NOVEMBRO2013 #6
PÁG. 10 ENTREVISTA COM CARLA TAVARES A NOVA PRESIDENTE DA C.M.AMADORA
PÁG. 16 NOVA VALÊNCIA U.A.C. EM A-DA-BEJA
Constantino Pinto Provedor da Misericórdia da Amadora
VIVEMOS TEMPOS CONTURBADOS, CHEIOS DE INCERTEZAS E DE DIFICULDADES… TODOS, OU QUASE TODOS, SENTIMOS DE UMA FORMA OU DE OUTRA, OS EFEITOS DESTE “STATUS QUO”.
Somos constantemente confrontados com os efeitos desta dura realidade que nos revela as profundas dificuldades em que muitas famílias se encontram e a incapacidade da sociedade em geral de superar este clima, e sobretudo de tomar medidas claras para encontrar soluções. Temos que fazer alguma coisa, temos que fazer a nossa parte! É aqui e agora que se exige a nossa presença, a nossa intervenção clara, respondendo afirmativamente ao grito de socorro dos que mais necessitam. Este é o nosso campo de missão e esta a hora de atuar! POR TUDO ISTO E APÓS DEZASSETE ANOS NA MESA ADMINISTRATIVA, SOU AGORA CHAMADO A ASSUMIR AS FUNÇÕES DE PROVEDOR, PARA AS QUAIS ME SINTO PREPARADO E VERDADEIRAMENTE MOTIVADO. NÃO PODIA FICAR INDIFERENTE! É meu objetivo dar continuidade ao trabalho de excelência desenvolvido até aqui pela Mesa Administrativa e por todo o quadro profissional da nossa casa, com quem pretendo manter uma relação de proximidade e sã colaboração! Todos temos um papel
importante e urgente a desempenhar porque são muitos e cada vez mais os que precisam de nós no imediato! Não podemos fazer de conta que nada disto é connosco! NESTA INSTITUIÇÃO, CADA UM DE NÓS TERÁ QUE SER CAPAZ DE RESPONDER POSITIVAMENTE E DE, COM TOTAL CLAREZA, DIZER: PRESENTE! ISTO FAZ-SE EM CADA MOMENTO, DANDO O MELHOR DE NÓS PRÓPRIOS NO DESEMPENHO DAS NOSSAS ATIVIDADES PROFISSIONAIS E/OU VOLUNTÁRIAS. A Mesa Administrativa, agora reorganizada (o mesário Luís Brízida é o novo Vice-Provedor e a Irmã Isabel Rodrigues, é Mesária Efetiva) compromete-se a ser o exemplo e a criar as condições para que todos possamos Bem Servir! Temos muito trabalho pela frente: mãos à obra e que todos nos unamos em torno deste chamamento!
FICHA TÉCNICA | Revista Ser Misericórdia nº6 PROPRIEDADE E EDIÇÃO Santa Casa da Misericórdia da Amadora Estrada da Portela - Quinta das Torres Alfragide - 2610-143 Amadora Tel: 214 722 200 - Fax: 214 722 212 E-mail: santa.casa@misericordia-amadora.pt
DIREÇÃO Manuel Girão DESIGN E ARRANJO GRÁFICO IMAGINARQ
TIRAGEM 2.000 Exemplares
DEPÓSITO LEGAL 299826/09
Equipa RSI
«A confiança é a mais alta forma de motivação humana. Extrai o melhor das pessoas. Mas requer tempo e paciência, e não prescinde da necessidade de treinar e desenvolver as pessoas, para que a sua competência se nivele com a confiança.» Covey
A SCMA, na linha da contínua melhoria do Serviço prestado, fez nascer, em 2013, a mais recente Resposta Social: o Campus Social que funciona, desde Junho, no espaço da Escola Mina D'Água que foi cedido pela Autarquia.
Esta ação traduziu-se no colorir de lugares cinzentos e na transformação de espaços desabilitados, em Hortas Comunitárias, Salas de Formação e Espaços Ludo pedagógicos.
É um espaço de porta aberta à Comunidade, com enfoque em cidadãos em transição duma situação de vulnerabilidade socioeconómica, rumo à capacitação e autonomização. A Comunidade e a rede de Parcerias têm papel de destaque, funcionando o Campus como incubadora de Boas Práticas.
Nesta Ação, participaram 150 Colaboradores do ISLA (Professores, Alunos e outros funcionários), 35 Colaboradores e Voluntários da SCMA, bem como fucionários e voluntários da CMA.
O Campus Social é hoje uma realidade que disponibiliza, diariamente, Serviços de Capacitação e Autonomização para 1300 Cidadãos em situação de desvantagem socioprofissional. A efetivação deste sonho da SCMA foi enquadrada pelas Boas Sinergias Intersetoriais que se consubstanciaram nos dias 0 e 1 desta Resposta Social. DIA 0: Co participação de Agentes Comunitários, representantes do Setor Público e Corporativo no processo de remodelação física do Espaço (CM da Amadora e Universidade Europeia); Ação da Universidade Europeia: I Give a Little Love - 12 de março de 2013 A Boa Parceria desenvolvida com a Universidade Europeia (anteriormente ISLA), no âmbito do Acolhimento de Estagiários e da Responsabilidade Social Corporativa, conduziu à identificação conjunta da importância da participação ativa daquela Universidade na remodelação/pintura de espaços, conferindo-lhes escala e dimensão para desenvolvimento de Atividades Comunitárias.
DIA 1: Evento de Inauguração do Campus Social. A participação dos Parceiros e Agentes Comunitários na operacionalização do Campus Social, contribuiu significativamente para que esta Resposta Social abrisse as suas portas à Comunidade, no dia 21 de junho de 2013, através de um Evento de Inauguração, para o qual foram convidados os destinatários do Campus Social, Agentes Comunitários, Parceiros e Comunidade. O Campus Social, desde o dia 22 de junho de 2013, tem vindo a disponibilizar Serviços/Atividades/Programas de Capacitação e Autonomização à Medida das necessidades de cidadãos em situação de desvantagem socioeconómica. O desafio que lançamos é que outros Agentes Comunitários se juntem ao Clube de Xadrez da Amadora, que já funciona 3 vezes por semana no Espaço, e aos Parceiros que intervêm no Campus Social (CM da Amadora; NUPIC; Talenter; ISS, Facility Services; VADECA; PSP; FITI; ANJAF) e que continuem a contribuir para os ganhos de Escala que se pretende que este Espaço ainda adquira, enquanto polo de Capacitação, sempre sob o lema de Bem Servir a Comunidade.
Equipa CLDS
A SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DA AMADORA FOI CONVIDADA PELA AUTARQUIA LOCAL PARA DESENVOLVER UM PROJETO DE INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA NO TERRITÓRIO DA VENDA NOVA, NO ÂMBITO DO PROGRAMA CLDS+ (CONTRATO LOCAL DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL +), SENDO ESTE FINANCIADO POR FUNDOS ESTRUTURAIS EM CONFORMIDADE COM A LEGISLAÇÃO NACIONAL E COMUNITÁRIA APLICÁVEL, DESIGNADAMENTE PELO FUNDO SOCIAL EUROPEU E POR VERBAS PROVENIENTES DOS RESULTADOS LÍQUIDOS DOS JOGOS SOCIAIS (PORTARIA N.º 135-C/2013).
A Misericórdia da Amadora, no âmbito deste projeto, é a Entidade Coordenadora Local da Parceria estabelecida com o Centro Social 6 de maio, que assume a execução de determinadas iniciativas previstas em plano de ação, contando com a colaboração de todas as entidades representadas no CLAS (Conselho Local de Ação Social), assim como, outras organizações locais com as quais se estabeleça parceria. O PROJETO VIAGPS, QUE DECORRERÁ DE JUNHO DE 2013 A JUNHO DE 2015, TEM COMO PRINCIPAIS OBJETIVOS O COMBATE À POBREZA INFANTIL, O APOIO NA INSERÇÃO PROFISSIONAL, NO DESENVOLVIMENTO DE ATITUDE EMPREENDEDORA E CRIAÇÃO DE NEGÓCIOS E A CAPACITAÇÃO DA COMUNIDADE E DAS SUAS INSTITUIÇÕES LOCAIS. Para tal, serão desenvolvidas, no âmbito dos três eixos de intervenção definidos na lei enquadradora deste Programa (Eixo 1 – Emprego, Formação e Qualificação; Eixo 2 – Intervenção Familiar e Parental e Eixo 3 – Capacitação da Comunidade e das Instituições), atividades como Gabinete de Emprego; ações de formação em empreendedorismo, língua portuguesa, desenvolvimento pessoal, artes e ofícios, voluntariado, associativismo, saúde; Atendimento Psicossocial; sala de estudo acompanhado; atividades lúdico-culturais entre gerações, assim como, ações de revitalização de organizações do território.
Para quem? As atividades do ViaGPS destinam-se a todas as crianças, jovens e adultos residentes no território da Venda Nova de forma gratuita e no estrito respeito pela confidencialidade das informações partilhadas entre os Técnicos e o Público-alvo. Onde estamos? A sede do ViaGPS fica localizada na Praceta Teresa Gomes, n.º 3 B, Venda Nova – Amadora, ao lado da Delegação da Junta de Freguesia da Venda Nova. As atividades decorrerão em todo o território de abrangência. VIAGPS Porquê? A definição de um projeto de vida é, na visão da equipa técnica, a base para o ser humano construir a sua história, a sua existência. Em tempos de mudança, individual e social é premente e crucial que cada Pessoa se posicione na Comunidade em que está inserida. O ViaGPS, ao invés de indicar qual o caminho, procura despoletar comportamentos de descoberta das competências pessoais, sociais, profissionais que cada um transporta consigo, possibilitando, assim, a construção do seu próprio GPS e (re)orientar o seu projeto de vida.
ENQUADRAMENTO PENDULUM A Santa Casa da Misericórdia da Amadora na sua linha de desenvolvimento e maximização do trabalho em rede, mantém com a Cooperativa Aproximar uma relação de parceria em projetos de Mentorização nacionais e transnacionais, iniciada com o Projeto MOMIE (Models of Mentoring for Inclusion and Employment) e consubstanciada, agora, no MEGAN. Da mais-valia desta relação, surgiu o Consórcio PENDULUM, cuja Missão é capacitar as Organizações & Profissionais no âmbito da Mentorização, através de processos de Consultoria, nas dimensões da Formação e Supervisão. O PENDULUM tem como valores o Empreendedorismo, a Cooperação, a Resiliência, a Formação, a Interculturalidade e o Trabalho em Equipa e disponibiliza os seguintes serviços: Mentorização, Formação de Mentores & Supervisores, Consultoria e Coaching. Os segmentos alvo são Organizações do Setor Público- 3º Setor- Setor Empresarial. ENQUADRAMENTO MEGAN O projeto MEGAN, antecedido pelo Projeto MOMIE, pretende consolidar um método específico e sistematizado, através da Mentorização para a Inclusão Social. Tem como objetivos i) testar um modelo de mentorização através da seleção aleatória de 30 mentorandos (grupo experimental) e 15 Mentores; ii) Assegurar a qualidade e consistência dos modelos através da Avaliação liderada por Investigadores; iii) Disseminar as aprendizagens e boas práticas para que os resultados e as aprendizagens possam ser incorporados em medidas políticas e outras organizações sociais; iv) Constituir um grupo de especialistas para monitorização nacional e promoção do Modelo enquanto metodologia de Intervenção, influenciando as políticas sociais nacionais. Esta Metodologia está a ser experimentada na Hungria, no Reino Unido e em Portugal.
No caso de Portugal, a população-alvo são os beneficiários do Rendimento Social de Inserção e o Processo de Mentorização teve o seu início no dia 26 de junho, tendo a duração de 6 meses. Os destinatários deste Projeto são 15 Mentores (Beneficiários de RSI em rota de Autonomização ou exBeneficiários) e 30 Mentorandos (Beneficiários de RSI), pertencentes a duas categorias Em situação de Desvantagem e Empreendedores, numa relação de Mentorização de um Mentor para dois Mentorandos que se reúnem semanalmente durante hora e meia. Estas sessões são divididas entre momentos informais (partilha livre de assuntos/temas) e momentos formais (pacote formativo de competências pessoais, sociais e profissionais: Comunicação, Gestão de Tempo, Resiliência, Equilíbrio pessoal/profissional, Técnicas Procura Emprego, Voluntariado, entre outros). ENCONTRO MEGAN – RESULTADOS No passado dia 4 de outubro, realizou-se no Auditório da Santa Casa da Misericórdia da Amadora um Encontro Transnacional MEGAN. Estiveram presentes no encontro 24 Instituições e 41 Convidados Singulares, a somar aos Parceiros ingleses (NOMS, Inclusion e PRAXIS) e Húngaros (BaGAZ). No seguimento deste Encontro, a Equipa do Consórcio teve já reuniões de negociação de adaptação do Modelo com a Cruz Vermelha Portuguesa, GRACE/ACIDI (Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial/Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural) e Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.
O Aprender & Brincar definiu no seu planeamento estratégico, no eixo de capacitação e inovação para a qualificação dos seus técnicos, a dinamização de várias atividades de self empowerment, capazes de mobilizar uma atitude empreendedora, como força de transformação coletiva, mas sobretudo de autoconstrução de competências orientadas para o desenvolvimento pessoal e social.
Figura n.º 1 Ciclo formativo e acções
A 1º ação decorreu em espaço exterior através da realização do VII Outdoor do Aprender & Brincar, com o objetivo de reforçar a importância do esforço individual na concretização de objetivos coletivos e a observação da autoresponsabilização como elemento fundamental de transformação e de criatividade. A 2º ação integrou o visionamento do documentário, Quem se importa? 1 que ilustra o conceito de empreendorismo social, na sua vertente mobilizadora de recursos coletivos na resposta a problemas sociais nas áreas da pobreza, da justiça, da saúde e da educação. Esta sessão serviu para refletir sobre a capacidade transformadora endógena ao Homem na subversão de realidades adversas em oportunidades, caminhos e respostas alternativas, (re)centrando o papel da ação individual e coletiva perante os obstáculos dos dias de hoje, seguindo uma atitude empreendedora:
Para finalizar o ciclo formativo, na 3ª ação foi realizado um Workshop de empreendorismo e inovação, que disponibilizasse um ambiente favorável a um diagnóstico pessoal de cada técnico, através da análise SWOT,
Para a concretização dos objetivos deste eixo estratégico foi desenhado um ciclo formativo com as seguintes ações (figura n.º1):
seguindo uma metodologia participante propícia ao desenvolvimento das competências pessoais e sociais dos mesmos. Noutro momento deste Workshop os técnicos do Aprender & Brincar formaram equipas diferenciadas entre os vários centros de ATL e aplicaram a mesma ferramenta de diagnóstico à valência Aprender & Brincar. Esta surgiu com o objetivo de facilitar a participação e o envolvimento de todos na construção de novas ideias inovadoras de serviços a fornecer aos utentes do ATL e às suas Famílias. Desta forma permitiu-se (re)inventar e alcançar novos modelos de intervenção, de sustentabilidade e de marketing social, capazes de responder ao receio de cristalização e estacionamento de respostas sociais padronizadas. Alguns exemplos de ideias e novos projetos/atividades em incubação:
Em síntese, a inspiração para o surgimento deste eixo de capacitação e inovação no Aprender & Brincar teve como principal objetivo dar oportunidade formativa na área do empreendorismo e inovação, na mobilização e valorização das qualificações de cada técnico para a definição de uma atitude empreendedora individualizada capacitante do desenvolvimento crescimento pessoal e profissional, com benefícios comuns na construção permanente da Missão de Bem Servir. 1 O documentário "Quem se Importa" é realizado por Mara Mourão que apresenta o trabalho de 18 empreendedores sociais cujas ideias visionárias já transformaram milhões de vidas.
Equipa RSI
O EntreNós tem âmbito prioritário em duas áreas: a Cidadania e a Saúde, na medida em que, cada vez mais, os fracos e limitados recursos financeiros impedem esta população de aceder/adquirir determinados bens e serviços.
PRÓXIMOS PASSOS:
No âmbito da Cidadania, o EntreNós funciona como um instrumento facilitador da minoração e/ou supressão destas necessidades, através da troca gratuita de bens e serviços entre os Beneficiários. Esta troca surge da necessidade identificada por parte de um elemento do grupo (procura) e da disponibilização desse bem e/ou serviço por outro elemento que o possa facilitar (oferta). Na dimensão da Saúde, o Projeto facilita o acesso a serviços nos eixos dos Cuidados Primários (numa primeira fase piloto): Rastreios Auditivos / Oftalmológica / Cardiovascular e Ortodôntica e Cuidados Secundários (numa segunda fase de incorporação), sendo operacionalizado através de Parcerias com Entidades que operam no âmbito da saúde.
. ALARGAR A REDE DE PARCERIAS ESTABELECIDAS, NAS SEGUINTES ÁREAS: AUDITIVA; CARDIOVASCULAR, OFTALMOLÓGICA; E ORTODÔNTICA;
No decorrer da implementação do Projeto Piloto do EntreNós, os resultados atingidos consolidaram a importância da Metodologia e a sua Incorporação na prática diária da Equipa RSI. Apresentam-se de seguida os resultados alcançados em cada âmbito de Intervenção
. ALARGAR A ESCALA DE PARTICIPAÇÃO NO ENTRENÓS A BENEFICIÁRIOS DE RSI QUE NÃO ESTEJAM INTEGRADOS NO PROGRAMA;
. MAXIMIZAR A DIVULGAÇÃO DO ENTRENÓS A TODOS OS PARCEIROS E COMUNIDADE; . MAXIMIZAR AS COMPETÊNCIAS DE COMUNICAÇÃO, COOPERAÇÃO, INTERAJUDA E FACILITAÇÃO DENTRO DO PRÓPRIO GRUPO.
Uma sociedade indiferente à clausura dos cidadãos como resultado da sua reduzida mobilidade ou grau de dependência é com certeza uma sociedade desleixada e irresponsável. A autonomia readquirida pela eliminação das barreiras arquitetónicas não se esgota no usufrutuário; esta reflete-se na comunidade e em particular na família, vizinhos e instituições que prestam cuidados primários. Sonhos concretizados no passado com a aquisição de uma casa como fator de bem-estar e segurança no futuro, não tão raras vezes como seria desejável podem transforma-se em condomínios prisionais sem necessidade de grades ou pulseiras. Durante anos a preocupação com a eliminação de barreiras arquitetónicas esteve direcionada para edifícios ditos “Recebendo Público”; neste capítulo o caminho já percorrido é algo que como sociedade nos deve motivar. Hoje esta preocupação está presente desde o primeiro esquiço independentemente do tipo de edifício ou utilização em questão; mas nem sempre foi assim e a cidade da Amadora não é exceção, em especial no seu parque habitacional mais antigo. Consciente desta realidade, o Município da Amadora criou em 2000 o projeto “Mobilidade e Acessibilidade Amadora uma cidade para todos”, com o objetivo de “suprimir as barreiras arquitetónicas existentes, de modo a proporcionar uma melhor qualidade de vida aos
residentes no município, sobretudo à população com dificuldade de mobilidade ou com mobilidade reduzida”. No âmbito do projeto e pela especificidade dos pedidos e premência na sua resolução, o Município estabeleceu em 2010 um “Protocolo de Colaboração” com a Santa Casa da Misericórdia da Amadora para prestação de serviços de assistência social a pessoas com deficiência através da eliminação das barreiras arquitetónicas no interior e exterior do edificado, a executar pela sua Empresa de Inserção (Novo Espaço) cuja atividade principal é a de recuperação e manutenção de espaços interiores e exteriores.
Exemplo de barreira arquitectónica (acesso ao prédio)
Aumento da largura das portas
As solicitações e pedidos de ajuda são priorizados pela Divisão de Intervenção Social da Câmara Municipal da Amadora e estão diretamente ligados ao tipo de limitação ou deficiência em questão, e que se podem traduzir na colocação de um simples corrimão, à substituição de banheiras por base de duche, à criação de rampas em alternativa a degraus, ou mesmo à instalação de cadeiras e plataformas elevatórias. O Projeto já permitiu dar resposta a dezenas de pedidos; mas mais importante que números é a satisfação do “Bem Servir” e devolver a autonomia e dignidade humana que motiva os envolvidos neste projeto. “Obrigado” tem sido a palavra mais escutada. Reencaminho-a aos que não contactam diretamente com os beneficiados.
Substituição Banheira por Base Duche
Manuel Tiago Diretor Operacional Santa Casa da Misericórdia da Amadora
Adaptação de Entrada de um Prédio para...
... permitir o Acesso a cadeira de Rodas
Cadeira Elevatória
Plataforma Elevatória
VÊ A SCMA COMO PARCEIRA DA CÂMARA, PORQUE “É UMA INSTITUIÇÃO COM OS PÉS ASSENTES NO CHÃO”. ESTÁ “MUITO PREOCUPADA” COM O DESINTERESSE DAS NOVAS GERAÇÕES PELA POLÍTICA, MAS CONCORDA QUE A POLÍTICA NÃO SE ESGOTA NOS PARTIDOS.
Lamenta a pouca adesão dos cidadãos às plataformas de participação autárquica, como as reuniões de câmara. Defende um estado mais ativo nas questões sociais, que “tem de ser agente facilitador e arriscar” em parceria com as instituições da sociedade. Se gerir uma câmara é “muito violento”, não se queixa. Diz que gosta do que faz, mas reconhece que tem “medo de falhar”. A autarca de 43 anos - que estudou na Amadora até ao 12º ano, prefere a praia ao campo e o cinema à leitura - revela linhas de ação do executivo camarário para os próximos quatro anos: investimento e emprego qualificado para o concelho, cativar os jovens, potenciar a multiculturalidade e a participação, aprofundar parcerias. Ser Misericórdia (SM) - Quando começou a sua relação de proximidade com a Amadora? Carla Tavares (CT) - Desde 15 Agosto de 1970 dia do meu nascimento. Nasci em Lisboa mas vivi na Reboleira até aos 27 anos. Também estudei na Amadora, primeiro no Externato Cinderela, depois na Escola Roque Gameiro e na Escola Secundária da Amadora. SM - Como chegou à política? CT - Sempre gostei muito de política e fui habituada em casa a ouvir os meus pais a falar de política. Apesar de eles não serem militantes de nenhum partido político eram simpatizantes do Partido Socialista. Um amigo dos meus pais convidou-me em 1993 para fazer parte da sua lista, como candidato à Junta de Freguesia da Reboleira.
Eu não era militante sequer do PS. Desde que comecei a votar que participava das mesas de voto como voluntária. Na altura não havia retribuição por participar as mesas de voto. Os meus pais ajudavam na comissão recenseadora ainda com o Sr. Júlio como Presidente da Junta da Reboleira, e, desde muito jovem que me habituei a andar com eles. No final dos anos oitenta participei nas mesas de voto voluntariamente e em 1993 surgiu o convite para fazer parte da lista da Assembleia de Freguesia da Reboleira. E fui ficando por aqui, fazendo a minha vida profissional, até que em 1999/2000 surgiu o convite do presidente Joaquim Raposo - pois eu já tinha integrado a lista da Assembleia Municipal em 1997 - para integrar a lista da Câmara. Foi um conjunto de situações. SM - Muito se tem falado sobre a deceção das pessoas com a política e os políticos. A abstenção nas eleições autárquicas revela que essa deceção atingiu também as plataformas políticas de proximidade. Está preocupada? CT - Bastante preocupada, não como política, pois considero-me uma “aprendiz de feiticeira”, apesar de andar por estas vidas, mas como cidadã. Acho que, melhor ou pior, a democracia é o melhor sistema que temos e o facto das pessoas não se envolverem no processo, é abdicarem de algo que, para mim, mais que um direito, é um dever, que é o exercício do voto, de escolher e não permitirem que outros escolham por nós. Digo isso aos meus amigos que também não votam. Não interessa em quem - dissemos muitas vezes durante a última campanha - , há que exercer o direito de voto. Se é
11 ENTREVISTA
ENTREVISTA «TODOS DEVEM REFLETIR POR CAUSA DA ABSTENÇÃO.» à esquerda, à direita ou ao centro não é o mais importante, o importante é que as pessoas não abdiquem de um direito democrático que custou muito a conquistar e, desse ponto de vista, preocupa-me bastante, porque o pior de tudo é o afastamento, as pessoas estarem completamente desligadas e permitirem que outros escolham por elas. Esta última abstenção foi muito elevada, acredito que nas europeias será também verdadeiramente assustador e acho que todos devem refletir. A abstenção deve ser uma preocupação de todas as forças políticas, para que se empenhem em conseguir cativar a confiança das pessoas. SM - A política esgota-se nos partidos? CT - Eu acho que não. A política existe no movimento associativo, existe nas organizações privadas. Eu venho de uma organização privativa e há sempre “politiquice”. Existe em qualquer lado, não é só nos partidos, não se esgota nos partidos e vê-se isso até pelo próprio movimento associativo, cada vez é mais difícil de renovar as direções, cada vez é mais difícil as pessoas envolverem-se numa participação cívica, mesmo os movimentos de cidadãos. Não falo daqueles que
aparecem nas eleições autárquicas, mas os que vão surgindo de uma forma mais ou menos organizada nos territórios e nós também temos felizmente algumas situações dessas. Ou acabam por desaparecer ou, mais cedo ou mais tarde, acabam por se politizar e eu acho que isso também não é bom. As pessoas devem envolver-se, é importante que as pessoas se organizem no seu território, que sejam reivindicativas, que sejam participativas. Para mim - e sei que a maioria dos meus colegas é assim que pensa -, o mais desmotivante é nós fazermos uma reunião pública e termos dois munícipes... É sinal que não fazemos bem o nosso trabalho, seguramente. SM - Que leitura faz das últimas eleições? Como interpreta fenómenos pontuais, mas crescentes, de plataformas “independentes” ou partidariamente “dissidentes”? CT - São processos normais, mais normais ainda quando há um processo de limitação de mandatos, quando os partidos, todos, às vezes não conseguem internamente gerir as suas diferenças. E tivemos alguns casos, bem conhecidos, em que isso aconteceu. É consequência também de um forte afastamento das pessoas em relação aos partidos políticos. Se nos centrarmos na Amadora, há 4 anos tivemos mais movimentos aqui para a Câmara - o MICA e o CIPA - que não tivemos desta vez. Acho que são processos normais. Um grupo de pessoas que se organiza, porque está zangada com a sua família política, uma pessoa que constrói uma lista, se apresenta a uma eleição, vai a votos, tem um programa eleitoral, isso é o quê? É política! «CATIVAR NOVAS GERAÇÕES PARA A POLÍTICA É UM DESAFIO DIFÍCIL.» SM - Face até ao contexto social da Amadora, como cativar novas gerações para o exercício da política de proximidade? CT - É um desafio difícil. Não sei. Nós também não sabemos sinceramente. Não há uma receita milagrosa. Há fenómenos curiosos nestas eleições autárquicas, como já tinha acontecido nas legislativas. Agora, com o cartão de cidadão, torna-se mais difícil, mas é possível, ver as mesas onde votam as gerações mais novas, apesar de em algumas freguesias não ser tão fácil essa leitura. Não se pode dizer que haja um crescente interesse dos jovens, as coisas estão como estavam há 10 anos, as gerações mais jovens não são muito dadas a aproximarem-se destes processos eleitorais ou de uma participação cívica e de cidadania, que pode ser através dos partidos políticos ou não, pode ser através de um conjunto de organizações que prestam serviços e fazem trabalho nos diversos territórios, nas freguesias ou na cidade. Mas não é muito fácil tentar cativá-los. SM - De vereadora a presidente de câmara... muitas diferenças?
CT - Algumas. Foram 12 anos muito intensos, mas temo que sejam 4 muito piores que os últimos 12. É diferente, uma sensação de grande responsabilidade. É uma angústia permanente, mas tem tudo para correr bem. É difícil de gerir, muito violento, mas eu não me queixo pois gosto muito do que faço. Sente-se, o medo de não tomar as melhores decisões, o medo de não ter tempo para tratar de tudo, o medo de estar sempre em falta. Mas gere-se. Na primeira semana fiquei muito otimista, na semana seguinte já fui ajustando o meu estado de espírito. É uma coisa que faço com gosto, mas sente-se o peso, não se pode desanimar, mas sente-se o medo de falhar, de não se conseguir acorrer a tudo. E agora, à medida que nos estamos a instalar, vamos tentando acolher da melhor forma as pessoas que chegam, a tentar gerir a equipa. Gerir pessoas é sempre um processo complicado e se não conseguirmos gerir a nossa própria equipa não conseguimos gerir a cidade, é um peso grande. Mas faz-se bem, é diferente. SM - Como caracteriza a cidade da Amadora, social e economicamente? CT - É uma cidade semelhante à grande parte dos centros urbanos. Pela sua proximidade a Lisboa e pela sua centralidade na área metropolitana terá por certo outro tipo de problemas. É uma cidade que tem e terá sempre constrangimentos. A Amadora não é pior nem melhor que quaisquer outros dos centros urbanos, mas tem um imenso potencial porque tem uma diversidade e multiculturalidade que é desafio grande. Nós ainda temos que encontrar um caminho novo para esta multiculturalidade. A Amadora tem também outro potencial que é o seu posicionamento na área metropolitana face às acessibilidades, e que nenhum outro concelho com proximidade a Lisboa tem, que é a rede ferroviária, a rede viária, a futura ligação do metro à
linha ferroviária... É uma cidade que tem muitos desafios, que tem problemas, tem fragilidades sociais, pois foi uma cidade de acolhimento durante muito anos, que nem sempre foi feito nas melhores condições. É uma cidade que ainda tem algumas desigualdades preocupantes e significativas, nomeadamente nas questões da habitabilidade. Mas é, ao mesmo tempo, uma cidade que vai amadurecendo e entrando na sua fase adulta, confrontando-se com novos problemas. Está a envelhecer, mas a tenta adaptar-se para acolher os que, de uma forma menos confortável a escolheram para viver. Tem de lidar, por isso, com o desafio do envelhecimento da população, uma população idosa significativa. Assumimos ao mesmo tempo o desafio de tentar captar casais mais jovens, fazendo com que o acesso à escolaridade e a formação dos seus filhos sejam elementos facilitadores, e que pese na decisão de muita gente da minha geração regressar à Amadora... o que começa a acontecer. Resumindo, tem coisas boas, não faltam problemas, mas os desafios são muito interessantes. «FALAGUEIRA/VENDA NOVA COMO APOSTA PARA CATIVAR GRANDES EMPRESAS E INVESTIMENTO QUALIFICADO.» SM - Desafios da cidade, face à situação social e económica? CT - Porque não são coisas a curto prazo, falar delas parece por vezes um pouco utópico. Mas é assim que se vai construindo a cidade. Há uma questão fundamental: a Amadora posicionar-se no contexto metropolitano - e tem condições para isso, melhores que a maior parte dos municípios – com potencial para captar um conjunto de investimentos que são importantes, apesar de nenhum executivo, e este também não, ter a expectativa de
garantir em 4 anos que grandes empresas se instalem no concelho. Acreditamos que é agora que se começa a construir esse futuro. A gestão dos últimos 16 anos preocupou-se em garantir questões que entendeu serem básicas e que a cidade, por ser muito jovem, retalhada com Oeiras, assumiu. Estou a falar de um conjunto de problemas, da altura e durante estes 16 anos, como acessibilidades, escolaridade, zonas verdes, zonas de lazer, dar vida à cidade, qualificar o espaço publico. Sinceramente, de todos estes eixos importantes, o único que faltou cumprir, pelo desafio e complexidade financeira e social, foi a eliminação dos bairros degradados. Isso faltou acabar pois é um investimento enorme para uma cidade como a da Amadora, em que os orçamentos são o que são. Mas o que já se fez permite agora iniciar um novo ciclo, que é projetar a Amadora como cidade metropolitana. E temos a vantagem de sermos um território pequeno, densamente povoado, mas pequeno, o que facilita. SM - E que setores de atividade podem fazer a diferença numa cidade como a Amadora? CT - Tudo o que seja o setor empresarial qualificado, nomeadamente na zona da Falagueira e da Venda Nova, e que tenha acessibilidades de excelência. Podemos atrair um conjunto de empresas para aquela zona tornando-se uma mais-valia. É um grande desafio, como temos conversado entre vereadores e dirigentes, é continuar a fazer bem o que fazemos mas tendo a coragem de encarar o futuro. Há também questões de educação que temos de alterar, apesar de termos feito um trabalho interessante. No social, há que repensar algumas questões também porque temos de nos preparar enquanto entidade que gere o território e que tem que fazer investimento e os investimentos preparam-se. Nós temos essa facilidade pois temos uma excelente situação financeira. Bem ou mal, com muita ou pouca crítica, há planeamento e tem de continuar a existir. Temos de perceber a cada momento, e em cada uma das áreas, que tem de se abrir um novo ciclo. Nós temos de começar enquanto câmara a olhar para estas áreas de uma forma diferente, não tão existencialista. E, essencialmente, a preparar o futuro, que é daqui a 3 ou 4 anos. Numa cidade que está a envelhecer temos de fazer escolhas, fazer menos outras coisas para continuar a apoiar a construção, por exemplo, de unidades residenciais. O mundo mudou, as questões financeiras mudaram e temos de ter alguma flexibilidade nas formas de gerir esses equipamentos. «INSTITUIÇÕES SOCIAIS SÃO CONSELHEIRAS E CRÍTICAS.» SM - O desemprego. Respostas possíveis por parte da autarquia? E, a seu ver, qual o papel das instituições sociais neste momento? CT - As instituições sempre tiveram no território da Amadora um papel importante. Eu tive o privilégio, nestes 12 anos, de ter grande parte das ações nas áreas que mexeram com a educação, a habitação, o
movimento associativo, o desporto. Acabou por me dar uma visão muito interessante da cidade, para o bom e para o menos bom. As instituições sociais tiveram nos últimos 10 anos um crescimento imenso no concelho. Hoje elas executam as políticas da administração central e da administração local e são os nossos conselheiros e os nossos críticos. Ou seja, era impensável para a Câmara, num conjunto de áreas, ter feito o caminho que fez, certamente com falhas e erros a necessitar de muitos ajustamentos, se não tivesse por base os parceiros e instituições sociais do concelho, que continuam a ter um papel importante na ajuda da definição da estratégia que é necessário traçar, na gestão de equipamentos, na prestação de serviços públicos à cidade. SM - Durante muitos anos a Amadora carregou o estigma da “insegurança” e da “exclusão”. Um fenómeno retratado mediaticamente e com impacto na perceção pública. Como está hoje a cidade neste aspeto? CT - Em termos de opinião pública está melhor. As pessoas verbalizam e sentem que a cidade está diferente, mas temos a questão da comunicação social. Um problema difícil de gerir, pois tudo o que é mau... é na Amadora, mesmo quando não é. Lembro o caso, noticiado num jornal, de um tiroteio em Setúbal. A imagem que apareceu era da Amadora. Isto é recorrente.
A Amadora ainda está no ficheiro dos arquivos para estes problemas. Nós ainda temos muita dificuldade em conseguir fazer passar coisas mais positivas, mas quem nos visita ou está algum tempo sem vir, nota que a cidade mudou.Temos uma cidade mais humanizada, mais bonita, mais qualificada. SM - Como se posiciona Carla Tavares no debate sobre o Estado Social? O que é o Estado Social? E que papel têm ou devem ter as associações e instituições (sociais, solidariedade, privadas, cooperativas...) no quadro de um Estado Social? CT - O estado tem um papel determinante. Mas compete ao estado regular agora com outros mecanismos, diferentes de há 20 anos. «NÃO CONCEBO QUE O ESTADO NÃO TENHA UM PAPEL DETERMINANTE NAS QUESTÕES SOCIAIS.» Existe uma administração local muito mais amadurecida e preparada, regra geral, independentemente do mediatismo, do “corta fitas”. Uma maior preocupação com tudo o que são questões sociais, que é este trabalho mais ligado com as pessoas. E, por isso, faz-me alguma confusão que o estado não tenha um papel mais interventivo, regulador e financiador, num conjunto de medidas e de politicas que permitam melhorar a vida das pessoas, promovendo uma igualdade de oportunidades. Para mim é claro que o estado tem de ser mais interventivo nessa matéria, com instrumentos que permitem aplicar e executar um conjunto de ações e de medidas que visam melhorar a qualidade de vida das pessoas. As instituições nessa área têm um papel muito importante. Ainda há muito a leitura de que as IPSS's são a “caridade”, numa interpretação negativa do termo. E não é verdade. Se estamos num equipamento que tem meninos com e sem dificuldades, os pais tiveram as mesmas oportunidades de ter as crianças num espaço físico e acho que a obrigação do estado é criar esses mecanismos, criar condições para que exista igualdade de oportunidades. Uns pagarão mais, outros menos, conforme as suas possibilidades. A privatização faz-me imensa confusão. Este modelo de funcionamento é o mais correto, o estado tem de ser agente facilitador e arriscar, fazer opções, porque as instituições, para fazerem um tipo de equipamento e não outro, também fizeram opções, fizeram menos festas e centraram as suas energias naquilo que lhes parece ser o melhor para a comunidade. A câmara só tem que ser agente facilitador e regulador, depois deve deixar funcionar o mercado social e deixar as instituições funcionarem. «DESCENTRALIZAR POR DESCENTRALIZAR NÃO FAZ SENTIDO, A DESCENTRALIZAÇÃO TERÁ DE SER MUITO BEM EQUACIONADA.» SM - Em matéria de transferência de competências, quais as áreas que gostaria de ver transferidas para o poder local?
CT - Na área dos transportes. Era fundamental para a Amadora e para esta coroa da área metropolitana. Na educação as coisas estão bem como estão, apesar de necessitarmos ainda de fazer alguma avaliação. No social ainda haverá espaço para fazer algum caminho, mas com alguma prudência. No entanto, acho que ainda há algumas questões na área social e chegou a fazer-se algum trabalho na Associação Nacional de Munícipios sobre essa matéria. Acho que não se devia fechar a porta. Devia-se retomar um grupo de trabalho de 2008, mas sem a fobia da descentralização, com alguma coerência e os pés bem assentes na terra, percebendo a cada momento que são áreas muito sensíveis. Cada caso é um caso, cada região é uma região e dentro destas cada município é um município. É um problema do nosso país e não pode ser igual para todos porque os nosso problemas não são seguramente os problema de, por exemplo, Rio Maior ou Vila Nova de Cerveira. Nos 308 municípios temos apenas 23 grandes municípios com mais de 100 mil habitantes. Todos os outros são pequenos municípios. E não se pode fazer igual para todos. Estamos a falar sobretudo de municípios urbanos. Isto não dá para ser por decreto pois as realidades e as problemáticas são muito diferentes. A descentralização terá de ser muito bem equacionada.
Prato gastronómico > Favas guisadas e frango assado. Praia ou campo > Praia, muita praia! Leitura ou cinema > Cinema. Um livro marcante > Os Maias, sem sombra de dúvidas, já li muitas vezes, está sempre atual e é um livro fantástico. Um filme a rever > África Minha, nas noites de inverno. Uma cidade > Para visitar, Nova Iorque. Para viver, Londres. SCMA > Um parceiro da Câmara, um grande conselheiro da Câmara e uma grande Instituição da cidade. Acho que o que a Amadora é hoje, deve-o muito também à Misericórdia, que tem tido sempre a coragem, nas diversas áreas, deste a primeira infância até aos mais idosos, de não dizer que não a um desafio. E isso é muito interessante porque... não é precipitada, é muito cuidadosa na sua própria gestão, enquanto entidade, deixa-se desafiar sempre com os pés bem assentes no chão.
A IGREJA CATÓLICA ANDA ENTRE A SURPRESA, O ESPANTO E A PERPLEXIDADE. POR VEZES COM INCOMPREENSÃO. NA VERDADE, PERMANECE NUMA FASE DE... DESCONCERTO. AO NERVOSISMO QUE PAIRA EM ALGUNS SETORES DA ESTRUTURA ECLESIAL, ACRESCENTA-SE A INCERTEZA. UM NOVO PAPA EXIGE NOVAS INTERPRETAÇÕES. AINDA BISPO DE BUENOS AIRES, JORGE MARIO BERGOGLIO CONFESSAVA QUE UM DOS GRANDES DESAFIOS QUE ENFRENTA, NO DIA A DIA, É O DA “BONDADE INTERPRETATIVA” (1). TER A CAPACIDADE DE SER E ESTAR DISPONÍVEL, QUANDO É CHAMADO A INTERPRETAR O OUTRO, QUALQUER OUTRO, NO INEVITÁVEL PROCESSO DE DIÁLOGO E RELAÇÃO, CONDIÇÕES DA EXISTÊNCIA HUMANA. E INTERPRETAR FORA DAS NOSSAS CERTEZAS É O MAIOR DOS DESAFIOS.
Se o mundo espera uma mudança profunda na Igreja de Roma, convém que perceba, desde já, que uma mudança, a fazer-se, não se limita a um homem só. Há um caminho. Um processo. O Papa que tem surpreendido o mundo fezse ao caminho, da Argentina à complexa centralidade romana, de convicções estruturadas e apuradas. Um caminho de imperfeição, como o próprio afirmou, de pensamento imperfeito à procura do discernimento, uma atitude típica dos jesuitas, para quem o discernimento, no tempo e na circunstância, na proximidade real, nos casos concretos da vida, é feito à semelhança de um teólogo que humildemente se vê carregado de dúvidas diante dos evangelhos. Esta é uma chave que pode abrir muitos baús fechados nas certezas frágeis da religião. A “margem de incerteza” nas procuras da fé é o campo de manobra do encontro. Como diz o Papa Francisco, “se alguém tem a resposta a todas as perguntas, (…) é um falso profeta que usa a religião para si próprio” (2). Na perspetiva cristã, uma procura á medida do homem arrisca-se à construção de um Deus somente à medida do homem. Mas não há procura nem encontro sem o mistério das relações humanas. E é nesta tensão de imprevisíveis contornos que se jogam as incertezas do caminho, ou não fosse o cristianismo um drama de interpretação. O mesmo princípio aplica-se à dinâmica de uma reforma. Qualquer reforma. Uma mudança, para ser eficaz e perene, carece da ponderação. A ponderação não se dá bem com pressão. E a pressão é inimiga da razão. Voltamos ao estribilho de Cortella em busca do equilíbrio entre o “quero”, o “posso “ e o “devo”, que à dimensão da fé ultrapassa a vontada humana.
Joaquim Franco Secretário da Mesa Administrativa
O tempo e a circunstância, entre o homem e Deus, pesam no caminho. Para Bergoglio, “ser” cristão é estar em permanente discernimento, sem segregações ou teologias cortantes. A fé cristã não é uma realidade monolítica e, com os mesmos fundamentos, há uma Igreja que “pode” ser mas entende que não “deve”, há uma Igreja que entende que “deve” ser mas não sabe se “quer” e há uma Igreja que “quer” ser mas não “pode”! «Quando questionamos as opções políticas ou os modelos financeiros que levam ao sofrimento e à injustiça, fazemo-lo porque nos deixamos guiar por uma Procura incessante transformada em ética. No caso da fé cristã, esta Procura é inseparável da compaixão e da caridade. Não há fé cristã sem caridade. Sem caridade a fé cristã é um bluff.»(3) Neste aspeto, o Papa também já clarificou a sua inflexibilidade: O campo de acção está nas periferias sociais e existenciais, mas também na política. Francisco enfatiza a identificação da fé cristã com os pobres, não se cansa de pedir coerência aos pastores da Igreja. “O discurso na favela da Varginha, quando visitou o Rio de Janeiro, soou a síntese de doutrina social, com um veemente apelo à moralização da política e à reivindicação social – vida, família, educação integral, saúde, segurança. Não se trata apenas de por «mais água no feijão», mas também, quando é necessário. (…) Pôr «mais água no feijão», num «jeito de compartilhar», como disse o Papa, é a atitude desafiadora do pouco que se faz muito. A partir daqui, tudo muda porque muda a centralidade do problema.” (4) O resto é contingência!
(1) Papa Francisco, conversas com Jorge Bergoglio, Paulinas, 2013 (2) Brotéria, vol. 177, n.º 2/3 (ag/set), 2013 (3) (4) Somos Pobres mas Somos Muitos, Verso de Kapa, 2013
A 29 DE JUNHO DE 2013, ABRIMOS PORTAS A MAIS UMA VALÊNCIA DE APOIO SOCIAL A UNIDADE DE APOIO AO CUIDADOR (UAC) SURGIU DE UMA PARCERIA COM A CÂMARA MUNICIPAL DA AMADORA E TEM COMO MISSÃO “ ACOLHER TEMPORÁRIA E TRANSITORIAMENTE SITUAÇÕES DE PERDA DE AUTONOMIA, PROMOVENDO O SEU DESCANSO, BEM-ESTAR E QUALIDADE DE VIDA, ASSIM COMO DOS SEUS CUIDADORES FORMAIS E INFORMAIS”.
Trata-se de um projeto pioneiro no concelho da Amadora que pretende dar apoio temporário (entre 1 semana a 3 meses), a situações de emergência tais como altas hospitalares precoces, situações relacionadas com a habitação, morte do cônjuge ou familiar próximo, bem como para descanso do cuidador ou questões relacionadas com a saúde ou para formação do cuidador. A Unidade presta os serviços básicos de alimentação, higiene, saúde e conforto, tratamento de roupas e serviço transporte, bem como apoio psicossocial e de enfermagem. Dispõe de 9 camas, 3 salas com zona de TV, espaço para jogos e sala de leitura, copa e refeitório, gabinete técnico/gabinete de saúde e instalações sanitárias adaptadas (banho assistido). A UAC ENCONTRA-SE SITUADA NA QUINTA DO PLÁTANO EM A-DA-BEJA, RODEADA DE NATUREZA, COM ESPAÇOS VERDES E ZONAS DE LAZER, FUNCIONA NO MESMO COMPLEXO SOCIAL UMA CRECHE E ESCOLA DO ENSINO BÁSICO E UM DOS NOSSOS ATL´S, PROPORCIONANDO UMA INTERAÇÃO INTERGERACIONAL. Apresenta-se testemunho de uma das utentes que passaram pela UAC, situação de alta hospitalar após cirurgia ao joelho, impossibilitada de regresso ao domicílio devido a residir num 3º andar sem elevador.
Fui a primeira pessoa a poder usufruir deste espaço maravilhoso, rodeado de natureza e conforto. Agradeço à SCMA e à CMA por me terem proporcionado esta oportunidade numa altura em que me encontrava debilitada. Eu não podia ir logo para casa, após a cirurgia, pois moro num 3º andar sem elevador. Poder regressar à minha casa após estes 4 meses é muito bom, mas ao mesmo tempo encontrei algumas dificuldades porque não tenho o espaço que tinha na Unidade. Agradeço a toda a equipa pelo apoio e pelo carinho que me deram. Agradeço também a toda a equipa da CLIMA, onde fiz Fisioterapia e me ajudaram a recuperar a minha autonomia. Seria bom que todas as pessoas pudessem usufruir de espaços como estes, em determinadas alturas das suas vidas. Fui muito acarinhada e fiz muitas amizades, quer com os profissionais, quer com os outros utentes e família. Senti-me bem por também poder ajudar as outras pessoas. Irei com certeza voltar para uma visita.”
CLIMA | 5 ANOS PELA SUA SAÚDE, AO SEU SERVIÇO Uma mão cheia de anos durante os quais fomos evoluindo nas competências individuais, percebendo as nuances da prestação de serviços de saúde na clínica médica pertença da Santa Casa da Misericórdia da Amadora. Tem sido uma preocupação sempre presente a perceção do que pretendem os clientes que nos procuram, quais as expectativas que trazem e que segurança e qualidade sentem, bem como qual o nível de satisfação que demonstram. Iniciámos a atividade sob a direção clínica do Professor Doutor Rafael Ferreira em outubro de 2008 com 14 especialidades médicas, o apoio da enfermagem, bem como do grupo de fisioterapia. Hoje, a Clima – Clínica Médica de Alfragide tem disponíveis consultas médicas de 17 especialidades e disponibiliza também serviços de Osteopatia, Mesoterapia Clínica, Podologia e Psicomotricidade, passando de 17 para os 44 profissionais de saúde das diversas áreas, que prestam serviço atualmente. O quadro de colaboradores é constituído por três elementos com responsabilidades na receção e um de direção. Também o número de clientes atendidos na CLIMA foi paulatinamente aumentando, passando de pouco mais de 3.000 no ano de 2009 para uns estimados 9.500 em dezembro de 2013. Este crescimento é verificado pelo aumento da procura dos beneficiários de diversos subsistemas protocolados, destacando-se a ADSE e MultiCare pela procura exponencial; todos os índices refletem boas perspetivas futuras. Em destaque as 84 consultas sociais, gratuitas, que solucionaram dificuldades individuais ou a entidades do nosso concelho com cidadãos dependentes. As dificuldades superam-se e as incompreensões suavizam-se.
Todas as opiniões com alertas ou críticas que nos dirigem têm tratamento interessado e são uma mais valia para um melhor e adequado desempenho desta valência da Misericórdia da Amadora. Espera-nos um futuro risonho, de trabalho árduo e de novas propostas (destacamos as futuras propostas para os beneficiários do Cartão Clima) na prestação de serviços de saúde, adequadas às expectativas dos que nos procuram e de nós referem o elevado grau de qualidade e segurança na prestação das diversas especialidades.
UCCI SAGRADA FAMÍLIA
I
UNIDADE CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS
SAGRADA FAMÍLIA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DA AMADORA
A Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI) Sagrada Família assinalou este ano o seu primeiro aniversário no mês de abril. Integrada na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), destinase à prestação de cuidados de saúde e de apoio social a pessoas com grande dependência e fragilidade social, que deles necessitem simultaneamente. Com uma capacidade para 30 camas, desde a sua abertura já apoiou cerca de 60 pessoas, através da intervenção de uma equipa multidisciplinar composta por 42 colaboradores (Médicos, Enfermeiros, Fisioterapeutas, Terapêutica Ocupacional, TSSS, Psicóloga, Animador, Assistentes Operacionais e Auxiliares de Serviços Gerais). Apostada na qualidade da prestação de cuidados e na melhoria contínua, tem procurado proporcionar qualidade de vida e capacitação aos seus utentes, de modo a manter e reabilitar as suas funções e satisfazer as suas actividades de vida diária. A proximidade da unidade dos centros urbanos e facilidade na acessibilidade tem demonstrado ser uma mais valia para os familiares dos nossos utentes, permitindo-lhes estar
mais presentes no seu quotidiano e participar nos cuidados e nas atividades desenvolvidas na UCCI. Estes também têm sido alvo da nossa preocupação, destinando-lhes um Grupo de Ajuda Mútua, dinamizado pela área psicossocial da UCCI, que reúne mensalmente, permitindo-lhes partilhar sentimentos e encontrar apoio para as suas preocupações através da acção do grupo. A dinamização de passeios pelo animador da UCCI é um projeto que tem envolvido a participação de voluntários, de familiares e de colaboradores, proporcionando visitas a locais de interesse, matizando o dia-a-dia dos seus utentes. Este ano, durante as estações da primavera e do verão, efetuámos três passeios: ao Oceanário de Lisboa, à praia (Santo Amaro de Oeiras) e a Belém (Mosteiro dos Jerónimos e CCB). Nestas atividades conseguimos envolver cerca de 50% da sua população residente, através da desmultiplicação dos dias afetos a cada uma delas. A formação e a reflexão sobre as práticas têm sido uma preocupação constante da equipa, dinamizando em junho as II Jornadas da Saúde da SCMA, subordinadas ao tema Qualidade e Boas Práticas nas UCCI: um caminho para a excelência, na qual acolhemos cerca de 60 participantes, composta por quatro mesas, nas quais foram discutidos temas relevantes para os prestadores da RNCCI. Paralelamente, promovemos um Workshop de Cuidados Paliativos, com sessões mensais, nas quais temos contado com a participação de convidados especialistas na área e com a presença, em média, de cerca de 30 pessoas no Auditório do Centro Rainha Santa Isabel, da SCMA. O planeamento de altas surge como o seu maior desafio, perante a escassa resposta social existente, os recursos financeiros disponíveis e a necessidade de promover a rotatividade desta resposta pelos muitos utentes que ainda aguardam pelo seu lugar na REDE nas camas dos hospitais ou nas das suas casas.
O Dia Mundial da Terceira Idade, que se celebrou no passado dia 28 de outubro, foi comemorado na ELM com o reinício do projeto “As histórias dos Avós”. Sendo uma iniciativa que teve origem no primeiro projeto educativo da Escola, conseguiu cumprir o seu grande objetivo: estreitar os laços entre as gerações mais novas e as mais sábias. “As histórias dos avós” prevêm uma visita semanal de alguns dos utentes do Lar de Sto. António às nossas salas de aula. Com esta visita, estes assumem-se como “avós de sala”. As visitas dos avós são momentos de partilha, enriquecedores para os idosos, que se sentem úteis e também para as crianças, que recebem a experiência de uma vida. Neste dia, assistimos a um momento musical dinamizado pelos docentes Sílvio Sepúlveda e Samuel Amaro em conjunto com as crianças do ATL e do PréEscolar. Foi elaborada uma lembrança para as crianças oferecerem aos “avós” de cada sala.
CAMPANHA DE RECOLHA DE ALIMENTOS Para marcar e celebrar o dia da “alimentação” (16 de outubro) e o dia da “erradicação da pobreza (17 de outubro) a Escola Luís Madureira realizou uma recolha de alimentos. Este pequeno / grande gesto na nossa comunidade educativa representa o expoente máximo da caridade, um comportamento autêntico de uma fé vivida com as obras de misericórdia a marcar o dia a dia da nossa escola:
E
S
C
O
L
A
LUÍS MADUREIRA
“TUDO O QUE FIZERDES A UM DESTES MEUS IRMÃOS MAIS PEQUENINOS, A MIM O FAZEIS” (Mt 25, 40). Este ano os alimentos foram oferecidos à comunidade do bairro do Zambujal, animada pelos missionários/as da Consolata. Em representação da ELM foi o 5º A com o professor Sílvio, a professora Inês Martins, o professor Nuno Morais e o Sr. Paulo Cosme. A bagageira do autocarro ia cheia de sacos com os alimentos recolhidos. Os alunos do 5º A transbordavam de felicidade. Fomos recebidos pelo padre e pelas irmãs da Consolata que na simplicidade testemunharam a presença de Deus nas suas e nossas vidas, na certeza de que uma fé vivida a sério, suscita comportamentos de autêntica caridade: Bem-haja escola Luís Madureira.
Carta de Agradecimento do Pe. Albino Brás
No dia 7 de maio de 2013 comemoraram-se 20 anos de funcionamento do CSFA. A data foi assinalada com uma missa acompanhada pelo coro da Escola Luís Madureira, uma apresentação realizada pelas crianças que frequentam o Centro São Francisco Assis, um filme sobre o trabalho desenvolvido ao longo destes 20 anos e por fim foi servido um pequeno lanche. Nas comemorações estiveram presentes membros da Mesa administrativa da SCMA, representantes de diversas instituições do concelho e familiares dos utentes. Passados 20 anos de funcionamento, o grande objetivo do CSFA continua a ser proporcionar à criança todas as experiências que a ajudem nesse processo tão difícil e complexo que é o crescimento, transmitindo-lhe valores essenciais para viver em sociedade; permitindo-lhe vivenciar, experimentar e descobrir; ajudando-a na formação do seu Ser, do seu Sentir, do seu Viver e acima de tudo fazendo-a sentir-se criança...
A NOSSA VISITA À KIDZANIA No mês de Maio à Kidzania fomos passear E naquela cidade à noite Pudemos passear Fomos ao banco local Buscar notas e moedas Para que pudéssemos pagar O que quiséssemos comprar Fomos cabeleireiros, cozinheiros e carteiros Motoristas, bombeiros e padeiros Ficámos então a conhecer Que há muitas profissões E que podemos escolher Aquilo que em adultos Queremos ser Aprendemos que fazemos muito lixo Mas que pode ser reciclado e que depois de lavado e modificado pode voltar a ser um brinquedo um electrodoméstico um saco de papel ou de plástico
Foi muito divertido Este nosso passeio Até prendas de lá trouxemos Para na nossa sala brincarmos E para desta cidade das profissões Nunca mais nos esquecermos Pois com ela muito aprendemos Sala do Pré-escolar – Sta. Clara de Assis
Em pleno mês de julho, os termómetros não paravam de subir, até à sombra estava calor. Tivemos a ideia de arranjar uma piscina para nos refrescar. Então viemos todos a rigor, com toalhas, bikinis e protetores solares. Foram dias de grande loucura e muita alegria. E que tal, vai uma banhoca?
DIAS LOUCOS NA CRECHE
Tudo aconteceu quando uma Encarregada de Educação de uma criança da Creche nos telefonou, perguntando se tínhamos visto o Telejornal do dia anterior. Na notícia dizia que havia uma quinta em Torres Vedras, que tinha muitas peras e não conseguiam escoar o fruto, por isso a proprietária apelava a todos os interessados, para se dirigirem ao seu pomar, podendo colher os frutos e leválos por uma quantia simbólica, 0,25 euros, cada quilo.
A APANHA DAS PERAS
É claro que achámos a ideia magnífica e uma oportunidade única, e decidimos levar os meninos das duas salas dos 2 anos. Quando chegou o dia tão desejado, 23 de setembro, pusemo-nos a caminho, no autocarro da SCMA. Ficámos muito espantados. Havia tantas pereiras, carregadinhas de peras, que não sabíamos por onde começar. Começámos a colher as peras e a encher os sacos. Apanhámos tantas peras que conseguimos colher 150 quilos. Deram para as crianças comer, levar para casa, e ainda para vender a alguns funcionários da instituição. Foi uma manhã muito atarefada, mas muito informativa, pois para muitas das crianças, as peras vêm do supermercado.
DESPORTO SÉNIOR Ainda imbuídos no espírito incutido pelo ano europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre gerações, as valências da 3ª idade, com o intuito de ter cada vez idosos de «Mens sana in corpore sano» desenvolveram o longo do ano de 2013 diversas atividades de âmbito desportivo. Efetivamente, os nossos idosos vivem agora mais tempo e com mais saúde. Aquilo que pretendemos é criar oportunidades para que tirem mais partido da vida, à medida que envelhecem, possibilitando-lhes saúde física e, consequentemente, intelectual. Dentre as atividades realizadas destacam-se os torneios de Boccia (modalidade desportiva a que todos aderiram com enorme entusiasmo) inter valências e a participação de uma equipa do Casal da Mira no torneio Nacional de Boccia.
OUTDOOR ÁREA DA 3ªIDADE No dia 26 de outubro, realizou-se um outro outdoor, desta vez, destinado a todos os colaboradores da área da 3ª idade. O outdoor realizou-se no Centro de Dia Rainha Santa Isabel e esteve presente um total de 35 Colaboradores. Mais um dia diferente onde se realizaram jogos e dinâmicas de grupo com o intuito de refletir sobre aspetos relacionados com as funções desempenhadas nesta área. E, claro, realizou-se ainda um piquenique partilhado e muito bem recheado! Para assinalar o dia, criou-se um símbolo que revelasse o objetivo do encontro: +Junt@s
NOVOS DESAFIOS A nossa Ex-Provedora Cristina Farinha Ferreira decidiu abarcar um novo projecto pessoal também ele em prol da população da Amadora mas numa outra escala. Faz parte da Vereação do novo executivo Camarário liderado agora pela Dra. Carla Tavares que tão bem conhecemos e que agora dirige os destinos da autarquia. À Dra. Cristina Farinha Ferreira o ‘Ser Misericórdia’ em nome de toda a instituição, dirige um voto de grande agradecimento pelo seu trabalho dentro da SCMA e o desejo de muitas felicidades no seu novo desafio.
A TÃO FALADA “CRISE”, QUE ATUALMENTE SERVE DE DESCULPA PARA TUDO, OBRIGANOS A RESPONDER ÀS NECESSIDADES EFECTIVAS, DE UMA SOCIEDADE QUE VÊ NAS INSTITUIÇÕES SOCIAIS, COMO A NOSSA, UM PORTO DE ABRIGO E A ESPERANÇA DE UMA RESPOSTA, MUITAS VEZES URGENTE E IMEDIATA.
Em jeito de balanço do ano de 2013… Abrimos a Unidade de Apoio ao Cuidador. Mais do que uma resposta social, a UAC é uma lufada de ar fresco para aqueles que cuidam. Cuidar dos que cuidam é tão importante como cuidar dos que estão em situação de dependência. A Unidade de Apoio ao Cuidador tem como missão acolher temporária e transitoriamente idosos em situação de perda de autonomia, promovendo o seu descanso, bem-estar e qualidade de vida, bem como dos seus cuidadores formais e informais. Desde a sua abertura, a 1 de julho de 2013, a UAC tem estado sempre lotada, o que vem demonstrar que é uma resposta inovadora e absolutamente necessária. O testemunho da primeira cliente da Unidade, que pode ser lido nesta edição do Ser Misericórdia, enche-nos de alegria, uma vez que demonstra que fizemos a opção certa. Também em 2013 abrimos o Campus Social, um espaço multidisciplinar e comunitário. O Campus Social nasceu de um desafio da CMA ao qual a Misericórdia respondeu afirmativamente. Foi feita a reabilitação da antiga escola “Mina de Água”, que se encontrava bastante degradada e abandonada há já alguns anos.
Foi um projeto que contou com várias ações de voluntariado e iniciativas da comunidade local. Beneficiou de uma série de apoios, o que fez com que fosse possível realizá-lo com reduzidos recursos financeiros. Atualmente desenvolvem-se várias atividades e iniciativas, tais como o atendimento social, o acompanhamento dos beneficiários do rendimento social de inserção, salas de estudo, grupos de teatro, grupos de jovens, formação e outras actividades dinamizadas por organizações parceiras. Pensando na sustentabilidade de todos os nossos projetos, a nossa Instituição abriu uma loja de jogos sociais, o “ Moinho da Sorte” é uma parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e tem como principal objetivo a criação de novas receitas que possibilitem a sustentabilidade da nossa intervenção social. PARA 2014 A GRANDE APOSTA SERÁ A CONSOLIDAÇÃO DE TODA A ATIVIDADE DA INSTITUIÇÃO, APOSTANDO NA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DE TODOS OS NOSSOS CLIENTES/UTENTES, BEM COMO DAQUELES QUE DIARIAMENTE NOS PROCURAM.
PELA SUA SAÚDE, AO SEU SERVIÇO...
AGORA ABERTOS AOS SÁBADOS!
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