Erin Tate Rhal (The Ujal Part Three ) #3.3

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Tradução: PEE Revisão: J. Costa Revisão Final: Rosi Teodoro Leitura Final: Lola Formatação: Lola Verificação: Anna Azulzinha



Rhal e Cara aceitaram as mudanรงas nela

e

ele

finalmente

encontrou

a

coragem de reivindicรก-la como sua. Mas o passado que Rhal deixou em Ujal segue-o para a Terra para destruir seu relacionamento

frรกgil.

Eles

podem

passar pelos obstรกculos determinados a separรก-los?


Cara olhou para a porta, desejando que Rhal chegasse, enquanto também desejava que ele ficasse longe para sempre. Nenhum desses a faria feliz, mas orava por ambos. Sua mente queria que ela dissesse a Rhal para ir se foder enquanto seu corpo estava cheio de “venha me foder, Rhal”. No momento, com seu sangue percorrendo suas veias, ela percebeu que os sentimentos de me foda estavam ganhando. Droga. Ele ficou tempo suficiente para ter sangue retirado de seu braço, seu músculo tencionando quando a ponta da agulha o perfurou e em seguida, o líquido vermelho encheu o frasco pequeno. No segundo que Sece retirou a agulha, ele rolou a manga para baixo, despreocupado se algum sangue manchasse o tecido. Ele caminhou até a porta, deu-lhe um aceno brusco como uma espécie de adeus e desapareceu. Isso foi há horas? Talvez? Ela não estava muito certa porque no segundo que o seu sangue se misturou com o dela, ela estava perdida. Perdida em uma avalanche de sensações que pareciam torturar e dar prazer em medidas iguais. Queimou no princípio, o líquido de vida deslizando através de suas veias e irritando todos os seus nervos. Irritando? Não, raspando como se fosse lâminas de barbear. Ela estava


sendo despedaçada de dentro para fora, fatiando e cortando sua carne até que ela estava surpresa por sua pele não se rasgar. Então veio o prazer, a onda de alívio e excitação que fez seu corpo cantar, fez seus nervos danificados vibrarem com êxtase crescente. Sim, ela o odiou naqueles primeiros segundos, mas agora o amava. E isso a fez odiar a si mesma, porque ela acabou com seu amor por ele, não tinha? Foi decidido, principalmente por ele que não estariam juntos. E agora, porque ela precisou prová-lo apenas uma vez, ela estava amarrada a ele pelo resto de suas vidas. Um olhar para seu rosto quando ele saiu lhe disse que não estava muito feliz com isso. Bem, ela não estava exatamente feliz com seus mamilos duros e uma boceta que queria um longo e duro passeio no Trem do Pênis. Então, eles estavam na mesma. Sua pele aqueceu ainda mais, tensa e implorando por um toque, um carinho... algo que aliviasse a dor crescente entre suas coxas. O suor brilhava em sua pele, suas escamas saíam e, em seguida, desapareciam novamente com cada respiração ofegante. Ela queria ser tocada e ela desejava ser deixada sozinha. Ela queria um beijo dele quase tanto quanto ela queria dar um soco no macho por fazer isto com ela.


—Cara? — A voz tilintante de Sece a irritou, mas sua mãe a ensinou melhor do que descontar sua raiva em um desconhecido. Ela seguraria seu lado de puta doida até que Rhal voltasse. —Sim? — A palavra saiu não mais do que um sussurro mesmo ela sentindo como se estivesse gritando. —Diga-me o que você está sentindo. — Desta vez sua voz era mais suave, mas isso não ajudou muito. Não quando ela sentia como se tivessem a incendiado. Ela forçou os olhos abertos, nem sequer percebendo que os fechou em algum momento e olhou para a mulher. Uma delicada

camada

de

escamas

se

espalhava

por

suas

bochechas, sua pele era um delicado tom de cerceta claro1 e havia algo em seu rosto... Era etéreo, humano, porém diferente. Sua coloração a marcava como Ujal, as escamas um indicador óbvio, mas havia algo... —Minha mãe é Gozime. Cara parou, vergonha sobrepondo sua necessidade por Rhal por um momento. —Eu não estava... eu não quis... isso... — Ela suspirou. —Eu sinto muito. Saber que a sua mãe era uma Gozime explicava um monte de coisas, no entanto. A coisa mais próxima na Terra que poderia se equiparar à aparência de um Gozime eram as

1

Cerceta ou azul-petróleo: em inglês Teal, é uma cor entre o azul e verde. Cerceta claro seria mais ou menos essa cor aqui ao lado, pois a paleta tem diversos tons.


fadas.

Elas

eram

delicadas

e

etéreas

e

totalmente

imaginárias. Mas vendo Sece ao vivo, Cara começou a se perguntar se isso era verdade. A jovem fêmea franziu o cenho. —Por que você está arrependida? Você estava curiosa. Estou curiosa sobre o que você está sentindo e não sinto muito sobre a reação do seu corpo ao sangue de Rhal. Por que você deveria se desculpar por estar curiosa? —O meu o quê a quem? Sece tirou um tablet e bateu na tela. —Por favor, me diga se você está sentindo algum dos seguintes sintomas. — Seus olhos de cerceta piscaram e por uma fração de segundo ela se perguntou se a mulher estava zoando com ela. Mas quanto mais o olhar continuava, mais ela percebia que Sece realmente queria uma resposta. —Isso é algo que tenho que fazer? Ela franziu o cenho. —Eu não entendo. —Eu tenho que responder? — Cara realmente não queria falar sobre seus seios ou sobre sua boceta ou qualquer parte do seu corpo, realmente. —Isso nos permitirá avaliar melhor o seu progresso. Cara gemeu e fechou os olhos. Talvez responder a perguntas pessoais seria mais fácil se ela não tivesse que olhar para Sece.


—Certo, me bate. — Uma pequena mão bateu em seu ombro. Cara se encolheu e esfregou o braço. —Que diabos? Sece fez um rápido aceno de cabeça. —Aí está, agora você vai responder minhas perguntas? — A porta se abriu e Faim apareceu. —Por que está gritando? Sece suspirou, Cara revirou os olhos e Faim rosnou. —Eu fiz como o paciente pediu, meu senhor. Ela instruiu que eu lhe batesse. Você sempre ensinou que eu deveria cumprir todos os pedidos dos pacientes que não prejudicassem sua recuperação e ela... Faim suspirou e inclinou a cabeça para trás para olhar o teto em um típico jeito de “pai frustrado”. Era um lado rude do homem que ela nunca viu antes e ela não pode conter seu sorriso. —Veja! Fiz o que ela instruiu e agora ela está sorrindo. — Sece sorriu para ela e levantou seu tablet. —Agora, por favor, me diga se sua abertura vaginal... —Inferno. Não. — Cara olhou para Sece e depois voltou sua atenção para Faim. —Não discutirei minha abertura vaginal com ninguém. —Talvez você estivesse mais confortável com seu companheiro. Senhor, traga Rhal. — A menina encarou seu pai como se esperasse que fizesse exatamente o que ela exigia.


Ela podia apreciar isso. Infelizmente, baseado no encarar de Faim, ele não o apreciava. —Sece, eu devo... —Ok, então. Vamos fazer um intervalo nisso. — Cara chamou a atenção de volta para ela. Quanto mais tempo eles falavam, melhor ela se sentia e ela estava quase de volta ao seu eu pré-Ujal. Os efeitos colaterais sexuais eram uma droga de se lidar, mas agora ela se sentia viva. —Você deve responder às perguntas. Se meu pai não for buscar Rhal, eu o farei. Você vai contar a ele sobre sua abertura vaginal e então ele vai me dizer. — A garota estava tão enganada. —Sece, Rhal está na câmara com o rei e a rainha. Ninguém irá buscá-lo. — Faim rosnou. A jovem fêmea franziu o cenho. —O rei e a rainha? Cara ecoou, mas saiu mais como um guincho. —O rei e a rainha? —Sim, é por isso que não iremos buscá-lo. Cara, você responderá a essas perguntas, não importa quem as pergunte, que seja Sece, eu ou Rhal. — Seu rosto corou, escamas aparecendo antes de desaparecer novamente. —Oh, agora estamos em apuros. — Sece murmurou. — Sire2 está a dois segundos de curtir nossas peles.

2

Sire: Pai.


—Nossas peles? Nossas? —Você estava aqui. —Deitada aqui. Porque estou doente. Sendo medicada. Estamos discutindo a abertura vaginal de uma pessoa doente. Se alguém está procurando por confusão, é você. — Cara apontou para Sece. Sece ofegou. —O que? Você me pediu para te bater! — Faim gemeu. —Não era para bater! —Talvez esse seja o problema. — A jovem mulher se concentrou nela. —Você teria respondido minhas perguntas se eu não tivesse batido em você? —Quem bateu na minha companheira? — Cara admitia que ela deveria ser um pouco estranha pois ela achava o grunhido de Rhal sexy. Quando sua abertura vaginal apertou e doeu, ela sabia que ela era mais do que um pouco estranha. Muito estranha, na verdade. Sece chiou e se aglomerou contra a parede, braço estendido quando apontou para Cara. —Ela me disse para fazer isso. Cara sacudiu a cabeça e olhou para Faim. —Ela não é filha única, não é? Ela faz acusações perfeitamente. O Ujal mais velho apertou a ponta do nariz.


—Não. Eu fui ingênuo o suficiente para passar por isso quatro vezes. Todas meninas. Ela queria confortar o pobre homem. —Ei, — Sece franziu o cenho. —Ninguém responderá à minha pergunta? — A voz áspera de Rhal atravessou a sala, lembrando-a de que ele voltou. Ele estava emoldurado pela porta, o peito arfando, os olhos negros cintilando de vermelho e dourado e ela sorriu para ele. Ela não pôde evitar, ele era lindíssimo quando furioso. Além disso, seu corpo exigia que se aproximasse dele e a maneira mais rápida para isso acontecer era atraí-lo para mais perto. Sorrisos, palavras doces... implorar se tivesse que fazê-lo. A forma como sua respiração perdeu o ritmo quando ela sorriu lhe disse que mendigar não seria necessário. Então ela se lembrou de que ele realmente não queria estar perto dela. Ele não queria ser seu companheiro. Ele não a queria. E lá se foi seu sorriso. —Isso...— Ela esperou até que tivesse sua atenção total, aqueles olhos perfurando o dela enquanto ele se aproximava. —Não é o que parece. Houve um pouco de má comunicação... —Não houve má comunicação. — Sece não conseguiu manter a adorável boca de Ujal / Gozime fechada. —Você declarou...


—Faim! — Cara olhou para o médico e ele rapidamente se adiantou, pegando o braço de Sece e arrastando-a para longe da cama. Não levou muito tempo para empurrar sua filha da sala e ir bem atrás dela. Quando

finalmente

estavam

sozinhos,

voltou

sua

atenção para Rhal. —Foi um mal-entendido. — Ela manteve a voz suave, um sussurro em que ele muitas vezes encontrava conforto. — Estava fazendo perguntas e você sabe que nem todos os Ujal entendem a gíria humana. — Ela engoliu em seco e alcançou seu punho. Deslizando a ponta dos dedos sobre sua pele. Doeu tocá-lo. Não seu corpo, mas seu coração. Sabendo que ele não queria realmente seu abraço, no entanto, ela não conseguia manter as mãos para si mesma. —Não foi intencional. O olhar de Rhal se concentrou nela, vendo demais e ela desviou o olhar. Ela não podia deixá-lo ver seu desespero por ele. Não quando seu sangue ainda percorria suas veias. Com o seu reaparecimento, o desejo que lentamente diminuiu se precipitou mais uma vez. Rolou sobre ela como uma onda maciça, roubando seu controle e forçando desejo sobre seu corpo. Seus mamilos estavam em pontos duros mais uma vez, sua boceta doendo por sua boca, seus dedos, seu pênis. Ela nunca teve seu pênis, mas ela queria. Oh, como ela queria isso. Ele era seu companheiro. Ele cederia? Será que ela queria que ele cedesse sob pressão?


Não. Ela o desejava de bom grado e foi por isso que Cara o soltou e retornou a mão ao seu colo. Ela entrelaçou os dedos e os apertou, não permitindo que tivessem rédeas soltas. —Então, está tudo bem. Faim disse que eu poderia ir embora logo que me sentisse à vontade e só voltaria antes do trabalho amanhã. —E essas perguntas? Você deve responder-lhes se for necessário. Falar sobre sua vagina com qualquer um exceto seu ginecologista

possivelmente

não

seria

necessário.

Ela

esperava. —Eu posso facilmente responder-lhes amanhã e eu estou cansada. Se não for preciso ficar para observação, então quero ir para casa. Quero me arrastar para a cama e dormir. Rhal concordou com a cabeça. —Muito bem. Vou falar com Faim e enviar Sece para ajudá-la a se vestir. Cara, eu... — ele a alcançou, mãos grandes e mortais suavemente juntaram seus cabelos e colocaram atrás da orelha dela. Seus olhos eram tão suaves, tão amorosos e ela teve que endurecer seu coração contra ele. Ela o deu a ele uma vez. Nunca mais. —Deixa para lá. Eu vou estar de volta e vou levá-la para casa. Temos muito a discutir. Sobre você, eu, nós e.... — Ele suspirou e pegou sua mão de


volta para correr seus dedos através de seu cabelo. —E meu pai e madrasta estão na Terra. O olhar que ele lhe deu, um de raiva misturada com dor, golpeou-a no estômago. Ela não sabia nada sobre os pais de Rhal, mas não imaginava que nada disso fosse bom. Como se ser uma estranha mistura genética humanaujal não fosse o suficiente, agora ela teria que conhecer seus parentes. Merda.

Rhal se amaldiçoou até as profundezas dos mares com cada passo atrapalhado que Cara deu. Ela se recusou a permitir a entrada da cadeira de rodas em sua casa temporária

e

agora

ele

era

forçado

a

vê-la

seguir

cuidadosamente pelo apartamento. Sua mão tremeu quando ela descansou sobre a parede, as pontas de seus dedos coloridas de coral se arrastando sobre a superfície lisa e pálida. Os cômodos eram pequenos, destinados a ser um lugar de descanso, enquanto Cara recebia tratamento. O prédio era à direita próximo a UST, as duas construções eram conectadas via passagens subterrâneas. Ele também era situado na praia. Uma de suas paredes completamente composta por janelas. Eles deram a Rhal uma visão fácil do oceano e isso o acalmou mais do que imaginava. Ele residia tipicamente em Tau, escolhendo abraçar a vida subaquática de muitos Ujal. Esta localização lhe permitiu


acesso ao mar, enquanto também podia cuidar de sua fêmea. Sua companheira. Ele pairava atrás dela, braços estendidos e preparados para agarrá-la se ela desse algum sinal de que estaria caindo. Ele falhou com ela uma vez. Ele não faria isso de novo. Ela deu um passo trêmulo e então dois antes de finalmente encostar-se à parede ao lado da cozinha. Ele parou ao lado dela, mas conseguiu manter as mãos para si mesmo. Por pouco. —Cara? Czira3? Czira. Não importa seus problemas, ela seria sempre seu amor, seu coração e seu tudo. Sempre. —Por favor. — Sussurrou ela. —Por favor, o quê? — Ele manteve sua voz tão suave. Ele seria gentil com ela, cuidaria dela e talvez um dia ela o perdoasse e o recebesse de braços abertos. Ele provaria seu valor como companheiro e lutaria contra a escuridão que o manchava. —Eu... — Ela balançou a cabeça. —Não me chame... Ah! —Não vou pressionar você, Cara. Eu simplesmente chamo você czira porque é isso que você é. Mesmo eu tendo negado a verdade, você permaneceu sendo a minha czira. Para sempre pedirei perdão pela dor que causei e provarei que sou um homem digno, um companheiro digno.

3

Czira: amada, amor.


—Rhal. — Suspirou, derrotada e cansada. —Venha. Você está exausta. Deixe-me te mostrar nossa casa. — Ela deu um passo arrastado e depois congelou. —Nossa casa? —Companheiros

não

podem

ser

separados.

Especialmente enquanto você ainda está ferida. Eu entendo que você me despreza, mas eu não vou ser banido. Se você não quiser que eu compartilhe sua cama. — Ele sabia que ela não iria e ele se forçou a aceitar a sua escolha. —Vou permanecer entre essas paredes. Por favor, não me mande fazer de outra forma porque eu vou simplesmente ficar e então você será forçada a gritar comigo. Você não tem forças para discutir. Ela bufou. —Eu sempre tenho forças para lhe dizer quando você está errado. Além disso, tenho certeza de que é minha vez de vencer. Ele sorriu. —Não, eu acredito que você ganhou a última vez que nós... Rhal engoliu o resto de suas palavras. A última vez que eles estiveram juntos ela deixou-o, odiando-o por fazê-la amálo. Ele não podia negar que sua raiva era justificada. Ele brincou com fogo e em vez de se queimar, ele a queimou. —Seu quarto é por aqui. — Quando ela tropeçou, ele a alcançou, uma mão segurando seu cotovelo enquanto a


outra segurava suavemente sua mão. O toque, a pequena conexão, era como um relâmpago de dor e prazer. Seu corpo reagiu a ela, endurecendo em um instante quando o desejo circulou por suas veias. Sim, ele a desejava, mas não podia fazer nada sobre isso. Não quando ela estava ferida. Não quando o odiava. Cara gemeu e inclinou-se contra ele. Um rápido olhar para suas feições revelou prazer? Dor? —Cara? O que está errado? Devo falar com Faim? De qualquer forma, eu o comunicarei. Ele se moveu para apoiá-la contra a parede mais uma vez, mas o agarre em sua mão ficou mais forte. —Não, eu estou bem. —Não, você não está. Se você estivesse bem, você não teria gemido. Você precisa ser examinada. Ela riu, o som baixo e rouco e seu rosto ficou um tom de coral mais escuro. —Quero dizer, estou bem. É só... nada. Leve-me para o nosso quarto, por favor. Nosso quarto. Ele não se permitiria ter esperanças. Ele não faria isso. No entanto, quando ela ainda o segurou enquanto se moviam cuidadosamente para o grande quarto, um pequeno raio de esperança se enrolou em torno do seu coração. O sol iluminava o espaço, os raios lançavam longas sombras. Quando a claridade cintilou em suas escamas, ele percebeu que era o homem mais abençoado na Terra e Ujal


combinados. Ela era gloriosa, sua coloração, as linhas curvas de seu corpo exuberante e o belo sorriso que adornava seus lábios. Ela parou dentro do quarto, sua atenção fixa no oceano interminável. —É lindo, — ela sussurrou com admiração. —Sim. — Você é. Ela corou quando o viu olhando para ela e não para o mar. Esteve em meio à água desde que era um filhote e as ondas não eram nada comparadas a Cara. Nada. Ela avançou mais uma vez, os pés levando-a para a cama e ele cuidadosamente a ajudou enquanto ela se deitava na superfície macia. Quando seu peso foi finalmente acomodado, ela soltou um suspiro de alívio, mas sua mão continuou a se agarrar a dele. Ele se sentou ao lado dela, tomando cuidado ao sentar-se. Quando o silêncio continuou, ele finalmente falou. —Czira? Uma lágrima se formou em seu cílio inferior. Cresceu até que finalmente deslizou por sua bochecha. Ele seguiu seus instintos e capturou-a com o polegar. A simples carícia fez com que sua atenção se deslocasse do mar para ele, aqueles olhos corais tão atentos que ele se perguntou se ela poderia ver a escuridão que se agitava em seu sangue. —Eu sinto muito. Seu coração se partiu por ela.


—Não, nunca se desculpe, minha companheira. — Ele agarrou suas bochechas e forçou seu olhar a permanecer nele. —Eu menti para você. Sou eu que sinto muito. Eu que deveria pedir desculpas. Eu... — Ele se inclinou para frente e pressionou sua testa na dela, precisando estar mais perto. — Você é meu mundo, czira. Você é a razão que eu respiro. Você é a mulher que eu teria ao meu lado até o fim dos meus dias. —Então por que você mentiu? Cara sempre ia ao centro da questão. —Porque eu não sou bom para você. Eu fiz muitas coisas, Cara. Coisas que… — Me fazem uivar à noite quando os demônios se aproximam demais. Sua delicada mão pressionou contra seus lábios. —Você quer estar acasalado comigo, Rhal? Você me quer? — As escamas de Rhal deslizaram sob sua pele e ele as sentiu aparecer. Ele não tinha forças para impedir essa reação, impotente para impedir que sua natureza interior se libertasse com as emoções que o atingiam. Ele a queria? Mais do que o mar. —Eu tenho desejado torná-la minha desde o momento em que os meus olhos encontraram os seus. Você não tinha medo de mim. Você não se escondeu ou correu. Você me desafiou, czira. Você olhou em meus olhos negros e não recuou. — Depois de tantos anos desse tipo de tratamento, ela não entendia que ela era um presente para ele. Sua mão cobriu a dele.


—Rhal... Você fez isto ser tão fácil. —Eu sou um homem egoísta, Cara. Eu tenho um passado tão escuro. Eu nunca deveria manchar os outros com a minha presença, mas eu não vou deixar você ir. Eu tentei ser honrado, tentei te salvar de uma vida comigo, mas agora eu tenho você e não vou deixar você ir. Você é minha e matarei qualquer um que ouse ameaçar nosso acasalamento. —Por que você me afastou tão duramente? —Porque você merece alguém melhor. Porque filhotes merecem alguém melhor. Cara balançou a cabeça e ele sabia o que ela diria antes que as palavras saíssem de sua boca. —Não há ninguém melhor do que você. A proximidade, o aroma dela que o rodeava, quebraram o pouco controle que lhe restava. Ele não conseguiu controlar o desejo de beijá-la. Inclinou a cabeça para o lado e passou sua boca sobre a dela, roubando uma rápida prova antes que ela pudesse mandá-lo embora do seu quarto. Foi rápido, nem mesmo um beijo de verdade, mas aquietou sua ansiedade com aquele único movimento. —Tenho honra o suficiente para não chamá-la de mentirosa, mas vou dizer que você não falou a verdade. — Ele roubou um último beijo e depois colocou espaço entre eles. Ele não seria capaz de se conter se permanecesse próximo.


Seu controle já estava por um fio e seu corpo desejava ela. Quando seu corpo pulsou com desejo uma vez mais, ele se afastou dela e se levantou. —Deite-se. Descanse. Faim disse que estaria cansada, mas acordaria com fome mais tarde. Há alguma coisa que você precisa? —Você vai voltar ao trabalho? — Sua voz tremia como se estivesse prestes a chorar. Sua forte Cara. Ela derramou muitas lágrimas por ele. —Não, falei com Tave. Ele entende que devo estar perto da minha companheira. Posso ter que partir brevemente às vezes, mas vou conseguir alguém para se sentar com você durante minha ausência, assim você não estará sozinha. — Ele passou uma mão pelo cabelo. —Eu não queria nenhuma mulher, mas agora você é minha, vou fazer o meu melhor para não lhe trazer dor, czira. — Seus lábios formigavam com a necessidade de beijá-la mais uma vez e ele não se conteve. Ele se abaixou, passando a mão por sua cabeça. Então colocou um dedo debaixo de seu queixo. Um suave toque inclinou a cabeça dela para trás e então ele acariciou seus lábios. Pressionou levemente a boca sobre a dela e, quando ela o beijou de volta, um pouco da dor que o consumia desde que se separaram há dez dias se desfez. —Descanse. Eu cuidarei de você. Hoje. Amanhã. Para sempre.


Cara acordou sozinha. Não que ela devesse esperar algo diferente e, no entanto, ela esperou, não tinha? Sim. Ela ainda não sabia o motivo por trás da tentativa de Rhal de afastá-la, mas havia tempo para descobrir, tempo para descobrir os segredos um do outro. Mas ele a reclamara, dissera que ela pertencia a ele e Cara nunca estivera mais aliviada. Ela brincou com Rina sobre o comportamento de homem das cavernas de Tave, sua constante necessidade de estar com ela e a maneira como ele encarava qualquer outro homem que se aproximasse dela. Ela teria que se desculpar porque descobriu que adorava ouvir Rhal grunhir a palavra “minha”. O murmúrio baixo de vozes a tirou de seus pensamentos e ela ouviu, tentando identificar as vozes. Ela reconheceria o tom profundo de Rhal em qualquer lugar e os outros dois... macho e fêmea. Um olhar para o relógio na mesa de cabeceira revelou a hora e ela sabia exatamente quem esperava do outro lado da porta do quarto. Hora do meu remédio. Ou melhor, do sangue de Rhal.


Ela se aqueceu, imaginando a resposta do seu corpo à injeção e a excitação borbulhou em suas veias. Não havia como não perceber a resposta de Rhal para ela, seu pênis duro e grosso dentro de suas calças. Ela sabia que estaria molhada e querendo, o corpo desejando seu toque. A pergunta era: ele a desejaria? Agora? Não há tempo como o presente para descobrir. Cara afastou o cobertor do seu corpo e levantou lentamente até que se sentou na posição vertical. De lá, foi outro esforço até que ela estivesse de pé. Ela balançou ligeiramente, mas estar de pé deu-lhe nova energia e limpou sua mente do sono que a tinha nublado até momentos atrás. Quanto mais ela permanecia acordada, melhor ela se sentia. Seus passos já não eram inquietos e hesitantes, mas gradualmente se tornaram mais fortes. Passou os dedos pelos móveis, tomando cuidado para manter o equilíbrio enquanto se movia até a porta e no momento em que alcançou a porta sua força estava quase totalmente recuperada, com exceção de uma dor latejante e um pequeno repuxar de sua pele. Minhas escamas. Essa poderia ser a única explicação. Ela entrou no centro do apartamento e encontrou Rhal, Faim e Sece agrupados ao redor da mesa de jantar. O braço de Rhal estava estendido enquanto Faim extraía seu sangue e Sece o rodeava, fazendo perguntas.


Fazendo perguntas e ficando muito perto do seu companheiro. Uma onda desconhecida de ciúmes e raiva a atingiu, afundando em seu coração e então se expandindo e preenchendo todo o seu corpo. Antes que pudesse suprimir os sentimentos, ela rosnou para Sece. —Ei, saia de perto do meu companheiro. Todos os três estremeceram com a surpresa, que foi seguido por um sibilo de Rhal quando a agulha em seu braço também sacudiu. Cara encarou o médico e depois transferiu a expressão para Sece quando ela não se afastou do seu macho. —Sece, afaste-se de Rhal. Eu não te ensinei nada sobre um casal recém-acasalado? — Faim rosnou para sua filha. —Mas eles não estão realmente... Cara não teve que rosnar porque Rhal fez isso por ela. —Estamos acasalados e ninguém deve dizer o contrário. Cara é minha mulher. — Ela nem quis discutir com ele sobre estar

essencialmente

chamando-a

de

sua

propriedade.

Principalmente porque ela sentia o mesmo por ele. —Se alguém disser o contrário, eles podem me encontrar nas profundezas mais escuras do mar e veremos quem retorna à superfície. Isso era sexy. Mórbido, mas sexy. Sece tremeu e se afastou até bater na parede. —Eu...eu...eu...


A raiva de Cara sumiu com o medo óbvio da jovem e ela suspirou. —Rhal, diga a ela que sente muito. —Eu? —Ele? Ambos os homens ficaram surpresos. —Sim, ela é jovem e inexperiente e....— O lábio inferior da pobre garota tremia. —Está prestes a chorar. Rhal bufou e olhou para Cara. Ela levantou uma única sobrancelha. Ele revirou os olhos. Isso era normal, familiar como quando eles estavam juntos. Ela era a única que impedia sua raiva de aumentar gradualmente enquanto ele a fazia sorrir mesmo quando ele não estava tentando. —Desculpe, — ele resmungou e estreitou os olhos para a garota mais uma vez. —Mas você vai dizer a qualquer um do oceano que perguntar que ela é minha companheira. Minha. Cara revirou os olhos. O homem era lindo, mas supersticioso como ninguém e realmente imaginava o oceano como uma coisa viva e que respira. Algo capaz de ter pensamentos conscientes e capaz de tomar decisões. No entanto, haviam muitos humanos que tinham deidades e isso confundia muitíssimo os Ujal. Ela percebeu que eles eram um pouco parecidos. —Rhal, pare de rosnar para a pobre moça.


Sua atenção voltou para ela, seu rosto se suavizou quando seus olhares se encontraram. Ele estendeu a mão livre. —Aproxime-se, czira e talvez eu esqueça minha raiva. —Você só quer me tocar. —Sim. — Essa era uma coisa que ela podia contar com ele “a verdade”. Poderia? Ele mentira antes e ele poderia mentir de novo e.... —Cara. Venha. — Suas palavras duras a arrancaram do círculo de mágoa em que se aprisionou. Ela gritaria com ele por falar com ela como se fosse um animal de estimação mais tarde. Agora ela foi até ele, sentou em seu colo e descansou a cabeça em seu ombro. Seu braço livre envolveu sua cintura e ele a puxou para mais perto. Ela manteve sua atenção no braço de Rhal, contendo a respiração enquanto o sangue era retirado do seu companheiro, para um pequeno frasco. No momento em que ele estava cheio, Faim retirou a agulha e pressionou um pequeno quadrado de gaze contra a ferida. Então os dois entraram em ação, catalogando a amostra antes de se virar para ela com uma seringa. —Espere! — Ela estendeu a mão para afastá-los. —Czira?

Não

havia

como

não

perceber

sua

preocupação. —Isso é necessário para a sua saúde. Não posso perder...


—Tudo bem. Eu não estou dizendo que não, só tenho uma pergunta antes que eles me injetem. — Ela teve três conjuntos de olhos curiosos sobre ela. Ótimo. —Hum, então da última vez eu fiquei um pouco, — seu rosto esquentou e ela sabia que estava corando. —Hum, 'excitada’ — ela chegou até a fazer um gesto de aspas. —Eu queria saber se poderíamos você sabe ou se está fora dos limites ou se devemos ir devagar ou... Um toque suave em suas mãos trêmulas a aquietou. —Não fará nenhum dano e pode mesmo fazer bem, entretanto você não deve esperar que seu corpo vá terminar repentinamente sua transição. As coisas têm se estendido muito e seu código genético está muito instável para apressar a transição final. No máximo, será como se tivesse tomado três doses ao invés de duas hoje. Você pode fazer o que quiser. — Faim olhou furioso para Rhal. —Mas eu não quero que ela volte para o médico devido à sua incapacidade de se controlar. Seu pobre companheiro parecia tão perdido e não era uma expressão que ela estava acostumada a ver em seu rosto. —Eu não fiz nada. Eu cuidei dela como qualquer companheiro deveria! Cara deu um tapinha na mão dele. —Eles sabem. Não é o que estamos discutindo. Eu queria saber se nós poderíamos fazer amor, porque seu


sangue... — Fazia coisas muito impertinentes com suas partes sensíveis. Impertinentes. Rhal ficou escandalizado, um suspiro imediatamente precedendo suas palavras. —Nós não podemos. Ela se agitou em seu colo, um pequeno deslocamento de seu peso e descobriu que ele realmente, realmente poderia. —Faim disse que está tudo bem. —Eu não vou forçar... Ela colocou os dedos sobre seus lábios, acalmando-o gentilmente. —Não vai me forçar. Antes da conferência de imprensa, eu te amei com todo o meu coração. Mesmo depois disso eu... —Você disse que me odiava por fazer você me amar. — A tristeza em seus olhos era inconfundível. —Mas eu ainda... —Você foi para a IGM. —Você me despedaçou, Rhal. Eu estava destruída e eu precisava me curar. Se você não era meu companheiro então... — Ela precisava encontrá-lo. Construir uma vida em algum lugar que não fosse a UST. —Mas eu sou. Você é minha. —Eu sei. —E você quer…


Ela inclinou-se para ele, sua testa contra a dele como ele fez no quarto. —Você. Eu não posso dizer que não estou ferida, que meu coração não está um pouco partido ainda, mas eu não posso negar que pertenço a você. Rhal respirou fundo e soltou a respiração em um suspiro resignado e ela sabia que o convenceu. Ele falou com o médico, —Diga-me como cuidar da minha companheira e depois saia. — Faim não perdeu tempo ao explicar como injetar o sangue de Rhal nas veias de Cara. Ele afirmou que mesmo se eles completassem o acasalamento ou não, as injeções deveriam

prosseguir

como

planejado

e

ela

teve

que

concordar. Principalmente porque ela se lembrou de quão quente e necessitada ela ficou e só podia imaginar como seria sentir-se saciada por seu companheiro quando estivesse desesperada por ele. Em pouco tempo, Faim e Sece foram embora e eles estavam sozinhos. —Czira. — Seu nome era um murmúrio baixo, sexual. — Você é minha agora e eu vou reivindicá-la como nenhum outro poderia. A promessa estava lá, em seus olhos e em suas palavras e ela tinha apenas uma resposta. —Sim.


Rhal estava intimidado pela vontade de Cara de acasalar com ele e o desejo que viu em seus olhos. Agradeceria aos mares todos os dias por ela. Ele se recusou a olhar para longe de seus lindos olhos, que o atraiam como nenhum outro. Ele notou distraidamente que Faim colocou a seringa próxima a ela, a agulha descoberta e seu sangue enchendo o pequeno tubo. Ele odiava

causar-lhe dor, mas sabia que era

necessário. Ele estendeu a mão para o pequeno frasco que os uniria ainda mais, bem como a gaze que limparia sua pele. Ela era dele. Ele era seu. Agora era hora de aprofundar a conexão. —Desnuda seu braço, czira. — No momento em que ela o fez, ele limpou-o com o tecido úmido e antibacteriano. Agora era a hora e ele olhou para ela. —Você está certa disso? —Sim, — ela se inclinou para frente e suavemente passou seus lábios nos dele. —Faça. Ela recuou, o braço estendido na frente dele. Ele cuidadosamente

pressionou

a

agulha

em

sua

pele,

perfurando-a e então lentamente pressionou o êmbolo. No momento em que a seringa foi esvaziada, ele puxou-a livre, colocou-a sobre a mesa e umedeceu um pedaço de gaze. Ele pressionou na pequena lesão, lembrando que precisava aplicar pressão para interromper o fluxo sanguíneo. Com a


gaze no lugar, ele olhou para a sua companheira, procurando por qualquer dica de dor ou reação negativa à dose. Nada aconteceu por um segundo... então dois... E três. Mas no quarto? O quarto segundo foi uma história diferente. Por um breve momento, seus olhos mudaram de cor, o tom rosa alaranjado de suas escamas aparecendo antes de voltarem à sua cor natural. Mas essa não foi a única mudança. Não, Cara balançou seus quadris, esfregando seu traseiro contra ele enquanto ela lambeu seus lábios. Seu olhar caiu para sua boca, olhos atentos a cada movimento. —Rhal... — Ela estendeu a mão para ele, a suave palma deslizou sobre seus ombros e ela agarrou-se a ele. Desejo e necessidade preenchiam seus traços. —Rhal. —Czira? — Seu pênis estava duro contra os globos rechonchudos de sua bunda e ficou ainda mais duro num segundo. Se ela continuasse a se mover dessa forma... —Eu preciso. —O que você precisa? —Você, — ela sussurrou e depois juntou suas bocas. Ela mergulhou nele com a língua como se estivesse tentando tomar o controle, mas ele não concederia a ela. Em vez disso, ele agarrou sua cabeça, dedos escavando em seu cabelo enquanto ele a inclinava. Suas línguas emaranhadas e ele a provou, engoliu seu doce sabor enquanto dominava sua companheira.


Ela choramingou contra seus lábios e se soltou contra ele, cedendo em sua luta pelo domínio. Ele continuou o beijo, em uma sensual exploração dela enquanto buscava mais de seus sabores. Ele se alimentou de sua boca, desfrutando dessa conexão enquanto ela continuava se movendo contra ele. Gemidos suaves escaparam dela e ele engoliu os sons, não querendo perder seu prêmio. Ele a soltou por um momento

para

reposicioná-la

e

então

voltou

para

aprofundar o beijo, para tomar mais da sua boca intoxicante. Ele estava com fome dela, intoxicado por seu gosto único e achava que nunca teria o suficiente de sua companheira. Cara balançou em seus braços mais uma vez, seus gemidos ficando mais altos e ele sabia que precisavam encontrar uma superfície plana, em breve. Rhal a reposicionou, segurando-a com força quando se levantou da cadeira e a moveu como desejava. Suas pernas enroladas em torno de seus quadris, a camisa que a cobria se ergueu e expos suas pernas e traseiro para o cômodo. Ele agarrou-a, segurou-a com mais força e ficou satisfeito com seu profundo gemido. Seu pênis estava entalhado contra sua boceta coberta pela calcinha, seus corpos separados pela roupa fina. Cara se agarrou

a

ele,

o

beijo

continuando

enquanto

ele

cuidadosamente a levava para o quarto. Ele colocaria sua fêmea sobre a superfície macia, a deixaria nua e depois se deleitaria em seu sabor sedutor. Seria doce com um toque


de mar, um sabor que atrairia cada parte dele e não podia esperar para se banquetear nela. Logo. Mas ele não chegou tão longe. Não quando Cara retirou um de seus braços de seus ombros e deslizou-o entre eles. Aquela mão talentosa segurou sua dureza, seu comprimento preso por suas calças e a posição em que estava. Ela acariciou-o e então tirou a boca da dele. —Rhal. Senti falta disso. Senti sua falta. —Cara, — ele estremeceu quando suas unhas o arranharam. —Você deve parar. —Não. — Ele reconheceu o brilho em seus olhos, a parte lúdica dela que ele se lembrava bem. —Quero você. Quente, rápido e duro. —Cara... — ele advertiu. Se ele fizesse o que ela desejava, ele não tinha certeza de que poderia se controlar. Ele era um homem faminto por sua fêmea. Ela o apertou com mais força e o aperto fez com que ele parasse no meio do quarto. Um estremecimento atravessou-o, sacudindo-o de dentro para fora e ele quase gozou só com seu toque. —Quero você. Quero isso. Estou tão quente, Rhal. Seu sangue... estou queimando por você. — Ela se inclinou para frente, pressionou seu rosto em seu pescoço e mordeu sua pele. Ela segurou a mordida, um surto de prazer forçando-o a apertar seu agarre sobre ela e então o soltou com um suspiro feliz. Ela lambeu sua pele ferida.


Ele deveria ter achado aquela carícia reconfortante. Na verdade, queria que ela o mordesse novamente, que perdesse o controle por ele mais uma vez. Cara apertou-o, dedos se curvaram em torno do comprimento que ela capturou e então puxou o fecho em suas calças. O tecido se separou como foi projetado para fazer, em seguida, sua palma quente se pressionou contra o seu pau. Ela rodeou seu pau e então acariciou seu eixo. Suas bolas estavam altas e apertadas contra ele, doloridas e desesperadas por sua liberação. Mas não podia, ainda não. Ele tinha que encher sua czira, entrar em sua gloriosa companheira e cobri-la com o seu cheiro. —Cara, você está a dois segundos de ser tomada contra a parede. —Rhal, — seus olhos brilharam em tom coral mais uma vez e escamas ondularam sobre seus braços. —Faça isso. Tome-me. Acasale-se comigo. Rhal podia fazer muitas coisas, mas negá-la não era uma delas. Ele girou e pressionou suas costas contra a parede e equilibrou seu peso em suas coxas. Ele não hesitou em capturar seus lábios com os seus e arrastá-la em um beijo sensual. Todo o tempo ele puxou suas roupas, tirou a camisa sobre sua cabeça e desnudou seus seios. Os montes pálidos e gordos chamaram a atenção dele e Rhal se recusou a ser negado. Ainda segurando seu peso com facilidade, ele afastou o toque dela e os segurou.


Seus mamilos eram picos endurecidos contra suas palmas e ele suavemente esfregou seu polegar sobre as pontas. Quando ela gemeu, ele não conseguiu deter seu grunhido de aprovação. —O que você quer, minha czira? — Ele murmurou. — Você quer minha boca neles? — Ele os amassou, puxando e apertando. —Ou eu deveria beliscá-los? Fazer você me implorar? —Por favor, por favor, por favor... — Ela ofegou e gemeu por ele. —Você me deseja. — Não era uma pergunta. O cheiro de sua excitação e o modo como seu corpo reagiu lhe diziam mais do que palavras. —Você me quer, czira? —Por favor, — ela choramingou. —Abra seus olhos. Diga-me. — Ela os fechou em algum momento e isso não poderia continuar. Os cílios de Cara tremularam e se separaram, revelando seus olhos totalmente corais. —Eu quero você. —Então você me terá. — Ele tirou as mãos e deslizou lentamente as palmas das mãos ao longo de suas coxas. Ele agarrou a beirada de sua calcinha frágil e puxou. O tecido se rasgou, deixando sua vagina exposta e só levou um rápido movimento para posicionar a cabeça do seu pau em sua entrada. —Diga-me, czira. Uma vez mais antes de eu tomar você e fazê-la minha.


—Eu quero você.

Cara não somente queria ele, precisava dele. Seu corpo clamava pelo dele, com o sangue fervendo e exigindo que fosse saciada por sua posse. Seu beijo não era suficiente. Seu toque não era suficiente. Ela precisava do seu pênis, do seu sêmen, dentro dela. Agora. Mas ainda assim ele a fez esperar enquanto a provocava e a atormentava. Ele esfregou a cabeça do seu pau ao longo de suas dobras, deslizando através de sua excitação. Ela nunca estivera tão molhada, tão desesperada por ele. Ele cutucou sua abertura, pressionando suavemente contra aquela parte dela antes de se mover e acariciar seu clitóris com a ponta. Cada esfregar e deslizar aumentava ainda mais sua paixão, a fez desejar e implorar por mais. —Rhal, preciso de você. Por favor. — Ele apertou a cabeça de seu pau dentro dela, esticando-a e depois recuou. Cara choramingou como objeção. —Preciso tanto de você. Tão quente. Estou queimando por você. —Por mim, czira? —Só por você. — Sempre só por você. —Diga-me de novo. A quem você pertence? Quem é dono de seu corpo? Quem é dono de seu coração? — Cada


pergunta foi pontuada por um pressionar e deslizar áspero do seu pau entre seus lábios sexuais. Ele se moveu facilmente, sua excitação agora cobrindo seu pênis. —Você. Você. Você. — Toda vez que ele cutucava seu clitóris, seu desejo flutuava mais alto. Levou-a ao limite, cutucando e empurrando, o que lhe deu mais prazer. —O que você quer de mim? Diga as palavras. Cara soluçou e inclinou-se para frente, agarrando-se a seus ombros. —Você. Seu pau na minha boceta. Fodendo-me. Rhal grunhiu, dizendo-lhe que estava satisfeito. —Mais tarde, vou fazer amor com você. Graças

a

Deus,

porque

ela

precisava

ser

fodida

duramente. Ela queimava de dentro para fora, seu corpo absorvendo

seu sangue e ela praticamente sentiu

as

mudanças genéticas acontecendo. Doíam, mas ela sabia que o prazer poderia anular a dor. Pelo menos, era o que ela desejava. Com o próximo deslize, sua dureza acariciando-a tão devagar, ele parou em seu centro mais uma vez. Mas em vez de seguir em frente, ele permaneceu em sua entrada. —Olhe para mim, Cara. Deixe-me ver seus olhos enquanto eu te reivindico para sempre. O prazer a acertava com força, mas ela forçou as pálpebras a se separarem e lutou para se concentrar nele. Sua íris era meia-noite com flashes de ouro e vermelho


tremulando através da escuridão. Foi também a primeira vez que ela notou as escamas escuras em seus ombros e pescoço. Ela o fez perder o controle. E ela gostou. —Faça-me sua. — Ela sussurrou as palavras e então a capacidade de respirar foi tirada dela. Rhal empurrou dentro dela em um golpe suave e profundo até que seus quadris se encontraram.

Ela

estava

cheia,

tão

cheia

dele.

Seu

comprimento quente acariciando suas paredes internas. Nada entre eles, nenhuma barreira que impedisse seu material genético de se misturar com o dela. Seu pênis nu penetrou-a, acariciando seus nervos e a presenteando com prazer renovado pelo feroz impulso. Ela permaneceu equilibrada em suas coxas, seu pau profundamente dentro dela e durante todo o tempo seus olhares permaneceram ligados. —Minha, — ele sibilou. —Sua. — Ela sempre seria sua. Como se essa confirmação fosse o que ele exigia, ele cuidadosamente se retirou e depois empurrou para dentro dela mais uma vez. Era um ritmo lento, uma dança gradual e sensual. Cada empurrão dentro dela fez seus seios saltarem e seu corpo tremer com o poder de seus impulsos. Seu ritmo aumentava continuamente, fodendo-a cada vez mais rápido e profundo, até que ela não pode fazer nada além de receber seus movimentos. O som da pele se encontrando encheu o


ar, o perverso esmagar de suas partes mais íntimas lutando para permanecer ligadas se juntou à cacofonia. Cara acrescentou seus gemidos ao resto dos sons na sala, dizendo a Rhal o quanto ela amava isso, amava sua posse, amava sua dominação. —Tão bom, Rhal. —Você gozará comigo, czira. Ela riu e então gemeu, o riso fazendo-a apertar em torno dele. —Droga,

ele

cuspiu.

Adorava

fazê-lo

dizer

xingamentos humanos. Ela não podia ficar quieta, não podia permitir que ele controlasse seus movimentos. Então, ela agarrou seus ombros e se moveu com ele, balançando seus quadris em contraponto ao dele, então cada choque de seus corpos era mais forte do que a anterior. Era áspero, animalesco e sujo. O suor se agarrava a ambos, aumentando o aroma de sexo. Ela ainda queimava por ele, seu corpo clamando por sua essência em ondas de necessidade cada vez maiores. Ela morreria se ele não gozasse dentro dela, se ele não a preenchesse com seu material genético. Sêmen. Foda-se, ela queria seu esperma. Cara continuou a trabalhar com ele, continuou a subir e descer e tomar tudo o que ele tinha para dar. Ela sentiu sua liberação se aproximar, sentiu seu orgasmo torcer e se entrelaçar através de seu sangue. Ela estava perto, tão


malditamente perto e ela sabia que era apenas uma questão de tempo. Cada encontro a empurrava mais perto do limite, cada colisão de seus corpos a forçando cada vez mais alto. —Perto, Rhal. — Muito, muito perto. —Dê-me, czira. Goze para mim, minha companheira. —Rhal,

ela

choramingou,

seus

membros

se

contraindo enquanto ela deixava sua libertação se aproximar. —Goze. Agora. Tão mandão. E tão maravilhoso. —Cara... — Não havia como não perceber o rosnado em sua voz, o aumento na força de seus impulsos e o modo como ele agarrou seu quadril ainda mais apertado. —Agora. Ela não tinha forças para ignorá-lo. Seu corpo tinha vontade própria e ela estava apenas aproveitando o passeio. Ela tremeu em seus braços, as pernas se contorcendo e os dedos dos pés se curvando enquanto o puro prazer percorria suas veias. Ela foi subjugada pela repentina onda de sensação. Gritou com sua liberação enquanto sua vagina apertava e ordenhava sua invasão espessa. Ela se apertou ao redor dele, silenciosamente exigindo que ele lhe desse o que ela desejava. Seu ritmo se transformou em uma série de empurrões desajeitados, cada um aumentando seu orgasmo ainda mais até que ela pensou que iria desmaiar do êxtase que ele deu. Então ele estava rugindo, o berro dele se juntando a seus gritos e com um último empurrão, seus quadris


estavam alinhados com os dela. Seu pênis pulsou e engrossou dentro dela e uma nova onda de calor banhou suas paredes internas. Ela o puxou para dentro de si e deixou que ele acalmasse seus nervos. Um impulso extra dele e ela se alegrou com a adição, se encharcando dele como se estivesse faminta. Embora na verdade, ela estava. Sua

liberação

diminuiu

lentamente,

as

sensações

esmagadoras aliviaram em um fluxo suave e de prazer enquanto ela recuperou o fôlego. Em pouco tempo, suas respirações se combinaram com as dela e eles repousaram juntos. Ela deixou a sua testa descansar em seu ombro enquanto ele fazia o mesmo, de frente um para o outro. O suor os banhava, a fina camada cobrindo cada centímetro de seus corpos e ela sorria. —O que causou seu sorriso? —Você. — Ela suspirou e passou o nariz pelo pescoço dele. —Eu cheiro como você. Você está dentro de mim. —Hmm... eu estarei. Sempre. — Suas palavras ecoaram através dela, as vibrações afundando em seus ossos e ela se apertou contra ele mais uma vez. O movimento tirou um gemido de Rhal e ela sentiu-o endurecer dentro dela mais uma vez. —Você me provoca, czira. —Eu desejo você. Há uma diferença. — Ela murmurou.


A mão direita de Rhal a abandonou e então ele passou os dedos pelo seu cabelo. Ele puxou, forçando-a a levantar a cabeça e ela encontrou seu olhar. —Você vai ter tudo o que deseja de mim. Cara

tremeu

quando

um

novo

formigamento

de

necessidade atravessou sua espinha. —Eu preciso de muito de você. —Você já tem tudo de mim. Ela choramingou e sua boceta apertou mais uma vez, levando-o a dureza completa. —Posso ter tudo de você de novo? Ele sorriu, calor sensual queimando em seus olhos. —Claro. Rhal afastou-se da parede e caminhou pelo corredor que conduzia ao quarto, sem parar até chegarem à cama. E então ele deu tudo a ela. Durante. Toda. A. Noite.


Um baixo e familiar toque da campainha tirou Cara gradualmente do seu sono. O toque se repetiu, o volume aumentando lentamente até que não houvesse nenhuma maneira de ignorar a coisa estúpida e Rhal ainda não o silenciou. Com um gemido, ela rolou para suas costas, sua mão tentando alcançar seu companheiro, de verdade agora e encontrou os lençóis frios ao toque. Então ele a deixou. Um tempo atrás, se a temperatura fosse qualquer indicação. Ela não deveria ficar magoada por sua ausência. Ele disse a ela que precisava ir a cada dia para o trabalho só por um momento, mas isso não a impediu de sentir falta dele. O ding veio mais uma vez e ela suspirou quando avançou para a beira do colchão e lentamente ficou de pé. Dores acometiam suas articulações e músculos, mas ela as reconheceu por aquilo que eram: evidências das horas de amor. Cara se alongou, erguendo os braços para cima enquanto ela considerava o que podia fazer, então se dirigiu para frente do apartamento, conseguindo pegar uma túnica descartada no chão. O sol brilhava através das janelas que iam do chão ao teto, banhando-a no calor enquanto o baixo barulho do mar a acalmava. Inferno, ela nem sequer


percebeu que estava nervosa até que o silencioso vai e vem de água na areia a acalmou. Os músculos dela relaxaram lentamente e a tensão a deixou. Até que aquela maldita campainha soou. Alguém queria entrar e ela não tinha paciência para ignorá-los porque eles estavam irritando-a. —Estou indo, estou indo, — ela murmurou e pensou na última vez que ela disse aquelas palavras... —Rhal! Estou chegando. Oh, Deus, estou gozando! — Seu rosto esquentou com a memória do seu pau dentro dela e ela estremeceu quando um lampejo de desejo serpenteou através de suas veias. —Abra a fechadura, neste instante. — A voz da mulher era ríspida através da porta, mas sua demanda era clara. Infelizmente, não era o seu companheiro —Você sabe quem eu sou? Cara não sabia e ela não tinha certeza se ela queria saber. Isso definitivamente não era a voz da rainha. Ela encontrou a fêmea em várias ocasiões e ela era doce, mesmo que curiosa. Ao invés de abrir a porta, ela tocou a tela à direita do portal para ver a imagem da câmera posicionada fora do seu apartamento. Ela olhou para o casal ali de pé, a fêmea berrando e rosnando para o grande macho ao seu lado. Ela cutucou a tela.


—Por favor, identifiquem-se. A fêmea endureceu e tremeu e Cara não teve dúvidas de que foi causado pela indignação de ser interrogada. Ela tinha aquele ar sobre ela, que dizia que era melhor do que qualquer outra pessoa e todos deveriam ceder às suas demandas imediatamente. É, não aconteceria. —Sou Otta fa Adar, dam-por-acasalamento4 de Rhal fa Adar. Como se houvesse mais de um Rhal na UST e em Tau. Deus, Cara estava mal-humorada esta manhã. Ela realmente não queria a fêmea em seu apartamento, mas ela era a mãe de Rhal, o que significava que ela tinha que ser educada e ela se lembrou dele dizendo que seus pais chegaram ontem. Rhal disse-lhe para não conceder entrada a qualquer pessoa enquanto ele não estivesse presente, mas isso incluía sua mãe? —E seu amigo? —Meu...— Otta parou por um momento. —Guarda. Foi designado pelo Príncipe Tave. Ela franziu a testa e olhou fixamente a forma do macho. Ele não olhou para a câmera ainda, mas seu tamanho parecia familiar de alguma forma e era provável que Tave atribuísse guardas aos pais de Rhal. Eles eram uma espécie de aristocratas em Ujal.

4

Dam: significa mãe no idioma falado pelos Ujal, assim, dam-por-acasalamento significa madrasta.


—Um momento. — Cara silenciou os controles e então colocou sua palma no sensor para conceder a entrada de Otta. No momento em que o painel se afastou, Cara recuou para dar a mãe de Rhal e o guarda espaço para entrar. A mulher era... jovem. Mais jovem do que ela esperava de qualquer maneira. Ela não parecia mais do que dez anos mais velha que Rhal, sua pele ainda impecável e livre de rugas. Suas escamas douradas refletiam os raios do sol, fazendo-as brilhar com a luz e seu cabelo dourado era longo e enrolado ao redor de seus ombros. Ela era, em uma palavra, deslumbrante. No entanto, havia algo que a rodeava, uma sensação de pavor que acompanhava sua chegada e os batimentos cardíacos de Cara se descontrolaram antes de manterem um ritmo rápido. Ela engoliu a crescente bola de inquietação e colou um sorriso em seus lábios. —Otta, tão bom... —Você me chamará de Lady Adar. — Os olhos brilhavam em topázio amarelo e não havia como não entender o olhar de Otta. Ela engoliu o impulso inicial de brigar com a mulher. Estava nervosa por causa de sua trêmula transição e Faim disse que ela ficaria um pouco mais estressada que o normal. Cara estava mais estressada que o normal? Qual era a desculpa de Otta? —Claro, lady Adar. Agradeço a sua visita.


—Este lugar é.... pitoresco. — Otta fungou e olhou ao redor da sala, seu desgosto facilmente visível em seus traços. Bem, ela e Rhal achavam que era bom. Por enquanto, de qualquer maneira. —Sim, bem, não se pode esperar que você saiba tudo. Depois de tudo você é.... — a fêmea a olhou de cima a baixo, o nojo se transformando em repulsa. — Humana. Cara apertou os lábios e recusou-se a corrigir a mulher. Ela foi humana e agora ela era Ujal. Em vez de dirigir-se à Otta, se virou para o guarda. Ela conheceu muitos deles nos meses que passou ao lado de Rhal e ela se perguntou quem teria ficado preso como babá da mãe de Rhal. Ela esperava um dos guardas de elite desde que Otta era parte da aristocracia. Talvez Zerol com sua natureza fácil ou Argas com suas maneiras provocantes que nunca falhavam em trazer o sorriso de alguém. Eles ainda eram mortíferos para qualquer adversário, mas ela sabia que eles eram os mais sociáveis. Mas em vez de ver um amigo, ela o viu. O macho que foi dispensado durante a viagem dela e de Rina ao Ministério da População. Ele ainda estava de pé, então Rina não devia ter dito ao seu companheiro sobre o insulto que ele fez a Cara. E esse cara, a forma como ele olhava para ela.... Às vezes, quando ela pegava Rhal desprevenido, ele lhe daria um olhar que encarnava a morte. Esse homem parecia pior. Como se ele pudesse destruir sem qualquer pensamento ou cuidado. Rhal podia parecer fazer o mesmo, mas ela sabia


que seu passado repousava pesadamente em seu coração. Esse coração separava os dois machos. E

foi

esse

estranho

desgosto

por

humanos

que

provavelmente o atraiu para Otta. —Kaag, venha. Temos coisas a fazer, — disse Otta ao guarda como se fosse um cachorrinho. Ela esperou raiva pelas palavras da mulher e encontrou expectativa, emoção e alegria? Otta

avançou

pelo

apartamento,

Kaag

em

seus

calcanhares enquanto exploravam a casa temporária de Cara e Rhal. A preocupação se moveu por sua espinha, a inquietação se transformando lentamente em pânico. Cada olhar

que

os

dois

compartilhavam,

cada

olhada

que

direcionavam a ela, fez seu coração bater mais rápido. Eles não a ameaçaram com palavras e, no entanto, ela sentiu como se sua vida estivesse chegando ao fim. E ela não tinha justificativa para o que sentia. A mãe de Rhal parou no centro da sala de estar e roçou sua palma ao longo do assento do sofá. —Isso servirá, eu suponho. — Ela se sentou na beirada da almofada. —Você trará refresco? — Grunhiu Otta. —Aparentemente. — Murmurou Cara. —O que é que foi isso? —Eu disse que sim, um momento. — A última coisa que Cara queria era entreter, mas ela se lembrou de que estava lidando com um de seus sogros. Eles não moravam na Terra


e ela não tinha ideia de quanto tempo eles ficariam, mas ela poderia se comportar bem. Ela andou até a unidade de refrigeração e retirou algumas garrafas de água, bem como a bebida

de

frutas

que

Rhal

constantemente

bebia.

Constantemente. Cara cuidadosamente os levou para a sala de estar e colou um sorriso em seu rosto. —Espero que água ou suco caseiro seja aceitável. Receio que acabamos de nos mudar e não temos muito. —Hmm... — Otta sorriu e olhou para o suco. —Ele ainda bebe isso? O garoto deveria aprender a viver com o que ele é. Que nenhuma quantidade de manipulação de dieta pode ajudá-lo com o que vive dentro dele. —O garoto? — Rhal era um homem completo. —O que ele é? Dentro dele? — Cara tinha a sensação de que a mulher estava falando de Rhal, mas seu companheiro estava longe de ser um garoto e a única coisa que ele era é um homem lindo e digno, com a resistência de mil homens. Otta tomou um gole de uma das garrafas de água. —Rhal, sim. E ele continua a negar o que ele é, quem ele é. —Eu... — ela balançou a cabeça. —Eu não sei do que você está falando. — Otta sorriu. —Claro que não, querida. Você é humana. Ela poderia muito bem ter dito idiota, mas Cara não iria morder a isca da mulher. Não quando queria que Otta explicasse.


—Quanto você sabe sobre minha querida criança? — Kaag bufou pelas palavras de Otta e a fêmea olhou para ele até que ele tirou o sorriso dos lábios. —O suficiente. — Próximo de nada. —É claro. — O sorriso consciente de Otta voltou. — Então você sabe que ele executou sua primeira morte pelo reino aos sete anos de idade. Que o rei exigiu que ele treinasse de sol a sol. Aos dez anos, tornou-se o assassino oficial do rei e aos onze, o executor do reino. — Otta inclinouse para frente como se estivesse contando um segredo que deveria ser sussurrado. —E aos quatorze anos, ele tomou a vida de sua verdadeira mãe. Cara sabia o que a mulher esperava, sabia que ela esperava que Cara soluçasse com medo e fugisse. Talvez Rhal tenha feito essas coisas. Talvez ele tenha sacrificado sua infância a pedido do rei. Talvez ele tivesse tirado aquelas vidas. Esse conhecimento não a assustava, não a desgostava. Não, isso a deixava triste por ele. Isso a fazia querer cuidar dele ainda mais. Isso a deixou desesperada para tocá-lo, segurá-lo, agora mesmo. Um assassino aos sete anos. Um assassino. Aos sete. Ele não disse a ela que havia coisas que ela não quereria saber sobre ele? Ele tentou e insistiu para que o deixasse, mas ela foi persistente. Cara

permaneceu

em

silencio

enquanto

segurava

devagar e cuidadosamente uma garrafa de água. Ela tirou a


tampa e trouxe para seus lábios, tomando um gole e depois outro antes de finalmente baixá-la para responder a Otta. Bem, calma, contida. A mulher não estava bem da cabeça. Ela se alegrou em sua tentativa de assustá-la, a expressão de Otta cheia de prazer e antecipação por sua reação. Bem, não importava as emoções que a acometiam, não estava dando a essa fêmea o que ela desejava. Nunca. Agora sua tarefa era tirar esses dois de seu apartamento. —Sim, estou ciente. — Disse Cara, fingindo não estar afetada. —Realmente? — Otta ergueu uma sobrancelha. —Então você também sabe que um macho com apetite por sangue também tem outros fortes apetites? — Otta traçou seu decote com uma única unha afiada. —Apetites que foram saciados por muitas? A insinuação perfurou a barreira em torno de suas emoções, mas ela lutou pelo controle. Rhal era um excelente amante e se está fêmea tivesse se aproveitado dele... Porque tinha que ter sido assim. Quando ele deixou a casa do seu pai? Quanto tempo fazia desde que ele esteve em casa? Eles falaram sobre isso, mas agora ela não conseguia se lembrar... Ele deve ter sido praticamente um filhote. —Tenho certeza que ele não se tornou tão hábil sem prática e eu estou feliz que agora que ele tem experiência ele me tomou como sua companheira. Eu aprecio o sacrifício que


as outras mulheres fizeram em meu nome. Talvez eu devesse enviar um presente a cada uma delas? Porque ele realmente é um excelente amante. Otta sorriu e ergueu-se ao máximo e Cara espelhou a ação. Ela ignorou a presença do guarda e manteve seu olhar treinado na mãe de Rhal. Ela era astuta, mal-intencionada e provavelmente esfaquearia Cara nas costas e sorriria o tempo todo. —Hmm... Talvez seja hora de ir, Kaag. Parece que a conversa se tornou bastante comum. — Otta virou-se e caminhou em direção à porta. O vestido comprido que usava lhe fazia parecer que flutuava. Cara seguiu atrás dela, ansiosa para que a dupla saísse do seu espaço. Claro, eles estiveram tão absortos na conversa uma com a outra, que não notaram a porta se abrindo para deixar alguém entrar. Nem sequer viram alguém entrar no espaço ou parar e encostar-se à parede. Mas o trio viu o macho agora. Viu as escamas de meianoite que cobriam sua pele bronzeada, os olhos negros desprovidos de qualquer cor e seu cabelo preto que parecia tão bagunçado quanto às emoções que ela via acontecer dentro dele. —Enquanto minha companheira vai comprar presentes para minhas antigas amantes. — Rhal enrolou seu lábio. — Que presente você gostaria de receber por foder um adolescente de quatorze anos, Lady Adar?


Cara percebeu que estava certa sobre o que acontecera com Rhal e não poderia ter ficado mais repugnada. A fêmea congelou, o corpo paralisando quando encarou Rhal em toda sua glória mortal. Ela não tinha dúvida de que ele mantinha seu controle por um fio. Ela nunca o viu dessa maneira, nunca viu suas escamas reveladas completamente. Nem mesmo quando foram nadar nos mares. Inferno, ela só testemunhou sua cauda um punhado de vezes. A pergunta agora era quanto tempo ele duraria antes que explodisse. Otta tremeu uma vez e depois se endireitou. —Eu prefiro os tecidos mais finos de Tolon Prime. Agora Cara teve sua resposta.


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