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Indígenas pedem a libertação dos maridos, veem intimidação e ameaçam fechar rodovia

MaRcos MoRaNdi

Após a conversão do flagrante para preventiva dos 9 indígenas presos na retomada Ñhu Verá, entre as aldeias Jaguapiru e Bororó, na Reserva Federal de Dourados, o clima ficou mais tenso.

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Foram feitas promessas de fechamento da rodovia caso os detidos não fossem liberados pelas autoridades.

Inconformadas, as famílias clamam pela libertação dos envolvidos na retomada de uma área que é considerada por eles como tradicional, mas que é reivindicada por um grupo privado para a construção de um condomínio de luxo. As obras já foram iniciadas, com parte do muro levantado.

Prisão preventiva

A Justiça Federal de Dourados converteu a prisão do ex-candidato ao governo de Mato Grosso do Sul nas últimas eleições, Magno Souza (PCO), e outros 8 indígenas de flagrante para preventiva.

apontada por eles como terra indígena.

Prisão no sábado Os indígenas estavam no local desde quinta-feira (6) e, sem conflitos, o grupo foi preso no sábado.

Fiat Strada foi atingida por motociclista que teria aparecido ‘do nada’

Motociclista que não foi identificado até o fechamento desta edição colidiu na lateral de um carro no cruzamento das Ruas Trindade e Zeferino Vicente Almeida, na Vila Ieda, na tarde de segunda-feira (10). Câmera de monitoramento flagrou a colisão. Nas imagens é possível ver que um carro e uma moto, que seguiam na Trindade, param no cruzamento. Na Zeferino, uma Fiat Strada atravessou a via e foi atingida pelo motociclista, que surgiu “do nada” na Trindade. O condutor da moto vai parar na carroceria do Strada.

Segundo leitor do Jornal Midiamax, o semáforo foi recém-inaugurado e, após o acidente, uma lombada estava sendo instalada. (Fábio Oruê)

“Quero meu marido de volta. O que fizeram com ele é uma grande injustiça. Nós apenas estamos reivindicando o que é nosso. Tenho 2 filhos pequenos que pedem pela presença do pai. Além disso nossa família está sofrendo ameaças de jagunços de outras propriedades que estão rondando nossos barracos. Estamos todos com muito medo”, diz a indígena de 24 anos, esposa de um dos presos na área.

Ameaça de bloqueio

“Se acontecer algum ataque não temos para onde correr e nem eles teriam condições físicas para isso. Quem anda armado são eles”, comentou a esposa de um dos detidos.

“Se não soltarem nossos maridos, nós vamos fechar a rodovia. Essa terra aqui foi grilada.

Na decisão, a Justiça apontou uso de armas como uma das justificativas para a conversão.

Entre as evidências apontadas pelo magistrado da 2.ª Vara Federal de Dourados para manter os indígenas encarcerados estão a agressividade na conduta dos presos e o uso de armas, como facas, facões, além do porte da arma de fogo apreendida, que era compartilhado, durante a ação na área

Ela é nossa e não dessa empresa que quer construir um condomínio de luxo em meio aos nossos barracos”, questionou a esposa de outra liderança presa durante as manifestações. Depois da retomada da área, que já está com parte do muro de lajotas levantado, cresce a

Um idoso de 77 anos, que estava entre os dez indígenas presos, foi ouvido e liberado após intermediação da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso do Sul.

Em depoimento à Polícia Civil, os indígenas negaram as acusações, e afirmam ter ocupado o terreno em protesto contra o início das obras do condomínio.

Os indígenas afirmam ainda que a área faz parte do território indígena. (Marcos Morandi) cada hora o número de barros em meio aos restos de materiais deixados pela construtora. No local também estão dois contêineres de ferramentas fechados e uma caçamba de entulhos. Os materiais causam um contraste de cores em meio às lonas pretas.

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