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Empreiteira de ‘Patrola’ e prefeitura são alvos de operação que investiga desvio de R$ 300 milhões

ThaTiana Melo evelin CáCeres

Mirian MaChado

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Deflagrada na manhã desta quinta-feira (15) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), a Operação Cascalhos de Areia cumpriu 19 mandados em Campo Grande, contra organização criminosa por lavagem de dinheiro de contratos de manutenção de vias não pavimentadas e locação de maquinário.

Entre os alvos da ação está o empreiteiro André Luis dos Santos, o André Patrola.

Os mandados de busca e apreensão foram expedidos por meio evelin CáCeres

Éser CáCeres da 31.ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social, contra o empreiteiro. A operação conta também com o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção).

André Luís dos Santos, empreiteiro que se tornou alvo de operação do Gaeco e do Gecoc, é conhecido no meio político como “Patrola”. Ele está implicado na investigação por indícios de corrupção nos contratos de cascalhamento e locação de equipamentos com a prefeitura em 2018, quando Marquinhos Trad (PSD) era prefeito.

O dono da ALS (André Luís dos Santos Ltda.) é apontado em indícios de corrupção. Segundo fontes que acompanham a atuação de órgãos de controle externo e combate à corrupção em Mato Grosso do Sul, “Patrola” seria uma espécie de “coringa” para políticos regionais.

As suspeitas são de que, juntos, implementariam supostos esquemas de desvio de verbas públicas em contratos de obras públicas com difícil aferição.

O Gaeco e o Gecoc cumpriram 19 mandados em Campo Grande contra organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro de contratos de manutenção de vias não pavimentadas e locação de maquinário. Entre os alvos da ação está o empreiteiro André Luis dos Santos, o “André Patrola”.

O promotor Humberto Lapa Ferri, titular da 31.ª Promotoria, passou cerca de 2 horas na ALS, de André Luis dos Santos, no Jardim Monumento. Ele chegou com agentes em 4 viaturas descaracterizadas e não quis falar com a imprensa e acompanhou a operação na sede da empresa.

“Patrola” está implicado na investigação por indícios de corrupção nos contratos de cascalhamento e de locação de equipamentos com a Prefeitura de

Campo Grande conquistados em 2018, quando Marquinhos Trad (PSD) era prefeito.

Além dos agentes do Gaeco, policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar também estão na sede da empresa.

Preso com arma

O empreiteiro Adir Paulino Fernandes foi preso na manhã desta quinta-feira (15) em Terenos, na Chácara Santa Dirce, na MS-355, com um revólver calibre .32 e 4 munições, sendo 2 deflagradas.

A operação se deu depois de investigação que tramita na Promotoria de Justiça que apurou a lavagem de dinheiro da organização criminosa.(Com Danielle Errobidarte e Graziela Rezende)

Mais caro

O dono da ALS Logística e Transportes possui atualmente

5 contratos para rodovias estaduais e mantém, atualmente, R$ 195,8 milhões em obras públicas na região do Pantanal.

O empreiteiro tem contrato de R$ 209 milhões da JR Comércio e Serviços Eireli para locação de máquinas pesadas, caminhões, veículos leves e equipamentos, incluindo combustível e manutenção. Ele pagou fiaça e foi liberado. (Evelin Cáceres e Thatiana Melo)

Os mandados de busca e apre-

‘Propinoduto’

Como seria considerado “de confiança”, o empreiteiro assumiria a parte arriscada de colocar o CPF e o CNPJ à disposição.

Em troca, supostamente manteria verdadeiro propinoduto em Mato Grosso do Sul com devolução de parte dos lucros inflados aos “companheiros”.

Contratos estrategicamente visados por esquemas de corrupção, como locação de equipa- ensão foram expedidos por meio da 31.ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social.

A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos também foi alvo da Operação Cascalhos de Areia. Agentes do Gaeco estiveram no prédio e conversaram com o secretário de Obras, Domingos Sahib mentos e obras mais facilmente “disfarçáveis” –como cascalhamentos, manutenção de vias não pavimentadas– seriam os prediletos do esquema.

Com o avanço do sistema, supostamente para diversas prefeituras e órgãos públicos, “Patrola” teria se tornado o “empreiteiro dos políticos”. No entanto, o estilo descuidado e fanfarrão do empresário teria colocado todos na mira de denúncias.

Há relatos de festanças re-

Neto, mas nada foi levado do local, segundo informado à reportagem do Jornal Midiamax

‘Trunfo’

A organização criminosa, de acordo com as investigações conduzidas até aqui, praticava crimes de peculato, corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro relativos a contratos

Além disso, tem outros R$ 25 milhões em contratos vigentes com a Prefeitura de Campo Grande, todos para manutenção de vias não pavimentadas com revestimento primário. No entanto, os valores pagos a outros fornecedores por quilômetro quadrado no interior do Estado são menores, gadas a churrascadas e outros prazeres que teriam se tornado palco para exposição de esquemas com detalhamento de como funcionariam e quem beneficiariam. Tudo sempre, segundo as testemunhas, interca- para manutenção de vias não pavimentadas e locação de maquinário de veículos junto ao município, que ultrapassam R$ 300 milhões. conforme levantamento feito pelo Jornal Midiamax. Há menos de 2 anos, um empreiteiro recebeu R$ 27,2 milhões para cascalhar 59,2 quilômetros de uma rodovia pantaneira.

O serviço de cascalhamento de vias não pavimentadas seria uma espécie de “trunfo” para supostos esquemas de corrupção na administração pública, pois são de difícil aferição.

Ou seja, esta empresa fechou a licitação por R$ 459,6 mil o quilômetro de cascalhamento. Já a ALS Construtora recebeu R$ 1,3 milhão por quilômetro, ou seja, R$ 922,4 mil a mais por quilômetro de cascalho que o outro empreiteiro, para realizar exatamente o mesmo serviço em trecho semelhante da mesma rodovia. (Evelin Cáceres e Éser Cáceres) lado com muita bravata. André Luis foi procurado pela reportagem do Jornal Midiamax em 3 ocasiões e não atendeu as ligações até a veiculação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.

Ou seja, depois que um fiscal assina um papel com a medição, não sobra nem rastro do suposto serviço.

“É o filé do boi, porque não fica nem rastro da patrola e fica difícil alguém dizer que não foi feito depois da medição”, explicou um auditor à reportagem. (Evelin Cáceres e Éser Cáceres)

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