Revista agosto 2016 web

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Ago/2016 - nยบ 170 - ano XV

desembaraรงando os mitos sobre a...


Editorial

VOCAÇÃO O Movimento Eclesial Aliança de Misericórdia é uma Associação Privada de Fiéis, com sede na Arquidiocese de São Paulo, capital, cuja identidade se encontra em sua Palavra de Vida “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu, enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres...” (Is 61, 1-2 e Lc 4, 18-19). O Movimento está presente em mais de 50 cidades do Brasil e outros 6 países (Bélgica, Itália, Polônia, Venezuela, Portugal e República Dominicana), através da adesão dos membros a um dos Elos de pertença. No âmbito religioso a Aliança de Misericórdia acolhe e une as forças de homens e mulheres, celibatários e casados, leigos e clérigos, que, de várias formas e níveis, chamados por Deus, tornam-se “filhos da misericórdia” para evangelizar as ovelhas perdidas (cf. Lc 15, 4-7), confiantes na potência do Espírito Santo, realizando todas as obras de Misericórdia que as próprias forças permitirem.

Em Agosto a Igreja celebra o mês das vocações, nas diversas formas de podermos ser todos de Deus! Nossa Revista Aliança de Misericórdia está recheada de textos sobre essa temática. Na Palavra do Mês, nossos padres fundadores nos convidam a aprofundarmos sobre “Quem é meu próximo?”. Nesta edição você conhecerá um pouco mais sobre a Casa de Formação IES, o famoso Botuquara. E ainda perguntas e respostas de alguns missionários da Aliança, sobre como a vocação é vivida dentro do Movimento. Desejamos a todos uma ótima leitura!

Equipe da Revista

Sócio

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Unido aos trabalhos de evangelização, o Movimento realiza diversas obras sociais junto à população carente das periferias e ruas, conjugando harmoniosamente evangelização e caridade como faces de uma só moeda, e sendo reconhecida juridicamente como entidade de utilidade pública em âmbito municipal, estadual e federal.

Jubileu da Misericórdia

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Oceano da Misericórdia

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Evangelizar para Transformar

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Notícias

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Palavra do Mês

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Voz da Igreja

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Fé, Justiça e Paz

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Saiba mais em nosso site: www.misericordia.com.br

Aliança em Ação

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Entrevista

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Espaço Jovem

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Kids

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Mensagem/Comunicados

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HISTÓRIAS EM ORAÇÃO

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ASSOCIAÇÃO ALIANÇA DE MISERICÓRDIA Fundadores: Pe. Antonello Cadeddu e Pe. João Henrique Presidência: Pe. José Custódio, Mary de Calcutá e Pe. Evandro Coordenação de Comunicação: Caio Bonicontro Editora: Jaqueline Sampaio Diagramação: Alex Suliano, Derick Ramon e Anderson Santos Designer Estagiária: Karoline Martines Fotolito e Impressão: Leograf Gráfica e Editora LTDA. Tiragem: 9.200 exemplares - Periodicidade mensal Endereço: Rua Avanhandava, 520 Bela Vista - 01306-000 São Paulo / SP Tel./fax: (11) 3120-9191 E-mail: revista@misericordia.com.br

Contribua com esta obra e ajude-nos a resgatar vidas! Associação Aliança de Misericórdia - CNPJ: 04.186.468/0001-73

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Queridos irmãos e irmãs, Paz e Misericórdia! É uma grande alegria poder mais uma vez fazer chegar até você a vida da Família Aliança de Misericórdia através da nossa revista. De modo particular, neste mês vocacional, para nossa Igreja no Brasil, queremos, junto com nossos Fundadores Pe. Antonello e Pe. João Henrique, nos deixar iluminar e provocar pela Palavra deste mês que nos indaga: “E quem é meu próximo?” (Lc 10,29b). Jesus, através da Parábola do Bom Samaritano, muda nossa perspectiva diante desta pergunta, que também nós nos fazemos, nos revelando que nosso compromisso é tornar-se próximo de cada pessoa, sobretudo de quem sofre. Por isso, nossos fundadores nos dizem que “tornar-me próximo é chegar perto do meu irmão, é mover-me para conhecê-lo; conhecer seus gostos, seus dons, assim como as suas misérias, seus limites... e amá-lo na sua totalidade”. A partir disso podemos perceber que esta Palavra se torna uma grande luz e impulso para a questão vocacional, pois, independente de nosso estado de vida, sacerdotes, casados, religiosos ou leigos, responder ao chamado significa ouvir a voz do Senhor que nos chama a segui-lo e a colocar nossa vida a serviço dos irmãos. Mas para que ajam vocações autenticas precisamos orar e pedir ao Senhor, pois como nos diz Papa Francisco: “Nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si. A vocação brota do coração de Deus e germina na terra boa do povo fiel, na experiência do amor fraterno”. Deus, através de nosso carisma, nos confiou uma vocação especial, de tornarmo-nos “uma expressão viva do amor misericordioso, que brota do coração do nosso Deus por meio da sua Igreja, para com os mais pobres material e espiritualmente” (Estatutos da Aliança de Misericórdia n. 3). Isso tem sido possível graças ao “Sim” sincero e generoso de cada membro desta Família: missionários, amigos, benfeitores, intercessores. Por isso, queremos agradecer sua fiel colaboração e pedir que, em resposta ao chamado do Senhor em sua vida, que continue fazendo parte desta Obra e colaborando para que possamos continuar respondendo ao chamado de Deus. Um fraterno e carinhoso abraço a todos!

Pe. Evandro, Mary de Calcutá e Pe. José Custódio Presidência Aliança de Misericórdia


Sócio

Caríssimos, Paz e Misericórdia!

SÓCIOS DO MÊS

Em Agosto, nossa Igreja celebra as vocações. Aproveitamos então o belo testemunho de Santa Mônica e Santo Agostinho, comemorados nos dias 27 e 28, para pedir-lhes intercessão por tantas famílias que nos ajudam e acompanham. Alegramo-nos em juntos respondermos ao chamado específico de Deus em nosso carisma, cada um em sua vocação, mas unidos na construção do Reino de Deus. Obrigado por seu sim. Vamos juntos continuar anunciando a Misericórdia de Deus, não só no Brasil, mas em diversos lugares do mundo!

Francelina Socorro do N.Paes

Manaus - AM

Testemunho Conheci a Aliança de Misericórdia em 2014 através da Missa que acontece próximo ao Metrô Bresser. Essa era uma época da minha vida em que eu procurava sentido em muitas coisas no mundo e nada me preenchia por completo e foi lá que entendi que o que me faltava era Deus. Comecei a frequentar algumas casas da Aliança e conhecer melhor o carisma. A cada visita, a cada partilha com os missionários eu me identificava mais e sentia como se tivesse nascido com esse propósito. Durante esse tempo Deus foi colocando pessoas no meu caminho que me ajudaram muito. E assim iniciei minha direção espiritual, onde me pediram para iniciar no Caminho Vocacional em 2015, na época fiquei assustada

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não conhecia muito bem o que significava isso, mas iniciei e entendi que esse caminho me ajuda a entender quem eu sou, a entender melhor o carisma da misericórdia e se esse carisma realmente vive em mim. E tem sido um tempo de descobertas, de partilhas com irmãos que sentem a mesma inquietação e o mesmo desejo de ser de Deus que eu. No Vocacional eu entendi que essa inquietação é o desejo pela santidade e de ser cada vez mais de Deus. Hoje eu sou vocacionada da Aliança de Misericórdia e tenho um grande desejo por Deus. Aissa Cristina Poncetti Galli


Histórias em Oração

O senhOr É a nOssa FOrça

Meu nome é Débora e sou natural de São Paulo. Não tenho dúvida nenhuma de que Deus me sustenta até hoje nos meus fracassos, nas minhas vitórias, alegrias e tristezas. A minha história fala sobre esse cuidado de Deus.

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ogo que nasci tive uma doença muito xgrave e fiquei entre a vida e a morte, mas minha mãe fez uma promessa para Maria. Ela, que era muito devota a Nossa Senhora, prometeu que se eu melhorasse, colocaria um nome bíblico em mim. Meu nome é Débora, porque Maria vem cuidando de mim desde o meu nascimento. Fui filha única até os 10 anos e minha infância foi muito boa. O relacionamento com os meus pais era muito bom, porém eles não eram de frequentar muito a Igreja, então era a minha vizinha quem me levava. Na fase da adolescência eles se separaram e isso foi muito difícil, pois meus irmãos eram muitos novos. Minha mãe acabou

saindo de casa para morar com outra pessoa e meus irmãos e eu decidimos morar com o nosso pai. Mas dois anos depois tive outro grande baque na minha vida, o falecimento da minha mãe.

as reações que as pessoas têm, eu queria ficar quieta, mas com a certeza de que dali em diante eu que não teria só uma pessoa para interceder por mim, mas duas mães no céu!

Eu já participava do grupo de oração da minha paróquia, inclusive ele se chamava Imaculado Coração de Maria, e sinto que Maria estava cuidando de mim, mesmo sem que eu percebesse.

Foi bem difícil lidar com ausência da minha mãe, pois eu tinha que ser forte para meus irmãos, que na época tinham 8 e 10 anos, e ainda meu pai, que não estava muito bem de saúde. Mas depois de certo tempo eu me pegava calada, chorando, e foi neste tempo que Maria veio curando minhas feridas. Ela veio sanar toda a falta, não que eu não sentisse mais falta, mas Maria veio me acolhendo como filha.

Minha mãe ficou internada e eu a acompanhei no período de uma semana. Ela passou por dois hospitais e uma série de complicações médicas que a levaram a UTI. Na Unidade Intensiva ela foi dopada porque sentia muita dor e não conseguia reagir, os médicos falavam que ela não ia conseguir, por isso a induziram ao estado de coma, respirando com ajuda de aparelhos. Quando ela entrou no setor da UTI, o médico mandou a gente se despedir porque não poderíamos vê-la todos os dias, neste momento eu senti o chão se abrindo, e ao mesmo tempo senti o carinho de Jesus e Maria. Foi ela quem me pegou no colo, porque não tem como explicar a sensação. A internação durou uma semana e ela começou a responder a hemodiálise. Mas depois de sofrer duas paradas cardíacas o médico nos ligou para que fossemos nos despedir. Ele teve uma terceira parada e não resistiu. Na hora fiquei sem entender e comecei a questionar a Deus. Neste tempo de morte, tempo de dor, que você não enxerga nada, eu me isolei um pouco e vivi o tempo de luto. Tive todas

Alguns anos depois fiz uma experiência de voluntariado na Aliança de Misericórdia e tive uma experiência muito forte, pois sempre pedia para Maria acolher minha mãe. Certo dia, estava na capela rezando, não sei dizer se estava dormindo ou acordada, mas é como se tivesse duas luzes na capela, eu sabia que uma era Maria e a outra era minha mãe, porém eu não conseguia ver a imagem só à luz, era como se Maria tivesse me falando “olha, sua mãe está comigo”. Posso dizer que sou muito agraciada por Deus e por Maria, pois vejo que Ele me preservou de muitas coisas. Minha história até hoje é agraciada e sustentada por Deus.

Acompanhe esse e outros testemunhos na íntegra em nosso canal no Youtube : www.youtube.com/AliancaMisericordia

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Jubileu da Misericórdia

“a igreJa, Mãe de vOcaçÕes” João Alexandre Seminarista Aliança de Misericórdia

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omo gostaria que todos os batizaxdos pudessem, no decurso do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, experimentar a alegria de pertencer à Igreja! E pudessem redescobrir que a vocação cristã, bem como as vocações particulares, nascem no meio do povo de Deus e são dons da misericórdia divina! A Igreja é a casa da misericórdia e também a “terra” onde a vocação germina, cresce e dá fruto.

Por este motivo, dirijo-me a todos vós, convidando-vos a contemplar a comunidade apostólica e a dar graças pela função da comunidade no caminho vocacional de cada um. (...) A ação misericordiosa do Senhor perdoa os nossos pecados e abre-nos a uma vida nova que se concretiza na chamada ao discipulado e à missão. Toda a vocação na Igreja tem a sua origem no olhar compassivo de Jesus. A conversão e a vocação são como que duas faces da mesma medalha, interdependentes continuamente em toda a vida do discípulo missionário.

A vocação cresce na Igreja. Durante o processo de formação, os candidatos às diversas vocações precisam conhecer cada vez melhor a comunidade eclesial, superando a visão limitada que temos inicialmente.

A chamada de Deus acontece através da mediação comunitária. Deus chamanos a fazer parte da Igreja e, depois dum certo amadurecimento nela, dá-nos uma vocação específica. O caminho vocacional é feito juntamente com os irmãos e as irmãs que o Senhor nos dá: é uma con-vocação. O dinamismo eclesial da vocação é um antídoto contra a indiferença e o individualismo. Estabelece aquela comunhão onde a indiferença foi vencida pelo amor, porque exige que saiamos de nós mesmos, colocando a nossa existência ao serviço do desígnio de Deus e assumindo a situação histórica do seu povo santo.

Todos os fiéis são chamados a consciencializar-se do dinamismo eclesial da vocação, para que as comunidades de fé possam tornar-se, a exemplo da Virgem Maria, seio materno que acolhe o dom do Espírito Santo (cf. Lc 1, 35-38). A maternidade da Igreja exprime-se através da oração perseverante pelas vocações e da ação educativa e de acompanhamento daqueles que sentem a chamada de Deus.

A vocação nasce na Igreja. Desde o despertar duma vocação, é necessário um justo “sentido” de Igreja. Ninguém é chamado exclusivamente para uma determinada região, nem para um grupo ou movimento eclesial, mas para a Igreja e para o mundo.

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A vocação é sustentada pela Igreja. Depois do compromisso definitivo, o caminho vocacional na Igreja não termina, mas continua na disponibilidade para o serviço, na perseverança e na formação permanente. Quem consagrou a própria vida ao Senhor, está pronto a servir a Igreja onde esta tiver necessidade.

Peçamos ao Senhor que conceda, a todas as pessoas que estão a realizar um caminho vocacional, uma profunda adesão à Igreja; e que o Espírito Santo reforce, nos Pastores e em todos os fiéis, a comunhão, o discernimento e a paternidade ou maternidade espiritual.

(Texto extraído da Mensagem do Papa Francisco para o 53º Dia Mundial de Oração pelas vocações. Acesse na íntegra através do site w2.vatican.va)


Oceano da Misericórdia

Oração Mariana Adriana Maria Missionária Comunidade de Vida

“Nos diferentes estados de vida e nas diferentes formas, cada membro da Aliança de Misericórdia buscará incansavelmente orar sem cessar, transformando a oração em vida, compromisso concreto, e a vida em oração, em louvor da Glória do Senhor” (Estatutos da Aliança de Misericórdia, pág 35, 93).

Queremos junto com Maria diariamente viver de forma comunitária um dos nossos momentos de oração, para que ela nos ensine a permanecermos em comunhão, assíduos em oração, sustento do nosso dia-a-dia.

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“Maria é a Orante perfeita, figura da Igreja. Quando rezamos a ela, aderimos com ela ao plano do Pai” (Catecismo da Igreja Católica pág 688, 2679)

este mês queremos partilhar como Movimento Aliança de Misericórdia este impulso do nosso coração, que nos leva a viver uma Oração Mariana, pois unindo o nosso coração ao Coração Imaculado de Maria, nossa Mãe e Fundadora, queremos aprender com ela: A escutar, meditar e guardar a Palavra no coração “Sua mãe, porém, conservava a lembrança de todos esses fatos em seu coração” (cf. Lc 2,51) Com Maria queremos fazer da nossa vida oração, escutando o que o Senhor deseja nos falar, logo pela manhã, reservando meia hora do nosso dia para que esta Palavra, escutada e meditada possa cair em nosso coração e ser guardada, para não se perder durante o dia, e assim esta Palavra em cada momento seja lembrada e transformada em vida obedecendo às palavras de Maria nas bodas de Caná: “ fazei tudo o que Ele vos disser” (cf. Jo 2,5). A contemplar Jesus, nos mistérios de sua vida “Com efeito, recitar o Rosário nada mais é senão contemplar com Maria o rosto de Cristo” (João Paulo II. Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae) Por meio da oração do terço diário, e sempre que possível do Rosário, queremos meditar e contemplar os mistérios de Cristo, o Seu rosto, para que assim como Maria possamos gerar Jesus na vida de cada homem. A permanecermos unidos em oração

Nos momentos mais difíceis da vida, o cristão encontra refúgio sob o manto da Mãe de Deus. (Papa Francisco) Quando rezamos: “Ave, Maria! Cheia de graça, o Senhor é convosco” - somos convidados a novamente saudarmos Maria, que é cheia de graça, que é morada de Deus. “Bendita sois vós entre todas as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus” assim como Isabel, declaramos Maria como bendita, ou seja, bem aventurada porque ela é aquela que acreditou e é nela que o Senhor escolheu habitar. “Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte” - reconhecendo nossa pequenez e nossos pecados, pedimos a ela que interceda por nossas vidas, no momento presente e na hora de nossa morte para que ela nos conduza ao seu Filho Jesus. Ave Maria! Cheia de graça, rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte. Amém!”

“Todos estes, unânimes, perseveravam na oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus” (cf. At 1,14)

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Evangelizar para Transformar

casa de FOrMaçãO IMACULADA DO ESPÍRITO SANTO

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m um sítio, localizado no bairro xJd. Botuaquara, encontra-se a Casa de Formação da Aliança de Misericórdia, chamada casa IES – Imaculada do Espírito Santo - ou Jardim de Maria, conforme uma profecia recebida de uma das videntes em Medjugorje, logo em seu início. Maria, como nossa verdadeira formadora, conduz o caminho de cada missionário cuidando para que, no tempo certo, desabrochem em flores e frutos! Na Casa IES jovens de diversos locais e culturas que, tendo ouvido um chamado maior discerniram um passo de entrega total e confiança amorosa e escolheram deixar ‘pai, mãe, casa, campos’ (Mc 10, 29) passam os primeiros anos de sua experiência missionária. Em formação, em que onde mais do que aprender conteúdos, vivenciam experiências do amor de Deus e de uma nova família constituída por Seu amor! Esta experiência profunda é um verdadeiro acordar, um despertar da própria identidade e chamado.

8 I aliança de misericórdia

Em formação, em que onde mais do que aprender conteúdos, vivenciam experiências do amor de Deus...


O processo da Formação inicial é dividido em três etapas: o 1º, 2º e 3º ano de formação, sendo os dois primeiros vividos na Casa IES e o 3º, nas fraternidades de missão. Cada uma destas etapas não é marcada pelo ‘chronos’ ou tempo cronológico, mas sim pelo ‘kairós’, o tempo da graça de Deus na caminhada pessoal da cada jovem.

Estudo da Palavra

O dia a dia dos jovens missionários se divide em momentos de oração (pessoal e comunitária), formação, trabalho de manutenção da casa, lazer, descanso e evangelização, além de momentos fraternos e partilhas. Turma de Formação

Atualmente, são 41 os jovens do 1º ano (dentre eles um casal), 47 compõe o 2º ano e 45 são os que vivem o período de formação nas fraternidades. Cada uma destas etapas tem suas características, objetivos e sua beleza que as tornam únicas e tão especiais! Num caminho de amor de Deus e de liberdade de filhos, o 1° ano é marcado pela experiência do reconhecimento de si e da própria história à luz deste amor. No 2° ano, a experiência marcante é a dos relacionamentos fraternos serem vividos como uma verdadeira família. Neste período vive-se um aprofundamento no carisma do Movimento e um discernimento quanto ao seu estado de vida (celibato, matromônio ou sacerdócio). No 3° ano, os missionários vivem a etapa formativa nas Fraternidades, onde mergulham mais profundamente da vida fraterna e apostólica, preparando-se também para ca consagração através do Vínculos com o Movimento.

Missionárias trabalhando no Jardim

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Notícias

I Fórum de Empreendedorismo Social ALIANÇA DE MISERICÓRDIA Aconteceu em junho, na cidade de São Paulo, no Shopping JK Iguatemi, o evento I Fórum de Empreendedorismo Social Aliança de Misericórdia que contou com aproximadamente 150 participantes e teve como objetivo reunir pessoas, empresas e instituições para reflexão da prática social, proporcionando um ambiente de troca de experiências, suas formas de superação e o impacto de nossas ações nesta conjuntura. Os padres Leandro Rasera e Rodrigo Custódio, Presidentes da Obra Civil e Religiosa, iniciaram o evento dando boas vindas aos participantes e falando sobre a construção e histórico da Aliança. Após a abertura, Padre João Henrique e Padre Antonello, Fundadores do Movimento, palestraram sobre o sonho que é esta Obra e como cada ação se torna possível através de cada sim que é depositado na Aliança. A manhã continuou com a palestra de Luiz Carlos Cabrera, Sócio Fundador da Amrop Panelli Motta Cabrera, com o tema “O impacto do empreendedorismo social na sociedade brasileira”. Luiz Carlos ainda mediou o Painel “Minha experiência como empreendedor social” entre os convidados Ana Lúcia Comolatti, Artur Wichmann, David Negrão e Gilmar Dias dos Santos. A segunda parte do dia foi iniciada com a palestra de José Carlos T. Moreira, com o tema “O Líder Servidor e seu papel na sociedade moderna”. Segundo José Carlos “o Líder Servidor é um ser humano movido pelo gesto de servir”.

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A palestra foi seguida do Painel “Minha atuação como líder”, que contou com a participação dos convidados: Débora Feder, José Eduardo Martelli, Maria da Graça Zillo e Luiz Roberto Barcellos. Na oportunidade, o Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, também esteve presente, como espectador. Geraldo, que teve espaço para fala, contou-nos sobre sua admiração pela Obra Aliança de Misericórdia. “Agradeço a atuação da Aliança que ajuda com amor e misericórdia.” Falou o Governador. Padre Antonello e Padre João Henrique fizeram um breve momento de oração, em seguida foi dada a oportunidade dos participantes falarem sobre o que estavam achando do Fórum, que está em

sua primeira edição. Para Débora Feder “O Fórum é uma iniciativa incrível”, e para Fábio fazer parte da Aliança é uma grande oportunidade “Ela (a Aliança) vai aonde eu não consigo ir. Com a Aliança eu aprendo a viver com os pequeninos”. O evento foi encerrado com uma linda apresentação musical das crianças da Casa Naim, que é um dos projetos assistenciais que a Aliança oferece.


Ceará ALIANÇA DE MISERICÓRDIA Em Juazeiro do Norte (CE), três acolhidos da Casa São João Batista e dois missionários da Comunidade de Vida realizaram um curso de Treinamento de Competências Interpessoais, realizado pela Dale Carnegie Course. Durante três meses, o curso procurou desenvolver habilidades corporativas de relacionamento profissional, negociação, inteligência

emocional e liderança. Acredita-se que essa formação é valiosa no sentido de garantir a plena superação e a reinserção dos acolhidos no mercado de trabalho, e as capacidades de motivação dos missionários. A cerimônia de Formatura aconteceu no dia 29 de junho, onde todos receberam um certificado pela participação e conclusão do mesmo.

Congresso “Bem-aventurados os misericordiosos” O Congresso Jovem é o encontro nacional de formação para todos os jovens do Movimento Aliança de Misericórdia, que acontece desde 2014. Neste ano o evento foi realizado no Sítio Botuquara, em São Paulo, contanto com a participação de cerca de 800 jovens vindo de mais de 20 cidades. O Congresso trouxe como tema “Felizes os Misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7) em comunhão com a Jornada Mundial da Juventude. Dentre as atrações, aconteceram pregações com o reverendo Martin Kade, padres João Henrique e Antonello, fundadores da Aliança de Misericórdia, apresentação de teatro e ainda um show artístico com o cantor Diego Fernandes.

Moinho “Faz bem fazer o bem” Uma vez ao mês os colaboradores do escritório administrativo Associação Aliança de Misericórdia se encontram para um café da manhã, convívio, partilhas e um momento de espiritualidade com o carisma do Movimento. Mediante a isso e motivado pelo decorrer do Ano Santo da Misericórdia, no mês de junho esse encontro aconteceu na comunidade do Moinho, como um convite a uma ação concreta de Misericórdia. Além de conhecerem mais de perto a realidade dos projetos sociais do local, os colaboradores dos setores administrativos garantiram a animação das crianças do Oratório São Domingos Sávio, que aproveitaram a festa junina que foi preparada justamente para esse momento. Houve brincadeiras, danças e comida típica em uma manhã de encontro e muita alegria para todos.

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Palavra do Mês

de quem sofre: um gesto de Misericórdia

“E quem é meu próximo?” (Lc 10,29b) Uma das mais conhecidas parábolas da Bíblia é, certamente, a famosa parábola do Bom samaritano (cf. Lc 10,25-37). A Parábola é tão rica que não podemos deixar de meditá-la neste ano, em que o Senhor nos convida a entrar no mistério da Sua Misericórdia. Na Parábola do Bom Samaritano, a reflexão parte de uma citação do Levítico: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, com toda a tua força e de todo o teu entendimento; e a teu próximo como a ti mesmo” (cf. Lv 18,5). Esta é a chave para obter a vida eterna: “ fazei isso e viverás!” (cf.Lc 10,25). Essa Palavra nos chama a atenção sobre duas verdades:

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1. a salvação nos vem não apenas do conhecimento, mas do cumprimento da Sua Palavra: “O que está escrito na Lei? Como lês? [...] Faze isso e viverás” (cf. Lc10,26.28), pois vivendo a Palavra, a Misericórdia de Deus vive, se faz carne em nós e se irradia através de nós. 2. na prática, nos é “ fácil amar a Deus que não vemos”, enquanto temos dificuldade para amar “o irmão que vemos” (cf. 1Jo 4,20). Na parábola, o Samaritano se faz próximo de um homem caído, que simboliza o homem pecador, assaltado pelo pecado que o deixa ferido, incapaz de levantar-se, mas para o legista é mais fácil observar os 613 preceitos da Lei do que aproximar-se de um pecador, amálo, cuidar dele, curá-lo e salvá-lo. “E quem é meu próximo?” (Lc 10,29b) Os Padres da Igreja sempre viram, neste “Bom Samaritano”, o próprio Senhor que, de fato, nos carregou como Bom Pastor; carregou nossas feridas e pagou o preço da nossa salvação. Claramente, esta passa a tornar-se nossa missão como cristãos (= a outros cristos). Somos chamados a perpetuar, no tempo, a presença do Senhor no meio dos homens, a manifestar na nossa carne a Misericórdia do Pai que se revelou plenamente em Cristo. O Bom samaritano se faz próximo e vê. ‘Ver’ é a primeira característica do amor. Na parábola, também o sacerdote e o levita “enxergaram” o pobre homem ferido, mas de longe; não se aproximaram, foram adiante. Eles, porém, não “viram de verdade”, pois ver é trazer dentro do coração o sofrimento do outro, mas fugiram frente às aparências. Muitas vezes, porém, nossa atitude é mais semelhante a do sacerdote e do levita. Como eles, nós também ‘viramos o rosto’ perante o irmão ferido e o pobre que nos mostram o rosto desfigurado de Cristo “homem sujeito à dor, familiarizado com o sofrimento, diante de quem todos

escondem o rosto” (Is 53,3). Por isso precisamos, primeiramente, educar nosso olhar e não nos deixar levar pela ‘globalização da indiferença’, que nos tira a capacidade de chorar, como falou Papa Francisco em Lampedusa, diante do sofrimento dos imigrantes do Norte da África. (Angelus, 17 fevereiro de 2015) “E quem é meu próximo?” (Lc 10,29b) Nesta parábola encontramos uma pedagogia do amor concreto, verdadeiro. De fato, o Amor não é apenas sentimento: é vida! O samaritano não apenas viu, não apenas compadeceu-se e aproximou-se. Carregou-o no seu próprio animal e o levou até a hospedaria. A hospedaria representa a Comunidade, a Igreja. Na tradução grega há uma palavra que significa “a todos acolhe”. De fato, a Igreja é a hospedaria, a comunidade-família que acolhe a todos, principalmente os feridos pela vida, cuida das feridas da alma (pecado), protegendo dos perigos e salvando da morte.

pedir esmola. Ele a afastou incomodado, pois tinha pressa de ir e orar perante o túmulo de Jesus. Logo que ajoelhou, porém, escutou internamente a voz do Senhor que lhe dizia: “Você se ajoelha perante a pedra que recebeu meu corpo morto, mas rejeitou e se afastou do meu corpo vivo, naquela criança pobre, que precisava da sua atenção, do seu amor, além da sua ajuda material para socorrê-la em sua pobreza!”. Vivendo esta Palavra vamos fazer o exercício contínuo de ‘proximidade’, nos perguntando: como tornar-me próximo de todos? De quem preciso aproximarme mais? Aproximamos dos irmãos através de gestos concretos, gastando nosso tempo, partilhando os nossos bens, orando e cuidando de quem precisa, orientando espiritualmente. Assumimos a vida do outro com sentimento, mas sem sentimentalismo, amando com todo o nosso coração, com toda alma e forças, para que a Palavra de Deus e Sua Misericórdia se tornem vida em nossa vida.

Um dos nossos professores de teologia nos contou que esteve na Terra Santa. Enquanto ia visitar o sepulcro de Jesus, uma criança pobre palestina se aproximou para

Papa Francisco, Misericordiae Vultus, Bula de Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, n.5 Quanto desejo que os anos futuros sejam permeados de misericórdia para ir ao encontro de todas as pessoas levando-lhes a bondade e a ternura de Deus! A todos, crentes e afastados, possa chegar o bálsamo da misericórdia como sinal do Reino de Deus já presente no meio de nós.

Pe. Antonello Cadeddu e Pe. João Henrique Fundadores Aliança de Misericórdia

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Voz da Igreja

vOcaçãO Paulo Raphael Missionário Comunidade de Vida

“E Tu estavas dentro de mim, mais profundo do que o que em mim existe de mais íntimo, e mais elevado do que o que em mim existe de mais alto”.¹ Esta passagem célebre de Santo Agostinho, na qual ele se dirigiu a Deus, demonstra muito bem o itinerário vocacional. A vocação é a voz de Deus dentro de cada um nós. É uma voz que fala no mais íntimo do íntimo, e como o Bispo de Hipona afi rma: “Deus está mais dentro de mim, do que a minha parte mais íntima!”. O caminho para a descoberta da própria vocação é por meio de um profundo exercício de interiorização, que se realiza através de uma vida de meditação, oração e autoconhecimento. Só através desse caminho podemos acessar essa voz de Deus no nosso mais íntimo. O que mais atrapalha a descoberta da nossa vocação pessoal é a agitação, a falta de silêncio que é tão comum na nossa sociedade cheia de dispersões, principalmente pelo uso desmedido da internet e dos smartphones. Por que é importante descobrir e viver a própria vocação?

A descoberta e vivência da própria vocação são na verdade o caminho de realização pessoal, ou seja, é atualização na existência das potencialidades da nossa essência. Assim como o caminho de vocação necessita de uma interiorização profunda que não é fácil, também não é fácil realizar essa vocação porque ela sempre nos levará a deixar as comodidades, mas só assim nos tornaremos aquilo que de fato somos! Para responder ao chamado vocacional, atender a essa voz que grita no nosso interior é preciso do “negue-se a si mesmo” (Mt 16, 24; Lc 9, 23). O negar-se, é, em outras palavras, não ser conduzido pelos próprios apetites concupiscíveis e irascíveis. Essa auto pertença pelo exercício do autodomínio das próprias paixões, só é possível através da espiritualidade que frutifica numa vida virtuosa. Jesus sabe muito bem, que só quem se pertence pode dar-se, por isso ele apresenta como cartão de visitas o “negue-se”.

¹ SANTO AGOSTINHO, Confissões, III, 6. ² Constituição dogmática Lumem Gentium, 40

“Tarde Vos amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei! Vós estáveis dentro de mim, mas eu estava fora, e fora de mim Vos procurava; com o meu espírito deformado, precipitava-me sobre as coisas formosas que criastes. Estáveis comigo e eu não estava convosco. Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria, se não existisse em Vós. Chamastesme, clamastes e rompestes a minha surdez. Brilhastes, resplandecestes e dissipastes a minha cegueira. Exalastes sobre mim o vosso perfume: aspirei-o profundamente, e agora suspiro por Vós. Saboreei-Vos e agora tenho fome e sede de Vós. Tocastes-me e agora desejo ardentemente a vossa paz” (Confissões, X, 27-38).

14 I aliança de misericórdia

Portanto, a nossa vocação universal de cristãos é a santidade , e isso implica necessariamente dois aspectos: acolher o dom de Deus e doá-lo aos outros. É para isso que existimos, e só assim de fato nos realizamos. Conhecendo quem somos, escutando a voz de Deus no nosso íntimo (que é acolher o dom do Amor), moderando as paixões pela graça divina que, tornamo-nos capazes de doar ao outros o dom do Amor, ou seja, realizamos o que de fato somos!


Fé, Justiça e Paz

Emancipar e recuperar a educação as famílias Andréia Medrado Professora de Língua Portuguesa Pós-graduanda em Direito Educacional

É

quase impossível olhar a educação Xno Brasil (e no mundo) e não perceber o seu declínio. Talvez a causa disso não seja tão transparente, mas, se analisarmos todo o sistema educacional e como ele era em anos anteriores, perceberemos o quanto se afastou de seu fim último. Se antes havia uma educação que reconhecia uma inteligência no homem, e que esta deveria ser levada ao limite de sua perfeição – com a prática das virtudes -, hoje presenciamos o reinado de uma educação que trata o homem somente como força de trabalho.

A educação cristã-medieval reconhecia que o homem não só tinha uma inteligência (e que esta é sua parte mais nobre), mas também reconhecia a realidade sobrenatural da inteligência, que é movida não por forças naturais, mas pela graça.

Por sua vez, a educação atual enxerga o homem como máquina. O ser humano é educado apenas para ser força de trabalho, que só reconhece o corpo, a realidade material, ignorando que o homem tem uma alma imaterial. Sendo assim, não faz sentido educar na virtude, já que a única realidade que existe é a do trabalho físico e o trabalho da inteligência só tem valor na medida em que é apoio para a produção. A Igreja, que antes tinha autoridade inquestionável em assuntos de educação, foi, pouco a pouco, se distanciando dessas questões. Quando o Papa Pio XI escreveu a encíclica “DivinisIlus Magister” (1929), a sua repercussão foi muito maior que qualquer documento da ONU. Tendo a Igreja se afastado dessas questões, no entanto, a crise do mundo moderno foi se acentuando. Uma profunda mudança na estrutura econômica aconteceu e a sociedade deixou de ser baseada em estruturas primárias como a família e passou a se estruturar em instituições secundárias, como as empresas e as indústrias, onde as pessoas valem pelo que produzem, e não mais pelo que são.

Desde 2013, grupos de famílias têm se unido e criado organizações, associações para garantirem seus direitos de educação de seus filhos. Famílias têm participado mais das decisões político-educacionais em suas cidades. Exemplo disso foram os Planos Municipais de Educação, que tiveram ampla participação das famílias nas Câmaras de Vereadores, e, por isso mesmo, quase 100% de vitória, com relação à ideologia de gênero. É preciso que estejamos atentos ao que nossos filhos estão aprendendo em sala de aula; é preciso que o professor saiba que eu, como pai, tenho o direito de saber e limitar o que meu filho aprende na escola, caso isso fira algum princípio moral. É necessário que as famílias restabeleçam sua autoridade. E nós, como professores, devemos respeitar esse limite que não nos tira a liberdade de expressão, mas nos garante, ao contrário, maior liberdade em ensinar o currículo aos alunos. A educação deve estar a serviço da família. O professor e a escola prestam um serviço às famílias e à sociedade. É preciso que nos unamos para recuperar as rédeas da educação e transformá-la no que ela nasceu para ser. Só se ensina desta forma quando se coloca a família no seu devido lugar. É preciso devolver as rédeas da educação para a família!

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Aliança em Ação

União e parceria Neste mês, aqui nas páginas do Aliança em Ação você saberá um pouco mais sobre os projetos que o Movimento realiza voltado para os adultos. São trabalhos desenvolvidos com muito cuidado e dedicação. Acompanhe conosco essas atividades.

Reuniões socioeducativas

SASF

O

Serviço de Assistência Social à Família nasceu em Maio de 2011 e tem por objetivo fortalecer a união familiar, prevenindo agravos que possam provocar o rompimento de vínculos familiares e sociais. Junto a isso, busca desenvolver ações para os idosos e pessoas com deficiência, também no desejo de evitar o confinamento e o isolamento. A proposta do serviço é oferecer atividades de natureza socioeducativa, participativa e colaborativa. São elas:

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• Visitas domiciliares; • Abordagens familiares; • Atendimentos individuais; • Reuniões de convivência; • Reuniões socioeducativas; • Eventos; • Encaminhamentos para serviços de saúde, emprego, serviço jurídico, previdência social, SMADS, educação e documentação; • Oficinas de geração de renda: pedraria, culinária, assistente de cabeleireiro, mosaico, mdf e biscuit e pintura no pano de prato.

Oficinas de Culinária


As famílias são acompanhadas no período máximo de 24 meses. O projeto é para 1.000 famílias assistidas pelos PTR (Programa de Transferência de Renda) e pelo BPC (Benefício de Prestação Continuada) do território de Taipas e Jaraguá (São Paulo). Contato: 3941-9501

Oficinas de Salão de Beleza

Casa de Triagem/Acolhida/Reinserção: As Casas de Acolhida são para ressocialização, abrigo e reinserção, atendendo jovens, adultos e idosos, com a finalidade de oferecer um lar àqueles que estavam nas ruas, oportunidade de convívio, reconstrução da própria vida e reinserção na sociedade. São 11 Casas para adultos (incluindo idosos), onde nesses locais tais pessoas são submetidas a um período de imersão onde ocorre o afastamento dos males da rua e a restrição do fácil acesso às drogas e ao álcool, não sendo utilizadas para tais fins metodologias como regime de internação e intervenções medicamentosas. A laborterapia, as atividades comunitárias, a comunhão, a oração e a fé são os instrumentos utilizados para a reconstrução da auto estima, dos valores e das vocações pessoais, para a readaptação às normas de convívio coletivo e de mútuo respeito, bem como para recuperação física, psicológica e espiritual.

Almoço com os Acolhidos

Escola Padre Pio Desde o ano de 2002, a Escola Padre Pio atende aproximadamente 100 adultos do bairro do Parque Taipas, oferecendo cursos de alfabetização para adultos e supletivo de Ensino Fundamental II e Ensino Médio, além de um curso pré-vestibular com aulas de Português, Matemática, Biologia, História, Geografia, Física e Química. Os professores são da Universidade de São Paulo e oferecem seus trabalhos voluntariamente, de segunda a sexta-feira, das 19h30 às 22h30 com muita dedicação. Contato: 3945-2616

Saiba mais em nosso site: www.misericordia.com.br Entre em contato com: Casas de Acolhida: (19) 99726-8818 ou (19) 97128-1546 SASF: (11) 98731-1145 Escola Padre Pio: (11) 3945-2616

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Entrevista

na aliança de Misericórdia cOMO ter certeza da vOcaçãO? Vocação é uma palavra do latim ‘vocare’, que significa chamado. Nós podemos dizer que o chamado é algo especial que Deus faz a uma pessoa. Através do batismo todos nós somos chamados a expressar a santidade do Criador ao mundo, Deus. Algumas pessoas, em especial, são chamadas a expressar de uma forma mais radical esse chamado, com a própria vida. Assim como Jesus um dia chamou Pedro, Tiago e João a serem pescadores de homens, Jesus também chama algumas pessoas a serem Anunciadores da Palavra de Deus. Então para uma melhor compreensão da vocação é preciso ter intimidade com Deus, uma vida de oração e integridade com Deus Pai e Criador.

Maycon Miguel - Seminarista

POssO ser celiBatária (O) se tive uMa vida desregrada? A Palavra de Deus nos diz que onde abundou o pecado, superabundou a graça. Onde existiu o pecado a graça de Deus pode ser infinitamente maior, e pode transformar toda e qualquer realidade, então, se a pessoa tem um firme propósito, um desejo por Deus, se sente confirmado pela Igreja, ela tem total possibilidade de ser um celibatário mesmo com toda a vida antiga desregrada. Mesmo porque, na Aliança nós conhecemos vários testemunhos de pessoas que hoje se entregaram inteiramente a Deus, mesmo tendo passado por momentos de muita dificuldade na vida.

Mariana da Cruz - Celibatária

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querO dar tOda a vida Para deus tenhO que entrar Para a cOMunidade de vida? A Palavra já diz: “Os semeados na boa terra são os que ouvem a Palavra e a recebem, e produzem fruto, a trinta, a sessenta e a cem por um” (cf. Mc 4, 20). Para doar toda sua vida a Deus é fundamental entender a que Ele lhe chama, pois a totalidade que Deus pede a você pode ser diferente da totalidade que pede a mim. Existem muitas vocações e muitas formas de doar a vida. Na Aliança de Misericórdia você pode ser Missionário de Vida, Missionário de Aliança e Amigo Missionário. Em cada Elo você pode dar tudo aí estará a realização de sua vida. Ou seja, não é necessário entrar para a comunidade de vida, mas saber onde Deus quer que eu esteja.

João Felipe – Missionário no Mundo


cOMO uM casal cOncilia a vida FaMiliar cOM a MissãO? Tudo parte da verdade que é a prioridade da vida da família, a prioridade das nossas é o sacramento que recebemos como marido e mulher, o que faz com que priorizemos sempre a nossa realidade familiar, pois ela é a primeira configuração e a igreja doméstica, assim como falava o Papa João Paulo II, o primeiro lugar onde devemos ser Igreja também. A conciliação com a missão é organizada de acordo com uma programação. A máxima disto é entender que o mesmo Deus que me chamou para a missão, o mesmo Deus que me chamou para ser comunidade de vida, que me chamou para que eu pudesse consagrar a minha vida com a minha família é o Deus que uniu a mim e a Vanessa como família e nos deu o presente da nossa vida, que é a nossa filha Isabela.

Julio Neto e Vanessa - Casal Missionário

O que É ser MissiOnáriO nO MundO dentrO da aliança de Misericórdia? É uma vocação, chamado vocacional específico. O missionário no mundo é um missionário da Comunidade de Vida na Aliança de Misericórdia, chamado a viver a entrega de si e a confiança na Providência Divina. Ele deve ser esta expressão do amor e misericórdia de Deus, da confiança absoluta em Deus, no meio onde vive. E deve, principalmente, ter uma vida de compromisso diário com a oração e o serviço a Deus e aos irmãos. Sua vida deve ser baseada nessa consciência da pertença a Deus, do chamado que o Senhor lhe fez para que, em suas ações e escolhas, seja essa presença de Deus, do seu amor, de sua misericórdia, para que o mundo O conheça. Sua vida é de trabalho, oração, convívio social, na irmandade com todos. Deve ter uma busca de maior sobriedade de vida e submissão aos seus coordenadores, no que tange às evangelizações e orientações para a comunhão e unidade. O missionário no mundo é membro de uma fraternidade, devendo viver a comunhão e unidade com os irmãos, a partilha de suas experiências e do dízimo. Deve ter uma presença constante na fraternidade e estar sempre em comunhão com a coordenação quanto à suas vivências e a evangelização semanal que deve realizar. Deve ser um membro ativo e comprometido com a missão e o Carisma da Aliança de Misericórdia.

Lucimar Portes – Missionária no Mundo

POr que O Padre deve ser celiBatáriO? Sempre existiram sacerdotes no Judaísmo no tempo de Jesus, porém estes sacerdotes se casavam e constituíam famílias. Jesus é o verdadeiro sacerdote e veio constituir um novo sacerdócio, onde Ele próprio abraçando o celibato pede aos sacerdotes Cristãos que sejam celibatários também como nos disse no Evangelho de São Mateus 19,12 “Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder compreender, compreenda” Portanto o Celibato é um estado de vida que os sacerdotes abraçam por amor do Reino de Deus.

Padre Luiz Fábio

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Livro O que será da minha vida - R$ 15,00

adquirindo os produtos aliança de Misericórdia, você contribui com a Obra e nos ajuda a resgatar vidas! Mais informações: 11. 3120-9191 www.vendasalianca.com.br

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Espaço Jovem VOCAÇÃO:

aO encOntrá-la, Me encOntrei Jaqueline Paula Missionária Comunidade de Vida

É incrível como jovem gosta de desafios! E sem dúvida, o maior desafio de um jovem hoje é se encontrar.

O

lhar pra dentro de si é encontrar Deus, e não tem como encontrar Deus sem ouvir o que Ele mesmo quer pra cada um de nós. Deus nos quer felizes e existe um caminho pra que essa felicidade seja plena. Dentro de cada coração existe algo chamado vocação. Vocação é aquilo que eu nasci pra fazer, é que realizará meu coração. As pessoas até podem dar palpites, dizer o que pensam, mas no fundo, no fundo, nosso coração ouve uma voz e sabe qual direção seguir. Ele palpita mais forte! É como a parábola do tesouro escondido no campo. Na vida temos muitas coisas valiosas, no meu caso eu tinha uma vida tranquila, já estava na faculdade, trabalhava e até namorava, mas chegou um momento em que embora tudo isso tivesse muito valor, eu encontrei uma só pedra precisosa que valia mais que todas essas coisas.

Um dia, estava passando por uma igreja na cidade que eu morava e entrei pra fazer adoração, lá encontrei uma jovem cadeirante que chorava muito, me aproximei dela e falei aquela passagem de Filipenses 4: “Tudo posso naquele que me fortalece”. Essa jovem ainda chorando me disse que tinha determinado dar um fim em sua vida, pois a vida dela já não tinha mais sentido algum, e ao entrar na capela tinha pedido um último sinal pra Deus. Mas quando eu disse aquelas palavras, ela tinha entendido que Deus não a deixava. Nossa vida, nossa vocação salva a vida das pessoas!

Qu er se ap ro fu nd

Ao encontrar minha vocação, me encontrei! Hoje sou Consagrada, professei meu primeiro vínculo de holocausto em abril, em Belo Horizonte e repito as palavras que disse na Missa: “Meu coração hoje se enche de alegria, encontrar a vocação é encontrar um motivo pelo qual morrer, pelo qual gastar toda minha vida!”

ar m ai s?

Assistam ao filme de São Felipe Néri, ou ao filme de São Francisco de Assis e Santa Clara e vejam a alegria que existia na vida dos santos que se encontraram encontrando Deus!

AGO 2016 I 21


Kids

SEU AMIGO

NIVALDINHO 1

2

Eu gosto desses super heróis, mas eles são de mentira Eu os vejo na TV, nos Gibis, no Cinema... Nunca vi nenhum deles de verdade.

5

7

3

Eu quero ser o Hulk, ser super forte! WOOARGH!

Quando crescer quero ser como o “Super-homem”.

4

Um herói em minha casa

Eu quero ser como o meu pai. Ele é meu super-herói e a super força se chama amor, amor que me cura, sustenta e me ensina a ser bom.

E você quer parecer com quem, então?

FELIZ DIA DOS PAIS!

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E eu quero ser o Capitão América...


Mensagem e Comunicados informações e locais santa Missa

resposta de Amor Há um clamor que se levanta do coração do povo; Há um clamor que se levanta no coração de Deus; Sofrimento, fome, abandono, misérias materiais e espirituais, fruto de desamor, injustiças, corrupção, imoralidade, geram hoje um abismo de miséria que clama por Misericórdia! E o que você responde? Gwe, suspirando pela redenção do nosso corpo... É o próprio Espírito que geme, intercedendo por nós, com gemidos inefáveis! (cf.Rm8, 22ss) “Tenho sede!” Clamou o Senhor na Cruz. O Amor não é amado! Hoje, como nunca, o mundo tem sede de amor, clama por Misericórdia! E a sua resposta, qual é? O Mundo vive uma angústia mortal e “o mundo – dizia Jesus para Santa Faustina: não encontrará paz até que não se volte à Divina Misericórdia!” Este tempo que se aproxima precisa de uma resposta de Amor, pois o Amor com Amor se paga! Sabemos que aos últimos tempos é reservada a Graça da revelação da Misericórdia do Senhor. A essa voz o mundo envelhecido rejuvenescerá; sairá do seu torpor e o calor Divino irá inflamá-lo. (Jesus a santa Gertrudes- Revelações, livro 4-4) Quer deixar-se inflamar para incendiar o mundo? Um dia, santa Faustina, pediu para o Senhor que enviasse um santo para salvar a Polônia. Jesus respondeu-lhe: “A santa serás tu!” Hoje o Brasil precisa de santos! Deus se faz mendigo, e pede-lhe uma resposta de Amor. “O santo serás tu!”

antigo terminal rodoviário Bresser Quinta às 19h30 (Embaixo da estação Bresser do Metrô) Informações: (11) 3120-9191 igreja n. sra. da Boa Morte Segunda a Sexta às 18h | 6ª às 12h | Sáb. às 15h Dom. às 10h e 18h Segunda - Atendimento de Oração das 14h30 às 17h30 Grupo Pe. Pio às 19h30 casa ies - Botuquara - Terça às 20h Rua Nilo Bruzzi, 31 - Casa de Formação Jd. Botuquara/ SP - Taipas (alt. do n° 13890 Av. Raimundo Pereira Magalhães) Informações: (11) 3943-3725 Fraternidade Pe. cícero - Quarta às 19h Sítio Venha Ver, 420 - Bulandeira, Barbalha - CE casa são João Batista - Dom. às 10h (Sítio Riacho do Meio S/N, Dist.Caldas Barbalha - CE) vigília MMae - 1ª Sexta do mês das 22h30 às 05h Em todas as cidades onde a Aliança está presente JaM - 1º Domingo do mês Em todos os locais onde a Aliança está presente Missa de cura e libertação - 13/08 - 20h Casa Cenáculo Emanuel - Rua Avanhadava, 616 Bela Vista - SP - Informações: (11) 3237-3061

Pe. João Henrique Fundador Aliança de Misericórdia

Programas de tv a arte da vida TV Século XXI - Todo Quarta feira às 06h30 histórias em Oração TV Canção Nova - Toda Sexta às 23h30 saiba mais: Facebook - /iesmisericordia Twitter - @iesmisericordia www.misericordia.com.br doações Tel: (11) 3946-3486



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