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POS X TEF
Dinheiro virtual
Pouco a pouco, novas formas de pagamento caem no gosto dos consumidores, mas é preciso ficar atento à escolha do dispositivo
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Algo aparentemente inofensivo, uma única transação eletrônica para pagamento de combustível custou ao Posto Enseada Azul, em Justinópolis, R$ 260 mil, um prejuízo considerável especialmente para quem lida com margens tão apertadas como é o caso da Revenda. Era 2017, ano em que um dos primeiros casos do golpe da maquininha de cartão – artimanha usada por bandidos para transferir a terceiros o custo de um abastecimento – foi registrado em Minas. “Só percebemos 15 dias depois”, ainda lamenta o revendedor Anderson Luiz Jota. Até hoje a adquirente tenta reaver o valor na Justiça.
Sérgio Pereira, dono do Posto Wap, passou por situação idêntica. Ele conta que levou quase um mês para perceber o golpe. “Não conseguíamos entender o porque da diferença que aparecia no caixa todos os dias. Quando vimos, já era tarde”, diz o empresário, que, após registrar uma ocorrência policial, teve o valor restituído pela adquirente.
O Minaspetro ainda registra casos de golpes com o uso de maquininhas de cartão, ainda que em menor número do que há alguns anos. O problema, entretanto, aponta para uma questão a que o revendedor precisa estar atento: que modelo usar, TEF ou POS? Muitos empresários sequer sabem a diferença entre os dois equipamentos (veja infográfico na página ao lado). Eles, de fato, são parecidos, por isso é preciso conhecer as características essenciais de cada um. E, à medida que as formas de pagamento evoluem, é igualmente importante que o revendedor esteja atento e treine sua equipe para quando as novas tecnologias estiverem definitivamente incorporadas à rotina dos postos.
Controle e conferência
Muitos postos recebem de diversas adquirentes mensalmente. Quando o setor administrativo da Revenda acessa o sistema, é difícil saber se os repasses estão corretos, pois para cada empresa há uma negociação, um contrato e taxas diferentes. Por mais que o revendedor mantenha controle, é impossível ter certeza que as transferências estão adequadas. Para isso, recomenda-se a contratação de uma empresa responsável por conciliar valores. Elas possuem sistemas próprios que permitem diagnosticar erros nos repasses e verificar também se o que foi acordado contratualmente com o revendedor está sendo cumprido. “O dono de posto, muitas vezes, não vê o que foi assinado e percebe que está perdendo dinheiro”, explica Píndaro Lutero, diretor da Conciliadora.
Ele dá um exemplo: um cliente de sua empresa pagava para a Goody Card R$ 0,36 por transação e ainda mais R$ 15,78 a cada DOC realizado. O revendedor sentia falta do dinheiro no final do mês e não sabia que o problema eram as taxas cobradas, que estavam previstas em contrato. Situação semelhante é vivida por postos que recebem cartão-frota. A Vale Card, por exemplo, negocia as taxas separadamente para cada frotista. Quando o revendedor tenta fazer o controle, acaba se perdendo, porque um repasse é diferente do outro, mesmo sendo da mesma bandeira.
Devido ao volume de transações e à complexidade do sistema, é normal erros dessa natureza acontecerem. O ideal é mesmo a contratação de uma empresa especializada, que, por ter acesso a todas as vendas do estabelecimento, pode apurar o valor total a ser recebido e identificar divergências na transação.
Crescimento de novas modalidades de pagamentos
A projeção da Mastercard é que as transações em cartão de débito e crédito aumentem 19% em 2020 no Brasil, ficando em cerca de R$ 2,3 trilhões. O dado mostra o quanto o país ainda pode evoluir nesse quesito. Veja, agora, os resultados de uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo que mostra como lojistas e consumidores têm aceitado bem as novas modalidades de pagamento.
82% dos varejistas pretendem adotar aplicativos e QR Codes como forma de pagamento
24% dos consumidores pesquisados utilizaram apps como forma de pagamento em 2019
17% dos consumidores consultados utilizaram QR Codes como forma de pagamento, alta de 13% em comparação com a pesquisa de 2018
36% do consumo das famílias brasileiras passa por cartões
São 44,6 maquininhas de cartão para cada mil habitantes (o dobro do registrado na China)
Definição
Vantagens POS (Point of Sale)
O Point of Sale é a solução mais conhecida do setor varejista. Ela funciona somente como linha discada e sinal de celular para comunicar os dados e requer uma rede de adquirência. TEF (Transferência Eletrônica de Fundos)
A Transferência Eletrônica de Fundos se dá por meio de um equipamento instalado no caixa do estabelecimento, ligado por um fio. Ele pode ser conectado diretamente ao estoque de grandes redes varejistas
A principal delas é a mobilidade, uma vez que o equipamento funciona via sinal de rede de celular. Para o posto de combustível é um diferencial, já que dá comodidade ao cliente e reduz o tempo que o carro fica na pista. Pode ser conectada diretamente ao estoque da rede varejista, fazendo com que o empresário tenha maior controle sobre o que foi vendido. Há um vínculo direto entre o cupom fiscal e as vendas, o que facilita a conciliação de informações.
Desvantagens Mais suscetível a golpes, perda de conexão durante as transações e erros no repasse de verba das adquirentes. Mobilidade limitada.
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Comunicação Minaspetro Nova base de São Gonçalo do Sapucaí recebeu R$ 18 milhões em investimentos
Marcelo Gomes Silva, da Royal FIC, falou à reportagem sobre o mercado mineiro de distribuição e a atuação da empresa no mercado de bandeira branca, além de TRRs
A Royal FIC entendeu o momento vivido pelo mercado brasileiro de combustível – marcado pelo aumento da competitividade no refino e pela entrada de novos players na distribuição – e está investindo em Minas Gerais. São R$ 18 milhões na construção de uma nova base de distribuição na cidade de São Gonçalo do Sapucaí, na região Sul do Estado.
A previsão é que ela entre em operação ainda este ano. A capacidade de armazenamento será de 9,1 milhões de litros de combustíveis, que atenderão ao mercado spot.
A Revista Minaspetro conversou com o gerente Regional de Vendas de Minas Gerais, Marcelo Gomes Silva, para conhecer os planos da empresa para o futuro e como será a relação com a Revenda e os TRRs, outro foco da companhia.
Atualmente, são quantos revendedores da companhia em Minas Gerais? A empresa tem planos de expansão no Estado?
A distribuidora de combustíveis Royal FIC atua no mercado de combustíveis de Minas Gerais desde 2004 e, atualmente, atende aproximadamente 1.100 revendedores bandeira branca. Atualmente, possui uma base própria em Betim e pontos de distribuição compartilhados nas cidades de Uberaba e Uberlândia. Para ampliar o número de clientes, a empresa está construindo uma nova base própria com sistema automatizado de carga e descarga na cidade de São Gonçalo do Sapucaí, que atenderá as regiões Sul de Minas e Norte de São Paulo.
Quais os diferenciais da companhia para os postos que são bandeirados?
Comercializamos gasolina comum e aditivada, etanol e diesel S100 e S500 para postos revendedores bandeira branca e TRRs. Hoje, a Royal FIC possui uma estrutura operacional robusta, com capacidade de atendimento e agilidade. Além disso, mantemos uma equipe de vendas sempre próxima da Revenda, pronta para solucionar as questões do dia a dia, atualizada às tendências de mercado e com conhecimento apurado sobre as peculiaridades que envolvem o segmento de postos bandeira branca. Paralelo a isso, oferecemos a esses estabelecimentos os serviços do nosso laboratório móvel de análise, o Lab FIC, que foi criado com o objetivo de percorrer os postos para orientar frentistas e gestores sobre como analisar a qualidade dos combustíveis, de acordo com as normas da ANP.
Por que a empresa decidiu construir uma base no Sul de Minas? Quais serão os diferenciais de infraestrutura?
A região Sul de Minas é estratégica, pois fica entre as duas maiores economias do país, Minas Gerais e São Paulo. Com essa base, estaremos ainda mais próximos dos clientes e, com o sistema automatizado, proporcionaremos ainda mais agilidade, confiabilidade e segurança a eles.
Com essa tecnologia de automatização, o processo de entrega de combustíveis ao cliente ficará ainda mais ágil, porque o controle de temperatura, densidade e volume nas baias de carga e descarga será realizado por meio de softwares de gestão e monitoramento – e não mais manualmente.
A nova base terá capacidade para armazenar aproximadamente 9,1 milhões de litros de combustível e movimentará cerca de 20 milhões de litros ao mês, entre carga e descarga. Com três plataformas de abastecimento 100% automatiza
MARCELO GOMES SILVA
das, a base contará com sete tanques de armazenamento de combustíveis entre diesel S500 e S10, biodiesel, etanol anidro e hidratado e gasolina.
Como a Royal vê o mercado mineiro de combustíveis, tendo em vista que o Estado abriga a maior malha rodoviária do país? Qual o papel dos mais de 4.000 revendedores de Minas Gerais nesse contexto?
A missão da Royal FIC é levar combustível de qualidade para quase todo o Brasil. Atualmente, a empresa possui 26 pontos de distribuição de combustíveis em nove estados, atendendo mais de sete mil clientes em 15 estados brasileiros. Isto vai ao encontro do importante papel que o revendedor cumpre nos mais de 850 municípios de Minas Gerais. Nesse cenário, nossa empresa trabalha para atender todos os pontos de abastecimento do Estado. Não por acaso, grande parte dos nossos esforços estão direcionados justamente para a ampliação da nossa capacidade operacional em âmbito nacional e estadual. As dimensões de Minas Gerais aumentam o nosso desafio, já que diversos municípios fazem fronteiras com outros estados. A Royal FIC também já atua na Bahia, Goiás e São Paulo e, portanto, é capaz de atender com agilidade e qualidade os clientes das cidades mineiras limítrofes a esses estados e mais distantes dos polos mais populosos e desenvolvidos.
O governador Romeu Zema foi convidado a abrir os trabalhos
Por uma abertura gradativa e responsável
Seminário Agenda Regulatória para o Setor de Combustíveis, realizado pelo Minaspetro e Combustível Legal, reuniu especialistas e revendedores, em fevereiro, e todos chegaram a uma conclusão: é preciso cautela quando o assunto é regulação e modernização do mercado
As recentes e relevantes mudanças pelas quais passam o setor de combustíveis exigem máxima atenção da Revenda. Em pouco mais de um ano, a BR Distribuidora, estatal desde 1971, se tornou majoritariamente privada; a Petrobras anunciou a venda de 50% de sua operação de refino; e, paralelamente a isso, a ANP acenou com a possibilidade da temida verticalização e da venda direta de etanol das usinas para os postos. Inevitavelmente, portanto, 2020 será marcado pela consolidação de algumas dessas mudanças e pelo enfraquecimento de outras.
Não há alternativa diante de tantas alterações importantes – é necessário dialogar com todos os elos produtivos da cadeia e ter atenção a estudos que apontem caminhos para a Revenda. Por isso, o Minaspetro, em parceria com a Combustível Legal, decidiu organizar um encontro que, até então, não estava em sua agenda oficial de eventos. O Seminário Agenda Regulatória para o Setor de Combustíveis reuniu especialistas do setor na área de regulação, representantes das distribuidoras, das usinas de etanol e revendedores. Os empresários perceberam a importância do momento de transição por que passa o mercado e lotaram um dos auditórios do Hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte.
O evento foi aberto pelo governador do Estado, Romeu Zema, que fez um resgate histórico de como se dava a relação entre a administração pública e o setor privado décadas atrás. Otimista com relação à economia nacional em razão das recentes reformas aprovadas pelo Congresso, Zema se colocou à disposição do setor para melhorar o ambiente de negócios. “Somos ex-colegas, trabalhei com postos por décadas e sei da dificuldade dos empresários e da cultura do anti-empreendedorismo que se criou no Brasil durante anos.”
O deputado estadual Guilherme da Cunha (NOVO) também participou da abertura. Ele tem sido o parlamentar mais próximo das pautas da Revenda, inclusive, presente em reuniões com a diretoria do Minaspetro na Secretaria de Estado de Fazenda. “Foram quatro encontros na SEF no ano passado. Está claro que o PMPF é um truque arrecadatório. O pedido da Revenda para uma revisão disso era tão justo e correto que tínhamos que pressionar. E acabou dando certo, já que a metodologia de cálculo foi alterada no ano passado”, disse o deputado.
PAINÉIS
O evento foi formatado no modelo de painéis de debate. Todos eles tiveram a mediação de Adriano Pires, uma referência nacional quando o assunto é mercado de combustíveis. O doutor em Economia Industrial pela Universidade Paris XIII, mestre em
Alguns debates foram abertos a perguntas dos revendedores
Planejamento Energético e atração principal do Ciclo de Congressos do Minaspetro 2020 informou os participantes do primeiro debate sobre as Atuais Propostas para o Setor de Combustíveis.
“Em um momento em que a única refinadora do país vai sair com 50% de sua operação e concentrar seus trabalhos no Rio e em São Paulo, vamos precisar de estoque? A infraestrutura de acesso a combustíveis está legal?” – foi a provocação feita por Magda Chambriard, ex-diretora da ANP e atual consultora de energia da Fundação Getúlio Vargas. Seus questionamentos, a propósito, viriam a constituir a tônica do evento. Nenhum palestrante convidado se mostrou favorável à verticalização ou à venda direta de etanol das usinas, muito embora esta última proposta esteja caminhando com mais força dentro da ANP e do próprio governo.
A maior preocupação com relação a isso é a sonegação. Os revendedores temem viver o fim dos anos 1990, quando as distorções identificadas no mercado eram explicadas pelo não pagamento de impostos por empresários que agiam de má-fé. O convidado a falar sobre o tema foi Antônio Pádua, diretor-técnico da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Única), chamado carinhosamente de “papa do etanol”.
Ele lembrou que o combustível de cana assumiu maior protagonismo quando foi alterada a política de preços da Petrobras para a gasolina e o diesel. Nesse contexto, a venda direta do etanol começou a tomar corpo. “Eu entendo que ela vá ser aprovada, há força política para isso”, cravou. A preocupação dos revendedores, portanto, procede, segundo o especialista. Para ele, a mudança exige uma alteração em todo arcabouço tributário do combustível. No entanto, é
preciso manter a tributação monofásica do etanol, para garantir a simplificação.
Pádua afirma que a concentração de tributos no setor produtivo, associada à fragilidade financeira de muitas unidades produtoras, gera preocupações como a desorganização do mercado, devido à possibilidade de que agentes mal intencionados sejam atraídos para a cadeia e à dificuldade do produtor incorporar o aumento dos tributos no preço cobrado pelas usinas sem que sua receita líquida seja reduzida e a expansão da oferta de biocombustível venha a ser impactada em longo prazo.
A sonegação seguiu sendo o tema principal do primeiro painel. Leonardo Zilio, secretário-executivo da Sindicom, trouxe um dado alarmante: R$ 7 bilhões em impostos são sonegados anualmente somente no mercado de combustíveis, o que mostra que ainda há muito a ser aprimorado tanto no sistema tributário quanto no controle por parte dos órgãos arrecadatórios.
Na opinião de Zilio, a sonegação e as mudanças previstas no refino mostram que a ANP tem priorizado erroneamente suas pautas. “Simplesmente não é o momento de ser discutida verticalização, delivery... Todos nós já enxergamos isso. O que deveria estar na agenda é o endurecimento para conter as irregularidades, o aprimoramento da tributação, a priorização do investimento em infraestrutura e a organização para a gestão do leilão do biodiesel.”
SEGUNDO TEMPO DE DEBATE
Analisadas as propostas futuras para o mercado, o segundo momento foi dedicado a um aprofundamento da análise das mudanças que poderão vir a ser, de fato, implementadas. Leonardo Canabrava, PhD em Direito Econômico e advogado da Fecombustíveis, abriu os trabalhos com uma pergunta provocativa: “A gente precisa de uma regulamentação nova, tão disruptiva assim? Dos anos 1990 para cá, avançamos bastante, não podemos achar ruim. É claro que podemos melhorar, mas precisa mudar tudo de forma tão rápida?” Este foi outro ponto de consenso entre painelistas e revendedores – claramente, ninguém é contrário à abertura e à modernização do mercado, mas, sim, a mudanças tão importantes e estruturantes para o Brasil sendo feitas de forma tão rápida, sem o necessário diálogo com os elos da cadeia. “O ponto não é de resistência. Queremos um cronograma paulatino, para fazermos avaliações e uma abertura responsável. A mensagem que fica é de prudência. O objetivo é melhorar uma regulação que já nos trouxe para um bom lugar”, concluiu o advogado.
Atração do Ciclo de Congressos deste ano, Adriano Pires mediou os painéis
MEDIÇÃO ELETRÔNICA E MONITORAMENTO DE VAZAMENTO
ATENDE MINISTÉRIO DO TRABALHO
Florival de Carvalho, ex-diretor da ANP, endossou o discurso. “Qual é a prioridade neste momento? A ANP está em uma pauta miúda”, brincou. Em sua explanação, ele tocou em um ponto que os demais palestrantes ainda não haviam abordado – segurança jurídica. Essa é uma questão estratégica para o mercado de combustíveis. “O país vive uma crise do ‘fazer valer a lei’. Neste momento crucial de regulação, este debate é fundamental. Distribuidoras foram embora daqui no passado por causa disso.”
Expostas as opiniões dos especialistas quanto ao futuro do mercado, o momento seguinte foi reservado a um bate-papo aberto entre o presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda, o presidente do Minaspetro, Carlos Guimarães, o diretor Executivo e de Operações e Logística Distribuidora da BR, Marcelo Fernandes Bragança, e o diretor da ANP Aurélio Amaral. “Vocês foram assertivos quanto às análises econômicas. A chave que abre portas para grande parte do debate que tivemos aqui é a reforma tributária”, ressaltou o diretor da ANP.
REVENDEDORES INFORMADOS
Os comentários dos revendedores no lobby do Hotel Ouro Minas eram de que o evento serviu para abrir novos horizontes para o negócio. Muito embora haja uma preocupação de como serão os impactos da mudança, principalmente com relação à tributação do etanol, o sentimento era de alívio em razão da desidratação da proposta da verticalização. Aílton Alves, do Posto Quatro Rodas, em Contagem, aprovou o conteúdo e o formato do seminário. “Foi importante para nos atualizarmos sobre questões importantes que, certamente, vão nos impactar muito. Estou mais ciente do mercado em que estou inserido.”
Rodrigo Rapini, proprietário do Posto Raja FR, em Belo Horizonte, ficou mais tranquilo com as conclusões tiradas do debate. “Todos tiveram a mesma percepção sobre a verticalização e o foco será maior na venda das refinarias, que será de grande relevância para o mercado.”
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Com a palavra, os participantes
É um dos momentos mais delicados do mercado nos últimos 50 anos, por causa do refino. Vai mudar a sistemática de logística e de suprimentos e a relação dos elos da cadeia” Leonardo Zilio, secretário-executivo da Sindicom
A venda direta do etanol é algo tão complexo que não há consenso nem entre os produtores. Não sou contra a venda direta, sou contra as consequências que ela traz” Antônio Pádua, diretor-técnico da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Única)
Nossa regulação ainda é jovem. Herdamos dos portugueses uma política cartorial de colocar tudo na lei. A chave para boa parte de tudo isso que estamos discutindo é a reforma tributária” Aurélio Amaral, diretor da ANP
Em 2014, começou este assunto (verticalização). Essa questão passa por uma discussão sobre qual agente econômico vai remodelar o mercado. Tenho sérias dúvidas se isso nos traz uma abertura ou o oposto” Magda Chambriard, ex-diretora da ANP, atual consultora de energia da Fundação Getúlio Vargas
A conclusão a que chegamos ao final do painel é que somos a favor da abertura do mercado, mas garantindo a qualidade do produto, o abastecimento e o combate à sonegação. A ANP tem que deixar de lado a ‘perfumaria’, que é o delivery e a venda direta, e se preocupar com a infraestrutura para o refino” Adriano Pires, economista e sócio-fundador da CBIE
A reflexão que temos que fazer é se essas mudanças iriam beneficiar o consumidor, e claramente não iriam” Carlos Guimarães, presidente do Minaspetro
Não somos contra a modernização e a abertura do mercado. O Brasil é diferente, não pode ser feito como em outros países. É preciso uma abertura gradativa” Paulo Miranda, presidente da Fecombustíveis
O país vive uma crise de ‘fazer valer a lei’. Sem segurança jurídica, investidor não investe. Muitas distribuidoras foram embora do país por causa disso” Florival Carvalho, ex-diretor da ANP
O mercado ilegal de combustíveis faz o Brasil andar para trás” Carlos Rodrigues Faccio, diretor do Combustível Legal
Estamos precisando de uma mudança regulatória tão disruptiva assim? Observem o quanto avançamos da década de 1990 para cá. Não podemos achar que o que temos é ruim. Claro que dá para melhorar, mas é preciso mudar tudo de forma tão rápida? Nosso parque de refino não foi construído para ser competitivo e, sim, complementar” Leonardo Canabrava, PhD em direito econômico e advogado da Fecombustíveis
O mais importante nessa agenda regulatória é definir as regras antes do jogo começar” Marcelo Fernandes Bragança, diretor Executivo e de Operações e Logística Distribuidora da BR
Ficar em casa é o melhor negócio
Pandemia do coronavírus leva Minaspetro a adiar temporariamente eventos do 13º Ciclo de Congressos Regionais em Uberlândia e Juiz de Fora
No dia 11 de fevereiro, o Minaspetro enviou comunicado aos 25 expositores que haviam confirmado presença no 13º Ciclo de Congressos Regionais para informar do adiamento temporário das edições previstas para as cidades de Uberlândia e Juiz de Fora. O motivo foi a confirmação, já naquela data, do registro de casos de transmissão comunitária do vírus causador da pandemia que assola os cinco continentes.
“Preocupado com o avanço da pandemia de coronavírus (COVID-19) no Brasil, o Minaspetro comunica que os eventos do 13º Ciclo de Congressos Regionais em Uberlândia e Juiz de Fora, programados para os dias 15 de maio e 26 de junho, respectivamente, foram adiados temporariamente”, informou o comunicado.
No texto, o Minaspetro alertou os expositores sobre a necessidade de que sejam seguidas as re-
comendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), que têm orientado a população a evitar aglomerações como forma de impedir a propagação do vírus. E acrescentou que, como o adiamento ocorre em um momento inicial da curva de transmissão, ainda não é possível prever as futuras datas em que os eventos poderão ser realizados. “É necessário aguardar a evolução da doença em nosso país e as novas orientações dos órgãos competentes para, então, discutir a remarcação dos encontros.”
MONTES CLAROS E IPATINGA
De acordo com o calendário inicialmente previsto, os eventos programados para Montes Claros e Ipatinga deverão ser realizados, respectivamente, nos dias 28 de agosto e 23 de outubro. Para estes ainda não há previsão de mudança nas datas – tudo vai depender da maneira como a pandemia evoluirá nos próximos meses.
Além de ter solicitado a compreensão dos expositores diante da gravidade do quadro vivido no país e firmado o compromisso de promover os eventos tão logo a situação se normalize, o Minaspetro observou que, conforme informação divulgada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), os passageiros de voos domésticos que já tinham viagens marcadas poderão remarcá-las gratuitamente.
“Não há dúvida de que o melhor a fazer atualmente é seguir as recomendações dos órgãos competentes. O momento ainda é de muita incerteza sobre o alcance e as consequências da pandemia para o nosso país. Nossa expectativa, evidentemente, é de que o perigo passe logo e possamos estar novamente juntos o mais breve possível”, conclui Carlos Guimarães, presidente do Minaspetro.
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