qualquer direito sobre ele para ficar com ciúmes dela. Quando Billy foi embora eu sabia que provavelmente nunca iria vê-lo novamente e, para ser honesta, não tinha lhe dado um segundo pensamento, até que vi o resultado positivo do teste de gravidez. Ainda acho que eles estão escondendo alguma coisa de mim. Não tenho a menor ideia do que poderia ser e não tenho pensado muito em como vou descobrir. Eu sei que vou deixar isso de lado por esta noite. Os choramingos exigentes de Zachery só podem significar que é hora do jantar. — Mamãe também está com fome, bebê, — concordo, levantandoo em meus braços. Seus profundos olhos castanhos não parecem nada com os meus verdes, ele definitivamente os herdou de seu pai. Ao contrário de seu pai, os olhos de Zachery são poços profundos de pureza e inocência. No entanto, quando ele esta fazendo bagunça, seus olhos castanhos profundos iluminam-se. É assim que me lembro do olhar de Billy. — Devemos ir comer alguma coisa? É claro que não recebo resposta. Ele não fala muito ainda e não mostra nenhum sinal de tentar. O máximo que eu ouço dele é quando está com fome ou cansado.

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Coloco-o de volta no chão com seus tijolos de brinquedo e procuro ter certeza de que tenho minha bolsa e as chaves do carro antes de sair para o jantar. Não pude trazer todos os seus brinquedos com a gente, só os seus favoritos. O resto ficou guardado em Miami. Quanto ao motel que nós estamos ficando, é o mais bonito e mais limpo em que ficamos nessa viagem. Nunca antes fiquei sem saber para onde minha vida estava indo. Mesmo quando criança sempre tive objetivos e sempre os alcancei. Uma vez eu queria uma bicicleta maior, mas meu pai disse que era muito pequena para montá-la. Passei uma semana andando muito vacilante nela até provar que ele estava errado. Quando comecei o ensino médio queria fazer parte da equipe de torcida. Depois de um monte de dores musculares e contusões, finalmente cheguei à equipe e passei o ensino médio ao lado do namorado atleta popular e as amigas loiras com sorriso-na-sua-frente-e-depois-vou-esfaquear-suas-costas. Mesmo quando meu pai estava doente, sempre soube que eu tinha que ter certeza que seu negócio não sofreria por isso. Entre a minha mãe e eu, nós mantivemos tudo funcionando. Quando Zachery nasceu, nós tivemos que trabalhar muito mais, mas conseguimos. Fizemos uma boa equipe. Mas, quando meu pai morreu, nós ficamos perdidas. Eu não poderia enfrentar a abertura da loja, enquanto ele não ia aparecer e minha mãe não poderia enfrentar a viver na casa que compartilhavam há mais de trinta anos. A morte de Billy jogou meu plano completamente no ar. Meu plano agora é inexistente, mas estou confortável com isso. Há uma forte batida na porta. Suponho que é o gerente do motel novamente, perguntando se estamos bem. Mas, quando dou uma espiada pela janela tudo o que vejo é couro e jeans. Ele bate de novo pulo para trás olhando para Zachery. Eu não vi Alannah com ele. Por que ele iria vir aqui sozinho? — Eu sei que você está aí. — A voz profunda e sedutora atravessa pela porta. Me movendo rapidamente, puxo a corrente e abro a porta, tanto quanto a corrente permite. Sem a visão bloqueada pela porta, vejo que é Slade e ele está carregado de recipientes que parecem ser de comida. ~ 40 ~


— O que você está fazendo aqui? — pergunto, sem querer soar tão cortante. — Eu achei que você poderia preferir alguma comida caseira em vez de merda da lanchonete de Hank. Ele está certo, eu preferiria alguma comida caseira. Tem sido muito tempo que não comemos algo que não foi frito ou cozido em gordura. — Você vai abrir a porta? Estes não estão ficando mais leves, — ele sorri. Verificando seus braços musculosos, eu duvidava que ele estivesse lutando com o peso das sacolas com alimento. Fechei a porta de novo e destravei a corrente. Quando a porta estava aberta, ele olhou em volta, e, quando viu a pequena mesa no canto, colocou os recipientes nela e puxou uma cadeira. — Sente-se. Quem diabos ele pensa que é entrando e mandando em mim? — Zachery precisa comer também. Não sei por que digo isso. — É claro que ele precisa, — diz ele, incapaz de esconder sua risada da minha falta de jeito, — Há muito para ele também. Agora, venha comer antes de esfriar. Trouxe até mesmo pratos e talheres com ele. Enquanto ele está servindo a comida fico com água na minha boca, então pego Zachery e o sento no meu colo. — Você vai ser capaz de comer assim com ele no colo? — Ele pergunta, apontando para Zachery. — Sim, você aprende a se adaptar à hora das refeições, quando você precisa, — Digo a ele. — Além disso, não há uma cadeira para bebês aqui, — dou de ombros. Ele coloca dois pratos de massas e frango na nossa frente e assume a segunda cadeira para si mesmo, carregando o seu próprio prato. — Você que cozinhou isso? — Pergunto. ~ 41 ~


A julgar por sua aparência, eu não o via em frente a um fogão cozinhando. — Não, um das old ladies fez, — respondeu ele. Isso é mais parecido com ele. Espero que a senhora não seja muito velha, eu odiaria o pensamento dele fazendo-a cozinhar só para mim. Zachery não estava tentando tocar a sua comida, ele estava mais interessado em assistir Slade. Estava na metade da minha refeição antes de Slade começar a comer. Assim que Zachery notou isso, ele começou a comer também. Quando Slade colocou o garfo sobre o prato e tomou um gole de sua cerveja, Zachery colocou o garfo também e pegou o copo de suco. Que estranho. Além do barulho de Zachery sorvendo seu suco, o quarto estava silencioso, muito tranquilo. — Você sempre bebe e dirige? — Pergunto, apontando para sua cerveja. — Nem sempre, mas é apenas uma. Quando Slade começou a comer de novo, Zachery fez o mesmo. Ótimo, ele não vai dizer ‘mama’, mas ele vai copiar tudo de louco que os motoqueiros fazem. — Esta comida é realmente boa, muito obrigada por pensar em nós, — eu digo educadamente. É nesse momento em que ele sorri, um sorriso de um canto de lábio. Que o vejo de forma diferente. Ele não se parece mais com um criminoso em couro, ele parece um cara normal. Apenas um cara normal com um sexy sorriso e que foi inteligente o bastante para nos trazer comida. — Não foi nada, eu tinha um favor a cobrar, — ele murmura. — Como é que uma old lady pode lhe dever um favor? — Pergunto, intrigada que tomaria favores de idosos.

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— Você sabe muito sobre clubes como o nosso? — Ele pergunta se divertindo. Balanço minha cabeça negativamente e aguardo para ver onde ele vai chegar com essa pergunta. — Quando eu digo 'old lady' não quero dizer uma verdadeira senhora. Em um clube como o nosso, quando nos estabelecemos em um relacionamento de longo prazo ou casamos, a mulher recebe o título de 'old lady'. Isso significa que ela pertence a um irmão e de mais ninguém, ela não é compartilhada pelo clube. Todo mundo sabe quem ela é e a trata com respeito. Aproveito esta informação e parte de mim sente como deve ser controlada e classificada como pertencente a alguém, então a outra parte se sente segura de ter alguém comprometida com isso. — Você tem uma old lady? — pergunto. Mais uma vez, ele olha para mim com seu sorriso assimétrico. — Não. — Você gostaria de uma old lady ou você gosta de compartilhar as mulheres com o resto do clube? Assim que as palavras deixam a minha boca me encolho internamente com o quão longe a minha curiosidade está indo. — Eu sinto muito, isso realmente não é da minha conta. — Não se preocupe com isso. Para responder à sua pergunta, não sou contra me estabelecer como alguns dos meus irmãos. Quando o fizer, eu não vou foder outra. Assim que eu souber que é ela a pessoa certa, vou saber que ela vai ser minha old lady, — diz ele, se inclinando sobre a mesa. Me inclino para mais perto. — Como você vai saber que é ela? — Porque ela vai ser bonita. Ela vai ser tudo que eu preciso, tudo o que quero. Pura e gentil, mas forte e tenaz como um todo, — ele faz uma pausa e cobre as orelhas de Zachery com as mãos, e em seguida, sussurra: — Ela vai deixar o meu pau tão duro que vai constantemente doer. Ela vai ser minha e ela vai me querer tanto quanto eu a quero.

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Assim que ele terminou, ele libera os ouvidos de Zachery e se inclina para trás, me deixando sem ar. Por uma fração de segundo, e quero dizer fração de segundo, eu imagino o que seria se ele sentisse esse desejo intenso por mim. Então volto a realidade e me recupero. — Oh Zachery, olhe a bagunça que você fez, — digo rapidamente, tentando mudar de assunto. Quando tiro seu prato, ele se contorce para sair do meu colo e engatinha para seus tijolos. — Ele não come muito, — murmura Slade. — Ele comeu o suficiente. Enquanto limpo a massa de cima da mesa, Zachery traz seus tijolos um por um e os dá para Slade. Eu não poderia deixar de sorrir, ele obviamente não estava confortável em torno das crianças. Pego os pratos, raspo as sobras no lixo e os lavo na pia do banheiro. — Você vai ter que se lembrar de lavá-los adequadamente mais tarde, — falo do banheiro. — Eu vou. Vem cá, minha vez de fazer perguntas, — ele chama. Ao contrário de minhas primeiras suspeitas deles escondendo alguma coisa de mim, eu não tenho nada a esconder. Com Zachery brincando tranquilamente com seus brinquedos, sento à mesa. — Pergunte, — sorrio. — O que você estava esperando acontecer quando você pensou em encontrar Billy aqui? — Estava esperando encontrar Billy e esperava que ele aceitasse Zachery e fosse uma parte de sua vida. — E uma parte de sua vida também? — Pergunta ele. — Billy e eu não éramos assim. Éramos amigos que dormiram juntos um par de vezes, — explico mais uma vez. — Como você conheceu Billy? — pergunta ele.

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— Ele tentou penhorar algum ouro, acabou que metade era falso. Ele esperava que eu só fosse verificar algumas peças e pagar todo o peso. Quando eu disse que só iria pagar pelo ouro verdadeiro, ele riu e disse que estava tentando a sua sorte. Ele veio mais algumas vezes e cada vez ficou um pouco mais, nós conversamos e depois nos encontramos para algumas bebidas. Então, uma noite, quando eu estava fechando a loja, ele entrou dizendo que estava indo embora. Ele não disse o que tinha feito, só que estava em apuros. Nós ficamos em contato por um par de meses, então eu não consegui mais contato com ele. — Você trabalhou em uma loja de penhores? — Ele perguntou, parecendo completamente surpreso. Foi como se ele prestou atenção em tudo sobre a minha vida, mas não sobre a parte de Billy nela. — Era o negócio do meu pai. Quando ele ficou doente eu assumi e gerenciei para ele. Eu tinha ido para a loja com ele milhões de vezes enquanto crescia, então sabia como tudo funcionava. — Você deve ser capaz de lidar com você mesmo, e também trabalhar em um lugar como esse? — Eu não sou uma fracote se é isso que você quer dizer. Como você conheceu Billy? — Perguntei, virando a conversa de volta para ele. Desde o dia em que cheguei e fui para o seu mundo de motoqueiro, queria saber por que Billy se juntou a eles. Ele estava levando muito tempo pensando em sua resposta. Não pode ser tão difícil lembrar de como você conheceu alguém. Senti como se tivesse empurrando-o para uma resposta, mas me segurei, Slade não parece do tipo que gosta de ser empurrado em nada. — O conheci depois que ele se tornou um prospecto. Eu realmente não conhecia muito. Michael trouxe-o para o clube do nada, foi Alannah que passou mais tempo com ele. Parece que nenhum de nós o conhecia muito bem. — O que você acha que você vai fazer agora? — ele perguntou, trazendo o questionamento de volta para mim. — Nós provavelmente vamos seguir em frente em poucos dias, eu só tenho que descobrir para onde. ~ 45 ~


— Você podia ficar por aqui, — ele sugere. — Eu não conheço ninguém aqui. — Você nos conhece, — argumenta ele. Eu não sabia o que 'nós', era. Eu não sabia se ele estava se referindo a si mesmo e Alannah, ou o seu clube. Não importava que Billy quisesse ficar aqui, foi a sua decisão. Eu não consigo me ver ficando aqui. — Eu não tenho certeza sobre isso. — Bem, se você mudar de ideia posso ajudá-la a encontrar um lugar mais permanente, — ele oferece. — Obrigada, — digo rindo. — O que é tão engraçado? — Tenho a impressão de que você não me quer por perto, então você de repente aparece com comida caseira e agora está se oferecendo para me ajudar a encontrar uma casa. A diversão deixou seu rosto, era como se ele tivesse percebido o que tinha oferecido e estava lamentando instantaneamente. Ele se levantou abruptamente. Eu tinha ficado muito nervosa quando ele chegou para notar, mas, mesmo que ele não fosse particularmente um cara grande, sua presença conseguia encher a sala. Não havia dúvida de que ele tinha um lado perigoso e escuro, mas há algo sobre ele que grita que ele é diferente. O primeiro motoqueiro que eu conheci aqui foi Linc. Eu tinha-o julgado corretamente desde a primeira vez que o peguei olhando de soslaio para meu decote. — Eu deveria ir, está ficando tarde e você precisa cuidar do seu menino, — disse ele, ignorando completamente o que eu estava dizendo. A mudança repentina nele me fez arrepender pelo que eu tinha dito. Enquanto ele coloca as tampas de volta nos recipientes, eu pego os pratos e talheres na pia e passo para ele.

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— Certifique-se de trancar depois que eu sair, — ele ordena, indo para a porta. Antes que eu possa dizer uma palavra, ele se foi.

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Capítulo seis SLADE Eu não devia ter ido embora como fiz ontem à noite, mas eu não conseguia dizer mais uma porcaria. A melhor coisa para ela fazer é deixar a cidade e seguir em frente com sua vida, não ficar por aqui. Eu posso ver porque Billy tinha se ligado a ela, ela é quente e seu corpo cheio de curvas. Quando fala, faz com que você queira ouvir, não só para ouvir o que está dizendo, mas porque você quer ouvir a voz dela. Ouvi-la dizer que com ele era apenas amizade fez o ciúme que eu sinto acalmar um pouco, mas ainda me irrita que ele esteve com ela. Depois que cheguei em casa ontem à noite, o pensamento dela hospedada no motel me irritava. Ela não deveria estar em um lugar assim com uma criança. Ela não sabe onde está indo a seguir, mas algo sobre ela me diz que tem uma boa cabeça, e não vai fazer nada arriscado. Cas quer que eu fique de olho nela, então é isso que eu vou fazer. Uma vez que eu resolver toda a merda que eu preciso fazer hoje, vou encontrar outra desculpa para vê-la. Batendo na porta do Sparky, sou cumprimentado por uma Bonnie despenteada. — Cristo, não vocês dois não se desgrudam? — Provoco, enquanto a sigo até a cozinha. — Eu não posso fazer nada se o meu marido não pode me deixar em paz, — ela ri, — por que você está aqui tão cedo, afinal? — Eu queria trazer isso de volta antes de se tornarem um elemento permanente em minha camionete, — digo, colocando os recipientes sobre o balcão e tomando um lugar à mesa. ~ 48 ~


— A comida estava boa? — Ela pergunta. — A comida estava excelente, como sempre Bom. Ela adorou, — eu sorrio. Bonnie se vira para carregar a máquina de lavar louça e estreita os olhos para mim. — O quê? — Você está feliz que ela gostou. Ela não está fazendo uma pergunta, está afirmando-o como um fato. — É claro que estou, não queria uma viagem perdida. — Não foi isso que eu quis dizer, você... Eu não sei... Você gosta dela, não é? Inferno, porra! Como diabos ela descobriu isso a partir de uma frase? — Foda-se Bon, ela é da conta de Billy, não minha, — digo na defensiva. — Pelo que me disse Alannah, Kristen e Billy não eram nada um para o outro. — Você e Alannah falam demais. — Nós somos mulheres, o que você esperava? — Ela ri, virando-se para terminar de carregar a máquina de lavar louça. A mudança de Bonnie desde quando ela passou pela primeira vez através da porta do clube é impagável. Demorou muito tempo para ela sair de si mesma depois de tudo que ela passou com o clube de seu pai. Ela passou de quieta e quebrada a forte e confiante. Eu não culpo o meu irmão por derrubá-la e colocar um anel no dedo dela antes que a poeira baixasse em torno deles. Se eu estivesse em suas botas, teria feito o mesmo. Eu sempre gostei de Bonnie. Uma vez que ela permitisse que você entrasse, você podia ver que ela é engraçada, bem como doce. Qualquer pessoa do lado de fora pode ver que Sparky a completa. Ela pode segurar sua onda e ela provou isso na noite em que foi forçada a tirar a vida de seu irmão, mas, ao invés de recuar quando descobriu que a vida ~ 49 ~


é difícil, ela se segurou em Sparky e ele está muito feliz em ser seu protetor. — Com ela se hospedando na cidade, quem sabe o que vai acontecer? — Ela sorri. — Ok, eu vou embora. É muito cedo para esta merda, — digo, levantando para sair. — Que merda? — Sparky pergunta, entrando na sala carregando o bebê JJ em seus braços. Ele vai direto para Bonnie e beija-a como eles fossem as únicas pessoas na sala. — Slade gosta da nova garota na cidade, — ela o informa, afastando-se um pouco e me jogando aos lobos. — É mesmo? — Não, não é. Como eu disse, vou embora. — Espere, eu vou sair com você. Sparky entrega o JJ para Bonnie e me segue para fora. — Obrigado novamente pela comida Bon, — eu falo. — De nada. Se você quiser impressioná-la com comida de novo, é só me avisar, — ela fala de volta. Posso ouvir a diversão em sua voz e eu sei que essa não vai ser a última vez. — Tenho tentado falar com Oak, mas ele não está atendendo minhas chamadas. Se você o ver, pode dizer para me ligar? — Claro. — Obrigado, irmão... — Ele é interrompido por seu toque celular. — É Cas, — ele me informa. Espero para saber se vou ser necessário. O telefonema todo não dura mais de trinta segundos. — Precisamos ir ao clube. Cas tem uma resposta sobre Ricky e ela não parece boa. — Não achei que seria, — Eu suspiro. — Vou atrasar cinco minutos e depois vou atrás de você, — diz ele, olhando para minha camionete. — Onde está a sua moto? ~ 50 ~


— Está no clube, algo não está funcionando direito nela. Cas estava sustentando a barra quando eu cheguei. Sparky entrou 20 minutos mais tarde. — Você ouviu de Oak hoje? — Cas pergunta, caminhando em direção a sala dos fundos. — Tentei chamá-lo esta manhã, mas só consegui seu correio de voz, — respondeu Sparky. — Tenho um mau pressentimento de que alguma merda ruim está prestes a entrar em erupção em cima de nós. Tomando nossos lugares, todo mundo começou a empilhar o quarto. Pope foi o último e comentou sobre a ausência de Oak. — O que está acontecendo Cas? — Eu estava com Banksy no telefone antes. Ricky não pode solicitar fiança e ele está dizendo que armaram para ele. — Por quem? — Pergunto. — Boa pergunta do caralho. O negócio tem sido bom ultimamente. Nenhum de nós teve qualquer problema, quem diabos estaria atrás de Ricky? — Sparky pergunta. — Eu pretendo descobrir. Banksy ira vê-lo mais tarde hoje, eu disse a ele que quero saber todos os movimentos de Ricky nas últimas semanas, quando ele não estava com qualquer um de nós. Alguém chegou perto o suficiente para plantar merda sobre ele e quero saber quem. Quando estou a ponto de dizer que também vou olhar seus movimentos, Oak invade a sala, batendo a porta atrás de si. — Onde diabos você esteve irmão? — grunhe Sparky. Oak esta claramente chateado e despenca em sua cadeira, jogando um monte de bilhetes em cima da mesa. — Porra de bilhetes de merda. Me seguraram no tribunal por mais de três horas, com mais de dois mil e cem dólares em multas. Excesso de velocidade, violações de estacionamento e muitos outros para eu fodidamente lembrar. — Você foi parado como? — Pergunto. ~ 51 ~


— Essa é a merda de mentira. Eles vieram atrás de mim do nada. Assim que eu estava fora da minha moto, eles tinham me derrubado no chão e estavam gritando meus direitos. Aparentemente, eles tinham uma dica de que eu estava carregando uma arma escondida. Quando descobriram que eu não tinha uma merda em mim, eles tentaram achar ‘tudo’ e ‘qualquer’ coisa que podiam. — Foi armado para Ricky, agora você. Algo definitivamente está pegando, — Cas murmura agitadamente. Ele esfrega o queixo enquanto ele contempla o nosso próximo passo. — Ok, todo mundo fique de olhos abertos. Ninguém traz nada para o clube e, novamente, não carreguem qualquer coisa que não esteja licenciada. — Se é isso, eu preciso de uma bebida, — grunhe Oak. Nada está acabado, mas Cas bate o martelo. Oak lentamente arrasta sua velha bunda da cadeira e os outros o seguem. Lá fora no bar, Cas me chama e eu o sigo em seu escritório. — O que está acontecendo com a menina de Billy? — Ele pergunta, me observando de perto. — Não há muita coisa acontecendo e ela não é garota de Billy. O nome dela é Kristen. Algo rói dentro de mim sempre que ela é referenciada como a garota de Billy. — Quanto tempo ela esta planejando ficar na cidade? — Não tenho certeza, eu não acho que ela saiba ainda. — Digo a ele. — Sei que nós não estamos escondendo nada que temos feito, mas se ela descobrir como Billy realmente morreu e contar a pessoa errada, bem, não preciso dizer o quanto de malditos problemas que isso traria. Qualquer coisa que Cas me pediu para fazer, eu fiz. Eu nunca senti nada além de respeito por ele, especialmente porque ele é meu presidente. Ele levou-nos em uma boa direção, estável desde que assumiu o martelo, mas ao ouvi-lo falar comigo como se eu fosse o único que iria abrir a boca para dedurar Kristen, me irrita pra caralho. ~ 52 ~


— Irmão, você não precisa me dizer nada. Ela certo como a merda não saberá de nada por mim. Não acho que ela não acredita no acidente de carro. A única razão pela qual ainda está aqui é porque ela não tem outro lugar para ir. Ele balança a cabeça lentamente assimilando tudo o que eu disse. — Ok, você ainda está bem em manter um olho sobre ela? Não só para ter certeza que ela não ouça nada, mas para ter certeza de que ela e o garoto estão bem, — ele pergunta. — Sim, estou bem. Vou passar pelo motel depois que terminar minha moto. Saio logo depois e vou até a garagem. O calor é escaldante quando sai do bar com ar condicionado. A primeira imagem que tenho é de como Kristen ficaria com este calor. Garanto que ela não estaria vestindo um monte de roupas e eu lamberia feliz as gotas de suor escorrendo de seu peito. Aposto que ela tem um gosto doce do caralho. Puta merda, preciso da minha moto na estrada e no caminho para o motel. Foda-se uma desculpa, preciso vê-la em breve, com ou sem alguma desculpa burra.

***

KRISTEN

O ar-condicionado do motel estava à beira de explodir. Já aproveitei dois cochilos de Zachery hoje e tomei duas chuveiradas frias apenas para me refrescar. O gerente desprezível estava mais interessado em me checar do que ouvir a minha reclamação sobre o ar-condicionado. — Você está me ouvindo? Eu disse que o AC precisa ser verificado. Estou com muito calor e estou começando a perder a paciência. Dizer que me sinto autoconsciente é um eufemismo. O gerente do motel, Toby, provavelmente em seus trinta e tantos anos e o cara mais feio que eu já conheci, está constantemente conversando com meus seios. ~ 53 ~


— Você sabe, você é muito boa para os tipos daquele clube. — Eu sinto muito? — Pergunto surpresa com sua audácia em enfiar o nariz em meu negócio. — Você parece uma garota decente, você não deveria ficar à toa com eles. Eu o vi ontem à noite, saindo tarde. Será que ele está me espionando? — Eles são problema, se você tiver bom senso, vai ficar longe, — finaliza. — Realmente não é da sua maldita conta com quem eu falo. O seu negócio é o ar-condicionado. Se não for consertado até que eu volte, vou gastar o meu dinheiro em outro lugar, — digo. Estou totalmente sem paciência agora. — Vamos Zachery, vamos sair daqui. Só quando já estamos no carro saboreando a explosão fresca de ar frio sobre a nossa pele que me dou conta do que ele disse. Eu tinha adivinhado que eles eram problema. Meu instinto se acalmou um pouco após o encontro com Alannah e passar algum tempo com Slade. Meu pai sempre dizia 'Não julgue alguém que passa pela sua porta, o exterior quase nunca reflete o verdadeiro interior'. Eu já tinha visto isso por mim mesma varias vezes na loja. Homens bem barbeados, vestindo ternos caros e penhorando os diamantes de suas esposas. Pela sua aparência, você poderia pensar que tinham muito dinheiro, mas não, eles discutiriam o preço que oferecemos sempre dizendo que não era suficiente. Até agora, Slade e Alannah não me mostraram nada diferente de bondade. Não há nada que eu poderia dizer ou fazer que justificasse problemas com eles, tanto quanto eu soubesse. Talvez seja hora de seguir em frente, algum lugar onde o clima não fosse tão quente e abafado. Miami não seria mais como minha casa sem o meu pai lá. Talvez eu pudesse dirigir até minha tia Helen e ver a minha mãe. Eu sei que ela sente nossa falta desesperadamente. Saio com o carro e decido descobrir o que puder sobre Billy antes de sair desta cidade. Não preciso falar com qualquer um dos motoqueiros, só Alannah.

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Enquanto dirijo pela entrada do clube, sinto como se tivesse entrado um universo diferente. Estaciono no mesmo local da última vez que estive aqui e desligo o motor. As portas ao meu lado estão todas abertas neste momento e caras estão trabalhando em motos e carros. Com o sol escaldante alguns dos caras estão sem camisa, e a cena diante de mim é ridícula. É claro que eu já vi caras sem camisa com abdome definido antes, mas esta visão na minha frente não era nada comparada as que eu tinha em casa. Ao lado de uma das motos há mais dois rapazes sem camisa, um puro músculo e um retrato colorido em forma de tatuagem. Me lembro de vê-lo quando eu cheguei aqui. O outro cara está de costas para mim, ele não é tão musculoso quanto o outro cara, mas há algo muito mais quente nele. A forma como seus músculos se move em torno de seus ombros enquanto ele joga uma peça da moto de mão em mão na frente dele enquanto escuta o que o outro cara está dizendo é memorável. Talvez seja uma lei por aqui que você tem que ter tatuagens e ter um abdome definido digno de uma revista de esportes. Com o arcondicionado ligado e este ponto de vista, eu não tinha nenhuma intenção de me mudar. Se olhar maliciosamente caras seminus quentes trabalhando em suas motos era um problema, então vou ficar muito feliz em me jogar diretamente no meio dele. Ok, se a visão das costas de um cara estão me ligando tanto assim, então é definitivamente a hora de começar a pensar em minhas necessidades. Minha ilusão de gostosura foi imediatamente quebrada quando um cara que deve estar no final dos seus quarenta anos ou possivelmente no início dos cinquenta anos, com o peito nu de fora apenas marginalmente coberto por seu colete entrou. A visão de sua barriga de cerveja é suficiente para me atirar de volta à realidade e começar a tirar a minha bunda do carro. O som de minha porta fechando chama a atenção dos caras na moto. Eu solto um suspiro de alívio quando vejo que um dos caras é Slade. Assim que ele me vê, seu sorriso assimétrico se libera e elevem em minha direção. Desejo não ter liberado o meu último suspiro ao vê-lo vindo em minha direção, pois me pega desprevenida. Minha boca fica seca e me esforço para engolir. Nunca pensei como ele se pareceria sob suas roupas, mas, agora, tudo o que sou capaz de fazer é imaginá-lo em cima de mim sem calças em ambos. — Ei, o que você está fazendo aqui? — Ele pergunta. ~ 55 ~


— Eu queria ver Alannah antes de ir embora. — Você está indo embora? Eu pensei que você estivesse indecisa? — Estou indo ver a minha mãe, ficar lá por um tempo até que decida o que fazer, — eu sorrio. Seu sorriso desaparece. — Se o gerente do motel consertar o ar-condicionado no meu quarto, poderia ser tentada a ficar, — brinco, tentando convencer o seu sorriso a voltar. — Entendo, — ele franze a testa. — Eu seria capaz de tentá-la a ficar? — Pergunta ele, chegando um pouco mais perto. Estou pensando inferno, sim, seu corpo é definitivamente tentador o suficiente. — O que você usaria para me seduzir? — Flerto e me sinto bem. Sua boca se ergue no canto em um sorriso diabólico e ele fecha o espaço entre nós, se inclinando para mim. — Tudo o que tenho querida, — ele sussurra. Seu hálito quente batendo no meu pescoço nu me envia um arrepio da cabeça aos pés. Antes que eu possa responder, ele está indo embora. Sou deixada no lugar esperando o meu corpo se recuperar, se ligar ao meu cérebro e começar a funcionar novamente. Não demora muito e ele está voltando com Alannah ao lado dele. — Olá Kristen, — ela sorri. Me sinto uma suada confusão quente com este calor, mas Alannah parece que acabou de sair do chuveiro e fria como gelo. — Ei, eu queria saber se você tem a tarde livre. — Claro, você quer ficar aqui ou ir para outro lugar? — Ela pergunta. Se eu quiser pensar direito e me concentrar em uma conversa acho que vai ser melhor se eu não estiver perto de Slade agora. — Em algum outro lugar. Zachery precisa sair e brincar. — Sei exatamente o lugar, espere um minuto e já volto. ~ 56 ~


Slade não sai com ela. Abro a porta e ele caminha ao redor do carro até o meu lado. Não posso estar perto dele e permanecer normal. Deslizo em meu assento para esperar por Alannah, mas não é bom, porque Slade se ajoelha ao meu lado antes que eu possa fechar a porta. — Se você não estiver com pressa, você deveria ficar por aqui, — diz ele, sedutoramente. O que diabos está acontecendo comigo? Tudo que este homem está fazendo me deixa quente e não tem nada a ver com o sol. — Não estou com pressa, — me vejo dizendo hipnotizada. Seus olhos castanhos escuros são como piscinas de chocolate derretido, quando o sol bate você pode ver pontos de ouro neles. — Isso é muito bom. Alannah me pega de surpresa quando sobe no banco do passageiro. Eu pensei que ela ia com seu próprio carro. — Você está pronta? — Eu pergunto. — Sim, vamos. Te vejo mais tarde Slade, — ela canta, enxotandoo com a mão. Ele esmaga a mão dela rindo. — Vejo você mais tarde, — ele murmura, mas ele não está falando com Alannah. Ele está olhando diretamente para mim. Tendo seu olhar exclusivamente em cima de mim me faz sentir pesada e não é totalmente de uma maneira ruim. Quando ele se levantou e foi embora eu senti falta de sua presença. Quando ouço a respiração de Alannah quebrar imediatamente sei que eu estava prestes a ouvir o que ela pensava. — Não diga nada, — eu avisei. — Então, para onde estamos indo? — Para a minha casa. Eu tenho um quintal enorme para Zachery brincar, assim podemos conversar enquanto ele fica seguro. Se você não notou ainda Willows Peak não é exatamente pensada para crianças. — Me diga para onde ir. ~ 57 ~


— Seu lugar é lindo, — cumprimento-a, ao mesmo tempo que fico de boca aberta com sua casa e jardim. — Obrigada. Cas comprou para mim um par de meses atrás, — ela sorri, trazendo uma bandeja de chá gelado para o jardim. Zachery está feliz se perguntando o que fazer em torno de seu jardim, então aproveito a oportunidade para falar. — Então, você está com Cas? — Noivos, na verdade. — Parabéns. — Obrigada. Eu sei que você quer saber sobre o Billy, mas não há muito a dizer, — diz ela, com pesar. — Para ser honesta, eu não sei o que quero saber, — deixo escapar, — Tudo ficou tão confuso. Dirigi desde o outro lado do país para contar a alguém que eu só conhecia a alguns meses que ele tem um filho e depois descobrir que não posso porque ele está morto. Agora, parece que estou presa no limbo sem saber o que fazer a seguir. E simplesmente assim estou expondo a minha alma a uma estranha. Todas as suspeitas anteriores desapareceram. Eu não conhecia Billy, então como poderia saber o que estava acontecendo em sua vida naquele momento. — Eu sei que não nos conhecemos muito bem, mas, se você ficar na cidade, então você nos tem para lhe ajudar e quem sabe você pode até começar a gostar de alguns de nós mais do que de outros? — Ela sorriu, brincando. — O que é que isso quer dizer? — Pergunto, já sabendo o que ela está insinuando. Oh, vamos lá, o calor entre você e Slade lá no clube estava fora da escala. — Ela ri. — Oh, isso, isso não era nada. Ele estava apenas sendo educado e amigável. — Quanto tempo se passou desde que você esteve com uma companhia masculina? Eu não precisava de tempo para pensar sobre a minha resposta. — A última vez foi quando eu estava com Billy. ~ 58 ~


— Oh Deus, não admira que você estivesse prestes a entrar em combustão mais cedo, — ela riu. — Estive ocupada com Zachery. Não tive tempo para mim por um longo tempo, — admito. — Então, por favor, fique para me conhecer e para que eu possa tomar conta de vocês e você possa ter um pouco de liberdade, — continua ela, rindo. Eu realmente gosto do som disso, não largando meu filho com alguém para que eu possa sair, mas o pensamento de conhecer alguém bem o suficiente para compartilhar minha vida e, finalmente, ter tempo para ter um amigo. — Eu gosto do som disso, — sorrio. Antes de nos darmos conta, o tempo voa e o dia vira noite. Alannah oferece para nos preparar o jantar e eu aceito. Zachery tem estado em seu melhor comportamento hoje e adormeceu nos meus braços logo após o jantar. Ele ficou dormindo no carro na viagem de volta para o motel e até mesmo enquanto o pego e o carrego para o quarto. Depois que tomei um banho e estava prestes a subir na cama, notei que o ar-condicionado estava em bom estado de funcionamento novamente. Será que o gerente realmente o consertou após minha reclamação anterior ou será que Slade teve algo a ver com isso?

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Capítulo sete SLADE Dizer que eu estava chateado ontem à noite porque não consegui ver Kristen era a porra de um eufemismo. Sua paquera e brincadeiras ontem tinham me deixado mais duro do que eu já estive antes, demorou horas para tirá-la da minha cabeça. Me ocorreu que eu poderia me aliviar em uma das garotas do clube, mas o pensamento real de fazer isso me repugnou. De uma forma estranha eu não queria manchar minhas fantasias sobre Kristen dessa forma. Se ela quiser que eu a tente para ficar, não tenho nenhum problema em fazer isso. Vou tentá-la tanto que ela vai criar raízes nesta cidade e nunca mais sair. — Você está bem, irmão? — Sparky pergunta. — Você está olhando muito para o espaço. — Só pensando, — digo a ele. — Sobre a menina? — Ela tem um nome que você conhece, e eu estava pensando onde diabos estão Linc e os caras? Tenho merda para fazer e lugares para estar, — minto. — Esta cedo irmão, eles não vão demorar muito. O que é isso realmente? Você não tem sido você mesmo por um tempo. — Aprecio sua preocupação, mas estou bem. Na maioria das vezes esqueço sobre Billy, mas, em seguida, ele aparece em minha mente e me lembro que ela tem seu filho. Então me lembro que eles não eram um casal e, em seguida, ela me liga pra caralho e esqueço tudo. ~ 60 ~


Sinto a mão no meu ombro, enquanto escuto o trovão de motos se aproximando atrás de nós. Não há ninguém em volta por milhas e podemos fazer negócio em paz. Já era a porra da hora, penso para mim mesmo, saindo de cima da minha moto. Eu realmente não faço muito aqui além de agir como backup no caso de ocorrer algum problema. Todos cumprimentam todos de cada clube e, em seguida, os meninos de Linc começam a transferência de armas para as suas motos. — Ocorreu qualquer problema no caminho? — Cas pergunta a Linc, acendendo um cigarro. — Nenhum, o passeio foi muito suave. Não me incomodo em ouvir sua conversa jogada fora hoje ou qualquer outro dia, para ser honesto. Não costumo me sentir confortável em torno deles e hoje não é diferente. Não digo nada aos meus irmãos, porque é apenas a minha opinião pessoal e eles nunca se voltaram contra nós. — Será que a menina Kristen ainda esta por aqui? — Linc pergunta. Meu pescoço quase racha com minha rodada tão rápida. Por que diabos ele iria querer saber sobre ela? Mais importante ainda, como diabos ele mesmo sabe sobre ela? — Não sabia que você a conheceu, meu velho — Cas diz, casualmente. — Ela chegou quando estávamos indo embora na semana passada, corpo agradável e sua boca feroz. Cristo, eu poderia fazer um bom uso dela, — ele zomba. É o meu próximo movimento que eu sempre vou lembrar como o que mudou minha vida para sempre. Talvez ajude eu não estar tão ligado ao nosso MC de apoio e talvez não importe, porque o pensamento deste idiota até mesmo pensando sobre Kristen em qualquer forma, traz violência para o meu núcleo como nunca tinha experimentado antes.

~ 61 ~


Me lanço sobre Linc e o agarro pelo seu colete, empurrando-o em direção a van de seu prospecto. O empurro tão forte que espero que a porta lateral lhe deixe um hematoma. — Qual é a porra do seu problema garoto? — Linc sufoca, enquanto eu quebro minha mão ao redor de seu pescoço e aperto com pressão máxima. — Eu sei o que você gosta de fazer com suas mulheres. Você chega perto Kristen e eu pessoalmente corto suas bolas e alimento sua esposa com elas, — grito na cara dele. — Slade, o solte agora, porra, — Cas ordena. Encaro-o no olho por mais tempo do que o necessário apenas para ter certeza que ele sabe que estou sendo sério. — E me chame de garoto mais uma vez e eu não vou ouvir meu Prez. Não dou a mínima para quantos anos você tem, vou pintar o chão com seu sangue. Aperto seu pescoço uma última vez antes de Sparky e Pope me puxar e me levar de volta para a minha moto. — Acho que ela está fora dos limites, então? — Linc tenta brincar, sua voz grossa e falhando. Não lhe dou a satisfação de uma resposta. Cas sai com ele, sem dúvida suavizando o meu desabafo. — Se acalme irmão, — Pope oferece. Tenho certeza que estarei pronto para isso quando voltarmos para o clube, mas, agora, não há nada que alguém possa dizer que eu iria ouvir. Uma vez que as armas estão em posse de Linc, não demorou muito para que todos nós estivéssemos montados em nossas motos para sair. Linc caminha até mim enquanto Sparky e Pope se aproximam. Se é porque eles têm minhas costas ou se eles estão olhando por Linc, eu não sei e não me importo. — Não sabia que ela era sua. Quando estiver próximo de Willows Peak vou manter a minha distância, — ele oferece. Aceno com a cabeça, aceitando a sua palavra. ~ 62 ~


— Ela não é minha, mas ela com certeza como a merda não é de ninguém mais, — digo, alto o suficiente para que todos possam ouvir. — Aquele pequeno show que você fez não era nem mesmo para uma garota que você está fodendo, porra? — Ele ri. — Você sabe nada Linc. Eu sairia se fosse você, antes de sua risada realmente irritá-lo, — Sparky o adverte. Ele acabou se movendo e eu fiquei de frente para o olhar do meu Presidente. — Um cara só defende uma mulher assim quando eles se preocupam, — Pope declara. — Eu estou apenas olhando por ela, ninguém disse nada sobre gostar dela. — Isso definitivamente parecia gostar para mim, — solta Sparky. — Poderia ter se transformado na porra de uma bagunça, isso é o que parecia, — Cas rosna. Fico em silêncio, eu não vou pedir desculpas pelo que fiz, de jeito nenhum, nem no inferno. — O que quer que seja essa porra, consiga controle sobre ela. Se acontecer de novo, eu poderei não ser capaz de acalmá-lo. Eu realmente não poderia dar uma merda. Ele se acalmou muito rapidamente hoje, quando Cas saiu com ele. Linc sabe de onde seu estilo de vida vem e ele vai fazer o que for dito a ele, sempre. — Acho que ele entendeu a mensagem, — Oak ri, passando para sua moto. — Será que você realmente iria alimentar sua esposa com suas bolas? — Sparky pergunta sério, mas com uma pitada de diversão. — Eu quis dizer cada palavra. — Nesse caso, eu espero que ela lhe dê o quanto antes, irmão, — Sparky ri, subindo em sua moto, pronto para a viagem de volta. Eu não me incomodo em dizer a ele que não é assim, porque isso é exatamente o que é. Eu quero muito transar com ela. Um por um, os nossos motores rugem a vida e nós seguimos Cas para a estrada principal. ~ 63 ~


Estamos na estrada há não mais de vinte minutos antes do som de sirenes estarem nas nossas costas. Nos espelhos eu posso ver dois carros de patrulha chegando ao nosso lado. Cas sinaliza para seguirmos em frente. Ele vai continuar o tempo que ele pode, para dar tempo suficiente aos Devils Bastards para sair na direção oposta. Isso só funciona por um par de minutos. Cas sinaliza para encostarmos e, quando fazemos, os policiais saem de seus carros. Está parecendo que eu nunca vou conseguir voltar para Willows Peak hoje. Por mais de uma hora, somos pesquisados. Nossas motos são vasculhadas e detalhes de cada irmão chamados através de seus rádios para ver se qualquer um de nós tem mandados pendentes. Nós não temos e, eventualmente, estamos no nosso caminho novamente. Não é incomum sermos parados, enquanto andamos em maior número e vestindo nossos coletes, mas normalmente há apenas a estranha passagem de um carro de patrulha, não dois. No final da tarde nós chegamos a Willows Peak. Em vez de andar para o clube, viro para esquerda, sinalizando atrás de mim que estava saindo e me dirijo para o motel.

***

KRISTEN

Não foi só a conversa de ontem com Alannah que me tinha feito pensar que eu não conhecia Billy direito. Estive pensando isso desde que dirigi pela primeira vez em seu mundo. Ao longo da última semana e meia já estou cansada de pensar nisso, talvez não há nada que pensar sobre o que ele esteve envolvido. Ele simplesmente morreu antes de sua vida começar e antes que eu pudesse dizer sobre Zachery. E agora, tenho que tomar a decisão de por onde começar a nossa vida e como explicar a Zachery sobre seu pai quando ele for velho o suficiente.

~ 64 ~


Fiquei decepcionada ontem à noite quando Slade não apareceu. Deveria saber que caras como ele não iriam manter o que eles dizem. Sinto vontade de me bater, nada poderia ter acontecido de qualquer maneira. Sou uma mãe em um quarto de motel. O que eu esperava que fosse acontecer? Esta cidade está me deixando louca, toda uma carga de loucura hormonal. Estou fixada no primeiro cara que notei desde que engravidei e o transformei em algo que não é. Se controle, Kristen. — Vamos baby, vamos encontrar um parque para brincar? — Pergunto a Zachery, que mais uma vez só olha para mim sem responder. — Você pode dizer mamãe? Ma-mãe? — Eu digo, esperando que desta vez ele repita. Quando ele não fala, ouço a voz da minha mãe me dizendo que ele vai falar em seu próprio tempo. Sei que ele me entende, ele simplesmente não responde. Depois de uma rápida mudança de roupa e uma verificação de último minuto para ver que ele tem seus tênis ainda, pego minhas chaves e nós saímos. O dia não está tão quente como ontem, pela qual sou grata. Quando acordei esta manhã, notei que o ar-condicionado apenas não tinha sido reparado, ele tinha sido completamente substituído por um novo sistema. Comparado com minha terra natal, Willows Peak é tão pequena que é quase vazia. Você sempre pode conseguir uma mesa no restaurante mesmo que ele pareça sempre ocupado. As pessoas estão sempre entrando e saindo do motel, mas nunca os vejo em torno da cidade. Me pergunto como Billy veio parar neste lugar. Tantas perguntas sem resposta agora. Nunca pensei que seria uma mãe solteira e agora eu sempre serei. Vamos lá Kristen, já está na hora de lidar com isso. — Só eu e você, baby, — digo, enquanto coloco o último cinto no lugar do outro lado de Zachery. Os estouros ridiculamente altos de um motor de moto se aproximando me fazem pular e bater a cabeça na moldura da porta. Quando eu olho para cima vejo Zachery sorrindo. ~ 65 ~


— Mamãe com dor te faz feliz né? — Eu provoco, esfregando a parte de trás da minha cabeça. Me viro para encontrar Slade. De repente, é como se estivesse de volta na escola e me sentindo enjoada porque o capitão do time de futebol sorri para mim. Só que desta vez, estou me sentindo enjoada com emoção ao ver um motoqueiro bad boy que conheci na semana passada. Se achava que ele era quente ontem sem a camisa então hoje ele ultrapassou a escala. Ele para dois lugares acima do meu carro e cada movimento que ele faz me tem lutando para lembrar de como respirar. A forma como ele balança a perna por cima da moto quase me derruba. É a coisa mais quente que eu já vi um cara fazer. A forma como os jeans penduram ao redor dos seus quadris é fodidamente inacreditável. Seu colete de couro que, normalmente, não é a minha coisa, acaba de se tornar o topo da minha lista de coisas quentes em caras. Acima de tudo, é o seu sorriso de lado que me tem, seus brilhantes dentes brancos envoltos por esses deliciosos lábios dele. — Você vai a algum lugar? — Pergunta ele, caminhando até nos. — Eu estava prestes a levar Zachery para brincar antes que seja tarde demais, então parar no restaurante para o jantar. Você está convidado a se juntar a nós, — Ofereço. — Eu tenho uma ideia melhor, por que vocês não vêm até a minha casa, eu posso cozinhar algo melhor do que Hank. — Claro. A minha resposta é instantânea. Todo pensamento racional foi embora no momento em que ele apareceu. Enquanto ele vai até sua moto espero para segui-lo até sua casa, mas, depois de fazer o que ele faz em sua moto, ele caminha de volta para mim. Ele vem tão insuportavelmente perto que eu realmente acho que vai me beijar, mas ele pega as chaves do carro em seu lugar. — O que você está fazendo? — Pergunto. — Vai ser mais fácil se eu dirigir. Vou trazê-los de volta mais tarde e pegar a minha moto, — explica ele, se afastando. ~ 66 ~


— Você está insinuando que eu não conseguiria segui-lo? — Não sei se estou insultada ou emocionada. — Não estou insinuando nada querida... Entre. — Você é muito mandão, você sabe. É o seu encanto natural ou vem com a moto? — Pergunto, uma vez que estou no carro. — Um pouco dos dois, — ele ri, — Como estava seu quarto na noite passada? — Pergunta ele. Eu achava que Slade poderia ter tido algo a ver com o arcondicionado, mas realmente não acreditei que ele faria. — O que você fez? O gerente não poderia se importar menos quando falei com ele ontem. — Vamos apenas dizer que a minha imagem é mais assustadora do que seus atrativos, — ele ri. Sua imagem definitivamente me intimidou no início, agora ele está usando isso para me fazer sorrir. — No entanto, você fez isso, obrigada. Paramos em frente a uma casa bem cuidada. Eu olho em volta procurando algum lugar malcuidado, mas não há qualquer ao redor. Todas as minhas ilusões de como esses motoqueiros são e de como vivem estão lentamente sendo quebradas quanto mais tempo passo com eles. Com Zachery em meus braços, sigo Slade até a porta e entro na casa. É totalmente não o que eu estava esperando. A imagem de motoqueiro bad boy que ele exala não chega à sua casa. Ela é decorada de forma limpa e neutra. Ela tem os pisos de madeira originais sem carpetes, mobiliário moderno, com uma enorme TV pendurada na parede. Tudo sobre ela é tão normal. — Sua casa é linda, — digo, continuando a olhar ao redor. — O que você esperava? — Pergunta ele, divertindo-se com a minha reação. — Honestamente? — Pergunto. — A honestidade é sempre melhor. ~ 67 ~


— Esperava tapetes e cortinas esfarrapados, móveis quebrados, buracos na parede e garrafas de cerveja em todos os lugares. — E, no entanto, você ainda veio, — disse ele, olhando para mim diretamente no olho. — Sim, eu vim. Há muito mais por trás das palavras ditas entre nós. Tenho certeza de que não sou apenas eu me sentindo assim. Quebro o contato visual antes para tomar um minuto e olhar em torno para suas fotografias. Algumas delas são de sua moto. É as de uma senhora idosa e de uma mulher que parece ter a minha idade que chama minha atenção. A mulher que parece ter minha idade é bonita, seu cabelo escuro caindo em cachos soltos enquanto ela sorri amplamente para a câmera. Antes que eu saiba o que estou fazendo, pego a foto. — Ela é minha irmã, — murmura Slade atrás de mim. Alivio surge através de mim, por um momento estava imaginando se ela era uma antiga namorada. — Ela é linda, — digo, colocando o quadro de volta em seu lugar. — Muitos rapazes concordam com você, — ele resmunga. Me viro e sorrio. — O irmão mais velho protetor, hein? — Brinco. — O máximo que eu posso ser daqui. Ela não vê exatamente o lado ruim das pessoas, apenas o bom, e ela nunca pega um cara bom. — Essa é sua mãe? — Pergunto, apontando para as outras fotos. — Sim, ela vive no Texas agora, com Lily, minha irmã. — Você viveu aqui toda a sua vida? — Pergunto, intrigada com sua vida. — Quase, minha mãe nos mudou para cá quando eu tinha quatro anos de idade, depois de um mau divórcio com meu pai. — Você ainda vê o seu pai? — Pergunto. — Não realmente, ele tem sua vida e eu tenho a minha. Elas não se misturam bem. ~ 68 ~


Se meu pai ainda estivesse vivo eu não poderia imaginar não tê-lo em minha vida. — Existe alguma coisa que Zachery não pode pegar se eu colocálo no chão? — Pergunto, mudando rapidamente do assunto pai. — Não, ele deve estar bem, a menos que ele consiga escalar. Vou pegar algo para beber. Eu coloco Zachery no grande sofá de couro, entregando-lhe o seu saco de tijolos e continuo olhando em volta. Slade vem de volta com duas cervejas e me entrega uma. — Se você vai nos levar de volta para o motel, então você não irá beber, — O aviso. Suas sobrancelhas atiram para cima na testa quando a garrafa está prestes a bater os lábios. — Você acha que eu não posso lidar com uma cerveja? — Ele pergunta, levantando uma sobrancelha para mim. — Eu acho que você pode lidar com um monte de coisas, mas você não irá nos levar se você tiver uma bebida, especialmente com meu filho no carro. — Justo. Durante a hora seguinte eu continuamente pergunto a ele sobre a cidade e sua vida aqui. Ele responde sempre e estou me perguntando o que o fez participar de um clube de moto? Deixo essa pergunta para um outro dia. Mais cedo Slade colocou um canal de desenhos animados para Zachery na TV e até agora eu não ouvi um pio dele. Slade esteve na cozinha durante os últimos vinte minutos, e, com a porta ao lado da sala de estar, eu me encosto no umbral dela para que eu possa falar com Slade e ainda manter um olho em Zachery. — Você sempre me surpreende, — digo a ele, observando-o misturar algo em um dos potes. — Como assim? — Ele sorri. — Você não me parece um tipo de cara que cozinha, só isso. — Você nos tem julgado desde o primeiro dia, não é? — Ele ri. ~ 69 ~


— Praticamente, sinto muito por isso. — Está tudo bem, a maioria das pessoas faz. E só para você saber, eu sei como cuidar de mim mesmo. Também sei usar uma máquina de lavar e um aspirador de pó. — Muito doméstico para um motoqueiro, não é? — Eu provoco-o. — Tenho mais talentos do que isso, — ele pisca. — Você vai ter que provar isso, — eu flerto. Pela primeira vez ele parece como ele me faz sentir, quente e necessitado. Eu não acho que é só comigo. — Se você ficar por aqui, eu vou. Não posso deixar de sorrir para ele. Sinto que deveria estar envergonhada ou horrorizada como eu estou agindo em torno dele, mas é ele que me faz sentir confortável para fazer isso. Mesmo com Billy eu nunca fui assim. — Eu deveria ter dado um banho em Zachery antes do jantar, — digo, antes de ir para a sala. Quando Zachery entra na conversa não desviamos muito para o território do flerte. Não há silêncio constrangedor durante o jantar. Ele me conta sobre o clube, embora tenha a sensação de que ele não está me contando tudo. Zachery faz sua coisa copiar-tudo-o-que-o-motoqueirofaz de novo, comendo quando Slade faz, bebendo seu suco quando Slade bebe sua coca. Slade percebe e come mais devagar para Zachery terminar sua refeição dessa vez. Um ato tão pequeno para outra pessoa é gigante para mim, nem todos se importam o suficiente para fazer isso. — Se a sua comida esfriar, você não tem que esperar por Zachery, — digo a ele, sabendo que Zachery poderia levar mais quinze minutos para terminar. — Se ele comer mais por minha causa, então não me importo, — ele sorri do outro lado da mesa. Slade tinha carregado uma das cadeiras com almofadas então Zachery poderia ter seu próprio assento e ainda alcançar à mesa. — Você teve um bom tempo com Alannah ontem? — Pergunta ele. ~ 70 ~


— Sim, ela é muito legal. Agora acredito que ela e Billy não estavam juntos. — Você não poderia estar mais errada sobre eles dois. Seria um problema se eles fossem um casal? — Não, ele era meu amigo, só isso. — Estou ficando farta de dizer isso, — Eu não vim aqui por mim, só por Zachery. Ele ouve a irritação na minha voz e deixa cair o tema de Billy. — Parece que Zach acabou, — diz ele, chamando minha atenção para o prato vazio. — Essa é a primeira refeição que ele já terminou, — admito alegremente. — Ele não fala muito. — Não, o único barulho que se ouve dele é o choro ou o riso ocasional. Estou prestes a limpar os nossos pratos quando Slade me afasta e ele mesmo carrega a máquina de lavar louça. Muito doméstico, de fato. Depois de limpar Zachery, estou de volta ao sofá me sentindo satisfeita após jantar bife e com ele adormecendo no meu colo. Slade vem da cozinha e, quando percebe Zachery, se junta a nós com cautela para não o acordar. — Estou feliz que você veio, — diz ele, em voz baixa. — Eu também, obrigada por oferecer, — respondo. — Deveria levá-los de volta, mas não quero que você vá embora. — Decidi ficar por um tempo, para que possamos fazer isso de novo, — ofereço, tanto quanto eu quero ficar, tenho Zachery para pensar. Ele acena nunca tirando os olhos dos meus e corre os nós dos dedos na minha bochecha. Me inclino em seu toque e sinto o ar picar a minha pele quando ele puxa sua mão para trás. — Vamos lá, vou levá-los de volta para o motel.

~ 71 ~


Depois de Zachery estar fixo em seu assento de carro e ainda dormindo, Slade está ao lado da porta do passageiro segurando-a aberta para mim. Antes que eu deslize em meu lugar, me inclino na ponta dos pés ponta pretendendo beijá-lo na bochecha, mas sua cabeça vira no último momento. Não afasto e nem ele faz. Seus lábios são tão suaves e tentadores que eu gostaria de ter feito isso antes. O beijo cresce mais esfomeado enquanto coloco meus braços em volta de seu pescoço e ele coloca os seus em volta da minha cintura me puxando apertada contra ele. Quanto mais beijamos, mais intenso se torna. Todo sentimento reprimido que eu tive desde o nascimento de Zachery explode em milhões de pedaços e eu me seguro em Slade e o beijo com tudo o que tenho. — Diga a palavra e eu vou levá-la de volta para dentro de casa, — ele rosna sem fôlego. Sua boca se arrastando pelo meu pescoço está me distraindo. Meu corpo dolorido grita para que eu diga as palavras, mas minha cabeça grita uma palavra, Zachery. — Eu não posso. — Eu sei. Não sei qual de nós soa mais abatido, ele ou eu? — Acredite em mim, eu realmente quero, mas não é certo com Zachery aqui. — Entendo, vá em frente e entre no carro antes que eu esqueça que ainda tenho algumas tendências de cavalheiro sobrando. Não posso evitar, o beijo mais uma vez antes de correr para o meu lugar. Me viro para me certificar se Zachery ainda está dormindo, ele está. Quando Slade entra e liga o carro, ele se concentra em minhas pernas nuas e respira fundo. Decidida a provocá-lo um pouco, tiro minhas sandálias e descanso os pés no painel. Meus shorts foram uma escolha muito boa esta manhã quando eu me vesti.

~ 72 ~


Ouço-o sibilar de frustração e seguro minha risada enquanto ele nos leva para o motel.

~ 73 ~


Capítulo oito SLADE É isso. Eu vou morrer. Mantendo meus olhos firmemente na estrada e tentando pensar em qualquer outra coisa menos em Kristen de pernas para cima no painel, sei que estou falhando miseravelmente. Meu pau nunca esteve tão duro. Me remexendo no banco tento me ajustar para que não seja tão óbvio que estou duro para caralho. Sei que ela sabe o que está fazendo e um dia, em breve, vou fazê-la pagar por isso, porque, sem dúvida, sei que ela me quer tanto quanto eu a quero. No meio do caminho da minha casa até o motel, o pneu da roda traseira estoura e o metal arranha ao longo da estrada. Parando ao lado da estrada, saio para encontrar o pneu traseiro estraçalhado. — O que está acontecendo? — Kristen pergunta, saindo do carro. — Por favor, me diga que você tem um estepe? — Claro, está no porta-malas. Claro que ela tinha um pneu sobressalente, mas ela não tinha as ferramentas para trocá-lo. Pegando meu celular do meu bolso disco o número de Sparky e espero que ele esteja em casa e não no clube. Sua casa fica a cerca de 10 minutos daqui. Ele atende no terceiro toque e pela primeira vez não soa como se eu tivesse interrompido ele e Bonnie. Não posso imaginar quantas vezes isso já aconteceu antes. — Sim. ~ 74 ~


— É Slade, você está ocupado? — Acabei de chegar em casa, por quê? — Ele pergunta. — Tenho um pneu furado e nada para fazer a porra da troca. Estou a apenas dez minutos de distância de você na estrada principal em direção ao motel, — digo a ele. — Estou saindo agora, — diz ele, antes de desligar. — Você dirigiu atravessando todo o país, sem nada para mudar um pneu? O que teria feito se isso tivesse acontecido antes? — Eu não sei. Teria dado um jeito. — Você deveria ser mais organizada. — Você está sendo mandão de novo, — diz ela, me empurrando de volta contra o carro. — Não comece algo que você não pode terminar, querida, — a aviso. — Quem disse que eu quero terminar? — Ela murmura. Em um movimento fluido, eu baixo o capô e a coloco em cima. Ela envolve as pernas ao redor da minha cintura e eu reivindico sua boca novamente. — Você está me matando aqui. Ela ri em minha boca enquanto eu pressiono meus lábios nos dela e é a coisa mais sexy que eu já experimentei. Não posso beijá-la sem me esfregar nela, e ela não me para também. Ela sabe que estou duro, porque eu não estou escondendo isso dela agora. Ela se aperta contra ele e não esconde o quanto ela está se perdendo nisso. Eu sei que nós não podemos fazer muito mais hoje à noite, mas seus shorts são tão curtos que posso passar um dos meus dedos por baixo e embaixo de sua calcinha. Eu gemo de frustração com quão molhada ela está. Este tem que ser o meu carma para o mal que eu fiz na minha vida. Uma mulher linda molhada para mim e nada que eu possa fazer sobre isso. Foda-se, é o que eu digo.

~ 75 ~


Assim que eu deslizo o dedo dentro dela ela cruza as pernas atrás de mim, quente pra caralho. Eu coloco um segundo dedo e foi aí que eu soube que ela não iria durar muito mais tempo. Ela morde meu ombro enquanto ela se aproxima do clímax. Quanto mais eu enfio os dedos dentro dela, mais forte ela morde. Eu nunca teria pensado que ela era uma mordedora, mas porra, se isso não é quente nada mais é. Esfregando seu clitóris com meu polegar termina com ela. Trago minha outra mão de suas costas até a cabeça, e a forço a olhar para mim. Por um momento eu estou atordoado. Kristen após o clímax é uma visão que eu quero ver sempre. A forma em que seus olhos estão vidrados é extremamente erótico. — Fale com Alannah, e logo. — Por quê? — Ela pergunta. — Então ela pode ser a babá. Porra, preciso estar dentro de você assim que possível. Ela está prestes a dizer algo quando ela tem que proteger os olhos de luzes se aproximando. Ela solta rapidamente as pernas e escorrega entre mim e o carro para descer. — Eu deveria ter um pneu furado com mais frequência, — ela sorri, sua mão passando sobre meu pau duro enquanto ela passa para o meu lado. — Isso pode ser arranjado. — Eu rapidamente me ajusto e me viro para ver Sparky chegando. — Irmão, obrigado. — Não se preocupe, vamos trocar isso logo. Bonnie colocou JJ para dormir e ela está esperando de mim, se você sabe o que quero dizer? — Todo mundo sabe o que quer dizer Sparks. Começamos a trabalhar e o carro fica pronto depois de dez minutos. — Te devo por isso. — Eu vou cobrar em breve, não se preocupe. ~ 76 ~


Kristen vem ao redor do carro e para ao meu lado. — Obrigado por ter saído de casa tão tarde, — diz ela, agradecida. — De nada. Eu sou Sparky, a propósito, — Ele oferece-lhe a mão e ela aceita. — Kristen. Ela não precisa dizer o seu nome, ele já sabe disso e muito mais sobre ela, mas ele não a deixa saber isso. — Bem Kristen, eu e minha old lady estamos tendo um churrasco amanhã. Você é mais que bem-vinda para vir com Slade. Eu sei como Sparky parece aos outros com sua grande estrutura e cabeça raspada coberta de tatuagens, mas de pé ao meu lado Kristen não está intimidada por ele nem um pouco. — Obrigada, estranhamente.

vou

ver,

diz

ela,

olhando

para

mim

Será que ela acha que eu não quero que ela vá? — Ela vai estar lá, — digo a ele. — Tenho que voltar. Slade, uma palavra, — diz ele, acenando com a cabeça para o lado. — Por que você não espera no carro, — digo para Kristen e ando com Sparky para sua caminhonete. — Não quis dizer em caso de Kristen escutar, mas você viu a causa de seu pneu furado? — Não. — Um prego de quinze centímetros, e não apenas um, mas cinco. Eu diria que um poderia ser um acidente, mas cinco em uma linha perfeita parece coincidência demais. — Você está dizendo que alguém fez isso de propósito? — Pergunto. — Não estou dizendo nada, estou surpreso que o pneu durou tanto tempo. De onde você veio a esta hora da noite, afinal? — Minha casa, eu a levava de volta para o motel. — Você que dirigiu até sua casa? ~ 77 ~


— Sim, por quê? — Se alguém viu você dirigindo, eles podem ter pensado que era o seu carro, — ele especula. — Se alguém estava atrás de mim, por que colocar alguns pregos em um pneu? Por que não mexer com os freios? A não ser que eles estavam esperando que Kristen ficasse sozinha? Pela segunda vez hoje, uma extrema violência estava prestes a entrar em erupção com o pensamento de alguém querer chegar perto de Kristen. — Pelo menos você está olhando por ela, nós também. Desta forma, você pode ser capaz de ficar um pouco mais perto dela, poupando você de tentar transar com ela no meio da estrada, — ele ri. — Foda-se, você não viu nada. — Nós vamos deixar Cas saber amanhã. Eu manteria um olho sobre ela hoje à noite, com Ricky alegando que ele foi enganado, quem sabe o que está acontecendo no momento. — Claro, mais uma vez obrigado por ter vindo. Você precisa que eu traga algo amanhã? — Nah, nós temos tudo organizado. Fique seguro irmão, me ligue se precisar de mim. Concordo com a cabeça e volto para o carro. Deus ajude quem tentar chegar perto de Kristen ou Zachery. Eu, pessoalmente, vou enterrá-los vivos. — Está tudo bem? — Ela pergunta. — Tudo está ótimo, — minto, mas oro que eu possa estar errado.

***

Dez minutos mais tarde, estamos sentados em seu carro, o motor desligado e em silêncio. Será que ela está lamentando o que aconteceu mais cedo? — O que você está pensando? — Pergunto desesperado para saber. ~ 78 ~


— Estou pensando que se você ligar a sua moto vai acordar Zachery e eu vou ficar acordada a noite toda com ele, — ela murmura maliciosamente. — Eu deveria ficar então. Isto é perfeito, posso manter um olho sobre ela sem que ela soubesse sobre isso. — Quer dizer, quero que você fique, mas não podemos..., — diz ela. — Ei, — me aproximo e seguro a mão dela, — Eu sei que não podemos, mesmo assim ainda gostaria de ficar. Além disso, você deixa muitos rapazes colocarem os dedos dentro de você ao lado da estrada? — Claro que não, — ela larga. — Bem, eu diria que isso meio que significa algo entre nós. Sei que vou estar dentro de você em breve... Eu posso esperar um pouco mais, — sorrio. — Espero que nós não tenhamos que esperar muito tempo, — ela sussurra. — Eu também querida, — me inclino e beijo-a levemente antes de me afastar. Eu disse que posso esperar um pouco mais, mas não se eu continuar me provocando com ela. — Você pega Zachery e eu vou trancar tudo. Espero pacientemente por ela tirar o garoto do carro e entrar no quarto para que eu possa dar uma olhada ao redor. Nada e ninguém fora do lugar que eu possa ver até agora. Caminho até seu quarto e ainda não vejo ninguém por perto. Fechando e trancando a porta atrás de mim, olho para fora da janela para verificar novamente. — O que você está fazendo? — Kristen sussurra do outro lado da sala, perto do berço do garoto. — Pensei ter ouvido alguma coisa, — digo a ela. Zach mal acorda quando Kristen coloca seu pijama. O amor brilhando em seus olhos quando ela o beija suavemente na testa e ~ 79 ~


gentilmente o coloca no berço é tocante. É o olhar que toda mãe deve ter todas as noites quando sua criança começa a dormir. — Volto em um minuto. Enquanto ela está no banheiro, me faço confortável na pequena mesa perto da janela. Quando ela volta, ela parece nervosa. Ela pega duas garrafas de água e se senta comigo à mesa. Por horas pergunto sobre sua vida antes de vir para cá. Algumas vezes durante a noite nos transferimos para a cama. Ela deitada de lado e eu recostado na cabeceira. Ela adormece me dizendo o quanto ela sente falta de seu pai.

***

KRISTEN

Normalmente sou acordada todas as manhãs pelo choro de Zachery. Esta manhã, o quarto está silencioso e Zach e eu não estamos sozinhos. Durante o tempo que leva para os meus olhos ajustarem-se ao quarto escuro, me lembro de ter adormecido enquanto conversava com Slade na noite passada. Somente quando me movo um pouco que eu sinto sua mão descansando no meu quadril. Ergo minha cabeça lentamente e vejo que Zachery ainda está dormindo. Esta é a primeira vez que ele dormiu durante toda a noite. Quando tento mover a mão de Slade, ele acorda, e de repente me sinto estranha. E ajuda quando eu vejo que ele tem o mesmo olhar ‘que-inferno’ em seu rosto. — Bom dia. Sua voz de manhã é mais profunda do que o habitual e soa rouca. — Shhh. Aponto para Zachery e ele entende. ~ 80 ~


Seu sorriso diabólico aparece e ele rola mais perto até que meu corpo está perfeitamente alinhado com o seu. Eu deveria estar me chutando por entrar nesta situação com um cara que eu mal conheço. Bem, além de nosso amasso em sua casa e aqui ontem à noite e agora ele estar na minha cama. Embora, não tenha acontecido nada entre nós. Deveria me assustar o quanto gosto de ele estar aqui, mas isso não acontece. — Não é que eu não goste de você aqui, mas você deve ir antes Zachery acordar. — Ok, vou voltar mais tarde para buscá-los, — ele sussurra de volta, sem fazer nenhum esforço para se mover. — Buscar-nos para o que? — Pergunto. — Para ir ao churrasco de Sparky. — Não sei se eu deveria ir, não conheço ninguém. — Você me conhece, e você conhece Alannah, — argumenta ele. — Ok, — eu cedo. — A que horas devo estar pronta? — Eu vou estar aqui as duas, — ele sorri. Antes que eu possa reclamar do meu hálito da manhã os seus lábios estão nos meus, mas antes que eu possa me acostumar ele se afasta e desliza para fora da cama. — Tenha cuidado quando você sair hoje, — diz ele, enfiando as botas, — Não quero mais nenhum pneu furado, — acrescenta rapidamente. Não acho que ele é mandão, como tal, apenas parece ser quem ele é. — Tenho certeza que você vai me resgatar motoqueiro mandão, — brinco, o mais silenciosamente que posso. Ele suspira e balança a cabeça, mas está sorrindo. — Vejo você em breve, — diz ele, dirigindo-se para a porta. Sei que estou sorrindo como uma menina boba de escola, mas aceno a cabeça e, em seguida, ele se foi.

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A ideia de ficar mais uma hora na cama falhou quando Zachery acordou com Slade ligando sua moto. Em vez de seu choramingo habitual, ele sobe nas barras sorrindo de orelha a orelha. Toda uma noite de sono definitivamente faz bem ao meu pequeno homem.

Slade chega mais cedo, as quinze para as duas. Felizmente, Zachery e eu estamos prontos para sair há uma hora. E nessa hora é quando meus nervos dispararam fora de controle. Não me sinto nervosa por ver Slade, muito pelo contrário. Me sinto nervosa sobre encontrar todos os outros. Esta era a vida de Billy e, de uma forma estranha, sinto que estou me intrometendo nela. — Você está pronta para ir? Vasculhando minha bolsa, tenho certeza de ter tudo, desde o meu telefone celular a uma muda de roupas para Zachery. Quando estou satisfeita que não esqueci nada, Slade nos leva até sua caminhonete. Depois de trancar a porta atrás de mim, encontro Slade já transferindo o assento de criança do meu carro para o seu. — Não seria mais fácil pegar o meu carro? — Digo, apontando o óbvio. — Eu não gosto de dirigir seu carro. — É uma coisa boa que não é o seu carro, então. — Rio. Quando termina de fixar a cadeira com segurança ele pega Zachery de mim e o prende ao cinto dela. Fico parada prestando atenção maravilhada. Zachery nunca permitiu que qualquer pessoa o tocasse, a não ser eu ou sua avó. Ele não faz um som enquanto Slade aperta as fivelas e garante que esteja seguro. — O quê? — Slade pergunta, quando me vê olhando para ele. — Acho que você tem um novo amigo, — digo, acenando para Zachery, — Ele não deixa ninguém chegar muito perto dele, mas você, ele permite que você o segure e o prenda. — O que posso dizer, tenho um certo efeito sobre as pessoas. ~ 82 ~


Ele não está errado sobre isso, mas não diga a ele o que já sabe. Uma vez que estamos a caminho pergunto a ele sobre o nome de Sparky. Eu, obviamente, sei que não é o nome que lhe foi dado ao nascer e, normalmente, quando alguém recebe um apelido, ele está relacionado a algo que eles fizeram. Slade olha para mim antes de responder. — Não acho que você quer saber. — Não teria perguntado se não quisesse, — Eu retalio. — Ok, eu não acho que quero responder. — Não responda então, foi apenas para iniciarmos uma conversa. — Deveria reformular. Quero dizer, não quero que você julgue novamente e pense mal dele. Queria dizer a ele que estava errado, que não iria julgar, mas isso é tudo o que tenho feito desde que cheguei. — Justo. E você, Slade é um apelido ou é o seu nome de nascimento? — Só o meu nome de nascimento, querida. — Alguém mais tem apelidos? — Você está muito curiosa hoje, não? — Ele murmura. — E alguns tem, mas, de novo, eu não quero dizer agora. Mordo minha língua para não fazer mais perguntas e o resto da viagem é silenciosa. Chegamos a uma bela e grande casa de dois andares. Há uma abundância de terra ao redor para estacionar, o que é bom, já que o local está coberto de motos e carros. Não tenho certeza se quero sair da caminhonete agora. E se Linc, o motoqueiro peludo estiver aqui? Ou pior, e se há mais como ele aqui. — O que há de errado? — Slade pergunta, quando não faço algum movimento para sair da caminhonete. — Será que vai haver um cara chamado Linc aqui? — Pergunto. — Não, por quê?

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— Nenhum motivo, — minto, — Será que vamos ou não? — Pergunto, pulando rapidamente para fora da caminhonete. Slade espera enquanto desato Zachery e nos leva ao redor da casa para o quintal dos fundos, e, quando digo quintal, realmente quero dizer um monte de terra com um riacho. Não leva muito tempo para esquecer a paisagem e ver que todos os outros hóspedes estão nos observando chegar. Sigo Slade carregando Zachery no meu quadril e tentando dar a impressão de que não estou nervosa. — Todo mundo, estes são Kristen e Zach, — ele grita. — Kristen, este é Oak, — diz ele, batendo no cara em seu ombro. — Este é o Pope, — diz ele, apontando para o cara ao lado Oak. — Oi. — Minha voz sai mais alta do que o normal, me fazendo encolher um pouco. — Ei querida, não fique tão assustada que não mordemos... Muito, — brinca Oak. O Pope diz nada, mas ele balança a cabeça e me oferece um pequeno sorriso. Felizmente Slade passa e não tenho que responder. — Esse é Cas, que você já conheceu. Cas sorri, mas parece forçado e tenso. — E você conheceu Sparky na noite passada. Vou apresentá-la aos outros mais tarde. Ele termina e puxa uma cadeira para eu sentar. — É bom ver você de novo Kristen, espero que você não tenha tido mais problemas com o carro? — Sparky pergunta. — Eu não sei, Slade insistiu em dirigir o dele até aqui. — O que aconteceu ontem à noite? — Cas pergunta, olhando entre Slade e Sparky. — Kristen teve um pneu furado e eu tive que ir a seu socorro, — Sparky ri. — Eu vou te dizer sobre isso mais tarde Prez. Imagens chocantes quando cheguei, — ele pisca.

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Rubor instantâneo invade meu rosto e eu rapidamente olho para Zachery que não se moveu um centímetro do meu colo para escondê-lo. — Onde estão Alannah e Bonnie? — Slade pergunta. — Na cozinha, elas estarão aqui fora em um minuto, — Sparky responde. Como se na sugestão, ouço vozes femininas atrás de mim. Alannah e outra mulher que eu assumo que é Bonnie saem da casa segurando bandejas de comida. Gostaria de oferecer para ajudar, mas, com Zachery ainda não querendo sair do meu colo, eu não posso. — Kristen, você veio, — Alannah sorri. Ela sempre age como se nós somos os únicos que ela quer ver. Eu ainda não descobri se ela é assim normalmente ou se é por outro motivo. Depois de terem colocado as bandejas sobre a mesa, Alannah me apresenta a Bonnie. — É bom conhecê-la finalmente, — diz Bonnie, — Ei Slade, — acrescenta ela, sentando-se ao lado de Sparky. — Ei Bon. Kristen, esta é a old lady que cozinhou para você na semana passada, não tão velha hein? — Slade ri. — O que foi isso? — Bonnie pergunta. — Nada, Kristen me entendeu mal quando eu disse que uma das od ladies havia cozinhado a comida. Ela achava que você era, literalmente, uma old lady. — Obrigado, a comida era deliciosa, — digo, antes que alguém possa ter a chance de rir de mim. — Não foi nada, estava feliz em ajudar. Até agora, a minha impressão de Bonnie é boa. Ela cozinhou para mim sem ter me conhecido e há algo nela que grita que ela é agradável. À medida que a tarde passa, Zachery torna-se mais confortável e, eventualmente, desce do meu colo. Assim que Bonnie trouxe o bebê JJ de sua sesta, Zachery estava fascinado com ele. Ele nunca chegou muito perto, mas ele não foi longe. Ele estava absorvendo tudo como uma esponja e mal conseguia manter os olhos longe dos rapazes. Tentei responder as perguntas quando Bonnie ou Alannah falavam comigo, ~ 85 ~


mas os movimentos de Zachery me mantiveram distraída. Não tenho ideia do que todo mundo estava falando e estava começando a me sentir fora do lugar. Me arrependi de não ter vindo de carro, agora tenho que esperar por Slade para ir embora. Levou mais tempo do que pensava quando Zachery finalmente percebeu o riacho. Pulei da cadeira e o segui pela pequena colina. Consegui agarrá-lo antes que ele chegasse à água. — Não muito perto, bebê, — murmuro. Risos e piadas ecoam pela colina em direção a nós. Se fechasse meus olhos poderia fingir que estamos de volta em casa e era o meu pai na churrasqueira grelhando os bifes. Então escuto uma maldição e sou bruscamente trazida de volta para cá. Ficar com Slade é nada parecido com estar aqui com todos os outros. Não me interpretem mal, eles não são de todo como pensei que seria. Não houve nenhuma briga ou móveis quebrados, apenas uma tarde agradável entre amigos com bebidas e boa comida. E esse é o problema, eles não são meus amigos. É como se eu estivesse do lado de fora olhando para dentro. — Você não parece estar se divertindo. Eu me viro para encontrar Alannah e Bonnie em pé atrás de mim. — Eu estou, só não sei o que todo mundo está falando, — admito. — Por que não colocamos você a par de tudo, — Alannah sorri. Ela pede para um dos caras trazerem três cadeiras de jardim até nós e ambas passaram o próximo par de horas me preenchendo sobre quem é quem e como o clube funciona. Minha primeira impressão deles era a de uma gangue vestido em couro, mas, ao ouvir Alannah e Bonnie, soa como uma família onde a lealdade os amarra juntos mais forte que os laços de sangue. Ambas me contam sobre seus relacionamentos e quanto elas amam a vida que tem aqui. A maneira como elas falam sobre o clube, com orgulho e amor, me ajuda a entender por que Billy queria ser uma parte dele. — Então, você e Slade parecem estar bem próximos, — Alannah diz. ~ 86 ~


Estava esperando isso em algum momento e ainda não tenho ideia de como responder. — Ele tem sido muito bom para nós, nos ajudando enquanto estamos aqui, — digo. — Isso é tudo? — Bonnie pergunta: — Porque eu ouvi que vocês estavam ficando quentes sobre o porta-malas de seu carro na noite passada, — ela ri. Meu rubor retorna imediatamente e me encontro fofocando como verdadeiras amigas sobre isso. — Ok, então eu realmente gosto dele, mas mal o conheço. — Ninguém conhece ninguém até que eles passem algum tempo juntos, — Bonnie aponta, — Por exemplo, quando eu conheci Sparky ele me aterrorizava, quero dizer, você o viu e provavelmente pensou o mesmo. Mas então comecei a conhecê-lo e agora, não posso viver sem ele, — ela murmura. — Slade é um dos bons, — Alannah acrescenta. — Você está fazendo parecer que ele é o único, que vou acabar casando com ele, — eu ri. — Quem sabe, — murmura Alannah. — Eu sei, não é nada assim. Não sei quanto tempo vou ficar e, além disso, tenho Zachery para pensar. Não posso trazer alguém para nossas vidas tão facilmente e ele não gostaria de assumir o filho de outra pessoa. Estou apenas com tesão, isso é tudo, tenho uma queda e quem pode me culpar? Slade é quente e seu corpo me transforma num mingau. Uma comoção com os caras nos chama a atenção. Metade deles estava saindo e, pela expressão de Alannah e Bonnie, algo estava errado. Senti assim que vi Slade me olhando com um olhar severo em seu rosto. Pegando os tijolos de Zachery e segurando sua mão, sigo Alannah de volta à mesa onde os caras estão sentados. Estou interessada em saber o que está acontecendo, mas sou distraída com meu telefone tocando na minha bolsa. Procurando-o rapidamente, o pego e não reconheço o número.

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Penso em ignorá-lo, mas poderia ser a minha mãe. Quando respondo, posso ouvir sirenes ao fundo. — Olá. — Oi, é Kristen Collins? — Sim. — É Toby do motel. Como ele conseguiu meu número? Não me lembro de dar a ele. — Estou ligando porque houve um incêndio aqui no motel, você tinha quaisquer objetos de valor no quarto? Vi você sair, então eu sabia que você não estava no quarto, — ele pergunta. — Hum, eu só tinha roupas e produtos de higiene pessoal lá, — digo aliviada que nada de importante estava lá dentro. — Isso é bom. Aparentemente, o fogo foi iniciado em seu quarto, então eu duvido que tenha sobrado qualquer coisa. Ouça, eu vou ter que fechar o motel, metade dele está danificado agora de qualquer maneira. Você tem algum outro lugar que possa ficar? Ouvi uma voz no fundo chamando a atenção do gerente. O idiota não teve a decência de dizer adeus, desligou e me deixou entrar em pânico. Por que alguém iria incendiar o quarto em que eu estava hospedada? E o meu carro? Deixei-o estacionado do lado de fora, será que ele pegou fogo também? — Você está bem Kristen? — Slade pergunta gentilmente me virando para encará-lo. — Alguém ateou fogo ao meu quarto no motel, todas as minhas coisas se foram. O gerente está fechando o lugar, — digo, em estado de choque que alguém iria realmente fazer isso. Todo mundo fica quieto enquanto ouvem e sinto Slade tenso ao meu lado. Minha mente corre enquanto tento pensar o que vou fazer a seguir. — Sabíamos que tinha havido um incêndio, mas não foi dito que era o seu quarto, — diz ele, olhando para Cas. ~ 88 ~


— Por que alguém iria incendiar as minhas coisas? Eu poderia estar fazendo uma pergunta estúpida para estas pessoas, mas, aos meus olhos, ninguém teria razão de fazer isso que está acontecendo comigo. — Eu não sei, mas vou descobrir, — ele promete. — Vamos entrar Kristen, vou te dar alguma coisa para o choque. Bonnie pega a minha mão e Alannah pega Zachery. Mais uma vez, estou surpresa com o quão confortável o meu filho está. Assim como com Slade antes, ele não faz um som em seus braços. — Eu deveria ir, preciso pegar meu carro e encontrar um lugar para ficar. — Não se preocupe com isso, — Slade sussurra perto de mim, — eu vou encontrá-la lá dentro em um minuto. Sigo Bonnie para dentro e me pergunto o que vai acontecer a seguir.

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Capítulo nove SLADE — O que diabos está acontecendo? — Assobio, as mulheres estão na casa e me junto aos meus irmãos na mesa. — Com a quantidade de tempo que você tem passado lá com ela, parece muita coincidência para ser um ataque aleatório, — diz Sparky. — Por que usar Kristen como alvo se eles me querem? — Pergunto. — Para chegar até você, seja quem for, pensa que ela é importante para você, — ele responde. — Quem quer que seja eles vão se arrepender disso, — aviso meus irmãos. — Temos que chegar ao fundo disto. Primeiro Ricky cai numa armadilha, depois todos sendo parados com acusações ridículas e agora isso. Alguém está tentando ferrar a gente e precisamos descobrir quem... Agora, — Cas rosna. — Não acho que Kristen está em perigo. Ela provavelmente vai deixar a cidade depois disto, — resmunga Oak, pensando que ele está me fazendo sentir melhor. Ele não vai. O pensamento dela lá fora sozinha com Zach enquanto não sabemos quem está por trás deste ataque me assusta pra caralho. — Ela não vai a lugar nenhum, — solto. — Até que nós saibamos o que está acontecendo, eu quero irmãos em guarda e com a porra dos olhos abertos e arregalados. As mulheres não devem ser abandonadas à própria sorte e da próxima vez que este

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filho da puta tentar qualquer coisa, nós estaremos prontos, — Cas nos instrui. — Me desculpe interromper, mas preciso falar com você Slade. — Me viro para encontrar Kristen vindo atrás de mim. Olho para Cas e ele acena com a cabeça me dizendo que posso ir. Eu a levo na direção do riacho fora do alcance de escuta de todos. — Onde está Zach? — Com Alannah, — diz ela, cruzando os braços em torno de seu peito. — Eu realmente preciso de você para nos levar de volta para a cidade. Preciso do meu carro para que eu possa encontrar um lugar para ficar esta noite, está ficando tarde e não quero estar dirigindo no escuro, — diz ela, com tristeza. — Você pode ficar na minha casa, — deixo escapar rapidamente. Ela imediatamente parece em estado de alerta e começa a recusar. Ela não sabe ainda, mas ela não tem uma escolha. — Você e Zach podem ter seu próprio quarto, vocês podem ficar o tempo que quiserem ou pelo menos por uma noite, mas não quero você em qualquer outro lugar hoje à noite. — Suponho que uma noite não vai doer, vai me dar tempo para pensar sobre as coisas, — ela murmura. — Vá e deixe Zachery pronto para sair, vou encontrá-los na caminhonete. Dou a ela as chaves e a vejo caminhar de volta para a casa. Uma vez que me acalmo e não sinto a necessidade de sair e encontrar quem fez isso e rasgar suas gargantas, volto para os meus irmãos. — Tudo bem? — Cas pergunta. — Sim, ela vai ficar comigo esta noite. Sobrancelhas levantam e Oak sorri. — Vou levá-la agora, se você ouvir qualquer coisa me avise, — digo a Cas. — Faremos irmão. ~ 91 ~


Depois de dizer adeus a todos, acho Kristen ainda na casa com Alannah e Bonnie. Assistindo-a com as old ladies, combina com ela. Ela parece ter feito amizade com as duas, o que é bom, porque agora ela tem mais motivos para ficar. — Você está pronta? — Pergunto, pegando sua bolsa. Ela balança a cabeça e diz adeus. — Cuide-se Kristen e não se preocupe, Slade vai cuidar de você, — Alannah sorri, enquanto abraça Kristen. Fazendo nosso caminho da casa para o caminhão meus olhos estão em toda parte, verificando se alguma coisa está fora do lugar. Antes de deixá-los na caminhonete, rapidamente verifico sob o motor. — O que você está fazendo? — Ela pergunta. — Pensei que eu tinha deixado cair algo quando chegamos aqui, — minto. Na verdade estava verificando para ver se quaisquer explosivos haviam sido conectados enquanto estávamos na parte de trás da casa. Com alguém lá fora tentando nos pegar, não posso correr o risco. Quando estou satisfeito de que não há nada lá, abro a porta para eles. A viagem de volta para a minha casa é tranquila. Eu a deixo processar os acontecimentos de hoje por conta própria. Duvido que qualquer coisa parecida com isto aconteceu em sua vida antes. Quando chegamos em casa, salto para fora, solto Zachery de seu assento e os levo para casa rapidamente. — Deveria ter dado banho em Zachery, — ela murmura baixinho, tirando-o dos meus braços. — Vou te mostrar o seu quarto, — digo, liderando o caminho até as escadas. Eu tinha transformado meu quarto auxiliar em um quarto de hóspedes não há muito tempo para quando a minha mãe ou irmã viesse à cidade me visitar. ~ 92 ~


— Vou pegar sua sacola, — digo, deixando os dois no quarto de hóspedes. Quando volto, eles estão no banheiro. — Você se importa se eu lhe der um banho? — Nem um pouco, te encontro lá embaixo. Fecho a porta atrás de mim e vou até a cozinha. Bebo duas garrafas de cerveja e estou pensando em uma terceira quando ela aparece. — Onde está Zach? — Ele estava cansado, então deitei com ele até que ele caiu no sono. Concordo com a cabeça e deslizo a cadeira ao meu lado mais perto. — Sente-se, eu preciso falar com você. Quero fazer muito mais do que falar, mas me controlo. — O que você quer falar? — Quero ter certeza de que está tudo bem, você estava bastante abalada mais cedo. — Estava pensando sobre isso enquanto estava esperando Zachery adormecer. Claro que não estou feliz que as nossas roupas foram destruídas, mas poderia ter sido pior se estivéssemos lá. Não tenho quaisquer queixas de ninguém, mas Toby, o gerente assustador, por outro lado, provavelmente, tem. Provavelmente foi algo a ver com ele e só aconteceu de ser o nosso quarto o escolhido. Cristo, ela pensou nisso. Me sinto mal por não compartilhar a minha opinião sobre o assunto, mas se pensando nesse sentido a faz sentir-se melhor, então vou deixar assim. — Sim, provavelmente, Toby definitivamente tem um certo charme sobre ele. — Você chama isso de charme, eu chamo de bizarrice, — ela ri. — Quis dizer o que disse antes, você pode ficar aqui o tempo que quiser, — digo a sério. Seu olhar penetra o meu enquanto ela pensa como responder.

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— Vamos ver como vai hoje à noite, — ela murmura, levantandose e caminhando até a pia. Ela enche um copo do escorredor com água e lentamente toma um gole. — E como é que você vai ver hoje à noite? — Pergunto, me recostando na cadeira e esticando as pernas. Seus olhos passeiam sobre o meu corpo e sei que é só uma questão de tempo antes que eu esteja entre suas pernas. Ela definitivamente quer isso tanto quanto eu. — No mínimo, um chuveiro e, em seguida, a cama, — ela sorri, andando em direção à porta. — E, no máximo? — Pergunto, engolindo em seco enquanto continuo a brincar com ela. — Nós continuando a partir de ontem à noite, — diz ela, antes de sair da sala. Estou fora de minha cadeira e seguindo-a pelo corredor antes que ela possa chegar às escadas. — Você acha que pode dizer isso e, em seguida, sair, — rosno, puxando-a contra o meu peito. — Eu quero você tanto, — respiro em seu cabelo. — Então me pegue, — ela sussurra. Ela se vira em meus braços e se inclina nas pontas dos pés para que seus lábios cheguem aos meus. Toda vez que sua língua roça a minha eu posso senti-la me dando um curso de cada vez. Ela se afasta um pouco, respirando com dificuldade, — Eu não tenho feito isso há muito tempo... Quero dizer... Desde que eu tive Zachery... Não houve qualquer um. Ela gagueja como se isso fosse algo para se envergonhar ou algo que eu não ficaria feliz de ouvir e ela não poderia estar mais errada. O pensamento dela não ser tocada por tanto tempo me faz a querer muito mais. — Apenas relaxe, — digo, suavemente acariciando seu rosto. Reivindico sua boca novamente e a empurro de costas contra a parede do corredor. Beijá-la não é o suficiente, estou desesperado para ~ 94 ~


estar dentro dela, mas não posso apressá-la, porra, eu não quero apressar nada. Arrastando minha boca pelo seu pescoço, não consigo me conter em morder o ombro dela. Ela geme e puxa minha camiseta até que eu libero o meu domínio sobre ela e permito a ela espaço suficiente para puxá-la sobre a minha cabeça. Vejo-a perder o fôlego quando ela vê o meu peito nu. Tudo que essa mulher faz me faz sentir como se eu fosse explodir. Quando suas mãos correm para cima e para baixo no meu peito posso sentir meu pau latejando para ser liberado. Vamos fazer isso mesmo, então eu puxo sua blusa por cima da cabeça e a jogo em algum lugar no chão. Eu rapidamente tiro seu sutiã e desejo que eu não tivesse. Os seios dela são fodidamente perfeitos, tornando mais difícil me controlar. Levantando-a na parede, ela envolve as pernas ao redor da minha cintura e moendo-se contra a minha virilha. Eu fecho a boca ao redor do mamilo e sugo forte até que ela geme mais alto, a mão serpenteando até a minha cabeça para manter a minha boca no lugar. — Slade... Por favor. Segurando-a com força em volta da minha cintura eu a levo pelas escadas para o meu quarto. A primeira vez que eu transar com ela não vai ser contra uma parede, haverá muitas outras ocasiões para isso. Não estou mesmo dentro dela ainda, mas sei que isso não vai ser uma coisa de uma vez. Não tanto quanto eu estou preocupado. Quando ela está deitada de costas, seus shorts são rapidamente descartados e a vista dela em apenas sua roupa de baixo é incrível. Me debruçando sobre seu corpo quase nu posso sentir o calor que irradia dela e, pressionando meu peito contra o dela, posso sentir a rápida batida de seu coração. — Me diga o que você quer que eu faça para você. — Eu quero que você me leve... Agora. Eu não posso aguentar muito mais, — ela lamenta. — Eu posso fazer isso. Me inclino sobre a cama e espero que haja um preservativo na gaveta. Quando acho que estou prestes a ter que quebrar todos os

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limites de velocidade e ir à loja encontro um sob uma montanha de coisas inúteis. — Acho que você está com muita roupa, — ela ri, enquanto começa a desabotoar meu jeans. Eu a ajudo e saio fora deles deixando minha boxer preta apertada para ir depois. Mordendo os lábios para a protuberância que está aparecendo orgulhosa, ela se aproxima e libera meu pau. Suas mãos suaves em torno de mim quase me tem jorrando tudo sobre ela em segundos. Eu a empurro de volta na cama e coloco o preservativo antes de descer sobre ela. — Você está pronta? — Pergunto. Ela não terminou de concordar e eu finalmente estou dentro dela e estremecendo ao senti-la apertar em volta do meu pau. Não tendo relações sexuais ha um tempo e com o quão bom ela se sente estou a apenas algumas estocadas de gozar. Eu tento pensar em qualquer coisa, menos a situação que estou agora para me distrair de envergonhar a mim mesmo. Minha boca desce duro na dela com a esperança de distraí-la a partir da falta de movimento, mas tudo que faz é com que ela enrole as pernas em volta da minha cintura e use os pés para empurrar a minha bunda para baixo, ao mesmo tempo em que ela levanta os quadris. — O que há de errado? — Pergunta ela, quando fico tenso e permaneço imóvel. — Eu realmente estou tentando não gozar, mas você é melhor do que eu imaginava e está exigindo todo meu controle para não gozar. — Oh, — ela ri, — Eu sou tão quente ou você sempre termina isso rápido? — Ela brinca, lentamente flexionando seus quadris para cima no meu pau. Foda-se essa merda. Eu saio completamente de dentro dela e deslizo meu braço sob suas costas. Eu a giro puxando-a pelo seu estômago e a coloco de joelhos. Apoiando uma mão na parte inferior das costas, eu uso a minha outra mão para guiar meu pau nela por trás. Vou mostrar a ela rapidinho. Empurro nela duro e mantenho o meu ritmo rapidamente, não demorando muito para me perder dentro dela e perder o controle. Cada impulso me envia profundamente até as bolas e eu não sou o único a me perder no momento. ~ 96 ~


Sabendo que não vou durar muito mais tempo, eu a levanto me mantendo dentro dela, tendo certeza que sua bunda fique bem arqueada para fora. Enquanto continuo a bombear forte dentro dela, alcanço e começo a esfregar seu clitóris. Parece ser o movimento certo, ela grita e empurra sua bunda ainda mais em minha virilha. Ao longo do meu braço eu posso sentir seu estômago apertar e flexionar enquanto ela se aproxima do clímax. Dou a ele tudo o que tenho e libero a minha carga enquanto ela choraminga meu nome e goza ao mesmo tempo. Sua cabeça cai para trás no meu ombro e ela começa a rir. — Espero que você não esteja rindo de mim, — grunho, ainda alto do orgasmo que encontrei dentro dela. — Não, — ela diz, tentando recuperar o fôlego, — Isso foi tão bom e não posso acreditar que acabei de fazer isso com você. — Por quê? — Porque eu só o conheço a um par de semanas, — diz ela. Nós dois deitamos e puxo as cobertas sobre nós. Me inclino contra a cabeceira da cama enquanto ela se deita de bruços apoiandose nos cotovelos. — Não vejo por que deveríamos perder tempo nos preocupando por causa de algo tão tolo quanto tempo. Acho que nós provamos o quanto queríamos isso. Não há nada de errado estarmos atraídos por alguém e agir sobre isso, — digo a ela, — Além disso, quero mais de você e você quer mais de mim, — sorrio. — Oh, eu quero agora? — Ela sorri, — Não sei o que está acontecendo entre nós, se é alguma coisa, mas Zachery sempre vem em primeiro lugar, — diz ela. — Eu diria que algo está definitivamente acontecendo entre nós e não esperaria nada menos, — digo a ela e realmente penso isso. Pelo que tenho visto deles, ele é seu mundo e é a forma como deve ser entre uma mãe e seu filho. — Então você sabe que eu não posso ficar aqui com você hoje à noite.

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— Imaginei, — admito, — Você vai ficar aqui para descobrir o que é isso? — Pergunto, apontando entre nós. — Acho que eu vou, — ela sorri. Não demorou muito para que o momento seja quebrado com Zachery chamando por sua mãe. — A minha deixa para sair, — ela ri. Agarro o braço dela enquanto ela se desembaraça dos lençóis. Preciso de um último beijo antes dela sair. Relutantemente, ela se afasta e procura por suas roupas. Seu top e sutiã estão lá embaixo, assim eu me levanto e dou a ela uma das minhas camisetas para dormir. — Obrigada e obrigada por nos deixar ficar, — ela sorri da porta. — Eu prefiro você aqui do que naquele motel. Ela sorri mais uma vez antes de desaparecer pelo corredor até o quarto de hóspedes. Através da parede posso ouvi-la acalmando Zachery. Escuto como ele se acalma novamente com sua voz suave. Pela primeira vez em meses caio no sono contente e saciado.

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KRISTEN

Eu sei que Zachery está acordando quando o lado da cama começa a afundar. Infelizmente, não abro meus olhos rápido o suficiente e ele começa a chorar. Normalmente eu iria deixá-lo chorar por alguns minutos para mostrar a ele que eu não viria para ele só porque ele chora, minha mãe disse que não é bom fazer isso. Mas me lembro de onde estamos e me levanto antes que ele acorde Slade no quarto ao lado. Apenas algumas horas atrás eu estava no quarto com ele e as lembranças me fazem sorrir. Ele me faz sentir sexy, pela primeira vez ~ 98 ~


em muito tempo. Foi em seu toque, mas principalmente em seus olhos que pude ver a sua necessidade por mim e ser querida tanto por alguém é uma grande coisa. Zachery começa a chorar novamente e eu rapidamente o pego em meus braços. — Vamos baby, vamos lá embaixo, — digo para acalmá-lo. Depois de uma viagem rápida ao banheiro para que possamos refrescar-nos, levo Zachery à cozinha e o coloco no chão com seus tijolos. Me sinto estranha em mexer na geladeira de outra pessoa, mas o que quer que eu use, substituirei. — Não vejo nenhum suco, quer leite em vez disso, baby? — Eu pergunto, não esperando resposta. Ele vai beber alegremente qualquer coisa que eu colocar em seu copo. Uma vez que ele tem a sua bebida, vejo uma máquina de café em cima do balcão com um pote de café ao lado dela. Espero que Slade não se importe de fazer uma jarra. Me sento à mesa esperando passar o café e começo a pensar em café da manhã. Slade entra assim que a máquina de café termina. Ele está vestido apenas com calça de moletom e com peito nu. A maneira como suas tatuagens dançam através de sua pele quando ele se move é memorável e traz flashes da noite passada me deixando excitada. Servindo-se de uma xícara de café ele me enfrenta e está com seu sorriso assimétrico novamente. Acho que ele faz isso de propósito para me atormentar. — Bom dia. — Espero que Zachery não o tenha acordado. Eu o trouxe até aqui para ele não o perturbar. — Você não tem que fazer isso, não foi Zach que me acordou. Passando por cima dos tijolos no chão, eu propositadamente encosto no braço de Slade para me servir um café. — Como foi a noite passada para você? — Pergunta ele em voz baixa. — Procurando elogios? — Eu provoco. ~ 99 ~


— Dificilmente, — ele resmunga certo de seus talentos. — Eu sei o quanto você gostou quando estava dentro de você. Enquanto ele fala sua mão levanta maliciosamente sua camiseta que eu ainda estou vestindo e acaricia a parte inferior das minhas costas. Sem fazer uma grande coisa sobre isso, me afasto dele. — Você não pode fazer isso agora. — Por quê? Zach não consegue ver nada. — Eu sei. Quanto mais você me toca, mais eu quero você. — Admito. Uau, não posso acreditar que acabei de dizer isso em voz alta, e para ele. — É mesmo? — Ele ri. Tudo nele me deixa em uma luxúria que sou incapaz de controlar. Quando não lhe respondo que ele se senta confortável no chão ao lado de Zachery. Ele espera o momento apropriado e aguarda Zachery compartilhar seus tijolos. Lentamente isso acontece e todo o tempo sua interação é tranquila, só com Slade falando. Encho os nossos copos com café e me sento do outro lado de Zachery entregando a Slade a dele. — Quais são seus planos para hoje? — Pergunta ele. — Primeiro vou ter que conseguir nos fazer um café da manhã, depois provavelmente vou ao motel e ver o que está acontecendo, — digo e ele franze a testa. — Não vá para o motel, não há nenhum ponto, se as suas coisas se foram. — Ele dá de ombros. — Eu ainda preciso pegar meu carro, — franzo a testa. — Vou ter alguém indo buscá-lo para você, basta ficar longe de lá, ok? Ele parece realmente preocupado e me encontro não querendo que ele se preocupe conosco.

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— Ok, nesse caso, eu acho que nós vamos ter que ir as compras, pois aparentemente precisamos roupas novas agora. — Você vai voltar aqui quando terminar? — Pergunta ele timidamente. — A não ser que eu saia da cidade não tenho mais para onde ir, — dou de ombros, tentando não mostrar que eu realmente quero ficar. Sua gargalhada profunda ecoa em torno da cozinha. — Você não parece contente com isso. Pensei que você tivesse gostado da noite passada. — Ele sorri. Eu rolo os olhos para sua provocação e bebo um gole no meu café para esconder o sorriso que está se espalhando por todo o meu rosto. — Contanto que você saiba que eu não estou aqui só para o seu prazer. Ele levanta a sobrancelha e pensa por um momento. — Bem, é meu prazer vocês ficarem aqui. Você não tem que se preocupar comigo pulando em cima de você... A menos que você queira, então vou estar todo em cima de você. Posso sentir o rubor aquecer meu rosto com seu comentário e sou incapaz de formar uma resposta. — Ou, você poderia pensar desta maneira, estou aqui para o seu prazer, não me importo se você quiser me usar pelo meu corpo, — ele ri. Devo admitir, gosto do som disso. Saboreei o prazer que ele me deu na noite passada e o pensamento de ter seu prazer a qualquer momento enquanto estou aqui é tentador. Afasto todos os pensamentos sexuais fora da minha cabeça e me concentro no meu número um. Zachery. — Por agora, preciso alimentar o meu filho e você não tem nada para comer aqui. Se você pode ter alguém trazendo meu carro em breve, isso seria ótimo. — Sorrio, tentando mudar a conversa. — Vou levá-los, eu poderia ter algo para comer também, — diz ele, levantando-se. — Vista-se e vou encontrá-los na caminhonete.

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Entrando na lanchonete, todos os olhos estão sobre nós. Ando na sombra de Slade me sentindo autoconsciente de todos os olhares. Um casal de meninas olha Slade da cabeça aos pés em seu jeans de cintura baixa, camiseta preta apertada e seu colete de couro. Eu podia ver a admiração e apreço em seus olhos e seus sorrisos de paquera em sua direção quando passamos. Sinto uma leve satisfação quando olho para ele e vejo que ele não as tinha notado. Nós nos sentamos em uma mesa. As duas meninas continuaram a olhar Slade e começaram a rir sobre algo que elas estavam cochichando. Me concentrei no menu e tentei ignorá-las. Pedir e esperar a nossa comida foi muito rápido nesta manhã. Não tento esconder a minha felicidade quando Slade não tomou conhecimento de suas duas admiradoras, e, em vez disso, escolhe entreter Zachery rolando o frasco de ketchup entre eles e fazendo-o rir quando ele não consegue pegá-lo. A cena leve e inofensiva diante de mim me lembra de que costumava imaginar Billy interagindo assim com ele, quando ficava acordada até tarde da noite. Não posso continuar mais pensando no que-poderia-ter-sido. Não sou normalmente uma pessoa de ficar de bobeira, sou tudo sobre o futuro e fazer a maior parte do que eu tenho. Tenho o meu filho e dinheiro suficiente no banco para começar tudo de novo em algum lugar. Quem diabos sabe o que vai acontecer a seguir, mas enquanto Zachery ainda é muito jovem para a escola podemos ficar onde quisermos. Willows Peak não é um mau lugar para ficar por um tempo. Posso pensar nisso como umas férias muito atrasadas. Vou aproveitar esta liberdade. Enquanto Zachery tem tudo que precisa, então não há uma razão pela qual não possa deixar ir e aproveitar a vida. — Aqui está ele, — diz Slade, voltando sua atenção para a entrada. Sigo seu olhar para a janela e vejo o meu carro estacionado na rua. — Como ele conseguiu minhas chaves? — Pergunto, enquanto dois Last Souls vêm em nossa direção. ~ 102 ~


— Eu as dei ao prospecto enquanto você estava se vestindo e parece que Sparky veio junto ao passeio. Eu vejo quando Sparky puxa uma cadeira de outra mesa e arrasta-a do outro lado da lanchonete. — O que está fazendo aqui? — pergunta Slade. — Bom dia para você também luz do sol, — ele ri, — eu estava no motel quando os prospectos chegaram para pegar o carro de Kristen. Eu tenho mais interesse quando Slade pergunta se ele sabe de mais alguma informação sobre o fogo ontem. — Nada, ninguém viu nada. Segundo o gerente, num minuto estava tudo bem, em seguida, no próximo... ‘Boom’. O lugar estava em chamas. — Sparky responde. — Foram provavelmente crianças brincando e ficou fora de controle, — digo, então lamento ter aberto minha boca. Ambos olham para mim como se eu estivesse louca. — Provavelmente, doçura, — Sparky finalmente diz. Depois disso terminei o meu café da manhã em silêncio, enquanto Slade e Sparky continuaram falando sobre o motel. Tentando, sem sucesso, fazer Zachery comer suas panquecas, ele empurra o prato e observa Slade. Focada nos caras na mesa, eu não tinha percebido que o prospecto cujo nome eu não sei tinha desaparecido para esperar em outra mesa. Estou aprendendo lentamente como seu clube funciona, mas é estranho ele sentado sozinho. Billy tinha sido um prospecto, foi assim que eles o trataram também? — Kristen? — Slade chama, estalando os dedos na frente do meu rosto. — Desculpe. — Estava perguntando se você terminou? Sparky acabou de falar com Bonnie e ela está a fim de fazer compras também se você não se importar dela se unindo a você. — Claro que não, vai ser bom vê-la, — sorrio. Slade cuida da conta sob meus protestos de pagar a metade enquanto limpo os dedos pegajosos de Zachery. ~ 103 ~


Sparky sai para esperar lá fora e Slade aguarda Zachery e eu. À medida que caminhamos para fora da lanchonete, calafrios correm pela minha espinha quando Slade coloca a mão na parte inferior das minhas costas. — Tenho alguma merda para fazer hoje, mas não vou voltar tarde, — diz ele, me entregando as chaves do carro. — Tudo bem, não se apresse por minha causa. — Parece que não posso evitar não me apressar quando estou com você, — ele sorri. Eu deixei imagens breves fluir através de minha mente de ontem à noite, lembrando disso, espero que não termine muito rapidamente. — Parece que o caminho é esse mesmo, — concordo, rindo. Ele se inclina e me beija suavemente, mas rapidamente. — Vá em frente, faça suas compras e me deixe saber quando você estiver de volta. Seu tom autoritário tem o efeito oposto em mim. Normalmente eu iria contra ele por tentar me dizer o que fazer. Suspirando pesadamente, vou fazer o que ele pede.

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Capítulo dez SLADE

Apenas no mês passado nove membros dos Devil Bastards foram apanhados e enviados para a prisão sob várias acusações. Parece que os Lost Souls não são os únicos apanhados nesta merda, mas todos que estão ligados a nós também. Estamos mais perto de descobrir quem está atrás de nós ou que atearam fogo no quarto de motel de Kristen. Ninguém quer uma nova luta como a que tivemos com os Raging Riders, mas esse drama besta que continua cutucando está começando a derrubar um monte de meus irmãos, inclusive eu. Ricky ainda está na prisão alegando sua inocência e enquanto nós acreditamos nele, suas chances de sair livre logo não são boas. Nós não estamos contando com a polícia para fazer o seu trabalho. Serão os Lost Souls que vão descobrir quem armou para Ricky e no momento em que tivermos terminado com eles, eles não estarão confessando nada. Até então, a única forma de podermos ajudar Ricky é encontrando uma lacuna no sistema de justiça. Depois, há Kristen. Quente como o inferno Kristen. Ela ainda vai ficar na minha casa e, enquanto eu admito que esteja me acostumando a tê-la e Zach perto, sinto como se ela fosse levantar e sair a qualquer momento. Posso dizer que ela se sente como se estivesse ficando no caminho, e não importa quantas vezes eu vá tranquilizá-la que quero que ela fique, não parece suficiente. Não é só com seu corpo que eu amo brincar, é toda a sua atitude e autoconfiança que gosto. Ela não deixa nada derrubá-la e o jeito que ela leva a vida é refrescante. Desde a nossa primeira vez juntos, dormimos juntos apenas duas vezes. Às vezes sinto que ela se esconde

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atrás de Zachery, mas sei que ela me quer, então vou esperar por ela em seu ritmo. Como eu disse, ela é refrescante. Ao contrário de agora, onde Linc e alguns de seus caras chegaram à cidade há uma hora exigindo a nossa ajuda. Ele me cumprimentou com respeito quando chegaram, mas manteve-se longe de mim, pois, não acho que ele se esqueceu da última vez que nos encontramos. Atualmente Cas e Sparky estão tentando assegurar que estamos fazendo tudo que podemos para encontrar os culpados de estarem tentando nos derrubar. — O que devo fazer? — Ruge Linc em frustração, — toda vez que um de nós sai, os policiais estão esperando para nos pegar. É como se eles soubessem todos os nossos movimentos, porra. — Bem, se eles sabem todos os seus movimentos, então talvez você vai ter que olhar um pouco mais perto de casa? — Sparky o adverte. Linc balança a cabeça em desacordo e começa a andar pelo bar novamente. — Não, eu confio em cada um dos meus homens. Você pode dizer o mesmo? — Ele retruca. — É claro que posso, — Cas retrucou. — Isso não está nos levando a lugar nenhum. Vou reorganizar as nossas próximas corridas, mudar cada data e hora e vamos mantê-lo entre nós e ver o que acontece, então, — Cas oferece. Linc pensa sobre isso e acena com a cabeça. — Por que você não vai e pega uma bebida Linc, eu vou acompanhá-lo em um minuto. Enquanto Linc se dirige ao bar, eu me junto a Cas e Sparky em sua mesa. Qualquer pessoa que conheça Cas bem sabe que ele está perdendo a paciência com essa situação sem ele ter que dizer uma palavra. — Você precisa de mim para fazer qualquer coisa antes de eu sair? — Sparky pergunta, levantando-se pronto para ir.

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O telefone de Cas tocando o impede de responder e dentro de segundos a raiva cai em seu rosto e os nós dos dedos ficam brancos de cerrar os punhos. Sparky vê isso também e se senta novamente. Ele fecha o telefone e respira fundo. — Isso foi Lana, minha casa está sendo vasculhada, — ele nos informa. — Não fomos avisados disso, não é? — Pergunto confuso, algo parecido com isso nós teríamos ouvido falar antes que estivesse acontecendo. Nós todos olhamos para o bar onde o prospecto está em pé ao lado do X9 e ele balança a cabeça. — Vamos lá, vocês dois estão comigo. Eu quero saber o que diabos está acontecendo, agora. — Não parece que nos últimos dias uma coisa fodida depois da outra apenas se manteve em torno de nós? — Eu lamento, enquanto sigo Cas e Sparky para fora do bar. — Não se preocupe Slade, você estará em casa em breve, — Sparky ressalta. Tinha a esperança de estar em casa agora para que pudesse falar com Kristen, toda essa tentação entre nós está me deixando louco. — Vamos, quanto mais cedo chegarmos lá, mais cedo descubro o que diabos está acontecendo. Embora muitos de nossos irmãos estejam aqui no clube hoje, só Sparky e eu iremos com Cas. Linc continuou a beber no bar com Oak e Pope. Não acho que ele tivesse qualquer intenção de se juntar a nós. A casa de Cas e Alannah fica geralmente a uns 15 minutos do clube, mas hoje nós fizemos isso em oito minutos. Com a polícia ocupada invadindo a casa de Cas não havia ninguém por perto para nos multar por excesso de velocidade. Chegando a casa estava estranhamente quieta para uma suposta invasão. Nós três olhamos um para o outro em confusão quando paramos e estacionamos nossas motos. Alannah abriu a porta e parecia extremamente chateada.

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— O que está acontecendo gata? Não há ninguém aqui. — Cas perguntou a ela, caminhando até os degraus da varanda. — Isso é porque eles não encontraram nada e quando eles me ouviram no telefone com você, eles saíram sem nenhum adeus, — ela bufou. Sparky e eu seguimos para dentro de casa para encontrar o lugar virado de cabeça para baixo. Gavetas esvaziadas no chão, armários da cozinha abertos e em desordem, tudo estava fora do lugar. — Vai levar horas para colocar tudo de volta em seu lugar. Eu acabei de deixar lugar como eu gosto, — ela geme, olhando ao redor. — Não se preocupe com isso agora, me diga o que diabos aconteceu, — Cas rosnou. — Foi Jake e todo o escritório do xerife local. Eles apareceram com um mandado depois que eles tiveram uma dica de que você estava escondendo armas aqui, — ela explicou. — Obviamente, eles não encontraram nada e saíram. Eu não acho que eles queriam um confronto com vocês. Cas rosnou de raiva e frustração e jogou a fotografia emoldurada que ele segurava na mão do outro lado da sala. — Ei! Eu não preciso de você para fazer mais bagunça, — Alannah estalou. — Desculpe baby. Ele apoia seus braços no batente da porta e fecha os olhos, tentando acalmar seu temperamento. — Tudo bem... Quem quer que seja este filho da puta, ele não é invencível. Tem que ser alguém que sabe como nós trabalhamos. Eu odeio admitir isso, mas talvez nós devêssemos olhar mais perto de casa. Eu odiava concordar, mas não havia muita escolha sobrando. Sparky levantou uma das cadeiras e colocou-a em pé, e quando ele está sentado, ele fala pela primeira vez desde que chegou. — Se for alguém perto de nós, eles sabem o que vai acontecer quando nós o pegarmos. Você pode pensar em qualquer um dos nossos irmãos que poderia fazer isso? — Ele pergunta. — Eu não consigo pensar em ninguém no nosso clube que iria contra nós, talvez a gente deva olhar para Linc e seus rapazes. Além ~ 108 ~


deles, ninguém conhece o nosso negócio, — falo. Não duvidaria de um dos membros mais recentes para ir contra nós se eles recebessem a oferta da quantidade certa de dinheiro. — Linc tem promovido membros a torto e a direito nos dias de hoje, não é como se nós os conhecemos tão bem. Cas concorda: — Ok, Slade, investigue todos os membros dos Devils Bastards, verifique se todos os débitos foram pagos recentemente, você sabe o que procurar. Faça-o de casa. Se estivermos errados, eu não quero que ninguém veja o que você está fazendo no clube. — Ok, eu vou deixar você saber o que eu encontrar. Depois de caminhar para fora da casa, o ar fresco é uma força bem-vinda para tentar limpar a minha cabeça. Não é exatamente o que eu queria fazer na mesma casa que Kristen, mas pelo menos vou estar com ela. A caminho de casa, tento lembrar de tantos nomes quanto eu consigo dos Devils Bastards e os que eu não tenho certeza, vou ter que descobrir com Cas. Estaciono minha moto na entrada da minha casa, observo que o carro de Kristen não está estacionado em seu lugar habitual. Me lembro dela dizendo que ela ia passar a tarde com Bonnie. Depois de fazer uma jarra de café, fico confortável na mesa da cozinha e ligo meu laptop.

***

KRISTEN

Semanas se passaram e Zachery e eu ainda estávamos hospedados na casa de Slade. Sinto que ele está esperando por mim para dar o próximo passo. Deus sabe o que o próximo passo entre nós seria dois meses atrás eu não sabia que ele existia e agora acho que não poderia deixar a cidade e ficar sem ele. Cada dia que ficamos com ele é um dia que Zachery se liga a ele um pouco mais, assim como eu. Então, ~ 109 ~


tenho que me perguntar... Estou pensando com a minha cabeça ou com meu coração? Obviamente, estou pensando com o meu coração, porque se estivesse pensando com a minha cabeça, estaria dizendo a mim mesmo que isso tudo está acontecendo muito rápido e com um homem que é parte de um moto clube. É isso o que quero para o meu filho? — Olá, você está aí? Escapo dos meus pensamentos para encontrar Bonnie acenando com a mão na minha cara. — Desculpe, estava a quilômetros de distância, — sorrio. — Captei isso, — ela ri, — O que está acontecendo nessa sua cabeça? Entre Alannah e Bonnie, ambas se tornaram boas amigas para mim e tem sido um longo tempo desde que eu tenha sido capaz de aproveitar com os amigos e tenha tido pessoas para conversar. Espero que ela possa me ajudar a entender tudo. — Slade, — suspiro. — Oh, pensei que estava tudo bem entre vocês dois? — Ela pergunta. — Esta. — Mas? — Ela insiste. — O que eu sinto por ele, não o conheço há tanto tempo e não quero parecer crítica, mas ele é parte de um moto clube, — tremo. Eu realmente não quero lhe ofender ou ninguém. — Ele não foi gentil com você? — Ela pergunta. — Não. — Então o que é ele ser um Lost Soul tem a ver com isso? E, tanto quanto não o conhecer a muito tempo, tenho certeza que você não conhecia Billy muito antes de você dormir com ele e aposto que você não se arrependeu disso? — Diz ela, balançando a cabeça na direção de Zachery. — Olha, eu conheço Slade há um tempo e posso honestamente te dizer que ele é um dos caras bons. A maneira como ele está com você não é um ato, ele adora você e Zachery. Não estou dizendo que os Lost ~ 110 ~


Souls são perfeitos, eles não são, mas eles lutam por si e para as pessoas que amam e se preocupam, — acrescenta ela. — Isso é o que me incomoda, a luta, como pretendo manter Zachery seguro se o colocar bem no meio de um clube só para que eu possa ser feliz com um homem que conheci há dois meses. Não é por isso que vim aqui, — tento explicar. — Você merece felicidade também Kristen e Zachery estarão sempre seguro, pois ele terá homens que nunca o conheceram, mas que lutarão por ele se alguma coisa vier a acontecer, isso é o que os Lost Souls são. A lealdade é tudo para eles e se alguém está em perigo ou precisam de ajuda eles serão os primeiros lá para você, especialmente Slade. Relembro da noite em que Slade me trouxe o jantar no motel. Ele explicou o que seria ser uma old lady. Me sentei ali em frente a ele perguntando como seria para mim e aqui estou eu, duvidando de cada palavra que ele disse. — Você tem razão, eu mereço a felicidade, — sorrio. — Acredite em mim quando digo que esses homens não são quem você acha que eles são. Conheço e vivi com os homens que são o que você acha que eles são e você não poderia estar mais errada. Se há alguém que você pode confiar para dizer-lhe isso, sou eu. — O que você quer dizer? — Pergunto intrigada. — Eu cresci em um moto clube, o rival do Lost Souls, para ser exata. Meu pai era o presidente e era um homem muito malintencionado. Ele não tinha moral, não levava em conta ninguém, especialmente seus filhos. Tudo o que ele queria era poder e dinheiro e ele fez de tudo para ganhá-lo. — Fui abusada violentamente por ele e meu irmão por anos. Quando a guerra entre os clubes estourou, o meu pai foi morto e meu irmão tornou-se seu líder. Pensei que estaria livre porque o meu pai não estava mais ao redor, mas estava errada. Estava sendo forçada a me casar com um homem que não me amava ou mesmo gostava de mim, — ela para abruptamente e puxa sua camiseta até acima de seu sutiã. Posso sentir meus olhos se arregalaram com a visão de seu torso nu coberto de cicatrizes finas brancas. Quando ela lentamente se vira, vejo que as cicatrizes estão em todas suas costas também.

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— Bonnie, o que aconteceu com você? — Pergunto em estado de choque. — Tommy, o homem que eu deveria me casar. A noite antes do nosso casamento eu fugi do clube e porque tinha ouvido o meu irmão falando de vingança pelo assassinato de meu pai eu vim para Willows Peak para avisar os Lost Souls. Para encurtar a história, foi quando conheci Sparky. Levei meses para confiar nele e no clube. A única pessoa em que eu confiava era em Alannah, que eu havia conhecido antes na faculdade. Com o tempo vi que os Lost Souls não eram nada como o meu pai ou irmão, por isso, quando digo para você confiar em mim, por favor, confie em mim. Bem, isso definitivamente muda tudo. Se Bonnie pode ver bem neles depois de tudo que ela passou, eu certamente posso. Eu sempre quis muito, mas agora posso calar a pequena voz na parte de trás da cabeça. — Obrigada por compartilhar seu passado comigo. — Não é algo que eu normalmente gosto de falar, mas gosto de você e quero que você entenda o clube corretamente. Eles nem sempre vivem de acordo com a lei e, sim, às vezes fazem merda acontecer, eles não podem controlar, mas quando se trata de um dos seus próprios, eles vão lutar até a morte. — Meio que entendo isso. Suponho que julguei muito, já que nunca conheci um clube antes, — rio. — Colocando desta forma, se você precisar de prova de que eles não são monstros, você deve ficar por aqui e ver Sparky e Cas tentar dizer a Alannah e eu o que fazer. Eles logo viram massa de moldar em nossas mãos, — ela ri. Eu não poderia imaginar tipos como Sparky e Cas sendo massa de moldar nas mãos de ninguém, mas Bonnie não mentiria para mim, ela não tem necessidade. Estou feliz que visitei Bonnie hoje, eu sei agora o que quero fazer. Não há como negar que quero Slade. Ele é bom com Zachery... E Zachery é bom em torno dele. Quero ver onde vamos a partir daqui, mas a primeira coisa que preciso fazer é encontrar-nos o nosso próprio lugar para viver. — Você parece como quem está formando um plano, — Bonnie sorri do outro lado da mesa de jardim. ~ 112 ~


— Ele já está formado. Obrigada por hoje, o que você disse deixou tudo mais claro para mim. — Você é bem-vinda, para isso é que servem os amigos. Pelo resto da tarde brincamos com Zachery e JJ no riacho e somente quando Sparky chega em casa que percebemos que o tempo tinha passado voando por nós. Depois de dar a sua esposa um beijo carinhoso ele pega seu filho e a cena diante de mim me deixa com inveja. Isto é o que eu queria para Zachery quando vim pela primeira vez em busca de Billy. — Você e Zachery querem ficar para o jantar? — Bonnie pergunta, recolhendo os nossos copos da mesa. — Isso é muito doce de você, mas eu deveria voltar, — digo, recolhendo os tijolos de Zachery na minha bolsa para sua irritação. — Quem eu tenho que contatar aqui para me encontrar uma casa? — Pergunto. Sparky ri enquanto ele se senta em uma das cadeiras na mesa que estamos tentando limpar. — O que há de tão engraçado? — Pergunto. — Normalmente, Slade é o cara para encontrar coisas. Ele é o que nos encontrou este lugar, — Sparky responde. — Mas duvido que ele fosse ajudá-la, — acrescenta ele, divertido. — Por que ele não iria me ajudar? — Porque ele tem você exatamente onde ele quer, em sua casa. Um tapa rápido de Bonnie na parte de trás de sua cabeça logo o cala e agora eu sei o que significa massa de modelar em suas mãos. — Não dê ouvidos a ele Kristen. Se você quiser o seu próprio lugar, Slade irá ajudá-la. Logo depois, antes de nos despedirmos, combinamos outro dia para os meninos brincarem no final da semana, e estamos no carro dirigindo de volta para a casa de Slade. Como de costume, Zachery é tão bom como o ouro em sua cadeira todo o caminho de volta e em pouco tempo estou estacionando fora da casa de Slade. Sua moto está no seu local então ele deve estar em casa. ~ 113 ~


Sei que o que sinto por ele não é uma queda rápida, mas e como ele se sente? Só há uma maneira de descobrir. Saio, solto Zachery do seu assento, e me dirijo até a porta da frente. Slade me deu a chave reserva há algumas semanas. Entrei e estava prestes a colocar Zachery no chão quando notei que ele tinha adormecido em meus braços. Ouvindo a batida de costume das teclas do laptop provenientes da cozinha eu vou nessa direção. Quando chego à porta, o vejo ocupado e com seus fones de ouvido. Em vez de perturbá-lo, sento com Zachery no sofá. Minha conversa anterior com Bonnie me deu muito que pensar. A minha decisão de ficar depende se Slade sente o mesmo por mim. Fecho meus olhos, enquanto penso e decido falar com ele quando ele não estiver tão ocupado.

***

SLADE

O sol não fazia muito tempo que tinha nascido e estou apenas terminando a minha pesquisa sobre os Devils Bastards. Passei horas rastreando os movimentos de todos e de cada membro e não encontrei nada. Só percebi a hora quando começou a ficar escuro. Encontrei Kristen e Zachery dormindo no sofá. Deveria acordá-la e mandá-la para a cama para ficar mais confortável, mas ela parecia tão pacífica. Ficar acordado a noite toda foi um grande erro, Kristen e Zachery iriam acordar logo e eu vou dormir. Não importa que ela vá ficar comigo, quando não estou perto dela sinto sua falta. Entre não ter nenhuma pista de quem está lá fora tentando nos pegar e não saber onde eu estou com Kristen, meu humor está começando a falhar novamente. Em primeiro lugar, vou dormir um pouco, então vou falar com ela. Quando coloco o meu laptop de volta em sua capa e minha xícara de café na pia a ouço se movendo na outra sala.

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Sabendo que ela está acordada não me sinto mais cansado. Meu corpo está em estado de alerta e a sensação de saber que vou vê-la em segundos me anima ao máximo. Encho a máquina de café e pego o copo que ela vem usando desde que veio para cá. Sou recebido por Zachery, não Kristen. — Ei amigo, onde está mamãe? — Pergunto, puxando-o em meus braços. Seu dedo mindinho aponta para a sala de estar. Esta é a primeira vez que eu o vi responder de qualquer maneira. Tento a minha sorte e sigo em frente. — Você quer um pouco de café da manhã? — Pergunto. Ele acena com a cabeça e seu cabelo loiro cai sobre os olhos. Desde que eles vieram morar aqui, meus armários foram totalmente abastecidos com vários mantimentos. — Vamos lá então, mostre a Slade o que você quer. Abro os armários e o espero me mostrar. Depois de alguns momentos, ele aponta para o cereal que ele come todas as manhãs e sinto um sentimento de orgulho em assistir em primeira mão ele começando a se comunicar. Segurando Zach no meu quadril e despejando uma tigela de cereal é como Kristen nos encontra quando ela tropeça na cozinha. Seu sorriso sonolento me pega cada vez que vejo isso. — Não posso acreditar o quão confortável ele está com você, — ela boceja. — Veja isso, — eu digo a ela, — Zach, onde está mamãe? Ele muda de me assistir preparar seu café da manhã para olhar ao redor por Kristen, e, quando a vê, ele aponta o dedo em sua direção. Eu vejo seu peito desinflar em estado de choque e ela sorri. — Ele escolheu o seu próprio café da manhã também, — acrescento, contando o que ela perdeu. — Vá em frente, — o coloco no chão, — Vá para a sua mãe.

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Kristen começou a arrumar o seu lugar à mesa, enquanto sirvonos duas xícaras de café. — Você está cansado, conseguiu dormir na noite passada? — Ela pergunta. — Não, eu vou dormir algumas horas em breve. — Podemos falar mais tarde? Quando olho para ela a vejo, nervosa torcendo as mãos. — Não, nós podemos falar agora, — digo a ela. Não há nenhuma maneira que possa esperar até mais tarde para ouvir o que ela tem a dizer, bom ou ruim. — Ok, não sei como dizer isso, então só vou dizer e espero que eu faça sentido, — ela divaga. — As últimas semanas têm sido surpreendentes e, normalmente, não pediria isso mais cedo, mas tenho Zachery para pensar e... Não me seguro e a corto. — Você está prestes a me perguntar o que é isso entre nós? — Digo, poupando a ela o trabalho de divagar em torno de seu ponto. — Acho que estou, — diz ela, olhando para longe de mim. — O que você quer que aconteça aqui? — Pergunto hesitante. — Eu... Você... Eu não sei, — ela franze a testa. — Você não tem certeza, porque não nos conhecemos há tanto tempo? — Pergunto. — Principalmente, sim, acho que devemos mudar para o nosso próprio lugar, dar-nos espaço para conhecer um ao outro. Eu gosto do que está acontecendo entre nós e não quero estragar isso porque fizemos tudo muito rapidamente. — Isso não vai funcionar para mim querida. Sua carranca foi rapidamente substituída por determinação. Quando ela se levanta eu chego do outro lado da mesa e pego o pulso dela. — Sente-se, por favor, eu não terminei.

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Zachery, completamente inconsciente do que está ocorrendo diante dele, continua a comer seu café da manhã. — Não vejo por que não iria funcionar para você, todo mundo consegue viver separados e ainda namorar, — diz ela. — Eu não sou todo mundo. — Eu sei. Tenho que sorrir com seu tom. — É isso que você quer, namorar? — Eu não diria que não a você. Tenho que ser honesto, quando digo que gosto de ouvir isso. — Nós podemos namorar tudo que você gostar, isso não significa que nós temos que viver separados. — Você está sendo mandão de novo, — ela aponta... Como ela gosta de fazer. — Por que você está tão convencido de que temos que viver juntos desde o início? — Porque não acho que o que temos é nada. O que eu sinto por você e Zach é inevitável, e você vai ficar aqui comigo. Me diga, qual a melhor maneira de conhecer um ao outro? Não quero perder tempo, não com você. Não importa se você está aqui ou em outro lugar, sei que vou adormecer ao seu lado a cada noite e acordar ao seu lado a cada manhã. Por que não fazer isso aqui? Eu não poderia ser mais sério agora. Sinto que estou colocando minha vida em alguma linha imaginária e o único resultado que posso aceitar é que ela concorde em ficar comigo. — Isso é loucura, — ela sussurra. Não ficando parado por mais tempo, eu giro em volta da mesa e me agacho diante dela. — Eu te disse uma vez que eu saberia quando conhecesse a única e eu fodidamente sei que você é a única para mim. Espero que ela ouça a sinceridade nas minhas palavras, porque não quero deixá-la ir. — E o que dizer de Zachery? A maneira como ele mudou em torno de você, não quero que ele se machuque. ~ 117 ~


— Eu sei que não sou seu pai. Eu nunca iria tirar isso de Billy, independentemente do fato de que ele está morto, vou cuidar dele como se fosse meu próprio sangue. Da mesma forma que eu faço para os meus irmãos no clube. Nenhum deles é o meu sangue, mas não existe algum deles não iria morrer para proteger, assim como por você e Zach. Me deixe fazer vocês dois felizes. Ela senta-se diante de mim em silêncio, me observando. Posso ver sua mente girando mais e mais decidindo o que fazer a seguir. O tempo nunca passou tão lentamente à espera de sua decisão. — Ok. — Ok? — Pergunto, porque a forma como ela disse poderia significar qualquer coisa e eu quero ter certeza. — Ok, eu vou ficar. Vamos ver onde isso nos leva, mas se não funcionar vou pegar Zachery e vamos embora. — Você é minha agora, não vou deixar que isso não funcione, — sorrio, me inclinando para ela. — Se sou sua isso significa que você é completamente meu? — Pergunta ela, humildemente. Deveria ter esperado que ela perguntasse isso. Deus sabe o que ela já ouviu falar sobre as mulheres no clube. Suas ideias preconcebidas sobre o clube já eram ruins o suficiente. — Cem por cento seu. Desde que você apareceu exigindo respostas eu não tenho sido capaz de pensar em qualquer outra mulher. Posso ver que ela acredita em mim quando exala e sorri. — Não posso acreditar que estamos fazendo isso, — ela ri. — Você vai acreditar depois, quando eu estiver entre estas, — digo, abrindo suas pernas e me inclinando mais perto, — e te mostrando o que você faz comigo. Seu leve estremecimento quando minha respiração atinge o seu pescoço me dá imagens de todo o seu corpo trêmulo enquanto eu vou para baixo entre as pernas. — Eu não posso esperar, — ela murmura.

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Levanto a minha mão e seguro seu queixo para que ela olhe para mim e tenha um gosto do que esperar esta noite. O beijo não dura muito tempo, mas é apenas o suficiente para deixar-nos querendo mais, muito mais. — Acho que você não vai me ajudar a encontrar uma casa, então? — Ela brinca. — De jeito nenhum, quero que vocês dois aqui comigo. — Digo a ela a sério. — Não quero estragar o momento, mas nós ainda precisamos conversar. — Sobre o que? — Sobre o que acontece a seguir, se você quer que a gente fique, vai ser bagunça e brinquedos em todos os lugares, embora eu arrume constantemente. Zachery vai precisar de seu próprio quarto e... Cortei-a antes que ela pudesse se tornar mais preocupada por nada. — Primeiro de tudo, eu não dou a mínima para bagunça e brinquedos e em segundo lugar, Zachery pode ter o quarto de hóspedes e você pode decorá-lo como quiser. Realmente não há nada para se preocupar. Pare de tentar encontrar razões para que isso não funcione. — Você está certo. Que tal eu sair com Zachery hoje e cozinhar para nós esta noite. Nós podemos falar sobre tudo, então. — Eu não planejo falar querida, — sorrio. Sei que pareço arrogante, mas eu realmente não nos vejo falando muito, não quando ela se entregou a mim. — Eu não tinha planos de conversar a noite toda, — diz ela, timidamente. — Nesse caso, tenho alguma merda para fazer, então vou passar um tempo no clube. Estarei de volta com tempo de sobra para ‘falar’, digo a ela. Antes que ela pudesse dizer outra palavra sobre nós estarmos juntos fecho a distância entre nós e a beijo com força, um beijo que irá definir o precedente para todos os beijos futuro. Zachery ainda está comendo seu café da manhã ao nosso lado e eu sei que eu deveria me afastar, mas quando meus lábios se conectam ~ 119 ~


aos dela eles parecem se fundir. Não há outro lugar onde gostaria de estar. Medindo por sua resposta, ela está sentindo tudo o que eu estou. Relutantemente, me afasto primeiro, deixando-nos sem fôlego e seus lábios ligeiramente inchados. — Devo ir para que possa voltar para você. Minha voz está tremendo, pela primeira vez na minha vida. É isso e eu tenho certeza que ela é a pessoa certa para mim. — Estarei aqui, — ela sorri. Ouvindo que ela estará aqui esperando por mim é música para os meus ouvidos, porra eu estava esperando uma vida inteira para ouvir. Me obriguei a ficar de pé e me afastar dela para tentar ganhar alguma clareza. Pena que ela estava tentando me matar sem saber porque ela me segue e entra em meus braços, unindo suas mãos nas minhas. — Nós provavelmente deveríamos ter falado sobre isso antes, mas você vai me dizer mais sobre o seu clube agora que estamos juntos? Por um breve momento passa pela minha cabeça que ela poderia estar jogando para conseguir informações, mas tão rápido quanto acho isso o pensamento desaparece. Isso é real. Não há como negar a química sexual entre nós, e não só isso, a maneira que nós podemos falar um com o outro, o quão perto nós nos tornamos em um curto espaço de tempo. Isso definitivamente é real. — Vamos conversar mais tarde, — digo a ela, — Hoje eu quero que você se sinta confortável aqui, porque, como eu disse, não vou deixar que isso não funcione, ok? — Ok. Antes de sair a beijo na testa e digo adeus a Zach. Deixo a casa como um filho da puta feliz. Não me importo que não dormi em 24 horas. Neste momento meus olhos nunca estiveram mais abertos e alertas. Nunca estive mais vivo. Não é a minha primeira escolha dormir na sede do clube, mas sei que se eu voltar para casa depois de ter falado com Cas, não vou dormir sabendo que Kristen está acordada na mesma casa. Preciso dormir um pouco hoje para estar em minha melhor forma com ela esta noite.

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Capítulo onze KRISTEN

Eu ainda podia sentir Slade em meus lábios meia hora depois que ele saiu. Realmente deveria ter medo da velocidade com que nosso relacionamento está crescendo, mas de alguma forma isso parece certo. Ele estava certo, qual é o ponto em esperar? A morte do meu pai me mostrou a tirar o máximo proveito da vida e vivê-la sem arrependimentos. Não tenho sido capaz de parar de sorrir enquanto tomo banho, me visto, dou banho em Zachery e o visto. Slade me disse para ficar confortável aqui, mas a verdade é que eu já estou, e Zachery também. Pela primeira vez em muito tempo, posso ver um futuro e as dores do passado não me machucam tanto. De agora em diante, não vou mais remoer o passado. Para frente e para cima, como a minha mãe diria. Em primeiro lugar, uma viagem para a loja para comprar o jantar desta noite. Trancando a porta atrás de nós, olho ao redor da rua e percebo que este é o lugar onde vivemos agora. Amigável, vizinhos tranquilos com uma calçada onde posso imaginar Slade ensinando Zachery como andar de bicicleta no futuro. Isso me dá a força para seguir em frente. A loja esta mais movimentada do que o normal quando chegamos. Andando para cima e para baixo nos corredores, percebo que sei mais sobre Slade do que eu pensava, pelo menos as suas preferências alimentares. Depois de escolher os ingredientes para um refogado simples, vagueio pelos corredores pegando mantimentos que sei que Zachery gosta e que Slade não tem em estoque. ~ 121 ~


A fila no check-out é maior do que qualquer fila que eu vi aqui antes e me preparo para uma longa espera. Quarenta minutos depois e setenta e quatro dólares mais leve, finalmente estou empurrando o carrinho para o carro. Carregando as compras no porta-malas uma sombra escura cai sobre mim. Me virando eu encontro um jovem de pé atrás de nós com uma mão sobre o carrinho de compras onde Zachery ainda está sentado. Minha mão golpeia e eu agarro a outra extremidade do carrinho. — Tire a mão dai, — solto, olhando em volta por ajuda, mas não há ninguém que eu possa ver. — Não estou aqui para prejudicá-lo senhora, — diz o homem. — Vou acreditar em você quando você não estiver segurando o meu filho. — Você não vai sair até que tenha escutado a minha mensagem. Quem diabos é esse homem? — Me diga o que você tem a dizer e nos deixe em paz. — Digo. — Alguém quer que você saiba que o cara Billy que você estava procurando não morreu em um acidente de carro. Ele foi espancado até a morte por causa de Alannah Blake. — Desculpe? O que você acabou de dizer? — Pergunto, porque tenho certeza que eu só ouvi dizer que Billy foi espancado até a morte o que faria de Slade um mentiroso. — Você me ouviu. — Quem é você? — Pergunto. — Eu sou alguém que foi pago para transmitir uma mensagem e agora eu fiz. Adeus. Ele soltou sua mão e se virou para ir embora. — Ei, espere!— Eu grito, mas ele não para e em pouco tempo desaparece na esquina da loja. Jogo o resto dos mantimentos no porta-malas não me importando se algo derrama ou quebra e coloco Zachery em seu assento dentro de segundos. Assim que estou no lugar do condutor, ponho o cinto e tranco as portas, no caso do desconhecido retornar. ~ 122 ~


Bato minhas mãos contra a direção uma e outra vez. Eu sabia, sabia que havia algo que eles estavam escondendo. Por que eu desisti? Ah, sim, porque deixei um cara e seu abdome pacote de seis me distrair e me deixe pensar que ele realmente se importava comigo e me queria. A única coisa que importava era me manter longe da verdade. Assim que o rosto de Billy entrou na minha mente eu não conseguia parar as lágrimas. Já era ruim o suficiente imaginar seus últimos momentos de vida morrendo em um acidente, mas imaginar que ele recebeu socos e pontapés e pior até que ele teve seu último suspiro foi demais para tomar. Chega de mentiras. Preciso saber a verdade e serei amaldiçoada se não fizer isso agora. Ligo o motor e acelero até que estou estacionando em seu clube ou qualquer merda que eles chamam e desligo o motor. Não me dou a oportunidade de pensar sobre o que vou fazer. Saio do carro e desato Zachery. Eu olho em volta do terreno para ver se vejo Slade, mas quando não o encontro em qualquer lugar sei que tenho que ir para dentro. Um carro estacionando ao meu lado, me perturba. Quando vejo que é Bonnie, me sinto doente lembrando que confiei em seu conselho e opinião. — Você está bem Kristen? — Ela pergunta quando me vê. — Eu preciso ver Slade, — digo a ela, e desejo que não parecesse tão magoada. — Ok, você quer que cuide de Zachery enquanto você vai encontrá-lo? — Pergunta ela, e a partir do olhar em seu rosto, ela sabe que algo está errado e está levando suave em torno de mim. — Não, não o quero perto de qualquer um de vocês, — eu largo. Flashes de dor passam por seu rosto e eu forço para baixo a culpa de infligi-la sobre ela e digo a mim mesma que ela mentiu para mim, tanto quanto os outros. — Kristen, o que está acontecendo? — Ela exige. Antes que eu possa responder Sparky está se juntando a nós e passando o braço em volta da sua cintura e puxando-a para mais perto dele. E pensar que eu estava com ciúmes de seu relacionamento. ~ 123 ~


Ele deve sentir a tensão entre nós, porque ele pergunta: — O que está acontecendo? — E da um passo mais perto de mim e Zachery e eu dou um passo para trás rapidamente, porque não o quero mais perto do que ele já esta. — Que porra é essa? Por que você está com medo de mim? — Ele rosna. — Ela precisa ver Slade, — Bonnie diz a ele, colocando a mão em seu ombro. Ele aperta os olhos e dá um passo para trás. — Me siga. Eu o sigo para dentro do prédio principal e noto um bar dentro que não percebi antes. — Espere aqui e vou buscá-lo. O vejo desaparecer até algumas escadas e minha raiva ignora a dor que eu estou sentindo. Mas a minha vontade de conhecer a verdade está crescendo mais forte a cada segundo. Nenhum desses brutos vai me impedir disso. Me agarro à Zachery e seguro-o com força contra mim. Eu gostaria que ele não estivesse aqui, mas sem uma única pessoa em quem posso confiar aqui, não existe nenhum outro lugar que ele poderia estar. Slade desce as escadas e vem direto para mim. Ele parece preocupado e agitado, eu devo o ter acordado já que ele está apenas meio vestido. — O que há de errado, querida? — Eu não sou sua querida, — eu largo, — Eu quero que você me diga a porra da verdade! Como Billy morreu? Após as palavras deixarem minha boca todo o lugar fica em silêncio. Slade olha em volta rapidamente antes de voltar para mim e dar um passo em frente. Como com Sparky, eu dou um passo para trás e a dor em seu rosto só me irrita. Que direito ele tem de se sentir magoado? — O que aconteceu? — Ele exige. — Me responda primeiro, Slade. ~ 124 ~


Ele visivelmente empalidece diante de mim e passa a mão pelo cabelo. Sparky e Cas vêm ficar atrás de Slade e Cas sussurra algo em seu ouvido. — Juro por Deus, porra, se você não me responder, eu vou para o único nome que ele me deu e perguntar eu mesma. — Eu o adverti. — Perguntar a quem? E quem disse o quê a você? — Cas pergunta rude, se aproximando. Slade coloca o braço para detê-lo de chegar mais perto. — Eu não vou lhe dizer nada até ouvir a verdade sobre como Billy morreu, — eu largo. Minha paciência está bem e verdadeiramente desgastada e quanto mais tempo eu ficar aqui, mais sinto vontade de gritar. — Diga a ela, — diz Alannah, vindo atrás de mim passando pela porta. — Ela deve saber a verdade. Meu coração já passou batendo no meu peito, parece que é bungee jumping. A única coisa que me mantém no lugar é Zachery. Graças a Deus ele não é velho o suficiente para entender isso. Slade olha para o lado e depois de um rápido aceno de Cas, ele estende a mão e me puxa pelo braço para os sofás do outro lado da sala. — Você não me toque, — digo com os dentes cerrados e empurro sua mão. Nós não estamos sozinhos também. Cas, Alannah, Sparky e Bonnie nos seguem com os outros atrás. Me sento em uma extremidade do sofá e felizmente Slade me respeita o suficiente para não se sentar ao meu lado e se senta na outra extremidade. Eu olho para Alannah e vejo que ela está com a mesma expressão que ela tinha no primeiro dia em que cheguei. Agora eu sei que é culpa. Cas se aproxima dela em uma postura protetora e eu olho para Slade que está me observando atentamente. — Quando eu estava na loja, alguém me disse que eu deveria saber que Billy foi realmente espancado até a morte e foi tudo culpa dela. — Eu não posso disfarçar o veneno na minha voz ou em meu olhar para Alannah. ~ 125 ~


— Quem te disse isso? — Cas rosna. Alannah parece perturbada ao ouvir minhas palavras, mas eu não me importo, a reação dela está apenas me fazendo sentir que o homem estranho na loja estava certo. — Não vou dizer mais nada até que eu saiba a verdade. — digo. — Billy não morreu em um acidente de carro, — Slade começa. Me preparo para a verdade que eu procuro desesperadamente, — Foi dada a ele uma ordem e, no final, isso o matou. — Eu quero que você saiba que eu penso em Billy todos os dias, — Alannah corta. — Então foi sua culpa? — Pergunto. — Você precisa parar de dizer isso, porra — Cas adverte. — Lana era tão vítima quanto Billy. — Apenas me diga o que aconteceu. — A ordem que foi dada a Billy era para vigiar Alannah. Nosso inimigo, que já não existe mais, descobriu onde Alannah e Billy estavam, e, em retaliação, foram atrás deles. Eles estavam em menor número e quando Billy tentou impedi-los de sequestrar Alannah, ele foi tão atacado que ele não sobreviveu. — Slade explica. Eu posso sentir o conteúdo do meu estômago querendo fazer uma aparição, mas eu esmago o sentimento e deixo as lágrimas caírem pelo meu rosto. Pobre Billy, seu inocente, rosto de menino. Não, eu não posso lidar com isso. Eu não posso acreditar que isso aconteceu com ele, soa como algo saído de um filme. O riso começa a sair de mim como uma erupção, um choque e eu me sinto bem, não posso fazê-lo parar. — Isto não é fodidamente engraçado. Minha menina ainda tem pesadelos até hoje sobre aquela noite. — Cas grita. Isso me acalma. — Você está certo, caralho, não é engraçado, é a porra de ridículo, — eu grito de volta. — Pelo menos a sua menina está viva e tendo pesadelos, Billy não. — Digo a Cas, — Eu sabia que este clube era ruim e que você me deixou acreditar no contrário. — Digo, olhando para ~ 126 ~


Bonnie, — Eu preciso ir, - digo me levantando e reajustando Zachery no meu quadril. — Você não ouviu todos os detalhes ainda. — Diz Slade, pulando ao meu lado para me impedir de sair. — Já ouvi o suficiente. — Digo a ele. Ele não se move e nós encaramos um ao outro. Estou determinada a não ser a primeira a recuar, mas não sei para quem estou olhando quando olho em seus olhos, não mais. — Eu não vou deixar você sair assim, — diz ele, em voz baixa. — Você não tem uma escolha, agora saia do meu caminho Slade e nunca chegue perto de nós de novo. O silêncio cai em torno de nós e ninguém se move. O pânico se instala e me pergunto se vou conseguir sair de uma sala cheia de assassinos? O que sai da minha boca depois, provavelmente, não é sábio, mas é o único jogo que me resta para tentar sair deste lugar. — Se você me fizer esperar, então eu vou ter a polícia me tirando daqui eu os chamei antes de eu vir para cá. Lá, eu disse isso, espero que ele me deixe sair agora? Isto o acorda e ele dá um passo para trás. — Você chamou a polícia? Você chamou-os depois que eu disse a você como trabalhamos? — Ele pergunta incrédulo e desgostoso. Não poderia me fazer falar assim eu assinto. — Eu chamaria isso de um blefe como não acho que você fez isso, mas não vou impedi-la de sair. Não quero que você vá sem saber a verdade completa, mas posso ver que você não está pronta para ouvi-la. Ele move-se para o lado e eu não perco tempo em sair.

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Capítulo doze SLADE

Eu queria desesperadamente segui-la para fora e impedi-la de sair. Fiquei enraizado no lugar lembrando tudo o que aconteceu nos últimos 20 minutos. Esta manhã tinha sido o melhor momento da minha vida e agora ele está perdido para mim. Assisti os meus irmãos se apaixonarem e pensei que estava próximo disso eu mesmo, que finalmente teria o meu tempo para a felicidade, mas agora a felicidade me deixou. Podia ouvir meus irmãos falando atrás de mim. — Nós vamos ter que ter certeza que ela não vai sair falando com as pessoas erradas, — Sparky declara. — Ela precisa saber tudo o que aconteceu, — Bonnie acrescenta. — Este é uma porra de merda, — eu grito, e todo mundo fica em silêncio. Chuto a cadeira na minha frente em frustração e ela voa por cima do bar. — Talvez eu devesse ir e procurar por ela, tentar explicar corretamente? — Alannah pergunta a Cas. Pela maneira que Kristen estava olhando para Alannah antes, acho que ela é a última pessoa que Kristen quer ver. — Não, eu vou. — Digo, respirando profundamente. A viagem de volta para minha casa foi a mais longa da minha vida, eu não sabia o que esperar, mas como isso acontece, eu não precisava me preocupar, porque ela não estava aqui. Verifico todos os ~ 128 ~


quartos e nada. Todos os seus pertences ainda estão aqui, mas ela e Zachery não. Esperei por uma hora antes de sair novamente. Eu andava pela cidade para ver se eu podia ver seu carro estacionado em qualquer lugar, mas ainda sem sorte. O motel ainda estava fechado, então ela não estaria lá. Finalmente, depois de um par de horas, voltei para o clube. — Qualquer coisa? — Cas pergunta quando eu entro no bar. — Nada, suas coisas ainda estão lá, mas não consigo encontrá-la em qualquer lugar da cidade. Ela está aqui? — Pergunto, sabendo que ela não teria vindo. — Ela precisa ser encontrada irmão e, se você é a pessoa que quer falar com ela, então você vai ter que encontrá-la rapidamente. Não podemos correr nenhum risco daquela noite sendo trazida à tona de novo. Eu sei, Cas está certo... Para o clube ele está certo. Kristen sabe quase nada sobre a vida do clube e a culpa é minha. Ela queria saber mais e me segurei temendo que ela não fosse gostar do que ouvisse. Estava certo sobre isso e a perdi de qualquer maneira. — Eu vou encontrá-la e vou encontrá-la esta noite, — asseguro, e começo a ligar meu laptop que trouxe de casa. Sabendo que ela não gosta de carregar dinheiro espero que ela use o seu cartão.

***

Já se passaram seis horas desde que ela saiu e eu não tenho um sinal deles ainda. Quanto mais o tempo passa, mais me preocupo com eles. Se ela tiver ido para policia, então não vai ser bom para o clube, não que somos do tipo de acabar com sua vida, mas, ainda assim, é atenção que não precisamos. Agora, porém, eu não poderia dar a mínima para o clube. Eu só quero saber se eles estão bem, onde quer que estejam. — Se é de alguma ajuda, acho que não teria demorado muito para ela sair, o clube a assustava. Eu olhei para cima para ver Bonnie em pé na minha frente. ~ 129 ~


— Sei que você quer ajudar Bon, mas agora eu só quero ficar na minha, até encontrá-la. Fico olhando para a tela do laptop até que ela se afasta e dou um suspiro de alívio quando tenho um sinal. Finalmente. Ela está reservando em um motel na cidade mais próxima de Willows Peak. Não me incomodo de fazer logoff, baixo a tela para baixo, coloco o laptop de volta em sua bolsa e entrego-o a Cas quando vou até ele. — Eu os encontrei, vou voltar em breve. Não ofereço sua localização e Cas não pergunta. — Tente descobrir quem lhe disse. Estou pensando que nosso inimigo invisível esteve trabalhando hoje, — diz ele. — Eu vou, vou ligar assim que souber algo. Estou fora da porta e na minha camionete antes que alguém possa falar comigo ou oferecer para ir junto. Durante a longa viagem de uma hora, eu planejo contar-lhe tudo. Cada detalhe da noite em que Billy morreu, todos os detalhes que ela quer saber sobre mim e o clube. Esperando que isso ajude a nos entender, me compreender mais. Vejo seu carro na extremidade do lote e estaciono ao lado dele. Não querendo atrair a atenção para a minha presença aqui eu uso minha chance e bato na porta em frente ao seu carro. Quando um homem velho, gordo e careca em uma toalha responde, não preciso perguntar se Kristen está lá. A sala do lado esquerdo está em trevas, mas o quarto do lado direito tem uma luz suave brilhando por baixo da porta. Eu escolho a porta do lado direito e bato suavemente no caso de Zachery estar dormindo. — Quem é? — Ela fala em voz baixa. Minhas mãos começam a tremer ao som de sua voz. Partindo do princípio de que ela não vai abrir a porta para mim, eu minto. — É o berço. Eu estou esperando que ela não possa reconhecer a minha voz através da porta fechada. ~ 130 ~


Eu ouço a corrente deslizando e me fortaleço. Meu estômago cai quando eu vejo que seus olhos estão vermelhos e inchados, cheios de dor que se transformam em medo quando ela vê que sou eu. É esse medo que eu quero que ela esqueça. Preciso que ela saiba que ela não tem nada a temer de mim. — Como você nos encontrou? Não, espere... Eu não quero saber. Ela vai para bater a porta fechada antes de dizer qualquer coisa, mas sou mais rápido e coloco meu pé na porta. Não quero fazer uma cena na porta então a empurro e passo por ela e fecho a porta atrás de mim. — Quero que você saia, agora. Por um momento não posso dizer nada. A visão dela na minha frente me amarra em nós, quero confortá-la, mas ela não vai me deixar. Deixo claro que não vou chegar perto dela e fico tão perto da porta quanto possível, enquanto ela paira perto Zachery dormindo no berço. — Não posso sair até que você saiba toda a verdade e se você quiser saber mais alguma coisa a ver comigo e do clube eu vou lhe dizer. — Digo, esperando que ela concorde em ouvir. — Por favor, não tenha medo de mim, você realmente não tem ideia do quanto não irei prejudicar você ou Zach, — acrescento eu. Dando mais uma olhada entre Zach e eu ela sinaliza para a mesa no canto oposto da sala, onde tomo um banco e ela relutantemente se junta a mim. Minhas mãos estão doendo para segurar as dela. Está me matando pensar que esta noite era para sermos só nós dois, não discutindo aqui. — Sinto muito que você tenha descoberto sobre Billy assim. — Você só lamenta por eu ter descoberto tudo, — ela larga, me interrompendo. — Isso não é verdade. A princípio, não sentimos que você precisava saber o que realmente aconteceu. Foi doloroso o suficiente para você ouvir que ele morreu em um acidente. Além disso, como ele morreu traria atenção sobre o clube que não podemos ter e não sabíamos se você não iria direto para a polícia.

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— Ele não apenas morreu, ele foi assassinado Slade. Vocês todos mantiveram isso de mim, — ela ressalta. — Esta noite eu não vou esconder nada de você, me pergunte qualquer coisa e vou te dizer toda a verdade. — Eu quero toda a verdade sobre como Billy foi... — ela não pode dizer a palavra assassinado novamente. — Se em algum momento você quiser que eu pare, é só dizer, — Eu começo, espero por seu aceno de cabeça e sigo em frente, — Billy tinha sido prospecto para nós por cerca de seis semanas antes de Alannah voltar para casa da faculdade. Michael, tio de Alannah, era nosso presidente na época, fez saber que ela não estaria em torno do clube mais. Você vê, ela cresceu no clube. Seu pai era o presidente original do Lost Souls. O clube era sua vida e ela não saiu tranquilamente quando Michael disse que ela tinha que sair. Ele a mandou para cabana e colocou Billy para vigiá-la. Estávamos tendo um monte de merda indo para baixo com um MC rival e as coisas estavam ficando fora de controle. Nenhum de nós conseguia entender por que Michael a tinha deixando lá sozinha longe de todos nós que poderíamos protegê-la. — Fiz uma pausa por um momento e olhei para cima. Kristen estava ouvindo atentamente assim continuei, — Alannah tinha me pedido para olhar uma amiga que ela estava preocupada, que no final verificou-se que a amiga era Bonnie. Até o momento que eu descobri que ela era filha de Hunter, Hunter foi presidente do nosso inimigo, Bonnie já estava a caminho para ver Alannah ou assim pensávamos. Na verdade, Hunter e seu clube que apareceram. No momento em que chegamos à cabana para avisá-los, como ninguém estava respondendo seus telefones, eles já tinham vindo e ido embora e levado Alannah com eles. — E quanto Billy? — Pergunta ela, impaciente. — Quando nós chegamos até a cabana, ele estava se arrastando pelo cascalho para sua camionete. Ele foi espancado até a beira da morte e, porra, ele ainda estava tentando salvá-la. Você tem que saber que não estava sozinho quando morreu, estávamos todos lá. Ele morreu antes que pudesse levá-lo para conseguir ajuda. — Paro quando a ouço ofegar. — Então, ele morreu por nada, eles ainda a pegaram de qualquer maneira?

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— Para nós, ele morreu por nada, mas para Michael, era exatamente o que ele queria. Descobrimos mais tarde naquele dia que ele usou Alannah como isca e Billy foi um dano colateral. — O que aconteceu com Alannah? — Ela pergunta. — Eu a rastreei até um de seus armazéns a poucas horas de distância. Se eu fechar meus olhos eu ainda posso ouvir os tiros constantes e sentir o cheiro do sangue. Foi uma luta que nenhum de nós nunca vai esquecer. Entramos e conseguimos levar a todos para fora e, por sua vez eles mataram quatro dos nossos irmãos e feriram muitos mais, inclusive eu. A cicatriz no meu braço é onde eu recebi uma bala, felizmente, foi uma ferida superficial. Todos nós cobrimos Cas e Sparky enquanto procuravam Alannah. Quando a encontraram... Ela estava amarrada e tinha uma corda amarrada no pescoço. Ela havia sido muito espancada e estava sangrando em toda parte. Hunter estava com ela, mas tudo o que ele queria era Michael. Quando ele conseguiu, ele se certificou de que Cas e Sparky não iriam intervir e deixou-a cair na frente de seus olhos. — Faço uma pausa de novo, porque não posso falar com o nó sufocante na minha garganta. Levo um par de respirações profundas e sigo em frente. — Não estou tão certo como aconteceu, mas Hunter levou a melhor sobre Michael e o matou, em seguida, Pope matou Hunter. Cas e Sparky libertaram Alannah no mesmo momento em que a luta estava ganha. Se você a tivesse visto quando voltamos você ainda estaria tendo pesadelos. — Cas disse que Alannah ainda os tem. — Ela estava indo bem, mas desde que você apareceu, eles começaram a voltar. Seus pesadelos não são sobre o que aconteceu com ela, eles são sobre Billy. Até hoje ela se sente culpada por ele. Tornaram-se próximos no tempo que passaram juntos e ela realmente os viu atacá-lo por tentar ajudá-la. Kristen fecha os olhos e uma lágrima cai pelo seu rosto. — Ela não deve se sentir culpada, dificilmente foi culpa dela. — Não, isso foi culpa de Michael. — Eu concordo com ela. Nós dois sentamos em silêncio enquanto ela processa tudo o que eu disse a ela. Me sento olhando para ela, e ela se senta olhando para as mãos.

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— Posso te perguntar uma coisa? — Pergunto a ela, incapaz de suportar o silêncio por mais tempo. Ela não responde, mas ela acena com a cabeça. — Você vai me dizer quem falou com você na loja? — Por quê? Você vai matá-los? — Ela cospe. — Eu não vou mentir, eu fodidamente quero, mas não... Eu não vou matá-los. Ela exala uma respiração instável e, finalmente, levanta a cabeça. — Eu tinha acabado de sair da loja e estava carregando as compras no porta-malas quando este homem apareceu do nada, e ele me diz a sua mensagem e sai novamente. Relembrando, eu não acho que ele sabia o que estava acontecendo, ele disse que estava sendo pago para fazê-lo. Então alguém está por trás dessa tempestade de merda? Ela fica em silêncio novamente e o silêncio se arrasta. — Por favor, me diga o que você está pensando? — Peço a ela. — Estava pensando que eu deveria pedir desculpas a Alannah e Bonnie pela forma como eu as tratei mais cedo. Agora que entendo me sinto terrível. Minhas esperanças sobem. — Será que isso significa que você vai voltar para Willows Peak para pedir desculpas pessoalmente? — Eu não posso voltar, — diz ela, quase com pesar. — Por quê? Já lhe disse o que aconteceu. — Você matou pessoas Slade, como você poderia pensar que eu estaria bem com isso? — No meu mundo, querida, olho por olho é uma regra não escrita. Eu só matei em defesa ou resgate. As pessoas que eu matei não são melhores do que lixo. Você tem que parar de pensar que o meu mundo é o mesmo que o seu, não é.

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— Exatamente, você acabou de dizer isso sozinho. Nossos mundos são duas coisas diferentes e eu estou com medo de ficar com você no seu. — Ela admite. — A única razão que Alannah foi tomada foi porque não estávamos lá para protegê-la. Você realmente acha que se estivéssemos sob ameaça eu iria deixá-la ou Zach fora da minha vista? Eu faria qualquer coisa e eu quero dizer qualquer coisa por vocês dois. Você nunca tem que ter medo de mim. Ela exala alto e me rasga ver o seu corpo tremer. — Por que eu acredito em você? — Ela sussurra. — Porque eu estou te dizendo a porra da verdade. Você vai voltar comigo? — Exorto. Não mais capaz de sentar-se ela se levanta e começa a andar pelo quarto. Eu me forço a permanecer sentado e dar-lhe espaço para pensar. — Me apaixonei por você, não seu estilo de vida. Pela primeira vez em muito tempo eu estava feliz e foi por causa de você. Estou de pé na frente dela e antes que eu possa piscar eu a puxo para meus braços. A corrida que eu sinto quando ela não me afasta é eufórica. — Eu ainda posso te fazer feliz, isso é tudo que eu quero fazer querida, — digo a ela. — Então nós temos um problema, porque eu não posso voltar para Willows Peak, — ela murmura no meu peito. — Você ainda quer ser minha? — Eu pergunto a ela com ansiedade. — Mesmo depois de tudo o que eu já ouvi... Sim, eu quero. — Então eu vou fazer dar certo. — Como? — Eu não sei ainda, mas nós temos a noite toda para pensar em alguma coisa. — Asseguro. — Isso significa que você vai ficar esta noite? — Não vou a lugar nenhum, — prometo. ~ 135 ~


Ela se afasta mantendo minha mão e nos leva para a cama. Depois de uma rápida reposição, ela se enrola contra mim. — Você disse que ia me dizer qualquer coisa hoje à noite, isso ainda é verdade? — Claro, o que você quer saber? — Pergunto curioso. — Eu já sei que você é bom com todas as coisas técnicas, mas o que você realmente faz para o clube? Mantendo minha promessa de responder a quaisquer perguntas que ela tem, eu explico. — Eu posso rastrear a maioria dos bancos de dados sem ser detectado o que vem a calhar às vezes. Eu mantenho um olho sobre as finanças do clube. Basicamente eu uso a tecnologia para manter o clube em segurança. — E quando a tecnologia não funciona, armas fazem? — Ela bufa. — Às vezes, — admito. — Você carrega uma arma? — Pergunta ela, arrastando seu dedo para trás e para frente no meu braço. — Na maioria das vezes, — murmuro. Ela se inclina em seu cotovelo e franze a testa para mim. — Como é que eu nunca notei? — Provavelmente porque eu não movo ao redor e quando estou em casa eu sempre mantenho afastado e escondido. Satisfeita com a minha resposta, ela enrola de volta contra mim. — Isto não é como eu imaginava esta noite quando saí de casa esta manhã, — digo, acariciando seu cabelo macio. — Nem eu, — ela concorda, — Slade? — Sim? — Como você seriamente vê isso funcionar se eu não quero voltar? — Você quer a verdade? — Pergunto, sabendo que ela vai. — É claro, — ela ri. ~ 136 ~


— Estou esperando que com o tempo você vá querer voltar. Os Lost Souls não são apenas uma parte da minha vida, eles são a minha vida tal como a minha mãe e irmã. Vou rezar pra caralho que um dia você vai ver o bom neles e que nem sempre é ruim. A noite que Alannah foi feita refém ela teve mais de cinquenta irmãos dispostos a morrer para salvá-la. Aquela noite foi pura violência, mas não é isso que estamos fazendo. Nós somos sobre família e lealdade. Com a gente você não consegue um sem todos os outros... Proteção. Todo o resto é meu, — rio. — Não quero me sentir como se precisasse de proteção também. — Eu sei que você não quer. Olhe isto deste modo, quantas vezes você vê as notícias e ouve relatórios sobre crime? — Pergunto. — Quase todos os dias. — Nem todo mundo tem de pertencer a um MC para cometer crime, a sua média na rua pode ser pior. O que eu estou tentando dizer é que, só porque nós não vivemos pela lei, por vezes, não significa que nós vamos à procura de problemas o tempo todo. Eu mantenho a calma para deixá-la meditar sobre o que eu disse. — O que vamos fazer até que eu esteja pronta para voltar? — Podemos namorar, — eu rio, — Não é isso que você queria? — Você realmente vai fazer isso? — Pergunta ela surpresa. Deslizo para baixo da cama até que estamos ambos em nossos lados e de frente para o outro. — Você escuta uma palavra do que eu digo? — A provoco levemente, — Vou montar através do país apenas para beijar seus lábios se é isso que te faz sorrir, — digo, traçando seu lábio inferior com o polegar. — Você não quer voltar ainda, está bem, só espere que vou segui-la onde quer que você vá. — Antes de você aparecer eu estava pensando em ir ver a minha mãe. — Isso iria funcionar por agora, — digo, terminando em um bocejo. — Você deveria dormir um pouco, — ela me diz.

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— Se você vai me deixar na parte da manhã, não quero perder tempo dormindo quando eu poderia estar com você. — Eu pensei que você disse que iria vir e ver-nos? — Eu disse, — rosno, como se eu fosse voltar com a minha palavra. — Então, amanhã não vai ser adeus vai, — ela sorri, — Durma um pouco e na parte da manhã eu poderia até mesmo deixá-lo nos comprar café da manhã. — Você pode ter qualquer coisa que você quer. Ela se move para mais perto e me beija suavemente antes de se virar com o braço em volta da cintura, com as costas encostadas no meu peito. Eu me viro e desligo o abajur. — Boa noite Slade, — ela sussurra para a escuridão. — Boa noite Querida. Eu não tinha a intenção de perder tempo dormindo enquanto eu a tenho em meus braços, mas assim que eu ouço suas respirações descontraídas, dormindo, meus os olhos fecham e eu tinha ido embora.

Quando meus olhos se abriram eu esqueci onde estava até que senti o cheiro de baunilha do cabelo de Kristen. A hora no relógio de mesa de cabeceira mostrava 05h45min. Levantei a cabeça para espiar Zach e vi que ele ainda está dormindo em seu berço. Me empurrando mais perto de Kristen, meu pau aperta contra meu jeans até o ponto de dor. Não há nenhuma maneira de eu ser capaz de adormecer novamente agora. Não sendo capaz de me parar, eu deslizo minha mão sob sua camisola e em seu sutiã. Parece que só precisa o meu toque para seu mamilo endurecer. Beliscando-o entre o polegar e o dedo indicador, eu levemente o giro até que eu obtenho uma resposta. Minha menina não me deixe esperando muito antes de ela gemer baixinho e arquear sua bunda para trás em minha virilha. — Venha tomar banho comigo, — eu sussurro em seu ouvido. — Agora? — Pergunta ela, sonolenta. ~ 138 ~


— Bem, nós não estamos exatamente sozinhos e eu preciso tomar banho, — eu faço meu ponto pressionando meu pau duro contra ela. — Oh. — Sim, oh, — eu sussurro de volta.

***

Kristen está terminando no banheiro enquanto eu saio para ligar para Cas me sentindo no topo do mundo do caralho. O banho com Kristen acaba de fazer todos os banhos futuros sem ela redundante. Eles não vão voltar comigo, mas sabendo que eu não os perdi é suficiente por agora. Cas responde no quarto toque parecendo cansado e agitado. — O que está acontecendo? Eu esperava sua chamada há horas atrás, — ele larga. — Sim, sinto muito por isso, — Eu suspiro, — Kristen esta bem, e ela não vai dizer uma palavra a ninguém. Ela não disse muito sobre o cara da loja, mas ela disse que tem a impressão de que ele não sabia o que estava acontecendo. A linha fica em silêncio por um minuto. — Ok, quando você vai voltar? — Ele pergunta, soando muito menos estressado. — Vou pegar um pouco de café da manhã, em seguida, voltar quando eles saírem. — Eles não estão voltando com você? — Ainda não, ela está indo ver sua mãe. — Ok, quando você voltar veja se pode encontrar algumas imagens da loja. — Claro. Como de costume, não há despedidas. Embolsando o meu telefone eu volto para o quarto para encontrar Zach acordando e Kristen ainda no banheiro. ~ 139 ~


— Ei rapaz. Eu o tiro do berço e sinto suas pernas chutando em emoção. — Ei, você vai ver sua avó em breve e eu não verei vocês por um tempo, então eu preciso de você para cuidar de sua mãe. O cabelo loiro do menino cai sobre os olhos, parecendo não o incomodar, mas eu o afasto de qualquer maneira. — Você pode fazer isso por mim? Você vai cuidar de sua mãe? — Mama. É como se todo o ar fosse sugado para fora de meus pulmões. Eu nunca ouvi sua voz antes e a surpresa de ouvir isso agora me deixa louco. Em toda a emoção de sua primeira palavra me viro para levá-lo ao banheiro para que Kristen possa ouvi-lo também, mas ela já o ouviu falar. De pé, congelada na porta, ela tem lágrimas nos olhos. — Ele acabou de dizer mamãe? — Ela gagueja em estado de choque. — Sim, ele disse. Um sentimento de orgulho lava sobre mim. — Diga ma-mãe, — peço novamente. Alguns momentos passam em silêncio e a esperança de Kristen começa a desvanecer-se. — Mama, — Zach grita, com um sorriso extravagante em seu rosto. Kristen salta para cima e para baixo e salta do outro lado da sala, até que ela está de pé em frente de nós, segurando seus braços estendidos. Eu passo Zachery para ela e assisto o fascínio como ela segura-o com força e alegria. — Eu estava começando a pensar que ele nunca diria nada, — ela chora. Ele repete isso mais três vezes antes que ela o vista e estamos em frente ao restaurante para o café da manhã.

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Depois que Zach está em sua cadeira e ocupado com alguns de seus tijolos e a garçonete tomou o nosso pedido, Kristen e eu estamos a sós para conversar. Nunca a vi tão feliz antes, ela tem estado à espera um longo tempo para ouvir o filho dizer algo e quando sua primeira palavra foi mama, foi a cereja no topo do bolo para ela. — Você é simplesmente linda quando sorri. — Eu tenho muito por sorrir esta manhã, — ela diz, sorrindo de orelha a orelha, — Parece que você tem um bom efeito sobre nós dois. — Isso é muito bom querida, — sorrio, tão grande quanto ela, estive pensando, com vocês dois não voltando comigo, não tenho certeza de quanto tempo posso esperar para vê-los novamente. Assim, logo que você se estabelecer em sua mãe, quero ir e levá-la para o nosso primeiro encontro. Tenho certeza que sua mãe vai cuidar de Zach para você? — É claro que ela vai, — ela diz, — Me dê um par de dias para colocar minha cabeça no lugar, e você será o primeiro que vou chamar. — Foda-se isso, você vai me chamar a hora que você chegar para eu saber que você está segura com sua mãe. — Discordo, e, em seguida, adiciono mais baixinho: — Você vai fazer isso? — É claro que eu vou. Durante o café da manhã nos afastamos de conversas sobre o clube e caímos em uma conversa fácil fazendo perguntas um sobre o outro. Que filmes que gostamos e que música que ouvimos. Ela me diz mais sobre como foi trabalhar na loja de penhores de seu pai e estou espantado com a forma como ela se saiu bem em algumas das histórias que ela me contou. A morte do pai fez aspectos de sua vida vulnerável, mas a vida que ela compartilhou com ele a fez forte. Não preciso ter conhecido o homem para saber que ele teve muito orgulho de tê-la como sua filha. — Você tem boas lembranças de seu pai? — Pergunta ela. — Eu realmente não tenho qualquer uma, boa ou ruim. — Digo honestamente, — não deixei a sua ausência chegar até mim. Minha mãe foi fantástica comigo e com minha irmã. Ela foi tudo o que sempre precisei.

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— Você disse antes que suas vidas não se misturam agora então vocês também devem ter reconectado com ele em algum momento? — Ela escava. — A primeira vez que o vi de novo eu tinha acabado de me formar no colegial. Ele apareceu e ficou em torno algumas semanas, antes de desaparecer novamente. Lily estava chateada, mas como qualquer outra coisa na minha vida, eu superei. A próxima vez que ele veio para a cidade foi logo depois que eu recebi meu patch no clube. Tudo o que ele viu é que era uma gangue. Ele fez algumas cenas antes de eu lhe dizer que ele não era nada para mim e que sua opinião significa ainda menos. Ela mexeu em seus ovos antes de falar novamente. — Por que você se juntou ao clube? Empurro meu prato e limpo a boca com um guardanapo. — Eu não tinha a intenção de ir para a faculdade. Consegui um trabalho no posto de gasolina local, porque eu queria fazer a vida mais fácil para a minha mãe. Ela nos criou sozinha, às vezes trabalhando em dois empregos para que ela pudesse se dar ao luxo de colocar comida na mesa e roupas em nossos corpos. Ela nunca reclamou uma vez sobre isso, ela sempre parecia cansada, mas ela não iria admitir isso. Enfim, eu estava trabalhando no turno da noite e estava muito tranquilo, estava entediado e no meu computador. Particularmente não sei o que ia fazer até que me perguntei se seria difícil invadir os computadores da escola. Não vou te aborrecer com detalhes, mas, naquela noite, eu mudei registros dos professores, dados de folha de pagamento, coisas assim. Eles levaram semanas para colocar tudo certo, — ri das memórias. — Você foi pego? — Mais ou menos, — digo, — Eventualmente, eles traçaram o endereço IP de volta ao posto de gasolina. Fui questionado junto com o resto dos empregados, mas o posto nunca manteve registros, nunca precisou, de modo que não poderiam provar que eu estava trabalhando naquela noite. Isso foi quando Michael veio me ver. Ele estava interessado em o que mais eu poderia fazer. No começo continuei a negar que era eu e ele riu, ele disse que gostou da minha determinação em manter a minha boca fechada. Um par de semanas mais tarde, ele veio me ver novamente. Ele sabia que eu só estava trabalhando para ajudar a minha mãe, ele sabia de tudo. Ele me fez uma oferta, ele disse que eu poderia ganhar mais dinheiro em um trabalho com ele do que em um ano no posto de gasolina. Eu era naturalmente curioso e aceitei ~ 142 ~


o convite para uma das festas no clube. Foi uma festa como nenhuma outra que eu já tinha ido. A bebida, as histórias que ouvi sendo contadas e as mulheres... Bem, havia mulheres lá, — digo rapidamente, — Me senti mais ligado a eles em uma noite do que com os meus amigos que eu conhecia há anos. Na manhã seguinte, voltei a Michael para ver o que ele queria de mim. Ele ficou intrigado com as minhas habilidades técnicas e como isso poderia ajudar o clube. Ele falou sobre o tipo de dinheiro que eu poderia ganhar e até o final da manhã, eu era um prospecto. — Prospecto? Isso é quando você está em treinamento, certo? — Pergunta ela. — Sim, meu treinamento foi um pouco diferente dos outros. Me pediram para fazer algumas verificações usando o computador. Recebi meu patch quando Michael viu que eu era um trunfo para ele. — Parece que você conseguiu tudo o que você queria, — ela sorri. — Consegui e eu nem sabia que estava procurando isso. O clube sempre foi uma segunda casa para mim e um dia você vai ver que os bons tempos sempre superam os maus momentos. — Pode ser. Não querendo ir por esse caminho novamente, rapidamente mudo o tema da conversa. — De qualquer forma, por mais que eu não queira que você vá, você deve pegar a estrada, não quero que você dirija à noite. — Claro. Ela cuida de Zach enquanto eu pago a conta. De repente, me ocorre que ela deixou suas coisas na minha casa ontem e não tem nenhuma bagagem com ela. — E sobre suas coisas? Você não tem nada com você. — Tenho o essencial comigo, o resto eu posso comprar de novo. — Ela me garante enquanto atravessa de volta para o motel. Leva menos de cinco minutos para ela arrumar suas coisas e ela me deixa com Zach enquanto entrega a chave de volta ao escritório. — Lembre-se do que eu disse rapaz, você cuide de sua mãe e eu vou vê-lo em poucos dias. — Digo, enquanto afivelo seu assento de carro. ~ 143 ~


Percebo que eu não vou sentir saudades só de Kristen mas de Zach também. O rapaz cresceu em mim. — A chave está entregue, acho que é hora de ir, — diz Kristen por trás de mim. Fecho a porta de Zach e me viro, a puxando contra mim. — Por favor, dirija com cuidado, — Peço a ela. — Eu sempre faço. — E me chame quando você chegar. — Com certeza vou. Não quero perguntar o que eu estou a ponto de perguntar, mas tem que ser feito. — Eu aprecio que você vai falar com sua mãe, enquanto você está lá, mas posso te pedir para não dizer nada sobre como Billy realmente morreu? Não gosto de pedir-lhe para mentir para sua mãe, mas há muitas pessoas que dependem daquela noite ficar enterrada. Ela olha nos meus olhos me deixando sem palavras e coloca os braços em volta do meu pescoço. — Eu duvido que ela fosse acreditar em mim mesmo. — Ela diz antes de se inclinar. Me inclino também e pressiono meus lábios nos dela. O beijo não é muito forte, mas não é suave, não é rápido, mas não é lento também. É perfeito. — Você realmente deve ir andando antes de eu levá-la de volta comigo, — rosno. — Eu realmente deveria, — ela concorda timidamente, não fazendo qualquer movimento para se afastar de mim. Depois de não ter o suficiente, ela finalmente se afasta e vai para o lado do motorista. — Vou esperar ansiosa pelo nosso primeiro encontro, — ela sorri animadamente. — Você deve, ele vai fodidamente arruinar todas os encontros futuros para você. Você é minha agora, — eu ri.

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— Vamos ver, — ela pisca. — Sim, nós vamos. — Eu prometo. A vejo ir até ela entrar no tráfego e desaparecer. Agora que ela se foi me permito pensar sobre o cara que começou toda essa merda na loja. Primeira coisa que vou fazer quando voltar é rastrear esse filho da puta.

***

Parece que Oak tinha feito sua própria investigação está manhã e tinha ido direto à fonte. Fingindo que seu carro havia sido danificado no estacionamento da loja ontem, enquanto ele estava supostamente em compras, ele pediu para ver as imagens de CCTV para encontrar o culpado e seus detalhes de registro para fins de seguro. E a sorte estava do nosso lado quando não só Oak testemunhou toda a cena entre Kristen e o cara, como ele, na verdade, o reconheceu. Ele é o filho de um velho amigo de bebida dele. Assim que voltei, fomos chamados para a sala dos fundos. — Kristen disse que ele era um mensageiro, — Lembro aos meus irmãos. — Ainda assim, devemos fazer-lhe uma visita e descobrir quem lhe deu a mensagem. — Sparky fala-se do meu lado esquerdo. — Porra do caralho que deveríamos, — concordo. — E nós o faremos. Esse cara, se ele optar por acreditar no que foi dito a ele, poderia criar mais problemas para nós. Eu não acho que qualquer um de vocês vai discordar que o nosso filho da puta misterioso está por trás disso. Precisamos descobrir quem ele é, e agora, — diz Cas, a partir do topo da mesa. — Aqui, aqui, — Oak ruge. — Então vamos lá, todos nós, e tentar intimidar ao invés de usar a força. Todos concordam e ficam de pé. ~ 145 ~


— Ah, e antes de sairmos, Alannah quer todos, e eu quero dizer todos, no casamento. Ela quer usar a terra atrás do clube para caber todos na recepção por isso vai ser mais agitado do que de costume por aqui ao longo das próximas semanas. — Ele nos informa. — Vai ser uma porra de dia para quebrar, — acrescenta Oak orgulhosamente. — Contanto que Lana tenha tudo o que quiser, isso é tudo que importa para mim, — diz Cas. — Ela vai. Vamos lá, vamos encontrar esse filho da puta. — digo, perdendo a paciência.

***

Acontece que o nome do cara é Gregory Simms e fui para a escola com ele. Dizer que ele estava cheio de medo quando nos viu em sua porta era um eufemismo. Tinha planejado ser calmo e civilizado mas, no momento em que o vi, pensando nele falando com Kristen, quase estragando tudo o que eu queria, toda a calma que tinha evaporou. Antes que ele tivesse a chance de fechar a porta na nossa cara, a empurrei e o mandei contra a parede do seu corredor. — Preciso de respostas e quero agora. Se você não as der para nós, vou fazer você se machucar. — Grito na cara dele. — Slade, eu tenho isso, — adverte Cas, vindo para o meu lado. Relutantemente libero meu domínio sobre ele e dou um passo atrás. Logicamente sei que ele não pode ser executado por nós, mas ainda permaneço perto. — Olha eu não sei por que vocês estão aqui, mas eu não fiz nada, — ele gagueja. — Nós não dissemos que você fez. Nós estamos aqui para conversar, isso é tudo. — Cas diz-lhe calmamente. — Sobre o que?

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— Nós sabemos que você falou com uma mulher na loja ontem no seu carro. Você disse a ela que tinha uma mensagem para ela, — Cas começa assim. — Tudo o que quero saber é quem lhe pediu para passar a mensagem. — Eu não sabia quem ela era, ela me deu uma centena de dólares para ir dizer a galinha a mensagem e ir embora. Eu nunca a tinha visto antes e eu não a vi depois. Ela? Era uma mulher? Sinto os meus irmãos pensando o mesmo. Todos nós fomos assumindo que estávamos lidando com um cara. — O que exatamente ela disse? — Pergunto. — Ela disse que era importante que a galinha soubesse a verdade, e que seu marido não iria mentir. Marido? Então, estamos lidando com um cara, ele estava apenas usando a sua mulher para fazer o trabalho cadela e se Gregory se referir a Kristen como uma galinha mais uma vez, eu vou fazê-lo doer, ruim. — Como ela é? — Um, como uma galinha. — Detalhes, — Cas grita: — Eu quero a porra de detalhes imbecil. — Baixa, cabelo preto curto e fino, ela era muito, muito magra como um esqueleto ou algo assim, — ele diz-nos rapidamente. — Algo mais? — Ela era normal, como qualquer outra mulher drogada. Eu não posso te dizer mais alguma coisa, além de que ela agiu como se seu homem fosse machucá-la se eu não passasse a sua mensagem adiante. Cas permanece em silêncio por um momento e, em seguida, se coloca na frente do rosto de Gregory. — Esqueça que ontem aconteceu, se você não fizer isso, vamos voltar para nos certificar de que você não se lembra de nada. — Ele o ameaça. — Lembrar o quê? — Diz Gregory, que joga junto. — Fico feliz que você entenda. ~ 147 ~


Nenhum de nós disse uma palavra enquanto deixamos Gregory e voltamos para o clube. Quando estamos de volta no bar Cas me puxa para o lado. — Quero que você investigue tantas old ladies do Devils Bastards quanto você puder, você sabe o que procurar. — Claro que sim. Sentei no canto onde ninguém pode ver o que estou fazendo e comecei a trabalhar com o pensamento de que vou falar com Kristen novamente em breve na minha mente.

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Capítulo treze KRISTEN

Sinto como se tivesse vivido mais de 50 anos que os meus 23 anos de vida. A experiência de trabalhar na loja de meu pai, a doença dele, sua morte e depois me tornar mãe. Ouvi murmúrios enquanto estava grávida de que minha vida tinha acabado, que eu ficaria presa com uma criança e não seria capaz de conseguir qualquer coisa. Para essas pessoas, digo ‘calem a boca’. Zachery é quem fez a minha vida suportável ao longo do último ano. Ele me manteve forte e quando me estabelecer em algum lugar, tenho planos para o nosso futuro que não só vão provar que não estou presa com minha linda criança, mas posso prosperar apesar dos baixos que têm passado na minha vida. E com a vantagem adicional de Slade na minha vida, neste momento eu não podia imaginar a vida ficando melhor. — Tem certeza de que você está pronta para isso? — Minha mãe pergunta. Ela está sentada na cama brincando com Zachery e seus tijolos. Todo mundo que já nos conheceu chama atenção para a nossa semelhança. Aos 53 anos de idade, ela não parece ter mais de quarenta anos. Seus longos cabelos castanho-escuros ainda brilham e suas aulas de ioga têm certamente valido a pena para manter seu corpo. Quando cheguei há cinco dias, ela estava em êxtase ao ver-nos. Em seguida, ela estava preocupada pensando que estávamos em apuros, e levou uma hora para garantir-lhe que não estávamos. Disse a ela tudo sobre Slade à parte da verdade sobre a morte de Billy e enquanto ela está feliz que eu finalmente encontrei um pouco de felicidade, ela está preocupada com seu clube.

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— Mãe, eu não poderia estar mais certa. Gostaria que você pudesse ver como ele é com Zach e comigo. — Esperemos que eu veja por mim mesma em breve, — ela sorri carinhosamente.

***

Slade deve chegar a qualquer momento agora para me pegar para o nosso primeiro encontro. Se estivesse sendo sincera, não esperava que ele fizesse a viagem, mas todos os dias, desde que nos separamos no motel, temos falado ao telefone, às vezes por horas. Meus nervos estão além de atados juntos, eles estão festejando no meu estômago e me fazendo sentir náuseas com a ideia de vê-lo novamente, embora em um bom caminho. — Você vê um relacionamento acontecendo? — Pergunta ela, pela décima vez. — Ele já está se formando. Namorar é eu abrandando as coisas. Nunca estive em um encontro antes e o fato de que ele está fazendo de tudo para me fazer feliz prova que vale a pena tomar um risco com ele, — sorrio. Estou achando que não posso deixar de sorrir esta semana. Minha vida está finalmente avançando e vou fazer de tudo para manter o ritmo. Eu adiciono um pouco mais blush nas minhas bochechas e dou uma última olhada no espelho. Sinto como se estivesse indo para o baile de novo. Meu pequeno vestido preto se agarra firmemente ao corpo e meus correspondentes saltos pretos acrescentam polegadas para minhas pernas. Meu cabelo, que normalmente vive em um rabo de cavalo, está caindo nas minhas costas em cachos soltos e os meus olhos verdes brilham acentuados pelo lápis de olho preto. — Não acho que há um homem lá fora que não iria viajar o mundo para levá-la para jantar com você tão bonita como está, — minha mãe me elogia com orgulho. — Obrigada mãe e obrigada por cuidar de Zachery hoje à noite. ~ 150 ~


— Para que servem os avos? Além disso, vamos nos divertir muito, nem vamos notar você sair. — Ela brinca. A campainha da porta toca seu tom penetrante em toda a casa e os meus nervos causam estragos em meu corpo. Ele está aqui. — Vá em frente, então, atenda a porta. — Ela ri. Eu os beijo rapidamente dando adeus e quase voo descendo as escadas, tanto quanto meus saltos permitem. Minha mão está na maçaneta da porta e eu respiro fundo para me acalmar antes de abrir a porta. O que eu vejo quando eu abro a porta me faz jogar fora a respiração que eu lutava para conter. É Slade, mas não como eu já o vi antes. Ao olhar para ele agora de pé na soleira da porta, com os cabelos perfeitamente no lugar, nenhum couro ou tatuagens à vista, se eu não soubesse iria pensar que ele era um sujeito comum em sua camisa e calça jeans. E agora eu percebo que, embora ele esteja muito quente vestido assim, prefiro muito mais o seu jeito motoqueiro. — Você está... Wow, wow apenas, — ele engasga, me olhando da cabeça aos pés. — Eu estava pensando a mesma coisa. A tensão sexual viaja entre nós e torna-se insuportável. Slade sente isso também quando ele me puxa pela mão para sua camionete. Assim que ele fechou minha porta, ele está correndo ao redor da camionete e pulando. Um último olhar para mim é todo o aviso que recebo antes que ele está inclinado sobre a alavanca de câmbio e me beijando como se as nossas vidas dependessem disso. — Me desculpe, eu não aguentava mais, — ele arfou, se afastando, — Senti sua falta. — Ele acrescenta. — Também senti sua falta, — digo, apreciando o formigamento nos meus lábios de seu beijo. Enquanto dirige pelas ruas para a cidade, ele mantém a minha mão na sua. O calor de seu toque é reconfortante. — Como Zach tem passado? — Pergunta ele. ~ 151 ~


— Ele tem estado bem, me chama de mamãe tão naturalmente agora. — Isso é bom querida. E a sua mãe está bem por cuidar dele esta noite? — Sim. — Bom, porque eu tenho planos para você, — ele sorri, levantando nossas mãos entrelaçadas à boca para beijar. Mal posso conter minha emoção para as possibilidades que hoje à noite trará. Nosso encontro começa em um restaurante de primeira classe, sentados, a pedido de Slade, em uma mesa de varanda privada. — Slade, isso é mais do que o que eu estava esperando, — digo a ele quando estamos sozinhos. — É nada menos do que você merece. Se outro alguém tivesse dito isso para mim teria pensado que ele estava sendo exagerado, mas vindo da boca de Slade, sei que ele está sendo verdadeiro. A conversa flui de forma constante até a nossa comida chegar e então dou a primeira mordida e pergunto a ele sobre o clube. — Pensei que você não estivesse interessada no clube? — Pergunta ele, desconfiado. — Não estou interessada no perigo em seu clube, mas eu o ouvi no outro dia e sei que ele é uma parte de você e estou interessada em você, — explico. — Nós encontramos o fu... Quero dizer cara com quem você falou na loja. Silenciosamente rio de como ele se controla para não falar palavrões e, em seguida, a violência passa pela minha cabeça. — Você o machucou? — Pergunto a ele, me sentindo estúpida por ter feito a pergunta. — Não, tudo o que fizemos foi fazer-lhe algumas perguntas, ele respondeu e fomos embora. — Ele me assegura. Suspiro de alívio e mentalmente prometo parar de ser tão crítica novamente. ~ 152 ~


— O que você vê comigo é o que você recebe Kristen, não vou mentir para você novamente, mesmo se achar que você não deve saber de algo. Quero ser aberto com você, então não vou perdê-la. — Ele se abre. Eu aperto sua mão sobre a mesa. — Não posso prometer que vou concordar com algumas das coisas que você faz, mas posso ver que você não é um monstro. Ele bufa antes de responder. — Estou longe de ser um monstro. Sou um geek de computador com músculos que não tem medo de proteger o que é meu. O impacto feroz que sua declaração tem em mim me faz o querer ainda mais. — Você tem planos para após o jantar? — Pergunto, engolindo forte. — Só a levando de volta para o meu hotel e rasgando fora seu vestido, — ele sorri. — Isso é tudo o que eu precisava saber, — sorrio, — Coma, de repente, eu perdi o apetite para comida. — Oh sim, pensei que você queria fazer a coisa de namoro? — Ele ri. — Eu queria, mas agora que você está aqui a minha decisão não é mais tão forte, — pisco para ele. — Nesse caso, — diz ele, largando o garfo no prato, sinaliza para o garçom e impaciente espera por ele. — A conta, por favor, — ele ordena, mantendo os olhos focados em mim. A emoção correndo em minhas veias está pegando fogo. Esse local deve ter lhe custado uma fortuna e ele não se importa de não terminar o que está pagando. Uma vez que a conta é paga, ele me puxa e rapidamente, mas sem problemas, nos leva para fora do restaurante. — Entra na camionete, — diz ele, mantendo o tom exigente na sua voz.

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Faço o que me disse e como estou me sentindo um pouco tonta, gosto quando ele é dominante. Ele dirige rápido, mas precisamente para o seu hotel e joga as chaves para o manobrista. Tenho segundos para apreciar a beleza do hotel enquanto ele se torna um borrão no caminho para os elevadores. À medida que saímos do elevador para o corredor, acho que não estou andando rápido o suficiente, porque ele para em frente a mim e me joga por cima do ombro. Logo no final do corredor, ele pega a sua chave do quarto e tem a porta aberta e eu em sua frente em tempo recorde. Não mais sentindo risonha, uma intensa atmosfera enche a escuridão à nossa volta. Ele se inclina e reivindica a minha alma apenas com o seu beijo, arrastando suavemente seus lábios nos meus. Ele quase não toca a minha pele enquanto puxa as alças dos meus ombros, deixando o meu vestido cair no chão. De pé apenas na minha calcinha posso ver a fome em seus olhos enquanto eles vagueiam sobre meu corpo. Eu dormi com ele antes, mas esta está parecendo a nossa primeira vez juntos. — Você é um maldito inferno de tão bonita, — ele sussurra, arrastando seus lábios em toda a minha clavícula. Enquanto ele está focado em mim, desabotoo lentamente sua camisa e calças. Agora que estamos iguais dou um passo em direção a ele e raspo minhas unhas em seu peito. Não há palavras para dizer, nada para pensar, só há Slade e eu neste momento e nossos corpos estão fazendo toda a comunicação que precisamos. Saio de seu alcance e, lentamente, caminho para trás até a parte de trás das minhas pernas encostar na cama. Ele está enraizado no lugar, me olhando. Me sento e me arrasto até que estou no meio da cama. Abrindo as pernas, dou-lhe plena capacidade de me ver, e levemente passo o meu dedo do meu peito para o meu estômago até eu chegar ao topo da minha calcinha. Pego-a e trago-a para baixo lentamente. Decidindo que não aguenta mais, ele sobe na cama e deita sobre mim. Seus lábios e mãos estão por toda parte no meu corpo e eu ~ 154 ~


amo a maneira como me sinto. A fome que tenho por ele me faz querer assumir o controle, assim eu faço. Empurrando seu peito, me empurro para cima até que ele entende a ideia e eu o escarrancho e me inclino para beijá-lo. Temos toda a noite para as preliminares, agora eu só o quero dentro de mim. Entrando em posição, ele perde o fôlego quando eu me coloco sobre ele. As frustrações construídas por estar longe dele explodem de algum lugar dentro de mim e perco o controle e tenho meu próprio prazer a partir dele. Quando meu corpo começa a convulsionar do clímax ele permanece dentro de mim e muda de posição pronto para tirar seu próprio prazer de mim. Pouso em minhas costas, na parte inferior da cama deixando minha cabeça cair fora da borda enquanto ele dirige em mim não retendo nada. — Eu senti sua falta pra caralho, — ele rosna, continuando seu ataque ao meu corpo. Eu monto as ondas do meu orgasmo até Slade atingir o seu e despencar em cima de mim. — Eu senti sua falta também, — suspiro na escuridão. Quanto mais ficamos lá, mais o cansaço toma conta. Tento esconder um bocejo, mas falho quando Slade ri. — Espero que você não esteja tão cansada, tenho muito mais planos com este corpo esta noite, — ele ri, agarrando minha bunda.

A luz do sol entrando pelas janelas não me acorda. Zachery chorando por seu café da manhã não me acorda. São os dedos de Slade acariciando minhas costas e seus beijos salpicados sobre meu ombro o que me acorda. — Bom dia, querida. A maneira como ele me chama de querida me faz a apertar as pernas juntas quando tudo o que quero fazer é abrir para ele. — Hmm, Dia. — Estava ficando impaciente esperando você acordar, — diz ele. ~ 155 ~


— Que horas são? — Pergunto. — Ainda é cedo, pouco depois das sete. — Por que diabos você está me acordando, então? — Gemo no travesseiro. Ele aperta a sua glória da manhã em minha coxa em resposta. — Oh, — eu ri. — Sim, não se preocupe isso não vai demorar muito.

***

Meu estômago ronca quando ele rola de cima de mim e o seu também. — Devemos comer, nós não comemos muito no jantar na noite passada. — De quem é a culpa? — Ele ressalta. — Você é o único que terminou o jantar, — argumento. — Valeu a pena, — ele sorri. — Você quer descer para comer ou devo pedir serviço de quarto? — Pergunta ele. Não estou pronta para estourar a nossa pequena bolha ainda, especialmente se ficar no quarto o faz manter seu tronco a vista. — Serviço de quarto. — Boa escolha. Ele chama e pede café e panquecas. Enquanto esperamos, ele sobe de volta na cama e se deita ao meu lado. — Obrigada por ontem à noite... E esta manhã. — Eu deveria agradecer a você, me sinto fantástica, — digo a ele. — Quando você abriu a porta eu não podia acreditar que você era você. A memória de você vestida assim ficará para sempre gravada na minha cabeça. Me sinto o filho da puta mais sortudo do mundo.

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— Eu sei o que você quer dizer, não estava esperando para te ver vestido assim... Tão normalmente, — não posso deixar de rir. — Posso fazer o normal ocasionalmente, embora só para você. — Bom, porque o tipo todo motoqueiro que você sempre usa é muito quente. Me amaldiçoo por corar. Ele mergulha a cabeça para me beijar e tento saborear o modo como seus lábios ficam nos meus. — Odeio que tenho que deixá-la hoje, — ele franze a testa, afastando-se. — Quando você vai ser capaz de voltar? — Tenho alguns negócios do clube para resolver ao longo dos próximos dias, então não até a próxima semana. — Vai ser uma longa semana, — digo infeliz, o pensamento de uma semana sem ele não me faz sentir bem. — Para nós dois querida. Uma batida na porta nos interrompe. Slade se levanta e atende o serviço de quarto em apenas sua cueca boxer.

***

O café é maravilhoso, as panquecas são maravilhosas e o homem sentado de pernas cruzadas ao meu lado na cama é maravilhoso. A única coisa faltando é Zachery. — Por que você parece chateada? — Pergunta ele, preocupado. — Eu? — Uh-huh. — Estava pensando em Zachery. Esta é a primeira vez que fiquei longe dele. Ele vai acordar agora e se perguntando onde estou. Ele não pensa sobre o que ele diz a seguir e isso faz com que meu coração inche. ~ 157 ~


— Que tal se eu a levar de volta em breve e nós o levarmos em algum lugar antes de eu sair? Senti falta dele também. — Parece perfeito. Por mais que este homem bonito queira que eu seja sua, ele nunca me faz sentir como se Zachery estivesse no caminho. Na verdade, pensando sobre as nossas muitas conversas, ele sempre incluiu Zachery. Ele entende que venho com uma criança e isso nunca o incomodou. Eu sempre vou ser uma mãe primeiro, não importa o quê, mas Slade me faz sentir como se eu sou Kristen novamente, que posso ser ambos. Estou me apaixonando por ele e não estou com medo disso. Oh Deus, eu o amo. Como posso esperar uma semana para vê-lo novamente? Eu não posso. Ele me disse uma vez que era inevitável, que eu iria viver com ele, e ele estava certo. Quero voltar para Willows Peak com ele. Estou prestes a dizer-lhe isso quando seu telefone toca. — Sinto muito, mas tenho que atender, — ele diz, parecendo chateado. — Claro, vá em frente. Ele não fala muito durante a chamada, mas toda sua linguagem corporal muda. Não posso ver seu rosto porque ele está de costas para mim, mas ele não parece estar ouvindo nada de bom. Ele não diz adeus quando desliga o celular e, em seguida, me faz saltar quando o joga contra a parede. — Desculpe, eu não deveria ter feito isso, — ele murmura, quando começa a andar pelo quarto. Me certificando de que o lençol está em volta de mim escorrego para fora da cama e fico em seu caminho. — O que está acontecendo? — exijo. Quando ele não olha para mim, sei que eu não vou gostar do que ele tem a dizer. — Você disse que não iria mais manter qualquer coisa de mim, - o lembro. ~ 158 ~


— E eu não quero, mas o que estou prestes a dizer a você vai apenas confirmar seus medos sobre estar comigo. — Apenas me diga Slade, você está me preocupando. Ele começa a andar em torno de mim então eu torno mais fácil para ele e sento na beira da cama. — Era Cas no telefone. Cerca de uma hora atrás algumas fotos foram entregues ao clube, — ele faz uma pausa e tenta se acalmar. — Fotos do que Slade? — De nós. Eu pegando você na noite passada e nós no jantar, — ele para de andar e me assiste esperando minha reação. A julgar pelo seu olhar ele está esperando eu me desintegrar, mas estou furiosa. Ontem à noite foi o meu primeiro encontro de verdade e ninguém vai estragar isso para mim. — Quem faria isso? Por que alguém faria isso? — Pergunto calma. Ele se junta a mim na cama e me surpreende quando mantém suas mãos para si mesmo. — Alguém está aí para nos pegar, o clube, não você. Nos últimos meses, eles vêm causando problemas para nós e não temos a menor ideia fodida de quem é ou o que eles querem. Quem quer que seja, porém, eles sabem tudo sobre nós. Isto é, provavelmente, eles dizendo que sabem onde estamos em todos os momentos. — Estou em perigo agora? — Eles estavam me seguindo, mas eles provavelmente já sabem o quanto você significa para mim, então não posso ter certeza se você está em perigo ou não. Pelo menos ele é honesto neste momento. Silêncio enche o quarto e agora ele segura a minha mão e a prende com força. — Isso não é o que você quer, mas não posso sair daqui hoje, a menos que você venha comigo. Tenho que saber que você está segura e não vou saber se estivermos a milhas de distância. — Ok. Sua cabeça se vira para olhar para mim tão rápido que deve ter quebrado seu pescoço. ~ 159 ~


— Sério? Estava esperando você lutar comigo por isso. Sorrio e balanço a cabeça. — Slade, não estou com medo de alguém por tirar fotos de nós, talvez eu devesse estar, mas estou com raiva que a noite passada foi manchada por isso. Confio que você não vai deixar nada acontecer com a gente. Então, não, não vou brigar com você sobre isso. Agora acredito quando ele me disse que o clube cuida de todos, porque o pensamento de estar em Willows Peakme faz sentir segura. — Não vou deixar nada acontecer com você e ninguém pode tirar de nós a noite passada. Foi a melhor noite da minha vida e nada vai estragar isso, — ele me promete. — A noite passada foi uma das minhas melhores noites também e eu espero muitas mais, — digo sem rodeios. — Bem, vamos nos vestir e voltar a Willows Peak para que eu possa lhe mostrar o que tenho para oferecer.

***

Enquanto nós dirigimos até a casa da minha tia a percepção de que Slade está prestes a conhecer a minha mãe me bate. Eu nunca apresentei qualquer um a ela antes, ela nem sequer conheceu Billy. Isso vai ser estranho. — Você está pronta? — Pergunta ele, abrindo minha porta. Quando no inferno ele saiu do carro? — Claro. Depois de cavar a chave reserva da minha bolsa, agarro a mão de Slade e espero que ele sinta minha expectativa. Andando pela casa ela está muito tranquila. Não é até que entramos na cozinha que ouvimos vozes que fluem a partir da área do terraço dos fundos. Saindo para o bem-cuidado jardim, encontramos minha tia, minha mãe e Zachery tomando café da manhã. — Você está pronto para isso? — Pergunto, tentando não mexer os lábios. ~ 160 ~


— Mais do que você acredita. Olho para ele e vejo que ele está completamente calmo. Minha tia nos vê primeiro se levanta. Ela é quatro anos mais jovem do que minha mãe e parece quatro anos mais velha do que ela. Ela era conhecida como uma garota festeira em sua juventude e ao longo de seus trinta anos. Agora na casa dos cinquenta, ela goza a vida pacífica, mesmo que reclame com frequência que está entediada. — Oh minha Kristen, você trouxe café da manhã extra para nós devorarmos, — ela pisca, observando cada centímetro de Slade. — O deixe em paz tia Helen. Slade puxa uma cadeira para mim e pega um assento entre minha mãe e eu. — Mãe, este é Slade McCarthy. Slade, esta é a minha mãe Marnie Collins e esta é a minha tia, Helen Maguire. — Prazer em conhecê-las, — diz ele, atribuindo-lhes o seu melhor sorriso. Antes que alguém, especificamente a minha tia, possa me envergonhar, volto nossa atenção para Zachery. — Ei baby, você se comportou com a vovó? — Ele tem sido um anjinho, nenhum problema em tudo, — minha mãe diz, falando pela primeira vez. — Como é que nós temos o prazer de conhecer Slade esta manhã? Você era inflexível na noite passada que eu não poderia descer quando ele chegasse, — minha mãe diz, brincando. E aqui está, embaraçoso no seu melhor. — Decidi voltar com ele, pensei que você devia conhecê-lo, — dou de ombros como se não fosse um grande negócio. No intimamente sinto tudo, menos casual. — Ontem à noite deve ter sido excepcional para ter mudado de ideia tão rápido? — Tia Helen sorri. Rolo os olhos para suas insinuações e rezo para isso acabar rapidamente.

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— Ontem à noite não poderia ter sido melhor senhorita Maguire, — diz Slade, apertando a minha mão debaixo da mesa. — Não posso dizer que a culpo Marnie, você não podia ficar sem Robert quando o conheceu e ele estava longe de ser tão escaldante como este jovem. — Mantenha sua boca fechada Helen. — Ok, vou arrumar nossas coisas. Por favor, não o assustem demais enquanto eu estiver fora, — imploro. — Ele estará seguro o suficiente com a gente, — Tia Helen promete. — Vou te ajudar, — minha mãe diz, ficando em pé comigo. Zachery desce de sua cadeira e dá a volta na mesa, parando ao lado de Slade. — Ei pequeno rapaz, como é que está? — Pergunta-lhe Slade, levantando-o para o seu colo. — Ma-ma, — Zachery fala. — Eu vou voltar em um minuto, baby — digo-lhe, voltando para a casa. Minha mãe mantém a sua opinião para si mesma até que estamos no quarto que eu estava usando. — Ele é um jovem de muito boa aparência, — ela começa. — Sim, ele é, — concordo. — Não vou te impedir de ir, você é velha o suficiente para fazer o que quiser, mas como sua mãe, tenho o direito de me certificar de que você está pensando nisso corretamente? Me sento na cama e sorrio para ela. — Não poderia estar mais certa sobre qualquer coisa. Não posso explicar isso, a forma como ele me faz sentir, como ele é com Zachery, é tudo sobre ele. Eu o amo mãe, e se eu não voltar com ele vou perder tempo e não quero isso. E é por causa disso e não por causa das fotos tiradas de nós.

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— Você me faz lembrar de mim quando me apaixonei pelo seu pai. Ele poderia ter me dito que o céu estava verde e eu teria acreditado nele. Nunca perdia tempo com ele e estou tão feliz que não fiz. Confio em você para saber o que você está fazendo e se ele te faz tão feliz, então estou feliz que o encontrou. —Obrigada mãe, eu estou feliz que você está sorrindo de novo também. — Você tem de agradecer a sua tia Helen por isso, foi a decisão certa vir para cá. Havia muitas lembranças de seu pai. — Boas lembranças, — concordo. — Sempre boas, é por isso que doía muito. Boas lembranças são, por vezes, as mais dolorosas de suportar. Concordei de todo coração, meu pai era um diamante bruto. Não leva muito tempo para recolher minhas coisas e mudar meu vestido de ontem à noite. Chegando lá embaixo encontro Slade e tia Helen rindo e conversando com Zachery ainda no colo de Slade. — Eu nunca vi Zachery tão tranquilo com alguém não seja da família antes, — minha mãe observa ao meu lado. — Eu sei, ele é como meu sexto sentido quando se trata de pessoas. Ambos clicaram. — Mama, — Zachery grita quando ele nos vê. — Ei baby, venha e dê um abraço na mamãe. Eu o tiro do colo de Slade e seguro-o perto até que ele está implorando para voltar a Slade. Ele o leva de mim e fica ao meu lado. Um sentimento de ciúme me bate. Tive Zachery só para mim desde que ele nasceu, ele me escolhendo acima de todos e agora parece que ele não precisa de mim. Sei que estou sendo boba, tendo Slade em sua vida é bom para ele. — Você está pronta para ir? Não quero apressá-la, mas quero pegar a estrada em breve, — ele perguntou, em voz baixa. — Pronta quando você estiver pronto. Depois de ter sido dito adeus e minha mãe e tia deram a Zachery seus abraços de despedida, ele está de volta nos braços de Slade ~ 163 ~


novamente e me dou conta de que eu não vou dirigir meu carro de volta. Duvido que Slade vá conduzir separadamente. — Nós podemos mandar buscá-lo, não se preocupe, — ele murmura no meu ouvido quando me pega olhando para o meu carro estacionado em frente ao seu. Concordo com a cabeça e me sinto aliviada, a última coisa que eu preciso é estar em Willows Peak e contando com ele para nos levar aos lugares. Deixo Slade afivelar Zachery em seu assento, que foi transferido para sua camionete, e abraço minha mãe mais uma vez. — Me chame quando chegar lá e nunca se esqueça, você é bemvinda aqui a qualquer hora, — ela me assegura. — Eu sei mãe. — Cuide deles, por favor, — ela pede a Slade quando ele se junta a nós. — Você tem a minha palavra Sra. Collins, — ele sorri. Uma vez que estamos no carro fico confortável para a longa viagem. — Pronta para ir para casa? — Pergunta ele. Casa. É uma sensação estranha me referir a Willows Peak como a minha casa, mas isso é o que ela está prestes a tornar-se, então concordo com a cabeça e descanso minha mão sobre sua coxa enquanto ele nos leva para longe.

***

Tinha adormecido há um tempo, o movimento suave na estrada era hipnotizante. Buzinas mexem comigo e me fazem olhar para fora pelo retrovisor. Ninguém estava lá. Slade parecendo divertido, apontou para frente, onde quatro homens vestidos com uma mistura de jeans e couro estavam sentados em suas motos. Quando passamos, eles saíram do lado da estrada e seguiram atrás de nós. — Não fique tão preocupada, é só Cas, Sparky, Oak e Pope, — ele me diz. — Por que eles estão aqui? — Pergunto. ~ 164 ~


— Para ter certeza que vamos voltar para a cidade de forma segura, — diz ele, dando uma olhada de lado para mim, — Confie em mim querida, isso é o que nós fazemos, nós cuidamos um dos outros. Resolvo voltar ao meu lugar e dar uma olhada em Zachery. Ele está olhando para fora da janela tentando descobrir que o ruído das motos é. — Quanto tempo nós temos até chegarmos à cidade? — Cerca de meia hora. O tempo voa, e em breve, em vez de ir direto para a casa de Slade, vamos para o seu clube. A última vez que estive aqui parece como muito tempo atrás, em vez de apenas uma semana. Ainda me lembro que tenho desculpas para pedir, mas agora estou muito cansada e com dores. — Prometo que isso não vai demorar muito tempo e então vou levá-los para casa. — Está tudo esperamos.

bem, podemos esticar as pernas

enquanto

Enquanto faço o meu caminho para Zachery, Slade está esperando e tem um sorriso diabólico no rosto. — O quê? — pergunto, pensando o que eu perdi. — Isto, — ele murmura, me puxando contra seu peito. Seus lábios atacam os meus e me tomam de surpresa. Logo me recupero e retorno o beijo com a mesma fome que está me alimentando. — Por que isso? — Pergunto, sem fôlego. — Nenhuma razão, — ele sorri, — Você vai ficar bem aqui ou no bar. Virei encontrá-la quando eu terminar. Zachery está animado por estar fora do carro e caminha em volta do terreno, observando tudo. Felizmente ele não tenta andar para a garagem, mas ele para e olha para cada moto que está estacionada. — Seja cuidadoso baby, — Adverti quando ele fica muito perto de uma.

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— Você tem um lindo garotinho. Me viro para encontrar Alannah atrás de mim, segurando duas garrafas de água. — Quando você esteve aqui a ultima vez... Levantei a minha mão para detê-la. — Você não precisa dizer nada, sou eu quem deveria estar falando. Me desculpe, eu culpei você antes de ouvir todos os detalhes. Deveria ter ficado e escutado. Quando Slade veio a mim naquela noite me senti péssima depois que ouvi tudo pelo que você passou naquela noite e, em seguida, do jeito que te tratei, eu sinto muito, mesmo. — Nunca quis mentir para você, mas sinceramente não senti que nenhuma coisa boa viria de você saber os detalhes horríveis. — Então, nós duas sentimos muito, — sorrio. — E agora nós estamos esquecendo, — ela sorri de volta, — Vamos nos sentar? — Ela pergunta, apontando para as mesas de piquenique. — Claro. Ela me passa uma das garrafas de água que está segurando e tomo metade de uma vez. — Deveria pedir desculpas a Bonnie, eu a feri também. — Digo. — Ela sabe que você estava em estado de choque, ela entende. — Ainda assim, eu deveria pedir desculpas. — Que tal todas nós nos encontramos na minha casa durante a semana, podemos limpar o ar e esquecer tudo isso? — Ela oferece. — Soa bem. Ela começa a me contar os planos que eu perdi na última semana para o seu casamento e eu começo a sentir a sua excitação. E é onde Slade encontra-nos 45 minutos mais tarde. — Tudo ok aqui? — Pergunta ele, inclinando-se sobre a mesa. —Ótimo, — sorrio para ele. — Vamos, vamos para casa.

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Antes de sair, Slade leva Zachery para a camionete enquanto digo adeus a Alannah. — Isso é tudo o que ele sempre quis, você sabe, alguém para chamar de seu. Ele está realmente feliz que você está de volta. — Eu sei, — concordo baixinho, sabendo que tomei a decisão certa em voltar.

***

De volta a casa Slade parece ansioso para nos mostrar algo. Antes de ter a chance de fazer qualquer coisa somos levados ao andar de cima. — O que está acontecendo Slade? — Pergunto divertida. — Eu quero lhe mostrar uma coisa, eu espero que você goste! Ele parece nervoso. Ele abre a porta do quarto de hóspedes e o quarto é um completo contraste com a última vez que estive aqui. As paredes foram pintadas de um tom escuro de verde e há um novo tapete verde mais claro. Prateleiras e gavetas foram adicionadas também, e ao lado está um novo berço com lençóis e colcha. — Slade... — eu sussurro, — Quando foi que você fez isso? — Assim que você foi para sua mãe. Como eu disse, esperava que um dia você fosse voltar e queria que estivesse pronto para quando você fizesse. Coloquei Zachery para baixo para que ele pudesse andar ao redor de seu novo quarto. — Lamento que vocês foram forçados a voltar antes do que você queria... Eu o interrompi e me aproximei. — Você quer saber um segredo? — Pergunto-lhe maliciosamente. — Quero saber tudo que você faz. — Pouco antes de Cas ligar esta manhã no hotel, estava prestes a dizer-lhe que queria voltar com você, — sorrio. ~ 167 ~


— É por isso que você não lutou comigo sobre isso? — Ele pergunta ou declara, não tenho certeza o do que é. Concordo com a cabeça suavemente e meu sorriso cresce à medida que faz a seu. — Eu deveria fazer você se desculpar por me fazer sentir mal durante todo o dia. — É assim mesmo? Como você vai me fazer me desculpar? — Pergunto, levantando uma sobrancelha. — Me deixe pensar sobre isso, estou apenas feliz que você está aqui comigo. — É a única razão pela qual estamos aqui, por você. — Você não tem ideia de como isso me deixa feliz. — Isso significa que eu sou sua old lady? — Eu ri. — Na verdade eu já classifico você como minha old lady, só estava esperando você se dar conta, — ele admite. — Oh, eu me dei conta, e quando Zachery for para a cama vou lhe mostrar exatamente o que você significa para mim. — Promessas, promessas, — ele provoca. Promessas de fato, e que pretendo manter.

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Capítulo catorze SLADE

Por mais de uma semana, nós continuamos indo mais e mais sobre a mesma merda. Ninguém viu ou ouviu qualquer coisa que poderia nos levar a quem diabos é o nosso misterioso jogador. Ricky ainda está na cadeia com o seu julgamento se aproximando, a piada de um assalto na casa de Cas e todos os pequenos encargos de merda voando sobre nós, não esquecendo alguém me seguindo no meu encontro com Kristen. Mais cedo ou mais tarde vamos encontrá-los e quando o fizermos não posso imaginar que vamos esperar por respostas. — Acho que eles estão se escondendo na cidade, — diz Sparky. — Essa é uma possibilidade, nós tivemos prospectos observando os limites da cidade por semanas por possíveis ameaças e eles não viram nada ainda, — Cas responde. — Quem quer que seja, eles estão jogando. Você não acha que, se eles nos queriam mortos, todos nós já não teríamos buracos em nossas cabeças agora? — Oak acrescenta. — Quem quer que seja que eles estão nos observando e apreciando-nos parecer como bocetas perseguindo nossos próprios rabos, — diz o Pope, entediado. — Para ser honesto, estou fodidamente de saco cheio disso, — Cas suspira: — Mas, eu não vou deixá-lo fazer-nos preguiçosos, enquanto esperamos eles nos mostrar a sua face. — Então, o que vamos fazer? — Sparky pergunta.

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— Em primeiro lugar, você e Slade vão andar pelos bares para ver se ouvem qualquer coisa, mostrar unidade, e se você ouvirem qualquer coisa liguem para nós. — Mais alguma coisa? — Pergunto. — Sim, a partir de agora, os prospectos vão manter os olhos abertos durante toda a noite, assim como durante o dia. Quero todos na cidade em alerta total. Se você ver qualquer coisa ou pessoa que não se encaixa, segure-o até que o resto de nós possa chegar até você. Eventualmente vamos pegá-los. O aspecto mais frustrante é a espera, pelo menos quando estávamos em guerra com os Raging Riders sabíamos quem estava atrás do nosso clube. — Como eu pareço estar dizendo muito ultimamente, mantenham os olhos abertos e tenham cuidado lá fora, — diz Cas, batendo o martelo. Sparky e eu montamos nossas motos e decidimos bater o primeiro bar na cidade. Sendo cedo em uma tarde de sexta-feira o bar estará lotado com regulares e não há muito que eles não ouçam. Há apenas três bares nesta pequena cidade e os Lost Souls raramente bebem neles, tendo o nosso próprio bar na sede do clube, tendemos a ficar perto de casa. Isso salva um monte de brigas desnecessárias com os moradores. Durante a meia hora de viagem para a cidade uso o tempo pensando em como eu sou sortudo no momento. Os muitos meses em que não me senti satisfeito, não importa o que fizesse para preencher o vazio, foi reembolsado pela forma quente de Kristen. Estacionando fora do primeiro bar o estacionamento está lotado de carros. Colocamos nossas motos em um par de espaços que são deixados e arrumamos antes de entrarmos. — Qual é o negocio? — Sparky pergunta, colocando as luvas de dirigir no bolso de trás. O negócio tem sido sempre entrar pela porta da frente, ir direto para o bar, pedir uma bebida e manter um olho em nosso entorno. Se ocorrer um problema, nós lutamos rápido e sujo, então saímos rápido de lá antes que os policiais apareçam. — O de sempre, — digo, abrindo a porta. ~ 170 ~


— Claro. É mais movimentado do que o normal para esta hora do dia, mas não é barulhento e Sparky e eu nos tornamos o foco para todos os clientes. Depois de 40 minutos sem ouvir ou ver qualquer coisa fora do comum, passamos para o próximo bar. Nós gastamos um pouco mais de tempo no segundo bar após nos deixar levar jogando sinuca. No momento em que entramos no terceiro e último bar há muito mais regulares iniciando a sexta-feira cedo. — Não reconheço a metade das pessoas aqui, irmão, — diz Sparky, em voz baixa ao meu lado. — Isso pode ser uma coisa boa, procure por qualquer pessoa agindo de forma suspeita em torno de nós, — eu digo. Sparky vai para o bar enquanto pego um banco em uma mesa pequena no canto. Como de costume, recebo os olhares habituais, mas não demora muito para eles superem isso e retomem suas conversas sobre as suas bebidas. Sparky coloca duas garrafas de cerveja sobre a mesa e puxa um banquinho. — Então, como está indo a vida com Kristen? Deve ser diferente tendo uma criança ao redor. Sei o quão diferente que pode fazer as coisas. — É bom, eu gosto diferente. O pequeno Zach é um garoto legal, ele não é nenhum problema. Eles são o que eu estava esperando, — sorrio, me sentindo como uma porra de uma garota pegajosa sobre o romance. — Você definitivamente parece muito mais feliz hoje em dia, você estava começando a nos preocupar. — Eu sinto isso, é por isso que quero este filho da puta pego. Não quero nada assustando-a para longe. Foda-se, não quero ninguém chegando perto deles. — Todos nós sentimos assim, apenas continue cuidando de sua garota e nós vamos lidar com a merda quando aparecer, — ele aconselha. Enquanto conversamos casualmente, mantemos um olho em todos. Até agora nada está acontecendo aqui também. Chegamos a um ~ 171 ~


acordo sobre uma última cerveja antes de terminar o dia, quando quatro jovens rapazes entram enquanto eu estava no bar. Esqueço nossas bebidas quando os vejo enxergar Sparky sentado em seu banco e caminhar em sua direção. Flexiono e estalo os dedos me preparando para o pior e ando atrás deles despercebido. — Você está no nosso assento, cuzão. — Um dos idiotas xinga. — É mesmo? — Grunhe Sparky, não dando-lhes sua atenção. — Sim, então se mova. Eles têm sua atenção agora. — Vou me mudar quando eu quiser sair, então foda-se antes de me irritar. — Te irritar? Você está me irritando apenas por estar aqui. Quando Sparky começa a rir deles, todos os quatro estufam o peito para fora pensando que estão lhe intimidado. — Você pode se mover ou nós vamos ajudá-lo, caralho, — o líder ameaça. Sparky casualmente passa a mão sobre a sua cabeça lisa e tenta manter a calma. Ele pode ser um cara fácil de tratar, calmo e recolhido, mas quando ele é ameaçado ou alguém que ele se preocupa é, então seus demônios são difíceis de controlar. A última vez que o vi perder o controle foi quando ele matou Tommy depois que descobriu o que ele tinha feito a Bonnie. — Olha, não vou sair, porra. Me deixe dizer como isso vai ser se você não se foder, — ele começa levantando abruptamente e derrubando seu banquinho no chão. Os garotos recuam ligeiramente quando veem o tamanho de Sparky. — Primeiro eu vou agarrá-lo pelo pescoço... Na verdade por que não podemos lhe mostrar. — Nós? — Um dos garotos engole. — Atrás de você, — Sparky lhes diz.

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Quando os garotos olham para trás e me veem ali de pé, percebem que Sparky não está por conta própria e ao mesmo tempo a sua atenção está sobre mim, Sparky inclina-se sobre a mesa e se estende para o líder. Ele bate sua cabeça na mesa e o garoto cai no chão. Os outros três garotos olham um para o outro brevemente indecisos sobre como prosseguir, mas é tarde demais. Sparky roda a mesa e enquanto ele vai por um lado, eu acerto um gancho de direita em outro antes de virar e socar um quarto garoto. Ele não cai como seus amigos patéticos, sua cabeça encaixa de volta e ele balança o braço para mim. Eu o evito com facilidade e bato meu punho em seu estômago, o dobrando ofegante. Jogando um último soco no rosto do cara, ele também cai no chão. Tentando respirar pela onda de violência, me viro para ver Sparky, olhando ambos idiotas que ele bateu enquanto os dois estão no chão. Correndo o afasto e arrasto-o até a porta, jogando um monte de dinheiro no bar quando passamos.

***

SPARKY

Voando em direção a minha moto não posso acreditar em como reagi. Me senti como se fosse matar todos lá dentro, e acho que teria se não fosse Slade me afastando. Estou habituado a caras que pensam que são durões e saem para provar que eles são o grande homem, mas geralmente um soco simples é o suficiente para mostrar-lhes que eles não são, mas aquilo lá foi diferente. — Você está bem? — Slade pergunta, olhando preocupado para mim. — Você normalmente se acalma assim que saímos de uma luta. Me esforço para falar até que acalmo meu ritmo cardíaco e minhas mãos param de tremer.

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— Estou bem, estou indo para um passeio. Não sei por que eles me abalaram tanto, mas preciso limpar a minha cabeça, — digo a ele, passando minha perna sobre a minha moto. — Claro, vou chamar Cas e colocá-lo a par de tudo. Concordo com a cabeça uma vez e ligo a minha moto. Slade não está muito atrás de mim quando viro à esquerda para fora da cidade, enquanto ele vira à direita. Não me importo com uma boa luta, na verdade eu costumava abraçá-las. Gostava da euforia que elas me davam, mas hoje outra coisa aconteceu e não gosto de não a entender. Desde que me casei com Bonnie, fiz uma promessa a mim mesmo de que iria manter a violência fora de sua vida tanto quanto eu podia, o que significava que não haveria brigas de bar patéticas. Depois de tudo que ela passou com o pai, o irmão e o merda do Tommy, eu não queria que ela tivesse que passar isso comigo. Não que eu jamais iria colocar a mão sobre ela, mas não queria trazer mais problemas em sua vida e por um longo tempo eu não trouxe. Ela estava tão feliz por muitos meses e até agora ela não tinha visto um grama de violência. Uma luta estúpida como a de hoje não iria fazê-la se afastar de mim, mas poderia me colocar em uma situação onde eu poderia ser colocado na cadeia e, com isso, ela estaria sozinha com o nosso filho. Isto é o que tenho evitado desde que coloquei um anel em seu dedo. Não me interpretem mal, se eu tiver que lutar, vai ser porque estou protegendo-a e a minha família. Essa merda vai acontecer sem um pensamento de hesitação. Se eu acabar na cadeia por isso, sei que teria valido a pena, mas hoje não foi valeu a pena de jeito nenhum. E a última coisa que o clube precisa agora é mais problemas na porta porque um grupo de idiotas queria provar a si mesmos. Estar com Bonnie iria ajudar agora, mas ela está com Kristen e Zach e, para ser honesto, tanto quanto ela iria me ajudar a acalmar e trabalhar essa merda, não quero que ela me veja assim. Continuo a montar em direção a nenhum lugar em particular.

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Capítulo quinze KRISTEN

Tanta coisa mudou desde que eu voltei com Slade. Ele voluntariamente não me disse o que está acontecendo com o clube, mas se eu perguntar sei que ele vai me dizer. Ele me prometeu que não iria esconder algo grande de mim novamente e acredito nele. Quando penso no tempo antes de conhecê-lo teria dito que eu era feliz, eu e meu filho juntos fazendo o nosso próprio caminho no mundo. No entanto, Slade me mostrou um tipo diferente de felicidade, sem ser apenas o de ser mãe. Zachery está se abrindo mais e mais a cada dia. Meu coração bate cada vez mais forte quando ele se acende em torno de Slade. Slade está ansioso para nos assentarmos. Ontem à noite ele me disse para mandar trazer meus pertences que estão no guardados. Não vou negar que adoraria ter todas as minhas coisas de volta novamente, e Zachery também. Sei que estar aqui é certo, porque posso ver um futuro aqui para nós. Não mencionei isso para Slade ainda, mas estou pensado em abrir minha própria loja na cidade. Vou ter que fazer minha pesquisa e descobrir o que a cidade precisa mais e ir a partir daí. Tudo que sei é que não quero continuar gastando o dinheiro que eu tenho e não quero depender de Slade também. Ele gosta de me lembrar que ele quer cuidar de nós e eu vou deixá-lo, mas só até certo ponto. Pedi desculpas a Bonnie um par de dias atrás na casa da Alannah e, felizmente, ela aceitou com pouco esforço da minha parte. Como Alannah disse, ela entendeu o meu choque e disse que teria agido da mesma forma. Minha amizade com as duas é fácil e sem o sentimento de pé atrás como com meus amigos anteriores. Embora, a ~ 175 ~


última vez que tive amigos eu estava na escola antes da saúde do meu pai piorar. A batida na porta anuncia a chegada de Bonnie. Slade e Sparky têm alguns negócios no clube hoje, então nós decidimos que iríamos passar a tarde com os meninos aqui. Desde que estamos de volta, Slade vem arrumando brinquedos no jardim para Zachery. Metade do material é velho demais para ele, mas Slade não se importa e o inferno quase congela quando ofereço para pagar metade do custo. — Ei, entrem, — digo, abrindo a porta. — Oi, está tão quente hoje, — ela geme. — Me diga sobre isso, sinto que estou derretendo. — Como você está se estabelecendo? — Pergunta ela, abaixando o carrinho de JJ na cozinha. Zachery move os tijolos ao lado dele e olha para ele dormindo enquanto joga. — Muito bem, tudo aqui parece tão certo. Slade tem decorado o quarto de Zachery e está enchendo-o de muito mais brinquedos do que ele precisa, — dou risada, me sentado à mesa. — Ele só quer ter certeza de que você está confortável. — Oh, eu estou mais do que confortável aqui, especialmente com Slade. Nós, eventualmente, vamos nos sentar no jardim, a conversa com Bonnie sempre flui facilmente. Falamos sobre os nossos meninos, homens, e o futuro. Ela me diz que está tentando outro bebê e, enquanto Sparky está muito feliz de tentar, isso não está acontecendo. Quando ela me pergunta se eu penso em ter mais filhos, fico perplexa. Nunca pensei nisso. Sempre dei a Zachery toda a minha atenção e suponho que Slade iria querer seus próprios filhos um dia, mas não tenho certeza. Não tinha ouvido Slade entrar, por isso, quando me virei para ir ao banheiro para fugir da conversa de bebê, o vi encostado na porta o que me fez pular. — O que você está fazendo escondido aqui? — Pergunto, quando controlo de novo a respiração. — Não estou escondido, — ele resmunga. — Estou admirando a vista. Adoro vir para casa sabendo que você está aqui. ~ 176 ~


Ele me puxa para ele e me dá um de seus beijos de roubar a respiração. — E esta é a nossa deixa para ir JJ, — Bonnie ri atrás de nós. Me afasto apenas um pouco envergonhada. — Você não tem que sair, — digo a ela. — Na verdade eu tenho. Sparky está me enviado mensagens, ele quer que o encontremos. — Diz ela, colocando as meias de JJ em seus pés minúsculos. Uma vez que está pronta para sair, ela se volta para Slade. — Sparky teve um novo número na semana passada, como é que ele trocou de novo? — Ela pergunta. — Eu não estava ciente que ele trocou, — ele franze a testa, — Mas você sabe como ele é, ele provavelmente sentou sobre ele novamente ou algo assim. — Sim, isso soa como ele, — ela ri. Depois que ela saiu limpo nossos pratos do almoço, enquanto Slade senta com Zachery em frente a TV. Quando tudo está de volta em seu lugar decido me juntar a eles e dizer a Slade sobre meus planos de abrir uma loja, quando noto seus dedos machucados. — Você vem lutando? — Pergunto-lhe. — Não é verdade, alguns caras pensaram que poderiam atacar Sparky e eu o ajudei. Não se preocupe, não foi nada, — ele promete. — Estava pensando, — diz ele, saltando antes que eu possa perguntar mais alguma coisa. — O que? — Já que eu conheci sua mãe e você está vivendo comigo, gostaria que você conhecesse minha mãe e minha irmã. Estou muito feliz que ele quer que eu conheça sua família, mas o que acontecerá se sua mãe não aprovar o seu filho assumir o filho de outro homem?

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— Não estou dizendo que será neste exato momento, você não tem que parecer tão preocupada, — ele ri. — Adoraria conhecer a sua família, — digo-lhe sinceramente. — Então por que você está tão preocupada? — E se ela não aprovar você assumindo Zachery? Não sei se o seu profundo riso me acalma por ser ridículo ou me irrita. — Querida, minha mãe já sabe sobre vocês dois, é por isso que estou perguntando, porque ela pediu para conhecer vocês, — ele explica. — Oh. É claro que sua mãe sabe sobre nós, ele me disse antes o quão próximo ele é de sua mãe e irmã. — Então, posso providenciar para nós as visitarmos? — Pergunta ele. Desta vez não hesito em responder. — Claro, eu adoraria. Quando Zachery boceja, imediatamente sei o que quero. — Você vai voltar para o clube hoje? — Não, por quê? — Estava pensando que Zachery deve fazer seu cochilo agora e que eu poderia aproveitar e me deitar também, — digo, esperando que ele capte o duplo significado. Ele me dá seu sorriso assimétrico que eu amo tanto e zomba jogando os braços para o ar. — Sim, eu poderia aproveitar para deitar esta tarde. Fico de pé com Zachery em meus braços antes que Slade se levante. No meio da escada o telefone de Slade toca. — Vou atender rapidamente enquanto você coloca Zach para cochilar. ~ 178 ~


Não é até que eu o ouço dizer 'oh merda' que eu sei que nosso prazer da tarde já não vai acontecer. Eu mal coloco Zachery no berço quando ouço Slade pulando as escadas para cima. Ele aparece na porta preocupado. Espero Zachery fechar os olhos antes de sair, fechando a porta atrás de mim. — O que está acontecendo? — Pergunto, sabendo que algo realmente aconteceu. — Policiais estão vasculhando a cidade atrás de Sparky, eles estão por toda parte no clube procurando por ele. — Por quê? — Alguém ligou relatando uma briga doméstica em sua casa, aparentemente, quando os policiais chegaram, encontraram sangue, mas nenhum sinal de Bonnie e JJ, ou Sparky para contatar. — Será que eles pensam que Sparky poderia machucá-la? — Pergunto, com a minha voz tremendo. — Isso é exatamente o que eles estão dizendo. Tenho que ir, mas não vou deixar você aqui sozinha. Sparky não fez nada para Bonnie, ele se machucaria antes de machucá-la. É o mesmo cara por trás de tudo, eu apostaria nisso. — Ele diz. — Mais importante, onde diabos está Bonnie? Ela disse que estava indo encontrá-lo, — ele continua. — O que você quer que eu faça? — Pergunto, optando por não fazer a sua vida mais difícil no momento. Sua dor é evidente sobre seu irmão e família. — Venha comigo para o clube, Cas tem Alannah lá assim você não vai estar sozinha. Se você estiver lá vou saber que está segura, enquanto nós descobrimos o que está acontecendo. — Ok, eu vou precisar de alguma coisa? — Arrume uma mala para um par de dias, só para o caso. Não acho que vamos parar até que pegar esse cara. — Diz ele, me empurrando para o nosso quarto. Rapidamente faço-nos uma mochila e pego Zachery no seu cochilo. Espero que ele volte a dormir no carro. ~ 179 ~


Slade se afasta da casa e vai para o clube. — Por favor, não se preocupe com isso, tudo sempre se resolve no final. Não é com a situação de Sparky que estou preocupada, é como tudo vai ficar resolvido. Desta vez não penso sobre Slade e todo mundo ter que recorrer a medidas extremas, é o pensamento de que nada aconteça a Slade.

***

SLADE

Kristen está levando isso melhor do que eu pensei que ela iria. Cada vez que acho que nós estamos avançando bem, este filho da puta nos lança uma guinada e eu começo a duvidar que ela vá ficar. Meu pé está ansioso para empurrar com força no acelerador, levála e a Zach para o clube onde a proteção para eles existe em abundância, mas me abstenho de colocá-los em perigo. — Bon não estaria com Sparky se ele a machucasse, não depois de tudo o que ela passou. Quem quer que tenha causado isso vai ter o show que eles querem, porque ele não vai deixar isso quieto. — Digo como se quisesse confirmar a ela de que isso é um grande erro. Tento não pensar sobre a briga no bar mais cedo. Não há nenhuma maneira meu irmão ter ido para casa para sua família, naquele estado de espírito. — Ela me contou sobre seu passado antes de conhecer vocês, até eu posso ver o quanto Sparky a ama. — Ela responde. Embora ela tenha estado no clube um par de vezes, não passou tempo suficiente lá para ver como meus irmãos são e como fácil as mulheres podem ser. Antes de chegarmos lá eu deveria deixá-la saber, assim ela não é pega de surpresa se ela vê algo. — Enquanto você está no clube, você pode ver algumas coisas ou ouvir coisas que você normalmente não veria... — Slade, eu não estou esperando chá e biscoitos, — ela ri. ~ 180 ~


O alívio que sinto é intenso. A quinze minutos do clube, a estrada é reta com terra estéril em ambos os lados. Vejo um carro vindo em nossa direção à distância e não presto muita atenção até que ele se aproxima. Quanto mais perto ele vem mais eu percebo que ele estava indo de lado a lado em toda a estrada. Que porra é essa que eles estão fazendo? Diminuo e vou para mais perto da lateral da estrada. O carro que se aproxima pega velocidade e permanece no meio da estrada. — Slade... — Kristen alerta, olhando para Zachery. Dirijo completamente para fora da estrada, dirijo ao longo da lateral esperando que isso de ao idiota perigoso espaço suficiente para passar. Mas o carro apenas mais uma vez vem dirigindo diretamente para nós. — O que vamos fazer? — Kristen pergunta freneticamente. — Vocês dois estão com o cinto de segurança preso corretamente? — Pergunto a ela, ignorando a pergunta que eu não sei como responder. — É claro que estamos, — ela respira. Continuo dirigindo em direção ao carro e eles não se movem também. Dentro de segundos o impacto vai acontecer e não vou deixar que Kristen e Zach se machuquem. No último minuto desvio minha camionete para a esquerda enquanto o outro carro desvia para a direita e meu carro sobra a traseira e rodopia. Kristen grita e aperta a porta do carro até que paramos. Um segundo passa em silêncio antes de Zach chorar no banco de trás. Kristen está fora da camionete, a porta aberta e Zach e em seus braços antes que ela tenha chance de se acalmar. Até o momento que saio da camionete o outro carro está de volta à estrada e se afastando apressado. É muito longe para ver a placa, sorte para eles que eu tenho Kristen e Zach comigo, porque se eu estivesse sozinho, estaria na minha camionete e correndo atrás deles. ~ 181 ~


Digo a mim mesmo que eles estão bem, mas eles estão claramente abalados. Eu os abraço para que possa tentar acalmá-los e assegurarlhes que eles estão bem. — Vamos lá, devemos chegar ao clube. — Isso foi de propósito? — Pergunta ela, olhando para mim por respostas. — Parece que sim, por isso que quero nos levar para o clube o mais rápido possível. Ela afivela Zach de volta em seu lugar e eu nos levo de volta a estrada. Meus olhos estão em toda parte, no caso do motorista babaca fazer outra aparição. Felizmente o resto do caminho está livre, mas quando chegamos ao clube a situação é totalmente diferente. — Um... Slade... Eles não vão atirar em nós, vão? — Kristen pergunta, quando ela vê todos os policiais começarem a cercar a camionete. — Não, abra sua janela. Quando eles virem que não somos Sparky eles vão nos deixar entrar, — digo a ela. — Não tenha medo. Confie em mim. Ouço Cas gritando para Jake que sou eu e Kristen e os policiais recuam alguns metros. Giro, desato Zach e o trago para o banco da frente, — Vou levá-lo, me siga e não pare. Meus irmãos formam uma linha entre os policiais e a sede do clube. Cas está em pé no centro. Vou me sentir cem por cento melhor quando Kristen e Zach estiverem por trás dessa linha. Espero por seu aceno antes de abrir minha porta e andar para seu lado. Com Zach em um braço eu pego na mão de Kristen com o outro e caminho com eles o mais rápido que posso para a segurança. Os policiais assistem cada passo nosso e vão para trás quando veem que não somos problema. Pope e Oak vão para o lado para nos deixar passar e voltam no lugar quando nós passamos.

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Estou tentando o meu melhor para não a empurrar através da porta: — Fique aqui, não saia por nada, ok? — Ok. Eu a beijo rapidamente e fecho a porta. Pego o meu lugar entre Cas e Pope. — Você teve alguma dificuldade no caminho para cá? — Cas pergunta, não tirando os olhos da polícia. — Poderia dizer que sim, — xingo. — Alguém tentou nos tirar fora da fodida estrada. — Que porra é essa, irmão? — Oak rosna, — Com um bebe no carro, este filho da puta não estará respirando amanhã a essa hora. — O que está acontecendo aqui? — Pergunto, evitando entrar no assunto com Oak. — Eles acham que Sparky atacou Bonnie, eles encontraram sangue na casa deles, mas nenhum corpo. Não ajuda que ninguém consegue contato com ela e saber onde a porra do Sparks está, — Cas informa. — Ela estava em nossa casa quando eu cheguei em casa. Ela saiu depois de Sparky enviar mensagens dizendo para ela encontrá-lo, — Digo aos meus irmãos. — Ele foi para um passeio depois que deixou o bar para se acalmar, e eu sei que ele estava com seu telefone. — Consegui falar com Linc antes dos policiais aparecerem. Ele está enviando alguns caras para ajudar, e ele vai chamá-lo até que ele atenda também. — Você deu a ele o novo número de Sparky? — Pergunto. — Ele não tem um novo número! — Cas resmunga. É claro que ele não tem, como se não soubesse que isso é uma armação. — Então quem diabos Bonnie foi encontrar? A minha pergunta traz silêncio.

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Capítulo dezesseis KRISTEN

— O que está acontecendo? — Pergunto a Alannah, mantendo Zachery apertado no meu colo. — Tudo o que sei é que o radio começou a enlouquecer. Alguém informou que Sparky estava atacando Bonnie em sua casa e que ela precisava de ajuda rapidamente. Cas me disse para esperar aqui quando os policiais apareceram. Ninguém sabe onde ele está e Bonnie não está atendendo ao telefone. — Ela estava em nossa casa não muito tempo atrás. Ele enviou mensagens para ela encontrá-lo, ela estava bem, — digo a ela. — É claro que ela estava bem, ele nunca faria nada para ela. O barulho de uma moto chegando nos fez levantar rápido e ficar em pé ao lado da porta com ela um pouco aberta para ver o que estava acontecendo. Antes que eu visse a moto, eu fiquei impressionada com o impasse entre os Lost Souls e a polícia. Slade está em pé ao lado de Cas, não mais o cara carinhoso e suave quando está comigo. Ele é feroz, de pé com os pés separados e os braços cruzados sobre o peito, como muitos dos outros. Em segundos, a polícia cerca a moto. Eles estão gritando e apontando suas armas. — Vamos Sparky, não faça nada estúpido, — Alannah sussurra ao meu lado.

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Eu tenho uma visão melhor à medida que os Lost Souls avançam para a polícia. Sparky permanece em sua moto parecendo furioso. Ele parece completamente não afetado pelas armas apontadas para ele. — Jason Carter, no chão agora. — Um dos policiais grita. — O que diabos está acontecendo? — Sparky grita de volta. — Deite no chão agora. — O policial repete. Ele passa sua perna sobre a moto rapidamente fazendo com que os policiais deem um passo mais perto. Os Lost Souls começam a sacar suas armas, mas Cas segura sua mão para cima e todos eles as baixam. — Sparky faça como eles dizem. Confie em mim, este é um grande engano do caralho. — Cas grita para ele. Sparky olha para Cas e acena com a cabeça uma vez. O que Cas silenciosamente disse a ele eu não sei, mas funcionou, porque Sparky cai de joelhos e segura as mãos atrás da cabeça. — Onde está a sua esposa Bonnie Carter e seu filho, Jason? — O policial grita, enquanto outro o algema e empurra de cara no chão. — Ela foi visitar sua amiga e, em seguida, ela deveria ir para casa. Me diga o que diabos está acontecendo, — ele exige. O policial não o atende, mas ele lê seus ritos por suspeita de assassinato de sua esposa. Quando ele ouve a acusação, ele fica incontrolável. São necessários sete policiais para colocá-lo de volta no chão e segurá-lo. Eu não consigo entender o que ele está gritando, mas ele não desiste. Ele está fazendo os policiais trabalharem para prendêlo. — Eles acham que ele está resistindo à prisão. Ele não está, ele está pirando porque ele acha que Bonnie está morta. Os malditos policiais não estão dizendo a ele nada diferente. — Alannah fala, mas é mais para si do que qualquer outra pessoa. Mais dois policiais entram na briga e eles puxam Sparky em pé. Eles devem estar dizendo algo para ele, mas ele está olhando para Cas. Cas está balançando a cabeça e acariciando seu peito sobre onde está seu coração, então ele acena com a cabeça duas vezes. — O que ele está fazendo? — Eu pergunto, fascinada com a interação entre eles. ~ 185 ~


— Cas está dizendo para ele não ouvir, que não sabemos se ela está morta, mas ele vai encontrá-la enquanto eles vão levá-lo embora. Os policiais notam isso também e o transportam para a parte de trás do carro antes que mais alguma coisa possa ser dita a ele. Eles desocupam o clube muito rapidamente deixando homens irritados em seu rastro. Alannah e eu damos um passo para o lado, enquanto eles que começam a voltar para dentro do clube. Slade vem e fica ao meu lado e quando ele entra pela porta e eu imediatamente me sinto melhor. — Eu quero saber onde Bonnie e JJ estão agora! — Cas grita para todos, — Eu quero todos na rua procurando. Pope e Slade esperem aqui caso vocês sejam necessários. — Ele finaliza. Respiro novamente quando ouço que Slade não vai sair. Cas vem ficar onde Slade, Alannah e eu estamos esperando, puxando Alannah em seus braços. — Eu não quero vocês duas saindo daqui até que tenhamos resolvido esta merda. — Concordo com a cabeça, reconhecendo que eu aceito. — Baby, por favor, me dê sua palavra de que não vai sair, — ele resmunga, quando Alannah permanece em silêncio. — Eu lhe dou minha palavra, — ela finalmente diz.

***

Quanto mais o tempo passa, mais desanimado todo mundo se torna. Slade desapareceu com Cas e Pope nos fundos e Alannah e eu ficamos no sofá no bar com Zachery. — Tenho certeza que ela está bem. — Ela é uma lutadora isso é certeza. Mas ainda estou preocupada com ela. Onde ela está? — Ela geme. Gostaria de saber. Continuo tentando pensar nesta tarde, quando ela estava em nossa casa. Ela disse onde ela foi encontrá-lo? Toda vez permanece o mesmo, ela não disse. Ela só disse que ela foi encontrá-lo.

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Depois de mais angustiantes 30 minutos e eu acho que Alannah está prestes a perder a cabeça, quando a porta do bar abre. — Onde ele está? — Bonnie grita parecendo desgastada. — Eu juro por Deus que, se ele não está aqui, eu vou matá-lo, — ela continua alto. Alannah corre em sua direção e quase a levanta fora de seus pés. Ela abraça a amiga até que Bonnie consegue se soltar. — Onde ele está? — Ela exige novamente. — Bonnie, onde você esteve? Todo mundo está procurando por você... Espere aqui. — Alannah desaparece e retorna momentos depois com Cas. — Você não sabe como diabos estou feliz em te ver Bon, — Cas sorri amplamente, claramente aliviado. — Onde você estava? — Pergunta ele. — Primeiro de tudo eu estava esperando o idiota do meu marido aparecer. Então, quando eu decidi que eu não ia esperar por ele por mais tempo, acabei ficando sem combustível a quilômetros da cidade. Felizmente, uma mulher passou e parou então ela foi me buscar um pouco de gasolina. Por que, o que está acontecendo aqui? — Ela finalmente pergunta, sentindo que algo está errado. Cas explica sobre Sparky e o que aconteceu em sua casa e sua raiva some. — Não é meu sangue Cas. — Eu posso ver isso. Vamos levá-la para a delegacia para que eles possam ver por si mesmos que você não está fodidamente morta, — diz Cas. Ela concorda e pede a Alannah para cuidar de JJ. — Vou chamar todos de volta para cá, — Slade oferece. Cas e Pope saem com Bonnie e eu resolvo voltar ao sofá com Zachery.

***

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Zachery começa a ficar cansado e me esforço para mantê-lo entretido. Ele não come muito de sua pizza entregue como jantar, escolhendo brincar com ela, em vez de comer. Eu não quero incomodar Slade, enquanto ele está ao telefone e não me sinto confortável o suficiente para andar ao redor. — Vou colocar JJ na cama do antigo quarto de Cas no andar de cima, você gostaria que eu ficasse com Zach também? — Alannah pergunta. Eu poderia beijá-la agora com apreço. Aceito com gratidão e a ajudo a acalmá-lo antes que ela me enxota para fora da sala. Eu balbucio um rápido agradecimento antes de fechar a porta silenciosamente. Slade ainda está no telefone quando eu volto lá embaixo. Parando atrás dele eu coloco minha mão em seu ombro para que ele saiba que eu estou aqui sem perturbá-lo. Assim que minha mão se conecta com seu ombro, ele violentamente dá de ombros, e acena com a mão sobre seu ombro para me dizer para ir embora, então eu faço. — Desculpe, — eu digo, tentando esconder o constrangimento e dor que eu sinto imediatamente. Rapidamente decido voltar para Zachery quando alguém agarra meu braço e me puxa para fora da vista em uma pequena sala cheia de caixas empilhadas. Antes que eu possa gritar, Slade está movendo meu cabelo longe do meu rosto. — Eu sinto muito, pensei que você fosse outra pessoa, — diz ele, me olhando diretamente nos olhos. — Está tudo bem, sei que você está ocupado. — Nunca estou muito ocupado para você... — Espera aí, quem você achou que eu era? — Pergunto, porque não posso ver qualquer um desses caras tocando-o de uma maneira tão feminina. — Não importa, — ele sorri, — Onde está Zach? — Está dormindo, Alannah está cuidando dele junto com JJ. ~ 188 ~


— Bom. Seus lábios descer sobre os meus e ele me empurra contra a parte de trás da porta, empurrando seu corpo contra o meu. Não consigo parar, e gemo em sua boca. Passando os braços ao redor de seu pescoço, ele agarra minhas coxas e me levanta do chão. Aperto forte em volta da cintura dando-lhe espaço para tirar minha blusa. Toda vez que vê o meu corpo, ele não consegue se segurar e isso me excita ainda mais. Ele não se incomoda em tirar meu sutiã, o puxa para baixo, me expondo para ele ver. Enquanto minhas mãos se atrapalham com seu cinto e zíper, ele aproveita e tem os meus shorts em torno de meus tornozelos ao mesmo tempo eu tenho seu pau na minha mão. Ele só me dá uma fração de segundo para lembrar que eu vou realmente ter relações sexuais em uma porra de um armário antes que ele me faz esquecer tudo.

***

SLADE

Não há tempo para preliminares. Se ela continuar me espremendo não haverá tempo de entrar nela. Puxando-a para baixo, ela cai de volta a seus pés e eu a giro e puxo seus quadris para trás. Antes que eu possa me empurrar nela, ela está empurrando de volta no meu pau. Tão fodidamente úmido e quente. Passada a sensação tentadora de tê-la me consumindo, não perco tempo. Deixando de lado todo o stress reprimido de hoje, tiro de sua buceta e ela grita seu clímax e, em seguida, rapidamente cobre a boca de vergonha. — Eu não posso acreditar que fizemos isso aqui, e se alguém nos ouviu? — Pergunta ela, mortificada. — Não há nenhum nós, — rio, — Isso querida, era tudo você, não se preocupe com isso. Confie em mim, ninguém vai se importar. — De qualquer forma, não posso esperar até que voltemos para casa, quando você acha que vai ser? — Pergunta ela, colocando seus shorts. ~ 189 ~


— Não tenho certeza ainda, logo que for seguro, você será a primeira a sair daqui, — prometo. Chego mais perto dela enquanto ela reorganiza seu sutiã. Sendo um cavalheiro que eu posso ser, às vezes, a ajudo a colocá-lo de volta no lugar. Propositadamente deixando meu dedo raspar sobre os mamilos endurecidos. Ela estreita os olhos para mim e se inclina para recuperar sua blusa. Uma vez que a coloca, saímos da sala despercebidos e ela se junta a todos de volta no bar, enquanto vou para o escritório de Cas para ver o que posso descobrir sobre a chamada feita para os policiais hoje sobre a armação na casa de Sparky. Estava preocupado o suficiente com Kristen presenciando toda essa merda sem reagir mal a ela quando ela me tocou. Achava que ela era uma das meninas do clube me tentando novamente. Tinha perdido o interesse por elas antes de Kristen aparecer e agora tenho uma mulher incrível para chamar de minha. Não quero que ninguém entre nós. Ela me garante que está bem e que não vai a lugar nenhum, isso terá de ser suficiente. Bonnie e Pope voltaram há pouco e ela está sentada no bar com eles. Isso torna mais difícil de me concentrar em meu trabalho quando tudo que consigo pensar é nela. O que eu acho me surpreende. Deixo o meu laptop no escritório e vou para o bar, ao mesmo tempo em que Cas e Sparky entram através da porta. Todos gritam ruidosamente a sua libertação, não que ele deveria ter sido levado em primeiro lugar. Ele só tem olhos para sua esposa, porém, e uma vez que ela está em seus braços eu o vejo relaxar. Ele passa as mãos pelo cabelo dela e a beija com força, certificando-se de que ela está viva. Escorrego atrás Kristen no bar e puxo-a para perto de mim. Ela está prestes a ver um bom tempo no clube e eu quero que ela goste. — O que você achou Slade? — Cas pergunta. — Quem fez a ligação, fez usando seu telefone fixo, Sparks — digo. — Eles estavam em nossa casa? — Diz Bonnie, preocupada.

~ 190 ~


— Eu não posso esperar para descobrir quem é esse boceta, — ele cospe, — me fazendo pensar que Bon e meu filho estavam mortos. Indo em minha casa, eles não vão respirar por muito tempo quando eu encontrá-los. — Sparky promete. Kristen recua sutilmente em meus braços e eu não a culpo, ela não está acostumada com essa conversa de violência, mas sei que sentiria exatamente o mesmo que o meu irmão se eu passasse por aquilo que ele passou hoje. — Hoje à noite vamos comemorar por Sparky estar livre, mas quando acordarmos, a nossa caçada recomeça. — Cas grita. A música fica mais alta e, assim todos relaxam. Peço duas cervejas para Kristen e eu e a levo a um dos sofás. — Veja, nós não somos de todo ruim, — digo-lhe ao ouvido, gesticulando para todo mundo se divertindo. — Eu não disse que vocês eram, — ela responde. — Você quer dançar? — Pergunto a ela, notando que ela mantém os olhos em alguns dos outros dançando. — Você dança? — Pergunta ela, surpreendida que eu pedisse. — Não realmente, — dou de ombros, — mas vou com você, — acrescento, antes que ela ache que ela está me ofendendo. — Venha. Não quis dizer a dança como em mover rigorosamente, quis dizer segurando-a em meus braços e levemente balançando ao som da música. Com a cabeça dela chegando um pouco abaixo do meu queixo, eu descanso minha cabeça em seu cabelo macio enquanto ela se inclina em mim. — Então, isso que você quis dizer com dançar? — Ela ri. — Isto é o que eu quis dizer. — Sorrio contente finalmente, — Você é tudo para mim, você sabe, não é? Porque se isso tivesse acontecido comigo hoje, eu não teria sido capaz de me controlar também, — eu digo a ela, pensando em meu irmão pensando que ele tinha perdido sua esposa.

~ 191 ~


— Nada aconteceu comigo, — diz ela, afastando-se um pouco para que pudesse ver o meu rosto, — E não vou a lugar nenhum. Eu te amo Slade McCarthy. Quero estar onde você está, se é aqui ou em sua casa, enquanto estiver com você e meu filho, isso é tudo que eu preciso. Ela disse que me ama, já era a porra do tempo. — Você me ama, é? — Questiono, tentando manter o sorriso longe do meu rosto. — Bem, eu acho que sim, — ela ri, jogando comigo. Eu a calo com os meus lábios. A levanto fora de seus pés e a beijo mais forte, ignorando os gritos e assobios ao nosso redor. Ela me ama e nada pode acontecer hoje à noite antes de eu ouvi-la dizer as palavras mais e mais. Coloquei-a de volta para baixo e a puxei de volta para mim, balançando mais uma vez com a música. — Eu também te amo, — digo a ela.

~ 192 ~


Capítulo dezessete KRISTEN

Faz cinco dias desde o fiasco com Sparky e Bonnie e ainda estamos ficando no clube. Não me importo muito, porque eu realmente comecei a conhecer Alannah e Bonnie muito melhor e Zachery adora brincar com JJ, mesmo que JJ não possa brincar com ele. Alannah e Bonnie estão enlouquecendo enfiadas aqui, mas os planos de casamento as tiram um pouco do tédio. Slade é que me tira do meu tédio, e ficar correndo atrás de Zachery. Bem, quando ele está conosco. Slade e os outros têm estado dentro e fora do clube seguindo as pistas que eles conseguem, mas até agora eles têm voltado de mãos vazias. Eles pensaram que teriam uma boa vantagem com o sangue encontrado na casa de Bonnie. Acontece que era sangue de porco o que a polícia pensava que era de Bonnie. O sangue de porco foi aparentemente obtido no matadouro. Os Lost Souls partiram imediatamente para investigar essa pista, mas voltaram de mãos vazias. Cada vez que voltavam sem sucesso a tensão subia mais alto, não que Zachery notasse. Ele adorava estar em torno dos caras, ele capta tudo o que eles fazem e fica sentado por horas observando-os com as suas motos lá fora. Tenho que admitir que observá-los em conjunto, a forma como eles funcionam como um, não importa quantos deles existam, é bastante cativante. — Então, nós temos uma semana até o casamento e ainda temos um milhão de coisas para fazer, — Alannah geme, me tirando dos meus pensamentos. ~ 193 ~


— Não isso de novo, — Bonnie choraminga, embalando um JJ dormindo em seus braços. — Tudo está encomendado e todos sabem o que estão fazendo, pare de se preocupar, — acrescenta ela. — Mamãe, mamãe, mamãe, — canta Zachery, puxando meu cabelo. — Ái baby, pare de fazer isso, — repreendo-o, mas ele faz de qualquer maneira. — Eu acho que é hora de alguém dormir. Deixo Bonnie acalmando as preocupações de casamento de Alannah e levo Zachery para o quarto que estamos ficando. Depois que o mudo e deito na cama, me enrolo ao lado dele até que ele adormece. Ele está dormindo antes que eu possa ficar confortável. Rastejando para fora do quarto pego o monitor que Bonnie tinha trazido e desço as escadas para esperar Slade voltar. Na metade do corredor ouço um choramingo vindo de um dos quartos. A porta a minha direita está meio aberto e há uma mulher sentada na beira da cama, com a cabeça entre as mãos chorando. Eu não a reconheço, mas isso não me impede. Desde que eu estive aqui, tem havido uma coleção de diferentes mulheres que entram e saem do lugar. Bato na porta: — Ei, você está bem? Por que eu pergunto isso? É óbvio que ela está longe de estar OK. A mulher não se move quando eu fecho a porta e me aproximo dela. — Não era para você ter acreditado em sua besteira, você deveria ter corrido para a polícia, — a mulher murmura em suas mãos. — Desculpe? — Não se preocupe, eu era como você uma vez. Me apaixonando por um cara que pode cegá-la para o errado. — Eu não entendo, quem é você? — Pergunto, dando um passo para longe dela. — Preciso de retribuição, eles levaram tudo de mim. Você deveria ter corrido quando lhe dei oportunidade, — ela avisa, finalmente ~ 194 ~


revelando seu rosto. Ela é mais velha do que eu imaginava. Ela também está sorrindo, ela não tinha chorado em nenhum momento. — Foi você que enviou o cara da loja? — Era para você derrubá-los e eles não teriam descoberto sobre mim, — diz ela, ficando histérica. — Por que não busco Alannah para que você possa falar com ela. Você entendeu mal, eu não sei muito sobre o clube, — gaguejo. — Nós vamos chegar a essa cadela no seu tempo, primeiro eu preciso de você para cooperar porque preciso do seu homem voltando para resgatar você, ele e todos os outros. — Cooperar como? Ela não me responde, ela apenas ri. Sua mão serpenteia e me agarra pelo pulso. Minha primeira resposta é dar um tapa nela, a força enviando-a para trás e ela liberta meu pulso. Corro para a porta e planejo buscar ajuda quando eu ouço um clique. — Não abra a porta ou eu vou descarregar essa arma em suas costas, — ela avisa. Eu congelo. — Boa menina, agora coopere. Eu não quero feri-la, mas se eu tiver que fazer... Eu vou. Não dou-lhe a satisfação de responder. — Quem está lá embaixo? — Pergunta ela, empurrando a arma na parte de trás da minha cabeça. — Um... Alannah, Bonnie, Oak. Eu não sei os nomes de mais ninguém, — gaguejo. — Boa menina, conhecendo Oak ele estará no bar, por isso, quando descermos, vamos ficar perto da parede. Nós não queremos ninguém aprontando atrás de nós. A caminhada do quarto para o topo das escadas parece durar uma eternidade. Ela estava certa, Oak está sentado no bar imerso em pensamentos. Nós tínhamos descido tão quietas que ninguém tinha nos notado. ~ 195 ~


— Oak, meu velho amigo, — a mulher atrás de mim chama. O copo na mão de Oak para a meio caminho de sua boca e ele vira a cabeça lentamente em nossa direção. Seus olhos aumentam quando vê a mulher atrás de mim. — Eu quero Castiel de volta aqui agora, — diz ela, fazendo seu ponto, empurrando a arma mais forte na minha cabeça. —Tudo isso foi você? — Ele pergunta a ela, parecendo triste. — Traga... Ele... De volta. — Ela exige. Ele pega o telefone e o vejo discar e colocá-lo em seu ouvido. — Cas, nós temos um problema aqui. Kristen esta sendo mantida pelo nosso filho da puta misterioso. Ele fica em silêncio, Cas deve estar perguntando quem é porque quando ele fala, ele revela seu nome. — É Kitty Blake.

***

SLADE

O proprietário do matadouro não se lembrava de alguém específico pedindo o sangue do porco usado na casa de Sparky. As câmeras no local são falsas, utilizados apenas como distração. Então, mais uma vez, outra porra de beco sem saída. O proprietário arremessa o sinal fechado sobre a porta e tranca quando nós saímos. — De volta ao sabendo de nada, — exorta Sparky. — Mais cedo ou mais tarde eles vão se cansar destes jogos e mostrar seus rostos. Digo que devemos esperar até então, — Pope sugere. — Pope está certo, vamos retornar e esperar, na próxima vez que eles vierem estaremos a porra de prontos esperando. — ordena Cas. ~ 196 ~


Rezei que fosse capaz de rastrear esse filho da puta através do sangue. Por mais que Kristen pareça bem no clube, sei que ela quer voltar para a nossa casa. Tudo o que o telefone de Cas parece estar fazendo nos dias de hoje é tocar. Ele se senta em sua moto e atende. — Oak, e ai? Cada irmão está em alerta quando Cas salta de sua moto e a cor drena de seu rosto. — Quem diabos é? — Ele grita. Ele para morto e olha diretamente para mim. — Cas? — Nós sabemos quem está atrás de nós, — diz ele, parecendo doente. — Diga-nos, então, caralho — demanda Sparky. — Kitty. — De jeito nenhum. Ela não é capaz de nada disso, — diz Pope, defendendo a old lady do nosso presidente anterior. — Oak diz que ela tem Kristen, — Cas diz, de forma rápida e diretamente para mim. — O que diabos quer dizer com ela a tem? — Eu moo para fora, mal me mantendo junto. — Isso foi tudo que Oak disse. Não respondo. Não tenho certeza se posso formar alguma palavra. Corro para a minha moto e acelero com meus irmãos seguindo de perto. Estamos a uma hora do clube e a velocidade que estou montando não parece como se nós estamos fazendo qualquer progresso. Um milhão de imagens passam diante dos meus olhos de como Kitty tem Kristen e onde o inferno está Zach enquanto tudo isso está acontecendo? Tudo o que posso sentir é medo puro. A necessidade crua de tirar Kristen e Zach de qualquer perigo é alucinante como mil chamas em todo o meu corpo e, se alguma coisa acontecer com eles, vou deixar as chamas me queimarem vivo.

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***

Nós passamos pelos portões e enquanto meus irmãos chegam a estacionar eu não dou a mínima, eu estou em meus pés enquanto minha moto escorrega em todo o terreno. Correndo para dentro não posso vê-la. Alannah e Oak estão no caminho. Ambos se viram quando me ouvem me aproximando e é quando eu a vejo. Parada lá tremendo com uma arma apontada para sua cabeça. Kitty parece irreconhecível da última vez que a vi. Seu cabelo vermelho vibrante pelo qual ela era conhecida agora é tingido de um preto austero e foi cortado acima de seus ombros. Ela definitivamente se encaixa na descrição dada a nós por Gregory de parecer uma drogada. Não são as drogas, no entanto, que deixam o seu olhar tão desgrenhado e perdido. Cada músculo em meu corpo está morrendo de vontade de ir para Kristen, mas quando dou um passo mais perto, Kitty empurra a arma mais forte contra Kristen e ela choraminga. — Deixe-a ir Kitty, ela não tem nada a ver com isso, — tento dizer com calma, mas até eu posso ouvir a violência na minha voz. — Muito previsível — Kitty ri, — eu disse, não disse Kristen... Eu disse que ele iria correr para te resgatar, — ela ri novamente. — Vou matá-la lentamente, se você puxar o gatilho, porra — eu a ameaço. Por um momento, apenas um breve momento, a minha ameaça a assusta, mas, em seguida, suas paredes voltam a subir. — Tudo que eu quero é Cas, — diz ela. — Aqui estou eu, você me tem, — diz ele, vindo de trás de mim, sua voz profunda e autoritária. Ele está ao meu lado e empurra Alannah atrás dele. Kitty visivelmente fica abalada em tê-lo em seu campo de visão, mas não é de medo.

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— Você tem fodido com o meu clube e agora você está aqui atrás de uma mulher inocente. Me diga por que e me diga agora. — O seu clube, — ela bufa. Quando mais irmãos chegam, eu sei que isso vai ser um longo jogo. Ela colocou as duas contra a parede para que nenhum de nós possa saltar sobre ela. — Não, é hora de você responder as minhas perguntas de merda, porque, uma vez que a dor do luto começou a diminuir eu comecei a pensar, e eu não acredito que Hunter matou Michael. Você realmente sabe quanto tempo durou o ódio deles? — Ela pergunta. Seu corpo pode estar tremendo, mas sua voz é forte e inabalável. — Ele ia morrer naquela noite de qualquer jeito não? Você queria matá-lo por causa do que ele fez com sua preciosa Lana, — sua voz agora escorre com veneno. — Michael a usou como isca Kitty, ele quase a matou por causa disso, — Cas argumenta. — Ele sempre iria salvá-la, — Kitty grita em defesa de Michael. Alannah tropeça ao redor de Cas em estado de choque. — Você sabia o tempo todo quais eram seus planos, não é? — Ela pergunta. — Claro que eu sabia, quem você acha que o ajudou com a ideia? Não foi pessoal, — ela sorri cruelmente. — Ela era a porra da sua sobrinha, você não consegue merda mais pessoal do que isso, — Cas ruge. O comportamento de Kitty muda instantaneamente. — Ela não era nada para ele e um lembrete constante de sua mãe para mim, — ela cospe. — Como você pode dizer isso, você cuidou de mim e me criou, — Alannah chora. — Sua estúpida, garota estúpida. Todos vocês agem como se o mundo girasse em torno dela. Toda sua vida ela teve todos vocês correndo atrás dela, nenhum de vocês sabe de nada.

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— O que não sabemos? Porque no momento eu não sei se você está aqui por Michael ou Alannah, — Cas argumenta. — É a mesma coisa, tudo o que Michael fez foi por este clube e quando ele finalmente teve a chance de destruir Hunter, nenhum de vocês teve suas costas. Eu sei que você Castiel, você estava atrás de seu patch por anos... Foi você que colocou a bala em sua cabeça? Você viu a sua chance de assumir? — Ela grita. — Kitty, eu disse a você o que aconteceu naquela noite. Esta é a dor falando. Você amava Michael por tanto tempo, que é a dor fazendo você pensar essas coisas. — Cas diz a ela. — Não me proteja, eu me lembro do que você me disse, mas também me lembro do meu marido e ele não deixaria Hunter tirar o melhor dele! — Ela rosna. — Então me diga a porra verdade ou me ajude, porque eu vou matá-la e, em seguida, tantos de vocês quantos eu puder, — ela ruge. A sua determinação me faz me aproximar delas. Cas só está antagonizando com ela e eu sinto que estou correndo contra o tempo. O tempo todo Kristen mantém os olhos em mim. Estou silenciosamente implorando para que ela permaneça forte. Eu lhe disse que iria mantê-la segura, protegê-la sempre e agora estou deixando-a para baixo. As lágrimas silenciosamente escorrendo pelo seu rosto é o que me coloca sobre a borda. Estou no meio do caminho em direção a elas antes que ela aponta a arma em minha direção, então eu levanto minhas mãos em sinal de rendição. — Por favor, deixe-a ir, estou te implorando, — Exorto. — Pare com isso Kitty. Kristen não tem nada a ver com aquela noite, se você a machucar, então eu não serei capaz de impedi-los de matar você. Viro a cabeça rapidamente para ver o Pope dar um passo à frente. — Eu só quero respostas, — ela solta, dando-lhe toda a sua atenção. — Eu posso lhe dar as respostas que você quer, mas você tem que deixá-la ir, — ele responde.

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— Não posso fazer isso. Eu sei como vocês todos trabalham... Você, especialmente, meu velho amigo. — Você é minha amiga e eu quero ajudá-la. Vou te dar respostas se você deixar Kristen ir, — garante ele novamente. Kitty não é uma tola, só porque Pope pede não significa merda nenhuma. Ela está certa, ela sabe como este clube é e como agimos. — Me dê respostas e, em seguida, eu vou soltá-la. — Foda-se, apenas dê a ela o que ela quer Pope. — Grito, perdendo a paciência com esta negociação de merda. Ele acena para mim uma vez e se aproxima de Kitty. O resto dos meus irmãos está em silêncio à espera de uma abertura para acabar com isso. — Você está certa, Hunter não matou Michael. Na verdade, Michael conseguiu o que queria há anos... Ele matou Hunter, não eu. — Pope começa, me chocando pra caralho. Este não é o que nos foi dito daquela noite um ano e meio atrás. Cas contou que Hunter matou Michael e Pope matou Hunter. Kitty relaxa em alivio e enxuga os olhos com o braço livre. — Eu sabia, — ela sussurra. — Foi Cas não foi? Ele matou Michael? — Pergunta ela freneticamente só olhando para Pope. Eu olho para Cas e vejo seu peito arfante, em antecipação a próxima revelação. — Não foi Cas, — ele chega mais perto de novo, — Eu matei Michael, — ele diz a ela. Não, ele não poderia, por que eles iriam omitir isso do resto de nós? — Eu não acredito em você, — diz Kitty, quando registra o que ele admitiu. — Você eram irmãos, ele deu-lhe tudo. — Eu dei o que você queria agora deixe-a ir, — pede Pope. Kristen choraminga quando Kitty agarra seu cabelo na mão, a arma já não apontando para a cabeça de Kristen, agora apontando para Pope em seu lugar.

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— Você está mentindo para salvar a bunda dele, — diz ela, acenando com a arma em direção a Cas. — Não, eu não estou. — Sim você está. Vocês eram mais do que irmãos de clube, vocês eram como verdadeiros irmãos. Pope se move ligeiramente na frente de Cas e se aproxima ainda mais de Kitty. — Ele perdeu esse direito quando vi como Mickey voltou para nós, você se lembra de Mickey, certo? Michael o matou e, em seguida, ele usou uma garota para seu próprio prazer. Michael não merecia o direito de viver, não neste mundo. Se você está aqui por retribuição, então você está tão doente quanto ele. — Você ainda precisaria de seu vá em frente, — ela cospe. — Não acho que você está aqui por Michael, acho que você está usando-o para chegar a Cas e Lana. — Mova-se Pope, — ela adverte. — Não se aproxime mais, — ela endurece e aperta a mão no cabelo de Kristen novamente. — Pope, se afaste, porra. — Exijo. Não tenho a energia para digerir o verdadeiro assassino de Michael, toda a minha energia é dirigida a Kristen. Com Pope em movimento, ela tem uma visão clara de Cas. Ele empurra Alannah atrás dele de novo pensando que está protegendo-a. No canto do meu olho os movimentos de Alannah parecem errados. No começo, eu acho que ela está despindo, mas quando olho direito vejo que ela vai para sua arma. Sem saber, Cas continua olhando para Kitty. Alannah lentamente se afasta de Cas e se move em minha direção onde Pope não está no caminho. Kitty está tão absorta em seu ódio por Cas que ela não percebe Alannah levantando a arma e apontando-a para ela. — Isso é entre nós Kitty, deixe-a ir agora. — Alannah diz, focada em seu alvo. Não tenho dúvidas de Alannah que iria puxar o gatilho e não errar o alvo. O que me preocupa é se Kitty receberia o tiro primeiro. — Alannah, abaixe a arma, — ordena Pope. ~ 202 ~


— Não, esse menino lá em cima perdeu o pai porque eu não puxei o gatilho para salvá-lo. Eu não vou cometer esse erro com a sua mãe. Ela é inflexível, a montanha de culpa que ela manteve durante todos esses meses é o que vai salvar a minha Kristen agora. — Deixe-a ir, você sabe que sua mira é uma merda quente Kitty e não vou tentar impedi-la, — digo. Paro de respirar esperando que ela deixe Kristen ir. — Eu não esperava sair daqui viva, — ela sorri. — O que você fodidamente esperava? — Cas rosna, perdendo a paciência. — Você morto, — ela diz a ele. Em segundos, o clube entra em erupção em um borrão diante de meus olhos. Kitty mantém a mão no cabelo de Kristen e balança sua arma de Alannah de volta para Cas. No fundo eu nunca pensei que ela iria puxar o gatilho. Ela apontou diretamente para Cas e disparou. Em um piscar de olhos um segundo tiro saiu e Kitty bateu contra a parede. Alannah tinha atirado em seu ombro. Usando a mão no cabelo de Kristen, ela a libera para segurar seu ombro. Kristen cai no chão e eu aproveito. Cruzo a distância entre nós e pego-a em meus braços. — Você está bem? Me diga que está tudo bem, — imploro, beijando o topo de sua cabeça. — Estou bem, ela não me machucou. Sabendo que ela está segura em meus braços, olho em volta. O tiro de Kitty não bateu Cas, ele bateu Pope. Deitado no chão, em meio ao seu próprio sangue, Cas e Sparky começam a trabalhar em manter a pressão sobre seu estômago. Alannah percebe Kitty caída contra a parede. — Você está feliz agora? — Pergunta ela, curvando-se diante dela.

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— Eu nunca vou ser feliz de novo por sua causa, desde o dia em que conheci a sua mãe, vocês duas só me trouxeram dor. — O que você está falando? — Exige Alannah. — Alguma vez você já se perguntou por que Hunter odiava Michael tanto? — Cas me disse que era porque Michael matou seu irmão, — diz Alannah. — Você sabe por que ele o matou? — Você, obviamente, quer me dizer algo, então pare de jogar jogos de merda e me diga. — Sua mãe tinha todo mundo envolvido em torno de seu dedo mindinho como você e, no final, isso a matou. — Minha mãe morreu durante o parto, — Alannah a lembra. — Há alguma verdade nisso, — Kitty ri e então estremece de dor. — Não a ouça Lana, ela está apenas fodendo com você. — Digo a ela. — É como a história se repetindo novamente, só que desta vez é você em vez de Rayna fodendo Ray. Todos eles tentaram salvá-la também. Michael mais do que os outros. Eu tentei dizer que foi você quem a matou, já que foi você a razão pela qual ela não fez... — Lana, não ouça sua merda, porra — Digo a ela novamente. Cas e Sparky ainda estão com o Pope, e Oak está no telefone, eu presumo que com os serviços de emergência. — Não fez completamente.

o

quê?

Alannah

pergunta,

me

ignorando

— Se ela não estivesse grávida de você eles teriam sido capazes de salvá-la, mas ela optou por salvar você ao invés de si mesma. — Por quê? O que aconteceu com ela? Kitty não respondeu a ela, ela viu a arma a sua esquerda e antes que eu pudesse chegar a ela, ela se estica e a pega. Ela vai para colocá-la em sua cabeça, mas Alannah a impede.

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— Oh não, você não vai, você vai me responder. O que aconteceu com a minha mãe? — Alannah implora. A luta continua e eu temo pela segurança de Alannah com a arma voando ao redor. — Ajude-a, — Kristen grita. — Vá lá em cima e certifique-se de que Zach está bem, — eu digo a ela. Eu a vejo ir e, em seguida, corro para ajudar Alannah. Estou a um pé de distância e a arma dispara. Um rápido exame ao redor e ninguém está machucado. — Pare com isso Kitty, não é certo, — Alannah grita. — Lana, fique longe dela, — Cas grita, com as mãos cobertas de sangue do Pope. Kitty aproveita a breve perda de atenção de Alannah e levanta a mão. Ela usa o cotovelo para empurrar Alannah que cai sentada. Tudo está acontecendo tão rápido. Kitty deixa cair a mão para o chão com a arma e estremece com a dor no ombro. Eu puxo a minha arma e aponto para ela. — Fique onde está Kitty, acabou. — Digo, mantendo a minha arma para ela. Cas está ao lado de Alannah e não dando a ela uma escolha arrasta-a para trás de nós. Oak vem e se curva na frente de Kitty. Sem dizer uma palavra, ele puxa seu cardigan para o lado e dá uma olhada em sua ferida. Ele ou não tem medo da arma ainda mantida vagamente em sua mão ou ele confia que ela não vai matá-lo. — Me deixe ajudá-la, querida, eu prometo que vou te tirar daqui e levá-la para alguma ajuda. Nós somos amigos há muito tempo e passamos por muito para vê-la morta agora por conta de um traidor. — Ele diz suavemente para ela. Seu peito desinfla e os olhos enchem de água. Ela parece cansada e frágil. — Eu sinto falta dele, ele é tudo que eu já conheci. — Ela choraminga. ~ 205 ~


— Eu sei querida, mas eu também sei que não foram sempre corações e flores, — diz ele, levantando ambas as sobrancelhas para ela. Foi uma declaração que eu não tinha ideia do que ele estava falando. — Depois que ela morreu, ele não tinha escolha a não ser me amar e ele fez. Ela? Ela está falando sobre a mãe de Alannah, Rayna? — Ele lhe amava de seu próprio jeito, mas não se esqueça que eu conhecia Michael também e ele sempre olhou para o número um antes de qualquer outra pessoa. — Você sabia? — Pergunta ela. — Eu tinha uma vaga ideia. Que porra é essa que eles estão falando? Kitty começa a soluçar e Oak a ajuda a se levantar. Eu mantenho a arma apontada para ela e olho para Alannah. Ela também ouviu a conversa e parece tão confusa quanto eu. — Eu odeio dizer isso Kit, mas tudo o que aconteceu com Michael foi por culpa dele, não é culpa de Alannah e não é de Cas. — Oak tentou novamente. Não acho que ninguém além de mim notou que ela deixou a arma no chão quando Oak a puxou para cima. As palavras de Oak a irritaram novamente, as lágrimas secaram rapidamente e a geada desceu sobre ela novamente. — Ele nunca deveria ter pego esse caminho, — ela sussurra, olhando para o Pope. — Kitty, — Alannah diz, — Michael era apaixonado por minha mãe? — Ela pergunta. — Quem não era, — Kitty cospe com desdém, — Rayna era perfeita, todo mundo a amava. — O que aconteceu com ela? — Alannah pergunta, quase implorando por uma resposta. — Oak, você estava lá, me diga o que aconteceu? — Alannah grita. ~ 206 ~


— Eu não tenho a menor ideia do que ela está dizendo Lana. Tanto quanto eu sei, Ray morreu dando a luz a você, — ele responde a sério, querendo que ela acredite nele. — Eu não estou dizendo nenhuma merda a você Alannah. Se eu tenho que viver sem o que eu quero... Você pode viver sem a verdade. — Kitty diz a ela, deixando-se cair no chão. Podia ver que ela estava indo para a arma, mas eu não podia impedi-la e nem poderia Oak. Para uma mulher com uma ferida de bala ela realmente podia mover-se rapidamente. Levantando o braço dela, ela apontou a arma em direção ao grupo circundando Pope ainda sangrando do estômago. — Abaixe isso Kitty, — Gritei tão alto quanto pude. O clube ficou em silêncio com a agitação. Não precisava tirar os olhos de Kitty para saber que ela tinha todo o par de olhos nela. — Slade. Eu sei Cas está me dizendo para derrubá-la, mas eu não posso puxar o gatilho. Kristen está segura, Zach está seguro. Eu não posso justificar matar uma mulher cuja aflição está a ponto de matá-la. Meus irmãos estão em perigo imediato e eu ainda não posso me fazer atirar nela. Sempre pensei que seria capaz de atirar quer se trate de um cara ou uma mulher, mas ao que parece, não posso matar uma mulher. Dou um passo em sua linha de visão e de sua arma. Se eu não posso matá-la, vou impedi-la de ferir alguém que eu amo. Um grito estrangulado vem do fundo das escadas. Não olho, mas sei que é Kristen. Disse-lhe uma vez que eu era ligado aos meus irmãos e morreria por qualquer um deles e eu não estava mentindo. Cada pedacinho de mim não quer morrer. Não quero deixá-la ou Zach, mas se resume a isso, vou morrer sabendo como é amar se e sabendo que um dos meus irmãos não morreu porque eu não conseguia puxar o maldito gatilho. — Slade, não. Ela não gritou, parecia que ela mal conseguia pronunciar uma palavra, mas a dor e medo em sua voz já me mataram por dentro. ~ 207 ~


O rosto de Kitty era tão dedicado quanto o meu, um impasse para acabar com todos os impasses. Não havia mais nada a dizer, não de mim e não dela. Senti ao mesmo tempo em que ouvi, um único tiro tinha me feito cair no chão. Uma dor lancinante atravessou meu corpo e quando um segundo tiro explodiu, Kitty caiu ao meu lado. Tudo aconteceu em segundos, e enquanto me recuperava da dor queimando, eu freneticamente olhava ao redor e tateava meu corpo a procura de sangue. Minha perna. Eu tinha sido baleado na perna. Alannah está de pé congelada no lugar olhando para nós dois no chão. — Eu não poderia deixar você morrer e você não iria se mover, — ela murmura Cas ao seu lado tentando tirar a arma de sua mão. Uma vez que ele a tira, ele a abraça e ela afunda nele. Kristen corre em minha direção e cai ao meu lado. — Se Alannah não tivesse atirado em você, eu teria feito. O que diabos você estava pensando? — Ela grita comigo, tateando meu corpo. Quando ela vê minha perna, ela começa a tremer. — Estou bem, — digo a ela, mantendo a pressão sobre a ferida. — Slade, você foi baleado, você está longe de estar bem, — ela repreende. — Eu vou ficar bem, então, não se preocupe com isso, — digo a ela: — Onde está Zach? — De alguma forma, ele dormiu com isso tudo, uma dessas garotas está o observando, — ela responde. — Como você está? — Pergunto, não realmente querendo ouvir sua resposta, se isso foi demais para ela e ela agora quer ir embora. — Estou mais preocupada com você. Isso é tudo o que eu quero ouvir, por enquanto. Sirenes se tornam mais altas à medida que se aproximam e todos entram em ação. — Tirem o seu corpo para fora daqui antes que os paramédicos e policiais cheguem aqui. — Cas rosna: — Esta foi uma festa com bebida demais e as coisas saíram do controle, ninguém vai dizer qualquer coisa a mais do que isso. — Ele ordena. ~ 208 ~


Kristen se move para o meu outro lado, quando dois prospectos avançam até Kitty. — Eu vou fazer isso, — diz Oak, pegando-a como uma boneca quebrada com cuidado e remorso pela amiga que ele não conseguiu salvar. — Os policiais não vão querer saber sobre ela? — Kristen pergunta baixinho perto do meu ouvido. — Lembre-se do que eu disse sobre o meu mundo ser diferente querida. Este é um daqueles momentos em que você vai ver o quão diferente ele é. Você pode lidar com isso? — Pergunto. Ela olha fixamente para mim antes de se comprometer com uma resposta. — Ela ameaçou me matar, ela quase matou você, então sim... Eu posso lidar com isso. — Bom. Segurando minha mão atrás de seu pescoço, eu a puxo para baixo e pressiono meus lábios nos dela. Preciso me lembrar de agradecer Alannah por isso. Se ela não tivesse atirado em mim e esta noite tivesse saído de outra forma, eu não estaria aqui para senti-la contra mim. Ela tem gosto de lágrimas salgadas e medo, mas ela nunca foi mais doce. — Senhorita, eu preciso que você dê um passo atrás para que eu possa ver a sua perna. Olho para cima para ver um paramédico que está sobre nós. Kristen se move para trás e solta minha mão. Lampejos de algo que eu não posso entender brilharam em seu rosto e ela se move mais longe de mim. — Kristen? — Eu preciso verificar Zachery, — diz, antes de escapar de volta até as escadas. O paramédico pode amputar minha perna agora e eu não sentirei nada, porque a dor de vê-la sair dói mais. Não entendo, ela acabou de dizer que estava bem.

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O resto da noite se tornou um borrão, os remédios que me deram até que eu cheguei ao hospital me deixaram sonolento, caindo dentro e fora da consciência e então tudo ficou escuro.

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Capítulo dezoito KRISTEN

Tudo desabou em torno de mim quando deixei Slade com o médico. Tudo o que aconteceu com essa louca mulher idiota teve seu preço e eu não poderia lidar com isso. O que a tornou pior foi Slade intencionalmente colocando-se em perigo. Ele estava preparado para morrer e deixar-nos. Depois de tudo o que ele disse e fez para me fazer apaixonar por ele, ele parecia estar rejeitando isso. Depois que ele e Pope foram colocados na parte de trás da ambulância e Cas tinha prometido que iria segui-los em breve, todo mundo começou a limpar o bar. Oak não voltou de onde ele levou o corpo de Kitty e eu nunca perguntei. Com todos ocupados eu calmamente peguei Zachery e uma mochila com coisas para noite e sai despercebida. Não tinha certeza se estava fugindo ou não, mas eu sabia que não poderia ficar aqui esta noite. Quando a vida de meu pai estava chegando ao fim Zachery era a minha rocha, sem ele nem mesmo saber. Tudo o que eu precisava agora era meu filho. Já se passaram dois dias desde que Kitty passou como um louco morcego de merda e eu ainda não fui ao hospital ver Slade. Eu não sei como ele está ou mesmo se ele ainda está no hospital. Demorou um dia e meio para ver claramente que ter sido mantida como refém não era o que estava acabando comigo, foi o fato de Slade ter propositadamente se colocado perto da morte. Se ele podia fazer isso, quão fácil seria para ele nos abandonar? Eu disse a ele que Zachery sempre viria em primeiro lugar na minha ~ 211 ~


vida e eu não queria que ele sofresse. Ele me prometeu que nunca iria nos machucar, mas como é que ele acha que eu me sentiria se ele tivesse morrido há dois dias? O motel em Willows Peak ainda estava fechado por causa do incêndio, assim eu retornei para o motel que eu fiquei depois que descobri a verdade sobre Billy. Era óbvio que Slade sabia onde eu estava, porque em algum momento ontem um dos prospectos apareceu e sentou-se em vigília do lado de fora do meu quarto. Quando eu levei Zachery para jantar ele nos seguiu, esperou nós terminarmos e nos seguiu de volta para o motel. Ele fez o mesmo quando saímos para o café da manhã também. Eu tenho que voltar para Willows Peak em algum momento, mas sei que quando eu fizer vou ter que ver Slade. Uma batida na porta não me tinha temendo quem estava do outro lado, porque eu sabia que o prospecto teria entrado antes. Saindo da cama, abri a porta para encontrar Sparky parado do outro lado. — Posso entrar? — Pergunta ele. — Claro. Não tenho a mesma impressão dele de quando o conheci. Ele não me assusta mais com o seu tamanho e tatuagens, agora tudo o que eu vejo nele é amor por sua esposa e filho. — Ei homenzinho, — ele fala com Zachery brincando com seus tijolos no chão. Zachery olha e sorri para ele antes de voltar sua atenção para os seus brinquedos. — Como você está? — Ele me pergunta, se sentando na cadeira. — Eu não tenho certeza, — respondo-lhe honestamente. — Entendo, — ele murmura: — Você vai me perguntar como Slade está? Ele não é rude, mas posso sentir a sua lealdade para com o seu irmão. — Como ele está? — Ele teve que fazer uma cirurgia para tirar a bala, mas vai ficar bem, embora ele esteja louco para caralho por não poder vê-la. ~ 212 ~


— Eu meio que percebi que ele estava bem por causa dele lá fora, me encontrando, — digo, balançando o meu queixo para o prospecto do lado de fora. Slade me encontrou aqui uma vez antes, não achei que seria difícil ele me encontrar aqui novamente. — Na verdade isso foi Bon, ela a seguiu quando você saiu. Ela viu você indo embora e sabia como você estaria se sentindo e precisando de espaço. — Oh. Eu realmente tinha feito alguns bons amigos aqui e isso só fez tudo pior. — Por que você está aqui? — Pergunto, porque eu não sei mais o que dizer. — Eu sei que você não está acostumada a nosso estilo de vida e pode ser assustador para alguns, mas eu conheço um corredor quando vejo um. Se você o ama, então fugir será o maior erro que você vai fazer, — diz ele, solenemente. — Eu não estou fugindo. — O que você está fazendo aqui, então? — Pergunta ele. Não queria ter essa conversa com ele. Ele soltou um suspiro pesado quando permaneci em silêncio. — Não sei o quanto Bon lhe falou sobre seu passado, mas ela conhecia essa vida antes de eu a conhecê-la e ela fugiu todo o fodido tempo, ela quase me destruiu com isso. O ponto que eu estou tentando fazer é que você não deve fugir por causa do que aconteceu, Slade nunca teria deixado você se machucar. — Não estou preocupada com o que aconteceu, ele deu um passo para a linha direta de fogo. Ele sabia que havia uma enorme possibilidade de que ela o teria matado. Ele ia se deixar levar a si mesmo longe de nós, — Eu soluçava, lembrando a cena no clube. Ele se levantou e colocou as mãos nos quadris olhando para mim enquanto estava sentada na beira da cama. — Parece que você quer chutar a bunda dele e você não pode alcançá-lo daqui. Vou esperar do lado de fora, enquanto você junta suas coisas. Ele chega à porta antes que eu registre o que ele disse. ~ 213 ~


— Quem disse que eu estava indo embora? — Pergunto, teimosamente. — Eu disse, — diz ele, virando-se para ficar cara a cara comigo, — Meu irmão viajou através do país apenas para levá-la para jantar fora porque era isso que você queria. Ele detonou um lado de sua moto em sua pressa para chegar até você, quando ele sabia que você estava em perigo. Acho que o mínimo que você pode fazer é ir vê-lo e falar essa merda para ele, porque se ele tiver que ficar no hospital por muito mais tempo sem vê-la, ele vai nos deixar e as enfermeiras mais loucos do que ele já está fazendo. Ele não diz outra palavra quando se vira e vai embora. Ele está certo, Slade e eu precisamos conversar. Eu arrumo nossa mochila e entrego a chave de volta para o gerente. Sparky está em seu telefone quando vou para o meu carro e ele observa cada movimento que eu faço. Ele fecha seu telefone e o coloca no bolso. — Bon diz que você pode deixar Zach em nossa casa enquanto vai ao hospital, ela vai cuidar dele durante o tempo que você precisar. — Obrigada. Em pouco tempo estamos na estrada voltando para Willows Peak e sinto que tenho um guarda-costas pessoal, ou isso ou ele está certificando-se de que eu não dirija na direção oposta.

***

Bonnie ficou mais do que feliz em nos ver quando chegamos. Ela tirou Zachery de seu assento de carro e foi me enxotando fora antes que eu pudesse sair do carro. A viagem até o hospital não demorou muito e parecia mais rápida porque minha mente estava muito ocupada tentando descobrir o que eu ia dizer. Não foi difícil encontrar seu quarto já que a porta estava cercada com Lost Souls.

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— Estou fodidamente contente de ver você querida, talvez você possa levá-lo a aliviar sobre todos nos, — grunhe Oak, abrindo a porta do quarto de Slade para mim. Meu coração bate de forma irregular, logo que o vejo sentado na cama. Cas e Alannah estão sentados de cada lado dele e ficam quietos quando me veem. Nenhum dos dois diz nada e levantam para sair. Cas passa em linha reta por mim para fora do quarto, mas Alannah para e me dá um abraço antes de sair e fechar a porta atrás dela. — Como você está? — Pergunto, me movendo para ficar na parte inferior da sua cama. — Melhor agora que você está aqui, — ele sorri. Dói ver seu sorriso e o pensamento de que ele poderia levado isso para longe de mim dói ainda mais. — Onde você estava? — Pergunta ele. — Eu tinha que me afastar, tinha muito em que pensar. — Digo, me movendo em torno de sua cama para me sentar onde Cas estava. — Não há nada para pensar Kris, você está aqui, eu estou aqui, tudo está bem. Está me matando querendo saber o que está passando pela sua cabeça. Tudo sobre ele me dói, dói de olhar para seu rosto bonito, dói ouvir a sua voz sedutora e dói quando ele segura minha mão e eu sinto seu calor. — Quando a condição do meu pai piorou e eu tinha que vê-lo morrer um pouco mais a cada dia, me aterrorizava vê-lo deteriorar-se sabendo que não havia nada que eu pudesse fazer para ajudá-lo. Eu sei que ele me amava e não queria nos deixar. Você disse que poderíamos ter uma vida juntos, você me disse que me amava. Estava preparada para lhe dar tudo de mim e tudo que você estava preparado para fazer era morrer bem na minha frente. Eu não posso e não vou ficar parada assistindo alguém que amo morrer de novo. Ele não me interrompeu enquanto eu falava e eu não queria darlhe a oportunidade de falar depois que eu terminei. Eu puxei minha mão da dele e fiquei de pé. — Não faça isso. ~ 215 ~


— Sinto muito. É tudo o que posso dizer, sei que é covarde, o cara não pode sequer sair da cama para me perseguir, pelo qual sou grata, porque a minha determinação de vê-lo desmoronar como eu, estava começando a vacilar. Tenho uma responsabilidade para mim e para o meu filho, e por mais que doa me afastar, sei que poderia ser pior se ele se colocasse propositalmente em perigo novamente. — Kristen, — Slade chama, enquanto eu abro a porta. Eu não me viro enquanto eu digo, — Adeus Slade, minhas coisas terão ido antes de você chegar em casa. Ninguém diz nada enquanto eu passo por um grupo de irmãos e saio do hospital sem hesitação. Não é até chegar ao meu carro que eu choro. Choro pela felicidade que eu tinha e choro pelo homem que eu amo e que não posso suportar perder por ser ridiculamente estúpido com sua vida.

***

SLADE

— Cas, — chamo, esperando que ele vá ouvir através da porta fechada. Não vou deixá-la ir embora tão facilmente, ou em tudo. Rasgando o soro da minha mão dói como uma cadela, mas eu não me importo. — Cas, — eu grito mais alto. Jogo minha perna boa sobre a borda da cama e movo com cuidado minha perna ferida para colocá-la ao lado da outra. Cas ainda não tinha me ouvido. Deslizando para fora da cama eu pouso em minha perna boa e uso a grade da cama para pular até o fim.

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Não é muito longe até a porta para eu mancar em um pé e eu seguro a maçaneta com tudo o que tenho para me manter em pé. Uma onda de tontura flui sobre mim, mas continuo. Ao abrir a porta encontro meus irmãos e Alannah sentados e em pé ao redor do corredor, mas não Kristen. — Slade! O que você está pensando? — Alannah ofega, saltando em pé. Busquei meu presidente e pego seu olhar. — Me tirem daqui. — Digo, usando o batente da porta para me segurar. Ele não faz qualquer pergunta, e cumpre. Oak e Sparky saltam para o meu lado e me ajudam a ficar em pé sem a ajuda do batente da porta. — Você não pode sair Slade, — diz Alannah, ficando na minha cara. — Ela está indo embora e não posso deixar que isso aconteça, — digo a ela. — Volte para a cama eu vou encontrá-la e falar com ela por você, vou fazê-la voltar. — Ela diz, quase implorando. Felizmente Cas vem em nossa direção com uma cadeira de rodas. Assim que ele está perto o suficiente me sento e dou um suspiro de alívio da dor. — Onde está Slade? — Cas pergunta. — Minha casa. Não ver Kristen ao longo do último par de dias me deu muito tempo para pensar. O clube está em desordem com a revelação de que Pope matou Michael e não Hunter. O corpo de Kitty foi enterrado em uma cova sem marcação fora da cidade, mas com mais respeito do que ela merece e o buraco na minha perna parece ter sido por nada. Cas disse-nos que a situação de Michael será abordada quando Pope e eu estivermos fora do hospital e de volta ao clube. Até agora, parece que todo mundo está aceitando bem. Eu não me importo com quem matou Michael depois do que ele fez para nós, mas o

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fato de eles terem mantido em segredo me incomoda muito. Se eles têm mantido algo assim para si, o que mais não sabemos? A viagem para a minha casa é tranquila. Aguardo com ansiedade quando viramos a esquina na minha rua para saber se seu carro está lá ou não. Quando eu vejo seu carro estacionado na frente, eu exalo alto. Cas e Sparky me ajudam a sair da camionete e depois que eu tenho um braço sobre cada um de seus ombros, eu salto até a varanda e me lembro que não tenho as minhas chaves. Sparky bate na porta. — Isso é uma porra de constrangedor, — Eu amaldiçoo, ter que ter dois caras para me ajudar a ficar em pé. — Todo mundo passa por merda com sua menina, olhe para nós, não fomos exatamente sutis e suaves com Bon e Barbie, — Sparky ri. — Eu quis dizer com vocês dois me segurando, — resmungo, — Bata na porta de novo, — digo a ele. Assim que seu punho bate na madeira a porta se abre e uma Kristen de olhos vermelhos olha chocada ao me ver aqui. — O que diabos você está fazendo fora do hospital? — Ela berra em pânico. — Você saiu antes que eu pudesse falar. Com a ajuda de Cas e Sparky pulo até a sala de estar e me jogo no sofá. — Nós vamos esperar lá fora, — diz Cas, empurrando Sparky com ele. Uma vez que estávamos sozinhos, ela senta-se na extremidade oposta do sofá. — Você não perdeu tempo, — digo, incapaz de esconder a dor na minha voz. — Na verdade eu não consegui me fazer começar. — Porque você sabe que você está cometendo um erro fodido, — resmungo.

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— Será que você cometeu um erro quando entrou na frente daquela arma na outra noite? — Se isso significa que estou perdendo você por causa disso, então sim... Eu cometi o maior erro da porra da minha vida. Chupando uma respiração afiada ela olha para mim e lágrimas começam a se reunir em seus olhos. — Como você se sentiu quando viu a arma apontada para a minha cabeça? — Ela pergunta. — Eu me senti como se fosse morrer. — Então, como você acha que eu me senti quando você propositalmente se colocou nessa posição? Isso é o que me assusta Slade, o que acontece quando construímos um futuro juntos, e então você faz algo assim de novo e desaparece de nós? Não posso esperar que ela me dê tudo dela se eu não posso fazer o mesmo. Eu nunca pensei que veria o dia em que eu desistiria de tudo por uma mulher. Kristen e Zachery se tornaram uma parte de mim e eu quero que seja permanente. — Vou me afastar de tudo isso. As palavras saem de minha boca antes que eu possa processá-las totalmente e não me dói o pensamento de não ser um Lost Souls. Sua boca abre e fecha várias vezes antes que ela permanece quieta e olha para longe de mim. — Afastar do que exatamente? — Ela pergunta. — Do clube, vou me afastar de qualquer coisa que faça você não ficar, — esclareço para ela. Quando ela começa a rir, estou surpreso, principalmente porque é instável e soa fora de contexto. — Você não entendeu. Não é você ser uma parte do clube ou qualquer outra coisa. Lembro de você me dizendo que o clube é quem você é então eu sei que você não vai ser feliz se você se afastar dele. É você, a decisão que você fez que me assusta. — Você teria preferido que eu matasse uma mulher? — Pergunto a ela, porque essa era a minha única outra alternativa. ~ 219 ~


— Ela não era exatamente qualquer mulher, não é verdade? E tão ruim quanto parece, sim, eu teria preferido que você a matasse do que ela atirasse em você. — Ela admite. Ela deve me amar mesmo se ela teria preferido eu matando uma pessoa do que me machucando. — Prometo a você que nunca, nunca mais vou me colocar em uma posição que eu não poderia ser capaz de me afastar de novo. Minha promessa precisa ser o suficiente, porque eu não quero perder você ou Zach. Por favor, acredite em mim querida. Ela contempla o que eu disse antes de responder: — Eu quero desesperadamente acreditar Slade, não quero sair e Zachery gosta daqui e está se acomodando muito bem... Cortei-a, porque eu sei que ela não quer ir e se puder encontrar as palavras certas para corrigir isso eu sei que ela vai ficar. — Eu sei que eu fodi as coisas, mas eu não vou deixar você ir embora depois de tudo o que passamos. Você me ama e eu te amo com tudo o que tenho. Você tem amigos aqui e uma casa, podemos criar raízes juntos. Eu não vou a lugar nenhum e se isso significa deixar o clube, então é isso que eu vou fazer. — Digo-lhe mais uma vez para que isso ficasse bem claro para ela. Ela se levanta e começa a andar pela sala. Lágrimas caem livremente por suas bochechas e lamento ser a razão delas. É isso, fazer ou quebrar, ficar ou ir, e se ela for, então eu não consigo ver qualquer tipo de futuro sem ela ou Zach para mim mesmo. Eu sempre quis uma família e uma mulher que me amasse tanto quanto eu a amasse e eu sei que eu tenho isso com Kristen. Ela não estaria sofrendo tanto se ela não estivesse verdadeiramente apaixonada por mim. — Foi um movimento estúpido de a minha parte ficar em seu caminho, mas eu preferiria sangrar e morrer em seguida, do que vê-la machucar você ou qualquer outra pessoa. — Reitero. Ela para de andar e finalmente chega e senta-se ao meu lado no sofá. Aproveito pego sua mão e aperto forte fazendo-a olhar para mim. — O que posso fazer para te provar o quanto eu te amo? — Murmuro.

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— Não tentar se matar seria um começo, — diz ela, sem entusiasmo. — Bem, eu não posso fazer nada por um tempo, — eu ri, olhando para a minha coxa. — Falando nisso, você precisa voltar para o hospital, — ela franze a testa. Eu ainda não a ouvi dizer que vai ficar comigo. — Eu não vou a lugar nenhum até saber que estamos bem. Seu olhar é intenso e o silêncio é insuportável, quando ela finalmente fala. Eu sei que este é o começo do meu futuro, eu só espero que ela seja uma parte dele. — Não espero que você deixe o clube, na verdade, eu, em parte, me apaixonei por você por causa da sua lealdade e paixão pela família. O clube não me assusta mais e sei o quanto isso significa para você. Se você se afastasse, não seria o homem pelo qual me apaixonei. Posso sentir meu peito afrouxando e minha frequência cardíaca acalmando. — Vou ficar se me der sua palavra de que você nunca vai fazer isso de novo. É ruim o suficiente perder alguém que eu amo de forma voluntária. — Você tem a minha palavra, minha vida é sua. Agora, você vai me beijar? — Pergunto, tonto de felicidade. Tonto? Quando a porra nunca fui tonto? Suas mãos macias pegam meu rosto enquanto agarro a parte de trás do seu pescoço e a puxo para mim. Ela está hesitante em torno da minha perna, mas uma vez que os nossos lábios são pressionados juntos, posso senti-la relaxar tanto quanto eu nos últimos trinta segundos. Ela se afasta rápido demais e repousa contra o meu peito. — Juro que se você fizer isso de novo vou atirar em sua outra perna. — Ela promete. — Me lembre de esconder as armas quando chegar em casa, — rio.

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— Você não é engraçado. Vamos lá, você precisa voltar para o hospital. — Ordena Ela. Obrigado caralho que resolvemos isso porque os remédios que eu tinha tomado anteriormente perderam efeito e a dor em queimação na minha perna está se intensificando. Vou saborear essa dor, eu sempre vou lembrar o que quase me custou e como estava perto de quase perder a melhor coisa que já me aconteceu. A puxo de volta para mim para beijá-la uma última vez antes de deixá-la. Sabendo que estou voltando para casa, para estes lábios, me tem querendo dar alta a mim mesmo assim que voltar ao hospital. — Vá e chame os caras, duvido que você vá ser capaz de me ajudar a levantar. — Digo a ela. Ela sorri para mim e desaparece. Eu não deveria ter deixado o hospital, mas valeu a pena. Não posso imaginar o que teria acontecido se tivesse esperado até que eu saísse. Certo como a merda teria rastreado sua bunda até que a encontrasse. — Você está pronto irmão, — Cas pergunta, uma vez que ambos entram na sala. — Sim, e se você pudesse colocar o pé no chão e me levar de volta à boa merda, eu iria apreciá-lo, porra — digo, enquanto ambos me levantam do sofá. Acidentalmente coloco o meu peso na minha perna ferida o que me faz sugar uma respiração afiada. — Sentindo dor irmão? — Sparky ri. — Já me senti melhor, — bufo. — Vou te encontrar lá. Preciso do meu carro para que eu possa pegar Zachery mais tarde, — murmura Kristen, pegando as chaves do prato no corredor. Ela caminha pela varanda para seu carro e sai atrás da camionete de Cas. — Assumo que tudo correu bem? — Sparky pergunta enquanto me ajuda a sentar em meu lugar.

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— Sim, — era tudo o que poderia dizer enquanto descansava minha cabeça no encosto de cabeça e tentava ignorar a dor.

***

Os médicos e enfermeiros ficaram furiosos com a minha saída abrupta quando voltei, mas eu não poderia ligar menos. Kristen ficou por algumas horas antes de ter que sair para pegar Zach com Bonnie. Ela prometeu trazê-lo pela manhã para me ver. Falamos sobre tudo, desde o que aconteceu naquela noite com Kitty até a redecoração que ela gostaria de fazer em casa para se sentir mais como uma casa para ela. Tendo estado tão próximo de perdê-la, disse a ela que ela tinha total liberdade para fazer o que diabos ela quisesse se a fazia feliz. Quanto ao meu futuro com o clube, ainda estava indeciso aos meus olhos. Kristen disse que ela não quer que eu me afaste por ela, mas quanto mais eu penso sobre isso, mais eu quero ir embora por mim. As mentiras de Cas e Pope doeram mais do que eu gostaria. Sempre tivemos as costas uns dos outros ao ponto que eu pensei que iríamos morrer um pelo outro. Eu tinha provado isso quando eu pisei na frente da arma de Kitty. Mas se eles não poderiam fazer algo tão simples como me dizer a porra da verdade, como posso confiar neles em troca? Antes que pudesse mergulhar fundo demais nessa linha de pensamento, os remédios extras que a enfermeira me deu me levaram a um sono profundo.

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Capítulo dezenove SLADE

Uma semana se passou desde que Kitty ficou louca sobre nós e, mesmo não sendo capaz de me locomover com facilidade, tem havido elementos para minha recuperação que foram fundamentais... Kristen. Saí do hospital um dia depois que eu escapei e a persegui. Acho que as enfermeiras estavam contentes de ver as minhas costas, porque tenho certeza como a merda que não era o paciente mais fácil de lidar. Kristen se virou em duas cuidando de Zach e eu. Ela diz que está bem e que quer nada mais do que cuidar de sua família, mas ainda odeio que a culpa é minha. A noite eu cheguei em casa, quando Zach estava dormindo profundamente, nós sentamos e falamos profundamente sobre o que ela tinha passado e me certificando de que ela estava bem. Afinal, ela ficou na mira de uma arma por um longo período de tempo. Tentei me colocar em seu lugar e duplicar o que ela tinha passado, mas mesmo assim ela disse que estava bem. Era como se tudo tivesse passado por sua cabeça e já estivesse enterrado em seu passado. Queria minha mulher pura e gentil, mas também forte e resoluta, e definitivamente descobri isso dentro dela. — Slade. Abro os olhos para ver Zach tentando subir no sofá. Quando Kristen levou-o para o hospital antes de eu ser liberado, ele imediatamente chamou o meu nome quando entrou pela porta. Eu posso honestamente dizer que ouvi-lo dizer meu nome foi um dos momentos de maior orgulho da minha vida. Não só tenho Kristen para amar e proteger, mas tenho Zach também. Não vou deixar o meu irmão morto, Billy, para baixo. Vou ajudar Kristen a criar seu filho como se ele ~ 224 ~


fosse meu próprio sangue e me certificar que o seu caminho na vida seja tão bom como ele possivelmente possa ser. — Ei homenzinho, onde está sua mãe? — Pergunto, ajudando-o a subir ao meu lado. — Estou aqui, — ela sorri, seguindo-o vindo da cozinha. — Você tem certeza que eu não posso te fazer alguma coisa para comer? — Não, estou bem, vou fazer alguma coisa mais tarde. — Me viro para puxá-la para baixo, passando o meu braço em volta da sua cintura. — O que vocês dois têm planejado para esta noite, então? — Pergunto. — Zachery e eu temos um encontro com Nemo e, em seguida, vamos deitar mais cedo. Bom, porque ela precisa de mais descanso do que eu. A despedida de solteiro de Cas é hoje à noite e, embora eu não possa ficar bêbado porque estou tomando remédios, e ainda não tenho certeza de como me sinto sobre o clube, eu não perderia meu irmão se casando. Pope recebeu alta do hospital esta manhã, uma vez que ele soube que estava bem e que era um caso de descansar para se recuperar, ele assinou sua alta para fora de lá. Assim, pelo menos, eu não estaria sozinho no canto dos feridos. Primeiro, teremos que ir à sala dos fundos resolver o que quer que seja a merda que o clube está atravessando depois que Pope admitiu que atirou em Michael. Eu não fui ao clube desde o incidente, ou tenho estado muito interessado nos negócios do clube, então não tenho certeza do que esperar. — Quando vão vir te pegar? — Ela pergunta. — Em cerca de cinco minutos, um dos prospectos mandou mensagem dizendo que eles não estavam muito longe, — digo a ela. — Aqui, me deixe ajudar com seu colete antes de eles chegarem aqui. Ela o pega na parte de trás da cadeira da cozinha e no momento em que ela volta para a sala eu estou lutando para ficar em pé.

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No momento em que a minha perna estiver curada eu vou ter uma perna com mais músculo do que a outra. Eu pego as muletas que tenho usado e um braço de cada vez eu coloco meu colete. No momento eu me sinto como uma fraude o usando. Me perfura estar me sentindo assim, e odeio isso, mas uma porra de mentira está comendo em mim e de qualquer forma esta noite vou resolver isso, e se ainda serei uma parte do clube ou não mais serei um Lost Soul.

Entrando no clube me sentia como na minha casa. Meus irmãos ao redor eu sentia como família, mas embaixo o que eu sentia fervendo parecia traição. — Bem-vindo a casa irmão, — Oak sorri, levantando a bunda do banco do bar onde ele estava bebendo com Pope, que tinha ganhado uma cadeira de rodas Deus sabe de onde. Um caminho tinha sido aberto em direção ao bar para eu me sentar. Ao que parece a maioria dos Devils Bastards também estavam aqui esta noite para a festa. Decidi por manter a cabeça limpa para a reunião e peguei uma garrafa de água em vez de uma cerveja gelada, que é o que eu estava desejando. Quando Cas entrou pela porta, cada Lost Soul levantou-se e dirigiu-se para o quarto dos fundos. Com Oak empurrando um Pope descontente e eu mancando de muletas todos estavam sentados no momento em nos estabelecemos. Ele bateu o martelo para baixo com força e o quarto caiu em silêncio. — Esperamos um longo tempo por este encontro, mas com Slade e Pope finalmente em recuperação e espero uma boa festa hoje à noite, este é o momento para termos tudo em aberto. — Cas começa assim: — Eu queria esperar que Pope estivesse aqui porque, como todos vocês ouviram, foi ele quem matou Michael. Na noite em que ele morreu, todos vocês sabiam que ele não ia mais ser parte deste clube, não importa como ele saiu, ele não ia mais ficar sentado nesta cadeira. Naquela noite, eu não poderia dar uma foda se Hunter matou Michael ou não, a minha preocupação principal era só chegar a Lana. Enquanto Sparks e eu a estávamos libertando, Hunter e Michael entraram e eles ~ 226 ~


lutaram duramente. Quando conseguimos ter Lana livre, Michael tinha matado Hunter. Pope reajustou-se em sua cadeira e limpou a garganta. — Eu devo dizer-lhes. O que Michael tinha feito a este clube, um clube que eu tenho feito parte desde que eu tinha 18 anos de idade, que me entreguei no caminho da prisão ou morte, me esmagou. Eu olhei por ele por quase trinta anos. Eu fiz tudo o que ele me pediu, sem questionar. Quando ele tomou a decisão de mover Alannah para longe de nós, eu não concordei, mas eu confiei nele porque ele era meu irmão e meu presidente. Quando eu vi o que esses merdas tinham feito com ela e descobri que a morte de Mickey foi culpa de Michael também, eu não teria dado a qualquer pessoa a opção de votar em seu futuro. Fora de todos aqui, Oak e eu somos os únicos que vão voltar para o início de tudo. Foi aí que tomei para mim a responsabilidade de acabar com sua vida e faria isso novamente. — Ninguém está culpando você irmão, — diz Oak, tranquilizandoo. Sento e os escuto falar sobre a noite em questão, passando por cima dos detalhes do que aconteceu uma e outra vez. — Slade? Você tem estado muito tranquilo, você tem alguma coisa a dizer? — Cas pergunta. — Foda-se, sim, eu não dou a mínima para quem matou Michael, eu mesmo faria isso, se tivesse a chance. O que não parece bem é o fato de que você mentiu para nós sobre isso por um ano e meio. Se Kitty não tivesse aparecido, nós ainda estaríamos no escuro. Isso me faz questionar o que mais você está escondendo de nós, porque eu estava com a impressão de que todos tínhamos as costas uns dos outros. Quer dizer, eu quase perdi tudo na semana passada para levar uma bala, porque ela estava com a arma apontada para você, mesmo assim você mentiu para mim. Isso não parece bem para mim, irmão, — digo apenas para Cas, minha voz ficando mais alta enquanto eu falava. — Eu tomei a decisão de salvar o clube, a merda saindo naquela noite teria quebrado o clube. Nós tivemos sorte que o clube se adaptou às mudanças tão rapidamente. Depois de tanto tempo, eu nem sequer penso nisso, mas minha intenção nunca foi torná-lo pior e eu tenho suas costas, — ele responde. — No momento, eu não estou sentindo isso. Eu estive olhando as coisas de forma diferente e mentiras assim entre nós, em nosso mundo, ~ 227 ~


sempre trazem problemas com balas e sangue. Eu tenho uma família dependendo de mim agora e, como você com Lana, e Sparky com Bon e JJ, eu vou fazer o que tiver que fazer para me manter em segurança. Mantenho contato visual com o meu presidente e, mesmo que eu esteja morrendo lentamente por dentro, eu mostro só determinação na superfície. — O que você está tentando dizer Slade? Porque me parece que você está querendo sair fora do clube, — Cas se empurra para trás. — Isso é fodida besteira, — Oak ruge, batendo com o punho na mesa. Eu só olho para todos, meu silêncio confirmando a possibilidade de que Cas tenha me entendido corretamente. — Encarei a morte de frente pelo clube e o que eu recebo em troca? Mentiras. Como eu disse, não poderia ligar menos que Pope matou Michael. Eu dou a mínima porque isso foi escondido de nós, é como se fosse a porra de uma reprise na minha cabeça, — grito. — Entendo isso, eu realmente faço irmão, mas não posso e não vou permitir que você saia assim. Dou-lhe a minha palavra de que era esse único detalhe que foi mantido de todos vocês, tudo o que temos feito para este clube desde que assumi foi um livro aberto. Eu sei que você teve uma semana difícil, mas olhe para o que você estaria se afastando, — diz Cas, gesticulando em torno da mesa. Olho de irmão para irmão e vejo a aflição que minha possível saída está causando a eles. — Não se esqueça que foi escondido de mim também e eu estava aqui quando Mark começou essa irmandade, estava aqui quando Michael chegou e estava aqui quando o Pope chegou. Após dar minha fodida vida a este clube e perder duas old ladies por causa do meu compromisso com todos vocês, eu estava fodidamente chateado sobre isso, mas eu entendi. Cas trouxe este clube de volta ao que foi formado, pela lealdade e família. Não importa onde você vá Slade, estamos todos ligados uns aos outros, quer você queira, ou não. Vamos passar por cima disso, porque nós não vamos deixar isso nos derrubar e mais merda cair sobre nós. Resolva sua cabeça com isso irmão porque eu tenho certeza como a merda não estou bem com você indo embora. — Diz Oak, acrescentando a sua opinião.

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Eu me inclino para trás em minha cadeira e deixo minha cabeça cair para trás, respirando profundamente para manter a calma, e tento, sem sucesso, lembrar de como eu poderia ir embora daqui. O ar em torno de nós é tangível. — Slade, você é nosso irmão, nossa família. Você está certo, você deu um passo para tomar a bala, mas você fodidamente sabe que eu faria o mesmo por você, como qualquer um neste clube também faria. Lembre-se disso, — Cas exorta. — Só não me coloque nessa posição do caralho novamente, pois foi Kristen que quase pagou o preço porque Kitty queria respostas, — o lembro. — Você tem a minha palavra e minha vida de que nada neste clube será mantido de qualquer um de novo. — Posso lidar com isso, — finalmente murmuro, enquanto todo mundo dá um suspiro de alívio. Cas me dá um tapa no ombro e sorri. — Ok antes de acabar isso, quero tentar encontrar uma maneira de descobrir o que Kitty quis dizer sobre a mãe de Lana. Kitty com certeza fodeu com a cabeça dela por não lhe contar a verdade. Oak e Pope foram levados a crer que Rayna morreu durante o parto, mas Kitty deu a entender que houve mais do que isso. Lana precisa saber o que aconteceu. — Diz Cas. — Depois do casamento vou cavar sobre isso e ver o que posso encontrar para ela, — ofereço. — Obrigado irmão. — É hora de ser fodido ainda? Nós temos uma festa para ir, — Sparky reclama do meu lado. Cas ri e bate o martelo.

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O bar está repleto de irmãos e mulheres. Bebidas estão fluindo como uma maldita cachoeira e o fumo é pesado no ar. A música está rugindo fora das paredes e as strippers que acabaram de chegar já tem ~ 229 ~


Cas temendo por suas bolas se Alannah descobrir. Sparky jogou-o para os lobos e está desfrutando de ver seu presidente e seu melhor amigo se contorcer na cadeira. É estranho pensar que ele era um cara completamente diferente antes de ele se comprometer a Alannah. Houve um tempo em que ele teria caído sobre as strippers e, em seguida, teria levado as duas ao mesmo tempo, mas agora tudo o que ele precisa é da sua mulher. Depois de me fazer confortável em um dos sofás, estava contente em assistir as celebrações. Após colocar o lixo para fora com os meus irmãos me sinto muito mais feliz para continuar no clube. Oak estava certo, estamos ligados e de vez em quando nós ficaremos sob tensão, mas vamos sempre superar os problemas todos juntos. Não poderia estar mais feliz por Cas, ele vai se casar com uma boa mulher amanhã e tem tudo o que quer, mas não ser capaz de beber mais de duas cervejas e minha coxa me deixando desconfortável, eu só queria ir para casa. Agora que o meu futuro no clube está seguro, quero garantir o meu futuro em casa. — Você está indo embora já? — Oak pergunta, tropeçando em frente ao bar junto a mim. — Sim, não é o mesmo estando sóbrio em torno de vocês bêbados desgraçados, — rio. — Só quero ter certeza de que você está bem, você me deixou preocupado mais cedo, com toda a merda que aconteceu, — ele insultou, mas estando acostumado com suas divagações bêbadas eu praticamente o entendo. — Estou bem irmão, não precisa se preocupar. Vejo você amanhã. Vou até a porta e digo a um prospecto para me levar para casa. Ele não parece feliz de ser arrancado da festa, mas não dou a mínima. Quanto mais cedo ele me levar para casa, mais cedo ele vai estar de volta. A volta é tranquila e sem incidentes, que é tudo que eu peço para o momento. A casa está na escuridão com somente a varanda brilhando no céu de noite escura. O prospecto sai enquanto eu fecho a porta atrás de mim e vou direto para as escadas. Elas são o maior obstáculo que enfrento em uma base diária, mas saber para onde eu estou me dirigindo leva a borda da dor quando eu coloco pressão sobre a minha perna.

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Checando Zach eu o encontro dormindo pacificamente em seu berço. Fecho a porta e manco meu caminho em silêncio para o quarto que eu compartilho com Kristen. A visão dela dormindo enrolada no meu lado da cama com seu cabelo cobrindo todo o travesseiro atrás dela provocam arrepios na minha espinha. Nenhuma cena nunca vai vencê-la. Me sento na beira da cama e corro meus dedos pelo seu braço nu. Ela se agita com meu toque e resolve voltar para um sono frutífero. Eu acaricio seu braço novamente e desta vez seus olhos cintilam aberto, seu sorriso sonolento para mim é bonito pra caralho. — Ei, que horas são? — Ela pergunta. — Um pouco depois de meia-noite. — Não estava esperando você de volta ainda, no entanto, como foi a sua noite? — Foi bom, como foi o Nemo? — Eu rio. — Peixes, — ela ri, — acho que poderia recitar todo o filme pela quantidade de vezes que vi agora. — Eu também, — concordo. — Você ainda está usando seu colete, — ela ressalta. Kristen sabia sobre os demônios que eu estava lutando toda a semana, ela era a única com quem eu poderia falar até que eu vi meus irmãos hoje à noite. — Tudo foi esclarecido agora, estou bem com o clube e não vou a lugar nenhum. — Bom, então venha já para a cama, — ela ronrona no travesseiro. — Eu tenho uma pergunta para você, — digo. — Parece sério, — diz ela, me dando toda a sua atenção. — É e não é, — concordo: — Não me interrompa até que eu tenha acabado, Ok? Ela balança a cabeça e senta-se, aproximando-se para poder segurar minha mão. Olho para os nossos dedos entrelaçados e aperto

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um pouco só para ter certeza que minha mão realmente segura o amor da minha vida nela. Ela faz. — Tudo o que fizemos juntos foi no nosso ritmo, rápido. Tenho esperado por você por mais tempo do que você imagina e agora que eu tenho você em minha vida e na minha cama, não quero nunca mais ficar sem você novamente. Você é a minha visão de puro, amável, forte e resoluto. Você é minha, você quer se casar comigo e tornar isso oficial? Sua respiração fica presa e seus olhos se alargam. — Não estou falando de imediato, mas um dia, quando você quiser. Contanto que eu tenha um anel no seu dedo vou ser feliz. — acrescento. — Sim, — ela mal diz isso em voz alta, mas eu ouvi claro como a porra do cristal, — Você tem um anel? — Ela ri, com ceticismo. — Ah, ainda não, mas depois de amanhã você vai ter, eu meio que acho que não programei completamente, — admito. — Não importa. Não me sentiria confortável mostrando um anel no casamento de Alannah. É o seu dia amanhã. — Ela sorri. Beijo o quarto dedo na mão esquerda e prometo a ela o mundo do caralho.

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Acariciá-la enquanto ela cai no sono se tornou a minha hora favorita do dia. Entre a revelação no clube e Kristen entrando em minha vida, nada pode nunca mais ser a mesma coisa. Foi um longo tempo para chegar aqui, mas finalmente tenho tudo o que queria e nunca mais minhas decisões mortais e imprudentes ficariam entre nós novamente. Aposto minha vida de merda sobre isso.

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Capítulo vinte CAS

Durante 24 horas o clube estava se curando e ninguém estava saindo. Slade tinha balançado a todos nós com sua hesitação sobre seu futuro com a gente. Sua perna e o estômago ferido do Pope também estão curando bem. Olhando para trás, para a noite no armazém de Hunter, posso ver que a decisão de esconder a verdade estava errada, mas no momento foi necessário para seguir em frente. Nenhum de nós esperava Kitty ser a pessoa que estava tentando tão duramente quebrar o clube. Sua dor a tinha transformado em alguém que eu mal reconhecia. Se ela fosse um cara eu teria atirado nela muito antes que Slade desse um passo em seu caminho. Alannah tomou uma decisão difícil sem sabermos. Seu raciocínio rápido atirar e derrubar Slade para fora do caminho e atirar em Kitty veio naturalmente para ela. Suas ações no passado a fazem pensar de forma diferente agora e a culpa que ela tem pela morte de Billy a fez mais forte. Em nosso mundo, uma old lady que compreende a diferença entre assassinato direto e defender uma vida é difícil de encontrar. É por isso que estou aqui de pé em um paletó, camisa branca e calças pretas. Meu cabelo no lugar e a barba por fazer que eu tinha ostentado foi raspada. Eu tinha dito a Lana que sob nenhuma circunstância eu iria ser pego vestindo um paletó, mas quando se trata dela não há nada que eu não vou fazer por ela. Ela me enfurece a maior parte do tempo com a sua independência e sua boca esperta e sua necessidade incessante de ir contra tudo que eu digo, mas quando se trata da merda importante ir para baixo, eu sou o único para qual ela vem e depende.

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Vestindo o paletó eu tinha que admitir que eu estava ansioso para ver o rosto de Lana quando ela me visse nele, ela não sabe que eu mudei de ideia sobre ele. O bar está vazio quando saio, todo mundo já está na pequena igreja. Meus irmãos queriam ir comigo, mas recusei. Primeiro, porque se eles ficassem em torno do bar muito mais tempo Deus sabe quem ficaria realmente sóbrio o suficiente para montar e, em segundo lugar, porque eu queria um tempo sozinho. Eu tenho um monte para refletir hoje. A noite que eu levei Danni para a cama em vez de Alannah quase nos destruiu. A noite em que ela quase morreu nas mãos de Hunter quase me destruiu, mas a noite que ela aceitou minha proposta destruiu tudo o que eu tinha para deixá-la escapar por entre os dedos. Alannah Blake é minha, com ou sem um anel. Hoje é apenas para torná-lo oficial e para que todos possam ver o quão sortudo eu sou, porra.

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Eu não esperava nada menos quando estacionei na igreja. Motos, caminhonetes e carros estão estacionados em todos os espaços possíveis e na rua. Meus irmãos, suas old ladies e seus filhos estavam ao redor em toda parte. Desde que eu propus a ela eu não sofria mais dos nervos, mas saindo da minha moto, meu coração começa a bater forte e eu sinto que eu quero vomitar na porra das roseiras. Alannah queria o grande casamento e é isso que eu lhe dei. Disse a mim mesmo que se casar em uma igreja seria ótimo. Minha mãe biológica me abandonando numa porta de igreja sempre me fez temer uma, não que eu seja um crente. — Cas, você parece doente, irmão — Sparky ri, andando em minha direção: — Você não está tendo segundos pensamentos, não é? — Foda-se, — cuspo e agarro meus cigarros. — Você vai ficar bem, você pode ter perdido sua mãe a última vez que esteve perto de uma igreja, mas desta vez, você irá embora com sua esposa, — ele oferece.

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Sparky é meu melhor amigo e ele é o único que conhece toda a minha historia e como eu cheguei a este mundo. — Eu sei, e é a única razão pela qual vou entrar. — Digo a ele, me lembrando ao mesmo tempo. Não tinha percebido que eu tinha acabado meu cigarro, então acendo outro e quando acabo esse também, começo a relaxar um pouco. — Está quase na hora, irmão, — ele me lembra, puxando o colarinho da camisa. — É tão chato para você quanto é para mim? — Pergunto, rindo de seu desconforto. — Claro que sim, assim que isto acabar vou tirar isso, — ele resmunga: — Tenho que dizer, estou chocado como a merda de vê-lo em um paletó, eu pensei que era um ‘não, de jeito nenhum’ para você? — Só estou fazendo isso uma vez e é por ela. — Vamos, vamos levá-lo para lá. Respiro fundo e o sigo através dos convidados ainda de pé do lado de fora para dentro da igreja, que esta lotada. Cada assento está preenchido e as pessoas estão de pé nas laterais. Assim que todos eles me veem, aplausos e assobios enchem a igreja. O pastor se aproxima de mim quando eu chego ao altar parecendo apreensivo em torno de sua comunidade hoje. Eu não estava confortável com a sua opinião sobre família e ele não estava confortável com a minha, mas por hoje nenhum de nós tinha uma escolha. — Temos cerca de cinco minutos antes de ela chegar, você pode tomar o seu lugar comigo, — diz ele, apontando para o altar. Sparky é meu padrinho e eu tenho certeza que ele está atrás de mim. — Você tem os anéis não é? — Pergunto, me certificando. — Como se eu ousasse perdê-los, — ele ri. — Bonnie cuidou deles até hoje não foi? — Provoco. — Prez, suas duvidas me ferem... ~ 235 ~


Ele é cortado por aplausos altos vindos de fora e alguns assobios de lobo que explodem minhas tendências ciumentas. — Parece que ela está aqui, — acrescenta Sparky. O batimento forte no meu peito se agrava, mas não de nervos e sim de antecipação pura. A entrada da igreja clareia e em poucos segundos Oak está preenchendo metade da porta. Na próxima respiração, Lana está chegando e desliza o braço no dele. Quando ela aparece totalmente, me deixa totalmente sem ar. Eu aperto minhas mãos em punhos e flexiono enviando choques de pressão até meus braços apenas para ter certeza que isso é real. Ela não me viu ainda porque ela está ocupada sorrindo para todos na congregação. Seus longos cabelos loiros estão presos deixando seu belo rosto claro para eu ver. Seu vestido apropriadamente se apega ao seu sexy corpo e cai ao redor de seus pés. Tudo nela é simples, mas combinando muito com sua beleza natural. — Respire irmão, — Sparky sussurra, batendo em meu ombro com o seu. Quando seus olhos encontram os meus o mundo desmorona. Seus olhos estão sorrindo, bem como a sua boca quando ela percebe meu paletó. Seu peito está aumentando tão rápido quanto meu e seu ritmo aumenta. Oak coloca um beijo suave em sua bochecha e a abraça antes de me dar a mão em cumprimento. — Eu pensei que você não ia usar o paletó, você esteve de colete o tempo todo? — Ela sorri. Libero a mão dela e desfaço os dois botões do paletó. Eu meio que dou de ombros para mostrar que estou vestindo meu colete orgulhosamente embaixo. Risos enchem a igreja e eu encolho meus ombros para trás. — Perfeito, — ela murmura.

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A cerimônia foi curta e doce, mas tudo o que precisávamos. Alannah é agora uma Jackson e ela é oficialmente minha. Nós quase não conseguimos sair da igreja sem estarmos feridos com tantos tapas nas costas de parabéns. Eu não poderia dar a mínima para a tradição, então assim que nós avistamos minha moto mantive a mão dela e a arrastei para ela. Depois de se certificar que seu vestido foi amontoado e definitivamente não ia ficar preso no motor, dirigi para longe da porra da igreja e de todos gritando atrás de nós. Espremendo os braços apertados em volta da minha cintura e pressionando suas coxas na minha me deixaria louco em um dia normal, mas hoje eu estava indo a loucura com necessidade por ela. Logo chegamos ao clube e antes que ela pudesse dizer uma palavra eu a tive em meus braços e no meu escritório. — Eu não vou transar com você aqui, eu quero fazer isso corretamente e quando eu te foder pela primeira vez como minha esposa será em nossa casa e na nossa cama, — digo a ela, — só queria algum tempo com você antes que este dia fique ainda mais louco. — Você me tem sempre e onde quiser ter. — Sempre, — prometo. — Na verdade, eu queria um pouco de tempo com você também, — ela sorri, levantando seu vestido até a coxa. — Se você continuar puxando o vestido não serei capaz de me segurar. — Rosno. — Calma, eu tenho um presente de casamento para você. Dou um passo para trás e observo o que ela está fazendo. Ela revela sua perna até a liga que ela está usando ao redor de sua coxa. O que quer que esteja preso a liga está bem escondido até que ela o coloca na minha mão e solta. Eu posso e não posso acreditar no que estou vendo. — Você vai ser pai, — ela ri. Um marido e um pai tudo em um dia, eu não posso nem começar a processar isso. Quer dizer, eu sabia que poderia ser uma possibilidade a qualquer momento, porque ao longo dos últimos três meses eu tenho largado a minha carga para cima dela. ~ 237 ~


— Você está feliz, não é? — Pergunta ela, sem saber porque permaneço de lábios apertados. Finalmente olho para ela e vejo preocupação se formando em torno de seus olhos. — Estou fodidamente exultante Lana, — asseguro-lhe, e a pego de volta em meus braços. Mostro o quanto ela me fez feliz quando eu reivindico os seus lábios pela segunda vez como marido e mulher. É tão tentador levá-la agora no meu escritório, mas com o meu filho crescendo em seu ventre quero fazer isso corretamente ainda mais. — Você vai me odiar antes que esse garoto nasça, — falo, liberando sua boca. — Por quê? — Ela franze a testa. — Porque se você pensou que eu tornei a sua segurança extrema antes, esta merda aqui, — eu digo, acenando com o teste em frente a ela, — Isto será elevado a níveis que você nunca soube que existia baby. Ela ri e me puxa de volta para ela. — Posso lidar com você Cas Jackson. — Isso é muito bom porque eu luto como a porra para lidar com você Sra. Jackson.

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SPARKY

Barbie deixou Cas orgulhoso hoje. A cerimônia foi perfeitamente equipada para o casal e ela superou a si mesma com a recepção. Ela transformou a terra não utilizada atrás do clube em uma fodida área de festa central. Tendas e mesas cheias de comida estão em toda parte. Há ainda dois bares abarrotados com bebida, sem risco de ficar seco. Não fiquei surpreso que Cas tinha Barbie longe da igreja mais rápido do que um rato de um cano de esgoto, mas a reação dele enquanto ela caminhava pelo corredor é para o que os casamentos são feitos. ~ 238 ~


Depois de me certificar que todos tinham chegado bem da igreja até o clube, fui atrás da minha própria esposa. Encontrei-a falando com Kristen, de costas para mim, eu reconheceria sua bunda em qualquer lugar. Deslizando meus braços em volta de sua cintura por trás, ela deixa a cabeça cair para trás em meu peito. — Estava pensando se eu iria vê-lo novamente hoje, — ela ri. — Como se eu fosse deixar você escapar. — Estou indo encontrar Slade e Zachery, — Kristen murmura rapidamente, antes de fugir. — Você não tem que assustá-la, — Bon repreende brincando, rodando em meus braços. — Não fiz nada, mas agora tenho você para mim e JJ está dormindo, — digo, olhando para o meu filho em seu carrinho de criança, — finalmente posso fazer isso. Levanto seu queixo e me inclino para beijá-la. Estou feliz por meu irmão hoje, mas isso aqui em meus braços... É o meu mundo. Um beijo com Bonnie simplesmente nunca é suficiente. — Estou amando esse vestido que você está usando, — comento sobre o pano que, felizmente, cobre seu corpo dos ombros aos pés. Há apenas muitas bundas para chutar por olhá-la aqui hoje, não que eu não iria tentar. — Você não está parecendo tão ruim também, vejo que você se livrou da camisa. — Isso mesmo. — Você se arrependeu de se casar? — Pergunta ela, do nada. — A única coisa que eu lamento é a merda que eu a coloquei antes de me casar com você. JJ nascer, você casando comigo e tudo o que temos é tudo para mim Bon. De onde está esta vindo isso? — Eu não sei, — ela suspira, — suponho que este casamento me fez pensar sobre tudo isso, — admite. — Bem, então pare, não pense em nada além de mim, — sorrio, — vou conseguir uma bebida para nos e vou encontrá-la na mesa. ~ 239 ~


A beijo novamente antes que ela se afaste. Agitando suas preocupações para fora da minha cabeça, caminho através da multidão para chegar ao bar.

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Estava a dez segundos de distância de bater na próxima pessoa que me perguntasse onde Cas e Barbie estavam quando eles finalmente arrastaram suas bundas de onde quer que Cas a tinha levado. Agora que Cas estava de volta em território familiar ele estava mais feliz e mais relaxado. Encontrando meu filho pela primeira vez no hospital quando ele nasceu não conseguia entender como a mãe de Cas poderia abandoná-lo. Porra, não posso imaginar o que é não saber a coisa mais simples como o nome dela. Cresci sem uma mãe, mas pelo menos eu sabia o nome dela para localizá-la. — Para o nosso presidente e sua bela esposa, — Oak grita, quando os vê chegar. Todos brindam e a festa realmente começa. Cas não é capaz de se juntar a nós, até que ele teve as fotos feitas com Alannah e fez as voltas para cumprimentar seus convidados. Uma vez que ele finalmente terminou, ele despenca em uma cadeira na nossa mesa e desabotoa a camisa. — Hoje está sendo mais cansativo do que dirigir a porra de um clube, — ele exagera. — Você ama isso, — Slade brinca. — Sim, você estava em seu elemento posando para a câmera, — acrescento, a mesa explodindo em gargalhadas às suas custas. — Não sei do que você está rindo, ela quer uma foto do grupo a seguir. Isso significa que todos vocês, filhos da puta, estarão lá sem reclamar. — Ele sorri, maliciosamente. O riso diminui e muda para gemidos. — Tudo o que ela lhes diz para fazer, façam-no, — ele adverte: — Se tenho que suportar, vocês também tem. Quando o sol começa a se pôr, fiel à sua palavra, Alannah nos chama a todos para uma foto do clube. ~ 240 ~


Com o aviso do Cas ainda fresco em nossa memória, toda a gente está de acordo. Fotos de irmãos de armas são feitas. Fotos somente de Lost Souls e fotos de Lost Souls e Devils Bastards juntos são tomadas e aquela que eu mais gosto é quando JJ e Zach são trazidos e tiveram suas fotos tiradas com os homens. Mais tarde vou olhar para trás neste momento e lembrar tudo o que eu defendo. Família... Ou sangue ou irmão. Meu passado, os bons tempos e o que todos nós compartilhamos... O nosso futuro. Um Lost Soul até eu morrer com a minha esposa ao meu lado, o meu filho a minha frente e meus irmãos para sempre cuidando minhas costas.

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SLADE

O dia está chegando ao fim e ele me lembrou porque estou feliz que eu não fui para longe dos meus irmãos. Desde que festas acontecem em nosso clube, esta tem que ser a primeira em que uma luta não estourou. Depois de Zach cair de sono em seu carrinho de criança depois de um dia correndo e mantendo Kristen na ponta dos pés, finalmente a tenho em meus braços na pista de dança. Não sei quanto tempo vou durar na minha perna, mas tenho que dar a minha menina pelo menos uma dança. — Quando nos casarmos, você quer tudo isso? — Pergunta ela, olhando em volta para todos. — Claro que não, você, eu e Zach com alguns de meus irmãos são o suficiente para mim. — Graças a Deus por isso, — ela respira em uma risada. Balançando com a música usando a minha perna boa para tirar a maior parte do peso da minha perna ferida não é tão ruim. — Estou tão feliz que você está aqui comigo, — murmuro. — Não vou a lugar nenhum, — ela me promete e acrescenta: — Acho que Alannah pode estar grávida, não me cite, mas você viu a ~ 241 ~


maneira como Cas ficava esfregando a barriga dela e quando ele foi para jogá-la sobre o seu ombro, ele pensou duas vezes, e a ergueu em seus braços? — Você está muito perspicaz hoje, — sorrio. — Uma mulher sempre percebe pequenas coisas como essa. — Sério? Não, eu não notei. Se ela estiver, estou feliz por eles. Inclinando a cabeça para o lado, eu realmente olho para Kristen. Podia totalmente vê-la grávida, com meu filho crescendo dentro dela. O pensamento me faz sorrir. — Oh, não, — ela avisa. — O quê? — Sei o que você está pensando e isso não está acontecendo. Nós não estamos fazendo bebês ainda. Quero que você me desfrute muito mais tempo antes de eu engordar e vomitar todos os dias. Rio dela e a puxo para mais perto do meu peito. — Vamos ver querida. Não importa que Cas não tenha muito tempo com sua noiva, todo mundo estava no modo completo de festa e não parece como se a festa fosse ser encerrada em breve. Olhando ao redor eu vejo Sparky sentado com JJ dormindo em seu peito e fazendo Bonnie rir. Pope está conversando com Linc dos Devils Bastards. Oak está... Bem, ele é Oak. Ele está bem em seu caminho para ficar totalmente bêbado com uma menina mal vestida em seu colo. Como é que eu pensei que eu poderia ir para longe deles é ridículo, não há outro lugar onde eu gostaria de estar. Eles são meus irmãos, minha família... Minha vida.

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Epílogo OAK

Seis meses depois e eu ainda não consigo tirar a imagem de Kitty morta nos meus braços fora da minha cabeça. Eu a desprezo pelo que ela tentou fazer para nós, mas ela foi uma parte da minha vida por um longo tempo. Estou tendo problemas para aceitar sua morte. Ela nunca deveria ter sido permitida a afundar tanto em seu luto. Eu deveria ter estado lá para ela depois do que aconteceu com Michael. — Você está pensando sobre ela de novo, não é? — Pope pergunta, caindo no banco ao meu lado. Ele acima de todos entende os anos e as amizades que nós perdemos. — Você se lembra o que ela disse sobre Rayna? Não acho que ela estava de papo-furado. Não disse nada, mas acho que havia mais sobre a sua morte do que nós sabíamos, — finalmente admito. Slade procurou dias após Cas e Alannah se casarem e não encontrou nada sobre a morte de Rayna. — Também acho, irmão. — Acho que nós nunca saberemos agora, — suspiro, tomando o resto da minha cerveja. — Alannah chegou a um acordo com não saber, talvez seja a hora de fazermos o mesmo? — Acho que você está certo, ninguém disse nada, mas todos nós sabíamos que Michael tinha uma coisa por Rayna, só não entendo por que ele usou Lana assim.

~ 243 ~


Eu realmente estou tentando deixar isso ir, mas continua me roendo como um fodido peso morto. — Um monte de merda aconteceu naquela época e todos nós temos os nossos segredos, talvez alguns segredos são melhores estando enterrados no passado, — diz ele, levantando a sobrancelha. — Como eu disse, acho que nunca saberemos, — suspiro. — Olhe ao redor de nós, meu velho, olhe para tudo o que temos. Isto é o que Mark queria no começo, uma irmandade. Temos mais família e lealdade unidos neste clube que a maioria das famílias tem no mundo lá fora. Olhei em volta do bar e vi meus irmãos em paz, se divertindo. Slade e Sparky estão ausentes da cena, eles são mais propensos a estar em casa com suas famílias ou na nova loja de Kristen recentemente inaugurada. Aparentemente Willows Peak estava precisando de uma loja de penhores. Slade mencionou que seu pai era dono de uma em sua cidade natal e que ela a gerenciava para ele, assim ela sabia o que ela estava fazendo, até agora parece ser um sucesso. Todos e cada um dos homens aqui vieram da merda. Almas perdidas vagando pela vida e arrebentando suas bundas do que quer que fosse jogado nelas. Aqui eles encontraram um propósito e não pretendemos ser nada, mas quem realmente somos. Eu nunca vou encontrar um homem que tem medo de mostrar a sua verdadeira natureza, porque ele não tem nada a esconder. A sociedade nos julga, porque não usamos um corte limpo, não vestimos terno de trabalhadores de escritório, mas o que é tão diferente em nós? Os ternos podem desviar dinheiro, cheirar coca nos bares da cidade alta e foder suas assistentes atrás das costas de suas esposas troféu. Nós não escondemos quem somos o que você vê é o que você recebe. Eu não sei as respostas do passado, mas eu sei o meu futuro. Eu sempre fui e sempre serei fiel a mim mesmo e fiel ao meu clube. Lost Soul desde o princípio e Lost Soul até morrer.

Fim!

~ 244 ~


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