stormy glenn Irmãos blaecleah 02 cowboy protetor ( homo)

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Disp. e Tradução: Rachael Revisora Inicial: Regina E. Revisora Final: Rachael Formatação: Rachael Logo/Arte: Dyllan

Billy Thornton é um encrenqueiro conhecido. Ele passou boa parte de sua vida fazendo o que seu irmão Clem queria – intimidar pessoas para roubá-las As consequências se ele resistir são fatais. Billy já passou mais de uma noite se curando depois que seu irmão ficou puto com ele. A única coisa que Billy não pode fazer é permitir que Rourke Blaecleah seja ferido. Billy ama Rourke desde que ele pode se lembrar, mesmo ele sabendo que é errado. A única maneira que ele pode lidar com isso é fazer tudo ao seu alcance para manter Clem longe de Rourke, e isso significa se colocar em perigo mais de uma vez. Quando Rourke encurrala Billy uma noite e o beija, as coisas ficam complicadas. Rourke percebe que o homem que ele tem procurado durante toda sua vida está bem debaixo do seu nariz. Billy descobre que ele pode experimentar como é amar Rourke na vida real e não apenas em suas fantasias. E os dois homens percebem que o que eles descobriram juntos colocou em perigo suas vidas porque Clem está vindo para eles, e ele não está feliz. 127


Revisoras Comentam...

Regina: Eu amo essa autora. Stormy descreve as emoções com tanta paixão que sentimos como se fossem nossas. Vocês vão se apaixonar por Billy. Por baixo de sua fama de encrenqueiro está um homem tão doce, tão abusado e tão apaixonado por Rourke que faz qualquer coisa para protegê-lo. E Rourke, apesar de sua fama de namorador, é forte, protetor, possessivo e encontra sua ‘lenda’ no momento que beija Billy. A história é linda, envolvente e fantástica. Amei!

Rachael: Gente, o livro é lindo! Quem não dava nada pelo Billy irá se surpreender, todos os sacrifícios, os abusos físicos e emocionais que ele viveu foi em nome de um amor, e pelo Rourke ele passou pelo inferno e voltaria nele. E o Rourke, mesmo sendo conhecido como alguém que saia com qualquer um, quando enxerga o Billy se torna protetor, companheiro, é incrível a gama de emoções que esse livro nos desperta. E é claro, a Ma e o Da se superam mostrando como é importante uma família se amar e se aceitar acima de tudo.

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Capítulo Um “O que você está fazendo, Billy?” Billy se virou de onde ele estava vendo a recepção do casamento através do campo. Pânico o encheu quando ele viu Rourke Blaecleah de pé atrás dele. Por mais que ele quisesse olhar o corpo alto e sexy do homem, Billy sabia que sua bunda estava com problemas, grandes problemas. “Eu não estava fazendo nada, juro,” Billy disse rapidamente quando ele começou a fazer a voltar para a floresta. Ele estivera parado apenas no limite da floresta atrás de uma árvore de grande. “Eu só queria ver. Eu não estava causando nenhum problema.” “Você está invadindo propriedade, Billy.” “Eu vou sair.” Billy continuou a voltar, mas ele não estava ficando nem um pouco mais longe de Rourke. O homem dava um passo para cada passo que Billy dava de volta. “Eu juro que não estava causando nenhum problema, Rourke. Eu só queria ver o casamento.” “Você não foi convidado, Billy.” Billy engoliu. Em sua mente, Billy sabia que ele nunca seria convidado para uma das comemorações dos Blaecleah, mas em seu coração, ele ansiava participar de todas. A família Blaecleah era conhecida em toda parte como sendo muito unida, cada membro cuidando do outro, de alguma forma. Essa ligação entre eles fascinava Billy. “O que você tem aí, Billy?” Billy imediatamente escondeu a pequena foto desbotada que ele segurava na mão atrás das costas. Seu estômago começou a embrulhar quanto Rourke caminhou mais perto dele, uma expressão estranha em seu rosto que Billy não conseguia decifrar. Além dos trabalhos da família Blaecleah, Billy estava mais intrigado com Rourke. Ele era o terceiro irmão nascido de cinco, o filho do meio, por assim dizer. Billy começou a ter sensações estranhas pelo homem desde a época que ele fez dezesseis anos.

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Nos cinco anos seguintes, esse fascínio não tinha desaparecido nem um pouco. Ele tinha apenas se tornado mais forte. Rourke dominava cada uma das fantasias de Billy. Ele nunca conheceu outro homem ou mulher que o atraísse como Rourke fazia. Ele às vezes se perguntava se ele alguma vez iria. Rourke de repente estava na frente dele. Billy se encolheu quando Rourke estendeu a mão para a foto que ele segurava atrás das costas. Ele se contorceu para fugir, para afastar a fotografia de Rourke. Ele ficaria humilhado se Rourke descobrisse que ele tinha uma foto dele, mesmo que desbotada e desgastada como estava. “Por favor, é minha,” Billy choramingou quando Rourke a agarrou e a puxou. “É minha!” Billy não era forte o bastante para evitar que Rourke tirasse qualquer coisa dele. A foto não era exceção. O homem o superava em pelo menos quinze centímetros e uma centena de quilos. Rourke também era maciço e musculoso para o corpo magro e desengonçado de Billy. Billy não tinha uma chance. Ele gemeu quando Rourke arrancou a foto de sua mão. Sua humilhação começou no momento em que Rourke olhou para a fotografia e depois ergueu uma sobrancelha para ele. E alguma coisa no rosto de Rourke lhe disse que isso não acabaria nunca. Rourke Blaecleah tinha munição para usar contra ele, e o homem não se importava de usá-lo para conseguir o que ele queria. “Por que você tem uma foto minha, Billy?” Billy deu de ombros, recusando-se a encontrar o olhar curioso de Rourke. Ele sabia o que iria ver se ele fizesse, e Billy não achou que ele podia lidar com isso, não agora. Billy sabia o tipo de reputação que ele tinha. Ele era considerado um encrenqueiro. E, de certa forma ele era. Ele aprendeu desde muito cedo fazer o que seu irmão mais velho, Clem, lhe disse para fazer ou enfrentaria as consequências. Isso significava que ele tinha entrado em muitas brigas, quebrado algumas leis, e, de modo geral, se transformado em alguém que ele sabia que Rourke nunca iria gostar. Ninguém da família Blaecleah iria. O ar nos pulmões Billy ficou preso em algum lugar no meio da respiração quando Rourke de repente avançou e o pressionou contra a grande árvore atrás dele. Billy podia sentir a 127


casca dura furando sua pele através de sua camisa fina. Ele sabia que se Rourke empurrasse, ele teria arranhões nas costas. Rourke apenas parecia se inclinar para ele, não empurrando muito forte, mas o suficiente para que Billy não pudesse fugir. Billy virou sua cabeça para o lado quando Rourke se inclinou perto dele. Ele engoliu em seco quando sentiu o sopro da respiração quente de Rourke em seu rosto. “Eu acredito que eu lhe fiz uma pergunta, Billy,” Rourke disse suavemente. “Por que você tem uma foto minha? E não minta para mim, Billy. Eu vou saber se você estiver.” “Eu a achei,” Billy disse rapidamente. Era a verdade. Ele tinha achado a pequena foto. Claro, ele a encontrou dentro do porta-luvas do carro de Ma Blaecleah, quando Clem tinha ordenado a ele para procurar por dinheiro ou qualquer coisa que eles pudessem vender. Os joelhos de Billy quase se dobraram quando ele encontrou a pequena foto de Rourke, o personagem principal de todos os seus sonhos. Ela havia sido tirada apenas alguns anos atrás na varanda da frente dos Blaecleah. Rourke estava vestido com botas de cowboy e calças jeans apertadas, seu peito nu enquanto ele trabalhava no corrimão da varanda. Alguém tinha dito alguma coisa engraçada, obviamente, porque a cabeça de Rourke estava jogada para trás enquanto ele ria. O sol da tarde tinha sido brilhante, iluminando o rosto de Rourke. Mesmo se Billy perdesse a foto, ele tinha olhado para ela tantas vezes que a imagem estava gravada em suas memórias. “Você a roubou,” Rourke murmurou. Billy estremeceu. Rourke estava tão perto. Billy sentia o cheiro do homem — cheirando seu rico e profundo cheiro masculino, e isso o estava deixando louco. Ele sabia que não deveria ter esses sentimentos em relação a um homem. Eles só levaram a problemas. Billy simplesmente não conseguia pará-los. “Agora, eu me pergunto por que você roubaria uma foto minha, Billy.” Billy apertou os lábios e fechou os olhos. Ele sabia por experiência que ficar calado era a sua melhor forma de agir. Falar apenas o colocou em apuros. Se ele apenas continuasse com sua

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boca fechada, Rourke iria torturá-lo de qualquer forma que ele escolhesse, então se cansaria do jogo e o deixaria sozinho. “Você não está me respondendo, Billy.” No momento em que Billy sentiu a língua quente de Rourke roçar através da pele sensível de sua garganta, ele começou a lutar, os gritos em sua boca muda. Ele chutou Rourke em até suas pernas ficaram presas entre duas coxas grossas. Então ele começou a bater e arranhar. Billy choramingou quando seus pulsos foram capturados e mantidos atrás de suas costas. Ele queria gritar com a injustiça de tudo isso. Rourke apenas teve que usar uma mão para segurar as suas. A outra ele usou para segurar o queixo de Billy, forçando-o a olhar para cima. Billy manteve os olhos fechados. Ele não podia olhar. “Você gosta de mim, não é mesmo, Billy?” Billy estremeceu quando sentiu a língua de Rourke raspar sua pele novamente. “O pequeno Billy Thornton tem uma queda por mim.” Billy soluçou na risada baixa que retumbou no peito de Rourke. Sua humilhação estava completa. Rourke Blaecleah agora sabia como Billy se sentia. Billy sabia que a partir deste dia em diante, Rourke iria usar esse conhecimento contra ele. Não importava o que Billy fizesse, não importava o quanto ele implorasse, Rourke agora tinha a capacidade de destruí-lo. “Bem, isto não é uma virada interessante de eventos?” Billy apertou mais os seus olhos, esperando que as lágrimas ele podia sentir se desenvolvendo lá não caísse pelo seu rosto. Se ele pudesse segurar essa parte dele, então ele poderia ser capaz de sobreviver nos próximos minutos. Ele não iria deixar que Rourke tivesse essa parte dele. “Eu não tenho uma queda por você,” Billy retrucou quando ele abriu os olhos para encarar Rourke. Ele tentou colocar todo sentimento de ódio, cada bocado de raiva e ódio dentro dele em seus olhos. Não adiantou. Rourke apenas riu. “Vamos ver isso, não é?”

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A coragem de Billy fugiu instantaneamente quando Rourke bateu suas bocas juntas. Ele nunca tinha sido beijado antes, mas ele tinha imaginado isso muitas vezes. Nenhuma daquelas fantasias nem chegou perto de como era ser beijado por Rourke. Billy gritou e se empurrou contra Rourke. Ele podia sentir cada músculo forte e vigoroso, cada ângulo e curva do corpo de Rourke. E a sensação de tudo isso era maravilhosa para Billy. Ele puxou suas mãos até Rourke as soltarem e poder agarrar a camisa do homem, puxando-se mais perto. Billy sentiu Rourke segurar suas mãos em sua bunda, levantando-o até pressionar seus paus duros juntos. Ele gemeu e levantou as pernas, enrolando-as em volta da cintura de Rourke. A casca dura pressionava suas costas, arranhando sua pele. Billy não se importou. Ele estava exatamente onde ele fantasiou estar há anos. Rourke empurrou mais forte contra ele, seus paus se esfregando através de seus jeans. Até mesmo esse breve contato era suficiente para fazer Billy doer e querer mais. A cabeça de Billy caiu para trás contra a árvore, quando Rourke deixou seus lábios e começou a beijar uma linha ao longo de seu queixo para sua garganta. Os dentes de Rourke se apertaram em sua garganta. Billy enrijeceu e gritou, saturando a frente de seu jeans com a sua libertação inesperada. Ele se sentia tão elevado que nada poderia tocá-lo. Ele apenas sentia a respiração de Rourke em seu pescoço, as mãos do homem em sua pele. Nada mais importava. “Porra, você é um pedacinho quente, não é, Billy?” Rourke murmurou contra a garganta de Billy. O sangue de Billy foi de fúria quente e necessitada ao gelo frio no segundo que levou para as palavras de Rourke se registrarem em seu cérebro. Ele quase se engasgou com o grito que ele tentou engolir quando ele empurrou o corpo de Rourke e deixou seus pés caírem no chão. Rourke estava apenas brincando com ele. Ele não sentiu o movimento da terra. Ele não gozou em suas calças. Ele não sentiu aquele momento único no tempo, como se alguém pudesse amá-lo por apenas um momento. Para Rourke, tudo tinha sido um jogo de humilhação. 127


Lágrimas encheram seus olhos e desta vez, ele foi incapaz de evitar que elas caíssem pelo seu rosto. Rourke tinha tirado a única coisa boa que Billy tinha em sua vida e a deixou barata e suja. Billy não tinha certeza se iria perdoar Rourke. Devia ter algo no rosto de Billy porque Rourke pareceu confuso quando seus braços se soltaram. Suas sobrancelhas se juntaram em uma careta profunda. “Billy?” “Eu te odeio.” “Billy!” Billy pegou a fotografia da mão de Rourke e rasgou em duas, assim como Rourke tinha feito ao seu coração. A boca de Rourke se apertou como se a sua confusão tivesse acabado de se transformar em raiva, mas Billy não se importou. Naquele momento, ele realmente odiava Rourke. Billy se moveu ao redor do tronco da árvore e começou a recuar. Ele sabia que se pudesse ficar longe o suficiente de Rourke, ele poderia correr, e isso era algo que Billy sabia fazer muito bem. Era um momento que ele estava feliz por ele ser tão pequeno. Ele podia correr muito rápido. “Billy, vamos falar sobre isso,” disse Rourke, sua mão estendida na frente dele. Billy balançou a cabeça e continuou a recuar. Não havia nada que Rourke pudesse dizer que iria fazer nada disto ficar melhor. Ele já tinha dito tudo. Billy sabia exatamente o que o homem pensava nele. “Billy, vamos lá, eu não queria dizer isso.” E talvez isso é o que mais entristecia Billy. Rourke não quis dizer nada disso. Rourke tinha balançado o mundo de Billy, e isso não significava porra nenhuma para ele. Billy sempre soube que seria do jeito que era, mas uma pequena parte dele tinha segurado a esperança, até agora. Billy deu um último olhar a Rourke, sabendo que o momento em que ele deixasse este pequeno abrigo de árvores, tudo estaria terminado. Não haveria como voltar atrás. Ele estaria deixando suas fantasias para trás como um pedaço de lixo no chão. Os olhos de Billy se moveram para a fotografia rasgada no chão atrás de Rourke. A dor de dentro de seu corpo 127


estava quase enfraquecida em sua intensidade. Uma coisa tão pequena, um pedaço barato de papel na verdade, e que tinha sido o mundo inteiro de Billy. E agora ele se foi. Billy olhou para Rourke novamente, percebendo que em sua distração com a foto, Rourke tinha se aproximado. Billy deu mais um passo para trás, em seguida, se virou e correu para as árvores frondosas. Ele sabia que apesar do tamanho e força de Rourke, aquele homem não tinha nenhuma chance de acompanhá-lo. Billy tinha corrido de pessoas maiores e mais hábeis antes. Ele podia facilmente fugir de Rourke. O último som que ele ouviu antes das árvores o cercarem foi Rourke gritando seu nome. Billy quase tropeçou quando o som ecoou pela floresta. Ele correu mais rápido para fugir do som de Rourke chamando seu nome, tanto quanto para ficar longe de Rourke. Ele correu entre as árvores, se esquivado de galhos baixos, e saltando sobre troncos caídos. Ele correu até suas pernas doerem e seu coração bater forte no peito. Ele correu até saber que ele tinha deixado Rourke para trás. Finalmente chegando ao limite da floresta da fazenda Blaecleah, Billy desacelerou para uma caminhada. Ele podia ver as luzes da fazenda de sua família ao longe e se encolheu, sabendo que seu irmão Clem estava casa. Seus pais provavelmente estavam na cidade. Billy mudou a direção da caminhada para a casa e foi para o pequeno riacho que corria atrás do celeiro. Ele precisava se limpar antes de entrar na casa. Ele não sabia o quanto Clem tinha bebido, mas se seu irmão cheirasse Rourke nele, ele estava morto. Clem poderia ser cruel quando ele queria ser e normalmente ele era, mas era pior quando Clem estava bêbado. Clem também odiava a todos os membros da família Blaecleah com um ódio profundo que beirava a obsessão. Billy nunca tinha entendido isso, mas ele havia aprendido a não questionar isso também. Isso apenas o conseguiu machucado. Ele tinha aprendido a nem mesmo conversar com os Blaecleah. Billy contornou silenciosamente a lateral do celeiro e caminhou até o riacho. Ele se agachou e começou a limpar as mãos. Um esguicho de água sobre seu rosto limpou as lágrimas. Billy só esperava que ele pudesse se livrar do resto das evidências tão facilmente. Ele tinha 127


acabado de começar a desabotoar a calça jeans para limpar o sêmen quando ouviu um galho estalar atrás dele. Billy congelou, o terror tornando impossível falar através do nó em sua garganta. “Eu vi o que você fez, Billy.” Billy se encolheu quando ele ouviu o som inconfundível do chicote de seu irmão se desenrolando. Ele sabia o que estava vindo. Billy se virou tão rápido que ele caiu de bunda na água fria do riacho. Ele podia ver o ódio queimando nos olhos de seu irmão, a faísca de loucura. Billy começou a fugir de volta para o riacho sobre suas mãos e pés quando Clem avançou sobre ele, estalando o chicote na mão. Ele levantou uma mão diante dele como se o pequeno gesto pudesse afastar Clem. “Não, Clem, não era o que você pensa, eu juro.” “Eu vi você beijando Rourke Blaecleah.” Os olhos de Billy se arregalaram quando Clem levantou o chicote no ar. “Clem, não!” “Seu fodido bicha!” Billy gritou!

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Capítulo Dois “Billy!” Rourke chamou novamente enquanto ele procurava na floresta pelo homem. Ele tinha ficado chocado com o quão rápido Billy podia correr. Num segundo, Billy estava correndo longe dele. No segundo seguinte, Billy tinha simplesmente desaparecido de vista. Rourke nunca tinha visto alguém correr tão rápido. Rourke finalmente parou, reconhecendo que não iria encontrar Billy na floresta escura. Ele teria que esperar até a próxima vez que ele visse Billy na cidade. Ele queria ir até a fazenda de Thornton, mas ele sabia que era impossível. Clem, irmão mais velho de Billy, o odiava. Rourke não sabia exatamente por que. Ele e Clem costumavam ser bons amigos. Mas no verão que em ambos fizeram dezoito anos, Clem tinha ido embora por algumas semanas. Quando ele voltou, ele era um homem mudado, cheio de ódio e raiva. Rourke tinha tentado falar com Clem, para entender. Seu comportamento foi horrível. Tinha apenas criado uma briga entre eles. O abismo tinha crescido até que era tão grande que Rourke achava que jamais seria fechado. E, francamente, até hoje, Rourke não se importava. Ele realmente não queria nada com os rapazes Thornton. Tudo isso mudou no minuto que a boca de Rourke caiu sobre Billy e ele teve seu primeiro e verdadeiro gosto bom do homem. Rourke tinha estado com mais homens do que ele podia contar. Ele até mesmo tinha um pouco de fama nos bares que frequentava. Ele tinha praticamente fodido qualquer coisa com um pulso e um pau. Ele não era exigente. Ele ainda não tinha encontrado um homem que lhe desse uma boa razão para parar de foder ao redor. Ele tinha começado a pensar que talvez ele nunca iria, e então ele beijou Billy. Havia algo no beijo de Billy que tinha abalado extremamente o alicerce de Rourke. Ele não sabia o que era, mas ele queria explorar um pouco mais.

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Rourke estava totalmente chocado com sua reação para Billy. Ele planejava simplesmente beijar Billy e o assustar. Clem e Billy eram conhecidos como homofóbicos. Ele pensou que um toque de seus lábios pressionados contra os de Billy e o homem correria gritando para casa e para Clem. Quando Billy tinha se inclinou para o beijo, agarrando sua camisa e praticamente subindo nele, Rourke ficou chocado. Ele também ficou duro como uma rocha em segundos. Billy tinha gosto doce de chuva de verão. Rourke não tinha sido capaz de conseguir o suficiente. Rourke balançou a cabeça, mais confuso do que ele podia se lembrar desde que ele descobriu que ele era gay. Billy tinha sido uma verdadeira surpresa, e Rourke não sabia como se sentia sobre isso. E não era como se ele pudesse simplesmente ir perguntar ao cara. Ele não colocava os pés na propriedade Thornton há anos. Clem e Billy eram igualmente proibidos na fazenda Blaecleah, razão pela qual Rourke havia chegado para investigar quando viu Billy assistindo ao casamento das árvores. O irmão mais velho de Rourke, Lachlan, e seu amante, Asa, estavam se casando no quintal. Eles tinham passado por muita coisa para chegar onde eles estavam hoje. Rourke não ia deixar ninguém estragar o dia especial deles juntos. Ver Billy tinha enviado uma nota de pânico em Rourke. Eles suspeitaram que Clem fosse o responsável pelo incêndio no celeiro, e talvez Billy, também. Aonde Clem ia, Billy não estava muito atrás. E os dois criavam um monte de problemas juntos. Rourke tinha corrido, vindo por trás de Billy para impedir que ele causasse problemas. Ele não esperava encontrar Billy acariciando gentilmente uma foto como se fossem as jóias da coroa da Inglaterra. Ele certamente não esperava descobrir que era uma foto dele. Rourke começou a voltar em direção à festa de casamento, os pensamentos sobre Billy dominando sua mente. Ele sabia que não podia dizer nada aos seus irmãos. Eles morreriam a rir se soubessem que Rourke tinha beijado Billy e gostado. Além disso, Lachlan e Asa tinham uma antipatia especial para Clem e Billy. Primeiro, Clem e Billy tentaram bater em Asa na noite que Lachlan o conheceu porque ele era gay, então

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Clem tinha abordado Asa e Lachlan na cidade, e, em seguida, tentou queimar o celeiro com eles dentro. Lachlan e Asa tinham motivos para não gostar de Clem e Billy. Rourke podia ver que a festa de casamento ainda estava em pleno andamento quando que ele voltou. O sol estava começando a se pôr, e ele pensou que as coisas teriam diminuído, mas, aparentemente, todos ainda estavam tendo um grande momento. “Ei, aonde você foi?” Rourke se virou para olhar para seu irmão, Quaid, pegando a cerveja o homem estendeu a ele. Ele tomou um longo gole antes de responder. Ele precisava de um minuto para chegar a uma resposta plausível, que não deixasse seu irmão desconfiado. “Eu pensei ter ouvido alguns ruídos perto do celeiro.” Rourke deu de ombros. “Eu fui checar.” Quaid olhou na direção do novo celeiro, seus olhos se estreitado. “Você encontrou alguma coisa?” “Nada importante.” Rourke rapidamente colocou a garrafa de cerveja nos lábios e tomou outro gole quanto seu irmão se virou para olhar para ele. Ele podia ver a curiosidade no rosto do seu irmão e sabia que ele queria perguntar mais alguma coisa. Rourke apenas esperava que ele deixasse de lado. “Se você ouvir qualquer outra coisa, me avise.” Rourke concordou, sabendo que ele não iria dizer uma palavra. Se ele visse Billy na propriedade novamente, Rourke não queria que ninguém lá quando ele confrontasse o homem. As coisas que ele tinha a dizer, e as respostas que ele queria, não eram para ninguém, exceto ele. “Onde estão a noiva e o noivo?” Quaid bufou. “Você sabe que Asa vai te matar se você continuar o chamando de noiva.” “Sim.” Rourke deu uma risadinha. “Ele é tão fácil de provocar.” Quaid revirou os olhos. “Apenas não diga nada agora. Ma iria te esfolar vivo se você estragasse o primeiro casamento ela organizou. Ela está planejando isso há anos.” “Alguma vez você já pensou em se casar?” “Eu”? As sobrancelhas de Quaid subiram. “Se casar? Você está louco?” 127


“Oh, vamos, Ma ficaria encantada de organizar outro casamento.” Rourke podia sentir os olhos de Quaid correr de cima baixo de seu corpo. Tinha uma ligeira ondulação desdenhosa no canto do lábio de Quaid. “Você primeiro.” “Sim, eu não vejo isso acontecendo tão cedo.” “Ainda não encontrou alguém para usar aquelas suas algemas forradas de peles?” “Ah, eu encontrei muitos homens para usá-las,” Rourke respondeu, sabendo que Quaid conhecia o lado pervertido da natureza de Rourke. “Eu apenas não encontrei ninguém que as merecesse.” “As merecesse? Quaid engasgou. “Você está me dizendo que você realmente faz pessoas ganharem o direito de usar suas algemas?” Rourke sentiu seu rosto corar quando várias pessoas que estavam perto deles fizeram uma pausa no que eles estavam fazendo para olhar para ele. Ele queria chutar seu irmão bem forte. “Você pode falar baixo?” “Você tem vergonha do seu fetiche, Rourke?” Quaid riu. “Inferno, não, eu só não acho que é para ouvidos de todos, especialmente o de Ma.” Quaid fez uma careta e olhou em volta rapidamente. “Sim, você provavelmente está certo.” “Eu sei que estou certo.” Rourke sorriu quando uma imagem se formou em sua cabeça. “Você pode imaginar a expressão no rosto de Ma se eu trouxesse um dos meus brinquedos algemado para casa? Ma teria um enfarte.” “Brinquedos?” Quaid franziu a testa. “Você realmente os chama de brinquedos?” “Bem, eu certamente não os chamo de namorados.” “Jesus, não admira que você não possa encontrar alguém permanente. Você é um idiota.” “Quaid Blaecleah!” Rourke e Quaid saltaram ao ouvir a voz severa de sua Ma. Rourke se voltou para encontrar sua Ma de pé atrás dele e de Quaid, seus braços cruzados sobre o peito enquanto ela encarava os dois.

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“Desculpe, Ma, Quaid e eu estávamos apenas conversando. Ele realmente não quis dizer isso.” Rourke esperava que ela tivesse ouvido apenas Quaid xingar. Se ela tivesse ouvido o resto, bem, ele jamais ouviria o restante disso. Sua Ma lhe daria uma bronca. Ma sacudiu seu dedo para ambos, apertando os olhos. “A única razão que eu não vou lavar suas bocas com sabão é porque eu não quero deixar as festividades. Se eu ouvir qualquer um de vocês xingando de novo, vou chamar seu Da.” “Sim, senhora,” responderam Rourke e Quaid. Rourke prendeu a respiração até a sua Ma acenar com a cabeça e se afastar. Seus olhos estavam arregalados quando ele se virou para olhar para trás para seu irmão. “Caramba, isso foi por pouco.” “Eu preciso de outra cerveja.” Rourke riu quando viu seu irmão se afastar. A interrupção de Ma pode ter sido inoportuna, mas tirou a mente de Quaid da vida amorosa de Rourke e o colocou fugindo decididamente da ira da Ma. Rourke estava tremendo. Não querendo pressionar o problema, Rourke andou na direção oposta. Ele iria evitar Quaid enquanto pudesse, ou pelo menos até que ele tivesse algumas respostas para as perguntas queimando em sua cabeça. Infelizmente, isso exigia Billy, e teria que esperar. Tinha um casamento para comemorar.

***** Rourke puxou a camisa sobre a cabeça e a jogou no cesto de roupa suja. Ele estava cansado, mas relaxado das duas cervejas que tinha bebido. Ele não era um grande bebedor, nunca tomando mais do que duas cervejas em qualquer encontro. Rourke gostava de manter controle de seus sentidos. Rourke se sentou ao lado da cama e arrancou as botas, colocando-as ao lado da cama. 127


Ele começava a desabotoar a calça jeans quando uma sombra passou pela janela de seu quarto. Rourke congelou por um momento antes de perceber que o que quer que fosse não poderia vê-lo na luz fraca de seu banheiro. Ele não tinha ligado a luz do quarto quando ele entrou. Não pareceu ser necessário. Ele apenas planejava tirar a roupa e ir para a cama. Ele se levantou e se moveu silenciosamente até a janela. Pelo que ele sabia, todos os convidados do casamento tinham ido embora e sua família tinha ido dormir. Os dois noivos viviam em sua própria casa perto da entrada de automóveis, e eles haviam saído horas atrás. Rourke abriu a cortina e olhou para fora. Era uma noite clara, a lua e as estrelas brilhando no céu. Rourke pode ver todo o quintal com apenas algumas poucas sombras invisíveis para ele. Ele não viu nada se movimentando. Sorrindo para si mesmo por ser paranóico, Rourke começou a deixar a cortina cair de volta no lugar quando viu o movimento perto de seu caminhão. Ele olhou mais perto, até um corpo começar a tomar forma. Alguém estava lá fora perto de seu caminhão. Xingando sob sua respiração, Rourke voltou através do quarto e enfiou os pés de volta em suas botas. Agarrando uma lanterna de sua cômoda, Rourke saiu correndo de seu quarto em direção à porta dos fundos. Ele não queria alarmar ninguém que ele estava chegando até que fosse tarde demais. Rourke se moveu devagar e silenciosamente. Ele sabia como fugir de casa sem ser ouvido. Ele havia feito isso muitas vezes enquanto crescia. Rourke saiu pela porta dos fundos e a fechou silenciosamente atrás dele. Ele se arrastou para baixo das escadas de trás, em seguida, se moveu para frente da casa. Na extremidade da casa, Rourke parou para se orientar. Ele podia distinguir a maior parte do quintal e até mesmo algumas das sombras. A sombra que ele tinha visto se movimentado perto de seu caminhão ainda estava lá, perto da entrada.

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Rourke correu pelo quintal em direção ao seu caminhão. Ele se achatou contra a lateral do caminhão e começou a se arrastar lentamente ao longo da lateral lado da cabine. Olhando pela janela do passageiro, Rourke podia ver alguém tentando colocar um pedaço de papel branco debaixo do limpador de pára-brisa. Ele simplesmente não conseguia distinguir quem era. Rourke se abaixou e contornou a frente de seu caminhão. Espiando pelo canto, Rourke observou que não era uma pessoa grande, mas bastante pequeno e magro. Por alguma razão, Rourke pensou imediatamente em Billy, mas isso não podia estar certo. Billy não tinha permissão de entrar na propriedade Blaecleah. Rourke se agachou e esperou até que a figura silenciosa ter colocado o papel no párabrisa. Quando a figura se virou e começou a se esgueirar para o outro lado do quintal, Rourke entrou em ação. Ele saltou e pulou em todo o espaço entre eles, levando a pequena figura para o chão. A luta foi intensa, a pessoa menor chutando e batendo em Rourke. No momento em que ele imobilizou o pequeno corpo no chão, Rourke tinha várias marcas de arranhão e escoriações e até mesmo algumas marcas de mordida. “Billy?” Rourke ficou surpreso quando deu uma boa olhada no rosto pálido e imundo debaixo dele. Ele esperava qualquer pessoa, menos Billy. “Que diabos você está fazendo aqui?” Rourke olhou para o veículo estacionado ao lado deles, franzindo a testa quando ele olhou para Billy. “O que você fez com meu caminhão, Billy?” Billy permaneceu silencioso, seu rosto cheio de revolta. “Maldição, Billy, me responda!” Rourke retrucou, dando ao homem uma pequena sacudida, mas Billy permaneceu em silêncio. Rourke revirou os olhos e se levantou. Ele arrastou Billy com ele. No momento em que Billy estava de pé, ele começou a lutar novamente, batendo e chutando Rourke. Rourke grunhiu quando Billy conseguiu mais do que um bom pontapé. Ele imobilizou Billy contra a lateral do caminhão e alcançou a traseira por uma corda. Não

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importou o quanto Billy lutou, em questão de momentos, Rourke teve as mãos e os pés do homem amarrados. Billy estava amarrado como um bezerro para ser marcado. Rourke pegou o bilhete de seu pára-brisa e a empurrou no bolso da calça jeans. Ele se abaixou e colocou seu ombro no estômago de Billy, levantando o homem no ar quando ele se levantou. Billy grunhiu. “Você causou isso para você mesmo, Billy.” Rourke esperou um momento, esperando que Billy falasse. Quando ele não o fez, Rourke balançou a cabeça e levou o homem para a casa. Ele sabia que entrar pela porta da frente iria acordar as pessoas. A porta da frente rangia. Em vez disso, Rourke carregou Billy de volta para a porta dos fundos e para dentro da casa. Ele não passou da mesa da sala de jantar antes uma voz o parar. “Que diabos é isso?” Rourke parou de caminhar, respirando profundamente antes de virar para olhar para seu irmão Seamus, que estava sentado na mesa da sala de jantar com um copo de leite e alguns biscoitos. “Billy Thornton.” “Billy Thornton?” Seamus gritou quando ele saltou para seus pés. “Ssshhh!” Rourke sussurrou severamente. “Você quer que Ma e Da ouça você?” “Que diabos você está fazendo com Billy Thornton?” Seamus sibilou. Rourke podia ver a raiva em seus olhos e sabia que ele não ia fugir com uma explicação simples. “Eu o peguei perto do meu caminhão.” “Então você o amarrou e o trouxe para dentro? Você enlouqueceu?” “Eu quero saber o que estava fazendo lá fora no meu caminhão.” Rourke estendeu a mão e bateu Billy na bunda. “E ele não está colaborando.” “Caramba, Rourke, você vai acabar matando todos nós. E se Clem descobrir?” Rourke começou a dizer a Seamus o que ele achava de suas palavras quando ele percebeu a agitação quase incontrolável de Billy. Começou a menção de seu irmão Clem. 127


Rourke ficou chocado e confuso. Ele teria pensado que Billy iria começar a tremer quando ele lhe deu um tapa na bunda. “Então, o que acontece se Clem descobrir?” Rourke perguntou. “Billy estava invadindo a nossa terra.” “Billy estava fazendo o que?” Merda! Rourke se voltou para ver Quaid de pé na porta da cozinha. Ele quase revirou os olhos. “Eu peguei Billy perto do meu caminhão. Eu o trouxe para dentro para que eu pudesse falar com ele e descobrir o que estava fazendo lá.” “E você tinha que amarrá-lo para fazer isso?” Rourke revirou os olhos neste momento, então, colocou Billy em cima da mesa da sala de jantar e começou a lhe desamarrar, primeiro seus pés, em seguida, suas mãos. No momento em que ele estava livre, Billy pulou fora da mesa, recuando até que ele bateu na parede. Os grandes olhos azuis de Billy dominavam seu rosto pálido e sujo. Rourke podia ver seu medo. Ele quase podia sentir o gosto no ar. Ele olhava freneticamente de homem para homem e para homem. Suas mãos tremiam enquanto ele as segurou em seu peito. Billy estava apavorado. Rourke sabia que ele teria que ir devagar se ele queria saber alguma coisa. Ele estendeu sua mão na frente dele, tentando acalmar Billy. “Ei, vamos lá, Billy, você nos conhece. Nenhum de nós jamais iria te machucar. Ma nos mataria se nós fizéssemos.” Rourke fez um sinal para os seus irmãos quando ele lentamente começou em direção ao homem assustado, apontando para eles irem a cada lado de Billy, enquanto ele ia pelo meio. Eles deixaram Billy sem saída. “Por que você não vem se sentar, Billy, e podemos falar sobre isso.” Billy balançou a cabeça, seus olhos ficando maiores a cada momento. Eles se encheram com mais terror do que Rourke achava que qualquer pessoa poderia conseguir dentro dele. Apenas quando Rourke pensou que ele podia alcançar e pegar Billy, o homem caiu de joelhos e engatinhou pelo chão. Antes de Rourke poder se virar, Billy estava debaixo da mesa da sala de 127


jantar, uma cadeira empurrada entre os dois. Rourke riu tanto em surpresa pela rapidez de Billy, como no pensamento de que Billy tinha conseguido passar por ele. Ele se agachou ao lado da mesa e olhou por baixo. Os profundos olhos azuis de Billy olharam para ele, cheio de apreensão. Rourke fez um gesto com a mão. “Vamos, Billy, saia daí.” Billy balançou a cabeça. “Billy.” Billy balançou a cabeça novamente. Rourke estava começando a perder a sua paciência com o homem. Este jogo estava ficando tedioso. Ele avançou, tentando alcançar Billy antes que ele fugisse, mas Billy foi mais rápido, correndo pelo chão de madeira até que ele estava fora de alcance mais uma vez. Ele se virou e olhou para Rourke. “Maldição, Billy, isso está ficando ridículo. Apenas saia daí.” Rourke rangeu os dentes quando Billy balançou a cabeça novamente até que ele percebeu Seamus um pouco atrás do ombro de Billy. Seu irmão estava se movendo lentamente em direção oposta a de Billy por trás. Rourke precisava distrair Billy. Ele se aproximou, observando corpo inteiro de Billy enrijecer como se estivesse se preparando para correr. “Billy, porque você colocou um bilhete em meu caminhão?” Rourke puxou o bilhete do seu bolso e ele a abriu. Ele ficou um pouco surpreso com as palavras e totalmente chocado com seu significado.

Cuidado com Clem. Ele pretende te fazer mal.

“Esse aviso é para mim, Billy?” Rourke perguntou enquanto segurava o bilhete. Billy concordou com a cabeça. “Por quê?” Billy deu de ombros, mas ele abaixou os olhos, então Rourke sabia que havia mais em sua resposta do que ele estava dando.

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“Você nunca tentou me avisar antes, Billy. Porque desta vez? Por que não quando Clem tentou incendiar o celeiro?” “Sinto muito.” Elas foram as primeiras palavras sussurradas saindo da boca de Billy desde que ele tinha fugido pela floresta no início do dia. Rourke pensou que ele podia finalmente conseguir alguma coisa do homem. “Vamos, Billy, sais daí para que possamos conversar. Eu prometo que ninguém aqui vai te machucar.” Billy mordeu o lábio, olhando Rourke atentamente, como se medindo as suas palavras por sua verdade. Ele começou a avançar quando Rourke viu Seamus o alcançar. “Não!” Rourke gritou, mas já era tarde demais. Seamus agarrou a perna de Billy e o puxou para fora de debaixo da mesa. Billy enlouqueceu, lutando como um louco. Rourke pulou e correu ao redor da mesa. Ele caiu de joelhos e tentou ajudar seus irmãos a segurar Billy no chão. Ele estava nervoso pela forma como Billy lutou ferozmente considerando que não nenhum som saiu de sua boca, nem mesmo um gemido. Havia algo de errado com isso, não era normal. Billy deveria estar gritando como louco com o quanto ele estava lutando. Isso enviou um arrepio na espinha de Rourke. Eles finalmente prenderam Billy ao chão, Rourke segurando as mãos para baixo. Seamus e Quaid segurando cada uma das pernas de Billy. Surpreendentemente, precisou de todos os três para continuar a segurar Billy. Ele era um lutador. “Santa mãe do inferno.” Seamus engasgou. “Rourke.” Rourke olhou para seu irmão, surpreso com os palavrões que saíram de sua boca, apenas para descobrir Seamus olhando para Billy. Rourke seguiu seu olhar para Billy. Seu sangue gelou no segundo que ele viu as escoriações inchadas e sangrando que tinham estado escondidas debaixo da camisa de Billy. As mãos de Rourke tremiam quando ele se abaixou e gentilmente levantou a camisa de Billy. Seu inalar rápido ecoou junto com os dos seus irmãos quando todos eles tiveram uma 127


olhada nos danos causados às costas de Billy. Alguém tinha batido tanto nele que suas costas pareciam ser uma grande ferida aberta. Longas marcas cortavam dos ombros de Billy até o final de suas costas e abaixo da beirada de suas calças. A parte de trás da camisa de Billy estava encharcada de sangue. Nem mesmo os braços de Billy tinham escapado à carnificina. Eles tinham profundas lacerações sangrando neles também. “Porra, Billy.” Rourke mal conseguia sussurrar as palavras quando uma raiva imensa o encheu. Ele teve uma inesperada necessidade profunda de matar alguém, arrancar membro a membro. Guerreava com a sua necessidade de segurar o corpo abusado de Billy e proteger o homem de tudo. “Quem fez isso com você?”

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Capítulo Três Billy estremeceu, a dor explodindo através de seu corpo quando o dedo de alguém tocou gentilmente um dos cortes em suas costas. Até mesmo o menor contato doía. O corpo inteiro de Billy estava ferido. Clem realmente tinha feito um bom trabalho nele. Não foi a primeira surra que ele havia recebido das mãos de seu irmão mais velho, e Billy duvidava que fosse a última. Clem poderia ser muito cruel quando ele estava com raiva, e no momento, Clem estava furioso. De alguma forma, Clem tinha visto ele e Rourke se beijando. Provavelmente não teria sido tão ruim se apenas Rourke o tivesse beijado, mas Billy tinha beijado Rourke também, e que o tornava pecador aos olhos de Clem, isso era inaceitável para seu irmão. Billy tinha que pagar por suas ações, e Clem garantiu que ele pagasse. As chicotadas tinham sido fortes, mas Clem não parou por aí. Após chicotear Billy até que ele era uma confusão sangrenta, Clem começou a bater em Billy com seus punhos e pés, chutando e batendo até que ele perdeu a consciência. Clem tinha ido embora quando Billy acordou. Billy tinha rastejado para a margem do riacho e se limpado o melhor que pode. Ele tinha certeza que ele tinha pelo menos duas costelas quebradas, se não algumas quebradas. Ele já tinha cuspido um dente. “Seamus, vá buscar Ma e Da.” Billy apertou os lábios para não gemer quando ouviu Seamus se levantar e correr para fora da sala. Ele só queria se enrolar em algum buraco escuro e se curar como ele normalmente fazia. Ele não queria que a Sra. Blaecleah viesse e visse o que Clem tinha feito com ele. Clem sempre jurou que ele o mataria se Billy alguma vez contasse alguma coisa para alguém. Billy sabia que ele faria. Ele tinha experiência suficiente com o temperamento de seu irmão para saber que Clem estava falando sério nas ameaças que ele fazia. “Billy,” Rourke perguntou baixinho: “algo está quebrado?”

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Billy não tinha ideia. Ele apenas deu de ombros e estremeceu quando dor explodiu através de suas costas. “Ok, vamos soltar você e você pode girar.” Rourke tocou suavemente no ombro de Billy. “Por favor, não corra. Eu não quero que você tenha mais danos do que já foi feito.” Billy prendeu a respiração quando ele foi gentilmente rolado de costas. Cada movimento machucava, e ele não conseguia segurar o pequeno grito em sua garganta de se libertar. Billy achava que ele ficaria deitado de costas no chão ou pelo menos colocado em uma cadeira. Ele ficou surpreso quando os braços de Rourke o envolveram e ele foi levantado, Rourke segurou Billy em seu colo. “Eu sinto muito, Billy,” Rourke sussurrou contra o topo de sua cabeça. “Isso nunca deveria ter acontecido com você.” Billy simplesmente não tinha nada a dizer sobre isso. Ele não entendia exatamente por que Rourke estava tão chateado. Billy tinha sido espancado antes, sem duvida jamais tão ruim, mas isso não muda o fato de que isso provavelmente iria acontecer novamente. “Me diga quem fez isso, Billy,” Rourke disse. “Vou me certificar que isso nunca aconteça novamente.” Billy emitiu apenas um pequeno som de desdém. Ele não acreditava em Rourke. Não importa o que Rourke prometesse, Billy teria que ir para casa em algum momento, e então Clem iria bater nele novamente. Talvez fosse melhor se ele apenas saísse agora antes mais que danos pudessem ser feitos. Billy tinha feito o que ele veio fazer. Ele tinha avisado Rourke. Ele precisava sair antes que Clem descobrisse que ele estava aqui. Ele poderia não sobreviver à surra que ele receberia se isso acontecesse. Billy tentou se sentar, se afastar de Rourke, mas os braços do homem como eram as faixas de aço ao redor dele. “Por favor,” sussurrou Billy desesperadamente, “Eu preciso ir antes que Clem descubra.” “Clem?” os braços de Rourke se apertaram em torno de Billy. “Billy, Clem fez isso para você?”

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Billy fechou os olhos, desejando que ele tivesse mantido sua boca fechada. Ele sabia que ele não deveria falar. Isso sempre o colocou em problemas. “Billy, me responda,” Rourke exigiu tão duramente que Billy se encolheu. “Clem fez isso para você?” “Rourke,” chegou outra voz, uma voz severa, “não se atreva a falar com esse menino assim.” Billy abriu os olhos e olhou para outro lado da sala para ver a Sra. Blaecleah de pé na porta, seu marido logo atrás dela. Ele gemeu e virou a cabeça, enterrando-a no peito de Rourke. As coisas simplesmente continuavam ficando melhores. “Agora, eu quero saber o que está acontecendo aqui.” “Alguém bateu em Billy, Ma,” disse Rourke. “Bem, maldição, é melhor não ter sido um de vocês.” “Não, senhora,” os três irmãos responderam após um momento de silêncio. Billy usou a distração momentânea de Rourke com o palavrão de sua Ma para se empurrar para longe do homem. Rourke tentou agarrá-lo, mas Billy foi mais rápido, deslizando pelo chão até que ele pudesse se levantar. “Billy!” Billy não era estúpido. Se Rourke o segurasse novamente, ele nunca ficaria livre. “Billy,” a Sra. Blaecleah disse suavemente, apertando suas mãos calmamente na frente dela, “ninguém nesta casa vai machucá-lo. Você tem a minha palavra. Você está perfeitamente seguro aqui.” Billy queria desesperadamente acreditar na Sra. Blaecleah, ela parecia tão sincera. Ele só não sabia se devia. “Eu tenho que ir antes que Clem descubra que estou aqui. Eu só queria avisar Rourke que Clem está vindo para ele.” “Seu irmão está vindo aqui?” Billy encolheu os ombros.

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Ele não sabia o que Clem tinha planejado, mas seu irmão tinha gritado com ele o suficiente sobre o que ele queria fazer com Rourke que Billy tinha uma boa ideia. Clem queria Rourke morto. “Rapazes, eu quero que vocês saiam e verifiquem se o rancho está seguro,” o Sr. Blaecleah disse por trás de sua esposa. “Rourke, você corre para a casa de Lachlan e o avise e a Asa para ficarem atentos para qualquer coisa suspeita.” Seamus e Quaid correram fora da sala como ordenou seu Da. Um momento depois, a porta da frente se fechou. Rourke apenas ficou ali olhando através da sala para Billy. Ele não parecia estar com pressa para sair. “Rourke, você me ouviu?” “Sim, senhor.” “Então, vá.” Billy observou Rourke sair lentamente da sala. Ele podia sentir os olhos do homem nele até ele desaparecer de vista. Um momento depois, a porta da frente se abriu, em seguida, se fechou. “Posso ir agora?” “Billy, você pode sair a hora que quiser. Você não é um prisioneiro aqui, mas eu queria que você ficasse. Eu gostaria de dar uma olhada em seus ferimentos e te limpar um pouco.” A Sra. Blaecleah sorriu. “Eu posso até mesmo lhe oferecer algo para comer. Temos um monte de sobras do casamento.” “Foi um casamento realmente agradável, Sra. Blaecleah. Lachlan e Asa pareciam muito felizes.” “Você...” a Sra. Blaecleah olhou por cima do ombro para seu marido por um momento e depois de volta a Billy, “assistiu o casamento?” Billy sentiu seu rosto empalidecer quando ele percebeu o que ele disse. Ele realmente precisava aprender a manter sua boca fechada. “Eu meio que assisti de floresta entre nossas fazendas, mas eu não fiz nada, eu juro. Eu só assisti.” “Eu nunca disse que você fez, Billy.” 127


“Sinto muito.” “Você não tem nada para se desculpar, Billy.” a Sra. Blaecleah apontou para uma das cadeiras da sala de jantar. “Por que você não se senta? Eu posso dar uma olhada em suas costas enquanto Da te faz um pouco de chá. Vai fazer você se sentir melhor.” Billy não sabia o que fazer. Ele não queria ofender a Sra. Blaecleah, mas ele estava nervoso sobre ficar, também. Quanto mais tempo ele ficava, mais chances de Clem descobrir que ele estava aqui. “Eu preciso ir.” “Eu entendo isso, Billy, mas eu sentiria muito melhor se você me deixar olhar suas costas primeiro.” Billy sabia que não havia maneira de sair disso. A Sra. Blaecleah ia conseguir o que queria, quer ele gostasse ou não. Além disso, quanto mais rápido a mulher o olhasse, mais rápido ele podia ir embora. Billy se aproximou e sentou em uma das cadeiras. Ele cruzou os braços sobre o encosto e descansou a cabeça sobre eles, esperando. “Donnell, pode pegar meu kit médico?” Billy estremeceu quando alguém acendeu a luz na sala. Ele ouviu uma inspiração suave atrás dele e se virou para ver a Sra. Blaecleah olhando para suas costas. “Não está tão ruim,” ele se apressou em lhe assegurar. “Isso vai curar em poucos dias.” “Billy, quantas vezes você apanhou?” Billy se virou, seu rosto subitamente quente quando viu o Sr. Blaecleah de pé logo após a porta da sala de jantar, olhando para suas costas. “Algumas vezes.” “Você pode tirar sua camisa?” Billy concordou com a cabeça estendeu a mão para agarrar a bainha de sua camisa de algodão. Ele assobiou de dor quando ele levantou os braços sobre os ombros, em seguida, puxou a camisa sobre a cabeça. Billy teve o cuidado de dobrar a camisa e colocá-la em seu colo, não na mesa da Sra. Blaecleah. Ele não queria deixar uma bagunça. “Isso pode doer um pouco, Billy.” Billy se preparou, embora ele não soubesse de muitas outras coisas que poderia machucar mais depois da surra de Clem. Ainda assim, ele inalou bruscamente e estremeceu 127


quando água quente foi derramada em suas costas. Ele agarrou a parte de trás do assento duro de madeira para não gritar. “Me desculpe, Billy,” a Sra. Blaecleah disse. “Eu sei que isso deve doer como o diabo. Eu estou apenas tentando tirar todo o sangue para que eu possa ver o que estamos lidando aqui.” “Eu fui chicoteado.” “Chicoteado?” Billy conseguia ouvir o horror na voz da Sra. Blaecleah e se encolheu. Ele não deveria ter dito isso. Ele bateu com a mão sobre sua boca para não dizer mais nada. Ele apenas cavava para ele um buraco maior cada vez que ele fazia. A Sra. Blaecleah deve ter se sentido seu pânico, porque ela não disse mais nada ou fez mais perguntas. Ela apenas limpou as costas de Billy, colocou algum tipo de pomada, e depois enrolou uma atadura ao redor do peito de Billy. Alguns minutos depois, o Sr. Blaecleah voltou para a sala carregando uma camisa limpa e uma xícara de chá quente. Ele colocou os dois sobre a mesa na frente de Billy antes de se inclinar para baixo para mais perto dele. “Você pode querer colocar uma camisa limpa, se não você vai chatear Ma.” Billy concordou com a cabeça e puxou a camisa sobre a cabeça o mais rápido que pôde. Ele pegou a xícara de chá e tomou um gole hesitante, gemendo quando o doce sabor da camomila atravessou sua língua. Tinha um gosto muito bom. “Obrigado, Sra. Blaecleah.” “Você é mais que bem-vindo, Billy,” ela disse enquanto se sentava em frente a ele. “Billy?” Billy se virou para olhar para o Sr. Blaecleah. “Sim, senhor?” “Eu sei que isso é difícil para você falar, mas você pode me dizer o que aconteceu?” o Sr. Blaecleah perguntou. Ele fez um pequeno gesto com a mão para as costas de Billy. “Quem espancou você?”

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Billy engoliu em seco e colocou sua xícara sobre a mesa. Suas mãos tremiam, e ele estava com medo de derrubar a xícara, e isso não iria causar uma grande impressão na Sra. Blaecleah? “Clem.” “Por que seu irmão bateu em você?” Billy começou a mexer na toalha branca que cobria a mesa, desenhando pequenos círculos com o dedo. “Ele ficou bravo porque eu assisti o casamento.” “Billy, você sabe que poderia ter vindo para o casamento se você quisesse,” disse a Sra. Blaecleah. “Tudo o que tinha a fazer era pedir.” “Não, Clem não teria gostado disso.” Billy respirou fundo, ainda que fizesse seu peito e costas doerem, então, soltou lentamente. “Clem não gosta que eu venha aqui. Ele fica irritado toda vez que ele descobre que eu estive aqui.” “Você vem sempre aqui, Billy?” “Não muitas vezes, não, mas às vezes eu preciso ter certeza que todos estão bem.” Billy franziu a testa enquanto tentava colocar seus pensamentos em palavras que eles pudessem entender. “Clem fica realmente irritado algumas vezes, e eu tenho medo de que ele poderia fazer. E eu apenas queria saber que ele não feriu nenhum de vocês.” Quando o silêncio na sala se tornou tão carregado que Billy mal podia respirar, ele olhou para cima para ver o Sr. e a Sra. Blaecleah olhando para ele. “Eu nunca entrei na propriedade. Eu não invadi. Eu apenas cheguei ao limite das árvores.” “Você é mais que bem-vindo para nos visitar sempre que desejar, Billy.” “Obrigado, Sra. Blaecleah, mas eu não acho que vou voltar mais. Isso só deixa Clem irritado e...” Billy de repente se lembrou do que tinha acontecido na floresta com Rourke, como o homem o tinha humilhado. Ele abaixou as mãos debaixo da mesa para seu colo e as apertou,

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cavando as unhas na palma de suas mãos para lhe dar outra coisa para pensar. “Eu acho que é melhor se eu ficar longe.” “Billy, você sabe alguma coisa sobre o incêndio do celeiro?” “Sinto muito sobre isso, Sr. Blaecleah. Eu tentei parar Clem, mas ele fica tão furioso. Eu ia vir avisá-lo, mas Clem me trancou na adega para que eu não pudesse dizer. Eu me sinto muito mal pelo que aconteceu com Lachlan e Asa. Eu nunca quis que eles se machucassem.” “Você e Clem não tiveram em uma briga com Asa?” a Sra. Blaecleah perguntou. “Você dois não tentaram bater nele?” Billy sentiu seu rosto corar e olhou para sua xícara de chá. “Não foi nada. Clem viu Asa no café na cidade. Betty estava dando em cima dele e ele não fez nada. Clem disse que ele era uma bicha—” “Billy, não usamos essa palavra por aqui,” a Sra. Blaecleah disse severamente. “Não, senhora. Desculpe, senhora.” “Apenas não a use novamente.” Ela acenou com a mão como se descartando o uso de Billy de uma palavra ela não podia aceitar. “Agora, vamos, você estava contando porque você tentou bater em Asa.” “Eu não estava exatamente tentando bater em Asa. Você apenas não diz não para Clem, quando ele tem os dentes em alguma coisa. Ele realmente tem uma coisa contra bich—” Billy corou novamente. “Quero dizer, pessoas homossexuais. Ele disse que Asa era gay e precisava aprender uma lição para ele sair da cidade e nunca mais voltar.” “E quando Lachlan e Asa foram para a cidade? Você tem alguma coisa a ver com isso?” “Você quer dizer antes que eles ficaram noivos?” Billy negou com a cabeça. “Não, Clem ficou bravo comigo porque eu deixei Lachlan nos afugentar quando ele estava batendo em Asa. Eu ainda estava em casa me recuperando. Clem não me deixa sair depois que ele perde a paciência. Ele não gosta de pessoas olhando para mim, diz que as pessoas podem não entender.” “Eu diria que ele está certo, Billy,” disse o Sr. Blaecleah. “O Clem está fazendo com você é errado. Você precisa informar isso ao Xerife Riley.” 127


“Por que ele deveria acreditar em mim? O antigo xerife não acreditou.” Billy riu. “Eu sou um Thornton. Eu acho que isso diz tudo.” “Você já relatou isso ao xerife?” “Eu relatei uma vez para Xerife Miller após Clem quebrar meu braço. Mas Clem estava realmente irritado naquela época. Ele não queria quebrar o meu braço. Ele não costuma ficar tão bravo.” “E esta noite? Ele estava realmente irritado hoje à noite?” Billy deu de ombros. Ele não ia dizer para o Sr. e a Sra. Blaecleah que Clem o pegou beijando o filho deles. Isso poderia colocá-lo em um problema mais profundo do que ele já estava. Billy olhou para outro lado da sala, em seguida, na direção da frente da casa. Ele precisava ir. Ele ficou de pé, estremecendo quando seus músculos doloridos se esticaram. Ele pegou sua xícara e a levou até a cozinha, lavando-a antes de colocá-la no escorredor de louça. Respirando profundamente por coragem, Billy voltou para a sala de jantar. “Eu quero agradecer a vocês por tudo, mas é realmente hora de eu ir. Clem logo vai perceber que eu não estou, e ele vai ficar realmente irritado se ele tiver que me procurar.” “Billy, você é bem-vindo para ficar aqui,” disse a Sra. Blaecleah. Billy sacudiu sua cabeça. “Não, eu não poderia fazer isso.” Ele riu um pouco só de pensar nisso. “Isso deixaria Clem extremamente irritado.” “Billy, o que Clem está fazendo para você é errado. Ninguém tem o direito de te espancar. Você já considerou que você precisa ficar longe de Clem?” “E ir para onde?” Billy perguntou. “Todo mundo na cidade me odeia, odeia minha família. Não tem ninguém que me aceitaria, e eu não tenho nenhuma qualificação profissional. Eu nem mesmo terminei o ensino médio. Ninguém iria me contratar ainda que eu quisesse.” “Você pode ficar aqui, Billy,” o Sr. Blaecleah insistiu, “trabalhar no rancho.” Essa era a imagem de paraíso para Billy, e era algo que ele não poderia ter. Não apenas ele teria sua bunda chutada em todos os lugares, mas levaria a raiva de Clem desabando sobre a família Blaecleah, e Billy não podia deixar isso acontecer. “Agradeço a oferta, Sra. Blaecleah, mas é melhor eu ir para casa.” 127


“Nossa porta estará sempre aberta para você, Billy.” “Obrigado.” Billy tentou dar a Sra. Blaecleah um largo sorriso, mas ele sentiu como se estivesse caminhando para sua condenação quando ele saiu da sala. De alguma forma ele sabia que Clem iria descobrir ele esteve aqui e todo o inferno iria escapar. Mas ele não podia ficar. Rourke estava aqui, e ele era ainda mais perigoso do que Clem. Billy espiou pela porta da frente antes de abri-la e sair. Ele não queria topar com qualquer um dos irmãos Blaecleah. Ele se apressou a descer os degraus, em seguida, caminhou em linha reta através do campo que separava a casa principal da floresta. Demorou um pouco mais do que o habitual para Billy chegar à floresta. Ele não estava se movendo tão rápido como costumava fazer. Suas costelas doíam, suas costas doíam, inferno, tudo doía. Billy só queria encontrar um lugar quente e escuro para se enroscar e dormir. Mas primeiro, ele precisava pegar algo. Billy se encaminhou para a pequena enseada de árvores onde Rourke o tinha confrontado no início do dia. Ele prendeu a respiração quando ele andou ao redor de uma das árvores, soltando-a apenas quando ele avistou os dois pedaços rasgados da foto de Rourke no chão. Billy correu e as pegou. Ele foi estúpido por rasgar a foto, e ele estava pagando por essa estupidez. Nem mesmo fita adesiva lhe daria de volta a foto que ele tinha antes, mas seria melhor do que nada. “Billy.” Billy gritou e se virou, empurrando os pedaços da foto atrás das costas. Ele não achava que seu coração começaria a bater novamente até que ele descobriu que o homem saindo da sombra das árvores não era Clem. “Rourke,” ele sussurrou. “Você não vai voltar para lá, Billy.”

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Capítulo Quatro A raiva que tinha tomado Rourke quando ele descobriu o que tinha sido feito para Billy não queria ir embora. Ele apenas continuava vendo as marcas do chicote nas costas do homem, vendo o medo nos olhos de Billy. Rourke, bem como todos os outros, sempre tinha pensado que Billy fazia as coisas que ele fazia porque ele queria. Foi só depois de ver as lesões de Billy que ele começou a pensar que talvez Billy fizesse porque ele não tinha escolha. E ele tinha vergonha de si mesmo por não ver isso antes. Talvez ele pudesse ter evitado Billy de experimentar um pouco do inferno que ele passou se ele apenas tivesse olhado para além das maneiras infratoras de Billy para o homem debaixo do comportamento. “Eu não posso deixar Clem te machucar mais, Billy.” “Oh, Rourke, ele... ele não vai me machucar se eu me comportar.” “Se comportar?” Rourke retrucou, a raiva se renovando dentro dele em um instante. “Se comportar como? Espancando pessoas? Roubando? Sendo preso? É assim que seu irmão quer que você se comporte?” Rourke não perdeu o fato de que Billy pareceu se encolher e tipo se dobrar em si mesmo quando ele deu um passo à frente. Billy estava apavorado com ele, e Rourke não poderia nem mesmo começar a pensar em como isso o fazia se sentir. Ele precisava primeiro convencer Billy a não voltar para casa e então ele poderia lidar com a dor no peito que o medo de Billy por ele criou. “Olhe, Billy,” Rourke disse, abaixando sua voz, “eu sei que você está com medo. Eu sei que algumas coisas horríveis aconteceram a você, mas eu prometo, se você vir para casa comigo, nada de ruim vai acontecer com você. Eu vou manter você a salvo.” “Você?” Billy rosnou, as sobrancelhas quase se encostando ao seu couro cabeludo. “Você é a causa de tudo isso. Clem não teria me batido tanto se você não tivesse me beijado.”

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“O quê?” “Clem nos viu. Ele viu você me beijando.” Billy engoliu seco. “Ele... ele me viu te beijando de volta.” “Ele tentou te matar porque nós beijamos?” “Ele... Clem não tentou me matar.” Billy trouxe suas mãos em frente dele. Seus dedos começaram a remexer com pedaços rasgados de papel em suas mãos. “Ele estava apenas irritado. Ele não quer que eu seja uma bich—” Billy fechou sua boca. “Você quer dizer que ele não quer que você seja gay.” Billy concordou com a cabeça. “Você é gay, Billy?” Billy deu de ombros. “Eu não sei.” Rourke quase engoliu a língua para o rubor suave que cobriu o rosto de Billy. Ele se moveu alguns passos mais perto, olhando para os pedaços de papel que Billy segurava firmemente em suas mãos. Ele se lembrou da foto que Billy tinha rasgado em duas e se perguntou por que parecia significar tanto para o homem. “Eu sou gay, Billy,” ele disse. “Não é algo que você precisa se envergonhar.” “Clem diz que é errado.” “Clem é um idiota, Billy, e um valentão. Ele usa seu tamanho e força para intimidar as pessoas e as machucar. Olhe o que ele fez para você.” Rourke continuou a dar um passo de cada vez na direção de Billy até ele ficar ao alcance do braço do homem. Ele ficou exultante quando Billy não se encolheu ou correu. Ainda assim, ele podia ver o ligeiro tremor nas mãos de Billy e sabia que o homem estava apavorado com ele. Rourke manteve um olhar atento sobre Billy quando ele se abaixou no chão e cruzou as pernas na frente dele. Ele fez um gesto para Billy para acompanhá-lo e ficou surpreendido quando o homem realmente fez. Billy ainda segurava os pedaços rasgados da foto em suas mãos, quase como se ele não pudesse ficar separado deles. “Billy, me escute, por favor,” Rourke começou quando Billy se sentou, “o que Clem fez, o que ele diz, é errado. Não há nada de pecaminoso em ser gay. Basta olhar para Lachlan e Asa. 127


Eles quase não têm nada em comum, e eles estão delirantemente felizes juntos. Nós não escolhemos por quem nos apaixonamos ou por quem estamos atraídos. Simplesmente acontece.” “E você?” “Eu o quê?” “Você tem alguém que você ama?” “Espero um dia.” Se ele pudesse convencer Billy em ficar. “Oh,” Billy sussurrou baixinho, então voltou a olhar para a foto que ele segurava na mão, encaixando distraidamente os pedaços juntos várias vezes como se pudesse juntá-los novamente apenas olhando para eles. Rourke estava um pouco confuso pela reação de Billy, especialmente quando ele de repente se levantou e empurrou os pedaços rasgados da foto em seu bolso. “Billy?” A testa de Billy se enrugou quando ele franziu as sobrancelhas, olhando para qualquer lugar, exceto em Rourke. “Espero que você também encontre alguém para amar um dia, Rourke. Você merece ser feliz.” “E você, Billy?” Rourke perguntou quando ele se levantou. “Você não merece ser feliz?” O sorriso de Billy era triste. “Acho que todo mundo merece ser feliz.” “Talvez você encontre alguém para se apaixonar por um dia.” Rourke tentou ser encorajador até mesmo quando uma possessividade estranha veio sobre ele com a ideia de Billy se apaixonando por um estranho. Os olhos de Billy piscaram até de Rourke. Havia uma espécie de tristeza angustiante em suas profundezas azuis que fez o coração de Rourke doer. Ele sentiu um impulso irresistível de tomar Billy em seus braços e protegê-lo de todos os horrores do mundo. “Eu preciso ir.” Rourke teve uma sensação de déjà vu quando Billy começou a se afastar dele. “Foi bom falar com você, Rourke. Talvez possamos faz isso novamente algum dia. Por favor, agradeça a seus pais por mim.” “Billy, espere, aonde você vai?” 127


“Para casa,” Billy disse, como se fosse perfeitamente claro para onde ele estava indo. “Billy, você não pode ir para casa.” “Eu preciso. Eu não tenho outro lugar para ir.” Rourke acenou com a mão para trás, para sua fazenda. “Venha para casa comigo.” Billy tragou baixinho como se ele estivesse tentando engolir um soluço. “Eu não posso.” “Billy.” Rourke se aproximou, envolvendo sua mão suavemente em torno do braço de Billy. “Você tem mais de dezoito anos. Você pode fazer o que quiser.” Lágrimas encheram os olhos azuis de Billy quando ele piscou para Rourke. “Por favor, Billy? Apenas até que você ficar curado.” Rourke estava desesperado. Ele teria prometido qualquer coisa a Billy para manter o homem longe de Clem. “Deixe-me cuidar de você até que você possa cuidar de si mesmo.” “Eu não sei,” sussurrou Billy. “Clem ficará realmente louco.” “Deixe-me cuidar de Clem.” Rourke passou o braço em volta do ombro de Billy e o puxou para a casa. Ele sentiu apenas um segundo de resistência antes de Billy ceder e começar a caminhar ao lado dele, mesmo que ele estivesse andando um pouco lento. “Eu realmente não deveria.” “Sim, você deve.” Rourke mal se continha de rosnar as palavras. Rourke estava irritado com a fácil aceitação de Billy por Clem bater nele. O homem quase parecia pensar que ele merecia. Ninguém merecia o que Clem tinha feito, exceto, talvez, Clem. Billy ficou em silêncio enquanto eles caminhavam por entre as árvores, mas pelo menos ele não estava tentando correr em outra direção. Isso tinha que significar alguma coisa. Rourke começou a pensar sobre como ele iria contar a seus pais que Billy iria ficar com eles. Então seus pensamentos se voltaram para onde Billy iria ficar. Rourke se irritou com a ideia de Billy ficar em qualquer lugar, exceto com ele. Ele não queria que nenhum de seus irmãos ficasse muito perto de Billy, e isso confundiu o inferno nele. Ele nunca tinha se sentido assim sobre Billy, ou qualquer outra pessoa, aliás. Esse era Billy Thornton. Ele era um encrenqueiro bem conhecido.

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Ele tinha mais problemas com a lei do que Rourke podia contar. Tinha pessoas na cidade que atravessaram a calçada para fugir de Billy. Ele foi banido dos estabelecimentos comerciais. Como ele podia se sentir protetor com esse tipo de homem? A necessidade de tratar Billy com delicadeza era quase irresistível. A possessividade súbita que Rourke sentia era quase tão confusa. A simples ideia de alguém tocando em Billy fazia os dentes de Rourke doerem. “Billy, eu não quero mais que Clem bata em você. Se ele tentar te machucar, eu quero que você venha a mim, e eu vou garantir que isso pare, entendeu?” Billy olhou para cima, uma expressão zombeteira em seu rosto, mas ele concordou. “Eu não sei o que você pode fazer. Meus pais não se importam com o que acontece comigo. Clem é meu irmão. Ele é tudo que eu tenho.” “Não mais. Agora você tem a família Blaecleah para chamar de sua.” Rourke agarrou Billy quando ele tropeçou, pensando que o homem poderia estar pior do que pensava inicialmente. “Billy, você está bem?” “Rourke, você não pode me dar sua família.” “Eu posso, e eu dou.” Rourke sorriu pela expressão chocada de Billy. Ele girou Billy até que eles estivam peito a peito e segurou a lateral do rosto de Billy. “Minha família vai adorar se você lhes der a oportunidade.” Rourke acariciou seu polegar suavemente sobre o lado do rosto machucado de Billy, tentando encontrar um único local no homem que não estava espancado. Ele não estava tendo muita sorte. “Seu pobre rosto.” “Não está tão ruim,” Billy sussurrou. Rourke quase rosnou. “Deixe-me adivinhar, você teve pior.” “Sim.” Rourke ficou surpreso com a pequena risadinha que saiu da boca de Billy. Ele teria pensado que Billy estaria chateado, mas o homem parecia aceitar o que Clem fez com ele. Rourke simplesmente não entendia isso.

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“Billy, por que você deixou Clem fazer isso com você?” as sobrancelhas de Billy se enrugaram, e Rourke percebeu que tinha se expressado errado. “Não, isso é não o que eu quis dizer, Billy. Nada disso é culpa sua. Ninguém tem o direito de machucá-lo, nunca. Eu só não entendo por que você ainda não tentou procurar ajuda até agora.” “Quem poderia me ajudar?” O coração de Rourke rachou com a sinceridade que ele ouviu nas palavras de Billy. O homem realmente acreditava no que dizia. Rourke passou os braços em torno de Billy e o puxou perto de seu peito. “Eu vou ajudá-lo, Billy.” “Por que você quer me ajudar?” “Porque você é especial, Billy.” Rourke se inclinou para trás para olhar para o rosto de Billy. Ele ficou impressionado com a confusão no rosto de Billy. Rourke acariciou seu polegar sobre o rosto de Billy novamente enquanto ele respirava fundo. “E eu acho que estou apenas começando a perceber isso.” Rourke não tinha nenhuma ideia do que o possuía, considerando o que aconteceu da última vez que ele beijou Billy, mas ele não conseguiu evitar se inclinar para baixo e pressionar seus lábios contra os de Billy. Parecia apenas certo. Ele não sabia se o pequeno tremor que percorreu o corpo de Billy veio de medo ou desejo. Rourke esperava desejo e pensou que ele poderia estar certo quando Billy se inclinou para ele e choramingou. Tinha algo diferente sobre beijar Billy do que qualquer outro homem. Rourke não conseguia descobrir o que era, e ele se perguntou se isso era mesmo importante. Ele somente sabia que ele adorava. Ele podia beijar Billy por horas. O homem tinha gosto de céu e se jogou em cada beijo como se ele precisasse da sensação dos lábios de Rourke pressionados contra os seus mais do que ele precisava de ar. Rourke estava tão absorto em beijar Billy que ele levou um minuto para registrar o fato de que Billy estava o empurrando. Rourke imediatamente abaixou as mãos e deixou Billy se afastar dele. Ele não ia forçar Billy. “Billy?” 127


“Eu não posso...” Billy lambeu os lábios e olhou ao redor freneticamente. “Eu não posso fazer isso.” “Billy, eu nunca iria forçá-lo a fazer qualquer coisa que você não queria fazer.” Por mais que ele lamentasse não poder mais beijar Billy, Rourke sabia que o forçando a fazer qualquer coisa poderia causar mais mal do que bem. “Se você não quer me beijar, você não precisa.” “Não é isso, eu só...” Billy apertou as mãos, segurando-as contra o peito. “Eu deveria ir, sabe?” Rourke cerrou os punhos. “Billy, eu pensei que nós conversamos sobre isso. Você vai ficar comigo até que você esteja melhor, lembra?” “Sim, mas...” O rosto de Billy torceu como se estivesse com dor. “Eu não posso...” Billy encolheu os ombros e começou a olhar em volta novamente. “Eu não posso ser uma piada para você.” “Billy, eu nunca o vi como uma piada.” “Não?” Os profundos olhos azuis de Billy subitamente se fixaram em Rourke. “Eu sempre fui uma piada para todos. Eu sou Billy Thornton. Eu sei o que isso significa. Eu sei como as pessoas me vêem e o que elas pensam de mim. Você nunca foi diferente.” Rourke enrijeceu, momentaneamente envergonhado. Billy estava certo. Ele tinha tratado o homem assim como todos os outros em Cade Creek fizeram, com desprezo e desdém. Antes do casamento e o primeiro beijo, Rourke nunca tinha olhado para Billy como outra coisa senão um encrenqueiro. Ele esperava mudar isso agora. “Você está certo, Billy,” Rourke lamentavelmente admitiu. “Eu nunca parei para olhar além suas ações para o homem que você realmente é. Você tem todo o direito de ficar chateado comigo e com todos os outros de Cade Creek. Nós certamente não tentamos conhecê-lo melhor, mas eu gostaria de mudar isso agora.” “Por quê?” as sobrancelhas de Billy se juntaram. Confusão encheu seus olhos azuis. “Você nem mesmo gosta de mim.”

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Rourke riu enquanto olhava a forma esguia de Billy de cima e para baixo. Até mesmo machucado e surrado, Billy era adorável que beirava ao sexy. Rourke simplesmente não entendia por que ele não tinha visto isso antes. Talvez ele não estivesse olhando. “Eu gosto de você, Billy.” “Não, você não gosta.” Rourke podia ouvir a certeza completa na voz de Billy. Ele realmente acreditava no que dizia. Rourke sabia que tinha um longo caminho pela frente para convencer Billy diferentemente. Ele estendeu a mão e puxou Billy de volta contra ele, sorrindo quando ouviu a voz de Billy ficar presa. “Eu não tinha beijado você antes, Billy.” Rourke aproveitou a oportunidade e deu um beijo nos lábios de Billy, nada profundo, apenas um rápido roçar de seus lábios. “Eu beijei agora, Billy, e gostaria de beijar novamente. Eu gostaria de conhecer o homem que você realmente é.” “Eu não posso te deixar.” A mão de Billy tremia quando ele a colocou no peito de Rourke. “Você poderia me destruir.” Rourke fez uma careta, não gostando da forma como Billy expressou suas palavras. “Billy, eu nunca faria nada para machucar você.” O riso de Billy não foi bonito. Não tinha até mesmo a cadência cheia de alegria que Rourke esperaria de alguém rindo. Alarme e raiva ondularam ao longo da espinha de Rourke. Ele não gostou de ser comparado com os outros que machucaram Billy. Ele não gostou do sentimento que isso lhe deu também, especialmente sabendo que era assim que Billy o via. “Billy.” Os olhos de Billy estavam selvagens, a cor azul neles crescendo até que o branco tinha quase desaparecido. Ele cobriu a boca com a mão quando sua risada tomou um tom histérico. Ele começou a recuar. Rourke deu um passo em direção a Billy, só para parar subitamente quando Billy começou a sacudir a cabeça. “Billy, eu não sou Clem.” “Não, você é pior.” 127


Capítulo Cinco Billy sentiu um tremor de humilhação fluir através dele quando ele foi incapaz de evitar as que suas palavras escapassem de sua boca. Rourke parecia confuso, e Billy sabia que o homem não tinha ideia que ele estava falando. Rourke não entendia quanto poder ele tinha ou quão devastadora seria sua rejeição. Billy sabia no fundo seu coração que Rourke nunca iria querer ele, não do jeito que Billy queria Rourke. A fantasia que ele havia construído em sua cabeça era apenas isso, uma fantasia. Rourke poderia querer brincar um pouco, mas nunca significaria tanto para ele como significava para Billy. E no final, Billy apenas ficaria com suas memórias e um coração quebrado. Talvez Rourke estivesse certo. Talvez fosse hora de ele começar a se proteger. E ele precisava começar com Rourke. “Eu estou indo, Rourke.” Billy ficou surpreso com a confiança que ele podia ouvir em sua própria voz. A dor apertou seu coração. Ele queria muito ficar, mas Rourke poderia machucá-lo muito mais do que Clem já fez. “Billy, fique, por favor.” Billy tentou engolir o caroço em sua garganta. Ansiava por ficar, para acreditar nas promessas fervendo nos olhos de Rourke. Mas ele sabia que eram mentiras. Rourke era como todos os outros, prometendo coisas para conseguir que Billy fizesse o que eles queriam. Ele realmente não queria dizê-las. Billy balançou a cabeça lamentavelmente. Profunda tristeza parecia lhe pesar mais, tornando cada passo que ele dava longe de Rourke mais difícil. Ele sentia como se estivesse andando em areia movediça. Sua vida tinha se tornado uma amarga batalha, e ele estava perdendo.

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As pernas de Billy de repente cederam debaixo dele quando o enorme e doloroso nó dentro dele se expandiu. Ele caiu de joelhos, incapaz de ficar de pé, e cobriu sua boca quando seus olhos se encheram de lágrimas de frustração. Ele só queria que tudo isso acabasse. Rourke estava ao lado dele antes mesmo que ele percebesse que o homem havia se movido. Billy estremeceu profundamente quando sentiu os braços de Rourke se envolver em torno dele. Ele não podia ter se impedido de se inclinar no homem mais forte do que ele poderia ter parado Clem de bater nele. “Billy, bebê,” Rourke sussurrou, “vai ficar tudo bem.” “Não vai,” Billy insistiu, fungando. “Eu farei que tudo fique bem, bebê, eu prometo.” Billy sentiu a boca de Rourke pressionar contra a lateral de sua cabeça. Ele mordeu seu lábio para controlar o soluço de necessidade. Billy daria quase tudo no mundo por Rourke querer dizer o que seus toques suaves prometiam. “Venha para casa comigo, Billy.” “Tudo bem,” sussurrou Billy, não podendo negar sua necessidade de estar perto de Rourke. Uma lágrima quente rolou pelo seu rosto quando ele percebeu que aceitaria qualquer coisa que Rourke tinha para dar a ele, mesmo se o homem não estivesse falando sério. Ele estava tão desesperado para se sentir desejado. Rourke ajudou Billy a se levantar, mantendo o braço em volta dos seus ombros. Billy realmente não via onde eles estavam indo. Ele realmente não se importava. Os últimos vestígios de resistência desapareceram de Billy quando Rourke o levava através das árvores. “Estou cansado, Rourke.” “Eu sei, bebê,” Rourke respondeu, sua voz dura. “Você pode descansar assim que chegamos em casa.” Casa. O efeito sobre Billy nessa palavra, e a forma que Rourke disse isso, foi devastador. Rourke fez soar como o paraíso na terra, como se Billy realmente pudesse pertencer ali. Billy engoliu em seco e suas lágrimas. 127


Ele queria tanto isso. Ele queria Rourke. Billy se encostou ao corpo maior de Rourke e tentou não pensar em nada. Ele era muito bom nisso. Normalmente, durante uma das surras de Clem, Billy se escondia dentro de suas fantasias com Rourke. Com Rourke ao seu lado e sabendo que as coisas que ele desejava nunca viriam a ser, Billy teve que ir para outro lugar. Ele apagou sua mente e olhou para baixo para seus pés, se observando dar cada passo calculado. Sua mente começou a vagar, observando as botas de cowboy castanho escura de Rourke próximo a ele. Os pés de Rourke eram muito maiores que os seus. Billy gritou quando um súbito empurrão forte contra as costas dele o enviou ao chão. A dor pulsou através de seus joelhos e se irradiou a cada nervo em seu corpo. Ele olhou para Rourke para perguntar o que aconteceu apenas a tempo de ver o homem passar voado por ele. Ele sufocou um grito assustado quando viu outro homem pairando sobre a parte superior de Rourke, dando socos nele. “Clem, não!” Billy gritou quando ele se levantou e correu em direção os dois homens lutando. Rourke tinha girado e começado a se defender, socando Clem de volta, no momento em que Billy chegou até eles. Billy pulou nas costas de Clem, tentando distrair seu irmão ou algo assim. Ele não estava realmente certo. Ele só sabia que ele não podia deixar Clem machucar Rourke. “Você não pode tê-lo!” Clem gritou como ele balançou seus punhos em Rourke repetida vezes. “Ele é meu. Eu não vou deixar você tê-lo.” “Clem!” Billy gritou novamente. Ele bateu nas costas de Clem com os punhos. “Deixe Rourke em paz. Ele não fazer nada.” Billy foi subitamente retirado das costas de Clem. Dedos duros se envolveram ao redor de seus braços e balançaram Billy com tanta força que seus dentes se agitaram. “Você é meu!” Clem gritou. “Não, Clem!”

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“Sim!” Clem gritou. Seu rosto estava vermelho de raiva, seus olhos selvagens. Billy se encolheu quando Clem se inclinou em direção a ele. Ele nunca esteve tão apavorado em toda a sua vida, nem mesmo quando Clem o espancava. “Você pertence a mim, e eu vou matar você antes de eu deixe que eles tirem você de mim.” Os olhos de Billy se arregalaram quando as mãos de Clem se moveram de seus braços em direção a sua garganta. Ele soube naquele momento que seu irmão estava louco. Era perturbadoramente evidente na selvageria em seus olhos. Ele também sabia que seu irmão tinha toda a intenção de seguir com suas palavras. Clem iria matá-lo. Billy gritou quando ele de repente foi jogado de lado como se ele pesasse menos do que uma pena. Ele aterrissou com força no chão, o ar fugindo de seus pulmões. Podia ouvir a briga continuar em torno dele. Ele simplesmente não conseguia olhar. Ele não conseguia respirar. Quando alguém de repente se inclinou por cima dele, Billy se encolheu e choramingou com medo. “Ssh, Billy,” Rourke disse rapidamente, suas mãos começaram a se correr sobre o corpo de Billy. “Sou eu.” “Clem?” “Ele fugiu para a floresta.” “Ele...” Billy apertou desesperadamente a camisa do Rourke. Ele tinha que fazer Rourke compreender o perigo que ele estava. “Ele está louco, Rourke. Clem não está bem da cabeça.” “Eu sei, Billy.” “Ele ia me matar.” “Eu não nunca deixarei isso acontecer, Billy.” Billy podia sentir seu corpo começar a tremer quando Rourke o pegou e o levantou, indo em direção a casa. Ele encostou a cabeça no peito de Rourke, fechando os olhos quando as árvores passavam por eles tão rapidamente que fez sua cabeça girar. “Eu não tenho certeza se você pode parar com isso, Rourke.”

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“Eu posso, e eu vou, Billy.” Um rosnado baixo retumbou do peito da Rourke, vibrando contra a bochecha de Billy. “Clem nunca vai tocar em outro cabelo de sua cabeça.” Billy apertou os lábios e virou o rosto para o peito de Rourke. Ele tinha visto a loucura nos olhos de Clem. Ele não tinha certeza se alguém podia parar seu irmão. Billy não estava tão preocupado com ele mesmo, mas se Clem fosse atrás Rourke, Billy ficaria devastado. “Não deixe que ele te machucar, Rourke, por favor,” Billy pediu quando ele olhou para o homem levando-o através da floresta. “Você tem que tomar cuidado.” “Eu estou bem, Billy, não se preocupe. Eu posso cuidar de mim mesmo.” “Não, você não entende.” Billy balançou a cabeça freneticamente. Como ele podia fazer Rourke compreender? “Eu não acho que eu posso mais te manter em segurança, não agora. Clem está mais furioso do que eu jamais vi. Eu não sei se posso mantê-lo longe de você neste momento.” Um silêncio tenso cresceu entre eles quando Rourke tropeçou para parar e olhar para ele. O peito de Billy parecia que iria estourar quando ele prendeu a respiração. A boca de Rourke ganhou uma curva desagradável. “O que quer dizer com me manter seguro?” Billy não sabia o que pensar quando de repente Rourke o abaixou ao chão, mas um momento depois, os braços de Rourke estavam novamente em volta dele, puxando-o perto. As mãos de Rourke seguraram o rosto de Billy e o inclinou para cima. “O que você fez, Billy?” “Eu... uh... nada.” “Billy.” “Eu não posso te dizer,” Billy sussurrou, abaixando os olhos rapidamente. O olhar de Rourke era muito intenso. Billy sentia como se o homem pudesse ver totalmente sua alma e ler cada segredo que ele tinha enterrado dentro dele. “Por favor, bebê, eu preciso saber o que você fez.” Billy gemeu, porque ele sabia que não podia negar o pedido de Rourke, e não quando o homem pedia assim. “Eu apenas mantive Clem longe de você, isso é tudo.” 127


“Como, bebê?” Billy encolheu os ombros. “Eu só lhe dei outras coisas em que pensar.” “Clem já tocou em você?” O rosnado de Rourke pareceu tão feroz que Billy não pode deixar de olhar para cima. Ele inalou rapidamente na pulsação batendo no maxilar cerrado de Rourke. Billy rapidamente balançou a cabeça. “Não.” “Billy.” “Eu juro, Rourke, Clem nunca me tocou, não como você quer dizer. Ele me bate de vez em quando, mas... “Billy balançou a cabeça novamente. “Você é o único que já me tocou assim.” O rosto de Rourke de repente suavizou, um pequeno sorriso aparecendo em seus lábios. “Ninguém nunca te beijou antes?” “N-não.” O calor que de repente encheu os olhos verdes Rourke deixou Billy nervoso. Ele nunca tinha visto um olhar como aquele apontado em sua direção. Isso o fez sentir dores, necessitado. O deixou querendo se esfregar contra Rourke e sentir as mãos do homem sobre seu corpo nu. E esse sentimento estranho assustou Billy. “Ro-Rourke.” A expressão de Rourke se abrandou e ficou séria. Suas mãos se apertaram ao redor do rosto de Billy o suficiente para segurá-lo, mas não machucá-lo. “Eu vou te beijar de novo, bebê. Se você não quiser que eu te beije, você precisa dizer alguma coisa agora.” Billy piscou quando cabeça de Rourke se abaixou lentamente em direção à sua. Ele sabia que Rourke estava lhe dando tempo para se afastar e dizer não. Billy não queria se afastar. Ele queria se empurrar mais perto. Quando os lábios de Rourke finalmente encostaram sobre os dele, Billy suspirou profundamente. Ele ainda pensava que beijar Rourke era uma das coisas mais maravilhosas que ele já tinha experimentado. As mãos de Rourke delicadamente se moveram sobre Billy assim como seus lábios faziam, enchendo Billy com necessidade quente. Ele se lembrou de seus últimos beijos e abriu a boca. O gemido que veio de Rourke disse a Billy ele fez bem, que Rourke gostou. 127


O beijo se intensificou. Os lábios de Rourke se pressionaram com mais força contra os de Billy. A língua do homem apareceu e varreu a abertura da boca de Billy, antes de mergulhar dentro para explorar e provocar. A mente de Billy entrou em sobrecarga quando sentiu o roçar da língua de Rourke contra a sua, e então ela derreteu totalmente. Mãos suaves acariciavam sua pele aquecida, movendo-se suavemente para baixo de suas costas para segurar seu bunda. Billy gemeu e subiu na ponta dos pés. Suas mãos se apertaram contra os ombros duros como rocha de Rourke quando seus corpos se juntaram, e Billy sentiu a dureza do pau do homem pressionando-se contra ele. Aquele pau duro era para ele. Ele. Billy Thornton. “Eu quero você, Billy”, Rourke sussurrou quando ele interrompeu o beijo e olhou para Billy debaixo das pálpebras. “Eu quero fazer coisas maravilhosamente más para você, mas eu não quero te assustar.” “Nã-não estou com medo.” Billy mentiu através de seus dentes. Ele estava apavorado, mas não do que Rourke iria fazer com ele. Isso ele queria. Billy estava com medo de como ele enfrentaria a vida após Rourke não o querer mais. “Mas você está ferido, e isso significa que eu preciso ser cuidadoso com você.” Rourke soltou um suspiro profundo, como se estivesse segurando-o por muito tempo. “Eu jurei que não faria nada para machucá-lo, e isso inclui tudo o que acontecer entre nós, se acontecer alguma coisa entre nós. Não importa o quanto eu queira.” “E o que eu quero?” Rourke deu uma risadinha. “Seus desejos são muito importantes aqui, Billy.” “Então eu quero que aconteça alguma coisa entre nós.” Billy quase pensou que Rourke estava nervoso quando o homem engoliu em seco. Mas isso não podia estar certo. Rourke era o homem mais seguro de si que ele já conheceu em sua vida. 127


“Rourke?” “Você não tem ideia do que suas palavras fazem comigo, não é?” “Eu sinto muito.” Billy de repente se preocupou que ele poderia ter ofendido Rourke de alguma forma. Ele nunca esteve nesta situação antes, nunca expressou seus desejos. Ele não sabia se havia limites, regras. Ele desejou que ele tivesse mantido sua boca fechada mais uma vez. “Não sinta, bebê.” O polegar de Rourke esfregou os lábios de Billy. “Eu gosto de ouvilas. Gosto de ouvir qualquer coisa que você tem a dizer.” Billy decidiu se arriscar e ser honesto com Rourke sobre o que ele gostava. “Eu gosto quando você me chama de bebê.” Rourke sorriu, e Billy sentiu vibrar algo em seu peito. “Então eu vou chamá-lo de bebê de agora em diante.” O rosto de Billy corou. Rourke estava olhando para ele como um sorvete de casquinha que precisava ser lambido. O calor em seu rosto pareceu se espalhar por todo o corpo de Billy, aquecendo-o e fazendo-o se sentir ansioso. “Vamos, bebê, vamos para casa e nos limpar,” disse Rourke quando ele virou Billy e começou a escoltá-lo pela floresta novamente. “Talvez, depois de descansar um pouco, podemos ver o que mais você gosta.” “Oh,” Billy ofegou baixinho, só imaginando que eles poderiam fazer juntos, e ele tinha uma imaginação muito boa. Ele estava fantasiando há anos. “Sim, por favor.” “Vamos ainda vai precisar falar com Ma e Da sobre o que aconteceu na floresta com Clem. Você sabe disso, certo?” Billy deu de ombros, não querendo abandonar a fantasia vívida em sua cabeça em favor de pensar em seu irmão. “Não podemos simplesmente esquecer isso?” “Não, bebê, nós não podemos. Clem ameaçou matá-lo. Eu não posso deixar isso passar.” “Mas—”

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“Vou fazer o que preciso fazer para proteger você, bebê. Sua segurança vem antes de tudo, entendeu?” “Eu acho.” “Não ache sobre isso, bebê. Eu tenho muitos planos para nós, mas eu preciso que você fique bom para que eles aconteçam. Isso significa tempo para você se curar e um lugar seguro para você ficar, aonde ninguém vai te machucar novamente.” “Com você?” A vida de Billy de repente se transformou em uma fantasia. Ele podia também sonhar grande. “Gostaria de ficar comigo?” Algo dentro de Billy, algo que ele não reconheceu, disse que as palavras Rourke tinham mais significado do que elas realmente significavam. Rourke estava perguntando algo importante. Billy simplesmente não entendia o que era. Ele encolheu os ombros enquanto ele tentava pensar em alguma razão que Rourke poderia deixar que ele ficasse. “Eu posso cozinhar. Não muito, sabe, mas eu sei como cozinhar,” ele sussurrou. “E eu posso ajudar na fazenda. Eu tenho trabalhado em uma fazenda a maior parte da minha vida. Eu sou realmente bom barracas em esterco, não importa o que Clem diz.” “Bebê—” “Eu não vou fazer uma bagunça, e eu não ocupo muito espaço,” Billy disse rapidamente. Ele podia sentir o corpo de Rourke enrijecer ao lado dele e pensou que o homem ia dizer que ele não podia ficar com ele. Billy entenderia se isso era o que Rourke disse, mas ele esperava ser um pouco mais. “Eu não como muito também, e posso trabalhar para meu sustento.” “Foda, bebê, pare,” Rourke gemeu. “Você está me matando aqui.” Billy apertou os lábios até eles machucarem. Ele disse demais de novo, e ele sabia disso. Agora Rourke ficaria furioso com ele. Clem sempre ficava furioso quando ele choramingava. Billy não achava que Rourke iria lhe bater, porém, não como Clem. Mas ninguém gostava de ouvir um chorão. 127


Billy se encolheu quando Rourke o agarrou pelo braço e o puxou para parar. Talvez ele estivesse errado. Ele inclinou a cabeça ligeiramente para cima e cautelosamente observou Rourke através de seu cabelo, se perguntando se ele ia precisar correr novamente. “Bebê, eu não ia pedir para você ficar para poder fazer você trabalhar.” “Eu não sou um parasita.” Ele podia não ter muitas coisas, mas Billy tinha algum orgulho. Se a família Blaecleah permitisse que ele ficasse, ele podia muito bem trabalhar para seu sustento. Rourke suspirou profundamente. Ele fechou os olhos e esfregou a ponte de seu nariz com dois dedos. “Billy, você—” “Bebê.” Rourke abriu os olhos para olhar para Billy, soltando sua mão de seu rosto. “O quê?” “Você disse que iria me chamar de bebê de agora em diante.” “Eu disse.” O começo de um sorriso começou nos cantos dos lábios de Rourke antes deles se torcerem num sorriso irônico. Rourke riu levemente. “Você nunca para de me surpreender, bebê.” “Eu?” Billy chiou. Ele não podia dizer pelo tom de voz de Rourke se isso era uma coisa boa ou ruim, e ele não tinha certeza se queria saber. “Por mais que eu queira socar a cabeça de Clem pelo que ele fez para você, eu estou quase agradecido.” Billy ficou um pouco confuso com palavras de Rourke e ainda mais quando Rourke passou um braço em volta da sua cintura e começou a conduzi-lo em direção a fazenda novamente. “Eu não tenho certeza se teria encontrado você de outra maneira.” Billy franziu a testa quando ele olhou para Rourke enquanto caminhavam. “Eu não estava perdido.” “Sim, bebê, você estava.” Billy esqueceu tudo sobre estar perdido e parou quando ele viu as luzes da casa Blaecleah brilhando um pouco depois do celeiro. As coisas pareciam estar indo muito bem para

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ele agora mesmo, e ele tinha medo que elas parassem assim que eles entrassem na casa de Rourke. “Bebê?” Billy olhou para Rourke novamente. “Podemos ficar aqui fora? Nós temos que entrar?” ele perguntou. “Está bom aqui fora neste momento. Poderíamos caminhar perto do riacho ou algo assim.” “Você pode me dizer por que você não quer entrar, bebê?” “Eles não gostam de mim.” “Billy—” “Bebê.” “Bebê.” Rourke deu uma risadinha. “Você disse que me chamaria de bebê.” Billy sentiu seu rosto corar quando ele olhou para seus dedos, distraidamente cutucando suas unhas. “Eu gosto quando você me chama de bebê.” Ele encolheu os ombros. “Me faz sentir especial,” ele sussurrou. “Você é especial, bebê.” Billy derreteu nos braços fortes que de repente se envolveram ao redor dele, descansando a cabeça contra o peito de Rourke. Ele podia ouvir a batida do coração do homem contra sua orelha e ficou surpreso em como calmante o som era. “Você acha que eu sou especial?” Billy perguntou quando ele inclinou a cabeça para trás para olhar para o rosto áspero de Rourke. Seu coração bateu mais rápido em seu peito no lampejo de algo desconhecido que ele podia ver brilhando nos olhos de Rourke. Ele não sabia bem o que era, mas o fazia se sentir quente e dolorido. “Eu sei que você é especial, bebê,” disse Rourke. “Eu já não disse isso?” Billy lambeu os lábios e engoliu em seco. Sua garganta parecia seca. “Vo-você me beijaria de novo?” As sobrancelhas de Rourke se arquearam, e por um momento, Billy pensou que ele podia ter pedido algo que ele não deveria ter. Em seguida, os lábios de Rourke desceram e

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cobriram os de Billy. Billy gemeu e se inclinou para o beijo. Ele realmente gostava de beijar Rourke. A textura dos lábios de Rourke pressionados contra os dele, o toque de sua língua, até mesmo o gosto do homem, tudo trabalhava para levar Billy num frenesi até que ele não queria mais nada no mundo, exceto estar bem onde ele estava. Ele nem mesmo se importou com a pequena dor em suas costas quando as mãos Rourke se moveram para baixo para agarrar sua bunda. “Você vê o que você faz comigo, bebê?” Rourke perguntou como ele agarrou a mão de Billy e empurrou-a para baixo entre eles. Os olhos de Billy se arregalaram quando sua mão foi pressionada contra a grande protuberância nas calças de Rourke. Ele começou a ofegar, incapaz de segurar o ar em seus pulmões. “Você...” Billy lambeu os lábios novamente. Ele olhou para baixo entre eles, mesmo que ele não conseguisse ver nada através de seus corpos pressionados. Mas com certeza ele podia imaginar. “Posso ver?” “Ver?” “Eu nunca...” Billy encolheu os ombros. “Eu nunca vi...” Rourke de repente rosnou, em seguida, reivindicou os lábios de Billy com uma fome que abalou Billy até os dedos do pé. Este não era o beijo lento e atencioso que ele tinha recebido de Rourke antes. Esse beijo era alimentado com fome e desejo, e uma selvageria que Billy nunca tinha encontrado. Era um pouco excitante, um pouco emocionante, e muito assustador. Mesmo com os lábios pressionados contra Rourke, Billy não pôde evitar seu pequeno grito quando Rourke de repente o levantou e o levou em direção ao lado do celeiro. Ele não sabia bem o que estava acontecendo quando Rourke o colocou no chão e o encostou contra a parede do celeiro, até que viu as mãos do homem ir para os botões do seu jeans. Billy engoliu em seco, enquanto observava Rourke desabotoar sua calça jeans, e em seguida, lentamente separar os lados até que seu pau apareceu livre. Rourke fez um gesto com a mão. “Você queria ver...”

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Billy deu um passo hesitante para frente, então, rapidamente olhou para o rosto de Rourke. Ele observou o homem cuidadosamente quando ele se abaixou de joelhos e estendeu a mão para seu pau. Ele não queria fazer qualquer coisa que não era permitido. O pequeno arrepio que correu pelo corpo de Rourke, quando suas mãos se envolveram ao redor de sua ereção preocupou Billy, mas o homem não se afastou. Billy tomou isso como um bom sinal e chegou mais perto. “Você é muito maior do que eu sou,” sussurrou Billy enquanto ele ajustava seus dedos ao redor do pau de Rourke algumas vezes. Ele ergueu os olhos com surpresa quando ouviu um pequeno grunhido. Os lábios de Rourke estavam apertados, suas sobrancelhas desenhadas para baixo em uma careta profunda. “Me desculpe, eu não deveria ter dito isso?” “Não, bebê, está tudo bem,” disse Rourke. “Sua mão parece muito boa envolvida em mim.” Billy corou e abaixou os olhos. Ele podia imaginar muito mais o que ele gostaria de fazer além de usar suas mãos, mas talvez isso fosse apenas uma fantasia. Até o momento, Rourke pareceu ser um participante disposto das fantasias de Billy. Ele apenas esperava que isso continuasse. “Você é muito maior do que eu,” Billy disse novamente enquanto ele trabalhava sua mão sobre o pau de Rourke, “mas eu acho que sou mais grosso.” “Mais grosso?” O engolir profundo de Rourke foi audível e suficiente para chamar a atenção de Billy. Ele olhou para cima. “Eu acho que sim.” Billy franziu a testa. “Isso é errado?” “Não.” Apesar de suas palavras ditas de forma diferente, Rourke pareceu um pouco tenso. “Você tem certeza?” “Tenho certeza, bebê.” Esperando que Rourke estivesse certo, Billy voltou sua atenção para o longo eixo que ele segurava na mão. Rourke era muito longo, mas Billy podia encaixar sua mão inteira ao redor

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dele. Ele não podia fazer isso com seu próprio pênis. Mas Rourke era muito sedoso, e Billy amava a textura se movendo debaixo de seus dedos. “Continue com isso, bebê, e eu vou gozar.” “Sério?” Billy se masturbava, bem, muito, especialmente com as imagens de Rourke. Saber que ele podia trazer o mesmo prazer para Rourke era espantoso para ele. Ele aumentou a pressão e o ritmo de seus golpes, querendo mais do que qualquer coisa ver Rourke gozar e saber que ele tinha feito isso. Logo Rourke começou a mover seus quadris, se empurrando no aperto de Billy. “Apenas um pouco mais apertado, bebê,” Rourke sussurrou. Billy apertou com mais força. Um tremor o percorreu no longo gemido que veio do homem de pé sobre ele quando ele fez. “Eu estou chegando perto, bebê.” Billy quase gemeu no rosnado profundo que podia ouvir na voz de Rourke. Isso o deixou dolorido. Ele manteve uma mão em volta do pau de Rourke e moveu a outra para sua própria calça jeans, se atrapalhando com os botões, até eles ficarem livres. Billy gritou quando ele envolveu sua mão livre ao redor de seu próprio pau, acariciando-o rapidamente para acompanhar Rourke. Não levaria muito tempo. Ele já estava incrivelmente excitado apenas de tocar Rourke. Esta era uma fantasia se tornando realidade. “Oh, porra, você está se tocando, não é?” Billy congelou. Todo o prazer que ele tinha sentido foi repentinamente sugado dele nas palavras de Rourke. Ele largou a mão de seu pau e tentou se cobrir, para esconder que ele estava fazendo. Ele tinha sido punido por Clem por se masturbar antes. Ele sabia que não deveria fazer isso, mas estar com Rourke era uma fantasia, e ele foi incapaz de evitar. “Bebê?”

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“Sinto muito,” Billy sussurrou quando ele deixou sua cabeça cair para frente. Ele apertou seus olhos quando as lágrimas de medo ameaçaram cair. “Eu estava meio que envolvido no momento. Eu não vou fazer isso de novo, juro.”

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Capítulo Seis “Venha até aqui.” Rourke estendeu a mão. Billy parecia confuso, mas fez como Rourke disse, pegando sua mão e se levantando. Ele manteve seu braço enrolado em sua cintura, sua mão pressionada sobre sua calça jeans aberta. Seus olhos estavam olhando para o chão. “Billy, olhe para mim.” A cabeça de Billy subiu lentamente, hesitante. Rourke pode imediatamente ver o medo nos profundos olhos azuis de Billy. Rourke estendeu a mão e segurou a lateral de seu rosto. “Não é errado você se tocar se você quiser. Certo, há alguns lugares que você simplesmente não deve fazer, mas nunca é errado. É o seu corpo.” “Vo-você não se importa?” “Bem, eu gostaria de ver você se tocar. É muito quente.” Os grandes olhos azuis apenas piscaram para Rourke. Era adorável e triste, tudo ao mesmo tempo. Rourke estendeu a mão e empurrou a mão de Billy de lado, então agarrou o pau do homem. Um suspiro suave saiu dos lábios de Billy. “Você gosta disso, bebê?” Billy concordou com a cabeça rapidamente. “Você quer mais?” Rourke não achou que fosse possível, mas os olhos de Billy cresceram ainda mais. “Ma-mais?” ele gaguejou em uma respiração. Rourke envolveu um braço em volta da cintura de Billy para segurá-los mais próximos, então empurrou mais seus quadris e pegou seu pau, trazendo os dois juntos. Ele observava o rosto de Billy quando ele começou a acariciar seus paus em sua mão. O assombro roubou o fôlego de Rourke. “Isso é bom, bebê?”

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“Sim,” Billy assobiou. “Vai ser muito melhor quando eu estiver profundamente em sua bunda.” Os olhos de Billy se desfocaram. O homem enrijeceu por um momento e então sua cabeça caiu para trás sobre seus ombros e um grito profundo saiu de seus lábios. Rourke sentiu sua língua grudar no céu da boca quando Billy gozou e encheu o espaço entre eles com sêmen quente. Os soluços silenciosos de uma longa liberação reprimida que encheu o ar era música para os ouvidos de Rourke. Sabendo que ele tinha trazido prazer um homem que teve tão pouco em sua vida, e que ele foi o único a fazer, deu a Rourke uma sensação de poder que ele nunca tinha sentido com qualquer um dos seus anteriores encontros sexuais. Trouxe também uma necessidade obsessiva de possuir e proteger Billy para o centro do ser Rourke. Billy era realmente especial, assim como Rourke disse, e ele iria se certificar que essa qualidade fosse apenas sua. Rourke manteve os olhos colados no rosto de Billy quando seu próprio orgasmo o alcançou. A intensidade do seu clímax o surpreendeu. Fez seus joelhos tremerem, e por um momento, ele pensou que não seria capaz de segurá-lo e a Billy. As mãos de Billy de repente agarraram a frente de sua camisa. Sua cabeça inclinada para trás. Rourke teve apenas um momento para ver uma fome profunda nos olhos azuis de Billy antes dos lábios de Billy reivindicar os seus. Rourke gemeu e se inclinou para o beijo como sua própria porra se juntou com a de Billy entre seus corpos. Quando Billy finalmente se afastou, os dois estavam respirando pesadamente. Rourke puxou sua mão por entre seus corpos e lambeu o esperma que cobria sua mão. Ele olhou para baixo rapidamente quando Billy inalou, só para encontrar o homem olhando sua mão como se ele não conseguisse desviar o olhar. Rourke virou sua mão e a segurou para Billy, gemendo profundamente quando Billy chupou seus dedos. “Oh, droga, eu não posso esperar para sentir você fazendo isso com meu pau.”

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Os olhos de Billy piscaram para ele, então ele deu uma risadinha. “Talvez faça menos bagunça do que isso.” “Oh, isso não é nada, bebê.” Rourke sorriu. “Espere até eu conseguir você na minha cama. Eu vou te deixar muito sujo.” Rourke rosnou quando os olhos de Billy se arregalaram, em seguida, se desfocaram. Sua respiração prendeu e gaguejou em sua garganta. Apesar de ter gozado apenas momentos antes, Rourke sentiu uma ataque de desejo disparar através dele que sacudiu seu âmago. “Você vai me levar para sua cama?” Billy sussurrou. “Oh, sim, eu tenho toda a intenção de te levar para minha cama.” Rourke puxou Billy contra seu peito. “Estou pensando em te foder na minha cama, contra a parede, em uma cadeira, e em praticamente qualquer superfície plana que eu posso encontrar. Estou pensando em te foder onde e quando que eu quiser.” Billy estremeceu. Seus olhos desfocados se fecharam para se estreitar em pequenas fendas. “Isso assusta você, bebê?” “S-sim.” “Eu posso empurrar seus limites um pouco, apresentar a você alguns coisas que você nunca experimentou antes, mas eu não vou te machucar, bebê.” “Promete?” Rourke acariciou sua mão na lateral do rosto corado de Billy. Ele adorava a sensação da pele suave de Billy debaixo de seus dedos e se perguntou se o resto de Billy era tão sedoso. Ele não via a hora de descobrir. “Eu prometo, bebê.” Billy respirou fundo, a cor lentamente voltando ao seu rosto e o devolvendo ao normal. “Tudo bem, então.” “Estou feliz que você concorde.” Rourke deu uma risadinha, mas, apesar de suas palavras, ele sabia que nunca faria nada que Billy estivesse realmente desconfortável. Ele queria Billy em sua cama, é verdade, mas Rourke o queria ali de bom grado. 127


Rourke abaixou a mão e empurrou seu pau de volta em seus jeans, fazendo caretas quando porra fria encontrou pele quente. Ignorando a sensação molhada, ele rapidamente fechou suas calças, então, apontou para própria bagunça de Billy. “Você vai se abotoar ou sair pendurado para todo mundo ver?” Assim que Rourke disse que as palavras, ele sentiu uma onda de possessividade subir através dele, um sentimento até então desconhecido. Ele nunca ficou com ciúmes de seus parceiros no passado. Então, porque Billy? O simples pensamento d o homem sendo visto nu ou quase nu por qualquer outra pessoa fez Rourke querer seriamente machucar alguém. Rourke esperou até que Billy colocasse suas roupas em ordem, então se aproximou e segurou o queixo do homem em sua mão, inclinando o rosto de Billy para o do dele. “Ninguém vê você assim, bebê, você entende? Ninguém. Seu corpo é apenas para meus olhos.” “Eu... er... ok.” Billy parecia um pouco confuso. Seus olhos estavam arregalados, e suas mãos tremiam, puxando o tecido de algodão de sua camisa. Rourke pessoalmente achou que ele parecia adorável, mas ele nunca diria isso a Billy. Homem algum desejava ser considerado adorável. “Vamos, bebê.” Rourke passou um braço em volta dos ombros de Billy e começou a levá-lo para a casa novamente. “Vamos conseguir você limpo e acomodado, em seguida, podemos brincar um pouco mais. O que acha disso?” “Parece bom.” Parecia maravilhoso. Rourke já estava imaginando Billy em sua cama, de preferência espalhado e com suas mãos amarradas acima da cabeça. Rourke podia sentir seu pau começar a endurecer só de pensar nisso. Billy ficaria deslumbrante. “É ele?” Rourke parou, sua cabeça levantando para ver Asa e Lachlan a alguns metros de pé na frente dele na parte inferior dos degraus da varanda.

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As mãos de Asa estavam apertadas com força, uma carranca no rosto. Rourke deixou cair o braço em volta dos ombros de Billy e entrou na frente dele. A animosidade vindo de Asa visava Billy, e Rourke não podia permitir isso. “É ele o que?” Ele perguntou cuidadosamente. “Não foda comigo, Rourke,” Asa explodiu, apontando para Billy. “Ele tentou matar Lachlan.” “Ele não fez nada.” “Ele queimou o celeiro com a gente nele!” “Clem incendiou o celeiro, não o meu bebê.” “Bebê?” Lachlan gritou, avançando para ficar ao lado de Asa. “Você está chamando Billy Thornton de seu bebê? Você ficou louco?” Lachlan acenou com a mão para o homem encolhido atrás de Rourke. “Ele não é nada além de problemas.” Rourke cerrou os punhos. Ele sentiu um rubor encher seu corpo quando a raiva o atravessou. Ninguém deveria falar de Billy como Lachlan estava fazendo. Billy não era mau, apenas mal compreendido. Por que as pessoas não podiam ver isso? Por que ele não tinha visto isso antes? “Sim, eu estou chamando-o de meu bebê. Ele é meu.” “Ele é Billy Thornton!” Lachlan gritou. “Eu sei exatamente quem ele é, e ele ainda é meu.” Rourke podia sentir Billy balançando atrás dele. As mãos de Billy estavam agarradas na camisa de Rourke, e seu rosto estava enterrado nas costas de Rourke. Rourke estendeu a mão para trás e acariciou suavemente o quadril de Billy, querendo que o homem soubesse que ele estava seguro. Rourke não deixaria ninguém machucar Billy, nem mesmo seu irmão. “Billy é meu, e isso é o fim disto.” “Se você acha que eu vou permitir que um Thornton fique nesta fazenda, então é melhor você pensar direito.” O rosto de Lachlan ficou vermelho com suas palavras gritadas

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rapidamente. “Não se pode dizer o que ele e seu irmão poderiam fazer. Eles já tentaram me matar uma vez e a Asa duas vezes. Eu não vou deixá-los ser uma ameaça para meu marido.” “Esta fazenda pertence a todos nós,” Rourke gritou de volta. Ele balançou o dedo para seu irmão. “Você não diz quem entra e quem sai.” “Ele não vai ficar!” Lachlan gritou. “Eu vou ter sua bunda na cadeia por invasão antes que eu o deixe ficar.” “Isso seria muito difícil de fazer, considerando que ele tem minha permissão para estar aqui.” “Ele não vai ficar!” Lachlan gritou. “Ele vai ficar!” Rourke gritou de volta. “Por favor, pare.” As palavras foram sussurrou tão baixinho que Rourke quase não as ouviu. Se não fosse pelo fato de Billy ter apertado seu braço quando ele entrou na frente dele, Rourke provavelmente não teria ouvido Billy. “Por favor,” sussurrou Billy novamente. Seus olhos estavam desesperados e cheios de lágrimas quando ele olhou para Rourke. “Não brigue, não por mim.” “Bebê—” “Por favor.” “Bebê, eu não vou deixar você voltar para lá.” Billy olhou por cima do ombro. Rourke fez o mesmo, olhando de Billy para os homens que estavam a poucos metros de distância. Quando Billy se virou para ele, Rourke olhou para o homem. Ele iria embora e levaria Billy para um lugar seguro, se era isso que ele precisava fazer. “Você não pode brigar com a sua família.” A mão de Billy tremia quando ele a acariciou contra o peito de Rourke. “Eles te amam. Você não sabe como isso é muito raro, como é importante. Não estrague tudo por minha causa. Eu não mereço.” “Bebê.” Rourke agarrou os braços de Billy e lhe deu uma sacudidela. “Você merece.” “Não, eu não mereço.” “Bebê—” 127


“Eu sabia o que Clem iria fazer, sobre ele queimar o celeiro. Eu sabia, e eu não fiz nada para impedi-lo. Lachlan está certo. Eu sou encrenca.” “Eu não acredito nisso.” “É verdade.” Apesar de Rourke saber que Billy provavelmente estava dizendo a verdade, ele também sabia que tinha que haver mais na história do que isso. Billy na verdade não era mau. Ele se importava muito com as outras pessoas para machucar alguém, não de propósito. “Você pode estar dizendo a verdade, bebê, mas eu sei que há mais nessa história do que isso. Você não deixaria Clem me machucar.” De alguma forma, Rourke sabia que ele falava a verdade. Billy faria tudo ao seu alcance para garantir a segurança de Rourke. “Não, mas—” “Clem trancou Billy no porão para que ele não pudesse nos avisar.” Rourke olhou atrás de Billy, Lachlan e Asa para ver seu Da de pé na varanda. Seus braços estavam cruzados sobre o peito, um olhar severo em seu rosto. “Da?” “Vá em frente, Billy, diga a eles,” Da disse. “Os meninos precisam ouvir isso.” “Oh, mas—” Billy choramingou quando ele se virou. “Billy,” Da disse simplesmente. Billy estremeceu. Rourke colocou as mãos nos ombros de Billy para lhe dar coragem e lhe deu um aperto suave. “Clem estava falando, dizendo que Asa e Lachlan o humilharam, o fez parecer ruim na frente de todos na cidade,” Billy disse baixinho. “Ele estava verdadeiramente louco. Quando ele começou comprar as latas de gasolinas, eu sabia que ele iria fazer algo muito ruim. Eu tinha que avisá-lo. Eu tentei fugir, mas Clem me pegou, e ele... bem, ele...” Billy encolheu os ombros. “Ele me trancou no porão.” “Ele te bateu primeiro?” Rourke perguntou, já sabendo a resposta, mas querendo que Asa e Lachlan entendessem a pressão de Billy estava, na ameaça de Clem. A cabeça de Billy se virou para olhar para Rourke. Seu rosto parecia incrivelmente pálido à luz da lua escura. “Não foi nada.” 127


Rourke notou distraidamente com palavras de Billy que sua fala sempre parecia mudar um pouco quando ele estava nervoso ou com medo. Era um excelente indicador de como Billy estava sentindo. “Clem bate em Billy?” A voz Lachlan estava cheia de choque e um pouco de horror. “Mostre suas costas a Lachlan e a Asa, bebê.” “Oh, eu...” As mãos de Billy se torceram na frente dele. Seus olhos começaram a parecer um pouco selvagem enquanto saltaram de um lugar para outro, nunca permanecendo em qualquer pessoa por mais de um momento. Rourke sabia que Billy estava prestes a vomitar e deu um passo adiante, envolvendo os braços em torno do homem e puxando o contra o seu corpo. “Vai ficar tudo bem, bebê, eu prometo.” O rosto de Billy pressionou o peito de Rourke. Rourke deixou que o homem o abraçasse mais perto e lentamente levantou a parte de trás de sua camisa, deixando que todos vissem as marcas na pele de Billy. Os arquejos audíveis de horror podiam ser ouvidos por toda a pequena área que eles estavam. Rourke esperou um momento, então abaixou a camisa de Billy. Ele embalou Billy nos braços enquanto ele encarava seu irmão. “Clem tem espancado Billy há bastante tempo. Nenhum de nós, incluindo eu, olhou além das ações de Billy para pensar por que ele estava fazendo o que ele fazia.” “Mas por que Clem iria...” Lachlan balançou a cabeça, mas ele não conseguia parar de olhar para as costas de Billy. “Isso não está certo, Rourke.” “Você acha não que eu sei disso?” Rourke retrucou. “Você não o viu mais cedo, o que Clem fez com ele. Você não o viu coberto de sangue e vergões porque Clem nos viu nos beijando e decidiu chicotear seu irmão, assim ele não seria gay.” “O quê?” “Clem não quer que seu irmão seja gay. Ele me viu beijando Billy mais cedo e o chicoteou por isso. Agora a pouco, ele nos viu beijando novamente e nos atacou. Ele tentou estrangular Billy, para matá-lo.” “Que história é essa, filho?” Da disse, descendo a escada. “Clem te atacou de novo?” 127


“Ele tentou, mas Billy o impediu, e então Clem foi atrás Billy. Ele tentou matar Billy, estrangulá-lo. Eu não podia deixar isso acontecer, Da. Eu tive que trazer Billy para casa comigo.” “Nós precisamos chamar o xerife, filho. Isso não pode continuar.” “Nós vamos, na parte da manhã,” disse Rourke rapidamente. Ele podia sentir Billy tremendo em seus braços e sabia que o homem estava praticamente esgotado. “Neste momento Billy precisa de um lugar quente e seguro para descansar.” Rourke se virou para encarar Lachlan e Asa. “Se alguém tem um problema com isso, eu posso facilmente levar Billy para a cidade e alugar um quarto de motel, mas Billy vai ficar comigo.” Asa abriu a boca e Rourke pensou que o homem ia querer discutir, mas Lachlan lhe deu uma cotovelada, e Asa fechou a boca. “Qualquer coisa que você decidir está bom, Rourke, mas acho que podemos proteger Billy melhor se ele estiver aqui na fazenda, onde todos nós podemos ficar de olho nele.” Rourke piscou, não tendo certeza se ele tinha ouvido seu irmão corretamente. O homem simplesmente ameaçou mandar prender Billy há poucos minutos atrás e agora ele queria ajudar a protegê-lo? Isso simplesmente não faz sentido. “Lachlan—” “Eu não entendia antes, Rourke.” Lachlan apontou para Billy. “Agora, eu entendo.” “Ele ainda é meu.” Os braços de Rourke se apertaram ao redor Billy. “Ele fica comigo.” “Isso é certo, filho? “Da perguntou. Rourke podia sentir a intensidade do olhar de Da, e ele ouviu a pergunta não formulada em sua voz. Ele sabia o que seu Da estava perguntando. “É a assim que tem que ser, Da.” “Muito bem, Imagino que você deveria levá-lo para dentro então. Sua Ma vai querer dar uma olhada em suas costas novamente.” Da se virou e voltou a subir os degraus. Ele parou no topo e olhou por cima do ombro. “Meninos, eu quero vigilância dia e noite, turnos de dois homens. Ninguém deve ir a nenhum lugar sozinho até conseguirmos isto tudo resolvido.” 127


“Asa e eu assumiremos o primeiro turno,” disse Lachlan. “Precisamos apenas de alguns minutos para voltar para nossa casa e pegar algumas coisas.” “Eu vou pedir para Quaid e Seamus fazerem o segundo turno,” disse Da. “Rourke, você e Neason pode ter terceiro turno. Quando os vaqueiros se levantarem de manhã, podemos ter uma reunião e explicar tudo a eles, talvez conseguir que alguns deles nos ajudem. Até então, eu quero que todos vocês mantenham seus olhos e ouvidos abertos. E não se arrisquem. Todos vocês são mais importantes que este rancho, e sua Ma arrancaria meu couro se algo acontecesse com qualquer um de vocês.” “Da, você poderia pedir para Ma fazer um bule de café fresco?” Lachlan perguntou. “Eu acho que vamos precisar.” “Eu suspeito que sua Ma esteja fazendo mais do que isso, filho.” Da riu quando ele se virou de volta para casa. “Sua Ma cozinha até uma tempestade quando ela está nervosa.” Rourke deu uma risadinha, a tensão que ele estava sentindo desde Asa e Lachlan o confrontou começando a escorrer. Seu Da estava certo. Ma cozinhava como uma louca quando ela estava chateada ou nervosa. Provavelmente haveria uma abundância de comida. “Vamos, bebê,” disse Rourke enquanto virava Billy em seus braços “vamos para dentro. Ma pode dar uma olhada em suas costas e então conseguir você acomodado.” “Com você, certo?” Billy sussurrou. “Comigo bebê, em nenhum outro lugar.” A resposta Rourke pareceu satisfazer Billy. Ele caminhou ao lado de Rourke sem resistência. Rourke conduziu Billy, passando por Asa e Lachlan sem dizer uma palavra, em seguida, subindo os degraus. Ele não queria dar a ninguém a oportunidade de questionar Billy novamente. Ele podia sentir o leve tremor de corpo de Billy em suas mãos e sabia que o homem estava perto de desmoronar. Billy precisava de um lugar calmo para relaxar. Rourke esperava que Billy achasse seu quarto aceitável.

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“Ma,” Rourke chamou quando ele entrou na casa depois de seu Da, “você pode dar uma rápida olhada nas costas de Billy antes dele se deitar? Eu quero ter certeza que ele está bem.” “Leve-o para a sala de jantar, filho,” Ma respondeu. Rourke levou Billy para a sala de jantar e o sentou em uma cadeira. Ele se sentou ao lado de Billy e estendeu a mão para segurar a dele. Um momento depois, Ma entrou na sala com uma xícara de chá e a colocou na frente de Billy. “Como você está, Billy?” “Eu estou bem, minha senhora.” “Bem, beba o chá enquanto eu dou uma olhada em suas costas. Vamos ver se podemos deixar você melhor do que apenas bem.” Rourke riu quando viu Billy simplesmente piscar para sua Ma. Ele não tinha ideia do como era a relação de Billy com sua própria mãe, mas Rourke não achava que era muito boa. A Ma de Rourke, no entanto, era uma força a ser reconhecida. Billy estremeceu um pouco quando Ma levantou a parte de trás da sua camisa, mas ele não gritou ou disse alguma coisa. Seus lábios se apertaram, e seus dedos apertaram a xícara até que eles estavam brancos. Esse foi a sua única demonstração de emoção. Rourke apertou sua mão, e Billy se virou e sorriu para ele. Rourke sorriu de volta, espantado com a habilidade de Billy para sorrir considerando a gravidade da sua situação. Parecia um sorriso verdadeiro, também, não um falso para fazê-lo se sentir melhor. “Como está o chá?” Rourke perguntou. “É muito bom”, Billy respondeu. “Sua mãe me deu um pouco mais cedo.” “Ela gosta de seu chá.” “É, uh, camomila.” “É um de seus sabores favoritos.” Rourke estendeu a mão e acariciou a lateral do rosto de Billy com as costas de seus dedos. “Ela apenas o compartilha em ocasiões especiais.” “É?” 127


“Sim.” Rourke voltou a sorrir. “Eu não acho que eu o ganhei desde que eu quebrei minha mão alguns anos atrás tentando laçar um bezerro para marcar.” “Oh, sim.” Billy deu uma risadinha. “Eu me lembro disso.” As sobrancelhas de Rourke subiram. “Você se lembra quando eu quebrei minha mão?” “Eu pensei que com certeza você tinha quebrado mais do que sua mão quando você caiu de seu cavalo. Você não se mexeu durante muito tempo.” “Você me viu caindo do meu cavalo?” “Sim. Eu fiquei muito aliviado quando você finalmente se sentou.” “O que mais você viu?” O rosto de Billy, de repente ficou pálido. “Nada.” “Billy,” disse Ma suavemente, “você não deve mentir para Rourke.” “Desculpe.” “Você está perdoado, Billy”, Ma disse enquanto ela deu um tapinha em seu ombro. “Apenas diga a verdade para Rourke. Ele apenas quer o melhor para você.” “Eu vi um pouco.” Rourke ficou intrigado com o pequeno sorriso que cruzou os lábios de Billy enquanto olhava fixamente para o espaço. Ele queria saber o que isso significava, mas ele estava quase com medo de perguntar. “Eu costumava sentar na borda da floresta e ver vocês todos trabalhando no gado. Nós não temos mais do que algumas cabeças em nossa fazenda, e nenhum deles é como os de vocês.” “Nós criamos Black Angus, Billy.” “Eles são da linhagem Aberdeenshire, da Escócia, ou Black Angus dos EUA?” “Vocês conhecem gado Aberdeenshire?” “O Aberdeen Angus?” Billy encolheu os ombros. “Eu li um pouco.” Rourke ficou impressionado. Muitas pessoas não conheciam a diferença entre Angus dos EUA e Angus da Escócia. “Os nossos são da linha Aberdeenshire, bebê. Ma e Da trouxeram algumas cabeças com eles para iniciar sua fazenda quando eles vieram.” 127


“Isso é muito legal. Eu acho que eles são uma raça robusta.” “Isso é possível.” “Bem, pense nisso.” Billy começou acenando com a mão no ar enquanto falava. “Você perdeu apenas três cabeças de gado há dois anos, quando tivemos aquele inverno ruim. Várias outras fazendas da região tiveram perdas muito piores, e eles simplesmente tinham gado normal.” “Eu não acho que eu nunca pensei nisso dessa forma.” “Você está acostumado a trabalhar com o Aberdeen Angus,” disse Billy. “Por que você iria?” “Apesar de acreditar que há algo especial em nosso gado, gado ainda é apenas gado.” “Você pensa assim.” Billy deu uma risadinha. “É como dizer que tomates heirloom são o mesmo que tomate cereja, porque ambos são tomates.” “Uh, ambos são tomates, bebê.” “Mas eles são dois tipos diferentes de tomates. Tomates heirloom são cultivados pela sua tendência em produzir colheitas mais vantajosas e saborosas. Eles são um tomate muito usado. Tomates cereja são pequenos, redondos, tomates doces consumidos em saladas. Embora ambos possam ser tomates, eles estão em lados diferentes da variedade, utilizados para fins totalmente diferentes.” Rourke piscou. “Eu mesma prefiro tomates beefsteak,” disse Ma. “Eles são maiores e com bastante sumo. Naturalmente, seu curto período de conservação torna quase impossível comer todos eles quando são colhidos, mas eles ainda são muito bons. Os meninos amam em sanduíches.” Rourke se virou e olhou para a mãe, piscando novamente. Os dois poderiam estar muito bem falando uma língua estrangeira. Ele não sabia nada sobre tomates além do fato de que eles eram vermelhos e que ele gostava deles em seus sanduíches. Ele também estava um pouco surpreso com o conhecimento de Billy sobre tomates. O homem jurou que não era inteligente, mas Rourke estava começando a suspeitar que houvesse

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uma profundidade escondida em Billy que nunca tinha sido explorada ou deixada correr livre. Talvez ele precisasse ajudar Billy com isso. “Você parece saber muito sobre tomates, bebê. Isso é bem legal. Eu só sei que eles são vermelhos e redondos.” Billy encolheu os ombros, seu rosto corando um pouco. “Eu apenas gosto de tomate.” “O que mais você gosta?” Billy encolheu os ombros novamente. “Eu não sei.” Rourke não gostou dessa resposta. “Certamente há algo que você gosta.” O olhar furtivo que Billy atirou em sua direção disse a Rourke exatamente o que o homem gostava. E Rourke ficou excitado. Ele ficou ainda mais excitado quando Ma puxou a camisa de Billy de volta para baixo e começou a recolher seu kit médico. “Eu acho que você vai ficar bem em poucos dias, Billy.” Ela enviou a Rourke um olhar severo. “Eu não quero você fazendo nada de extenuante. Você precisa de tempo para se curar, muito descanso e muitos bons nutrientes.” “Sim, senhora.” Rourke revirou os olhos quando a mão de Ma gentilmente afagou os ombros de Billy, então, apontou para ele. “Não deixe aqueles lindos olhos verdes te convencer a fazer qualquer coisa que você não achar que é certo Billy. Eu sei que Rourke pode ser encantador quando ele quer, mas você tem o direito de dizer não.” Billy se virou, olhando entre Rourke e Ma por um momento. “Rourke nunca me forçaria a fazer qualquer coisa que eu não queria fazer. Ele não é assim.” Rourke se perguntou se Billy estava certo. Ele queria Billy da pior maneira possível. Ele planejava usar todas as ferramentas à sua disposição para conseguir Billy também, palavras encantadoras e lindos olhos verdes incluídos. Isso o fazia uma pessoa má? “Estou feliz que você pense assim, Billy”, disse Ma. “Apenas lembre-se do que eu disse e não deixe Rourke te convencer a qualquer coisa que você estiver incomodado.” “Ma!”

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“Nada de Ma comigo, Rourke Blaecleah,” disse Ma. “Eu não sou tão desatenta como você gostaria de pensar que sou. Eu sei que o que você tem no seu armário.” O rosto de Rourke flamejou de embaraço. Ele estava mortificado. Ele não tinha problema nenhum de falar com seus pais sobre ser gay. Deixando-os saber que ele era pervertido era uma história completamente diferente. Ele não tinha vergonha de ter um lado pervertido a sua natureza. Ele simplesmente não compartilhava com um monte de gente. O único motivo que seus irmãos sabiam era porque tinham visto Rourke em bares com outros homens. Inferno, eles o tinha visto algemar alguém e arrastá-lo para fora do bar. Não havia muito que ele pudesse esconder de seus irmãos. “Billy já foi forçado o suficiente em sua vida, Ma. Eu nunca faria nada que ele não quisesse fazer.” “Não, eu nunca pensei que você faria, Rourke, mas você pode tentar e o seduzir para isso. Você tende a ficar um pouco obstinado quando você vê algo que você quer. Billy precisa saber que ele tem o direito de dizer não para você, sem você ficar chateado.” Rourke estava realmente desconfortável falando com sua Ma sobre sua vida sexual— bem, a vida sexual que ele esperava ter em breve, se Billy concordasse. Ele se levantou e deu um passo por trás de Billy, descansando suas mãos sobre os ombros do homem. “Eu nunca faria nada para machucar Billy, Ma. Ele é minha lenda.”

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Capítulo Sete Billy franziu a testa enquanto ele seguia Rourke pelo corredor até seu quarto. Rourke o chamou de sua lenda, e isso parecia ser tudo que Ma Blaecleah precisava ouvir. Depois disso, ela não discutiu em nada quando Rourke disse a ela que eles estariam compartilhando um quarto. Ela tinha que saber que eles provavelmente compartilhariam mais do que isso. Pelo menos, Billy esperava que eles fossem. Ele sabia que ele tinha uma quantidade limitada de tempo com Rourke, e ele queria aproveitar cada segundo dele. Ele precisa de algo para sonhar quando essa fantasia que ele estava vivendo acabasse. “Rourke?” “Yeah, bebê?” “O que é uma lenda?” Ele ficou confuso com a risada suave que saiu dos lábios de Rourke. Billy pensou que era uma pergunta simples. E precisava de uma resposta simples. Certo? Ele não entendia por que Rourke estava sacudindo a cabeça enquanto ele abria a porta do seu quarto. Não parecia que Rourke tinha a intenção de responder à pergunta. “Rourke?” Billy perguntou novamente. “Eu vou lhe dizer uma coisa, bebê. Eu vou responder essa pergunta para você em uma semana.” Billy fez uma careta enquanto seguia Rourke para o quarto. Ele se virou para olhar para o homem, observando enquanto ele fechava a porta. “Por que uma semana?” “Você precisa de tempo para ficar melhor, e precisamos de tempo para conhecer um ao outro.” Rourke sorriu quando ele se encostou na porta fechada. “Uma semana deve resolver.”

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“Nós já conhecemos um ao outro, Rourke.” Billy estava tão confuso. Ele também se perguntava se Rourke era um pouco maluco. “Nós nos conhecemos desde que tínhamos fraldas.” “Nós vivemos próximo um do outro desde que tínhamos fraldas. Isso não significa que nós nos conhecemos, não realmente.” Billy deu um passo para trás quando Rourke se afastou da parede e caminhou na direção dele. Havia um brilho suspeito nos olhos do homem que Billy não conseguia reconhecer. Era um pouco inquietante. “O que você está fazendo?” Billy perguntou quando Rourke se aproximou, parando na frente dele. A simples presença física de Rourke parecia encher o quarto, bloqueando todo o resto. A mão de Rourke se moveu lentamente quando se levantou para acariciar o lado do rosto de Billy, quase como se estivesse acariciando um cavalo assustado. “Há muito mais que temos que aprender um sobre o outro, bebê, muito mais.” Um sorriso pequeno e misterioso cruzou seus lábios. “Eu acho que há coisas sobre cada um de nós que irá ser uma grande surpresa.” Billy engoliu em seco. “Como o quê?” “Eu nunca soube que beijar você seria um enorme prazer, por exemplo.” “Eu?” Rourke realmente gostava de beijá-lo? “Você gosta de me beijar?” “Eu gosto de beijar você, bebê.” Billy de repente sentiu que não conseguia respirar. Seu peito parecia apertado, e havia um nó na garganta maior do que o seu punho. Ele se sentia quente, como se o ar no quarto houvesse engrossado. “Eu gosto de beijar você, também,” Billy sussurrou. “Eu sei.” A mão de Rourke roçou abaixo do lateral do rosto de Billy. “Você é muito sensível.” “Isso... isso é uma coisa boa?” “É uma coisa muito boa, bebê,” disse Rourke. Billy quase desmaiou no timbre profundo e rico na voz de Rourke. Ele viajou até sua espinha. 127


“Eu gosto de saber como você se sente, que você gosta do que fazemos juntos.” Ok, desmaio era uma possibilidade muito real. Billy podia sentir seus joelhos começam a tremer. Ele agarrou a camisa de Rourke e travou seus joelhos no lugar. Se ele não fizesse, Billy tinha certeza que ele cairia no chão. “Eu... eu go-gosto do q-que fazemos juntos,” Billy gaguejou. Ele podia sentir seu rosto corar com cada palavra que ele falou. Ele nunca falou com alguém do jeito que ele estava falando com Rourke. Era um pouco emocionante e muito assustador. “Gostaria de descobrir o que mais podemos fazer juntos?” Billy concordou com a cabeça rapidamente, mordendo seu lábio inferior quando maus pensamentos começaram a encher a cabeça. Ele conseguia pensar em muitas coisas que ele gostaria de tentar com Rourke, a maioria delas exigindo uma superfície plana. Ele esteve fantasiando sobre o homem durante anos. Ele podia imaginar muito. “Vamos acomodar você, então, vamos?” Billy concordou com a cabeça de novo, embora ele não tivesse certeza do que exatamente Rourke queria até que o homem agarrou a barra de sua camisa e a levantou. Billy ergueu os braços no ar e deixou Rourke tirar a camisa por cima da sua cabeça. Ele não nem se importou quando Rourke a jogou no chão. A mão do homem passou para os botões de calças jeans de Billy. Billy rapidamente respirou fundo quando os dedos de Rourke roçaram a pele do seu abdômen. Seu corpo de repente parecia quente e vermelho. “Eu tenho você, bebê.” As suaves palavras foram sussurradas sobre a pele de Billy como uma carícia. Ele deixou cair a cabeça para trás sobre seus ombros e tentou não gemer como uma menina. Ele queria impressionar Rourke, não assustar o homem. Mas apenas simples o toque dos dedos do homem sobre a sua pele parecia o paraíso. Billy sentiu os braços de Rourke embrulhar em torno dele, então o mundo inclinou.

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Billy levantou a cabeça ao perceber Rourke levando-o para a cama. Ele não disse nada quando Rourke o colocou na beirada da cama, em seguida, se ajoelhou diante dele, estendendo a mão para seus sapatos. Ele não sabia o que dizer. Os irmãos Blaecleah eram conhecidos em toda parte como sendo homens rudes. Eles não aceitavam ofensas de ninguém. Eles não começariam uma briga, mas eles terminariam uma. Muitas pessoas não queriam enfrentá-los. Gentil não era algo geralmente associado aos cinco homens. Billy certamente nunca pensou em Rourke como gentil, mas era assim que o homem estava agindo. Ele tratava Billy como se ele fosse feito de vidro. Cada toque era gentil e cuidadoso, como se ele quisesse tomar o maior cuidado ao tirar as roupas de Billy. Uma parte pequena e solitária de Billy apreciava cada toque suave, absorvendo e armazenando em um cantinho da memória para ser retirada e examinada depois. Outra parte, uma parte também solitária, estava com medo do quanto ele sabia que ele viria a depender desses pequenos toques. Billy sabia que ele iria desejar aqueles toques como ele desejava o olhar de Rourke. Rourke jogou os sapatos de Billy por cima do ombro e tirou suas meias. Billy gemeu e se recostou sobre suas mãos quando Rourke deu a cada pé uma suave massagem. Ele não sabia até então que seus pés doíam. E o toque de Rourke era mágico, afastando cada dor e incômodo. “Deite-se, bebê”. Billy fez como Rourke pediu e cuidadosamente deitou no colchão. Suas costas doeram um pouco quando pressionadas na cama, mas não o suficiente para Billy reclamar. Ele teve muito pior, e ele não estava disposto a fazer ou dizer nada que pudesse parar Rourke. “Erga seus quadris se você puder.” Billy levantou os quadris, seu rosto corando furiosamente quando Rourke puxou sua calça para baixo de suas pernas. Billy rapidamente estendeu a mão e cobriu sua virilha com uma mão.

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“Sshhh, bebê,” Rourke disse quando ele puxou o pulso de Billy, “você não precisa se esconder de mim.” “Eu só...” Billy sentiu atrapalhado quando ele deixou Rourke puxar a mão. “Ninguém nunca... e, bem... ninguém nunca me viu assim e...” “E, eu não consigo nem começar a explicar a você o quanto isso significa para mim.” Rourke sorriu amplamente. Billy tremeu e respirou fortemente quando sentiu as mãos de Rourke acariciando sua pele nua, subindo lentamente pelas suas pernas em direção à sua virilha. Não apenas nunca ninguém o tinha visto em seu presente estado de nudez, ninguém jamais o havia tocado como Rourke estava fazendo. “Saber que serei o único a ver ou tocar você assim...” Rourke rosnou, o timbre de sua voz está ficando mais espessa. “Você realmente não entende como isso é excitante, bebê.” Billy quase pulou fora de sua pele quando Rourke se inclinou e esfregou o rosto contra a pele sensível de seu abdômen. Rourke parecia estar respirando profundamente enquanto ele esfregou o rosto sobre Billy repetidas vezes. “Você é todo meu agora, bebê, todo meu.” Rourke de repente se afastou e ficou de pé, recuando alguns passos. “Olhe para mim, bebê, olhe o que você faz comigo.” Como se isso fosse um problema, que Billy pensou consigo mesmo. Ele não conseguia desviar o olhar Rourke mais do que ele poderia parar de respirar. O fato de que Rourke tinha começado a tirar suas roupas apenas tornava mais impossível para que Billy desviar o olhar. Cada pedaço de pele nua revelada combinava com cada fantasia que Billy tinha imaginado sobre o homem, apenas que isso era real. Billy já estava meio duro. Ele sempre ficou excitado quando ele estava perto de Rourke. Ver o homem se despir dava uma interpretação completamente nova sobre o desejo percorrendo seu corpo. Rourke era uma obra de arte. Ao vê-lo nu pela primeira vez, Billy rapidamente percebeu que nenhuma de suas fantasias jamais iriam se comparar com o homem na realidade.

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Os ombros largos de Rourke era um contraste com sua cintura magra. O homem estava definitivamente em forma. Ele trabalhava duro para viver, e isso mostrava em cada músculo salientes e cada pedaço esticado e ondulante de pele. Ele era de tirar o fôlego. Ele certamente estava tirando o fôlego de Billy. Sua pele era levemente bronzeada, mas sem marcas de linhas de bronzeado, dando a Billy mais uma fantasia para sonhar, aonde o homem tomava banho de sol nu. Grossos músculos peitorais adornavam seu peito, descendo para uma cintura pequena e músculos abdominais definidos. Os olhos de Billy começaram a se mover abaixo da cintura de Rourke quando o homem de repente agarrou seu pênis. Billy gemeu e arqueou no ar, o toque suave e intenso. “Rourke!” “Ssshh, deitado, bebê,” disse Rourke quando ele gentilmente empurrou o abdômen de Billy. “Você ainda está machucado. Nós não podemos fazer qualquer coisa que vai nos colocar em problemas ou provocar mais dor. Eu só quero que você fique aí deitado e me deixe fazer todo o trabalho. Eu vou fazer se você se sentir bem.” Billy não tinha nenhuma razão para não acreditar no homem. Apenas o simples toque de mão de Rourke sobre ele era mais do que ele jamais pensou em ter. O resto todo era apenas um bônus. “Eu quero que você suba até o topo da cama e segure a cabeceira da cama.” Rourke riu levemente. “E não solte, bebê, não importa o quê.” Havia algo na voz de Rourke, uma espécie de tom feroz que disse a Billy que segurar na cabeceira da cama era realmente importante para o homem. Ele estava mais do que disposto a experimentar qualquer coisa que Rourke sugerisse. Se movendo cuidadosamente, Billy deslizou para o topo da cama e se deitou. Ele esticou o braço sobre sua cabeça e envolveu seus dedos ao redor da cabeceira da cama de ferro branco forjado, em seguida, olhou para baixo em Rourke. “Assim?” Rourke mordeu os lábios e balançou a cabeça. Seus olhos verdes começaram a escurecer diante de Billy, se tornado um verde esmeralda profundo. O rosto de Rourke corou, sua 127


mandíbula se apertou como se ele estivesse segurando seu controle por um fio. Isso emocionou Billy, o excitou, mas também o assustou. Ele não sabia o que esperar. “Um dia desses, eu vou algemar você na minha cabeceira, bebê, e te foder até você não pode andar.” Billy piscou, suas sobrancelhas subindo em choque. “Você quer me algemar?” “Eu quero.” “Por quê?” A respiração Billy ficou presa em sua garganta quando Rourke se inclinou, com as mãos pousando no peito de Billy, exatamente sobre seus mamilos. Ele começou a arrastá-las lentamente para baixo do corpo de Billy, seus olhos seguindo o caminho feito com suas mãos. “Porque você ficaria muito sexy algemado à minha cabeceira, exibido para meu prazer.” Billy lambeu seus lábios subitamente secos. “Tudo bem.” Os olhos de Rourke se moveram para os seus. “Tudo bem?” Billy acenou com a cabeça. “Ok, você pode me algemar.” “Bil-bebê, você não sabe o que está dizendo.” “Eu quero, também.” Billy franziu a testa. Ele não era assim tão estúpido. “Você fica excitado com a ideia de me ter algemado a sua cabeceira.” “Bebê, você realmente não sabe o que você está dizendo.” Billy rolou os olhos quando Rourke o segurou mais apertado e repetiu suas palavras. Ele sabia o que estava dizendo. Certo, ele nunca tinha sido algemado antes, a menos que ele estivesse preso, mas se isso excitava Rourke tanto quanto ele achava que sim, ele era totalmente a favor. “Rourke, pare de me tratar como vidro,” disse Billy. “Se você planeja me algemar mais tarde, então não há nenhuma razão que você não pode fazer isso agora. É óbvio que é algo que você quer.” “Bebê, você está ferido.” “E?” 127


Rourke mordeu seu lábio inferior novamente, seus olhos se movendo para cima e para baixo do corpo de Billy. Ele respirou fundo, deixando o ar sair lentamente enquanto seus olhos se encontraram com os de Billy novamente. “Eu vou ser sincero aqui, bebê. Eu quero te algemar. Isso é algo que me excita muito. Mas eu não tenho certeza se eu consigo me controlar se fizermos isso. Eu quero isso, mas não às suas custas.” “Você vai parar se eu pedir.” Uma das sobrancelhas na testa Rourke se arqueou para cima. “Você acha, hein?” “Eu sei disso.” Billy não tinha ideia de como ele sabia disso, mas ele sabia. Rourke nunca faria nada para machucá-lo de propósito. Billy sabia disso no fundo de sua alma. “Eu confio em você.” Os olhos de Rourke se fecharam. “Você realmente não tem ideia do que você está dizendo, bebê.” “Você acha que eu sou estúpido?” Era a única explicação. Billy disse a Rourke que ele estava disposto a ser algemado, e obviamente era algo que o homem queria muito. Billy não entendia qual era o problema. “O quê?” Os olhos Rourke se abriram, e ele olhou para baixo para Billy. “Claro que eu não acho que você é estúpido. O que fez você perguntar algo assim?” “É óbvio que me algemar excita você. Eu disse que estou bem com isso. “Billy se sentou, sacudindo a mão um pouco no ar para o efeito. “Por que você está se esforçando tanto para me convencer disso? Você não acha que eu conheço minha própria mente?” “Eu não acho que você percebe no que você está se metendo.” “Então, me diga.” Billy quase desejou que ele não tivesse dito nada quando os ombros de Rourke caíram. Ele estava sempre falando demais. Ele deveria ter parado, enquanto ele estava ganhando. Rourke pareceu mais do que dispostos a foder até que Billy abriu sua boca e exigiu mais. Ele era estúpido. Billy abaixou os olhos, o olhar de Rourke muito intenso. “Sinto muito. Eu não queria deixar você chateado.” 127


“Bebê, eu não estou chateado. Eu só... “Rourke empurrou uma mão pelo seu cabelo castanho claro. “Eu posso ser muito intenso às vezes, especialmente quando se trata das coisas que eu gosto sexualmente. Você nunca esteve com ninguém, e eu não quero te assustar na sua primeira vez. Isso faz sentido para você?” “Sim.” Bem, mais ou menos. Billy não tinha certeza exatamente do que Rourke queria dizer com intenso. “Eu ainda não entendo o que isso tem a ver com esta situação. Se você planeja usar algemas em mim mais tarde, então por que você não vai usá-las agora?” “Porque você está ferido, bebê.” Billy suspirou profundamente e se deitou no colchão novamente. “Ok, talvez eu não entenda. Eu sinto que você está falando em círculos.” Billy inalou fortemente quando Rourke subiu de repente e pairou sobre ele. Seus traços faciais estavam esticados como se ele estivesse sob muita tensão. Rourke agarrou uma das mãos de Billy e a moveu para baixo para seu pênis, pressionando os dedos de Billy em torno de sua grossa ereção. “Eu não sou normalmente um homem gentil, bebê. Eu estou tentando ser atencioso porque você está ferido.” Rourke balançou a cabeça. “Mas se você não estivesse ferido, eu já estaria profundamente dentro de sua bunda. E eu te foderia, bebê, até você não conseguir andar em linha reta. Eu te algemaria em minha cama e não te deixar ir até eu terminar com você, e isso levaria um muito tempo.” A boca de Billy caiu aberta. Ele nunca tinha ouvido palavras faladas como as de Rourke, que o excitou tão rapidamente ou fez seu corpo tremer tanto. Ele não tinha certeza que ele já tinha ouvido palavras faladas como as de Rourke, ponto. “E... e me algemar é ruim por quê?” “Não é ruim, bebê, mas me deixaria fora de controle. É tudo que eu posso fazer neste momento para te tratar gentilmente. Se eu te ver algemado e saber que posso fazer qualquer coisa que eu queria com você, eu não acho que eu seria capaz de ser gentil.”

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Não estava nada fácil para Billy respirar. Com cada palavra que Rourke falava, ele estava levando outro sopro de ar. “Apenas me deixe fazer isso do meu jeito, bebê. Vou lhe apresentar as minhas algemas em alguns dias.” “Promete”? “Oh, inferno, sim.” Billy engoliu, então concordou. “Ok.” Rourke sorriu. “Tudo bem, mãos sobre sua cabeça novamente. Agarre a cabeceira da cama.” Billy ergueu a mão e agarrou a cabeceira da cama de novo. Ele não conseguia tirar os olhos de Rourke enquanto observava o homem se inclinar e acariciar sua língua em sua pele nua. Rourke não parecia estar com muita pressa quando ele lentamente lambia e mordiscava o peito de Billy. A cada mamilo foi generosamente lambido, chupado, e depois mordiscado até Billy estar se contorcendo debaixo de Rourke, empurrando-se para o homem. Ninguém nunca o tinha tocado como Rourke estava fazendo. Billy não tinha ideia que seus mamilos podiam ser tão sensíveis. A mente de Billy parecia em pedaços quando Rourke se moveu mais para baixo de seu peito e para seu abdômen. Eram simples músculos abdominais, um umbigo. Eles não deveriam sentir a língua de Rourke se movendo sobre eles exatamente como eles fizeram. Billy quase gritou quando a boca Rourke deixou seu abdômen até que ele sentiu os lábios quentes envolver a cabeça de seu pênis. “Rourke!” ele gritou. Seus dedos apertaram as barras de ferro forjado com tanta força que eles machucaram. Ele dobrou os joelhos e os pés firmemente no colchão antes de empurrar o pênis na boca de Rourke. Nada na terra nunca parecia tão bom. As bolhas de euforia de Billy estouraram de repente quando ele sentiu algo duro e molhado pressionar contra sua bunda. Ele endureceu, assustado e não acostumado a qualquer 127


coisa o tocando ali. Seu pênis ainda estava na boca de Rourke, mas Billy podia senti-lo começando a murchar com a sensação estranha. “Rourke.” Billy engolido, assustado de repente. A cabeça de Rourke subiu e os olhos verdes encontraram os de Billy. “Está tudo bem, bebê, é apenas os meus dedos. Eu não vou fazer isso se você não quiser.” Billy respirou fundo e tentou acalmar seu coração acelerado. “Eu simplesmente nunca... “ Rourke sorriu. Ele parecia muito orgulhoso desse fato. “Eu sei, mas eu prometo que você vai gostar.” “Tudo bem,” Billy disse devagar. Ele ainda se encolheu quando Rourke começou a empurrar seu dedo mais profundo. Não era exatamente doloroso, mais estranho do que qualquer coisa. Demorou alguns minutos, mas Billy lentamente começou a gostar do dedo em sua bunda. Ele estava apenas começando a deixar seus músculos relaxarem, soltar a tensão neles, quando sentiu outro dedo empurrar em sua bunda. “Rourke!” “Você quer que eu pare, bebê?” “Qu-quantos você pretende colocar aí?” Billy podia sentir seu rosto corar com o calor, enquanto falava. Ficou ainda pior quando Rourke deu uma risadinha. “Três, pelo menos, bebê, mas mais provável quatro quando nós finalmente começarmos a realmente foder. Como você disse antes, quando estávamos no celeiro, eu não sou exatamente um homem pequeno.” “Q-q-quatro?” Billy guinchou. Ele não podia imaginar ter quatro dedos em sua bunda. Claro, ele tinha imaginado ser fodido por Rourke. Ele apenas nunca realmente pensou sobre a dinâmica exata do ato em si. “Deixe-me lhe mostrar algo, bebê.” Billy não tinha ideia que Rourke estava falando até que ele sentiu os dedos em sua bunda começarem a se mover. Novamente, ele achou a sensação não totalmente desconfortável, apenas estranha. Os dedos de Rourke se moviam para dentro e para fora dele, indo mais fundo a cada vez. 127


Billy ficou esperando algo mágico acontecer, algo que faria isso não parece tão estranho. Então dedos Rourke se curvaram de repente e roçou algo dentro de Billy. Ele endureceu, um gemido alto saindo de seus lábios enquanto ele arqueava no ar. “Ah, finalmente,” Rourke sussurrou. Billy ofegava fortemente quando ele se abaixou de volta para o colchão. Ele nunca tinha, nunca, sentido nada parecido. Billy pensou que a sensação era como uma combinação do que ele se sentiu quando ele beijou Rourke e beijar um soquete de luz. “O que foi isso?” “Isso, bebê, é chamado seu ponto doce.” “Eu posso ver isso.” “Fica melhor.” “Melhor?” A boca de Rourke caiu de volta para baixo sobre o pau de Billy. Ao mesmo tempo, seus dedos começaram a se mover novamente, empurrando para dentro e fora da bunda de Billy. Billy prendeu a respiração, vencido pelo sentimento de Rourke chupando seu pau e a expectativa de ter seu ponto doce acariciado novamente. Quando aconteceu, Billy gritou e imediatamente encheu a boca de Rourke com seu gozo. Luzes brancas nadavam na frente de seus olhos, seu cérebro parecia curto circuito. Ele não conseguia pensar, apenas sentir. E ele sentia tudo, desde a maneira como Rourke chupava seu pau aos dedos que continuavam a acariciá-lo através de seu orgasmo. Billy quase gemeu em protesto quando Rourke de repente se afastou dele até que ele viu o homem se ajoelhar entre suas pernas e se inclinar por cima dele. Rourke tinha seu pênis na mão e estava se acariciando furiosamente. Billy estava em transe. Ele nunca tinha visto nada tão bonito em toda a sua vida. O rosto de Rourke estava tenso, sua mandíbula apertada, e os lábios firmemente unidos. E apesar dele acariciar seu pau rapidamente, seus olhos nunca deixaram o corpo de Billy. Billy soltou a cabeceira da cama e começou a alcançar Rourke, mas as palavras duras do homem o pararam. 127


“Mãos!” Billy instantaneamente alcançou de volta e passou os dedos em torno da cabeceira da cama. Ele lambeu os lábios. Ele poderia se sentir começar a endurecer novamente, embora tivesse acabado de experimentar o orgasmo mais intenso de sua vida. Como ele não poderia, quando o objeto de cada fantasia sua estava se masturbando sobre ele? “Você está realmente ansioso para aquelas algemas, não é? Você me quer ver totalmente excitado por você.” Billy frequentemente desejava que ele tivesse mantido sua boca fechada depois de falar. Isso o tinha colocado em problemas muitas vezes. Mas quando os olhos verdes de Rourke encontraram os seus, e de repente se embaçaram e sua cabeça caiu para trás sobre seus ombros, Billy estava contente que ele tinha falado. O rugido alto que encheu o quarto quando cordas brancas dispararam sobre o peito de Billy valeu a pena tudo. Billy continuou com as mãos firmemente agarradas na cabeceira da cama quando Rourke caiu para descansar a cabeça no peito de Billy. Ele queria desesperadamente abraçar o homem, para tocá-lo de alguma forma. Ele só não sabia se podia. “Rourke?” ele sussurrou. Rourke lentamente levantou a cabeça, um sorriso pequeno e sensual brincando em seus lábios. “Com certeza vamos usar algemas da próxima vez.”

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Capítulo Oito Rourke deu uma risadinha quando viu Billy e Ma trabalhando no jardim. Eles pareciam estar discutindo sobre algo, mas ele não sabia direito o que era. Billy estava acenando com as mãos ao redor descontroladamente enquanto apontava para cima e para baixo nas fileiras do jardim que haviam acabado de serem capinadas. Ma estava gesticulando para trás. Billy estava apenas a alguns dias no rancho, mas cada um deles parecia trazer algo novo em sua personalidade. Rourke havia ficado um pouco surpreso pelo humor de Billy, muitas vezes se encontrando rindo de alguma coisa Billy disse. O que era ainda mais surpreendente foi o quão inteligente Billy realmente era quando ele se abriu. Rourke havia ficado chocado em silêncio mais de uma vez nos últimos dois dias, quando Billy disse ou comentou algo. Ele podia não ter completado o ensino médio, mas ele não era estúpido em nada. “É melhor você ir salvá-lo antes de Ma alimentar as galinhas com ele.” Rourke olhou por cima do ombro para ver Lachlan de pé atrás dele, um pequeno sorriso em seu rosto. Rourke riu e se virou para observar Billy e Ma discutindo. “Eu não sei. Ma pode ter realmente conhecido seu gêmeo desta vez. Billy é muito teimoso, quando ele quer ser.” “Billy?” Lachlan bufou. “Estamos falando sobre o mesmo homem aqui, certo? Billy Thornton?” “Sim, estamos falando sobre o mesmo Billy.” Rourke revirou os olhos e se virou para encarar o irmão quando o homem bufou. “Você já tentou realmente conversar com Billy?” “Rourke.” “Eu entendo que ele tenha uma má reputação, mas não é quem ele realmente é. Billy é gentil e doce. Ele não faria mal a um fio de cabelo na cabeça de ninguém se Clem não o tivesse forçado.” Rourke acenou com a mão freneticamente no ar. “Você tenta viver o que Billy já passou e veja se você sairia disso tão bem quanto ele. Apesar de tudo que Clem já fez para ele, e

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mesmo sabendo que isso poderia significar outra surra ou sua vida, Billy ainda tentou nos manter a salvo de Clem. Deixe-me ver você tentar algo assim.” “Rourke, eu não estou dizendo—” “Você não está dizendo nada.” Rourke apertou os punhos juntos para evitar acertar o rosto de seu irmão. Ele estava ficando fodidamente cansado de pessoas criticando Billy. “Eu não quero ouvir você dizer mais uma palavra sobre ele.” “Rourke—” “Nem uma palavra, Lachlan!” “Ele está bem atrás de você,” Lachlan disse rapidamente. Rourke engoliu em seco e se virou lentamente para encontrar Ma e Billy de pé bem atrás dele. Ma tinha os braços cruzados sobre o peito e estava batendo o pé. Ela não parecia feliz. Billy, por outro lado, parecia em êxtase, um grande sorriso enfeitando os seus lábios. “Hey.” “Hey,” Billy disse de volta, seu rosto corando, mas o sorriso nunca saindo de seus lábios. “Como vai a jardinagem?” Ma resmungou e revirou os olhos. “Billy parece pensar que cultivar tomates junto da cerca é melhor que os vasos que tenho na varanda de trás.” Rourke mordeu o lábio. Ele não ia entrar numa conversa sobre o jardim de sua Ma. Ele não era assim tão estúpido. Ele ficou chocado quando Billy se virou para olhar Ma, gesticulando com as mãos novamente. “Mas a cerca é melhor. Sei que você disse que gostava dos tomates beefsteak, e os tomates são grandes, mas alguma vez já comeu um tomate fresco direto das ramas? Não há nada como isso.” “Eu ainda não vejo a diferença no crescimento dos tomates na cerca ou nos vasos.” “Se você cultivar ramas de tomates na cerca, eles podem usar a cerca para crescer para o sol. Tomates amam o sol. E a cerca ajudará a protegê-los dos elementos. Até na varanda, mesmo nos vasos, eles estão à mercê do tempo.” 127


Ma abriu a boca como se para responder, em seguida a fechou. Ela olhou para o jardim por alguns minutos, em seguida, olhou para Billy. “Ok, eu vejo que você está dizendo, mas eu ainda gosto de ter meus tomates em vasos na varanda dos fundos.” “Então, por que nós não plantamos um pouco dos dois então. Você poderá cultivar uma parte na cerca e cultivar outra parte nos vasos.” Billy deu de ombros. “Ainda assim você não terá tomates demais.” “Sabe, Billy, isso não é uma má ideia. Dessa forma, eu posso ver quais crescem melhor.” Ma sorriu e se virou para seu jardim, andando nessa direção. “Vamos, filho, temos algumas plantações a fazer.” Billy sorriu e começou a seguir atrás de Ma. De repente ele parou e se virou, correndo de volta para Rourke. Billy inclinou-se na ponta dos pés e colocou um pequeno beijo nos lábios de Rourke. “Obrigado por acreditar em mim,” Billy sussurrou quando ele desceu de volta a seus pés. Rourke sorriu e bateu no nariz de Billy. “Eu sempre vou acreditar em você, bebê.” O sorriso de Billy era mais brilhante que o sol. Ele riu e se virou, correndo em direção ao jardim de Ma. Rourke se sentiu mais leve enquanto observava Billy correr para se juntar à sua Ma. Ele não pôde conter o riso quando Billy e Ma começaram a discutir no momento que Billy pulou sobre a cerca. Ele duvidava que os dois jamais fossem parar de discutir, mas parecia ser tudo divertido, nada prejudicial. E talvez Billy precisasse disso. Ele precisava ver que ele foi aceito, não importando o quê. Rourke teria que trabalhar nisso. “Ele certamente parece ter apanhado você em sua rede, irmãozinho.” “Ele é minha lenda,” Rourke disse sem tirar o olhar de Billy. “Bem, merda.” Lachlan riu. “Eu acho que isso significa que eu vou ter que ser bom para o cara.” “Sim.” “Ele sabe?”

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“Não, ainda não,” disse Rourke. Ele relutantemente tirou os olhos de Billy e voltou a empilhar feno. “Eu vou lhe dizer quando for o momento certo.” “Não espere muito tempo, Rourke. Você não vai querer correr o risco de perdê-lo. Acredite em mim. Eu sei o que estou falando.” Rourke rapidamente olhou para seu irmão quando Lachlan pegou o fardo de feno ao lado dele. A seriedade da expressão no rosto de Lachlan disse a ele que seu irmão sabia exatamente o que estava falando. “Eu não quero. Eu vou lhe dizer, assim que eu puder. Eu não quero fazer nada que me fizesse perder Billy.” Lachlan assentiu com a cabeça e então riu. “Vai levar algum tempo para me acostumar, meu irmão e Billy Thornton. Quem teria pensado nisso?” “Sim, me surpreendeu realmente, também.”

***** Rourke sabia que algo estava diferente no momento que ele acordou. Depois de passar os últimos dias acordando com Billy em seus braços, acordar sozinho foi meio alarmante. Ele abriu os olhos e olhou ao redor do quarto, instantaneamente identificando Billy de pé perto da cômoda. “O que você está fazendo, bebê?” Billy se virou, seu rosto empalidecendo quando ele escondeu as mãos atrás das costas. “Nada.” Rourke arqueou uma sobrancelha. “O que você está escondendo atrás de suas costas, então?” O rosto de Billy empalideceu ainda mais. Rourke também notou que o homem se recusou a olhar em seus olhos. Ele olhava para qualquer lugar, exceto em Rourke. “Nada.” 127


Rourke suspirou e deslizou contra a cabeceira da cama. Ele cruzou as mãos no colo. Rourke tinha passado quase todos os momentos com Billy durante os últimos dias, e até mesmo em seu sono. Ele pensou que ele e Billy haviam feito progressos. Eles conversaram, e se abraçavam, e até mesmo brincamos um pouco quando Billy se curava. Apesar de seu corpo estar se curando muito bem, Billy ainda estava com muitas contusões—contusões muito coloridas neste momento. Rourke sabia que ele precisaria de mais alguns dias, se não algumas semanas, para estar em condições adequadas. Felizmente para Rourke, seus irmãos tinham ajudado, assumindo a maior parte de seu trabalho na fazenda, lhe permitindo passar o máximo de tempo possível com Billy. Rourke sabia que isso não duraria para sempre, mas ele era grato pelo tempo que eles lhe deram. “Venha aqui, bebê.” Rourke curvou seu dedo para Billy e viu como o homem se aproximava relutantemente. Billy parou na beirada da cama. Rourke estendeu a mão e esperou. Billy lentamente trouxe suas mãos na frente dele. Rourke ficou chocado ao ver suas algemas forradas de pele presa em volta de um dos pulsos de Billy. Ele enganchou o dedo através da argola vazia e a puxou, puxando Billy para frente até que ele tinha ou que subir na cama ou cair sobre ele. “O que você fez, bebê?” Billy deu de ombros e rastejou para o espaço entre as pernas de Rourke. Ele se recostou contra o peito de Rourke e começou a remexer com as algemas. “Eu só queria ver como elas pareciam. Eu não fiz nada de errado.” “Eu lhe disse que iríamos usar as algemas em alguns dias.” “Você também me disse que nós iríamos usá-las na próxima vez que nós brincamos, e não a usamos.” Rourke amou o desafio que ele podia ouvir na voz de Billy. Com o passar dos dias Billy começou a discutir com ele cada vez mais. Ele nunca levantou a voz ou ficou violento, mas ele estava começando a expor do que gostava ou não de uma forma mais consistente. Rourke viu isso como um bom começo para a recuperação de Billy. 127


Rourke pegou Billy em seus braços. Ele o girou até Billy montar suas pernas e eles estarem um diante do outro. Ele sorriu para o rosto chocado de Billy quando ele pegou a algema vazia em uma mão e o pulso vazio de Billy na outra, puxando os dois atrás das costas de Billy. Mesmo se ele não tivesse sentido o pau de Billy endurecer contra seu abdômen, Rourke saberia que Billy estava excitado. Billy tinha sinais que contavam. Ele inalava suavemente. Seus olhos azuis escureciam. A pulsação em seu pescoço batia rapidamente. Estes eram todos os sinais que Rourke veio a reconhecer. “Você realmente esteve pensando nisso, não é?” Billy deu de ombros, os olhos descendo. “Você disse que iria, e você não tem e...” “Eu sei, mas eu quis te dar mais alguns dias para se curar enquanto nós brincamos e você se acostume e mim.” Os olhos de Billy se arregalaram. “Eu estou acostumado a você.” “Você acha mesmo, hein?” Rourke sorriu e estendeu a mão para a mesinha de canto, puxando a gaveta aberta. Ele procurou em volta com a mão até que ela se fechou sobre um pequeno frasco de lubrificante e um preservativo, puxando os dois para fora antes de fechar a gaveta. Ele largou a garrafa e preservativo na cama e então puxou as mãos de Billy de volta na frente dele. Rourke ouviu o inalar suave de Billy enquanto ele fechava a algema solta no pulso vazio de Billy, então, envolveu as mãos atadas em seu pescoço. Billy não poderiam se afastar, mesmo que ele quisesse. “Você tem certeza que está pronto para mim, bebê?” Billy engoliu em seco e concordou com a cabeça. Rourke riu quando ele levantou Billy um pouco e empurrou o cobertor longe, o chutando para o final da cama com os pés. Ele acomodou Billy de volta em seu colo, seus corpos nus pressionados juntos. Rourke quase gemeu quando seu pau duro empurrou entre as coxas de Billy, esfregando contra as bolas do homem e na parte inferior de seu pênis. 127


Rourke e Billy tinham sentado assim antes, mas isso geralmente envolvia um monte de beijos e nenhuma algema. E, apesar de Rourke ter usado os dedos na apertada entrada de Billy, ele nunca tinha usado seu pau. Isso estava prestes a mudar. Rourke pegou o preservativo e o rasgou para abrir. Ele deslizou Billy para trás longe o suficiente para que ele pudesse rolar o preservativo em seu pênis dolorido. Uma vez feito, ele moveu Billy de volta no lugar. Ele pegou a garrafa de lubrificante e derramou um pouco sobre seus dedos e então largou a garrafa de volta na cama. Rourke observou o rosto de Billy cuidadosamente quando ele alcançou ao redor de sua forma esguia e começou a pressionar seus dedos no homem. O rosto de Billy corou, seus olhos se fechando parcialmente. Rourke podia sentir as coxas tensas do homem contra ele. Ele sabia que não estava machucando Billy. Eles tinham feito isso antes em várias ocasiões, e Billy sempre parecia gostar. Desta vez não deveria ser diferente. “Você está pronto para isso, bebê?” Rourke perguntou enquanto trabalhava seus dedos na bunda de Billy. Billy chupou seu lábio inferior e assentiu. “Deixe-me ouvir você dizer isso.” “Por favor,” Billy gemeu quando Rourke empurrou outro dedo e o moveu ao redor. “Por favor, o que, bebê?” Rourke podia sentir o ar em seus pulmões começando a se mover dentro e fora de seu peito mais rapidamente com cada respiração. Assistir Billy ficar excitado era mais excitante que ver o homem algemado, e isso Rourke surpreendeu desde o começo. “Por favor... por favor...” “Diga, bebê,” disse Rourke, enquanto observava as pálpebras de Billy vibrar. “Diga-me o que você quer.” Billy era muito ingênuo sobre algumas coisas. Rourke não tinha certeza se o homem sequer sabia mais do que alguns palavrões, até mesmo se ele as tinha ouvido. Embora isso não fosse bom na frente de sua família, Rourke estava determinado a sujar a boca de Billy no quarto. E ele queria ouvir Billy pedir o que ele queria. 127


“Eu quero que você me foda,” Billy gritou. Isso era tudo Rourke precisava ouvir. Ele tirou os dedos da bunda de Billy e agarrou os quadris do homem, levantando-o no ar até que ele sentiu a cabeça de seu pênis preso no buraco enrugado da bunda de Billy. Rourke manteve seus olhos fixos com os de Billy enquanto ele abaixava o homem sobre seu pênis, um centímetro de cada vez. A sensação de seu pau afundando nas profundezas sedosas de Billy era intensa, mas não tanto quanto o olhar de admiração no rosto corado de Billy. Quando Billy finalmente descansou totalmente contra ele, Rourke estendeu a mão e agarrou sua nuca, puxando Billy para frente até seus lábios estarem separados a uma mera respiração. “Eu estou em você agora, bebê. Eu nunca vou embora.” A respiração de Billy falhou. Rourke podia sentir as mãos de Billy apertadas contra sua nuca. “Nu-nunca?” “Não.” Rourke lambeu os lábios de Billy com sua língua até o ouvir gemer. “Você é minha lenda, Billy Thornton, e eu vou manter você.” O corpo inteiro de Billy estremeceu. Rourke teve apenas uma fração de segundo para sorrir antes de Billy o atacar. Seus lábios se chocaram, os braços de Billy apertando o pescoço de Rourke. Rourke beijou Billy de volta, suas línguas roçando uma contra a outra em um turbilhão de paixão. Ele agarrou os quadris de Billy e o levantou antes de descê-lo novamente. Billy gritou contra seus lábios. Rourke estremeceu quando os dedos de Billy se enrolaram em seus cabelos e os puxou. Billy pareceu enlouquecer. Cada movimento, cada toque de sua língua ou corpo era sensual. Rourke apenas esperava que Billy jamais aprendesse como excitante isso era para ele. Billy poderia acabar com ele. Rourke arrancou sua boca de Billy quando a falta de ar começou a se tornar uma preocupação. A respiração não pareceu ficar mais fácil quando ele olhou para Billy. Cada pedaço de luxúria e desejo que o homem sentia estava brilhando em seu rosto. O homem não escondia nada. 127


Rourke continuou a movimentar Billy para cima e para baixo sobre seu pênis. Os internos apertados músculos do homem seguravam seu pau como se eles não quisessem que ele saísse. Era quase mais prazer do que Rourke poderia segurar. Ele sabia que não demoraria muito para que ele explodisse dentro do homem. “É isso que você queria, bebê?” “Qu-queria pertencer a você.” “Você pertence, bebê,” Rourke sussurrou. “Você sempre vai me pertencer.” A cabeça de Billy caiu sobre seus ombros, e pequenos gritos saíram de seus lábios. Cada suave som era lindo para Rourke. Ele agarrou Billy pela cintura e os rolou sobre o colchão, até ele pairar sobre o homem. Os olhos de Billy pareciam tão arregalados que Rourke não pode deixar de sorrir. Ele agarrou os braços de Billy e os puxou de seu pescoço, empurrando-os por cima da cabeça de Billy. Levou apenas um momento prender as algemas no gancho soldado na cabeceira da cama. Rourke se sentou, levantando as pernas de Billy com os braços. Ele se moveu para frente, encaixando seu pau na bunda de Billy. Ele começou a se mover, empurrando em Billy repetidas vezes. “Você é tão apertado, bebê,” Rourke gemeu. “Você se sente tão bem.” “Sim.” “Eu vou te foder até que nós dois desmaiarmos.” “Ok.” Rourke sorriu para a resposta uma só palavra de Billy. “Você gosta dessa ideia, bebê? Você quer que eu te foda até você desmaiar?” “Sim.” Rourke desceu uma das pernas de Billy para que ele pudesse alcançar e agarrar pau do homem. Ele começou a acariciar ereção grossa de Billy enquanto ele empurrava dentro dele. Gotas de pré-sêmen escorriam pelos lados do pau de Billy. “Diga-me o que você quer, bebê,” Rourke ordenou. “Foda-me.” “Eu estou fodendo você, bebê.” 127


Billy sorriu subitamente, o que surpreendeu Rourke. “Foda-me mais forte.” Rourke rosnou e aumentou o ritmo de suas estocadas. Billy a boca abriu. Ele começou a ofegar fortemente e tremer. Seus braços endureceram, seus dedos apertando a cabeceira de ferro forjado da cama. “Goze para mim, bebê,” Rourke exigido. “Goze em meu pau.” O corpo de Billy arqueou no ar. Um grito baixo encheu o quarto quando ele gozou. A mão de Rourke ficou escorregadia quando porra disparou do pau de Billy. Os músculos sedosos se apertaram em volta do pau de Rourke, extraindo um gemido profundo dele. Rourke acariciou Billy mais algumas vezes depois soltou o pau do homem e agarrou sua perna novamente. Ele enganchou os pés de Billy sobre seus ombros e então plantou suas mãos no colchão de cada lado do corpo de Billy. Rourke pressionou seus lábios juntos quando ele começou a bater em Billy. As ondas de êxtase pulsavam através dele a cada estocada. Fogo queimou através dele, aquecendo-o de dentro para fora até que ele queimava em uma bola de chamas. O barulho repentino das algemas nas mãos de Billy atraiu o olhar de Rourke. Seus pulmões pareciam incapazes de puxar algum ar. Billy estava sacudindo as algemas, lembrando a Rourke que o homem estava sob sua mercê. Rourke não pode controlar seu grito de prazer quando seu orgasmo subitamente rasgou através dele. Ele enrijeceu. Seu pau latejou e derramou no interior da bunda apertada de Billy. Um sentimento profundo de paz e contentamento preencheu Rourke quando ele largou as pernas de Billy e desceu sobre ele. Ele gentilmente beijou os lábios inchados de Billy e olhou em seus olhos azuis profundos. “Você está bem? Eu não machuquei você, não?” “Não,” Billy sussurrou. Rourke sorriu. “Bom.” Billy sacudiu os punhos novamente. “Posso ter minhas mãos?” 127


Rourke fez uma careta. “Isso não era o que você estava pedindo antes, era?” “Não.” Billy riu. “Eu estava lembrando que fui algemado e exibido para seu prazer.” “Nosso prazer,” Rourke lembrou a Billy. Ele estendeu a mão e abriu as algemas, em seguida, observando Billy esfregar os pulsos quando ele os trouxe de volta para baixo. “Estão doendo?” “Rourke.” “Só perguntando.” “Eu não vou quebrar.” “Você poderia.” Billy resmungou e revirou os olhos. “Se Clem não pode me quebrar, você também não pode.” “Hey!” Rourke bateu na ponta do nariz de Billy. “Clem não tem nenhum assunto em nossa cama.” “Nossa cama?” Rourke podia ouvir a incerteza na voz de Billy. Ele podia ver isso em seus olhos azuis. Billy não tinha certeza deles, e ele sabia que precisava corrigir isso. Ele gentilmente se afastou de Billy e rolou para o lado da cama. “Segure esse pensamento,” disse ele enquanto se afastava. Ele fez uma viagem rápida ao banheiro para se limpar e trouxe uma toalha molhada. Depois de limpar Billy, Rourke jogou a toalha ao chão, em seguida, subiu de volta na cama ao lado de Billy. Ele passou os braços em torno de Billy e o puxou mais perto. “Eu te disse que você era minha lenda, bebê, e estava falando sério. Isso significa que estou mantendo você. Então, sim, esta é a nossa cama, se você quiser que ele seja.” “Essa palavra de novo, lenda. O que significa?” “Há uma antiga lenda Blaecleah que diz cada Blaecleah terá uma pessoa que se destina só para eles. E eles vão amar essa pessoa para o resto de suas vidas. Não haverá outra para eles.”

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Rourke sorriu e apertou os braços em volta de Billy. “Eu soube no segundo que eu beijei você que você era para mim. Eu nunca vou amar outra pessoa, só você.” Rourke sabia que ele estava colocando tudo que ele sentia em risco por Billy, mas ele sabia que o homem precisava mais do que as habituais palavras. Ele precisava saber Rourke queria dizer tudo o que ele disse, talvez mais que as pessoas comuns. Ele sabia que corria o risco de rejeição de Billy, mas ele não achava que ele iria conseguir. Ele sabia que Billy cuidou dele. Ele apenas não sabia se Billy cuidou dele o suficiente para ficar por aqui. Billy tinha muito a temer. Rourke queria ser o único a protegê-lo e lhe dar um lugar seguro para ficar. Quando Billy não respondeu imediatamente, Rourke começou a ficar preocupado. Ele se reclinou e olhou para baixo para Billy. Quando ele viu lágrimas correndo pelo rosto do homem ele ficou ainda mais preocupado. “Billy?” Billy fungou e enxugou as lágrimas em seu rosto quando ele sorriu. “Eu acho que deveríamos ter beijado mais cedo então.”

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Capítulo Nove “Rourke, Billy,” a voz Ma chamou através da porta quando ela bateu alguns minutos mais tarde, “O xerife Riley está aqui. Ele gostaria de falar com vocês dois.” “O xerife?” O pânico de Billy foi imediato e quase paralisante. “Eu não fiz nada, Rourke, eu juro. Eu nem sequer deixei o rancho esses dias, e eu estive com você quase cada segundo de cada dia.” “Bebê, acalme-se.” Rourke deu um tapinha no ombro de Billy. “O xerife Riley pode estar aqui apenas para falar conosco sobre o celeiro. Isso não significa que ele está aqui por você.” “Sim, certo, o celeiro.” Billy ainda não acreditava nisso. Se o xerife estava aqui, algo estava errado, e Billy estava com medo que ele estava prestes a perder tudo o que ele ganhou na última semana, inferno, na última hora. A menos que ele estivesse enganado, e ele poderia muito bem estar, Rourke estava mantendo-o para sempre. Ele até mesmo declarou seu amor. Talvez Billy quisesse tanto isso que ele tinha simplesmente sonhado ou ouvido o que ele queria ouvir. Talvez ele estivesse errado. “Rourke.” Billy enrolou suas mãos na beirada do lençol e observou Rourke se vestir. “Você quis dizer isso?” “Dizer o que, bebê?” Rourke perguntou quando ele começou a puxar uma camisa de algodão sobre a sua cabeça. “Qu-que você está me mantendo?” Billy sussurrou. “O quê?” Rourke puxou a camisa para baixo e se virou para olhar para Billy. “Bebê, o que você está falando?” Billy sabia disso. Ele sabia que era bom demais para ser verdade. Ele tentou agir indiferente quando se moveu para o lado oposto da cama de Rourke.

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Não foi fácil quando todo o seu corpo parecia oprimido por seu coração quebrado. Rourke não o queria. “Não era nada.” “Bebê, o que você está falando?” Billy apertou os lábios, mais para segurar os soluços do que em desafio da pergunta de Rourke. Ele começou a procurar no chão por suas roupas, querendo nada mais do que se vestir e correr. “Bebê, eu não consigo entender quando você sussurra assim.” Billy de repente se viu cercado pelos braços de Rourke. Ele tentou não lutar, porque ele tinha certeza de que esta era a última vez que ele se sentiria assim. Mas quando a mão de Rourke segurou seu queixo e levantou sua cabeça, Billy não pôde deixar de tentar se afastar. “Bebê, o que está errado?” “Nada.” “Você tem que parar de sussurrar, bebê.” “Nada, ok?” Billy disse mais alto. “Nada está errado.” “Você está mentindo, bebê.” Billy fechou os olhos. Ele realmente odiava que Rourke o pudesse ler tão bem. Ele não conseguia esconder nada do homem. Apenas uma vez Billy queria sair de uma situação com a sua dignidade intacta. “Por favor, me deixe ir.” Billy garantiu que sua voz saísse alta e firme neste momento. Os braços de Rourke se afastaram imediatamente dele, mas as mãos do homem seguraram o rosto de Billy. “Bebê, você tem que me dizer o que você está tão chateado. Não posso resolver isso se você não me contar.” “Você não pode resolver isso.” “Eu nem sei o que é isso.” “Não importa.”

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“Evidentemente que sim, bebê, ou você não estaria tão chateado.” Rourke fez uma careta. “É o xerife? É isso que está chateado você?” Billy concordou. Ele estava preocupado com o xerife, mas não era isso que o perturbava tanto. Ele simplesmente não ia dizer a Rourke. Billy se recusava a implorar por algo que não foi dado livremente, não importa o quanto ele quisesse. “Oh, bebê,” disse Rourke quando ele envolveu Billy em seus braços novamente. “O delegado não pode fazer nada para você. Você é meu agora, bebê, lembra? Isso significa que a família Blaecleah toda está do seu lado.” “O quê?” Rourke deu uma risadinha. “Você está resmungando novamente, bebê.” “O quê?” Billy perguntou mais alto. “Você, meu pequeno amor, é meu para sempre, lembra? Você é a minha lenda, e estou mantendo você. Isso significa que cada membro da minha família e eu vamos fazer de tudo ao nosso alcance para manter você a salvo, até mesmo do xerife.” “Eu sou seu?” “Você é meu,” Rourke repetiu. “Para sempre?” “Sim, bebê, você é meu para sempre.” Billy caiu contra Rourke quando seu coração começou a bater novamente. Para sempre, Rourke estava mantê-lo para sempre. Ele pressionou o rosto contra a camisa de Rourke quando as lágrimas em seus olhos ameaçaram transbordar. “Ei, olhe para mim.” Rourke empurrou rosto de Billy para cima. “Eu sei que você não teve muitas coisas boas em sua vida, mas quero mudar isso. Eu quero te dar o mundo.” “Eu só quero você.” Rourke Billy sorriu e deu um rápido beijo nos lábios. “Você me tem.” Billy pulou quando houve outra batida rápida na porta do quarto. “Rourke? Billy? “Ma chamou. “O delegado está esperando.” 127


“Isto não vai ficar bem, Rourke,” Billy disse quando ele se afastou de Rourke. Ele esfregou as mãos para cima e para baixo em seus braços para afastar o súbito arrepio ele sentiu. “Eu posso sentir isso em meus ossos.” “Não vamos procurar problemas, bebê. Nós vamos sair e ver o que o xerife quer.” Billy sabia que não seria assim tão fácil. Ele tinha lidado com o xerife antes. Certo, o Xerife Riley era melhor do que o Xerife Miller, que se aposentou há alguns meses. O Xerife Riley não tentou prender Billy imediatamente. O Xerife Miller parecia gostar de prendê-lo. Billy ficou feliz quando Xerife Miller se aposentou. Ele apenas não conhecia muito sobre o novo xerife. “É melhor você se vestir, bebê.” Se vestir, certo. Billy procurou ao redor até encontrar suas roupas e rapidamente as colocou. Apesar do calor no quarto, ele ainda sentia frio. “Rourke, você tem uma camisa de manga comprida para me emprestar?” “Claro, bebê, olhe no armário. Deve haver alguma coisa lá dentro.” Billy procurou no armário até encontrar uma pequena camisa de flanela de Rourke. As maiores o faziam parecer que estava usando um vestido. Ele a colocou e se abotoou, rindo baixinho para si mesmo quando teve de arregaçar as mangas. Pelo menos ela não pendurava até os joelhos. “Bem, como eu estou?” Billy perguntou como ele estendeu as mãos para os lados. “Lindo.” Rourke sorriu. “Você acha que sou eu lindo?” Billy franziu a testa. “Você está se sentindo bem?” Rourke deu uma gargalhada, que era uma beleza no homem e fez Billy se sentir melhor, mas ele ainda achava que o homem era um pouco louco. Billy não era lindo, e ele sabia disso. Ele podia ser capaz de passar por bonito, se tivesse sorte. “Ok, eu acho que isso é outra coisa que precisamos trabalhar.” “O quê?” “Sua auto-estima, bebê. Você precisa saber como você é especial.”

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“Eu... você...” Billy piscou rapidamente. O colarinho da camisa em volta do pescoço pareceu mais apertado de repente, e ele chegou até a correr o dedo sobre ele, puxando-o para longe de sua garganta. “Você está louco.” “Não, e eu vou provar isso para você assim que estiver terminado de falar com o xerife.” “Algemas de novo?” Billy balançou as sobrancelhas. “Eu criei um monstro.” Rourke deu uma risadinha. Billy sorriu quando ele seguiu Rourke fora do quarto, mas o sorriso diminuiu de seus lábios no momento que ele saiu para a varanda e viu seu pai de pé ao lado do carro do xerife. “O que podemos ajudá-lo, xerife?” Rourke perguntou. Billy chegou mais perto de Rourke, andando um pouco atrás dele. Seu pai não estava prestando atenção nele, que não era incomum. Ele nunca prestou qualquer atenção a Billy. “Billy, você pode vir aqui por mim, por favor?” “Eu?” O xerife concordou. Billy sabia o xerife estava lá para ele. Ele saiu de trás de Rourke e começou a descer os degraus da varanda quando Rourke agarrou seu braço, o impedindo. “O que é isto tudo xerife?” “Rourke, eu tive uma denúncia que você está segurando Billy Thornton aqui contra sua vontade.” “Desculpe?” O xerife apontou por cima do ombro para Ira Thornton. “Ira apresentou uma denúncia no meu escritório esta manhã. Ele diz que você está segurando Billy aqui contra sua vontade.” Billy começou sacudindo a cabeça. “Não, isso não é verdade.” “Você está aqui de livre vontade, Billy?” “Sim.” Ele não ia deixar seu pai destruir a felicidade que ele tinha encontrado com Rourke e o resto da família Blaecleah. “Estou aqui porque quero estar aqui.”

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“Bem.” O xerife enfiou os polegares na fivela de seu cinto. “Eu acho que é bom o bastante para mim.” Billy começou a respirar aliviado, até Ira avançar através do quintal. Ele se encolheu, subindo rapidamente os degraus. “Você simplesmente vai aceitar sua palavra para isso?” Ira gritou. “Sim, certamente,” respondeu o xerife. “É evidente que Billy está sob coação.” Billy se encolheu quando seu pai começou a agitar as mãos descontroladamente no ar. Ele nem mesmo sabia que seu pai conhecia o que significava a palavra coação. “Olhe para ele!” Ira gritou. “Ele está apavorado. Ele não vai responder com sinceridade com a família Blaecleah inteira de pé ali ao seu redor. Quem sabe como eles o ameaçaram?” Billy estava aterrorizado, mas não de qualquer um da família Blaecleah. Ele estava aterrorizado com o brilho nos olhos de raiva de seu pai. Ira Thornton parecia puto. Billy nem sequer entendia por que seu pai estava lá. “Billy,” disse o xerife, “por que você não vem aqui e converse comigo?” “Eu não quero.” “Billy.” Billy sacudiu a cabeça freneticamente. Ele não se importava de falar com o xerife, bem, não muito de qualquer maneira. Mas ele não estava prestes a dar um passo mais perto de seu pai. Clem era maluco, mas ele aprendeu de seu pai. “Bebê, você precisa.” Billy olhou para Rourke, em silêncio, suplicando-lhe. “Desculpe, bebê, mas a única maneira de esclarecer isso é falar com o xerife.” Os ombros de Billy caíram na derrota, e ele lentamente desceu as escadas para ficar na frente do xerife. “O que você quer saber?” ele perguntou baixinho. “Rourke ou qualquer membro da família Blaecleah prendeu você aqui ou em qualquer outro lugar contra a sua vontade?” “Não.” 127


“Eles lhe impediram de sair?” “Não.” “Você quer ficar aqui?” “Sim.” “Isso é bom o suficiente para mim.” Billy deu um suspiro de alívio e se virou para voltar a subir as escadas quando Ira começou a gritar novamente. O coração Billy afundou com cada palavra que ele falou. “Ele está mentindo!” Ira gritou. “Olhe para seus pulsos. É claro que eles estão abusando dele. Ele está com muito medo de ir contra eles.” Billy escondeu as mãos atrás das costas. Ele começou a recuar quando o xerife voltou a olhar para ele, uma de suas sobrancelhas arqueadas loiras. “Billy?” Billy sacudiu a cabeça e deu mais um passo para trás. “Billy, eu preciso ver seus pulsos.” O xerife estendeu as mãos. Billy olhou para Rourke, sem saber o que fazer. Rourke assentiu com a cabeça. Billy relutantemente se virou para o xerife e estendeu as mãos. O xerife segurou suas mãos, virando-as, e em seguida novamente, quando olhou para a ligeira vermelhidão ao redor dos pulsos de Billy. “Como isso acontecer, Billy?” “Eu... uh...” Billy olhou para Rourke, mesmo quando ele sentiu seu rosto corar de vergonha. Ele podia ver todos os outros membros da família Blaecleah olhando para ele. Rourke apenas cruzou os braços sobre o peito como se estivesse esperando por algo. Billy só não sabia o quê. Ele deveria ser sincero e dizer o xerife como ele conseguiu as marcas vermelhas ou mentir e esconder isso de todos? Usar algemas durante o sexo era uma coisa muito particular. Billy não sabia se Rourke queria que ele admitisse que eles usassem. “Billy, eu lhe fiz uma pergunta,” disse o xerife. “Eu preciso de uma resposta. Como você conseguiu essas marcas vermelhas em seus pulsos?” 127


“A-algemas,” Billy sussurrou, esperando que apenas o xerife o ouvisse. “Algemas?” Billy assentiu com a cabeça. “E quem colocou as algemas em você, Billy?” Billy olhou para Rourke novamente em busca de orientação, mas o homem não mexeu um músculo, nem mesmo um levantar de sobrancelha. Billy sabia que ele estava sozinho com esta questão. Ele olhou para o xerife para encontrar o homem observando-o atentamente. “Rourke.” “Rourke algemou você?” “Sim, mas—” “Viu?” Ira gritou. “Eu disse que eles estavam abusando de Billy.” “Não, não é isso—” “O que mais eles têm feito para você, Billy?” Ira gritou enquanto ele se aproximava mais perto. “Eles são pervertidos, cada um último deles. Eles precisam ser presos, xerife.” “Não, você não entende,” Billy disse rapidamente. Ele tentou recuar, mas o xerife ainda tinha uma preensão em seus pulsos. “Por favor, você não—” “Você está machucado em outro lugar, Billy?” O xerife perguntou. Billy balançou a cabeça. “Não, não exatamente, mas eu—” “Não exatamente?” O xerife começou olhando para Billy. “O que você quer dizer com não exatamente?” “Eu quero Rourke Blaecleah preso por sequestro e agressão, xerife. Não há como dizer que outras coisas pervertidas ele fez ao meu filho.” A boca de Billy caiu aberta quando seu pai caminhou até ficar a poucos metros de distância. Seu pai nunca se importou nem um pouco com ele, não desde que ele usava fraldas, e talvez nem isso. Billy não entendia por que ele estava fazendo questão agora. “Não, isso está errado,” Billy disse rapidamente. “Eu não estou—”

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Antes de Billy poder terminar o que estava dizendo, seu pai pulou e o agarrou. Billy gritou e tentou se libertar das garras de seu pai. Antes que ele pudesse, Ira puxou a parte de trás de sua camisa e o girou para que suas costas ficassem voltadas para o xerife. “Olha o que fizeram com ele!” Billy se afastou de seu pai e tentou correr até a escada só para bater uma parede de músculos. Assustado e se sentindo descontrolado, Billy gritou e se encolheu, sem perceber que era Rourke o segurando até que os braços do homem se fecharam em torno dele. “Rourke, receio vou ter que te levar para ser interrogado,” disse o xerife. Billy ouviu o barulho de metal, e um momento depois, Rourke levantou os braços e se afastou. “Não!” Billy gritou quando viu as algemas nos pulsos de Rourke. “Você não entende.” “Tenho certeza de que tudo pode ser explicado no escritório do xerife, Billy,” disse o xerife quando ele começou a levar Rourke para longe. Billy olhou para os outros membros da família Blaecleah apenas para encontrá-los de pé ali, vendo o xerife levar Rourke para longe. Ele não entendia por que eles não estavam explicando as coisas para o xerife. “Espere, por favor,” Billy gritou quando ele correu atrás do xerife e Rourke. “Eu não quero Rourke preso.” “Billy—” o xerife começou, apenas para ser interrompido por Ira. “Não, você está absolutamente correto, Billy.” Billy se virou para ver seu pai calmamente caminhando em direção a ele, um estranho sorriso no rosto. Ele sabia que seu pai estava aprontando alguma coisa. Ele só não sabia o que era. E ele estava com medo de descobrir. “Eu entendo que você tem medo, Billy,” Ira disse quando ele passou o braço em volta dos ombros de Billy. Billy tinha certeza que qualquer um que olhasse só veria um pai consolando seu filho. Eles não iriam ver o medo que estava oprimindo Billy. “Eu acho que você tem o direito de estar. É óbvio que a família Blaecleah abusou de você horrivelmente.” A boca de Billy caiu aberta. Seu pai era tão louco quanto Clem.

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“Xerife, meu filho pode estar com muito medo de testemunhar contra alguém da família Blaecleah, especialmente Rourke. Como tal, eu estaria disposto a retirar as acusações se a família Blaecleah inteira jurar que eles não terão mais contato com Billy.” “O quê?” Billy sussurrou, seu coração desmoronando. “Caso contrário, terei que pedir que as acusações de sequestro e agressão sejam apresentadas contra Rourke e toda sua família. É a única maneira de manter meu filho em segurança.” A vida de Billy estava em chamas diante dos seus olhos. “Rourke!” “Está tudo bem, bebê, vamos resolver tudo isso no escritório do xerife.” “Bebê!” Ira gritou. Billy estremeceu quando as mãos de seu pai o apertaram. “Você está chamando-o de bebê? O que mais você fez para meu filho? Você o estuprou, também?” Billy inalou fortemente quando Rourke se afastou do xerife e atacou Ira. Ele rapidamente se colocou entre eles, empurrando o peito de Rourke. “Não, não,” Billy sussurrou rapidamente. “Você sabe o que vai acontecer se você atacar meu pai.” “Isso não acabou, Ira!” Rourke rosnou. Sua mandíbula apertada, mas ele recuou. Um momento depois, o xerife puxou Rourke para longe e tentou levá-lo para o carro novamente. “Você ouviu isso, xerife? Ele está me ameaçando.” “Eu ouvi,” o xerife admitiu a contragosto. Billy torceu os dedos, enquanto observava o xerife levar Rourke para longe. Isso estava errado, tudo errado. E ninguém parecia fazer nada sobre isso. Ninguém dizia nada. Todos da família Blaecleah sabia quem tinha abusado de Billy. Por que não eles estavam dizendo alguma coisa? “Xerife.” Billy engoliu em seco e tentou criar coragem quando o xerife parou de andar Rourke para seu carro e se virou para olhar para ele. “Se eu voltar para casa com meu pai, você vai soltar Rourke?” “Billy, não!” Rourke gritou. Ele começou a lutar contra o aperto do xerife. “Eu... eu não posso deixar você ir para a cadeia.” 127


“Billy, vai ficar tudo bem,” disse Rourke. “Apenas deixe o xerife fazer o seu trabalho.” “Xerife, você vai soltar Rourke se eu for para casa com meu pai?” “Você ou seu pai planejam prestar queixa contra ele?” O xerife perguntou. “Não.” Billy balançou a cabeça. “Então eu não vejo problema.” “Billy, você não pode fazer isso!” Rourke retrucou. “Pense. Você sabe o que vai acontecer se você for para casa.” Billy balançou a cabeça. Ele sabia o que iria acontecer, mas não podia deixar nada acontecer com Rourke. Ele passou muitos anos tentando proteger o homem, e ele não podia parar agora. Estava meio que enraizado nele. Billy mordeu os lábios, em seguida, se virou para olhar para as pessoas de pé na varanda. “Será que vocês podem segurá-lo? Ele vai ficar chateado, e eu não quero vê-lo se machucar.” Da, Ma, e todos os irmãos Blaecleah concordaram. Billy se virou para ver Rourke olhando para ele. Ele se mexeu, puxando a bainha da camisa que ele havia emprestado de Rourke e viu como Lachlan, Quaid e Seamus desceram da varanda e se aproximaram para cercar Rourke. Billy esperou até que eles seguraram os braços de Rourke antes de caminhar até ficar na frente dele. “Sinto muito,” Billy sussurrou. “Bebê, não faça isso.” “Eu preciso.” Billy sorriu através das lágrimas que ele podia sentir começando a brilhar em seus olhos. Ele estendeu a mão e segurou o lado do rosto de Rourke em sua mão. “Você sempre foi meu alguém especial.”

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Capítulo Dez Rourke assistiu mudo de incredulidade quando Billy se afastou com seu pai e subiu na traseira do caminhão do homem. Ele podia ver o medo no rosto de Billy quando ele estava sentado na traseira do caminhão quando ele partiu. Ele sabia onde Billy estava indo tanto quanto Billy sabia, e ele não sabia por que ninguém tinha parado o homem. No momento em que ele sentiu que as mãos que o seguravam se soltarem, Rourke se afastou bruscamente de seus irmãos. Ele apertou os lábios para não gritar com sua família e estendeu as mãos para o xerife, esperando o homem tirar as algemas. Quando elas estavam fora e o xerife deu um passo para trás, Rourke se virou para encarar cada membro de sua família. Ele também não deixou o xerife fora de seu olhar intenso e com raiva. Ele culpava a cada um deles por colocar Billy em perigo. “O que está errado com vocês?” ele perguntou, seu tom baixo e ameaçador. “Vocês sabem o que vai acontecer com Billy quando Clem colocar as mãos nele. Como vocês puderam deixar Billy partir?” “Billy fez sua escolha, Rourke,” Da disse. “Você tem que respeitar.” “Isso não foi uma escolha,” Rourke gritou quando ele acenou com a mão em direção à entrada da garagem. “Isso foi terror puro e absoluto.” “Rourke—” “Vocês sabem o que Clem fez a ele na última vez.” Rourke cerrou os punhos quando mais raiva o encheu, juntamente com uma boa dose de medo por Billy. “Billy terá sorte se sair com vida desta vez.” “Rourke, o que você está falando?” O xerife perguntou. Rourke se virou para olhar o homem. Ele o considerava tão culpado quando sua família. “Eu não bati Billy. Clem bateu. Ele tem feito isso há anos.” “Então por que ele não me contou nada?”

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“Porque ele tem medo,” disse Rourke. “Na única vez em que ele tentou denunciar as coisas para o Xerife Miller, o homem riu de Billy e mandou para casa, onde ele recebeu outra surra por contar o que Clem tinha feito para ele. Ele não tem motivos para confiar em você.” O Xerife Riley fez uma careta. “Sim, isso faz sentido. Só estou no cargo por alguns meses, mas já tive uma grande quantidade de relatos das atividades do Xerife Miller. Ele parecia ter seu próprio estilo de justiça.” “Ele deveria ter protegido Billy.” “Isso assumindo que ele sabia exatamente o que estava acontecendo com Billy. Eu ainda não tenho certeza.” “Não interessa,” Rourke retrucou. “Ele deveria ter ao menos investigado quando Billy informou o que Clem estava fazendo.” “Você tem que admitir que Billy tem bastante reputação, Rourke. O Xerife Miller pode não ter acreditado nele.” “E isso deveria fazer diferença?” Rourke esfregou a nuca com a mão. Seus músculos estavam tão tensos que doíam. Ele não conseguia parar de pensar sobre o que Billy poderia estar passando. “Billy precisava de ajuda, e ninguém lhe deu ouvidos.” “Isso ainda não explica as algemas, Rourke.” Rourke revirou os olhos. “Então, eu sou pervertido e gosto de brincar com algemas. Me processe.” “Você está dizendo que Billy voluntariamente deixou você algemá-lo?” “Sim, e Billy lhe diria a mesma coisa se ele estivesse aqui. Ele tentou lhe dizer quando ele estava aqui, e você não quis ouvi-lo.” “E as marcas em suas costas?” O xerife perguntou. “Isso foi parte do seu jogo também?” “Não.” Rourke riu tristemente. “Eu lhe disse, foi tudo Clem.” “Clem?” “Algumas noites atrás, Billy apareceu aqui totalmente espancado. Clem tinha chicoteado Billy até ele não era nada mais uma confusão sangrenta. Billy está aqui desde então.” 127


“Ele não deixou um bilhete no seu pára-brisa, Rourke?” Seamus perguntou. “Sim.” Rourke saiu correndo, pulando os degraus e entrando na casa. Ele correu para seu quarto e começou a procurar o bilhete. No momento em que ele o encontrou jogado no chão logo abaixo da beirada da cama, parecia que um tornado tinha passado pelo quarto. Rourke não se importou. Ele pegou o bilhete e correu de volta para fora. Pulando os degraus, Rourke estendeu o bilhete para o xerife. “Na noite que Billy chegou aqui ele estava colocando isso no meu limpador de párabrisa.” “Cuidado com Clem. Ele pretende te fazer mal,” o xerife leu em voz alta e em seguida olhou para Rourke. “Ele deixou isso em seu pára-brisa?” Rourke assentiu. “Ele disse por quê?” “Pelo que entendi, Billy esteve me protegendo por anos.” “Protegendo você?” “Clem me odeia e toda a minha família. Ele nos odeia há anos. Billy tentou evitar que Clem nos ferisse.” “Como?” Rourke fez uma careta. “Billy tem dado a Clem outra pessoa para treinar sua ira, ele mesmo.” “Maldição, Rourke.” O xerife apertou a mão ao redor da nota e olhou ao redor. “Você sabe o que você está dizendo?” “Sim, eu estou dizendo que todos vocês deixaram Billy sair daqui e o mandaram para o inferno.” “Eu não tinha outra escolha, Rourke. Billy é adulto. Se ele queria sair, eu tinha que deixar.” Rourke queria bater seu pé de frustração. Ninguém parecia estar percebendo o perigo que Billy estava. “Que parte disso que você não está entendendo? Billy não queria partir. Ele pensou que estava me protegendo, e Billy faria qualquer coisa para me proteger.” 127


“De quem?” O xerife perguntou. “Clem não estava nem mesmo aqui. Inferno, nenhum dos meus oficiais pode até mesmo encontrar o homem. De quem Billy estava proteger você?” “Você pode não ser capaz de encontrá-lo, mas Clem está por aí. Ele é obcecado por Billy. Ele não foi muito longe.” “Obcecado?” Rourke suspirou. “Na noite que Clem chicoteou Billy, ele fez isso porque nos viu se beijando. Mais tarde, Clem nos atacou na floresta e tentou estrangular Billy. Ele continuava falando sobre Billy lhe pertencer.” “Ele tentou matar Billy?” O xerife perguntou. “Por que você não me chamou e denunciou isso?” “Faz apenas alguns dias, Xerife,” Da disse quando ele desceu os degraus para ficar ao lado de Rourke. “Nós íamos te chamar, mas parecia mais importante dar tempo a Billy para se curar. Ele estava em péssimo estado.” “Vocês deveriam ter me chamado.” O xerife dobrou o bilhete e o enfiou no bolso. “Eu não posso proteger os cidadãos desta cidade se eu não sei que eles estão em perigo.” “Bem, agora você já sabe Billy está em perigo,” Rourke retrucou que ele começou a caminhar em direção do veículo do xerife. “Vamos protegê-lo.” “Uh, Rourke,” Lachlan disse. Rourke olhou para ver seu irmão enrijecer e apontar. “Eu acho que é tarde demais para isso.” Rourke se virou para ver o que Lachlan estava falando e quase caiu no chão quanto o medo encheu cada célula do seu corpo. Billy estava correndo pelo campo entre a fazenda e os bosques como se sua vida dependesse disso. E poderia. Clem estava correndo atrás de Billy tão rápido quanto podia. Rourke saiu correndo. Ele podia ouvir as pessoas gritando atrás dele, mas tudo o que importava era alcançar Billy. Seu coração falhou em seu peito quando viu Clem levantar uma arma na mão e um grande estrondo encheu o ar. Billy caiu, seu corpo escondido pela grama alta. Rourke tentou correr mais rápido, para chegar a Billy antes de Clem. Gritos e sons de pés batendo no chão foram abafados pelo 127


martelar na cabeça de Rourke quando Billy de repente se levantou e começou a correr novamente. “Billy!” Rourke gritou tão alto que podia enquanto ele corria. A cabeça de Billy girou e ele olhou em sua direção. Mesmo com a distância entre eles, Rourke podia ver o alívio no rosto de Billy quando o homem alterou seu caminho e começou a correr em direção a ele. Rourke não parou de correr até Billy o alcançar. Ele passou o braço em torno de Billy e, em um movimento, virou os dois e começou a correr de volta pelo caminho que ele veio. Ele continuou com o braço em volta da cintura de Billy, ajudando-o e tentando se colocar entre Billy e Clem. Rourke podia ouvir Clem disparando sua arma. Uma bala passou zunindo tão perto de sua cabeça que ele sentiu a perturbação no ar quando ela passou. Rourke estava apavorado que Billy poderia ser atingido, mas ele continuou correndo, empurrando Billy à sua frente. “Abaixem-se!” gritou o xerife. Rourke caiu no chão imediatamente, levando Billy com ele. Ele ouviu Billy grunhir quando eles bateram no chão, mas não havia tempo para parar e perguntar se ele estava bem. Em vez disso, ele se moveu e cobriu o corpo de Billy com o seu. Tiros foram disparados sobre sua cabeça, fazendo os ouvidos de Rourke zumbirem. Ele fechou os olhos e segurou Billy, enterrando o rosto no cabelo do homem enquanto ele orava para que a pontaria do xerife fosse melhor do que a de Clem. “Te amo, bebê”, ele sussurrou no ouvido de Billy. Se eles iam morrer, ele queria que suas palavras fossem as últimas que Billy ouvisse. Billy girou a cabeça e olhou por cima do ombro. Rourke podia ver o medo nos profundos olhos azuis de Billy. Ambos sabiam o perigo que eles estavam. Ainda assim, um pequeno sorriso passou pelos lábios de Billy. “Te amo, Rourke,” ele murmurou, “sempre amei, sempre amarei.”

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O corpo de Billy estremeceu quando um tiro repentino soou alto sobre sua cabeça. Rourke apertou os braços em torno do homem e se curvou sobre ele um pouco mais, tentando ter certeza de que seu corpo cobria completamente o de Billy. Rourke se arrepiou quando ouviu um soluço baixo vir do homem debaixo dele. Billy estava apavorado. Se Rourke não sentisse a necessidade de proteger Billy ele iria pular e enfrentar Clem, rasgar o homem membro por membro pelo que ele estava fazendo com o homem que ele amava. “Rourke, você pode se levantar agora.” Rourke olhou por cima do ombro para ver seu Da de pé por cima dele. Lachlan e Seamus estavam bem atrás dele. “Clem?” Da apontou atrás de Rourke. “O delegado atirou nele. Eu não acho que ele está morto, mas ele está ferido.” Rourke se levantou um pouco e olhou para trás. Como esperado, o xerife estava algemando as mãos de Clem atrás de suas costas. Clem estava de pé, mas uma mancha vermelha estava crescendo em seu ombro. Rourke se levantou lentamente e estendeu a mão para Billy. “É seguro se levantar agora, bebê. O delegado tem o seu irmão detido.” A mão de Billy tremia quando ele segurou a de Rourke e ficou de pé. Seu rosto estava pálido e manchado de sujeira, e Rourke achou que ele nunca pareceu melhor. Ele estava vivo, e isso era tudo que importava para Rourke. Billy imediatamente se moveu para o corpo de Rourke. Rourke envolveu os braços em volta de Billy e o puxou mais perto quanto duas pessoas podiam chegar sem estar na mesma pele. Ele deu vários beijos no topo da cabeça de Billy. “Porra, bebê,” Rourke sussurrou. “Eu pensei que tinha perdido você.” “Eu pensei que tinha perdido você também,” Billy respondeu. “Clem estava nos esperando no final da entrada de automóveis.” “Ele estava esperando por você?”

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Billy concordou com a cabeça. “Meu pai parou o caminhão no final da entrada da garagem e Clem entrou. O caminhão começou a se mover novamente antes que eu pudesse escapar, então eu tive que esperar até que meu pai diminuir para virar para entrar na garagem. Eu pulei da traseira, mas Clem me viu e começou a correr atrás de mim.” “Então você veio aqui?” Billy sorria no momento que ele inclinou a cabeça para trás. “Eu sabia que você estaria esperando por mim.” “Realmente.” Rourke deu uma risadinha. “Eu estava repreendendo todo mundo por deixar você ir embora.” “Bem, isso foi estúpido. Eu tinha que ir.” “Não.” Rourke balançou a cabeça. “Você não tinha.” “O delegado iria prendê-lo. Eu não podia deixar isso acontecer.” “Bebê, ele queria apenas me interrogar. Poderíamos ter resolvido tudo isso simplesmente falando com ele no escritório do xerife.” “Sim, eu não penso assim. Uma vez que está algemado, é difícil sair delas.” “Você não pareceu se importar.” Rourke riu e abraçou Billy quando o rosto do homem ficou vermelho. O xerife estava levando um Clem algemado e ferido ao seu carro de polícia. Billy estava seguro, a sua família estava a salvo, e o perigo estava sendo trancado. Rourke se sentiu quase tonto de alívio. “Rourke,” o xerife chamou, “eu vou precisar de uma declaração sua e de Billy.” Billy gemeu e enterrou o rosto na camisa de Rourke. “Vamos lá, bebê, vamos falar com o xerife, e então nós podemos falar sobre as razões por que você não deve ir embora.” “Eu não queria ir, Rourke. Eu tinha que ir.” Billy levantou a cabeça e começou a esfregar as mãos contra o peito de Rourke. “Eu precisava manter você a salvo.”

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Rourke queria rosnar de frustração e gritar de alegria, tudo ao mesmo tempo. Billy o protegia tanto e Rourke amava isso no homem, mas ele era protetor às suas próprias custas. E Rourke não podia permitir isso. “Bebê,” Rourke começou enquanto ele acariciava sua mão no rosto de Billy, “há outras maneiras de me manter a salvo, de nos manter a salvo. Você não precisa se colocar sempre em perigo.” “Eu não sei...” Billy encolheu os ombros. “Eu não conheço outra maneira de faz isso.” O canto da boca de Rourke se curvou para cima. “Então nós vamos ter que te ensinar. Podemos começar indo falar com o xerife. Ele não é como o Xerife Miller, bebê. Riley vai ouvir você. Ele acredita que você é um cara bom, e eu também” “Sério?” “Sim.” Rourke passou o braço em torno da cintura de Billy e começou a conduzi-lo na direção do xerife. Ele podia ver sua família em pé na parte inferior dos degraus da varanda conversando. Depois de quase ter sido baleado, era bom ver todos eles ali em segurança. “Billy, filho, você gostaria de tomar chá?” Ma perguntou no momento que eles se aproximaram do pequeno grupo de pessoas. “Acho que esta ocasião pede um pouco de chá.” “Seria maravilhoso, Sra. Blaecleah.” Rourke via um monte de comida em seu futuro. “Ma.” Ma sacudiu o dedo para Billy. “Se você está pensando em ficar por aqui, é melhor começar a me chamar de Ma.” “Sim, senhora.” Rourke riu do olhar perto de pânico no rosto de Billy. Billy aprenderia rapidamente, porém. “Billy e eu iremos entrar para o chá em apenas alguns minutos, Ma. Precisamos falar com o xerife primeiro.” “Tudo bem. Você apenas não deixe que seu rapaz fique aqui fora muito tempo. Ele ainda está se curando de seus ferimentos. Ele precisa descansar.” “Sim, senhora.”

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Rourke sorriu enquanto observava sua Ma subir os degraus e entrar na casa. Ele sabia que Billy ainda precisava de repouso, e ele tinha toda intenção de conseguir o homem de volta para a cama logo que ele pudesse. O resto viria depois disso, muito tempo depois. “Billy, eu preciso lhe fazer algumas perguntas, e você pode achar difícil de responder, mas é importante que você seja sincero comigo.” Rourke ficou tenso nas palavras de seu Da. Ele puxou Billy para seu corpo, protegendoo da melhor forma que podia. “Por mais que me custe dizer isso, sabemos que seu irmão é um perigo para você.” “Sim, senhor,” murmurou Billy. “Eu não posso mais permitir ele aqui, Billy. Eu não posso mais deixar que ele te machuque ou meus filhos. Você entende isso?”aprensentar O corpo de Billy enrijeceu um pouco e ele meio de caiu contra Rourke. “Você quer que eu vá embora?” “Oh, não, filho, não foi isso que eu quis dizer, em absoluto,” disse Da rapidamente. “Nós lhes dissemos que você seria sempre bem-vindo aqui, e isso ainda é verdade. Eu só quero que você entenda que eu não posso mais permitir que Clem continue a machucar você ou os meus filhos. Isso tem que parar, Billy. E eu acredito que você é o único que pode fazer isso.” “O que você quer que eu faça?” “Você precisa aprensentar acusação contra Clem pelo que ele fez para você, Billy. Isso nunca deveria ter acontecido em primeiro lugar, mas aconteceu, e agora está na hora de parar. Clem não tem o direito de machucar você.” “Eu sei. Eu só...” “Billy,” disse Rourke, “Da está certo. É hora disso parar. Sinto muito por você ser colocado em uma posição onde você tem que ir contra seu irmão, mas—” “Eu não me importo nem um pouco com isso,” disse Billy. “Clem não foi um irmão para mim nos últimos anos. Eu apenas não quero que nada que eu faça volte para qualquer um de vocês. Clem pode guardar rancor por muito tempo.” “E o seu pai, Billy?” Da perguntou. “Ele guarda rancor também?” 127


“Eu não sei. Se você tivesse me perguntado isso nesta manhã, antes dele chegar com o xerife, eu teria dito não. Meu pai nunca realmente se importou com o que eu fiz desde que eu não o incomodasse. Mas agora, eu não sei.” “Mais do que justo,” Da disse. “Acho que você precisa falar isso para o xerife também, bebê.” “Eu ouvi, Rourke.” Rourke se virou para ver o xerife de pé atrás dele. Ele assentiu para o homem. “O que precisamos fazer para manter Billy a salvo de sua família?” “Eu não tenho certeza se há muito que eu possa fazer em relação a Ira. Além de fazer acusações falsas, ele não fez nada de errado.” “Ele permitiu que Clem batesse em Billy,” Rourke rosnou. “Não é algo que possa realmente ser comprovado em um tribunal, Rourke, não importa o quanto podemos desejar o contrário. Podemos conseguir uma ordem de restrição, impedindo Ira de entrar em sua propriedade, mas se não tivermos uma prova legítima que ele sabia o que estava acontecendo com Billy, minhas mãos estão atadas.” “Então faça isso.” “Rourke, você precisa ter certeza se isso é o que Billy quer,” Da disse. “Não importa como nos sentimos, Ira é ainda pai de Billy.” “Bebê?” Billy olhou para o xerife. “Se tivéssemos uma dessas coisas de restrição, isso manteria o meu pai longe dos Blaecleahs?” “Aqui na fazenda, sim. Ira não teria permissão de pisar nas terras dos Blaecleah. Se ele fizer, então eu poderia colocá-lo na cadeia.” “Contanto que a família Blaecleah esteja protegida, eu vou fazer o que você quiser.” “Bebê, você tem que parar de tentar nos proteger.” Billy bufou e se recostou nos braços de Rourke. “Sim, como se isso fosse acontecer.”

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Capítulo Onze “Sr. Blaecleah?” “Quantas vezes eu disse a você, filho, se você vai viver por aqui, você precisa me chamar de Da.” “Desculpe, senhor.” Fazia mais de três semanas desde que seu irmão foi preso pelo xerife e Billy conseguiu uma ordem judicial contra seu pai. Ele ainda não estava acostumado com a aceitação que ele recebia da família Blaecleah. Ele esperava a aceitação de Rourke. Eles estavam trabalhando em um relacionamento. Eles ainda tinham alguns problemas para resolver, como o fato de que Rourke insistia que Billy não precisava protegê-lo. Mas Billy sabia que alguém tinha que fazer. Rourke assumia muitos riscos com sua segurança. Ele precisava de um guardião. Billy sabia que ele era o homem para o trabalho. Por mais que ele soubesse que Rourke queria que ele parasse, Billy não podia. Ele vinha fazendo isso há anos. Era tão natural para ele quanto respirar. Billy morreria se alguma coisa acontecesse a Rourke. “Então, o que posso fazer por você, filho?” Bill respirou fundo para criar coragem, e então rapidamente deixou escapar que ele queria. “Eu estava pensando se você tem alguns bicos que eu pudesse fazer na fazenda para ganhar algum dinheiro.” Da franziu a testa e se levantou, deixando as cordas em sua mão no banco ao lado dele. “Você precisa de algum dinheiro, filho?” “Não muito, prometo. Eu só—” “Billy, se você precisa de dinheiro, tudo o que você tem que fazer é pedir.” Da começou a alcançar a carteira no bolso de trás.

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Billy rapidamente levantou a mão para detê-lo. “Eu prefiro ganhar, se eu pudesse.” Da franziu a testa e abaixou a mão para baixo para colocá-la sobre o banco. “O que é isso tudo, Billy?” Billy torceu os dedos e olhou para eles. A intensidade dos olhos de Da era demais para ele olhar enquanto ele confessava seus pecados. “Eu fiz muitas coisas ruins no passado, e eu tenho algumas pessoas para fazer as pazes, pessoas que eu roubei. Eu acho que é justo eu conseguir o dinheiro para reembolsá-las.” Da ficou em silêncio. Billy começou a ficar preocupado que ele deixou escapar informações demais. Todos na família Blaecleah sabiam do passado de Billy. Eles ainda pareciam aceitar, mas Billy queria mais do que isso. Ele queria a aprovação deles também. Quando Da não respondeu imediatamente, Billy segurou a borda de sua camisa e começou a torcê-la em seus dedos. Ele ficaria arrasado se Da Blaecleah descobrisse quantas asneiras ele fez antes que Rourke decidisse que eles pertenciam um ao outro. Ele tinha sido um verdadeiro idiota. “Tenho certeza de que podemos encontrar algo por aqui para você fazer, Billy,” Da finalmente disse. “Eu farei qualquer coisa, limpar estrume das baias, colocar estacas, empilhar fardos de feno.” Billy deu de ombros. “Eu sou muito bom no trabalho em geral.” Da assentiu com a cabeça e pegou a corda novamente. “Por que não começamos com você arrumando esta sala de equipamentos? Ela poderia muito bem passar por uma boa inspeção. Limpeza e organização ficam esquecidas quando trabalhamos na fazenda durante todo o dia.” “Obrigado.” Billy imediatamente, começando a arrumar a sala. “Rourke sabe sobre isso, filho?” Billy congelou e então lentamente olhou por cima do ombro. “Não, senhor.” “Você vai contar a ele?” “Eu realmente não estava planejando isso.”

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“Você acha que é uma boa ideia esconder as coisas de Rourke? Ele será obrigado a notar que está fazendo trabalho extra na fazenda.” “Sim, ele faria, independente disso.” Billy riu. Rourke parecia observar cada movimento de Billy. Billy sabia que era porque Rourke estava preocupado com ele, e isso lhe dava um sentimento quente bem lá no fundo. Mas ainda assim parecia um pouco estranho quando Rourke reclamava que Billy trabalhava muito. Ele não estava acostumado que alguém se preocupasse com ele. “Então, você não acha que você deveria dizer a ele?” Billy suspirou e se sentou em uma das caixas de madeira empilhadas contra a parede. Ele olhou para suas mãos novamente. “Eu não quero que Rourke fique desapontado comigo.” “Filho.” Da riu. “Eu não acho que isso é possível.” “Eu fiz muitas coisas ruins na minha vida. Se Rourke viesse a descobrir tudo que eu fiz, ele ficaria muito desapontado comigo.” “Billy, você fez o que precisava fazer para sobreviver.” “Isso não é uma desculpa.” “Não, não é. É uma explicação. E eu acredito que ninguém tem o direito de julgá-lo se eles não viveram sua vida. Você fez o que tinha que fazer em algumas circunstâncias horríveis.” “Isso não é desculpa para o que eu fiz.” “Billy, você alguma vez mal a alguém intencionalmente?” A cabeça de Billy subiu bruscamente. “Não!” “Mas você roubou e ameaçou as pessoas, não é?” Billy olhou para suas mãos novamente. Ele tinha vergonha de seus atos. Ele tinha vergonha quando ele fez. Ele simplesmente não tinha sido capaz de parar de fazer. Apesar de saber o que todo mundo pensava, ele sabia que Clem teria sido muito pior se Billy não estivesse envolvido. Billy não podia contar o número de vezes que ele humilhou e ameaçou alguém, intimidando-os. Do seu ponto de vista, Billy imaginava que ele parecia um monstro. Ele apenas

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sabia que precisava se colocar entre eles e Clem. Era melhor se Billy estava ameaçando-os do que se Clem estivesse. Os roubos ele tinha feito eram quase a mesma coisa. Billy sabia se ele fosse o único a fazer o roubo, então ele poderia escolher o que ele levava, garantindo que ele nunca roubasse nada de importante. Clem teria simplesmente levado tudo. “Eu fiz muitas coisas,” Billy murmurou. “Nenhuma delas eu tenho orgulho.” “Você protegeu Rourke por anos e quase perdeu sua vida fazendo isso. Isso é algo para se orgulhar, Billy, e algo que eu sempre serei grato. Rourke significa tudo para mim e para sua Ma. Nós ficaríamos arrasados se alguma coisa acontecesse com ele.” “Rourke é tudo para mim, também.” “Então você deve contar a ele, meu filho. Escondendo coisas de Rourke não é a maneira de começar a vida de vocês juntos.” Billy suspirou profundamente. “É tão difícil.” “Nada bom é sempre fácil, filho. Se é difícil o suficiente para você lutar, então vale a pena em longo prazo.” “Acho que eu deveria contar a ele.” Billy não conseguia pensar em nada que ele queria fazer menos do que falar com Rourke e contar a ele sobre tudo o que ele tinha feito, mas Da tinha razão. Billy não gostava de mentir para Rourke ou esconder coisas dele. “A sala de equipamentos estará aqui quando você voltar.” Billy acenou com a cabeça e ficou de pé. Por mais que ele quisesse ver Rourke porque o homem estava trabalhando desde cedo nesta manhã, Billy sentia como se ele estivesse andando em direção a sua condenação. Ele achou Rourke em uma das tendas no interior do novo celeiro. Rourke estava escovando um dos cavalos. Billy se encostou a um dos postes do celeiro e observou Rourke trabalhar. Ele poderia simplesmente se sentar e observar Rourke por horas. O homem era de tirar o fôlego. “Eu posso te ouvir pensando, bebê.”

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Billy riu e se aproximou para se juntar a Rourke. Ele descansou os braços sobre a parte superior da meia parede da baia e apoiou o queixo sobre os dedos. “Parece que você está se divertindo.” Rourke bufou. “Oh, sim, escovar cavalos é o que mais gosto de fazer.” “Oh, eu não sei. Eu acho que é meio calmante.” Billy esticou o braço e acariciou sua mão pelo cabelo macio do cavalo. “Ele não pede muito além de comida e um lugar seguro para dormir e coisas pequenas como ganhar escovadas o faz feliz.” “E quanto a você, bebê,” Rourke perguntou quando colocou a escova sobre a borda da parede da frente, “o que faz você feliz?” A resposta de Billy foi imediata. Ele precisava sem sequer pensar sobre isso. “Você faz.” Rourke sorriu enquanto ele colocou seus braços na parede da frente ao lado de Billy e descansou o queixo sobre seus dedos. Seus rostos estavam a apenas um centímetro um do outro. “Então, o que você veio aqui para conversar comigo, bebê?” “Como você sabe que eu queria falar com você?” Billy sorriu. “Talvez eu tenha vindo para conversar com o cavalo.” “Bem, então,” Rourke disse quando ele recuou e acenou para o cavalo, “faça isso. Eu estava esperando por algo um pouco diferente, mas se você sente necessidade de conversar com o meu cavalo, sem dúvida, vá em frente.” Billy pensaria Rourke estava louco pelo tom de suas palavras, se não tivesse visto o sorriso malicioso no rosto. “Na verdade, eu preciso falar com você sobre uma coisa. Eu acho que o cavalo pode esperar.” “O quê?” “Eu perguntei ao seu Da se ele tinha algum bico para eu fazer na fazenda para que pudesse ganhar algum dinheiro.” “Bebê, se você precisa de dinheiro, tudo que você precisa fazer é pedir. O que é meu é seu.”

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“Eu sei, mas eu preciso ganhar esse dinheiro sozinho. Fiz algumas coisas muito ruins quando eu estava com Clem, e se eu espero ser aceito pelas pessoas de Cade Creek, então eu tenho fazer algumas reparações.” “Bebê, se isso—” “Por favor, entenda, isso é algo que eu preciso fazer sozinho.” Rourke olhou para ele durante alguns momentos intensos, e então assentiu com a cabeça. Sua mão acariciou suavemente Billy. “Eu entendo, bebê, mas eu também quero que você entenda onde eu estou. Se precisar de ajuda, eu quero que você me peça. Embora você possa precisar fazer isso por conta própria, você não está sozinho.” “Eu sei.” “Eu sempre estarei ao seu lado, Billy.” “Bebê.” “Você nunca não vai me deixar esquecer, não é?” Rourke deu uma risadinha. Billy sorriu. “Não.” “Acho que posso me acostumar com isso.” “É melhor. Foi você quem começou.” “Falando de começar as coisas, eu tenho algo para você.” “Oh?” Billy viu Rourke alcançar o bolso de trás e puxar a carteira. Quando ele a abriu, ele pegou duas fotos. Uma, ele empurrou de volta para seu suporte de plástico. A outra ele estendeu a Billy. “A sua ficou arruinada, então eu pensei em te arrumar outra.” A respiração Billy ficou presa em sua garganta quando ele olhou para a foto que Rourke lhe entregou. Não era a mesma foto de Billy tinha antes. Esta era ainda melhor. Era uma foto de Billy e Rourke juntos. Billy estava encostado contra o grande corpo de Rourke. Seus olhos estavam fechados quando ele inclinava seu rosto para o sol. Os braços de Rourke estavam envolvidos em torno dele, e ele estava olhando para o rosto de Billy. Tudo o que Rourke sentia por Billy estava brilhando no sorriso em seu rosto. 127


“Rourke,” Billy sussurrou através do bolo de lágrimas formando em sua garganta. “Eu queria que você tivesse algo para segurar, algo que você pudesse olhar todos os dias, sempre que você quisesse, que provasse que você pertence aqui.” Rourke bateu a foto com o dedo. “Tem uma emoldurada na minha gaveta. Eu pensei que poderíamos colocá-la na parede do quarto até nós nos mudarmos para nossa nova casa.” “Vamos nos mudar?” Billy olhou para Rourke, os pensamentos da foto deixando sua cabeça para ser substituído pelo medo de que teria de deixar o rancho. O mero pensamento fez seu coração doer. Ele adorava viver aqui. Ele se sentia seguro, aceito. Ele não queria se mudar. “Tem um lote muito bom de terra perto da floresta que guarda algumas lembranças especiais para nós. Ma e Da já disseram que podíamos tê-lo, e eu achei que daria um lugar maravilhoso para nosso quintal.” “Lembranças especiais?” “Esse é o primeiro lugar que nós beijamos, lembra?” Billy fez uma careta. “E isso é uma lembrança especial para você?” “Para nós, bebê, para nós. Foi a primeira vez que vi você como algo mais do que Billy Thornton, o encrenqueiro. Aquele simples beijo nos levou a um caminho que nos trouxe onde estamos hoje. Eu diria que foi muito especial.” “Então, você quer construir uma casa ali?” “Você consegue pensar em um lugar melhor?” Rourke deu uma risadinha. “Eu vou até mesmo marcar aquela árvore para que os construtores não toquem nela.” “Que árvore?” “Aquela árvore que eu segurei você na primeira vez que nos beijamos, a primeira vez que você gozou para mim.” Billy inalou fortemente, seu rosto queimando. “Você não acha que eu sabia sobre isso, não é?” A pele de Billy podia estar vermelha de constrangimento, mas o olhar quente de Rourke enviado sobre seu corpo o queimou vivo e o fez doer. 127


“Bem.” Billy engoliu em seco. “Você disse que eu era um pedaçinho quente.” “Você é, mas você é o meu pedaçinho quente.” Billy abriu sua boca para discutir com Rourke. Ele não estava preparado para a língua que invadiu sua boca em vez disso. Mas ele não discutiu. Beijar Rourke era como um prelúdio para como o paraíso parecia. Os lábios de Rourke varreram os de Billy. Sua língua lambeu os lábios de Billy e roçaram sua língua antes de mergulhar dentro para explorar. O pulso de Billy foi de normal para hiperativo em num piscar de olhos, ou a lambida de uma língua. Billy gemeu e se inclinou para o beijo, querendo mais. “Ok, eu serei seu pedaçinho quente,” Billy sussurrou quando Rourke finalmente se afastou. Ele teria concordado com qualquer coisa para um dos beijos de Rourke, e ele sabia disso. Rourke deu uma risadinha. “Com certeza que você vai.” Billy revirou os olhos e se empurrou para longe da parede da frente. “Você acha que tem tudo resolvido, não é?” “Eu acho que sim.” “Nesse caso, me deixe algemar você na próxima vez.” “Eu?” Billy apertou os lábios para não rir do olhar surpreso no rosto de Rourke. Ele apostaria quase tudo que ninguém jamais havia sugerido isso a ele de tal maneira. “Sim, você. Você me algemou várias vezes e me teve exibido para seu prazer. Por que não me deixa devolver o favor?” “É algo que excita você, bebê?” “Pode ser.” “Provavelmente seria mais divertido se você algemar minhas pernas também.” Agora foi a vez de Billy ficar admirado. “Está tudo bem com isso?” “Bebê, eu estou bem com qualquer coisa que você queira tentar.” “Agora?” 127


Rourke riu e apontou para o cavalo. “Me deixe terminar aqui e podemos ir brincar. Da arrancará minha pele se este cavalo não for escovado antes de eu colocá-lo para dormir.” “Posso ajudar?” “Me passe aquela escova.” Billy pegou a escova Rourke havia largado anteriormente e a entregou. Ele sorriu quando Rourke estendeu a mão e ajustou a grossa ereção saliente por trás de seu zíper, em seguida, começou a escovar o cavalo novamente. Era bom saber que ele não era o único se sentindo excitado no momento. “O Xerife Riley me mandou notícias,” Rourke disse distraído. “E?” Billy ficou surpreso que seu coração não começou a bater rapidamente de pânico na primeira menção do xerife. Ele estava lentamente se acostumando a estar do lado certo da lei. “Clem foi indiciado por três acusações de tentativa de homicídio, uma acusação de agressão, uma acusação de incêndio criminoso, e uma acusação de sequestro por prendê-lo na adega quando você tentou nos avisar que ele ia queimar o celeiro.” Billy piscou. “Isso é um monte de acusações.” “É, mas ele merece cada uma delas. Se o juiz o considerar culpado, ele irá pegar muito tempo. Como você vai se sentir sobre isso?” Billy deu de ombros. “Billy.” Billy revirou os olhos e bufou enquanto ele se empurrou para longe da parede e caminhou até o portão aberto da baia. “Eu realmente não tenho nenhum sentimento sobre isso, eu acho.” “Sério? Absolutamente nenhum?” Billy deu de ombros novamente. “Clem deixou de ser alguém que eu realmente me importava na primeira vez que ele me bateu. Além de ficar feliz que ele ficará trancafiado de modo que ele não poderá mais nos machucar, eu não me importo. Eu só o quero longe. Estou cansado de ter que olhar por cima do meu ombro o tempo todo.” 127


A mão de Rourke tocou o lado do rosto de Billy. “É difícil ter que viver no inferno, não é?” Billy assentiu e se inclinou para a mão de Rourke. “Não foi fácil, mas eu faria isso de novo se isso significasse manter você a salvo.” “Bebê.” “Sim, desista, Rourke.” Billy riu. Ele atravessou a entrada da baia e se empurrou nos braços de Rourke. “Isso não vai terminar tão cedo, então é melhor você se acostumar com isso. É meu trabalho cuidar de você.” “Você não é meu guardião, bebê.” “Sim, eu sou.” “Bebê –“ “Você disse que pertencíamos um ao outro e você estava me mantendo. Isso significa que eu mantenho você, também. E isso me faz o seu guardião.” Rourke deu um beijo rápido em Billy, e então se inclinou para trás, sorrindo. “Você sabe que eu te amo, certo?” Billy sorriu. “E isso faz com que cada segundo que eu vivi no inferno valesse à pena.”

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