A Voz da Juventude 2009

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VOCÊ É UM(A) EMBAIXADOR(A)? Pois então... a sede da Divisão Sul-Americana,

aqui em Brasília, fica no setor de embaixadas.

Ficamos bem perto das embaixadas da China e da Espanha, sempre vejo as suas coloridas bandeiras tremulando no céu azulado da Capital Federal brasileira. Pensando e sonhando com as coisas lá do alto, a entusiasta equipe do Ministério Jovem da União Centro-Oeste Brasileira, liderada pelo Pr. Nelson Milanelli preparou uma linda série de oito sermões baseados da ética dos embaixadores do reino de Deus, ou seja, baseados no “Sermão da Montanha” – “Embaixadores que Brilham”.

O projeto da “Voz da Juventude” é composto

de oito domingos especiais, onde a nota tônica será

cada jovem adventista levando um amigo especial para ouvir a poderosa Palavra de Deus na igreja mais próxima da sua casa. Comece a orar desde já por uma lista de amigos especiais, para levá-los nesses mega domingos. Acho que a partir de agora você será um Embaixador do indestrutível reino de Deus.

Seja um Embaixador que Brilha! Pr. Otimar Gonçalves Ministério Jovem - DSA

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ÍNDICE

VOCÊ É UM(A) EMBAIXADOR(A)?

EMBAIXADORES DA HUMILDADE

................................... 3 ....................................... 4

................................................... 9 EMBAIXADORES DA ESPERANÇA EMBAIXADORES DA MANSIDÃO ............................................................. 15

......................................................... 19 EMBAIXADORES DA JUSTIÇA DE DEUS .............................................................................. 25 EMBAIXADORES DO AMOR 31 EMBAIXADORES DO PERDÃO DE ......................................... DEUS EMBAIXADORES DA PAZ ............................................................................... 37

........................................................................... 43 EMBAIXADORES DO REINO DE DEUS

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ÍEMBAIXADORES DA HUMILDADE INTRODUÇÃO - Mateus 5:3 Nesta série de domingos especiais

estudaremos as Bem Aventuranças, apresentadas por Jesus no Sermão da Montanha. Ao estudarmos as idéias de

Cristo sobre um legítimo cidadão do reino dos céus identificaremos na prática atitudes de vida e princípios do que é gente do céu. A religião de Cristo não se resume num conjunto de raciocínios e divagações etéreas, mas deve ser encarnada, vivida, identificada no caráter do crente. Aquilo que verdadeiramente os embaixadores do reino são convidados a ser quando se tornam discípulos da cruz. Mateus 5:2 e 3 abrem o sermão, apresentando um ensino estranho e novo. As palavras de Jesus caem em ouvidos de uma multidão que fica admirada. O que Ele fala é contrário a tudo que os rabinos e sacerdotes diziam, Suas palavras caem “como chuva que desce sobre o prado. Como chuveiros que regam a terra”. Salmo 72:6. Jesus não os lisonjeou massageando seu orgulho nacional, dEle irradiava poder, se percebia instintivamente que se estava diante de um ser que era capaz de ler a alma das pessoas e com compaixão se aproximava delas. Contrário ao ensino religioso da época que produziam orações como a do farizeu: “Graças te dou porque não sou como os demais homens”. Lucas 18:10. Que exprimiam todo orgulho, produto do sentimento nacional do povo Judeu. Jesus apresenta através do que Ele é a mensagem de sua vida apontando a situação e o conselho de Apocalipse 3:17 e 18. “Vocês dizem: Somos ricos, estamos bem de vida e temos tudo o que precisamos. Mas não sabem que são miseráveis, infelizes, pobres, cegos e nus. Portanto, aconselho que comprem de mim ouro puro para que sejam, de fato, ricos. E comprem roupas brancas para se vestir e cobrir a sua nudez vergonhosa. Comprem também colírio para os olhos a fim de que possam ver”. 5


Essas palavras vão diretamente ao ponto onde o pecado a longo de milênios tem sua base: o orgulho. E faz ver aos cristãos de todos os séculos que a 1ª bem-aventurança é o inverso do que reina no coração dominado pelo pecado. “O orgulho não sente necessidade, fechando, pois, o coração a Cristo e às bênçãos infinitas que Ele veio dar”. Não há lugar para Jesus no coração dessa pessoa. Os que são ricos e honrados aos seus próprios olhos, não oram com fé para receberem a benção de Deus. Presumem estar cheios, por isso se retiram vazios. Os que sabem que não se podem salvar a si mesmos, nem de si praticar qualquer ação de justiça, são os que apreciam o auxílio que Cristo pode conceder. São eles os pobres de espírito, aos quais Ele declara bem-aventurados”. Maior Discurso de Cristo, pág. 7. O resultado é claro, o pobre de espírito ou humilde recebe a Cristo, se deixa guiar, se deixa ensinar e conduzir. Ao receber o perdão, reconhece pelo Espírito Santo o pecado. João 16:8. Esses, movidos pelo Espírito Santo tem uma visão clara de si mesmos, são conscientes que tudo que são é contaminado de pecado e se tornam semelhantes ao publicano de Lucas 18:13 “Ó Deus, tem misericórdia de mim pecador”. Estes são abençoados. Dos humildes de Espírito diz Jesus: “Deles é o reino dos céus”. Você já conviveu com alguém orgulhoso? Cheio de si, que sempre queria ter razão? Eu tive um amigo assim, era insuportável. Só ele sabia tudo, ninguém podia ter uma idéia melhor que a dele. Discutia com todo mundo e não pedia desculpas nunca. Como é complicado conviver com alguém assim. Sabe, é bonito conhecer algumas lindas histórias da Bíblia, mas quero deixar bem claro: Aqueles que realmente assumiram seu relacionamento de fé com o Cristo vivo, passam a funcionar num canal diferente. Seu amor, sua graça, sua justiça abrem o coração de seus súditos e eles passam a ser humildes de espírito, ser mansos, ou perseguidos por causa da justiça. Entenderam que nada possuem, são conscientes e tem profunda pobreza na alma, vêem que em si mesmos nada possuem de bom, encontrarão justiça e força olhando a Jesus que diz “Vinde a mim todos os que 6


estais cansados e oprimidos” Mateus 11:28. Nossa pobreza deve ser trocada pela riqueza Dele. “Não somos dignos do amor de Deus, mas Cristo, nossa segurança, é digno e capaz de salvar abundantemente todos os que forem a Ele. Qualquer que tenha sido vossa vida passada, por mais desanimadas que sejam nossas circunstâncias presentes, se fordes a Jesus exatamente como são, fracos, incapazes, e em desespero, nosso compassivo Salvador irá grande distância ao vosso encontro, e em torno de vós lançará os braços de amor e as vestes de Sua justiça. Maior Discurso de Cristo, pág. 9. Humildade ou pobreza de espírito é o primeiro resultado num coração que passa a estar ligado ao coração de Deus. Humildade daqui por diante não pode ser compreendida de maneira equivocada, não falamos aqui de uma pessoa simplória, que não tem cultura ou algo assim. Em termos bíblicos é alguém que se deixa guiar, se deixa ensinar, uma pessoa dócil. Que agora vive em harmonia com a mente de Deus e quer aprender Dele. Essa é a verdadeira identidade de uma pessoa humildade, é aquele ou aquela que não é cheio de si mesmo. Que rendeu seu coração a Deus e deixa-se ser conduzido (a) por Ele. Postura essa completamente diferente de outros que não aceitam de forma alguma as orientações do Senhor. Lembremo-nos que a raiz do pecado é a rebelião contra a autoridade de Deus. Quando somos religados ao relacionamento com Deus temos outro modo de funcionar. O pobre de espírito submeteu sua vontade a Deus, e deixa-O guiar.

CONCLUSÃO Nosso convite pra você no início desses

domingos especiais é que você mude sua atitude de fé. Mais do que querer saber sobre Deus e receber bênçãos, nossa reunião dessa noite quer mexer mais fundo no seu coração. Aproxime-se do Senhor com humildade, não coloque palavras na boca de Deus, deseje em primeiro lugar conhecer a PALAVRA 7


DELE. Não exija bênçãos da parte dEle, viva a maior das bênçãos, recebê-Lo em sua vida. Não exija ser ouvido, primeiro ouça o que Ele tem a te dizer. Devolva pra Deus o lugar dEle, e coloque-se no seu lugar, aí Ele poderá abençoá-lo (a) “E vos darei um coração novo... E porei dentro de vós o Meu Espírito” Isaias 1:18; Ezequiel 36:26 e 27. Viva a bem-aventurada alegria de seguir a Jesus, seja um embaixador (a) dos interesses do Reino dos Céus nesta terra. Aceite hoje o convite de Jesus para ser o Seu Salvador e Senhor e saiba que: “De Mim se dirá: Deveras no Senhor há justiça e força... No Senhor será justificada e se gloriará toda a descendência de Israel” Isaias 45:24 e 25. Essa é a palavra de Deus pra você hoje, aceite ser um filho (a) dEle, um Bem-Aventurado (a), Um Embaixador (a) de Humildade. Diga: Oh! Deus aqui estou, toma a minha vida em tuas mãos. Primeiro a humildade depois a honra! Amém. Pastor Nelson Milanelli Departamental de Jovens da União Centro Oeste-Brasileira

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EMBAIXADORES DA ESPERANÇA “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados” Mateus 5:4.

INTRODUÇÃO Um cientista, insensível às lágrimas da

esposa, certa vez comentou: “O que são lágrimas?

Eu as analisei: Há um pouco de fosfato, de cálcio, cloreto de sódio, algum muco e certa quantidade de água”. Estas palavras podem ser ditas por um coração frio, alheio a dor e ao sofrimento do outro. Mas para os que choram e sofrem, as lágrimas tem outra definição. Lágrima parece ser uma coisa sagrada. Ela tem o poder de sensibilizar o outro, tem a propriedade curadora. As lágrimas derramadas são gotas abençoadoras que revelam o quanto somos frágeis e o quanto precisamos do amor e da bondade de Deus. Pois quem chora revela o seu interior, revela a sua sensibilidade. Iniciamos uma série de estudos sobre as bem-aventuranças. Bem-aventurados - são os felizes. Não no sentido humano de felicidade que, em geral, nos leva ao bem-estar. Alguns consideram que ser feliz é adquirir uma roupa nova, um carro novo, uma casa nova. Outros consideram que ser feliz é ter saúde plena ou uma família sem problemas. Há poucos meses encerrou o período de carnaval e quantas pessoas entenderam que seriam felizes somente quando estivessem vivendo sob uma máscara: quatro dias em que vale tudo e pode tudo, e ao passar este período a máscara despencou. Jesus olhou a multidão, na multidão encontram-se os que estão angustiados pelo pecado e marcados pelo sofrimento. Na multidão estão os que andam desgarrados e errantes, “como ovelhas que não tem pastor” Mateus 9:36. É neste contexto que Jesus ensina aos discípulos: “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados” Mateus 5:4. 9


As bem-aventuranças revelam quem são felizes aos olhos de Deus, revela o CHORO COM VALOR E CHORO SEM VALOR: “Felizes os que choram”, pode nos parecer contraditório, mas fala de uma atitude, um exercício espiritual, não significa uma expressão de sentimento pessoal por perda. Chorar por si só não tem valor nenhum, por isso, muitos choram sem consolação. É o caso das constantes lástimas pelas perdas egoístas ou ambições frustradas, das lágrimas excessivas pelos entes queridos que partiram. O choro com valor é aquele que evoca um arrependimento sincero ante o erro cometido, não só com relação ao próximo como com relação a Deus. Nesse sentido chorar é ter saúde espiritual. As bem-aventuranças expressam a amplitude do que é ser feliz e abençoado, revelam as promessas feitas aos discípulos fiéis do reino. Nós somos os discípulos de Cristo e como discípulos devemos aprender e apegar-nos a Ele, confiando em suas palavras. Hoje veremos as atitudes de choro que nos tornam felizes!

1. A atitude de choro diante do pecado Quem não experimentou aquele sentimento expresso pelo apóstolo Paulo: “Porque não faço o

bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já não o faço eu, mas o pecado que habita em mim” Romanos 7:19-20. Este choro representa o estar profundamente triste com nosso próprio pecado, por isso o lamentamos e sentimos a necessidade de arrependimento. Em Jesus há esperança para o pecador arrependido! “Entristecemo-nos muitas vezes, porque nossas más ações nos trazem desagradáveis conseqüências; mas isso não é arrependimento. A verdadeira tristeza pelo pecado é o resultado da operação do Espírito Santo. Este revela a ingratidão da alma que menosprezou e ofendeu o Salvador, levando-nos contritos ao pé da cruz” EGW, DTN, 300. 10


Foi assim com a mulher pecadora que ungiu os pés de Jesus (Lucas 7:36-50). Uma mulher de má reputação, uma prostituta. Sem ser convidada entrou na casa do fariseu, levando um vaso de alabastro com ungüento, e aos pés de Jesus, “chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o ungüento” (v.38). O choro representa a contrição, arrependimento, fé e humildade, ingredientes necessários para o abandono de uma vida de pecado. Como prova ofereceu em ação de graças algo precioso: o ungüento e suas lágrimas. Já em Lucas 22:62 lemos: “Então, Pedro, saindo dali, chorou amargamente”. Dessa maneira encerra o relato de quando Pedro nega a Jesus, descrito nos quatro evangelhos, nos dando indícios dos erros preliminares do apóstolo: começou com o orgulho (v.33) e a incredulidade (v.34); desobediência em relação à ordem de vigiar e orar (vv. 40-47); tentou lutar com as trevas com armas carnais (v.50); seguia a Jesus de longe, esquecendo de suas palavras (v.54); amaldiçoa a si mesmo (mentindo para si de si) e aos que o acusavam de mentir (Marcos 14:71). O tropeço na vida cristã é conseqüência de erros anteriores. O choro é a resposta à lembrança trazida à memória. Assim que o galo cantou, as palavras do Mestre soaram aos seus ouvidos. Mais do que o cantar do galo, o olhar do Senhor, fez com que Pedro se lembrasse de suas palavras: “Hoje, três vezes me negarás, antes de cantar o galo” Lucas 22:61. Aqueles que escondem, negam, encobrem ou defendem seus pecados, com certeza estão indo por um caminho errado. “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados”. Os que choram pelos seus pecados serão consolados pelo Senhor. Foi assim com a mulher pecadora que ouviu de Jesus: “perdoados lhes são os seus muitos pecados, porque ela muito amou” Lucas 7:47 - reconhecer o perdão produz o amor; Pedro ouviu de Jesus: “Eu, porém, roguei por ti, para que tua fé não desfaleça” Lucas 22.32 - a segurança do cristão é a intercessão de Cristo; do Senhor, seus filhos ouvem: “Voltai, ó filhos rebeldes, 11


eu curarei as vossas rebeliões” Jeremias 3.22 - o Senhor nos cura através do sacrifício de Jesus. E uma pessoa arrependida pode abrir seu coração ao Senhor e ter outra atitude de choro:

2. A atitude de choro diante do sofrimento “Inclina, Senhor, os teus ouvidos, e ouve-me, porque estou necessitado e aflito. Alegra a alma do

teu servo” Salmo 86:1-4. Nesta oração Davi implora o socorro de Deus diante de sua aflição. O teólogo e comentarista Loyola cita que: a segunda bemaventurança diz respeito aos que estão em aflição. São os que sofrem os contragolpes de um mundo que está ainda sob a ação das forças do mal e da morte. Um homem geraseno, possesso de demônios, vai ao encontro de Jesus, provavelmente para maltratá-Lo (Lucas 8:26-34). Sua condição de escravidão e sofrimento chegou a tal ponto, que não se vestia e habitava em sepulcros. Diante de Jesus o reconhecimento do poder absoluto de Deus. Uma pergunta nos interessa: “Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo?” (v.28). Esta pergunta aponta para a separação total do reino de Deus e do reino do inimigo. Jesus ordena ao espírito que saia do homem (v.29). Esta é a autoridade de Cristo que liberta, a qual nos foi outorgada. Jesus ouve o pedido de um pai - Jairo. Ele era um chefe da sinagoga, um principal que vem a Jesus reconhecendo ser ele sua única esperança. O pedido era para a cura de sua filha, de 12 anos, que estava à morte (Lucas 8:42). “Tendo chegado a casa. Todos choravam e pranteavam” (vv 51,52). Imagine o desespero deste pai, a pergunta poderia surgir: Se Jesus tivesse vindo antes, isso aconteceria? Jesus era um embaixador da esperança. Todos sofrem diante da morte de uma criança. Jesus conhecia este sentimento, chorou a morte de seu amigo Lázaro (João 11:35), no entanto, sua orientação a Jairo foi: “não temas, crê somente” (Lucas 8:50).

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3. A atitude de choro diante da missão O salmista chora por que o povo não guarda a Lei de Deus (Salmo 119:136). Os servos de Deus são descritos como aqueles que “suspiram e gemem por

causa de todas as abominações que se cometem no meio de Jerusalém” (Ezequiel 9:4). Paulo chora por causa dos falsos mestres que andam entre o povo de Deus (Filipenses 3:18). Jesus, ao contemplar a cidade de Jerusalém, chora por causa dos seus pecados: “Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou”, Lucas 19:41. O choro de Jesus exprime sua lamentação à incredulidade do povo, que estavam cegos espiritualmente. Que conforto saber que Jesus chorou diante da rebeldia do mundo contra Deus, vemos Sua atitude de choro pelos perdidos. As lágrimas de Cristo foram as chaves que abriram o caminho para a salvação, este foi o preço pago por Ele na cruz. Quem haveria de consolar os que choram? Os que choram serão consolados por Aquele que tem o reino dos céus. É Ele que enxugará todas as lágrimas! Pois Isaías diz que: “O espírito do Senhor estaria sobre Ele; porque o SENHOR O ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-O a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; á apregoar o ano aceitável do SENHOR; a consolar todos os tristes” Isaías 61:1-2. “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados”. Bem aventuranças - Palavras de Esperança! Os que choram pela missão serão consolados pela salvação daqueles que crerem, e será uma multidão de todas as nações, tribos, povos e línguas (Apocalipse 7:9)

CONCLUSÃO Quem chora tem o privilégio de ser visto por Deus. Nada afasta mais a Deus do que o orgulho,

a soberba e a dureza de coração. Mas aquele que derrama as lágrimas mostra toda a sua vulnerabilidade diante do Senhor e das 13


circunstâncias. Por isso aprendemos com o profeta Isaías quando Deus diz: “Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas” Isaías 38:5. Que consolo saber que nos momentos mais cruciais, quando derramamos as muitas lágrimas, Deus está vendo. Deus está vendo as lágrimas que derramamos quando recebemos a ingratidão em troca da bondade que oferecemos; das lágrimas quando fomos traídos; das lágrimas da perda irreparável de um ente querido; das lágrimas de arrependimento pelos erros cometidos. Sim, Deus vê as nossas lágrimas, e diz: “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados”, portanto haverá choro, mas também a promessa de que seremos consolados. E o maior de todos os consolos, está reservado para a eternidade quando a promessa se cumprirá: “Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” Apocalipse. 21:4. Você é um embaixador da esperança? Enquanto não chegar este dia, levemos ao Senhor todas as nossas dores, porque Ele tem cuidado de nós. Pr. Eronildo Silva Departamental de Jovens da Associação Sul-Mato-Grossense

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EMBAIXADORES DA MANSIDÃO INTRODUÇÃO Temos uma progressão de idéias nas bem-

aventuranças que mostram uma crescente experiência na vida cristã. Ao nos colocarmos humildemente nas mãos de

Deus, cada cristão pode dar novos passos em sua espiritualidade. O Espírito Santo tendo espaço no coração e na mente da pessoa, faz com que ela cresça sentindo sua necessidade de Cristo, identificando-se com Ele, procurando seguir seus passos, tornandose assim o que podemos identificar como um cidadão do reino dos céus. “Bem-Aventurados os mansos” Mateus 5:5. Andar com Jesus, sentir necessidade dEle, é o começo do caminho da mansidão. Não é muito fácil ter paciência e esperar por coisas que não podemos controlar. A vida acontece tão depressa que queremos tudo pra ontem e do nosso jeito. Saímos logo decidindo e fazendo tudo, e quebramos processos naturais que deveriam acontecer em nossa vida e na vida daqueles que convivemos. O resultado é frustração e problemas. Imagine o quanto Jesus queria que os homens entendessem seus ensinos e logo O aceitassem, no entanto Ele nunca forçou ninguém a nada. Suas palavras, Seu jeito de agir, Ele respeitava o tempo de cada individuo. O próprio Moisés classificado pela Bíblia como o homem mais manso que passou pela terra, demorou 40 anos no deserto apascentando ovelhas para que seu coração fosse abrandado pelo Senhor, e então Ele pudesse usá-lo para libertar Seu povo. Pense em quanta confusão você já se colocou por falar antes da hora, agir sem pensar, ou por impulso. Moisés matou um egípcio, pensando que o caminho para libertar o povo era esse, mas Deus construiu o melhor caminho para reciclar Seu servo, mudar suas idéias e intenções - O DESERTO. “Não é por força, mas pelo Meu Espírito” diz o Senhor (Zacarias 4:6). 15


Qual é seu Deserto? Como Deus está reciclando você? Seus pensamentos e ações? Junto às ovelhas, contemplando cada pôr-do-sol no deserto, tendo tempo para pensar. Na solidão de seu pastoreio, o Espírito de Deus foi moldando Moisés. Uma vida simples, longe do glamour da corte egípcia, na simplicidade de um pastor cercado por ovelhas, seu espírito foi preparado para o que Deus tinha pra ele. A mansidão não está na moda em nossos dias, assim como não estava nos dias de Moisés. Não pense você que na época dele ser considerado manso era visto como um elogio, como mérito; de maneira alguma, isso era visto com piedade ou desprezo. “Mas Cristo coloca a mansidão entre os primeiros atributos necessários para habitar em Seu reino. Em Sua própria vida e caráter revela-se a divina beleza dessa graça precisa” Maior Discurso de Cristo, pág. 14. Não é fácil passar por esta escola, mas é necessário. Renunciar o próprio eu, ter domínio sobre nossas emoções e sentimentos, é algo contrario ao nosso coração. Instintivamente buscamos supremacia sobre os outros e a mansidão é contrária a isso. Mas os cidadãos do Reino dos céus são convidados a ir além do que é normal neste mundo. “Jesus Se esvaziou a Si mesmo e, em tudo quanto fez, o próprio eu não aparecia. Subordinava todas as coisas à vontade de Seu Pai. Quando Sua missão na Terra estava preste a terminar, foi-lhe possível dizer: “Eu glorifiquei-te na Terra, tendo consumado a obra que Me deste a fazer” (João 17:4). Ele nos pede: “Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração”. “Se alguém quiser vir após Mim, renuncie-se a si mesmo” (Mateus11:29; 16:24); que o próprio eu seja destronado e nunca mais possua a supremacia da alma”. Idem, pag. 15 Contemplando as atitudes de Jesus somos constrangidos a repensar nosso modo de ser. Precisamos permitir que o Espírito Santo controle nosso eu, trocar nossa ansiedade por Sua serenidade, nossa pretensão por Sua humildade, nossa autosuficiência por estar aos pés de Cristo. O apóstolo Paulo viveu esta 16


experiência e disse: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e Se entregou a Si mesmo por mim” (Gálatas 2:20). O resultado que este relacionamento com Jesus vai produzindo, é algo que nos faz resistir às grandes tempestades da vida. A ira humana ou a diabólica não podem tirar a calma perfeita de nossa comunhão com Deus. Ele nos diz: “Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou”. “Tomai sobre vós o Meu jogo, e aprendei de Mim, que eu sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso” (João 14:27 e Mateus 11:29). Cristianismo é o convite real para transformação completa de nossa mente. É muito mais que auto-ajuda, é dependência completa de Jesus. Em nenhum outro raciocínio ou saber humano encontramos as respostas pra vida, como encontramos em Cristo. “A felicidade derivada de fontes terrenas é tão mutável como podem tornar as várias circunstâncias; a paz de Cristo, porém, é constante e permanente. Ela não depende de qualquer circunstância da vida, da quantidade de bens mundanos, ou do número de amigos. Cristo é a fonte da água viva, e a felicidade que dEle emana não pode jamais falhar. Idem, pág. 16 Devemos vencer como Ele venceu. (Apocalipse 3:21) Por meio da humildade e renúncia do próprio eu, podemos tornar-nos coherdeiros com Ele, quando os mansos herdarem a Terra. (Salmo 37:11). O maior alvo proposto para os bem-aventurados é vencer os valores desse mundo, com os princípios e valores do Reino dos Céus. Construímos todos os dias nossas vidas baseados em escolhas que fazemos durante todo o tempo. Em cada uma dessas escolhas somos convidados a pensar e agir como filhos de um Deus que é real, e tem resposta para as deformidades de caráter que o pecado trouxe. O egoísmo e orgulho, que estabelece o nosso eu maior que os outros, é resultado imediato do reino do pecado. Mas Nosso Cristo venceu e nós somos convidados a vencer também.

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CONCLUSÃO Estar diante de nós mesmos não é tarefa

fácil. Estudar os recantos de nosso coração é obra

específica do Espírito Santo, o único que pode nos constranger, e nos ajudar a reconhecer Jesus Cristo como nosso real exemplo. A mansidão é resultado de um profundo relacionamento com o Salvador. Levamos a maior parte de nossa vida para aprender que não somos nada, e o pouco que restar tentando ver como consertar os erros que cometemos por termos pensado que éramos alguma coisa. Com isso machucamos muita gente que amamos e não desfrutamos da benção de Deus, estamos vivos. Vivos para abençoar uns aos outros, de fazermos bem uns pros outros. O fruto mais dolorido do pecado é viver se ACHANDO, e depois cair na real de não ser amado e não ter ninguém. O convite a mansidão feito no Sermão da Montanha, é mais um passo no crescimento da compreensão do que é um cidadão do reino dos céus. Pessoas que vivem os princípios do reino, pessoas que vivem como Embaixadores do interesses do céu na terra. Você não quer ser uma dessas pessoas? Que tal experimentar as melhores emoções dessa vida abençoando outros? Saiba que mansidão é uma das maiores forças para mover a humanidade, pois quem vive está bem-aventurança venceu a maior das lutas que alguém pode lutar, a luta contra si mesmo. E isso só é possível quando Cristo vive em Mim. (Gálatas 2:20) Em nome de Jesus levante-se hoje diante dEle e diga: Jesus ajuda-me a vencer! Quero ser um Embaixador (a) da mansidão. Amém Pastor Nelson Milanelli Departamental de Jovens da União Centro Oeste-Brasileira

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EMBAIXADORES DA JUSTIÇA DE DEUS “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos”. Mateus 5.6

INTRODUÇÃO O sermão do monte é um “evangelho”

exclusivo do reino de Jesus, apresentando princípios éticos e morais pertinentes ao reino do Messias.

Um mestre sempre se assentava para ensinar e Jesus assentou sobre o monte cercado pelos seus discípulos e pela multidão. A multidão ao ver que Jesus se assentou, cercou-lhe ansiosa para ouvir o discurso. Jesus havia percorrido toda a Galiléia curando os enfermos, ensinando nas sinagogas e pregando o evangelho. A notícia de suas ações percorria todas as cidades. Uma grande multidão vinda de várias cidades o seguia Mateus 4:25. Há muito tempo que o povo ouvia falar das bem-aventuranças prometidas nas Escrituras, mas a situação era de opressão e miséria. A fama de Jesus havia criado uma expectativa na multidão, e quando Jesus falou sobre a bem-aventurança, materializou-se a esperança dos ouvintes. Anos após anos os pais anunciavam aos filhos uma época de alegria plena, mais ainda não tinham experimentado da alegria prometida por Deus. O sermão do monte iniciou-se com uma mensagem de alegria a um povo oprimido e sem esperança. Jesus apresenta uma esperança viva, porém, o discurso endurece logo em seguida. O povo esperava refrigério e segurança nesta vida. Esperavam um Messias que os libertasse da escravidão política e das injustiças sociais. As palavras de Cristo trazem esperança para um problema muito maior: o pecado. Seja um embaixador da justiça de Cristo. 19


I. Definindo justiça Justiça é santidade, semelhança com Deus;

e “Deus é amor” I João 4:16. É conformidade com a lei de Deus; pois “todos os Teus mandamentos são justiça”

(Salmo 119:172); e o “cumprimento da lei é o amor”. Romanos 13:10. Justiça é amor, e o amor é a luz e a vida de Deus. A justiça de Deus se acha concretizada em Cristo. Recebemos a justiça recebendo-O a Ele.

a. A Justiça personificada Não é por meio de penosas lutas ou fatigante

lida, nem de dádivas ou sacrifícios, que alcançamos a justiça; ela é, porém, gratuitamente dada a toda pessoa

que dela tem fome e sede. “Ó vós todos os que tendes sede, vinde às águas, e vós que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; ... sem dinheiro e sem preço” (Isaías 55:1). “Sua justiça... vem de Mim, diz o Senhor” (Isaías 54:17), e “este será o seu nome com que O nomearão: O SENHOR, JUSTIÇA NOSSA” Jeremias 23:6. Nenhum agente humano pode suprir aquilo que satisfará a fome e a sede da alma. Mas Jesus diz: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo” Apocalipse 3:20. “Eu sou o pão da vida; aquele que vem a Mim não terá fome; e quem crê em Mim nunca terá sede” João 6:35. Percebe-se que Jesus não estava se referindo à justiça que é administrada nos tribunais dos homens. A abordagem de Jesus em momento algum teve objetivos políticos. Jesus não se referiu a problemas atrelados as injustiças sociais.

b. Necessidade básica Como precisamos de alimento para sustentar

nossas forças físicas, assim necessitamos de Cristo, o

pão do Céu, para manter a vida espiritual, e comunicar forças para efetuar as obras de Deus. Como o corpo está continuamente 20


recebendo a nutrição que sustém a vida e o vigor, assim a alma deve estar constantemente comungando com Cristo, a Ele submissa, e confiando inteiramente nEle. Como o fatigado viajante procura a fonte no deserto e, encontrando-a sacia a sede abrasadora, assim há de o cristão ansiar e obter a pura água da vida, de que Cristo é a fonte. Você é um embaixador da justiça de Deus? Se experimentais um sentimento de necessidade em vossa alma, se tendes fome e sede de justiça, isso é prova de que Cristo tem operado em vosso coração, a fim de ser por vós procurado, para vos fazer, mediante o dom do Espírito Santo, aquilo que vos é impossível realizar em vosso próprio benefício. Não precisamos saciar nossa sede em correntes rasas; pois a grande fonte se acha mesmo por sobre nós, fonte de cujas abundantes águas nos é dado beber fartamente, se nos alçarmos um pouco mais na escalada da fé. O mundo precisa beber da justiça de Cristo. Bem-aventurados os que vivem no limite, precisando ter satisfeitas por Deus as suas necessidades básicas, não necessidades de consumo mercadologicamente impostas.

2. A prática da justiça Justiça: Virtude moral que inspira o respeito

dos direitos de outrem e que faz dar a cada um o que lhe pertence. Os que procuram a justiça de Deus recebem

aquilo que desejam, e não os que confiam em sua própria justiça.

a. Couraça da justiça “Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se

com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça” Efésios 6:14. Couraça se refere ao simbolismo do “peitoral” de

uma armadura. É a própria retidão de Cristo, operada em nosso interior pelo Seu Espírito. Sim, as qualidades morais da retidão estão naturalmente incluídas, porquanto essas qualidades perfazem a justiça que nos vem por intermédio da justificação. 21


b. Compartilhando a experiência da justificação “Os entendidos, pois, resplandecerão como o

resplendor do firmamento; e os que a muitos ensinam

a justiça refulgirão como as estrelas, sempre e eternamente”

Daniel 12:3. Os sábios demonstram sua sabedoria, não somente pela sua maneira de viver, mas também pela influência da sua vida e testemunho, pois levam muitos a uma vida de retidão. Resplandecerão porque serão transformados, e a glória de Deus se refletirá neles e através deles. “Dai, e ser-vos-á dado” (Lucas 6:38); pois a Palavra de Deus é “a fonte dos jardins, poço das águas vivas, que correm do Líbano”. Cânticos 4:15. O coração que experimentou uma vez o amor de Cristo, clama continuamente por uma porção maior e, comunicando-o a outros, recebereis mais rica e abundante medida. Cada revelação de Deus à alma aumenta a capacidade de conhecer e amar. Eu quero ser um embaixador do amor e da justiça de Deus, e você?

c. Justificados temos paz “A misericórdia e a verdade se encontraram;

a justiça e a paz se beijaram” Salmo 85:10. O mundo

clama por paz; no entanto, a prática da justiça está longe

daquilo que Deus recomenda. Sem a experiência da justificação pela fé não existe paz.

d. Justiça que salva é a de Deus “Porque vos digo que, se a vossa justiça não

exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus” Mateus 5:20. A justiça dos

escribas e dos fariseus era exclusivamente exterior. Eles observavam muitas regras, oravam, cantavam, jejuavam, liam as Escrituras e freqüentavam os cultos nas sinagogas. No entanto, substituíam as atitudes interiores corretas pelas aparências externas. 22


Jesus declara aqui que a justiça que Deus requer do crente vai além disso. O coração e não somente os atos externos, devem conformar-se com a vontade de Deus, na fé e no amor.

3. Fartura do amor e do perdão de Deus As palavras de Deus são a fonte da vida. Ao buscardes essas vivas fontes haveis de, mediante o Espírito Santo, ser postos em comunhão com Cristo.

Jesus disse: “A água que Eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” João 4:14. À medida que o Espírito Santo vos descerre a verdade, haveis de entesourar as mais preciosas experiências, e falareis longamente a outros das confortadoras coisas que vos têm sido reveladas. Deus tem derramado de maneira ilimitada o Seu amor, como os aguaceiros que refrigeram a terra. Ele diz: “As nuvens chovam justiça; abra-se a terra, e produza-se salvação, e a justiça frutifique juntamente” Isaías 45:8. Somente aqueles que se alimentam da palavra de Deus têm em si a justiça maior, que ultrapassa em muito a dos fariseus. Basta o homem reconhecer a sua pobreza espiritual que Deus não negará o alimento necessário que produz nova vida.

CONCLUSÃO você quer beber da justiça de Deus?

Diante de uma multidão faminta e sedenta Jesus

declara que aqueles que têm fome e sede são felizes. As

necessidades básicas dos ouvintes de Jesus eram evidentes. Porém, Jesus não fala da problemática social. Ser intolerante com as injustiças sociais não aproxima o homem de Deus. Promover projetos de cunho social não é o caminho que conduz aos céus. Em um mundo em crise social, econômica, política, familiar, etc, as pessoas desejam mudanças urgentes e clamam por justiça, mas esta “fome” e “sede” de justiça não é a que traz a verdadeira felicidade. 23


Somente os pobres de espírito sentem fome e sede de justiça, e em Deus serão fartos. Aquele que concede o reino dos céus é justo e justificador, e somente ele pode satisfazer o que é exigido pela sua justiça. Através do evangelho de Cristo o homem descobre a justiça de Deus. (Romanos 1:17). Só em Cristo é possível obter a justiça que vem de Deus. Após ser justificado por meio de Cristo o homem obtém o direito de entrar no reino dos céus. Você quer ser saciado por Deus? Faça a oração do salmista: “Estendo as minhas mãos para ti; como a terra árida, tenho sede de ti” (Salmo 146:6). Portanto, “deleite-se no Senhor, e ele atenderá aos desejos do seu coração. Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nEle, e ele agirá: ele deixará claro como a alvorada que você é justo, e como o sol do meio-dia que você é inocente” (Salmos 37:4,6). Pr. Fernando Lopes de Melo Departamental de Jovens da Associação Planalto Central - APLAC

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EMBAIXADORES DO AMOR “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” Mateus 5:7.

INTRODUÇÃO As bem-aventuranças são oito ensinamentos que Jesus Cristo pregou no Sermão da Montanha

para ensinar e revelar aos homens a verdadeira felicidade. Segundo os ensinamentos de Cristo, nós atingimos na plenitude a nossa felicidade quando vivemos ao lado de Deus, fonte da vida, de toda a verdade e de toda a felicidade. As bem-aventuranças anunciam também a vinda do Reino de Deus através da palavra e ação de Jesus, que tornam a justiça divina presente no mundo. Elas revelam também o carácter das pessoas que pertencem ao Reino de Deus, exortando as pessoas a seguir este carácter exemplar. As bem-aventuranças nos ensinam que Deus nos chama para vivermos os princípios do Reino de Deus - embaixadores do seu amor!

I. A dimensão da misericórdia Na Bíblia, a palavra misericórdia se apresenta com dois significados fundamentais: o primeiro indica

a atitude da parte mais forte para com a parte mais fraca e se expressa habitualmente no perdão das infidelidades e das culpas; o segundo indica a atitude para com a necessidade do outro e se expressa nas chamadas obras de misericórdia.

a. O caráter de Cristo As bem-aventuranças são o auto-retrato de

Cristo. Ele reflete a misericórdia de Deus para com os

pecadores, mas se comove também ante todos os sofrimentos 25


e necessidades humanas, intervém para dar de comer à multidão, curar os enfermos, libertar os oprimidos. Ser misericordiosos se apresenta assim como um aspecto essencial do ser à imagem e semelhança de Deus. “Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso” (Lucas 6, 36) é uma paráfrase de: “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” (Levítico 19, 2). Em Ezequiel, Deus diz: “Eu não me alegro na morte do malvado, mas (me alegro!) em que o malvado se converta de sua conduta e viva” (Ezequiel 33:11). Miquéias diz que Deus “se alegra em ter misericórdia” (Miquéias 7:18), isto é, experimenta gozo ao fazê-lo.

b. Uma impossibilidade: Ser naturalmente misericordioso O coração do homem é, por natureza, frio,

escuro e desagradável; sempre que alguém manifeste

espírito de misericórdia e perdão, fá-lo, não de si mesmo, mas mediante a influência do divino Espírito a mover-lhe o coração. “Nós O amamos porque Ele nos amou primeiro” I João 4:19. É o próprio Deus a fonte de toda a misericórdia. Seu nome é “misericordioso e piedoso”. Êxodo 34:6. Ele não nos trata segundo os nossos merecimentos. Não indaga se somos dignos de Seu amor, mas derrama sobre nós as riquezas desse amor, a fim de fazer-nos dignos. Não é vingativo. Não busca punir, mas redimir. Mesmo a severidade que mostra por meio de Suas providências, é manifestada para salvação dos extraviados. Intensamente anela Ele aliviar as misérias dos homens, e aplicar-lhes às feridas Seu bálsamo. É verdade que Deus “ao culpado não tem por inocente” (Êxodo 34:7); mas quereria tirar a culpa. Deus o convida a ser embaixador do seu grande amor. Os misericordiosos são “participantes da natureza divina” (II Pedro 1:4), e neles encontra expressão o compassivo amor de Deus. Todo aquele cujo coração está em harmonia com o coração do Infinito Amor, buscará reaver e não condenar. A presença 26


permanente de Cristo na alma é urna fonte que jamais secará. Onde Ele habita, haverá uma torrente de beneficência.

c. Causa ou efeito? Esta bem-aventurança poderia nos levar a

pensar que a misericórdia de Deus para conosco

é um efeito de nossa misericórdia para com os outros, e

que é proporcional a ela. Se assim fosse, no entanto, estaria completamente invertida a relação entre graça e boas obras, e se destruiria o caráter de pura gratuidade da misericórdia divina. A parábola dos dois servos (Mateus 18:23-35) nos ajuda a compreender esta relação. O rei perdoa uma dívida enorme do servo (dez mil talentos!) e sua generosidade deveria ter motivado o servo a proceder do mesmo modo com seu devedor. Devemos, então, ter misericórdia porque recebemos misericórdia, não para receber misericórdia; mas é preciso ter misericórdia, senão a misericórdia de Deus não terá efeito em nós e nos será retirada, como o senhor da parábola a retirou do servo impiedoso. A graça cria o dever: “Como o Senhor vos perdoou, perdoai-vos também vós” (Colossenses 3:13). Ante o apelo do tentado, do errante, das míseras vítimas da necessidade e do pecado, o cristão não pergunta: São eles dignos? mas: Como os posso eu beneficiar? Nos mais indignos, mais degradados, vê almas para cuja salvação Cristo morreu, e para quem Deus deu a Seus filhos o ministério da reconciliação. Os misericordiosos são os que manifestam compaixão para com os pobres, os sofredores e oprimidos. Você é um embaixador do amor de Jesus?

2. A Fonte da misericóridia A misericórdia aqui prometida não refere-se a misericórdia que devemos oferecer aos nossos

semelhantes. Ser compassivo com o próximo não habilita ninguém a receber a misericórdia divina. A experiência demonstra 27


que ao sermos cordiais com os nossos semelhantes teremos uma vida melhor nesta terra, mas isto não significa que obteremos misericórdia de Deus porque exercermos misericórdia. Só é bem-aventurado aquele que alcança a misericórdia divina, pois toda bem-aventurança advém de Deus. Porém, tal bemaventurança não está condicionada ao comportamento humano.

a. O exemplo de Jó Jó declara: “Eu livrava o miserável, que

clamava, como também o órfão que não tinha quem

o socorresse. A bênção do que ia perecendo vinha sobre mim, e eu fazia que rejubilasse o coração da viúva. Cobria-me de justiça, e ela me servia de veste; como manto e diadema era o meu juízo. Eu era o olho do cego e os pés do coxo; dos necessitados era pai e as causas de que não tinha conhecimento inquiria com diligência”. Jó 29:12-16. Muitos há para quem a vida é uma penosa luta; sentem suas deficiências, e são infelizes e incrédulos; pensam nada terem por que ser agradecidos. Palavras bondosas, olhares de simpatia, expressões de apreciação, seriam para muitas almas lutadoras e solitárias como um copo de água fria a uma alma sedenta. Uma palavra compassiva, um ato de bondade, ergueriam fardos que pesam duramente sobre fatigados ombros. E toda palavra ou ato de abnegada bondade é uma expressão do amor de Cristo pela humanidade perdida.

b. Desfruntando os resultados Os misericordiosos “alcançarão misericórdia”

Mateus 5:7. “A alma generosa engordará, e o que

regar também será regado” Provérbios 11:25. Há uma doce paz para o espírito compassivo, uma bendita satisfação na vida de esquecimento de si mesmo em benefício de outros. O Espírito Santo que habita na alma e Se manifesta na vida, abrandará corações endurecidos, e despertará simpatia e ternura. 28


Haveis de ceifar aquilo que semeardes. “Bem-aventurado é aquele que atende ao pobre. ... O Senhor o livrará, e o conservará em vida; será abençoado na Terra, e Tu não o entregarás à vontade de seus inimigos. O benefício da misericórdia é cíclico: desfrutamos da misericórdia, compartilhamos com os outros e receberemos o privilégio de estarmos na eternidade, graças a misericórdia eterna. Quanto mais experimentamos e mais expressamos, mais recebemos.

c. Mudança de atitude Ser misericordioso é condição que decorre

do novo nascimento, onde o justificado passa a ser

semelhante a Cristo. Tal semelhança não se manifesta na

conduta, mas decorre da nova natureza. Aqueles que recebem de Deus misericórdia, passam a condição de misericordiosos. A misericórdia de Deus é demonstrada em perdão. “Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso” (Lucas 6: 36). A nova forma de comportamento demonstra que o homem está de posse da filiação divina. As questões comportamentais não levam o homem a alcançar a filiação divina, mas quando se alcança a filiação por meio de Cristo, o homem terá em si as condições necessárias para ter um comportamento a altura de sua nova condição. Aquele que não está em Cristo fará o mal sempre, e aquele que em Cristo estiver produzirá segundo a espécie da sua boa árvore, o bem. A transformação que se opera na natureza transbordará além do coração.

CONCLUSÃO Se a misericórdia divina está no início de tudo e é ela a que exige e torna possível a misericórdia de uns para com os outros, então o mais importante para nós é

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ter uma experiência renovada da misericórdia de Deus. Em Jerusalém havia uma piscina milagrosa e o primeiro que se jogava dentro, quando as águas se agitavam, ficava curado (João 5:2-15). No entanto, a realidade, também aqui, é infinitamente maior que o símbolo. Da cruz de Cristo brotou a fonte de água e sangue, e não um só, mas todos os que se ajoelham dentro saem curados. Misericórdia é a forma que o amor de Deus toma ante o homem pecador: após ter tido esta experiência, devemos, por nossa vez, mostrá-la para com o próximo. “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de bondade, humildade, mansidão, paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-os mutuamente, se alguém tem queixa contra outro. Como o Senhor vos perdoou, perdoai-vos também vós” (Colossenses 3:12-13). Quero convidá-lo a aceitar o perdão de Deus em sua vida hoje. Aproveite a graça para desfrutar da misericórdia divina. Entregue a Cristo seu coração, suas preocupações, seus temores e os sentimentos negativos. O perdão divino vai lhe trazer a verdadeira alegria e paz. Você quer ser um embaixador do amor de Jesus? Então coloque-se de pé e oremos juntos! Pr. Fernando Lopes de Melo Departamental de Jovens da Associação Planalto Central - APLAC

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EMBAIXADORES DO PERDÃO DE DEUS “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus”. Mateus 5:8

INTRODUÇÃO 1. O povo judeu era muito cuidadoso com a limpeza cerimonial, existiam muitas regras, mas

infelizmente era apenas uma preocupação externa, “e não percebiam a mancha que o egoísmo e a malícia comunicavam à alma” O Maior Discurso de Cristo, pág.24.

a. Jesus quando esteve neste mundo ensinou a necessidade de que para entrarmos em seu reino é necessário ter pureza de coração.

b. Tiago 3:17 – “a sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura”...

2. Se os motivos são puros, a vida também será pura.

ILUSTRAÇÃO a. Quando um homem se levanta de manhã, uma das primeiras coisas que ele faz é a barba, mas isso não quer dizer que à noite sua barba não

estará começando a aparecer. Em uma casa não é

diferente, pois quando mudarmos para uma nova casa, a mulher limpa tudo, mas você já notou que a cada dia a limpeza deve ser refeita. Nós também temos uma limpeza que precisamos fazer diariamente em nosso corpo se quisermos nos manter limpos e com boa aparência.

b.

Quando recebemos o Senhor Jesus como Salvador, Seu 31


sangue lava o nosso coração e nos purifica de todo o pecado, mas isso não quer dizer que não vamos mais pecar. Pois, assim como a barba, a limpeza da casa e do nosso corpo precisam ser feitos cada dia, devemos ir a Deus diariamente e pedir que Ele perdoe os nossos pecados e nos purifique o coração.

Você tem falado do perdão de Deus para os seus

parentes e amigos?

DESENVOLVIMENTO 1. Limpo de coração tem um sentido bem

profundo, não é da maneira como o mundo entende. Jesus quis dizer o seguinte:

a. Livre do que é sensual; b. Puros de concupiscências; c. Fiéis nos íntimos desígnios e motivos da alma;

d. Isentos de orgulho e de interesse egoísta; e. Humildes; f. Abnegados; g. Semelhantes a uma criança. Você está limpo de coração? 2. Estar limpo de coração equivale a estar

revestido com o manto da justiça de Cristo (Mateus 22:11-12).

a. A palavra traduzida para coração se refere ao intelecto (capítulo 13:15 de Mateus);

b. A consciência (I João 3:20); 32


c. Ao homem interior (I Pedro 3:4); d. Isto inclui todos os traços de caráter desejáveis e indesejáveis.

3. A pessoa que busca a limpeza de coração

tem abandonado o pecado como princípio governante de sua vida, a sua existência está decididamente consagrada a Deus (Romanos 6:14-16; 8:14-17).

a. Para ter um coração limpo não significa que a pessoa não tenha nenhum pecado.

b. Significa que, pela graça de Cristo se

tem afastado de seus erros do passado, mas que prossegue na meta da perfeição de Cristo Jesus (Filipenses 3:13-15).

4. As palavras “verão a Deus” se refere tanto a visão espiritual como física.

a. Quem sente uma necessidade espiritual: • Entra no “reino dos céus” (verso 3) agora; • Os que choram por causa do pecado (verso 4) são consolados agora; • Os que são mansos de coração (verso 5) recebem o direito de herdar a nova terra agora; • Os que têm fome e sede de justiça de Cristo (verso 6) são saciados agora; • Os misericordiosos (verso 7) alcançarão misericórdia agora; • Do mesmo modo, os limpos de coração têm o privilégio de ver a Deus agora, com os olhos da fé. • No reino dos Céus os limpos de coração terão o privilégio de vê-lo face a face – I João 3:2; Apocalipse 22:4. 33


b. “Os puros de coração vivem como na

visível presença de Deus durante o tempo que Ele lhes concede neste mundo” O Maior Discurso de Cristo, pág. 27.

Você quer ser um embaixador do perdão de

Deus?

5. O primeiro efeito do pecado é cegar as faculdades superiores da mente e da alma.

a. O efeito é semelhante ao do álcool e do uso de drogas no indivíduo.

b. O inimigo cega primeiramente os homens

persuadindo-os a crerem que a experiência com o pecado lhes dará uma visão mais clara.

c. É um engano, o pecado leva a uma

cegueira maior. O pecador tem “olhos para enxergar, mas não vê” (Jeremias 5:21).

CONCLUSÃO 1. Só os que possuem coração limpo e sincero “verão a Deus”.

a. Se o “olho é bom”, toda a vida estará cheia de “luz” (Mateus 6:22-23).

b. Muitos cristãos sofrem de estrabismo espiritual:

• Tentam ter um olho fixo na nova Terra; • E o outro olho está nos “deleites temporais do pecado” (Hebreus 11:25) e nos “olhos da carne” do Egito (Êxodo 16:3). 34


2. A nossa única segurança está em viver segundo a vontade dEle, e colocar Deus como prioridade em nossa vida.

a. Quem hoje percebe que as coisas deste mundo são desagradáveis a Ele?

b. Precisamos por Deus, de uma limpeza

espiritual, como a que Paulo falou para Jesus na última ceia.

c. Se desejarmos ver a Deus, devemos manter as janelas da alma limpa.

Você quer que Deus limite o seu coração

mesmo?

3. Quem deseja ser puro de coração viverá

como se Deus estivesse ao seu lado 24 horas por dia.

a. “Agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face” (I Coríntios 13:12).

a. Jesus está disposto a limpar o teu coração hoje, Ele deseja fazer mais, quem sabe um

transplante como proposto em Ezequiel 11:19 (Ler).

a. Faça você agora e a cada minuto da sua vida um pacto com Deus para ter uma vida limpa e pura.

Você quer ser um embaixador do perdão de

Deus?

Pr. Flávio Lopes de Siqueira Departamental de Jovens da Missão do Tocantins - MTo

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EMBAIXADORES DA PAZ “Bem-aventurados os pacificadores porque serão chamados filhos de Deus” Mateus 5:9.

INTRODUÇÃO Vivemos num mundo um tanto estranho, falase de muita paz, no entanto, a coisa mais difícil de

encontrar nesse planeta é alguém que realmente a propague. As nações dizem estar à procura da mesma, mas o maior investimento delas ocorre na área bélica. As grandes potências são assim conhecidas não só pelo seu destaque econômico, mas especialmente pelo seu poderio de fogo, suas armas nucleares e seus exércitos tremendamente equipados. O interessante que isso se repete também em muitos países pobres, em que às vezes falta o alimento, a educação, a moradia, os remédios, mas armas têm em abundância, abastecendo as milícias, provocando guerras internas e externas. É nesse contexto que o planeta se encontra, e que Deus traz uma palavra de esperança aos pacificadores.

1. O que é ser um pacificador? a. Promotor da paz Certamente uma resposta correta é aquela

que diz que o pacificador é aquele que promove a

paz, mas quando Cristo mencionou tais características para os seus seguidores, ele queria expressar muito mais que isso. Para alguém dar algo, primeiro ele tem que possuir algo. Então o pacificador em primeira instância, é alguém que têm paz. Em Isaías 9:6 a Bíblia afirma que Cristo é o “Príncipe da Paz”. Logo, entendemos que, somente aquele que tem Cristo em sua vida, pode ter a paz verdadeira. E isso ninguém conquista por 37


procuração, ou fazendo disso uma simples teoria. Se alguém quer ter paz, deve amar a paz, mas o interessante é que a paz, não é só um estado de alma, mas a paz é uma pessoa, o Senhor Jesus Cristo. Aquele que tem Cristo em sua vida há de promover a paz naturalmente, não precisa forçar para transparecer aquilo que não é. Suas palavras serão diferentes, trarão esperança e paz às pessoas que entram em contato no dia a dia. Você é um pregador da paz?

B. Mensageiro da paz Isso parece ser simples, mas infelizmente,

atualmente, praticar isso é um pouco mais difícil, pois somos tentados a cada instante a ficar longe dAquele que é

fonte da paz, o Senhor Jesus. O pior é que, às vezes, nem percebemos o que nos impede de sermos amantes da paz. Quantas vezes somos confrontados com a nossa consciência quando assistimos a filmes violentos, em que as metralhadoras descarregam milhares de projéteis, espalhando terror e destruição. Noutros momentos somos pegos torcendo em esportes violentos, em que o mais forte, o maior, o mais ágil sempre vence, não se importando com a violência e traumas que ficarão para o derrotado. O pacificador tem a paz, porque ele tem Cristo em sua vida, e isso é maravilhoso, então seu estilo de vida, seu paladar, suas palavras serão exatamente como as de um mensageiro de paz.

ILUSTRAÇÃO Foi oferecido certa vez um prêmio à pessoa

que pintasse o melhor quadro representativo da paz. Houve dois que pareciam superiores.

Um retratava uma paisagem de Verão. Um regato corria tranqüilamente através de verdejante prado. Nem a mais leve viração agitava as árvores. O Céu estava claro. Duas reses 38


pastavam à sombra de grande carvalho. Uma borboleta muito colorida voava de flor em flor. Pássaros pousavam nos galhos. Isso era paz. Mas o prêmio foi conferido ao artista que pintou em sua tela um agitado oceano furioso. Relâmpagos cruzavam o espaço. Mas ao lado do rochedo, protegido por pequena escarpa, se podia ver uma gaivota branca em seu ninho. As ondas furiosas arremetiam contra seu retiro, mas ela não sentia nenhum temor. Contemplava tranqüilamente tudo, sabendo que estava segura em seu refúgio. O abrigo da mente é Cristo. Assentado nos lugares celestiais em Cristo, ele contempla tudo sem temor. Além disso, o pacificador torna-se uma benção por onde ele for. Você é um mensageiro da paz de Jesus?

2. Por que ser um pacificador? a. Para ser um bem-aventurado Sem dúvida alguma, um sermão se torna

muito mais convincente quando a argumentação é

feita de maneira clara e objetiva, e é exatamente isso que

encontramos no sermão da montanha. Em todas as bem-aventuranças mencionadas por Cristo há sempre uma nota explicativa, justificando as mesmas. O pacificador já é um indivíduo abençoado, feliz, porque ele tem paz dentro de si, e isso o habilita a repartir essa alegria com outros. Entre as outras bem-aventuranças o caso do pacificador não seria diferente. O Senhor Jesus esclarece que o pacificador será chamado de filho de Deus.

b. Para ser chamado de filho de Deus Ainda no mesmo sermão Jesus volta a dizer

como é importante sermos chamados de filhos de

Deus. “Eu, porém vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai 39


celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mateus 5:44,45). O fato de o Pacificador ser chamado de filho de Deus é exatamente o que determina a bem-aventurança, ou seja, feliz é aquele que é considerado filho de Deus. Isso é um privilégio que só a Graça de Cristo nos concede, não temos nada em nós, que justificaria tal privilégio, no entanto, o Salvador almeja que todo crente genuíno, seja reconhecido como um filho de Deus. Reconhecimento esse que dará poder na pregação do evangelho, fazendo do cristão um instrumento vivo nas mãos de Deus. Em João 1:12 está escrito que “Mas a todos quantos receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber aos que crêem no seu nome”; Novamente, percebemos a importância de sermos reconhecidos como filhos de Deus, pois assim o evangelho que pregamos deixa de ser teórico, para tornar-se real e prático. Agora é possível entender porque o Mundo precisa de mais pacificadores. Cada cristão deve entender que ele é um pacificador, porque ele tem que ser reconhecido como um filho de Deus.

3. A missão do pacificador a. Enfrentar um mundo em guerra Não é difícil assistir brigas nas ruas e escolas, e ali percebemos que desde pequeno, o ser humano tem mais facilidade de instigar a violência do que promover a paz. Os filhos de Deus devem ser reconhecidos como amantes e promotores da paz, porque eles convivem diariamente com ela, na pessoa do Senhor Jesus. Ah, irmãos e amigos, quão profundo é entender o nosso papel diante das pessoas que convivemos. O cristão deve ser o que leva paz as famílias, o que consola os enlutados, o que ajuda ao necessitado, o que aconselha o desesperado, sim é isso que Deus requer de seus seguidores, que os mesmos não se omitam da missão de serem reconhecidos como filhos de Deus. 40


b. Levar paz ao coração do ser humano Ellen White escreveu:

“Os seguidores de Cristo são enviados ao mundo

com a mensagem de paz. Quem quer que seja que, pela

serena, inconsistente influência de uma vida santa, revelar o amor de Cristo; quem quer que, por palavras ou ações, levar o outro a abandonar o pecado e entregar o coração a Deus, é um pacificador” O Maior Discurso de Cristo, pág. 29. O pacificador é um propagador natural da paz, por onde ele for ele sempre estará influenciando outros a buscarem o verdadeiro sentido dessa vida, que é encontrar a felicidade na pessoa de Jesus. Os filhos carregam dentro de si características únicas que são herdadas de seus pais. Da mesma forma você e eu, devemos nos aproximar tanto de Cristo, que venhamos inconscientemente carregar dentro de nós as qualidades do nosso Pai do Céu. Ser um pacificador não é virtude isolada de alguns cristãos, Deus quer dar esse privilégio a cada pessoa que vive nesse mundo, e o pacificador tem essa missão.

c. Discernir a maior das guerras que acontece na Terra O Mundo sempre teve grandes batalhas,

porque a partir do momento em que o pecado entrou neste Planeta, foi declarada uma guerra cósmica, mas, a

maior das batalhas é aquela que acontece entre o bem e o mal, a cada instante dentro do meu e do seu coração. Essa batalha é real, e tem que ser encarada como decisão de vida ou morte, pois as conseqüências daquilo que fazemos definirão nossa salvação ou perdição. Deveríamos pensar muito antes de assistirmos coisas que estimulam a violência. Antes de ouvir uma música, cantála ou admirar alguém, deveríamos refletir: Isso vai me tornar um pacificador? Quem eu admiro é um pacificador? Isso fará de mim um filho de Deus? 41


CONCLUSÃO Amigos, irmãos e jovens, nunca se esqueçam de uma coisa: o maior dos pacificadores é o Senhor Jesus, ele é o Príncipe da Paz, e Ele quer te dar essa paz.

Se você vive atribulado(a), aterrorizado com esse Mundo, não se esqueça que Ele tem as respostas. Cristo é mais do que uma lenda, Ele é real, e que dar a Paz plena ao seu e ao meu coração hoje, para que você tenha a herança celestial, afinal, os pacificadores serão chamados de Filhos de Deus. Quantos de vocês querem ser embaixadores da paz de Jesus? Amém.

Pastor Levino dos Santos Oliveira Departamental de Jovens da Associação Mato-Grossense - AMT

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EMBAIXADORES DO REINO DE DEUS “Bem aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus, Bem aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem, e mentindo, disserem todo mal contra vós” Mateus 5:10 e 11.

INTRODUÇÃO Ser um cristão não é coisa fácil. Estamos em guerra contra o mundo, somos perseguidos por ele,

pois somos diferentes, pensamos e agimos diferentemente. Fomos chamados para ser o ‘Sal da terra e Luz do mundo’.

1. “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus”; A justiça de Deus é a causa de toda a

perseguição. Será bem aventurado todo aquele que guarda a mensagem de Cristo em seu coração, e não por razões humanas. Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com o restante de sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus. Apocalipse 12:17 O motivo da perseguição aos pacificadores é a realização da vontade de Cristo.

2. “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa”. Jesus pára de falar das bem-aventuranças ao apontar para os seus discípulos.

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Os discípulos deveriam entender que eram bem-aventurados quando sofressem injúrias e perseguições. É uma alegria ser participante das aflições de Cristo. Através das bem-aventuranças Jesus estava se apresentando ao povo, visto que todas elas fluem de Cristo. Em Cristo está estabelecida a alegria dos povos e das nações. Mesmo quando perseguido e injuriado o bem-aventurado é bem-aventurado: a felicidade transcende desta vida para a eterna. Estevão se alegrou ao ver a face do Senhor! Não são as perseguições ou as agruras desta vida que tornam um homem bem-aventurado. Problemas fazem parte do cotidiano. A bem-aventurança decorre do evangelho de Cristo, pois Cristo é que concede aos homens a condição de alegria em Deus.

3. A verdadeira felicidade, onde encontrá-la? “Para sermos verdadeiramente felizes

precisamos estar em Cristo, pois a verdadeira felicidade provem dele “Bem-aventurado sois vós...” Mateus 5:11.

“A verdadeira alegria pertence àqueles que, por causa de Cristo, haveriam de ser perseguidos e injuriados”. “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” I Timóteo 3:12. A verdadeira felicidade não provem do ser, do ter e do fazer no âmbito material, mas se voltarmos esses verbos para a área espiritual teremos a verdadeira felicidade. É como Habacuque diz: “Ainda que eu não tenha nada, todavia a minha alegria está no Senhor” (Habacuque 3:17). Que privilégio e que alegria! Ser perseguido como foram perseguidos os profetas do passado e ainda ter direito a um grande galardão, que está guardado nos céus (v.12)! Logo em seguida no verso 13 e 14 temos qual o propósito do cristão. Deus nos chama para servir. Você está servindo e salvando pessoas? 44


4. Os representantes de Cristo são o Sal da Terra a. Por que são o Sal da Terra? Porque aquele que está em Cristo modifica o

sabor da vida, traz a verdadeira alegria, transforma o

ambiente em que está.

ILUSTRAÇÃO Quando estava fazendo o segundo grau

lembro-me que alguns de meus amigos me pediram para falar de Deus em minha sala de aula, pois o nosso

professor estava chorando com a notícia que havia acabado de receber. Era um exame que constatava uma doença no cérebro de seu filho. Naquele momento Deus havia me escolhido para ser o sal que daria sabor naquela situação tão amarga. Tive a oportunidade de falar de Deus para todos os alunos de minha sala, inclusive o professor, que depois ele conseguiu terminar a sua aula. Os bem-aventurados são sal por ter a função de dar sabor agradável, o que torna agradável aos homens a mensagem do evangelho. Você está fazendo a diferença no seu ambiente?

b. O sal como conservante. Somos convidados a sermos conservantes,

pessoas que serão guardiãs da Fé. Conservaremos

a palavra bíblica em nossos corações, sustentaremos com a força da palavra dada a nós pelo Espírito Santo os ensinamentos bíblicos, nos dias que o ceticismo tomar conta da humanidade. Porém, devemos nos abster de toda e qualquer honra, pois somos somente instrumentos nas mãos de Deus, é Ele quem faz crescer o evangelho nos corações dos homens. “Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento” (I Coríntios 3:7). Deus é tudo pra nós! 45


5. A oração Quando estivermos envolvidos por perseguições devemos orar para que Deus nos mostre como agir: Como fazer? Está foi a pergunta de Paulo em meio a

perseguição. “Orai também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do ministério de Cristo, pelo qual estou preso. Orai para que o manifeste como devo fazer” (Colossenses. 4:3-4). Mas, o que nós devemos saber é que a palavra do cristão tem que estar envolvida de sabedoria temperada com o sal, desta forma atingiremos com mais facilidade os objetivos do evangelho. “O cristão deve ter muito cuidado para não confundir: ‘ser pisado pelos homens’ e o ‘ser bem-aventurado por sofrer perseguições’. Quando os cristãos são perseguidos por causa do evangelho é bem-aventurado, mas, haverá aqueles que padecem por se intrometer em negócios alheios, etc”.

6. O cristão é a luz do mundo. Jovem, você está sendo a luz do mundo ao seu redor? O cristão existe para trazer luminosidade a este mundo que está em trevas. Não podemos ser pedras de tropeços, mais sim guiar as pessoas ao serviço de Deus.

“Enquanto tendes luz, crede na luz, para que sejais filhos da luz. Estas coisas disse Jesus e, retirando-se, escondeu-se deles” (João 12:36). Como faz falta uma lanterna quando estamos perdidos, o cristão é aquele que mostra o caminho para aqueles que estão sem rumo e sem direção. Você está mostrando o caminho, a verdade e a vida para outros jovens?

CONCLUSÃO Quero que saiba que você foi chamado para 46


guardar a palavra da Fé, sendo uma luz a iluminar o mundo e sal para dar sabor, o inimigo dos cristãos não

gosta disso, ele irá tentar ofuscar o seu brilho, apagar a sua luz, mas, gostaria de convidar a você a ler o texto de Tiago. “Bemaventurado o homem que suporta com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o senhor prometeu aos que o amam” Tiago 1:12. Pr. Guilherme Chateaubriand Departamental de Jovens da Associação Brasil Central - ABC

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