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Família de Sophia protesta nos Altos da Afonso Pena
from Midiamax Diário | 27 de fevereiro de 2023 | Pistoleiro do PCC tenta se esconder, é perseguido e morr
Ranziel OliveiRa
Danielle eRRObiDaRte
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Sentada em uma barraquinha de água de coco em frente ao Aquário do Pantanal, uma mulher que se identificou apenas como “Sarah”, 42 anos, reconheceu Jean Carlos Ocampo, pai de Sofia –morta e estuprada pela mãe e o padrasto em 26 de janeiro– e pediu para dar um abraço nele. Familiares fizeram ato na tarde deste domingo (26) em frente ao local, onde Jean planejava levar a filha.
“Nós queríamos trazer ela aqui [no Aquário], mas não deu tempo. É por isso que estamos aqui. Hoje completa um mês que ela foi assassinada. Estou anestesiado, a base de remédio, mas hoje será uma manifestação pacífica. É difícil, a cada dia que passa a saudade aumenta mais”, desabafou Jean.
Ele e o marido, Higor de Andrade, 28, tinham tatuagens em homenagem a Sofia. Após sua morte, eles acrescentaram asas de anjo e auréola. “Conforme novos casos vão surgindo, os outros caem no esquecimento, e nós não queremos deixar isso acontecer”, afirmou Higor.
Omissão
Higor ainda disse acreditar na omissão de parte dos órgãos públicos na assistência de Sofia. “A nossa filha chegou vomitando, com a perna quebrada no posto, com todos os indí- cios de maus-tratos. Quem foi omisso tem de ser responsabilizado”, pede.
A tia de Higor, Maria de Fátima da Silva, de 58 anos, disse ter acompanhado a luta do sobrinho pela guarda de Sofia. “Não foram na casa deles para ver que as condições eram melhores que na casa da mãe. Eles tinham tudo pronto para receber a menina. Se fosse o contrário, eu tenho certeza que a polícia estaria na porta”, opinou.
Relembre o caso
Sophia, de apenas 2 anos, deu entrada na UPA Coronel Antonino em 26 de janeiro com sinais de estupro. A criança já estaria morta há 4 horas quando a mãe levou a bebê ao local. A criança chegou com sinais de rigidez, hematomas por todo o corpo e sangramento pela boca. Em exames, foram constatados sinais de estupro. Mãe e padrastro foram presos.
A criança já tinha em seu histórico médico o registro de 30 atendimentos feitos e, em um deles, havia fraturado a tíbia.
O pai da criança já tinha registrado 2 denúncias contra a mãe da menina, em 31 de dezembro de 2021 e 22 de novembro de 2022, na DEPCA.
Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, o Conselho Tutelar Norte recebeu a denúncia de maus-tratos em janeiro de 2022. Em maio foi feita visita, sem detectar sinais de agressão. Quando os conselheiros tentaram outra visita, a família havia se mudado e o Conselho perdeu contato com a família.
Denúncia arquivada
Denúncia de maus-tratos contra Sophia chegou até o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, mas o órgão arquivou o caso um ano antes do crime acontecer. Mãe e padrasto da vítima se livraram com um Termo Circunstanciado de Ocorrência, utilizado para crimes de menor potencial ofensivo, em janeiro de 2022. Conforme o MPMS, a avó e a mãe da criança negaram os maus-tratos.
Para delegada Anne Karine, da DEPCA, o inquérito estava com material suficiente para incriminar a mãe pelo crime de maus-tratos. (RO e DE)
Padre André Scaglia, fundador do Cotolengo-MS, morre aos 79 anos
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GuilheRme CavalCante
Faleceu na noite de sábado (25), aos 79 anos, em Campo Grande, devido a um câncer, o padre André Giuseppe Scaglia, fundador do Cotolengo Sul-Mato-Grossense. A informação foi confirmada na manhã deste domingo (26) pelo padre Valdeci Marcolino, diretor-presidente da instituição.
Segundo Marcolino, Scaglia teve carreira que se destaca pelo trabalho social, com destaque para a fundação do Cotolengo, que atende crianças e adultos com paralisia cerebral grave.
“O padre André foi aquele que com muito carinho e muita caridade incentivou o trabalho com a pessoa com deficiência em Campo Grande, marcou um sinal de Deus aqui, que é o Cotolengo. Vivia uma espiritualidade muito bonita. Padre André foi uma pessoa simples, com coração muito bom, amável, dócil, uma pessoa ungida de Deus. Por isso hoje o Cotolengo quer render graças ao padre André, agradecer por tudo o que fez por nós”, afirmou.
Hospitalizado
O padre André Giuseppe Scaglia estava hospitalizado após sofrer uma queda e, durante a estadia hospitalar, descobriu um câncer, que vinha tratando.
Natural de Buzzo (Itália), o sacerdote chegou ao Brasil aos 18 anos em uma das primeiras missões orionitas. Passou pelo país todo em missões no Norte, Nordeste, Sul e Centro-Oeste.
Nesta segunda (27), às 9h30, o corpo será transladado até a paróquia Senhor do Bonfim, onde haverá missa de corpo presente às 11h. O sepultamento será no Memorial Park.