ônibus velhos e não tem previsão para renovar frota

DânDara Genelhú Gabriel neves

O Consórcio Guaicurus, que reúne as empresas de transporte coletivo de Campo Grande, informou que manterá a frota de veículos velhos e não tem previsão para renovação dos ônibus.

Apesar de as concessionárias de transporte público da Capital receberem até R$ 37 milhões somente este ano em repasses municipais e estaduais e isenção tributária, os passageiros devem enfrentar veículos “caindo aos pedaços”.

Veículo quebrado em 2019; consórcio aponta necessita de 200 novos ônibus

Nesta quarta-feira (3), o consórcio se reuniu com a Comissão de Transporte e Trânsito

ISS é decisão da Câmara, diz vereador

Na véspera do reajuste do passe, o presidente da Câmara Municipal, vereador Carlos Augusto Borges (o Carlão, PSB), afirmou que a isenção do ISS seria revogada se o Consórcio Guaicurus não demonstrasse melhorias no serviço. Apesar disso, o presidente da Comissão de Transporte, vereador Alírio Villasanti (União), disse que “na realidade essa isenção é para que a tarifa seja justa”.

Assim, ele evitou relacionar a falta de melhorias com a isenção do ISS. “Isso é uma decisão da Casa”. Além disso, disse que a sugestão do cancelamento do contrato é uma alternativa. No entanto, acredita que haverá dificuldade para encontrar outra empresa.

“Achar uma empresa que queira ser responsável por esse serviço? Isso que não temos como avaliar. Mas não podemos parar o serviço, são 160 mil pessoas que utilizam o serviço, então temos que ter responsabilidade”, argumentou.

Menos 140 ônibus

O Consórcio Guaicurus tirou de circulação 140 ônibus nos últimos três anos, passando de 552 em 2019 para 412 em 2022. Em contrapartida, Campo Grande ganhou 36 mil novos moradores, saltando de cerca de 906 mil em 2019 para 942 mil no ano passado, conforme dados do IBGE.

Com isso, passageiros precisam aguardar mais de 1 hora para conseguir um ônibus, dependendo do horário e da linha que precisam utilizar.

Apesar de denúncias sobre o serviço, o Consórcio Guaicurus vai embolsar milhões em verbas públicas neste ano, além dos R$ 31 milhões que recebeu no ano passado.

E, diferente do alegado pela diretoria da concessionária, as empresas de ônibus tiveram lucro líquido de R$ 68 milhões somente nos primeiros sete anos de concessão do serviço–entre 2012 e 2019. (DG e GN com Anna Gomes) da Câmara Municipal. Adiada por mais de 15 dias, a reunião tratou sobre melhorias no serviço. Contudo, as empresas destacaram que não há previsão de melhorias.

O gerente-executivo do Consórcio Guaicurus, Robson Strengari, afirmou que “não existe prazo ou perspectiva para renovação”.

200 ônibus

Strengari afirmou que são necessários 200 ônibus para renovar a frota que circula na cidade e regularizar a idade limite de uso –de 5 anos. O próprio representante admitiu que entre os veículos de circulação exis- tem ônibus que estão há 10 anos nas ruas.

Por fim, apontou que um ônibus custa em média R$ 600 mil e o consórcio “não tem condições de realizar a troca de todos os necessários”.

Segundo a empresa, são 160 mil viagens diárias para atender os usuários da Capital, que enfrentam os desafios de uma frota com idade acima do permitido pelo contrato.

Veículos quebrados, chuva dentro dos veículos e atrasos são reclamações recorrentes dos passageiros.