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Campo Grande gasta R$ 110 milhões em corredores à esquerda, mas novos ônibus só têm portas à direita

Thalya Godoy

Nenhum dos 71 novos ônibus comprados pelo Consórcio Guaicurus –que reúne as concessionárias de transporte coletivo– para renovar parcialmente a frota de Campo Grande contará com portas dos dois lados para atender os corredores de ônibus da Capital, que espalharam o caos com os “pontões” no meio da rua, alterando a dinâmica do trânsito ao custo de R$ 110 milhões.

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O Consórcio Guaicurus confirmou ao Jornal Midiamax que nenhum dos novos veículos anunciados terá portas à esquerda, permanecendo o modelo padrão de portas à direita.

A Capital tem 182 ônibus “vencidos”, isto é, prestes a completar 10 anos de idade rodando, enquanto o ideal previsto pela concessão é a troca a cada cinco 5anos. Os novos veículos vão renovar apenas 15% da frota atual de 450 ônibus, deixando 111 vencidos circulando.

Os ônibus com portas dos dois lados atenderiam à demanda dos corredores de ônibus, já que os “pontões” foram construídos na pista esquerda para que a porta do ônibus não abrisse para a rua.

Sem entender

Durante a implantação das estações de pré-embarque e corredor de ônibus na Rui Barbosa, no centro da Capital, motoristas entrevistados pela reportagem apontaram que não entendiam por que os “pontões” foram instalados no meio da via, atrapalhando o trânsito.

Solução para o ‘caos’

Pelo país, outras capitais mostraram que a aquisição de ônibus com portas dos dois lados garantiram segurança aos usuários e velocidade ao transporte, a exemplo de Brasília e Curitiba.

Muitos campo-grandenses observaram que o ponto deveria ser instalado na calçada, como é de praxe, mas devido à falta de ônibus com porta dos dois lados, a população foi forçada a conviver com o caos no trânsito, o que deve ser prorrogado já que não estão previstos veículos que possam reverter o cenário.

“Eu acho essas ruas muito estreitas para fazer aquele tipo de situação ali [estação de pré-embarque], mas vamos ver como vai ser”, afirmou uma empresária na época.

Antes, na EPTG (Estrada Parque Taguatinga), em Brasília, a faixa funcionava de modo reverso em horários de pico. Com a nova frota de ônibus em 2020, o sentido reverso foi desativado. De acordo com a Agência Brasília, os moradores aprovaram a mudança, já que trouxe mais segurança para os passageiros.

Segundo a Semob (Secretaria de Transporte e Mobilidade de Brasília), a aquisição dos ônibus com portas dos dois lados não acarretou custos para o governo porque foi prevista na licitação realizada em 2011. (TG)

Corredores tiveram obras abandonadas

Campo Grande reve R$ 110 milhões previstos desde 2014 pelo PAC Mobilidade Urbana liberados para recapeamento de vias e construção dos corredores de ônibus, a serem entregues até 2024.

Série de reportagens do Jornal Midiamax, no fim de 2022, mostraram que as obras estavam longe de serem con-

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