ORGANIZADORES Edvaldo Júnior - UFAC Filipe Levy - UNINOVAFAPI Geylanne Lima – UNINOVAFAPI Mirella Cristina – UFRN Patricia Silva de Marco – FAMERP
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Rogerio Malveira - NORP
ÍNDICE 3....................................PREFÁCIO 4..............................INTRODUÇÃO 7...ENVELHECIMENTO & SAÚDE 14...........................COMUNICAÇÃO 16......................PROJETO NAZARÉ 19...........................................AÇÕES 28.............................REFERÊNCIAS
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PREFÁCIO Olá, É com muito orgulho e alegria que lanço o Manual do Projeto Nazaré. Criado desde 2006, o Projeto difundiu-se rapidamente pelos diversos LCs no país e conquistou seu espaço, devido seu propósito humano. Apesar de muito feito, não existia um guia onde todos pudessem se basear, e sim apenas o que se ouvia falar vez ou outra. A partir disso, surgiu a urgência de criar este manual. Ele foi feito pensando no melhor para o crescimento e desenvolvimento da nossa instituição em suas ações sociais, podendo este manual ser usado como base para campanhas que envolvam o público idoso. A construção deste Manual seria IMPOSSÍVEL sem o trabalho em conjunto da equipe que se propôs a construí-lo. Fico muito feliz que a IFMSA Brazil possa contar com pessoas tão capazes, compromissadas e preocupadas não só com a Instituição, mas com o Projeto e seu ideal. Agradeço muito pela disposição de vocês: Edvaldo Júnior - UFAC Filipe Levy - UNINOVAFAPI Geylanne Lima – UNINOVAFAPI Mirella Cristina – UFRN Patricia Silva de Marco – FAMERP Espero(amos) que gostem e façam bom uso! Abraços,
Rogerio Malveira Barreto – NORP 2011/2012.2012/2013
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1. INTRODUÇÃO “O homem é o único ser na natureza que tem consciência de que vai morrer” Paulo Coelho Desde o momento do seu nascimento, o ser humano inicia o processo de envelhecimento e senescência. Se por um lado evolui-se e cresce ao longo da vida, por outro se perde capacidade de reserva funcional. Baseado nisso, o envelhecimento ativo (definido pela OMS como: “Processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas.”) tem sido posto em pauta desde a sua criação. Apesar dos esforços governamentais e das entidades de saúde, o idoso continua tendo um aspecto coadjuvante na sociedade brasileira. Por que motivos? Envelhecer não é tarefa fácil. O medo do momento da morte, do próprio processo de envelhecimento em si, faz parte do imaginário popular. As representações sociais construídas em torno da velhice estão fortemente associadas à doença e à dependência, aceitas como características normais e inevitáveis desta fase. Não é difícil perceber que muito se difunde a filosofia do “viva o AGORA”, o INSTANTE, o PRESENTE, viva INTENSAMENTE. É essa mentalidade imediatista, estimulada pelo capitalismo e o estilo de vida acelerado, onde as informações com mais de 140 caracteres já se tornam longas, que faz com que exista a forte tendência de não se preocupar com a velhice, e sim com a sua juventude, plena e bela. E essa maneira de pensar casa-se perfeitamente com a negação do envelhecimento. A negação do processo de se tornar idoso, de perder a reserva funcional, é usada como mecanismo de defesa por muitos. Assim, essa negação é refletida no descaso aos idosos, no não respeito aos seus direitos e no preconceito e incompreensão com os mesmos. A população idosa brasileira teve importantes conquistas nas duas últimas décadas. O marco no processo de garantia dos direitos desse segmento populacional é a Lei 10.741, de 1º de outubro de 2003, que instituiu o Estatuto do Idoso. O Estatuto serve como guia essencial para que as políticas públicas sejam cada vez mais adequadas ao processo de re-significação da velhice. Como centro do Estatuto, está a Saúde do Idoso, já que esta é ligada a Qualidade de Vida do mesmo. E no caso do idoso, essa qualidade de vida ganha papel importante. Com o avanço tecnológico, o campo médico evoluiu e as pessoas passaram a viver mais. Apesar de grande avanço, só o aumento dos anos de vida não se faz satisfatório. Do que adianta viver até os 90 anos, nos dias de hoje, se o idoso não puder realizar suas atividades, não tiver convívio social bom? Ou se viver com muita dor, ou em depressão? Desse modo, percebe-se que a qualidade de vida deve ser prezada antes de tudo. No Brasil, é considerado idoso o indivíduo com mais de 60 anos. Pela pirâmide do gráfico 1 e pelo gráfico 2, percebe-se a tendência brasileira de aumentar sua população idosa ao longo dos próximos anos. E não só isso, mas também as pessoas muito idosas (mais de 80 anos) constituirão parcela importante da
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população. Este grupo, atualmente, é o que mais cresce. Por isso, é sabido que ocorrerá uma inversão da pirâmide etária, em que a base (pessoas jovens) afunila e o topo (pessoas idosas) aumenta e que a sociedade, governo e demais setores devem organizar-se para atender às demandas desse grupo. Embora a legislação brasileira estabeleça que o cuidado dos membros dependentes deva ser responsabilidade das famílias, este se torna cada vez mais escasso, em função da redução da fecundidade, das mudanças na nupcialidade e da crescente participação da mulher tradicional cuidadora - no mercado de trabalho. Isto passa a requerer que o Estado e o mercado privado dividam com a família as responsabilidades no cuidado com a população idosa. Diante desse contexto, uma das alternativas de cuidados não-familiares existentes corresponde às instituições de longa permanência para idosos (ILPIs), sejam públicas ou privadas. No entanto, a residência em instituições não é uma prática comum na sociedade brasileira. Antes chamadas de “abrigos” ou “asilos”, mudou-se o nome para Instituições de Longa Permanência por este não carregar um sentido negativo, de doença e tristeza. Para a Anvisa, ILPIs são instituições governamentais ou não-governamentais, de caráter residencial, destinadas a domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania. Pode-se definir, também, como uma residência coletiva, que atende tanto idosos independentes em situação de carência de renda e/ou de família quanto aqueles com dificuldades para o desempenho das atividades diárias, que necessitem de cuidados prolongados. Em pesquisa feita pelo Governo do Estado do Paraná, O principal item de despesa das ILPI que foram pesquisadas são os recursos humanos, seguido pelas despesas com alimentação e manutenção da casa. Assim mesmo, muitas ILPI não conseguem ter pessoal especializado e qualificado porque os recursos limitados impõem restrições à sua contratação. Os recursos financeiros escassos, ou mesmo problemas administrativos, dificultam o acesso a pessoal qualificado em quantidade satisfatória para um melhor atendimento; também impedem a instituição de fornecer cursos de capacitação a seus funcionários, obter equipamentos adequados e melhorar a estrutura física para permitir uma qualidade de vida superior aos idosos que ali residem. Os motivos mais freqüentes para a entrada dos idosos nas ILPI são o fato de não ter família ou não ter um cuidador na família, seguido por doenças de diversas naturezas, entre elas o muitas vezes citado alcoolismo. Esses idosos são encaminhados para as ILPI principalmente por familiares, pela assistência social ou por amigos e/ou vizinhos. Cerca de 43% estão institucionalizados há mais de 5 anos e 40% entre 1 e 5 anos, revelando que a permanência nas ILPI tende a ser prolongada e quase todos permanecem ali até a morte. Para mais informações sobre ILPIs, só
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olhar as referências, onde se encontra o estudo feito no Paraná e artigos científicos sobre o tema. Diante do exposto, estudantes de medicina da UFC Fortaleza criaram o Projeto Nazaré, realizado na ILPI “Casa de Nazaré”, com o objetivo de promover qualidade de vida, humanização e respeito. A seguir, serão abordados os principais problemas de saúde no idoso, comunicação com esse grupo e o Projeto Nazaré em si.
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2. ENVELHECIMENTO E SAÚDE "O envelhecimento da população é, antes de tudo, uma estória de sucesso para as políticas de saúde pública, assim como para o desenvolvimento social e econômico". Gro Harlem Brundtland, Diretor-Geral, OMS, 1999 A ONU utiliza a idade "60 anos" para definir e/ou caracterizar as pessoas idosas. No entanto é preciso saber que a idade cronológica não é um marcador preciso para as mudanças que acompanham o envelhecimento. Existem variações significativas relacionadas ao estado de saúde, participação e independência entre as pessoas, sofrendo influência dos processos de discriminação e exclusão associadas ao genêro, à etnia, ao racismo, às condições sociais e econômicas, à região geográfica de origem e à localização de moradia. O envelhecimento não ocorre igualmente em todo ser humano. Alguns apresentam maiores dificuldades neste processo. Contudo, com o avançar da idade, todos necessitam de atenção e cuidados especificos para que isso ocorra de forma saudável. Envelhecer não é adoecer! O envelhecimento representa um conjunto de processos geneticamente determindos, e pode ser definido como uma deterioração funcional progressiva e generalizada, resultando em uma perda de resposta adaptativa às situações de estresse e um aumento no risco de doenças relacionadas à velhice (Kirkwood, 1996). Os fatores psicológicos que incluem a inteligência e a capacidade cognitiva(por exemplo, a capacidade de resolver problemas e de se adaptar a mudanças e perdas), são indícios fortes de envelhecimento ativo e longevidade (Smits e cols., 1999). Durante o processo de envelhecimento normal, algumas capacidades cognitivas (inclusive a rapidez de aprendizagem e memória) diminuem, naturalmente, com a idade. Outros problemas enfrentados pela população idosa estão relacionados ao ambiente físico. Por exemplo, pessoas idosas que moram em ambientes ou áreas de risco com múltiplas barreiras físicas saem, provavelmente, com menos frequência, e por isto, estão mais propensas ao isolamento, depressão, menos preparo físico e mais problemas de mobilidade. Os perigos no ambiente físico podem causar lesões incapacitantes e dolorosas nos idosos, e as mais frequentes são decorrentes de quedas, incêndios e batidas de automoveis. Apoio social, oportunidades de educação e aprendizagem permanente, paz, e proteção contra a violência e maus-tratos são fatores essenciais do ambiente social que estimulam a saúde, participação e segurança, à medida que as pessoas envelhecem. Solidão, isolamento social, analfabetismo e falta de educação, maus
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tratos e exposição a situações de conflito aumentam muito os riscos de deficiências e morte precoce. Os desafios de uma população em processo de envelhecimento são globais, nacionais e locais. O maior risco de deficiência: Nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, as doenças crônicas são causas importantes e dispendiosas de deficiência e pior qualidade de vida. A independência de pessoas mais velhas é ameaçada quando deficiências físicas ou mentais dificultam a execução de atividades cotidianas. Diversas pessoas desenvolvem alguma deficiência mais tarde, que se relaciona ao desgaste do processo de envelhecimento (por exemplo, artrite) ou ao início de uma doença crônica, que poderia ter sido evitada (ex: câncer de pulmão, diabete e doença vascular periférica), ou uma doença degenerativa (ex: demência). Outras deficiências relacionadas à idade incluem perda de visão e audição. Em todo o mundo, há atualmente 180 milhões de pessoas com deficiência visual e 45 milhões são cegas. As mais freqüentes causas de cegueira e deficiência visual relacionadas à idade incluem catarata (quase 50% de todos os tipos de cegueira), glaucoma, degeneração macular e retinopatia diabética (OMS, 1997). Tabela 1. Principais causas de mortalidade de idosos no Brasil, 2007 Capítulo. CID-10. Nº de Óbitos. % 1) IX. Doenças do aparelho circulatório 236.731 37,7 2) II. Neoplasias (tumores) 105.129 16,7 3) X. Doenças do aparelho respiratório 81.777 13,0 4) XVIII. Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat 52.504 8,4 5) IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 46.837 7,5 6) XI. Doenças do aparelho digestivo 29.428 4,7 7) XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 18.946 3,0 8) I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 18.827 3,0 9) XIV. Doenças do aparelho geniturinário 13.717 2,2 10) VI. Doenças do sistema nervoso 12.827 2,0 Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. DATASUS, 2008. Disponível em: <www.datasus.gov.br> acessado em: 21 ago. 2009.
Tabela 2. Principais causas internação hospitalar de idosos no SUS, Brasil, 2008 Capítulo. CID-10. Nº de Internações. % 1) IX. Doenças do aparelho circulatório 599.735 27,4 2) X. Doenças do aparelho respiratório 358.856 16,4 3) XI. Doenças do aparelho digestivo 227.330 10,4 4) I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 176.759 8,1 5) II. Neoplasias (tumores) 172.445 7,9 6) XIV. Doenças do aparelho geniturinário 138.400 6,3 7) XIX. Lesões enven e alg out conseq causas externas 121.506 5,6 8) IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 115.850 5,3 9) XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo 46.973 2,1 10) VI. Doenças do sistema nervoso 44.432 2,0 Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. DATASUS, 2008. Disponível em: <www.datasus.gov.br> acessado em: 21 ago. 2009.
Manter a autonomia e independência durante o processo de envelhecimento é uma meta fundamental para indivíduos e governantes. A qualidade de vida que as pessoas terão quando alcançarem a "Terceira Idade" depende não só dos riscos e oportunidades que experimentarem durante a vida mas também da maneira de como as gerações posteriores irão oferecer ajuda e apoio mútuos, quando necessário.
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A senescência revela mudanças neuropsicológicas, especialmente, como déficits cognitivos, alterações na memória, na velocidade de raciocínio, no sono, manifestação de episódios de confusão, além de distúrbios psicológicos e alterações nas atividades da vida diária, que podem se relacionar com sintomas demenciais e depressivos. Inclusive, é frequente a manifestação de depressão e demência nesta faixa – etária. A depressão é uma doença de alta incidência no idoso, devido à própria percepção de sua crescente incapacidade físico, do enfraquecimento de seus poderes cognitivos (especialmente o da memória) e das perdas concretas, como amigos, parentes, condição econômica e possibilidades de trabalho. O ingresso na faixa etária considerada idosa traz muitas mudanças ao ser humano. Observa-se diminuição do número de neurônios e sinapses, além da existência de sintomas psicológicos e físicos como os lapsos de memória, menor velocidade de raciocínio, episódios passageiros de confusão, tremor, dificuldade de locomoção, insônia noturna com sonolência diurna e falta de equilíbrio. As definições amplamente aceitas da demência nos idosos abrangem déficits no âmbito social, ocupacional, em funções cognitivas e em atividades instrumentais da vida diária. A demência é uma síndrome que se caracteriza pelo declínio da memória associado a déficit de, pelo menos, outra função cognitiva (linguagem, gnosias, praxias ou funções executivas) com intensidade suficiente para interferir no desempenho social ou profissional do indivíduo. Frequentemente, as manifestações iniciais do comprometimento cognitivo leve amnéstico (CCL amnéstico) consistem em disfunção da memória de trabalho, geralmente leve, e em diminuição da capacidade de memória de curta duração. É importante lembrar que não se deve confundir amnésia senil com a tendência das pessoas idosas a relembrar memórias antigas em detrimento das mais recentes, já que há, muitas vezes, a preferência de evocar fatos da infância ou juventude, em que se sentiam mais fortes, felizes e belos. Entretanto, deve-se considerar o fato de o sistema límbico, com suas memórias mais recentes, ser uma das regiões mais afetadas pelo envelhecimento. São muitas as causas de demência, cujo diagnóstico específico depende de conhecimento das diferentes manifestações clínicas e de uma sequência específica e obrigatória de exames complementares. As causas mais frequentes de demência são a doença de Alzheimer (DA), a demência vascular (DV), demência com corpos de Lewy (DCL) e a demência frontotemporal (DFT).
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O primeiro sintoma da DA é o declínio da memória, sobretudo para fatos recentes (memória episódica), e desorientação espacial, aspectos cognitivos em boa parte dependentes da formação hipocampal. A instalação desses sintomas é insidiosa, com piora lentamente progressiva, apesar de que períodos de relativa estabilidade clínica possam ocorrer. A partir da evolução do quadro, há o aparecimento de alterações de linguagem (destaca-se a anomia), distúrbios de planejamento (funções executivas) e de habilidades visuoespaciais Tal distribuição patológica faz com que o quadro clínico da DA seja caracterizado por alterações cognitivas e comportamentais, com preservação do funcionamento motor e sensorial até as fases mais avançadas da doença. O termo demência vascular (DV) refere-se aos quadros causados pela presença de doença cerebrovascular (DCV). É mais utilizado quando associado aos efeitos de grandes lesões tromboembólicas (demência por múltiplos infartos), mas incluem também os estados lacunares e as lesões únicas em locais estratégicos (tálamo, giro angular esquerdo, núcleo caudado), demência associada a lesões extensas da substância branca (doença de Binswanger), angiopatia amilóide e demência por acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos. A demência com corpos de Lewy (DCL) indica a ocorrência de um quadro demencial com flutuação dos déficits cognitivos em questão de minutos ou horas, alucinações visuais detalhadas, vívidas e recorrentes e sintomas parkinsonianos, geralmente do tipo rígido-acinético, de distribuição simétrica. Duas manifestações são necessárias para o diagnóstico de DCL provável. O quadro clínico característico da demência frontotemporal (DFT) inclui alterações precoces de personalidade, de comportamento, de alterações de linguagem (redução da fluência verbal, estereotipias e ecolalia), tendo início insidioso e caráter progressivo. A memória e as habilidades visuoespaciais ficam relativamente preservadas. As alterações de comportamento podem mostrar-se através de isolamento social, apatia, perda de crítica, desinibição, impulsividade, irritabilidade, inflexibilidade mental, sinais de hiperoralidade e descuido da higiene pessoal. O diagnóstico de demência exige a constatação de deterioração ou declínio intelectual em relação à condição prévia do indivíduo. A comprovação do diagnóstico de demência depende de avaliação objetiva das funções cognitivas. A princípio, um exame abreviado e global é utilizado e, caso for detectado alguma alteração, testes mais específicos para cada habilidade cognitiva são empregados. Sendo assim, a avaliação neuropsicológica abreviada é constituída dos seguintes testes: Mini-exame do estado mental (MEEM): Inclui itens variados que, rapidamente, possibilitam examinar orientação temporal e espacial, memória,
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atenção e cálculo, linguagem, praxias e habilidades construtivas, ajudando na identificação de pacientes que devem ser submetidos à avaliação mais detalhada. Teste do Desenho do relógio: Originalmente descrito na avaliação da disfunção do lobo parietal, este instrumento avalia de forma simples, as funções visoespaciais, linguagem, capacidade de planejamento, praxia, memória, habilidade visuoconstrucional e função executiva. Teste de Fluência Verbal: verifica a existência de prejuízo de memória semântica e nas estratégias de busca, relacionadas à função executiva. Questionário de atividades funcionais, o instrumento visa detectar algum comprometimento nas tarefas diárias, sendo feito pela família do paciente. Escala para Depressão Geriátrica (EDG): É um instrumento que auxilia na identificação de sintomas depressivos, oferecendo medidas confiáveis.
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A avaliação funcional é o processo sistemático de identificar ou diagnosticar as capacidades e deficiências dos indivíduos em risco, diferenciando o que faz parte do envelhecimento normal e patológico referindo-se à habilidade da pessoa em realizar atividades do dia-a-dia necessárias para a sobrevivência na sociedade moderna. Inclui 3 grandes domínios: atividades de vida diária (AVD), atividades intermediárias de vida diária e mobilidade. O Index de Independência nas Atividades Básicas de Vida Diária de Sidney Katz é um dos instrumentos mais utilizados para avaliar as AVD. Avalia a independência no desempenho de seis funções (banho, vestir-se, ir ao banheiro, transferência, continência e alimentação) classificando as pessoas idosas como independentes ou dependentes. Segundo os autores haveria uma regressão ordenada como parte do processo fisiológico de envelhecimento, em que as perdas funcionais caminhariam das funções mais complexas para as mais básicas, enquanto as funções que são mais
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básicas e menos complexas poderiam ser retidas por mais tempo. A escala mostra-se útil para evidenciar a dinâmica da instalação da incapacidade no processo de envelhecimento, estabelecer prognósticos, avaliar as demandas assistenciais, determinar a efetividade de tratamentos além de contribuir para o ensino do significado de “ajuda” em reabilitação. Idosos institucionalizados/casas de repouso: Os idosos que vivem institucionalizados, nas casas de repouso/asilos, muitas vezes, tendem ao autoisolamento, por considerarem que estão vivendo ali em virtude de sua perda de autonomia, de independência, fragilidade e pelo esfriamento de seus vínculos afetivos com a família e sociedade. Cabe aos cuidadores dos asilos, já que faltam políticas públicas para população idosa institucionalizada, o papel de cuidar e de se comunicar com os idosos. Os idosos devem ser motivados a participar de atividades educativas, para que se mostrem mais ativos, tendo a comunicação, contribuição imprescindível nesse processo. Uma vida ativa baseada na comunicação e entretenimento pode evitar a depressão e o aparecimento de doenças mentais e até mesmo físicas no idoso, afinal o homem é um ser essencialmente social, independentemente da idade.
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3. COMUNICAÇÃO A linguagem não é só um instrumento de comunicação e sim uma ferramenta que medeia as relações entre o ser humano e o mundo. A interação comunicativa pode ter como objetivo a troca de informações, uma opinião ou o simples prazer da interação, como num bate-papo informal, sendo esse último muito presente na vida do idoso, principalmente na comunicação com outros idosos da instituição. A comunicação é considerada uma necessidade fundamental, cuja satisfação envolve um conjunto de condições bio-psicossociais. É um compartilhamento de sentimentos, opiniões, experiências e informações. Comunicar envolve, além das palavras que são expressas por meio da fala ou da escrita, todos os sinais transmitidos pelas expressões faciais, pelo corpo, postura corporal e distância que se mantém entre as pessoas. E tudo isso deve ser observado para que ela se torne efetiva, principalmente em se tratando de pessoas idosas, já que seus sentidos não funcionam mais tão bem, a capacidade auditiva diminui, assim como a visual, por isso, um ambiente com muita aglomeração, muito ruído pode causar falhas na comunicação com um idoso, e este não receber a mensagem adequadamente. Recomendações para uma boa comunicação com o idoso - Conhecer o vocabulário utilizado pelo idoso; - Evitar fazer discursos ou ficar falando sozinho durante muito tempo; - Falar sem gritar, de maneira pausada e calma, sem ser muito lento; - Evitar comunicar-se em ambientes barulhentos; - Respeitar o idoso com suas características pessoais; - Valorizar a experiência do idoso; - Ser amável, paciente e atencioso; - Permitir que o idoso participe do diálogo e das decisões tomadas em casa; - Evitar expressões do tipo “deve”, “não deve”, porque reflete um relacionamento autoritário;
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Essa diminuição das capacidades sensório-perceptivas, que ocorre no processo de envelhecimento, pode afetar, portanto, a comunicação das pessoas idosas negativamente. Tais alterações que, se não forem adequadamente administradas, podem levar ao isolamento do indivíduo. Os idosos muitas vezes tardam em perceber, aceitar e tratar suas dificuldades e, em conseqüência disso, acabam se afastando do convívio familiar e social para evitar situações constrangedoras.
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4. PROJETO NAZARÉ O Projeto Nazaré possibilita momentos muito importantes, que trazem alegria, satisfação e qualidade de vida para os idosos. Mais do que isso, trazem vivências ricas, experiências únicas e oportunidades de crescimento tanto pessoal como profissional aos participantes. Ele contribui para que a população possa voltar sua atenção para os idosos em Instituições de Longa Permanência, pois ensina, direta e indiretamente, o respeito à terceira idade, a importância do cuidado, a necessidade de um olhar mais atento e sensibilizado a essa parcela da população. Ainda, traz à tona reflexões mais profundas sobre como a sociedade está cuidando de seus idosos e sobre como nós mesmos seremos cuidados no futuro, “quando nossa vez, nossa FuturIdade, chegar”. No decorrer do projeto, estudantes viram educadores e os idosos, que tanto têm para nos ensinar, são espectadores ativos nesse processo. Assim, busca-se promover, dentre outras, atividades lúdicas que possam tirar o idoso do contexto delicado por que passam, como: Abandono da família, doenças, demência e\ou perda da coordenação motora, entre outros. Intuito do Projeto: Busca-se, a partir do Projeto Nazaré, a promoção de uma saúde integral aos idosos e melhorias na sua qualidade de vida. É esperado também, com tal projeto, e com a experiência de convivência social, despertar nos estudantes participantes a importância do papel social do médico e da prática de uma medicina mais humana, pautada em habilidades e competências tão essenciais para a formação médica, presentes nas Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Medicina. Através de dinâmicas que possibilitam: A expressão de sentimentos/pensamentos por meio da arte; o contato social entre idosos e participantes, e entre os próprios idosos entre si e o resgate de sensações e memórias, é possível proporcionar momentos de lazer, emoção e interação, que contribuem fortemente na saúde mental dos idosos. É por meio dessas ações que o idoso é reconhecido em sua totalidade, tendo todos os seus direitos respeitados e contemplados. Objetivos - Proporcionar, aos idosos, manhãs educativas e recreativas, sedimentando conhecimentos e experiências de vida tanto para educadores como educandos; - Aprimorar habilidades de comunicação dos participantes com os idosos; - Promover expressão de sentimentos/sensações/pensamentos por meio do lúdico, como a dança, pintura e artesanato; - Permitir estudantes a atuar como educadores em saúde, transmitindo informações acerca de quedas, higiene bucal; - Avaliar os idosos por meio da Avaliação Global, visando detectar áreas de atuação e conhecer os idosos da ILP onde se realiza o projeto; - Proporcionar Envelhecimento Ativo, principalmente em idosos com DCNT (doenças crônicas não transmissíveis) Como surgiu: Ao prezar pela qualidade de vida dos idosos - aspecto estritamente relacionado à saúde, em sua mais ampla concepção de bem estar físico, mental e social - e entender a importância destes na construção da sociedade atual, percebe-se a real necessidade que os idosos têm em relação a uma assistência informativa e preventiva na área da saúde e no que diz respeito a seus direitos junto à sociedade.
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Objetivando garantir que os direitos desse grupo populacional sejam atingidos, a IFMSA-Brazil idealizou o Projeto Nazaré. Com isso, o Projeto Nazaré foi criado no Brasil em 2007, por alunos da UFC - Fortaleza, numa ILP chamada “Casa de Nazaré” (daí o nome do projeto). Mais tarde, o comitê UPE (Recife) organizou um excelente projeto nos mesmos moldes, chamado "Feliz Idade". Com o tempo, o projeto foi contagiando todo o Brasil, tendo sido realizado em diversas outras universidades: FAMERP, UFC Fortal, USF, FCMSantos, UFRN. Não só isso, mas a realização de campanhas com público idoso também foi estimulada, sendo comum a realização de Natal/Arraiás/Bingos nas ILPs Características: - O projeto tem caráter multidisciplinar, abordando o tema “Qualidade de vida no Idoso”, podendo contar com a presença de estudantes ou profissionais das mais diversas áreas da saúde: Medicina, Odontologia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, entre outros. - A organização e delegação de atividades deve estar totalmente a cargo dos estudantes coordenadores do projeto. - Em cada dia do projeto, leva-se um tema a ser discutido com todos (idosos e funcionários) de uma maneira didática/lúdica e de uma forma que os mesmos assimilem o que se quer repassar. Assim, palestras, dinâmicas, peças teatrais podem ser realizadas, de acordo com as necessidades do local e dos idosos. - Em todos os dias há, também, a parte recreativa, lúdica. Essa, muitas vezes, é a parte mais esperada e atrativa para todos. - As atividades recreativas podem ou não estar relacionadas com os temas discutidos na parte educativa. No entanto, dá-se prioridade para atividades relacionadas nas duas partes. - No local onde ocorrerá os encontros, estudantes dão todo e qualquer apoio aos idosos, acompanhando-os durante toda manhã ou tarde, tanto na parte didática – tirando as suas dúvidas individualmente – quanto na recreativa – acompanhando-os em atividades que requeiram deslocamento. - Deve-se lembrar, durante a elaboração das atividades que serão feitas, que tem que deixar um espaço para a alimentação dos idosos. Caso levem comida, o grupo deve atentar para as necessidades nutricionais do grupo de idosos (baixo teor de sódio/gordura; evitar alimentos industrializados e codimentados...) Primeiros Passos: Para implementar o Projeto: 1- Procurar um lugar – Se possível fazendo visitas para avaliação do local, dos idosos - Instituições de Longa Permanência - Casas de Abrigo - Paróquias 2- No lugar: - Apresente-se a Instituição (de preferência, com ofício explicando o que é IFMSA Brazil, o que se propõem o projeto); - Fale das experiências já ocorridas; - Construam juntos o projeto! - O que a Instituição mais necessita? (Para campanha de arrecadação)
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Material de limpeza Mantimentos Fraldas - O que os idosos mais necessitam aprender? 3- “Visita de reconhecimento” - Como é o lugar? - Há espaço físico para as atividades? - Quantos idosos são? - Conversar com alguns deles... Obs.: Essa “visita de reconhecimento” é essencial para o planejamento do projeto, pois é de extrema importância analisar o estado de saúde dos idosos previamente, para saber se algumas dinâmicas poderão e darão certo de serem realizadas. Se os idosos forem muito debilitados, por exemplo, não se pode realizar atividade de aeróbica. 4- Montar a programação de acordo com as necessidades do local e dos idosos: 1ª Parte do dia: Didática 2ª Parte do dia: Interativa\Recreativa
5- A partir da programação e atividades montadas, ver PARCERIAS: - Elas realmente são necessárias? - Quais parceiros? - Quais profissionais? - Quais departamentos da universidade entrar em contato? - Patrocínios financeiros e materiais? 6 – Montar escala de trabalho com participantes se necessário (mínimo de 10 horas por pessoa)
7 - Começar as arrecadações (se necessárias) - Campanha de Arrecadação - Semana dos Calouros (Trote Solidário) 8 – Capacitações. De preferência, 1 capacitação para cada dia do projeto ou 1 pra cada 2 ou 3 dias no máximo Ações que podem ser realizadas: Algumas ações são bastante frequentes nas diversas edições do Projeto Nazaré. Na parte didática alguns assuntos bastante trabalhados são: Higiene pessoal; Auto-estima; Alimentação saudável; Doenças da atenção primária (hipertensão, diabetes, articulações, demência...); Higiene bucal e Quedas. Podendo, ainda, ser abordado temas como o de convivência social e depressão na terceira Idade (com estimulação de leitura e atividades lúdicas).
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Na parte recreativa existem diversas opções: Bingo, jogos, música\dança\forró, atividades físicas, oficina de beleza, teatro, Tenda do Conto (terapia em grupo), show de covers, Karaokê, desenvolvimento de atividades de trabalho manual e artesanal (Oficina de Arte), Tai Chi Chuan... E ainda, dinâmicas de apresentação, de convivência, para auto-estima, passeios em parques (com a intenção de transportá-los para realidades diferentes), confraternizações (Natal, Dia das Mães, Dia dos Pais, etc...) e musicoterapia. Algumas atividades da parte didática estão relacionadas com atividades da parte recreativa. Logo, é preferível que as coloquem em um mesmo dia de intervenção. Por exemplo: 1- Com tema sendo Auto-Estima, pode-se realizar algumas dinâmicas específicas (citadas no próximo tópico) e oficina de beleza. 2- Com o tema sobre Quedas e Posturas, pode-se realizar no dia atividades físicas como alongamentos, e até mesmo alguns esportes. 3- Se a parte didática é sobre depressão na terceira Idade, pode-se realizar atividades de trabalho manual e artesanal (Oficina de Arte), passeios em parques, terapias em grupo (como a Tenda do Conto), entre outros. Ao final do Projeto, pode-se realizar uma Campanha informativa para a população, com a intenção de conversar com a população sobre os direitos dos idosos, apresentar a importância do cuidado com eles e, ao mesmo tempo, divulgar as experiências com o projeto, visando a importância de ações como essas na vida de quem já nos ensinaram tanto.
5. AÇÕES - Parte Recreativa: *Bingo: Duração: 20 a 40 minutos; Objetivo: convivência social e lazer; Materiais: bingo, cartelas, canetas e/ou lápis, lembranças; Metodologia: o bingo ocorre normalmente, com o sorteio e marcação dos números. Normalmente, os três primeiros a “bingar” ganham uma lembrança mais elaborada, mas todos devem ser presenteados ao final da atividade. *Ludoterapia: Duração: 20 a 40 minutos; Objetivo: convivência social e lazer; Materiais: jogos de tabuleiro (dama, xadrez, etc), dominó, cartas, etc; Metodologia: grupos são formados para começarem os jogos, podendo (de acordo com a quantidade de material), ocorrer um revezamento de jogadores ou uma espécie de campeonato. *Música\Oficina de Dança: Duração: 30 a 60 minutos;
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Objetivo: convivência social e lazer; Materiais: aparelho de som e CDs. Metodologia: uma coreografia simples será ensinada aos idosos - sozinhos ou em pares - no passo-a-passo, até que todos consigam dançar sem o direcionamento do coreógrafo (que pode ser um aluno). *Atividades Físicas: Duração: 30 a 40 minutos; Objetivo: condicionamento físico, lazer, estímulo da auto-estima e lazer; Materiais: de acordo com a opinião de profissional da área Metodologia: com a ajuda de um profissional da educação física especializado, exercícios físicos como alongamento, aeróbica e esportes - tai chi chuan é uma ótima opção - podem ser realizados pelos idosos, sempre sob a supervisão do profissional de educação física. *Oficina de Beleza com Desfile de Moda: Duração: 30 a 60 minutos; Objetivo: estímulo da auto-estima; Materiais: roupas, acessórios, maquiagem, pentes, escovas, etc. Metodologia: após o repasse de dicas de beleza às senhoras, elas poderão colocar em prática o que aprenderam e se produzirem para um desfile, cujo espectadores poderão decidir qual a mais bela, mais produzida, mais simpática, como em um verdadeiro concurso de beleza. *Oficina de Pintura Duração: 20 a 40 minutos; Objetivo: lazer; Materiais: telas, tintas, pincéis, papéis, lápis de cor, etc; Metodologia: os alunos devem passar dicar fáceis e acessíveis sobre técnica de pintura e desenho para, logo após ou simultaneamente, serem colocadas em prática pelas pessoas da 3ª idade que estão sendo agraciadas. *Teatro Duração: 20 a 40 minutos; Objetivo: entretenimento e lazer; Materiais: figurino, objetos cenográficos, etc; Metodologia: uma peça teatral deve ser preparada e apresentada aos idosos, que serão a platéia do espetáculo. Seria bem interessante que a história encenada pudesse remeter à vida da pessoa da 3ª idade, sempre com bom humor e descontração. *Tenda do Conto Duração: 1 hora; Objetivo: Convivência social, terapia em grupo, podendo-se trabalhar no tema “depressão na terceira Idade”. Estimula-se, também, as lembranças dos idosos. Materiais: Objetos antigos (das décadas passadas), cadeira de balanço, cadeiras, mesa. Metodologia: A Tenda do Conto trabalha a contação de histórias interessantes do passado dos idosos, tentando fazer com que cada um compartilhe sua própria história, criando um momento de interação. Pode-se simular uma sala de estar à moda antiga, com uma mesa exibindo fotografias antigas, poemas, cartas, caixas de
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madeira, vasos, livros e muitos outros objetos trazidos pelos idosos e\ou participantes do Projeto. A presença de algumas colchas de retalhos e discos de vinil também dão um “ar” de estarmos em outra época. As cadeiras são postas em roda, mas uma delas tem de estar chamando atenção, à frente da mesa ou no centro da roda. Pode ser uma cadeira de balanço coberta por uma manta para aquecer os contadores de histórias do dia. A Tenda do Conto pode iniciar com um participante, contando um pouco da sua história, este, após o término, chama a frente algum idoso ou cuidador para sentar-se na cadeira de balanço no meio da roda e, assim, contar sua história. E assim por diante. Acontece de descobrirmos muitos cantores, poetas, e aprendemos sempre com cada história. Mais informações: http://www.redehumanizasus.net/13378-tenda-do-conto-cincoanos-acolhendo-historias http://www.redehumanizasus.net/taxonomy/term/17253 *Show Musical: Duração: 60 a 90 minutos; Objetivo: convivência social e lazer; Materiais: material de som, microfone, instrumentos musicais Metodologia: como em um show musical, o “artista” (que pode ser um cover ou um profissional de música) levará, através de sua música, alegria e lazer aos idosos. Vale ressaltar a importância de músicas da época da 3ª idade serem tocadas e cantadas. *Karaokê: Duração: 30 a 60 minutos; Objetivo: convivência social e lazer; Materiais: televisão, aparelho de karaokê, microfone, DVDs para karaokê; Metodologia: os participantes escolhem uma música - seria interessante ter um lista e englobar músicas mais antigas - para cantar e, a medida que ganham uma pontuação, faz-se um ranking. Os três melhores classificados recebem uma lembrança mais elaborada, mas todos são presenteados ao fim da atividade. *Mágica Duração: 20 a 40 minutos Materiais: Bolas de espuma, elásticos, cordas, varinha e material específico a depender da mágica Metodologia: Reunir os idosos em um semi-círculo e, inicialmente, apresentarse, fazer aquela encenação. Realizar primeiro mágicas com bola de espuma, se possível, ou outra mágica que prenda
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a atenção. Após, fazer mágicas simples com cordas e elásticos e, depois da demonstração, distribuir os mesmos materiais aos idosos e ensiná-los como realizar as mágicas. Além de estimular as habilidades manuais, a ação estimula a inteligencia emocional e social. As mágicas com cordas, elasticos e outras podem ser facilmente achadas no youtube e no google. Não precisam ser extremamente complexas. Esta técnica, chamada magicoterapia, foi criada nos EUA quando um ilusionista ficou hospitalizado por acidente de moto e apresentou limitação dos movimentos. Por estar entediado, decidiu trazer suas mágicas para dentro do hospital e realizá-las. Hoje, a magicoterapia é difundida em várias escolas, clínicas e instituições dos EUA. Mais infos no site: http://www.magictherapy.com/
*Dinâmicas de apresentação: a) Aprendendo o Nome Duração: 20 min. Objetivo: Integrar o grupo e aprender a fixar o nome das pessoas do grupo. Materiais: Nenhum Metodologia: 1- Animador solicita que o grupo, de pé, forme um grande círculo; 2 - A seguir, dá início ao exercício: dá um passo à frente, diz seu nome, acompanhado de um gesto com as mãos ou com todo o corpo, quando então as pessoas do grupo repetem em coro o nome do animador e fazem o mesmo gesto; 3 - Prosseguindo, a pessoa à direita do animador diz seu nome e cria um novo gesto. O grupo repete o nome e o gesto do colega, e assim sucessivamente até todos se apresentarem. b) Dinâmica do objeto pessoal (longo prazo) Objetivo: Comprometimento Material: Objeto pessoal, Metodologia: Solicitar ao grupo que traga de sua residência qualquer objeto de muito apego(valor emocional). Fazer um sorteio(como se fosse amigo secreto) e trocar os objetos. O coordenador estabelecerá um período (1 semana) para que um guarde o objeto do outro com muito carinho e troque bilhetinhos a fim de descobrir segredos sobre o colega e o objeto. Na data marcada, estes destrocarão seus pertences contando um pouco do que descobriram do outro e do objeto deste, além do cuidado especial que tiveram com o objeto. c) Dinâmica: Trocando os crachás Objetivo: Conhecer os integrantes do grupo, “quebrar o gelo”, chamar à participação e ao movimento. Material: Crachás para todos, contendo os nomes de cada um.
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Metodologia: No inicio do encontro, distribuem-se os crachás normalmente, de forma que cada um receba o seu próprio nome. Após algum tempo, recolher novamente os crachás e colocá-los no chão, com os nomes voltados para baixo. Cada um pega um para si; caso peque o próprio nome, deve trocar. Colocar o crachá com outro nome e usá-lo enquanto passeia pela sala.Enfim procurar o verdadeiro dono do nome (crachá) e entregar a ele seu crachá. Aproveitar para uma pequena conversa informal; procurar se conhecer algo que ainda não conhece do colega.Partilhar a experiência no grande grupo.
*Dinâmicas de convivência: a) Dinâmicas de Quebra-Gelo para Idosos - Conhecendo e Aprendendo Duração: 15 min Objetivo: O objetivo dessa dinâmica de quebra gelo para idosos é promover uma integração maior entre os participantes de um grupo que já tenha alguma convivência. Materiais: Um objeto pequeno, podendo ser uma bola por exemplo. Metodologia: Formar um círculo com grupo da terceira idade. Explicar aos participantes que será dada uma oportunidade para que aprendam mais uns dos outros. Quem estiver com a bola deve passá-la á outra pessoa que deverá dizer seu nome e revelar algo diferente sobre si (uso lente de contato, por exemplo, ou tenho um cachorro). Quando todos tiverem falado, explicar que na segunda rodada eles terão que passar a bola a alguém e dizer o nome da pessoa e o que ela disse na rodada anterior. Dicas: Observar quais participantes estão prestando atenção e conseguem lembrar das informações que seu colega falou. Caso algum tenha muita dificuldade, pedir que os outros participantes o ajude. Apontar a importância de saber ouvir, que muitas vezes estamos muito preocupados com o que vamos dizer, que esquecemos de prestar atenção no que nos é dito. Número máximo de pessoas: 20 Número mínimo de pessoas: 4 b) “A máquina” Duração: 20 min à 30 min Objetivo: O objetivo dessa dinâmica de integração para idosos é oferecer técnicas de dinâmicas de recreação e integração se encaixam no campo das relações humanas e servem para: Integrar o Idoso no meio social; Desenvolver o conhecimento mútuo e a participação grupal; A busca da convivência com colegas da mesma idade, melhor idade. Desenvolver ocupação para o tempo ocioso; Adquirir hábitos de relações interpessoais; Desinibir e desbloquear. Desenvolver a comunicação verbal e não verbal; Descobrir habilidades lúdicas; Desenvolver adaptação emocional; Descobrir sistemas de valores; Dar evasão ao excesso de energia e aumentar a capacidade mental. Materiais: Nenhum Metodologia: Todos os participantes permanecem em pé, formando um círculo. O coordenador solicita que todos construam uma máquina em movimento, usando somente seus próprios corpos. A seguir orienta, dizendo que um dos
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participantes irá dar início, fazendo movimentos repetitivos, com os braços, um no alto outro para baixo, ritmando, acompanhamento o movimento com um som de boca. Os outros participantes ajuntam-se um a um, procurando imitar os movimentos do colega, com parte da máquina, acrescentando seus próprios movimentos e sons de boca. O exercício continua até que todos se tenham integrado, imitando os diferentes movimentos e sons que uma máquina pode fazer. Observação: Importante observar que o coordenador deve estar atento a movimentos que possam levar o idoso a perder o equilíbrio ou até cair, dependendo da idade e da condição física é importante que o coordenador fique bem próximo dos participantes para evitar acidentes ou quedas. Toda dinâmica aplicada a terceira idade ou melhor idade, deve ser coordenada e orientada por profissionais competentes que devem analisar a técnica e adaptala ao grupo de acordo com suas necessidades. c) “Recortes e Cortes” Duração: 30-40 min Objetivo: Promover integração do grupo, fazer com que se conheçam Metodologia: Dividir os idosos em grupos de quatro e cinco pessoas. Entregar materiais para que desenhem onde moram/pessoas que gostam na ILPI e posteriormente, recortassem de revistas o que lhes chamou mais. Atenção/o que gostaram para ser colado juntamente com o desenho. *Dinâmicas para Auto-Estima: a) “Para quem você tira o chapéu” Duração: De 20 à 40min Objetivo: Estimular a auto-estima Materiais: um chapéu e um espelho; o espelho deve estar colado no fundo do chapéu. Metodologia: O animador escolhe uma pessoa do grupo e pergunta se ela tira o chapéu para a pessoa que ver e o porquê, sem dizer o nome da pessoa. Pode ser feito em qualquer tamanho de grupo e o animador deve fingir que trocou a foto do chapéu antes de chamar o próximo participante. b) "Caixinha de Surpresas" Duração: De 20 à 40 min Objetivo: Estimular a auto-estima; dinâmica do autoconhecimento; falar sobre si. Materiais: caixinha com tampa e espelho Metodologia: Em uma caixinha com tampa deve ser fixado um espelho na tampa pelo lado de dentro. As pessoas do grupo devem se sentar em círculo. O animador deve explicar que dentro da caixa tem a foto de uma pessoa muito importante (enfatizar), depois deve passar para uma pessoa e pedir que fale sobre a pessoa da foto, e não devem deixar claro que a pessoa importante é ela própria. Ao final, o animador deve provocar para que as pessoas digam como se sentiram falando da pessoa importante que estava na foto.
*Desenvolvimento de atividades de trabalho manual e artesanal (Oficina de Arte) Duração: 20 a 40 minutos;
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Objetivo: entretenimento e lazer; Materiais: argila, massa para biscutit, mdf, papel para decoupagem, cola, missangas, fio de nylon, alicate, tintas, tecido, linha de tricô, etc; Metodologia: de acordo com o material a ser utilizado, serão repassadas instruções de manuseio e preparação de objetos artesanais. *Passeios em parques Objetivo: entretenimento, convivência social, transportar para realidades diferentes. *Confraternizações (Natal, Dia das Mães, dos pais, etc...) Objetivo: Convivência Social, Auto-estima, entretenimento e lazer. *Musicoterapia para acamadas: Objetivo: Convivência social e acolhimento. Materiais: instrumentos musicais como violão. - Parte Didática (realizada de forma lúdica): A ideia é, antes de começar o dia, realizar as atividades aqui descritas e, após, as atividades lúdicas para finalizarem o dia. *Doenças & Higiene Pessoal (hipertensão, diabetes, dislipidemia...) duração: variável; objetivo: informar acerca de doenças pertinentes na terceira idade, englobando sintomas, prevenção, diagnóstico e tratamento, sempre de maneira objetiva e simples. Existem trabalhos muito interessantes que abordam esse tema de educação em saúde para idosos. Os artigos podem ser encontrados integralmente nas referências. Um deles, traz a tabela exposta aqui embaixo, explicando como os assuntos diabetes, dislipidemia, relações de cuidado e osteoporose. A forma de abordagem pode ser adaptda a outras patologias. Perceba que outras áreas que não só medicina participam das atividades.
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*Higiene Bucal duração: aproximadamente 30 minutos; objetivo: ensinar técnicas de procedimento correto da higiene bucal, com instruções de profissionais da odontologia; metodologia: Pode-se trabalhar palestras, teatro, dinâmicas, etc. *Quedas duração: aproximadamente 30 minutos; objetivo: Prevenção de Quedas metodologia: Pode-se trabalhar palestras, teatros e dinâmicas. Ótima opção é no mesmo dia trabalhar dinâmicas de exercício físico. *Depressão na terceira Idade: Pode-se trabalhar muitas dinâmicas neste assunto, como as dinâmicas de AutoEstima, terapias em grupo, Tenda do Conto, dinâmicas de convivência, Passeios e Musicoterapia em idosas acamadas. Pode-se, também, utilizar-se de dinâmicas que envolvam o trabalho em conjunto, como a dinâmica “cortes e recortes”, mencionando que o convívio em grupo ajuda a saúde do idoso. *Avaliação dos idosos duração: Variável objetivo: Avaliar cognição e Atividades Básicas da Vida Diária dos idosos participantes. Com isso, pode-se ter uma noção do público com o qual se trabalha, além de servir como ferramenta de interação primária e os dados podem ser apresentados caso se deseje publicar artigo em forma de relato de experiência sobre a ação, como forma de mostrar o público com o qual se trabalhou.
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metodologia: Aplicar as Escala de Katz (Atividades Básicas da Vida Diária), Mini Exame do Estado Mental, Teste de Fluência Verbal, Teste do Relógio e a Escala de Depressão simplificada (com 4 ou 15 perguntas. De preferência, o de 4).
6. REFERÊNCIAS SCHLINDWEIN-ZANINI, Rachel. Demência no neuropsicológicos. Revista Neurocienc 2010; 18(2): 220-226
idoso:
aspectos
"Política nacional de promoção da saúde, v. 7. Brasília: Ministério da Saúde, 2006a, 60p. (Série. Pacto pela Saúde). Disponível em: http://portal.saude.Gov.BR/portal/arquivos/pdf/pactovolume7.pdf http://www.4shared.com/rar/SZwZoVR-/SESSO_4.html - link com sessões da AG que abordaram o tema e diversos manuais do ministério da saúde que abordam o tema Guidetti, A A. A importância da comunicação na socialização dos idosos. Revista de Educação, Vol. XI, No. 11, Ano 2008. http://www2.uol.com.br/vyaestelar/mentenaterceiraidade_idoso.htm http://www.vilaviver.com.br/mural_de_recados/como_se_comunicar_bem_co m_o_idoso_dependente http://www.ipardes.gov.br/biblioteca/docs/inst_longa_perm_idosos.pdf Serbim Ak,Gerlack LF,Marchi DSM et al. OFICINAS MULTIPROFISSIONAIS: EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA IDOSOS DE UMA COMUNIDADE. Revista Eletrônica Gestão & Saúde Vol.04, Nº. 01, Ano 2013 p.1780-1790 Vasconcelos et al.EDUCAÇÃO POPULAR E PROMOÇÃO DA SAÚDE DO IDOSO: REFLEXÕES A PARTIR DE UMA EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COM GRUPOS DE IDOSOS EM JOÃO PESSOA-PB.Rev. APS, Juiz de Fora, v. 13, n. 4, p. 523-530, out./dez. 2010 Souza, E.N.; Lago, S.B.EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE NA TERCEIRA IDADE: Relato de experiênciaEstud. interdiscip. envelhec., Porto Alegre, v. 4, p. 125-133, 2002. Uma Proposta de Trabalho em Educação para a Saúde com os Idosos. Anais do 2º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária Belo Horizonte – 12 a 15 de setembro de 2004 http://dinamicaeducativa.blogspot.com.br/
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