Revista junho 2016 by Aliança de Misericórdia

revista

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jun/2016 - nÂş 168 - ano XV

Palavra do MĂ&#x160;s O Pai Misericordioso

Editorial

SOU FELIZ O Movimento Eclesial Aliança de Misericórdia é uma Associação Privada de Fiéis, com sede na Arquidiocese de São Paulo, capital, cuja identidade se encontra em sua Palavra de Vida “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu, enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres...” (Is 61, 1-2 e Lc 4, 18-19). O Movimento está presente em mais de 50 cidades do Brasil e outros 6 países (Bélgica, Itália, Polônia, Venezuela, Portugal e República Dominicana), através da adesão dos membros a um dos Elos de pertença. No âmbito religioso a Aliança de Misericórdia acolhe e une as forças de homens e mulheres, celibatários e casados, leigos e clérigos, que, de várias formas e níveis, chamados por Deus, tornam-se “filhos da misericórdia” para evangelizar as ovelhas perdidas (cf. Lc 15, 4-7), confiantes na potência do Espírito Santo, realizando todas as obras de Misericórdia que as próprias forças permitirem.

Querido leitor, Chegamos a Junho, metade do ano. Como passou rápido, não é mesmo? A cada mês tentamos aprimorar o conteúdo de nossa Revista Aliança de Misericórdia, no desejo em estar em comunhão com a Igreja, com o Movimento, os acontecimentos do país e claro, com você, nosso querido leitor. Por isso, gostaríamos que vocês nos enviassem suas dúvidas, sugestões e críticas, a fim de que a cada edição possamos estar ainda mais unidos. Nesta edição, com muita saudade, mas com grande alegria lembramos-nos de nossa querida irmã, Maria Paola, que há sete anos faz parte da nossa Aliança no Céu. Ser feliz e encontrar a felicidade no projeto de Deus para cada um de nós, aceitando com amor aquilo que o Pai, com carinho nos dá. Como dizia Maria Paola “Deus é bom. Sou feliz!” Desejamos a você um mês feliz e abençoado, dizendo sempre sim à vida que é dom e presente para nós!

Equipe da Revista

Sócio

Unido aos trabalhos de evangelização, o Movimento realiza diversas obras sociais junto à população carente das periferias e ruas, conjugando harmoniosamente evangelização e caridade como faces de uma só moeda, e sendo reconhecida juridicamente como entidade de utilidade pública em âmbito municipal, estadual e federal.

Jubileu da Misericórida

Oceano da Misericórida

Evangelizar para Transformar

Palavra do Mês

Notícias

Voz da Igreja

Fé, Justiça e Paz

Saiba mais em nosso site: www.misericordia.com.br

Aliança em Ação

Entrevista

Espaço Jovem

Kids

Mensagem/Comunicados

HISTÓRIAS EM ORAçÃO

ASSOCIAÇÃO ALIANÇA DE MISERICÓRDIA Fundadores: Pe. Antonello Cadeddu e Pe. João Henrique Presidência: Pe. José Custódio, Mary de Calcutá e Pe. Evandro Coordenação de Comunicação: Caio Bonicontro Editora: Jaqueline Sampaio Diagramação: Alex Suliano, Derick Ramon e Anderson Santos Designer Estagiária: Karoline Martines Fotolito e Impressão: Leograf Gráfica e Editora LTDA. Tiragem: 10.000 exemplares - Periodicidade mensal Endereço: Rua Avanhandava, 520 Bela Vista - 01306-000 São Paulo / SP Tel./fax: (11) 3120-9191 E-mail: revista@misericordia.com.br

Queridos irmãos e irmãs, Como é bom recordar das pessoas e dos momentos felizes que nos fizeram bem não é verdade? As boas lembranças são graças que nos ajudam a superar as dificuldades presentes e reavivar nossa esperança em um futuro melhor. É com esta certeza que neste mês queremos fazer memória de um dos “ícones” da Aliança de Misericórdia: a Ir. Maria Paola do Cordeiro Imolado. Nas páginas da Revista deste mês queremos expressar um pouquinho daquilo que significa para nós, da herança de vida e santidade que nos deixou, da importância do seu papel na Fundação da Aliança de Misericórdia. Meditando a Parábola do Pai Misericordioso, nossos Fundadores Pe. Antonello e Pe. João Henrique nos convidam a contemplar o amor misericordioso de Deus que vai além da lei, dos preceitos e costumes; um amor sem limites que não leva em conta nossos pecados e que corre ao encontro daquele que está sujo, manchado, ferido pelo pecado. Mas, nos ajuda também a perceber que, ao mesmo tempo, ao provar deste amor, somos levados a amar como o Pai, ou seja, amar os irmãos, mesmo quando nos custa grande sacrifício. Ao olharmos para a vida da Ir. Maria Paola, encontramos este exemplo. Ela, mesmo carregando o “peso” do câncer que consumia sua vida, sua saúde, seu corpo, ainda assim, aqueles que estavam ao seu redor sentiam sempre sua atenção e cuidado. Mesmo precisando ser cuidada, ela não desistia de amar, de fazer gestos concretos de amor que pudessem fazer os outros mais felizes. Pedimos a Deus que nos dê também a graça de amar além dos nossos limites. Mesmo passando por um momento de crise econômica, queremos convidá-lo a ser generoso na colaboração, pois, como nos diz a Palavra: “Deus ama ao que dá com alegria”, ou seja, o Senhor não deixa faltar nada ao coração generoso, pois Ele é “poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda o necessário, abundeis em toda a boa obra”. (2 Cor 9,7-8). Por isso, ajude-nos! Sua colaboração é fundamental para salvarmos tantas pessoas que ainda vivem em extrema pobreza espiritual e material. Um fraterno e carinhoso abraço a todos!

Contribua com esta obra e ajude-nos a resgatar vidas! Associação Aliança de Misericórdia - CNPJ: 04.186.468/0001-73

Ag. 0036 C/C 64921-8

Ag. 3137-2 C/C 40596-5

Ag. 3372 C/C 130007013

Ag. 2815-0 C/C 16013-X

Pe. Evandro, Mary de Calcutá e Pe. José Custódio Presidência Aliança de Misericórdia

Sócio

Histórias em Oração Especial Maria Paola SÓCIOS DO MÊS Esta página é nosso canal de comunicação. Você pode nos enviar suas dúvidas, sugestões.

Padre, há esperança mesmo na dor? Angelica Vilela Costa São Paulo - SP

Sócio São Paulo - SP

Caríssimos, Paz e Misericórdia! A revista tem melhorado a cada mês para levarmos todas as transformações que a sua ajuda tem feito, disponibilizando também para você e sua família formação e espiritualidade. Nesta edição estamos meditando a vida de Maria Paola e celebrando os sete anos da sua entrega total a Deus. Muitos de vocês tiveram a oportunidade de conhecê-la e ver sua preocupação e disponibilidade na busca em salvar as almas dos jovens que encontramos em nossas evangelizações e projetos. A exemplo de Maria Paola, seja você também fonte da misericórdia de Deus que alcança os confins. Oferecendo o possível Deus realizará o impossível e muito mais almas serão salvas.

Pe. Antonello São Paulo - BRA

Qual é o fundamento da esperança? Filhos, a Epístola aos Hebreus nos diz que “a fé é o fundamento da esperança” (Hb 11, 1). De fato, há muitas esperanças vazias, desprovidas de sólido fundamento. Porém, a esperança do povo de Deus é uma esperança que não se desespera, uma esperança que não falha, uma esperança que não morre. Nossa vida deve estar firmada em Jesus, n’Ele deve estar nossas expectativas, nossos projetos, porque tudo Ele pode fazer em nós. Deus te abençoe!

Escreva para nós contando sua experiência com a Revista Aliança de Misericórdia. Email: revista@misericordia.com.br / Endereço: Rua Avanhandava, 520 - Bela Vista São Paulo - SP - Cep: 01306-000

CONTO 8/5 ICOM SÃO PAULO I SUA PRESENÇA MISERICORDIA.COM.

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4 I aliança de misericórdia

“Os cristãos não morrem, casam-se com Deus” (Maria Paola do Cordeiro Imolado)

este ano de 2016, completa-se sete anos que Maria Paola faleceu. A Aliança de Misericórdia comemora essa data por entender que a morte é o começo da vida eterna e agora ela é uma intercessora dessa família, junto aos demais irmãos que também já não estão entre nós.

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Mãe, artista, mulher e amiga

Juliana Costa Missionária Comunidade de Vida

Maria Paola, missionária consagrada celibatária, foi mãe, mulher e amiga. Antes de ser missionária, por sua paixão pelo mar chegou a cursar a faculdade de biologia, no desejo de contemplar as belezas da Criação sob as águas. Em 1992 ingressou em uma Comunidade de origem italiana, onde se formou em teologia. Em 2000, junto aos padres João Henrique, Antonello, Giampietro e demais leigos, deu início a uma obra de Misericórdia para o mundo. Nasceu a Aliança de Misericórdia.

Maria Paola transmitia uma vida muito intensa. Vivia plenamente cada momento. Era mãe que acolhia os pobres, as crianças... Sua forma de acolher era o que mais cativava as pessoas. Tinha uma sensibilidade quanto à necessidade do outro e sabia cuidar de cada um de forma singular. Reconhecendo o valor materno, em seu último aniversário fez um pedido a Deus “que o Senhor gere a sua Maternidade nas nossas mulheres. Que elas sejam mães!”

Através de algumas partilhas, essas páginas carregam o desejo de expressar a fertilidade dessa esposa de Cristo, que por suas escolhas e testemunho, continua a suscitar o desejo pela vida em muitos fi lhos de Deus.

Com seu jeito simples, Maria Paola não deixava que a ordem e harmonia das coisas se perdessem. Gostava dos trabalhos da casa, de cultivar o jardim... Preocupavase em vestir bem os missionários e a si, mesmo que de maneira humilde, pois desejava transmitir também através das roupas a beleza da consagração. Enquanto artista, era muito criativa e concretizava seu amor através música, dança, teatro, entre outras expressões artísticas. Alberto Carneiro, um de seus grandes amigos, sublinhou uma característica dela que muito o marcou: “Maria Paola tinha o dom de mostrar a beleza de tudo onde ninguém conseguia ver”. Isso até mesmo no período da doença, quando se empenhou em fazer cartões usando folhas secas e outros materiais recicláveis. Assim encontrou uma forma de continuar evangelizando e também de ajudar o Movimento com a venda deles.

“Ela tinha um amor especial pelos pobres. Fazia todos os esforços para ver os nossos acolhidos vestidos bem e em casas decentes. Em minha opinião, os pobres que a Maria Paola mais amava eram aqueles cuja miséria era interior e precisavam descobrir a riqueza de um Deus que os ama além dos títulos e dos rótulos. Era apaixonada pelos pequenos da Comunidade. Buscava fazer com que eles pudessem ter espaço para serem considerados grandes e então superarem suas dificuldades.” Assim expressa Pe. Luiz Fábio, que a teve como formadora e orientadora espiritual por sete anos. “Ela me ensinou que eu deveria ser quem era, com meus sonhos e meus desejos, buscando realizá-los” Era uma “Mulher da Palavra, contemplativa e com os pés no chão,” como diz Pe. João Henrique, que enxerga essa característica como parte do Carisma da Obra: “Para mim, esse amor da Maria Paola pela Palavra é um dos aspectos do Carisma que reflete sua alma. Ela saboreava, vibrava com a Palavra de Deus.”

6 I aliança de misericórdia

“Senhor, eu tenho medo de sofrer, não me sinto capaz. Eis-me aqui, abraça-me!”

*D iár io Es pir itu

No início da Aliança, diante das inúmeras atividades, a tendência dos primeiros missionários sempre foi o ativismo. Maria, como amiga, tinha a capacidade de voltar o olhar de seus companheiros ao essencial. “Tantas vezes, no começo tão difícil da Obra, eu, me sentindo fraco e incapaz, chegava Maria que me dizia ‘bem-vindo entre os mortais’. Em meio as minhas tentações ao ativismo e a agitação, brincava ‘Pe. João Henrique, deixa que Deus também faça alguma coisa na sua vida e na Comunidade’. (risos)” Quando adoeceu fez de sua nova rotina uma oportunidade de evangelizar. Sua entrega impressionava os corações da equipe médica e até mesmo dos outros enfermos, que nela encontraram um conforto. “Mesmo internada, sua atenção e cuidado com os demais no hospital foi uma marca. Ela mostrava que era uma pessoa de Deus sem ao menos precisar dizer uma só palavra como pregação. Vivia na presença do Espírito, tocava o coração dos que estavam por perto”, lembra Alberto Carneiro.

Hoje, ao ser lembrada em partilhas, formações e livros, Maria Paola, como esposa de Jesus, ainda gera o desejo pela vida em muitos, como na jovem Driely Rocha, que ao conhecer a história devido a um trabalho, afirmou “Com ela aprendi que nada é nosso, tudo pertence Àquele que nos criou. Ela me mostrou que gratidão é a melhor forma de correspondermos ao amor de Deus. E hoje, graças a ela, diante de cada cruz que enfrento, sou capaz de dizer que Deus é bom e eu sou feliz!”

Dra. Lisete Teixeira, médica que a acompanhou, foi marcada por sua força e fé diante da dor nos últimos momentos. “Sua serenidade na hora da morte e sua fé me fortaleceram. Me fez mais forte e convicta que estou no caminho certo: amar a Deus, ajudar o próximo e lutar com todas as minhas forças pelos meus irmãos mais carentes.”

al de Ma ria Pa ola

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Jubileu da Misericórdia

MIserICórdIa seMPre

dIsPonÍvel 2º Passo

Derick Ramon Colaborador Aliança de Misericórdia

Conheça o primeiro livro do Pe. Custódio

omo compreender este grandioso xdom de Deus oferecido a cada um de nós? O que fizemos para receber essa misericórdia divina? Devemos agradecer, pois a misericórdia de Deus é um presente dado a nós gratuitamente, sem motivos, sem questionamentos, mas para tê-la alguns passos devem ser dados e assim experimentaremos este dom maravilhoso de Deus.

Presidente Aliança de Misericordia

1º Passo “Israel era ainda criança, e já eu o amava,e do Egito chamei meu filho”. (Os 11, 1)

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Primeiro, entenda de uma vez por todas: Deus te ama! Já ouviu isso milhares de vezes, não é mesmo? Então por que não entende? Acolha este amor, amese também... E não falo aqui de um amor narcisista, mas de um amor que me faz enxergar minhas pobrezas, reconhecer o que há de bom em mim, mas também o que há de pior. Sejamos mais humildes, um coração soberbo e cheio de si dificilmente experimentará esta Misericórdia como ela é.

“Mas, quanto mais os chamei, mais se afastaram... Eu, entretanto, ensinava Efraim a andar, tomava-o nos meus braços, mas não compreenderam que eu cuidava deles”. (Os 11, 2-3) Quem ama cuida, e cuidar, nem sempre é passar a mão na cabeça, cuidar também as vezes significa chamar atenção, com amor. Deus a todo momento cuida de nós, mesmo que para nós isso seja imperceptível, Ele está ao nosso lado. Um exemplo claro disso são os nossos pais. Quantas vezes não cuidaram de nós quando estávamos doentes? Quantas vezes levamos bronca quando fazemos alguma coisa errada? Eles deixaram de nos amar quando nos davam bronca? Pelo contrário, era amor. Da mesma forma é Deus conosco. Deixa Ele cuidar de você, mesmo agora adulto, volta um pouco a ser como criança! Deus nos pede isso também, a ser como os pequeninos.

3º Passo “Como poderia eu abandonar-te, ó Efraim, ou trair-te, ó Israel? Meu coração se revolve dentro de mim, eu me comovo de compaixão”. (Os 11,8)

amor e cuidado de Deus, precisamos também esforçar-nos para receber a misericórdia que sempre esteve ali, preparada para nós. Assim como o coração de Deus se revolve, se inquieta por amor a nós, assim também tem que estar nosso coração, inquieto com o pecado a nossa volta, desejoso de querer estar perto de Deus sem mancha, sem culpa, somente a culpa de ter-nos afastado de sua graça. A misericórdia de Deus sempre estará ali para nós, mas não é porque Deus nos dá esta certeza que vamos ficar parados, que vamos fazer o que quisermos. Precisamos dar este passo de humildade, precisamos sentir vergonha sim, sentir culpa sim, mas que isto seja um trampolim para a glória de Deus. Nós precisamos, necessitamos reconhecer-nos miseráveis, pecadores, errados, porque somente assim poderemos experimentar a misericórdia de Deus com toda sua potencialidade. Vamos cair inúmeras vezes, mas podemos levantar. Vamos errar muitas vezes ainda, mas que seja na tentativa de acertar. A misericórdia de Deus sempre vai estar lá para nós, mas depende também de querermos recebê-la, e para isso, dar passos concretos em sua direção.

É a hora de dar o passo em direção a Misericórdia que está nas mãos de Deus como um presente embrulhado para cada um de nós! Depois que entendermos os dois primeiros passos e acolhermos este

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Oceano da Misericórdia

Evangelizar para Transformar

senador CaMarÁ

na esCola da

CoMUnHão e UnIdade Maria Camila Missionária Comunidade de Vida

“Disse Jesus: ‘Se alguém me ama, guardará minha palavra, e meu Pai o amará. Nós viremos a ele e nele estabeleceremos morada’” (Jo 14,23)

epois que a missão já havia terminado, atravessávamos o centro de São Paulo quando vimos um irmão que passava mal. A princípio não tivemos reação, mas depois, em dúvida quanto ao que fazer, começamos a discutir. O Espírito Santo suscitou-nos o episódio do Bom Samaritano: “Quem foi o próximo daquele homem que estava caído? E ele respondeu: o que usou de misericórdia para com ele” (Lc 10, 36-37). Juntos decidimos voltar e ajudar aquele homem. Percebemos que as pessoas precisam mais do que ajuda material. Ele nos disse: “preciso desabafar! Vocês podem me ouvir?”. Então começou a chorar e nos contar seus sofrimentos. Em certo ponto disse: “Vocês são diferentes. Sinto a presença de Deus em vocês!” Por amor a Deus, não só nos lembramos das Palavras de Jesus, mas nos arriscamos a vivê-las! Assim, aquele morador de rua nos fez perceber que a presença amorosa do Pai estava em nós.

10 I aliança de misericórdia

“Não fugiremos da dor do homem, [...] mas, atraídos pelo Amor, [...] nos inclinaremos sobre cada viajante ferido, para curar cada chaga com o óleo da ternura do Pai” (OMI, p. 103) A Santíssima Trindade é toda Amor. Muitas vezes ouvimos nossos Fundadores falarem desse Amor Trinitário em que o Pai é “Aquele que ama”, o Filho é o “Amado” e o Espírito é o “Amor”, de forma que já não são três, mas um só Deus. Essa comunhão plena em que vivem nos contagia na medida em que nos abrimos, nos levando, por fim, a amar os irmãos! A Escola da Comunhão e da Unidade nos ensina a irmos além da caridade para com os pobres. Às vezes é mais fácil compadecerse deles, do que daqueles que Deus coloca ao nosso lado. O irmão que trabalha comigo, estuda, que é do mesmo grupo que eu ou ainda da minha própria família, muitas vezes me contraria, ou me faz ter que renunciar minha própria vontade.

UnIdade ≠ UnIForMIdade Quando falamos de Unidade, não estamos falando em pensarmos todos da mesma forma, e sim de, mesmo pensando diferente, buscar um consenso: a Vontade de Deus!

FRATERNIDADE BOM PASTOR Pode ser que o outro esteja certo, mas, na maioria das vezes, significa perder a minha ideia para encontrar uma ideia que seja “nossa”! E aí reside a Vontade de Deus: que entremos em acordo! “Se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que queiram pedir, isso lhes será concedido por meu Pai. Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles” (Mt 18,19-20)

com Deus que é misericórdia. Além disso, na Paróquia próxima, celebramos uma vez por mês a Missa Jovem, onde a juventude, independente do carisma, é convidada a participar. Nossa presença vai além dos encontros promovidos pela Aliança, pois vamos aonde nos chamam, levando assim, o carisma da misericórdia a diversos grupos de jovens, crisma, vigílias, dentre outras oportunidades, em especial através do teatro.

qui em Senador Camará, no Rio xde Janeiro, nossa evangelização acontece todo dia, pois os pobres nos convidam a sair de nós e estarmos sempre com eles, batem em nossa casa pedindo algo, mas no fundo querem mesmo alguém para estar com eles durante uns minutos que seja.

Quando acolhemos o Amor Trinitário, Deus faz morada DENTRO de nós! Agora, quando isso nos leva a amar concretamente o irmão, e se também ele tem esse desejo no coração, nossa escolha pode trazer a presença de Deus ENTRE nós! Em nosso meio! Quanto à história, qual foi o desfecho? Assim que conseguimos uma vaga para que fosse acolhido, fomos atrás dele novamente. Descobrimos que quase havia morrido, mas no hospital, lembrando-se de nossas palavras, decidiu voltar a acreditar no amor de sua família: pediu para que ligassem para sua mãe, que prontamente foi buscá-lo e hoje ele não está mais nas ruas: voltou para sua casa! Foi muito bonito o final da história, mas tudo isso não aconteceria se nós missionários não tivéssemos primeiro entrado em acordo. Aprendamos da Trindade a Escola da Comunhão e da Unidade, abaixando-nos até o outro, fazendo-nos um com ele, buscando juntos a Vontade de Deus.

Maria Madalena Missionária Comunidade de Vida

...nossa evangelização acontece todo dia, pois os pobres nos convidam a sair de nós e estarmos sempre com eles...” Podemos dizer que a evangelização que mais acontece aqui é a da Escuta, onde as pessoas nos procuram para aliviar as suas dores e confiam aos missionários suas vidas.

Também oferecemos encontros de formação, oração e cura para casais, no formato do Caná, evangelização própria para este estado de vida.

Além do “Ministério da Escuta”, também acontecem as já conhecidas evangelizações do Movimento Aliança de Misericórdia: Na evangelização do Movimento Adulto, saímos para fazer visitas aos doentes, rezamos o terço na casa de diversas famílias com o intuito de entrar na realidade dos meninos do tráfico, o que acontece lentamente, mas com a esperança de levá-los de volta a Deus. Também realizamos a vigília mensal com louvor, oração, adoração e tudo o que é próprio de nosso carisma. Ainda, às quartas-feiras acontece o Grupo de Oração e na última quartafeira do mês, a Missa com Oração por Cura e Libertação.

A evangelização do Movimento Jovem é umas das que mais tem crescido em nossa missão, pois temos alcançado jovens dentro e fora da realidade da favela onde estamos. Temos tanto aqui, quanto em outros lugares que pedem a nossa presença e ajuda, o retiro querigmático “Thalita Kum Encontro”, onde a juventude tem um encontro impactante

Já o Mundo das Crianças acontece em especial através do Grupo de Oração Infantil que oferecemos todas as sextasfeiras. O grupo se desenvolve com o desejo de ensinar as crianças a rezarem por elas e por suas famílias. Aqui também aplicamos o projeto “Estrelinhas da Paz”, onde elas, a cada ano, caminham com uma criança que alcançou a santidade, tornando mais fácil o entendimento de que também eles podem ser santos. E ainda, de forma muito simples e embaixo de uma árvore, ministramos os encontros da catequese, preparando as crianças para receberem Jesus Eucarístico. Enceramos o ano do Mundo das Crianças com uma festa de Natal, onde Jesus é sempre o centro das atenções.

Quer saber mais ou participar das atividades? Entre em contato com a Fraternidade Bom Pastor Rua Manuel Ribeiro, 05, Senador Camará. Rio de Janeiro/RJ CEP: 21843-000 - Telefones: (21) 3149-7334 ou (11) 98731-0612

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Palavra do Mês

A parábola conta que o Pai logo ordenou que matassem um novilho gordo para celebrar a volta do filho. No tempo de Jesus, uma família que tivesse um novilho gordo, era símbolo de riqueza. O novilho gordo era um animal que geraria mais novilhos, ou seja, multiplicaria a riqueza! O que fez o Pai? Ofertou sua riqueza, aquilo que tinha de melhor, um novilho gordo. Neste gesto podemos ver a doação total do Pai do céu que, para nos receber de volta em Sua casa, entrega Seu Filho Único por amor a nós. “Estava ainda longe, quando seu pai o viu e, movido de compaixão, correu-lhe ao encontro...” (Lc 15, 20). Ele se comoveu! O verbo aramaico desta expressão tem sua raiz na palavra hesed, que significa entranhas de misericórdia. Um útero que gera vida! Para uma vida nascer do ventre da mãe, ela gera dor. Um sofrimento que gera vida e a dor que não é mais “dor”, mas, amor! Quando Jesus se entrega ao Pai por amor, para nos dar a vida em plenitude, Ele vive nossos sofrimentos e chagas, carrega sobre Si nossas enfermidades. Muitas vezes imaginamos o Pai do céu como um Deus distante. Assim, não confiamos n’Ele e fazemos de tudo para afastá-Lo. Mesmo assim Ele não desiste de nós, imola Seu Filho e nos espera em Sua casa.

um amor que não cansa e nem descansa.

esus quis mostrar a Misericórdia que o Pai tem por nós, pobres pecadores. Ele sabia que não poderíamos voltar ao Pai sem que primeiro Ele se oferecesse como sacrifício por nós. Assumiu todos os nossos pecados sem tornar-se pecador. “Tendo amado os seus, amou-os até o fim” (cf. Jo 13,1). Entregou-Se voluntariamente na cruz e, com Sua vida, revelou o Pai Misericordioso que ama cada homem desde toda eternidade.

Já somos os herdeiros de tudo! Poderíamos, sim, experimentar a glória do Pai, mas preferimos muitas vezes ser como o filho pródigo, buscando tudo com nossas próprias forças, sem tomarmos consciência dos nossos limites e pecados.

A parábola do Filho Pródigo é um exemplo deste amor misericordioso (cf. Lc 15,11-32). Muitos teólogos preferem afirmar que esta é a “parábola do Pai Misericordioso”, pois o personagem principal não é o filho que deixa a casa do pai, nem o filho maior que se revolta contra ele, mas o pai que é Misericórdia, perdão e acolhida perante os dois filhos.

O pai correu ao encontro do filho, abraçou-o, vestiu-o de novo e colocou um anel em seu dedo. O Pai nos espera, a cada momento. Ele olha para mim, e espera que eu volte! Não importa se estamos sujos dos pecados cometidos, Ele corre ao nosso encontro e cobre-nos com vestes reais. Ele vê em nós a Sua imagem e semelhança, se interessa e se importa com nossa vida. Ele me ama assim como sou!

“Meu pai, dá-me a parte da herança que me cabe. O pai então repartiu entre eles os haveres” (cf. Lc 15, 12). O filho mais jovem vai ao pai e pede a sua herança. Neste ato de dar a herança ao filho, Jesus quis revelar uma verdade. A lei proibia uma pessoa ainda viva, de entregar sua herança aos filhos; mas este pai vai além da lei. Para ele, a lei é o amor. Amor que dá liberdade ao outro. Podemos afirmar que é o amor do Pai do céu que deseja dar tudo para cada um de nós: a herança, capacidades, riquezas e todos os Seus bens.

E nós? Estamos dispostos a amar nossos irmãos além das culpas e pecados que eles cometem? Estamos dispostos a não somente perdoá-los, mas cobri-los de bens, dar novas vestes e até tirar nosso “anel de herança” para dar àquele que pecou? Ao acolher seu filho, o Pai “somente chorou de alegria”. Você já parou para pensar que o Pai sempre chora e se alegra pela chegada do filho que estava distante e volta pra casa?

“Correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.” (Lc 15,20c)

“Correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.” (Lc 15,20c) O pai correu ao encontro do filho e disse: “façamos festa”. Também para nós a festa pode acontecer. Basta decidirmos sofrer pelos outros, dar a vida, ser amor hesed, ventre que gera e sofre por amar, para assim gerar vida. Só podemos gerar vida se estamos dispostos a sofrer e morrer pelos outros.

Papa Francisco, Misericordiae Vultus, Bula de Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, n.9 Na Sagrada Escritura, como se vê, a misericórdia é a palavra-chave para indicar o agir de Deus para conosco. Ele não Se limita a afirmar o seu amor, mas torna-o visível e palpável. Aliás, o amor nunca poderia ser uma palavra abstrata. Por sua própria natureza, é vida concreta: intenções, atitudes, comportamentos que se verificam na atividade de todos os dias. A misericórdia de Deus é a sua responsabilidade por nós. Ele sente-Se responsável, isto é, deseja o nosso bem e quer ver-nos felizes, cheios de alegria e serenos. E, em sintonia com isto, se deve orientar o amor misericordioso dos cristãos. Tal como ama o Pai, assim também amam os filhos. Tal como Ele é misericordioso, assim somos chamados também nós a ser misericordiosos uns para com os outros.

Não percamos tempo, em Jesus o Pai nos dá uma vida nova, oferece-nos a nova terra e o novo céu. Que esta parábola seja nossa meditação diária para vivermos bem como o filho que volta ao Pai, e como o Pai que ama o filho até o fim. E se em algum momento nos sentirmos como o filho maior, porque não podemos nos decidir definitivamente a mudar nossas atitudes?

Pe. Antonello Cadeddu e Pe. João Henrique Fundadores Aliança de Misericórdia

12 I aliança de misericórdia

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Ouvindo o Chamado de Deus

Notícias

Missa de 34 anos de sacerdócio No dia 12 de abril os padres João Henrique e Antonello, fundadores da Aliança de Misericórdia, completaram 34 anos de sacerdócio. Uma festa para todo o Movimento. Em comemoração a essa data tão importante, eles celebraram uma missa no Sítio Botuquara, em São Paulo, com outros padres da Aliança e demais missionários e fieis que foram prestigiar essa data junto a eles. Mais de 800 pessoas estiveram presentes no local, onde foram também homenageados.

O Samuel, encontro vocacional da Aliança de Misericórdia, é realizado em duas etapas. A primeira, que ocorre em diversas cidades, já foi realizado em São Paulo e no Ceará, nos dias 16 e 17 de abril. Na capital paulista, 65 vocacionados estiveram presentes e no Ceará 50 jovens fizeram essa experiência. Outras cidades ainda vão sediar esse encontro, tendo como objetivo auxiliar o jovem em seu discernimento vocacional. Saiba mais sobre o Vocacional da Aliança de Misericórdia em www. misericorida.com.br/vocacional e acompanhe as próximas datas: Barbacena e Rio de Janeiro em 18 e 19/06; Manaus em 25 e 26/06 e Sorocaba em 30 e 31/07.

Um novo padre para a aliança Como mais um presente de Deus nesse ano Santo da Misericórdia e com uma enorme gratidão a Ele, celebramos no dia 10 de abril, na Sé de Setubal, em Portugal, a Ordenação Presbiteral do missionário Diác. Luiz Paulo. Ele recebeu o sacramento pela imposição das mãos do bispo D. José Ornelas, o qual sublinhou que a ordenação sacerdotal “transcende” a realidade pessoal do ordenado, da sua comunidade e da Diocese. Em suas palavras, disse: “é um acontecimento especial na vida da Igreja e no grupo cristão da Aliança da Misericórdia. O

Jornada da Misericórdia em BH Nos dias 23 e 24 de abril aconteceu a Jornada da Misericórdia em Belo Horizonte. Os Padres Antonello e Custódio, junto à missionária Mary de Calcutá estiveram presentes no evento, que contou com a participação de 600 pessoas, em média. Esses participaram de momentos de pregação, louvor e Santa Missa. Ainda nestes dias, mais de 50 membros do Movimento, entre missionários de vida, de aliança, amigos e vítimas, professaram e renovaram os vínculos. Dentre esses, duas missionárias fizeram os vínculos pela primeira vez: Jaqueline Poza (Ir. Jaqueline Paula) e Gabriela Toscaro (Ir. Maria Gabriela). Como expressão desse momento, Jaqueline destacou: “não encontro muitas palavras para explicar. Vínculo é tornar público algo que o coração já vive e o meu hoje explode de alegria por ter encontrado uma razão para gastar o resto da minha vida. Me sinto plena e abandonada nas mãos de Jesus, que em nenhum momento me deixa.”

14 I aliança de misericórdia

que celebramos significa a realização dos mais profundos desejos do seu coração”. O que tornou essa celebração ainda mais especial para todos nós é que o Pe. Luiz Paulo é primeiro missionário da Aliança a ser ordenado na Europa.

Ordenação Diaconal João Fernando No Ceará, mais precisamente na cidade de Crato, tivemos a grande alegria de celebrar a Ordenação Diaconal do missionário João Fernando. Contando com a presença de amigos, familiares e demais membros do Movimento para esse dia tão especial, a Celebração Eucarística aconteceu na Catedral Nossa Senhora da Penha, onde ele recebeu o sacramento pelas mãos do bispo Dom Fernando Panico, no dia 8

de junho. João Fernando é natural de São Paulo, está há 12 anos na Aliança de Misericórdia e foi enviado para a missão no Ceará em 2014. Em suas palavras, ele diz qual foi o sentimento deste dia: “Só alegria e gratidão no coração. Antes de eu sonhar com isso Deus desejou que esse dia acontecesse e hoje eu experimento a realização desta promessa.”

JUN 2016 I 15

Voz da Igreja

Fé, Justiça e Paz

eU seI eM QUeM ColoQUeI a

MInHa esPerança (II TM 1,12)

Henrique Miotto

aros amigos, esta afirmação do XApóstolo transforma-se em uma pergunta para cada um de nós, frente à insegurança da vida: eu realmente sei em quem pus a minha esperança? A resposta para esta indagação não pode ser imediata e leviana. Precisamos meditar com sinceridade. E se o fizermos, amparados pela graça de Deus, daremos passos frutuosos de conversão. O Papa emérito Bento XVI na encíclica Spe Salvi (Sobre a Esperança Cristã) faz uma reflexão sobre a Vida Eterna, nos parágrafos 10 a 12, e nos ajuda a amadurecer quanto nossas escolhas. Qual é a manifestação concreta em nossas vidas da esperança cristã? Esta mensagem de esperança muda nossas vidas ou é uma simples informação? O Papa nos recorda do rito batismal, após a pergunta do sacerdote aos pais sobre o que vieram pedir a Igreja, eles respondem: “A fé”. Prossegue o sacerdote: E o que é que vos dá a fé? A vida eterna, é a resposta fi nal. Este é o grande dom que o Senhor nos dá.

16 I aliança de misericórdia

Diante desta certeza de fé nos questionamos sobre o que é vida eterna. Sempre que refletimos sobre algum conceito, partimos do que nos é próprio. Ao respondermos sobre o que seja a vida, logo nos remetemos sobre nossa vida e a vida de nossos familiares e amigos. Vidas estas que na maioria das vezes não é considerada tão agradável assim, devido há inúmeras dificuldades. Aí surge a palavra eterna, e como de costume pensaremos em algo que jamais terminará. Mas ao pensarmos em vida eterna, se pura e simplesmente vislumbramos nossa vida cotidiana, penso que poucos de nós desejaríamos viver eternamente. Pode até ser que muitos pensem em prolongá-la por muitos anos, mas se esta vida eterna for repetição do que se vive; não, obrigado! Do que nos vale a vida eterna? Queremos desfrutá-la? Por isso precisamos conhecer Aquele em que pusemos nossa esperança. Ao lermos as cartas paulinas e os Atos dos Apóstolos

entendemos um pouco da afi rmação de São Paulo sobre a sua esperança. Quantas expressões marcantes ele partilhou conosco: tudo posso naquele que me fortalece (Fl 4,13); pois quando sou fraco, então é que sou forte (IICor 12,10); não sou mais eu quem vivo é Cristo que vive em mim (Gl 2,20); viver para mim é Cristo e o morrer é lucro (Fl 1,21). Enfi m, poderíamos citar centenas de expressões. O que podemos colher de tudo isso é esta certeza de Paulo na vida eterna, isto é, nossa vida imersa na Vida que é Cristo Jesus. A vida dos santos nos constrange e anima. Que possamos dizer com santo Agostinho, “Tu me chamaste, e teu grito rompeu a minha surdez. Fulguraste e brilhaste e tua luz afugentou a minha cegueira. Exalaste tua fragrância e, respirando-a, suspirei por ti. Eu te saboreei, e agora tenho fome e sede de ti. Tu me tocaste, e agora estou ardendo no desejo de tua paz” (Confissões X, 27, 38).

Robson landim Jornalista / Colaborador

ocê provavelmente já teve a timeline (linha do tempo) do seu Facebook invadida por campanhas e mais campanhas contra ou a favor do governo. Também a sua caixa de email e demais redes sociais devem ter ficado entupidas de protestos e mais protestos. São protestos contra o governo, a favor do governo, por aumento de salário, por reajuste na aposentadoria, para que diminuam os preços das passagens dos transportes públicos dentre tantos outros que não são ilegítimos e nem sem fundamento. Mas será que têm realmente algum valor diante da sociedade? Por mais legítima que seja a liberdade de expressão, muitas vezes nossas manifestações não passam de falatório, pois quando passamos para o “mundo real” nos esquecemos daquilo pelo qual lutamos no “ciberespaço”. No contexto de Igreja, hoje muito se fala sobre a Ciberteologia, que é pensar o Cristianismo nos tempos de rede. Dentro dessa “teologia” lembramos que não existe uma vida online (conectada) e outra vida oﬄine (desconectada), mas que ambas se complementam na vivência do dia-a-dia. Também recordamos que a internet e as redes sociais não são instrumentos de evangelização ou até mesmo instrumento de protesto, mas sim um espaço propício pra que isso aconteça de forma eficaz.

Assim como aquelas gifs – imagens animadas – enchem a paciência quando poluem a visão das nossas mídias sociais, também o “falar por falar” enche a paciência e tira o foco daquilo que a manifestação realmente quer conquistar. Voltando a falar sobre os protestos virtuais, podemos nos lembrar das diversas manifestações que aconteceram no Brasil pedindo o fim da corrupção e a mudança do governo. Como disse anteriormente, a legitimidade das manifestações não estão em cheque aqui, mas sim o quanto essas manifestações realmente produzem efeito. Por exemplo: no Facebook e nas demais redes sociais, 10 milhões de pessoas chegam a confirmar participação nesses eventos e protestos que acontecem em grandes centros como a Avenida Paulista, em São Paulo, capital. Quando chega o dia do protesto, menos da metade daquele número se fez presente. O que aconteceu com o restante? Esqueceram da data? Ou só têm forças para protestar virtualmente?

de ve se m pr e O qu e fa ze m os na we b e viv em os no se r re fle xo da qu ilo qu o ca ím os no dia -a -d ia, po rq ue se nã pe rs on ag em ris co de te rm os um é um su pe r qu e na s re de s so cia is om en to s de pa tri ot a, m as no s m a um pa ss ivo int en sa lut a se to rn dia nt e da so cie da de .

Na Igreja, é missão do leigo estar engajado na política e protestar por seus direitos. Reitero aqui: todas as manifestações são legítimas quando não afetam o outro! Todas as manifestações são legais quando se tem um foco e quando se vê atitude não só no virtual. No caso da política, por exemplo, a manifestação é legal quando as urnas confirmam aquilo que se clamava na web, nas ruas e em cada lar.

JUN 2016 I 17

Aliança em Ação

Testemunho

FILHOS DA ALIANÇA SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Editora

Casa de Acolhida São José, situada xem São José dos Campos, Interior de São Paulo, foi inaugurada no ano de 2003, com o objetivo de oferecer um caminho de mudança de vida para moradores de rua através da experiência com Deus.

A importância da evangelização com os jovens Acredita-se que o melhor caminho para despertar o cristão na vida de cada jovem é a evangelização, que auxilia na formação e comprometimento com a vida do próximo. No desejo em formar homens e mulheres conscientes do seu batismo e de sua escolha por Cristo.

O espaço já foi utilizado para a acolhida de crianças, depois idosos e por fim tornou-se a casa de acolhida para homens a partir de 18 anos. Possui capacidade máxima de 50 vagas e atualmente atende 44 pessoas entre jovens, adultos e idosos, que são chamados e tratados como Filhos da Aliança.

O trabalho com os jovens é de suma importância em um mundo tão secularizado e cheio de ideologias que os “matam”. Evangelizá-los é tornar a Igreja, e assim a Aliança, mais dinâmica e com vigor, pela capacidade que os jovens apresentam diante do encontro que cada um faz com Cristo.

VAGAS

JOVENS / ADULTOS / IDOSOS A reinserção é uma forma de preparar estes homens, e possibilitar que adquiram responsabilidade e confiança na própria vida. É um período em que, morando em uma de nossas casas, o filho começa a ter liberdade para sair e procurar emprego e/ou voltar a estudar, a fim de reinserir-se na sociedade.

18 I aliança de misericórdia

É estranho pensar que um jovem possa também estar em uma casa de acolhida, geralmente pensamos que jovens em situação de rua são destinados a abrigos para menores, mas, no entanto, estes atendem apenas até que os abrigados atinjam a maioridade (18 anos). Para cada faixa etária há um cuidado e uma tratativa específica, e na Casa de Acolhida São José não poderia ser diferente! Lá, cada jovem é acolhido realmente como filho da Aliança, de forma única, assim como o Pai nos acolhe.

Jaqueline Sampaio

Os trabalhos de acolhida e reinserção são feitos através de espiritualidade, trabalho e convivência. Os momentos de espiritualidade são: catecumenato, formação humana, celebrações, Missas, terço e meditação da Palavra. Além do trabalho que cada filho exerce na casa, em forma de escalas, em diversos setores. E ainda os momentos de convivência, que ajudam a reconstruir o convívio familiar e o diálogo.

“Os trabalhos de acolhida e reinserção são feitos através de espiritualidade, trabalho e convivência. “

Pensando nisso, junto ao trabalho à Casa de Acolhida, a Fraternidade de São José dos Campos também acompanha os jovens da cidade, mantendo com eles formações, encontros Thalita Kum, Evangelização aos domingos (que variam de acordo com o mês), JAM (Jornada Aliança de Misericórdia) e visitas às famílias (chamada de Cenáculo).

Débora – Jovem do Thalita Kum Na minha infância sempre fui à igreja e sempre soube através do que as pessoas diziam que “Deus me amava”, porém não conseguia sentir e nem encontrar esse Amor, era tudo muito superficial. Então buscava em outros lugares aquilo que isso poderia ser. Aos 8 anos já havia conhecido tudo aquilo que o mundo poderia me oferecer, que acabaram destruindo toda minha identidade e me roubaram toda felicidade. Na busca de um amor que pudesse me saciar e me trazer felicidade fui me perdendo cada vez mais. Porém, ainda sabia e acreditava na existência de um Deus que as pessoas diziam que me amava. Então resolvi dar uma chance pra Ele e através de um Encontro da Aliança de Misericórdia, fui tocada pelo Amor de Deus e então encontrei a felicidade que tanto procurava e o Amor que ainda me faltava. Hoje, após ter sido transformada por esse Amor, encontrei sentido na minha vida e como forma de gratidão a Deus caminho junto com o Thalita Kum, com o desejo de que outros jovens possam sentir esse amor de Deus.

Casa de Acolhida São José - Estrada Antonio de Sá Flor, 1050 - São João São José dos Campos/SP - (12) 99721-4249

Quer contribuir com este projeto? Faça sua doação, depositando em nossa conta: Banco Bradesco Agência:3137-2 Conta:56.000-6 CNPJ: 04.186.468/0001-73 JUN 2016 I 19

Entrevista

Espaço Jovem

“amor, solidariedade, compreensão e paciência de ouvir e respeitar.”

Dra. lisete Teixeira é médica pneumologista há mais de 30 anos. Sua especialidade estuda os mecanismos de funcionamento da respiração e da estrutura dos pulmões. Ela fez parte da equipe médica que acompanhou Maria Paola no período da enfermidade e carrega consigo uma profunda dedicação ao que faz.

Tathiany Nogueira

Reconhecendo o grande dom e responsabilidade que Deus lhe deu em zelar pela da vida humana, Dra. lisete enxerga também sua missão enquanto cristã em amar e respeitar cada paciente que chega até ela, na certeza que a maior recompensa é a bondade de Jesus Cristo com sua própria vida.

Missionária Comunidade de Vida

Dra. lisete Teixeira Médica Pneumologista

AM: Qual o fato que mais lhe marcou durante o tempo que cuidou da Maria Paola? lIsete: Maria Paula era muito especial.

Seu sofrimento era traduzido por um sorriso inigualável. Era a imagem viva da serenidade resignação e força. E que força! Ela exalava a presença de Deus. O fato que mais me marcou foi a fé, a força e a bondade da Maria em todos os momentos.

presente e tenta nos mostra o caminho para a luz.

Para você, como é lidar com o óbito de um paciente?

Como você enxerga cada paciente que chega até você?

Por um lado, é um momento de profunda tristeza e de impotência, pois não conseguimos cumprir o objetivo de curar e dar conforto. Por outro lado, como cristã, sinto o consolo de Deus, que tudo sabe e deseja somente o bem de seus filhos. Esse pensamento vai de encontro às pessoas que tem uma doença terminal e poucas chances físicas, mas sempre acreditamos que Ele poderá fazer o milagre da cura.

Como alguém que veio precisando não só de cura do corpo como também cura da alma, precisa de amor carinho amizade e compreensão.

O que te levou a cursar medicina e, em especial, essa especialidade? Desde pequena sentia a necessidade de ajudar os outros quando estavam doentes, meus primos, irmão e amiguinhos. E claro, os animais também. A especialidade de Pneumologia foi por afinidade por realmente achar que poderia ajudar muito.

O que você considera como um tratamento indispensável para uma pessoa, independente da enfermidade? Amor, solidariedade, compreensão e paciência de ouvir e respeitar.

20 I aliança de misericórdia

er jovem ou adolescente não é facil... quem nunca escutou: “ - você é muito criança pra pensar nisso!” ou então, “ você não acha que é muito grandinho para fazer isso?”. Isso causa tanta confusão, sou grande ou pequeno! Sou uma criança grande ou uma pequeno adulto? É muito comum ver jovens querendo ser vestir, se comportar, ter relacionamentos como os adultos, mas...

O QUE VOCÊ PERDE SE CRESCE ANTES DO TEMPO? Voce corre risco de tomar decisões importantes na sua vida, baseado: * nas emoções - pois seu corpo todo está em desenvolvimento (cerébro, hormônios, afetos...); * na opinião dos seus amigos - essa fase é marcada pela necessidade de circulos de amigos e da aprovação dos mesmos... * na confusão de sua identidade - afi nal você ainda está descobrindo que tipo de pessoa que você quer ser.

Você, que lida diretamente com o cuidado com a vida, como a define? Vida pra mim é a confi rmação de Deus. É a obra que ele deixou para que nos aprendêssemos a administrar e principalmente cuidar e fazer florescer. É o espirito d´Ele em cada ser vivo que se faz

PORQUE EXISTE UMA PRESSÃO TÃO GRANDE PARA QUE VOCÊ CRESÇA ANTES DO TEMPO? O quanto antes você crescer, mais rápido irá comprar... comprar e comprar. Será mais um no mercado consumidor. A mídia incentiva isso porque tem interesse na venda de seus produtos.

NESSE PERÍODO QUAIS SÃO AS MAIORES DESAFIOS? • Consolidação da identidade; • Escolha profissional; • Escolha amorosa; • Integração as estruturas sociais; • Angustia existencial; • Maior independência com responsabilidades.

Crescer antes do tempo não é ser uma pessoa madura? Não! Em cada fase que vivemos temos um papel na sociedade e uma consciência de nossas atitudes. Quando queremos ser algo que ainda não somos, “metemos as mãos pelos pés” e depois fica difícil reparar os estragos que fazemos. Sabiamente a Palavra de Deus nos ensina: “Existe um tempo para cada coisa debaixo do céu!” (Ecl 3,1).

Maria Paola no período da enfermidade

leia a entrevista na íntegra em nosso site: www.misericordia.com.br

E você, já parou pra pensar se está vivendo de acordo com o tempo certo? #PenseNisso

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Kids

Mensagem e Comunicados

seU aMIGo

nIvaldInHo 1

Digo sim à Vida!

antigo terminal rodoviário Bresser Quinta às 19h30 (Embaixo da estação Bresser do Metrô) Informações: (11) 3120-9191

a esperança na vida eterna

Somos uma Igreja peregrina, estamos em êxodo a caminho de nossa páscoa definitiva. Olá amiguinhos, que bom ver vocês mais uma vez!

“Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11,25). Jesus está dizendo que a ressurreição depende da vida, Ele é a ressurreição por ser a Vida. A vida que Ele comunica, indica unicamente sua continuidade. A qualidade que ela possui faz com que, ao encontrarse com a morte, a supere, isso se chama ressurreição¹. O germe da vida eterna está em Jesus.

Esse é um mês muito especial para a família Aliança de Misericórdia sabia?

Em Junho nós lembramos de quando nossa irmã mais velha, a Maria Paola, foi morar com o Papai do Céu...

Para pensarmos a esperança na vida eterna, é preciso entender a palavra vida nos termos bíblicos. Quando Jesus diz que é a vida, ele usa a palavra (ζωή-Zoé). Vida na palavra grega também é bios, por isso biologia, mas quando Jesus fala de vida ele usa Zoé, que significa a vida plenificada, qualificada pela força do amor que Nele está. Todo aquele que está unido a Ele, recebe essa vida plena. A condição para a vida eterna é amar a vida presente e viver com Cristo, com Ele vivemos uma prolepse (antecipação) da vida definitiva. A esperança na eternidade nos faz caminhar, não parar e manter os olhos fixos Naquele que está nos chamando à vida.

Caminhemos, olhos fixos no Senhor! Deus os abençoe! ¹ (cf. Coleção Grande Comentário Bíblico- O Evangelho de São João)

Pe. Douglas Antônio Padre Aliança de Misericórdia

Quando ela ficou bem doentinha ela não teve medo de fazer a vontade do Papai do Céu...

Digo sim à Vida! Digo sim a tudo que me destes!

Igreja n. sra. da Boa Morte Segunda a Sexta às 18h | 6ª às 12h | Sáb. às 15h Dom. às 10h e 18h Segunda - Atendimento de Oração das 14h30 às 17h30 grupo Pe. Pio às 19h30 Casa Ies - Botuquara - Terça às 20h Rua Nilo Bruzzi, 31 - Casa de Formação Jd. Botuquara/ SP - Taipas (alt. do n° 13890 Av. Raimundo Pereira Magalhães) Informações: (11) 3943-3725 Colégio Paraíso - Quarta às 19h (Rua Dona Conceição 1246 - Juazeiro do Norte - CE) Casa são João Batista - Dom. às 10h (Sítio Riacho do Meio S/N, Dist.Caldas - Barbalha - CE) vigília MMae - 1ª Sexta do mês das 22h30 às 05h Em todas as cidades onde a Aliança está presente JaM - 1º Domingo do mês (em todos os locais onde a Aliança está presente) Missa de Cura e libertação - 11/06 - 20h Casa Cenáculo Emanuel - Rua Avanhadava, 616 Bela Vista - SP - Informações: (11) 3237-3061

Ela é uma grande amiga de Deus e por isso fazia tudo para que Ele ficasse feliz, tudo mesmo. 4

Informações e locais - santa Missa

noite de Bençãos - 29/06 - 19h30 Paróquia da Assunção de Nossa Senhora Alameda lorena, 665a - Jardim Paulista -SP (Esquina com a 9 de Julho) Informações: (11) 3120-9191 Programas de tv a arte da vida TV Século XXI - Todo Domingo às 21h Histórias em oração TV Canção Nova - Toda Sexta às 23h30

Ela ajudava os pobres, nos ensinava a rezar, amava a Mãezinha do Céu e sempre acolhia a todos, sem diferença.

22 I aliança de misericórdia

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