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China censura órgãos com notícias críticas sobre covid-19 e estado do jornalismo

A China censurou esta semana dois meios de comunicação social online que tinham publicado reportagens críticas da gestão de Pequim da pandemia de covid-19 e do estado do jornalismo no país.

As contas do “Health Insight” e do “Media Camp” nas redes sociais chinesas foram suspensas na segunda-feira (3) à noite sem explicação, informou na quarta-feira (5) o diário de “Hong Kong South China Morning Post”.

Em março, o regulador da Internet do país, a Administração do Ciberespaço da China, anunciou uma campanha para “regular estritamente o caos” do que as autoridades chamam de “meios de comunicação autopublicados”, um conceito que inclui contas que divulgam informações em redes sociais ou blogues.

O “Health Insight”, que desde a fundação em 2018 publicava conteúdos nas redes sociais WeChat, Weibo e Zhihu, era um desses ‘media’, especializado em informação sobre saúde. “Esta conta foi bloqueada, o conteúdo não pode ser visualizado”, pode agora ler-se num aviso na conta oficial do WeChat.O “Health Insight” noticiou o surto de covid-19 em Wuhan no início de 2020 e também a morte do médico Li Wenliang, que tentara alertar para o perigo do novo agente patogénico. Por outro lado, também investigou questões que não mereceram muita atenção na imprensa oficial durante a política “zero covid”, como a falta de provas médicas para apoiar a utilização de Lianhua Qingwen, uma medicina tradicional recomendada por alguns especialistas chineses para tratar a covid-19, e o impacto na saúde mental do confinamento prolongado em Xangai na primavera de 2022.

As reportagens foram também críticas da utilização de fundos públicos para cobrir os custos da política “zero covid” e abordou outros problemas do sistema de saúde chinês, como a concorrência entre hospitais públicos e o aumento do custo dos medicamentos sujeitos a receita médica.

O outro meio de comunicação social censurado esta semana, “Media Camp”, é uma conta pública no WeChat, fundada por jornalistas de investigação e na qual foram publicados vários artigos sobre as dificuldades enfrentadas pelos jornalistas chineses. Um artigo recente abordou o caso de um jornalista espancado pela polícia enquanto cobria um acidente que matou dois professores na província central de Guizhou.

A China é considerado um dos territórios mais hostis do mundo para os jornalistas, ocupando o 175.º lugar entre 180 países numa lista de liberdade de imprensa publicada em 2022 pela organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras.

JN/MS

Redes Sociais

Nova rede social da Meta concorrente do Twitter regista cinco milhões de perfis em quatro horas

A nova rede social Threads, da gigante tecnológica Meta, registou cinco milhões de assinantes nas primeiras quatro horas depois de estar disponível, disse o fundador da rede social Facebook, Mark Zuckerberg.

“Acabámos de ultrapassar cinco milhões de registos nas primeiras quatro horas”, escreveu Zuckerberg, numa publicação na conta oficial na Threads (fios em português).

A Meta, que é proprietária das redes sociais Instagram e Facebook e da aplicação móvel de mensagens e chamadas WhatsApp, pretende com esta nova rede social destronar o Twitter.

A Threads ficou disponível em 100 países a partir das 0 horas desta quinta-feira (6), mas não nos países da UE e nos ‘smartphones’ com sistema operativo Android.

O líder do Instagram, Adam Mosseri, lamentou que a Threads não esteja, por enquanto, disponível na UE, explicando que se a Meta tivesse de esperar pela aprovação de Bruxelas, o lançamento teria sido adiado por muitos meses.

Segundo a Meta, entre as celebridades que aderiram à nova rede social estão a cantora colombiana Shakira, o cozinheiro britânico Gordon Ramsay, e o ator norte-americano Jack Black.

Gigantes do entretenimento e da imprensa como as revistas Billboard e The Hollywood Reporter, a televisão HBO e a plataforma Netflix também já têm conta no Threads, assim como a rádio pública norte-americana National Public Radio (NPR).

Em abril, a NPR anunciou que ia abandonar o Twitter, depois desta, propriedade do magnata Elon Musk, ter colocado na conta principal da rádio o rótulo de “imprensa afiliada do estado”, um termo também usado para identificar meios de comunicação controlados ou fortemente influenciados por governos autoritários, como a Rússia e China. Na terça-feira (4), Elon Musk apressou-se a criticar a Threads, afirmando que a rede social vai recolher todo o tipo de dados dos utilizadores, incluindo dados de identidade, saúde e forma física, financeiros, localização, compras, contactos e “informação sensível”, preocupações também levantadas anteriormente pelo cofundador do Twitter, Jack Dorsey.

A aplicação, que está vinculada ao Instagram, tem uma interface muito parecida com a do Twitter, porém mais simples: as mensagens são agrupadas em duas colunas, “threads” e “respostas”, e os utilizadores podem gostar, comentar, partilhar ou reencaminhar as mensagens.

O lançamento da Threads surge depois de Elon Musk ter anunciado, no sábado (1), um limite ao número de mensagens no Twitter que podem ser consultadas por conta e por dia, uma decisão criticada por utilizadores e anunciantes da rede social.

Na segunda-feira (3), o Twitter também anunciou que o painel TweetDeck, muito popular entre os utilizadores mais ativos, em breve estará acessível apenas para contas pagas.

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