Especial - Ano 2009

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Sindicato do ComĂŠrcio Varejista de Derivados de PetrĂłleo no Estado de Minas Gerais Ano 2009


diretoria e equipe Presidente: Sergio de Mattos 1º Vice-presidente: Paulo Miranda Soares 2º Vice-presidente: Gentil L. Reis da Silveira 1º Secretário: Bráulio Baião Barbosa Chaves 2º Secretário: Ernani Cotta Júnior 1º Tesoureiro: Maurício da Silva Vieira 2º Tesoureiro: Clóvis Pinto Gontijo

Diretores de Áreas Específicas Relações Trabalhistas: Elias J. Salomão Barburi Lojas de Conveniência: Rogério Lott Pires Postos GNV: Ciro Augusto Piçarro Diretores Juliana Martins Calais da Costa Rodrigo Costa Mendes José Paulino Pires Diretores Regionais Belo Horizonte: Thomaz Lisita Filho Caratinga: Carlos Roberto Sá Contagem: André Werneck M. Guimarães Divinópolis: Leopoldo Marques Pinto Governador Valadares: Rubens Perim Ipatinga: Gustavo Augusto de Ataíde Souza João Monlevade: Márcio Caio Moreira Juiz de Fora: Carlos Alberto Lima Jacometti Lavras: Marcos Abdo Sâmia Montes Claros: Geraldo Tolentino (Tim) Paracatu: José Roberto Ribeiro Mendonça Passos: Carlos Roberto da Silva Cavalcanti Patos de Minas: Alexandre Cezar Londe Poços de Caldas: Fábio Aguinaldo da Silva Pouso Alegre: Rodrigo José Pereira Bueno Sete Lagoas: Wellington Luiz do Carmo Teófilo Otoni: Cid Campos Martins Ubá: Jairo Tavares Schiavon Uberaba: José Antônio do N. Cunha Uberlândia: Jairo José Barbosa Varginha: Paulo Henrique G. Pereira Conselho Fiscal Membros Efetivos Paulo Eduardo Rocha Machado Carlos Eduardo Vasconcelos Soares Humberto Carvalho Riegert

Membros Suplentes Marco Aurélio Sálvio Franco Leonardo Lemos Silveira Cássia Barbosa Soares

Gerência AdministrativoFinanceira Adriana Queiroga

Assessoria da Presidência Luís Gustavo Gomes da Costa Esdras Costa Reis

Departamento Administrativo Élcia Maria de Oliveira Rita de Cássia do Nascimento Adriana Soares Célio Henrique Teixeira Pedro Cláudio Cláudia Barbosa Scarlett dos Santos Leila Rodrigues Departamento de Recursos Humanos Daniela Cecília Departamento de Eventos Márcia Viviane Marcela Portela Departamento de Expansão e Apoio ao Revendedor Umbra Sisani Evânio dos Santos Fernando Salge Guilherme Henrique Valladares João Márcio Gonçalvez Marcelo Pinheiro Mário Rodrigues Paulo Roberto Fernandes Serviços Gerais Ailton Souza Lopes Alex Sipriano dos Reis Geraldo Duarte Leonides José de Oliveira Selma Silva Tereza Justina

Departamento Jurídico Trabalhista Klaiston Soares Luciana Reis Raquel Abras Rommel Fonseca Cível-comercial Flávia Lobato Ana Violeta Tributário Gustavo Guimarães Metrológico Simone Marçoni Ambiental Bernardo Rodrigues Cristiane Magalhães Lígia Macedo Mizael Rodrigues Lílian Carvalho Advogados Regionais Governador Valadares: Wallace Eller Miranda Montes Claros: Hércules H. Costa Silva Poços de Caldas: Márcia Cristina de Moraes Corrêa Juiz de Fora: Moreira Braga e Neto Advogados Associados Uberlândia: Lira Pontes e Advogados Associados Uberaba: Luís Gustavo de Carvalho Brazil Ipatinga: José Edélcio Drumond Alves Adv. Associados Varginha: Victor Comunian Patos de Minas: Hélio Henrique Siqueira Caratinga: Ildecir Agostinho Lessa Paracatu: Antônio José Franco Divinópolis: Luciana Cristina Santos Secretárias das Sedes Regionais Caratinga - Andréa Marques de Figueiredo Governador Valadares - Mislene Meiry Martins do Nascimento Ipatinga - Aline de Lima Souza Montes Claros - Jaqueline Mameluk Ferreira Patos de Minas - Simone Paula de Lima Pouso Alegre - Divina Evangélia de Deus Uberlândia - Samara Helena Alves Ferreira Varginha - Kadija Helena Pires


experiente

índice

Carta ao leitor Página 6 Assessoria de Imprensa e Comunicação Prefácio Comunicação Redação Bernardo Esteves

Entrevista - Sergio de Mattos Página 8

Geisa Brito Paula Völker Jornalista responsável

Entrevista - Paulo Miranda Soares Página 12

Cristina Mota (MG 08071 JP) Coordenação Ana Luiza Purri

Entrevista - Luiz Gil Siuffo Pereira Página 16

Produção Prefácio Comunicação Rua Bernardino de Lima, 41 Cep: 30441-008

Abrindo caminhos pelo Brasil Página 20

Tel.: (31) 3292 8660 www.prefacio.com.br Impressão Gráfica e Editora 101

Indústria automobilística brasileira: da dependência externa à exportação de veículos Página 22

Combustíveis: da gasolina às novas tecnologias Página 28

www.minaspetro.com.br minaspetro@minaspetro.com.br

Lubrificantes: artilharia pesada contra o atrito Página 38


índice

À disposição a todo momento: as lojas de conveniência Página 40

Relembrando um pouco da história Página 44

Momentos difíceis Página 49

Orgulho em fazer parte Página 52

Exemplos de confiança Página 54

Trabalho jurídico de destaque Página 59

Revenda informada Página 63

Congresso Estadual e Ciclos Regionais: carros-chefe do Sindicato Página 66

Referências bibliográficas Página 70


carta ao leitor

O Minaspetro completa 50 anos. Uma história sólida, de muitas lutas e conquistas, registradas na memória de todos que fizeram ou fazem parte dela. Tudo com esforço, empenho e absoluta dedicação à categoria, tornando possível o Sindicato atual: com 1.725 associados e atendendo a grande parte das cidades de Minas Gerais. Nada mais justo para celebrar o momento do que uma revista especial para contar a trajetória do Minaspetro. Começamos com entrevistas com o atual presidente, Sergio de Mattos, com o expresidente Paulo Miranda Soares e com Gil Siuffo, da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Passamos pela história do desenvolvimento dos elementos que fazem parte da Revenda. E finalizamos com o relato de todo o caminho percorrido pelo Sindicato. Esperamos que a revista reavive as melhores lembranças de todos que integram a Revenda mineira. Tenham uma boa leitura.

revista minaspetro50anos

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Arquivo Murilo V. Oliveira

Antigo Posto Brasil - Av. Brasil com Afonso Pena, Belo Horizonte



entrevista

A Revista Minaspetro Especial conversou com o atual presidente do Sindicato, Sergio de Mattos, e com o ex-presidente e atual presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares. Eles falam do cenário do mercado em suas gestões e sobre os principais desafios. Outra entrevista especial foi realizada com Gil Siuffo, personagem marcante da história da Revenda no país.

Mattos

À frente do Minaspetro desde março de 2007, Sergio de Mattos tem o orgulho e a responsabilidade de ser o presidente do cinquentenário. Mas nada que o empresário não “tire de letra”, já que é um trabalhador do setor desde os 15 anos de idade, quando seu pai assumiu um posto de combustíveis. Nesta entrevista, Sergio nos fala um pouco sobre seu trabalho junto aos associados.

Arquivo Minaspetro

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Sergio de

revista minaspetro50anos


entrevista

Como começou o seu contato e vivência com o setor de combustíveis?

Com a estrutura de centro de distribuição e maiores quantidades de compras, eles conseguem criar mini-supermercados nos postos de combustíveis e com preços bem mais

Quando eu tinha 15 anos de idade, meu

baixos, fica difícil competir.

pai iniciou o trabalho com posto de combus-

E a sonegação fiscal, geradora de uma

tíveis, em Contagem. Trabalhei com a famí-

concorrência desleal, é outro desafio. No

lia, foi um momento marcante para todos,

caso do etanol, muitos alegam que é uma

pois esse negócio nos propiciou melhores

questão técnica e que houve a tentativa de

condições de vida e oportunidades. Depois,

solucionar o problema através da divisão de

trabalhei em outros setores, mas acabei re-

tributos, com uma parte para as usinas, ou-

tornando ao mercado de combustíveis.

tra para as distribuidoras. Mas é ainda um

No Minaspetro, comecei como diretor em

ponto que merece a atenção e o cuidado do

1998. Em 2007, tivemos uma eleição de nova

Sindicato, de forma para que nossos asso-

Diretoria e fui indicado como presidente, as-

ciados não sejam prejudicados por práticas

sumindo o cargo em março daquele ano. É

desleais.

um trabalho que exige nossa dedicação, mas que é compensado pelos resultados e pelo apoio a tantos colegas, para que nossos em-

Quais foram as principais ações do Minaspetro, desde então?

preendimentos tenham sucesso. Recebemos um trabalho já consolidado

Qual era o cenário do mercado de combustíveis quando o senhor assumiu a gestão?

pela administração anterior e minha grande preocupação foi sempre manter a qualidade dos serviços prestados. Desse modo, criamos algumas alternativas para o atendimento

Na época, o mercado já era aberto e já

aos associados.

existiam alguns problemas crônicos. Por

O exemplo principal é o Departamento

exemplo, a guerra de preços e de oferta e

de Expansão e Apoio ao Revendedor, com

demanda, um dos principais pontos de ten-

maior aproximação principalmente dos re-

são em Belo Horizonte e em grandes centros

vendedores do interior de Minas Gerais.

regionais, como Uberlândia e Montes Claros.

Criamos também um Departamento de Meio

Isso ainda continua.

Ambiente e, recentemente, implantamos o

Outro ponto de ponto que merece nossa

serviço de coleta da água da caixa separa-

atenção são os supermercados, que entraram

dora de água e óleo, uma obrigatoriedade.

no mercado de combustíveis. O movimento

Inicialmente, o serviço está disponível na

começou há alguns anos e hoje os super-

Região Metropolitana de Belo Horizonte,

mercados não atuam apenas nos espaços dos

mas estudamos sua expansão para outras

empreendimentos propriamente ditos, têm

regiões do Estado, o que depende de convê-

adquirido postos com lojas de conveniência.

nios a serem assinados com universidades e

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entrevista

laboratórios no interior, de forma a viabili-

que o trabalho de conscientização dos as-

zar as análises.

sessores, mostrando que era um momento

Tivemos também muitas viagens ao interior, antes de cada Ciclo de Congresso Re-

fundamental para permanecer na instituição, foi importantíssimo.

gionais, visitando as cidades-polo, fazendo contatos, levando informações, nos aproximando dos associados do interior. Percebemos que esta presença é uma grande demanda, e a ação tem sido muito interessante, pois permite um contato mais próximo

Houve um grande investimento tecnológico e em novos meios para melhorar ainda mais esse contato e o repasse de informações para os associados, não é mesmo?

aos revendedores. Essa aproximação tem sido reforçada com as visitas dos assessores

Sim, pois acredito que a Revenda preci-

regionais do Departamento de Expansão e

sa de informações técnicas e profissionais,

Apoio ao Revendedor. Grande parte dos as-

precisa se profissionalizar. O mercado ficou fechado muito tempo e a abertura, há dez anos, gerou certa desordem, todos ficamos

“...a Revenda precisa

de informações técnicas e

profissionais, precisa se profissionalizar”.

um pouco perdidos diante de novas legislações, novas exigências e uma nova forma de gerir os empreendimentos. Por isso nosso investimento em um trabalho diferente, tentando nos aproximar dos revendedores por meio de Ciclos Regionais, Congressos, tudo para levar informações, ajudar a esclarecer. Um grande investimento para que essas informações pudessem chegar aos associa-

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sociados com quem conversamos nos rela-

dos cada vez mais rapidamente, no dia a dia,

tou a necessidade real do retorno constante

foi realizado na estrutura de informática do

dos assessores com atualização de informa-

Sindicato. Era preciso dar segurança e tran-

ções, um trabalho preventivo para evitar

quilidade para quem quisesse acessar o site e

multas em caso de fiscalização.

usar os serviços disponíveis. Além disso, era

Acreditamos, inclusive, que o aumen-

preciso que os assessores regionais pudes-

to do número de associados registrado em

sem enviar todas as demandas verificadas

2008 e 2009 foi resultado direto desse tra-

no Estado de forma ágil, para que a resposta

balho. Se pensarmos que nossa economia

também pudesse ser ágil.

teve um retrocesso de 12% a 15%, com

E aproveitamos para também reformular

impactos diretos no consumo do diesel, a

toda a gestão administrativa e financeira,

permanência de associados e a chegada de

tornando-a o mais transparente possível.

novos revendedores ao Sindicato revelam

Com as mudanças, todos os que contribuem

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entrevista

para a manutenção do Sindicato podem ter

a atuação no setor de combustíveis, o que

acesso às informações que lhes interessem.

é fundamental, pois a questão do meio ambiente certamente irá demandar mão de

E quanto ao trabalho político?

obra especializada. É um trabalho social, que dá oportunidades a jovens de baixa

É necessário e temos conseguido bons

renda, com resultados tão significativos

resultados em nossos contatos com o go-

que está sendo avaliada a formação de um

verno estadual, principalmente. Um exem-

curso técnico.

plo foi o trabalho junto à Secretaria de Estado da Fazenda (SEF), no início do ano. No final de 2008, a SEF publicou a Portaria

Quais são as perspectivas de futuro para o setor?

n° 68/08, que estabeleceu a obrigatoriedade de bombas abastecedoras interligadas

As evoluções tecnológicas no que diz

diretamente ao Emissor de Cupom Fiscal

respeito aos combustíveis, como o carro

(ECF) para os postos de combustíveis, de

elétrico, são inevitáveis. Isso aconteceu com

maneira imediata. O Minaspetro realizou

computadores, telefones celulares e outros

uma pesquisa com os associados e compro-

tantos produtos. Temos que nos adaptar aos

vou junto à Secretaria que não era possível,

novos tempos e descobrir alternativas para

para grande parte da Revenda, realizar esse

melhorar nossas margens de lucro. Atual-

investimento do dia para a noite. Conse-

mente, por exemplo, já é fato que a venda

guimos, então, o estabelecimento de prazos

de combustíveis etanol, diesel e gasolina

escalonados para a automação dos postos

funciona mais como um convite ao consu-

de combustíveis, variáveis conforme o fa-

midor para o ponto de venda. Há lucro com

turamento dos postos.

os combustíveis, claro, mas devemos agre-

Foi uma vitória muito importante. E

gar mais produtos ao nosso negócio, nas

ainda estamos trabalhando para ter alter-

lojas de conveniência e por meio de outros

nativas para o investimento, um grande

serviços, como troca de óleo, por exemplo.

ônus para o revendedor, procurando opções

É uma evolução, temos que acompanhar e

de financiamentos a médio e longo prazos

tentar não perder mercado.

junto ao Banco de Desenvolvimento do Es-

Por isso, mais uma vez, reforço a necessi-

tado de Minas Gerais (BDMG) e ao Banco

dade de atualização e de informação. Temos

do Brasil, de forma a permitir que realmen-

que continuar esse trabalho, tornar nossa

te se consiga atender às exigências, com

categoria cada vez mais profissional, permi-

menor impacto aos negócios.

tindo que a Revenda evolua nas tecnologias,

Outro exemplo é o convênio com o

no comportamento administrativo e geren-

Centro Mineiro de Referência em Resíduos

cial, na forma de conquista e fidelização dos

(CMMR), instituição do Governo de Minas.

clientes. É uma mudança de cultura que deve

Por meio dessa ação, temos investido na

ser promovida junto às atuais e às novas ge-

formação de profissionais específicos para

rações à frente dos postos de combustíveis.

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entrevista

Paulo

Miranda Soares

Arquivo Fecombustíveis

Por 9 anos, Paulo Miranda Soares esteve à frente da Presidência do Minaspetro. Em 2007, deixou o Sindicato e assumiu a Presidência da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis). Nesta entrevista, ele nos conta sobre sua gestão, que teve momentos importantes, principalmente a abertura do mercado de combustíveis, em 1998.

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entrevista

Quando o senhor começou a atuar na Revenda?

era juiz classista em Itaúna, ficava boa parte do tempo lá. Com isso, formei uma comissão administrativa junto a outros dois diretores e

Um tio, Manuel Vasconcelos, era revendedor lá em Caratinga, quando eu era garoto. Brincava de pique no posto, ficava lá, era algo de família. Comprei o meu primeiro posto em 1977. Na mesma época entrei para a facul-

ajudamos da melhor forma possível. Assumi a Presidência do Sindicato em 1997.

Como era o Minaspetro no início de sua gestão?

dade de Direito. Quando me formei, fazia as duas coisas, administrava o posto e tinha um

O Sindicato tinha 480 associados, uma

escritório de advocacia. Depois, surgiu a opor-

sede antiga, na Rua Cristina. Começamos um

tunidade de construir o segundo posto, que

grande trabalho de aproximação com o re-

aproveitei, resultando em menos tempo no es-

vendedor. Primeiro, criamos as Regionais. O

critório. Uns cinco ou seis anos depois, acabei

Sindicato tinha uma Diretoria Regional, em

tendo que fazer uma opção: ou administrava

Teófilo Otoni, e existiam algumas associações

os postos ou atuava apenas como advogado.

em Uberaba, Uberlândia e Juiz de Fora. Então,

Optei por ser empresário. Em 2009, completo

nós procuramos as associações e começamos

32 anos de setor.

a levar a estrutura do Sindicato para o interior, que era, basicamente, um escritório com

E no Sindicato, quando começou sua atuação?

uma secretária, internet e um advogado para atender aos revendedores da região. Este foi o começo da ampliação do Minaspetro.

Entrei para a liderança sindical no início

O Departamento Jurídico, por exemplo,

da década de 90. O Minaspetro tinha o mesmo

cresceu muito. No início da minha gestão, tí-

presidente por cerca de 30 anos, Fábio Bran-

nhamos três advogados e começamos a con-

dão, e havia a necessidade de mudanças. Um

tratar outros profissionais especializados, pois

bom trabalho tinha sido feito, importante, mas

percebemos uma grande demanda pelo apoio

era preciso uma renovação. Então, foi definida

jurídico. Com isso, o revendedor começou a

uma chapa de oposição, encabeçada por mim,

sentir mais confiança no Minaspetro.

mas perdemos. Um tempo depois, com apoio do Fábio, fui convidado a fazer parte de uma

E o cenário do mercado, qual era?

nova chapa, que foi eleita. Isso foi em 1994 e a partir daí comecei a atuar realmente no Sindicato, como diretor.

Era exatamente o momento em que se iniciava a abertura do mercado, o governo fe-

Começamos as mudanças de dentro para

deral fez um processo de desregulamentação.

fora. A Diretoria percebeu a necessidade ur-

Esse processo, num olhar mais crítico, foi feito

gente de mudança e, em vez de eleger o Fá-

sem muito cuidado, apressadamente. O Brasil

bio como presidente, elegeu Joaquim Chaves.

é um país enorme, de proporções continentais,

Fui vice-presidente do Joaquim e, como ele

e, naquele instante, o governo não tinha ideia

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entrevista

do que ele precisaria para controlar esse mer-

veis (Claec) e estabelecemos uma parceria tam-

cado. E aí aconteceu de tudo. Quando houve

bém com a SSDA (Station Dealers of America

a abertura, nós tivemos, de cara, o registro de

and Allied Trades), uma associação americana

450 novas distribuidoras na Agência Nacional

de empresários de combustíveis. Com tudo isso,

de Petróleo (ANP). E o que predominou nessa

passamos a conseguir visualizar qual seria o

época foram as liminares para não pagar im-

futuro da Revenda em um mercado totalmente

postos. O mercado então virou um caos e nós

aberto e tomamos a decisão de impedir a verti-

convivemos alguns anos com isso. Tínhamos

calização no Brasil. Teríamos concorrentes com

dezenas de distribuidoras com liminares para

os quais não conseguiríamos competir. Chega-

não recolher a Cide, liminares para não pagar

mos a fazer uma reunião em Brasília com mil

Pis, Cofins, para não pagar ICMS. E tínhamos

revendedores, de todo o Brasil.

também o Transportador Revendedor Retalhis-

Eu diria que hoje o mercado está pacifica-

ta (TRR), outra figura no mercado, e alguns

do, nossa parceria com o Sindicom é ótima,

deles conseguiram liminares para vender ga-

mais de 90% dos nossos interesses são coin-

solina e álcool. O registro da ANP permitia a

cidentes com os das distribuidoras, que são

eles apenas a venda de óleo diesel, querosene

um mercado sadio, regulado, sem combustível

e lubrificantes. Então, era um mercado muito

adulterado, sem fraudes fiscais. Hoje, acho que

bagunçado. Mais do que nunca, nós precisáva-

nossa relação é boa, e eles entenderam que a

mos de um Sindicato forte. Nós sentimos uma

nossa categoria não abre mão da posição que

necessidade enorme de uma frente de combate

ocupa no mercado, que é operar o posto e não

e chegamos a ter mais de 30 advogados no

permitir que as distribuidoras operem.

Minaspetro, exatamente cercando e tentando ajudar as autoridades a sanear o mercado. Naquela época, lembro que fizemos parce-

Quais foram os pontos de destaque da sua gestão?

rias com a Secretaria de Estado da Fazenda, nos aproximamos da Fecombustíveis. Nós tivemos

Até a minha gestão, o trabalho político, de

brigas muito grandes também, em favor do re-

relacionamento com as autoridades não tinha

vendedor. Uma vez, tivemos um enfrentamento

tanto investimento. Nós começamos um traba-

com a Petrobras, porque a companhia queria

lho de aproximação, fizemos convênios, parti-

ter o direito de operar os próprios postos, o que

cipamos de campanhas sociais. Por exemplo, na

chamamos de verticalização, que seria muito

época do governo Eduardo Azeredo, consegui-

prejudicial para a categoria. Nos Estados Uni-

mos reduzir a alíquota do ICMS do óleo diesel,

dos, atualmente, 75% dos postos de combustí-

que era de 18%, fazendo com que Minas Gerais

veis pertencem às companhias. Na Argentina,

perdesse muitas vendas. Foi uma ação política,

no Chile, quase 90% dos postos pertencem a

essencialmente, porque, através de um bom en-

duas companhias de petróleo. Para impedir a

trosamento com o governo, tivemos a oportu-

verticalização, nos aproximamos da Fecombus-

nidade de mostrar as planilhas, como funciona

tíveis, começamos a fazer parte da Comissão

o setor e sensibilizar as autoridades.

Latino-Americana de Empresários de Combustí-

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revista minaspetro50anos

Outra grande mudança foi a sede. A casa


entrevista

da Rua Cristina estava pequena e, por causa de zoneamento, não foi possível aumentá-la. A opção foi por construir um novo local. Vi dois terrenos na Rua Amoroso Costa (acabamos comprando três), por volta de 2002. Foi feito projeto, contatamos construtoras, tivemos uma licitação com oito empresas e isso reduziu muito o custo da obra. Acredito que a sede é importante para o revendedor, que vê que a entidade dele é forte, está bem situada, tem um patrimônio, que é do revendedor, pois

“...a sede é importante para o revendedor, que vê que a

entidadade dele é forte, está bem situada, tem um patrimônio...”

quem pagou essa construção foi o associado, com sua contribuição. Isso deu uma visibilidade maior para o Sindicato. Promovemos, também, uma alteração no estatuto do Minaspetro, tornando-o mais

Em sua opinião, quais são os desafios da Revenda atualmente?

moderno, com base no modelo do estatuto da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Acho que o mercado está cada vez mais desafiador. Acredito firmemente que nosso país tem uma riqueza muito grande, matéria-pri-

Como foi deixar o Minaspetro e assumir a Presidência da Fecombustíveis?

ma, commodities importantíssimas, exportação variada, tenho certeza de que o Brasil está numa posição em que muitos países gostariam de estar. Só na nossa área, atualmente, temos

No final do meu mandato, escolhi um

46% do consumo interno de uma energia al-

sucessor, o Sergio de Mattos, nome que foi

ternativa, que é o biocombustível. A Alema-

aceito pela Diretoria. E fui então escolhido,

nha só vai chegar a 10% em 2020, o Japão tem

da mesma forma, pelo presidente Gil Siuffo

3% e os Estados Unidos e a Austrália estão co-

para sucedê-lo na Fecombustíveis. Na verda-

meçando. Ou seja, o Brasil está numa posição

de, pensava mesmo em voltar para os meus

invejável, saiu da crise e caminha para o que

negócios, mas aceitei a indicação. A lideran-

chamamos de Primeiro Mundo.

ça sindical, para ser bem feita, exige muito

E não podemos chegar a essa posição sem

tempo e muita dedicação. Não se pode fazer

ter um mercado completamente regulado. Este

um trabalho mais ou menos ou pelo meio do

é o desafio para todos os Sindicatos. Não há

caminho, é preciso realmente mergulhar de

mercado cativo, temos que trabalhar para uma

corpo e alma naquilo. Doei 9 anos da minha

competição saudável, aprimorar a legislação

vida ao Minaspetro, fazendo uma administra-

em benefício de todos, ter uma atuação po-

ção limpa, transparente. E agora me dedico à

lítica em prol da Revenda. A categoria deve

categoria, com orgulho, na Fecombustíveis.

permanecer unida.

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entrevista

Luiz Gil

Siuffo Pereira

Cristina Bocayuva

Atualmente vice-presidente Fincanceiro da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Luiz Gil Siuffo Pereira é um personagem marcante na Revenda de combustíveis de todo o país. Sua trajetória sindical começou na década de 60 e, assim, ele acompanhou a maior parte das principais conquistas e mudanças do setor. Nesta entrevista, ele nos conta um pouco sobre dessa história e reflete sobre a importância do associativismo.

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revista minaspetro50anos


entrevista

No setor de Revenda de combustíveis se diz que a história de vida e atuação do senhor se confunde com a própria história da Revenda no país. Conte-nos como isso começou e um pouco de sua trajetória.

Concordo com o que disse Paulo Miranda Soares, mas se a sobrevivência do empreendimento depende da presença do dono ele deve se dedicar a seu negócio. Ou, de forma ideal, estruturar-se para que seja possível se dedicar às atividades associativas. Assim, defendendo os interesses da classe, ele também estará contribuindo para defender a pre-

O Regente Feijó dizia que ser nacionalista é amar o Brasil e ter orgulho de ser brasileiro. Eu diria que, para mim, atuar na Revenda de combustíveis é amar a Revenda e ter orgulho de ser revendedor. Quando eu comecei nesse setor, os postos de

servação do próprio negócio.

Quais foram as principais lutas e conquistas durante os mais de 20 anos na Fecombustíveis?

abastecimento ainda eram chamados de “bombas”, porque o serviço se resumia a isso, uma bomba de

Foram muitas as lutas. Mas, para mim, as mais

gasolina para abastecer. Hoje, os postos oferecem

importantes estão resumidas no parágrafo 6º da Lei

um grande número de serviços e estão sempre se

9.778, que define o revendedor como empresário.

modernizando, uma outra realidade.

Diferentemente do que acontece na grande maioria dos países, onde o revendedor é um mero preposto

Quando começou a sua atuação sindical? Em 1964, como diretor do Sindicato do Rio. Em 1987, cheguei à Fecombustíveis, onde permaneci por 20 anos, sendo sucedido pelo presidente Paulo Miranda Soares. Mesmo como vice-presidente

das grandes empresas.

Quais os principais desafios para a Revenda hoje? Há orientações de como os empresários devem se posicionar para enfrentá-los?

Financeiro da CNC, cargo que ocupo atualmente, continuo acompanhando o movimento e a evolução do setor.

Lutar pela defesa da ética. É preciso combater todas as formas de desvio de conduta, a concorrência desleal, que se utiliza de recursos como adulte-

Na entrevista para esta edição especial da Revista Minaspetro, o presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares, comentou sobre a dedicação que o meio sindical demanda daqueles que nele trabalham, exigindo, de certa forma, que eles até mesmo deixem os negócios pessoais em um segundo plano. O que levou o senhor a entrar no meio e atuar por tantos anos em prol da Revenda?

ração de produtos, sonegação de impostos etc. Esses são os grandes desafios diários que precisamos enfrentar.

E qual a importância do associativismo nesse contexto? O associativismo para mim é tudo. Uma categoria econômica, seja ela qual for, não se consolida se entre seus componentes não existirem pessoas com espírito associativo.

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Elementos fundamentais

Luiz Otávio – estúdio piloto


Estradas, automóveis, lubrificantes, combustíveis, lojas de conveniência: pode-se dizer que a Revenda só existe porque estes elementos foram criados e se desenvolveram. Assim, torna-se indispensável conhecer um pouco de cada um deles.


Arquivo Sicepot-MG

Sanzio Mello

elementos fundamentais

Abrindo caminhos pelo Brasil 20

revista minaspetro50anos


elementos fundamentais

No século XIX, a empolgação de aventureiros

Minas Gerais

por traçar novos caminhos foi o principal com-

O Fundo Rodoviário Nacional foi criado, em

bustível para o surgimento das primeiras estradas

1945, para auxiliar financeiramente os Estados. O

brasileiras. No entanto, a demanda de escoamento

DNER-MG foi criado um ano depois, para gerenciar

dos produtos e o crescimento do comércio entre di-

os recursos. O departamento recebeu consideráveis

ferentes regiões impuseram a necessidade de rotas

investimentos durante o governo JK, dentro do pro-

mais modernas.

grama de “Energia e Transporte”, para solucionar os

O resultado do esforço por maiores tecnologia e

problemas de vias de transporte e integração em Mi-

qualificação foi a rodovia Washington Luís, a pri-

nas – uma viagem ao Triângulo Mineiro podia durar

meira estrada pavimentada do país, inaugurada em

dois dias. Em 1955, JK tornou-se presidente e os in-

1928. Seu nome era uma homenagem ao então pre-

vestimentos em obras de infraestrutura no Estado au-

sidente, que dizia que “governar é abrir estradas”. A

mentaram ainda mais, com a construção da rodovia

rodovia, depois incorporada pela BR-040, ligava o

BH/Brasília e a conclusão das rodovias BH/RJ e BH/

Rio de Janeiro a Petrópolis e foi considerada a me-

SP – hoje dentro das BRs 262, 040 e 381.

lhor estrada da América do Sul por muitos anos.

O desenvolvimento tecnológico e o aprimora-

A criação do Departamento Nacional de Es-

mento de pesquisas na década de 1960 e o mi-

tradas de Rodagem (DNER) em 1937, no governo

lagre econômico da década de 1970 impulsiona-

Getúlio Vargas, foi um grande passo para a mo-

ram os canteiros de obras de Minas, que chegou

dernização da malha rodoviária brasileira a par-

ao seu apogeu no desenvolvimento de estradas.

tir da década de 1930. A implantação da indústria

Entre 1960 e 1970, a rede pavimentada cresceu

automobilística na década de 1950, o processo de

228% no Estado, números impensáveis para os

industrialização nacional e a mudança da capital

anos 1980, movidos a empréstimos internacio-

para Brasília foram outros fatores preponderantes

nais, crises econômicas e esgotamento dos impul-

para os investimentos na rede rodoviária, que se

sos dados às estradas.

tornou a principal via de transporte de cargas e passageiros no país.

Nas décadas de 1980 e 1990, Minas Gerais investiu em áreas com rodovias carentes, como o

Na década de 1980, nossa malha rodoviária

Vale do Jequitinhonha (implantados mais de mil

passou por um processo de estagnação, com a

quilômetros de rodovias), e em estradas vicinais

perda de receitas oriundas de impostos e a conse-

para escoamento da produção agrícola e industrial.

quente falta de recursos do Brasil para aplicar em

O Estado entrou, ainda, no programa de privatiza-

sua modernização. Fatores que levaram a rodovias

ções, com a concessão de trechos como o de Juiz

mal cuidadas, perigosas e, muitas vezes, fatais. A

de Fora ao Rio de Janeiro. Atualmente, os maiores

solução encontrada foi a concessão de rodovias,

recursos rodoviários estão aplicados nos programas

em 1996, no período de privatizações do governo

Proacesso, que procura ligar por asfalto os muni-

Fernando Henrique Cardoso. Atualmente, são mais

cípios sem acesso pavimentado a uma rodovia,

de 10 mil quilômetros de estradas privatizadas e

Promg, que atua para recuperar nossas estradas,

mais de R$10 bilhões investidos. Mas ainda exis-

Linha Verde, que liga Belo Horizonte ao aeroporto

tem muitas rodovias mal cuidadas e que colocam

Tancredo Neves, e parcerias público-privadas no

em risco todos os que por elas transitam.

Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.

revista minaspetro50anos

21


elementos fundamentais

Indústria automobilística brasileira: da dependência externa à exportação de veículos

22

No início dos anos 1920, enquanto a indus-

e matéria-prima adequados. Pode-se dizer que,

trialização forjava novos personagens sociais,

ao final da guerra, o Brasil já havia evoluído

o modernismo questionava a arte clássica e os

bastante tecnicamente, caminhando com as

movimentos totalitários começavam a ganhar

próprias pernas.

contornos mais fortes na Europa, a indústria

No entanto, assim que as importações se

automobilística dava seus primeiros passos no

normalizaram, em 1951, os brasileiros voltaram

Brasil.

a trazer mercadorias de fora de forma voraz: até

Inicialmente, o segmento era extremamente

1952, o país já havia importado o equivalente

dependente do setor de autopeças, que importava

a toda a sua frota de veículos, o que obrigou os

acessórios para montar no país carros e seus ob-

governantes a pensar em soluções estratégicas

jetos. No começo dos anos 1940, o Brasil passou

e a desenvolver a indústria nacional.

aperto para a manutenção de seus automóveis

No mesmo ano de 1952, um aviso da Comis-

com o início da Segunda Guerra: o conflito ge-

são de Exportação e Importação (Cexim) libe-

rou a interrupção das importações dos produtos

rou a importação de autopeças, mas somente

dos mercados europeu e americano, este último

acessórios não fabricados no Brasil. No governo

voltado para os esforços bélicos.

Juscelino Kubitschek, foi criado o Grupo Exe-

Com o problema da falta de peças e aces-

cutivo da Indústria Automobilística (Geia), que

sórios, a rudimentar indústria brasileira se viu

se encarregou de desenvolver nossa incipiente

obrigada a se desenvolver sem equipamentos

indústria automotiva.

revista minaspetro50anos


elementos fundamentais

Arquivo Volkswagem do Brasil

Produção nacional Com a aprovação do Geia para a instalação de 12 fábricas, entre elas Ford, GM, Mercedes e Volkswagen, foi questão de tempo para o surgimento da perua DKW, produzida pela Vemag, o primeiro automóvel fabricado em série por aqui. O carro era econômico, tinha bom rendimento (40 CV) e estabilidade. Em 1959, a popularização do automóvel brasileiro pôde ser mais bem percebida, com a chegada dos novos perua e sedan DKW, do Fusca, do Simca Chambord, da Kombi e do Renault Dauphine. A

Arquivo Ford do Brasil

Volks instalou aqui sua primeira fábrica fora da Alemanha, e as vendas do Fusca e da Kombi foram um sucesso. Em 1960, a Fábrica Nacional de Motores, única do governo, desenvolveu o JK, um Alfa Romeo em homenagem ao presidente mineiro. Os primeiros foram um grande sucesso, mas seu motor de quatro cilindros, que proporcionava a velocidade de até 150 km/h, dividia espaço com a pequena produção e os problemas da empresa. Ainda nos anos 1960, marcas como a Willys, a Vemag, a Simca e a Alfa Romeo criaram modelos para disputar provas de corrida, uma espécie de promoção de vendas dos veículos, que começaram

Arquivo Chevrolet

a ser realmente reconhecidos. Os modelos nacionais passaram a ser adaptados ao estilo do brasileiro, com novos designs, traseiras maiores, mais potência e melhor acabamento, como o Chrysler Esplanada, o Willys Itamaraty, o Karmann-Ghia 1500 e o Galaxie, praticamente igual ao modelo americano. No final dos anos 1960, o desenvolvimento dos veículos fez com a Ford divulgasse, depois de ter comprado a Willys, o projeto M, sua carta na manga, o Corcel, que oferecia muito conforto e desempenho, assim como o Opala lançado pela GM.

revista minaspetro50anos

23


elementos fundamentais

Arquivo Volkswagem do Brasil

Anos 1970 e 1980 Os brasileiros estavam ansiosos por grandes novidades, mais impactantes que mudanças visuais nos veículos. Pois bem, de 1973 a 1975 apareceram o Chevette, da GM, a Brasília, da Volks, e o Maverick, da Ford, além do Passat e da Caravan. Todos eles ofereciam conforto, sofisticação e desempenho, apesar de não conseguirem acompanhar o desenvolvimento tecnológico das indústrias europeia e americana. As empresas brasileiras não sentiam necessidade de competir com elas, devido às altas barreiras tarifárias

Arquivo Fiat Automóveis

que impediam a importação de veículos. Em 1977 a Fiat entrou no mercado brasileiro com a promessa de carros econômicos e com tecnologia de ponta, o que fez com que os rivais continuassem na corrida desenvolvimentista. O Fiat 147, de 1979, foi o primeiro carro a álcool do Brasil. Os anos 1980 foram de recessão econômica no país, com forte retração do mercado interno e foco nas exportações. Em vez de se concentrar na quantidade, a indústria automobilística percebeu que o diferencial em um mercado muito competitivo seria a qualidade. Observou-se a inovação de produtos e pro-

Arquivo Ford do Brasil

cessos no setor de automóveis, como a automação microeletrônica e o sistema de qualidade total. O resultado foram carros como o Gol, um fracasso inicial que rapidamente se tornou campeão de vendas, a Parati e o Santana, da Volks, o Del Rey e o Escort, da Ford, o Monza e o Kadett, da GM, e o Uno e o Prêmio, da Fiat. Não podemos deixar de citar os famosos modelos esportivos, como o Escort XR3, o Uno 1.5R, o Kadett GS e o Gol GTI, o primeiro carro nacional com injeção eletrônica.

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revista minaspetro50anos


elementos fundamentais

Arquivo Fiat Automóveis

Arquivo Ford do Brasil

Anos 1990 e 2000 A redução das barreiras comerciais, a desregulamentação da indústria e o incentivo à instalação de multinacionais no país abriram o mercado automobilístico brasileiro à competição estrangeira nos anos 1990. Principalmente com o Plano Real, em 1994, as montadoras se modernizaram, aumentando sua produtividade e qualidade, e o Brasil entrou de vez no processo de produção mundial de veículos, em que plantas divididas pelo globo fabricam em conjunto veículos para a matriz. A criação do Mercosul também trouxe maiores investimentos ao setor, pelo aumento do mercado consumidor na América Latina e a maior cooperação no comércio entre os países integrantes. Com a instalação de novas e modernas fábricas, inclusive de fabricantes como a Toyota e a Peugeot, a produção nacional chegou a 2 milhões de veículos em 1997 e o mercado se manteve aquecido até a crise do câmbio de 1998 e 1999. Os carros populares reinaram tranquilos, ocupando 70% do mercado e com novos modelos, como o Tipo, o Palio, o Ford Ka e o Corsa. Com a desaceleração registrada a partir de 1998, a indústria ficou com uma enorme capacidade ociosa, já que as vendas diminuíram drasticamente. O consumo brasileiro de veículos só voltou aos

Arquivo Volkswagem do Brasil

padrões de 1998 em 2004, com a retomada de investimentos no setor, motivada pelo aumento das exportações e pela recuperação do mercado interno. Em 2005, na metade da década, já havia sido investido R$1,4 bilhão na indústria automotiva, que continuou voltada, prioritariamente, às exportações. Em 2008, a nossa indústria tornou-se a sexta maior do mundo, com a produção de 1,9 milhão de unidades, ultrapassando a indústria automobilística francesa. Depois de despencar no início de 2009, afetada diretamente pela crise mundial, com diminuição de 57% nas exportações e mais de 20% na produção, ela passou por um dos melhores momentos de sua história. A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o maior acesso ao crédito impulsionaram o mercado interno. Os destaques da década foram os carros flex, introduzidos em 2003, com o Gol 1.6 Total Flex. A expectativa é de que os novos carros elétricos cheguem ao mercado brasileiro ainda no ano de 2010. De inovação em inovação, sempre se adaptando às condições externas de importação e exportação, a indústria automobilística brasileira cada vez mais é uma realidade, contando com matéria-prima barata, mão de obra qualificada e firmando-se como uma das maiores do mundo.

revista minaspetro50anos

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26

revista minaspetro50anos


Linha do tempo - ilustração • 1957 – Fabricação do primeiro carro no Brasil. Frota circulante no país: 29 mil veículos.* • 1976 – Fabricação do primeiro carro em Minas. Frota circulante no país: 6 milhões 521 mil veículos.* • 1990 – Abertura do mercado para montadoras externas. Frota circulante nacional: 13 milhões 916 mil veículos.* • 2009 – 50 anos do Minaspetro. Frota circulante nacional: 27 milhões 803 mil veículos.* *Dados do Estudo da Frota Circulante Brasileira, promovido pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).

revista minaspetro50anos

27


elementos fundamentais

Combustíveis: da gasolina às novas tecnologias Vapor, lenha, carvão. Nos primórdios da indústria, estes eram os combustíveis utilizados. No entanto, a descoberta do petróleo mudou bastante o cenário, em especial dos veículos. Aliado ao surgimento da eletricidade e do gás natural, estavam postas as condições para um grande desenvolvimento do setor energético, abrindo caminho para inovações técnicas profundas e que marcaram o mundo até os dias de hoje.

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revista minaspetro50anos


SXC

elementos fundamentais

Surge o petróleo A história do petróleo inicia-se

a primeira bomba de gasolina, inven-

trou no mercado brasileiro, a Atlantic

tada 15 anos mais tarde.

Refining Company of Brazil. Apenas

em 1849, quando surgiu a primeira

No início do século XX, o mercado

em 1934 entrou em funcionamento

perfuradora de rocha. Dois anos de-

petrolífero começou a crescer. Surgi-

a Destilaria Rio Grandense S.A., em

pois, foi criada a primeira companhia

ram as primeiras perfurações no mar

Uruguaiana, Rio Grande do Sul, que

petrolífera, a Pennsylvania Rock Oil,

e foi descoberto petróleo em grande

originou, em 1937, a primeira refina-

nos EUA. Na década de 1850 foi des-

quantidade na região do Golfo Pérsi-

ria do país.

coberto o método de destilação do

co, o que determinaria a evolução do

Em 2008, foi descoberta da cama-

petróleo em gasolina e outros deriva-

preço do produto e da vida política

da pré-sal no Brasil, entre os Estados

dos e realizada a primeira perfuração

mundial nas décadas seguintes.

do Espírito Santo e Santa Catarina.

de petróleo em níveis comerciais. Dez

No Brasil, a distribuição sistemá-

Estimativas apontam que se pode en-

anos depois, o petróleo foi pela pri-

tica de derivados de petróleo come-

contrar até 100 bilhões de boe (barris

meira vez exportado para a Europa.

çou em 1912, realizada em latas e

de óleo equivalente) em reservas, o

A primeira combustão a gasolina,

tambores, com produtos importados.

que colocaria o Brasil entre os dez

porém, só foi descoberta em 1870, e

Em 1922, a primeira destilaria en-

maiores produtores do mundo.

revista minaspetro50anos

29


elementos fundamentais

Gasolina foi a opção nacional

pos (Ciclo de Otto), até hoje uti-

alta compressão do ar, que libera

lizados em automóveis por serem

calor. Esse processo faz com que

O primeiro automóvel fabrica-

mais eficientes e menos poluentes.

o motor a diesel apresente maior

do no Brasil, a perua DKW, che-

Esses motores funcionam através

rendimento e baixo custo de ma-

gou ao mercado em 1957 com um

da compressão e posterior com-

nutenção. Em contrapartida, o

motor que utilizava a gasolina

bustão do combustível utilizado e

diesel é mais poluente que a ga-

como combustível. Um ano antes,

do ar, gerando gases quentes que

solina.

a Mercedes havia fabricado por

empurram as partes internas do

aqui o caminhão modelo L-312, o

motor, levando-as a se mover. A diferença do funcionamento

Em 1979, a novidade nacional

do motor a gasolina do motor a

foi a fabricação em série do pri-

Como se vê, a produção na-

diesel é que no primeiro a com-

meiro carro a álcool do Brasil, o

cional iniciou seus trabalhos já

bustão é iniciada pela ignição de

Fiat 147. Os conflitos no Orien-

na época dos motores a explosão,

centelha, uma faísca elétrica, en-

te Médio em 1973 aumentaram

mais precisamente dos motores de

quanto no motor a diesel a com-

bruscamente o preço do petróleo,

combustão interna de quatro tem-

bustão se dá naturalmente, pela

causando um gasto excessivo com

primeiro movido a diesel feito no

Arquivo BR Distribuidora

país.

30

Álcool

revista minaspetro50anos


Site Novidades Automotivas

elementos fundamentais

a importação do produto. Nesse

pouco tempo depois, com a queda

tituir o nome álcool combustível

cenário, o presidente Geisel criou,

do preço do petróleo e a alta do

nas bombas. A decisão da ANP foi

em 1975, o Proálcool, programa

açúcar, a produção se desequi-

precedida de consultas e audiên-

nacional que ofereceu linhas de

librou, e o Brasil, que tinha uma

cias públicas e tem como justifi-

crédito a plantadores de cana e

grande frota de veículos a álcool,

cativa evitar qualquer confusão

usineiros e estabeleceu que o ál-

passou por um período de desa-

para o consumidor brasileiro. A

cool seria 20% mais barato que a

bastecimento. A consequência foi

nomenclatura álcool combustível

gasolina.

a redução do consumo de álcool e

deve ser mantida apenas nos do-

da fabricação de carros a álcool,

cumentos fiscais dos postos.

O motor a álcool funciona quase da mesma maneira que o a ga-

que passou a ser de apenas 1%.

GNV e Flex

solina, apenas apresenta uma taxa

Porém, o combustível deu a

de compressão menor e conse-

volta por cima. Com a chegada do

O GNV (Gás Natural Veicular)

quente maior quantidade de com-

carro flex fluel, em 2003 – movido

foi liberado para uso de taxistas e

bustível injetada.

tanto a álcool quanto a gasolina –

frotas de empresas em 1992, após

o álcool atingiu seu auge.

muita insistência, por causa de sua

Em 1986, o álcool caiu no gosto dos brasileiros e chegou a abas-

Em abril de 2009, foi aprovado

vantagem econômica. O GNV é

tecer 90% dos carros do país. Mas

o uso do termo etanol para subs-

adaptável tanto a motores movidos

revista minaspetro50anos

31


elementos fundamentais

a gasolina e álcool como aos mo-

tores a diesel. Para a produção do

as emissões dos veículos em até

vidos a diesel, adicionando ao ve-

biodiesel, a gordura ou o óleo são

70%. A ação faz parte do projeto

ículo um conjunto de equipamen-

purificados e reagidos geralmente

da prefeitura de que todos os ve-

tos composto por: cilindros, tubos,

com metanol ou etanol, com um

ículos de transporte público usem

regulador de pressão, válvula de

catalisador. O combustível apre-

combustíveis limpos. Apesar de a

abastecimento, dispositivo de tro-

senta ainda as vantagens de ser

produção do biodiesel ser de 20%

ca de combustível e indicadores de

biodegradável e uma fonte reno-

a 30% mais cara que a de óleo die-

condição do sistema. O GNV é mais

vável de energia.

sel, compensa pelo benefício que

barato, apresenta menor consumo

A mais nova iniciativa do Bra-

e é menos poluente (libera apenas

sil em termos de uso de combus-

dióxido de carbono e água).

tível está em Curitiba. Desde o dia 27 de agosto de 2009, a ca-

Biodiesel

toxinas.

Eletricidade

pital paranaense possui seis ôni-

Os carros elétricos são realida-

O biodiesel é feito de óleos ve-

bus municipais rodando com a

de em vários países do mundo e

getais ou gordura animal e, obvia-

tecnologia B-100 – 100% de bio-

também no Brasil: em junho de

mente, pode ser utilizado em mo-

diesel – à base de soja, que reduz

2009, a BR Distribuidora inau-

Arquivo Petrobras

32

traz ao ambiente, liberando menos

revista minaspetro50anos


Arquivo Petrobras

elementos fundamentais

gurou, no Rio de Janeiro, o pri-

No apogeu desses veículos, até o

meiro posto de abastecimento de

transporte coletivo utilizava-os,

E os desafios persistem: as

veículos elétricos do Hemisfério

especialmente na Europa, mas

baterias, ainda muito grandes e

Sul. As evidências do aquecimen-

também no Brasil – em 1918, foi

caras, exigem muitas horas de

to global têm impulsionado essa

inaugurada a primeira linha de

recarga para percorrer trechos

opção, já que os carros movidos

ônibus elétricos do país na cidade

limitados e continuam sendo o

a eletricidade não poluem e são,

do Rio de Janeiro, pela antiga Li-

calcanhar de aquiles do carro

ainda, mais silenciosos e econô-

ght and Power Co. Ltd.

elétrico. Porém, sua adequação

micos do que os tradicionais.

a indústria automobilística.

Apesar de tantas qualidades,

é apenas questão de tempo, em-

E carros elétricos, na verda-

havia algumas barreiras a serem

bora especialistas avaliem que a

de, não são futuristas. O primeiro

vencidas pela indústria de auto-

substituição do combustível lí-

exemplar foi construído no ano

móveis elétricos, como as limita-

quido será um processo lento e

de 1838, pelo inglês Robert Da-

ções do tempo de recarga e au-

que, por muito tempo, vai predo-

vidson. No final do século XIX

tonomia. Antes que esses proble-

minar o carro híbrido, que em-

havia nas ruas mais carros elé-

mas pudessem ser resolvidos, os

prega motor a combustão para

tricos do que carros a gasolina.

carros a gasolina revolucionaram

gerar a eletricidade propulsora.

revista minaspetro50anos

33


elementos fundamentais

Hidrogênio

tossíntese artificial”, por meio da

O hidrogênio é considerado um

– separação do oxigênio e do hi-

qual os cientistas estão tentando

dos combustíveis mais promissores

drogênio – é um processo intensivo

produzir hidrogênio com a utiliza-

quando se estudam alternativas ao

em energia, tornando o combustí-

ção da luz solar.

petróleo para uso em transportes.

vel caro demais e deixando nega-

Em junho de 2009, o primeiro

Nos veículos movidos pelo com-

tivo o balanço geral de consumo

ônibus nacional movido a hidrogê-

bustível, há uma célula que utiliza

de energia dessa alternativa. Além

nio começou a trafegar no Corredor

o hidrogênio para gerar eletricida-

disso, a maior parte do hidrogênio

Metropolitano ABD (São Mateus –

de, responsável pela alimentação

produzido

hoje

Jabaquara), em São Paulo. O Brasil

dos motores elétricos do veículo,

no mundo é fabricado a partir do

é o quarto país no mundo a deter a

emitindo apenas água como sub-

gás natural, um combustível fóssil

tecnologia de fabricação de ônibus

produto – não há poluentes.

como o petróleo. Uma das alterna-

de transporte de passageiros movi-

Mas o grande problema para

tivas mais promissoras para resol-

do a hidrogênio – os outros são os

viabilizar a produção do hidrogê-

ver esse impasse é a chamada “fo-

EUA, Alemanha e China.

Carlos Zundt

nio é o custo. A eletrólise da água

34

revista minaspetro50anos

industrialmente


Arquivo Grupo Zema

elementos fundamentais

Gasogênio O gasogênio – motor que

por causa da crise do petróleo

um equipamento aos auto-

funcionava com os gases ob-

decorrente da Segunda Guer-

móveis, o que causava des-

tidos pela queima de carvão

ra. Assim que o racionamento

conforto. Além disso, era uma

ou lenha – surgiu no Brasil

terminou, no pós-guerra, ele

alternativa bastante poluente

com o racionamento de ga-

foi esquecido, pois, para seu

e apresentava pouco rendi-

solina imposto pelo governo,

uso, era necessário acoplar

mento.

revista minaspetro50anos

35


elementos fundamentais

A crise do petróleo Em 1960, em Bagdá, os cinco principais países produtores de petróleo – Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kwait e Venezuela – criaram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo – Opep – como forma de reivindicar a política de achatamento de preços praticada pelas grandes empresas petroleiras ocidentais. A iniciativa tinha três objetivos: aumentar a receita dos paísesmembros, a fim de promover o desenvolvimento; assegurar um aumento gradativo do controle sobre a produção de petróleo, ocupando o espaço das multinacionais; e unificar as políticas de produção. Dessa forma, a Opep aumentou os royalties pagos pelas transnacionais, alterando a base de cálculo, e as onerou com um imposto. Devido a isso, após a Segunda Guerra Mundial, iniciou-se a crise do petróleo, provocada principalmente pelo embargo da Opep à distribuição do petróleo para os Estados Unidos e países da Europa. Desencadeada num contexto de déficit de oferta, com o início do processo de nacionalizações e de uma série de conflitos envolvendo os produtores árabes da organização, a crise aconteceu em cinco fases:

36

revista minaspetro50anos

1956 – O Egito nacionalizou o Canal de Suez, passagem para a exportação de produtos da região do Golfo Pérsico, que antes era propriedade de uma empresa anglofrancesa. Ingleses e franceses iniciaram uma intervenção militar na região, o que levou o mundo árabe a realizar um boicote, interrompendo o abastecimento do petróleo e, consequentemente, aumentando o seu preço. A situação só foi contornada após intervenção dos Estados Unidos e da União Soviética, que cessou a ação militar.

1973 – Os países árabes que fazem parte da Opep aumentaram o preço do petróleo em 300%, como forma de protestar contra o apoio dado pelos Estados Unidos a Israel durante a Guerra do Yom Kippur.

1979 – A terceira fase ocorreu

durante a crise política no Irã, em 1979, e a consequente deposição do Xá Reza Pahlevi, seguida pela Revolução Xiita, que desorganizou todo o setor de produção no país, fazendo com que os preços aumentassem em mais de 1000%. Logo em seguida, travou-se a Guerra Irã-Iraque, na qual foram mortos mais de um milhão de soldados de ambos os países. O conflito fez com que o preço disparasse em face da súbita diminuição da produção de dois dos principais produtores mundiais. A crise estendeu-se até 1981.

1990 –

A Guerra do Golfo iniciou a quarta fase da crise do petróleo. Iniciado em agosto de 1990, com a tentativa do Iraque de anexar o vizinho Kuwait a seu território e a intervenção dos Estados Unidos na região, o conflito fechou o Golfo Pérsico e, como consequência, as especulações sobre o desenrolar do confronto elevaram os preços do petróleo a um patamar próximo aos US$40. Em 1991, com a autorização da ONU, os EUA, liderando uma força multinacional (composta por ingleses, franceses, italianos e outros países árabes), reconquistaram o emirado e expulsaram as tropas iraquianas de volta para suas fronteiras. Ao bater em retirada, os iraquianos incendiaram todos os poços de extração, o que provocou uma das maiores catástrofes ecológicas do mundo, destruindo grande parte da vida animal do Golfo Pérsico. Com a rendição de Saddam Hussein, os preços do petróleo voltaram a cair.

2008 – A quinta fase da crise do petróleo aconteceu em 2008. Nesse ano, os preços do barril subiram mais de 100% entre os meses de janeiro e julho, em virtude de diversos movimentos especulativos que estavam acontecendo em todo o globo.


Linha do tempo - ilustração • 1956 – Nacionalização do Canal de Suez pelo Egito e intervenção militar na região. • 1973 – Os países árabes da OPEP aumentam o preço do petróleo em 300% • 1979 – Crise política no Irã e Guerra IrãIraque. • 1990 – Guerra do Golfo. • 2008 – Preços do barril sobem mais de 100% , reflexo da crise econômica mundial.

revista minaspetro50anos

37


Alexandre Brum

elementos fundamentais

Lubrificantes: artilharia pesada contra o atrito 38

revista minaspetro50anos


elementos fundamentais

Atualmente, consegue-se facilmente dar a

No mesmo período, fábricas alemãs desen-

partida em um automóvel sob qualquer tem-

volveram lubrificantes em laboratório, através

peratura. Mas nem sempre foi assim. Os com-

de aditivos, conhecidos como lubrificantes sin-

postos animais e vegetais que lubrificavam as

téticos. Estes apresentavam maior resistência à

máquinas há 150 anos passaram por um longo

oxidação, menor volatilidade, maior índice de

processo de desenvolvimento até atingirem,

viscosidade e menor ponto mínimo de fluidez

nos anos 1950, o patamar de multiviscosos, ou

– a menor temperatura na qual o lubrificante

seja, capazes de adaptar a viscosidade – resis-

flui normalmente –, mas eram usados somente

tência ao escoamento – a diferentes tempera-

em aviões a jato.

turas e, assim, proporcionar um bom funcionamento do motor.

Os multiviscosos passaram a dominar o mercado nos anos 1950, com o sucesso pro-

Quando, em 1859, o coronel Drake contra-

porcionado pela sua adaptação à temperatura,

tou uma equipe de perfuração e descobriu pe-

graças aos polímeros aditivos. Nos anos 1960,

tróleo em campos da Pensilvânia, o óleo foi

o desenvolvimento chegou com o aperfeiçoa-

usado com a finalidade de substituir os antigos

mento dos óleos sintéticos. A ideia de utilizar

lubrificantes, responsáveis por reduzir o atrito

o produto em carros de passeio veio da sua re-

entre duas superfícies em movimento, minimi-

sistência ao frio – o petróleo possui parafinas,

zando o desgaste, o ruído e o aquecimento nas

que endurecem no frio e obstruem o fluxo do

superfícies. Isso porque o petróleo era mais ba-

óleo. Os lubrificantes sintéticos, que também

rato e suportava calor por mais tempo sem se

apresentam característica multiviscosa, arre-

decompor, grandes vantagens competitivas.

bataram o mercado e são os mais recomenda-

No entanto, o óleo lubrificante obtido do

dos pelos especialistas modernos.

petróleo, formado basicamente por hidrocarbonetos, era muito suscetível à mudança de

Aditivos

temperatura: afinava no calor e engrossava

Os principais aditivos encontrados nos lu-

no frio. Com pouca viscosidade, as partes

brificantes sintéticos, responsáveis pela sua

móveis tinham menor proteção; com excesso

maior gama de atuação no processo de lubrifi-

de viscosidade, as partes não conseguiam se

cação, são os detergentes (mantêm a limpeza),

mover.

dispersantes (deixam partículas contaminantes em suspensão), antioxidantes, antiespumantes,

Inovações

melhoradores de índice de viscosidade, agentes

Nos anos 1920, os químicos trouxeram ino-

de oleosidade e agentes de adesividade (garan-

vações. Por meio da destilação do petróleo em

tem maior aderência às superfícies metálicas).

baixas temperaturas, produziram um lubrifi-

Cada vez mais são acrescentados outros adi-

cante menos viscoso. A partir daí, os produ-

tivos aos lubrificantes, o que garante o aper-

tos passaram a ser escolhidos de acordo com a

feiçoamento do óleo e promove melhoria da

temperatura, utilizando-se a viscosidade ideal

performance do veículo, aumento da potência

para cada região e estação do ano. Ainda há

do motor, redução da emissão de poluentes e

quem trabalhe assim.

redução no consumo de combustíveis.

revista minaspetro50anos

39


Arquivo Shell do Brasil

elementos fundamentais

À disposição a todo momento: as lojas de conveniência 40

revista minaspetro50anos


elementos fundamentais

Foi-se o tempo em que as pes-

ceu o primeiro surto de expansão do

pode chegar a 2 mil itens. O con-

soas frequentavam os postos de

setor: 238 lojas atuavam no Brasil.

ceito mais em voga é o de store in

combustíveis apenas para abastecer

Em 1999, as lojas já somavam 1.370

store, ou seja, a associação com ou-

e dar uma checada geral no carro.

unidades, faturando R$493 milhões

tras marcas dentro das lojas. Tudo

Serviços como banco 24 horas, fast

ao ano, 1% do setor de varejo. Com

isso oferecido em ambientes limpos,

food e locadora de DVDs atraem

o grande número de lojas e a con-

organizados, bastante iluminados e

cada vez mais os clientes para as

corrência de supermercados, a partir

de design moderno.

lojas de conveniência, um mercado

do ano 2000 o segmento precisou

O lucro vem da fidelização dos

em constante expansão no Brasil.

passar por um processo de moder-

clientes e do preço das mercadorias,

Apesar de este tipo de loja ter

nização e buscar planejamento de

geralmente acima do valor de outros

surgido no final dos anos 1920 nos

custos e mais eficiência. O resulta-

ramos do varejo. A maioria dos fre-

Estados Unidos, somente a partir de

do? Segundo informações divulga-

quentadores são homens solteiros e

1970 os americanos perceberam o

das na Expopostos & Conveniência

seu potencial de crescimento e pas-

2009, evento oficial dos mercados de

A e B, o que não impede a presença

saram a investir no setor. No Brasil,

distribuição e revenda de combustí-

de mulheres e profissionais de rua e

uma associação entre a Shell e o gru-

veis e equipamentos para postos de

de estradas, como taxistas.

po Pão de Açúcar deu origem à pri-

serviços e de lojas de conveniência

meira loja de conveniência do país,

da América Latina, o Brasil possui,

a Express, localizada no posto Bola

atualmente, cerca de 5.500 lojas de

Os postos e suas bandeiras estão

Pesada, em São Paulo. Por oferecer

conveniência, presentes em cerca de

desenvolvendo o leque de serviços

comodidades como estacionamento,

15% dos postos, que faturam R$2,5

das suas lojas de conveniência, prin-

segurança, funcionamento 24 ho-

bilhões ao ano e geram mais de 175

cipalmente com espaços de relaxa-

ras, grande variedade de produtos e

mil empregos diretos e indiretos.

mento, de venda de DVDs e livros e

Inovação

de acesso à internet. Há ainda o plano

qualidade no atendimento, as lojas de conveniência rapidamente se es-

jovens, de 18 a 40 anos, das classes

Serviços diferenciados

de incorporar atividades dos setores

palharam por todos os Estados e se

As lojas de conveniência ofe-

de lavanderia, farmácia, loteria e cor-

constituíram como uma importante

recem serviços que vão de caixas

reios. Cada vez mais, os postos trans-

fonte de receita dos postos.

eletrônicos a sanduíches feitos na

formam-se em locais de convivência

Em 1995, com a estabilidade

hora, passando por café gourmet

e prestação de serviços básicos, indis-

econômica do Plano Real, aconte-

e uma variedade de produtos que

pensáveis ao dia a dia das pessoas.

O Minaspetro oferece o licenciamento da marca Aghora Conveniência para os revendedores que desejam montar uma loja de conveniência sem ligação com qualquer bandeira em seu posto. A taxa de licenciamento inclui os equipamentos, fornecidos em comodato, sendo o investimento para as obras civis da loja de responsabilidade do licenciado. Há também uma mensalidade para uso da marca. A Aghora oferece qualidade, flexibilidade, assessoria aos licenciados e o know-how de atuação em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo.

revista minaspetro50anos

41


Minaspetro 50 anos

Luiz Otávio – estúdio piloto


Lutas, conquistas, avanços, personagens: conheça alguns fatos que marcaram a história do Sindicato em meio século de existência


Arquivo Minaspetro

minaspetro 50 anos

Relembrando um pouco da história Pessoas e momentos especiais marcaram o início da trajetória do Minaspetro O Edifício Acaiaca, no centro de Belo Horizonte, foi local da primeira sede do Sindicato

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revista minaspetro50anos


minaspetro 50 anos

Arquivo Minaspetro

Arquivo Minaspetro

Arquivo pessoal

Fábio Brandão

Joaquim Chaves

Décio Salema

O que é possível se fazer em 50 anos?

ção Profissional, que pouco tempo depois

Comemorar meio século de vida, comple-

seria o Sindicato. Ela era composta por Fá-

tar bodas de ouro de casamento, ver os fi-

bio Coutinho Brandão, presidente; Lincoln

lhos crescerem, se formarem, se casarem e,

Carvalho, 1º tesoureiro; Gasparino James

quem sabe, até netos nascerem. Enfim, 50

Cockell, 2º tesoureiro; Alcindo de Lima

anos é período suficiente para se ter vários

Vieira, 1º secretário; e Coracy de Alencar,

sonhos realizados.

2º secretário. Essa formação já mostrava

Para o Minaspetro, em 50 anos foi cons-

que, desde o início, não haveria nenhum

truída uma história sólida, de muitas lutas

“sentimento de grupo ou de ‘bandeira’” na

e conquistas, que passa como um filme na

Associação, pois a primeira Diretoria era

cabeça de quem a acompanhou, tornando

formada por revendedores ligados a dife-

possível se lembrar de cada ano até se che-

rentes distribuidoras: Shell, Atlantic, Esso

gar ao Sindicato nos dias de hoje, com 1.725

e Texaco.

associados e atendendo a grande parte das

O mês de fevereiro desse mesmo ano foi

cidades de Minas Gerais, disponibilizando

marcante para a entidade, pois foi quando

uma equipe de 62 profissionais.

ela marcou a realização do primeiro grande trabalho em benefício da categoria: o

O nascimento

envio de um estudo sobre o aviltamento

Foi na sala 1.215 do edifício Acaiaca,

da comissão dada pelo Governo Fede-

no centro de Belo Horizonte, que, no dia

ral aos revendedores de Minas Gerais ao

29 de janeiro de 1959, os revendedores

Conselho Nacional do Petróleo (CNP). Com

elegeram a primeira Diretoria da Associa-

enorme repercussão, a iniciativa também

revista minaspetro50anos

45


minaspetro 50 anos

trouxe a Minas, no início de março de

Onésimo Viana de Souza, no dia 17 de

1959, o então vice-presidente do Sindi-

dezembro, que se iniciava a trajetória de

cato do Comércio Varejista de Combustí-

sucesso do novo Sindicato.

veis Minerais do Rio de Janeiro, Benedito Brotherhood. Entusiasmado com a nova

Atuação nacional

Associação, o vice-presidente teve um

Além da eleição da primeira Direto-

papel fundamental no seu processo de

ria do Sindicato do Comércio Varejista de

transformação em Sindicato. Na Assem-

Combustíveis Minerais de Belo Horizon-

bléia Geral Extraordinária de 18 de mar-

te, o ano de 1960 foi marcado por im-

ço, a mudança teve aprovação unânime

portante fato da história da Revenda de

dos revendedores, animados com a ideia

combustíveis brasileira: em 20 de julho,

de Benedito.

foi constituída a Federação Nacional do

Depois de muito empenho junto ao

Comércio Varejista de Combustíveis Mi-

Ministério do Trabalho no Rio de Janei-

nerais e Garagens – Fecombustíveis. A

ro, o esforço foi recompensado: nascia,

primeira Diretoria da Federação foi pre-

em 24 de novembro, o Sindicato do Co-

sidida por Benedito Brotherhood e teve

mércio Varejista de Combustíveis Mine-

como um de seus membros Fábio Couti-

rais de Belo Horizonte. Mas foi somente

nho Brandão, presidente do Sindicato de

depois da sessão solene da entrega da

Belo Horizonte.

Carta Sindical realizada pelo Delegado

No ano seguinte, a Fecombustíveis ini-

Regional do Trabalho em Minas Gerais,

ciou um programa de integração da Re-

Origem do nome Foi apenas em 1984 que o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Minerais de Belo Horizonte passou a se chamar Minaspetro. O nome foi dado ao primeiro encontro dos postos de gasolina de Belo Horizonte, que aconteceu em uma antiga sede da Secretaria de Saúde, hoje o Minascentro, em homenagem aos 25 anos do Sindicato. Finalizado o evento, o nome passou a ser adotado como nome do Sindicato.

46

revista minaspetro50anos


Arquivo Minaspetro

minaspetro 50 anos

Sergio de Mattos e Diretoria, na solenidade de posse

venda nacional, realizando reuniões em

Primeiros presidentes

diversos sindicatos. Em Belo Horizonte,

Fábio Coutinho Brandão ficou à fren-

a reunião foi realizada em 5 de maio de

te do Sindicato (ainda de Belo Horizon-

1961 e marcada pela decisão de instituir,

te) por três mandatos – biênios 1960/62,

oficialmente, o Dia do Revendedor Bra-

1962/64 e 1964/66. No segundo mandato

sileiro de Combustíveis, comemorado em

(1962/64), o secretário foi Fernando José

20 de julho, numa alusão à data de cria-

Longo Campos, e o tesoureiro, Murilo

ção da Fecombustíveis.

Vieira de Oliveira. No mandato seguinte

Durante a comemoração da data, em

(1964/66) houve uma modificação, com

1962, o Sindicato de Belo Horizonte ga-

Décio Santana assumindo o cargo de te-

nhou seus primeiros sócios beneméritos:

soureiro.

Benedito Brotherhood e o revendedor

No dia 28 de janeiro de 1966, foi rea-

Lincoln Carvalho, fundador e primeiro

lizada a eleição da Diretoria para o man-

tesoureiro da entidade.

dato de 1966 a 1968, com apenas uma

revista minaspetro50anos

47


minaspetro 50 anos

chapa registrada. A Diretoria foi então

lho e Antônio Pinto Coelho Lage, Conselho

composta por Wolney Amâncio Fernan-

Fiscal (suplentes).

des, presidente; Fábio Coutinho Brandão,

A partir de 1968, passaram a ser eleitos

secretário; Urbano Ferraz (substituído em

também os delegados do Minaspetro junto

9/11/66 por Joaquim Silveira), tesoureiro;

à Fecombustíveis. Os primeiros eleitos fo-

Joaquim Silveira, Adail Franklin e Antônio

ram: Décio Salema, Fábio Brandão e Adail

Pinto Coelho Lage, diretores suplentes; Sa-

Amaral Franklin, como titulares; e Afon-

lomão Camargos, Thomaz Lisita e Joaquim

so Maria de Ligori Moura e Fernando José

Silveira, Conselho Fiscal (efetivos); Gualter

Longo Campos, como suplentes. Na posse,

Soares de Castro, Francisco Abrantes Filho

Wolney Fernandes renunciou ao mandato

e Afonso Maria de Ligori Moura, Conselho

de tesoureiro, cargo assumido por Adail

Fiscal (suplentes).

Amaral Franklin.

A posse foi realizada no dia 11 de fevereiro, na sede do Sindicato, no Edifício Acaiaca. O diretor da Fecombustíveis, Da-

A partir de 1970 mudou o período de

nilo Merchior, esteve presente, represen-

mandato da Diretoria do Sindicato, pas-

tando o presidente Benedito Brotherhood.

sando de dois para três anos. Com isso, Dé-

Em seu discurso, Fábio Coutinho Brandão

cio Salema, que foi re-eleito, permaneceu

disse: “Chegada a hora de renovação, te-

no cargo até 1973, sendo substituído na

mos a honra de transmitir a Presidência

eleição seguinte por Fábio Coutinho Bran-

ao nobre e prezado companheiro Wolney,

dão. Nessa segunda fase, ele permaneceu à

depositário da confiança de todos nós e

frente do cargo por cerca de 20 anos.

das nossas esperanças em uma fecunda administração”. No biênio 1968/1970, o revendedor Décio Salema substituiu Wolney Amâncio

48

Diretoria a partir de 1970

O substituto de Fábio Brandão, eleito no ano de 1994, foi Joaquim Osório Chaves, que permaneceu como presidente por um mandato.

Fernandes na Presidência do Minaspetro.

Em 1997, Joaquim Chaves foi sucedido

A eleição aconteceu em 11 de janeiro, e a

por Paulo Miranda Soares, que ficou no

chapa única era composta por: Décio Sa-

cargo por três mandatos, até o início de

lema, presidente; Fábio Coutinho Brandão,

2007. Atualmente, Paulo Miranda Soares é

secretário; Wolney Amâncio Fernandes,

presidente da Federação Nacional do Co-

tesoureiro; Adail Amaral Franklin, Afon-

mércio de Combustíveis e de Lubrificantes

so Maria de Ligori Moura e Fernando José

(Fecombustíveis) e 1o vice-presidente do

Longo Campos, diretores suplentes; Joa-

Minaspetro.

quim Silveira, Paulo Lara e Naylor Souza

A partir de março de 2007, a Presidên-

Costa, Conselho Fiscal (efetivos); e Gualter

cia do Minaspetro passou a ser exercida

Soares de Castro, Francisco Abrantes Fi-

por Sergio de Mattos.

revista minaspetro50anos


minaspetro 50 anos

Momentos difíceis Foi preciso enfrentar muitos desafios para se manter firme e contribuir com os revendedores

Arquivo Minaspetro

Até chegar a 2009, o Minaspetro passou por muitos momentos difíceis, enfrentados também pela Revenda. Foram crises e planos econômicos, além de transformações no setor: mesmo assim, nada minimizou o empenho de revendedores em buscar melhores condições de atuação para a categoria. Antes mesmo de ser oficializado como Sindicato, o Minaspetro contava apenas com um advogado tra-

Sede na Av. Bernardo Monteiro Arquivo Minaspetro

balhista, Leonides de Carvalho Filho, na época recémformado e um dos fundadores, ao lado Fábio Coutinho Brandão. “Eu fazia de tudo no Sindicato, participava de reuniões, fazia as atas, atuava na parte política, acompanhava as audiências e até as negociações coletivas”, conta Leonides, que atuou por quase 30 anos no Sindicato.

Custos e espaço

Sede na Rua Cristina Arquivo Minaspetro

Entre as dificuldades da época, estavam as financeiras. Segundo Leonides Filho, o então presidente Fábio Coutinho pagava as despesas do Sindicato do próprio bolso. “O Fábio sustentava o Sindicato e ainda me pagava para trabalhar”, relembra. Ele destaca que foram muitas as pessoas que ajudavam naquela época, pessoas que já passaram pelo Minaspetro e que tornaram possível este meio século de vida. Alguns deles foram Décio Salema, Joaquim Silveira, Adail Amaral Franklin e Benedito Brotherhood, então vice-

Sede atual, na Rua Amoroso Costa

revista minaspetro50anos

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minaspetro 50 anos

presidente do Sindicato do Co-

ção dos trabalhos de sua equipe de

municípios adotaram o Imposto

mércio Varejista de Combustíveis

funcionários e assessores, e para

de Venda a Varejo (IVV) sobre os

Minerais do Rio de Janeiro.

receber o revendedor associado.

combustíveis, com alíquotas va-

Naquele período, tudo acontecia, no edifico Acaiaca, em Belo

riando entre 1% e 3%. Desse modo,

Crise do petróleo

Horizonte, numa sala alugada

Leonides Filho relembra que

qualizados e sua implantação gerou

e dividida com o Sindicato dos

uma das piores fases vividas pelo

dúvidas sobre quem era o devedor

Açougues da capital. Mas o Mi-

Sindicato e a Revenda foi a época

do imposto: o posto revendedor ou

naspetro foi crescendo e precisou

da crise do petróleo, por volta de

o consumidor.

mudar sua sede. Funcionou por

1973, quando tudo era controlado

Outro problema do mesmo ano

um tempo numa sala nos fundos

pelo Conselho Nacional do Petró-

foi o Plano Verão e a instituição

de um posto de combustível, que

leo (CNP) e faltava combustível.

do Cruzado Novo, com a adoção

pertencia ao então presidente, na

“Naquela época, a construtora

do congelamento de preços. Isso

Avenida Bernardo Monteiro.

Mendes Junior foi afastada do

trouxe grandes prejuízos aos pos-

Como o crescimento era contí-

Iraque e tudo era controlado pe-

tos revendedores, pois as margens

nuo, foi necessária a contratação

los militares”, conta. Na ocasião,

da Revenda eram reajustadas sem-

de mais advogados. Foi então que

também havia a discussão sobre

pre por ocasião de uma majoração

outro personagem histórico do

o uso de cartão de crédito, a res-

de preços. Além disso, os postos

Sindicato apareceu: José Andere.

trição de todo o tipo de crédito e

sofreram arrochos, pois a inflação

Ele dedicou cerca de 40 anos da

para o horário de funcionamento

declarada foi muito aquém da in-

sua vida ao Sindicato, até pratica-

dos postos. Houve até a proibição

flação real e, na época, muitos não

mente o seu falecimento, no mês

de abertura dos postos nas estra-

tiveram condições nem mesmo de

de maio de 2009.

das, segundo Leonides Filho. “Para

pagar os empregados, já que os

O Sindicato só conseguiu ter

abrir um posto de combustível, era

salários do mercado eram muito

sua primeira sede própria em 1984,

preciso pedir autorização para o

superiores àqueles sobre os quais

na Rua Cristina, 1.160, através da

CNP, tinha que ter a bandeira, não

os postos eram ressarcidos.

contribuição dos associados. A

podia ser bandeira branca como

Quando perguntado por outras

propriedade foi comprada após a

hoje, e as distribuidoras eram ape-

histórias ou momentos marcan-

realização da “Campanha dos 300

nas Petrobras, Esso, Texaco, Shell,

tes que remetem à sua época de

mil”, na qual eles se reuniram e

Atlantic e Ipiranga. Era um negó-

atuação no Sindicato, Leonides

arrecadaram o dinheiro para a

cio muito fechado, muito compli-

Filho diz que a memória já está

aquisição.

cado”, destaca.

falhando, mas de um detalhe não

Hoje, o Minaspetro está instalado em sua sede própria, na Rua

50

os preços dos produtos foram dese-

se esquece: “O Sindicato foi muito

Impostos e economia

importante para mim. Apesar de,

Amoroso Costa, 144, bairro Santa

Outro momento difícil foi em

principalmente no início, ter que

Lúcia, região nobre de Belo Hori-

1989. Com a promulgação da Cons-

fazer praticamente tudo sozinho,

zonte. O prédio possui amplas e

tituição em 1988, várias transfor-

me sentia gratificado com aquilo,

modernas instalações e infraes-

mações abalaram a estabilidade

pois vi que o Sindicato saiu do

trutura necessária para a realiza-

do setor. Em janeiro os primeiros

nada e cresceu”, conclui ele.

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minaspetro 50 anos

Para se ter uma ideia da dificuldade enfrentada pelos revendedores muito tempo antes da existência do Minaspetro, basta voltar atrás e rever a história da família Zema, precursora no ramo de combustível na cidade de Araxá, no Triângulo Mineiro. Por volta de 1920, a gasolina usada nos carros da agência da família e para os carros de transporte em Araxá chegava em consignação. Caixas contendo duas latas de 20 litros cada eram despejadas no tanque, para o combustível ser bombeado, manualmente, nas bombas existentes na cidade: uma da concessionária Ford e outra da Chevrolet. Essas tinham capacidade para 20 litros e só se comprava o combustível em frações de cinco litros. O combustível ia de Belo Horizonte até a cidade de Ibiá por transporte ferroviário. De Ibiá até Araxá, era transportado em carro de boi, provocando muito balanço e resultando na perda de cerca da metade do combustível pelo caminho. Para resolver o problema, Domingos Zema, o principal responsável pela trajetória de sucesso do Grupo Zema, mandou uma carta solicitando à companhia distribuidora Atlantic uma bomba de combustível e que a gasolina fosse transportada em tambores de 200

litros. Isso foi em 1925. Já nos anos 1930, a indústria nacional havia se tornado a principal atividade econômica do país e, em 1936, a família inaugurou o primeiro posto de gasolina de Araxá. Por volta de 1940, época da Segunda Guerra Mundial, a situação também era difícil. O governo brasileiro restringiu as atividades dos cidadãos italianos, alemães e japoneses, e o combustível que chegava até a cidade não supria a demanda. Com isso, os carros da época ficavam nas garagens e havia filas nos postos para abastecer. A família Zema fazia remontagem de carros movidos a gasogênio para garantir a sobrevivência da oficina.

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Arquivo Grupo Zema

O testemunho do Grupo Zema

51


minaspetro 50 anos

Orgulho em fazer parte Colaboradores que atuam há mais de 15 anos falam sobre o Sindicato

Todas as conquistas de uma empresa ou instituição dependem das pessoas que

52

ter o reconhecimento da equipe atual e de serem lembrados por sua dedicação.

nela atuam. Se por trás de um grande

Ao longo dos anos, as Diretorias que

empreendimento existem pessoas com-

passaram pelo Sindicato aprenderam que,

prometidas, competentes e que gostam

para desenvolver um bom trabalho para

do que fazem, o sucesso é praticamente

a Revenda era preciso, antes de tudo, ter

garantido.

uma equipe – tanto da sede quanto das

Com o Minaspetro não foi diferente.

regionais – capacitada a promover cada

Foi a contribuição das pessoas que por

vez mais a aproximação com os associa-

ele passaram e daquelas que nele ainda

dos. Para Leonides Filho, um dos fun-

continuam que fez com que o Sindicato

dadores do Minaspetro e seu primeiro

chegasse aos 50 anos ainda mais fortale-

advogado trabalhista, é motivo de orgu-

cido. Desde o primeiro presidente, Fábio

lho ver a equipe que o construiu. “Fico

Coutinho Brandão, até o atual, Sergio de

feliz agora quando vejo que o Sindicato

Mattos; do primeiro advogado, Leonides

está muito bem organizado, muito bem

Filho, aos mais novos de casa; do pri-

estruturado. Todos os diretores que por

meiro vigilante até o atual: cada um dei-

ele passaram são pessoas que têm voca-

xou sua marca nas páginas da história

ção para isso, para o associativismo. O

do Minaspetro. Muitos desses persona-

Sindicato tem uma equipe boa e muito

gens já faleceram, mas não deixaram de

competente”, destaca.

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minaspetro 50 anos

São vários os colaboradores que há muitos anos acompanham o dia a dia do Minaspetro. Pessoas que vivenciaram as várias fases do Sindicato e que se orgulham em fazer parte da sua trajetória.

Passei exatamente metade de minha vida no Minaspetro, ao lado de pessoas que já

se foram e de outras que ainda fazem parte do meu dia a dia. Fiz grandes amigos, convivi com pessoas maravilhosas, que me ensinaram muitas coisas. O Sindicato é minha segunda casa, é onde comecei e pretendo continuar enquanto for útil. Profissionalmente, representa minha segurança, é um lugar que sabe respeitar seus funcionários. Sou muito feliz por fazer parte da família Minaspetro”.

Élcia Maria de Oliveira Vieira, assistente administrativo, há 21 anos no Minaspetro

O Minaspetro é como se fosse minha família. Aqui tenho o meu maior convívio e as

Trato a todos como se fossem meus filhos, da melhor maneira possível. Foi no Minas-

petro que aprendi a me relacionar melhor com os colegas, um grande crescimento. Desejo que continue como é hoje”.

Tereza Justina, faxineira, há 17 anos no Minaspetro

Foi um desafio e uma grande escola. Quando entrei no Minaspetro viajava por todo

o interior do Estado para divulgar o trabalho do Sindicato junto aos revendedores. Estive em muitos municípios e, com isso, criei um ótimo relacionamento com os revendedores, além de muitas amizades. Desejo que o Minaspetro faça mais 50 anos e que eu esteja presente. A Revenda precisa de um Sindicato cada vez mais atuante, como o nosso”.

Esdras Costa Reis, assessor da Presidência, há 18 anos no Minaspetro

O Minaspetro representa muito aprendizado, além de experiência e reconhecimento pelo

trabalho feito na área trabalhista. E os colegas

minhas amizades. Nesses anos, muita coisa mu-

tornaram-se uma família. Desejo que o Sindica-

dou, para melhor, tudo se modernizou. Desejo

to continue crescendo e atendendo às expecta-

que a união que existe prevaleça sempre”.

tivas dos associados”.

Geraldo Duarte, vigia, há 16 anos no Minaspetro

Klaiston Soares, advogado, há 21 anos no Minaspetro

revista minaspetro50anos

53


minaspetro 50 anos

Exemplos de confiança Postos são modelos de perseverança no mercado de combustíveis

Alguns postos de combustíveis de Minas

à frente do negócio é Aslen Paulinelle Bahia.

Gerais acompanham a trajetória do Minaspe-

Ele é neto do fundador do posto e acompa-

tro desde o início. Os empreendimentos tam-

nha o negócio da família há cerca de 50 anos.

bém estão no ramo de combustíveis há muitas

“Sempre procuramos o Sindicato quando é

décadas e são exemplos de revendedores que

necessário. Somos imediatamente atendidos

acreditaram no trabalho que o Sindicato pre-

quanto a tudo de que precisamos e desejo que

tendia desenvolver em prol da Revenda, o qual

o Minaspetro continue assim”, diz.

vem realizando desde então.

Posto Mariana Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

Posto Bahia

O Sr. Raul José de Almeida foi o primei-

54

O Posto Bahia funciona na cidade de Luz há

ro proprietário de posto de combustíveis da

mais de 80 anos. Foi o primeiro do município

cidade de Mariana. Ele é da época em que

e ainda preserva a primeira bomba utilizada

se carregava a gasolina em galões, a cidade

para o abastecimento. Atualmente, quem está

tinha apenas dois carros e, assim, o combus-

revista minaspetro50anos


minaspetro 50 anos

tível durava muito tempo. Atualmente, o Sr.

e muitas vezes nós nem temos a real noção da

Raul está com 90 anos de idade e, segundo a

luta por trás disso”, declara.

filha, Maria Aparecida de Almeida, não deixa de ir ao posto um dia sequer.

Posto Jacuí Arquivo pessoal

Hoje a família possui dois postos em Mariana, um no Centro e outro na Rodovia dos Inconfidentes. “Somos associados desde que o Minaspetro foi fundado e todas as vezes que precisamos, sempre tivemos assistência. Foi muito bom o Sindicato ter implantado o trabalho dos assessores regionais, facilitou muito, já que eles que vêm até a gente. Esse convívio mais próximo com o revendedor é muito bom”, declara Maria Aparecida, que também atua no posto.

Posto Magalhães e Barbosa

Em funcionamento desde 1945 na cidade

Arquivo pessoal

de Jacuí, o Posto Jacuí foi o primeiro a ser fundado no município. Nessa época, funcionava apenas com uma bomba fixada na rua. Em 1951, houve a instalação de uma segunda bomba. É um posto familiar, que primeiro pertenceu à família do Sr. Carlos Augusto de Oliveira e, desde 1993, pertence ao Sr. José Avelar de Oliveira, genro do Sr. Carlos, que também atua com sua família. Desde que assumiu o posto, José Avelar se tornou um associado do Minaspetro, o que O Posto Heriger, atual Magalhães e Barbo-

para ele tem sido de grande valia. “O Sindi-

sa, existe há 50 anos na cidade de Itabirinha. É

cato contribui muito, tem nos dado muita as-

um posto que vinha sendo passado de pai para

sistência jurídica, muitas orientações através

filho, mas há cerca de 9 anos foi arrendado

de cartas, revistas, entre outros. O Minaspetro

por José Barbosa Filho, que não é da família.

deve continuar assim, nos deixando sempre

Segundo ele, o Minaspetro vem representando

bem informados”, destaca.

muito bem a classe ao longo desses anos. “O Sindicato nos auxilia em todos os proble-

Posto Cometa

mas, realizando os congressos, disponibilizando

Há mais de 50 anos, Elias Jorge Salomão

advogados. O Minaspetro nos passa segurança,

Barburi, mais conhecido como “Tóia”, é pro-

realiza um trabalho de muita dedicação. Esses

prietário de um dos postos de combustíveis

50 anos representam uma vida nos defendendo

mais tradicionais de Belo Horizonte. Ele tam-

revista minaspetro50anos

55


minaspetro 50 anos

bém atua como diretor de Relações Trabalhis-

Posto São Cristóvão Arquivo pessoal

tas do Minaspetro, do qual foi um dos primeiros filiados. “Sou o mais antigo revendedor de combustíveis em atividade sem interrupção na capital mineira”, conta orgulhoso. Como diretor, ele participou recentemente de reunião com presidentes de todo os sindicatos da categoria, na Federação do Comércio, em Brasília, para discutir sobre convenções coletivas de trabalho e todos se convenceram de que a melhor convenção apresentada era a produzida pelo Minaspetro, da qual ele foi o autor. “Fiquei muito satisfeito pelo reconhecimento do trabalho e informei aos advogados

Localizado no centro da cidade de Cláudio, o

presentes a forma como realizamos nossa con-

posto São Cristóvão existe desde 1959, quando

venção”, destaca.

foi fundado pelo avô de Rodnei Rezende Car-

Posto São José

valho, à frente do negócio há 15 anos, junto a seu pai. “Acho essencial este Sindicato. Tenho

Arquivo pessoal

muita ajuda, principalmente sobre relações trabalhistas. Em tudo de que precisamos sempre está pronto para nos atender”, afirma.

Arquivo pessoal

Posto Sapucay

Outro incluído entre os mais antigos revendedores de combustíveis de Belo Horizonte, há 55 anos no ramo, o Sr. Cornélio Teixeira de Resende também é associado Minaspetro. Seu posto mais antigo, o São José, é hoje dirigido

56

pela família, em sua terceira geração. “Fomos

Há 20 anos, o Posto Sapucay, em Belo Hori-

um dos primeiros postos associados ao Minas-

zonte, é administrado por Marco Aurélio Sálvio

petro”, conta o neto Márcio Lott, que há cerca

Franco, integrante do Conselho Fiscal do Mi-

de 30 anos está à frente do negócio.

naspetro, sua esposa, Rita, e seus filhos, Mar-

revista minaspetro50anos


minaspetro 50 anos

co Antônio e Jacques Sávio. Mas a história do

Valadares. O primeiro posto da família, hoje

empreendimento começou em 26 de abril de

extinto, foi o Monte Líbano, inaugurado em

1965, quando foi fundado pela família Ladeira.

1950. “Fazemos parte do Sindicato desde o

De acordo com os registros do posto, em julho

início. O Minaspetro presta um bom serviço, é

de 1981 o antigo proprietário vendeu o negócio

muito importante para a classe”, declara.

ao empresário José Antero de Mendonça Filho, que mudou seu nome para Auto Posto Líder

Posto Santa Efigênia

Ltda. Em dezembro de 1989, o posto foi aluga-

Há quase 70 anos, a família Tossige atua no

do para Marco Aurélio, que fez retornar o nome

ramo de combustíveis em Minas Gerais, na ci-

original, o qual permanece até hoje. O empresá-

dade de Dom Silvério. O primeiro posto da fa-

rio lembra que, em Belo Horizonte, o posto foi

mília foi o Posto Tossige, inaugurado em 1939

pioneiro da distribuidora Petrobras, bandeira

pelo Sr. Santos Tossige. Desde então, vem sendo

ainda utilizada atualmente. “Não tenho dúvidas

passado de pai para filho, como o Sr. Joaquim

de que, sem o Sindicato, não haveria a união da

Tossige, e há 20 anos está sob direção do gen-

classe. O Minaspetro é uma ferramenta muito

ro Samuel Rodrigues Gomes com o nome Posto

importante nesse sentido, afinal, a classe unida

Santa Efigênia. “Não tinha muita consciência

é que tem força. E considero que sua atuação

da importância do Sindicato, até que fui multa-

ficou ainda mais importante e forte depois da

do simplesmente por falta de orientação. Agora

desregulamentação do mercado, pois passou a

sempre recebo as visitas dos assessores, que me

ter o papel de ajudar os revendedores honestos

orientam, e até incentivo meus concorrentes a

e ficar de olho nos desonestos”, declara.

se sindicalizarem”, destaca Samuel.

Posto Aliança

Posto Letícia

O Auto Posto Aliança, assim como o Minas-

“Sempre fomos muito bem atendidos pelo

petro, está completando 50 anos. O estabeleci-

Minaspetro. A maior prova de que o Sindicato

mento foi um dos primeiros a serem instalados

é importante para a classe é o fato de estarmos

no município de São Sebastião da Bela Vista,

associados desde o seu início”, declara Carlos

na Rodovia Fernão Dias. Desde 2005, o posto é

Fernando Ávila de Souza. Ele atua no setor há

administrado por Rubens Alvarenga e sua espo-

20 anos, junto a seu pai, Álvaro Agripino de

sa, Marli Alvarenga. “Como já fui líder sindical

Souza, que é filho do fundador do primeiro

dos hospitais, sei bem como é o trabalho de um

posto da família, o Posto Letícia, em 1957, lo-

sindicato e gosto de ver o trabalho do Minas-

calizado na cidade de Conselheiro Lafaiete.

petro, muito importante para a estruturação da categoria e o estreitamento de relação com as regionais”, destaca Rubens Alvarenga.

Posto 2000 No centro da cidade Formiga, há 61 anos, está o Posto 2000. O estabelecimento está em

Rede Gefs

sua terceira geração e atualmente é admi-

Farid Salmen está no ramo de combustíveis

nistrado por Kelson Cássio Nascimento, neto

há mais de 50 anos, na cidade de Governador

do fundador, e sua esposa, Tânia Nascimen-

revista minaspetro50anos

57


minaspetro 50 anos

to. “Temos um excelente relacionamento com

na Bahia. “O Sindicato nos trata sempre com

o Minaspetro, sempre que precisamos somos

muita boa vontade. Quase não utilizo os servi-

bem atendidos. A visita dos assessores nos dá

ços, mas sei que posso contar”, declara ele.

muita segurança e tranquilidade com relação ao que estamos fazendo”, declara Tânia.

Posto Cooperbom O Posto Cooperbom existe há 53 anos na

Posto Colibri

cidade de Bom Despacho e faz parte de uma

Arquivo pessoal

cooperativa. Há 35 anos, tem como gerentegeral Geraldo Magela Cardoso, que explica o porquê de fazer parte do Sindicato: “Ficamos durante um período fora do Minaspetro, mas depois voltamos, porque vimos que era sério e havia realmente um atendimento para nós, do interior. É muito importante existir um Sindicato como o nosso”.

Geisa Brito

Posto Zema Há 57 anos, era fundado o Posto Pampulha, na orla da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. Pouco tempo depois, precisou mudar de nome, passando a se chamar Posto Colibri. Desde 1972, o estabelecimento tem como gerente Gentil Liberato Silveira, que é o segundo vice-presidente do Minaspetro e há 40 anos faz parte do Sindicato. Ele se orgulha em ver o Sindicato completando meio século. “Considero o Minaspetro como uma empresa que cresceu, assim como tudo no Brasil. Acompanho a tra-

O primeiro posto da cidade de Araxá foi

jetória há muito tempo, e na época em que foi

fundado pela família Zema e se mantém firme

fundado, não era fácil constituir um sindicato.

há 86 anos, sendo 52 deles sob administração

É um verdadeiro porta-voz da Revenda”, diz.

do Sr. Ricardo Zema, neto do fundador. Desde 1986 o Grupo utiliza os serviços do Minaspe-

Posto F. Rocha

58

tro, o que para João Batista da Silva, supervi-

O Sr. Florival Rocha tem 91 anos de idade,

sor dos postos Zema há 30 anos, trouxe muitos

sendo 60 deles dedicado à Revenda. Ele é dono

benefícios. “O Minaspetro encurtou muito o

do Posto F. Rocha, inaugurado na cidade de

nosso caminho de acesso às leis e às informa-

Espinosa, em 1949, época em que era neces-

ções sobre nosso setor. É um Sindicato muito

sário buscar gasolina na cidade de Salvador,

atuante”, declara.

revista minaspetro50anos


minaspetro 50 anos

Trabalho jurídico de destaque A atuação do Sindicato nas esferas trabalhista, cível, ambiental, metrológica e tributária proporciona grandes conquistas à classe

Desde sua fundação, o Minaspetro se

O Departamento oferece aos associados

destaca pelo forte trabalho na área jurídi-

orientações com relação ao cumprimento

ca, que coloca à disposição dos associados.

da legislação, ou seja, atua de forma pre-

Com isso, o Sindicato mantém a Revenda

ventiva junto aos postos. Além disso, reali-

sempre atualizada quanto às novidades das

za as defesas administrativas no âmbito das

diversas áreas, apostando principalmente

prefeituras e do Estado, além de todas as

no forte trabalho preventivo, e ainda ofere-

autuações relativas às questões ambientais.

ce o respaldo necessário para a solução de

“Se o revendedor precisa conversar sobre

problemas com a Justiça. O Departamento

alguma questão com estes órgãos, nós va-

Jurídico, ao longo dos anos, obteve muitas

mos junto, até mesmo no interior de Minas

conquistas em favor da Revenda e conquis-

Gerais”, explica Bernardo.

tou credibilidade entre os associados, es-

São várias as conquistas obtidas nesses

pecialmente entre os órgãos judiciários do

anos. Uma que merece destaque são os pra-

Estado.

zos para adequação da Revenda à Deliberação Normativa (DN) n° 50 do Conselho Es-

Departamento Jurídico Ambiental

tadual de Política Ambiental (Copam). “De-

Em 2002, foi definida a obrigatoriedade

pois da DN 50, existiam alguns gargalos.

do Licenciamento Ambiental para os postos

Então o Sindicato fez o pedido à Secretaria

de combustível. “Logo que foi estipulado o

Municipal de Meio Ambiente e foi criado

licenciamento, foi contratada uma enge-

um grupo de estudos composto por pessoas

nheira ambiental para o cadastro de todos

do órgão ambiental, do Minaspetro e das

os postos”, conta Bernardo Souto, advoga-

distribuidoras para solucionar as questões”,

do especialista que chegou ao Minaspetro

relembra o advogado.

nessa época para desenvolver o trabalho na área.

O Departamento atua, ainda, de forma mais efetiva junto ao Conselho Municipal de

revista minaspetro50anos

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minaspetro 50 anos

Meio Ambiente (Comam) de Belo Horizonte

São oferecidos aos associados, gratuita-

a partir de 2009, auxiliando na discussão

mente: serviço de análise dos contratos a

política das diretrizes de meio ambiente da

serem firmados entre eles e a companhia;

capital, e também participa da revisão da

patrocínio de ações por valores inferiores

DN n° 108 do Copam – legislação ambiental

aos normalmente cobrados de não associa-

com relação ao licenciamento dos postos.

dos; e assessoria em questões de concor-

Atualmente, está sendo feita uma discussão

rências, principalmente junto ao Conselho

com relação à DN 116, para o gerenciamen-

Administrativo de Defesa Econômica (Cade)

to de áreas contaminadas.

e à Secretaria de Direito Econômico (SDE).

Para desenvolver todo esse trabalho,

Atualmente, o Departamento Jurídico

há quatro profissionais, além de Bernardo

Cível-comercial conta com uma advogada

Souto: as advogadas Cristiane Magalhães e

internamente, Flávia Lobato, e com o su-

Lígia Macedo, o técnico em meio ambiente

porte externo do escritório de Leonardo Ca-

Mizael Rodrigues e a secretária Scarlett dos

nabrava, que tem 30 advogados.

Santos.

Departamento Jurídico Cívelcomercial

60

Departamento Jurídico Metrológico Simone Marçoni está no Minaspetro há

São muitas as vitórias obtidas pela área

12 anos, atuando no Departamento Jurídico

jurídica cível-comercial do Minaspetro ao

Metrológico, e ressalta que uma das gran-

longo dos anos. São exemplos: nulida-

des conquistas do setor foi o estreitamento

de das quantidades mínimas de aquisição

do relacionamento com os órgãos fiscais.

e das indenizações fixadas com base nas

“Hoje, temos acesso aos órgãos, conquista-

quantidades definidas nos contratos; a nu-

mos abertura para chegar até eles para nos

lidade dos contratos de locação e sublo-

ouvir e à Revenda”, destaca a advogada.

cação integral do imóvel; atuação sobre a

O serviço oferecido gratuitamente pelo

ilegalidade da prática de preços discrimina-

Departamento ao associado é o acompa-

tórios; fungibilidade dos bens comodatados

nhamento dos processos e a confecção de

pelas companhias em função das normas

peças na esfera administrativa: o posto é

ambientais; atuação quanto ao abuso de

autuado e entra em contato com o Sindica-

direito de franqueadores em detrimento dos

to, que começa a elaborar a peça de defesa

revendedores franqueados; entre outras.

e encaminha ao órgão fiscal. Além disso,

“Mais de 90% dos processos concorrenciais

existe um grande trabalho preventivo: “Os

e criminais contra os postos foram arqui-

assessores visitam os postos para verificar

vados ou extintos no sistema de defesa da

se existem não conformidades. Esta é uma

concorrência ao longo desses anos”, decla-

grande inovação por parte do Minaspetro,

ra Leonardo Canabrava Turra, coordenador

é o ponto-chave que trouxe uma significa-

do Departamento Jurídico Cível-comercial

tiva melhora. Há muita demanda por esse

do Sindicato há 12 anos.

serviço e a quantidade varia de acordo com

revista minaspetro50anos


minaspetro 50 anos

a época”, conta Simone Marçoni. Todos os trabalhos são realizados com a preo-

Departamento Jurídico Trabalhista

cupação de reportar ao Instituto Nacio-

O primeiro a ser implantado pelo Mi-

nal de Metrologia, Normalização e Qua-

naspetro, o Departamento Jurídico Tra-

lidade Industrial (Inmetro) e ao Instituto

balhista é um grande diferencial em re-

de Pesos e Medidas do Estado de Minas

lação aos demais sindicatos. “Somos o

Gerais (Ipem-MG), órgãos do sistema

único Sindicato da categoria econômica

fiscalizatório.

que dá assistência gratuita ao associado.

No que se refere à Agência Nacional

O setor trabalhista atua totalmente de

do Petróleo, Gás Natural e Biocombustí-

graça”, explica Klaiston Soares, advoga-

vel (ANP), o Sindicato oferece ao asso-

do trabalhista que atua no Minaspetro

ciado apoio em três fases: defesa, alega-

há 21 anos.

ção final e recursos. Dentro do processo

Além dele, os advogados Luciana

administrativo, o associado não paga

Reis, Raquel Abras e Rommel Fonseca

nada, inclusive a confecção de peças.

compõem a equipe responsável pelos

Se o posto passa para a esfera judicial,

diversos serviços disponíveis, entre eles

o Sindicato oferece convênio e honorá-

as defesas, quando o associado recebe

rios diferenciados. Também estão sen-

uma reclamação trabalhista que precisa

do feitas em nível de Federação e ANP

ser acompanhada na Justiça. O volume

audiências de consultas públicas, o que

de trabalho é grande, os advogados par-

abre oportunidade para que entidades de

ticipam de 10 a 15 audiências por se-

classe possam se pronunciar.

mana. “Também recebemos uma média

Segundo Simone Marçoni, o trabalho

de cinco consultas por dia, fora os te-

desenvolvido pelo setor tem sido cada

lefonemas, que, dependendo da época,

vez mais reconhecido pelos revendedores.

principalmente em período de conven-

“Eles têm buscado mais a consultoria do

ção coletiva, são de 10 a 15 por dia”,

Sindicato. Os veículos de comunicação

ressalta Klaiston Soares.

têm ajudado bastante: os revendedores

O Departamento também atua na área

leem uma matéria na revista, por exem-

sindical, através das convenções coleti-

plo, e me ligam para saber mais”, conta.

vas, dos acordos entre o Minaspetro, que

Um trabalho recente que está sendo

é o sindicato patronal, e a Fenepospetro

realizado pelo Sindicato é com relação

(Federação Nacional dos Empregados

à Lei nº 9847/99, que prevê penalida-

em Postos de Serviços de Combustíveis e

des relativas ao abastecimento nacional

Derivados de Petróleo). “Só no ano pas-

de combustíveis sem prévio registro ou

sado, realizamos 18 reuniões de nego-

autorização iguais para os revendedores.

ciação”, conta ele. Defesas administrati-

O Minaspetro batalha para que isso seja

vas também são realizadas pela equipe.

modificado e os valores sejam aplicados de acordo com o porte do revendedor.

Segundo Klaiston Soares, houve um grande aumento da demanda pelos ser-

revista minaspetro50anos

61


minaspetro 50 anos

viços trabalhistas ao longo dos anos.

tos causados pela criação de impostos,

“Quando comecei no Minaspetro, éra-

taxas e contribuições – com destaque

mos três advogados no setor trabalhista,

para as ações contra a taxa do Ibama,

tínhamos entre 20 e 30 processos, o que

a Taxa de Incêndio e a Taxa de Controle

é razoável. Atualmente, temos em anda-

e Fiscalização da Faixa de Domínio de

mento 110 processos, e a média de acor-

Rodovias (TFDR).

do é de 50%. Ou seja, em metade dos

Quanto ao Ibama, o Sindicato conse-

processos que entram, nós conseguimos

guiu forçar a admissão pela Autarquia

um acordo”, enfatiza.

Federal da compensação da sua Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental

Departamento Jurídico Tributário Para esclarecer as dúvidas dos associados quanto à legislação tributária fe-

62

revista minaspetro50anos

(TCFA) com os valores pagos pelos associados a título de taxa ambiental estadual, já que vinham sendo cobradas parcelas em atraso da taxa ambiental.

deral, estadual e municipal é que existe

No que tange ao Estado de Minas

o Departamento Jurídico Tributário. O

Gerais, duas questões são de maior im-

setor também atua na esfera administra-

portância: a primeira diz respeito à re-

tiva, através da confecção de defesas e

dução do valor da Taxa de Incêndio,

impugnações a autos de infração.

cujos valores ultrapassavam R$1.500,00

Ainda cabe ao setor oferecer ao pró-

por ano por estabelecimento. Hoje, em

prio Sindicato todo o apoio técnico para

virtude da atuação do Sindicato, que

as negociações envolvendo os interesses

forçou a redução através de consulta

da categoria junto aos órgãos fazendá-

formal apresentada ao órgão, apontan-

rios competentes, participando de reu-

do os equívocos da cobrança, a grande

niões, do desenvolvimento de pareceres

maioria dos associados do interior está

técnicos e do aconselhamento à Presi-

isenta da taxa, e aqueles que ainda se

dência e à Diretoria sobre os caminhos

submetem à sua cobrança estão pagando

a serem seguidos. “É papel do setor tri-

valores bem menores.

butário oferecer medidas judiciais em

E a outra conquista, uma das mais

nome do Minaspetro para a defesa do

recentes, diz respeito à obtenção de

interesse dos associados, como os man-

prazos escalonados para a automação

dados de segurança coletivos contra a

dos postos de acordo com o porte dos

cobrança de tributos ilegais ou con-

empreendimentos, junto à Secretaria de

trários à Constituição Federal”, explica

Estado da Fazenda. “Não fosse, de fato,

Gustavo Fonseca, advogado da área há

a atuação do Sindicato nesta área, to-

cerca de 9 anos.

dos os postos revendedores do Estado

São várias as conquistas obtidas pelo

teriam que estar automatizados desde

Departamento. Entre elas, está a busca

dezembro de 2008”, enfatiza Gustavo

pela redução ou minoração dos impac-

Fonseca.


minaspetro 50 anos

Revenda informada A constante comunicação com os associados sempre foi presente na história do Sindicato

revista minaspetro50anos

63


minaspetro 50 anos

O Minaspetro sempre se preocupou em levar

4 mil exemplares, sendo distribuída mensalmen-

a informação de maneira efetiva aos seus asso-

te para revendedores associados, órgãos públi-

ciados. Em 1979, foi fundado o jornal Arrancada:

cos, sindicatos de outros Estados, distribuidoras

mas, mesmo antes disso, o empenho em informar

e demais participantes do setor de combustíveis,

os associados já era marcante e se concretizava

políticos e empresas do ramo.

por meio de ata enviada a eles, chamada Resenha Informativa. Os meios de comunicação do Minaspetro acompanharam seu crescimento e também evo-

A Revista Minaspetro se tornou uma grande ferramenta de aproximação entre a Revenda e o Sindicato, um importante meio de levar informações e novidades a todos de uma só vez.

luíram. O Arrancada tornou-se o Minaspetro Jornal, em formato tabloide, com 12 páginas e diagramação e layout mais modernos. Em ou-

O site do Minaspetro foi outra maneira encon-

tubro de 2008, o veículo deu lugar à Revista

trada para ampliar a aproximação entre os reven-

Minaspetro, mais completa, com cerca de 36

dedores e o Sindicato e levar mais informações à

páginas e trazendo informações em formato de

classe. Em 2009, a página foi re-estruturada para

reportagens e artigos assinados por profissionais

apresentar mais benefícios ao associado, que dis-

do Sindicato, das áreas jurídica, financeira, am-

põe de áreas exclusivas para navegação.

biental e outras. A revista tem tiragem de mais de

64

Sindicato online

revista minaspetro50anos

Até chegar aos pontos de melhoria, uma pes-


minaspetro 50 anos

quisa com quase 100 revendedores associados ao

bustível preencher as vagas disponíveis nos em-

Minaspetro foi realizada, para saber a opinião de-

preendimentos dos associados do Minaspetro. Os

les sobre o site. Foi constatado que eles gostavam

currículos cadastrados são de acesso apenas dos

do layout, mas queriam algo a mais: foco na área

associados, que podem filtrar a busca, optando

e, principalmente, a possibilidade de maior con-

por profissionais de uma cidade ou área de tra-

tato entre eles, facilitando a troca de informações.

balho específica, avaliando os candidatos e até

Mediante a solicitação, o site deixou de ser ape-

mesmo agendando uma entrevista.

nas informativo e se tornou mais interativo e com acesso facilitado para os associados. Algumas novidades já estão no ar e várias outras estão em fase de implantação.

Notícias em dia Outro grande trabalho realizado tem sido a Assessoria de Imprensa. Por meio de envio de

Com essas mudanças, o site possibilita ao re-

releases e contato permanente com jornalistas,

vendedor o acesso a serviços como consulta da

a ação tem colaborado para um melhor relacio-

agenda do auditório da sede, de eventos, de par-

namento e posicionamento do Sindicato junto

ceiros e de fornecedores, obtenção de informações

aos meios de comunicação de Minas Gerais e

detalhadas e cadastros dos postos de combustí-

do Brasil.

veis, atualização de dados, acesso a currículos de profissionais, entre outros.

Há, ainda, o envio do clipping diário para associados e formadores de opinião, em que são relacionadas as principais notícias sobre o setor

balhe Conosco, espaço que permite a qualquer

divulgadas em jornais e sites, além das atividades,

internauta interessado em atuar na área de com-

conquistas e comunicados do Minaspetro.

Luiz Otávio – Estudio Piloto

Outra facilidade é o tutorial para a área Tra-

revista minaspetro50anos

65


minaspetro 50 anos

Congresso Estadual e Ciclos Regionais: carros-chefe do Sindicato Encontros promovem a atualização e a aproximação dos revendedores de todo o Estado O primeiro encontro de revendedores de com-

se aproximar mais dos revendedores do interior.

bustíveis de Belo Horizonte aconteceu em 1984 e

No Congresso em Belo Horizonte, percebeu-se que

tinha o nome de Minaspetro. Foi a partir dele que

o público era formado, em sua maior parte, por

o então Sindicato do Comércio Varejista de Com-

revendedores da capital e da Região Metropolita-

bustíveis Minerais de Belo Horizonte passou a ado-

na. Ou seja, por dificuldades no deslocamento ou

tar este nome e a ter este encontro como principal

outras questões, os revendedores do interior não

meio de unir a Revenda. O primeiro encontro de

estavam sendo contemplados pelo Sindicado.

revendedores aconteceu na sede da Secretaria Municipal de Saúde, onde existe hoje o Minascentro.

A partir disso, começaram a ser criadas regionais do Minaspetro e nasceu também o Ciclo de Con-

Em 1999, o evento Minaspetro passou a se cha-

gressos Regionais & Conveniência. Realizado no

mar Congresso de Postos Revendedores de Com-

interior do Estado, o evento teve sua oitava edição

bustíveis do Estado de Minas Gerais. Em 2008, a

em 2009, nas cidades de Pouso Alegre, Juiz de Fora,

palavra Conveniência foi englobada, face à sua

Uberlândia, Governador Valadares e Montes Claros.

importância para o setor. E, em novembro de 2009, o evento chegou à sua 11ª edição. Mesmo com

66

Estrutura

proporções bem maiores, o Congresso mantém seu

A preparação dos eventos é feita pelo Departa-

principal objetivo: unir a Revenda em torno de as-

mento de Eventos do Sindicato. Para que o Con-

suntos de interesse comum.

gresso e os Ciclos sejam sempre interessantes para

Mais que crescer, o evento serviu de base para

os revendedores, os temas a serem abordados são

a criação das regionais do Minaspetro. A partir do

escolhidos por eles mesmos e trabalhados pelo Mi-

evento Estadual, a Diretoria viu a necessidade de

naspetro, de acordo com a demanda. Para isso, são

revista minaspetro50anos


Luiz Otávio – estúdio piloto

minaspetro 50 anos

realizadas reuniões entre o presidente do Sindicato

neas, permitindo um maior número de discussões

e os revendedores nas regionais, permitindo que

disponíveis para os participantes, que podiam es-

sejam pontuados os assuntos de interesse de cada

colher os temas que mais lhes interessassem.

local. Além disso, ao final de cada encontro é realizada uma pesquisa de qualidade e de sugestões, para que já sejam apontados assuntos para os próximos eventos.

Feira de serviços Além da presença dos revendedores, há a participação de expositores, numa feira de serviços e

Em 2009, comemorando os 50 anos do Sindica-

produtos. São apresentadas novidades do segmen-

to, o Congresso e os Ciclos ganharam um formato

to, em uma oportunidade para a atualização de

diferenciado: foram realizadas palestras simultâ-

equipamentos, serviços etc.

revista minaspetro50anos

67


Arquivo Minaspetro

Arquivo Minaspetro

minaspetro 50 anos

II Congresso Estadual

7ยบ Ciclo Regional, Ipatinga

7ยบ Ciclo Regional, Ipatinga

X Congresso Estadual

8ยบ Ciclo Regional, Governador Valadares

68

Yves Maciel

Bruno Contini

Wolmer Ezequiel

Wolmer Ezequiel

VII Congresso Estadual

revista minaspetro50anos


Bruno Contini

Bruno Contini

VII Congresso Estadual

II Congresso Estadual

8ยบ Ciclo Regional, Juiz de Fora

8ยบ Ciclo Regional, Juiz de Fora

Yves Maciel

Yves Maciel

Arquivo Minaspetro

X Congresso Estadual

Arquivo Minaspetro

X Congresso Estadual

revista minaspetro50anos

69


Referências bibliográficas CASTRO, Maria Beatriz Afonso de. Zema: a história de um nome. Araxá: Gráfica Santa Adélia, 1994. CARVALHO, Enéas Gonçalves de. Inovação Tecnológica na Indústria Automobilística: Características e Evolução Recente. In: http://www.scielo.br/pdf/ecos/v17n3/04.pdf ALMEIDA, Carla Cristina Rosa de; CARIO, Silvio Antonio Ferraz; MERCÊS, Raimundo; GUERRA, Oswaldo F. Indústria automobilística brasileira: conjuntura recente e estratégias de desenvolvimento. In: http://www.fee.tche.br/sitefee/ download/indicadores/34_01/14_parte.pdf

Sites

http://www.clubedodiesel.com.br http://www.inovacaotecnologia.com.br http://www.abve.org.br http://www.sindicom.com.br http://www.clubeinvest.com http://www.klickeducacao.com.br http://www.expopostos.com.b http://www.foodservicenews.com.br http://www.estradas.com.br http://www.der.mg.gov.br http://www2.rodoviasevias.com.br http://200.198.22.36/html/conheca/inicio.htm http://www.dnit.gov.br http://www.carroantigo.com, http://www.anfavea.com.br http://www.wharton.universia.net/index.cfm?fa=viewArticle&id=1081&language=portuguese&specialId=85, http://www.cinform.com.br/noticias/7820089494543311/INDUSTRIA+AUTOMOBILISTICA+BRASILEIRA+E+A+SEX TA+MAIOR+DO+MUNDO+.html http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL249971-5602,00-BRASIL+BATE+RECORDE+DE+PRODUCAO+VENDAS +E+EXPORTACAO+DE+VEICULOS.html http://www.adorofisica.com.br http://www.demec.ufmg.br http://carros.hsw.uol.com.br

Jornais, periódicos, revistas e programas

FOLHA DE S. PAULO. São Paulo. HISTORY CHANNEL E ANDRÉA FONSECA - Maravilhas Modernas: Lubrificantes

Entrevistas

Sergio de Mattos, Paulo Miranda Soares, Leonides de Carvalho Filho, Luis Gil Siuffo Pereira, Simone Maçoni, Ricardo Zema, Leonardo Canabrava Turra, Bernardo Souto, Gustavo Fonseca, Klaiston Soares, Márcia Viviane do Nascimento, realizadas por Cristina Mota e Geisa Brito.

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revista minaspetro50anos


Arquivo Minaspetro



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