Jaid Black
Trek Mi Q'an – 1.5 RAPTADA 1
PÉGASUS LANÇAMENTOS
Revisão Inicial: Rosania Segunda Revisão: Anelise Revisão Final: Karina Rodrigues Formatação: Karina Rodrigues
Informação da Série:
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Sinopse Não há na Terra pessoa mais importante para Geris Jackson que sua melhor amiga Kyra Summers. Quando ela é sequestrada Geris teme que ninguém vá acreditar na sua história sobre dois gigantes com brilhantes olhos azuis levando sua amiga para longe sem deixar rastro. Sofrendo decepção após decepção ela começa a perder as esperanças de um dia encontrar Kyra, até que um dos gigantes começa a caçá-la afirmando que Geris pertence somente a ele.
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Prólogo As Montanhas Catskill - Santo Deus do Céu, estou me tornando endemoniadamente louca. Sem pestanejar, Geris Jackson dizia seus pensamentos em voz alta, em um murmúrio monótono, enquanto se afundava no assento do condutor forrado em couro de seu BMW. Logo que recuperada de uma descompostura pela que quase se deprime, decidiu que tinha alucinado os eventos que a levaram a esse estado. Devia ser assim. Porque de maneira nenhuma podia ter acontecido isso, pensou. De maneira nenhuma poderiam dois homens gigantescos com brilhantes olhos azuis ter raptado a sua melhor amiga do estacionamento do Retiro para a Meditação Caras Sorridentes e Corações em Paz. Isso era simplesmente muito ridículo para acreditar. Soava como uma cena de uma comédia de situações – e uma bastante vulgar, para o caso. Mas se isso era verdade e ela tinha estado sonhando ou alucinando, então, onde diabo estava Kyra? Geris mordiscou o lábio inferior, seus olhos amendoados estavam bem abertos. - Ela deve ter ido buscar ajuda - murmurou ela, enquanto levantava lentamente o olhar para ver-se no espelho retrovisor. -Você sabe, garota, quando você desmaiou - Ela forçou um sorriso nervoso em seus carnudos lábios de herança africana, como se esse pequeno gesto de algum jeito fizesse que suas palavras, que mal podia escutar, soassem mais acreditáveis a seus ouvidos. Fechou os olhos fortemente e respirou profundo para acalmar-se, logo expirou. Está alucinando, dizia-se a si mesma uma e outra vez. Está alucinando. E quando abrir os olhos, tudo voltará para a normalidade. Inalando um pouco mais de ar, os olhos cor marrom claro de Geris voltaram a abrir-se, e exalou rapidamente. Olhou-se fixamente no espelho retrovisor enquanto acomodava distraidamente uma trança atrás da orelha. - Saia do automóvel - murmurou a sua imagem. - Saia do automóvel e vá procurar Kyra. Levantou sua mão tremendo até a maçaneta e abriu lentamente a porta do lado do motorista. Com o coração que lhe pulsava grosseiramente e o corpo que sentia pesado como o chumbo, parou sobre os pés instáveis, aterrorizada além do razoável de que sua alucinação não tivesse sido uma alucinação e sua melhor amiga estivesse… Não. Ela disse que não com a cabeça. Não, o bom Senhor do céu não lhe faria isso, disse-se com firmeza. Porque Kyra era tudo o que Geris tinha neste mundo e os 4
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ministros da igreja sempre diziam que Deus nunca daria a uma pessoa uma carga maior que a pudesse suportar em sua vida. A mãe de Geris tinha morrido. Seu pai tinha morrido. A irmã menor da Kyra, Kara, tinha desaparecido um ano atrás sem deixar rastros, uma jovem que ela amava como a sua própria irmã. Geris não tinha irmãos, nem marido, nem filhos, nem nenhum amigo ao que se sentisse tão conectada como a Kyra. Kyra não estava morta, decidiu com determinação, enquanto apertava as mãos com tanta força que afundava as unhas nas palmas a tal ponto que lhe doíam. Kyra tampouco se foi. Ela estava aqui. Ela devia estar aqui. Porque se ela não estava aqui, Geris estaria completamente sozinha, separada da mulher da qual não se separou desde o jardim de infância. E então, o que teria? Nada. Durante vinte e sete anos, Geris e Kyra tinham sido quase como siamesas completamente inseparáveis dos cinco anos. Conheceram-se na sala do jardim da senhorita Rocco depois de que Geris e sua mãe se mudassem de uma parte do Harlem a uma parte mais de moda na ilha de Manhattan depois da morte de seu pai. A mãe de Geris, uma atriz, não podia suportar que recordassem o seu marido morto, e Geris, embora tivesse só cinco anos, compreendia o suficiente o que estava acontecendo a seu redor para dar-se conta de que sua amada mamãe estava se consumindo e se afastando lentamente dela. Então não se queixou quando a mulher que amava mais que à vida, separou-a de tudo o que conhecia e mudou pra longe de sua velha vizinhança. Tudo o que lhe importava era que sua mamãe estivesse contente. E fazer que seus olhos voltassem a brilhar. Mudar-se somente não foi de muita ajuda. E dia após dia, Fira Danelle Jackson se consumia mais e mais, até chegar a ser pouco mais que uma sombra do que era. Geris, com cinco anos, sentia-se sozinha. Sentia saudades de seu papai, queria a sua mamãe de volta e não tinha amigos com quem brincar na escola. Sentia-se diferente dos outros meninos e era extremamente tímida, por isso encontrar amigos com quem brincar lhe resultou muito difícil. Mas uns meses depois, algo aconteceu, algo totalmente inesperado… Uma garotinha tímida da parte irlandesa do Bronx se mudou a Manhattan e entrou na sala da senhorita Rocco. A menina era torpe e com sobrepeso, vestia-se com roupa de má qualidade (ao menos para Manhattan) e usava as lentes de fundo de garrafa mais feias que Geris Jackson já tinha visto. A princípio, Geris não prestou muita atenção à gordinha tímida, porque não prestava atenção a nenhuma das crianças. Mas logo, um dia no pátio, quando Geris estava se balançando tão alto como chegava sua rede, voando para escapar de sua vida como um pássaro no céu, escutou que a garotinha irlandesa chorava em voz baixa enquanto uns meninos maiores a empurravam ao chão e a insultavam. - Olhe como chora a menina gorda! - provocava-a um varão do terceiro grau chamado Jimmy Paluchi enquanto a chutava no joelho e machucava sua pele. - Possivelmente se não fosse tão gorda e feia, poderia se defender! 5
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Os outros meninos riam enquanto Jimmy seguia burlando-se dela. A menina irlandesa não se defendia, só estava sentada ali sobre a terra e chorava baixo, e se via tão quebrada como se sentiu Geris desde que seu papai tinha morrido. Geris não esqueceria esse momento enquanto vivesse. Como uma imagem congelada, como um retrato imóvel no tempo, ela sempre poderia recordar as bochechas manchadas com lágrimas da Kyra, a expressão aterrorizada nos olhos cor prata que suas lentes aumentavam, a maneira em que seu lábio inferior tremia enquanto os meninos a provocavam com esses insultos cruéis… Com os orifícios nasais aumentados, um som como um trilar de irritação fez erupção em sua garganta, e Geris de cinco anos saltou da rede, aterrissou parada e voou tão rápido como suas ágeis pernas a levaram até Jimmy Paluchi. Ela saltou sobre suas costas e começou a golpeá-lo com seus pequenos punhos, sentindo-se tão fora de controle como um animal selvagem. Ela seguiu golpeando-o, mais zangada do que recordava ter estado; todas as emoções que não soube como expressar desde que morreu seu papai fizeram erupção em uma feroz explosão de força. Pegou Jimmy Paluchi por seu papai morto, pelo fantasma de sua mamãe, por ela mesma… E pela gordinha tímida irlandesa com suas lentes mais feias que o demônio e seu joelho golpeado. - Geris! - Escutou que a senhorita Rocco chiava enquanto corria para ela. - Geris Jackson, pare de brigar neste instante! Mas por mais que tentasse, ela não podia parar. Pegou Jimmy Paluchi com os punhos fechados até que lhe intumesceram, até que duas professoras a tiraram dela para tirar o fanfarrão da classe que soluçava e a levaram pela força até o escritório do diretor. - Espera a que sua mãe saiba disso, jovem! Sua mamãe soube disso, conforme lembra. E embora fora triste, até esse incidente não foi suficiente para trazer sua mãe de volta à realidade. A famosa atriz da Broadway Fira Jackson seguiu morrendo pouco a pouco, dia detrás dia, e Geris reagiu em consequência, isolando-se mais e mais em sua ostra de cinco anos. As lembranças eram um pouco confusas à idade de trinta e dois, mas a sensação do só que se sentia ainda era angustiante. Depois do incidente no pátio, Geris via a Kyra em classe, mas nunca lhe falava. Mais tarde descobriria que o pai da Kyra acabava de morrer também, e que sua mãe estava tão quebrada de espírito como a de Geris – um vínculo comum que uniria para sempre a estas duas mulheres –. Mas à idade de cinco anos, Geris não podia vê-lo assim. Tudo o que podia ver era que esta menina a quem tinha defendido, esta menina por quem se colocou em problemas, tratava-a como se não existisse. Igual a sua mamãe. Aproximadamente duas semanas depois, ela estava comendo seu almoço fora, sentado separada de outros como o fazia sempre, quando escutou que uns passos lhe aproximavam por detrás. Geris franziu o cenho à gordinha tímida. 6
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- O que quer? - perguntou-lhe com brutalidade, com os olhos amendoados entrecerrados. A menina irlandesa se deteve em seco em seu caminho, com seus olhos chapeados bem abertos. A menina duvidou por um instante, como se duvidasse o que fazer, dando a Geris sem sabê-lo o tempo suficiente para dar-se conta de que ela não queria que se fosse. Algo dentro disse a Geris que tinha estado mau e seu coração de cinco anos soube que tinha feito sentir à gordinha tão mal como sua mamãe a fazia sentir sempre. Como se ninguém a quisesse. Geris franziu o cenho com severidade. Tinha um peso sobre os ombros pesado como uma rocha, e ninguém a ia liberar dele? - Bom, já que está aqui, poderia te sentar -. A menina se deixou cair no chão ao lado dela. Geris fez cara de zangada. - Bom, como te chama? A gordinha tímida empurrou suas lentes de fundo de garrafa para cima sobre a ponta de seu nariz. - Kyra - sussurrou, com um acento do Bronx. Ela limpou sua garganta. - Você é Geris. Escutei a senhorita Rocco dizer. Geris assentiu com a cabeça. - Quer ser minha melhor amiga? Aos cinco anos de idade, Geris refletiu com um sorriso, não fazia falta muito. Geris encolheu os ombros. - OK. - Ela pensou sobre isso durante um instante, logo fez um pouco mais de cara de zangada pelas dúvidas. - Mas só se odiar as frutinhas. Eu - ela apontou a si mesma com um dedo - gosto dos Pirulitos. A expressão da Kyra se desanimou e Geris reconheceu imediatamente que tinha cometido um engano terrível. Quando a menina ficou em pé para ir tristemente, Geris se sentiu, pela primeira vez em meses, aterrada pela idéia de que a abandonassem. Estirou sua pequena mão e colocou no braço de Kyra. - Suponho que poderemos jogar com as duas, tipo bonecos - disse em voz baixa. Uns olhos amendoados cor marrom clara se chocaram com outro grande e azul prateado. A vida não voltaria a ser igual outra vez. - OK - disse Kyra, enquanto um pequeno sorriso atirava de suas comissuras. Ela parou e lhe estirou a mão. - Quer brincar agora? - ela perguntou enquanto subia as lentes pela ponta de seu nariz com a outra mão. Geris sorriu pela primeira vez desde que seu pai morreu. Uns dedos muito magros cor mogno se entrelaçaram com outros pálidos e gordinhos. - Pode saltar você primeiro se quiser… Geris esfregou as têmporas e guardou suas lembranças à força e recordou a si mesma que havia uma só maneira de deter o pânico entristecedor que sentia neste momento ao pensar que tinha perdido à única pessoa que lhe tinha importado em sua vida. E essa maneira era encontrar e trazer de volta Kyra. Sua amiga estava em algum lugar do terreno do Retiro para as Meditações Caras Sorridentes e Corações em Paz, muito provavelmente tratando de encontrar alguém com 7
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capacitação médica para que pudesse ajudar Geris a sobrepor-se de seu desmaio. Sim, isso é o que Kyra faria. Ela teria ido por ajuda imediatamente. Geris se sentiu melhor uma vez que decidiu que Kyra estava viva e bem, então tomou ar uma vez mais para estabilizar-se e logo deu volta sob suas modernas sapatilhas para correr em busca de sua melhor amiga. Ela até conseguiu fazer um débil sorriso, e seus batimentos do coração voltaram para a normalidade enquanto se afastava de seu BMW. - Já vai ver - disse para reafirmar-se. - Tudo está bem - Franziu o cenho e apertou os lábios em seu gesto de irritação característica. Sentia-se como uma idiota por ter acreditado que sua alucinação poderia ser real por um minuto sequer. - Então deixa de murmurar, maldita seja - murmurou ela. Geris levantou o queixo e caminhou rapidamente para as portas de saída do estacionamento, decidida a retornar ao acampamento logo que fosse possível. Ela sentiu que, inexplicavelmente, o pânico a sufocava com força. - Controle-se, Geris - repreendeu-se em voz baixa. - Deixa de… ai! Suas palavras titubearam quando caiu inesperadamente ao chão, logo depois de tropeçar com um objeto que não tinha notado. Ela tomou ar e exalou com um assobio quando sentiu que um fogo lhe atravessava o joelho cortado. - Merda! - uivou, olhava seu joelho. - Ai! Geris se sentou ali sobre o duro piso de cimento durante um momento, logo olhou a seu redor para procurar o objeto que a tinha machucado. Quando o viu, seu olhar posou na mesma coisa que a tinha machucado, seus olhos se aumentaram enquanto a bílis se revolvia em sua barriga. - Pelo amor de Deus - sussurrou, com o peito agitado e o coração que lhe palpitava. - Ai, Kyra… ai não - Não tinha sido um sonho, pensou horrorizada ao esticar uma mão tremendo e alcançar a sapatilha de correr de sua melhor amiga, uma sapatilha que tinha sido cortado em três pedaços. Os homens gigantes, os brilhantes olhos azuis, a maneira possessiva em que o de cabelo negro tinha cuidado de Kyra… - Quer ser minha melhor amiga? Ai Deus, ai Deus, ai Deus, ai Deus… Uns olhos amendoados cor marrom clara se chocaram com outros grandes e azuis prateado. A vida não voltaria a ser igual outra vez. Geris bloqueou ao apertar a sapatilha feita migalhas contra o peito e chorou desconsoladamente. Não. A vida não voltaria a ser igual outra vez.
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Capítulo 1 Las Vegas, Nevada. Três anos mais tarde… O rei Dak Q’an Tal franziu o cenho sem dar importância a insolente - para não dizer nociva! - risada da criatura de dois olhos. Usar estes estranhos couros me ajudará a encaixar aqui com os outros humanóides enquanto encontro minha moça de ônix. E ele estava seguro de que ela era dele, ah, sim, que estava seguro. Devido a problemas mecânicos com a nave a gastroluz, tinha lhe tomado mais tempo do que o esperado chegar aqui, mas sua verga estava a ponto de explodir de necessidade desde que abordaram a primitiva galáxia em que estavam. - Ao menos, isso espero - murmurou enquanto se acomodava distraidamente as costeletas ao estilo Elvis. Dak suspirou. Mas ele tinha sido testemunha de que muitos machos eram admirados ao desfilar pelo iluminado centro da cidade vestidos dessa maneira, enquanto cantavam às fêmeas, que os manuseavam como se estivessem no fragor de um frenesi de aparência sexual. Então Dak cedeu e negociou com um comerciante por seus novos couros, com a esperança de que os sentidos femininos de Geris encontrassem atração diante dos diamantes falsos e tanto cabelo volumoso. Dak tinha estado sozinho durante muito tempo, um temível ano Yessat em sua triste solidão, com nada para distrair-se exceto as puteiras Kefas e as faxineiras atadas que desfilavam pelos corredores do palácio de Ti Q’won. Seu coração se sentia vazio e sua vida sem sentido. Tinha que haver algo mais que as artes da guerra e o desenvolvimento das armas pelos que a lua verde era famosa. Limpou-se a garganta. Se o cabelo feio e os couros feios eram necessários para cortejar a sua moça, então que assim fosse. Ao menos, poderia troca os couros com segurança quando já tivessem abordado a nave a gastroluz; resmungava silenciosamente. Por todas as areias, era um mistério o que era o que as mulher da Terra viam nos homens vestidos dessa maneira. - Saio para caçar agora, meu amigo - disse Dak com crescente entusiasmo. A caminhada endemoniadamente longa o tinha deixado um pouco cansado, sim, mas ele não ia desperdiçar nem um segundo nubiano na caçada de sua mulher. Pelo menos, pensou enquanto franzia o cenho, quanto mais rápido a reclamasse, mais rápido poderia trocar-se destes malditos couros e ir-se deste buraco de planeta. Eles precisariam retornar rapidamente, possivelmente até lançar-se através de um portal do tempo ao espaço profundo, porque ele já tinha perdido muito tempo. Navegar 9
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a uma velocidade o suficientemente rápida para reverter o tempo um pouco custaria um montão de créditos em combustível de gastroluz, mas que assim fosse. Ele tinha que controlar seus setores e pôr em vereda aos insurgentes. Em todo caso, ele não podia pensar nessa questão corriqueira agora. Tudo parecia corriqueiro comparado com a tarefa a que se enfrentava, reclamar a sua nee’k… Dak ignorou o aroma desagradável que a risada de Kita gerou e arrumou as costeletas enquanto saía com grandes passos de sua habitação alugada. Esperava estar bem ao escolher vestir-se como o Rei Elvis, porque o envergonharia extremamente que Geris o encontrasse pouco agradável à vista. Ele sabia o que seus irmãos (e possivelmente também outros) pensavam dele, deu-se conta de que eles acreditavam que ele era um chefe militar forte de corpo, mas com pouca inteligência… Seu estômago se atava ao pensar que Geris podia considerá-lo da mesma maneira. Ele queria que seu Casal Sagrado o amasse, mas uma moça, deu-se conta, não poderia amar a um guerreiro que ela considerasse deficiente. Dak soprou e guardou os pensamentos negativos à força. Consolou-se ao dar-se conta de que não importava que sua futura nee’k o acreditasse puro músculo sem nada de cérebro, porque era a ele e só a ele que os deuses tinham decretado que ela estava unida. Certamente, saber isso, saber que ela era dele, sem importar que preferisse outra coisa, teria que ser suficiente. Sim, suspirou ele enquanto caminhava de noite iluminada por luzes de néon. Teria que ser suficiente.
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Capítulo 2
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Califórnia, em algum lugar do deserto… - Nos fale Divina Ama da Luz. Benze a sua filha Geris Jackson neste momento de necessidade. Mostre-nos, oh, yiiiiihi! Mostre-nos o caminho! Yiiiiihi… Com a boca aberta, Geris só podia olhar a Discípula Magda que relinchava enquanto os olhos da médium foram para trás até que só se viam as partes brancas. Magda, a sétima - e última! - médium espiritual que Geris tinha contratado em sua busca de três anos para encontrar Kyra, estava-se convulsionando neste momento enquanto fazia ruídos obscenos de cavalo do fundo de sua garganta. Ao lado da médium, uma mulher calva e vestida com uma bata, havia outro discípulo calvo e vestido com uma bata, e ambos faziam diferentes sons de curral enquanto ajudavam Magda em sua comunicação com a Ama da Luz. O discípulo Hélio cacarejava como um frango e batia os braços como asas enlouquecidas aos flancos, enquanto o Discípulo Mercúrio zurrava como um burro e fazia coisas estranhas com a língua. Geris apertou os lábios e franziu o cenho. Santo Deus do céu. Geris esfregou as têmporas e aceitou mentalmente que procurar esta gente foi possivelmente o mais estúpido que tinha feito até então. E quanto a coisas estúpidas, seguiu pensando com um suspiro, ela tinha feito coisas muito estúpidas nos últimos anos. Ou muito desesperadas. Ao menos este grupo de loucos era seguro e pacífico, disse a si mesma em consolo. Todos necessitavam receber injeções regulares de tranquilizador, isso era certo, mas à margem disso, eram relativamente inofensivos. Sabia que era um culto celibatário e que não teria que defender-se de avanços não desejados como tinha sido necessário com o líder da última seita que tinha viajado para ver. Esse líder lhe tinha prometido que encontraria Kyra, mas insistiu que os deuses só falariam com ele enquanto tivesse sexo com Geris. - Fala, yiiiiihi!, me fale, yiiiiihi!, Ama da Luz! Cloc cloc cloc. Hi-ho, hi-ho, hi-ho. Yiiiiihi… Geris meneou a cabeça e suspirou, se perguntando com tristeza se sua vida poderia tornar-se mais patética. Durante três anos tinha percorrido o mundo, procurando por todos os lados uma mulher e começava a temer que tivesse encontrado um terrível final. Não. Kyra ainda estava viva. Ela sabia que ainda estava viva. Ela só precisava pensar logicamente, precisava pôr as peças do quebra-cabeça em ordem de forma coerente, em 11
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lugar de confiar em médiuns valentes com seguidores mentalmente instáveis para encontrar Kyra. Pensa garota, ordenou-se a si mesma silenciosamente. Pensa… Mas tinha tentado seguir o caminho da lógica depois do desaparecimento de Kyra, uma voz em sua cabeça lhe recordava. Ela tinha viajado a todos os países nórdicos onde os homens eram altos e robustos, pensando que seria um lugar lógico para começar a procurar, já que os homens que tinham sequestrado sua melhor amiga eram de estrutura tão enorme. Mas não tinha encontrado nada. Ela desenvolveu um gosto pela comida escandinava e podia falar em norueguês e em sueco de maneira entrecortada, mas isso foi a única coisa que resultou de suas excursões às terras do norte. Pensa, garota. Pensa… - Las Vegas. Geris piscou. Ela não se deu conta de que a Discípula Magda havia retornado da suposta dimensão espiritual - Como é? - Você encontrará as respostas que seu coração procura em Las Vegas - disse Magda alegremente. Sua cabeça calva se enrugou ao mesmo tempo em que o canto de seus olhos. - É o que me mostra o espírito do Cavalo Sagrado. - Ah - Geris não soube como responder a isso. Ela limpou sua garganta discretamente - O cavalo… - O Cavalo Sagrado - interrompeu Magda com um tom de adoração. Geris suspirou. -… o Cavalo Sagrado mencionou aonde exatamente encontraria Kyra? Aii! Como se este cavalo fosse real, Geris! A cabeça raspada de Magda se enrugou ao pensar. Geris a observou dubitativamente e desejou em silêncio que a mulher não começasse a relinchar outra vez. Havia um limite na quantidade de relinchos que uma pessoa podia tolerar em um dia. - De fato, o Excelente Espírito me disse isso - Os olhos de Magda se viam opacos, sonhadores, como dizendo: Eu fumo um montão de maconha - O Cavalo Sagrado é onisciente em Sua Sabedoria. Vê o hotel Ceasar´s Palace - seguiu Magda em um tom reverente que recordava ao Moisés declarando a vontade de Deus aos Israelitas - dentro dele encontrará as necessidades de seu coração. O Excelente Espírito o declarou e assim será. - Hmm - Bem, isso sim que seria um pouco fácil! Estive procurando a Kyra durante três anos, e agora um cavalo vai entregar assim! - Interessante. - Um coração cético - disse Magda sem que isto afetasse seu afável bom ânimo - é como uma cebola que se desarma ante as pétalas do desejo. Geris piscou. Ela só pôde supor que o comentário teria tido sentido se ela tivesse voado pelas nuvens. - Sim - Geris recordou suas boas maneiras, além disso, o fato que Magda e seus seguidores não tinham sido mais que hospitalares com ela desde que a encontraram há uma semana; então sorriu e ficou em pé. 12
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- Eu gostaria de lhes agradecer por sua ajuda - Não que acreditasse em uma palavra do que disseram! Ela assentiu com a cabeça - Tomarei o próximo vôo para Las Vegas - Sim, claro! A mão de Magda se moveu à velocidade do raio. Agarrou uma das mãos de Geris em uma exibição de força que foi um pouco aterradora. A mulher calva de bata a olhou profundamente aos olhos e nesse momento Geris reconheceu uma inteligência que não tinha visto ali antes. Uma sagacidade, uma sabedoria… Ela engoliu a saliva bruscamente, mas não fez nenhum movimento para soltar-se da médium. - O gigante de cabelos claros retornou a esta dimensão - murmurou Magda - Se desejas voltar a ver sua amiga, não seja tola. Faz como o decretou o Excelente Espírito. Os olhos do Geris se aumentaram. Estava muito pasma para falar. Magda sabia sobre esse… esse… homem? Mas como podia sabê-lo? Como podia? A menos que… Santo Deus do céu. Isto estava se tornando muito estranho. - De acordo - sussurrou Geris, enquanto seu coração pulsava rapidamente - Irei. E por que não teria que fazê-lo? Geris se perguntou. Sem dúvida, tinha procurado Kyra no resto dos lugares sobre a bendita terra de Deus. Que mal poderia lhe fazer uma pequena escapada de avião a Las Vegas? - Muito bem - disse Magda, enquanto soltava o firme apertão que sustentava a mão de Geris. Seus olhos retomaram a seu estado atordoado normal, como se o estranho resplendor de sabedoria que tinha mostrado uns minutos atrás nunca tivesse existido. Sua cabeça se enrugou afavelmente. - Que Deus te acompanhe! - Que Deus me acompanhe! - murmurou Geris. Por Deus, ela necessitava um gole.- Obrigado, né, obrigado por tudo - Ela engoliu para desfazer o nó em sua garganta. Magda assentiu com a cabeça, apaziguada. - Lembra-se, filha, que sobre cada nuvem chapeada emigra uma ave ardilosa. Geris franziu o cenho. Ela não soube o que lhe responder. Mas bem, a maioria das pessoas não saberiam o que lhe responder. - Se cuide, Discípula Magda - disse ela com sinceridade. Duvidou, logo sorriu e fez rapidamente o sinal de nanu-nanu do Mork e Mindy que parecia gostar dos Discípulos da Ama da Luz. Eles viviam em uma espécie de borbulha excêntrica detida no tempo. - E obrigado outra vez. - Que Deus te acompanhe! - disse Magda pela última vez enquanto Geris saía da loja do deserto. - Que suas folhas espirituais voem alto antes que o Espírito do Pássaro lhe cague em cima. Geris assentiu sem dar-se volta. Ao menos essa tinha entendido mais ou menos. - Que Deus te acompanhe, Discípula Magda! Quando Geris deixou a loja e chegou ao jipe que tinha alugado para esta excursão pelo deserto, suas pernas estavam instáveis e tremendo. 13
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- Deus Santo – murmurou, enquanto os batimentos de seu coração se aceleravam. - Como saberia esta mulher que o gigante de cabelos claros retornou a esta dimensão? Os olhos de Geris aumentaram. O gigante de cabelos claros… Ela engoliu saliva. Ela tinha feito o melhor de si para não pensar nele através dos anos, porque sabia em seu coração que era o homem de cabelos escuros quem levou Kyra e, portanto, era óbvio que era no homem de cabelos escuros que precisava concentrar suas energias para encontrá-lo. Mas indevidamente, perversamente, seus pensamentos sempre se desviavam novamente para o gigante loiro, aquele que a tinha estudado tão possessivamente… Geris esfregou as têmporas e suspirou. Por Deus, ela necessitava um gole.
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Capítulo 3
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- Bem, aqui estou Cavalo Sagrado - Geris murmurou para si mesma. - Agora, onde diabos está Kyra? Geris entregou ao taxista o dinheiro pela tarifa e a gorjeta. Olhou distraída enquanto recolhia suas valises, logo não prestou mais atenção ao taxista e subiu os degraus que levavam ao escultural edifício branco conhecido como Caesar´s Palace. O elegante complexo hoteleiro estava festivamente iluminado esta noite, preparando-se para a luta de amanhã entre os dois campeões de boxes peso pesado; a alegre decoração prometia aos clientes uma amostra majestosa de decadência. Geris, entretanto, estava muito absorta em seus próprios pensamentos para olhá-lo ao passar. Depois de registrar-se na recepção, caminhou rapidamente até sua suíte, pensando com seus botões. - O que a traz para a cidade, senhora? - perguntou o carregador. Ele não podia ter mais de dezoito, pensou ela. - A briga de boxe? - Não. Ah. Este… sim. A briga de boxe. - Desejaria não estar trabalhando amanhã na noite, para poder vê-la - lamentou-se ele. Até conseguia queixar-se animosamente, pensou ela e franziu o cenho. - Má sorte. Só espero que o passem na tela gigante no vestíbulo. - Só fique esperando - Ela sorriu. - Em que andar estou? Ele olhou o cartão - Quatorze. Ela assentiu com a cabeça enquanto seguiam caminhando. Enquanto se dirigiam aos elevadores, passaram junto a um grupo de homens vestidos com perucas e roupa horrorosamente passadas de moda. Geris supôs corretamente que no Caesar´s Palace havia uma convenção de fanáticos de Elvis também. Campeões de boxes peso pesado e cinquenta Elvis no mesmo hotel. Somente em Las Vegas, pensou com um pequeno sorriso. Os homens com os disfarces praticavam rodando os quadris como Elvis e um grupo de mulheres que aparentemente carecia de bom gosto se amontoavam ao redor da multidão e flertava com eles até que suas cabeças loiras platinadas exploravam, enquanto os homens cantarolavam e acomodavam suas grandes cabeleiras. Ela meneou a cabeça e suspirou, e se perguntou ociosamente como qualquer mulher podia aspirar a converterse em um grupo vestidos assim. Teria lhe dado vergonha se a vissem com eles. Geris enrugou a frente quando seu olhar se desviou por volta de um dos imitadores de Elvis, que atraia a maior quantidade de atenção feminina. Tinha posto um inteiro branco obscenamente desagradável, largo na parte inferior e diamantes falsos pegos em cada polegada livre do tecido; era mais alto do que os outros homens ao redor 15
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dele. O homem estava de costas para ela, mas até sem poder ver sua cara, havia algo muito familiar nele. Ela franziu o cenho. O Cavalo Sagrado, sem dúvidas. Ela estava realmente perdendo o julgamento. - Algum problema? - perguntou-lhe o carregador. - O que? Ah… Não - disse com um sorriso e desviou sua atenção de volta ao jovem de dezoito anos. - Nenhum problema. O carregador encolheu os ombros, aparentemente não estava convencido, mas não ia perguntar duas vezes. Tinha uma gorjeta no que pensar, depois de tudo. - O elevador está aqui - anunciou afavelmente. Ela assentiu com a cabeça e ignorou a sensação ardente de déjàvu que estava experimentando, e também ignorou a sensação de que alguém ou algo a estava olhando fixamente. Toda esta viagem era ridícula. Ela nunca encontraria Kyra no Caesar´s Palace. Nunca. Se Kyra tivesse tão perto de casa, sua tenaz melhor amiga teria encontrado a forma de informar à polícia. Ela tinha sido uma idiota ao vir aqui, Geris aceitou com tristeza enquanto subia ao elevador e virava para olhar adiante. Se alguém descobrisse que tinha feito uma viagem a Las Vegas apoiado nas delirantes visões de uma mulher que decididamente tinha consumido muito ácido, ela se veria como uma completa idiota. Uma total e completa idiota. A bizarra sensação de déjàvu cresceu… e piorou. Seus olhos se entrecerraram especuladores quando a mais intensa e inexplicável sensação de que a seguiam alagou seus sentidos. Ela sentiu o olhar de… algo - ou alguém - que penetrava todo seu ser. Um olhar possessivo, quase primitivo. Geris olhou para cima justo quando as portas do elevador começavam a fechar-se. Seu coração golpeou fortemente em seu peito e seus olhos arregalaram quando seu olhar se chocou com um imitador do Elvis em particular. Sua respiração se acelerou. Um homem gigante que caminhava a grandes passos para ela, com seu olhar perfurando o dela, que a fazia sentir estranha por dentro. Um gigante que atirou para trás sua peruca negra, enquanto tentava ganhar as portas do elevador e deixou ver um comprido cabelo dourado trançado à altura das têmporas. Um gigante com olhos possessivos, penetrantes, azuis e brilhantes. Ai. Meu Deus. Geris ficou sem fôlego quando o enorme homem vinha a toda velocidade. - Que diabos? - escutou que o carregador murmurava. Ela começou a transpirar na testa enquanto desejava que as portas se fechassem antes que o gigante chegasse até ela. Ai Deus, ai Deus, ai Deus, ai Deus… As portas se fecharam e o elevador subiu sacudindo-se. Ela suspirou aliviada. Um rugido pela momentânea derrota lhe paralisou a coluna e vibrou do outro lado da porta de aço. Ela podia escutá-lo a um piso de distância. Nesse momento ela soube que ele tinha vindo aqui por ela. Como ele sabia que ela estaria neste lugar 16
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desafiava toda lógica e razão, mas ela estava tão segura desse fato como de seu próprio nome. - Quem diabos era isso? - o carregador perguntou - Chamo a segurança para que se encarregue disso? - Este… - Ela estava tão impactada que não conseguia pensar em um plano de batalha. - Sim - sussurrou ela, enquanto recuperava a prudência. Ela necessitava que o capturassem e o interrogassem. Precisava recuperar Kyra. Ai, Deus, Kyra! Geris olhou os botões do elevador com uns olhos amendoados atormentados. - Esse homem é responsável pelo desaparecimento de minha melhor amiga - disse ela com voz áspera. Seu coração pulsava tão rapidamente que se sentiu enjoada. - Chame à polícia. - Não se preocupe senhora Jackson, o encontraremos. Ele não pode ter ido muito longe. Geris meio escutou e ignorou a polícia do outro lado da linha telefônica enquanto ia e vinha com energia por sua suíte. Las Vegas era uma cidade de muito movimento. Encontrar o gigante seria uma missão impossível. Mas por outro lado, ele era o suficientemente grande para garantir que o notasse. - Por favor, logo que saibam algo, me informem. Ficarei no hotel até que o encontrem. - Certo. Eles se despediram e ela pendurou o telefone. Suspirou e voltou a caminhar. Pensa, Geris. Pensa… O gigante tinha vindo aqui por ela. Disso, ela podia estar certa. Mas, por quê? Por que a queria, para começar? Ele sabia que tinha passado os últimos três anos buscando-o e a sua amiga? Ele tinha intenções de silenciá-la para sempre, para que ninguém fizesse mais perguntas? Estava ela tão perto de descobrir a verdade sobre onde tinham levado Kyra? Seus olhos aumentaram ao tragar para desfazer o nó em sua garganta. Era muito provável que ele tivesse vindo aqui para matá-la. Muito provável de verdade. Geris fez uma pausa, seus passos se detiveram de repente. Ela tinha duas opções, admitiu em silêncio. Ela podia sentar-se e esperar que a polícia apanhasse esse tipo, que podia não acontecer nunca, ou podia ir buscá-lo ela mesma. Infelizmente, pensou ela com tristeza, ambas as opções eram potencialmente estúpidas. Se ela esperava que a polícia fizesse, possivelmente nunca o encontrariam. Não obstante, se ela, por algum milagre, podia localizar seu paradeiro sozinha, ele poderia matá-la antes que pudesse alertar à polícia e fazer que o apreendessem. Geris fechou os olhos e respirou fundo. Ela tinha estado perto, tão endemoniadamente perto… Abriu bem os olhos e suas narinas alargaram. De nenhuma maldita maneira ela ia retroceder agora.
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Capítulo 4
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Geris se sentiu como uma idiota. Vestida com jeans, uma camiseta, óculos escuros, pensou que seu intento de manter-se encoberta e não levantar suspeitas era quase tão certo de secar a cara de Tammy Faye Baker com lenços de papel depois de um ataque de pranto. - Parece uma maldita imitadora de Nancy Drew - murmurou enquanto passava entre a multidão do centro de Las Vegas para voltar ao Caesar´s Palace. - Se tiver sorte, possivelmente encontre com algum dos Hardy Boys. Algo era certo: ela certamente não se encontrou com o propósito de sua obsessão. Procurou o gigante em cassinos, capelas matrimoniais, clubes de nudistas, bares até no Iglesias. Também foi a padarias, lojas de frios e a dois refúgios para os sem teto. Nada. Era como se outra vez tivesse arrumado para desaparecer da face da terra. O coração de Geris se partiu para pensar que poderia ter perdido a única oportunidade de encontrar Kyra quando escapou do gigante ontem. Se não tivesse permitido que as portas do elevador se fechassem em sua cara, teria tido suas respostas. Ela poderia estar morta, mas obteria suas respostas. Geris suspirou quando viu a entrada do Caesar´s Palace, que se elevava visivelmente à distância. Estava cansada, tão malditamente cansada. Seus pés estavam inchados e lhe doía todo o corpo. Cada um de seus músculos lhe rogava para descansar. Saber que havia uma banheira com hidromassagem onde afundar-se, quando finalmente chegasse a sua suíte, era o único caminho a seguir neste momento. Durante as últimas oito horas, ela o tinha procurado por todos os lados, rogando encontrá-lo na próxima esquina. Nunca o encontrou. Ela começava a suspeitar que nunca o fizesse. Ao menos, não até que ele estivesse preparado para que se encontrassem se realmente chegasse esse auspicioso momento alguma vez. Ele era inteligente, pensou com o cenho franzido. Extremamente inteligente. Qualquer um que com essa altura e esse porte que pudesse manter-se sem ser visto, enquanto todo um departamento de polícia o buscava, era muito inteligente, pensou como consolo. Geris apertou a mandíbula enquanto obrigava seu cansado corpo a seguir adiante. Só uns poucos minutos a mais e ela poderia relaxar-se na banheira. A idéia se parecia como seguir uma miragem no deserto: relativamente reconfortante, mas aparentemente muito longe de seu alcance. Seus pensamentos se desviaram para sua melhor amiga, a única pessoa com a que sempre tinha podido contar em sua vida. Recordar a Kyra deu forças, como sempre. - Te encontrarei, querida - sussurrou ao vento. - Não perca suas esperanças em mim ainda. Estou caída, mas não estou fora de combate. 18
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Amanhã, prometeu ela em silêncio. Esta noite, ela comeria e descansaria, mas amanhã encontraria o gigante nem que fosse última coisa que fizesse. Geris gemeu ao parar-se tremendo na banheira e esticar-se para alcançar uma toalha. Seus músculos se sentiam como macarrão que se passara. Esteve se relaxando nas águas quentes da hidromassagem durante mais de uma hora, o que provavelmente não foi à melhor idéia de sua vida, já que a hidromassagem a adormecia até em um dia comum. Hoje definitivamente não era um dia comum. Tinha posto a prova seus músculos, tinha-os levado até o limite. Ao relaxá-los na banheira durante mais de uma hora, quase dormiu várias vezes. Saiu da banheira e começou a secar o corpo. À medida que passavam os segundos, sentia mais e mais sonho, mas sabia que precisava comer antes de permitir-se ir descansar. Passou a toalha por seus seios, por suas longas pernas… A estremecedora sensação de que a estavam observando, perseguindo, fez que lhe arrepiasse os pêlos da nuca. Ela ficou quieta, a bizarra sensação era tão familiar como estremecedora. A sensação era tal como o era sempre, entristecedora. Muito similar a como se deve sentir um cervo quando se enfrenta às inesperadas luzes de um automóvel. Tinha medo de levantar a vista. Maldição, tanto medo… - MA’jiqo a feré, nee’k. A voz era grave - muito, muito grave - e estranha. Soava como se o homem que lhe sussurrava estivesse falando através de um sintetizador de música. Ela engoliu saliva bruscamente e logo levantou lentamente a cabeça para ver o que sabia ser o gigante. A respiração obstruiu o fundo de sua garganta. Era ele. Santo Deus do céu era ele! O mesmo traje negro de couro. Sem camisa. Um colar que titilava com cores incontáveis estava pendurado em seu pescoço. Um colar que estava tirando… - O que é o que quer? - sussurrou ela. Fez-lhe um nó no estômago ao cruzar o olhar com ele. Por Deus, ele era enorme. Ainda maior assim de perto do que parecia a certa distância. Era alto: media pelo menos dois metros, possivelmente mais. Sua musculatura era impressionante: pesada, bem definida e coberta de veias. Não era o tipo de homem que alguém queria encontrar-se em um beco escuro. Definitivamente não o tipo de homem que alguém queria encontrar-se a frente quando estava sozinha e desprotegida em um quarto de hotel somente coberta por uma toalha. Ela franziu o cenho. Ele também era mais bonito do que lembrava. Sua face era perfeita em sua beleza masculina de traços duros e seus cabelos dourados que caíam até a metade de suas costas e estavam trançados à altura das têmporas em uma série de três tranças. Sua pele era cor mel bronzeado, seu corpo tão perfeito como poderoso. Que irônico pensou desanimada, estava destinada a morrer nas mãos de um demônio dourado com a cara de um anjo de traços duros e masculinos. - Onde está Kyra? Onde está ela!? Ele levantou uma sobrancelha de tal maneira que ela se deu conta de que ele não entendia suas palavras, da mesma maneira que ela não entendia as dele. Ela sentiu que seus olhos lhe perfuravam o decote, e logo mais abaixo, enquanto alguma força oculta tirava a toalha do seu corpo. Lentamente. Sedutoramente… 19
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Geris gelou. Seu olhar azul brilhante passeou para cima e para baixo por seu corpo nu enquanto ele se aproximava decididamente dela. A testa dela começou a transpirar. Os batimentos de seu coração se aceleraram muito. - Corra idiota! Corre e grita! Sua boca se movia para cima e para baixo, mas não lhe saía nada. Os olhos arregalaram quando ele estava alarmantemente perto. Ela pode tomar ar outra vez antes que ele a alcançasse com suas mãos gigantescas, mas isso foi tudo o que parecia poder fazer. Esse colar. Socorro! Vai-me estrangular com ele! Seu coração pulsava como se fosse uma rocha que golpeava em seu peito. Ele vai … O colar se grampeou sem piedade ao redor de seu pescoço. Ela piscou: esperava algo muito mais sinistro. Que dem…? Os olhos grandes e desconcertados de Geris olharam para cima, ao gigante. - O que é que você quer? - sussurrou ela, quando finalmente pode falar. Uma estranha calma se apoderou dela, acompanhada por uma aguda fadiga. Ela não fez nada, não pode oferecer resistência quando dois braços talhados de veias se estiraram até alcançá-la. - A ti - murmurou o gigante quando suas mãos se aferraram à cintura dela e a levantaram tão alto como o corpo dele. - Só a ti. Ela não teve tempo de registrar esse comentário, muito menos de tratar de entendê-lo. Sua boca se equilibrou sobre a dela, dura e inflexível, mas ao mesmo tempo suave e gentil. Sua língua se lançou entre os lábios dela e a obrigou a abri-los. Os olhos dela aumentaram ainda mais, sua mente lhe dizia que se defendesse, mas seu corpo, por razões desconhecidas, não podia resistir. Agarrou-lhe no colo enquanto a beijava, amassou-a e apertou-a com suas mãos grandes e calosas. Ele a balançava para cima e para baixo esfregando seus clitóris contra a ereção que se avolumava contra suas calças. Ela gemeu, sem saber o que devia fazer. Sem saber tampouco por que ela ainda não sentia medo. Ele a beijou até deixá-la sem fôlego, até que as mãos dela envolveram seu pescoço como se fosse seu lugar. Até que ela se esqueceu que ele era seu inimigo e que ela o odiava. Até que estava tão cansada que desmaiou em seus braços e perdeu o registro do mundo. Geris despertou com um gemido, seu corpo se sentia pesado como o chumbo. Seus olhos permaneceram fechados enquanto tratava de pensar, de recordar. Algo não estava bem. Algo estava muito mal… A polícia, o gigante que a perseguia… Como ele a tinha beijado. Santo Deus, ela era uma idiota! No que tinha estado pensando, beijar o mesmo homem que certamente estava envolvido no desaparecimento de Kyra? O estranho era que ela não tinha estado pensando. Era como se o bizarro olhar desse homem tivesse 20
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sugado toda a capacidade de pensar racionalmente de sua cabeça, até que ela respondesse a ele como uma ingênua obcecada com o sexo. Bem, não mais, pensou ela, com tristeza. Ela nunca… Um minuto! Disse a si mesma. Talvez tivesse sonhado com a noite de ontem. Ela estava segura disso. Porque não havia maneira de que ela tivesse beijado também o lunático. Não, não. Nem em um milhão de anos. Não senhor. - Bom dia, nee’k. - Merda. - É maravilhoso te ter toda para mim por fim - murmurou ele. - Cavalo Sagrado, onde está quando uma mulher te necessita? - De todas as maneiras, depois de que deixemos Kita no planeta de que provém, a terei toda para mim imediatamente. Ele era sem dúvida um ser lunático, pensou Geris enquanto seus lábios se franziam junto com seu cenho. Este homem lhe falava como se fossem os melhores amigos de toda a vida, em lugar de inimigos. - Onde - disse entre dentes, indo diretamente a ele - está Kyra? - Os olhos dela se abriram grandes e se chocaram com os do gigante. Seus orifícios nasais se aumentaram ao olhá-lo. Maldição! Por que tinha que estar tão bem? Deveria haver uma lei que dissesse que todos os lunáticos deviam ser feios - Onde diabos está… Ela parou, desconcertada, quando viu que se levantava da cama onde a tinha deixado e estava nua! Deus santo, ela estava nua. Nua, e com um tipo que a olhava com um olho pequeno e brilhoso que sobressaía de cada bochecha. Ela queria proteger seu corpo, mas descobriu, para seu desalento, que as toalhas estavam muito longe de seu alcance na cama. Em troca, ela usou suas mãos o melhor que pode. - O que - replicou ela, com palavras separadas por pausas regulares e entre dentes - é isso? - Santo Deus! O gigante passou uma mão pelo comprido cabelo dela, enquanto olhava como o tinha penteado em diminutas trancinhas, como se nunca tivesse visto nada parecido antes. E como se as trancinhas - e ela - fossem as coisas mais formosas que jamais tinha visto. Ela voltou a franzir o cenho e se perguntou como podia ser que ela soubesse o que ele sentia. Também se perguntou por que ele fazia que seu coração pulsasse de uma maneira estranha. Quem era esse lunático? Pensou ela tristemente. Lunático ou lunática? - É um pugmuff - disse o gigante com um tom distraído, enquanto suas mãos brincavam com o cabelo dela e logo acariciavam sua face. - Levaremos meu amigo a sua casa, logo seguiremos até o Tryston para que possa saudar meu irmão e voltar a se reunir com minha cunhada. Dali seguiremos viagem até nosso lar em Ti Q’won, a lua verde que pendura baixo - Ele sorriu. Ela pestanejou, sem estar segura de estar seguindo o fio da conversa. Tampouco estava segura de por que não a afligia a necessidade de sair correndo. Ela soprou e tirou as mãos dele de sua face. - De que diabos está falando? - gritou ela - O que diz não tem sentido, maldição! 21
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Ela poderia ter jurado que o viu ruborizar-se justo antes que olhasse para outro lado. Uma ação que a fez sentir-se estranhamente… culpada. Ela tinha ferido seus sentimentos, sabia. Ela o… Né? Ajj! Ela nem sequer o conhecia! - De que falas? - perguntou-lhe em um tom de voz mais calmo. Incomodou-lhe terrivelmente este impulso que sentia por resguardar os sentimentos deste homem, mas ali estava. - Só quis dizer que essas palavras que usa…Ela se agarrou fortemente a fronte com uma mão e gemeu. - Não sei o que querem dizer…ey, espera um minuto! - Ela tomou ar - Não estamos falando em línguas! - Os olhos dela se voltaram um pouco selvagens. - O que está acontecendo aqui, pelo amor de Deus?! - Nee’k… Esposa. Ele a tinha chamado esposa. Santo Deus do céu! E ela como sabia que ele a tinha chamado assim? - Onde está Kyra? - gritou ela enquanto saltava da cama extremamente alta e aterrissava sobre seus pés. Ela agarrou as toalhas e se envolveu. Ele franziu o cenho e as arrancou, sem tocá-la! De algum jeito pode fazer isso só com o olhar. Tal como o tinha feito com a toalha lá do hotel antes que a levasse… - Quem é? O que lhe tem feito a minha mente? Onde me trouxe? - Seus olhos se voltaram frenéticos e enlouquecidos. - E que diabos é esse espantoso aroma?! - É a risada da Kita a que causa esse aroma desagradável. E… - Ajj! O que me importa, idiota! Não seja estúpido! Eu quero… Geris se deteve na metade de seu diálogo quando viu que o gigante olhava em sua face para escutá-la. Ela podia sentir a dor dele como se fosse a sua. Como uma faca que atravessava seu coração e um murro direto nas tripas. - Lamento - escutou-se sussurrar. Ela pestanejou. Por que ela o estava reconfortando? Devia ser o contrário! Ela era a que tinha estado sem sua melhor amiga durante três anos e agora se encontrava raptada por um dos homens que levou Kyra tão cruelmente. Mesmo assim, escutou-se dizer: - Eu não penso que seja estúpido. É só uma expressão que… Ele sorriu. As palavras dela se apagaram enquanto se afundava no chão, com os olhos grandes e sem pestanejar. - Santo Deus, o que está acontecendo? - murmurou. Ela tinha vontade de chorar. Nunca tinha estado tão confusa em toda sua vida. Umas lágrimas que se negavam a rodar se juntaram em seus olhos ao olhar para cima.- Por favor, me diga o que está acontecendo. Uma hora depois de que Kita se foi e trinta minutos depois de que Geris se enfureceu e disse de tudo a seu captor sobre como as explicações que lhe dava não podiam enganá-la, ela olhava muda ao homem gigantesco que tratava de explicar a situação. Era um pouco difícil de acreditar, mas tudo relacionado com esta situação era um pouco difícil de acreditar.
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- Me deixe entender bem - protestou. - Kyra - uma contadora impositiva, diga-se de passagem! - é uma imperatriz. Ela está casada com esse tipo de cabelo negro que a raptou. Ah, ele resulta ser o imperador desta tal galáxia de onde você diz vir. Ela limpou sua garganta quando ele assentiu com a cabeça. - Você vive em Trek Mi Q’an, que significa traduzido literalmente, a galáxia dos guerreiros. Ele assentiu com a cabeça outra vez. Ela apertou os dentes - Mais exatamente, você vive no planeta Tryston, um planeta conhecido em muitas dimensões franziu os lábios como se tivesse chupando limões. Santo Deus, este homem estava tão louco como a médium Magda! - por suas areias curativas e seus guerreiros. - Sim, suas palavras são certas. Geris esfregou as têmporas e suspirou. Ele ainda não a tinha deixado proteger sua nudez dele com as toalhas, o que a fez suspirar ainda mais. - Posso te fazer uma pergunta? - Sim, meus corações. Ela franziu o cenho, sem prestar atenção à maneira doce com que se dirigia a ela insistentemente desde que a capturou, nem ao que isso fazia a seu estômago. Como era agradável. Que mais vinha com isso, por amor de Deus? Santo Deus, isto era uma loucura! Tudo isto. Das reações bizarras que tinha para ele até a história que lhe acabava de contar, tudo parecia demente. Sua história, se podia acreditar nela, era a mais desenquadrada: Um colar matrimonial que lhe permitia entender o que lhe dizia, e lhe permitia entender o que dizia a ela. Casais Sagrados supunha-se que estava determinado do nascimento - pelos deuses - que eles se casassem. Uma melhor amiga que era imperatriz. Um planeta de guerreiros que governava uma galáxia completa. Um alienígena a tinha raptado e ela ia se casar a força com ele! E, entretanto… Ela suspirou. E, entretanto, de algum modo estranho, tudo tinha sentido. Ela, de fato, não tinha podido entender o que ele dizia até que lhe grampeou o peculiar colar transformado em tradutor ao redor do pescoço. E essa criatura pugmuff, era seguro dizer que algo que tivesse dois olhos na bochecha não vinha da Terra. Mas se a história fosse certa, então havia uma parte dela que a deixava sentindo-se decididamente deprimida. - Por que Kyra esperou tanto para te enviar para me buscar? - Ela engoliu para desfazer o nó em sua garganta ao olhar para outro lado; seu geralmente formidável exterior mostrava sinais de vulnerabilidade. - Quero dizer, a Kyra que eu conheço teria sentido saudades de mim muito antes que passassem três anos - murmurou ela. Era seu pior pesadelo. Sua melhor amiga, a quem tinha procurado por todo mundo, não queria ser encontrada. De fato, tinha-a abandonado a ela e a sua amizade por outra vida completamente destemida. - Não compreendo o que quer dizer - Ela olhou para cima para ver como o gigante Dak enrugava a testa. - Kyra me permitiu o acesso para te reclamar imediatamente depois de seu período de preparação, o tempo que passou com meu irmão antes de assumir suas obrigações. Geris deixou sair um sopro que não se deu conta de que estava retendo. 23
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- Ah - Foi tudo o que pode pensar para dizer. - É diferente, seu tempo do nosso. Ela ficou tensa quando ele ficou de joelhos e se sentou ao seu lado, com os músculos de suas coxas se contraindo embaixo das calças negras de couro que levava posta. Esticou as mãos, enredou-as nos cabelos dela e massageou brandamente seu couro cabeludo enquanto a aproximava de seu peito. Ela pestanejou. Ele tentava reconfortá-la, e ela não estava segura do que devia sentir ante esta exibição de carinho. Resultava-lhe difícil confiar em outros. E lhe resultava impossível confiar em alguém que mal conhecia. Ou não? Que demônios estava tratando de fazer! Ele a tinha raptado, pelo amor de Deus! Não importava que tão horrivelmente ela o tratasse - e lhe havia dito muitas coisas desagradáveis depois que lhe contou pela primeira vez sua incrível historia - mesmo assim, ele queria estar perto dela. A maioria dos homens teria se rendido depois da primeira repreensão. Este tinha sobrevivido a três já e não mostrava indícios de debilitarse ou de querer ir. Desde que tinha cinco anos, Geris não acreditou em ninguém nem em nada, exceto em Kyra, e é obvio na irmã mais nova de Kyra, Kara. Possivelmente era por ter a auto-estima baixa. Possivelmente era por medo do abandono. Possivelmente por ambas as coisas. Mas pelo motivo que fora, ela sempre se sentiu como se houvesse algo constitucionalmente não quebrável nela. E agora este homem, este estranho, virtualmente… este alienígena… tratava de lhe fazer sentir coisas, depois de estar junto um par de horas, que nenhum homem dos que tinha saído com ela tinha-a feito sentir, inclusive depois de meses. Como se possivelmente, depois de tudo, houvesse algo quebrável nela. Como se possivelmente o gelo de seu coração não fosse tão impenetrável como ela pensava. Sua coluna se endureceu quando lhe acariciou atrás da orelha com duas de suas mini trancinhas. - Nossos dias são muito mais compridos do que os de vocês, nee’k. O que para vocês eram três anos, para nós era como três meses. Juro-te que Kyra queria estar novamente contigo, do começo. Ela odiava estar separada de ti. Geris fechou os olhos ao escutar o carinho em sua voz. Isto era tão entristecedor. Era muito para assimilar. Ele tirou as mãos dela até que caíram aos lados, deixando de proteger seus seios para que ele não os tocasse. Os olhos dela se abriram grandes de repente e bloqueou quando as mãos grandes e calosas dele se apoiaram em seus seios e lhe acariciaram brandamente os mamilos com os polegares. Ela levantou a cabeça do peito dele. Seus olhares se chocaram. Ela engoliu saliva. - Esperei quase uma eternidade para te encontrar - murmurou Dak. Seu olhar azul brilhante lhe fez algo estranho em seu interior, fez-lhe sentir um comichão em sua pele durante um segundo, antes de ser levantada no ar por forças ocultas até o colo dele. Ela gemeu e seus braços se lançaram instintivamente ao redor do pescoço dele. - A eternidade finalmente terminou - sussurrou ele. 24
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Ai, maldição, ele sabia como usar as palavras. E o que era pior, ela pensou nervosamente, era que ela sabia que ele sentia exatamente o que havia dito. Ela ainda não entendia exatamente como funcionava o colar matrimonial que tinha posto, mas era bem consciente de que de algum jeito podia lhe transmitir as emoções dele. Ele apoiou a boca sobre a dela como se fosse incapaz de evitar e fechou os olhos no momento em que sua língua se lançava entre os lábios dela. Ela choramingou, empurrou seu sólido peito e sua mente queria defender-se dele, mas seu corpo e seu coração queriam sucumbir com muita vontade. Ele brincou com seu corpo nu enquanto a beijava até enlouquecê-la, com beijos embriagadores que tinham o efeito de lhe roubar o que ficava de julgamento. As mãos dele tocavam suas partes íntimas, exploravam e fiscalizavam o que ela sabia que ele considerava que lhe pertencia. Ela se sentiu como uma boneca. Como uma boneca vivente que respirava e que o gigante tinha encontrado e nunca ia deixar. Era desconcertantemente excitante. Massageou-lhe os seios e mamilos, apertou os globos cheios e suaves de sua bunda, logo foi para baixo e excitou os lábios de sua vagina, enquanto sua boca beijava a dela todo o tempo e colocava e tirava sua língua uma e outra vez… Ela tomou ar quando seu polegar começou a acariciar seu clitóris em círculos pequenos e firmes. A mente de Geris gritava para que parasse, mas quanto mais o beijava, menos autocontrole sentia frente a ele e a forma em que a tocava. Respirando com dificuldade, ele separou os lábios dos dela e ficou em pé. Enquanto a levava para a cama, sussurrou-lhe ao ouvido: - Está úmida para mim, nee’k. Seu corpo deseja o meu tanto como o meu deseja o seu. Santo Deus! Ela desejava poder dizer que o homem mentia. Abriu os olhos enquanto umedecia os lábios e não se incomodou em negar a atração que sentia pelo gigante de cabelos dourados. Ele a deixou sobre a borda da elevada cama e abriu as coxas com força. Ele não a tocou durante um longo momento, simplesmente olhou fixamente sua carne exposta. O efeito era embriagador. Geris começou a respirar com dificuldade quando a quentura alagou todos seus sentidos. Seus mamilos escuros reagiram se sobressaindo para cima, estirando-se para o forro do teto. - Me toque - escutou-se murmurar - Toca meu corpo. Mais tarde, trataria de dirigir-se com o que acabava de fazer. Mais tarde, diria a si mesma que parva tinha sido ao convidá-lo a ficar mais íntimo. Mais tarde. Muito, muito mais tarde… Com um gemido, o rosto de Dak mergulhou até sua vagina e fez que a cabeça dela caísse fracamente para trás, contra os lençóis. Ela levantou instintivamente os quadris, enquanto apertava sua carne contra a face dele. Deve ter gostado de sua reação, porque começou a emitir uns sons como grunhidos, muito baixos, que saíam de sua garganta enquanto se deleitava com sua vagina. 25
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- Ai, Deus - gemeu Geris e separou suas coxas, mais abertas, impossíveis. Ela não podia abrir os olhos agora embora sua vida dependesse disso. Chupava-lhe ruidosamente o clitóris com sua boca morna e atirava do pedacinho de carne inflamado, enquanto suas mãos lhe amassavam as coxas. - Ai, Deus. Seus lábios se travaram sobre seu clitóris como um menino com um doce, não o deixavam ir. Ela fez um gemido gutural, seus quadris se balançavam para cima e para baixo contra o rosto dele. Ele a chupou mais e mais intensamente. Ele grunhia em sua vagina enquanto mamava fervorosamente seu clitóris; seus lábios e sua língua levavam o corpo dela ao êxtase. Mais intensamente. Mais ainda. Até que ela se sacudiu, retorceu-se e gemeu… - Vou gozar - gemeu ela, com os olhos fortemente fechados, enquanto escutava o excitante ruído que ele fazia ao chupar - Ai, Deus, vou gozar! Geris gozou com um gemido muito audível, enquanto seus quadris se levantavam e seus rígidos mamilos se voltavam incrivelmente mais largos e mais duros. Ela gozou tão violentamente que simplesmente deu um alarido,e o sangue alagou sua face e a acalorou. Ele ronronava contra sua vagina, ainda lambendo-a e chupando-a enquanto ela tremia e gemia. - Por favor! - rogou desesperadamente - Já basta! Mas Dak parecia não escutá-la. Ou, se a escutou, não prestou nenhuma atenção a seus protestos. Lambeu e chupou sua concha durante quase uma hora, lhe ordenhando o suco ao menos umas seis vezes. Para quando terminou, para quando se sentiu satisfeito, ela estava tão exausta que caiu imediatamente como uma montanha de carne e ossos esgotados, e não lhe opôs nenhuma resistência quando ele apoiou o corpo dela sobre seu corpo gigante e dormiu profundamente. Geris suspirou contra seu peito e o amou e odiou ao mesmo tempo do segura que se sentia apoiada contra ele. Durante os três dias e as três noites seguintes, ele tocou o corpo de Geris de todas as maneiras sexuais possíveis, exceto a penetração. As mãos de Dak estavam constantemente sobre ela, sua língua explorava lugares que a faziam ruborizar. Sua vagina, seu ânus; não deixou nada fora de seu caminho. A comparação mental que tinha feito três noites atrás de seu corpo com uma boneca vivente resultou oportuna. Ela se sentia como uma boneca sexual que caminhava e falava. Embora fora exasperante, sentiu-se como uma boneca sexual muito amada e adorada. Ela não sabia como interpretar isso, ou como reagir. Geris fazia uma queixa não muito sentida às vezes, quando seu suposto Casal Sagrado começava a acariciá-la de maneira íntima, mas ela se cansava em seguida disso. Suas queixas, depois de tudo, sempre caiam no vazio. 26
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- Te amo, meus corações - costumava a dizer - Não esconda seu corpo ante meu desejo. Não era exatamente um cartão do Hallmark, mas maldição, palavras repetidas como essa lhe estavam chegando ao coração. Dak a tocava, sem importar onde estivessem, ou frente a quem estivessem incluídos seus soldados e o pugmuff - lhe encantava levá-la até o que ele chamava sua sorte de mulher - tanto, de fato, que ela tinha perdido a conta fazia muito das vezes que o tinha obtido. Ele parecia estar fascinado com seus mamilos e sua vagina, transfigurado por tudo nela, desde suas pequenas trancinhas, até a forma em que seus quadris se meneavam ao caminhar. Invariavelmente, ela sempre se sentava em seu colo antes que em qualquer outro lugar, porque não lhe permitia fazer outra coisa. Era como se ele não pudesse suportar estar separado dela embora fosse por um instante. E não era só comunicação sexual tampouco. Se o tivesse sido, possivelmente ela teria podido proteger melhor seu coração e suas emoções do gigante que a reclamava como seu casal a que estava destinado. Mas não era somente sexual. Eles também falavam muito. Conversavam sobre tudo e sobre nada. Conversavam sobre a vida na lua verde Ti Q’won e sobre como ele a tinha estado esperando por toda vida. Conversavam sobre coisas que estilhaçavam o gelo ao redor do coração dela como um maldito pica-pau. Cavalo Sagrado, o que me tem feito, em nome da Ama da Luz! Para quando aterrissou no planeta Tojo, o lar da Kita, Geris estava mais que pronta para desembarcar. Necessitava um pouco de ar, queria um pouco de tempo para pensar. Ela estava se tornando louca. Apaixonou-se por seu inimigo em três curtos dias. Ela franziu o cenho enquanto baixava os degraus de cristal que os cuspiriam ao terreno de um planeta grande e de cor laranja. A quem estava enganando? Perguntou-se nervosamente. Não tinham sido três dias. Tinham sido três minutos. Geris suspirou, aceitando que se não conseguia um pouco de tempo para estar sozinha, era provável que se voltasse tão louca como alguma vez pensou que estava à médium Magda.
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Capítulo 5 Os olhos de Geris arregalaram ao sair ao planeta cheio de caras de bundas… literalmente. Ela franziu o cenho, segura de que não viveria para ver algo mais estranho. Havia criaturas lunares com bundas por cabeças em qualquer lugar que olhasse. Altos e baixos, magros e gordinhos, velhos e jovens. Os seres do planeta Tojo tinham corpos laranja talhados de pontos negros. Os corpos mesmos se viam como os humanos na aparência, a única diferença notória entre eles e os terráqueos era sua cor de pele. Bom, isso e as grandes bundas que tinham onde deveriam ter estado suas cabeças. Santo Deus - pensou ela com um suspiro. Que dia! Geris aceitou distraidamente a mão de Dak enquanto deixavam a nave a gastroluz e se deslocavam através da multidão de cidadãos disseminados pelo porto de transporte principal do planeta laranja. Ela tremeu e franziu o cenho ao recordar o obsceno conjunto que tinha posto. Era menos que apropriado para uma viagem como esta. Se houvesse um vento forte, seus mamilos ficariam duros de frio, mas Dak a tinha obrigado a vestir-se como uma Mascote de Penthouse com uma coisa azul e transparente. Ela apertou os dentes e recordou bem as horas que tinham estado brigando para que ela ficasse o que ele chamava o qi’k. A camisa se podia chamar assim em realidade, parecia-se com um top sem ombros como de duende que se atava em um nó entre seus seios. A saia, que se via mais como o sonho molhado de um pervertido feito realidade, caía até seus tornozelos e levava um talho até acima de sua coxa esquerda que terminava à altura do quadril. Como o top, era um nó que sujeitava o frágil objeto. A parte de adiante caía debaixo do umbigo e a fazia ser mais puta. - É a vestimenta da minha mulher - grunhiu Dak quando ela se negou a usá-lo. Você usará e gostará - depois de três horas, milhares de palavras acaloradas e nenhuma outra opção, fez exatamente isso. Geris franziu o cenho. Às vezes o homem a punha realmente nervosa. - Maldição, neném, te vejo bem hoje. Geris levantou a vista e seu olhar aterrissou a uns pés de distância, onde um pugmuff macho tratava de conquistar uma pugmuff fêmea. Estava vestido de couro, com as costas apoiada indiferente contra um veículo suspenso no ar que se parecia com uma moto flutuante e Geris tratou de não rir. Mas toda a cena do cortejo parecia como saída de um filme dos anos cinquenta realmente. A versão de James Dean com cabeça de bunda tratando de levar uma inocente virgem cabeça de bunda à cama. A fêmea pugmuff que ele tratava de cortejar se via um pouco tímida. Estava nua, exceto por um xale ao redor de sua cintura, e tinha tirado o comprido cabelo negro de sua cara de bunda com uma faixa de seda na cabeça ao estilo dos anos cinquenta. 28
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Geris pestanejou quando o pugmuff macho tirou a língua, que tinha mais de 70 centímetros de comprimento, e a estirou para provar a vagina da fêmea. - Mmmm - ronronava o macho com uma série de estalos que Geris podia entender de algum jeito; ela supunha que era pelo colar matrimonial, mas não estava segura de como. - Esse é um saboroso talho o que tem aí, doçura. A garota se ruborizou. Geris levantou as sobrancelhas. - Arrumado a que tem uma grande bunda - murmurou lascivamente. Geris não pôde evitá-lo. Riu. A moça levantou a vista e lhe sorriu. Logo se virou decorosamente e começou a afastar-se. - Terá que fazer algo melhor que isso - disse-lhe a fêmea por sobre seu ombro ao envergonhado candidato potencial. - Recebi melhores chupadas de um rustiano. Geris não tinha idéia do que era um rustiano, mas supôs que era algo com o que ao pugmuff não gostava que o comparassem. A versão de cabeça de bunda de James Dean murmurou algo baixo sobre moças altivas, saltou sobre sua motocicleta flutuante e se foi rapidamente. - Chegamos - anunciou Dak, olhando a Geris. Piscou-lhe o olho e lhe fez uma covinha na bochecha. - Este transporte nos levará até a casa da família da Kita. Ficaremos ali possivelmente durante uma saída de lua, logo partiremos - Sua mão encontrou o traseiro dela e o apertou. - Tenho a necessidade de te levar ao Tryston logo - disse com voz rouca - para transar contigo. Geris franziu o cenho. Se foi para excitar-se com seu pervertido anúncio, ou a ele não sabia. - Ai, caramba! Você sim que sabe usar as palavras. Dak agitou as sobrancelhas. - Sei usar muitas coisas. Ela limpou a garganta e ignorou sua risada suave. - Nego-me! - Geris disse bruscamente, alargando as narinas enquanto levava as mãos aos quadris com determinação. - Nee’k - disse Dak apertando os dentes. Sua mandíbula se apertou e suas narinas também se aumentaram um pouco. - Viu com seus próprios olhos que as fêmeas deste mundo não usam roupa exceto pela bandagem de sua tribo ao redor da cintura. Tirará o qi’k e não falaremos mais do assunto. - Ah, tem razão em que não falaremos mais do assunto - disse furiosa. - Não haverá necessidade de falar, porque me recuso a caminhar nua por aí! - Ela agitou a mão no ar - Esta roupa estúpida que me fez usar faz suficientemente mal! Dak suspirou, enquanto se apertava a ponta do nariz. - Geris… - disse ele razoavelmente. - Não. - Geris - disse entre dentes. - Esqueça. - Geris - gemeu ele. 29
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- Não farei - Ela cruzou os braços debaixo de seus seios e apertou os lábios fazendo cara de zangada. Cinco segundos depois, ela chiou quando a roupa lhe saiu, aparentemente como se tivesse vontade própria. Geris morria de fome quando chegou à casa familiar de Kita, uma estrutura colossal que se parecia com uma pedra com forma de coco com duas enormes portas e janelas distribuídas ao longo de cinco pisos. Também se deu conta de que não lhe importava muito sua nudez porque ninguém parecia notá-la sequer. Negou-se a considerar a possibilidade de que quão guerreiros seu marido havia trazido com eles a tinham notado, porque não pensava que podia dirigir uma revelação tal nesse momento. E pensar que só tinham desembarcado fazia menos de uma hora! Santo Deus, logo que podia imaginar-se que outras surpresas a esperavam. Descobriu-o muito em breve. - Saudações a ti e a sua mulher, rei Q’an Tal - Uma fêmea pugmuff loira de aspecto majestoso sorriu com doçura. Geris supôs corretamente que a fêmea era a esposa de Kita. Ela beijou Kita antes de voltar a dirigir-se ao Dak. - Minhas irmãs e eu preparamos um abundante banquete em honra à chegada de vocês. Por favor, façam honra a minha família de unir-se a nossa mesa. Dak saudou seus guerreiros para que se fossem e lhes disse sem palavras que ficassem fora e montassem guarda. Logo voltou a dirigir-se à esposa de Kita e inclinou a cabeça. - A honra é minha e de minha nee’k. Geris franziu o cenho. Desejava que ele e sua nee’k tivessem máscaras de gás. O aroma da alegre risada de pugmuff se voltava mais e mais desagradável ao entrar na grande casa de pedra. - Trata de ser amável - disse Dak em voz baixa. - Sei que o aroma é quase nauseabundo, mas são boa gente. - Eu não nasci em um celeiro - disse ela enquanto cheirava. De fato ela tinha nascido em um celeiro, mas isso não vinha ao caso. Sua mãe estava em trabalho de parto quando atendiam aos cavalos do avô enquanto o visitavam na zona rural do Alabama. Ela terminou dando a luz a Geris sozinha nos estábulos. Era uma história que lhe tinham contado várias vezes. E sempre a fazia sorrir. - É obvio que não serei grosseira! Era óbvio que Dak tinha suas dúvidas, mas não disse nada. Logo que grunhiu ao tomá-la no cotovelo e guiá-la para onde estavam preparando o banquete. Os machos da família, cinco no total, pararam para saudar o rei e a sua rainha que entravam no salão aonde a familia se alimentava. Era uma habitação rústica, de aspecto primitivo, que se parecia com uma selva com uma mesa larga no centro. Mas ao menos estava quente. Pela primeira vez desde que desembarcaram da nave a gastroluz, Geris não sentiu que morria congelada. - Bem-vindos! - saudou-os um macho mais velho - Saudações a ambos! Geris não pode evitar sorrir. Dak tinha razão. As pessoas daqui, embora não fossem as criaturas que melhor cheiravam das que tinha conhecido, eram certamente os mais amigáveis. 30
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A comida resultou ser agradável, mas um pouco incômoda. Os homens se reuniram ao redor da mesa baixa onde compartilharam a comida. As mulheres se sentaram nuas sobre seus joelhos bem abertos, as mãos algemadas atrás das costas, enquanto os homens ao que pertenciam as alimentavam com a mão. Geris gelou quando uma língua de pugmuff de 60 cm de comprimento aterrissou sobre sua vagina e começou a lambê-la. Paralisou-se por completo, com as mãos algemadas atrás das costas, os joelhos abertos e sem saber o que devia fazer. - Tudo bem - Dak lhe sussurrou. - Assim é como saúdam as novas convidadas aqui Ah, sim, seguro! Como pude não ter sabido isso! Ela suspirou. A língua encontrou as dobras de seus lábios e girou brandamente ao redor das rugas. Ela sentiu um calafrio. A lambida, aparentemente, era como uma amostra de afeto. Algo assim como quando os mascotes lhe lambem a pele, pensou, um pouco nervosa. Só que estas criaturas podiam pensar a um nível cognitivo similar ao dela. Com os olhos grandes, Geris engoliu saliva bruscamente. Não sabia o que fazer. Por um lado, não queria ofender a ninguém, mas pelo outro, isto era muito. A língua que lhe lambia brandamente a concha começava a excitá-la contra sua vontade, algo que ela não queria. Mas quando olhou envergonhada ao Dak, a ele isto não pareceu lhe gerar nada. Uma segunda língua se uniu a primeira e chupou e acariciou também suas dobras vaginais. Ela respirava agitada. Uma terceira língua se uniu e investigou dentro do buraco de sua concha. Ela gemeu e fechou os olhos, com suas mãos fortemente algemadas detrás das costas. Uma quarta língua encontrou seu mamilo e o enfocou. Ela se estremeceu enquanto se endurecia e alargava. A quinta e última língua encontrou o outro e serpenteou a seu redor, endurecendo-o. - Ai, merda - disse ela tremente. As cinco línguas trabalhavam em concerto e esquentaram seu corpo até altas temperaturas em menos de um minuto. Lambiam sua concha, suas carícias entravam e saíam dela. Estampavam-se contra seus mamilos, torciam-nos em um frenesi e a faziam retorcer-se instintivamente para cima e para baixo sobre a língua enterrada profundamente dentro dela. A língua que chupava seu clitóris acelerou o passo e enfocava rapidamente o pedaço de carne inchado. Ela gemeu, sua cabeça pendurava para trás, seus mamilos se endureciam ainda mais até converter-se em duros pontos. As línguas tamborilavam e lambiam seus mamilos, chupavam e exploravam sua concha. A língua dentro do buraco de sua concha se sentia como um vibrador e se deslizava para dentro e para fora, para dentro e para fora… 31
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- Ai, Deus - Geris gozou com violência e gemeu enquanto seus quadris se sacudiam para trás e para diante. Todas as cinco línguas se apuraram para o buraco de sua concha, para chupar o suco que tinham extraído de sua carne. Quando terminaram, todo o processo se repetiu. As línguas não se detiveram até que Dak terminou de alimentar Geris com as mãos, uns vinte minutos e quatro orgasmos depois. Quando os acompanharam até o dormitório essa noite, Geris estava totalmente esgotada. Dak simplesmente riu quando se deitou sobre os suaves travesseiros que tinham deixado para eles e a sustentou entre seus braços. - Tudo estará bem - murmurou, e sua expressão se voltou mais séria - Sei que isto deve ser entristecedor para seus sentidos de mulher, todas estas imagens e experiências novas, mas tudo estará bem. Ela suspirou, esperando que assim fosse. - Durma nee’k. Não se preocupe - Ele torceu seu pescoço para lhe beijar brandamente os lábios. Quando ela levantou a vista, ele sorria - Mas se assegure de manter as pernas abertas. Aqui é lei que uma moça deve dormir com as pernas abertas todo o tempo. Ela soprou ao escutar isso. - Sim, claro. - É certo - disse ele - Os rustianos do planeta se alimentam de suco de vagina. Como as moradores de Dementia ou os yenni machos da legendária Khan-Gor. Sem ele, logo morreriam. Geris apertou uma mão contra a testa. Não tinha idéia do que significava uma palavra dessa língua, então se aferrou do que tinha mais à mão. - Espera um segundo. Que diabo é um rustiano? - Uma criatura inferior. - Uma criatura inferior? - Ela pestanejou - Você espera que eu durma com as pernas abertas para que, se um animal consegue entrar na habitação enquanto dormimos, possa se alimentar de mim? Ele assentiu com a cabeça - Sim. É um gesto humanitário. Ela franziu o cenho - Não acontecerá - Quando ele abriu a boca para protestar, Geris lhe apertou a palma em cima para sossegá-lo. - Dak, esqueça. Só durmamos. Se quebrar a lei, o que há? Amanhã vamos. Ele grunhiu, mas cedeu. - Bom - disse ele enquanto tirava a mão dela de sua boca. - Mas possivelmente se essa gente morrer de fome durante a noite se sentirá culpada certamente. - Poderei viver com isso - murmurou ela enquanto se acocorava ao lado de seu marido. - Acredito que tive suficiente diversão, supostamente, para uma noite. Só durmamos. 32
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Os olhos de Geris se abriram enquanto jazia sobre os travesseiros, seu marido roncando contundentemente ao seu lado. Dois rustianos se equilibravam como porcos famintos. Santo Deus, ela não pensava que poderia dirigir sequer um orgasmo mais! Um rustiano resultou ser uma criatura de aspecto humano de uns 40 cm de altura, bonito como poucos e mais parvo que uma caixa. Tolos, mas indubitavelmente talentosos. Estas criaturas eram selvagens e nômades e se estabeleciam em qualquer lugar. Basicamente, onde encontrassem uma fonte de alimento, que esta noite ao menos, estava entre suas pernas. Ela não sabia como as mulheres pugmuff podiam dormir com estas coisas rustianas sempre famintas rondando. Eram glutões, comiam como porcos e bufavam em sua concha de uma maneira que a deixou parada. Geris choramingou quando se somou um terceiro e mergulhou a cara diretamente entre suas pernas. Em poucos minutos, tinha cinco dessas pequenas coisas humanas sobre ela, chupando e chupando e… ela gemeu… ai por Deus. Durante os últimos quatro dias parecia como se tudo o que tivesse feito fora acabar-se, um clímax depois de outro. Resolveu que seu cérebro se tornou mingau. Devia ser por isso que tinha sido relativamente dócil, ao menos para o que ela era estes últimos dias. Voltou a gozar; tremeu quando o orgasmo se apoderou dela. Quando os cinco rustianos terminaram de jantar - que conceito! - ela caiu exausta sobre os travesseiros. Ela só pôde choramingar quando, nem sequer um minuto depois, outra manada selvagem de famintos se metia de cabeça debaixo das toalhas.
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Capítulo 6
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Enquanto isso, nas escavações mineiras da lua verde Ti Q’won… - Dentro! Todos vocês! Barot, que baixem ao maldito túnel em seguida! Barot hesitou. - Não comeram nem tomado nada em dois dias, possivelmente, senhor. Poderiam se machucar, e… O patrão da mina entrecerrou os olhos ao supervisor - Eu te pedi conselhos? - disse com um assobio. O supervisor engoliu saliva bruscamente - Não. Mas… - Não é a resposta correta aqui! - O patrão da mina agarrou ao homem mais jovem pela nuca. O bracelete de cristal e ouro que tinha posto apertava seus volumosos bíceps. Seu fôlego fétido penetrava os orifícios nasais do supervisor. - Possivelmente queira trocar de lugar com um dos gigantes sem cérebro que trabalha nas escavações? - Não, senhor - sussurrou Barot, com os olhos grandes - Tenho uma família em que pensar, senhor. - Então faz o que te ordeno - O patrão da mina empurrou o supervisor para afastá-lo dele. - Temos dez saídas de lua para completar o pedido de silius de cristal do rei - ladrou ele - Se não puder completá-lo, ele irá à outra mina - Seus orifícios nasais se aumentaram - Faz que esses retardados aí abaixo se movam, rápido! Barot inclinou a cabeça, logo deu a volta para atender sua sórdida tarefa. Ele odiava trabalhar nas escavações. Mais especificamente, odiava trabalhar para o Patrão Troz. Não tinha visto um homem mais vil. Ou um patrão mais vil. Se o maldito Troz não tivesse dilapidado a última reserva de silius de cristal que tinham encontrado, não estariam em um apuro agora para produzir cinquenta barris do material para os artesãos armeiros do rei. Mas Troz insistiu em que os exaustos e famintos trabalhadores baixassem às cavernas subterrâneas onde tinham encontrado o precioso gel líquido e o extraíram diretamente a seguinte saída de lua. Um dos trabalhadores, exausto e mal alimentado, perdeu o equilíbrio e caiu em uma escavação com o fervente composto. Durante sua horrível queda, chocou primeiro contra uma das delicadas paredes, causando que toda a câmara se derrubasse e explodisse. Assim foi como Troz perdeu seu último supervisor e quinze de seus mineiros; não é que o repugnante homem lhe tivesse importado, mais à frente do fato que o silius de cristal se tornou instável e, portanto se perdeu na explosão com os operários atrasados. Ao menos, não era fácil encontrar mineiros para o silius de cristal. Esse trabalho era notavelmente arriscado e associado com as más condições de trabalho e uma morte prematura. O gel líquido era altamente instável e tendia a explodir sem aviso. Por isso, os 34
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patrões das minas tendiam a conseguir aos trabalhadores da forma mais desagradável e reprovável que se pudesse imaginar: compravam-nos. Em um mundo onde só os fortes de corpo e mais ardilosos de mente prevaleciam, as famílias pobres se desfaziam rapidamente dos homens de seu clã que possivelmente não tivessem êxito na sobrevivência do mais forte. E então eram os patrões das minas que ofereciam rapidamente créditos pelos mais fortes dos homens com atraso mental, ao dar-se conta de que podiam fazê-los trabalhar até a morte e ninguém se importaria, e muito menos os reportariam aos grandes senhores por suas atividades ilegais. Barot apertou a mandíbula enquanto caminhava para o grupo de cansados e famintos trabalhadores musculosos e com pouca inteligência. Queria poder lançar Troz a uma fossa de silius de cristal fervente ele mesmo antes de forçar a vinte homens exaustos e mal alimentados a meter-se a trabalhar nas escavações. Deteve-se diante dos trabalhadores reunidos. Um gigante de homem chamado Myko, que era possivelmente o mais retardado dos trabalhadores, sorriu amplamente ao supervisor, com uma inocência tão tangível que lhe resultou dolorosa. O olhar culpado de Barot se desviou para outro lado; odiava este maldito trabalho. Estes homens eram atrasados possivelmente, mas ainda assim eram homens. Respirou fundo e pestanejou rapidamente antes de voltar a olhar aos trabalhadores. Cuidadoso de manter a voz baixa, Barot lhes disse: - É lamentável para eu ter que lhes informar que não poderão comer nem descansar até que volte a sair a lua - Quando viu que Myko seguia sorrindo, suspirou – Temo que devam voltar para as escavações para que o patrão não os castigue mais severamente. A todos vocês. Um homem de dezessete anos que quase nunca falava moveu a boca para cima e para baixo como se preparasse para dizer algo. O homem era o maior de toda a equipe, um gigante que media quase 2,40 de altura e pesava mais de 150 quilos de sólido músculo. Tinha sobrevivido às escavações de silius de cristal durante quase dez anos Yessat, outra prova de sua incrível força, quando a maioria dos trabalhadores não vivia mais que três. Barot sabia que o homem de dezessete anos tinha dificuldades ao falar, por isso não o pressionou a falar antes que estivesse preparado. - Eu vou i-ir em l-lugar de M-Myko - disse o gigante de dezessete anos em voz baixa. - É-ele está a p-ponto de d-desmaiar. Barot não teve tempo de responder por que um látego de dez pontas açoitou ao gigante nas costas, justo nesse momento e fez que o garoto caísse ao chão. O gigante não protestou pela surra que estava por receber de Troz, já que tinha aprendido por experiências passadas que era melhor simplesmente aceitá-lo. - Atreve-se a me dizer quem trabalhará nas minas e quem não, retardado?! - Troz disse bruscamente enquanto o látego de dez pontas açoitava as costas do gigante. Barot fez um gesto de dor. Fechou os olhos por um instante e rezou à deusa enquanto o látego açoitava uma terceira vez. - Não necessito que um retardado me diga como dirigir minhas malditas minas! O látego açoitou uma quarta vez. Uma quinta. Seis. Sete. Oito… 35
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O brilho nos olhos do gigante se debilitou, o que indicava que estava por ficar inconsciente. Sua respiração era esporádica. O sangue jorrava das feridas abertas em suas costas. Entretanto, ele não choramingou. A mão de Barot encontrou seu zykif. Uma chicotada mais e Troz era homem morto. Não lhe importou o que lhe fariam os deuses neste ponto. Ele não podia tolerar essa cena repugnante nem um segundo mais. Troz levantou a mão para golpear uma última vez. Barot tirou seu zykif e lhe apontou à parte traseira de seu crânio. - Estou farto de ti e de seu maldito discurso sobre a pouca inteligência desses homens! - Troz bramou enquanto seu braço se elevou para dar um golpe que tinha a intenção de matar em lugar de mutilar. - Eu... O som de uma descarga do laser do zykif se pulverizou pela caverna, um som que fez que Barot tomasse ar, porque ele ainda não tinha disparado. Os olhos de Troz se aumentaram enquanto caía ao chão e morreu poucos segundos depois da queda. Barot se virou e ficou cara a cara com… - Senhor Q’an RI - murmurou. Jek Q’an RI entrou na câmara subterrânea com passos largos e rápidos. - Vim logo que me avisaram. Meu senhor foi transladado a Cidade Areia, e eu também, para treinar sob as ordens do imperador; é por isso que me levou tanto tempo receber seu chamado. Barot fechou os olhos brevemente, aliviado - Graças à deusa - murmurou. Abriu os olhos e secou o suor da fronte. - Estou agradecido de que o tenha recebido a tempo. - Eu também estou. Mas possivelmente deveria ter informado ao grande senhor deste setor em vez de esperar por mim. - Eu não sabia em quem podia confiar milord. Ao menos, sabia que podia confiar em você. Dado que o problema com os insurgentes estava sempre vigente, Jek deve ter aceitado essa resposta e dar-se conta da verdade que continha, porque não disse nada mais. O grande senhor se ajoelhou e examinou ao gigante quebrado diante dele. Seus orifícios nasais se aumentaram. - Faça que levem a este homem ao palácio de Ti Q’won imediatamente. Como agora você é o patrão aqui, também lhe ordeno que faça que os outros trabalhadores se banhem, comam e descansem - Ele apertou a mandíbula - Isto é quase repulsivo! Quer me dizer que isto é usual para uma mina de silius de cristal? Ao menos, é o que me disse em sua missiva - disse sem olhar atrás. - Temo-me que é verdade - suspirou Barot - Nunca teria acreditado que uma crueldade semelhante fora algo comum se não o tivesse visto com meus próprios olhos Ele hesitou - Possivelmente deveria enviá-lo a uma duna curativa. Não quereria incomodar ao Rei Dak… 36
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- Meu primo nem lhe ocorreria rejeitá-lo - Jek voltou toda sua atenção ao gigante. Ele entrava e saía da inconsciência, com os olhos de dezessete anos tão fracos como seu pulso. - Levarei eu mesmo - murmurou - Necessita assistência quanto antes. O gigante se moveu um pouco, ao entender finalmente as palavras do grande senhor. Ele estava débil, pensou Jek. Temivelmente perto da morte. - Vou te levantar - disse Jek em voz baixa - Doerá. Mas necessito que mantenha os olhos abertos. Não caia na escuridão outra vez, meu amigo. Levou-lhe uma imensa quantidade de energia fazê-lo, mas o gigante conseguiu assentir com a cabeça. Seu corpo estava tão fraturado e tão ensanguentado que Barot preocupou que o grande senhor não pudesse levá-lo até a ajuda a tempo. - Como se chama? - Jek lhe perguntou ao gigante enquanto se preparava para levantá-lo em seus braços - Como devo te chamar? Barot sabia que o grande senhor estava tratando de manter acordado o gigante. Cada vez que caía na inconsciência, precipitava-se à morte, a Rah. O gigante mal podia abrir os olhos, mas em algum lugar encontrou forças para fazê-lo - Meu n-nome é… - disse com debilidade, sua voz era quase um sussurro. - Sim? - Yar’at - Seus olhos encontraram os do grande senhor - Meu n-nome é Yar’at.
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Capítulo 7 A manhã seguinte, Dak riu enquanto levava Geris de volta a nave gastroluz. Sua pobre moça estava quase exausta, seu pequeno corpo era fraco em seus braços - Está bem, ty’k? - perguntou ele com um sorriso - Ou necessita que te leve até sua sorte de mulher outra vez? Os olhos de Geris, que estavam eternamente fechados desde que despertou, voltaram a se abrir e com um meio choramingo, meio gemido disse: - Nyo nyoooooo nyooomph. A ele lhe fez uma covinha na bochecha. Ela seguia murmurando incoerências quando lhe falavam e soava como uma louca com espuma na boca, mas, além disso, não dizia uma palavra significativa. Era possivelmente melhor assim, pensou ele. Sem dúvida, ela se inclinava para o lado da besta heeka quando estava em seu são julgamento. Ele sorriu amplamente, e decidiu deixar dormir a sua nee’k sem ser incomodada quando a meteu na nave gastroluz, porque ela necessitaria sua energia a fim de preparar-se para a união. Dak a embalou em seus enormes braços, tenra e possessivamente de uma vez. Era certo que ele não podia esperar para transladar-se a Tryston. Cada saída da lua que ele estava recostado ao lado de Geris, sem poder unir-se com ela, era mais tortuoso do que se podia explicar. Faziam falta uma perseverança e uma força de vontade que nunca antes tinha tido que empregar. Ao menos não desta maneira. Mas logo, pensou ele, logo ela seria toda para ele. E então ela não pensaria em deixá-lo jamais. Ele sabia que a idéia deve haver-se cruzado pela cabeça dela um par de vezes, o qual lhe doía mais do que acreditou possível que outro ser o pudesse machucar. As emoções dela gritavam pedindo normalidade, com o desejo de voltar para tudo o que ela conhecia. Era possivelmente só a esperança de ver outra vez Kyra o que mantinha seu espírito intacto. Seus orifícios nasais se alargaram. Não. Isso não era totalmente certo. Ele estava bastante seguro de que ela começava a sentir algo por ele. Embora não havia dito nunca com palavras. Ao menos, ele esperava que fosse assim. Porque ele já estava apaixonado por ela. Apaixonado por ela de uma maneira que nenhum homem da espécie dela poderia entender ou aproximar-se de imitar jamais. Apaixonado por ela de uma maneira que o faria literalmente morrer de pena se alguma vez o destino os separasse. Ele só podia esperar que algum dia sua nova esposa sentisse o mesmo por ele. 38
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Só tinham passado cinco dias. Ele concedeu que ela merecesse um pouco mais de tempo para acomodar-se em como eram estas coisas. Dak suspirou. Rogou à deusa que ela se acomodasse rapidamente. Se seus sentidos de mulher se ofenderam com as pequenezas do Tojo, ele não podia imaginar a reação que teria no Tryston e seu estilo de vida hedonista. - Não posso receber mais surpresas neste momento! - Geris gemeu e caminhou com passo firme até o outro lado da habitação - Eu não - repito, não - deixarei esta nave outra vez até que cheguemos onde está Kyra! - Mas há uma pequena obrigação que devo atender! - Dak bramou. Seus olhos se entrecerraram até serem só uns fios - Só tomará uma saída de lua para que eu entregue em mão a missiva ao rei inferior e logo sairemos para a Cidade Areia. A verá em menos de dois dias! - Dak - disse ela com tristeza. Geris respirou fundo e desviou o olhar. Ela se dava conta de que ele estava cansado de escutar quanto ela queria chegar até Kyra. Supunha que ele queria que ela estivesse ansiosa de estar com ele, em troca. Por favor, que situação. Para falar a verdade, ela desfrutava de sua companhia. Desfrutava tanto dela que a atemorizava. Mas a cercania tinha chegado muito rápida e furiosamente a uma mulher que virtualmente tinha gelo onde devia ter estado seu coração. Ao menos no que concernia a qualquer um exceto por Kyra e Kara. Especialmente no que concernia aos homens. Desde muito jovem, Geris tinha aprendido a não confiar em outros, a não lhes dar a oportunidade de machucá-la… ou de deixá-la. Ela não acreditava que Dak lhe fizesse isso a propósito - realmente não acreditava - mas ela tampouco sabia como lhe explicar que necessitava um pouco de tempo em solidão para pôr em ordem seus pensamentos e sentimentos. Toda a situação era extremamente entristecedora. Que a tivessem feito gozar seu marido, cinco pugmuffs - santo céu, ela nunca o admitiria a ninguém! - e quantidades de rustianos, só adicionavam à sensação de pânico que rapidamente a sobressaltava. Santo Deus, seus olhos haviam se aberto só uma hora atrás! Geris apertou uma mão contra a fronte e gemeu. - Acredito que vou cair com febre. Dak grunhiu - Não, moça. Você está por cair pelo peso de suas idéias para me incomodar, com isso está por cair. Se seguir assim - soprou ele – te colocarei em penitência e te privarei de sua sorte de mulher. Ela apertou os lábios e fez cara de zangada. - Essa não é uma grande ameaça, considerando que acabo de me recuperar da última luta! Ele limpou a garganta e fez caso omisso. - Você virá comigo, pani, e acabou - Ele cruzou seus enormes braços sobre seu igualmente enorme peito - Não escutarei mais suas reclamações. 39
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- Quando as escuta realmente? - disse ela entre dentes, levantando o queixo. Ela apertou os dentes ainda mais quando se deu conta de que estava fazendo contato visual somente com o abdômen dele. Ajj! Ela soprou ao dar um passo para trás, logo voltou a levantar o queixo para que ele pudesse ver o gesto. - Não acredito que alguma vez as escute! Em realidade, não acredito que se importe um pepino nem comigo, nem o que necessito! Sempre se trata de ti! A ele alargaram-se as janelas do nariz. - Você leva isto - murmurou, com palavras suaves e separadas com pausas regulares - muito longe. - Ah, sim? - disse ela, furiosa e irritada - Faço isso, Sua Alteza? - ela espetou a palavra como se fora um epitáfio. - Acredito que o problema é que estive em uma nebulosa na última semana e por isso não tive o julgamento suficiente para chegar muito longe. Dak olhou para outro lado - Você não chegou muito longe. Quando será o maldito dia? Enviarão missivas aos quatro rincões do reino quando finalmente isso aconteça! A coluna dela se endireitou com indignação - Eu não queria tirar a roupa no Tojo, mas, você me escutou? Nunca! - Os orifícios nasais dela se aumentaram a um tamanho malvado - Eu tampouco queria que essa gente cabeça de bunda me lambesse, mas, se importou? É obvio que não! - Ela apertou a mandíbula - Eu não queria que esses rustianos tratassem meu corpo como o guichê do auto-MAC, mas, você os deteve? Nunca! Eu acredito que… - Silêncio! - rugiu ele, enquanto agitava a mão no ar. - Rainha ou não, poderiam têla detido e encarcerado por levar roupa no Tojo! E já te contei como saúdam as novas convidadas! - Eu não gosto de seu mundo - disse Geris com um assobio, enquanto seus olhos se entrecerravam - E me nego a ir a nenhum outro lugar contigo, exceto onde está Kyra. Ela sentiu que o atravessava um estremecimento de tristeza, mas se fez de aço contra isso. Não ia dominá-la. Por nenhuma razão. Já tinha tido suficiente e tinha alcançado e ultrapassado seus limites fazia dias. - Geris… - Não - disse ela com firmeza e o olhar fixo sobre o dele - Vá você. Eu fico aqui onde não me vai aparecer nada novo - Ela franziu o cenho - Nem nada vai decidir me converter em sua comida. Ele apertou a mandíbula. - Meu modo de pensar - disse ela brandamente - não vai mudar. Se você me levar, será chutando e gritando todo o tempo. - Não tenho outra alternativa que entregar esta missiva. - disse ele entre dentes, com a jugular avultada - O que significa que você deve me acompanhar a esse setor. - Não. Ele suspirou enquanto passava uma mão distraidamente pelo cabelo dourado. 40
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- Nee’k, a viagem levará possivelmente algumas horas. Não voltarei até a próxima saída de lua. É seguro que deva me acompanhar. - Não - disse ela em voz baixa, mas com um tom que não admitia discussão. - Vá você sem mim, Dak. Quero estar sozinha esta noite. Ele paralisou o corpo. - Já vejo - sussurrou ele. Geris se encolheu como se a tivessem açoitado fisicamente. Maldição! Ela não queria machucá-lo, mas realmente precisava estar sozinha por um tempo. Ela endireitou os ombros e estabeleceu contato visual uma vez mais. - Volto para a cama agora. Você vá fazer o que precisa fazer. Eu fico aqui. Dak olhou para outro lado. Ele esteve calado durante um longo momento, mas finalmente cedeu com um gesto da cabeça. - Se estar sem mim é o que te deixa contente, então me encarregarei em me ausentar mais frequentemente. Geris fechou os olhos por um instante e suspirou quando seu marido se foi caminhando. Os dois dias e noites seguintes resultariam ser os mais longos e solitários da vida de Geris. Também resultariam serem os mais culposos. Ela sabia que Dak penava por ela, também sabia que se sentia machucado pela rejeição que percebeu. Só adicionava ao seu estado de ânimo que já era lúgubre. Ela até sentia saudades sua - sorte de mulher - maldição! Apertou os dentes ao admitir que a penitência de Dak estivesse funcionando. Ela sentia saudades da forma em que ele a tocava, a forma em que a abraçava… Ela suspirou. Sentia saudades de tudo. Uma semana atrás, quando Dak lhe explicou como era a vida em Trek Mi Q’an, sobre os Casais Sagrados e tudo isso, não tinha acreditado exatamente em cada palavra que tinha pronunciado como se fosse à verdade dos evangelhos. Parecia um pouco estranho pensar que uma separação física prolongada podia fazer que uma pessoa estivesse tão deprimida como para não dormir ou comer. Mas isso era exatamente o que aconteceu a ela. Se Geris tivesse que descrever como se sentia a outro terráqueo, não estava segura de poder explicar as sensações de uma maneira que tivesse sentido. Era como tomar o dia mais negro, mais exaustivo de sua vida e aumentá-lo cem vezes. Era mais doloroso do que se podia explicar com palavras, tanto física como emocionalmente. Dak disse que era muito possível que os Casais Sagrados se separassem durante uma viagem ou algo assim sem experimentar a conseguinte escuridão. Mas era necessário ingerir uma areia curativa especial ou o encantamento de uma sacerdotisa. Nenhum dos quais tinha. Quando os Casais Sagrados se encontravam, ele disse, era como se duas metades de um todo se encaixassem e se fundissem. Tratar de romper essas metades outra vez, por qualquer motivo, causava-lhe a morte a ambas as partes do todo. A única maneira em que essas metades pudessem separar-se durante um tempo, e mesmo assim só podia 41
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fazer-se durante períodos curtos, requeria de certos passos que nenhum dos dois tinha tomado. Se Geris tivesse sabido que ia passar esses dois dias e noites sentindo-se tão deprimida, teria pensado duas vezes antes de insistir em ficar. Ela apertou os dentes de onde estava recostada na enorme cama. Possivelmente ele ficou duas noites em vez de uma para lhe dar uma lição. Um castigo efetivo, considerando que ela sentia tantas saudades, maldição. Uuuuh, ele era bom! Avivou-se ela. Um digno oponente, mas um que era muito inteligente para consolar-se. Seu único consolo era dar-se conta de que Dak se sentia tão perturbado e deprimido como estava ela agora. Se isso lhe podia servir de consolo. Porque ela também levava a carga adicional de saber que era a que o tinha feito sentir dessa forma quando tudo o que ele queria era estar perto dela.
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Capítulo 8 Para quando Dak retornou ao terceiro dia, Geris se tinha convertido em uma borbulhante caldeira de emoções confusas e prontas para explorar. Ela sabia que amava seu marido, sabia também que tinha sentido saudades tanto que quase o agarrou, mas seu orgulho não a deixaria correr para seus braços como uma fêmea patética e de vontade débil que dava a bem-vinda a um herói. Dak lhe tinha dado, possivelmente, muito tempo só para pensar. Uma de suas maiores preocupações era que sua promessa de levá-la a ver Kyra tivesse sido uma grande mutreta e ela não voltasse a vê-la de novo. Era a esperança de reunir-se com sua melhor amiga que fez que não oferecesse muita resistência a Dak quando a tomou pela primeira vez. Era o fato que ela se apaixonou por ele o que fazia que não resistisse depois disso. Ela odiava admiti-lo, mas se sentia deprimida como o demônio. Não só pela Kyra, a não ser mais que nada pela reação bizarra, muito deprimente que teve quando Dak não estava nestes últimos três dias. Não era natural, não para uma mulher humana. E tudo o que não fora natural se sentia sombriamente aterrador. O pior de tudo era, pensou ela com o coração pelo chão, que ele nem se incomodou em vir a sua habitação em seguida e lhe informar de sua volta. Em troca, um de seus guerreiros se encarregou dessa tarefa e lhe disse que se preparasse para aterrissar na Cidade Areia em uma hora. Ela teria pensado que Dak estaria tão desesperado por vê-la como ela estava por vê-lo. Considerar a possibilidade de que ele não estivesse nem perto de sentir o mesmo nível de desespero não tolerava nenhuma análise. Geris caminhava rapidamente daqui para lá, sem saber se devia sentir alívio ou irritação ao escutar que a porta da habitação se abria com um assobio e ver entrar seu suposto marido. Ele se via cansado, muito cansado. E com o ânimo quase tão pelo piso como o tinha ela. Mas se era assim, então, por que não tinha vindo a ela mais cedo? Ela seguiu caminhando, com os orifícios nasais aumentados. Negava-se a demonstrar sua debilidade. - Saudações, nee’k. Ela não disse nada. - Prometa… - Ele suspirou - O que importa? - murmurou. Geris deixou de caminhar e deu volta para olhá-lo. Seus olhos se aumentaram levemente. Ele se via até pior do que pensou ao olhá-lo pela primeira vez. Simplesmente terrível. Seu cabelo comprido e dourado pendurava fraco ao redor de uma cara que se 43
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podia descrever como gasta, no mínimo. Seus olhos azuis estavam cansados nos rincões, e injetados de sangue, como se não tivesse dormido nada. Inclusive assim, ela pensou com um suspiro de abatimento, ele era o homem mais bonito que tinha visto jamais. Ela o amava tanto que era algo tangível, como se pudesse cortar seus sentimentos com uma faca. Mas não era que ela estivesse pronta a admiti-lo em voz alta muito menos. Suas costas ficaram rígidas. Levantou o queixo. Não importava. Ela era o Penhasco de Gibraltar. Inflexível. Inquebrável. Ela não queria, nem poderia ser dominada. - Sentiu saudades? - perguntou ele com honestidade. - Porque eu senti tantas saudades que doía. A merda… Geris franziu o cenho - É obvio que senti saudades! - soprou ela. Até aqui chegou a não - dominação, pensou tristemente ela - Não posso acreditar que esteve fora tanto tempo! - gritou ela. Deveria ter sabido o que era o que eu estava passando aqui! - Geris apertou uma mão contra a frente e gemeu - Tem-me feito uma maldição ou algo assim - murmurou. Tenho todo o tempo esta necessidade instintiva de estar perto de ti. E pior ainda, de ser amável contigo. - De verdade? - perguntou ele em voz baixa. Ela levantou a vista a tempo para ver que seus brilhantes olhos azuis resplandeciam de uma forma que a fazia sentir mais feliz do que desejava que o fizesse. Ela franziu o cenho com severidade. - Possivelmente seja o mesmo mal que também me afetou - Ele sorriu, e essa maldita covinha, linda como o demônio amolgava sua bochecha. - Mas eu gosto bastante deste mal. É melhor certamente do que acontece com meu estômago depois de tomar matpow vencido. Ela tratou de não sorrir. A expressão dele se voltou séria. Ele se esticou até ela e enredou suas mãos calosas entre suas pequenas trancinhas - Lamento ter estado longe tanto tempo - disse ele brandamente - Queria te dar uma lição, não nego, mas nunca planejei estar fora por duas saídas de lua. Havia problemas políticos pendentes que não podia dar as costas - Geris fechou os olhos quando ele a aproximou contra a sólida calidez de seu peito. Ela respirou profundamente e sentiu seu primeiro momento de paz em dias. - Obrigada - murmurou ela - Por me dizer isso. Temia que… - Que o que? - respirou ele quando ela não seguiu. Ela suspirou e hesitou por um momento - Que você não sentisse saudades tanto como senti saudades suas. - Ah, nee’k, nunca pense isso - Aproximou-a mais dele - É verdade, pela deusa, que senti saudades tanto que meus malditos olhos quase têm um arrebatamento de 44
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pranto - Ele grunhiu - Era uma imagem deplorável quando tratava de fazer que dois reis inferiores não se enfrentassem em uma batalha. Ela sorriu contra seu peito. Eles ficaram ali juntos como estavam e nenhum falou durante um longo momento. - Está bem? - Dak perguntou com um tom gentil. Geris suspirou e se separou dele. - De verdade? - perguntou ela enquanto se afastava e estabelecia contato visual. - Sim. Ela disse que não com a cabeça. -Não, não estou. - Ele enrugou a frente, mas não disse nada. - É só… - Ela respirou profundo - Estou confusa. Quero dizer, realmente, realmente confusa. Este ‘mau’, como você o chama, poderá ser normal para ti, mas está me assustando como o demônio. Dak passou uma mão pela mandíbula, sem saber o que devia dizer. Esta noite eles estariam unidos. Uma vez que estivessem unidos, ela estaria bem. Mas se ele o dizia faria perguntas a ele que não saberia como responder. Perguntas como por que a união faria que tudo estivesse bem. Ele não sabia por que. Só sabia que era assim. - Não pensemos nisso agora, ty’k - escapou ele - Tudo estará bem. Ela pareceu pensar por um minuto, mas finalmente cedeu com um gesto da cabeça - Bastante justo. Sei que temos que voltar a desembarcar agora mesmo de todas as formas. - Ela franziu o cenho quando algo lhe cruzou pela cabeça. - Só me diga uma coisa. Ele levantou uma de suas sobrancelhas - Sim? - Não tem nenhuma dessas coisas rustianas na Cidade Areia, não? Ele sorriu - Não. - E não há cabeças de bunda que vão lambendo por aí quando lhes ocorre? - Não. Ela grunhiu, momentaneamente apaziguada - E jura que nenhuma vez dirá a alguém o que me fizeram esses pugmuffs? Santo Deus, ela morreria de vergonha! - É uma promessa entre Casais Sagrados - Ele sorriu - A menos que pense em me chatear de novo, em cujo caso enviarei missivas aos quatro rincões do reino. Ela franziu o cenho - E sem mais penitência para mim sem minha sorte de mulher - Ela limpou a garganta ante seu olhar triunfal, porque acabava de admitir que não ser tocada lhe parecia uma sentença de morte - Uma mulher - ela tomou ar - tem direito a sua maldita sorte.
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Uuuuuh, ele era homem morto! A Geris fervia o sangue e entrecerrou os olhos. Isso era tudo. A gota que encheu o copo. E pensar que ela tinha estado tão molesta quando estiveram separados os últimos três dias! Desde que cruzaram as portas do palácio, e que palácio, tão impressionante que ela admitiu a contra gosto, só pôde olhar pasmada. A primeira imagem que os recebeu na estrutura de cristal negro foi a de três puteiras nuas — o que seu marido chamava as puteiras Kefa — que caminhavam estoicamente para o que lhe disseram que era uma habitação de banho comunal. As fêmeas eram de vários tons de azul, todas com um tom de pele brilhoso. Quando ela e Dak seguiram pelo corredor, viu que as puteiras se uniam a um guerreiro loiro, e as três atendiam sexualmente a este singular macho. Puteiras pensou ela tristemente. Dak tinha mencionado quando passou pela habitação de banho que ele era dono de centenas delas. Como podia ela viver com um escravista, pelo amor de Deus? Dali só piorou, porque Geris ia ter uma idéia geral do que era uma faxineira atada. Basicamente, ela pensou horrorizada, parecia como se fossem outro tipo de brinquedos sexuais para que os guerreiros as usassem como quisessem. Ela começava a fazer idéia de que os machos de Trek Mi Q’an não eram uma espécie monogâmica. A idéia mais deprimente que se podia imaginar, para sua maneira de pensar. Ela sabia que nunca poderia ser feliz compartilhando seu marido com outras mulheres. O momento em que entraram no que Dak chamou o grande vestíbulo, duas dessas servas com o torso descoberto correram até ele, com os seios ricocheteando enquanto riam e esfregaram o ventre e a entre pernas dele com suas mãos - Sentimos sua falta - disse uma, emocionada - Nossos canais estão famintos por te sentir - ronronou a outra. Isso foi suficiente. Geris fez um horrível som de gorjeios no fundo de sua garganta. Ela levantou uma mão - não sabia o que ia fazer - mas não importava porque trocou de idéia e decidiu ir-se tão rápido como seus pés a puderam levar. Deu meia volta e foi correndo do grande vestíbulo. Não lhe importava o que tinha que fazer para escapar, mas escaparia. Até agora não tinha visto Kyra, descobriu que tinha um marido mulherengo e que havia puteiras nuas por todos os lados. Santo Deus! Isto era simplesmente muito! Infelizmente, teve que passar ao lado de Dak e das duas lindas parvas para poder fazer bem sua escapada. Ela estava muito zangada para detê-la. Ela sabia que era ágil. Ágil, rápida e viva. Ela escaparia dele. Ela frustraria seus planos. Ela… Uma mão coberta de veias a agarrou e não a deixou avançar mais. Merda… Dak, que estava tratando de desfazer-se das servas, franziu o cenho quando seu braço se esticou e a envolveu pela cintura. - Nee’k, aonde vai? - Longe de ti! - ela respondeu entre dentes, com os olhos entrecerrados. Ela lutou, tratando de liberar-se – Deixe-me ir - disse ela entre os dentes. 46
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- Não, não deixarei - Ele enrugou o cenho - O que te aflige? - O que me aflige? Dak! Não posso ficar aqui. Não posso estar aqui - Ela sentiu que ia vomitar. Pior até, seu recentemente descongelado coração sentiu como se o estivessem rasgando em dois. - Estivemos neste horrível lugar um total de vinte minutos e já posso lhe dizer que preciso voltar para casa! Ver você com essas… essas… mulheres nuas... - replicou - e me deixe em paz, maldição! Ele apertou a mandíbula. Ele apartou firmemente as duas servas com sua mão livre e levou Geris que chutava até a mesa elevada para falar em particular - Suficiente - disse ele com firmeza, enquanto freava seus pés que o chutavam Disse suficiente! - bramou ele - Te porei sobre meu joelho se seguir com esta tolice! - Me pôr sobre seu… Uuuuh! Seus olhos se entrecerraram - Está tendo um ataque por nada. Termina com isto! Não vou pôr minha mercadoria no canal de ninguém, só no seu. - É um verdadeiro Shakespeare - disse ela entre dentes - Agora me abaixe! - Não até que termine com esta tolice! - disse ele com desdém - Ao menos, não até que me acredite. - Bem, não acredito - enfureceu-se ela, enquanto ainda lutava para liberar-se - E mais, nunca farei. Este lugar é horrível. Já o odeio! Os orifícios nasais dele se aumentaram - Termina com isto imediatamente! - bramou ele - Seus malditos gritos me fazem doer à cabeça! - Deixe-me ir, então! - Não. Agora, basta! É uma ordem que te dou. Ela nunca soube onde encontrou a força para fazê-lo, mas se arrumou para soltarse de seu enfurecido marido. Saltou sobre a mesa elevada, e seus olhos olharam enlouquecidos para todos os lados enquanto tratava de planejar seu seguinte movimento antes que a recapturavam. Pensa garota. Pensa… - Geris! Ela apertou os dentes, ao dar-se conta de que nunca poderia passá-lo para chegar à porta. Furiosa, zangada, e sentindo-se tão apanhada como um animal selvagem, ela trilou um grito das profundidades de sua garganta, levantou uma garrafa dessa porcaria de matpow que Dak gostava e a manteve sobre sua cabeça como uma arma. As servas correram até o outro lado da mesa, boquiabertas, sem saber bem o que fazer. Os olhos de Geris se travaram com os de Dak. Apertou a mandíbula. Sem lhe tirar os olhos, disse a uma das servas: - Vá e dê uma mensagem ao seu líder de minha parte. E isto é o que tenho para dizer… Kyra, Zor e Kil entraram no grande vestíbulo a tempo para ser testemunhas de que a rainha Geris tinha um ataque de nervos real. Ela estava parada sobre a mesa elevada, preparando-se para lançar uma garrafa extremamente cara de matpow antigo ao 47
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chão. Seu colar matrimonial brilhava com um vermelho sinistro, que indicava que seu marido estava furioso. - Geris - repreendeu-a Dak com seu tom mais rabugento - vais atirar a garrafa de matpow de meu irmão assim, por isso estará em penitencia sem sua sorte de mulher durante toda uma semana depois da união - Ele cruzou os braços sobre seu peito e franziu o cenho formidavelmente. Kyra se divertiu ao notar que sua melhor amiga duvidava, em realidade. Logo, fazendo cara de zangada, Geris levantou a garrafa mais alto pelo ar, preparando-se para fazê-la migalhas. - Por favor, não o faça - Kyra sorriu e fez notar sua presença - essa resulta ser de minha adega favorita. Pasmada, Geris se virou rapidamente. Ela logo que podia dar crédito ao que era, ou a quem era que estava parada diante dela. - Kyra? - perguntou em voz baixa, sem acreditar no que estava vendo. - Ger? - Kyra deu um passo para frente. - Kyra! - Geris sorriu com felicidade, de orelha a orelha. - Ger! Geris sentiu que seu coração pulsaria até sair do peito. Durante três anos tinha procurado a sua melhor amiga por todos os lados. Durante três longos malditos anos… As duas mulheres gritaram e correram uma para a outra em toda velocidade. Quando se encontraram, dançaram ao redor em um círculo, enquanto se abraçavam e riam. Dak agarrou a garrafa de matpow da sua mão enquanto estava distraída. - Kyra! - Geris ria e passava a mão pelo lado do rosto de sua melhor amiga para assegurar-se de que ela estava realmente ali. - É você, garota! - E é você! - Kyra sorriu feliz e as lágrimas rodavam pela sua face. - Senti tantas saudades! As duas mulheres conversaram sem parar e tomaram assento perto da mesa elevada. Parecia que não podiam deixar de abraçar-se… ou de chorar. - Te busquei por todos os lados - sussurrou Geris - Deixei meu trabalho e tudo. - Ai, Ger… - Começava a temer que estivesse morta, Kyra. Meu Deus… - Geris fechou os olhos e respirou fundo. - Ai querida. Ai, Ger - Kyra lançou os braços ao redor do pescoço de Geris e a abraçou com força. - Sabe que nunca te deixaria. Até se não pertencesse ao Dak, eu teria encontrado a maneira de te fazer saber o que me tinha passado. E teria rogado que viesse aqui. Geris levantou a cabeça. Ela soprou. - Só Deus sabe se esse homem que te levou é tão mau como Dak, ele nunca te deixará ir voluntariamente. Suponho que vir aqui teria sido minha única opção. Kyra suspirou
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- Zor pode ser um terrível parvo, mas eu o amo realmente - Ela procurou os olhos de Geris - Mas também amo você. Tanto que não podia suportar estar separada de você. - Eu também te amo - disse Geris chorando - Deus, somos patéticas! - riu ela. Ela nunca se sentiu cômoda com as demonstrações de sentimentos. Um fato que Kyra entendia, compartilhava e respeitava. - Ey - disse Kyra brandamente - aí vem um pouco mais do patético - Ela sorriu Agora cale-se de uma vez e me abrace de novo. Me abrace como se nunca fosse soltar-se de mim. - Geris o fez. E, maldição! Sentia-se tão bem que começou a chorar de novo. Permaneceram em silencio por um longo momento. Simplesmente se abraçavam, ambas sobressaltadas pela emoção, nenhuma pronta para falar. Quando finalmente se separaram, Geris exalou - Não sei como você suporta este lugar, garota. Tenho que admitir que se não tivesse aparecido quando fez… bom, só digamos que me sentia o suficientemente zangada e deprimida para escapar, ou morrer tentando. Kyra enrugou a testa. - Por quê? O que aconteceu? Geris lhe contou sobre as puteiras e sobre as servas que esfregaram seus corpos pelo de Dak. - Foi horroroso vê-lo. Senti que ia me decompor. - Não tem que preocupar-se com elas. Prometo-lhe isso. Depois do Banquete de Consumação desta noite… Geris levantou as sobrancelhas - Espera um segundo. Banquete de Consumação? Kyra olhou ao seu redor, um pouco nervosa pela maneira de pensar de Geris. Ela entrecerrou os olhos enquanto sua melhor amiga mordiscava seu lábio inferior. - Dak não te contou sobre isso? - Não. Esta é a primeira vez que escuto mencioná-lo. Que diabo é um Banquete de Consumação? - Geris suspirou. Ela esfregou as têmporas - Realmente não acredito poder suportar mais uma surpresa. Tive muito nestes dias - disse ela com tristeza. - Humm… Seus olhares se cruzaram. - Vamos, Kyra. Diga-me o que está acontecendo. Kyra suspirou. -Você disse que não queria mais surpresas. - Ah, merda. Isso soa sinistro. Só supera-o e me diga… - Aqui vem Ari - disse Kyra em voz baixa. Geris se pôs definitivamente nervosa que sua melhor amiga a fizesse esperar. - Kyra, o que… - Ari é a Sacerdotisa Superior aqui - disse Kyra um pouco muito rápido. - Ela responderá todas suas perguntas. Se ficar alguma quando ela estiver terminado de te aconselhar, então me faz, de acordo? 49
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Geris paralisou - Te conheço. Melhor do que ninguém. O que está passando? - replicou. A boca de Kyra se movia para cima e para baixo, mas não saía nada. Antes que pudesse dizer algo mais sobre o assunto uma das mulheres mais incrivelmente formosas que Geris tinha visto se aproximou até onde elas estavam sentadas. Geris piscou. Fazia um segundo, a mulher estava do outro lado do vestíbulo. Um segundo depois, estava parada diante dela. Que diabos…? A incrível mulher de cabelos loiros sorriu. Ela inclinou a cabeça - Chamam-me Ari, Sua Alteza. Geris olhou ao seu redor, perguntando-se a quem falava a dama. - Ah! Refere-se a mim - Ela suspirou - Não estou acostumada que me chame assim - murmurou. Ari sorriu - Está bem - Estendeu-lhe a mão - Se vier comigo agora, te instruirei sobre a vida em Trek Mi Q’an. Geris levantou as sobrancelhas rapidamente - Necessitava disso uma semana atrás. Ari não disse nada, só sorriu. - Venha, tomaremos o banho cerimonioso juntas. Geris mordeu o lábio. Olhou Kyra, que evitava seu olhar de propósito. Os olhos de Geris se entrecerraram - Muito bem - disse com cautela, voltando a olhar Ari - Eu gostaria de escutar o que tem para dizer. Santo Deus! Essas duas palavras nadariam pela mente de Geris mais vezes das que poderia registrar durante o curso da noite. Ela pensou que a experiência com as bocas dos rustianos do Tojo tinha sido o suficientemente má. A experiência com os pugmuff foi um pouco pior se tratando de humilhação. Gozar com as mãos do Dak, dormindo ou acordada, puteiras de Kefa, servas, acabar com uma sacerdotisa na habitação de banho - enquanto falavam… Santo Deus! Santo Deus! Santo Deus! Tudo isso teria sido suficiente para fazer que uma mulher feita de um material inferior se derretesse. Geris não era feita de um material inferior, mas igual sentia que ia se derreter. Todas essas experiências eram entristecedoras, mas quando as punha todas juntas e logo lhes somava este Festim de Consumação… - Filho da puta! - Geris disse bruscamente e ficou de pé - Cão enganador! Dak empalideceu, fazendo uma careta. - Isto não é mais que uma tradição, meus corações! - disse ele com um gemido do outro lado do grande vestíbulo. - Uma tradição! - gritou Geris, enquanto o queimava com o olhar onde ele estava sentado - Tira essa puta azulada de cima de ti agora! Kyra e outra mulher chamada Tia voltaram a empurrá-la ao seu assento 50
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- Tudo bem - informou-lhe Tia para reconfortá-la. - Kyra teve mais ou menos a mesma reação, embora não em voz tão alta - Ante o cenho franzido de Geris, Tia se apurou a adicionar: - Você terá sua revanche logo. - Ah, sério? - Geris fez cara de zangada e cruzou os braços debaixo de seus seios. De que maneira? Kyra e Tia se olharam e logo olharam a Geris e riam bobamente enquanto ao mesmo tempo lhe diziam: - Já verá. Ela se sentiu como em uma nebulosa. Tudo o que Geris pode fazer foi olhar o que estava passando ao redor dela e tratar de não enlouquecer. E assim saudavam as futuras esposas? As obrigando a olhar como as puteiras Kefa chupavam seus maridos? Por favor! Ela odiaria ver como esta gente saudava os inimigos! - Melhor que seja certo - disse Geris em voz baixa a Kyra. Ela apertou a mandíbula. - Melhor que essas puteiras não sejam mulheres de verdade. - Não são Ger - sussurrou Kyra - Juro-lhe isso. São como bonecas. Ou jogos de realidade virtual tridimensionais. Não têm processos de pensamento. Nem sequer são reais. Mas a Geris não importou. Quanto mais olhava, mais se zangava. Para quando chegou o turno às mulheres e Geris estava esparramada sobre uma mesa elevada enquanto um punhado de guerreiros sem casal a fazia gozar, ela estava tão zangada e machucada que queria dar uma bofetada na cara de Dak. Não é que tivesse importado, pensou deprimida. Ela estava aprendendo rapidamente que nesta galáxia de guerreiros, os homens tinham noções contundentes de como deviam fazer as coisas, noções que estavam firmemente arraigadas depois de trilhões de anos de evolução e rituais, e nenhum deles estava disposto a trocar o status. Os orifícios nasais dela se aumentaram ao abrir as pernas tanto como pode, para dar aos guerreiros sem casal reunidos ao seu redor um melhor acesso a qualquer parte de seu corpo que queriam tocar. Se Dak queria um ritual, então lhe daria um maldito ritual… Geris levantou as sobrancelhas quando se deu conta de que Dak estava zangado. Ótimo. Então não gostava quando estes outros guerreiros a tocavam. Aparentemente, os pugmuffs e rustianos não lhe importaram, eram quase como vibradores, mas os guerreiros era outra história totalmente distinta. Bem! Bem! Bem! Enfurecida, lhe alargaram as janelas do nariz ao virar para olhar Jek. - Isso é o melhor que pode fazer entre minhas pernas? Uma amiga minha na terra que se chamava Dot estava acostumada a vender vibradores que tinham mais potência! Jek sorriu lentamente, totalmente consciente de que estava tratando de incitá-lo para pôr ciúme em Dak. - Está me desafiando, minha rainha? - perguntou brandamente. Geris mordeu o lábio, sem saber se não estava indo muito longe. - Não… bem… 51
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A cara dele se afundou entre suas pernas. Os olhos dela se fecharam, enquanto sua cabeça caía para trás contra a mesa. - Ah, sim, isso foi um desafio. Santo Deus do céu, definitivamente estou te desafiando. - Moça travessa - murmurou ele desde ao redor de seu clitóris - Precisa aprender uma lição. Geris gelou quando Jek sugou seu clitóris dentro de sua boca. Ela gemeu quando a boca de outro guerreiro se prendeu a um de seus mamilos. Os quadris dela se sacudiram para cima quando a língua de um terceiro guerreiro serpenteou ao redor do outro mamilo. - Merda - sussurrou. - Ai, Meu Deus. Eles lhe chuparam o corpo durante um longo momento e a esquentaram até altas temperaturas. Jek fazia sons de apreciação enquanto chupava de sua concha e esse som era muito excitante. Uns guerreiros chupavam seus mamilos, mais guerreiros massageavam suas pernas e pés. Outros guerreiros começaram a reunir-se ao redor dela e beijavam e afagavam seu ventre e seu umbigo. - Ai, Meu Deus! Geris gritou ao gozar e o sangue quente alagava sua face como uma rajada e a acalorava. Seus mamilos apontavam para cima e davam aos guerreiros presos em seus seios mais de onde chupar. Não lhe deram tempo de descer de sua nuvem de orgasmo, porque um momento depois escutou Dak bramando aos guerreiros que já tinha acabado. - Não voltem a tocá-la! - grunhiu - Saiam imediatamente se não querem que os envie às fossas da ravina! - Quão seguinte Geris recorda é que a levantaram pelo ar os braços de um homem muito zangado, muito ciumento e muito excitado, que era mais pesado que ela. Ela mordeu o lábio, um pouco suspicaz. Perversamente, entretanto, também estava desfrutando desta exibição de emoção extrema. Especialmente dado que ela temia em segredo, depois da experiência do Tojo, que Dak não se importasse com quem a tocasse. - Preciso estar dentro de seu canal - disse Dak com voz rouca enquanto a levava Necessito mais do que necessito de ar para respirar. Geris podia sentir sua sólida ereção contra seu quadril. Seus olhos arregalaram ao dar-se conta de que apesar de que ele a tenha visto nua mais vezes que vestida, ela não tinha idéia de como era seu pênis. Mas, ai, ai, ai! Era grande. Ela envolveu os braços ao redor do pescoço dele e se perguntou o que viria agora. E se ela sobreviveria a isso ou não, pensou com secura. A Geris tinham informado antes do Festim de Consumação que Ari estaria na habitação com eles esta noite, mas para falar a verdade, ela não queria a ajuda da Sacerdotisa Superior. Ela queria só Dak para ela, com ninguém mais ali de testemunha. - Logo que seu pau esteja metido em seu canal, eu partirei - sussurrou-lhe Ari Estou aqui só para te ajudar, minha querida. Não para te incomodar. Geris sorriu 52
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- Lê meus pensamentos. Você não me incomoda. Mas não posso suportar… - Sei - Ari sorriu. - É uma besta heeka ciumenta - Ela piscou o olho - Tudo estará bem. Algumas moças desfrutam de olhar, mas outras não. Não tocarei nenhum corpo mais que o teu. É uma promessa. Geris exalou. Até ali, podia dirigi-lo. Não era que não a tinham acariciado muitos outros até esse ponto, pensou tristemente. Além disso, havia piores coisas na vida que ter a uma mulher incrivelmente formosa massageando várias partes de seu corpo. Como - Santo Deus! - cinco línguas de pugmuff te lambendo toda. A risada suave de Ari retumbou por toda lugar enquanto ajudava a Geris a tirar seu qi’k branco - Desfrutaste-o e você sabe bem. Posso ler seus pensamentos, né? - Ela sorriu - É uma raça de homens talentosos e maliciosos. Ao menos, suas línguas são. Geris soprou ao escutar isso. - Nego-me a recordar esta noite com carinho, obrigado de todas as formas. - Mas sempre recordará esta saída de lua com um sorriso - murmurou ela - Será a melhor noite de sua vida. Geris considerou isso ao subir à elevada cama. Nua, ela não se incomodou em tratar de esconder-se da sacerdotisa. Que sentido tinha? Ari já a havia visto nua no banho. - Se recoste - murmurou Ari enquanto tirava sua própria roupa. Seus acolchoados mamilos rosados ressaltavam em contraste com sua pele cor mel bronzeado - Seu Casal Sagrado está a ponto de voltar a entrar na habitação. Ele fez, menos de trinta segundos depois. Os olhos de Geris se aumentaram um pouco quando o viu. Não podia recordar sentir tanta atração por um homem em toda sua vida. Ele se via maior do que o normal, parado ali ao pé da cama com uma expressão possessiva em sua face. Sua respiração era entrecortada, seu peito e fronte já estavam talhados de gotas de suor. Cada músculo de seu impressionante corpo se contraiu quando absorveu a imagem dela, nua e esperando que ele a montasse. - Se recoste por completo - murmurou Ari - Abre bem suas pernas e oferece seu corpo ao seu marido. Ela fez como lhe disse a Sacerdotisa Superior, pois a mulher de mil anos saberia o que era melhor para a tranquilidade mental de Dak melhor do que ela… uma tranquilidade mental que Geris temia que o estivesse abandonando rapidamente. O controle que estava exercendo sobre suas emoções era tão tênue que começava a assustá-la. Seu colar matrimonial titilava tão rapidamente que lhe pôs os nervos em aviso. Seus olhos se entrecerraram de uma maneira que nunca antes tinha visto, sua enorme musculatura se endurecia e esticava. Geris olhou para o outro lado, incapaz de manter o contato visual. Ela nunca se comportou tão docilmente em sua vida, mas se encontrou com que obedeceu imediatamente a Ari e se recostou de barriga para cima. Ela abriu bem as pernas e exalou. 53
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- Não é suficiente - sussurrou Ari - Não para um macho trystoni. Ao menos, não para um tão forte. Geris girou a cabeça e a olhou sem compreender. - Mostra sua submissão a ele - Quando Geris entrecerrou os olhos, Ari pôs dois dedos sobre os lábios dela. - Shh. Faz como te disse ou a montada será feroz e malvada. Logo poderá dirigir isso. Esta saída de lua tem que ser montada brandamente. Seus olhos amendoados se aumentaram. - O que faço? - Isto começava há ficar um pouco nervoso. - Use seus dedos para separar os lábios de sua concha. Não mantenha contato visual. - E o que há se ainda assim me machuca? - sussurrou ela ferozmente. Ari passou uma mão por sua testa. - Tudo estará bem. O colar matrimonial titilava mais rápido. Quando a garganta de Dak emitiu um pequeno grunhido, um som muito parecido ao de um animal selvagem exibindo dominação, Geris uivou e imediatamente separou os lábios de sua concha. Santo Deus! Dak grunhiu de uma forma arrogante e apaziguada que de algum jeito a fez sentir melhor. Era como se ele estivesse bem outra vez, um estado no que queria mantê-lo até que isto terminasse. Geris deixou sair o sopro que estava retendo sem dar-se conta. Meu Deus! Ela se sentia como que estava por ser montada pelo homem do Cro-Magnon! Sentir que a elevada cama se afundava levemente sob a pressão do peso de Dak, disse a Geris que ele a tomaria em qualquer momento. O som de seus couros que eram atirados ao chão apanhou a atenção dela. Incapaz de resistir a uma vista prévia do que estava por entrar em seu corpo, ela se animou a jogar um olhar rápido ao seu pênis ereto. Voltou a olhá-lo. Ela gelou. A merda! Dak arrastou o olhar de onde a Sacerdotisa Superior estava sentada nua ao seu lado e a posou sobre sua nova esposa. Ele absorveu a imagem de seu tentador corpo de ônix estendido e bem aberto, preparado para recebê-lo, e seus orifícios nasais se aumentaram com a satisfação de um experiente caçador. Sua respiração era entrecortada; seu controle, ao limite. Era hora. Dak tirou a roupa de seu corpo, com uma sobrancelha dourada arqueada arrogantemente, quando escutou que sua nee’k conteve a respiração ao ver sua feroz ereção. - Sim? Geris umedeceu os lábios. Seus olhos amendoados aumentaram com descrença - Santo Deus - murmurou ela. Dak sorriu - Sabe o que dizem meus corações? 54
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- Q-o que dizem? - Quando provar ao Dak, não voltará atrás. Geris acreditou. Santo Deus do céu, como acreditou. Ela só podia rogar que pudesse sobreviver esta noite sem ser partida ao meio. Sem pensar, soltou os lábios de sua concha e se apertou as mãos na frente. - Ai, Ari… não há forma de que essa endemoniada coisa me entre alguma vez! - O colar matrimonial começou a titilar em vermelha - irritação - Ela franziu os lábios e o cenho - Dak! - disse ela, exasperada - É enorme! Vi tacos de beisebol menores que isso! Ele grunhiu com um som arrogante - Ao menos - disse com desdém - certo que sua Dot não tem brinquedos como esse - Ele agarrou o pênis na base e o apertou - Ou teria peregrinas que caminhariam até sua porta a toda hora, lhe implorando que compartilhasse seu prezado tesouro. Geris desviou o olhar. Logo franziu o cenho - Como me escutou falar de Dot do outro lado do… - Ela suspirou - Não importa. Estou certa de não querer saber. Suponho o que dizem sobre o tamanho das orelhas de um homem é certo - disse ela com tristeza. Ari riu pelo baixo - Tudo bem, minha rainha. - Bem nada! - Ela se sentou - Esqueça! Dak apertou a mandíbula. Seus olhos se entrecerraram uma fração de segundo antes que Geris perdesse todo controle sobre seu corpo. Ela gelou quando forças ocultas a lançaram novamente contra a cama. Como se tivesse estado imobilizada e atada por cordas invisíveis, seus braços se lançaram sobre sua cabeça e suas coxas se abriram bem. Alargaram-lhe os orifícios nasais - É um asco - disse ela entre dentes. Dak olhou fixamente sua concha exposta com intensidade, o que fez que seus olhos se aumentassem e sua irritação se dissolvesse em preocupação. - Começarei como decida continuar - declarou ele com tom firme enquanto se aproximava - Não deixarei mais que o amor que tenho por ti em meu coração interfira com minha lei. Os olhos do Geris se entrecerraram. Ela se negava a ser dominada por esta inadvertida declaração de amor. Embora fizesse coisas estranhas ao seu coração. - Sua lei? - Sim. Minha lei - acariciou os seios e começou a amassá-los brandamente. - Qual é sua lei? - Ela franziu o cenho; não gostava quão bem suas mãos se sentiam ali quando ela queria falar. Ele levantou uma sobrancelha dominante, que lhe mostrou um lado de Dak que nunca antes tinha visto até esta noite. Um lado que a fazia sentir um pouco de dúvida, um pouco de medo a um homem que nunca até este momento tinha temido no mínimo. - Você fará o que eu te ordeno, nee’k. - disse brandamente, muito brandamente Sempre. Se te disser que vá a sua habitação, irá sem questioná-lo. Se te disser que se 55
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incline para receber uma surra no traseiro como castigo, fará. Se te disser que abra as pernas para meu prazer, abrirá - Ele apertou a mandíbula - Essa é minha lei. Ela apertou os dentes. - Ah, sério? - Sim - grunhiu ele - Sério. - Não é momento para isto - Ari murmurou no ouvido dela - Ele se sente quase um animal pela sua necessidade de ti. Você pode conter a tua e sabe. Briguem depois, unam-se agora. Geris suspirou. Isto era simplesmente muito. Mas sabia que Ari dizia a verdade. Dak tinha um desespero tangível por estar dentro dela, por marcá-la, por dizê-lo assim. Possivelmente depois de que a marcasse, voltaria a atuar como o homem que tinha sido do momento em que se conheceram. O homem que tinha sido até agora. O homem pelo qual se apaixonou sem remédio. Porque se não fizesse, ela o mataria enquanto dormisse. Dak acariciou o interior de uma das coxas dela com sua face. - Te necessito ty’k - disse ele com voz rouca antes de beijá-la. Ele se levantou, ficando de joelhos e agarrou as coxas dela com as mãos, logo apoiou a cabeça de sua ereção na entrada de sua vagina e começou a empurrar lentamente para dentro - E te amo - murmurou ele. - Ah, Dak - disse Geris em voz baixa. Escutar realmente essas palavras de seus lábios lhe fez sentir uma felicidade que nunca esperou sentir por um homem. Ela estremeceu e abriu a boca para lhe devolver as palavras. Ela também sentia. E era momento de dizer-lhe. - Eu tam… aaaaaaaajjj! Geris gelou enquanto uma dor a intumesceu, a partiu por dentro, enquanto Dak afundava seu enorme pênis dentro dela, até o fundo. - Sinto muito - murmurou ele, apertando os dentes. Seu cabelo dourado estava empapado de transpiração nas têmporas. Ele fechou os olhos um instante. Respirava de maneira entrecortada - Tratei de esperar, mas… - Sua Alteza! - Ari o repreendeu antes de golpeá-lo contundentemente no ombro O que fez a sua nee’k! Ele grunhiu - Isto é endemoniadamente malvado! Não posso ir devagar! - bramou ele. A Sacerdotisa Superior fez um estalo de desaprovação, mas não disse nada mais. O dano já havia sido feito. Tudo o que podia esperar agora era que Geris se recuperasse do impacto logo. Geris não escutou nada da briga. Estava muito ocupada recostada de barriga para cima, com os olhos fechados - e não por algo bom esta vez! - com a boca aberta e o olhar perdido como parva até que pôde entender de que acabava de ter um pênis, que se sentia como se fosse do tamanho de um país pequeno, empalada dentro dela. - Ai. Meu Deus. Dak acariciou sua face, com uma evidente preocupação em seus olhos e em sua voz. Passou-lhe uma mão pelas pequenas tranças 56
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- Pani, está bem? Não te parti ao meio com meu maldito pau bestial? De qualquer outro homem, essa tivesse sido uma pergunta para rir, de Dak era uma pergunta apropriada. - Vou te matar - disse ela com uma débil voz monótona, seus olhos ainda fechados. Ele franziu o cenho. Ari soprou. - Excelente trabalho, Sua Majestade. Queria poder ser testemunha de mais uniões reais que ocorram tão correntemente como esta. - Ele grunhiu. - Possivelmente quando terminar de encher seu útero com a força da vida, poderemos nos alternar para lhe jogar na cabeça garrafas de matpow. Ele apertou a mandíbula. - Já parece, você verá. Já estou todo dentro. Ninguém pode reclamar que eu não a tomei. Agora, fora. - Bem - Ari ficou em pé, com os lábios apertados e o cenho franzido - me chame logo se por acaso quer cravá-la contra a parede e podemos nos alternar para nos tampar os olhos um ao outro e lhe atirar facas a seu pequeno corpo. Melhor, depois poderíamos… - Disse fora - disse Dak entre dentes - Fora! Fora! Ari levantou uma sobrancelha. - Se não tivesse assistido a sua mani para te dar a luz, te meteria em um zizi-bub agora mesmo. Ela sacudiu uma mão desdenhosa mesmo quando sua forma começava a sacudirse e desvanecer-se. - Que a deusa esteja contigo, minha rainha. Quando não ficou nada à vista da Sacerdotisa Superior mais que sua face, ela deteve o processo de dissolução o suficiente para sorrir travessa a Dak. - E que a deusa esteja contigo, meu rei, quando a rainha seja liberada de seu transe e possa mover-se por si só - Suas sobrancelhas se elevaram - E ponha as mãos em cima. Dak lhe franziu o cenho à imagem da sacerdotisa que se dissolvia. O som de uma risada como um gorjeio que se desvanecia perfumou o ar. - Geris não se atreveria a me golpear. - murmurou ele - É blasfemo sugerir isso… ai!. - Dak apertou os dentes ao agarrar o olho que poderia terminar arroxeado. - Como saiu de seu transe? - grunhiu - E por que me golpeou assim? Dói o maldito olho! - Agora sabe como me sinto! - Geris se enfureceu. - E Ari me liberou disso! - Geris! - Oh, cale-se. Unidos da forma mais íntima possível, com a verga de Dak afundada profundamente no corpo de Geris, seguiram brigando cinco minutos mais. Para quando terminaram finalmente ambos se deram conta do absurdo da situação. Começaram a rir. Ele sorriu 57
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- Sinto muito, nee’k. É que precisava estar dentro de você - sorriu também - E eu sinto ter te machucado. Ela franziu o cenho. - Mas não volte a fazer isso outra vez. - É uma promessa, não farei. - Bem - murmurou ela. As pálpebras pesavam - A tudo isto acredito que me adaptei a sua medida, sabe. Ele levantou uma sobrancelha - Humm - Ele baixou sobre ela e colocou seus cotovelos a ambos os lados de sua cabeça - E o que quer que eu faça a respeito? - perguntou ele com voz profunda. Acariciou-lhe seu peito de aço e o apertou. - Acredito que você já sabe - sussurrou ela. Os olhos de Dak se voltaram frágeis enquanto levantava seus quadris, retirava levemente seu pênis e voltava a empurrar devagar dentro de sua vagina úmida. Ela fez um ruído como um assobio, que fez que ele apertasse os dentes e lhe endurecessem as bolas. Ele começou a balançar-se lentamente dentro e fora dela - Seu canal está tão bom - disse com voz rouca. Dentro e fora. Atrás e adiante. Suave e lento… - Tão enfeitiçado - Geris gemeu e sua cabeça caiu para trás contra os travesseiros enquanto ele acariciava seus seios. Ela estremeceu quando seus polegares e dedos indicadores encontraram seus mamilos escuros e sensíveis, e começaram a massageá-los da base até a ponta. - Ai, Deus. Seu pênis a encheu por completo, quase a fazia gozar com cada investida, mas a deixava desejando mais dela… e dele. - Mais duro - gemeu ela enquanto levantava e enganchava as pernas ao redor dos quadris dele - Mais. - Te darei mais - disse entre dentes enquanto acelerava o ritmo. Seus orifícios nasais se alargaram com o som de seus gemidos baixos - eu adoro me agarrar a minha vagina. - Dak… - Minha vagina - dizia ele enquanto a montava mais rápido e bombeava dentro e fora com embates possessivos. Sua mandíbula estava apertada, as veias de seus enormes braços se sobressaíam, enquanto mergulhava dentro e fora dela. Ele rodou seus quadris, fez que sua entre pernas apertassem e que ela gemesse com prazer enquanto ele a enchia por completo. - Toda minha - disse ele com voz profunda. - Merda. Ele a agarrou mais rápido; o som de carne se chocando contra carne retumbava na habitação. Os músculos dele se esticaram enquanto a montava e bombeava violentamente dentro dela. Ele seguiu amassando seus seios, engrossando seus já rígidos mamilos. Ele fechou os olhos ao gemer profundamente em sua garganta, com uma 58
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expressão no rosto que recordava a de um moço virgem que tinha conseguido agarrar sua primeira vagina. - Ai, Meu Deus, Dak. Me faça gozar! - Geris gemeu enquanto se preparava para o orgasmo e o prazer se atava em seu ventre. Ela levantou instintivamente os quadris, porque queria tanta fricção contra sua vagina como fosse possível. - Ai, Deus. Ela gozou de um modo prolongado e ruidoso; seus mamilos se sobressaíam e golpeavam as palmas dele. Ele apertou os dentes, a deliciosa sensação de sua vagina tratando de mamar em seu pênis quase o desfez. Ele teria querido que a primeira vez durasse toda a noite. Teria sorte se podia fazê-la durar dez minutos. - Eu também, nee’k - ofegou ele, enquanto se afundava dentro e fora com investidas duras que a marcavam. Os orifícios nasais dele aumentaram ao aproximar-se do inevitável clímax que tratava de postergar, mas não podia abrir os olhos para olhá-la. Em troca, fechou-os bem apertados, aparando-se bestialmente com ela sobre a elevada cama. Sua vagina se sentia estreita, quente e tentadora. E toda dele. Ele a agarrou mais duro, enquanto grunhia com um som grave em sua garganta, e finalmente pôde abrir os olhos. Ele rodou seus quadris e investiu mais duro, afundandose em sua concha com movimentos rápidos como o raio. Geris gritou e gozou instantaneamente pelos golpes duros e profundos. Dak apertou os dentes enquanto as paredes da concha dela voltavam a se contrair, e esta vez ele soube que estava frito. Bombeou mais duro dentro dela. Uma vez. Duas. Três vezes mais… - Geris! - Ele bramou seu nome enquanto gozava e seu sêmen quente jorrava dentro do útero. Grunhiu quando suas bolas trataram de esvaziar-se; enquanto carne se chocava contra carne, com seu pau ainda pinçando dentro de sua vagina e não queria deixar de agarrá-la. O colar matrimonial começou a titilar e isso fez Geris aumentar os olhos. - Que dia… uuuuuhhhhh! Geris gemeu e grunhiu, arremessou a cabeça para trás sobre os travesseiros outra vez, quando uma série dos mais intensos e paralisantes orgasmos rasgou seu ventre como um maremoto. - Ah, Deus - gritou ela - Ai, meu Deus! Dak grunhia em sua orelha enquanto a colhia com êxtase e seus orgasmos lhe faziam apertar os dentes. Ele gemeu seu nome ao gozar outra vez, com todo seu corpo estremecendo-se e convulsionando-se sobre o dela. Com as respirações entrecortadas e o suor empapando seus corpos, agarram-se um ao outro enquanto descendiam lentamente das alturas do clímax. Mais tarde - muito mais tarde - quando suas respirações se estabilizaram, Dak saiu de cima de seu corpo e se recostou sobre as peles de vesha ao seu lado. Ele a atraiu ao seu lado e a abraçou fortemente e com ternura. Riu baixo quando registrou a expressão dela. 59
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- Possivelmente não volte a pensar em me chatear, moça arteira - Quando ela não disse nada, deitada ali simplesmente com os olhos arregalados outra vez, seu sorriso se estendeu - perguntemos a sua Dot se alguma vez teve uma parte masculina suprema como esta. - Nyooo nyooomph. Dak riu ante o ruído sem sentido. Logo aconchegou sua esposa mais perto e dormiu, deixando Geris a olhar para o forro do teto, a boca aberta e a mente feita mingau. Ela sorriu lentamente, com os olhos ainda arregalados como os de um lunático. Quando prova ao Dak, não volta atrás. Não, não. De maneira nenhuma. Saaaaaanto Deus!
Enquanto isso, na lua verde Ti Q’won… Jek caminhava para a habitação, com passo rápido. O gigante, Yar’at, estava deitado sobre a cama elevada, ainda inconsciente. Três sacerdotisas nuas o atendiam, cantando brandamente enquanto lhe esfregavam areia curativa líquida por todas as costas, o traseiro e as coxas. O grande senhor se deteve ao pé da cama. Não interrompeu o que acontecia, só observou. Duas faxineiras atadas o escoltaram a um banco de vesha próximo para lhe oferecer distração enquanto esperava. Ele baixou os couros e se sentou. As loiras polpudas caíram imediatamente de joelhos; uma delas lhe chupou seu rígido pau, a outra lhe chupava as bolas. Jek se reclinou no banco com um suspiro, enquanto passava seus dedos ociosamente pela cabeça de alguma das duas loiras enquanto sugavam dele. Quinze minutos mais tarde, deram volta ao Yar’at e o processo se repetiu sobre sua parte dianteira. As sacerdotisas continuaram com seu canto, enquanto esfregavam areia curativa líquida em seu peito, sobre suas pernas, para cima e para baixo, por toda a comprida verga ereta e suas apertadas bolas. Masturbaram-no reiteradamente enquanto jazia ali e o gigante gemia brandamente ao entrar e sair da consciência. Passou outra hora até que as sacerdotisas terminaram. Quando finalmente o fizeram, tinham esvaziado Yar’at de sua força vital doze vezes e ao Jek só três. A cor do gigante era menos pálida, mais normal. Sua respiração, embora dormindo, era relaxada e casual. A líder das sacerdotisas caminhou até onde estava sentado Jek, parou diante dele e inclinou a cabeça. Ela era alta, castanha e forte. Seus mamilos eram de uma cor vermelha surpreendente e agradável que contrastava com sua pele cor mel - Milord. - Milady.
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Jek estava a ponto de guardar seu pênis quando a sacerdotisa fez um movimento com sua mão para que não o fizesse. Ele levantou uma sobrancelha. Ela sorriu brandamente, logo lentamente montou sobre o banco e seu colo. - Pensei que ambos poderíamos usar isto - disse ela em voz baixa. Jek olhou com pálpebras pesadas quando ela baixou a abertura de sua vagina molhada até a cabeça de seu grosso pênis - Como está ele? - Muito melhor - A sacerdotisa fechou os olhos e empalou a si mesma sobre sua proeminente ereção. Ele apertou os dentes. Ela abriu os olhos - Dormindo, mas bem. Passarão possivelmente outras duas semanas ou mais antes que esteja completamente curado. - Mas se curará? - acariciou-lhe o traseiro e o amassou enquanto ela montava para cima e para baixo pelo comprido de sua dignidade. - Devo voltar para a Cidade Areia a toda velocidade. Eu gostaria de algumas garantias antes de partir novamente. - Sim. Certamente ele se curará. Jek assentiu com a cabeça, apaziguado. Tomou ar quando o rodeio da sacerdotisa se acelerou. - Você curará Yar’at com seu estreito canal, né? - Sim - disse ela em voz baixa, enquanto o montava mais rápido. A cabeça dela caiu para trás e ficou pendurada em seu pescoço. - Daremos tanta vagina como posso dirigir e logo um pouco mais. Jek a aproximou mais dele e esmagou sua face contra seus grandes seios. Ele fechou os olhos e chupou de seus mamilos enquanto ela o montava. Agarraram durante mais de uma hora, tanto por sua concha como por seu ânus. Para quando se separaram, esgotados e repletos, Jek teve que partir rumo a Cidade Areia. Certificou-se uma vez do estado de Yar’at, murmurou ao gigante que voltaria o antes possível e partiu. ******* Durante sete dias e sete noites, ele a agarrou. Mais e mais. Uma e outra vez. A fez gritar, gemer, implorar, convulsionar-se… Geris o recebeu em todos os orifícios, aceitou-o em todas as posições imagináveis (e inimagináveis). Ele a chupou tantas vezes que perdeu a conta. E, entretanto, o desejo dele de estar dentro dela nunca diminuía. Só parecia intensificar-se. - Dak - gemeu ela - Não posso mais - Deitada sobre suas costas, Geris olhou onde seus corpos se uniam, onde seu pênis bronzeado se afundava repetidamente em sua vagina uma e outra vez. O contraste dos tons de pele era excitante. E formoso. Quase como um balé coreográfico onde o diretor trata de ressaltar o impacto da peça ao contrastar diferentes passos e cores para o público que o vê. 61
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- Sente-se tão bem - murmurou ele, com as pálpebras pesadas. Ele apertou os dentes enquanto olhava como seu pênis mergulhava na vagina dela - Queria nunca deixar de fazer isto. Ela meio gemeu e meio riu - Se não o fizermos, morrerei. Preciso beber algo - Ela apertou os lábios e franziu o cenho - E não mais dessa sucata de matpow tampouco. Prefiro o suco. Dak suspirou como um mártir, mas cedeu umas poucas investidas mais tarde. - Seu prazer é o meu, nee’k - Flexionou o pescoço e a beijou com doçura sobre a ponta do nariz. Levantou a cabeça e a olhou fixo por um longo momento. Geris procurou seu olhar, porque sabia que ele queria lhe dizer que a amava. Esperava que ele o fizesse já que ela ainda não lhe havia dito essas palavras em resposta às dele e queria a desculpa perfeita para lhe dizer como se sentia. Não sabia por que não podia conseguir dizer sem que lhe desse lugar a fazê-lo; ela supunha que ainda se sentia um pouco vulnerável e covarde em relação a estas novas emoções. Dak limpou sua garganta e desviou o olhar. Geris respirou fundo, com a esperança de não ver-se tão desiludida como se sentia. Só diga-lhe Geris. Diga-lhe essas palavras! - Suponho que será melhor que peçamos um pouco de comida e bebida, meus corações - Ele rodou de em cima dela e se sentou no bordo da cama, de costas a ela. Ela absorveu a imagem de suas poderosas costas e seu musculoso traseiro com o olhar. Incapaz de resistir esticou-se e passou à língua levemente sobre duas covinhas que amolgavam levemente a parte superior de cada bunda. Dak riu baixo - Não são as atitudes de uma moça que não deseja uma boa apareada. Ela sorriu enquanto levantava a cabeça. - Não posso evitá-lo. Tem o que na terra chamamos um ‘lombo mortal’. Ele girou a cabeça e sorriu, com essa magnífica covinha que lhe desenhava - Sim? O sorriso dela se desvaneceu ao olhar a beleza da face dele. Ela engoliu para desfazer o nó de emoção em sua garganta. - Sim - sussurrou ela. Dak levantou uma sobrancelha. - Nee’k? Passa algo mau? - Te amo - Ela respirou fundo e exalou quando viu que os olhos dele se aumentavam - Muito - murmurou ela. - Ah, nee’k… - Dak estava tão emocionado com a revelação que se esqueceu de si mesmo. Sem pensar, usou seus poderes para levantá-la da cama e lançá-la a seus braços. - Yiii! - Geris chiou ao elevar-se, girou rapidamente à esquerda e logo caiu pesadamente em seu abraço. Ela bateu contundentemente no peito. - Dak! - Mas o sorriso dele era tão grande que ela não pôde evitar rir. 62
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- Eu também te amo - disse ele felizmente, abraçando-a tão forte que logo não podia respirar. - Bem - disse ela com voz áspera e os olhos salientes. - Ah. Perdão, meus corações - Dak afrouxou um pouco a intensidade do abraço, o suficiente para lhe permitir respirar normalmente de novo. - Parece que esperei uma eternidade para te escutar dizer essas palavras. Geris sorriu por cima do ombro dele. - Só que por agora não espere que vá gritando pelos topos das montanhas. Sou nova nestas questões de amor. Dak riu baixo - Igual a mim. Eles se abraçaram durante vários minutos em silêncio e ambos desfrutaram da intimidade recém descoberta, que podia rivalizar com o titilar de qualquer colar matrimonial. Finalmente, entretanto, Dak a soltou a contra gosto, deixou-a sobre o piso de cristal e ficou de pé. - Pedirei comida e bebida em seguida - suspirou - Igualmente, irá querer visitar Kyra por um tempo, porque devemos seguir até nosso lar em duas saídas de lua. Os olhos do Geris aumentaram - À lua verde? - Sim. Ti Q’won. Ela assentiu com a cabeça distraidamente - Voltarei a ver Kyra logo? - sussurrou. Dak paralisou e se virou para enfrentá-la - Sim. É obvio. Acredita que sou um ogro? Ela pigarreou ruidosamente em sinal de estar brincando - Bem, só às vezes – piscou-lhe o olho. - Ponha um belo qi’k e desfruta de seu tempo com Kyra. Ele se foi e seu corpo nu e ultra-masculino voltou a atrair sua atenção. - A procurarei mais tarde pelo grande vestíbulo. Tinham sido, por dizê-lo assim, dois dias cheios de emoções para Geris. Nem sequer uma hora depois de que deixou Dak nas habitações e foi visitar Kyra em sua primeira excursão fora de suas habitações desde que ela e Dak se uniram, sua melhor amiga tinha dado a luz a gêmeos. A parte aterradora era que ninguém se deu conta sequer de que Kyra estava grávida. Quem teria pensado que o período de gestação no Tryston era só de três semanas! Santo Deus foi desagradável. Como um pouco saído de um pesadelo, uma luz azul brilhante saiu como uma rajada de entre as coxas de Kyra e se esparramou por todos os lados. Em poucos minutos, ela começou a pôr um ovo, um ovo! Entretanto, depois de que passou o impacto e o horror de tudo isso, o coração de Geris quase se partiu em duas da felicidade que experimentou ao sustentar às filhas gêmeas de sua melhor amiga em seus braços. Kyra e ela eram tão amigas, como irmãs, 63
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que o momento foi tão comovedor como se tivesse estado elevando a uma filha própria. Ela não queria deixá-las. Sentiam-se tão quentinhas, delicadas e enrugadas. Ao olhar atrás, estava agradecida de que o destino tivesse achado adequado assegurar-se de que ela estivesse presente quando Kyra desse a luz. Não podia imaginar ter perdido o nascimento de Zora e Zara por nada no mundo. Também estava agradecida por ter esses dois dias para passá-los quase exclusivamente com sua melhor amiga, porque tinham muito para pôr em dia. Era incrível pensar que o que tinham sido só três semanas para Kyra foram três anos para Geris. Até se Dak não tivesse adiantado sua chegada pelo portal no espaço profundo que atravessaram, só tivessem sido uns poucos meses de todas as formas. Incrível. Mas agora era tempo de ir para casa. Casa. Geris meneou a cabeça e sorriu. Duas semanas atrás, sua casa era a Terra. Uma Terra que não se sentia particularmente apegada sem Kyra ali. Mas agora sua casa era uma lua verde, que pendurava baixo, que nunca tinha visto antes. Ela estava tão emocionada como nervosa. E se não gostava? Como poderia dizer a Dak que o lar de que ele se orgulhava tanto não era onde ela queria viver? Estes pensamentos infestaram sua mente enquanto se dirigia para onde sabia que seu marido a estaria esperando. Ao caminhar para o grande vestíbulo, seus pensamentos estavam a um milhão de milhas de distância. Entretanto, o som de uma risada masculina conseguiu apanhar sua atenção. - Não seja estúpido - Zor disse com secura a Dak, desviando o olhar - O líder rebelde não poderia estar escondendo-se no Morak. - Minha própria colônia? - disse Kil com arrogância - Não seja idiota! Dak sorriu embora seus olhos mostrassem tristeza. Geris fez uma careta ao poder sentir suas emoções como se fossem as suas próprias. Seu marido, pensou ela com tristeza, estava doído. Ele realmente pensava que seus irmãos falavam a sério quando o insultavam. O que eram brincadeiras de bom gosto para Zor e Kil, Dak as acreditava. Mas como podiam não dar-se conta seus próprios irmãos de que o machucavam? Ela pensou zangada. Não se necessitava um colar matrimonial para perceber o abatido que se via ele. Geris permitiu que as graças seguissem um minuto mais antes de caminhar dentro do grande vestíbulo, com a cabeça em alto. - Estou pronta para ir, Dak - disse ela, com os orifícios nasais alargados. Entrecerrou os olhos a seus cunhados - Estou cansada de estar aqui. Zor e Kil se olharam confusos - Passa algo mau? - Zor perguntou perplexo - Tiveram possivelmente uma briga você e Kyra? Geris soprou ao escutar isso - Não acredito. Olhe Zor, Kyra e eu nos amamos. Por isso, importa-nos o que a outra sente. - Nee’k… Ela levantou o queixo 64
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- Não nos vociferamos coisas entre nós sem nos deter e pensar sobre que tão falsas podem ser essas palavras ou quanto nos podem machucar. Zor e Kil voltaram a olharem-se confusos. Dak suspirou - Está bem, pequena. Vamos, sim? - O que está bem? - Kil perguntou com o olhar que ia e vinha entre seus irmãos e sua cunhada. - Não, não está bem - disse Geris franzindo o cenho aos irmãos de Dak - Mas, bem, vamos. - Hey, espera um minuto - Zor disse com firmeza quando o casal estava indo Geris Q’Ana Tal, exijo saber de que fala. Ela se virou e entrecerrou os olhos. Dak respirou fundo e exalou, ao dar-se conta, como era devido, de que ela não retrocederia até dizer o que tinha que dizer. Ela soprou e lançou uma mão a Zor. - Por que sempre se referem a ele como “estúpido”, “idiota” e todos esses outros insultos que qualquer parvo poderia dar-se conta de que machucam seus sentimentos? Os olhos do Zor se entrecerraram - Você me crê um parvo? Kil olhou para outro lado - Esse não é o maldito ponto! Ele suspirou e se dirigiu ao seu irmão mais novo. - Dak - murmurou - É a forma em que brincamos contigo desde que éramos meninos. - Você é nosso irmão mais novo - disse Zor a modo de explicação. - Bem, detenham-se - disse Geris em voz baixa - Isso o machuca. E, além disso, não é certo. Se ele disser que procurem no Morak… bem, quem é que mencionaram vocês… então possivelmente deveriam fazê-lo. Os olhos de Dak brilhavam com emoção quando a olhou, embora Geris não pôde ver isso. Ela estava muito ocupada lançando adagas aos irmãos dele. - Entendo o ponto - murmurou Zor. Kil aplaudiu Dak nas costas - Minhas desculpas, irmão. Como não te dava conta de que só estávamos brincando? Qualquer parvo, como sua nee’k nos chamou tão apropriadamente, pode ver que você é um chefe militar para se ter em conta. Dak, não acostumado a palavras tão elogiosas de sua parte, claramente não sabia o que dizer. - Eu… bem, obrigado - murmurou. - É certo - disse Zor com total naturalidade - Ti Q’won é a única de nossas fortalezas que nunca foi penetrada por simpatizantes dos insurgentes. Há uma razão para isso. Geris sorriu com felicidade por seu marido enquanto escutava a conversa. Era evidente que Dak necessitava esta validação verbal. Como seus irmãos, ela não podia 65
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imaginar-se por que ele teria pensado sequer que eles podiam chegar a lhe dizer “parvo” a sério, mas supôs que todos, inclusive um gigante, tem inseguranças. De algum jeito, saber isso a fez sentir menos idiota por dizer a seu marido que o amava. Ele também era vulnerável. Mas de maneira diferente. Quando deixaram o Palácio das Dunas, Dak ria. Piscou-lhe o olho e a aproximou com o braço a seu lado. - Se alguma vez esses simpatizantes dos rebeldes tinham pensado em penetrar em Ti Q’won, pensarão duas vezes ao saber agora que há uma feroz nee’k governando ao meu lado. Geris sorriu enormemente satisfeita. Santo Deus, como amava a este homem. ******* Yar’at despertou em um lugar estranho, ao sentir que três moças nuas o beijavam por todo o corpo. Ele piscou várias vezes e se obrigou a abrir os olhos, porque pensou decididamente que estava sonhando. Era a única explicação que podia encontrar, porque nunca tinha estado com uma mulher. Tinha sonhado com isso mais frequentemente do que podia contar, mas nunca tinha tido a oportunidade. Seus olhos se abriram. Ele se paralisou. Estava acordado e, mesmo assim, as moças seguiam ali. Uma moça de cabelo dourado lhe sorriu e pôs a cabeça de seu rígido pênis dentro de sua formosa boca. Yar’at tomou ar e começou a respirar com dificuldade. - Quem s-são vocês? - gaguejou. Engoliu saliva bruscamente ao ver que os lábios dela baixavam mais sobre sua haste. Os músculos de seu estômago se apertaram. Não lhe respondeu, mas não precisava fazê-lo, porque o olhar de Yar’at desceu pela cama até uma castanha que se arrastava para ele. A beleza nua levava posta roupas de sacerdotisa, um emblema que a declarava como uma puteira da deusa, antes que pudesse pensar em perguntar por que era que o atendiam, a moça de cabelos dourados tomou seu pênis tão profundamente em sua garganta como era possível e o chupou por todo seu comprido, para cima e para baixo. Ele gelou enquanto o chupava, seus dentes se apertaram; a sensação era mais deliciosa do que jamais tinha imaginado que seria. A necessidade de fechar os olhos e desfrutar do prazer que lhe ofereciam era entristecedora, mas mais que isso era o desejo de observar seu pênis, que ele pensou que não era digno dos cuidados de uma moça, enquanto a atendiam como se fora a coisa mais maravilhosa da criação da deusa. Os suaves gemidos de prazer que faziam erupção na garganta da sacerdotisa, enquanto chupava dele, eram mais embriagadores que algo que tivesse conhecido antes. Uma segunda sacerdotisa de cabelos dourados apertou sua boca ao redor das bolas e as chupou, enquanto a primeira chupava seu membro mais e mais rápido. Yar’at gemeu, jogou a cabeça para trás e não pôde seguir mantendo os olhos abertos. Um mamilo gordinho se meteu em sua boca. Ele o chupou com força, com dificuldade para respirar, enquanto as duas sacerdotisas que atendiam seu membro e 66
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bolas lhe faziam sentir coisas que um homem vendido a um patrão de mina quando menino nunca pensou que sentiria. A castanha, sobre cujo mamilo ele tinha os lábios presos, embalou-lhe a cabeça contra o peito dela e lhe sussurrou palavras reconfortantes ao ouvido. Ele não queria gozar, por medo de que tudo terminasse. - Está bem, bonito - murmurou a sacerdotisa castanha - lhes dê sua força vital. Não lhe deixaremos até que lhe tenhamos mamado até se secar, embora nos leve semanas. - Yar’at gemeu ao redor do delicioso mamilo. E logo, ele gozou, jorrando sua força vital dentro de uma boca faminta que a esperava. Explodiram estrelas detrás de seus olhos e ele gemeu, mas não soltou o mamilo. Chupou mais e mais duro, até que a castanha tomou ar e lhe rogou que a agarrasse. Por todas as areias, pensou ele, seu pênis estava mais duro do que acreditou que era possível; ele devia estar sonhando. Como podia ser real isto, que uma mulher formosa lhe rogasse que a agarrasse…? Mas a agarrou. Assim que as sacerdotisas de cabelos dourados soltaram seu pênis de suas bocas, ele se virou rapidamente, atirou à castanha debaixo dele e afundou sua proeminente ereção em sua vagina estreita e morna. Ele gemeu comprido e alto, ao saber finalmente o que era sentir uma vagina que o recebia com agrado. Ela gemeu quando ele a penetrou e o som foi como música para os ouvidos dele. As pálpebras da castanha estavam pesadas com excitação quando ela envolveu suas pernas ao redor dos quadris dele. - Comprido e duro - murmurou ela. Yar’at engoliu saliva bruscamente - M-milady? Ela o apertou com suas coxas - Me agarre comprido e duro - disse ela em voz baixa - Tem um membro gloriosamente enorme, bonito. Com os orifícios nasais aumentados, Yar’at se afundou em sua vagina e se meteu até o fundo. Quando ela voltou para arquear de prazer, ele tomou como um bom sinal e começou a entrar e sair dela como frequentemente tinha sonhado fazer a uma moça. Ele investiu mais e mais duro, mais e mais rápido dentro de sua vagina. Gemeu ao agarrá-la e seus olhos se fecharam de prazer. Ocorreu-lhe que maravilhoso se sentiria se pudesse lhe chupar o mamilo enquanto se afundava dentro e fora de sua concha. E logo, como se as sacerdotisas pudessem antecipar cada pensamento dele e procurasse fazer realidade suas fantasias, um mamilo vermelho e preparado estava ali para que ele o chupasse. Yar’at o chupou. Tinha sabor de prazer. Sugou duro dele até que ela também gemia e pensou que tinha morrido de prazer e tinha chegado a Rah. Era realmente embriagador que duas moças gemessem por ele: a que estava agarrando e a que estava chupando. Antes que pudesse evitá-lo, ele estava gozando outra vez, seu sêmen se esvaziava no tentador canal da castanha. Ele temeu por um momento que o prazer tivesse 67
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terminado, mas assim que desceu de cima dela e se recostou sobre a cama, uma das moças de cabelos dourados se empalou em sua haste ereta. Apertou a mandíbula ao olhar sua rosada vagina lhe envolvendo a dura verga mais e mais, uma e outra vez. Olhou-a tanto como pôde, até que a outra sacerdotisa de cabelos dourados baixou sua vagina até a cara dele e começou a montá-lo. Yar’at gemia enquanto grampeava seus lábios ao redor de seu clitóris e chupava de sua concha até o conteúdo de seus corações. Ela gozou para ele ao menos três vezes, e ele bebeu faminto dela, enquanto a outra sacerdotisa montava sua inflamada verga e ricocheteava acima e abaixo sobre ele enquanto suas tetas se sacudiam e ela gemia com a voz velada. Passariam duas saídas de lua mais de massagens com areias curativas e gozos nos diversos buracos das sacerdotisas até que começasse a sentir que sua saúde estava semireposta. Ele temia que o deixassem assim que ele estivesse melhor, mas sabia também que não podia ser egoísta porque, embora não gostasse, elas tinham que curar a outros também. - Não tema, bonito - disse-lhe a castanha a segunda noite, quando ele estava profundamente dentro do ânus dela, bombeando como uma besta de ravina enlouquecida. - Ficaremos aqui contigo durante duas semanas, satisfazendo todas suas necessidades e saciando todos seus desejos. - Te apure e termina de agarrá-la - disse uma sacerdotisa de cabelos dourados ao Yar’at em relação à castanha. - Eu também quero um pouco mais dessa rígida verga. Yar’at choramingou. Era seguro que tinha morrido e se foi aos céus. ******** Levava um tempo acostumar-se a Ti Q’won. De acordo, muito tempo para acostumar-se. Mas Geris terminou adorando seu novo lar. Levou-lhe um tempo de ambientação para acostumar-se a que a chamassem Sua Alteza, a ter a mulheres despidas apressando-se para cumprir com suas ordens e a ter puteiras Kefa que a comiam cada vez que se despia sem recordar sua presença! Mas em geral a lua verde que pendurava baixo era um lugar maravilhoso para viver. Como era típico de Dak, ainda não podia manter as mãos afastadas dela. Nem tampouco tentava. Nem tampouco ela queria que tentasse. No segundo dia depois de sua chegada, Geris saiu a caminhar pelos terrenos do castelo enquanto Dak atendia alguns temas políticos que estava decidido a resolver. Ele sempre era sigiloso com respeito a coisas como essas, mas como nunca lhe tinha interessado muito a política de todas as formas, deixou passar. Ela sorriu sozinha enquanto investigava os terrenos do castelo e absorvia a beleza das imediações. O material parecido à grama que cobria o terreno era suave como seda e da cor verde jade mais brilhante que Geris tinha visto. Ao girar para olhar seu lar, sorriu ante a enorme estrutura de cristal verde que me sobressaía para cima entre a neblina formadora de redemoinhos, rivalizando com a Cidade Esmeralda em sua glória. 68
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- Tão formoso - sussurrou ela enquanto simplesmente o observava. - Tão … O som de um grunhido baixo fez que seus olhos se aumentassem. Que dem…? Sua respiração se deteve quando um grave grunhido se uniu a outro. E logo outro. E - ai, maldição - outro mais. Geris engoliu saliva, com medo de dar a volta. Havia algo desconcertantemente familiar nesse grunhido… Os olhos dela se aumentaram ao compreender no preciso momento em que a atacavam. Gritou quando a atiraram ao chão e lhe arrancaram de seu corpo o qi’k negro que tinha posto há poucos segundos. Nua e indefesa abriram-lhe as coxas, para dar aos depredadores um melhor acesso ao que eles queriam. Os olhos de Geris se cruzaram quando as caras de quatro rustianos se afundaram em sua concha. Tinha-lhe perguntado a Dak se essas criaturas eram originárias da Cidade Areia. Havia-lhe dito que não. Infelizmente, quando não lhe perguntou especificamente sobre a lua de Ti Q’won, tampouco lhe facilitou esta informação tão importante que ela precisava saber! - Vou matá-lo - disse ela com uma débil voz monótona. - Por. O que. Tudo. Quer. Comer-me - disse enfurecida. Os tipitos de Ti Q’won eram comensais ainda mais vorazes que o que tinham sido os do Tojo, ela descobriu em seguida. Eles bufavam dentro de sua vagina como porcos, chupando avidamente de seus clitóris até que ela baqueou e gemeu, gozando uma e outra e outra vez. Para quando lançaram seu corpo debaixo de um arbusto próximo, mais que seguro para que não a encontrassem até que se saciaram de tomar suco de concha, ela estava tão fraca de gozar que não pode lhes oferecer a mais mínima resistência. Eles se viam mais rudes que os rustianos do Tojo, além disso, pensou ela com tristeza, eles tinham só 40 cm de altura, mas mais musculosos e se viam mais poderosos. Por favor, alguns deles até tinham tatuagens! Era como se ela tivesse sido sequestrada por um bando de marinheiros de 40 cm de altura, bonitos, mas muito estúpidos para viver. Uma vez que ela estava certamente escondida debaixo do arbusto, eles fizeram um festim selvagem com sua vagina. Estes rustianos gostava de chupar mamilos também, soube ela rapidamente, porque durante toda a odisséia de várias horas de duração, sempre havia uma boca de rustiano presa a algum dos dois, chupando como louco. Ela parou e gemeu. Sua cabeça caiu para trás e seus mamilos se endureceram quando eles chuparam de sua vagina freneticamente. Quando esses quatro terminaram, houve mais quatro. E logo outra manada de quatro. E logo outra e outra mais. O som de uma mastigação glutona, ruidosa e… ai, santo Deus, eles arrotavam ao terminar! Para quando o preocupado Dak a encontrou, quatro horas depois, assustou aos tipinhos que ficavam da quinta manada que tinha jantado dela, Geris temia que seus olhos não se voltassem a abrir. - Ah, nee’k - arrulhou-a Dak - Possivelmente devia ter advertido que nunca deixe o castelo sem um guerreiro que os afaste de ti. Além disso, os depredadores de suco de vagina aqui são ferozes e malvados, mas estão contidos fora do castelo. 69
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- Nyoooo nyyyyyyoooooooomph! Dak fez uma careta. Estava bastante seguro que haveria outro olho negro em seu futuro próximo. - Ai! - Dak apertou os dentes ao agarrar o olho que poderia terminar todo arroxeado - Por que me pegou assim? - grunhiu ele - Dói o maldito olho! - Agora sabe como me sinto! - Geris se enfureceu. - Perguntei se tinham rustianos aqui e me disse que não! - Você me perguntou sobre a Cidade Areia! Você não me perguntou sobre Ti Q’won! - É um imbecil! - Geris! - Ai, cale-se. Levou dois dias para Geris recuperar-se, mas para grande surpresa de Dak, só uma hora de insultos e golpes para ele até que o perdoou. Ela terminou rindo do incidente, recordando como essas coisas chegaram tão longe para escondê-la debaixo de um arbusto de modo que não a encontrassem. Dak suspirou, enquanto dizia não com a cabeça. Os estados de ânimo dela sempre eram uma surpresa. Ele sorriu e decidiu que possivelmente não era algo tão mau. Certamente, era muito superior deixar olhos negros a ele, protestou mentalmente. A quarta noite depois de sua chegada, o rei e a rainha estavam sentados no balcão contíguo de suas habitações. O planeta Tryston podia ver-se à distância, uma massa dourada piscando que se afundava lentamente no horizonte. Morak, a lua vermelha dominante, estava mais longe, uma marca vermelha quase invisível que tingia o céu que se obscurecia. Geris estava sobre o colo de Dak, lhe dando as costas, com as pernas abertas e o pênis dele metido em sua vagina. Uma das mãos dele jogava com seus mamilos, massageava-os e estirava, e a outra mão em seu clitóris, excitando-a incrivelmente, enquanto lhe dava uns beijos que lhe produziam calafrios sobre o pescoço e os ombros. Sabiamente, ele decidiu não lhe recordar os rustianos. Geris tomou ar - Isso é muito bom - sussurrou ela - Deus, Dak. É tão sensual e… - Desculpe a interrupção, Poderoso Senhor. Disseram-me que possivelmente o encontraria aqui. Dak grunhiu. Ele tinha esperado duas saídas de lua quase tortuosas para estar dentro dela e agora… Geris uivou, sobressaltada. Quando viu que era Jek, o guerreiro que a tinha agradado oralmente no Festim de Consumação, ela olhou para o outro lado, envergonhada. - Me deixe levantar, Dak - disse ela - Estou nua e estamos tendo sexo! Ele grunhiu como dizendo: “Creia que não sou consciente disso?” Mas não a deixou levantar-se. Sustentou-a com força, com sua mão acariciando sua vagina enquanto levantava uma sobrancelha a Jek. 70
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- Sim? Os olhos de Jek se desviaram até a vagina exposta de Geris. Suas pálpebras ficaram pesadas e o princípio de uma ereção cresceu notavelmente debaixo de seus couros antes que desviasse o olhar. Geris choramingou e pensou decididamente que havia algumas coisas - como esta! - sobre a vida trystoniana às que nunca se acostumaria. Santo Deus! Mas depois desse olhar breve e luxurioso que lhe jogou Jek, ela agradeceu ter que desviar sua atenção a Dak. - Informaram-lhe sobre a chegada do gigante Yar’at, Poderoso Senhor? - Sim - Os olhos de Dak se entrecerraram - Pelo último que vi, ele parecia estar curando suficientemente bem com a assistência das sacerdotisas. Aconteceu algo? Jek disse que não com a cabeça. - Não. Ele está se curando. - Então…? - Ouviu que se diz que tem pouco cérebro? Dak se paralisou e se perguntou para onde iria esta conversa. Então soltou Geris e a deixou fechar as pernas como ela queria. Ele a sentou sobre sua musculosa coxa, em troca, e se voltou para o grande guerreiro enquanto ela se agarrava a ele. Ele jogou com um de seus seios e massageou seu mamilo enquanto conversavam - Ouvi o que disseram. O que significa sua pergunta, primo? Jek hesitou - Falou com ele antes, Sua Alteza? - Sim - Dak franziu o cenho - Ele é lento ao falar, mas não penso que seus processos de pensamento estejam afetados. - Definitivamente não - Geris disse não com a cabeça - Falamos bastante durante o almoço enquanto Dak estava fora atendendo algum assunto. Levou-lhe um tempo sentir-se suficientemente cômodo para falar, mas uma vez que se deu conta de que eu não ia burlar de sua dificuldade para falar, conversou comigo livremente. É rápido como um raio. A Jek pareceu lhe agradar a avaliação dela. Dak suspirou - Eu não gosto das adivinhações. O que significa este questionário, primo? - Ele franziu o cenho ao olhar Geris. - E por que no nome das areias comeu sozinha com um homem que não é de minha linha? Geris franziu o cenho - Porque tive vontade. Além disso, ele é um hóspede aqui e não estava bem de saúde. Dak lhe jogou um olhar que dizia que falariam sobre assunto mais tarde. Geris lhe devolveu outro que dizia que não, que não fariam. Ele grunhiu e voltou sua atenção a Jek. - Não é uma adivinhação que lhe estou fazendo, Poderoso Senhor, a não ser um pedido. 71
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- Qual seria? - Dak perguntou. Jek hesitou, logo exalou e foi ao grão - Acredito que Yar’at seria um bom guerreiro. Possivelmente algo mais algum dia Quando o rei não se burlou de sua declaração, ele adicionou. - E lhe peço que o treine em meu lugar, meu rei, até que tenha terminado minhas tarefas com Sua Excelência, o Alto Rei, e possa legalmente tomar Yar’at sob minha própria instrução. Dak franziu o cenho. - Descobrir que não lhe falta inteligência e declará-lo um guerreiro em formação não são necessariamente o mesmo. Mais vale que me dê um melhor argumento que esse, primo. Meus esquadrões já estão quase super lotados. - Dak! - Geris o repreendeu. Ele suspirou. - Nee’k, tem que interferir sempre? - Sim. Ele murmurou algo em voz baixa, logo olhou Jek. Ele sabia que seu primo entendia o que queria dizer até se sua esposa pensava que era muito frio. Os guerreiros eram das raças mais seletas dos Trystonianos. Os protetores de seus povos e os defensores de seu estilo de vida. Não se gastavam créditos em treinar a ninguém exceto a uma elite. Entretanto, isso não significava que Dak tinha intenções de lançar Yar’at à rua. Jek inclinou a cabeça - Deram-lhe um relatório sobre o estado das minas de silius de cristal. E - ele adicionou rapidamente ao ver que crescia a irritação na face de Dak - Você já é consciente de que eu enviei às autoridades do setor em questão a pôr as coisas em ordem assim que me inteirei. Os orifícios nasais de Dak se aumentaram - É lamentável que as autoridades não soubessem nada disso. Para isso estão ali, para começar, porque eu não posso estar em todas as partes ao mesmo tempo. Se não puder ser meus olhos e ouvidos, então quem pode? - murmurou. Jek soprou - Eles temem sua ira, isso é certo. - E fazem bem. Não esqueci este assunto. Dilatei-o até que eles retifiquem a situação, mas não o esqueci. - De acordo com todos os informes, as minas são lugares atrozes. A maioria dos trabalhadores morre retardados mentais ou não, depois de menos de três anos Yessat de escravidão ilegal. - Isso é horrível - sussurrou Geris. Ela se aconchegou mais perto de seu marido. Rompe-me o coração sequer pensar nisso. Jek assentiu com a cabeça. Seu olhar se chocou com o de Dak. - Yar’at durou dez anos. Dak levantou as sobrancelhas rapidamente - Dez? - Sim, senhor. Dez. 72
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O rei ficou calado por um momento - Começo a entender seu empenho - aceitou finalmente. - Você o treinará em meu lugar, então? Dak considerou a pergunta durante um instante antes de inclinar a cabeça. - Sim. Aceito seu pedido. Jek sorriu - Não esquecerei sua amabilidade - Ele se inclinou, logo se virou para ir. - Primo - chamou-o Dak. - Sim? Dak enrugou a testa - Por que se importa tanto? Está muito bem, é obvio. Mas, por quê? Jek ficou calado um longo momento enquanto analisava a pergunta que lhe tinha feito. Finalmente encolheu os ombros. - Verdadeiramente, não sei. Uma intuição, possivelmente. Uma espécie de intuição. - Sobre o que? O olhar do Jek encontrou o de seu primo. - Este é seu destino. Não sei por que, só que deve ser treinado. ****** Duas semanas depois, nua e montada sobre o colo de Dak na cama elevada, Geris gemia e agarrava o ventre. - Nee’k? - Dak perguntou, preocupado. Os olhos dele se aumentaram quando agarrou os quadris dela - O que te aflige meus corações? Quando não lhe respondeu em seguida, ele se sentou, mas ela voltou a empurrá-lo contra a cama. Um sorriso se desenhou lentamente na face dela - Adivinha? - sussurrou ela. - O que? - perguntou ele, enquanto procurava seu olhar. Geris sorriu amplamente - Adivinha quem tem patadinha na pança? - murmurou ela. Essa covinha adorável apareceu na bochecha de Dak. Ele baixou seu rosto e a beijou com doçura e suas mãos se enredaram entre as tranças dela. - Eu vou ser papai? - sussurrou ele, com voz tremendo. Uma lágrima se formou no olho dela. - Sim. O melhor de todas as galáxias estou certa. - Ah - disse com voz cavernosa, envergonhado. - Não posso dizer que o melhor. Eu… - Ele levantou as sobrancelhas. - Bem… possivelmente - Ele grunhiu, com um som arrogante. - Em todo caso, é provável que esteja certo. Geris riu ao estender seu corpo nu sobre o dele - Virão peregrinos de todo o mundo para ver o prezado tesouro que tenho de ti. 73
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Os olhos de Dak dançavam de alegria, ao recordar que essas foram quase às mesmas palavras que usou com referência a sua verga malvadamente grande na noite que ele uniu seu corpo ao de sua esposa. Beijou-a nos lábios, logo levantou a vista até a dela e sua expressão se voltou séria. - É você o prezado tesouro, nee’k. É você. De volta a Cidade Areia logo que as crianças começaram a querer nascer por razões que Dak nunca explicou realmente, Kyra sustentou uma das mãos de Geris e Kil a outra, enquanto toda a família real esperava que se iluminasse a bolsa com o pani que se incubava e que Dak estava embalando. Zor se sentou sobre a cama junto à Kyra, Rem do outro lado de Kil. Os seis mantiveram um silêncio sossegado e reverente enquanto esperavam o veredicto. - Pergunto-me o que será - sussurrou Kyra. - Não sei - respondeu Geris em voz baixa - mas este suspense está me matando. - Olhe - murmurou Kil. Um sorriso atirava em seu rosto. - Está começando a sair. Certamente, Geris pode ver duas pequenas mãos e dois pequenos pés que chutavam e açoitavam a bolsa que os rodeava. Ela conteve a respiração, com os olhos grandes, quando ela e Dak trocavam um olhar de emoção. Dois minutos depois, as lágrimas rodaram pelo rosto de Geris quando a bolsa de pani se rompeu e a bebê mais formosa que tinha visto chutava e gritava ao ingressar ao mundo. Seu magnífico rosto, com feições muito parecidas com as de Dak, estava enrugada em uma pequena bolinha zangada enquanto rugia contra os deuses que a tinham arrancado da escura e quente bolsa de pani para deixá-la no brilhantemente iluminado mundo de Tryston. Os olhos dela eram de um impactante azul brilhante, igual ao de seu pai. Uns olhos que pareciam ter a habilidade de olhar diretamente a sua alma e reclamar um pedaço dela como próprio. Tinha uma mecha de cabelo dourado na parte superior da cabeça, o que dava a seu aspecto um toque de um pequeno e malicioso gnomo. - É perfeita - sussurrou Dak, enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas. - Ai, Deus, Ger, é magnífica - murmurou Kyra, que também chorava um pouco. - Uma beleza - disse Rem, com o olhar esperançoso. - Possivelmente a deusa considere me benzer com uma assim algum dia. Geris tomou ar quando Dak lhe entregou sua filha primogênita. - Ah, linda - riu em voz baixa, ainda chorando parcialmente. - Ah, Dak, é tão perfeita. - Sim. - murmurou ele. Beijou-lhe a ponta do nariz. - Como você. Geris o beijou também, logo voltou sua indivisível atenção a sua nova filha. Ela nunca tinha experimentado uma sensação tão assustadora como esta. As emoções que ela sentia por Dak eram igualmente fortes, mas diferentes. Havia algo que dava uma incrível lição de humildade em elevar sua filha que tinha dado a luz em seus braços. Algo que lhe dava sentido e significado à vida e ao destino.
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O homem que amava mais que à vida estava sentado diante dela, sua melhor amiga que amava da mesma maneira, mas de forma distinta, a seu lado, e sua nova e adorada bebê em seus braços… que mais podia pedir uma mulher? Geris e Kyra trocaram um olhar choroso e expressivo, ao darem-se conta da maravilha que se tornou a vida para elas. Elas haviam tornado a se encontrar - de acordo, raptada! - os amores de suas vidas e foram abençoadas com filhas preciosas que cresceriam para ser tão amigas como eram ela e Kyra. De algum jeito, ambas sabiam que assim seria. - Venham - disse Zor em voz baixa a todos em geral. Piscou o olho a Geris. Vamos dar à nova mami e ao papai um tempo a sós antes que tenham que dar um nome à pequena beleza. Kyra sorriu ao ficar de pé - Já volto - murmurou - nos chame quando estiver pronta para receber visitas. Quando todos se foram, Geris e Dak ficaram sentados, sozinhos, sobre a cama elevada, elevando e admirando o bebê que tinham feito juntos, durante um momento longo e comovente. - Te amo - disse Dak brandamente a Geris e seu olhar encontrou com o dela - Até nosso último suspiro, não haverá outro amor para mim que não você. Geris sorriu entre lágrimas - Eu também te amo - sussurrou. - Para sempre? - Ah, sim - Ela procurou seu olhar - Para sempre. Às poucas horas, eles chamariam seu bebê Jana, como a querida e falecida mãe de Dak. Jana, que se notava que era filha de seu pai em cada polegada, cresceria para ser como sua mãe, tanto em temperamento como em espírito. Feito do qual Dak faria alarde com outros ao longo dos anos. Jana cresceu para ser formosa e forte, uma mulher que acreditava na lealdade, a devoção e em manter a palavra dada. Uma filha da que podiam estar orgulhosos. Ao longo dos anos, viriam mais bebes à casa de Ti Q’won, todos amados, adorados e valorados de igual maneira. Seu primeiro filho, Dar, cresceu para ser um temido chefe militar e um grande rei, e sua filha Dari era amada entre sua gente por mérito próprio. Todos os meninos cresceriam para serem fortes e hábeis superiores ao resto. Mas Jana foi sempre à filha mais velha. Um aviso de como foi descobrir pela primeira vez do que se tratava isto que chamavam vida. Geris não tinha forma de saber, nesse momento, que importante seria sua filha mais velha. Ela não podia saber que o destino da Jana a esperava a uns vinte e cinco anos Yessat, em um mundo que ninguém no Tryston sequer sabia que existia. Nem tampouco podia saber Yar’at, enquanto estava na cama em Ti Q’won e se recuperava dos dez anos cruéis que tinha passado escravizado, que os deuses tinham proporcionado para ele algo mais que uma morte nas minas de silius de cristal. O gigante não tinha maneira de compreender, neste momento, de que ele, um homem que se 75
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pensou desde pequeno que era um parvo, e logo seus próprios pais o venderam por uma dificuldade na fala, tinha um destino esperando-o na massa dourada e giratória do planeta chamado Tryston. Mas bem, isso é o peculiar do destino. Assim acreditando no destino ou não, sempre está ali, esperando o momento oportuno… Esperando e preparando-se para fazer-se conhecer.
Fim
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