O PEDESTRE EM EIXOS MONUMENTAIS MILENA VICENTINI DE CARVALHO
MILENA VICENTINI DE CARVALHO
O PEDESTRE EM EIXOS MONUMENTAIS
BRASÍLIA 2015
MILENA VICENTINI DE CARVALHO
O PEDESTRE EM EIXOS MONUMENTAIS Versão final do Ensaio Teórico a ser apresentado à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília - FAU/UnB para submissão à banca avaliadora. Constitui uma exigência para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.
Orientadora:
Monica Fiuza Gondim
Banca examinadora:
Flaviana Barreto Lira Giselle Chalub Martins
Aos meus pais, minha madrinha, que me acompanha mesmo de longe, meu namorado e parceiro Alexandre Marques e minha grande amiga Mylena Lopes por todo apoio e por me ajudarem a seguir em frente nessa longa caminhada.
Ă?ndice
ÍNDICE
Índice
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 13
1.1 Referenciais .................................................................................. 14 1.2 Metodologia ................................................................................. 15 1.3 Objetivo ........................................................................................ 15 1.4 Objetos de estudo ....................................................................... 16
2. OBJETO DE ESTUDO: Caracterização, levantamento e análise de dados ................................... 19 2.1 Brasília ........................................................................................... 21 2.1.1 Acessibilidade ............................................................... 29 2.1.2 Segurança Viária ........................................................... 38 2.1.3 Conforto Ambiental ..................................................... 40 2.1.4 Amenidade ................................................................... 43 2.2 Canberra ...................................................................................... 45 2.2.1 Acessibilidade ............................................................... 51 2.2.2 Segurança Viária .......................................................... 58 2.2.3 Conforto Ambiental .................................................... 60 2.2.4 Amenidade .................................................................. 63 2.3 Washington ................................................................................. 67 2.3.1 Acessibilidade ............................................................... 75 2.3.2 Segurança Viária .......................................................... 84 2.3.3 Conforto Ambiental ..................................................... 86 2.3.4 Amenidade ................................................................... 90 3. CONCLUSÃO ............................................................................................... 93 4. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................ 98
1. Introdução
INTRODUÇÃO
1. Introdução
O homem precisa ser visto não apenas como espectador do mundo, mas como participante e transformador deste. Ele vivencia os espaços, interage com o que está ao seu redor e tem uma percepção própria das coisas baseado em seus sentidos. Por isso, é de enorme importância se construir um local agradável aos usuários. É muito importante que o indivíduo sinta-se bem ao se deslocar por um determinado espaço, principalmente quando esse deslocamento ocorre a pé, com a pessoa no papel de pedestre, quando a interação é ainda maior. Nos eixos monumentais, a necessidade de oferecer um deslocamento adequado ao pedestre aumenta devido à sua importância no contexto urbano em geral. Um eixo monumental é sempre uma avenida representativa, um símbolo da cidade onde está situado, o que faz com que seja um lugar que recebe um enorme número de usuários, sejam eles moradores, que frequentam esses eixos por causa das diversas funções ou atividades oferecidas, ou turistas, pelo fato destas avenidas serem atrativos de destaque devido às suas características marcantes e por abrigarem inúmeros edifícios representativos. Em especial, nessas grandes avenidas e em locais movimentados de uma cidade, é necessário que haja uma preocupação com o deslocamento das pessoas e o convívio com o espaço público,
dando uma atenção especial ao pedestre. O pedestre, ao se descolar, quer sentir-se acolhido pelo lugar onde se encontra, ter a segurança de que seguirá todo seu percurso com tranquilidade, num ambiente agradável. Essa preocupação de fazer com que um espaço de tamanha importância seja agradável ao usuário ganha ainda mais força pelo fato de que normalmente essa percepção é geral, não é algo que varie muito de pessoa para pessoa. Kevin Lynch diz que “Essas imagens de grupo, consensuais a um número significativo de observadores, é que interessam aos planejadores urbanos dedicados à criação de um ambiente que venha a ser usado por muitas pessoas.” (LYNCH, 2010: p.8). Logo, as dimensões, a composição de seus elementos e os aspectos físicos precisam ser projetados para a vivência do pedestre. A escala monumental tem características muito específicas que causam no homem sensações diferenciadas daquelas sentidas em outros tipos de vias. É uma escala que pode ser surpreendente e ao mesmo tempo opressora, causar certa desestabilização no pedestre. Essas impressões dependerão não apenas da dimensão da via, mas também da sua relação com os espaços vazios e as edificações lindeiras.
13
1.1 Referenciais
1.1 Referenciais Desde tempos imemoriais, as cidades constroem avenidas monumentais. A monumentalidade é resultado da combinação de dimensões. Cada escala entre largura e altura tem o poder de provocar sensações conforme explica Jim McCluskey (1979). “Os espaços exteriores com uma dimensão de 3 metros devem considerarse como pequenos, os de 12 metros são ainda íntimos e até 24 metros permanece uma confortável escala humana.” (MCCLUSKEY, 1979: p.107). Essa é a definição de Jim McCluskey de como a distância entre dois edifícios influencia na sensação a pessoa que circula por esse local. No caso dos eixos monumentais, essa dimensão compreendida entre um edifício e outro em cada lado do eixo é muito maior do que se costuma notar em outras vias das cidades, artifício utilizado para que se gere o caráter monumental esperado. Isso faz com que a sensação do pedestre nesse local seja totalmente diferenciada. Além da dimensão em si, há ainda dois outros conceitos que interferem nessa sensação: a proporção e a escala. Segundo a definição de Jim McCluskey, “A proporção se refere à relação entre diferentes dimensões de um espaço ou objeto, relação que, por outro lado, é independente do tamanho.” (MCCLUSKEY, 1979: p.107). Logo, em um eixo monumental mesmo que o tamanho da caixa viária e o espaço entre os edifícios seja enorme, se houver uma proporção entre essa medida e as dimensões dos edifícios e monumentos que compõem esse eixo contribuirá para a estética do local e para como este será percebido pelo visitante. Ele define ainda que “A escala trata da relação entre o tamanho de um espaço ou objeto e outro espaço ou objeto exterior. Ao se tratar de escala, a relação que adquire uma maior importância é a que se estabelece entre a forma e o tamanho dos espaços e a figura humana, constituindo um fator poderosamente determinante do caráter de um espaço exterior e da forma em que este este é percebido por um observador.” (MCCLUSKEY, 1979: p.107). No caso desse estudo, será tratada a escala do homem 14
INTRODUÇÃO
com relação aos eixos monumentais e seus monumentos em geral. Através desses conceitos citados anteriormente, pode-se chegar a uma conclusão de como o espaço interfere no pedestre, quais os sentimentos e sensações gerados por este local. Essas sensações variam desde espaços que tendem a ser dominantes, a provocar uma sensação de claustrofobia e enclausuramento, passando por espaços que trazem uma sensação de proteção, confortáveis e acolhedores, chegando até o momento que essa sensação de acolhimento vai atenuando-se e diminuindo gradativamente. Isso deixa claro como a percepção do homem, sua segurança e seu bem-estar estão relacionados com o espaço no qual está inserido, a estreita relação entre características físicas e sensoriais de um espaço. Outras percepções provocadas no pedestre pelo desenho da via são apontadas por Ramsay (GONDIM, 2011: p.24). Ramsay define alguns importantes aspectos básicos a serem analisados em uma determinada localidade, aspectos esses também relacionados com a percepção humana. O primeiro deles é a acessibilidade a diferentes setores da cidade, aspecto no qual se avalia se o local oferece percursos preferenciais para pedestres e ciclistas e se as distâncias de tais percursos são suficientemente confortáveis e seguros para serem percorridos a pé ou de bicicleta, além da sinalização responsável por promover uma boa comunicação com o usuário e contribuir para sua localização. Outro aspecto de grande importância é a segurança do pedestre nos trajetos, cruzamentos e estacionamentos. Esse aspecto inclui a segurança pública do local, a adequação do desenho urbano para que não haja conflitos, a compatibilização do uso do sistema viário por diferentes modais e a priorização de pedestres e ciclistas nessa situação, a adequação da sinalização para que fique clara essa prioridade do transporte não motorizado, a iluminação pública, o reforço de sinalização e iluminação nos pontos mais perigosos do trajeto, como travessias e cruzamentos, e a manutenção da pavimentação.
INTRODUÇÃO
1.2 Metodologia / 1.3 Objetivo
Por fim, há mais dois outros aspectos bastante ligados à percepção do indivíduo. O conforto ambiental envolve diversos fatores para que sejam evitadas condições climáticas penosas ao longo do percurso percorrido, incluindo uma análise do tipo de pavimentação e o calor que esta libera ao ambiente, arborização e sombreamento que equilibram a temperatura do local, quantidade de áreas verdes e pavimentadas, frequência de áreas de descanso ao longo de um percurso. Já a amenidade trata da busca por promover uma experiência ambiental esteticamente agradável ao visitante, incluindo diversos fatores que tornam esse passeio mais agradável: o padrão dos calçamentos, o tratamento paisagístico, a estética do mobiliário urbano, a frequência com que há atrativos ao longo de um percurso, a densidade desses monumentos, e sua qualidade.
da continuidade de percursos para pedestres, ciclistas e cadeirantes, e da distância entre os atrativos ao longo da avenida;
1.2 Metodologia
Como resultado, esse ensaio apresenta uma hierarquia dos aspectos positivos e negativos de cada um dos eixos analisados e é concluído com uma discussão sobre o poder dessas avenidas de provocar nos pedestres sensações agradáveis ou desagradáveis diante da escala monumental.
As características físicas de um local influenciam a vivência e percepção do lugar pelo usuário. Esse ensaio apresenta um levantamento de diversas características de eixos monumentais de três cidades, Brasília, Camberra e Washington, para subsidiar análises e realizar uma comparação entre essas avenidas segundo a escala do pedestre. O objetivo é comparar atributos desses locais que influenciam a qualidade da mobilidade e a percepção da caminhada dos transeuntes. O estudo analisa a escala do homem em relação às proporções do espaço circundante e inclui aspectos perceptivos como: acessibilidade, segurança, conforto ambiental e amenidade que influenciam o modo como o usuário vivencia o espaço. Tais fatores serão observados da seguinte forma: * A acessibilidade através de um levantamento operacional do local, do tipo de pavimentação e a proporção entre esses diferentes tipos,
* A segurança será limitada à segurança viária, sendo realizado um levantamento das travessias e cruzamentos ao longo do percurso, sua colocação e configuração, e de pontos de conflitos entre o pedestre e os outros modais; * O conforto ambiental a partir da presença de arborização, áreas de descanso e iluminação pública ao longo desses eixos; * As amenidades pela presença de mobiliários esteticamente atrativos ao usuário, incluindo fontes, esculturas, tratamentos paisagísticos, tratamentos de piso, dentre outros.
1.3 Objetivo Esse ensaio teórico tem como objetivo principal a comparação entre três eixos monumentais representativos de cidades planejadas do mundo. Serão analisados os eixos monumentais de Washington, nos Estados Unidos, o de Camberra, na Austrália, e o Eixo Monumental de Brasília. Como resultado, espera-se reconhecer o impacto da monumentalidade sobre o pedestre sob o ponto de vista da circulação, acessibilidade, mobilidade e permanência dos usuários em cada uma dessas avenidas, além de definir se é dada prioridade aos pedestres ou aos veículos.
15
1.4 Objetos de estudo
INTRODUÇÃO
1.4 Objetos de estudo Optou-se por trabalhar com eixos monumentais de cidades capitais, pelo fato destes serem planejados e serem referências marcantes para a história urbana. Além disso, são destinos importantes visitados por moradores e pessoas de todo o mundo. Foram escolhidos, então, os eixos monumentais de Washington, nos Estados Unidos, o de Camberra, na Austrália, e o Eixo Monumental de Brasília. A escolha desses eixos específicos foi realizada pelo fato de os três possuírem uma forte característica em comum: sua função. Todos eles possuem um caráter institucional, o que faz com que a comparação seja facilitada e o estudo seja mais coerente. Brasília é a capital federal do Brasil, pertencendo ao território do Distrito Federal. A cidade foi projetada pelo urbanista Lúcio Costa a partir de 1956, vencendo o concurso, em 1957, para o plano da nova capital do país, denominado “Plano Piloto”, a qual foi inaugurada em 1960. O projeto da cidade contou ainda com a participação do arquiteto Oscar Niemeyer, o responsável pelos marcantes edifícios que compõem a cidade. O eixo principal da cidade, o Eixo Monumental de Brasília, é onde se localizam os principais edifícios institucionais do Estado. Esse eixo é composto por um grande gramado retangular central cercado por duas vias, sendo o espaço emoldurado lateralmente pela Esplanada dos Ministérios. Na extremidade desse eixo está a Praça dos Três Poderes, espaço aberto que separam os três edifícios representativos dos três poderes da República Federativa: o Palácio do Planalto representando o poder executivo, o Supremo Tribunal Federal representando o poder judiciário e o Congresso Nacional representando o poder legislativo. 16
Fonte: http://www.wbrasilia.com/
Camberra é a capital da Austrália. Foi projetada pelos arquitetos Walter Burley Griffin e Marion Mahony Griffin, ganhadores do concurso internacional para o projeto da cidade planejada. Sua construção teve início em 1913 e foi concluída no ano de 1927. A cidade possui um eixo monumental que vai do Parlamento até o Memorial de Guerra Australiano, sendo que esse eixo é interceptado pelo lago represado Burley Griffin. Esse eixo possui uma grande área livre central com avenidas de tráfego veicular e arborização linear lateral.
Fonte: http://sobreaustralia.com
INTRODUÇÃO
1.4 Objetos de estudo
Washington D.C. é a capital dos Estados Unidos da América, recebendo a denominação de Columbia District (Distrito de Columbia), sendo o distrito federal dos Estados Unidos. A cidade formou-se no ano de 1790 e abriga os três poderes: executivo, legislativo e judiciário. Seu projeto foi iniciado pelo engenheiro francês Pierre Charles L’Enfant, o qual foi dispensado antes mesmo do final da construção da cidade por desentendimentos com os proprietários de terra e os oficiais governamentais americanos. Segundo seu projeto, o eixo monumental americano seria uma grande área verde, com 1 quilômetro de comprimento e 120 metros de largura. Entretanto, essa área acabou sendo alterada e ocupada pelo projeto paisagístico do arquiteto Andrew Jackson Downing, que incluía várias estufas do Jardim Botânico Nacional. Em 1901, esse local acabou sendo reprojetado pelo senador James McMillan, projeto que deu a esse espaço o caráter atual de área livre verde. Ao lado do gramado central criaram-se dois boulevards de cada lado, sendo o mais próximo do gramado para pedestres e um segundo para veículos. Esse eixo monumental ficou conhecido como National Mall, se estendendo desde o Capitólio dos Estados Unidos até o Monumento a Washington.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/
17
2. Objetos de estudo: caracterização,
levantamento e análise de dados
2.1 BrasĂlia
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.1 Brasília
2.1 Brasília O eixo monumental de Brasília é bastante extenso, tendo um total de 8,8km de extensão, indo desde a Praça dos Três Poderes em sua extremidade oeste, passando pelo Terminal Rodoviário Metropolitano em seu centro, chegando até a via EPIA na extremidade leste dessa avenida. Essa análise levará em consideração apenas o trecho inferior desse eixo, partindo da plataforma da rodoviária até a Praça dos Três Poderes, totalizando um trecho de 2,5km.
Com relação aos seus edifícios, é um eixo inteiramente institucional, contando com órgãos governamentais – dentre eles o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal, os palácios do Itamaraty, do Planalto e da Justiça, e os diversos ministérios –, e edifícios institucionais culturais e religiosos – como o Museu e a Biblioteca Nacional, a Catedral Metropolitana e o Teatro Nacional – além dos dois grandes e amplos espaços urbanos abertos, conhecidos como Praça dos Três Poderes e a Esplanada dos Ministérios, e o Terminal Rodoviário Metropolitano, onde também há uma estação do metrô.
N EPIA
Estádio Nacional Mané Garrincha
8,8 km
Torre de TV Terminal Rodoviário Metropolitano
2,5 km
Praça dos Três Poderes
Eixo monumental de Brasília 23
2.1 Brasília
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
Identificação dos Edifícios Terminal Rodoviário Metropolitano
Teatro Nacional Cláudio Santoro
Biblioteca Nacional de Brasília (Leonel de Moura Brizola) Complexo Cultural da República João Herculino
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Museu Nacional da República (Honestino Guimarães)
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Catedral Metropolitana de Brasília (Nossa Senhora de Aparecida)
Ministério da Educação Ministério da Defesa - Força Aérea Brasileira
Ministério do Esporte
Ministério da Defesa - Marinha do Brasil
Ministério da Cultura Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão / Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Ministério da Defesa - Exército Brasileiro / Ministério da Integração Nacional Geral Esplanada dos Ministérios
Ministério da Fazenda
Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento
Ministério da Defesa
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
Ministério de Minas e Energia / Ministério do Turismo
Ministério da Previdência Social
Ministério dos Transportes
Ministério da Saúde Ministério da Justiça Ministério das Relações Exteriores Palácio da Justiça Palácio do Itamaraty Congresso Nacional
Supremo Tribunal Federal
24
Palácio do Planalto
Praça dos Três Poderes
CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
4.1 Brasília
Cortes Longitudinais
Biblioteca Nacional de Brasília
Museu Nacional da República
240m
Ministério da Cultura
Os cortes longitudinais de Brasília deixam claro como a escala monumental é enorme com relação ao pedestre. Essas imagens mostram como em Brasília o percurso de um pedestre que pretende cruzar esse trecho completo torna-se penoso, no qual a distância entre os monumentos é grande e não há condições favoráveis a esse deslocamento, fazendo com que a visitação do local seja prejudicada. É importante citar que nem todos os edifícios que compõem esse eixo são visitáveis, fazendo com que a distância percorrida para que se possa entrar em algum edifício seja ainda maior.
Ministério do Esporte
Catedral Metropolitana de Brasília
95m
240m
25
CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
4.1 Brasília
Cortes Longitudinais Ministério da Saúde
Palácio do Itamaraty
135m
Palácio do Planalto
Supremo Tribunal Federal
300m
27
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.1.1 Acessibilidade
Com relação à pavimentação, nota-se que há certo equilíbrio entre áreas pavimentadas e não pavimentadas. Há uma enorme área de materiais impermeáveis – como calçamentos de cimento, concreto e asfalto – que compõem as calçadas, ciclovias, vias e estacionamentos nesse eixo. Essa área é compensada por um enorme gramado central e alguns outros pontos gramados ao longo desse eixo, fazendo com que haja um equilíbrio, em torno de meio a meio, entre áreas permeáveis e não permeáveis. Percebe-se, ainda, que há calçadas e vias disponíveis para o deslocamento longitudinal e várias opções de ambas para um deslocamento transversal nesse eixo.
2.1 Brasília
Pavimentação
Asfalto (material não permeável)
29
2.1 Brasília
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
Pavimentação Calçamento de concreto (material não permeável)
Calçamento de cimento (material não permeável)
Ciclovia em cimento com uma coloração diferenciada (material não permeável)
Calçamento em pedra petit pave (material não permeável)
30
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.1 Brasília
Pavimentação
Gramado (pavimentação permeável)
31
CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
4.1 Brasília
Corte Transversal O corte transversal do eixo monumental de Brasília torna visível a dimensão desse eixo, totalizando 300m de largura. Esse espaço é dividido em amplas vias para veículos motorizados compostas por seis pistas de rolagem sem estacionamento, grandes áreas gramadas, com destaque para o canteiro central com 200m de largura, e trechos de calçamentos de calçadas e ciclovias. Calculando a porcentagem dessas divisões, chega-se a um valor de 86,67% de espaço destinado a pedestres e 13,33% de espaço para os veículos, mostrando uma prioridade do pedestre nesse caso, sendo que nem sempre esses espaços são adequados à circulação e permanência do pedestre.
Ministério dos Transportes
Ministério da Saúde
Congresso Nacional
300
33
Asfalto
Calçamento de concreto
Gramado com poucas árvores espaçadas
Calçamento de cimento
16
1
20
2
23
5
altura de 10 pavimentos)
Calçamento de concreto
1,5
Calçamento de concreto
Gramado arborizado
163
Gramado arborizado
,5 1,5
Calçamento Cl ç td de concreto t
61 16
Asfalto
11 1
Calçamento de concreto
20
Gramado com pouca árvores espaçadas
2
Calçamento de cimento
23
Gramado
5
Calçamento de concreto
altura de 10 pavimentos)
*Medidas em metros
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
Esse mapa operacional mostra que o eixo de Brasília é bem equipado, entretanto, possui algumas deficiências. Nele está localizado o Terminal Rodoviário Metropolitano, onde, além de ônibus vindos de vários pontos da cidade toda, também chega o metrô. Além disso, tem pontos de ônibus bem distribuídos ao longo desse eixo. Há estacionamentos para os edifícios públicos, mas nota-se a
2.1 Brasília
falta destes em alguns edifícios culturais com visitação. Os maiores problemas encontram-se na deficiência das travessias em alguns pontos específicos e na falta de continuidade da ciclovia, que não chega até o fim desse eixo, deixando de fora dessa rota edifícios importantes.
Mapa Operacional
Metrô
Semáforo
Estacionamento
Ônibus
Faixa de pedestre
Sentido único
Ciclovia
Semáforo + faixa de pedestre
Sentido duplo
35
2.1 Brasília
Considerando um percurso básico a ser realizado por um pedestre, um cadeirante e um ciclista, nota-se que o eixo monumental de Brasília possui muito problemas. Com relação ao pedestre e o cadeirante, há alguns pontos onde não há uma travessia adequada, o que deixa esses locais inseguros para atravessar as vias. Além disso, surgem outros pontos de quebra de percurso
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
para o cadeirante, com a falta de rampas para descer e subir nas calçadas em certas travessias. Por fim, a ciclovia não tem uma continuidade até a extremidade do eixo, fazendo com que não seja possível que o ciclista percorra todo esse percurso com segurança, sendo destacado em linha pontilhada na imagem o trecho do percurso que não possui a ciclovia.
Percurso pedestre
Mapa de Percursos
Percurso cadeirante Percurso ciclista Quebra de percurso
36
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.1 Brasília
Analisando a distância entre os monumentos do eixo de Brasília, percebe-se que em alguns momentos eles são muito espaçados, excedendo a distância caminhável confortável de 600m. No trecho dos ministérios essa distância é pequena, entretanto, esses não são edifícios com visitação. Se considerar apenas os edifícios que são de fato atrativos aos visitantes, essa distância tornase ainda maior. Na parte de cima de imagem, a distância entre a biblioteca, o
museu e a catedral é aceitável, variando de 240m a 300m de distância. Porém, seguindo esse percurso só haverá outro atrativo no Palácio do Itamaraty, até o qual é necessário caminhar 945m, e posteriormente a Praça dos Três Poderes, somando mais 600m ao percurso. Observando a parte de baixo da imagem isso se torna ainda mais grave, com uma distância de 1605m entre o Palácio da Justiça e o teatro.
Mapa de Distâncias
600m
300m
185m
135m
95m
95m
95m
95m
95m
95m
95m
95m 95m
95m
95m
95m
240m
300m
240m
250m
185m
580m
150m
95m
95m
95m
600m
150m
2335m
37
2.1 Brasília
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.1.2 Segurança Viária Analisando as travessias e cruzamentos do eixo de Brasília, nota-se que existem alguns problemas de segurança viária ao longo de alguns percursos. O detalhe retratado mostra um cruzamento adequado, em que o pedestre tem total segurança para atravessá-lo. Entretanto, em alguns pontos desse eixo há
travessias sem nenhum tipo de tratamento que traga segurança ao pedestre, como semáforo ou faixa de pedestre, tornando-os pontos de conflitos entre modais ao longo do trajeto, os quais estão em destaque na imagem.
Mapa de Conflitos
38
Travessia Cruzamento
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.1 Brasília
Detalhe Cruzamento
39
2.1 Brasília
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.1.3 Conforto Ambiental No eixo monumental de Brasília nota-se que há pouquíssimas áreas arborizadas, o que é uma característica desfavorável com relação ao clima do local. A cidade possui um clima quente e seco na maior parte do ano e, por isso, a presença de mais áreas arborizadas nesse eixo tornaria o local mais agradável ao usuário. Há pouquíssimas áreas de descanso ao longo do eixo de Brasília. O percurso completo do eixo é uma enorme distância a ser percorrida por um pedestre,
sendo que não está equipado com mobiliário urbano adequado para repouso durante o trajeto, fazendo com que seja um percurso penoso para o usuário, sem possibilidade de pausas para descanso em grande parte desse espaço. Além disso, a maioria das áreas de descanso existentes está situada em áreas áridas, sem nenhum tipo de vegetação ou sombreamento, o que faz com que sejam quase inutilizadas em razão do clima dessa localidade.
Mapa de Arborização
40
Arborização
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.1 Brasília
4
3
4
6 Fonte: Arquivo pessoal
1 2
5 5
Mapa de Áreas de Descanso 1
Fonte: Arquivo pessoal
2
Fonte: Arquivo pessoal
Áreas de descanso
Fonte: Arquivo pessoal
3
Fonte: Arquivo pessoal
6
Fonte: Arquivo pessoal
41
2.1 Brasília
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
Iluminação
Tipo
O eixo monumental de Brasília está equipado com postes de iluminação com um tipo bem simplificado, espaçados 34m entre si. Eles estão situados ao longo da via, como normalmente acontece, iluminando bem esse trecho do eixo. Entretanto, como nesse caso os edifícios estão em sua maioria afastados da rua, a iluminação dos espaços entre eles fica prejudicada, mesmo havendo uma iluminação especial para os monumentos em si. Isso prejudica a utilização noturna desse espaço.
34m
34m
34m
Fonte: Arquivo pessoal
42
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.1 Brasília
2.1.4 Amenidade
4 1
6 2
3
5
7
Mapa de Amenidade
1
Fonte: https://commons.wikimedia.org/
1
Fonte: https://www.flickr.com/photos/aragao
Amenidade
1
Fonte: https://commons.wikimedia.org/
43
2.1 Brasília
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2
44
5
Fonte: Arquivo pessoal
Fonte: http://www.skyscrapercity.com
3
6
Fonte: https://commons.wikimedia.org/
Fonte: https://commons.wikimedia.org/
4
7
Fonte: https://commons.wikimedia.org/
Fonte: https://commons.wikimedia.org/
No aspecto de amenidade, o eixo de Brasília conta com alguns elementos que tornam o percurso do pedestre esteticamente mais agradável. Podem ser listadas nesses elementos algumas esculturas, dentre elas as três esculturas da Praça dos Três Poderes, a Estátua da Justiça que fica em frente ao Supremo Tribunal Federal e a famosa escultura dos Candangos. Além delas, há os quatro evangelistas no acesso à catedral e a escultura localizada no espelho d’água do Palácio do Itamaraty. Os próprios espelhos d’água dos palácios e o tratamento paisagístico com palmeiras e o espelho d’água do Congresso Nacional contribuem para essa amenidade do trajeto. Há também o trabalho realizado na parede externa do Teatro Nacional, que torna tal edifício e o espaço em si mais ameno.
2.2 Camberra
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.2 Camberra
2.2 Camberra O eixo monumental de Camberra inicia-se no Memorial de Guerra Australiano e termina no Parlamento da Austrália. É um eixo diferenciado, pois é interrompido em certo ponto ao longo de sua extensão pelo lago Burley Griffin, o que faz com que haja uma quebra de continuidade. Ele possui no total 3,3km de extensão, entretanto, será analisado apenas o trecho que precede essa interrupção, indo do Memorial de Guerra Australiano até o lago, totalizando 1,2km para análise.
Este é também um eixo institucional, porém esse trecho que está sendo analisado possui uma característica particular, todos seus edifícios e monumentos são voltados para a temática de guerra. Ele começa no principal deles, o Memorial de Guerra Australiano, e é ladeado por inúmeros memoriais menores que homenageiam acontecimentos históricos específicos. Esse trecho se encerra nos edifícios da Anzac (Forças Armadas da Austrália e Nova Zelândia). Além disso, essa avenida está inserida em uma zona completamente residencial, estando cercada por casas. Memorial de Guerra Australiano
N
1,2 km
3,3 km
Eixo monumental de Camberra
Parlamento da Austrália
47
2.2 Camberra
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
Identificação dos Edifícios
Anzac (Forças Armadas da Austrália e Nova Zelândia) Est Building
Anzac (Forças Armadas da Austrália e Nova Zelândia) West Building
Memorial Austrália - Nova Zelândia
Memorial Austrália - Nova Zelândia
Memorial de Tobruk
Memorial da Montaria
Memorial Nacional das Forças Vietnamitas
Memorial da Força Aérea Real Australiana
Memorial Nacional dos Serviços de Enfermagem Australianos
Memorial da Guerra Coreana
Memorial da Marinha Real Australiana
Memorial do Exército Australiano
Memorial de Kemal Atatürk
Memorial Helênico
Memorial de Guerra Autraliano
48
CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
4.2 Camberra
Cortes Longitudinais
Anzac (Forças Armadas da Austrália e Nova Zelândia) West Building
Os cortes longitudinais de Camberra mostram que foi deixado um amplo espaço livre à frente do principal edifício monumental, para que lhe fosse dado o devido destaque. No entanto, os outros memoriais, por serem menores, foram inseridos em um percurso com condições agradáveis ao visitante, havendo um monumento relativamente perto do outro e uma preocupação com o conforto desse espaço.
Memorial da Montaria Memorial Austrália Nova Zelândia
60m
Memorial do Exército Australiano
70m
Memorial de Guerra Australiano
Memorial Helênico
220m
180m
49
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.2.1 Acessibilidade
A respeito da pavimentação desse local, analisando os mapas fica claro que em Camberra há uma enorme predominância de áreas permeáveis comparadas com as áreas não permeáveis. É notável que as áreas gramadas e de calçamento permeável somam uma grande parcela da área total desse eixo, restando apenas uma pequena porcentagem de asfalto e calçamento de cimento. Isso não impede um bom deslocamento do pedestre ao longo dessa avenida.
2.2 Camberra
Pavimentação
Asfalto (material não permeável)
51
2.2 Camberra
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
Pavimentação
Calçamento de cimento (material não permeável)
Calçamento de blocos de cimento com variação de colocaração (material não permeável)
52
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.2 Camberra
Pavimentação
Pavimentação
Calçamento em agregado de resina e pedra natural com colocação avermelhada (pavimentação permeável)
Gramado (pavimentação permeável)
53
2.2 Camberra
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
Corte Transversal Memorial de Guerra Australiano
991
100
3
31 31
882
200
Gramado
Calçamento em cimento
Gramado arborizado
Asfalto
Gramado arborizado
casas com um pavimento)
6 5 65
Asfalto
15 5
Calçamento
6 61
Canteiro
Asfalto
5
Calçamento em agregado de resina e pedra natural
9 95
Canteiro
10
Calçamento
3
Gramado
Asfalto
31 13
Calçamento em cimento
8 83
Gramado arborizado
20
Gramado arborizado
casas com um pavimento)
*Medidas em metros
199
O corte transversal do eixo monumental de Camberra mostra que a dimensão desse eixo é um pouco menor do que os eixos monumentais em geral. É composto por um grande canteiro central de 37m de largura em um material de pavimentação diferenciado e trabalhado com canteiros, o qual é ladeado por vias principais de duas pistas de rolagem sem estacionamento. Posteriormente a essas vias, há um calçamento para circulação de pedestres
54
cercado por áreas gramadas e arborizadas, uma via local para acesso às residências e um grande gramado arborizado antes de chegar de fato às casas. Isso resulta em um total de 199m de largura. Calculando a porcentagem dessas divisões do corte, chega-se a um valor de 82,91% de espaço destinado a pedestres e 17,09% de espaço para os veículos, havendo também nesse caso certa prioridade ao pedestre.
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
Esse mapa operacional deixa claro que o eixo de Camberra é destinado à visitação a pé. Ele não conta com muitos estacionamentos, mas é bem equipado com relação a paradas de ônibus. Há travessias em pontos estratégicos do eixo, mas em alguns momentos nota-se que a distância entre elas é relativamente
2.2 Camberra
longa, havendo uma pequena deficiência nesse aspecto. A ciclofaixa, mesmo que não esteja situada na via principal do eixo, segue de uma extremidade a outra, suprindo bem esse deslocamento.
Mapa Operacional
Metrô
Semáforo
Estacionamento
Ônibus
Faixa de pedestre
Sentido único
Ciclofaixa
Semáforo + faixa de pedestre
Sentido duplo
55
2.2 Camberra
No eixo monumental de Camberra, traçando-se um percurso básico a ser realizado por um pedestre, um cadeirante e um ciclista, existem alguns poucos pontos de interrupção desse percurso. Na frente do Memorial de Guerra Australiano nota-se a quebra do percurso para o acesso a esse edifício, havendo
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
em alguns momentos nesse local correntes que impedem a entrada por esse ponto em qualquer um dos três casos. Além disso, não existe a possibilidade de deslocamento do pedestre ou cadeirante pelo canteiro central desse eixo, não havendo travessias nas vias que o cortam perpendicularmente.
Percurso pedestre
Mapa de Percursos
Percurso cadeirante Percurso ciclista Quebra de percurso
56
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.2 Camberra
Considerando a distância entre os monumentos do eixo de Camberra, nota-se certa regularidade dessas medidas. Essa distância varia da medida mínima de 70m, passando pelo valor mais comum de 120m, chegando a 180m em frente ao edifício principal do eixo, o Memorial de Guerra Australiano, e, por fim, a maior
medida encontrada entre atrativos é de 240m em um ponto do eixo que há a travessia de uma via que o intercepta. Sendo assim, conclui-se que todas essas distâncias são confortavelmente caminháveis ao pedestre.
Mapa de Distâncias
180m
100m
120m
240m
120m
120m
120m
70m
130m
1200m
57
2.2 Camberra
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.2.2 Segurança Viária Os cruzamentos e travessias identificados no eixo de Camberra, assim como o detalhe representado, estão adequados e trazem segurança ao pedestre durante essas travessias. Os únicos pontos que podem ser destacados como conflitos no mapa ocorrem apenas caso um usuário pretenda circular de uma extremidade a outra desse eixo pelo canteiro central, havendo esse conflito
com as vias que o cruzam perpendicularmente, pontos onde não há nenhum tipo de travessia. Entretanto, é possível que este atravesse com segurança no cruzamento dessas vias e retorne ao canteiro central, não sendo um conflito grave, o qual é facilmente resolvido.
Travessia
Mapa de Conflitos
58
Cruzamento
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.2 Camberra
Detalhe Cruzamento 59
2.2 Camberra
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.2.3 Conforto Ambiental No eixo monumental de Camberra há uma grande quantidade de manchas de arborização. Essas árvores sombreiam as calçadas de circulação do pedestre, tornando seu trajeto mais agradável. Além disso, elas funcionam como uma barreira visual entre o eixo monumental e a zona residencial que fica logo após essas árvores, sendo que essa área residencial também é bastante arborizada, contribuindo para a melhoria do clima local.
Como a distância a ser percorrida de uma extremidade a outra do eixo é grande, uma regularidade de áreas de descanso ao longo do eixo monumental é importante, e é o que ocorre no eixo de Camberra. Há locais de repouso em todos os memoriais que compõem esse eixo, além das grandes áreas de descanso ao lado do edifício principal, fazendo com que esteja sempre disponível ao pedestre sempre um local para descansar durante seu trajeto.
Mapa de Arborização
60
Arborização
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.2 Camberra
4
1
5 4
2
Fonte: Street view, Google Earth
5
6
3
Mapa de Áreas de Descanso 1
Fonte: Street view, Google Earth
2
Fonte: Street view, Google Earth
Áreas de descanso Fonte: Street view, Google Earth
6
3
Fonte: Street view, Google Earth
Fonte: Street view, Google Earth
61
2.2 Camberra
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
Iluminação
Tipo
5m
O tipo dos postes de iluminação do eixo monumental de Camberra mais moderno e inovador. Seu design com uma bifurcação que separa duas lâmpadas 5m uma da outra faz com que a distância entre eles possa ser maior, a cada 40m, sem prejudicar a iluminação do local. Como os memoriais estão relativamente próximos da avenida, onde está situada a linha dos postes, esses monumentos também ficam bem iluminados durante a noite, contribuindo para que esse espaço possa ser bem utilizado nos diferentes horários.
40m 40m
Fonte: Street view, Google Earth
62
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.2 Camberra
2.2.4 Amenidade
3 4
1
6
8
10
12
14 15
2 5
7
11
9
13
16
Mapa de Amenidade
1
Fonte: Street view, Google Earth
2
Fonte: Street view, Google Earth
Amenidade
3
Fonte: http://www.virtualtourist.com
63
2.2 Camberra
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
4
Fonte: https://commons.wikimedia.org/
5
Fonte: http://www.virtualtourist.com
6
Fonte: https://commons.wikimedia.org/
64
7
Fonte: https://commons.wikimedia.org/
8
Fonte: http://www.virtualtourist.com
9
Fonte: http://www.virtualtourist.com
10
Fonte: http://www.virtualtourist.com
11
Fonte: http://www.virtualtourist.com
12
Fonte: http://www.virtualtourist.com
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.2 Camberra
13
Fonte: http://www.virtualtourist.com
14 16
Fonte: http://www.studiopacific.co.nz/
15
Com relação à amenidade, os próprios memoriais do eixo de Camberra são elementos que contribuem para tornar o percurso melhor esteticamente. Esses memoriais são compostos de esculturas e elementos interativos que contribuem no quesito amenidade desse espaço. Além disso, o edifício principal, o Memorial de Guerra Australiano, é cercado por áreas com tratamento da pavimentação, tratamento paisagístico, mobiliário urbano, além de alguns elementos esculturais. Por fim, o próprio tratamento do canteiro central com uma pavimentação diferente e pequenos canteiros fazendo uma composição trazem amenidade a esse espaço.
Fonte: http://www.virtualtourist.com
65
2.3 Washington
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.3 Washington
2.3 Washington O eixo monumental de Washington é um eixo institucional cultural que se estende do Capitólio dos Estados Unidos, na extremidade leste, até o Monumento a Lincoln, em seu oposto, totalizando 3,2km de extensão. Será considerado para análise apenas o trecho que vai do Capitólio até o Monumento a Washington. Essa parcela do eixo é também conhecida como National Mall e possui 2,2km de comprimento.
Esse eixo é institucional como os outros, contudo possui um forte caráter cultural, com a predominância de edifícios com visitação e função de entretenimento. Ele se inicia no Capitólio dos Estados Unidos, é ladeado por edifícios culturais – como diversos museus, galerias, memoriais, teatros e pelo Jardim Botânico – e termina no Monumento a Washington, um enorme obelisco, importante marco da cidade.
N
Capitólio dos Estados Unidos da América
Monumento a Lincoln
2,2km
3,2 km Monumento a Washington
Eixo monumental de Washington 69
2.3 Washington
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
Identificação dos Edifícios Monumento a Washington
Teatro Sylvan
Departamento de Administração de Agricultura dos Estados Unidos (Anexo)
Museu Nacional de História e Construção da Cultura Afro-Americana
Museu Nacional de História Americana
Galeria de Arte Galeria Arthur M. Sackler Instituto Smithsoniano
Museu Nacional de História Natural
Museu Nacional de Arte Africana Edifício das Artes e Indústria
Museu e Jardim de Esculturas Hirshhorn Museu Nacional do Ar e Espaço
Galeria Nacional de Arte
Museu Nacional do Índio Americano
Jardim Botânico dos Estados Unidos
Capitólio dos Estados Unidos da América
70
Memorial Ulysses S. Grant
CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
Corte Longitudinal
4.3 Washington
Os cortes longitudinais de Washington mostram como se buscou dar destaque a essa escala monumental nesse espaço com as enormes distâncias entre os edifícios principais e os outros edifícios do local, distâncias que tornam esse percurso cansativo em alguns momentos. Entretanto, os edifícios institucionais culturais estão um pouco mais próximos um do outro, além do que todos os edifícios laterais são visitáveis, fazendo com que haja um atrativo forte em menores distâncias percorridas.
Galeria Nacional de Arte Capitólio dos Estados Unidos da América
270m
350m
71
CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
4.3 Washington
Corte Longitudinal
Museu Nacional de História Natural Museu Nacional de História Americana Monumento a Washington
450m
345m
73
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.3.1 Acessibilidade
2.3 Washington
Pavimentação
Sobre a pavimentação desse local, há uma enorme quantidade de áreas gramadas que fazem com que o percentual de áreas permeáveis seja alto, além que conta com áreas de calçamento em pedrisco, um material também permeável. Existem ainda amplas vias asfaltadas e uma série de calçadas de concreto que facilitam o deslocamento ao longo desse eixo, porém não são permeáveis. Ainda assim, a porcentagem de áreas permeáveis se mantém maior do que as áreas não permeáveis.
Asfalto (material não permeável)
75
2.3 Washington
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
Pavimentação Calçamento de concreto com britas de baixa gramatura (material não permeável)
Calçamento de concreto com variação de coloração (material não permeável)
Calçamento de concreto com britas de alta gramatura (material não permeável)
76
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.3 Washington
Pavimentação
Pavimentação
Pedrisco de baixa gramatura na coloração bege (pavimentação permeável)
Gramado (pavimentação permeável)
77
CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
4.3 Washington
Corte Transversal
Museu Nacional de História Natural
Capitólio dos Estados Unidos da América
Museu Nacional do Ar e Espaço
*Medidas em metros
79
7
casas com um pavimento)
17 77
Gramado arborizado
2 311
Calçamento de concreto
10
Gramado Calçamento de concreto Gramado
9
Asfalto
Gramado arborizado
276
4
Pedrisco de baixa gramatura
42
Calçamento de concreto
13 Pedrisco de baixa gramatura
55
Gramado
13 Pedrisco de baixa gramatura
42
Gramado arborizado
4
Calçamento de concreto
9 Pedrisco de baixa gramatura
10
Asfalto
13 2
Gramado Calçamento de concreto Gramado
Calçamento de concreto
casas com um pavimento)
29
O corte transversal do eixo monumental de Washington deixa clara a grande dimensão desse eixo e sua boa distribuição de espaços. Em um total de 276m de largura, possui uma grande área central de 194m totalmente destinada a pedestres, composta por enormes gramados arborizados e trechos pavimentados com pedriscos ou calçamento de concreto para a circulação dos usuários. É sucedido por uma via de cada lado com apenas uma pista de rolagem e estacionamento nas duas laterais dessa via, totalizando 10m de largura. Por fim, em frente aos edifícios há uma variação de composição, mas são sempre grandes áreas com calçamento de concreto cortado por trechos gramados, canteiros ou árvores. Calculando a porcentagem dessas subdivisões do corte, chega-se a um valor de 92,75% de espaço destinado a pedestres e 7,25% de espaço para os veículos, sendo dada total prioridade ao pedestre nesse caso.
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
O mapa operacional do eixo de Washington mostra como esse eixo é bem equipado em todos os sentidos. Seus monumentos contam com estacionamento para quem vem visitá-lo de carro, além de que há estacionamento dos dois lados das vias principais. Porém, é notável a prioridade dada ao pedestre nesse caso. Há um enorme número de paradas de ônibus e principalmente de travessias
2.3 Washington
nos mais diversos pontos desse eixo, fazendo com que o pedestre circule com tranquilidade e segurança por toda sua extensão. No mapa está destacada a ciclofaixa, mas é importante destacar que o ciclista também pode circular pelas áreas com calçamento em pedrisco, dando opções de deslocamento através desse meio de transporte alternativo.
Mapa Operacional
Metrô
Semáforo
Estacionamento
Ônibus
Faixa de pedestre
Sentido único
Ciclofaixa
Semáforo + faixa de pedestre
Sentido duplo
81
2.3 Washington
Partindo de um percurso básico a ser realizado por um pedestre, um cadeirante e um ciclista, o eixo monumental de Washington mostra total continuidade desses percursos, os quais são coincidentes nesse caso. Nesses três tipos de
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
deslocamento, a pessoa consegue completar esse percurso com segurança e sem nenhum tipo de interrupção, o que mostra uma excelência desse eixo nesse aspecto.
Mapa de Percursos
Percurso coincidente de pedestre, ciclista e cadeirante Quebra de percurso
82
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
Com relação à distância entre os edifícios do eixo de Washington, esta é bastante variável ao longo do trajeto. A distância entre os edifícios atrativos com visitação, os museus, galerias e memoriais, varia entre 130m e 345m, uma distância confortável ao pedestre. Esse valor aumenta propositalmente nas
2.3 Washington
extremidades do eixo, onde estão localizados os principais monumentos do local, o Capitólio e o Monumento a Washington, chegando a um percurso de 620m para chegar até eles, um valor que passa pouco da máxima distância confortável para um indivíduo a pé de 600m.
Mapa de Distâncias
620m
270m
270m
130m
130m
260m
120m
225m
450m
345m
2215m
83
2.3 Washington
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.3.2 Segurança Viária O eixo de Washington, mais uma vez, mostra excelência ao serem analisados os cruzamentos e travessias ao longo dessa avenida. Assim como o detalhe representado, todas as outras travessias e cruzamentos do local estão adequados e trazem total segurança ao pedestre, não sendo encontrados
conflitos. Além disso, diferentemente do que se vê normalmente, há um enorme número de travessias ao longo desse eixo, possibilitando que a pessoa tenha diversas opções de pontos de travessia, o que deixa claro a prioridade total dada ao pedestre nesse local.
Travessia
Mapa de Conflitos
84
Cruzamento
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.3 Washington
Detalhe Cruzamento
85
2.3 Washington
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.3.3 Conforto Ambiental
O eixo monumental de Washington está adequadamente arborizado para o clima do local. Há um equilíbrio entre as áreas arborizadas e aquelas apenas gramadas, fazendo com que o pedestre tenha a opção de caminhar ao longo de uma calçada sombreada ou exposto ao sol, dependendo do clima em que
se encontra. Como o clima nesse local varia muito durante as estações do ano, ter essa possibilidade é bastante vantajoso ao pedestre, tornando seu passeio agradável em qualquer uma das diversas condições climáticas.
Mapa de Arborização
86
Arborização
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.3 Washington
2
3
4
5
6
8 7
1
Mapa de Áreas de Descanso 1
Fonte: Street view, Google Earth
9
Áreas de descanso
2
3
Fonte: Street view, Google Earth
Fonte: Street view, Google Earth
87
2.3 Washington
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
4
Esse eixo está também devidamente equipado com áreas de descanso ao longo de todo seu percurso. Alinhados às calçadas de pedrisco de circulação do pedestre no canteiro central, há bancos em toda sua extensão, desde o início desse canteiro em frente ao obelisco até a via que antecede o Capitólio, representados pelas linhas contínuas na imagem. Esses equipamentos de repouso estão a uma distância de no máximo 12m entre si ao longo de todo esse percurso. Mesmo com a frequência de bancos ao longo desse trajeto, conta ainda com áreas de descanso em edifícios específicos ao longo do eixo, incluindo grandes muretas que funcionam para sentar em seus dois monumentos principais, o Capitólio e o Monumento a Washington.
Fonte: Street view, Google Earth
5
Fonte: Street view, Google Earth
6
Fonte: Street view, Google Earth
88
7
Fonte: Street view, Google Earth
8
Fonte: Street view, Google Earth
9
Fonte: Street view, Google Earth
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.3 Washington
Iluminação
No eixo monumental de Washington, os postes de iluminação são de um tipo mais clássico, dispostos a cada 30m. A diferença é que nesse caso há uma linha de postes nas vias, outra ao longo da primeira calçada no canteiro central e uma terceira no segundo calçamento desse canteiro. Isso faz com que toda a área desse eixo seja muito bem iluminada, propiciando que o espaço seja bastante utilizado também no período da noite.
Tipo
30m 30m
Fonte: Street view, Google Earth
89
2.3 Washington
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.3.4 Amenidade
1
2
4
3
6
7 8
5
9
14
10 11
12
13
Mapa de Amenidade
1
Fonte: https://commons.wikimedia.org/
90
2
Fonte: Street view, Google Earth
Amenidade
3
Fonte: https://commons.wikimedia.org/
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
4
Fonte: Street view, Google Earth
5
Fonte: https://commons.wikimedia.org/
6
Fonte: Street view, Google Earth
2.3 Washington
7
Fonte: Street view, Google Earth
8
Fonte: https://commons.wikimedia.org/
9
No eixo de Washington, o aspecto da amenidade é bem trabalhado ao longo do percurso. Em geral, os edifícios possuem um tratamento de calçamento, tratamento paisagístico e elementos de destaque como fontes e esculturas ao seu redor. Esses elementos estão bem distribuídos ao longo do eixo e fazem com que o trajeto realizado seja esteticamente diferenciado, tornando a experiência de visita a esse espaço muito mais agradável.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/
91
2.3 Washington
OBJETOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO, LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
10
13
Fonte: Street view, Google Earth
11
Fonte: http://washington.dukegill.com
14
Fonte: Street view, Google Earth
12
Fonte: https://commons.wikimedia.org/
Fonte: Street view, Google Earth
92
3. Conclus達o
CONCLUSÃO
3. Conclusão Este ensaio teve como objetivo analisar características físicas de eixos monumentais para compreender como funciona essa escala monumental e como esta interfere no pedestre. Foram realizadas análises de diversos fatores de cada um desses eixos, em busca de uma melhor compreensão sobre esse tipo de espaço e como ele pode se tornar bom ou ruim ao visitante. Fica claro que todos os aspectos analisados estão relacionados entre si, interferindo-se mutuamente e ajudando a melhorar um espaço que, caso não seja bem trabalhado, pode ser percebido como um local completamente desconfortável aos usuários, principalmente ao usuário pedestre. O eixo monumental de Brasília é o mais extenso dos três em sua totalidade, destaque para a grandiosidade e a importância desse local e dos edifícios que o compõem. É um eixo institucional tomado por órgãos governamentais, além de contar com alguns edifícios com função cultural. Já o de Camberra é um eixo voltado para a temática da guerra, importante tema para a população local, e que tem essa ligação temática entre todos os seus edifícios. Embora seja o menor deles, destaca-se pela simplicidade e por suas características estéticas diferenciadas. Por fim, o eixo de Washington buscou aliar a função institucional e a cultural, que possui fortemente ao uso desse espaço pela população, com grande destaque para os principais edifícios nas suas extremidades.
As grandes distâncias são uma característica necessária para que a monumentalidade do eixo aconteça e haja o destaque dos edifícios ali inseridos. Entretanto, há outros aspectos que devem ser levados em consideração para que, mesmo com tais características, o eixo se mantenha como um espaço agradável ao usuário, como a proporção entre as medidas do local, fator determinante para que o pedestre não se sinta mal nesse espaço, oprimido por tal escala. Para que o deslocamento por um eixo monumental se torne agradável ao visitante, é necessário que sejam utilizados artifícios que amenizem esse aspecto, sob pena de tornar incômoda uma visita a pé ao local. O mais comum desses artifícios é a inserção de atrativos por toda a extensão do eixo, para que o pedestre sinta-se interessado em continuar o percurso. Assim, não devem ser dispostos nesses eixos apenas edifícios institucionais, mas também edifícios voltados para os segmentos cultural e turístico. Em Brasília, nem todos os edifícios do eixo monumental estão abertos à visitação ou despertam algum interesse ao visitante, fazendo com que o percurso seja menos interessante em alguns momentos, desestimulando a conclusão do trajeto. Já em Camberra, o eixo é composto por diversos memoriais de guerra, que não são propriamente edifícios culturais e visitáveis, mas
geram certa curiosidade ao visitante. Por fim, o eixo de Washington pode ser considerado o melhor deles nesse sentido, pois está repleto de museus e galerias, que atraem as pessoas e as estimulam a continuar a visita ao longo do eixo. É necessário que esses eixos sejam acessíveis, pois a ausência de mobilidade pode afetar e desestimular o visitante. É necessário que o local tenha a pavimentação adequada, que a distância entre os monumentos seja confortavelmente caminhável, que haja meios de se chegar ao eixo através de transporte público de qualidade e bem distribuído no local, maneiras de se deslocar nesse espaço com tranquilidade e segurança, percursos contínuos para o pedestre, cadeirante e ciclista, incluindo os elementos necessários para que isso seja possível, como por exemplo ciclovias ou ciclofaixas, rampas nas calçadas e travessias etc. Nesse sentido, o eixo de Washington é o melhor equipado dos três, contando com todos esses elementos bem distribuídos ao longo desse espaço. O de Brasília é o que possui um maior número de deficiências no quesito acessibilidade, pois mesmo contando com esses elementos, nem todos eles são adequados e suficientes ao local. Por fim, o de Camberra é o mais adequado em relação a distâncias entre os monumentos presentes, tendo em vista que possui distâncias menores, que cansam menos o pedestre durante seu deslocamento em uma visita completa ao eixo. 95
CONCLUSÃO
Outro fator de extrema importância para que o pedestre sinta vontade de continuar caminhando por esse espaço é a segurança viária. O eixo de Washington traz uma excelência nesse sentido, pois possui travessias e cruzamentos bem adequados ao pedestre, além de priorizar seu deslocamento, contando com inúmeras travessias ao longo de sua extensão. O eixo de Camberra está praticamente adequado em sua totalidade, mas a quantidade de pontos de travessia é bem menor, reduzindo as possibilidades de percurso. Por fim, o eixo de Brasília é o que apresenta os maiores problemas, com diversos pontos do trajeto em que não existe possibilidade de travessia segura, sem nenhum tipo de elemento que promova a segurança do pedestre, como semáforo ou faixa de pedestre. É preciso que haja conforto ambiental nesses espaços, pois isso será determinante para o bom estado físico do pedestre ao longo do percurso. Esses eixos precisam ser devidamente equipados com áreas de descanso, áreas sombreadas de circulação e permanência, iluminação eficiente, dentre outros aspectos. Tais fatores amenizam a grande distância a ser percorrida e podem tornar essa experiência agradável, contornando as condições adversas que poderiam atrapalhar o trajeto. Nesse caso, mais uma vez, o eixo de Washington é exemplar, com mobiliário urbano de descanso, iluminação e arborização bem distribuídos por todo o espaço. Camberra também conta com esses elementos em toda sua extensão, mas
96
em menor escala. E Brasília é o que traz consigo uma diversidade de problemas nesse aspecto, principalmente os relacionados com arborização e áreas de descanso. Há uma enorme deficiência desses elementos nesse eixo, tornando seu percurso muito penoso ao pedestre e quase impossível de ser realizado em sua totalidade. Tais elementos são de extrema importância para que esses espaços sejam bem vivenciados pelo pedestre, sendo que a falta deles acaba afastando o visitante desse local. Por fim, um aspecto que torna o deslocamento por esses eixos ainda mais agradável é a amenidade. É importante que existam elementos nesse percurso que tornem o deslocamento do pedestre esteticamente mais agradável e interessante. Um percurso que conta com elementos como tratamento de piso, tratamento paisagístico, fontes e esculturas, dentre outros, torna-se mais interessante ao usuário e faz com que o passeio seja mais ameno, além de despertar maior interesse para a continuidade do trajeto. Nesse aspecto, os três eixos contam com elementos marcantes em diversos pontos de sua extensão, sendo o de Washington o melhor distribuído, já que a maioria dos edifícios ali presentes possuem elementos desse tipo. Por serem eixos monumentais, à primeira vista o percurso total para visitação dos eixos é muito grande para ser realizado a pé, tornando-se mais agradável com a conciliação de trajetos possíveis de serem realizados por algum meio de transporte, como bicicleta, transporte público
ou veículo particular. Apesar disso, a análise aponta certa prioridade ao pedestre, embora nem sempre esses espaços estejam adequados à utilização e permanência desses usuários. Como o foco deste ensaio é o deslocamento e a interação do pedestre nesses espaços, sob o impacto da escala monumental, podese afirmar que existem vários elementos para serem inseridos nesses eixos que possibilitam a superação de algumas características físicas que podem ser desconfortáveis ao usuário, fazendo com que esse espaço transforme-se em um local agradável, seguro e atrativo ao pedestre. Resumidamente, são exemplos desses elementos: atrativos no percurso, acessibilidade, mobilidade, calçadas adequadas, segurança nas travessias e cruzamentos, condições climáticas agradáveis, áreas de descanso, tratamento estético dos espaços, dentre outros aspectos imprescindíveis para que tal espaço seja funcional, planejado e agradável ao usuário pedestre.
Embora a monumentalidade seja o grande destaque desses eixos, conferindo-lhes beleza e grandiosidade, tanto o pedestre que se utiliza desse espaço diariamente para seu deslocamento ao trabalho quanto o visitante devem percebê-lo como um espaço vivo, funcional e integrado à cidade.
CONCLUSÃO
B
RUIM
W
B
RUIM
C
B
RUIM
C
B
RUIM
B
RUIM
RUIM
PERCURSO SEQUENCIAL
W
BOM
SEGURANÇA VIÁRIA
BOM
ILUMINAÇÃO
BOM
ARBORIZAÇÃO
BOM
PERMEABILIDADE
BOM
ÁREAS DE DESCANSO
BOM
ATRATIVIDADE
W
B
B
BOM
C
C
C
W
W
W
B
ACESSIBILIDADE (DISTÂNCIAS)
W
C
RUIM
RUIM
C
B
RUIM
BOM
C
W
C
W
BOM
AMENIDADE
B
BRASÍLIA
C
CAMBERRA
W
WASHINGTON
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4. Bibliografia
BIBLIOGRAFIA
4. Bibliografia LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. Tradução de Jefferson Luiz Camargo. 2ª edição. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010. MCCLUSKEY, Jim. El diseño de vías urbanas. Tradução de Josep Maria Solá Huguet e Helena Coch Roura. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, S.A., 1985. GONDIM, Monica Fiuza. Caderno de Desenho: Ciclovias. Fortaleza: Espressão Gráfica e Editora Ltda, 2006. HOLANDA, Frederico de. O espaço de exceção. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2002. JACOBS, Allan B. Great Streets. Massachusetts: Massachusetts Institute of Technology, 1993. JACOBS, Allan B; MACDONALD, Elizabeth; ROFÉ, Yodan. The Boulevard Book – History, Evolution, Design of Multiway Boulevards. Massachusetts: Massachusetts Institute of Technology, 2002. <http://nationalmall.org/about> Acesso em 27 de abril de 2015. <http://washington.org/DC-guide-to/national-mall> Acesso em 27 de abril de 2015. <http://www.australia.com/pt-br/places/canberra.html> Acesso em 27 de abril de 2015. <http://www.visitcanberra.com.au/> Acesso em 27 de abril de 2015. <http://doc.brazilia.jor.br/Vias/Eixo-Monumental.shtml> Acesso em 27 de abril de 2015. <http://www.cultura.df.gov.br/historia-de-brasilia.html> Acesso em 27 de abril de 2015.
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