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comunidade portuguesa de Cambridge

sua juventude, viu ali a sua grande oportunidade e ficou um ano a trabalhar para aprender o negócio e conseguir uma poupança que lhe permitisse a sua independência financeira. De volta a Massachusetts a vida não lhe sorriu como esperava e, aos 34 anos, voltou para o Canadá para trabalhar no mesmo ramo. Eventualmente abriu o seu próprio negócio em Ayr com o nome de Maple Leaf Tack Factory mas não teve o desejado sucesso e a certa altura acabaria por se estabelecer em Galt, a 16 quilómetros dali. Vendeu o negócio e, incentivado por um sobrinho americano que ganhava a vida vendendo peixe do mar aos criadores de doninhas (“mink farms”) pelos Estados Unidos, decidiu tentar o mesmo no Canadá. Esta oportunidade de negócio surgiu da constatação de que o peixe dos rios continha uma enzima qualquer que destruía a vitamina complex B nas doninhas e, por isso, era essencial providenciar peixe do mar para a produção doméstica daqueles animais.

Manuel Cabral fazia várias visitas à sua terra natal e a Rhode Island onde se localizavam os grandes exportadores de “sea food” que lhe forneciam a matéria-prima para os seus clientes espalhados por todo o Ontário, desde North Bay até Ottawa e Quebec. Foi numa dessas visitas que um amigo em Rhode

Island lhe falou de Manuel Arruda, um conterrâneo acabado de chegar na primeira imigração para o Canadá e “abandonado” algures, em Montreal. Trouxe-o para sua casa em Galt e foi desse modo que começou o fluxo de tantos outros açorianos para aquela cidade. Na primavera seguinte, Manuel Arruda chamou o irmão Evaristo e o cunhado que foram direcionados para os “farms” em Leamington. Manuel Cabral, com autorização do Departamento Canadiano da Imigração, foi buscá-los para trabalharem para si. Em pouco tempo a notícia correu de boca em boca, e ele chegou a dar alojamento a seis ou sete homens portugueses num apartamento seu que tinha vazio na altura, conseguindo trabalho para a maior parte deles.

No outono, quando terminava a safra do tabaco em Leamington, muitos imigrantes apareciam-lhe à porta de casa a pedir emprego. A todos tentava acudir dentro das suas possibilidades. Nos anos seguintes, os novos imigrantes continuavam a chegar de toda a parte e Manuel Cabral encaminhava-os como melhor sabia. Levava-os à Imigração, às fábricas, às fundiçōes e oficinas na região. O inglês era a sua língua nativa mas nunca deixara de compreender o português dos seus pais e avós. A vinda dos imigrantes portugueses e a sua interação com eles veio aumentar ainda mais a sua fluência na língua portuguesa, ao atuar como intermediário e intérprete nos serviços governamentais de Galt e arredores.

Durante a década de 60, Manuel Cabral era requisitado continuamente por toda a região do sudoeste do Ontario onde os portugueses se iam estabelecendo. Servia semanalmente de intérprete nos tribunais de Galt, viajando ainda para London, Oakvil- le, Brantford, Woodstock e Kitchener/Waterloo.

Faleceu no dia 7 de setembro de 1979 e foi sepultado no Mount View Cemetery. Em 1997, foi agraciado postumamente, membro do Hall of Fame pela Câmara Municipal de Cambridge. À semelhança de Manuel Cabral, há muitos outros casos individuais de imigrantes que tiveram um papel primordial no estabelecimento de inúmeras comunidades espalhadas por este imenso país.

Blue BioTech Roadshow dinamiza a inovação azul nos Açores

Chegou ao fim o Blue BioTech Roadshow, uma iniciativa que visou capacitar projetos e ‘startups’ no setor da biotecnologia azul nos Açores.

Na sessão de encerramento, 12 equipas de ‘startups’ e projetos de I&D de biotecnologia azul sediados nos Açores, tiveram a oportunidade de apresentar as suas ideias inovadoras a um painel de jurados especialistas.

De entre as equipas que participaram, destacaram-se a AquaBioCatalysts, que “extrai e isola ingredientes a partir de organismos marinhos endémicos, tais como o colagénio, para utilização na indústria da cosmética e da nutracêutica, e a Circular Blue Group que desenvolve novas fibras

Governo dos Açores investe 1,5ME na proteção da orla costeira da Calheta de São Jorge

têxteis através da junção de lixo marinho, proveniente de artes de pesca, com os biorecursos marinhos. Ambas vencedoras, foram premiadas com 6 sessões de mentoria especializada durante seis meses com a BlueBio Alliance – Associação Portuguesa dos Biorrecursos Marinhos”.

A nota de imprensa do Governo dos Açores refere ainda que a escolha foi da responsabilidade de um painel de jurados composto por Luz Paramio, membro do Conselho Diretivo do Fundo Regional da Ciência e Tecnologia, Maria Moreira Feio, gestora de projeto na Fundação Oceano Azul, Mário Rui de Pinho, Diretor Regional de Políticas Marítimas e João Rito, presidente executivo da BlueBio Alliance.

AO/MS

Piloto e proprietário morre aos comandos do seu hidroavião nos Açores

Um homem morreu na queda de um hidroavião no mar, junto do Portinho do Calhau, na ilha do Pico, nos Açores.

As causas da queda do aparelho são desconhecidas. Foi aberto um processo de investigação.

O comandante dos bombeiros das Lajes do Pico diz, citando testemunhas no local, que o incidente ocorreu quando a aeronave iniciou a descolagem.

O único ocupante do hidroavião era o proprietário da aeronave.

RTP/MS

O Governo dos Açores investiu 1,5 milhões de euros na proteção da orla costeira da Calheta, São Jorge, obra que protege a população e que “projeta a economia azul”, segundo anunciou o líder do executivo.

“Não se trata apenas de uma obra de betão, mas de uma infraestrutura de valorização, que cuida das alterações climáticas, que valoriza o território e que projeta a economia azul que queremos abraçar com sucesso nas nossas ilhas todas”, declarou José Manuel Bolieiro.

O presidente do Governo Regional (PSD/ CDS-PP/PPM) discursava na inauguração da empreitada de proteção do caminho municipal da Calheta, concelho da ilha de São Jorge, que custou cerca de 1,5 milhões de euros.

Para José Manuel Bolieiro, a conclusão da infraestrutura de proteção representa um “momento histórico” para a região.

“Estamos a viver um momento histórico. Histórico para a vila da Calheta, para o município, mas também para os Açores. Histórico porque, no que diz respeito ao pretérito, corresponde a uma ambição”, assinalou.

O líder do executivo regional defendeu a necessidade de proteger a orla costeira dos Açores, quer por “razões de caráter am- biental”, quer para “proteger a população” das consequências das alterações climáticas. “Esta valorização deste caminho terrestre abre horizontes aos caminhos que o mar dá ao futuro dos Açores”, afirmou. José Manuel Bolieiro realçou ainda que “importa olhar o mar como uma oportunidade”, lembrando que existiu uma época marcada por “temores de corsários e de medo do mar”.

“É também uma oportunidade que estamos a desenhar para todas as nossas ilhas dos Açores de olhar em cada vila, em cada freguesia, em cada cidade, o mar como um horizonte de oportunidades. Em vez de estarmos de costas voltadas para o mar, abrimos o nosso olhar para este novo horizonte marítimo”, salientou.

Em dezembro de 2021, a Câmara do Comércio da ilha de São Jorge reivindicou a requalificação do porto da Calheta, defendendo a construção de uma “marina digna” e obras de proteção da orla costeira daquele concelho açoriano.

Aquela zona costeira da vila da Calheta é frequentemente assolada por fenómenos de agitação marítima devido ao mau tempo e que põem em causa as condições de segurança da falésia e da via adjacente. JA/MS

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