2014
ANEXO DO MANUAL DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER GESTÃO 2013-2014 INTERNATIONAL FEDERATION OF MEDICAL STUDENTS ASSOCIATIONS OF BRAZIL | Alameda Santos, n.º 1.800, 8º andar, CJ 8032, Bairro Cerqueira César, São Paulo/SP | CEP: 01418200 CNPJ 02300156/0001-13
Este é um anexo do Manual de Combate à Violência contra a Mulher. Não deixem de ler! As campanhas, projetos e eventos citados neste arquivo são ações que aconteceram nos últimos 2 anos (2013 – 2014) e que os coordenadores locais dos respectivos comitês locais entraram em contato comigo (NORP 2013-2014) para enviar as informações e as fotos. Realizando, assim, a divulgação de suas atividades. Obrigada pessoal! O intuito deste é divulgar ações inovadoras da IFMSA Brazil e que contribuíram de alguma forma para o combate à violência contra a mulher. Aproveitem e fiquem a vontade para tirar muitas ideias dessas atividades!
Ninguém está pedindo - Combate ao estupro (UEPA) Eu amo minhas mulheres (Campanha Online) (USF) Flores de Março (UNINOVE) Saiba que és a mais BELA (FMABC) Quebrando o silêncio (UFPA)
Free Hugs and Green Hugs! <3
Mirella Cristina Silveira Gomes National Officer on Human Rights and Peace 2013-2014
Ninguém está pedindo - Combate ao estupro (UEPA) Durante a campanha os participantes foram divididos em dois grupos. Um ficaria responsável pela apresentação da mulher na caixa, fazendo as perguntas e todas as ações relacionadas à metodologia proposta. Enquanto isso, outro grupo ficaria responsável pela divulgação, na praça, da ação que estaria ocorrendo. Essa divulgação baseou-se em perguntas do cotidiano ("você se sente incomodada com o assédio verbal devido às suas roupas? Você gosta de ser chamada de 'gostosa' por homens, na rua?"). A partir das respostas, ocorreu uma conversa reflexiva sobre questões de gêneros e violência à mulher, finalizando com o convite a visitar a ação que estava ocorrendo na "caixa preta". Resumo da metodologia: a campanha foi dividida em três partes. A primeira fase era as perguntas feitas, baseadas em ações machistas no cotidiano, ao grupo de mulheres presente no local da ação. Após essa fase, uma mulher do grupo era chamada a se posicionar na frente de uma caixa de papelão que continha uma integrante do nosso comitê. A caixa possuía duas "portas": uma mostrando o corpo da nossa integrante, enquanto a outra, na altura da cabeça, mostrava um espelho. Assim, quando a moça convidada posicionava-se à frente da caixa. Um participante do comitê abria a porta inferior, perguntando à convidada se a mulher, que estava dentro da caixa e vestida com uma imitação de burca - traje do oriente médio -, merecia ser estuprada. Após a resposta, o integrante fechava e abria, novamente, a porta inferior, mas, dessa vez, a integrante teria trocado a burca por um "shortinho curto" e blusa regata com a barriga aparecendo. A mesma pergunta era feita, mas, após a resposta da convidada, o integrante abria a "porta" superior da caixa, revelando um espelho. Ao perceber que a mulher convidada teria sua face estampada num corpo com outra vestimenta (considerada "imprópria"), fez-se a mesma pergunta: essa mulher deveria ser estuprada? A partir disso, poderia ocorrer uma possível reflexão, a qual partiria para a terceira fase da campanha: o integrante do comitê local informaria dados acerca da violência à mulher, reiterando a questão de conscientização acerca do estupro e questões de gênero, como, enfim, o machismo.
Fotos:
Eu amo as minhas Mulheres (Campanha Online) - USF O objetivo da campanha “Eu Amo Minhas mulheres” é voltar a atenção da comunidade para o fato de que a mulher deve ser lembrada todos os dias, e não apenas em uma data comemorativa, por este motivo ela foi realizada em uma data diferente. Para isso realizamos uma campanha online na rede social Facebook visando conseguir a atenção da maior quantidade de pessoas possível. A campanha contou com uma frente online e outra presencial. Os alunos interessados foram instruídos em uma capacitação sobre o funcionamento dessas duas frentes e divididos em grupos para otimizar o trabalho. Frente online: Consistiu na criação de uma página no facebook, para a divulgação de textos, reportagens, quadrinhos e vídeos com o tema “mulheres”. O conteúdo era sugerido pelos participantes da campanha (na capacitação eles foram orientados que deveriam enviar esses conteúdos como sendo parte obrigatória da campanha). Para organizar melhor os arquivos, criamos um grupo no Facebook com todos os participantes, assim, tudo o que eles desejassem que fosse colocado na página deveria ser postado lá, e um dos coordenadores ficaria responsável por divulgar na página (já que restringimos a postagem de conteúdo na página apenas para os coordenadores, para evitar que postagens inadequadas ocorressem). Os participantes, também como parte obrigatória, deveriam curtir a página e compartilhar pelo menos uma postagem de seu interesse, auxiliando assim a divulgar a página. Como atividade opcional, sugerimos que cada participante tirasse uma foto com a hashtag #euamominhasmulheres para postarmos em um álbum criado exclusivamente para a postagem desse tipo de foto, houve adesão de quase 100% dos participantes. Resumindo, a parte online contou com atividades obrigatórias e opcionais, contribuindo para a divulgação da página.
Obrigatórias: Curtir a página, sugerir postagens, compartilhar no mínimo uma postagem e enviar a história de uma mulher marcante na história brasileira ou mundial Opcional: tirar uma foto com a #euamominhasmulheres e variantes como #euamominhamae #euamominhairma Frente presencial: além da parte online (foco principal da campanha) contamos também com uma parte presencial, na qual os participantes ficaram responsáveis por fazer a distribuição de panfletos em locais estratégicos: faculdade, entrada do hospital, lago da cidade, centro e outros locais acessíveis. Os alunos participantes foram orientados a entregar o panfleto, que basicamente convida a curtir a página (vide anexos), e fazer a conscientização falando um pouco sobre a ideia da campanha. Além disso, perguntávamos aos abordados se eles teriam interesse em tirar uma foto para colocarmos na página. Parte da campanha sobre mulheres marcantes na história, a cada dia a história de uma delas foi postada na página:
Flores de Março - UNINOVE O Projeto Flores de Março surgiu do desejo de alunos da Faculdade de Medicina da Universidade Nove de Julho, que participam da IFMSA Brazil em abordar o tema da violência contra a mulher. Em parceria com a liga de Ginecologia e Obstetrícia e docentes da própria faculdade nasceu a contraproposta de um projeto voltado especificamente para os alunos das áreas de saúde da Uninove, sobretudo da faculdade de Medicina, que possibilitou o acesso a informações e debates relevantes à formação acadêmica destes. A questão que o projeto Flores de Março trouxe aos seus participantes é: o que você precisa saber, como profissional de saúde, para garantir uma assistência mais humana e integral a mulheres envolvidas em situação de violência? Com duração de uma semana, no horário de almoço e aberto para os demais cursos da faculdade, o curso abordou o tema nos aspectos: como realizar a consulta da vítima, o impacto disso na saúde brasileira, além dos apectos psicológicos e jurídicos do tema. O resultado foi uma excepcional tomada de consciência dos aluno quanto à importância e relevância do assunto, ensinando-os a como lidar com a mulher nessa situação. Com isso, espera-se ter uma complementaridade na formação de nossos médicos, fazendo com que estejam preparados para agir corretamente, tentando confortar e orientar da melhor forma, visando, assim, uma medicina humanitária no atendimento à mulher vítima de violência.
Saiba que és a mais Bela - FMABC A campanha tem como objetivo principal expor à população que a violência contra as mulheres ainda é uma realidade brasileira, presente em muitos lares; não somente a violência física, mas também a sexual, psicológica e moral. A partir disso, o intuito é conscientizar a população com relação a esse tema, mostrar que não se trata de uma situação normal e, portanto, não deve ser negligenciada. Além disso, disseminar para a população a existência da “Central de Atendimento à Mulher” (disque denúncia 180), principalmente para as mulheres que já foram vítimas, mostrar que por meio desse serviço elas receberão todo o suporte necessário para agirem da melhor forma possível mediante uma ação violenta. E para a população não vítima, mostrar que eles também podem utilizar o número para fazer denúncias (anônimas ou não), e incentivá-los a fazerem, pois se trata, no mínimo, de uma forma de salvar uma vida. O LC FMABC em conjunto com a prefeitura realizou a campanha durante a caminhada “Parada Lilás” promovida pela Secretaria de Políticas para as Mulheres – Prefeitura da cidade de Santo André em pró dos direitos das mulheres, no dia 15 de março de 2014. Ao longo da caminhada, os transeuntes foram abordados pelos voluntários que transmitiram as informações sobre o assunto, enfatizando a existência da “Central de Atendimento à Mulher”. Para a abordagem houve entrega de flores e os voluntários andaram com uma faixa com as seguinte frases: "Ainda que te tratem como a pior das rosas, saiba que és a mais Bela!", e “DENUNCIE – 180”. Além disso, os voluntários estavam uniformizados com camisetas estampadas com essas mesmas frases a fim de chamar uma maior atenção da população.
Quebrando o Silêncio - UFPA A campanha “Quebrando o silêncio” visou à conscientização do público a respeito de uma questão de saúde pública: a violência contra a mulher. No dia 28 de Agosto de 2014, às 18h, ocorreu a capacitação dos participantes, a qual foi conduzida por uma estudante de direito e uma psicóloga, em uma das salas da Faculdade de Medicina da UFPA. A estudante de direito e membro da Marcha Mundial das Mulheres, Brisa Libardi, palestrou sobre as leis relacionadas à violência contra a mulher e os tipos de violência existentes. Em seguida, a psicóloga Keyla Magalhães, em forma de roda de conversa, levou as informações necessárias acerca da violência doméstica, especificamente violência contra a mulher, ressaltando os cuidados que devem ser tomados nesses casos, tanto da parte da vítima, quanto daqueles que estão ao seu redor. A ação se deu no dia 31 de Agosto de 2014, na Praça da República, a partir das 8h. Algumas meninas foram maquiadas para parecerem violentadas. Elas usaram roupas que simbolizavam as variadas personalidades femininas (roqueira, rica, dona de casa, pobre, médica...), ressaltando assim o fato de que a violência pode acontecer com qualquer uma. Os participantes utilizaram braçadeiras alaranjadas – cor escolhida pela ONU como combate à violência contra a mulher – e foram divididos em duplas para circularem no ambiente, sempre com uma “modelo”, com o objetivo de atingir o maior número de pessoas possível. Além da maquiagem, cartazes com frases chamativas (“O que você faria se visse isso?”; “Isso não foi um acidente”; “O que ele fez não tem desculpa. Tem lei”; entre outras) foram expostos pelas “modelos”, representando os sentimentos das mesmas e incentivando a denúncia. Assim, por meio de panfletos e diálogo, as informações necessárias acerca da violência, bem como o incentivo à denúncia – não só por parte da vítima, mas de qualquer cidadão consciente – foram levados ao público. É importante ressaltar que as reações do público foram diversas. Algumas mulheres aceitaram e concordaram com as informações necessárias, fazendo perguntas, participando ativamente do diálogo e contando experiências vivenciadas. Outras ficaram retraídas e constrangidas, evidenciando que o assunto tratado ainda causa imenso desconforto, por ser impactante e complexo. Alguns homens apoiaram a causa, enquanto outros se sentiram incomodados com a ação, por se tratar, talvez, de algo que eles próprios praticavam. O machismo, um dos grandes motivos da violência contra a mulher, mostrou-se presente na mentalidade de uma parte desses homens. No geral, porém, o público foi bastante receptivo, incentivando e parabenizando a iniciativa dos participantes da ação e abraçando a causa para acabar com este imenso mal que ainda cerca a sociedade.