Estudo Preliminar I Habitação Social em Uberlândia I API V

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_A escolha do terreno se dá para a oportunidade de localização. Em Uberlândia, assim como acontece em todo o país, identifica-se na habitação social pós anos 2000, a sua periferização perante a cidade. São ignorados os vazios urbanos centrais e é desvalorizada a memória da cidade. O déficit urbano juntamente com a especulação imobiliária excluem as moradias, falhando com o conceito de habitação social. Dessa forma, busca-se uma nova face da habitação social em Uberlândia, uma que inclua, acrescente e acolha a habitação social na cidade.

_Localização: bairro Nossa Senhora Aparecida, na região central de Uberlândia. _Área do terreno: 3600 m² _Metragem: 45 x 80 m


LEGENDA COMERCIAL RESIDENCIAL MISTO INSTITUCIONAL LOTE VAGO ESTACIONAMENTO

LEGENDA 1 a 2 PAVIMENTOS 2 a 4 PAVIMENTOS 5 ou MAIS PAVIMENTOS


MINISTÉRIO PÚBLICO

CORPO DE BOMBEIROS ESCOLA ESTADUAL JOSÉ IGNÁCIO SOUZA

_O terreno se localiza ao lado do Arquivo Público de Uberlândia, e no cruzamento entre a Cesário Alvim e Av. Floriano Peixoto, duas importantes avenidas da cidade. As linhas do SIT (Sistema Integrado de Transporte) que passam próximas ao local escolhido são: A 113 – A 114 – T120 – T 121.

_O terreno de implantação do conjunto

ESCOLA ESTADUALSÉRGIO FREITAS PACHECO

habitacional se localiza numa área privilegiada da cidade. Próximo ao Centro, o bairro Nossa Senhora Aparecida oferece aos seus moradores uma infraestrutura boa, uma vez que os equipamentos básicos (hospitais, escolas, órgãos governamentais. comércio) são facilmente acessíveis, não apenas pela distância, mas pela acessibilidade urbana (vias e transporte público). LEGENDA VIA ESTRUTURAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

CENTER SHOPPING

VIA DE TRANSPOSIÇÃO



ÍNDICES URBANÍSTICOS: Conforme o Zoneamento da cidade de Uberlândia, o terreno está localizado numa Zona Mista (ZM), esta é a região onde predominam as atividades de habitação, comércio, serviços, com expressiva densidade habitacional; _Taxa de Ocupação de 60%, ou para Habitação Multifamiliar Vertical (H2V) com mais de 4 pavimentos 40% (mantendo a taxa de 60% para o térreo ).Com relação ao terreno, no primeiro caso 2.160m² ou 1.440m² no segundo caso; _Coeficiente de Aproveitamento é de 3,0; _Afastamento Frontal Mínimo é de 3,0 m; _Afastamento Lateral e Fundos Mínimos é de 1,5; _Área Permeável é de 20% no caso do terreno, 720m²; _Afastamentos entre Blocos de edificações, pertencentes a um mesmo empreendimento, com mais de 2 pavimentos, exceto edifícios geminados, é de no mínimo 3 m (três metros); _São permitidos como usos nesta Zona: Habitação Unifamiliar, Habitação Multifamiliar Horizontal, Habitação Multifamiliar Vertical, HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL, Comércio Varejista Local, Serviço Local, Equipamento Social e Comunitário-Local, Indústria de Pequeno Porte e Usos Mistos. ESTACIONAMENTOS: _1 Vaga por unidade habitacional autônoma, considerando que no mínimo 10% destas devem ter dimensões de 2,4m x 5,00m = 12,00m² e o restante das vagas devem ter medidas mínimas de 2,4m x 4,5m = 10,8m²


_O terreno possui um desnível de aproximadamente 3 metros, sendo ele atravessado por 4 curvas de nível. Á inclinação se dá em direção Noroeste-Sudeste.

_CORTE A

_CORTE B


_Cartas Solares Latitude 18ยบ Sul_

_Vento Predominante : NE


PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS [ DIMENSÕES REFERENCIAIS PARA PESSOAS EM PÉ ]

a)Uma bengala

b)Duas bengalas

f)Muletas tipo canadense

g)Apoio tripé

c)Andador com rodas

d)Andador rígido – vista frontal e lateral

h)Sem órtese

e)Muletas – vista frontal e lateral

i)Bengala de rastreamento – vista lateral e superior

j)Cão Guia


CIRCULAÇÃO EM LINHA RETA DE PESSOAS EM CADEIRA DE RODAS

Área para manobra de cadeira de rodas sem deslocamento

Rotação 360º

Rotação 180º

Rotação 90º

Vistas frontais de uma pessoa em cadeira de rodas; um pedestre e uma pessoa em cadeira de rodas; duas pessoas em cadeira de rodas, respectivamente.


PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS [ PESSOAS EM CADEIRA DE RODAS ] Dimensões em metros

a)Vista frontal aberta

b)Vista frontal fechada

Módulo de Referência

c)Vista lateral

d)Vista frontal – cadeira cambada Considerada a projeção de 0,80 m por 1,20 m no piso, ocupada por uma pessoa utilizando cadeira de rodas motorizadas ou não.


ÁREA PARA MANOBRA DE CADEIRA DE RODAS COM DESLOCAMENTO

Deslocamento recomendável para 90º

Deslocamento consecutivo de 90° com percurso intermediário (maior largura de circulação)

Deslocamento de 180º


É NECESSÁRIA A PREVISÃO DE ÁREAS DE TRANSFERÊNCIA PARA A INSTALAÇÃO DE BACIAS SANITÁRIAS. MEDIDAS MÍNIMAS DE UM SANITÁRIO ACESSÍVEL

Área de Manobra de ø 1,50

Transferência perpendicular

Transferência diagonal A

Transferência diagonal B

Transferência lateral


_São consideradas rampas às superfícies de piso com declividade igual ou superior a 5 %. Para inclinação entre 6,25 % e 8,33 %, é recomendado criar áreas de descanso nos patamares, a cada 50 m de percurso. Os patamares no início e no término das rampas devem ter dimensão longitudinal mínima de 1,20 m. _É necessária a sinalização tátil no início e no término de degraus, escadas e rampas, assim como indicar a presença de patamares nos mesmos _A inclinação das rampas, deve ser calculada conforme a seguinte equação: Onde: i é a inclinação, expressa em porcentagem (%); h é a altura do desnível; c é o comprimento da projeção horizontal.

i= h x 100 c

Tabela: Dimensionamento de rampas

Vistas superior e lateral respectivamente (medidas em metros)


Com relação aos corredores, é necessário seguir as seguintes normas: a) 0,90 m para corredores de uso comum com extensão até 4,00 m; b) 1,20 m para corredores de uso comum com extensão até 10,00 m; e 1,50 m para corredores com extensão superior a 10,00 m; c) 1,50 m para corredores de uso público; d) maior que 1,50 m para grandes fluxos de pessoas.

Espaço para transposição de portas

Deslocamento Frontal

Deslocamento Lateral


1 - Acesso da viatura à edificação e áreas de risco; 2 - Separações entre edificações; 3 - Segurança estrutural das edificações; 4 - Compartimentação horizontal; 5 - Compartimentação vertical; 6 - Controle de materiais de acabamento; 7 - Saídas de emergência; 8 - Controle de fumaça; 9 - Gerenciamento de risco de incêndio; 10 - Brigada de incêndio; 11 - Iluminação de emergência; 12 – Reservatório de água exclusivo para edificações com mais de sete pavimentos; 13 – Prever escadas com 1,2m de largura útil no mínimo; 14 - Detecção de incêndio; 15 - Alarme de incêndio; 16 - Sinalização de emergência; 17 - Hidrantes e Extintores locados em pontos que atendam a um raio de 10 metros; 18 - Chuveiros automáticos; 19 - Resfriamento; 20 - Espuma; 21 - Sistema fixo de gases limpos e dióxido de carbono; 22 - Sistema fixo de proteção contra descargas atmosféricas; 23 - Controle de fontes.


De acordo com o Sindicato da Construção de Minas Gerais (Sinduscon-MG), os custos unitários básicos de uma construção (CUB/M²) do mês de Março de 2016 para Projeto de Interesse Social (PIS) é de R$ 846,13/m² dessa forma temos que:

60 unidades habitacionais 3.600 m²

R$ 3.046.068,00

Segundo Sinduscon-MG, na formação destes custos unitários básicos não foram considerados os seguintes itens, que devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de construção, de acordo com o estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada caso particular: fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; elevador(es); equipamentos e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque, incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros; playground (quando não classificado como área construída); obras e serviços complementares; urbanização, recreação (piscinas, campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio; e outros serviços (que devem ser discriminados no Anexo A - quadro III); impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos especiais; remuneração do construtor; remuneração do incorporador.


ÁREA COLETIVA PRIVADA – 1.230 m²* ÁREA COLETIVA PÚBLICA – 1.060 m²* ÁREA DE ESTACIONAMENTO – 372,6 m²* TAXA DE OCUPAÇÃO UNIDADES HABITACIONAIS - 690 m²* COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO TOTAL – 3600 m²* DENSIDADE POPULACIONAL – 666,67 hab/ha* DENSIDADE HABITACIONAL – 666,67 hab/ha*

50m²

[até 3 moradores]

60m²

[até 4 moradores]

70m²

[até 5 moradores]

20 unidades de cada

60 unidades habitacionais 240 habitantes* *valores aproximados


VEDAÇÕES VERTICAIS _A escolha da vedação vertical neste projeto de habitação social é guiado pela ponderância de vantagens e desvantagens dos diversos tipo de sistemas construtivos que já forma utilizados no Brasil. Notou-se uma maior vantagem na construção seca, e logo na escolha de métodos construtivos e técnicas estruturais pré-moldadas. Os principais benefícios de tais métodos são assim: o menor desperdício de matérias; a rapidez na execução; a maior qualidade do material e o custo econômico. As vedações externas, sendo as estruturais, serão assim de estrutura metálica pré-moldada, associadas ao sistema Steel Frame, para um melhor isolamento acústico e térmico. Poderá haver também o uso de placas cimentícias, devido a sua alta impermeabilização e agilidade na montagem. As vedações internas são também do sistema Steel Frame, onde há uma diminuição de peso, facilidade no transporte e um acoplamento à seco. Além do Steel Frames serão usados também as paredes de Drywall, o gesso acartonado e até painéis de madeira.

_Sistema Drywall

_Concreto Permeável

_Concreto Permeável

VEDAÇÕES HORIZONTAIS _Piso: Considerou-se primeiramente o tipo de laje utilizada no projeto, sendo a laje nervurada (pré-fabricada) mista. Assim, o material adequado para os pisos seria o concreto, com revestimento de gesso, devido a leveza. O tipo de concreto escolhido é o Concreto Permeável, que tem alta capacidade absorção de água, que consegue coletar a água e associa-la a algum sistema de reaproveitamento da mesma. Outro fator é que este tipo de concreto diminui a quantidade de água que iria para o sistema de drenagem e logo a velocidade da mesma. No pavimento térreo pretende-se o uso do Piso-grama, principalmente para áreas de circulação secundárias e para a área do estacionamento, que seriam a transição entre os pisos permeáveis e não-permeáveis. _Forros: O gesso acartonado foi a melhor solução técnica encontrada para os espaços interiores do edifício. São leves, fáceis de montar, além da fácil manutenção.


Light Steel Frame

_O Light Steel Frame ou LSF, é um sistema construtivo que utiliza perfis de aço galvanizado de espessuras entre 0,95 mm e 1,25 mm, que são unidos por parafusos autobrocantes e pinos especiais. Tais perfis formam painéis de paredes, estruturas de coberturas e lajes. Estes acabam por substituir também as vigas, pilares e paredes de concreto da alvenaria convencional, ou de blocos de concreto, cerâmico e tijolos de barro. As paredes podem ser substituídas por placas de gesso acartonado (para paredes internas), OSB ou cimentícias, telas expandidas de aço zincado revestidas com argamassa.

_Método de construção: — Método dos painéis - Peças e componentes são préfabricados fora da obra e montados no local da mesma. Até mesmo os acabamentos podem ser aplicados anteriormente. Aumenta assim a velocidade da obra, o controle de qualidade e a precisão dimensional, além de diminuir o trabalho na obra. _Vantagens: — alívios nas fundações; — construção a seco; — maior durabilidade e longevidade; — menor desperdício de materiais; — material incombustível e reciclável; — grande flexibilidade; — qualidade do material; — peso da estrutura reduzido; — Isolamento térmico e acústico.


Estrutura Metálica Pré-moldada _Para o sistema estrutural do conjunto habitacional foi escolhida uma Estrutura Metálica Pré-Moldada de Aço. Um sistema construtivo seco, composto de vigas, pilares, contraventamentos principalmente, além das lajes e vedações. As peças componentes do sistema vem prontas, de fábrica, assim já são minuciosamente medidas e moldadas de acordo com o projeto. O sistema Modular oferece ao projeto arquitetônico uma maior racionalização, e logo uma maior economia e qualidade no aspecto geral da obra. Ademais, o uso da estrutura metálica permite o desenvolvimento do projeto de forma integrada (o projeto civil, o elétrico, o hidráulico, ar condicionado, instalações especiais), desde que haja um pré-planejamento detalhado.

_O Aço é uma liga metálica constituída basicamente por carbono e ferro, com percentagens de carbono variando entre 0,008 e 2,11%. Existe um outro tipo de ligação metálica entre ferro e carbono, que é o ferro fundido, além de apresentar uma diferença na constituição química, onde o teor de carbono entre 2,11% e 6,67%. Existe ainda uma diferença básica entre ambos: o aço, é facilmente deformável por forja, laminação, extrusão devido a sua ductibilidade, enquanto uma peça em ferro fundido é consideravelmente frágil.

_Vantagens: — rápida execução; — construção a seco; — maior controle do material; — menor e mais qualificada mão-de-obra; — menor peso nas fundações; — menor poluição sonora na obra; — qualidade do material; — peso da estrutura reduzido. — alta flexibilidade — resistência à corrosão — facilidade de vencer grandes vãos


Os programas de habitação social tem como objetivo possibilitar à população de baixa renda o acesso a casa própria, assim como aos serviços públicos, com o intuito de reduzir a desigualdade social promovendo a ocupação urbana planejada. Nesse sentido, o público alvo se configura em famílias de média e baixa renda, que no entanto, se compõe de modos diversos. Para possibilitar o atendimento de todos os arranjos familiares, o projeto busca principalmente flexibilidade no desenho das unidades habitacionais. Fazendo um rápido panorama Nacional, nota-se a modificação na configuração familiar no Brasil ao longo dos anos, mudanças essas devido a fatores como a diminuição na taxa de natalidade, e o aumento do número de mulheres como chefes de família.

Tabela– Proporção dos arranjos familiares com parentesco, residentes em domicílios particulares, segundo o tipo – Brasil – 2002/2012 (%) Arranjos familiares com parentesco

2002 (1)

2012

Casal sem filhos

14,0

19,0

Casal com filhos

52,7

45,0

Mulher sem conjugue com filhos

17,9

16,2

Outros

5,6

6,3

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2002/2012 (1)Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.


Mesmo com o passar dos anos, o arranjo familiar predominante no Brasil é o de família nuclear, ou seja, casal com filhos. No entanto outro tipo de configuração familiar tem crescido no país, além e contribuído para a redução da família nuclear, são os DINC’s (Duplo Ingresso Nenhuma Criança).A , a proporção de casais onde ambos os indivíduos têm rendimento e não têm filhos, foi de 20,7% entre os casais sem filhos. São vários os fatores que têm influenciado, nos últimos anos, a formação deste tipo de casal, entre os quais se podem citar o ingresso cada vez maior de mulheres no mercado de trabalho, a tendência de postergação da idade ao casar e o contínuo aumento da escolaridade. Tabela - Proporção de casais, em que a mulher não teve filho nascido vivo, vivendo sem a presença de parentes ou agregados e ambos possuem rendimentos, em relação ao total de casais sem filhos, segundo as Grandes Regiões - 2012

País / Região

%

Brasil

20,7

Norte

12,8

Nordeste

17,1

Sudeste

23,3

Sul

21,6

Centro-Oeste

21,2

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2012..


O bairro Nossa Senhora Aparecida, apresenta 1,9% da população de Uberlândia, são no total de 11.390 moradores ocupando uma área de 1,71 Km². Ao todo são 4.678 domicílios. Conforme o Censo 2010 a população do bairro é composta por 5.195 homens e 6.195 homens. Tabela – Faixa etária moradores do Bairro Nossa Senhora Aparecida – Uberlândia - MG FAIXA ETÁRIA Menos de 1 Ano

01 a 04 Anos

05 a 09 Anos

10 a 14 Anos

15 a 19 Anos

20 a 24 Anos

25 a 29 Anos

30 a 34 Anos

35 a 39 Anos

40 a 44 Anos

45 a 49 Anos

50 a 54 Anos

55 a 59 Anos

60 a 64 Anos

65 a 69 Anos

70 a 79 Anos

80 a 89 Anos

90 a 99 Anos

100 Anos ou mais

77

355

445

647

869

1.176

1.011

837

745

781

821

753

677

563

476

742

346

65

4

Fonte: IBGE, 2010.

Tabela - Domicílios particulares permanentes, por classes de rendimento nominal mensal domiciliar do Bairro Nossa Senhora Aparecida – Uberlândia - MG Nossa Senhora Aparecida

Total de Domicílios

Classes de rendimento nominal mensal domiciliar (salário mínimo) (1)

4.207

Até 1/2

Mais de 1/2 a 1

Mais de 1 a 2

Mais de 2 a 5

Mais de 5 a 10

Mais de 10 a 20

Mais de 20

Sem rendimento (2)

6

319

616

1 538

1 054

458

156

60

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010. (1) Salário mínimo utilizado: R$ 510,00. (2) Inclusive os domicílios com rendimento mensal domiciliar somente em benefícios.

Com base na análise dos dados acima, o bairro de inserção do projeto, o Nossa Senhora Aparecida, apresenta uma população de faixa etária majoritária entre 15 a 54 anos, nota-se também uma grande quantidade de idosos, que ao todo contabilizam 2196 moradores. As crianças somam um número de 1524, valor considerado pequeno visto que ao todo, a população do bairro é de 11.390. Quanto a renda da população, predomina a quantidade de pessoas que recebem de 2 a 5 salários mínimos. Tirando de base o fato de que programas de habitação de interesse social, em geral atenda a pessoas que recebem uma faixa salarial de até 3 salários, temos que no bairro, cerca de 941 domicílios de um todo de 4.207, possuem essa renda mensal. ABRANGÊNCIA: O projeto de HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL, implantado no bairro Nossa Senhora Aparecida, tem o intuito de atender a famílias do bairro, entorno imediato, e perímetro municipal da cidade de Uberlândia – MG.


AÇÕES

SALA

COZINHA

DORMITÓRIO

BANHEIRO

ÁREA DE SERVIÇO

SACADA

COMER DORMIR ESTOCAR COZINHAR ESTUDAR TRABALHAR

DORMITÓRIO

CONVÍVIO ATIVIDADE FÍSICA

SALA

LAVAR PRIVACIDADE REECEBER VISITAS LER

SACADA

BANHEIRO COZINHA

BRINCAR RELAXAR DESCANSAR VER TV HIGIENE SECAR ROUPA

ÁREA DE SERVIÇO


_KOZ ARQUITECTES - les N I D S - Courbevoie – França_ A qualidade da habitação individual, adaptada à vida coletiva é a base do projeto de habitação de interesse social les Nids, em Courbevoie na França. Ao todo são 28 unidades habitacionais, uma loja e um pequeno jardim de infância. O projeto chama a atenção pela preocupação em possibilitar a individualidade, o sentido de pertencimento e as relações entre vizinhos. As unidades possuem corredores particulares em seu entorno, afim de manter a possibilidade de caminhar ao redor do lado de fora da sua casa, ação essa que dá as pessoas um sentimento de pertencer, essas passarelas privadas são diretamente acessíveis a partir de todos os cômodos, incluindo os quartos e cozinha. Outro destaque do projeto é a possibilidade de mudança, cada apartamento possui um cubo em balanço fixado aparentemente ao acaso na fachada, este cômodo extra possui uma divisória que pode ser removida, possibilitando a flexibilidade dentro das unidades. Além disso cada apartamento tem sua própria varanda, um espaço exterior protegido por uma tela, afim de aumentar a privacidade, este espaço pode ser utilizado de diversas formas, um jardim de inverno, uma área fitness, entre outros. O acesso a cada apartamento é através de um pouso ao ar livre amplo e suspenso que oferece uma vista de todo o volume do espaço de vida. Isto significa que o edifício tem um número de diferentes espaços exteriores (galerias, balcões, e aterragens), o que aumenta a área de superfície utilizável e dão moradores a impressão de viver ao ar livre, com vistas panorâmicas sobre a oeste de Paris. O projeto conta ainda com coleta da água de chuva, e terraços jardins e vazios entre as unidades que possibilitam a iluminação natural.


_Andrade Morettin Arquitetos–2° Concurso Internacional Living Steel para Habitação Sustentável- Recife – Brasil_ _Considerando que a qualidade do ambiente urbano na faixa tropical úmida depende em grande medida de uma boa ventilação (conforto térmico e higiênico) o modelo proposto prevê não apenas edificações “permeáveis”, mas também a implantação de blocos isolados, dispostos de maneira a permitir o permanente fluxo de ar entre as edificações. O aumento da densidade (considerada a baixíssima densidade dos assentamentos predominantes) conduz a um modelo mais produtivo para ocupação do território, absorvendo o crescimento populacional e contendo o avanço da mancha urbana. A cobertura, como um para-sol com grandes beirais e as varandas, além de sombrearem, garantem boa proteção contra as chuvas sem, no entanto, impedir a ventilação. A edificação é elevada do solo, sobre “estacas”, como palafitas. A ventilação cruzada é garantida por amplos interiores; divisórias internas à meia-altura e as venezianas, desenhadas para bloquear a intensa luz solar, mas para admitir o ar francamente. A movimentação das venezianas permite controlar a velocidade do ar no interior da unidade, bem como bloquear os raios solares do poente e nascente. Foram adotados materiais com pequena massa ou inércia térmica (evita armazenar calor durante o dia uma vez que as noites são igualmente quentes). A adoção de cores claras também minimiza a absorção da radiação solar. A idéia de arquitetura essencial como infraestrutura nos levou a conceber um sistema flexível baseado na disponibilização de pisos abertos e sombreados, que como plataformas (lembrar os decks das embarcações fluviais da região) oferecem um suporte, um espaço aberto para ser apropriado.


_Guérin & Pedroza Architectes –Habitação Social em BONDY- Seine-Saint-Denis – França_ O projeto com edifícios que faceiam as fachada leste e Oeste busca um acoplamento diverso dos blocos, uma quebra na monotonia. As várias divisões e sequências sugerem que o edifícios seja um composto de residências e não apenas um empilhamento de caixas. O edifício é concebido num eixo norte/sul, que tem como objetivo a garantia da incidência da luz solar sobre todos os apartamentos, já que também cada apartamento se abre para duas ou três direções. _Para o melhor atendimento das demandas dos moradores, os arquitetos optaram por uma arquitetura simples, mas de qualidade. O chamado design bioclimático permite que transeuntes e moradores do bairro apreciem a vista das fachadas cobertas por um revestimento liso e de madeira, um material suave, assim como os jardins térreos devem ser. As persianas de correr servem para controle de sombra e para a insolação. O projeto foi pensado como uma residência dividia em três. Cada parte tem seu acesso e elevador próprio, e em cada andar dois ou quatro apartamentos. Os apartamentos de 5 dormitórios são duplex. Cada apartamento tem sua própria sacada, terraço ou jardim, que se estende ao espaço de convivência no exterior. O prédio buscou o viés da sustentabilidade em vários aspectos. O projeto é compacto, e assim, permite a incidência de luz natural para que a eficiência energética seja boa e garanta bem-estar aos habitantes. Todos os apartamentos foram planejados para ter ventilação cruzada. Para melhor conforto térmico durante o verão, as varandas trazem sombra e frescor. A água pluvial é coletada para usos secundários, principalmente uso no jardim.


_ELEMENTAL (Alejandro Aravena) – Paraisópolis - São Paulo - Brasil_ Os projetos do grupo ELEMENTAL, são conhecidos por valorizar a capacidade de autoconstrução das comunidades, sendo assim, o projeto para a comunidade de Paraisópolis – que não chegou a ser construído - se caracteriza por essa oferecer essa possibilidade. A proposta é que inicialmente as famílias receberiam a metade que traria mais dificuldade para ser executada pelos próprios moradores: paredes estruturais e lajes de concreto pré-fabricado, a cozinha, um bom banheiro e escadas. Assim, a família pode mudar-se para uma casa com boa estrutura e equipamentos, embora pequena, até ter condições de expandir a habitação. Nas unidades de dois pavimentos, a área inicial de 44,6 m² pode crescer até 63,90 m². Nas de três, a área máxima é de 83,74 m². O projeto é constituído de blocos de oito andares com apartamentos dúplex ou tríplex. A inserção urbana é pensada no sentido de que além das unidades habitacionais, serão previstas áreas comerciais no térreo, essas fazem a interface entre o conjunto habitacional e a avenida perimetral (e, portanto, com o restante da cidade). Já atrás dos blocos, uma praça interna situada dois pavimentos acima do nível da rua centraliza a circulação do conjunto. As unidades se comunicam por escadas e corredores externos que se voltam a esse pátio. Isso permite, por exemplo, que crianças possam brincar sob o olhar dos moradores do conjunto, e distantes da avenida de grande fluxo.


A poética da Arquitetura de Interesse Social Silvio Colin

“Trata-se de um método construtivista, e como tal, realiza plenamente as aspirações do primeiro modernismo bauhausiano, de uma poética abstrata, impessoal, articulada estruturalmente comunicativa, formalmente vibrante.”

Habitação social tem sua poética, independentemente dos custos. Assim, custos não determinam forma ou outro. A arquitetura permite a poesia arquitetônica em obras de custos extremos.

“A adoção de formas típicas vernáculas, sem a preocupação estética, tem como resultado casas enfileiradas em uma repetição infinita e sem qualquer interesse.” Marx: abordagem fenomenológica (aparência assume lugar de destaque, psicológica (reação psíquica dos usuários)ou estruturalista (conteúdo simbólico). Limitações econômicas e técnicas não devem e não limitam a poética social. Arquitetura vista comumente como apenas funcionalidade na arquitetura social, sem qualquer outro viés. A parte da sensibilidade, do impacto, da psicologia, as causas humanísticas, psicológicas, sócias são praticamente ignoradas. No Brasil, identifica-se como exemplo do sucesso da arquitetura, os projetos da Cooperativa de Profissionais do Habitat do Rio de Janeiro, sucesso do anos 90, para o Programa Favela Bairro. O mesmo método foi utilizado depois em outros estados.

O método construtivista implementando desse projeto é um reflexo do Modernismo, com uma poética abstrata, impessoal, comunicativa, e formalmente vibrante. A ideia de blocos exaltou os arquitetos, que orgulhavam e faziam referencia tanto a Bauhaus como a Frank Lloyd Wright. A crítica sobre esse projeto é vista assim, nesse mesmo ‘formalismo’. A textura escolhida para exaltar os legos, as composições agradam aos arquitetos e estudantes de arquitetura. Porém, faltou assim o estado da semântica contextual: para os moradores de baixa renda, paredes de alvenaria não revestida significam obras não-acabadas.

Conclui-se assim, que a arquitetura, principalmente na habitação social, pode e deve considerar os fatores culturais, sensitivos e até íntimos da comunidade que ira abrigar. A formalidade e funcionalidade deem considerar as vontades humanas das pessoas. O arquiteto não deve estabelecer um modo de vida ao usuário. É a arquitetura que deve ser flexível, que deve ser moldada assim pelo homem.


ABREU, Rita; HEITOR, Teresa - ESTRATÉGIAS DE FLEXIBILIDADE NA ARQUITECTURA DOMÉSTICA HOLANDESA: da conversão à multifuncionalidade. INFOHABITAR 122, 2007 O artigo traz um importante tema quando se fala de habitação social: a flexibilidade espacial na arquitetura doméstica. O conceito do termo, pode ser entendido como a capacidade do espaço físico se adaptar ao processo dinâmico do habitar, uma condição intrínseca a forma arquitetônica. Implícito neste conceito está o entendimento de que o uso do espaço doméstico é um processo variável e dinâmico. Outras questões tratadas no texto, com relação a flexibilidade, é a importância de se prever uma estrutura que possibilite grandes vãos, a utilização de divisórias não estruturais, para garantir de todas as formas, possibilidades de alteração espacial. O artigo apresenta quatro estudos de caso, estes possibilitam o entendimento de que a modificação do espaço é uma necessidade das pessoas e do desenvolvimento da vida familiar.

COELHO, Antônio Baptista. NOVAS SOLUÇÕES HABITACIONAIS III. INFOHABITAR 204, 2008 O autor apresenta questões relacionadas a adequação dos espaços domésticos às diversidades familiares, com relação a suas necessidades de espaço, serviços, entre outros. O texto traz a visão de diferentes autores sobre o tema, dessa forma o autor nos apresenta diversificadas medidas e formas de habitações para grupos familiares diferentes. Alguns arranjos familiares como pessoas sós, idosos, são evidenciados no texto, destaca-se a relação desses grupos com o meio coletivo e urbano, do papel destes para a vitalidade urbana, afinal esses são habitantes considerados disponíveis ao convívio urbano, a vitalização da cidade. Esta vitalidade aparece como consequência do pensar de forma correta e de qualidade as habitações dessas famílias.


A análise pós ocupação do Residencial Palmeira Real – Uberlândia/MG, resultou num apanhado de problemáticas levantadas pelos moradores entrevistados, informações essas que servirão de embasamento para o desenvolvimento do projeto de Habitação de Interesse Social proposto na disciplina de Ateliê de Projeto Integrado V (APIV). Os problemas que grande parte dos moradores levantaram, e foram observados durante a visita, são questões que influenciam na qualidade de vida dos moradores, como a falta de qualidade no acabamento, tanto da unidade habitacional, quanto do condomínio; a falta de vegetação árborea e tratamento paisagístico nas áreas comuns, que são compostas basicamente de palmeiras; a falta de variedade e qualidade nos equipamentos coletivos, que além de não se localizarem nas proximidades de todos os blocos, não possuem cobertura ou vegetação em sua proximidade; ausência de flexibilidade imposta pelo sistema estrutural autoportante; dimensões reduzidas, que dificultam a adequação dos mobiliários; falta de diversidade tipológica, impondo uma mesma configuração do espaço para diferentes famílias; falta de acessibilidade nos blocos de apartamentos; falta de privacidade, conforto térmico e estanqueidade devido a baixa qualidade dos materiais construtivos e de acabamento. Com base nas questões e nos problemas levantados na APO, o planejamento de um conjunto habitacional de interesse social a ser desenvolvido na disciplina de APIV, visa propor um projeto que busque solucionar e melhorar a qualidade de vida e de espaço desse tipo de construção que geralmente é padronizada e não busca se adequar a diferenças climáticas, culturais, entre outros.


TRABALHO

DIGNIDADE DIREITO A CIDADE

PESSOAS INTEGRAÇÃO

LAZER

HABITAR

HABITAÇÃO SOCIAL

PÚBLICO/PRIVADO

SUSTENTABILIDADE

FLEXIBILIDADE CONFORTO AMBIENTAL

CIDADE

VITALIDADE URBANA

COMÉRCIO

ÁREAS VERDES INDIVIDUAL/COLETIVO

GENTILEZA URBANA

_O partido arquitetônico adotado busca a integração entre o público e o privado, a cidade e as pessoas, o individual e o coletivo. _A identificação do usuário pelo espaço de habitar (a unidade), pelo conjunto habitacional, pelas áreas urbanas do entorno e pela cidade é um dos maiores propósitos do projeto. Do micro, ao macro, os espaços devem oferecer a possiblidade e a liberdade de apropriação e identidade emocional, para finalmente nascer o sentimentos de pertencimento e de responsabilidade.



TIPOLOGIAS

ESTACIONAMENTO ÁREA COLETIVA PRIVADA TIPOLOGIA 1 50m²

TIPOLOGIA 2 60m²

TIPOLOGIA 3 70m²

CIRCULAÇÃO

ÁREA COLETIVA PÚBLICA


TÉRREO COMERCIAL + 5 PAVIMENTOS

TÉRREO LIVRE + 5 PAVIMENTOS

_As Unidades Habitacionais são ligadas por corredores externos, esses por sua vez possuem ligação direta com a circulação vertical.


TIPOLOGIAS

ESTACIONAMENTO ÁREA COLETIVA PRIVADA TIPOLOGIA 1 50m²

TIPOLOGIA 2 60m²

TIPOLOGIA 3 70m²

ÁREA COLETIVA PÚBLICA


TÉRREO COMERCIAL + CINCO PAVIMENTOS HABITACIONAIS

TÉRREO + CINCO PAVIMENTOS HABITACIONAIS

O projeto é divido em dois blocos compostos apenas de unidades habitacionais, e um bloco maior com térreo comercial + cinco pavimentos de habitação.


_REFERÊNCIAS                 

http://www.andrademorettin.com.br/projetos/living-steel/ http://aprendendoaprojetar.blogspot.com.br/2011/10/tema-2-habitacao-coletiva-inclusao.html http://www.archdaily.com.br/br/01-146097/habitacao-social-em-bondy-slash-guerin-and-pedroza-architectes https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2013/06/02/a-potica-da-arquitetura-de-interesse-social/ http://blog.construir.arq.br/estrutura-concreto-x-estrutura-metalica-vantagens-desvantagens/ http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/10.119/3711 http://www.archdaily.com/105261/28-social-housing-in-paris-koz-architectes http://au.pini.com.br/au/solucoes/galeria.aspx?gid=2395 http://www.elementalchile.cl/en/projects/paraisopolis/ http://www.sinduscon-mg.org.br/site/arquivos/up/cub/tabelas/tabela_cub_marco_2016.pdf http://infohabitar.blogspot.com.br/2007/01/estratgias-de-flexibilidade-na.html http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv66777.pdf http://www.uberlandia.mg.gov.br/2014/secretaria-pagina/56/2242/populacao.html http://www.uberlandia.mg.gov.br/uploads/cms_b_arquivos/1836.pdf http://www.uberlandia.mg.gov.br/uploads/cms_b_arquivos/1840.pdf https://docente.ifrn.edu.br/joaocarmo/disciplinas/documentos-1/nbr-13532 http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_generico_imagens-filefielddescription%5D_164.pdf



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